Lei Complementar 192 2024 LOTCEPB

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DOE, Nesta Data T4 / 0 5 ISLOÂ/j
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ESTADO DA PARAÍBA Gerência Executiva de Registro de Ates e
Leaislacão da Casa Civil do Governado-
LEI COMPLEMENTAR N° 1 9 & DE i 3 DE MAIO DE 2024.
AUTORIA: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Institui a Lei Orgânica do Tribunal


de Contas do Estado da Paraíba e dá
outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:

Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono


a seguinte Lei:

Art. Io Fica criada a Lei Orgânica do Tribunal de Contas


do Estado, a qual passa a vigorar com a seguinte redação.

TÍTULO I
DA NATUREZA, COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO

CAPÍTULO I
DA NATUREZA E COMPETÊNCIA

Art. 2o Ao Tribunal de Contas do Estado, órgão de


controle externo, compete, nos termos das Constituições Federal e Estadual e na
forma estabelecida nesta lei:

I - apreciar as contas de governo prestadas anualmente


pelo Governador do Estado e pelos Prefeitos Municipais, mediante parecer
prévio;
II - julgar as contas de gestão dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos
poderes do Estado e dos Municípios e das entidades de suas respectivas .
administrações indiretas, incluídas as fundações e sociedades instituídas e \
mantidas pelo poder público estadual ou municipal, bem como as contas Ç j
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ESTADO DA PARAÍBA

daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que


resulte dano ao erário;
III - proceder, por iniciativa própria ou por solicitação da
Assembléia Legislativa, de Comissão Técnica ou Parlamentar de Inquérito à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das
unidades dos poderes do Estado e das suas entidades referidas no inciso anterior;
IV - proceder, por iniciativa própria ou por solicitação de
Câmara Municipal, de Comissão Técnica ou Parlamentar de Inquérito à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das
unidades dos poderes municipais e das suas entidades referidas no inciso II;
V - acompanhar a execução orçamentária a cargo das
entidades a que se referem os incisos I e II, mediante registros, inspeções,
auditorias e outros meios previstos no Regimento Interno;
VI - apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida
no Regimento Interno, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, nos órgãos referidos nos incisos I e II, estaduais e municipais, excetuadas
as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a legalidade
das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
VII - fiscalizar os procedimentos de seleção de pessoal,
inclusive os editais de concurso público;
VIII - representar ao poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados, indicando o ato inquinado e definindo
responsabilidades;
IX - aplicar aos responsáveis as sanções previstas nesta
lei e na legislação subsidiária;
X - responder a consultas formuladas por autoridades
com petentes, versando sobre dúvidas na aplicação de dispositivos legais e
regulamentares concernentes à matéria de competência do Tribunal, na forma
estabelecida no Regimento Interno;
XI - decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, na forma prevista
nesta lei;
XII - elaborar e alterar seu Regimento Interno;
XIII - eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar-
lhes posse;
XIV - conceder licença, férias e outros afast
Conselheiros, aos Conselheiros Substitutos e aos membros do Ministério
Público de Contas, dependendo de inspeção por junta médica a licença para
tratamento de saúde por prazo superior a seis meses;

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ESTADO DA PARAÍBA

XV - propor à Assembléia Legislativa a fixação de


vencimentos dos Conselheiros, dos Conselheiros Substitutos e dos membros do
Ministério Público de Contas;
XVI - organizar seus serviços, na forma estabelecida no
Regimento Interno, e prover-lhes os cargos e empregos, observada a legislação
pertinente;
XVII - propor à Assembléia Legislativa a criação,
transformação e extinção de cargos, empregos e funções do seu Quadro de
Pessoal bem como a fixação da respectiva remuneração;
XVIII - celebrar Pacto de Adequação de Conduta
Técnico-Operacional - PACTO, nos termos do Regimento Interno.

§ I o No julgamento de contas e na fiscalização que lhe


compete, o Tribunal levará em consideração, entre outros aspectos, a legalidade,
a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão e das despesas deles
decorrentes, bem como a aplicação de subvenções e a renúncia de receitas.

§ 2o Em caso de omissão no dever de prestar contas, o


Tribunal instaurará processo de Tomada de Contas Especial, não mais
recebendo a Prestação de Contas Anual.

§ 3o A resposta às consultas previstas no inciso X deste


artigo terá caráter normativo e constituirá prejulgamento de tese, mas não de
fato ou caso concreto.

§ 4o São elementos essenciais da decisão do Tribunal:

I —o relatório, em que constará o registro das principais


ocorrências do processo;
II - os fundamentos, em que serão analisadas as questões
de fato e de direito;
III - o dispositivo, que conterá a parte conclusiva da
decisão.

Art. 3o Para o desempenho de sua competência, o


Tribunal receberá o rol atualizado de responsáveis pelos respectivos Poderes,
órgãos e entidades jurisdicionadas, inclusive os documentos ou as informações
que considerar necessários, na forma estabelecida no Regimento Interno.

Art. 4o Ao Tribunal de Contas do Estado, no âmbito de


sua jurisdição e competência, assiste o poder regulamentar, podendo expedir
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ESTADO DA PARAÍBA

atos normativos acerca de matérias de suas atribuições e sobre a organização dos


processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob
pena de responsabilidade.

Art. 5o O Tribunal, visando a regularizar atos e


procedimentos, poderá firmar Pacto de Adequação de Conduta Técnico-
Operacional - PACTO com os Poderes, órgãos ou entidades sujeitos à sua
jurisdição, mediante proposta do Presidente, dos relatores ou do Ministério
Público de Contas, submetido à aprovação do Tribunal Pleno, nos termos do
Regimento Interno.

CAPÍTULO II
DA JURISDIÇÃO

Art. 6o O Tribunal de Contas do Estado tem jurisdição


própria e privativa sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência.

Art. 7o A jurisdição do Tribunal abrange:

I - qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores
públicos pertencentes ou sob a responsabilidade do Estado e dos Municípios;
II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte dano ao erário estadual ou municipal;
III - os dirigentes ou liquidantes das empresas
encampadas ou sob intervenção ou que, de qualquer modo, venham a integrar,
provisória ou perm anentem ente, o patrim ônio do Estado ou de M unicípio ou de
outra entidade pública estadual ou municipal;
IV - os responsáveis por entidades dotadas de
personalidade jurídica de direito privado que recebam contribuições parafiscais
e prestem serviço de interesse público ou social;
V - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos
atos estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa disposição de lei;
VI - os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos
repassados pelo Estado ou pelo Município, mediante convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres;
VII - os sucessores, a qualquer título, inclusive os
inventariantes, dos administradores e responsáveis a que se refere este artigo,
observado o disposto no art. 5o, inciso XLV, da Constituição Federal;
ESTADO DA PARAÍBA

VIII - os representantes do Estado ou dos Municípios na


Assembléia Geral das suas respectivas empresas públicas e sociedades de
economia mista de cujo capital o Estado ou o Município participe,
solidariamente com os membros dos Conselhos Fiscal e de Administração, pela
prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas
sociedades;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou
privado, comprovadamente coniventes com quaisquer das pessoas referidas nos
incisos I e II do art. 2o desta lei, na prática de irregularidades de que resulte dano
ao erário.

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL

CAPÍTULO I
DA SEDE E COMPOSIÇÃO

Art. 8o O Tribunal de Contas do Estado tem sede em


João Pessoa e compõe-se de sete Conselheiros.

Art. 9o Os Conselheiros, em suas ausências e


impedimentos por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, serão
substituídos, mediante convocação do Presidente do Tribunal, pelos
Conselheiros Substitutos.

§ Io Os Conselheiros Substitutos serão também


convocados para substituir Conselheiros, para efeito de quórum .

§ 2o Em caso de vacância de cargo de Conselheiro, o


Presidente do Tribunal convocará Conselheiros Substitutos para exercer as
funções inerentes ao cargo vago, até novo provimento.

Art. 10. Funciona junto ao Tribunal de Contas do Estado


o Ministério Público, na forma estabelecida nos arts. 28 a 36 desta Lei.

Art. 11. O Tribunal de Contas do Estado disporá de


serviços para atender às atividades de apoio técnico e administrativo necessárias
ao exercício de sua competência.

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ESTADO DA PARAÍBA

CAPÍTULO II
DO TRIBUNAL PLENO E DAS CÂMARAS

Art. 12. O Tribunal Pleno, dirigido por seu Presidente, terá sua competência e
funcionamento regulados nesta Lei e no Regimento Interno.

Art. 13. O Tribunal de Contas do Estado divide-se em


Câmaras, mediante deliberação da maioria absoluta de seus Conselheiros
titulares.

§ I o Não será objeto de deliberação das Câmaras matéria


da competência privativa do Tribunal Pleno, a ser definida no Regimento
Interno.

§ 2o A competência, o número, a composição, a


presidência e o funcionamento das Câmaras serão regulados no Regimento
Interno.

Art. 14. O Regimento Interno fixará os períodos de


funcionamento das sessões do Tribunal Pleno e das Câmaras, as modalidades
das sessões e o recesso que entender conveniente, sem ocasionar a interrupção
de seus trabalhos.

Art. 15. As sessões do Tribunal Pleno e das Câmaras


poderão ser realizadas em ambiente eletrônico, no qual será admitida a
apreciação e o julgamento de processos submetidos ao Tribunal, nos termos
estabelecidos no Regimento Interno.

CAPÍTULO III
DO PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE

Art. 16. Os Conselheiros elegerão o Presidente e o Vice-


Presidente do Tribunal para mandato correspondente a dois anos, permitida a
reeleição apenas por um período de igual duração.

§ I o A eleição realizar-se-á em escrutínio secreto, na


segunda sessão ordinária do mês de dezembro, ou, em caso de vaga eventual, na
primeira sessão ordinária após sua ocorrência, exigida a presença de, pelo
menos, cinco Conselheiros titulares, inclusive o que presidir o ato.

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ESTADO DA PARAÍBA

§ 2o O Vice-Presidente substituirá o Presidente em suas


ausências ou impedimentos.

§ 3o Na ausência ou impedimento do Vice-Presidente, o


Presidente será substituído pelo Conselheiro mais antigo em exercício no cargo.

§ 4o O eleito para a vaga que ocorrer antes do término do


mandato exercerá o cargo no período restante.

§ 5o Não se procederá à nova eleição se a vaga ocorrer


dentro dos sessenta dias anteriores ao término do mandato.

§6° A eleição do Presidente precederá a do Vice-


Presidente.

§ 7o Considerar-se-á eleito o Conselheiro que obtiver a


maioria dos votos e, não alcançada esta, proceder-se-á a novo escrutínio entre os
dois mais votados, decidindo-se afinal entre esses, pela antiguidade no cargo de
Conselheiro do Tribunal, caso nenhum consiga a maioria dos votos.

§ 8o Somente os Conselheiros titulares, ainda que em


gozo de licença, férias, ou ausentes com causa justificada, poderão tomar parte
nas eleições, na forma estabelecida no Regimento Interno.

Art. 17. Compete ao Presidente do Tribunal, respeitadas


as disposições do Regimento Interno:

I - dirigir o Tribunal;
II - dar posse aos Conselheiros, aos Conselheiros
Substitutos e aos membros do Ministério Público de Contas, na forma
estabelecida no Regimento Interno;
III - expedir atos de nomeação, designação, exoneração e
outros atos relativos a servidores do Tribunal, os quais serão publicados no
Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas;
IV - diretamente ou por delegação, movimentar as
dotações e os créditos orçamentários próprios e praticar os atos de administração
financeira, orçamentária e patrimonial necessários ao funcionamento do
Tribunal.

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ESTADO DA PARAÍBA

CAPÍTULO IV
DA CORREGEDORIA, OUVIDORIA E ESCOLA DE CONTAS

Art. 18. Os Conselheiros Corregedor, Ouvidor e


Coordenador da Escola de Contas serão eleitos pelo Tribunal Pleno na mesma
sessão em que forem eleitos o Presidente e o Vice-Presidente, segundo os
critérios estabelecidos para a eleição destes.

Art. 19. A Corregedoria é órgão de controle, que tem por


atribuição orientar, fiscalizar e regular o atendimento dos princípios
constitucionais e do ordenamento jurídico relativo à celeridade na tramitação
dos processos e à apuração de irregularidades cometidas pelos membros e
servidores do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, quando do exercício das
funções públicas, em especial nos aspectos de ordem disciplinar, cujas
atribuições serão definidas no Regimento Interno.

Art. 20. A Ouvidoria é órgão responsável por


intermediar as relações entre os cidadãos e o Tribunal de Contas do Estado da
Paraíba, na busca da participação social quanto às reclamações, solicitações,
denúncias, sugestões e elogios relativos às políticas e aos serviços prestados
pelos jurisdicionados, com vistas ao aprimoramento da gestão pública, cujas
atribuições serão definidas no Regimento Interno.

Art. 21. A Escola de Contas Conselheiro Otacílio


Silveira - ECOSIL é destinada ao desenvolvimento de estudos relacionados às
técnicas de controle da Administração Pública, ao planejamento e execução de
ações de capacitação e aperfeiçoamento dos membros e servidores do Tribunal
de C ontas do Estado da Paraíba, bem com o dos sei'vidores dos poderes, órgãos e
entidades jurisdicionadas, cujas atribuições serão definidas no Regimento
Interno.

CAPÍTULO V
DOS CONSELHEIROS

Art. 22. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do


Estado serão nomeados dentre os brasileiros que satisfaçam os seguintes
requisitos:

I - ter mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de


idade;
ESTADO DA PARAÍBA

II - idoneidade moral e reputação ilibada;


III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - contar mais de dez anos de exercício de função ou de
efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
anterior.

Art. 23. Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão as


mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado e somente poderão
aposentar-se com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido efetivamente
por mais de cinco anos.

Parágrafo único. Os Conselheiros do Tribunal gozarão


das seguintes garantias e prerrogativas:

I - vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por


sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade;
III - irredutibilidade de vencimentos;
IV - aposentadoria, nos termos da Constituição Federal.

Art. 24. É vedado ao Conselheiro do Tribunal de Contas


do Estado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou


função, salvo uma de magistério;
II - exercer cargo técnico ou de direção de sociedade
civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de
associação de classe, sem remuneração;
III - exercer comissão remunerada ou não, inclusive em
órgãos de controle da administração direta ou indireta, ou em concessionárias de
serviço público;
IV - exercer profissão liberal, emprego particular,
comércio, ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista ou cotista
sem ingerência;
V - celebrar contrato com pessoa jurídica de direito
público, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação, sociedade
instituída e mantida pelo poder público ou empresa concessionária de serviço
público, salvo quando o contrato obedecer a normas uniformes para todo e
qualquer contratante;
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ESTADO DA PARAÍBA

VI - dedicar-se à atividade político-partidária.

CAPÍTULO VI
DOS CONSELHEIROS SUBSTITUTOS

Art. 25. Os Conselheiros Substitutos, em número de


quatro, serão nomeados pelo Governador do Estado, dentre os cidadãos que
satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de Conselheiro do Tribunal de
Contas do Estado, mediante concurso público de provas e títulos, observada a
ordem de classificação.

Art. 26. O Conselheiro Substituto, quando em


substituição a Conselheiro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular
e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz da mais
elevada entrância.

Parágrafo único. O Conselheiro Substituto, quando não


convocado para substituir Conselheiro, presidirá a instrução dos processos que
lhe forem distribuídos, relatando-os com proposta de decisão a ser votada pelos
integrantes do Tribunal Pleno ou da Câmara a que estiver vinculado.

Art. 27. O Conselheiro Substituto, depois de empossado,


só perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado.

Parágrafo único. Aplicam-se ao Conselheiro Substituto


as vedações e restrições previstas no art. 24 desta Lei.

CAPÍTULO VII
DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

Art. 28. O Ministério Público de Contas é instituição


permanente, essencial à atividade de controle externo da administração pública,
com atuação junto ao Tribunal de Contas do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses indisponíveis e da fiel
observância da Constituição e das leis.

Parágrafo único. São princípios institucionais do


Ministério Público de Contas a unidade, a indivisibilidade e a independência
funcional.

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ESTADO DA PARAÍBA

Art. 29. O Ministério Público de Contas, composto por


sete Procuradores de Contas, compreende os seguintes órgãos:

I - Procuradoria-Geral de Contas;
II - Colégio de Procuradores;
III - Subprocuradorias-Gerais;
IV - Corregedoria;
V - Ouvidoria;
VI - Procuradorias.

§ I o O Ministério Público de Contas será chefiado pelo


Procurador-Geral, que terá assento no Tribunal Pleno, com o auxílio de dois
Subprocuradores-Gerais, que terão assento nas Câmaras.

§ 2o Os cargos definidos no parágrafo anterior serão


providos por Procuradores do Ministério Público de Contas, todos com mandato
de dois anos, renovável uma vez por igual período, cabendo ao Governador do
Estado nomear o Procurador-Geral e ao Presidente do Tribunal a nomeação dos
Subprocuradores-Gerais.

§ 3o A escolha do Procurador-Geral será feita com base


em lista tríplice elaborada pelos membros do Ministério Público de Contas, em
sessão presidida pelo Conselheiro Presidente do Tribunal de Contas e por este
convocada, no prazo de até trinta (30) dias antes do término do mandato do
Procurador-Geral.

§ 4o A nom eação dos Subprocuradores-G erais será feita


dentre os dois Procuradores remanescentes da lista tríplice citada no parágrafo
anterior.

§ 5o A lista tríplice será composta por Procuradores


escolhidos pelo voto secreto dos membros do Ministério Público de Contas.

§ 6o Em caso de vacância e em suas ausências e


impedimentos por motivos de licença, férias ou outro afastamento legal, o
Procurador-Geral será substituído por um dos Subprocuradores-Gerais e estes,
em sua ausência, pelos Procuradores, observada, em ambos os casos, a ordem de
antiguidade no cargo ou a maior idade, no caso de idêntica antiguidade, fazendo
jus o substituto, durante a substituição, à remuneração do cargo exercido.

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ESTADO DA PARAÍBA

§ 7o As posses do Procurador-Geral e dos


Subprocuradores-Gerais ocorrerão perante o Colégio de Procuradores, em
sessão plenária presidida pelo Presidente do Tribunal de Contas,

Art. 30. Compete ao Ministério Público de Contas, além


de outras estabelecidas no Regimento Interno do Tribunal, as seguintes
atribuições:

I - promover a defesa da ordem jurídica, requerendo,


perante o Tribunal de Contas do Estado, as medidas de interesse da Justiça, da
Administração e do erário;
II - comparecer às sessões do Tribunal e se manifestar,
verbalmente ou por escrito, nos processos relacionados à atuação finalística do
Tribunal;
III - promover junto à Procuradoria-Geral do Estado ou,
conforme o caso, perante os dirigentes das entidades jurisdicionadas do Tribunal
de Contas do Estado, as medidas que forem de competência dessas autoridades,
remetendo-lhes a documentação e instruções necessárias;
IV - requisitar informações, documentos e processos
junto às autoridades estaduais e municipais, bem como junto às pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos sujeitos à fiscalização do
Tribunal de Contas do Estado ou que recebam auxílios ou subvenção da
Administração Pública, com o objetivo de subsidiar o exercício de suas
atribuições.

Art. 31. A totalidade dos membros do Ministério Público


de Contas compõe o Colégio de Procuradores, órgão administrativo e
deliberativo m áxim o, presidido pelo Procurador-G eral.

Parágrafo único. Cabe ao Colégio de Procuradores,


dentre outras atribuições, disciplinar aspectos inerentes ao Ministério Público de
Contas, bem como aprovar e modificar o seu regimento interno, observados a
Lei Orgânica e o Regimento Interno do Tribunal de Contas.

Art. 32. A Corregedoria que integra a estrutura do


Ministério Público de Contas é órgão orientador e fiscalizador das atividades
funcionais e da conduta de seus membros, com atribuições estabelecidas no
Regimento Interno.

Art. 33. A Ouvidoria do Ministério Público de Contas é


órgão que tem por função elevar continuamente os padrões de transparência,
ESTADO DA PARAÍBA

presteza e segurança das atividades dos membros, órgãos e serviços auxiliares


da instituição com atribuições estabelecidas no Regimento Interno.

Art. 34. O Corregedor e o Ouvidor do Ministério Público


de Contas serão eleitos pelo Colégio de Procuradores e acumularão suas
atribuições com aquelas inerentes ao cargo de Procurador.

Art. 35. O Ministério Público de Contas contará com o


apoio administrativo e de pessoal do Tribunal.

Art. 36. Aos membros do Ministério Público de Contas


aplicam-se, subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei Orgânica do
Ministério Público Estadual pertinentes a direitos, garantias, prerrogativas,
vencimentos, vedações, regime disciplinar e forma de investidura.

CAPÍTULO VIII
DOS SERVIÇOS DO TRIBUNAL

Art. 37. O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba terá


a sua estrutura funcional estabelecida em lei.

Art. 38. São obrigações do servidor que exerce funções


específicas de controle externo no Tribunal de Contas do Estado:

I - manter, no desempenho de suas tarefas, atitude de


independência, serenidade e imparcialidade;
II - guardar sigilo sobre dados e inform ações obtidos em
decorrência do exercício de suas funções e pertinentes aos assuntos sob sua
fiscalização, utilizando-os, exclusivamente, para a elaboração de relatórios;
III - coordenar ou participar de diligência fora da sede de
trabalho e em qualquer ponto do País para que seja designado;
IV - eximir-se de prestar, concomitantemente, sob pena
de falta grave, serviços de qualquer natureza, exceto os casos previstos na
Constituição Federal, a pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou
privado sujeitas à jurisdição do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.

Parágrafo único. O impedimento de que trata o inciso IV


aplica-se, inclusive, a servidores em disponibilidade ou sob licença de qualquer
tipo.
ESTADO DA PARAÍBA

Art. 39. Ao servidor a que se refere o artigo anterior, no


desempenho de suas funções de controle externo, são asseguradas as seguintes
prerrogativas:

I - livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à


jurisdição do Tribunal de Contas do Estado;
II - acesso a todos os documentos e informações
necessários à realização de seu trabalho;
III - competência para requerer, nos termos do Regimento
Interno, aos responsáveis pelos órgãos e entidades objeto de inspeções e
auditorias, as informações e documentos necessários para instrução de processos
sob sua responsabilidade.

TÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO E DO JULGAMENTO

CAPÍTULO I
DA FISCALIZAÇÃO A CARGO DO TRIBUNAL

Seção I
Do Acompanhamento da Gestão

Art. 40. O Tribunal adotará medidas processuais para


fins de acompanhamento da gestão de seus jurisdicionados, por meio de
procedimentos rotineiros de fiscalização concomitante, incluindo a emissão de
alertas em caso de indícios de irregularidades, conforme regulamentação em
instrum ento específico.

Seção II
Das Contas das Administrações Estaduais

Art. 41. Ao Tribunal de Contas do Estado compete


apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, mediante
parecer prévio a ser elaborado em sessenta dias a contar do seu recebimento.

§ I o Para os fins deste artigo, o Poder Executivo


encaminhará balancetes ao Tribunal, no prazo e na forma estabelecidos em
normas específicas.
ESTADO DA PARAÍBA

§ 2o 0 atraso na remessa de balancetes mensais do


Estado ao Tribunal de Contas autoriza a determinação, às instituições
financeiras depositárias, enquanto persistir o atraso, de bloqueio da
movimentação das contas bancárias do Poder Executivo e das entidades de sua
administração indireta.

Art. 42. Às contas dos Poderes e órgãos estaduais aplica-


se, no que couber, o disposto nesta seção.

Seção III
Das Contas das Administrações Municipais

Art. 43. Aplicam-se aos Municípios as normas desta Lei,


no tocante à competência e à forma de fiscalização das unidades de suas
administrações direta e indireta.

§ I o Para habilitar o Tribunal a acompanhar e julgar suas


contas, os Municípios lhe enviarão balancetes ao Tribunal, no prazo e na forma
estabelecidos em normas específicas.

§ 2o O atraso na remessa de balancetes mensais do


Município ao Tribunal de Contas autoriza a determinação, às instituições
financeiras depositárias, enquanto persistir o atraso, de bloqueio da
movimentação das contas bancárias do Poder Executivo e das entidades de sua
administração indireta.

§ 3o Os balancetes de que trata o § Io deste artigo serão


disponibilizados em meio físico ou eletrônico também à Câmara Municipal até o
último dia útil do mês subsequente ao vencido.

§ 4o No caso do não cumprimento do previsto no


parágrafo anterior, a Câmara Municipal oficiará ao Tribunal de Contas do
Estado para que sejam adotadas medidas de que trata o § 2o deste artigo.

Art. 44. As contas anuais dos Prefeitos Municipais serão


apresentadas ao Tribunal até o dia 31 de março do exercício subsequente ao de
referência.
ESTADO DA PARAÍBA

Parágrafo único. O parecer prévio do Tribunal sobre as


contas anuais de governo só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal que deva apreciá-lo.

Seção IV
Da Fiscalização exercida por iniciativa da Assembléia Legislativa

Art. 45. Compete, ainda, ao Tribunal:

I - realizar, por iniciativa da Assembléia Legislativa, de


comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e nas entidades da administração
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder
público estadual;
II - prestar as informações solicitadas pela Assembléia
Legislativa, ou por suas comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de inspeções e
auditorias realizadas;
III - emitir pronunciamento conclusivo sobre matéria que
seja submetida à sua apreciação pela Comissão de Acompanhamento e Controle
da Execução Orçamentária da Assembléia Legislativa;
IV - auditar, por solicitação da Comissão a que se refere o
item anterior, ou comissão técnica da Assembléia Legislativa, projetos e
programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando os seus resultados
quanto à eficácia, eficiência e economicidade.

Seção V
Da Fiscalização dos Atos Relativos a Pessoal

Art. 46. De conformidade com o preceituado no art. 71,


III, da Constituição Federal e da Constituição Estadual, o Tribunal apreciará,
para fins de registro, os atos de:

I - admissão de pessoal, a qualquer


administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão;

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ESTADO DA PARAÍBA

II - concessão inicial de aposentadoria,


pensões, bem como de melhorias posteriores que tenham alterado o fundamento
legal do respectivo concessório inicial.

Art. 47, Os atos a que se refere o artigo anterior serão


apreciados pelo Tribunal na forma estabelecida no Regimento Interno.

Seção VI
Da Fiscalização de Atos, Contratos e Convênios

Art. 48. Para assegurar a eficácia do controle e para


instruir o julgamento das contas, o Tribunal efetuará fiscalização dos atos de que
resulte receita ou despesa, praticados pelos responsáveis sujeitos à sua
jurisdição, competindo-lhe, para tanto, em especial:

I - acompanhar, pela publicação no Diário Oficial do


Estado, ou por outro meio estabelecido no Regimento Interno:

a) a lei relativa ao plano plurianual, a lei de diretrizes


orçamentárias, a lei orçamentária anual e a abertura de créditos adicionais;
b) os editais de licitação, os contratos inclusive
administrativos, e os convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos
congêneres, bem como os atos referidos no art. 46 desta Lei.

II - realizar, por iniciativa própria, na forma estabelecida


no Regimento Interno, inspeções e auditorias de mesma natureza que as
previstas no inciso I do art. 45 desta Lei;
III - fiscalizar, na forma estabelecida no Regimento
Interno, a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado ou pelos
Municípios mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Município ou entidade privada.

Parágrafo único. O Tribunal comunicará às autoridades


competentes o resultado das inspeções e auditorias realizadas para adoção das
medidas saneadoras, das impropriedades e faltas identificadas.

Art. 49. Nenhum processo, documento ou informação


poderá ser sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou auditorias, sob qualquer
pretexto.

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ESTADO DA PARAÍBA

§ I o No caso de sonegação, o Tribunal assinará prazo


para apresentação dos documentos, informações e esclarecimentos necessários,
comunicando o fato à autoridade competente para adoção das medidas cabíveis.

§ 2o Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o


Tribunal aplicará multa, conforme
previsto no art. 100, inciso III e VI, desta Lei.

Art. 50. Ao proceder à fiscalização de que trata este


Capítulo, o relator ou o Tribunal:

I - determinará as providências estabelecidas no


Regimento Interno, quando não apurada qualquer irregularidade;
II - se verificar a ocorrência de irregularidade, expedirá
medida cautelar ou notificará o responsável, para, no prazo estabelecido no
Regimento Interno, apresentar justificativa ou defesa.

Art. 51. Ao exercer a fiscalização, se configurada a


ocorrência de desfalque, desvio de bens ou qualquer outra irregularidade de que
resulte dano ao erário, o Tribunal poderá formalizar processo apartado de
inspeção especial de contas.

CAPÍTULO II
DO JULGAMENTO DE CONTAS

Seção I
Da P restação e Tom ada de Contas

Art. 52. As prestações de contas de governo e de gestão,


instrumentos de verificação das regularidades dos mandatos e das ordenações
das despesas, serão anualmente apreciadas e julgadas pelo Tribunal, conforme o
caso, abrangendo todos os recursos dos órgãos ou entidades jurisdicionadas.

Parágrafo único. Diante da omissão no dever de prestar


contas, o Tribunal procederá à instauração de tomada de contas especial.

Art. 53. A autoridade competente, sob pena de


responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotar providências com vistas
à instauração da tomada de contas especial, no âmbito administrativo, para
ESTADO DA PARAÍBA

apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, nos


seguintes casos:

I - não comprovação da aplicação dos recursos repassados


pelo Estado ou Município;
II - ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiro, bens
ou valores públicos;
III - a prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico de que resulte dano ao erário.

§ I o O prazo máximo para conclusão da tomada de


contas especial, no âmbito administrativo, será de 90 (noventa) dias.

§ 2o O não atendimento ao disposto no caput deste artigo


poderá ensejar a abertura de inspeção especial de contas ou repercutir
negativamente na apreciação da prestação de contas da autoridade competente.

Art. 54. Cabe ao Tribunal de Contas disciplinar sobre a


instrução e os documentos que devam integrar a prestação ou tomada de contas,
assim como sobre os respectivos prazos

Seção II
Das Decisões em Processos de Prestação ou Tomada de Contas

Art. 55. A decisão em processo de prestação ou tomada


de contas pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.

§ I o Preliminar é a decisão pela qual o relator ou o


Tribunal, antes de se pronunciar quanto ao mérito das contas, determina o
sobrestamento do processo ou as medidas necessárias ao saneamento do
processo.

§ 2o Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal emite


parecer prévio acerca das contas de governo ou julga as contas de gestão.

§ 3o Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena


o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis.
ESTADO DA PARAÍBA

Art 56. O relator presidirá a instrução do processo,


determinando o sobrestamento ou as medidas necessárias ao saneamento do
feito, fixando os prazos, na forma do Regimento Interno.

Parágrafo único. O responsável que não atender à


citação será considerado revel pelo Tribunal, para todos os efeitos, podendo
intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se
encontrar.

Art. 57. Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a quitação


do débito atualizado monetariamente, até o julgamento inicial do processo,
afastará a respectiva irregularidade objeto do recolhimento.

Art. 58. As contas serão julgadas:

I - regulares, quando expressarem, de forma clara e


objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e
a economicidade dos atos de gestão do responsável;
II - regulares com ressalva, quando evidenciarem
impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte
dano ao erário;
III - irregulares, quando se evidenciar:

a) a prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo,


antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
b) o dano ao erário;
c) o desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou de valores
públicos.

§ I o As contas serão julgadas irregulares no caso de


reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal.

§ 2o Nas hipóteses do inciso III, alíneas "b" e "c" deste


artigo, o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade
solidária:

a) do agente público que praticou o ato irregular; e


b) do terceiro que, de qualquer modo, haja concorrido
para o cometimento do dano apurado.
ESTADO DA PARAÍBA

§ 3o O Tribunal, quando cabível, comunicará aos órgãos


ou entidades a respeito das irregularidades constatadas em processos de sua
competência, inclusive para efeitos de ajuizamento das ações cíveis e penais.

Art. 59. As decisões definitivas serão formalizadas por


acórdão com publicação no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas, nos
termos estabelecidos no Regimento Interno.

Subseção I
Das Contas Regulares

Art. 60. Quando julgar as contas regulares, a publicação


da decisão definitiva constituirá certificado de quitação plena do responsável
para com o erário.

Subseção II
Das Contas Regulares com Ressalva

Art. 61. Quando julgar as contas regulares com ressalva,


o Tribunal determinará a adoção de medidas necessárias à correção das
impropriedades, de modo a prevenir a reincidência, podendo aplicar ao
responsável a multa prevista no art. 100 desta Lei.

Parágrafo único. A publicação da decisão definitiva


constituirá certificado de quitação com determinação, salvo na hipótese de
aplicação da multa, quando terá o efeito previsto no parágrafo único do art. 62.

Subseção III
Das Contas Irregulares

Art. 62. Quando julgar as contas irregulares, havendo


débito, o Tribunal condenará o responsável ao pagamento da dívida atualizada
monetariamente, conforme índice estabelecido no Regimento Interno, podendo,
ainda, aplicar-lhes as multas previstas nos arts. 100 e 101 desta Lei.

Parágrafo único. A publicação da decisão definitiva


constituirá a obrigação de o responsável, no prazo determinado, comprovar
perante o Tribunal que recolheu aos cofres públicos a quantia correspondente ao

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ESTADO DA PARAÍBA

débito imputado e a multa cominada, servindo de título executivo bastante para


cobrança judicial da dívida, se não recolhida no prazo.

Art. 63. Em qualquer fase do processo, nos termos do


Regimento Interno, o Tribunal poderá autorizar o recolhimento parcelado da
importância devida, atualizado monetariamente.

§ I o A falta de recolhimento de qualquer parcela


importará o vencimento antecipado do saldo devedor.

§ 2o Comprovado o recolhimento integral, o Tribunal


expedirá quitação do débito ou da multa.

Subseção IV
Das Contas Iliquidáveis

Art. 64. As contas serão consideradas iliquidáveis


quando caso fortuito ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do
responsável, tomar materialmente impossível o julgamento do mérito.

Art. 65. O Tribunal ordenará o trancamento das contas


que forem consideradas iliquidáveis e o consequente arquivamento do processo.

§ I o Dentro do prazo de cinco anos contados da


publicação da decisão terminativa no meio de publicação oficial, o Tribunal
poderá, à vista de novos elementos que considere suficientes, autorizar o
desarquivamento do processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou
prestação de contas.

§ 2o Transcorrido o prazo referido no parágrafo anterior


sem que tenha havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas,
com baixa na responsabilidade do administrador.

Seção III
Da Comunicação dos Atos e da Contagem dos Prazos

Art. 66. A comunicação dos atos e decisões do Tribunal


presume-se perfeita com a publicação no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal
de Contas, nos termos do Regimento Interno e respeitadas as prescrições legais.
22 f
ESTADO DA PARAÍBA

§ I o O chamamento ao processo dos responsáveis e


interessados, bem como a comunicação dos atos e termos do processo far-se-ão
mediante:

I - citação, pela qual o Tribunal dará ciência ao


responsável de processo de seu interesse, chamando-o para se defender;
II - intimação, nos demais casos.

§ 2o O uso de meio eletrônico na comunicação de atos


processuais será utilizado de forma preferencial nos processos em tramitação no
Tribunal de Contas.

§ 3o As citações serão feitas por meio eletrônico em


portal próprio e, em caráter informativo, encaminhadas aos e-mails fornecidos
ao Tribunal de Contas pelos responsáveis e interessados, devendo os autos
permanecerem disponíveis ao citando desde o momento do encaminhamento da
citação, observado o disposto no Regimento Interno.

§ 4o Considerar-se-á realizada a citação no dia em que o


citando efetivar a consulta eletrônica ao teor da citação, a qual deverá ocorrer
em até 10 (dez) dias corridos contados do envio, sob pena de considerar-se a
citação automaticamente realizada na data do término desse prazo.

§ 5o É de exclusiva responsabilidade dos responsáveis e


interessados a manutenção atualizada de seus dados cadastrais no Tribunal de
Contas, não podendo alegar quaisquer nulidades em caso de encaminhamento de
qualquer comunicação processual para endereço eletrônico desativado ou que,
por qualquer motivo, não possa receber o conteúdo desta.

§ 6o Caso o citando não possua cadastro no Tribunal ou a


forma eletrônica não se mostrar viável, a citação realizar-se-á por via postal com
Aviso de Recebimento ou por pessoa designada mediante confirmação da
ciência do destinatário.

§ 7o Far-se-á a citação por pessoa designada quando o


relator entender necessário, devendo ater-se aos princípios da razoabilidade,
proporcionalidade, celeridade processual e economicidade para sua prática.
ESTADO DA PARAÍBA

§ 8o Frustrada a citação pela via eletrônica, postal ou por


pessoa designada, conforme o caso, far-se-á citação por edital publicado no
Diário Oficial Eletrônico, na forma do Regimento Interno.

Art. 67. O prazo para a apresentação de defesa será de


20 (vinte) dias úteis, improrrogável.

Art. 68. A intimação, observado o disposto no Regimento


Interno, ocorrerá por publicação no Diário Oficial Eletrônico com comunicação,
em caráter meramente informativo, mediante e-mail aos jurisdicionados, seus
contadores e advogados credenciados.

Art. 69. Na hipótese de problemas técnicos na edição ou


publicação do Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas, aplica-se o
disposto no art. 108 desta Lei.

Parágrafo único. O responsável que não atender ao


chamamento do Tribunal será considerado revel, para os efeitos previstos na
legislação processual civil.

Art. 70. Salvo disposição em contrário, para efeito do


disposto nesta Lei Complementar, na contagem dos prazos processuais em dias,
computar-se-ão somente os dias úteis, e serão computados, excluindo-se o dia
do início e incluindo-se o dia do vencimento.

§ I o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia


útil subsequente, se o início e o término coincidir com final de semana ou
feriado.

§ 2o Considera-se como data da publicação o primeiro


dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário Oficial
Eletrônico do Tribunal.

§ 3o Os prazos referidos nesta Lei contam-se do primeiro


dia útil que seguir ao considerado como data da publicação eletrônica.

§ 4o Nas citações postais ou por pessoa designada, conta-


se o prazo da juntada aos autos da confirmação da ciência e a identificação de
quem o recebeu, cabendo às Secretarias dos órgãos decisórios a certificação da
juntada, nos termos do Regimento Interno.

2
ESTADO DA PARAÍBA

CAPÍTULO III
DOS RECURSOS

Art. 71. Das decisões do Tribunal de Contas são cabíveis


os seguintes recursos:

I - agravo interno;
II - embargos de declaração;
III - recurso de apelação;
IV - recurso ordinário.

§ I o Não cabe recurso em face de despacho.

§ 2o Consideram-se transitadas em julgado as decisões


das quais não caibam os recursos previstos neste artigo.

Art. 72. São legitimados para interpor recursos os


responsáveis, os que demonstrarem interesse jurídico em relação à matéria
examinada e o Ministério Público de Contas.

Art. 73. O recurso não será conhecido quando:

I - manejado fora do prazo estabelecido;


II - o recorrente não possuir legitimidade;
III - inexistir interesse processual;
IV - a peça recursal for considerada inepta;
V - desprovido do devido instrumento de mandato.

Parágrafo único. Considera-se inepta a peça recursal


desprovida de fundamentos específicos de fato e de direito da insurgência,
deixando de apontar os pontos da decisão que pretende ver reformados ou
anulados.

Art. 74. Excetuados os embargos de declaração, o lapso


temporal para interposição de recurso e para contrarazoar é de 15 (quinze) dias
úteis.

Art. 75. Quando o recurso for interposto pelo Ministério


Público de Contas, os responsáveis e as demais pessoas diretamente interessadas
na matéria serão intimadas para, querendo, oferecer resposta ao feito, sem

25l&
ESTADO DA PARAÍBA

prejuízo da manifestação de outro membro do Ministério Público como fiscal da


lei.

Art. 76. A decisão pode ser impugnada no todo ou em


parte, ficando caracterizada como coisa julgada a matéria não enfrentada.

Art. 77. Incumbe ao relator do recurso, por decisão


monocrática, não conhecê-lo quando:

I - presentes quaisquer das hipóteses previstas no art. 73;


II - restar evidente que os fundamentos expostos pelo
recorrente estão em confronto com súmula ou ato normativo do Tribunal.

Seção I
Do Agravo Interno

Art. 78. Contra decisão monocrática proferida pelo


relator cabe agravo interno para o respectivo órgão colegiado, sem efeito
suspensivo, observadas, quanto ao processamento, as regras dispostas no
Regimento Interno.

§ I o Relevante a fundamentação e constatado o risco


iminente de lesão grave e de difícil reparação, o relator poderá conceder efeito
suspensivo, desde a entrada do recurso no Tribunal.

§ 2o Na petição de agravo interno, o recorrente


im pugnará especificadam ente os fundam entos da decisão agravada.

§ 3o O agravo será dirigido ao relator, que poderá


reconsiderar a decisão ou determinar a instrução processual.

§ 4o Em face da decisão do agravo interno serão cabíveis


unicamente os embargos de declaração.

Seção II
Dos Embargos de Declaração

Art. 79. Serão cabíveis embargos de declaração para


corrigir obscuridades, omissões, contradições ou erros materiais, no prazo de 05
ESTADO DA PARAÍBA

(cinco) dias úteis, contra qualquer decisão colegiada do Tribunal ou monocrática


do relator.

Art. 80. Os embargos de declaração interrompem o


prazo para interposição dos demais recursos e serão opostos em petição dirigida
ao redator da decisão, que os apresentará em mesa na sessão subsequente ao
recebimento, com inclusão na pauta da sessão seguinte em caso de
impossibilidade.

Parágrafo único. Os embargos, quando intentados em


face de decisão monocrática, serão apreciados pelo próprio relator.

Art. 81. Os embargos declaratórios prescindem de


manifestação escrita ou oral do Ministério Público de Contas.

Art. 82. Não caberá sustentação oral no julgamento de


embargos declaratórios.

Art. 83. Os embargos de declaração, quando


manifestamente protelatórios, ensejarão a aplicação da penalidade ao
embargante de até 10% do limite máximo referido no art. 100 desta lei.

Seção III
Do Recurso de Apelação

A rt. 84. Das decisões definitivas proferidas por qualquer


das Câmaras da Corte de Contas caberá apelação para o Tribunal Pleno.

Art. 85. O recurso de apelação, que terá efeito


suspensivo, será direcionado ao Presidente da Câmara correspondente, que
encaminhará o feito ao Tribunal Pleno para distribuição.

§ Io O relator do recurso de apelação será distinto do


relator do processo e do redator da decisão.

§ 2o O recurso de apelação somente poderá ser interposto


uma única vez.

271
ESTADO DA PARAÍBA

Seção IV
Do Recurso Ordinário

Art. 86. Das decisões definitivas proferidas


originariamente pelo Tribunal Pleno caberá recurso ordinário.

Art. 87. O recurso ordinário, que terá efeito suspensivo,


será direcionado ao Presidente do Tribunal, que determinará a distribuição.

§ I o O relator do recurso ordinário será distinto do relator


do processo e do redator da decisão.

§ 2o O recurso ordinário somente poderá ser interposto


uma única vez.

CAPÍTULO IV
DO PEDIDO RESCISÓRIO

Art. 88. Da decisão transitada em julgado cabe pedido


rescisório ao Tribunal Pleno, no prazo de 02 (dois) anos.

§ Io O pedido rescisório fundar-se-á em:

I - erro de cálculo nas contas, determinado, basicamente,


por equívoco aritmético;
II - falsidade de documentos em que se tenha
fundamentado a decisão, definida, notadamente, pela dissimulação de peças
condutoras da deliberação;
III - superveniência de documentação nova com eficácia
sobre a prova produzida, representada por artefato anteriormente desconhecido e
inexistente no processo.

§ 2o O relator negará seguimento ao pedido rescisório


baseado em fundamento distinto das hipóteses previstas no parágrafo anterior.

§ 3o O pedido rescisório somente poderá ser formulado


uma vez, salvo se fundamentado em hipóteses distintas.

Art. 89. A protocolização do pedido rescisório não


impede o cumprimento da decisão atacada.
ESTADO DA PARAÍBA

Art. 90. O pedido rescisório tramitará em processo


autônomo, cabendo ao interessado, sob pena de inépcia, juntar as peças
essenciais ao deslinde do feito, nos termos do Regimento Interno.

CAPÍTULO V
DA PRESCRIÇÃO

Art. 91. A prescrição da pretensão sancionatória e


ressarcitória no âmbito do Tribunal de Contas do Estado, no exercício do
controle externo, dar-se-á de ofício ou mediante provocação, nos termos do
Regimento Interno e norma específica.

CAPÍTULO VI
DA DENÚNCIA

Art. 92. A denúncia será direcionada à Ouvidoria do


Tribunal de Contas do Estado, podendo ser formulada por qualquer cidadão,
partido político, associação ou sindicato.

Parágrafo único. A denúncia, devidamente


regulamentada no Regimento Interno, será pública, após análise da defesa,
podendo ser decretado o seu sigilo, total ou parcial, por decisão monocrática do
relator.

Art. 93. O autor da denúncia não estará sujeito a


qualquer penalidade, salvo no caso de comprovada má-fé.

CAPÍTULO VII
DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 94. No início ou no curso de qualquer apuração,


havendo fundado receio de grave lesão ao erário, a direito alheio ou risco de
ineficácia da decisão de mérito, o Tribunal ou o relator poderá, de ofício ou
mediante provocação, determinar medidas cautelares.

§ I o As medidas cautelares poderão ser adotadas sem


prévia manifestação do responsável ou do interessado.

29 j
ESTADO DA PARAÍBA

§ 2o Na ausência ou inexistência de relator, compete ao


Presidente do Tribunal a adoção de medidas cautelares urgentes.

§ 3 ° A medida cautelar não será concedida quando


houver perigo de irreversibilidade dos seus efeitos.

Art. 95. São medidas cautelares, além de outras


providências de caráter urgente:

I - a determinação do afastamento temporário do


responsável, se existirem indícios suficientes de que, prosseguindo no exercício
de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou
inspeção, causar novos danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento;
II - a indisponibilidade, por prazo não superior a um ano,
de bens em quantidade suficiente para garantir o ressarcimento dos danos em
apuração;
III - a sustação de ato ou de procedimento, até que se
decida sobre o mérito da questão suscitada.

Parágrafo único. Na hipótese de descumprimento do


inciso I, a autoridade superior competente será solidariamente responsável pelos
danos eventualmente apurados.

Art. 96. Para a sustação de ato ou de procedimento


prevista no art. 95, III, quando verificada a ilegalidade de ato, contrato ou
convênio, o Tribunal, na forma estabelecida no Regimento Interno, assinará
prazo para que o responsável adote as providências necessárias ao exato
cum prim ento da lei, fazendo indicação expressa dos dispositivos a serem
observados.

§ I o No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não


atendido:

I - sustará a execução do ato impugnado, ajustes ou


outros instrumentos congêneres;
II - aplicará ao responsável a multa prevista no art. 100,
III, desta Lei.

§ 2o No caso de contrato, se não atendido, o Tribunal


comunicará ao Legislativo para que promova a sua sustação e, se for o caso, da
licitação que o originou.
30j
ESTADO DA PARAÍBA

CAPÍTULO VIII
DAS SANÇÕES

Art. 97. O Tribunal de Contas do Estado pode aplicar aos


administradores ou responsáveis as sanções previstas nesta Lei, observando,
subsidiariamente, o disposto neste Capítulo.

Art. 98. O Tribunal, ao constatar irregularidade ou


descumprimento de obrigação por ele determinada em processo de sua
competência, poderá, observado o devido processo legal, aplicar, isolada ou
cumulativamente, as seguintes sanções:

I - multa;
II - inabilitação para o exercício de cargo em comissão
ou função de confiança;
III - declaração de inidoneidade para licitar e contratar
com o poder público.

§ I o Na aplicação de sanções, serão consideradas a


natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a
administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes do agente.

§ 2o A decisão do Tribunal que declarar a inabilitação


para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança será inserida em
seu banco de dados, e a que declarar a proibição de licitar e contratar com o
poder público será informada a cadastro nacional específico.

Art. 99. A multa será aplicada de forma individual a


cada agente que tiver concorrido para o fato, sendo o pagamento da multa de
responsabilidade pessoal dos infratores.

Parágrafo único. A decisão que determinar a aplicação


de multa definirá as responsabilidades individuais.

Art. 100. O Tribunal poderá aplicar multa aos


responsáveis por:

I - infração à norma legal ou regulamentar de natureza


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
31/36
ESTADO DA PARAÍBA

II - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que


resulte injustificado dano ao erário;
III - não atendimento, no prazo fixado, sem causa
justificada, à diligência do relator ou a decisão do Tribunal;
IV - reincidência no descumprimento de determinação do
Tribunal;
V - obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias
determinadas;
VI - sonegação de documento ou inform
inspeções ou auditorias realizadas pelo Tribunal.

§ I o O limite máximo do valor da multa prevista no caput


deste artigo será estabelecido e atualizado, periodicamente, por resolução do
Tribunal, com base na variação acumulada, no período, pelo índice utilizado
para atualização dos créditos tributários do Estado.

§ 2o O Regimento Interno disporá sobre a gradação da


multa prevista no caput deste artigo.

§ 3o O Tribunal, por resolução, poderá fixar multa diária,


nos casos em que o descumprimento de diligência ou decisão puder ocasionar
dano ao erário ou impedir o exercício das ações de controle externo.

Art. 101. Quando o responsável for julgado em débito, o


Tribunal poderá condená-lo a repor ao erário o valor atualizado do dano
acrescido de multa de até 100% (cem por cento) do mesmo valor.

Art. 102. Os débitos e multas imputados pelo Tribunal


de Contas a qualquer título, inclusive nos casos dos artigos 100 e 101, serão
expressos em moeda corrente da data da imputação e no correspondente valor
em Unidade Fiscal de Referência (UFR-PB) ou outro índice que, por
determinação legal ou opção do Tribunal, substitua-o como indexador.

Art. 103. As multas aplicadas com base no art. 100 serão


recolhidas ao Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal de
que trata o art. 269, parágrafo único, da Constituição Estadual.

Art. 104. A inabilitação para o exercício de cargo em


comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública, prevista
no art. 98, II, por período de cinco a oito anos, será aplicada pelo Tribunal
Pleno, por maioria de seus membros, sempre que considerar grave a infração
32f}6
ESTADO DA PARAÍBA

cometida, sem prejuízo das sanções legalmente estabelecidas e das penalidades


administrativas aplicáveis pelas autoridades competentes.

Art. 105. A inidoneidade para licitar e contratar com o


poder público prevista no art. 98, III, verificada a ocorrência de fraude à
licitação, poderá ser declarada pelo Tribunal Pleno, por período de até 5 (cinco)
anos, em desfavor de licitantes e pessoas físicas, servidores ou não, para
participarem dos procedimentos licitatórios promovidos pela Administração
estadual ou municipal.

Parágrafo único. A mesma sanção poderá ser aplicada


pelo Tribunal à entidade privada que deixar de prestar contas de recursos a ela
repassados pelo Estado ou Município, para o fim de firmar novos convênios ou
instrumentos congêneres.

TÍTULO IV
DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO DO TRIBUNAL DE CONTAS E DO
PROCESSO ELETRÔNICO

CAPÍTULO I
DO DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO DO TRIBUNAL DE CONTAS

Art. 106. O Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de


Contas do Estado é o meio oficial de publicação dos atos processuais e
administrativos do Tribunal e de seus órgãos integrantes, bem como das suas
comunicações em geral.

§ I o Poderão ser publicados atos administrativos e


comunicações em geral de seus jurisdicionados, na forma e condições
estabelecidas em provimento próprio.

§ 2o Para todos os efeitos legais, a publicação eletrônica


na forma deste artigo substitui qualquer outro meio de publicação oficial quando
não prevista forma específica nesta lei.

Art. 107. O Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de


Contas do Estado será disponibilizado na rede mundial de computadores -
internet, no sítio eletrônico do Tribunal de Contas.
ESTADO DA PARAÍBA

§ I o As edições do Diário definido no caput serão


assinadas digitalmente, atendendo aos requisitos de autenticidade, de
integridade, de segurança e de validade jurídica na forma do Regimento Interno.

§ 2o O Regimento Interno disciplinará o funcionamento


do Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado.

Art. 108. Na hipótese de problemas técnicos que


impossibilitem a edição ou publicação do Diário Oficial Eletrônico do Tribunal
de Contas, os atos processuais e administrativos de caráter urgente poderão ser
publicados por meio do Diário Oficial do Estado, sopesadas a conveniência e
oportunidade em cada caso.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas do Estado


republicará os atos e comunicações veiculados no Diário Oficial do Estado na
primeira edição do Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas
disponibilizada após correção dos problemas técnicos, valendo, entretanto, para
todos os efeitos legais, a publicação no Diário Oficial do Estado.

Art. 109. Ao Tribunal de Contas do Estado são


reservados os direitos autorais e de publicação do Diário Oficial Eletrônico do
Tribunal, ficando autorizada sua impressão, vedada, todavia, a comercialização.

CAPÍTULO II
DO PROCESSO ELETRÔNICO

A rt. 110. O Tribunal de Contas do Estado dispõe de


sistema eletrônico de processos, com autos total ou parcialmente digitais,
utilizando, preferencialmente, a rede mundial de computadores e acesso por
meio de redes internas e externas.

Parágrafo único. Os atos processuais serão realizados


mediante o uso de sistemas eletrônicos de processos, conforme dispuser o
Regimento Interno ou provimento específico.

Art. 111. O jurisdicionado enviará e receberá dados e


documentos que o Tribunal de Contas do Estado repute necessários ao exercício
da atividade de Controle Externo, na forma eletrônica, definidos no Regimento
Interno, provimento específico ou decisão.

34
ESTADO DA PARAÍBA

Art. 112. A validade jurídica dos dados, documentos e


os atos processuais na forma digital condiciona-se à assinatura eletrônica, na
forma estabelecida no Regimento Interno.

Parágrafo único. Os documentos produzidos


eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos, assim como os dados
eletrônicos armazenados nos bancos de dados do Tribunal, com garantia de sua
origem e de seu signatário, na forma estabelecida no Regimento Interno, serão
considerados originais para todos os efeitos legais.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 113. O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba


encaminhará à Assembléia Legislativa, trimestral e anualmente, relatório de suas
atividades, compreendendo auditorias realizadas, auditorias previstas, contas
apreciadas e contas a apreciar.

Art. 114. O Regimento Interno do Tribunal somente


poderá ser aprovado e alterado pela maioria absoluta de seus membros.

Art. 115. O Tribunal de Contas do Estado poderá firmar


acordo de cooperação com o Tribunal de Contas da União, Tribunais de Contas
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e com instituições de ensino
superior públicas ou particulares, entre outras, na forma estabelecida no
Regimento Interno.

Art. 116. O Tribunal de Contas do Estado, para o


exercício de sua competência institucional, poderá requisitar aos órgãos e
entidades estaduais ou municipais, sem qualquer ônus, a prestação de serviços
técnicos especializados, a serem executados em prazo previamente estabelecido.

Art. 117. A distribuição dos processos observará os


princípios da publicidade, da alternância e do sorteio, devidamente disciplinada
no Regimento Interno.

Art. 118. Serão públicas as sessões ordinárias do


Tribunal de Contas do Estado.
ESTADO DA PARAÍBA

§ I o O Tribunal poderá realizar sessões extraordinárias


de caráter reservado, para tratar de assuntos de natureza administrativa interna
ou quando a preservação de direitos individuais e o interesse público o exigirem,
com a presença obrigatória de representante do Ministério Público de Contas.

§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, os atos


processuais terão o concurso das partes envolvidas, se assim desejarem seus
advogados, podendo consultar os autos e pedir certidões ou acesso a peças.

Art. 119. O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba,


mediante resolução normativa, ajustará o exame dos processos em curso às
disposições desta lei.

Art. 120. A norma processual não retroagirá e será


aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.

Parágrafo único. Às decisões publicadas até a entrada


em vigor da presente lei aplicam-se as disposições relativas aos recursos
previstas na Seção IV do Capítulo I, Título I, da Lei Complementar n° 18, de 13
de julho de 1993.

Art. 121. Ficam revogadas a Lei Complementar n° 18, de


13 de julho de 1993, com suas alterações posteriores, e as demais disposições
em contrário.

A rt. 122. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90


(noventa) dias da data de sua publicação

PALACIO DO GOVERNO DO ESTADO DA


PARAÍBA, em João Pessoa, 13 //de maj-ó de 2034; 136° da Proclamação
da República.

ÜK------
JOÃO AZEVÊDO LINS FILHO
lovernador

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