Prefácio do editor para a quarta edição No início do primeiro capítulo deste livro, o autor faz e... more Prefácio do editor para a quarta edição No início do primeiro capítulo deste livro, o autor faz esta corajosa afirmação: "O problema máximo da época é, sem dúvida, o da educação da infância, da juventude-e também de adultos". Embora esse dramático brado de alerta tenha sido proferido há quase quatro décadas, o problema ainda não foi solucionado. Embora tenha havido significativos avanços, o problema da educação, em todos os seus níveis, continua aguardando solução. Este é um dos motivos que nos levaram a relançar Novos Rumos para a Educação-O caso de uma ideologia decrépita-Alvorada de uma filosofia dinâmica-, de autoria do filósofo e educador, professor Huberto Rohden. Há vários anos esgotada, a editora tem recebido cobrança editorial, por muitos daqueles que tiveram, de uma ou de outra maneira, contato com esta poderosa mensagem educacional. Atendendo a pedido de educadores, pedagogos, professores de todos os graus, críticos e leitores, estamos relançando, em 4ª edição, esta pequena obra-prima da literatura pedagógica.
ARTHUR RIEDER "HEI DE VENCER" não constitui, rigorosamente, um livro, uma obra pensada e escrita ... more ARTHUR RIEDER "HEI DE VENCER" não constitui, rigorosamente, um livro, uma obra pensada e escrita pelo autor. A modéstia de Arthur Riedel não lhe permitiria as veleidades de encimar, com o seu nome, as páginas de uma brochura. Mas seus admiradores e discípulos tiveram a excelente idéia de taquigrafar algumas das palestras que fez, e a reunião de oito dessas conversas, mais um artigo explicando a origem da ultraconsagrada frase "Hei de Vencer", a transcrição do poema "Triunfo" e da página de sua irmã, Cinira Riedel, formam este precioso volume, digno, por todos os títulos, de levar aos pósteros o nome do professor Riedel. Não creio ter passado pela cabeça do autor reuni-las em livro, embora o apostolado, a que se dedicou com tanta pertinácia e desinteresse, assim o exigisse; pois, apesar de se locomover por todos os cantos do país, falando a plateias as mais distintas, não lhe era possível, evidentemente, ser ouvido por todos. E estamos certos de que as suas palavras mereciam a atenção, não de milhares, mas de milhões de brasileiros. Além disso, as gerações vindouras não gozarão o privilégio de ouvi-lo, pois a morte silenciou a sua voz. Este volume falará, portanto, por ele, e também, principalmente, dele, pois a verdade é que o professor Riedel está inteirinho nestas páginas. Toda a razão de ser de suas idéias e de sua conduta diante da vida, ele as expôs, com clareza e precisão, graça e segurança, aos seus auditórios. Num certo sentido estas palestras representam o roteiro por ele percorrido até chegar à síntese admirável do "hei de vencer". Dona Cinira Riedel já nos deu alguns dados de sua vida corpórea. Mas num homem como Arthur Riedel, o que menos importa serão talvez esses andares do progresso dentro da sociedade em que viveu. Que tenha sido isto ou aquilo, professor ou comerciante, homem rico ou pobre, solteiro ou casado, são acidentes por assim dizer. O que importa é a circunstância de estarmos diante de um raro exemplar humano, de um ser que afirmava, com muita convicção e firmeza, estas eloquentes palavras: "Sou um homem feliz". Feliz, por quê? Por ter vencido nos negócios e amealhado fortuna? Feliz por ter feito um ótimo casamento ou ter filhos inteligentes e bons? Feliz por receber da sociedade honrarias e prêmios? Feliz por possuir uma bela casa, ter feito grandes viagens ou lido belos livros? Nada disso. Ao professor Riedel tais preocupações seriam, quando muito, acessórias. Sua felicidade provinha doutros fatores. Originava-se da convicção, certa e inabalável, de que encontrara a si mesmo, de que a felicidade estava 1 Como me veio o "Hei de Vencer" Quando eu era pequeninoe quantos anos já se passaram!escrevia, pelo Natal, bilhetes a Papai Noel. Escrevia não é bem o termo, porque eu mal falava, e se tomava o lápis era para rabiscar uma folha de papel, riscos para baixo, riscos para cima, uma espécie de hieróglifos, língua que ninguém entendia. Escrito tatibitate... E ia, correndo, depor na caixa do correio, que havia no portão de nossa casa, o bilhete para Papai Noel. Pediae pode alguém escrever a Papai Noel que não seja pedindo?um cavalinho de pau, um tambor, um polichinelo, soldadinhos de chumbo... e na festiva manhã que comemorava o nascimento do Nazareno, ia espiar o sapato que deixara aos pés da cama e lá encontrava o tão ambicionado presente. Papai Noel decifrava as minhas garatujas e trazia-me tudo quanto lhe pedia. Cresci e sempre pelo Natal compunha meus bilhetes, já então com letra desenhada, e sujeito e verbo combinados, e cada vez querendo novas coisas: velocípede, patinete, livros de histórias, e pela manhã, encontrava sempre o que pedira. Papai Noel lia meus bilhetes, atendendo sempre as minhas solicitações... Mas, na mesma caixa em que depositava tais bilhetes, o Justino, um pretinho, filho da cozinheira Tia Rosa, colocava também os seus "bilhetes-pedidos", e estes não eram atendidos! Recebia um terno de roupa, um par de sapatos, mas nunca os brinquedos solicitados, que eram sempre coisas guerreiras, pois o sonho de Justino era ser general. Não podia crer que Papai Noel não entendesse a letra do Justino, porque era eu quem escrevia os bilhetes por ele. Continuei pela vida afora a escrever bilhetes a Papai Noel e então já não era só pelo Natal. Ao depender de um exame, ao desejar passar as férias na fazenda, qualquer coisa que desejasse, lá ia o bilhete para o Protetor. E ele sempre me atendia... Fiz-me moço, ou o tempo me fez moço, e já não escrevia os bilhetes em papel, mas fazia meus pedidos depois de enrolar um Padre-Nosso. Bilhetes mentais, mas sempre pedidos. E sempre atendidos. Olhava em torno e tinha a vaga quando consolarmos um aflito, teremos os auxiliares invisíveis, os discípulos, a nosso lado, porque eles querem nosso trabalho.
Prefácio do editor para a quarta edição No início do primeiro capítulo deste livro, o autor faz e... more Prefácio do editor para a quarta edição No início do primeiro capítulo deste livro, o autor faz esta corajosa afirmação: "O problema máximo da época é, sem dúvida, o da educação da infância, da juventude-e também de adultos". Embora esse dramático brado de alerta tenha sido proferido há quase quatro décadas, o problema ainda não foi solucionado. Embora tenha havido significativos avanços, o problema da educação, em todos os seus níveis, continua aguardando solução. Este é um dos motivos que nos levaram a relançar Novos Rumos para a Educação-O caso de uma ideologia decrépita-Alvorada de uma filosofia dinâmica-, de autoria do filósofo e educador, professor Huberto Rohden. Há vários anos esgotada, a editora tem recebido cobrança editorial, por muitos daqueles que tiveram, de uma ou de outra maneira, contato com esta poderosa mensagem educacional. Atendendo a pedido de educadores, pedagogos, professores de todos os graus, críticos e leitores, estamos relançando, em 4ª edição, esta pequena obra-prima da literatura pedagógica.
ARTHUR RIEDER "HEI DE VENCER" não constitui, rigorosamente, um livro, uma obra pensada e escrita ... more ARTHUR RIEDER "HEI DE VENCER" não constitui, rigorosamente, um livro, uma obra pensada e escrita pelo autor. A modéstia de Arthur Riedel não lhe permitiria as veleidades de encimar, com o seu nome, as páginas de uma brochura. Mas seus admiradores e discípulos tiveram a excelente idéia de taquigrafar algumas das palestras que fez, e a reunião de oito dessas conversas, mais um artigo explicando a origem da ultraconsagrada frase "Hei de Vencer", a transcrição do poema "Triunfo" e da página de sua irmã, Cinira Riedel, formam este precioso volume, digno, por todos os títulos, de levar aos pósteros o nome do professor Riedel. Não creio ter passado pela cabeça do autor reuni-las em livro, embora o apostolado, a que se dedicou com tanta pertinácia e desinteresse, assim o exigisse; pois, apesar de se locomover por todos os cantos do país, falando a plateias as mais distintas, não lhe era possível, evidentemente, ser ouvido por todos. E estamos certos de que as suas palavras mereciam a atenção, não de milhares, mas de milhões de brasileiros. Além disso, as gerações vindouras não gozarão o privilégio de ouvi-lo, pois a morte silenciou a sua voz. Este volume falará, portanto, por ele, e também, principalmente, dele, pois a verdade é que o professor Riedel está inteirinho nestas páginas. Toda a razão de ser de suas idéias e de sua conduta diante da vida, ele as expôs, com clareza e precisão, graça e segurança, aos seus auditórios. Num certo sentido estas palestras representam o roteiro por ele percorrido até chegar à síntese admirável do "hei de vencer". Dona Cinira Riedel já nos deu alguns dados de sua vida corpórea. Mas num homem como Arthur Riedel, o que menos importa serão talvez esses andares do progresso dentro da sociedade em que viveu. Que tenha sido isto ou aquilo, professor ou comerciante, homem rico ou pobre, solteiro ou casado, são acidentes por assim dizer. O que importa é a circunstância de estarmos diante de um raro exemplar humano, de um ser que afirmava, com muita convicção e firmeza, estas eloquentes palavras: "Sou um homem feliz". Feliz, por quê? Por ter vencido nos negócios e amealhado fortuna? Feliz por ter feito um ótimo casamento ou ter filhos inteligentes e bons? Feliz por receber da sociedade honrarias e prêmios? Feliz por possuir uma bela casa, ter feito grandes viagens ou lido belos livros? Nada disso. Ao professor Riedel tais preocupações seriam, quando muito, acessórias. Sua felicidade provinha doutros fatores. Originava-se da convicção, certa e inabalável, de que encontrara a si mesmo, de que a felicidade estava 1 Como me veio o "Hei de Vencer" Quando eu era pequeninoe quantos anos já se passaram!escrevia, pelo Natal, bilhetes a Papai Noel. Escrevia não é bem o termo, porque eu mal falava, e se tomava o lápis era para rabiscar uma folha de papel, riscos para baixo, riscos para cima, uma espécie de hieróglifos, língua que ninguém entendia. Escrito tatibitate... E ia, correndo, depor na caixa do correio, que havia no portão de nossa casa, o bilhete para Papai Noel. Pediae pode alguém escrever a Papai Noel que não seja pedindo?um cavalinho de pau, um tambor, um polichinelo, soldadinhos de chumbo... e na festiva manhã que comemorava o nascimento do Nazareno, ia espiar o sapato que deixara aos pés da cama e lá encontrava o tão ambicionado presente. Papai Noel decifrava as minhas garatujas e trazia-me tudo quanto lhe pedia. Cresci e sempre pelo Natal compunha meus bilhetes, já então com letra desenhada, e sujeito e verbo combinados, e cada vez querendo novas coisas: velocípede, patinete, livros de histórias, e pela manhã, encontrava sempre o que pedira. Papai Noel lia meus bilhetes, atendendo sempre as minhas solicitações... Mas, na mesma caixa em que depositava tais bilhetes, o Justino, um pretinho, filho da cozinheira Tia Rosa, colocava também os seus "bilhetes-pedidos", e estes não eram atendidos! Recebia um terno de roupa, um par de sapatos, mas nunca os brinquedos solicitados, que eram sempre coisas guerreiras, pois o sonho de Justino era ser general. Não podia crer que Papai Noel não entendesse a letra do Justino, porque era eu quem escrevia os bilhetes por ele. Continuei pela vida afora a escrever bilhetes a Papai Noel e então já não era só pelo Natal. Ao depender de um exame, ao desejar passar as férias na fazenda, qualquer coisa que desejasse, lá ia o bilhete para o Protetor. E ele sempre me atendia... Fiz-me moço, ou o tempo me fez moço, e já não escrevia os bilhetes em papel, mas fazia meus pedidos depois de enrolar um Padre-Nosso. Bilhetes mentais, mas sempre pedidos. E sempre atendidos. Olhava em torno e tinha a vaga quando consolarmos um aflito, teremos os auxiliares invisíveis, os discípulos, a nosso lado, porque eles querem nosso trabalho.
Uploads
Papers by Huberto Rohden
Books by Huberto Rohden