domingo, 8 de julho de 2012

DO FUNDO DO BAÚ - 18.10.2009

DISCURSO DE POSSE


POSSO DA PROFESSORA MARIA DILMA PONTE DE BRITO NO INSTITUTO HISTÓRICO GEOGRÁFICO E GENEALÓGICO DE PARNAÍBA - IHGGP.

DATA: 18.10.2012
HORA: 19:00
LOCAL: AUDITÓRIO DO PORTO DAS BARCAS

SOLENIDADE DE COMEMORAÇÃO DOS 187 ANOS DE PARNAÍBA (19.10) COM OUTORGA DE COMENDAS DA ORDEM ESTADUAL DO MÉRITO RENASCENÇA DO PIAUÍ, POSSE DA PROFESSORA DILMA NO IHGGP
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DO FUNDO DO BAÚ - 2009




DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA DE CIÊNCIAS DO PIAUÍ

Proferida por Maria Dilma Ponte de Brito
                                                                                                          Parnaíba – Piauí / 15.01.2009


Devo iniciar minhas palavras com um solene juramento diante dos senhores e senhoras acadêmicos e da platéia que nos agracia com a sua presença. Prometo honrar e dignificar esta Academia, sua missão, seus princípios e seus objetivos e buscarei, na medida do possível, corresponder à confiança que me foi depositada. Prometo também assumir o desafio de responder com eficiência aos propósitos desta Casa e dedicar-me com ardor e trabalho à tarefa de dividir com cada um dos que fazem esta Academia o melhor do meu conhecimento, dedicação, disponibilidade e entusiasmo. Esta promessa é a sincera expressão do meu sentimento de gratidão pela generosidade da minha escolha.

      Permitam-me mencionar o cientista, astrônomo e biólogo, norte – americano Carl Edward Sagan ao dizer:

        Habitamos um universo onde os átomos são formados no centro das estrelas; onde a cada segundo nascem mil sóis; onde a vida é lançada pela luz solar e acesa nos ares; onde a matéria-prima para a evolução biológica é algumas vezes obtida de uma explosão de uma estrela na outra metade da Via-Láctea; onde algo belo como uma galáxia é formada cem bilhões de vezes; onde pode haver buracos negros, outros universos e outras civilizações extraterrestres. Muito pálidas, pela comparação, são as pretensões das superstições e pseudociências. Como é importante para nós nos dedicarmos a entender a ciência, esforço este caracteristicamente humano”. 
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            Ratificando as palavras do cientista, enfatizo a importância do homem direcionar seus esforços para entender e produzir a “ciência”. A Academia de Ciências tem o singular papel de fomentar em todos os ambientes o interesse pelo conhecimento científico, quer nos meios acadêmicos onde são desenvolvidas as pesquisas, até em lugares remotos na motivação de crianças e jovens.
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            Deus deu ao ser humano à extraordinária capacidade de usar a inteligência, o raciocínio, a curiosidade, a sabedoria, a possibilidade de transmissão do aprendizado acumulado, propiciando o conhecimento científico e tecnológico desenvolvido através de pesquisas e estudos científicos. Cada um de nós, em conseqüência, é chamado a participar, dentro de sua área específica, a contribuir com seu esforço e trabalho para que a Ciência cumpra seu fundamental papel na construção da sociedade.
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                 Fazer parte da Academia de Ciências do Piauí, que reúne grandes intelectuais e cientistas com o propósito de fortalecer o desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura de nosso Estado, é sem dúvida experimentar de inúmeros sentimentos: o orgulho, a responsabilidade e o comprometimento de multiplicar os esforços que já venho dedicando à produção científica.
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                  Honra-me, sobretudo tomar assento na Cadeira número 36 da Academia de Ciências do Piauí, que tem como Patrono, o meu conterrâneo, Simplício Dias da Silva, cuja biografia passo a relatar.
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            Simplício Dias da Silva, filho do afortunado português Domingos Dias da Silva, e de Claudina Josefa, nasceu na cidade de Parnaíba, então Vila de São João da Parnaíba, no dia 02 de março de 1773, conforme está registrado na lápide da Matriz da Catedral de Nossa Senhora da Graça, onde ele está sepultado. Aos 12 anos de idade foi estudar em São Luís, capital do estado do Maranhão, por ser um centro melhor em educação e aos 15 anos deu continuidade aos seus estudos em Portugal, precisamente na cidade de Coimbra. Antes de retornar ao Brasil ele conheceu toda a Europa, fazendo muitas amizades e sendo sempre bem recebido por onde passava. De volta à sua terra natal, como oficial de Milícia preparou seu próprio exército e como amante da música encaminhou vários filhos de escravos para Portugal que ao retornarem como músicos formaram orquestra de salão e bandas, incentivados e apoiados por Simplício Dias. Em 1804, ele solicitou do Governador da Capitania de São José do Piauí, juntamente com outros comerciantes a criação de uma Alfândega para Parnaíba e o comércio direto com Portugal. Sendo criada apenas em 1817, por D.João VI, com o nome de Inspeção do Algodão.
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Homem rico e poderoso, possuidor de muitas terras e muitos escravos, amigo de D.Pedro, o que lhe levou a proclamar corajosamente a independência do Piauí, no dia 19 de outubro de 1822, atendendo e respeitando os ofícios de D.Pedro que queria a nomeação dos Deputados Provinciais para a Corte do Brasil. Assim, Simplício Dias, proclamou na Praça da Graça, no largo da Matriz de Nossa Senhora da Graça, a Independência do Brasil, no Piauí, apoiado nesse feito por uma comitiva de patriotas, entre os quais, Dr. João Cândido de Deus e Silva, José Francisco de Miranda Osório, Leonardo de Carvalho Castelo Branco, Joaquim Timóteo de Brito, Bernardo Antônio da Silva Henrique, Bernardo de Freitas Caldas, Manoel Antônio da Silva Henrique, Ângelo da Costa Rosal.
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Parnaíba, na época de Simplício Dias, cresceu economicamente e por isso e por tudo que foi dito e não dito para evitar delonga, a cidade rende homenagens ainda hoje, a esse grande homem, que faleceu há 180 anos, precisamente em 17 de setembro de 1829, dando o seu nome à Ponte que une Parnaíba a Ilha Grande de Santa Isabel, a escolas, e própria Academia de Ciências do Piauí lhe prestigia como Patrono da Cadeira 36.
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A ciência é para ser usada em beneficio do homem e essa é uma questão muito importante. Difundir o conhecimento de forma que os cientistas e quem a utilizem possa praticar a ciência do bem.
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Eis-me aqui caros, acadêmicos, senhores e senhoras, numa noite memorável, agradecida pela confiança que vocês me depositaram ao eleger-me ocupante da Cadeira de Simplício Dias. Pronta para honrar o compromisso ético e moral de bem dignificar o dever aqui assumido. Como professora e mestranda em educação estou cotidianamente, buscando conhecimentos e técnicas com o propósito de contribuir com informações ou deixar posto resultados e conclusões para serem usados qualitativamente, essa é a intenção.
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Na sociedade atual, era do conhecimento, marcada pela globalização, Skinner nos adverte que:
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"O poder do homem parece ter aumentado desproporcionalmente à sua sabedoria. Nunca esteve antes em melhor posição de construir um mundo sadio, alegre e produtivo; contudo, as coisas nunca pareceram tão difíceis."
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Cada cidadão tem sua parcela de responsabilidade no espaço que ocupa e os acadêmicos que fazem parte desta casa, detentores de poder, de capacidade, de sabedoria, têm a responsabilidade maior de incentivar a construção de um mundo sadio, sem as dificuldades que são impostas pelo egoísmo. Tenho certeza disso, porque honram os estatutos desta academia. É assim que me proponho como o mais novo membro dessa casa procurar corresponder aos votos que me foram concedidos e que me consagram imortal.
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Antes de concluir esta oratória, quero abordar a importância do trabalho conjunto e do diálogo entre os intelectuais, mesmo com aqueles que fazem parte de outras academias, mesmo quando enfocam objetivos diferentes. Ocupo a Cadeira número 28 da Academia Parnaibana de Letras e brevemente estarei tomando assento no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico da Parnaíba. Comprometo-me a ser o elo entre estas instituições se os nobres Acadêmicos assim me permitirem, porque entendo esse diálogo benéfico para a vida cultural do país.
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Minhas palavras finais são novamente de agradecimentos.  Agradeço especialmente a Herculano Moraes, o jornalista, poeta e escritor, o caçador de talentos, o homem de visão, que percorre todo o nosso estado, difundido a cultura, criando academias, e que como um passe de mágica o encontrei gratuitamente em meu caminho para me conduzir e me incentivar a continuar trilhando o mundo das letras, da pesquisa, da comunicação. Agradecimentos especiais dispenso ao Professor Dr. Luis de Sousa Santos Junior, Reitor Universidade Federal do Piauí, da qual sou ativa no quadro docente. Homem inteligente, competente, que arregaça as mangas, que trabalha e que me recebeu nesta casa, traçando o meu perfil e contanto minha história de uma forma tão calorosa. Nesta casa tenho amigos de profissão, como os professores universitários, Rômulo José Vieira, Pedro Leolpodino Ferreira Filho, Iveline de Melo Prado, Maria Nilza Oliveira de Carvalho, Fabiano de Cristo Rios Nogueira pessoas queridas que muito estimo. O Professor Dr. Jônathas Nunes foi Reitor da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, tempo em que fui professora e assessora técnica desta instituição de ensino superior e que nele muitas vezes me espelho pela sua sabedoria, na UESPI também tive o prazer de conviver com a competente professora Valdira de Caldas Brito Vieira, pessoa de inteligência privilegiada. Não posso deixar de mencionar neste instante o acadêmico Viriato Campelo que se destaca brilhantemente como médico sanitarista e o companheiro de Lions Clube, Gisleno Feitosa, homem solidário e médico renomado; fazem parte dessa Academia amigos, pessoas muito especiais como o engenheiro Cid Castro Dias, o perito Vital da Cunha Araújo, o economista Homero Castelo Branco, o Deputado Wilson Nunes Brandão, o proprietário do Colégio Pro Campos, Clementino Siqueira, o maestro Emmanuel Coelho Maciel, entre outros. Enfim agradeço a todos que agregam valores a essa casa e que não citei seus nomes porque somente hoje passaram a fazer parte do meu convívio. Estou certa, porém que laços de amizade surgirão, porque lutamos pelos mesmos ideais e temos os mesmos objetivos. Agradeço a generosa acolhida que me foi dispensada. Obrigada!
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Com a sensação de que ainda falta muito a dizer e que não agradeci o suficiente, sobretudo a Deus, concluo minhas palavras, envolvida pelas mais fortes das emoções que já vivenciei nos últimos tempos, invocando o escritor, pesquisador e conferencista, Louis Berlinguet, ao dizer:
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"No passado, o pequeno grupo de cientista que com grande dificuldade, examinaram as primeiras leis do nosso universo, estava circundado pela sociedade. Com a expansão do conhecimento, nas palavras de Pierre Fayard, houve uma revolução coperniciana que tende a fazer com que a ciência gire em torno do público, e não o contrário. Hoje, quer queiramos ou não, estamos todos envolvidos no nosso quotidiano pela ciência e pela tecnologia. Desse modo, é melhor tentar conquistá-las do que permanecer passivo face ao seu desenvolvimento