domingo, 20 de abril de 2014

Procurando pelo em ovo (de Páscoa)

Nada a ver com o texto, mas é muito boa rsrsrsr
Meus amigos, distintas senhoras, é chegada a hora do coelhinho e de seus detratores: os chocochatos. Eles são malvados, eles encheram seu bucho juvenil de chocolate, de todas as formas, de todas as cores, elas fazendo birra pelo do que vinha com fotos do Menudo dentro, eles querendo o do He-Man (vai vendo como estamos véios rsrs), se lambuzaram e mergulharam no cacau seguindo as patinhas pela casa. Mas aí cresceram, e passaram a tergiversar sobre o coitado, a dizer que o bichano é agente infiltrado do cramulhão capitalista pra seduzir e formatar crianças pro consumo. Isso sem falar nos textos apócrifos do face.

Tudo bem que tem ovos caros, que inclusive podem ser trocados na própria loja pelo seu carro ou um rim, mas convenhamos, com uma merrequinha dá pra fazer a alegria da garotada. Ou até mesmo sem nenhuma, basta imaginação e amor, o resto é resto, mas esse não é o ponto. Só não me amanheça vestido de coelhinho trazendo cenouras na cesta, aí é sacanagem com a molecada.

Eu tenho amigos que passam a semana da véspera percorrendo os supermercados e lojas americanas só quebrando o máximo de ovos que puderem para, no dia seguinte, amanhecerem na porta desses estabelecimentos com o intuito de arrematar os ovos, quer dizer, os restos de Páscoa. Aí compram tudo baratinho, com os olhos esbugalhados, babando e pensando "eu enganei o capitalismo! Otários!". Só não pararam pra pensar que um ovo quebrado não vale nada e que era muito melhor comprar um outro chocolate que, com certeza, será mais barato. Pode ser um daqueles que eles comem durante todo o ano mesmo, não tem problema rsrs.

E como Páscoa é e sempre será Páscoa, assim como seus detratores e esmagadores profissionais de gostosuras ovais, resolvi postar aqui novamente uma carta que recebi tempos atrás. Remexendo em meus alfarrábios encontrei-a perdida no meio das traças e percebi que a cada ano ela se torna mais atual, daí sua republicação

Questão de direito ao contraditório. Ele merece. 

Prezado Cappelli,

De minha toca, degustando uma cenoura, acompanho o que vem sendo dito sobre mim pelo meu tablet. Já até mandei um imeioul alertando o Papai Noel, dizendo pra ele tomar cuidado, que os tempos mudaram e que ele avise paras as renas que, se os pedidos diminuírem, poderá acontecer um corte de pessoal. Sugeri também que, pelo andar do trenó, é melhor que ele emagreça. Não ficarei espantado se dentro em breve surgir uma campanha contra seus quilos a mais, o que poderia ser um péssimo exemplo para crianças com cada vez mais problemas de obesidade. #fica a dica.

No meu caso, é com grande espanto que assisto ao pulular de opiniões, o que me faz mexer o bigode dez vezes mais que o de costume, parece até um tique. Uma corrente me acusa de estar doidão e achar que coloco ovos de ouro com preços acima do mercado. Ora, meu amigo, todos sabem que o produtor é o que menos lucra no mundo dos negócios. Digo e repito: eu boto o ovo. O Homem bota na prateleira.

E se acharem melhor eu posso também colocar um ovo em barra, tranqüilo. Assim resolvo o problema dos que acham que não devem pagar mais pelo formato. Se existe carne de soja, que não é carne, não vejo nada demais. “Olha a barra de Páscoa!” Por mim, tudo bem. É só anunciar que são ovos de Páscoa prensados e estamos resolvidos. Como vocês humanos vão explicar isso pros seus filhos aí já não é comigo. Vão mostrar um retângulo e o menino vai falar: ovo! Daí pra terapia é um pulo.

Aos mais inflamados, que acham que eu transformei uma data sagrada em festival profano, que utilizo meus ovos para incitar criancinhas indefesas ao consumismo desenfreado, sugiro comprar ovos, ovais ou em barras, mais em conta. Ou então esperem passar a data para se deleitar na promoção dos ovos em cacos, um outro formato possível. Digo e repito: eu boto o ovo. O Homem bota o preço.

Aos que acham que o chocolate só engorda e que as crianças não devem comê-lo neste dia, somente nos outros 364, tudo bem, eu entendo. Sugiro ovos mais nutritivos, ovos verdes sabor brócolis ou ovos orgânicos de pepino e agrião. Digo e repito: eu coloco o ovo. O Homem coloca a caloria.

No futuro já imagino as crianças ganhando ovos de isopor, reciclado, é claro, que ao serem abertos trarão a surpresa: barrinhas de cereais. Pronto: vai ficar barato, não vai engordar e os pais poderão desfrutar do imenso amor que os filhos darão após serem agraciados com este ovo de grego. Digo e repito: eu coloco o ovo. O Homem coloca a neura.

Perdão pelo desabafo prolongado, amigo, mas meu pelo já tava até caindo de estresse. É difícil levar a culpa dos males do mundo sozinho.

Abraço,

Ricochete.




3 comentários:

  1. falou e disse, ricochete!

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  2. Me lembro bem desse post...quer dizer dessa carta...rsrsrs
    Super atual, ainda mais agora no facetruque...rsrs
    abraço.

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