Mostrar mensagens com a etiqueta Musança. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Musança. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, outubro 19, 2016

A GESTÃO DO PATRIMÓNIO

Achei interessante uma entrevista feita ionline ao empresário Álvaro Covões, a propósito da ideia da criação do Quartel da Cultura, a criar na Calçada da Ajuda no antigo quartel dos Lanceiros.

Embora seja evidente que estamos perante um empresário, que naturalmente vê oportunidades de realizar negócios lucrativos, enquanto eu não encaro a Cultura como fonte de lucro como primeira prioridade, na realidade vejo que existem alguns pontos em comum na opinião que temos quanto à falta de visão na obtenção de receitas, que tanta falta fazem à Cultura, para se afirmar como sector importante na economia nacional.

O espírito de “quintinhas” existente na nossa sociedade, e muito instalado no sector do Património, faz com que cada um defenda o seu quintal e não consiga encarar a colaboração como uma mais-valia. A colecção SEC gerou uma disputa fratricida e uma demissão, os Mirós foram parar ao Porto, e ninguém achou importante programar grandes exposições em diversas cidades com estas colecções, criando assim sinergias, porque apenas importa que fiquem à nossa guarda.

Imagine-se que o Palácio de Mafra celebra em 2017, 300 anos do lançamento da 1ª pedra, e que o Museu dos Coches tem alguns coches da embaixada ao Papa Clemente XI, enviada exactamente por D. João V, e que o Museu Nacional de Arte Antiga comprou recentemente um retrato de D. João V. Será que não é possível encontrar formas de fazer brilhar esta comemoração?

O Palácio da Vila de Sintra tem uma colecção impressionante de azulejos, o Museu Nacional do Azulejo tem azulejos de todo o tipo, e temos fábricas que reproduzem azulejos com os mesmos motivos, segundo as mesmas técnicas ou apenas com funções decorativas. Não será que podiam organizar uma exposição de que todos beneficiassem?

A DGPC e a ATL não podiam organizar encartes com mapas e fotos dos diversos museus e monumentos da grande Lisboa (zona de que falo), para distribuir no aeroporto, nos postos de turismo, em hotéis e rent-a-cars? E que tal fazer sinalética nas estradas com referência aos museus e monumentos?


Cooperação institucional, publicidade e divulgação, modernização da comunicação das instituições com os meios de comunicação social e com as redes sociais e envolvimento de todos, não só das chefias, seria um bom começo para encontrar caminhos para a saída do marasmo em que se vive