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segunda-feira, setembro 13, 2021

O OVO DE COLOMBO

Num atelier de arquitectura estalou um discussão acesa sobre a a concepção dos WC's dum edifício destinado a albergar uma empresa de alta tecnologia.
 
Se numa zona onde se iria instalar a chefia da empresa a decisão tenha sido pacífica, já que cada escritório tinha a sua casa de banho, o mesmo não se podia dizer sobre o andar das salas de reunião, nem sobre os espaços amplos onde ficariam as secretárias dos funcionários e os espaços de refeição e de lazer.
 
A empresa emprega trabalhadores altamente qualificados e de diversos países, e portanto havia o cuidado de prever toda e qualquer situação.
 
Na preocupação do politicamente correcto a dúvida era a de estabelecer o número de cabines e de diferentes espaços para atender às diferentes tendências de género, por outro lado pontuavam os mais conservadores que indicavam apenas as duas opções tradicionais.
 
Depois de muita discussão e até alguma acrimónia entra em cena o director executivo da tal empresa de alta tecnologia, que ao ser consultado responde sem hesitar: façam uma casa de banho espaçosa em cada andar com várias cabines e que os urinóis fiquem numa zona mais resguardada. 
 
Era só a solução mais simples e também a mais adequada para a empresa...


 

quarta-feira, março 17, 2021

O DISCURSO INCLUSIVO

Tenho imensa dificuldade em aceitar o tal discurso inclusivo de que se fala, que não passa aliás dum discurso neutro que não apoio de modo nenhum por ser desumanizante. Talvez seja útil recuar um pouco e recordar a mudança de designação de empregado ou funcionário, que passou a ser substituída por colaborador, e isto na prática o que significou? Nada.

Considero que a existência de homens e mulheres é uma evidência que bem pode estar representada pelas duas palavras que os definem, e nada vejo de errado nisso. Quando se passa a fala de igualdade, sim sou a favor, nos direitos e nas obrigações, e isso é válido para todo o ser humano, mas existem diferenças entre homens e mulheres ao nível fisiológico, e isso é evidente, o que não sugere que se use uma só palavra para os classificar pois omitia-se essas diferenças.

Classificar de racista a afirmação de que temos seres humanos de diversas cores, é um disparate, pois é tentar negar a evidência, já lutar para que todos tenham os mesmos direitos e obrigações é absolutamente justo.

O português é uma língua muito rica e muitas vezes usam-se alguns termos aparentemente inocentes mas que no fundo são altamente discriminatórios, mas o mesmo se passa em todos os tipos de discurso, políticos, humorísticos ou de qualquer outra natureza.

A inclusão faz-se com a vontade de todas as partes, não se pode impor. É na escola, na família e em sociedade que se trabalha na inclusão, e é preciso que todos se queiram e saibam integrar, deixando de lado as trincheiras que cada vez mais se cavando, fruto de radicalismos que não nos levam a nenhum lado…  


 

terça-feira, outubro 06, 2020

A HIPOCRISIA DO PODER

Quando um funcionário duma empresa fica infectado, não tem o mesmo tratamento que um figurão, e os colegas não são todos avisados e testados, uma e outra vez com a maior brevidade. Claro que somos todos iguais, mas não completamente iguais.

Há focos de infecção em Lisboa e no Porto, confina-se o pessoal em casa, mas podem sai para tratar da saúde, fazer as compras essenciais, e, mais importante para ir trabalhar. Que importa que os transportes estejam cheios e que as paragens estejam à pinha, o país não pode parar. Não pode é passear, ir jantar fora ou ir ao futebol.

O Trump fica infectado por andar a negar a evidência, e recebe tratamentos em casa, vai para o hospital e é submetido, não aos tratamentos que recomendava, mas ao que existe de mais avançado e inovador. Quarentena, qual quarentena, sai para dar uma volta ao hospital de carro, volta para casa onde tem o que há de melhor na assistência à saúde, e ainda tem o topete de dizer para que os cidadãos “não tenham medo da doença”. Claro que nem todos têm direito aos mesmos cuidados de saúde, e por vontade do fulano nem deveriam ter direito sequer à protecção na doença.

Claro que somos todos iguais, mas uns são mesmo mais iguais do que os outros…


 

sábado, junho 13, 2020

OS IDIOTAS FOFOS


Vejo quase sempre o “Governo Sombra” que agora dá na SIC e até acho que é um programa interessante, leve e com algum humor à mistura o que é sempre agradável. Na noite passada um dos intervenientes, o Ricardo Araújo Pereira acabou por ter uma intervenção (apoiada pelos restantes) bastante infeliz, como os factos vieram a provar.

Na sua primeira intervenção, RAP referiu-se aos cartazes que continham a frase “polícia bom é polícia morto dizendo “quem acha e escreve num cartaz que polícia bom é um polícia morto, é um idiota, mas não é um criminoso, palavras e acções são coisas de natureza diferente, aquele cartaz não causou qualquer dano excepto na reputação de quem o escreveu. Liberdade de expressão implica que os outros digam coisas que nós não gostamos de ouvir “.

Pois é Ricardo (que não conheço pessoalmente), a minha opinião é diferente, e a frase em causa é inequivocamente um incitamento ao ódio, e independentemente da idiotice do seu autor (que também não conheço), deve ser condenada pela sociedade.

A sociedade deve condenar todas as mensagens de ódio, como as que apareceram nessa mesma noite em paredes da capital, e não é coerente condenar umas e desvalorizar outras, consoante a nossa simpatia por movimentos em que elas se tenham inserido. O mesmo é válido para com os vandalismos a estátuas existentes no espaço público.

Desvalorizar estes actos é simplesmente contribuir para que a desordem aumente e entre em descontrolo.

Lamento ser contra o politicamente correcto, mas é isto que penso sobre o que se passa.  


sábado, junho 02, 2018

AS MORADAS FALSAS E OUTRAS TRAPALHADAS


O caso das suspeitas de moradas falsas na escola que liderou o ranking nacional voltou a ser notícia e a Justiça parece já estar em campo para “castigar exemplarmente” quem tenha “aldrabado o sistema”, usando de artimanhas para conseguir matrículas para os filhos na escola que lhes parecia mais conveniente para um melhor aproveitamento.

Este caso está na berra e já existem medidas especiais para se evitarem estes comportamentos ilegais, por parte de pais que apenas desejam o melhor para os filhos.

Convém recordar que vários políticos mudam de residência quando são nomeados, e não para mais próximo do local onde prestam serviço à nação, e há mesmo quem dê uma morada onde, de facto, não residem, mas não consta que a Justiça tenha actuado exemplarmente, nem que tenha sido produzida qualquer instrução ou medida preventiva, para que estes actos não continuem a verificar-se.

Outra coisa vergonhosa a que estamos a assistir é que políticos, alguns com funções governativas, venham declarar desconhecer a lei, quando são apanhados em comportamentos incompatíveis com as funções que desempenham, o que não é admitido por parte de nenhum funcionário público, mesmo de modesta condição.

A Lei é igual para todos? A ver vamos, como soi dizer-se…



sexta-feira, maio 25, 2018

O DESCONHECIMENTO DA LEI

O ministro Siza Vieira terá sido acusado de incompatibilidades, e ao que se percebe elas existiram de facto. 

O governante, que por acaso até é advogado, afirmou que não sabia que estava em situação de incompatibilidade, e que logo que percebeu (ou foi informado), resolveu a situação regularizando assim a sua condição.

O próprio 1º ministro veio a terreiro defendendo o seu ministro, mas confirmou que houve uma situação de incompatibilidade durante algum tempo.

Todos sabemos que nenhum funcionário público pode alegar em sua defesa o desconhecimento da Lei, por isso é estranho que o senhor ministro o faça e que esse argumento seja aceitável, SÓ para pessoas com tão altas responsabilidades.


quarta-feira, outubro 04, 2017

GENTE ESPECIAL

Depois dos projectos PIN (potencial interesse nacional), agora temos os VER (visto especial de residência), demonstrando-se assim que a burocracia atinge apenas alguns, porque haverá sempre quem esteja acima dos procedimentos normais, por uma qualquer razão, muito especial...


domingo, maio 07, 2017

CULTURA GERAL

Através do Expresso fiquei a saber que o ministro Santos Silva eliminou um teste de cultura geral, para a admissão na carreira diplomática, porque 94% das mulheres chumbaram no dito teste no último processo de admissão.

Consta que o referido teste era composto de 90 perguntas, e que era necessário acertar pelo menos 63 para ultrapassar o mínimo exigido para passar o teste. Desconheço qual o teor das perguntas, porque apenas algumas foram referidas no texto do semanário Expresso, mas calculo que não foram exclusivamente viradas para o futebol ou para os desportos motorizados, o que eventualmente poderia dar alguma vantagem para os concorrentes do sexo masculino.

Não havendo evidências do favorecimento dos candidatos do sexo masculino, e considerando que até existem mais licenciados do sexo feminino, não consigo compreender a razão de ter sido eliminado o teste de cultura geral, centrando-se agora a selecção nos testes de português, inglês e francês, sendo que este último nem tem carácter eliminatório.

Os candidatos, e falo de ambos os sexos, apresentam os seus currículos académicos, onde constam as suas habilitações nas referidas línguas, comprovadas por estabelecimentos de ensino credenciados para o efeito, pelo que estas provas são redundantes, já a cultura geral, que é um requisito essencial para a carreira diplomática, não é atestado por nenhuma faculdade, podendo apenas ser aferido por testes como o que foi abolido.


Depois das quotas, que já existem em muitos sectores, será que é necessário dar mais alguma vantagem às candidatas para o ingresso nesta carreira? Isto não é mais discriminatório do que a prova?

Nota: Não quero de modo nenhum desvalorizar os conhecimentos das mulheres, mas também não entendo que elas se conformem com o facto deste ministro as achar menos capazes do que os homens para resolver um qualquer teste de cultura geral.


segunda-feira, maio 02, 2016

O SUBSÍDIO DE ALIMENTAÇÃO



O subsídio de alimentação dos trabalhadores da função pública mantém-se há diversos anos no valor de 4.27€ por dia, e esse tem sido o valor de referência para a isenção de descontos para IRS e para a Segurança Social, também no sector privado.

O valor baixo do subsídio de alimentação no sector público deriva do facto de, no passado, existirem os refeitórios públicos, onde no passado eram fornecidas refeições para os funcionários com um valor que era o do subsídio auferido pelos funcionários. Os tempos mudaram, os refeitórios fecharam ou foram entregues a empresas privadas que sem investimento forneciam refeições, mas que já não o faziam aos mesmos preços, sem uma contribuição do Estado, o que levou ao encerramento desses espaços.

Os espaços que estavam reservados para os tais refeitórios públicos foram alugados, ou vendidos a terceiros, com dividendos para o Estado, mas os subsídios não foram actualizados de modo a serem compatíveis com o valor duma refeição digna, tomada fora de casa. Hoje são muito poucos os ministérios que têm refeitórios, especialmente na Administração Central.

Os senhores deputados, que têm acesso a um refeitório com todas as condições e qualidade superior, talvez desconheçam, ou façam por desconhecer esta realidade, mas podiam de vez em quando, pelo menos, vestir a pele dos outros trabalhadores que também prestam serviços para toda a comunidade.