segunda-feira, dezembro 17, 2012

Receita de Ano Novo




“Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.”
Para você ganhar um Ano Novo, primeiro é preciso entender a SAUDADE...
De um perfume, das luzes, certas músicas, algumas manias, daquela voz, das confidências, de boas risadas... do final do dia onde a estafa era rapidamente substituída pela cumplicidade ao desbravar a juventude...
É preciso aprender a enxergar a saudade, a sentir a saudade e mostrar a ela que suas visitas têm dia e hora marcada!
Quantas lembranças nos vêm a mente quando encontramos um vestido velho, um bilhetinho esquecido dentro de uma gaveta ou até em uma fotografia onde tudo, pode sim – pelo menos ali – ser eterno?!
A vida nos endurece!
Será pela existência dos contos de fadas nas fábulas ou pela ausência deles na realidade?
O certo é que o “para sempre” de uma amizade, um amor, só se eterniza nas ‘fotografias’ NÃO rasgadas, NÃO excluídas e ainda VIVAS em nossos corações – por mais que a boca e os sentimentos se calem.
Horas, dias, meses, anos... tudo muda!
Nós mudamos, portanto é preciso aceitar as transformações e, se possível, reciclar-se com frequência.
Nada é igual: reviver o passado jamais seria como antes!
Para ganhar um Ano Novo é simples: basta que o NOVO... seja, simplesmente, NOVO!

“Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.”

quinta-feira, maio 24, 2012

Nosso tempo




O engraçado é que quando acreditamos piamente em algo que idealizamos, mesmo que demore e/ou aconteça de forma um pouco diferente, um dia há de se concretizar... Depende de nós e dos conceitos que carregamos na bagagem.
Quando criança, 'ser gente grande' parece incrível. A concepção que temos nesta fase é que podemos tudo, somos capazes de conquistar o impossível. 
Quando adolescentes corremos, desesperadamente, atrás daquilo que necessitamos, almejamos, ansiamos.
Ah, mas em seguida vem a maturidade... 
Não, não a maturidade da alma, aquela de experiências acumuladas... Falo da maturidade física, do ser adulto pela idade. 
Essa é a pior... decepção atrás de frustração!
O que fazer?
Pirraça? 
Para quem?
Daí existem duas opções: lutar ou acomodar...
... Acomodar é tão cômodo, não?
Só tem um 'porém': quando o cômodo azeda, começa a incomodar!
Será que já é tarde? Dá tempo de mudar as coisas?
Então você olha ao redor: muitas, diversas, várias, inúmeras oportunidades...
São tantas, não? Lidar com um espaço amostral mais delimitado é sempre mais fácil. Ou 'é' ou 'é'! Não tem para onde fugir. É levantar a cabeça e encarar. 
Quando há um número considerável de alternativas a gente acaba optando por NENHUMA DELAS! Desvaloriza a sorte, a capacidade... desvaloriza a coragem!
E quando falta-nos força para seguir, buscar, recomeçar, lutar... é preciso que nos reste o mais importante: FÉ! Fé para manter-nos vivos, literalmente. Fé para acreditarmos cegamente... por mais tantas e tantas vezes em que a passividade atingir nossos sonhos.
"Esse é tempo de partido, tempo de homens partidos."

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