Houve quem classificasse os
protestos na Assembleia da República, e não só, como insultuosos por terem sido
usadas palavras como “mentiroso” ou ladrões”.
Os protestos contra determinadas
políticas não podem ser considerados contra apenas uma pessoa, mas sim contra
um conjunto (governo e maioria) que defendem e põem em prática essas políticas.
Os políticos, enquanto figuras
públicas, sabem bem que serão “julgados” na praça pública pelos restantes
cidadãos, pelo que disseram, pelo que prometeram e pelo que resulta dos seus
actos. É inevitável que isto aconteça e eles deviam ser os primeiros a sabê-lo,
e também a tirarem conclusões sobre as reacções populares.
Para mim tenho que não há nada de
pessoal nos protestos que temos visto, apenas existem razões de queixa por
parte dos cidadãos que vêem frustradas as suas justas expectativas, quebrados
os contratos que deviam ser invioláveis, por um conjunto de pessoas que se
apresentaram ao voto popular com determinadas promessas, que não estão a
cumprir, muito pelo contrário.
Quem semeia ventos colhe
tempestades, diz o povo, e os senhores políticos rezem para que as coisas
fiquem apenas por palavras, porque há formas bem piores de manifestar o
desagrado e a revolta que está bem patente por todo o lado.