Ultimamente não tenho tido tempo pra pensar. A vida esta uma correria só. Minha mãe viajou então fiquei por conta de tudo (casa, agencia, irmãs e filha).
Acordo cedo levo irmã pra escola, corro me arrumo e venho pra agencia, uma coisa atras da outra, vou pra casa almoçar, engulo tudo e saio correndo deixar almoço pra outra irmã no trabalho e no final do dia ainda tenho que pegar Cecilia na natação (que por sinal esta nadando super bem) e mais, janta pra filha, brinca com a filha, socorro 20 hrs to caindo de sono... Está sendo um batidão bem gostoso.
Ainda bem que minha mãe chega amanhã, ai voltamos a rotina antiga.
Essa semana também aconteceu muitas mudanças, que eu já estava preparada, terminei o namoro e estou solteira novamente, devido a correria ainda não tive tempo de pensar nisso e de sofrer (porque dói) só sinto doer mas não consigo pensar na dor, e isso é bom.
Hoje já é quinta e eu nem vi a semana passar. Começei o dia resolvendo um monte de coisas, atendendo passageiros, fazendo cobranças (como tem gente mal educada no mundo, fui chingada até a minha 10° geração. Oi? Não quer ser cobrado? Então pague em dia).
Só tenho a dizer que estou morrendo de saudades da minha avó, que por sinal falei com ela ontem. E ela disse que esta morrendo (MORRENDO) de saudades da Cecília.
To contando os minutos pra minha mãe chegar também, quero saber como foi a viagem e contar como foi essa semana que ela esteve fora e eu cuidei de tudo.
E a Cecília? Bom ela esta linda-maravilhosa e é de onde eu tiro minha força, hoje acordou e me acordou cantando "parabéns pra você" e me enchendo de beijos.
Segue um texto lindo que eu recebi:
A DESPEDIDA DO AMOR
Martha Medeiros
Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.