29 de maio de 2018

Do silêncio

Selecionador natural de saudade ou de orgulho?


24 de março de 2018

Recitaram isto à minha frente e eu chorei.

Poema a Boca Fechada

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei
Pois que a língua que falo é doutra raça.

Palavras consumidas se acumulam
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vasa de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em me não conhecem.

Nem só lodos a se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quanto me calei,
Não poderá morrer sem dizer tudo.


José Saramago, Os Poemas Possíveis, 2ª edição, Editorial Caminho, Lisboa, 1982

14 de março de 2018

Limões

Quando a vida te dá limões e fazes uma limonada, caipirinha, uma tarte e ainda sobra a casca para aromatizar um leite creme. 



Orgulhosa de mim.

23 de fevereiro de 2018

Impregnado

Não consigo deixar de o amar.
Deixou-me e para aqui fiquei, um pedaço de pessoa, um farrapo de alma que por aí vagueia.
Ficou impregnado em mim.
Todo ele poema de um carisma raro que me seduz dolorosamente, toda eu feridas que teimam em não sarar, nem com sentimentos estéreis.
Avariou-me.
Para aqui fiquei, e assim estou.


14 de fevereiro de 2018

14 de fevereiro

Eu,
um copo de Messias Douro tinto de 2014
e uma fatia de queijo cabra Riblaire Carte francês.


11 de fevereiro de 2018

7 anos

de blog.
Que pessoa diferente hoje sou.
E, simultaneamente, tão igual. 


28 de janeiro de 2018

Em que ficamos?

Dizem para ser difícil, para saber dizer não.
Por outro lado, dizem-me atira-te de cabeça, esfola-te porque o amor é assim.
Depois dizem tem cuidado, protege-te
E o coração diz socorro.