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sábado, outubro 09, 2021

DEBATER SÓ O QUE ESTÁ NA BERRA

Tem estado na “berra” a discussão da nossa História, das navegações protagonizadas pelos portugueses e de tudo o que aconteceu até ao 25 de Abril de 1974.

É consensual que o História que aprendemos na escola foi sempre influenciada pelo poder político, que aumentou e glorificou o que quis, e demonizou aquilo que de algum modo podia afrontar a narrativa e a linha política que se pretendia impor. Isso foi e ainda é verdade, mas é sempre mais fácil e cómodo falar do passado.

Hoje tive a oportunidade de ler um extenso artigo sobre “O desconforto com as pinturas da sala de visitas da Assembleia”, no jornal Público, e senti que os pruridos da deputada Joacine estão um pouco deslocados, pois centraliza tudo em atacar gerações de portugueses que desde o século XII foram construindo e dirigindo uma nação, vivendo de acordo com os usos e costumes do mundo em que se inseriam, com defeitos e virtudes que são um apanágio do ser humano, só porque a deputada pretende fazer um julgamento dos seus actos à luz dos tempos em que vivemos.

Não sou contra que se coloquem legendas naquelas pinturas, o que aliás se devia fazer com todas as obras de arte, mas continuo a achar que é redutor levantar esse problema apenas para as obras de algum modo ligadas às descobertas e ao tempo da ditadura, como se só sobre essas pudessem existir coisas que devíamos dar a conhecer a todos.

Como agnóstico que sou, confesso que nunca me passou pela cabeça vir exigir ao Estado português que as pinturas e outras obras de arte de cariz religioso viessem a ser obrigadas a colocar legendas em tudo, de modo a ficar claro como a religião católica se comportou desde o início da sua constituição. Talvez pudessem contar as barbaridades praticadas desde Constantino, passando pela expansão marítima, pela Inquisição, e indo até aos casos de pedofilia dos nossos tempos.

A senhora deputada desconhece que na História há sempre duas visões sobre os acontecimentos em que houve confrontos entre povos, a dos vencedores e a dos vencidos, e não se pode impor a todos que tenham a mesma visão, porque certamente uns conseguiram algo que queriam e outros não, pelo menos nessa ocasião.

Para mim fica a ideia de que a deputada é portuguesa de nacionalidade mas continua agarrada ao passado e não consegue livrar-se dele, e quanto a isso nada se poderá fazer, porque é o futuro que queremos melhor, não o passado, que esse é imutável.

 

Francisco Rizi retratando um auto de fé na Plaza Mayor, Madrid, em 1680

Execução da poetisa protestante Anne Askew em 1546, em Londres, após tortura no potro.



 

sábado, janeiro 27, 2018

PATRIMÓNIO PRESENTE E FUTURO



Todos os anos assistimos aos anúncios eufóricos do aumento das visitas aos museus, palácios e monumentos portugueses e se os museus apresentam números mais modestos, os palácios sobem a parada e os monumentos arrasam com números muito superiores.

Sabemos que o aumento do número de turistas justifica o aumento do número de visitantes do nosso Património, mas desconhecemos qual o impacto real nas receitas, porque em alguns casos temos a gratuitidades que podem influenciar mais o aumento das entradas do que o aumento das receitas obtidas.

Outra incógnita prende-se com o investimento realizado nestes últimos anos, que podem ou não, estar relacionados com a atractividade dos diversos serviços. Se no caso do Castelo de S. Jorge temos bastante publicidade e o benefício da centralidade, e se nos monumentos de Sintra também temos boa publicidade, investimento elevado em renovação e conservação, no caso do Património dependente do Ministério da Cultura é tudo mais opaco e difícil de aferir, serviço a serviço.

O turismo não aumentará sempre e as crises são sempre imprevisíveis, e em tempos de quebra do turismo serão mais procurados os serviços mais conhecidos, mais bem cuidados e bem apetrechados. 

Em tempos de vacas gordas bem se podia aproveitar o aumento de receitas para investir em conservação, renovação, e modernização, o que não tem sido claro nos serviços sob alçada directa do Estado, apesar das promessas eleitorais dos partidos do governo e da oposição.



quinta-feira, setembro 15, 2016

PORTUGAL, TRABALHO, AMBIENTE E ECONOMIA

Economistas americanos afirmam que três dias de folga por semana ajudariam a salvar o planeta, e lembram o exemplo do estado do Utah, que praticou a semana dos quatro dias, na função pública, durante cerca de três anos com resultados visíveis, e só não continuou com isso porque o sector privado não acompanhou a medida e houve o choque inevitável, entre o sector público e o privado.

Na Suécia a jornada de trabalho foi reduzida das oito para as seis horas semanais, mantendo-se os salários dos trabalhadores, já lá vai um ano, e os resultados são positivos, segundo as autoridades suecas.

Por cá temos o economista João Duque que considera que ”seria uma má ideia para os povos mais desfavorecidos no mundo”, e vai ainda mais longe no seu comentário, “um americano de barriga cheia que está farto de poluição acha bem, mas a parte subdesenvolvida do mundo acha mal” recordando que as pessoas trabalham para “aumentar o seu bem-estar” e que o positivo que se colhe do trabalho é “superior ao negativo gerado pela poluição e desperdício”.

Perante tanta “intelijumência” de tão reputado economista, nem vale a pena recordar que a América é o exemplo acabado dum país capitalista, e que a Suécia é uma das sociedades com menos desigualdades e com mais direitos do mundo. Quanto ao factor ambiental só digo que ninguém quer ficar rico condenando o planeta e a humanidade a um verdadeiro holocausto, que acabará com a nossa espécie. Não posso deixar de salientar que com os avanços das tecnologias a redução do tempo de trabalho será inevitável, porque o desemprego em massa seria insustentável.


Lamento que o senhor professor, e economista, tenha vistas tão curtas, bem como lamento que os nossos ambientalistas sejam tão pouco coerentes com os princípios que dizem defender…


domingo, outubro 25, 2015

FUTURO ANUNCIADO

Com uma moção de censura à porta e chegada a altura de pensar na vida, um certo roedor da nossa praça prepara-se para uma nova vida no mundo do espectáculo, voltando assim ao passado... 


terça-feira, junho 17, 2014

ESTE PAÍS JÁ SÓ É PARA VELHOS

Para quem diz que o país está melhor e que a troika se foi embora, permitindo que tomemos o nosso destino nas nossas mãos, aqui fica mais um número que devia fazer pensar: o “país perdeu 60 mil pessoas em 2013”.

Segundo as estatísticas oficiais Portugal perde população desde pelo menos 2010, facto que devia preocupar as autoridades, tanto mais que se sabe que foram quase 130 mil os que escolheram emigrar em 2013, o que conjugado com os outros números nos diz claramente que o país envelhece a passos largos, o que será insustentável a muito curto prazo.


Quando os políticos com responsabilidades governativas não se mostram altamente preocupados com a situação, então devem ser os cidadãos a ficar preocupados com a indiferença governamental, e a ineficácia de quem devia fazer alguma coisa para estancar esta hemorragia populacional.


quinta-feira, dezembro 29, 2011

ENQUANTO NÃO DÓI A SÉRIO

Por esta altura os portugueses ainda andam ocupados com as os festejos da passagem do ano, com a ementa do jantar, ou com o almoço do dia de Ano Novo, por isso o governo vai aproveitando para carregar um pouco mais a lista dos sacrifícios para 2012, sem que o pessoal se aperceba.

A comunicação social também não está muito virada para análises profundas, como balanços do ano que está a findar ou previsões sobre o ano que vai começar, porque não há jornalismo de investigação e também eles se acham com direito a aproveitar as festas.

As notícias são interessantíssimas, como por exemplo as bandalheiras da Casa dos Segredos”, a placa do Largo José Sócrates, ou que Richard Nixon era homossexual.

Para 2012 não será com anestesias destas que os portugueses deixarão de sentir as dificuldades que já se perfilam, porque no final dos salários sobrará ainda mês, e o futuro de jovens e menos jovens tornar-se-á cada vez mais cinzento à medida que aumenta o desemprego e diminui a protecção social.

Por cá (e por agora) tudo como dantes, no quartel de Abrantes!


segunda-feira, janeiro 19, 2009

A ACTUALIDADE

Enquanto por cá assistimos a mais uma greve dos professores, que parece ser a única maneira de se conseguir alguma atenção por parte do Governo, que teima em não recuar e encontrar consensos, na Palestina começou o recuo das tropas israelitas, depois da morte de centenas de inocentes imolados pela teimosia de dirigentes pouco sensatos.


Com as movimentações de Paulo Portas e de José Sócrates no passado fim-de-semana, e os seus discursos inflamados, que poluíram literalmente os serviços noticiosos, fiquei com a sensação de que o pensamento de esquerda predomina nestes senhores, ainda que um clame não ser nada de esquerda. A proximidade das eleições, influencia os discursos, mas após a votação tudo muda, e o contrário é sempre o mais provável, como aliás é apanágio da nossa classe política.


Um pouco por toda a Europa começa a desenhar-se o falhanço da injecção de dinheiros públicos na banca, sem serem criadas novas regras e novas formas de regulação, e a prova é a retracção nos créditos e a exigência de mais dinheiro porque as perdas são muito maiores do que aquilo que nos foi dito. Melhor dito, vamos colocar mais recursos nas mãos de quem “estoirou” com a economia, mantendo as regras que permitiram essa actuação lesiva para todos. Anda tudo doido!


Amanhã toma posse Obama como presidente dos EUA, um homem em que muitos depositam altas esperanças, mas que já teve o cuidado de vir dizer que vai defraudar alguns. Esperemos que saiba defender aquilo que transmitiu nos seus discursos.



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Imagens e Actualidade

(Imagens retiradas da Net)
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Humor - Os muitos "trabalhos" que esperam Obama
Damien Glez

Gary Brookins