Quase todos gostamos de animais,
alguns têm mesmo animais em suas casas, e tudo estaria muito bem se não
existissem umas quantas situações que complicam a nossa relação com alguns
animais.
Notícias como a da existência de
duas grandes matilhas de cães vadios em dois locais diferentes do Concelho de
Sintra, que já atacaram pessoas, deixam-nos incomodados. Quando se falam em
soluções a mais ouvida, da boca dos protecionistas é a da captura e
esterilização das fêmeas, o que resolve o problema a longo prazo (dizem) mas
que não descansa os residentes nas áreas, porque nem o cativeiro é equacionado.
Retive umas afirmações da
Provedora dos animais que me deixaram estupefacto, pois quando questionada
sobre a existência frequente de cães à solta nos jardins (o que não é
permitido) apenas diz que “é uma questão cultural” e que atira ainda para o ar
que “era importante que quando levam um animal para casa as pessoas tivessem
alguma formação, uma carta dos seus direitos e deveres”, o que parece muito
bem, mas a quem compete fazer essa formação, pode dizer-nos?
Fiquei também a saber que a
senhora Provedora não gosta particularmente das gaivotas, enquanto nutre uma
simpatia evidente pelos pombos. Afirmações como “ por mim, o abate de pombos
terminava agora”, e “qualquer morte de um animal (referia-se a pombos) só
porque é conveniente não é ética” deixam bem clara a sua opinião.
Falando da questão cultural, e
falo agora de Lisboa, todos sabemos que é proibido alimentar os pombos, mas nos
poucos locais onde isso está anunciado, não se informam quais são as coimas, e
não há quem fiscalize o cumprimento de tal norma. A senhora provedora podia
fazer bem mais.
Quem se preocupa com os animais e
está no poder, e há muita gente com esse tipo de preocupações, porque não
publicita melhor os direitos e os deveres dos proprietários dos animais, e das
populações em geral, no que toca à interacção com os animais?
Outra coisa que me deixa confuso
é que não se fale dos ratos, das cobras, das tartarugas, das iguanas, dos
papagaios, dos canários, e de muitos outros animais, aves e peixes que alguns
de nós temos em nossas casas. Tanta legislação acaba por ser confusa, quando
bastava um pouco de bom senso, para haver humanidade no tratamento dos animais,
e firmeza no combate de pestes e de comportamentos de risco envolvendo pessoas
e animais, porque no fundo, quem prevarica somos nós, os ditos humanos.