Papers by Flavia Bianchini
Revista Caminhos - Revista de Ciências da Religião, 2019
Ayurveda, ciência da vida, é um sistema de medicina tradicional autóctone da Índia e uma forma de... more Ayurveda, ciência da vida, é um sistema de medicina tradicional autóctone da Índia e uma forma de medicina alternativa, do ponto de vista ocidental. De acordo com o Ayurveda, um equilíbrio das três substâncias elementares, chamadas dosha, é a saúde e o desequilíbrio é a doença. O foco da terapia ayurvédica é o temperamento e as características da pessoa, não a doença. O nosso texto apresenta o parecer e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a cura tradicional, que inclui também Acupuntura, Yoga e o Unani árabe, e as principais características do sistema ayurvédico.

Revista de Estudos da Religião (REVER). ISSN 1677-1222, 2014
O Śaktismo é uma corrente religiosa que considera a Grande Deusa indiana (Mahā Devī, ou Śakti) co... more O Śaktismo é uma corrente religiosa que considera a Grande Deusa indiana (Mahā Devī, ou Śakti) como divindade suprema. Desde a mais remota Antiguidade, encontram-se diversas deusas (devī) na tradição religiosa indiana, mas elas possuem papel secundário na literatura sagrada mais antiga. Essa situação muda nas escrituras indianas conhecidas como Purāṇa, que demarcam o período cultural da Índia denominado como “Período Purânico”, que começa no início da era cristã. Nesse período, na história da Índia, nascem ou se desenvolvem diversos movimentos devocionais religiosos que adquirem força e influência, redefinindo o Hinduísmo em muitos aspectos. Nesse contexto surge o Śaktismo como um culto independente de adoração à Deusa, ou seja, um culto no qual se enfatiza o princípio feminino como realidade suprema última, com uma filosofia distinta, como um movimento autônomo e reconhecido no panorama religioso hindu. Iremos avaliar e definir a relevância e o papel dos Purāṇa na instituição e ind...

Cultura Oriental, Mar 26, 2015
Neste trabalho apresentamos uma análise sobre presença da deusa Sarasvatī em um dos hinos do Ṛgve... more Neste trabalho apresentamos uma análise sobre presença da deusa Sarasvatī em um dos hinos do Ṛgveda (sūkta 6.61). O Ṛgveda é uma coletânea de 1.028 hinos (sūktas) dos quais, três são dedicados integralmente a Sarasvatī e 72 outras passagens dos hinos fazem menção a ela. Costuma-se reduzir Sarasvatī nos Vedas a um rio, dando uma interpretação puramente naturalística, mas essa é uma leitura imperfeita, pois os hinos vêdicos dedicados a Sarasvatī mostram claramente sua conexão com outros aspectos e atributos que não podem ser endereçados a um rio puramente físico. Ela é cheia de riquezas e generosa; é poderosa, podendo destruir forças negativas; é capaz de inundar o céu e a terra, reside nos três mundos e abrange os sete elementos; pertence a um grupo de sete irmãs. Ela é elogiada pelo vidente (ṛṣi) como a mais amada dentre as amadas, a mais grandiosa, a mais impetuosa. O ṛṣi invoca sua proteção, pede que ela distribua águas e desvie o veneno, que proteja o pensamento (dhī), que dê plenitude e riquezas, que leve para longe dos inimigos e dos críticos-e, por fim, que ela não se afaste do seu devoto, nem o destrua.

B577e Bianchini, Flávia. O estudo da religião da grande deusa nas escrituras indianas e o canto I... more B577e Bianchini, Flávia. O estudo da religião da grande deusa nas escrituras indianas e o canto I do Devi Gita / Flávia Bianchini.-João Pessoa, 2013. 261f. : il. Orientador: Fabricio Possebon Dissertação (Mestrado)-UFPB/CE 1. Ciências das religiões. 2. Hinduísmo. 3. Devi Gita. 4. Escrituras indianas. 5. Saktismo-história. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu marido e companheiro, Roberto de Andrade Martins, por todo o imenso apoio, infinito amor e infinita compreensão nas horas difíceis. Sem o seu apoio e compreensão, nas inúmeras vezes em que pensei em desistir deste mestrado, eu não teria chegado até aqui. Sem seu apoio, orientação, correções e sugestões não teria concretizado esta pesquisa e não teria percorrido o caminho até aqui. Agradeço infinitamente pela sua compreensão e amor. RESUMO Esta dissertação tem como objeto de estudo a religião da Grande Deusa nas escrituras indianas e, especialmente, no Canto I do Devī Gītā. Tal religião, que faz parte do Hinduísmo, se manifesta por meio do movimento devocional denominado Śāktismo, cujas raízes se encontram na antiga tradição do Veda, mas que só se constituiu como um movimento independente, embasado em concepções próprias, no período medieval indiano. Este estudo apresenta um vasto panorama do desenvolvimento do Śāktismo, desde o período vêdico até o período medieval tântrico indiano, apresentando informações sobre as divindades femininas e sobre outros temas fundamentais para a compreensão da religião da Grande Deusa. A dissertação culmina com a tradução e comentário do Canto I do Devī Gītā, obra que pertence ao Devī Bhāgavata Purāṇa. Esta escritura é reconhecida como uma fonte importante no reconhecimento do Śāktismo enquanto culto independente e como a obra mais antiga conhecida na qual a Deusa indiana é apresentada como divindade suprema, como Realidade Última e fonte de toda a criação.
No ocidente, uma das obras indianas mais conhecidas é a Canção Divina – a Bhagavad-Gītā. Poucos, ... more No ocidente, uma das obras indianas mais conhecidas é a Canção Divina – a Bhagavad-Gītā. Poucos, no entanto, estudam as dezenas de outras Gītās existentes, até mesmo no próprio Mahābhārata, ou pertencentes a outras grandes obras, tais como os Purāṇas. Existem, segundo Ratnam Nilkantan (1989), mais de uma centena de Gītās na literatura sânscrita, o que permite sua classificação separadamente como fazendo parte daquilo que podemos chamar de “literatura Gītā”.

Goddess Sarasvatī in the hymn 6.61 of Ṛgveda, Dec 1, 2014
Neste trabalho apresentamos uma análise sobre presença da deusa Sarasvatī em um dos hinos do Ṛgve... more Neste trabalho apresentamos uma análise sobre presença da deusa Sarasvatī em um dos hinos do Ṛgveda (sūkta 6.61). O Ṛgveda é uma coletânea de 1.028 hinos (sūktas) dos quais, três são dedicados integralmente a Sarasvatī e 72 outras passagens dos hinos fazem menção a ela. Costuma-se reduzir Sarasvatī nos Vedas a um rio, dando uma interpretação puramente naturalística, mas essa é uma leitura imperfeita, pois os hinos vêdicos dedicados a Sarasvatī mostram claramente sua conexão com outros aspectos e atributos que não podem ser endereçados a um rio puramente físico. Ela é cheia de riquezas e generosa; é poderosa, podendo destruir forças negativas; é capaz de inundar o céu e a terra, reside nos três mundos e abrange os sete elementos; pertence a um grupo de sete irmãs. Ela é elogiada pelo vidente (ṛṣi) como a mais amada dentre as amadas, a mais grandiosa, a mais impetuosa. O ṛṣi invoca sua proteção, pede que ela distribua águas e desvie o veneno, que proteja o pensamento (dhī), que dê plenitude e riquezas, que leve para longe dos inimigos e dos críticos – e, por fim, que ela não se afaste do seu devoto, nem o destrua.

The iconographic attributes of the goddess Lakshmi, its symbolism and its representation in Indian dance, Dec 2014
A Índia possui uma impressionante cultura visual e visionária, em que os olhos têm um papel proem... more A Índia possui uma impressionante cultura visual e visionária, em que os olhos têm um papel proeminente na apreensão do sagrado (ECK, 1985, p. 10). As representações dos ícones das deidades assumem um importante papel, tanto na religiosidade quanto na cultura em geral, influenciando o modo como o sagrado é concebido e transmitido nas diversas artes: a imagem de uma deidade é um símbolo direto dela própria, através da qual captamos sua essência.
As divindades indianas masculinas (devas) e femininas (devīs) possuem distintas re-presentações e características iconográficas, sendo descritas em diferentes posturas cor-porais, com vestimentas e adornos, fazendo gestos com as mãos (mudrās), portando armas e objetos simbólicos em suas mãos. As imagens (mūrtis) destas deidades falam com o adorador que faz parte dessa cultura, através desse simbolismo. No contexto da dança indiana (Nṛtya), os mesmo significados são transmitidos por meio de movimentos e gestos do corpo e das mãos.
A dança está inserida na cultura e espiritualidade indiana desde os primórdios desta civilização, fato comprovado pelos diversos achados arqueológicos, pois foram encon-tradas estatuetas com representações de dançarinas, datando do período em torno do segundo milênio a.C. Nos templos construídos no decorrer da era cristã, há diversas re-presentações de dançarinos e de deidades dançando, tais como Kṛṣṇa, Śiva Nāṭaraja, Lakṣmī, Gaṇeśa, entre outras. Há, por exemplo, as representações de dança encontradas nos portais de Cidambaram e no pavilhão da dança de Konarak em Orissa, do século XII d.C., onde se encontram imortalizadas em esculturas as principais posições da dança antiga, que se constituíram em referência para os estudiosos e artistas do século XX, na recuperação desta forma expressiva de arte (ALBANESE, 2006, p. 98-100).
Este texto analisará, no contexto da iconografia e da dança, os principais atributos associados à deusa Lakṣmī, enumerando seus gestos com as mãos (mudrās), seus diver-sos símbolos, armas e adornos, desvelando seus significados, e sua representação. Abordaremos também alguns aspectos relativos à sua mitologia.

The Indian Cult of the Goddess: A Brief History of the Development of Śaktism in the Purāṇa , Aug 3, 2014
O Śaktismo é uma corrente religiosa que considera a Grande Deusa indiana (Mahā Devī, ou Śakti) co... more O Śaktismo é uma corrente religiosa que considera a Grande Deusa indiana (Mahā Devī, ou Śakti) como divindade suprema. Desde a mais remota Antiguidade, encontram-se diversas deusas (devī) na tradição religiosa indiana, mas elas possuem papel secundário na literatura sagrada mais antiga. Essa situação muda nas escrituras indianas conhecidas como Purāṇa, que demarcam o período cultural da Índia denominado como “Período Purânico”, que começa no início da era cristã. Nesse período, na história da Índia, nascem ou se desenvolvem diversos movimentos devocionais religiosos que adquirem força e influência, redefinindo o Hinduísmo em muitos aspectos. Nesse contexto surge o Śaktismo como um culto independente de adoração à Deusa, ou seja, um culto no qual se enfatiza o princípio feminino como realidade suprema última, com uma filosofia distinta, como um movimento autônomo e reconhecido no panorama religioso hindu. Iremos avaliar e definir a relevância e o papel dos Purāṇa na instituição e independência do culto à Śakti, no que vem sendo chamado de “cristalização da tradição da Deusa”, um movimento que se completa no Devī-Bhāgavata Purāṇa
Resumo: Ayurveda, ciência da vida, é um sistema de medicina tradicional autóctone da Índia e uma ... more Resumo: Ayurveda, ciência da vida, é um sistema de medicina tradicional autóctone da Índia e uma forma de medicina alternativa, do ponto de vista ocidental. De acordo com o Ayurveda, um equilíbrio das três substâncias elementares, chamadas dosha, é a saúde e o desequilíbrio é a doença. O foco da terapia ayurvédica é o temperamento e as características da pessoa, não a doença. O nosso texto apresenta o parecer e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a cura tradicional, que inclui também Acupuntura, Yoga e o Unani árabe, e as principais características do sistema ayurvédico Palavras-chave: Ayurveda. Medicina tradicional. Sistema do dosha.
Resumo: Este trabalho tem como principal motivação analisar a influência e o conhecimento que o f... more Resumo: Este trabalho tem como principal motivação analisar a influência e o conhecimento que o filósofo alemão Arthur Schopenhauer teve da obra Oupnek'hat que se tratava da tradução latina das principais Upanishads da sabedoria indiana. Através desta análise se percebe os trechos que Schopenhauer se aproveitou para consolidar sua filosofia mas também os trechos onde cometeu diversas imprecisões e equívocos em relação a religião hindu e a alguns conceitos fundamentais das Upanishads.
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Papers by Flavia Bianchini
As divindades indianas masculinas (devas) e femininas (devīs) possuem distintas re-presentações e características iconográficas, sendo descritas em diferentes posturas cor-porais, com vestimentas e adornos, fazendo gestos com as mãos (mudrās), portando armas e objetos simbólicos em suas mãos. As imagens (mūrtis) destas deidades falam com o adorador que faz parte dessa cultura, através desse simbolismo. No contexto da dança indiana (Nṛtya), os mesmo significados são transmitidos por meio de movimentos e gestos do corpo e das mãos.
A dança está inserida na cultura e espiritualidade indiana desde os primórdios desta civilização, fato comprovado pelos diversos achados arqueológicos, pois foram encon-tradas estatuetas com representações de dançarinas, datando do período em torno do segundo milênio a.C. Nos templos construídos no decorrer da era cristã, há diversas re-presentações de dançarinos e de deidades dançando, tais como Kṛṣṇa, Śiva Nāṭaraja, Lakṣmī, Gaṇeśa, entre outras. Há, por exemplo, as representações de dança encontradas nos portais de Cidambaram e no pavilhão da dança de Konarak em Orissa, do século XII d.C., onde se encontram imortalizadas em esculturas as principais posições da dança antiga, que se constituíram em referência para os estudiosos e artistas do século XX, na recuperação desta forma expressiva de arte (ALBANESE, 2006, p. 98-100).
Este texto analisará, no contexto da iconografia e da dança, os principais atributos associados à deusa Lakṣmī, enumerando seus gestos com as mãos (mudrās), seus diver-sos símbolos, armas e adornos, desvelando seus significados, e sua representação. Abordaremos também alguns aspectos relativos à sua mitologia.
As divindades indianas masculinas (devas) e femininas (devīs) possuem distintas re-presentações e características iconográficas, sendo descritas em diferentes posturas cor-porais, com vestimentas e adornos, fazendo gestos com as mãos (mudrās), portando armas e objetos simbólicos em suas mãos. As imagens (mūrtis) destas deidades falam com o adorador que faz parte dessa cultura, através desse simbolismo. No contexto da dança indiana (Nṛtya), os mesmo significados são transmitidos por meio de movimentos e gestos do corpo e das mãos.
A dança está inserida na cultura e espiritualidade indiana desde os primórdios desta civilização, fato comprovado pelos diversos achados arqueológicos, pois foram encon-tradas estatuetas com representações de dançarinas, datando do período em torno do segundo milênio a.C. Nos templos construídos no decorrer da era cristã, há diversas re-presentações de dançarinos e de deidades dançando, tais como Kṛṣṇa, Śiva Nāṭaraja, Lakṣmī, Gaṇeśa, entre outras. Há, por exemplo, as representações de dança encontradas nos portais de Cidambaram e no pavilhão da dança de Konarak em Orissa, do século XII d.C., onde se encontram imortalizadas em esculturas as principais posições da dança antiga, que se constituíram em referência para os estudiosos e artistas do século XX, na recuperação desta forma expressiva de arte (ALBANESE, 2006, p. 98-100).
Este texto analisará, no contexto da iconografia e da dança, os principais atributos associados à deusa Lakṣmī, enumerando seus gestos com as mãos (mudrās), seus diver-sos símbolos, armas e adornos, desvelando seus significados, e sua representação. Abordaremos também alguns aspectos relativos à sua mitologia.