Papers by Jonas de almeida
Não consigo deixar de pensar agora, após todos esses anos de pesquisa, em um filme do cineasta fr... more Não consigo deixar de pensar agora, após todos esses anos de pesquisa, em um filme do cineasta francês Alain Resnais. Na verdade, são dois filmes, Smoking e No smoking. As cenas iniciais de ambos são idênticas, até o momento em que uma personagem oferece um cigarro à outra. Em No smoking, a oferta é recusada; em Smoking, o cigarro é aceito. A partir desse simples gesto os filmes se desenvolvem de maneira completamente diferente. Poderia dizer que esta tese é o resultado de gestos desse tipo. Foi um longo caminho pontuado por escolhas (este experimento ou este outro? Esta técnica ou esta outra?). Gostaria de agradecer às seguintes pessoas que contribuíram para essas escolhas e para que eu conseguisse concluir este trabalho. São elas: Prof(a). Dra. Bettina Malnic, que me acolheu em seu laboratório e me proporcionou as condições materiais para o desenvolvimento deste projeto. Trabalhar no laboratório da professora Bettina foi muito estimulante e enriquecedor. Devo a ela minha maturidade científica. Sou-lhe também muitíssimo grato pelo apoio que me deu quando tive de enfrentar problemas pessoais graves. Morena Maricato, por quem tive um amor incomensurável, infinito, enquanto durou. Sem ela não teria vindo para São Paulo, não teria enfrentado com coragem as peças que a vida me pregou e teria sucumbido ao "grotesco dos acontecimentos cotidianos". Com ela tudo foi leveza, serenidade e intensidade. O tempo que passamos juntos foi pura alegria. Minha família, que nunca me deixou na mão e sempre me apoiou em todas as minhas decisões. É uma família extraordinária. Meus melhores amigos, Ricardo Rodrigues, Débora Butruce e Luis Fernando, com quem dividi os momentos mais importantes de minha vida e compartilhei e compartilho muitas paixões, o cinema, a literatura, a política, a filosofia e a música. Sua vitalidade é contagiante, sem eles tudo seria um tédio. E Maissa Bakri, que se tornou uma grande amiga. Meus não menos amigos, Roberto Evangelista, Júlia Evangelista e Cleriston Costa, por quem nutro uma amizade elementar. E William, que me acolheu em Londres. Maíra Nagai, que foi meu Sol nesses últimos quatro anos. Sua generosidade foi imensa, seu amor, doce. Uma cientista de verdade (obstinada, inteligente e arguta) e uma mulher sofisticada, delicada e elegante que me ensinou a ser menos obtuso e a entender efetivamente a frase "true love leaves no traces", de uma bela canção de Leonard Cohen. Minhas companheiras de laboratório, Lúcia Armelin, Luciana Gutiyama e Daniela Gonzales, que tiveram a paciência de me introduzir no mundo da Biologia Molecular e com quem desabafei nos momentos de estresse. Foram as pessoas mais prestativas que conheci. Seu apoio foi fundamental. E Jussara e Daniel, importantes nos primeiros meses de trabalho. A técnica Érica Michelle, que sempre me ajudou quando precisei. Doçura maior não há. Prof. Dr. Isaías Glezer, que dividiu comigo seu conhecimento, suas ideias, suas especulações, seu humor e sua amizade. Nada melhor que preparar reações conversando sobre os filmes de Hitchcock. Prof. Dr. Henning Ulrich, que me deu sugestões preciosas a respeito da técnica SELEX. Seu laboratório sempre esteve de portas abertas para mim.
Revista Dialectus - Revista de Filosofia, 2021
A pretexto da polêmica sobre a pós-modernidade o objetivo deste trabalho é discutir alguns prolon... more A pretexto da polêmica sobre a pós-modernidade o objetivo deste trabalho é discutir alguns prolongamentos do diagnóstico foucaultiano diante dos desafios éticos e políticos emergentes na educação escolar, principalmente do que entendemos ser o âmbito de nossa participação como atores das lutas transversais. Na primeira parte do trabalho dedicamo-nos a retraçar as relações entre Foucault e a crítica da modernidade enfocando especialmente a ideia de atitude de modernidade, iluminista, heróica e contingencial, que o pensador francês reivindica para a filosofia, e, ao seu próprio estilo de pensamento. Com isso Foucault se afasta da pecha de pós-modernista e nos interpela para assumir uma atitude de interrogação do nosso presente. Na segunda parte exploramos os desdobramentos do pensamento foucaultiano clarificando o campo de lutas nos quais podem atuar os intelectuais atualmente como catalisadores das resistências. Tomamos a noção de bloco poder-capacidade-comunicação como um operador c...
Este artigo objetiva analisar a importância do controle interno na gestao do administrador public... more Este artigo objetiva analisar a importância do controle interno na gestao do administrador publico diante das exigencias apresentadas na nova estrutura administrativa proposta pela reforma introduzida atraves da Lei Complementar no. 101, de 04 de maio de 2000 (conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. Para tanto, foi realizada pesquisa exploratoria atraves de estudo de multicasos, sendo que a coleta de dados foi efetuada em publicacoes do TCU, site institucional na Internet, artigos em revistas, periodicos especializados e informacoes colhidas no sistema integrado de administracao financeira do Governo Federal (SIAFI). A coleta foi complementada por pesquisa documental na 12a Setorial de Contabilidade de Manaus, acerca dos resultados das unidades gestoras na aprovacao de suas contas pela citada corte de contas. Os resultados mostram a necessidade de uma administracao assessorada por uma equipe de apoio bem preparada, capaz de apontar falhas e corrigir o direcionamento da gestao...
O manuscrito original encontra-se em: Etudes de philosophie antique. Paris: P.U.F., 1955. P. 10-16.
Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação (RESAFE), 2020
O objetivo é discutir os desafios das artes de governo e das tecnologias de si à função-educador... more O objetivo é discutir os desafios das artes de governo e das tecnologias de si à função-educador. A possível acusação de impotência diante das relações microfísicas de poder levou Foucault à elaboração da noção de governo dos homens e a traçar uma história das práticas de subjetivação do Ocidente. Na escola moderna é possível observar a imbricação dessas artes de governo e das técnicas de si desde o início de sua emergência, no século XVIII, de um lado, como mecanismo de disciplinarização dos corpos para torná-los dóceis e úteis ao trabalho fabril, e de outro lado, como tecnologia de produção de sujeitos que governam a si mesmo, dirimindo assim, as possibilidades de revoltas e sublevações à ordem instituída. Considera-se, pois que o dilema do educador só pode se resolver quando por ocasião das liberações houver também investimento ético nas práticas de si.
childhood & philosophy, 2021
In this article, we seek to discuss the recurrence of racism and prejudice toward black lives and... more In this article, we seek to discuss the recurrence of racism and prejudice toward black lives and childhoods, in spite of repeated initiatives to overcome it by social and educational policy-makers. Following the investigations launched by Michel Foucault on the biopower hypothesis, we revisit some of his interpreters, with the objective of discussing the challenges posed by racism to pedagogical provisions for black children and—following on a concept offered by Emmanuel Levinas--an education of the Face (el Rostro), as a weapon in the political field of struggle against the thanatological dimension of biopolitics. To do so, we retrace some scenes from the history of inclusion devices – especially those policies aimed at black populations. We reflect on the racism embedded in our historical unconscious and discuss how it affects the education of the black Face in our country. We problematize the peculiarities of Brazilian racial prejudice and explore its necropolitical positioning ...
Anais da VIII Semana de Orientação Filosófica e Acadêmica, 2014
Este trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa empreendidos no campo da Filosofia da Edu... more Este trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa empreendidos no campo da Filosofia da Educação. O objetivo é discutir quais os desafios que a arte de viver dos cínicos pode trazer aos educadores e à instituição escolar. O cinismo, entendido como um modo de vida, ocupa um lugar importante na última palestra de Michel Foucault no Collège de France em 1984. O filosofo francês considera esse movimento como uma filosofia de dizer a verdadeparrhésia-e, uma maneira escandalosa de viver. Segundo Foucault, essa tékhne tou bíou compreende elementos importantes de uma estética da existência na qual o sujeito realiza uma transformação de si por si mesmo. Tal modificação pressupõe uma interpelação para o outro chamando também a se transformar e viver uma vida outra. Essa provocação cínica traz algumas correspondências com nossa atualidade bem acentuadas por Foucault nos modos de vida revolucionários do século XIX. No contexto atual onde a relação educativa está sujeita a um regime de verdade que garante o acesso à verdade ao sujeito por meio da aquisição da lei, da adaptação à norma e pela internalização de um código moral-identitário-o cinismo traz uma interpelação quanto à maneira de viver a vida, de dizer a verdade ainda que esta lhe coloque em risco e uma atitude ética de resistência ao discurso que anula as diferenças. O legado cínico convida os educadores do tempo presente a educar para novos modos de vida e reaproximar a escola da vida. Palavras-chave: Cinismo, estética da existência, arte de viver e instituição escolar. INTRODUÇÃO. Este trabalho procura apresentar resultados parciais de pesquisa empreendidos no campo da Filosofia da Educação. O objetivo é discutir de que modo à interpelação da arte de viver na cultura antiga, em particular do movimento cínico, pode desafiar os educadores do tempo presente e à instituição escolar. Neste sentido, a direção a seguir será de introduzir elementos de tensão e ensaiar caminhos possíveis de serem trilhados como uma possível resposta a questão: como o discurso filosófico pode contribuir para com a formação ética do professor? Afinal, qual o máximo de intensidade filosófica e quais os efeitos filosóficos atuais que
Hume desenvolve aquilo que vamos chamar de lógica da ficção. Não se trata de um simples erro da i... more Hume desenvolve aquilo que vamos chamar de lógica da ficção. Não se trata de um simples erro da imaginação enquanto fantasia, mas de uma propensão a criar ideias, entidades e objetos a partir das percepções presentes na mente. O que resulta daí é um sentido rico e novo de ficção que permite a Hume desenvolver uma história natural da filosofia, descrevendo a gênese inevitável de conceitos metafísicos. Partindo de uma inspiração kantiana, iremos abordar esse tema ressaltando as semelhanças e diferenças entre as ficções naturais e a ilusão transcendental.
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