25 janeiro 2007

Frases de efeito: “Por isso que o Brasil não vai prá frente...”

(Imagem: "Eclipse Solar - o Obscurantismo")



Quase não se fala mais sobre o assunto; mas quem se lembra de um acordão na Câmara de Deputados, no ano passado, que detonou o sistema de mérito pessoal para acesso às universidades públicas?

É impressionante como esse “pessoal politicamente correto” odeia o sistema de mérito. Preferem muito mais a bocada, a mamata, o jeitinho, o "empurrãozinho", a amizade com as "pessoas certas", o puxa-saquismo, a picaretagem politicamente-correta, ou qualquer outra maneira de “se dar bem” sem precisar de qualquer esforço pessoal.

-"Estudar para passar no vestibular e depois conseguir emprego? Eu não. Eu quero cota!"


É a receita perfeita para o Brasil, sil, sil... continuar eternamente no obscurantismo e na obtusidade.

Ano passado a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou um projeto, que nem precisou passar pelo plenário (ou seja, ninguém nem ao menos discutiu esta porcaria), o qual "estabeleceu que 50% das vagas devem ser destinadas a alunos que cursaram o ensino médio integralmente em escolas públicas".

Dentro deste percentual, "devem ser destinadas vagas para negros e índios de acordo com o percentual racial medido pelo IBGE em cada estado."
Nem se ouse falar mais do racismo como critério de acesso à universidade, a qual, em países decentes, é um centro de excelência no qual só entram alunos competentes, inteligentes e estudiosos.
Vamos apenas ter a atenção para duas outras coisas que, nessas horas, deixam qualquer mestre irado por haver nascido nesta Republiqueta Bananeira.

Primeiro: o fato deste aleijão constitucional ter se originado de um projeto de lei de autoria de uma deputada do PFL. Uma deputada de um partido que tem a palavra "liberal" no nome defendendo um projeto desses!

Só no Brasil, sil, sil... mesmo.

Segundo: todos teremos de continuar pagando as mesmas quantidades (altíssimos percentuais) e diversidade de impostos, tributos e taxas; e ainda, por força de lei, nossos filhos terão menos direito de entrar numa universidade pública do que os filhos de outros. Aliás, por quê esta universidade continua a ser chamada de "pública"?

O termo “público” pressupõe de todos, de forma igualitária e sem privilégios para determinado grupo. Ou não?

Agüentar viver num país de desqualificados não é fácil. Há momentos em que “carregar piano” cansa.

Talvez aí esteja a explicação para a emigração dos nossos cientistas (pelo menos daqueles que conseguem sobreviver...).

23 janeiro 2007

UMA LONGA NOITE DE HORROR




(por Cláudio Lessa)


Fique tranqüilo, leitor(a): o que se passa no Brasil é absolutamente normal.
É parte de uma sucessão de eventos já desenvolvida, testada, aprovada e comprovada em outras bandas. Desafortunadamente, a única maneira de se reagir a esta sucessão de eventos - se assim se desejasse, claro - exigiria um poder de compreensão, raciocínio e educação formal que praticamente inexistem.

Um pouquinho de assiduidade no hábito da leitura também não faria mal.

Afinal, aqueles que ignoram a História estão condenados a repetí-la.

São 75% de analfabetos funcionais pululando pelas ruas, praças, terreiros, cozinhas e acampamentos do país afora, absolutamente incapazes de interpretar uma simples receita de bolo, e ao mesmo tempo absolutamente indispostos a alterar o status quo que os beneficia via esmolas populistas dos mais variados tipos.

Os 25% que sobram, inferiores numericamente, têm consciência do que se passa mas se dividem em duas categorias.

Uns 2% estão se lixando: quase afogados no dinheiro que acumularam durante os anos em que fecharam os olhos para as crescentes necessidades do povão, acham que nada vai lhes acontecer.

Os outros 23% não têm mesmo para onde correr: de olhos bem abertos, vêem que a navalha se aproxima do pescoço, inexoravelmente.

Estes acontecimentos, contendo algumas variações individuais específicas, permeiam a História do Mundo e ignoram coloração ideológica.
Entre outros casos, já foram observados também os da Rússia Sovietizada do começo do Século Vinte; da Alemanha, nas décadas de 20 e 30; de Cuba, a partir do fim da década de 50; do Iraque, no fim da década de 70.

Atualmente, a Venezuela é o caso mais visível.

Em todos, uma coincidência: a zelite não se preocupa com o povo, que acaba encontrando num pilantra profundamente carismático e com refinado senso de oportunismo a esperança de um fim para seus problemas.
Entretanto, sua falta de perspectiva - inclusive acadêmica - faz com que o povo ignore que, na verdade, está adquirindo um passaporte para uma longa noite de horror. Mais do que resolver qualquer problema, como se sabe, o objetivo do gatuno e sua gangue é se perpetuar no poder, extraindo daquela fonte tudo o que eles jamais tiveram em toda a sua vida. Fragilizada, a democracia pode ou não servir apenas de um meio de se atingir esses objetivos.

Em todos, outra coincidência: de uma forma ou de outra, a experiência nunca termina bem. Nem para quem mandava, nem para quem era mandado. Para estes útimos, em geral, as seqüelas são terríveis e, em muitos casos, duradouras a ponto de anular toda uma existência.

Por isso, prezado(a) leitor(a), não se preocupe e, sobretudo, continue quietinho(a) no seu canto, cuidando da sua vida.

É tudo o que se espera de você.

A essa altura, tudo o que você lê e ouve nos noticiários dos jornais, revistas, rádio e tevê já representam o prelúdio do que se observou em outras bandas.
Afinal de contas, como um dia serão os dizeres de nosso reformulado pavilhão:

"É assim mesmo."

21 janeiro 2007

A DESCONSTRUÇÃO DO BRASIL



“O conluio é perigoso num senado e também entre o corpo dos nobres; não o é, porém, entre o povo, cuja natureza é agir pela paixão. Nos Estados em que não participa do governo, o povo entusiasmar-se-ia por um ator, assim como o faria pelos negócios. A desgraça de uma República advém quando não há mais conluios e isso acontece quando se corrompe o povo pelo dinheiro: ele se torna indiferente e afeiçoa-se ao dinheiro, porém não mais se afeiçoa aos negócios (trabalho): sem se preocupar com o governo e com o que nele se propõe, espera tranqüilamente seu salário.”1



Alguma semelhança com o “noço Meçias – o gênio da política prostituída” ?


Verifica-se que mesmo as mais antigas democracias – como Atenas e Roma – contavam em suas Cartas Magnas com dispositivos que estabeleciam a temporalidade das leis promulgadas pelo senado pelo lapso temporal de um ano. Findo este período, as leis seriam ou não perpetuadas, pois já teriam sido amplamente experimentadas pelo povo e sido ou não avalizadas por este – o seu cliente final.
Um sistema justo que evitaria, por exemplo, muitos privilégios, mas principalmente algo singular e exclusivo do Brasil – as “leis que não pegam”.

Quando numa República, o povo como um todo possui o poder soberano, podemos dizer que se trata de uma Democracia.
Contudo se tal soberania recai nas mãos de parte deste povo, ter-se-á, então, uma Aristocracia.
Se este poder estiver concentrado e fundado num ente único, então, por sua natureza não temos mais uma República, mas uma Monarquia. E, caso pior, este “monarca” não estiver submisso às leis; se ele governar sem a égide da LEI e sem o cumprimento das regras sociais que são devidas aos demais cidadãos, então estaremos diante do Despotismo, ou governo tirânico.

De sua natureza resulta que um único homem o exerça. Este homem tem os seus cinco sentidos a lhe dizer que “ele” é tudo, e os “outros” nada são.


“É naturalmente preguiçoso, ignorante, voluptuoso. Abandona então os negócios públicos. Entretanto se os confiasse a diversos homens, haveria disputas entre eles; intrigar-se-ia para ser o primeiro escravo; o príncipe seria obrigado a cuidar da administração. Será portanto mais simples que ele o entregue a um vizir (Dirceu?) que teria, inicialmente, o mesmo poder que ele.”2


Diante de tudo que assistimos em nosso país, qual avaliação se pode fazer deste “governo”?
Montesquieu nunca foi tão atual.


1, 2 - Montesquieu - “O espírito das leis”

12 janeiro 2007

A "ESCALADA DA VIOLÊNCIA" NO BRASIL



Pertence diz ter sido "vendido" por advogado
Sexta, 12 de janeiro de 2007, 12h43
Bob Fernandes

Advogados e lobistas conversam.
Tramam, analisam, comentam uma decisão do Supremo Tribunal Federal numa Medida Cautelar sobre um imposto, Cofins, em caso que envolve o Banco do Estado de Sergipe. Advogados e lobistas dizem ter comprado a sentença. "Por R$ 600 mil", anunciam os que se vendem como compradores de sentenças. O ministro do STF autor da sentença é facilmente identificável, pela data e pelo teor da decisão: é Sepúlveda Pertence...(leia mais)

Terra Magazine

Mais um “apunhalado pelas costas”!

Realmente vivemos num país muito violento. Nem o Iraque com seus extremistas xiitas consegue nos superar.

Mas o problema aqui parece ser de posse, ou talvez de “possessão”, por que não?

A quem Pertence a “bufunfa” ?

11 janeiro 2007

LEGISLATIVO FORTE É INDEPENDENTE, NÃO AUSENTE OU LENIENTE



Recomendo as leituras nos Blogs da SARAMAR, JORGE SOBESTA, BLOGILDO, ALKIMISTAS DO BRASIL e SANTA.

Todos são ótimas referências para o tema. Tentar discorrer algo além do que estes heróis e heroínas escreveram, não só torna-se uma tarefa extremamente árdua, como se corre o risco de tornar-se redundante.

07 janeiro 2007

"DANDO UM TEMPO..."




Resolvi “dar um tempo” !

E vou tentar explicar: há mais de 4 anos ( sim, desde 01 JAN 2003 ) que eu tento através das letras e, por conseguinte, das palavras e das orações, esclarecer, elucidar, extrusar, eviscerar a corja que se “aboletou” no poder em Brasília.

Ocorre que letras têm eficácia para os letrados, palavras para os “apalavrados” e orações para os “crentes” (cultos), o que, obviamente, não se apadrinha no perfil da corja.

O golpismo da esquerda vagabunda (by Camarada Arcanjo) encontra-se em franca progressão, porquanto imaginam ter o respaldo de 58 milhões de cúmplices para continuarem a praticar as “trampolinagens” ( particularmente prefiro chamar de CRIMES, mesmo) que vêm fazendo até então.

Meus amigos e leitores (só sendo meu amigo para ler o que escrevo...) me cobram ações as quais sempre exerci, de forma sistemática, dura e até agressiva, durante o período de mais de 1 ano (outra coisa que esqueci de “comemorar” – o aniversário do blog ).

Minha jornada virtual começou “naquele” Blog do Noblat (o anterior) quando uma minoria resistente (e renitente) “batia” com sarcasmo e muito humor na “petralhada”.

Posteriormente enveredei pelos blogs políticos, comentando aqui e ali, até que fui “guindado” no E-Agora pela minha musa inspiradora – SARAMAR !

Um singelo convite para escrever alguns artigos para o LidoseVividos e ali estava eu no turbilhão virtual de comments, e-mails, desafios, contraditórios e tudo que um bom blogueiro tem como ônus profissional , inclusive uma “fenomenal” L.E.R. e que funciona melhor que um carrilhão – a cada meia hora te avisa: “aqui estou eu !”

Sabem o que acontece, meus amigos: tudo isso vai continuar do jeito que está, independente do que façamos ou escrevamos.

Como diria o “grande filósofo do cotidiano” Dadá Maravilha: “- comigo ou sem-migo o jogo continua...”

Há controvérsias?

Há, claro que sim!

Pois como disse o dramaturgo e grande TRICOLOR (como eu) Nelson Rodrigues (in memorian): “-toda unanimidade é burra.”


Logo deduzimos que as opiniões estão divididas, e o que é pior: “a opinião da metade maior diverge da opinião da metade menor” (essa merece um prêmio !).

Portanto, meus distintos e diletos amigos, não é só a corja que tem direito a férias. Pois saibam que enquanto estamos aqui fazendo campanhas, discutindo, escrevendo, lendo, comentando, elles estão nas praias desse Brasilzão a fora rindo às pândegas e gastando o nosso dinheiro sem o menor pudor.

Sendo assim resolvi “dar um tempo”. Também vou curtir um pouco a família, resolver assuntos particulares pendentes e vou até viajar ( não será de avião, claro...).

Existe um provérbio chinês que se encaixa perfeitamente com o meu pensamento atual: “se você sentar à beira do rio e esperar pacientemente, verás o cadáver do teu inimigo passar boiando”.
É isso aí !

Vou “esperar” pra ver. Pois não tenham dúvidas: os “trapalhões” e “aloprados” vão dar tantas voltas na corda que acabarão enforcando a si próprios (ou uns aos outros).

À todos os AMIGOS, e nem me atrevo a elencá-los pois poderia cometer alguma injustiça, espero a compreensão, a leniência e a sabedoria para aguardarem “O RETORNO”, pois embora afastado temporariamente desta arena, não abandonei a “NOSSA LUTA”, pois continuarei a visitá-los (num ritmo menos frenético, forçoso dizê-lo) , mas estarei agindo em OUTRAS “frentes de batalha”, talvez até mais eficazes que a das LETRAS.

01 janeiro 2007

FELIZ "RENOVAÇÃO" 2007



“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que dali para adiante vai ser diferente“.


(Carlos Drummond de Andrade)