Departamento de Comunicação - a política de aparências

Quem estuda Ciência Política sabe que as aparências não se limitam a iludir: criam factos.


Por isso mesmo, não há hoje nenhuma empresa, nenhum partido, nenhuma estrutura organizada que não tenha um departamento de comunicação - e os resultados desse departamento medem-se pela forma como transformam a realidade.



Não é por isso de estranhar que as notícias que saem em cada jornal, em cada órgão de comunicação social e, até, nas agências noticiosas, sejam influenciadas por cada um desses departamentos.





Há 15 anos - hoje, uma eternidade -, Emídio Rangel chocou o mundo quando afirmou que podia vender um Presidente como se fosse um sabonete (terá sido champoo?). Agora poderia dizer que uma eficaz empresa de comunicação podia vender um sabonete para Presidente, que já não chocaria tanto como chocou há 15 anos...



Este fenómeno é objecto de estudo pelos académicos da Ciência Política e tem uma consequência: a adulteração da verdade, através da aparência da realidade, cria a ideia da bondade de uma medida, quando o objectivo a cumprir, com tal medida, é outro.

A democracia, nos moldes actuais do seu funcionamento, está cativa desta aparência e os grupos de interesse passaram e dominar a divulgação intelectual - tal como Marx prevera no Manifesto. É neste tabuleiro de domínio da notícia que se manda no mundo...

O desporto é um produto do seu tempo e não pode fugir a esta realidade...