Não pretendo falar hoje de condução automóvel, nem criticar os aceleras que abundam pelas nossas estradas, mas sim de Justiça. Esquisito? Talvez!
Tendo lido que a Procuradoria-Geral da República admite acelerar o caso Freeport, fiquei espantado com algumas incongruências de discurso, isso no que toca às explicações para esta atitude diferenciada da Justiça.
Por um lado a PGR admite que, se estiver envolvida alguma “alta figura do Estado”, como pode acontecer no caso vertente, a investigação deverá ter maior celeridade, por outro lado a procuradora Cândida Almeida, afasta de todo que José Sócrates seja arguido ou sequer suspeito.
Como sou de compreensão lenta, eu penso que, se Sócrates não é suspeito nem arguido, este processo é igual a tantos outros, merecendo igual tratamento, mas quando rebentou o caso, creio que por denúncias anónimas, o seu nome estava envolvido e não houve qualquer celeridade nas investigações, que aliás ainda agora não estão concluídas. Expliquem-me então porque é que só agora é tão urgente resolver o assunto!
Somos todos iguais perante a lei, mas há sempre qualquer coisa que nos diferencia quando a intervenção humana parte para a interpretação e para a acção.