26/03/10

de papel, papiro, pergaminho ou digital

E todas as palavras importantes, aquelas que valem mesmo a pena, estão lá no bloquinho, que pode ser de papel, pergaminho, papiro ou digital, não importa. O que importa é que estão lá. Sempre foram ali gravadas. Guardadas. Religiosamente guardadas. As palavras importantes, aquelas que valem mesmo a pena. Aquelas que não precisarão ser ditas, aquelas que não foram pronunciadas, aquelas que não se proferem.

Realidades. Sonhos. Receios. Saudades. Ilusões. Segredos. Verdades. Tristezas e alegrias. Prantos e risos. Dúvidas e certezas. Tudo. Está lá tudo. Como quem fotografa o momento. Como quem filma a vida. Como quem explora o ser.

Ali tudo consta. Não faltam pedras nem pétalas. Não falta luz nem escuridão. Não falta virgula, ponto, exclamação, interrogação. nem travessão. Nada falta. Contém tudo. Sem rodeios. Sem meias palavras. Sem mentiras, sem hesitações, sem reticências.

Todas as palavras importantes, aquelas que valem mesmo a pena, estão ali. No bloquinho de papel, papiro, pergaminho ou electrónico. Que importa de que é feito o bloquinho?! Desde que nele caiba 1 vida inteira, uma memória e mais o que não se memoriza, caiba até o sentimento que não se traduz nem verbaliza.

Todas! Todas as palavras, aquelas que valem mesmo a pena. E porque valem a pena não precisam ser passadas de boca em boca. Nem proferidas. Nem ouvidas. Nem entendidas. Nem lidas. Basta que sejam sentidas. Por isso se gravam lá no bloquinho, que não importa se é de papel, papiro, pergaminho ou digital.





todos temos um bloquinho

mais ou menos guardado

que ninguém folheia por inteiro