Em tempo de regresso às aulas, achei pertinente falar aqui
um pouco de educação. Da que temos e da que deveríamos ter. Infelizmente a
distância é grande entre as duas.
Na minha perspectiva, tudo começa pela educação. A
construção de um mundo melhor passa, obrigatoriamente, pela educação das
futuras gerações, que terão nas mãos a tarefa e a necessidade, de reinventar o
mundo disfuncional em que vivemos actualmente. Nesse sentido, não basta ir à
escola. É preciso que a escola cumpra a delicada missão de preparar as crianças
e jovens de hoje para serem os cidadãos criativos, construtivos,
participativos, conscientes e responsáveis de amanhã, sempre, sem lhes tolher a
capacidade de sonhar. Porque tudo, mesmo tudo, o que existe, começou por ser
apenas um sonho.
A escola precisa ensinar a pensar e não o que pensar. As
crianças devem ser incentivadas a questionar, a brincar com e a interligar
conceitos. O que temos actualmente é uma escola que impõe ideias e saberes e
que não se permite ser questionada.
Todo o conhecimento deve ser continuamente questionado e
revitalizado. As ideias bolorentas produzem um mundo aprisionado ao passado, ao
que sempre foi. Se permitíssemos ser continuamente questionados e desafiados
pelas nossas crianças e jovens, o mundo evoluiria a uma velocidade muito
superior. O conhecimento tem de ser considerado como algo plástico, flexível,
evolutivo e não como algo estático e intocável. Deve permitir-se aos jovens,
com a sua frescura, trazerem luz sobre os pré-conceitos e as ideias feitas,
contribuindo assim, para um conhecimento dinâmico e evolutivo.
A escola, enquanto instituição social, deve estar ao serviço
dos mais jovens, e em última instância, da nação. É a escola que se deve
adaptar às necessidades de aprendizagem e diversidade dos alunos, em lugar de
impor um modelo massificado de ensino, no qual cada aluno, com as suas características,
apetências e dons próprios, é forçado a encaixar-se.
Hoje, chegamos ao cúmulo de medicar as nossas crianças para
que se adaptem a um modelo de ensino descaracterizado, doentio e disfuncional.
Para quem quiser ter como referência, um modelo de ensino,
que promove o ser humano e a sua interligação harmoniosa com o mundo e com
todos os seres, sugiro que pesquisem a obra de Rudolf Steiner e a Pedagogia
Waldorf (livros, vídeos no youtube, etc…)
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