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terça-feira, abril 07, 2015

A SAÚDE EM PORTUGAL



Não faz sentido encarar mais um Dia Mundial da Saúde sem fazer um balanço do que se passa no sector, e especialmente se estamos a melhorar a qualidade dos serviços prestados, ou se pelo contrário estamos a descurar os cuidados de saúde dos portugueses.

Começando pelo número de camas de internamento nos hospitais públicos, temos uma clara diminuição das mesmas, em contraste com o aumento das dos hospitais privados.

Falando de qualidade temos que os internamentos no serviço público foram em 95% dos casos em enfermarias, já nos hospitais privados 61% dos internamentos foi feita em quartos privados.

No atendimento de situações urgentes houve uma ligeira diminuição no serviço público, que mesmo assim esteve com os serviços a rebentar pelas costuras em diversas épocas do ano, e um aumento significativo das urgências no sector privado que quase duplicou esse atendimento.

Se o número de centros de saúde pouco diminuiu, a verdade é que as urgências básicas e os serviços de atendimento permanente ou prolongado foram reduzidos em mais de 60%.

Sendo esta a situação actual, mesmo que em traços bem largos, podemos concluir facilmente que a situação está pior para os que mais necessitam do Serviço Nacional de Saúde devido à sua situação socioeconómica, para os que vivem longe dos grandes centros populacionais, para os mais idosos e para todos os que não podem pagar bons seguros de saúde.

Em termos práticos e numa linguagem simples, a grande maioria dos cidadãos está mais mal servida, os grandes grupos económicos detentores dos hospitais privados, e das companhias de seguros, prosperam à custa da saúde e do erário público por abandono por parte do Estado no investimento no sector, não garantindo assim a igualdade de direitos a todos os portugueses em termos de saúde. 

“É coisa preciosa, a saúde, e a única, em verdade, que merece que em sua procura empreguemos não apenas o tempo, o suor, a pena, os bens, mas até a própria vida; tanto mais que sem ela a vida acaba por tornar-se penosa e injusta.

Michel de Montaigne



sexta-feira, abril 18, 2014

COMO SACAR MAIS GUITO

Enquanto vamos lendo que as renováveis pesaram 58% na produção eléctrica em 2013, e que no 1º trimestre de 2014 o seu peso foi de 92%, também vamos sabendo que o preço da energia eléctrica não baixa e o défice tarifário também não.

Pode-se desvalorizar o peso das renováveis mas não se pode negligenciar a poupança de mais de 800 milhões de euros provenientes da importação de combustíveis fósseis, e 40 milhões em licenças de emissão de dióxido de carbono.

Se por um lado temos a EDP e a REN que arrecadaram lucros devido a estas poupanças, do outro temos os consumidores que pagam tudo como se as renováveis em nada tivessem contribuído para estes resultados.

É de salientar que o ministro Jorge Moreira da Silva, que detém a pasta do Ambiente e do Ordenamento do Território, é o mesmo que pretende agora taxar os sacos de plástico, para arrecadar mais uns cobres para o erário público, ainda que tenha deixado passar em branco os lucros fabulosos gerados pelo clima favorável que originou poupança reais para os produtores e distribuidores de energia eléctrica.


É sempre mais fácil taxar os pequenos, ou se quiserem os consumidores, do que os grandes, como é o caso da EDP e a REN, que por acaso são empresas estrangeiras…