Quando foi me pedido que descrevesse sobre mim mesmo quinhentas palavras, na primeira pessoa usando o presente do indicativo, no início achei até simples mas pensando profundamente no assunto comecei a ficar aflita até mesmo apreensiva.
Enquanto eu pensava sobre a minha resposta a esta tarefa, me dei conta de que há três aspectos muito diferentes de mim, mesmo que eu poderia descrever.
Decidi então descrever, com o máximo de sinceridade, todos os três "eus" que conheci até hoje.
Esses eus formam o que eu vou chamar de de paisagens de mim mesma, paisagem que estou me empenhando em transformar. Que estou decidido a transformar
A paisagem de quem somos muda de aparência dependendo de quem somo, da nossa posição na vida e de como escolhemos nos apresentar.
Em primeiro lugar há o "eu" que costuma aparecer nos durante momentos como este.
O eu que eu quero que os outros vejam .Este é o "eu" de montanhas majestosas e prados verdejantes.Este é o eu de força e poder e o eu das grandes realiazações educacionais e profissionais, da capacidade de liderança e da comprovada dedicação aos outros. Este é o público: o eu em que eu me empenho em me agarrar.
Em seguida há o eu que não quer ser revelado. O eu que quer se esconder, trata-se da paisagem da fraqueza, há muitos vales e poucos picos nesse eu, ele inclui o que eu penso e acredito secretamente a meu respeito.Este é o eu que eu não compartilho com os outros.É o eu com quem viajo nos momentos de tristeza, do medo, nos momentos em que me sinto sem valor e sem esperança, Entretanto, sou capaz de reconhecer que este eu pode me ajudar a aprender com meus erros e falhas e crescer.
Na paisagem desse eu, a topografia inclui locais como o "pântano da auto- enganação", que transborda com falta de sinceridade, que se encobre com a neblina do egoísmo e que fede com o mau cheiro do narcisismo.
Aqui as serpentes venenosas da proscrastinação, preguiça e da falta de disciplina procriam livremente, com frequência,ameaças de me comer viva.
Perto dali encontra-se o" vale da insegurança". Este vale é pontilhado das imensas rochas do temor, formados pelo medo de fracassar e por seixos de incerteza. O solo é árido devido as longas secas da vergonha e da culpa. Nada cresce nesse vale.Ele é coberto pelas ervas daninhas da limitação e da escasses.
O deserto da ira cerca o vale da insegurança.Ele é aquecido pelo implacável sol do ódio e do ressentimento,que dão origem aos ventos quentes da resistência, da desobidiência,da competitividade e da arrogância,Esses ventos criam tempestades de areia de ciúme, maldade e inveja.
Há lugares nessa paisagem que não podem ser vistos por quem olha, São as cavernas e grutas subterrâneas do "não sou bom o bastante"e não "mereço" o que é bom que percorrer o terreno por baixo dos pântano, do vales e do deserto.Essas cavernas estão por baixo de todas as cenas autodestrutivas só recentemente fui descobrir o quão profundamente essas cavernas e grutas recortam a minha vida. E foi a esses alicerces que eu me apeguei para construir minha vida.Até hoje.
Durante esse trabalho, achei muito interessante verificar que, embora eu seja capaz de identificar os meus pontos fracos com imenso detalhe, sinto dificuldade em apontar os meus pontos fortes,Existe, no entanto, um terceiro ambiente nessa paisagem do eu.
Não é novo, embora se trate de um local que estou apenas começando a conhecer e aceitar.
Nessa terceira paisagem viceja um cenário lindo e inspirador, cenas de sonhos e inspiração.
Para mim, é um local novo, porque chafurdei tempo demais no pântano do auto -engano,visitei a gruta '" do não sou bom o bastante com excessiva tanta frequencia, aliás que perdi de vista o meu direito de sonhar e de aspirar aos meus objetivos que criei pra mim.
Agora me vejo no meio desse novo território, tendo sonhos alegres, dedicando-me a realizar-los.Vejo o sol iluminando as colinas verdejantes da esperança, vejo praias com areias alvas da confiança, jardins de amor próprio e montanhas de fé na minha capacidade.
Nesse novo local de sonhos, eu canto e danço deliciando-me visito lugares onde reina uma paz de tirar o fôlego, enquanto caminho por um planeta e riquezas abundantes converso com Deus em silencio.
Eu agora me vejo aprendendo coisas novas, ensinando coisas novas criando objetivos de rara beleza, amando e sendo amada apaixonadamente.
Mas acima de eu me vejo na paisagem da felicidade.Eu apenas sou como sou,
Vejo -me como professor, de um eu novo e verdadeiro.
Sou mestre disposto a dar apoio aos que buscam conectar-se com Deus.
A medida que aprendo e que ensino a mim mesmo, terei o que compartilhar com os outros.Ensinarei o processo inscrito no coração de acordo com o que aprendi em minhas andanças pelo deserto, pelo pântano, e pela gruta, até vir descasar na praia da entrega. nos jardins dos sonhos.
Não é incrível termos que percorrer tantos lugares sombrios para encontrar a luz que sempre tivemos? Eu fugi de quem sou e voltei a me encontrar enquanto tentava ajudar os outros. Agora vejo-me com mais clareza, dedico-me a usar o que Deus me deu para atingir o que desejo e me ofereço ao bem desse planeta a isso eu me dedico.
Me identifiquei muito, li esse livro faz uns dez anos, espero que as ajude também.
Bjos carinhosos!
Extraído do livro : A vida vai dar certo pra mim.
Autora: Iyanla Vanzant