domingo, dezembro 25, 2011
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
DILEMA
Dilema
Augusta Schimidt
Às vezes me vejo em cada situação...
Meu pensamento voa... Divaga...
Tenho duvidas de difícil solução
Não sei se faço poesia,
Ou se canto alegria...
Poeta sei que não sou,
Pois meu coração mora no peito
E coração de poeta
Mora nas pontas dos dedos
Vê lá se isso tem jeito?
Não sei se entro em cirandas
Onde os olhos brincam com os sonhos,
Pois às vezes eles adormecem
E a noite misteriosa nos mostra
Estrelas com rugas e magoas
Não sei se oro ou se choro
Pelo pássaro azul que voou
Talvez um dia ele volte
E me conte o quanto me amou
Penso nisso tudo
Não sei como resolver...
Mas que Dilema!
Campinas/SP
Augusta Schimidt
Às vezes me vejo em cada situação...
Meu pensamento voa... Divaga...
Tenho duvidas de difícil solução
Não sei se faço poesia,
Ou se canto alegria...
Poeta sei que não sou,
Pois meu coração mora no peito
E coração de poeta
Mora nas pontas dos dedos
Vê lá se isso tem jeito?
Não sei se entro em cirandas
Onde os olhos brincam com os sonhos,
Pois às vezes eles adormecem
E a noite misteriosa nos mostra
Estrelas com rugas e magoas
Não sei se oro ou se choro
Pelo pássaro azul que voou
Talvez um dia ele volte
E me conte o quanto me amou
Penso nisso tudo
Não sei como resolver...
Mas que Dilema!
Campinas/SP
domingo, janeiro 09, 2011
MOTIVO
Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço,- não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada.
Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço,- não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo: - mais nada.
©Cecília Meireles In Viagem, 1939
©Cecília Meireles In Viagem, 1939
quarta-feira, janeiro 05, 2011
CARTA AO FILHO
Não vivas sobre a terra como um estranho
Um turista no meio da natureza.
Habita o mundo como a casa do teu pai.
Crê na semente, na terra, no mar.
mas acima de tudo crê nas pessoas.
Ama as nuvens,
as máquinas,
os livros,
mas acima de tudo ama o homem.
Sente a tristeza do ramo que murcha,
do astro que se extingue,
do animal ferido que agoniza,
mas acima de tudo
Sente a tristeza e a dor das pessoas.
Alegra-te com todos os bens da terra,
Com a sombra e a luz,com as quatro estações,
mas acima de tudo e a mãos cheias
alegra-te com as pessoas
.Nazim Hikmet, (1902 - 1963) c. 1960. Traduzido do inglês por Carlos Eugênio Marcondes de Moura.Escritor e poeta turco nascido em Salonica, Grécia, então parte do império otomano, que, perseguido por suas idéias políticas, marcou profundamente a literatura turca ao romper com a tradição islâmica e sob a influência dos futuristas russos, propôs a despoetização da poesia. Pensando seguir uma carreira militar, entrou para a academia naval de Istambul e serviu na Marinha, da qual foi expulso (1919) por atividades revolucionárias. Partiu para Moscou, onde estudou ciências políticas e sociais por cinco anos, na Universidade Comunista de Moscou. Regressou à Turquia (1924), após a proclamação da república e tornou-se conhecido com seus primeiros poemas, de cunho patriótico. Condenado (1938) pela suposta participação num complô, após ser posto em liberdade (1950) por força de uma intensa campanha internacional, radicou-se então em Moscou, onde morreu. Publicou as coletâneas 835 satir (1929) e 1 + 1 = 2 (1930), os poemas históricos Sesini kaybeden sehir (1931) e Benerci kendini niçin öldürdü? (1932), as peças para teatro Kofatos (1932) e Unutulan adam (1935) e lançou uma autobiografia em Berlim (1961)..in
Um turista no meio da natureza.
Habita o mundo como a casa do teu pai.
Crê na semente, na terra, no mar.
mas acima de tudo crê nas pessoas.
Ama as nuvens,
as máquinas,
os livros,
mas acima de tudo ama o homem.
Sente a tristeza do ramo que murcha,
do astro que se extingue,
do animal ferido que agoniza,
mas acima de tudo
Sente a tristeza e a dor das pessoas.
Alegra-te com todos os bens da terra,
Com a sombra e a luz,com as quatro estações,
mas acima de tudo e a mãos cheias
alegra-te com as pessoas
.Nazim Hikmet, (1902 - 1963) c. 1960. Traduzido do inglês por Carlos Eugênio Marcondes de Moura.Escritor e poeta turco nascido em Salonica, Grécia, então parte do império otomano, que, perseguido por suas idéias políticas, marcou profundamente a literatura turca ao romper com a tradição islâmica e sob a influência dos futuristas russos, propôs a despoetização da poesia. Pensando seguir uma carreira militar, entrou para a academia naval de Istambul e serviu na Marinha, da qual foi expulso (1919) por atividades revolucionárias. Partiu para Moscou, onde estudou ciências políticas e sociais por cinco anos, na Universidade Comunista de Moscou. Regressou à Turquia (1924), após a proclamação da república e tornou-se conhecido com seus primeiros poemas, de cunho patriótico. Condenado (1938) pela suposta participação num complô, após ser posto em liberdade (1950) por força de uma intensa campanha internacional, radicou-se então em Moscou, onde morreu. Publicou as coletâneas 835 satir (1929) e 1 + 1 = 2 (1930), os poemas históricos Sesini kaybeden sehir (1931) e Benerci kendini niçin öldürdü? (1932), as peças para teatro Kofatos (1932) e Unutulan adam (1935) e lançou uma autobiografia em Berlim (1961)..in
Subscrever:
Mensagens (Atom)