Aula Teorica I (Actualizado)
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UNIVERSIDADE ZAMBEZE
AULA TEÓRICA I
1.INTRODUÇÃO
Desde o início da civilização até hoje, a humanidade pode observar que a natureza é
formada por materiais muito diferentes entre si, como por exemplo o solo em que
pisamos, que pode ser de: terra vermelha, terra preta, areia, pedras, O mesmo ocorre com
os animais existem: aves, mamíferos, peixes de formas, tamanhos e constituições muito
diferentes entre si. Todos esses materiais que nos rodeiam (a terra, as pedras, a água e os
seres vivos) constituem o que chamamos matéria.
Definição: Matéria é tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço (isto é, tem volume).
Massa e volume são então propriedades gerais da matéria. A matéria pode se apresentar
no estado sólido (por exemplo, as pedras), líquido (por exemplo, a água) ou gasoso (por
exemplo, o ar que respiramos).
Quando uma esponja de aço se enferruja, sua massa aumenta. Será que houve “criação”
de matéria?
Não. Ocorre que o oxigênio do ar reage com o ferro da esponja, durante o enferrujamento,
produzindo aumento na massa total da esponja de aço.
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A lei de Lavoisier
No final do século XVIII, o cientista Antoine Lavoisier realizou uma série de experiências
em recipientes fechados (para que não entrasse nem escapasse nada do sistema em estudo)
e, efetuando pesagens com balanças mais precisas do que as dos cientistas anteriores,
concluiu:
No interior de um recipiente fechado, a massa total não varia, quaisquer que sejam as
transformações que venham a ocorrer.
Tal afirmativa é uma lei da Natureza, descoberta por Lavoisier e que, por esse motivo,
ficou conhecida como lei de Lavoisier (ou lei da conservação da massa, ou lei da
conservação da matéria).
A lei de Proust
Quase na mesma época de Lavoisier, Joseph Louis Proust, efetuando também uma grande
série de pesagens em inúmeras experiências, chegou à seguinte conclusão:
Uma determinada substância composta é formada por substâncias mais simples, unidas
sempre na mesma proporção em massa.
Por exemplo, observa-se que o gás carbônico é sempre formado por carbono e oxigênio,
e verifica-se também que:
Para explicar os factos experimentais observados nas duas leis ponderais vistas
anteriormente, o cientista inglês John Dalton imaginou a seguinte hipótese:
Todo e qualquer tipo de matéria é formado por partículas indivisíveis, chamadas átomos.
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A noção de átomo tem os seus primórdios no filósofo grego Demócrito que, no séc. IV
AC, e contra as ideias dominantes de Aristóteles, considerava a matéria composta de
partículas indivisíveis, os átomos.
Só em 1808 um cientista inglês, Dalton, formulou uma definição precisa acerca dos
átomos. As suas hipóteses foram as seguintes:
Figura 1.1
Partículas emitidas pelo cátodo são dirigidas para o ânodo. Um orifício permite que estas
partículas o atravessem, originando o raio catódico. Este raio vai posteriormente atingir
uma placa fluorescente. Colocando um campo eléctrico no caminho do raio catódico, este
é atraído pelo prato possuindo carga positiva e repelido pelo prato possuindo carga
negativa, o que indica tratarem-se de partículas carregadas negativamente: os electrões.
Os átomos, contendo electrões, são contudo electricamente neutros, pelo que cada átomo
deveria conter igual número de cargas positivas e de cargas negativas.
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Figura 1.2
Em 1910, Rutherford decide usar partículas α (emitidas por átomos radioactivos) para
provar a estrutura do átomo. Para isso bombardeou finas películas de ouro com estas
partículas α, sendo os resultados surpreendentes: a maioria das partículas atravessava a
película, algumas mudavam de direcção, e outras (poucas) voltavam para trás.
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Figura 1.3
Rutherford propôs assim, que as cargas positivas estavam concentradas num núcleo, na
parte central do átomo.
As cargas positivas no núcleo são chamadas de protões. Cada um tem uma massa de
1.67252×10-24 g, ou seja cerca de 1840 vezes a massa de um electrão. O átomo é cerca de
10000 vezes maior do que o seu respectivo núcleo.
Isto só foi resolvido com a descoberta do neutrão por Chadwick, em 1932. Chadwick
bombardeou uma película de berílio com partículas a, e o metal emitia uma radiação
altamente energética, constituída por partículas neutras, e com uma massa ligeiramente
superior à do protão: o neutrão.
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Na tabela seguinte resumem-se os dados relativos à massa e carga destas três partículas
subatómicas:
Todos os átomos podem ser identificados pelo número de protões, electrões e de neutrões
que os constituem.
Só o hidrogénio tem 1 protão, só o hélio tem 2 protões, só o lítio tem 3 protões, etc.
Facilmente se conclui que o número atómico nos indica imediatamente de que elemento
se trata.
3.2 O número de massa (A) é o número total de neutrões e protões presentes no núcleo
de um átomo. Daqui pode concluir-se que o número de neutrões é dado por A - Z.
3.3. Elemento químico é o conjunto de átomos com o mesmo número atômico (Z).
O número atômico é muito importante, pois identifica o elemento químico (o que foi
proposto em 1914, por Moseley). Assim, quando falamos no elemento químico sódio,
estamos falando dos átomos com número atômico 11.
3.4 Iões
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Examinando o número atômico (Z), o número de neutrões (N) e o número de massa (A)
de diferentes átomos, podemos encontrar conjuntos de átomos com um ou outro número
igual. A partir daí surgiram alguns novos conceitos que agora passamos a definir:
Isótopos são átomos com mesmo número de protões (Z) e diferente número de massa (A).
Um exemplo de isótopos são os dois isótopos do urânio:
235 238
92𝑈 𝑒 92𝑈
Isóbaros são átomos de diferentes números de protões (elementos diferentes), mas que
possuem o mesmo número de massa (A).
Conclui-se que os isóbaros são átomos de elementos químicos diferentes, mas que
possuem a mesma massa, porque um maior número de protões é compensado por um
menor número de neutrões e vice-versa. Exemplos:
Os isóbaros têm propriedades físicas e químicas diferentes.
Muito do entendimento actual sobre a estrutura electrónica dos átomos veio da análise da
luz emitida ou absorvida pelas substâncias. Para entender a base para o modelo actual de
estrutura electrónica, consequentemente, devemos primeiro compreender mais sobre a
luz. A luz que podemos ver com nossos olhos, luz visível, é um tipo de radiação
electromagnética. Como a radiação electromagnética transporta energia pelo espaço, ela
é também conhecida como energia radiante. Existem vários tipos de radiação
electromagnética além da luz visível. Essas diferentes formas – como ondas de rádio que
“transportam” musica, a radiação infravermelho (calor) de lareiras incandescentes e os
raios X usados por um dentista – podem parecer muito diferentes umas das outras, porem
elas compartilham certas características fundamentais.
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Uma secção transversal de onda de água (figura 1.4) mostra como que ela é periódica: o
padrão de picos e depressões repetem-se a intervalos regulares. A distância entre picos
(ou depressões) é chamada comprimento de onda. O número de comprimento de onda
completo, ou ciclos, que passam por determinado ponto a cada segundo, é a frequência
da onda. Podemos medir a frequência da onda contando o número de vezes por segundo
que uma rolha oscilando em sua superfície se move por um ciclo completo de movimentos
para cima e para baixo.
Figura 1.4
𝜐𝜆 = 𝑐 (1.1)
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Figura 1.5
Figura 1.6
Podemos ver a luz visível por causa das reacções químicas que ela provoca em nossos
olhos. A unidade de comprimento normalmente escolhida para expressar o comprimento
de onda depende do tipo de radiação, como mostrado na tabela seguir.
A frequência é expressa em ciclos por segundo, uma unidade também chamada hertz
(Hz). Como se entende que ciclos estão envolvidos, as unidades de frequência são
geralmente dadas como ‘por segundo’, indicado por s-1 ou /s.
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Quando os sólidos são aquecidos, eles emitem radiação, como visto na incandescência
vermelha das trempes de um fogão eléctrico e a luz branca brilhante de lâmpadas de
tungsténio. A distribuição do comprimento de onda de uma radiação depende da
temperatura, um objecto ‘quente branco’. No final do século XIX alguns físicos
estudavam esse fenómeno, tentando entender a relação entre a temperatura e a intensidade
e os comprimentos de onda da radiação emitida. As leis predominantes da física não
podiam explicar essas observações.
Em 1900, um físico alemão chamado Max Planck (1858 - 1947) resolveu o problema
fazendo uma suposição audaciosa: ele propôs que a energia podia ser liberada (ou
absorvida) por átomos apenas em ‘pedaços’ distintos de tamanhos mínimos. Planck deu
o nome quantum (significando ‘quantidade fixa’) para a menor quantidade de energia
que podia ser emitida ou absorvida como radiação electromagnética. Ele considerou que
a energia, E, de um único quantum é igual à constante multiplicada pela frequência.
𝐸 = ℎ𝜐
A constante h, conhecida como constante de Planck, tem valor de 6,63 x 10-34 joule
segundos (J s). De acordo com a teoria de Planck, a energia é sempre emitida ou absorvida
pela matéria em múltiplos inteiros de ℎ𝜐, 2 ℎ𝜐, 3 ℎ𝜐 e assim por diante. Se a quantidade
de energia emitida por um átomo for 3 ℎ𝜐, por exemplo, dizemos que foram emitidos três
quanta de energia (quanta é o plural de quantum). Alem disso, dizemos que as energias
permitidas são quantizadas, isto é, seus valores são restritos a determinadas quantidades.
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A proposta revolucionaria de Planck sobre a energia ser quantizada foi comprovada e ele
ganhou o premio Nobel de Física em 1918 por seu trabalho sobre teoria quântica.
Se a noção de energias quantizadas lhe parece estranha, pode ser útil fazer uma
comparação entre uma rampa e uma escada. À medida que você sobe a rampa, sua energia
potencial aumenta uniformemente, de maneira contínua. Quando você sobe uma escada,
você pode pisar apenas em degraus individuais, não entre eles, de modo que sua energia
potencial está restrita a determinados valores e, portanto, é quantizada.
Se a teoria quântica de Planck está correcta, por que seus efeitos não são mais óbvios no
nosso dia-a-dia? Por que as variações de energia parecem ser continuas em vez de
quantizadas? Observe que a constante de Planck é um número extremamente pequeno.
Portanto, um quantum de energia, ℎ𝜐, será uma quantidade extremamente pequena. As
regras de Planck com respeito à obtencao ou perda de energia são sempre as mesmas se
estiveremos preocupados com objectos na escala de tamanho de nossas experiencias
cotidianas ou com objectos microscópicos. Para objectos macroscópicos como os seres
humanos, a obtenção ou a perda de energia de um único quantum de energia passa
completamente despercebido. Entretanto, quando lidamos com matéria em nível atómico,
o impacto das energias quantizadas é muito mais significativo.
Poucos anos após Planck apresentar sua teoria, os cientistas começaram a ver sua
probabilidade para um grande número de observações experimentais. Rapidamente se
tornou aparente que a teoria de Planck tinha ela as sementes de uma revolução no modo
como o mundo físico era visto. Em 1905, Albert Einstein (1879 - 1955) usou a teoria
quântica de Planck para explicar o efeito fotoeléctrico, ilustrado na figura 1.7. os
experimentos tinham mostrado que a luz incidindo em uma superfície metálica limpa
leva-a emitir electrões. Para cada metal existe uma frequência mínima de luz abaixo da
qual nenhum electrão é emitido. Por exemplo, a luz com frequência de 4,60 x 1014 s-1 ou
maior faz com que o césio metálico emita electrões, mas a luz de frequências mais baixas
não tem efeito.
Para explicar o efeito fotoeléctrico, Einstein supôs que a energia radiante atingindo a
superfície metálica é um fluxo de pacotes minúsculos de energia. Cada pacote de energia,
chamado fotão, comporta-se como uma partícula minúscula. Ampliando a teoria quântica
de Planck, Einstein deduziu que cada fotão deveria ter uma energia proporcional à
frequência da luz: 𝐸 = ℎ𝜐. Portanto, a própria energia radiante é quantizada.
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Figura 1.7
Quando um fotão atinge o metal, ele pode literalmente desaparecer. Quando isso
acontece, sua energia pode ser transferida para um electrão no metal. É necessária uma
determinada quantidade de energia para que o electrão vença as forcas atractivas que o
prendem ao metal. Se os fotões da radiação tem menos energia do que o limiar de energia,
os electrões não adquirem energia suficiente para sair da superfície do metal, mesmo que
o feixe de luz seja intenso. Se os fotões têm energia suficiente, os electrões são emitidos.
Se os fotões têm mais do que a energia mínima necessária para liberar os electrões, o
excesso aparece como energia cinética dos electrões emitidos.
Para entender melhor o que é um fotão, imagine que você tem uma fonte de luz que
produz radiação com um único comprimento de onda. Suponha também que você pode
ligar e desligar a luz cada vez mais rapidamente de modo a fornecer manifestações
repentinas e continuas de energia. A teoria de fotões de Einstein nos diz que
eventualmente você atingiria a menor manifestação repentina de energia, dada por 𝐸 =
ℎ𝜐. A menor manifestacao de energia consiste em um único fotão de luz.
A ideia de que a energia da luz depende de sua frequência ajuda-nos a entender os diversos
efeitos que os diferentes tipos de radiação electromagnética causam à matéria. Por
exemplo, altas frequências (comprimento de onda curto) de raio X (figura 1.6) fazem com
que os fotões desse tipo tenham alta energia, suficiente para causar danos aos tecidos e
ate mesmo câncer. Portanto, normalmente são colocados avisos perto de equipamentos
de raio X advertindo-nos da radiação de alta energia.
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Espectros de linhas
Uma fonte específica de energia radiante pode emitirem comprimento de onda único,
como na luz de um laser. A radiação composta por um único comprimento de onda é
chamada monocromática. Entretanto, a maioria das radiações comuns, incluindo
lâmpadas incandescentes e estrelas, produz radiação contendo muitos comprimentos de
onda diferentes. Quando a radiação de fontes como essas é separada em seus diferentes
comprimentos de onda componentes, um espectro é produzido. A figura 1.8 mostra como
um prisma dispersa a luz de uma lâmpada incandescente. O espectro produzido constitui-
se de uma faixa contínua de cores: o violeta funde-se ao azul; o azul, ao verde, e assim
por diante, sem nenhum ponto branco. Esse arco-íris contendo luz de todos os
comprimentos de onda, é chamado espectro contínuo. O exemplo mais comum de um
espectro contínuo é o arco-íris produzido pela dispersão da luz do sol através dos pingos
de chuva ou neblina.
A figura 1.8 mostra como um prisma dispersa a luz de uma lâmpada incandescente. O
espectro produzido constitui-se de uma faixa contínua de cores: o violeta funde-se ao
azul; o azul, ao verde, e assim por diante, sem nenhum ponto branco. Esse arco-íris
contendo luz de todos os comprimentos de onda, é chamado espectro contínuo. O
exemplo mais comum de um espectro contínuo é o arco-íris produzido pela dispersão da
luz do sol através dos pingos de chuva ou neblina.
Figura 1.8
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Figura 1.9
Rapidamente a equação de Balmer foi estendida para uma equação mais geral, chamada
equação de Rydberg, que permitiu calcular os comprimentos de onda de todas as linhas
espectrais do hidrogénio:
1 1 1
= (𝑅𝐻 ) (𝑛2 − 𝑛2 ) (1.3)
𝜆 1 2
O modelo de Bohr
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aspectos dos átomos. Alem disso, ele adoptou a ideia de Planck de que as energias eram
quantizadas.
O número inteiro n, que pode assumir valores de 1 a infinito, é chamado número quântico.
Cada orbita corresponde a um valor diferente de n e o raio da orbita aumenta à medida
que n aumenta. Dessa forma, a primeira orbita permitida (a orbita mais próxima ao
núcleo) tem n = 1, a próxima orbita permitida (a segunda mais próxima do núcleo) tem n
= 2, e assim por diante.
As energias do electrão de um átomo de hidrogénio dadas pela equação 1.4 são negativas
para todos os valores de n. Quanto mais baixa (mais negativa) for a energia, mais estável
será o átomo. A energia é mais baixa (mais negativa) para n =1. À medida que n aumenta,
a energia torna-se sucessivamente menos negativa e aumenta. Podemos comparar essa
situação a uma escada na qual os degraus são numerados da base para cima. Quanto mais
alto uma pessoa subir (maior o valor de n), maior a energia. O estado de energia mais
baixa (n = 1, analogamente ao degrau da base) é chamado estado fundamental do átomo.
Quando o electrão está em uma orbita de energia mais alta (menos negativa) – n = 2 ou
mais alta – diz-se que o átomo está em estado excitado. A figura 1.10 mostra a energia
do electrão em um átomo de hidrogénio para vários valores de n.
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Figura 1.10
1
𝐸 = (−2,18 × 10−18 J) ( 2 ) = 0
𝑛
No seu terceiro postulado, Bohr supôs que o electrão poderia ‘pular’ de um estado de
energia permitido para outro, absorvendo ou emitindo fotões cuja energia radiante
corresponda exactamente à diferença entre os dois estados. Um electrão deve absorver
energia para que ele mude para um estado de mais alta energia (um estado com um valor
mais alto de n). De maneira contrária, a energia radiante é emitida quando o electrão pula
para um estado de energia mais baixa (um estado com menor valor de n). Assim, se o
electrão pula de um estado inicial, com energia Ei para um estado final, com energia Ef,
a variação de energia é dada pela seguinte relação:
∆𝐸 = 𝐸𝑓 − 𝐸𝑖 = 𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 = ℎ𝜐 (1.5)
Portanto, o modelo de Bohr para o átomo de hidrogénio afirma que apenas frequências
específicas de luz que satisfazem a equação 1.5 podem ser absorvidas ou emitidas pelo
átomo.
ℎ𝑐 1 1
Δ𝐸 = ℎ𝜐 = = (−2,18 × 10−18 J) (𝑛2 − 𝑛2 ) (1.6)
𝜆 𝑓 𝑖
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Nessa equação, ni e nf são os números quânticos principais dos estados iniciais e final do
átomo, respectivamente. Se nf é menor que ni, o electrão move-se para mais perto do
núcleo e ΔE é um número negativo, indicando que o átomo libera energia.
Enquanto o modelo de Bohr oferece uma explicação para o espectro de linhas do átomo
de hidrogénio, ele não pode explicar o espectro de outros átomos, a não ser de uma
maneira muito incipiente. Alem disso, existe um problema em descrever um electrão
meramente como uma partícula circulando ao redor do núcleo.
ℎ
𝜆 = 𝑚𝜐 (1.7)
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Poucos anos após De Broglie publicar sua teoria, as propriedades ondulatórias do electrão
foram demonstradas experimentalmente. Os electrões eram difractados pelos cristais, do
mesmo modo que os raios X sofriam difracção. Assim, um fluxo de electrões em
movimento exibe os mesmos tipos de comprimento ondulatório que a radiação
electromagnética.
O princípio da incerteza
O físico alemão Werner Heisenberg concluiu que a natureza dual da matéria coloca uma
limitação fundamental em como podemos determinar precisamente a posição e o
momento de qualquer objecto. A limitação torna-se importante apenas quando
trabalhamos com matéria em nível subatômico (isto é, com massas tão pequenas quanto
a de um electrão). O princípio de Heisenberg é chamado de princípio da incerteza.
Quando aplicado aos electrões em um átomo, esse princípio afirma que é inerentemente
impossível para nós saber de maneira simultânea tanto o exacto momento do electrão
quanto sua posição especifica no espaço.
ℎ
Δ𝑥 ∙ ∆𝑚𝑣 ≥ 4𝜋 (1.8)
Em 1926 o físico Austríaco Erwin Schrödinger (1887 - 1961) propôs uma equação,
conhecida actualmente como equação de Schrödinger, que incorpora tanto o
comportamento ondulatório como mecânica quântica ou mecânica ondulatória. A
aplicação da equação de Schrödinger requer cálculos avançados, e não nos
preocuparemos com os detalhes de sua abordagem. Entretanto, consideraremos
qualitativamente os resultados que esse cientista obteve, porque eles nos fornecem uma
maneira nova e poderosa de ver a estrutura electrónica. Vamos começar examinando a
estrutura electrónica do átomo mais simples, o hidrogénio.
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Para o átomo de hidrogénio, as energias permitidas são as mesmas previstas pelo modelo
de Bohr. Contudo, o modelo de Bohr supõe que o electrão está em orbita circular com
alguns raios específicos ao redor do núcleo. No modelo da mecânica quântica, a
localização do electrão não pode ser descrita de maneira tão simples. De acordo com o
princípio da incerteza, quando determinamos o momento do electrão com grande
precisão, o conhecimento simultâneo de sua localização é muito incerto. Não podemos
especificar a localização exacta de um electrão individual ao redor do núcleo. Mais
propriamente, devemos nos contentar com uma espécie de conhecimento estatístico. No
modelo da mecânica quântica, por essa razão falamos da probabilidade de o electrão ser
encontrado em certa região do espaço em determinado instante. Resulta que o quadrado
da função de onda, 𝜓2 , em um ponto determinado do espaço representa a probabilidade
de o electrão ser encontrado nessa posição. Por essa razão, 𝜓2 é chamado densidade de
probabilidade.
Uma maneira de representar a probabilidade de encontrar o electrão em várias regiões de
um átomo é mostrada na figura 1.11. Nessa figura a densidade de pontos representa a
probabilidade de encontrar o electrão. As regiões com densidade alta de pontos
correspondem a valores relativamente altos para 𝜓2 . A densidade electrónica é outra
maneira de expressar a probabilidade: as regiões onde existe alta probabilidade de
encontrar o electrão são regiões de alta densidade electrónica.
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O modelo de Bohr introduziu um único número quântico, n, para descrever certa orbita.
O modelo da mecânica quântica usa três números quânticos, n, l e ml, para descrever um
orbital. Consideremos quais informações podemos obter a partir de cada um desses e
como eles estão relacionados entre si.
Valores de l 0 1 2 3
Letra usada s p d f
3. Numero quântico magnético, pode ter valores inteiros entre l e –l, inclusive zero.
Esse número quântico descreve a orientação do orbital no espaço.
A tabela acima resume os possíveis valores dos números quânticos l e ml para os valores
de n até n = 4. As restrições aos possíveis valores dos números quânticos dão origem às
seguintes observações mais importantes:
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A figura 1.12 mostra as energias relativas dos orbitais do átomo de hidrogénio até n = 3.
Cada quadrícula representa um orbital; os orbitais de mesmo subnível, como os do 2p,
estão agrupados juntos. Quando o electrão está em um orbital de energia mais baixa (o
orbital 1s), diz-se que o átomo de hidrogénio está no seu estado fundamental. Quando o
electrão está em qualquer outro orbital, o átomo está em estado excitado. A temperaturas
ordinárias praticamente todos os átomos de hidrogénio estão em seus estados
fundamentais. O electrão pode ser excitado para um orbital de mais alta energia pela
absorção de um fotão de energia apropriada.
Figura 1.12
Orbitais s
O orbital de mais baixa energia, o 1s, é esférico, como mostrado na figura 1.11. As figuras
desse tipo, mostrando a densidade electrónica, é um dos vários modos usados para auxílio
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na visualização dos orbitais. Essa figura indica que a probabilidade de encontrar o electrão
diminui à medida que nos afastamos do núcleo em qualquer direcção específica. Quando
a função de probabilidade, 𝜓2 , para o orbital 1s é colocada em um gráfico como função
da distância a partir do núcleo, r, ela aproxima-se de zero rapidamente, como mostrado
na figura 1.13 (a). Esse efeito indica que o electrão, puxado em direcção ao núcleo por
forças electrostáticas, é improvável de ser encontrado longe do núcleo.
Um método muito utilizado para representar orbitais é mostrar uma superfície limite que
inclui alguma porção substancial, digamos 90%, da densidade electrónica total para o
orbital. Para os orbitais s, essas representações de contorno são simplesmente esferas. As
representações de superfície limite ou de contorno dos orbitais 1s, 2s e 3s estão mostrados
na figura 1.14. elas tem o mesmo formato, mas diferem no tamanho. Apesar de os detalhes
de como a densidade electrónica vária dentro da superfície se perderem nessas
representações, essa não é uma desvantagem séria. Para a maioria das abordagens
qualitativas, as mais importantes características dos orbitais são os tamanhos relativos e
os formatos. Essas características são adequadamente mostradas pelas representações de
superfície limite.
Orbital p
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núcleo. Dizemos que esse orbital na forma de halteres tem dois lóbulos. É útil lembrar
que não estamos fazendo afirmações de como o electrão está se movendo dentro do
orbital; a figura 1.15 (a) retrata a distribuição média da densidade electrónica em um
orbital 2p.
Cada nível começando com n = 2 tem três orbitais; portanto, existem três orbitais 2p, três
orbitais 3p, e assim por diante. Os orbitais de determinado valor de n (isto é, de
determinado subnível) tem o mesmo tamanho e forma, mas diferem entre eles na
orientação espacial. Geralmente representamos os orbitais p desenhando o formato e a
orientação de suas funções de onda, como mostrado na figura 1.15 (b). É conveniente
rotulá-los como
Figura 1.15
orbitais px, py, pz. Os índices inferiores de letras indicam o eixo ao longo do qual o orbital
está orientado. Do mesmo modo que os orbitais s, os orbitais p aumentam de tamanho
quando passamos de 2p para 3p, deste para 4p, e assim por diante.
Orbitais d e f
Quando n é igual ou maior que 3, encontramos os orbitais d (para o qual l = 2). Existem
cinco orbitais 3d, cinco orbitais 4d, etc. Os diferentes orbitais d em determinado nível tem
diferentes formatos e orientações no espaço, como mostrado na figura 1.16. quatro das
superfícies limite dos orbitais d tem formato de ‘trevo de quatro folhas’ e cada uma se
encontra principalmente em um plano. Os dxy, dxz e dyz situam-se nos planos xy, xz e yz,
respectivamente, como os lóbulos orientados entre os eixos. Os lóbulos do orbital 𝑑𝑥 2 −𝑦 2
tambem se situam no pano xy, mas os lóbulos localizam-se ao longo dos eixos x e y. O
orbital 𝑑𝑧 2 tem aspecto muito diferente dos outros quatro: dois lóbulos ao longo do eixo
z e uma ‘rosquinha’ no plano xy. Mesmo que o orbital 𝑑𝑧 2 pareça diferente, ele tem a
mesma energia que os outros quatro orbitais d. As representações na figura 1.16 são
normalmente utilizadas independentemente do número quântico principal.
Quando n é maior ou igual a 4, existem sete orbitais f equivalentes (para os quais l = 3).
As formas dos orbitais f são ainda mais complicadas do que as dos orbitais d.
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Figura 1.16
O modelo da mecânica quântica não seria muito útil se não pudéssemos estender aos
outros átomos o que aprendemos sobre hidrogénio. Felizmente, os orbitais atómicos em
um átomo polielectrónico são semelhantes aos do átomo de hidrogénio. Podemos
continuar, pois, designando os orbitais como 1s, 2px etc. esses orbitais tem a mesma forma
geral que os orbitais correspondentes do hidrogénio.
Apesar de as formas dos orbitais dos átomos polielectrónicos serem as mesmas daqueles
para o hidrogénio, a presença de mais de um electrão muda bastante as energias dos
orbitais. No hidrogénio a energia de um orbital depende apenas do seu número quântico
principal, n; os subníveis 3s, 3p e 3d, por exemplo, tem todos a mesma energia. Em um
átomo polielectrónico, entretanto, a repulsão electrão – electrão faz com que os diferentes
subníveis estejam em diferentes níveis de energia, como ilustrado na figura 1.17. por
exemplo, o subnível 2s é mais baixo em energia que o subnível 2p. para entender o porque
disso, temos de considerar as forças entre os electrões e como estas são afectadas pelas
formas dos orbitais.
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Figura 1.17
Acabamos de ver que podemos usar orbitais semelhantes aos do hidrogénio para
descrever átomos polielectrónicos. Entretanto, o que determina os orbitais nos quais os
electrões se situam? Isto é, como os electrões de um átomo polielectrónico preenchem os
orbitais disponíveis? Para responder a essa perguntar, devemos considerar uma
propriedade adicional do electrão.
A essa altura provavelmente não é surpresa para você aprender que o spin electrónico é
quantizado. Essa observação levou à atribuição de um novo número quântico para o
electrão, alem dos n, l e ml . Esse novo número quântico, o número quântico magnético
de spin, é simbolizado por ms (o índice inferior s significa spin). Apenas dois valores
possíveis são permitidos para ms, +1/2 ou -1/2, que foi primeiro interpretado como
indicador dos dois sentidos opostos nos quais o electrão pode girar. Uma carga giratória
produz um campo magnético. Os dois sentidos opostos de rotação produzem campos
magnéticos directamente opostos, como mostrado na figura 1.18. Esses dois campos
magnéticos opostos levam à separação das linhas espectrais em pares muito próximos.
O spin electrónico é crucial para o entendimento das estruturas electrónicas dos átomos.
Em 1925, o físico austríaco Wolfgang Pauli (1900 - 1958) descobriu o princípio que
governa a distribuição dos electrões em átomos polielectrónicos. O princípio da exclusão
de Pauli afirma que dois electrões em um átomo não podem ter o conjunto de quatro
números quânticos n, l, ml e ms iguais. Para um dado orbital (1s, 2pz etc), os valores de n,
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Figura 1.18
Li ↿⇂ ↿
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1s 2s
Dizemos que os electrões que possuem spin contrários são emparelhados quando estão
em um mesmo orbital (↿⇂). Um electrão desemparelhado não está acompanhado por um
companheiro de spin contrário. No átomo de lítio os dois electrões no orbital 1s estão
emparelhados, e o electrão no orbital 2s está desemparelhado.
Regra de Hund
Considere agora como as configurações electrónicas dos elementos variam à medida que
passamos de um elemento para outro ao longo da tabela periódica. O hidrogénio tem um
electrão, que ocupa o orbital 1s em seu estado fundamental.
H ↿ :1s1
1s
O próximo elemento, o hélio, tem dois electrões. Uma vez que dois electrões com spins
contrários podem ocupar um orbital, ambos os electrões do hélio estão em um orbital 1s.
He ↿⇂ :1s2
1s
Observando na tabela periódica, o lítio começa um novo período da tabela periódica. Ele
é o primeiro membro dos metais alcalinos (grupo 1A). O elemento posterior ao lítio é o
berílio; sua configuração electrónica é 1s22s2. O boro, numero atómico 5, tem
configuração electrónica 1s22s22p1. O quinto electrão deve ser colocado em um orbital 2p
porque o orbital 2s está preenchido. Como todos os três orbitais 2p estão com energias
iguais, não importa qual orbital 2p é ocupado.
Com o próximo elemento, o carbono, deparamos com uma situação nova. Sabemos que
o sexto electrão tem de ir para um orbital 2p. entretanto, esse novo electrão vai para o
orbital 2p, que já tem um electrão, ou para um dos outros? Essa pergunta é respondida
pela regra de Hund, que afirma que para orbitais degenerados, a menor energia será
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obtida quando o número de electrões com o mesmo spin for maximizado. Isso significa
que os electrões ocuparão individualmente os orbitais ate a máxima extensão possível,
com o mesmo numero quântico magnético de spin. Diz-se que os electrões distribuídos
dessa forma tem spins paralelos. Portanto, para um átomo de carbono atingir sua energia
mais baixa, os dois electrões 2p terão o mesmo spin. Para que isso aconteça, os electrões
devem estar em orbitais 2p diferentes. Assim, um átomo de carbono em seu estado
fundamental tem dois electrões desemparelhados. Da mesma forma, para o nitrogénio em
seu estado fundamental, a regra de Hund requer que os três electrões 2p ocupem
individualmente cada um dos três orbitais 2p. essa é a única maneira com a qual todos os
três electrões terão o mesmo spin. Para o oxigénio e o flúor, colocamos quatro e cinco
electrões, respectivamente, nos orbitais 2p. para conseguir isso, emparelharemos os
electrões nos orbitais 2p.
Na: [Ne]3s1
Li: [He]2s1
Referimo-nos aos electrões representados pelo símbolo de um gás nobre como o cerne de
gás nobre de um átomo. Mais habitualmente, esses níveis mais internos são chamados
meramente electrões internos. Os electrões listados depois do cerne de gás nobre são
chamados electrões mais externos, ou electrões de valência.
Comparando a configuração electrónica do lítio com a do sódio, podemos estimar por que
esses dois elementos são tão quimicamente similares: eles tem o mesmo tipo de
configuração electrónica mais externa. De facto, todos os membros do grupo dos metais
alcalinos (1A) tem um único electrão s além da configuração do gás nobre.
Metais de transição
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O elemento gás nobre argónio marca o final do período iniciado pelo sódio. A
configuração do argónio é 1s22s22p63s23p6. O próximo elemento após o argónio na tabela
periódica é o potássio (K), numero atómico 19. Em todas as suas propriedades químicas,
o potássio é claramente um membro do grupo dos metais alcanicos. Os factos
experimentais sobre as propriedades do potássio não deixam dúvidas de que o electrão
mais externo desse elemento ocupa um orbital s. Mas isso significa que o electrão de mais
alta energia não foi para um orbital 3d, como esperaríamos que fosse. Aqui a ordem dos
níveis de energia é tal que o orbital 4s é mais baixo em energias do que o 3d. naturalmente,
a configuração condensada do potássio é:
K: [Ar]4s1
De acordo com a regra de Hund, os electrões são adicionados individualmente aos orbitais
3d ate que os cinco orbitais tenham um electrão cada. Os electrões adicionais são
colocados nos orbitais 3d com spins emparelhados ate que o nível esteja completamente
preenchido. As representações de configurações electrónicas condensadas e
configurações de quadrículas correspondente de dois elementos de transição como
seguem;
4s 3d
Após a serie de transição 3d estar completa, os orbitais 4p começam a ser ocupados ate
que o octeto dos electrões externos (4s24p6) seja atingido no criptónio (Kr), numero
atómico 36, outro gás nobre. Observe que o período é em todos os aspectos semelhante
ao anterior, excepto quanto ao valor de n, que é maior em 1.
Lantanídeos e actinídeos
Existem sete orbitais degenerados 4f, correspondendo aos sete valores permitidos de ml,
variando de 3 a -3. Assim, são necessários 14 electrões para preencher completamente os
orbitais 4f. Os 14 elementos 4f são conhecidos como lantanídeos (ou terras raras). Os
lantanídeos são colocados abaixo dos outros elementos para evitar que seja feita uma
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La, que tem um único electrão 5d, é algumas vezes colocado abaixo do ítrio (Y) como o
primeiro membro da terceira serie dos elementos de transição, e Ce, como o primeiro
membro dos lantanídeos. Distribuídos dessa forma, existem aparentemente menos
excepções ao preenchimento regular dos lantanídeos. Distribuídos dessa forma, existem
aparentemente menos excepções ao preenchimento regular dos orbitais 4f entre os
membros posteriores da serie.
Depois da serie dos lantanídeos, a terceira serie dos elementos de transição é completada
pelo preenchimento dos orbitais 5d, seguido pelo preenchimento dos orbitais 6p. Isso nos
trás ao radónio (Rn), o mais pesado dos gases nobres conhecidos. O último período da
tabela periódica começa com o preenchimento do orbital 7s. Os actinídeos, dos quais o
urânio (U, elemento 92) e o plutónio (Pu, elemento 94) são os mais conhecidos, são então
constituídos pelo preenchimento dos orbitais 5f. Os actinídeos são radioactivos, e a
maioria deles não é encontrada na natureza.
O levantamento um tanto breve das configurações electrónicas dos elementos nos levou
ate a tabela periódica. Vimos que as configurações electrónicas dos elementos estão
relacionados com a respectiva localização na tabela periódica. A tabela periódica é
estruturada de forma que os elementos com o padrão de configurações electrónicas de
níveis mais externos (valência) estejam distribuídos em colunas. A partir da tabela
periódica vemos que todos os elementos da 2A tem configurações mais externa ns2,
enquanto os elementos da 3A tem configurações ns2np1.
Anteriormente, na tabela 6.2, dissemos que o número total de orbitais em cada nível era
igual a n2: 1, 4, 9 ou 16. Como cada orbital pode comportar dois electrões, cada nível
pode acomodar ate 2n2 electrões: 2, 8, 18 ou 32. A estrutura da tabela periódica reflecte
essa estrutura de orbital. O primeiro período pode comportar dois elementos, o segundo
e terceiro períodos tem oito elementos, o quarto e quinto, 18 e o sexto período tem 32
elementos (incluindo os lantanídeos). Alguns dos números se repetem porque atingimos
o final de um período da tabela periódica antes de preencher completamente um nível.
Por exemplo, o terceiro período tem oito elementos, o que corresponde a preencher os
orbitais 3s e 3p. os orbitais restantes do terceiro nível, os 3d, não começam a ser
preenchidos ate o quarto período da tabela periódica (e depois do orbital 4s estar
preenchido). Da mesma forma, os orbitais 4d não começam a ser preenchidos ate o quinto
período da tabela, e os 4f não começam a ser preenchidos ate o sexto período.
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Todas essas observações são evidentes na estrutura da tabela periódica. Por essa razão,
enfatizamos que a tabela periódica é seu guia para a ordem na qual os orbitais são
preenchidos. Você pode facilmente escrever a configuração electrónica de um elemento
com base em sua localização na tabela periódica. O padrão está resumido na figura 1.19.
observe que os elementos podem ser agrupados pelos tipos de orbital dentro dos quais os
electrões são colocados. À esquerda estão duas colunas de elementos. Esses elementos,
conhecidos como metais alcalinos (grupo 1A) e metais alcalinos terrosos (grupo 2A), são
aqueles nos quais os orbitais s do nível mais externo são preenchidos. À direita está um
bloco de seis colunas. Esses são os elementos nos quais os orbitais p mais externos são
preenchidos. Os blocos s e p da tabela periódica contem os elementos representativos
(ou grupo principal). No meio da tabela está um bloco de dez colunas que contem os
metais de transição. Esses são os elementos nos quais os orbitais d são preenchidos.
Abaixo da parte principal da tabela estão dois períodos contendo 14 colunas. Esses
elementos são normalmente chamados metais do bloco f porque são aqueles nos quais
os orbitais f são preenchidos. Lembre-se de que os números 2, 6, 10 e 14 são exactamente
o número de electrões que podem preencher os subníveis s, p, d e f, respectivamente.
Lembre-se também de que o subnível 1s é o primeiro subníveis, o 2p é o primeiro subnível
p, o 3d é o primeiro subnível d e o 4f, o primeiro subnível f.
Figura 1.19
Se você fizer uma inspecção cuidadosa na figura 1.20, verá que as configurações
electrónicas de determinados elementos parecem violar as regras que acabamos de
abordar. Por exemplo, a configuração do crómio é [Ar]3d54s2 em vez de [Ar]3d44s2, como
esperaríamos. Analogamente, a configuração do cobre é [Ar]3d104s1 em vez de
[Ar]3d94s2. Esse comportamento anómalo é basicamente uma consequência da
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proximidade entre as energias dos orbitais 3d e 4s. Ela ocorre frequentemente quando
existem electrões suficientes para fazer com que orbitais degenerados tornem-se
parcialmente preenchidos (como no cromo) ou totalmente preenchidos (como no cobre).
Existem poucos casos similares entre os metais de transição mais pesados (aqueles com
orbitais 4d ou 5d parcialmente preenchidos) e entre os metais do bloco f. Apesar de esses
pequenos desvios da expectativa serem interessantes, eles não tem grande relevância
química.
Figura 1.20
A maioria dos elementos, apesar de estáveis, está vastamente dispersa na natureza e está
incorporada em grande número de compostos. Por séculos os cientistas não tinham
conhecimento de sua existência. No inicio do século XIX, os avanços na química fizeram
com que ficasse mais fácil isolá-los a partir de seus compostos. Como resultado, o numero
de elementos conhecidos mais que dobrou, de 31 em 1800 para 63 por volta de 1865.
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Em 1913, dois anos após Rutherford propor o modelo atómico do átomo, um físico inglês
chamado Henry Moseley (1887 - 1915) desenvolveu o conceito de números atómicos.
Moseley determinou as frequências de raios X emitidas à medida que diferentes
elementos eram bombardeados com electrões de alta energia. Ele descobriu que cada
elemento produz raios X de frequência única; alem disso, ele descobriu que a frequência
geralmente aumenta quando a massa atómica aumenta. Ele distribui as frequências de
raios X em ordem atribuindo um número inteiro exclusivo para cada elemento, chamada
número atómico. Moseley identificou correctamente o numero atómico o numero de
protão no núcleo do átomo e o numero de electrão no átomo.
Para entender as propriedades dos átomos, devemos estar familiarizados não apenas com
as configurações electrónicas, mas também com a intensidade da força de atracção entre
o núcleo e os electrões mais externos. A lei de Coulomb de atracção indica que a força da
atracção entre as duas cargas eléctricas depende da magnitude das cargas e da distância
entre elas. Portanto, a força de atracção entre um electrão e o núcleo depende da
magnitude da carga nuclear líquida agindo no electrão e da distância média entre o núcleo
e o electrão. A força de atracção aumenta na mesma proporção que a carga nuclear, e
diminui à medida que o electrão se afasta do núcleo.
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cada electrão considerando como ele interage com o ambiente médio criado pelo núcleo
e os outros electrões no átomo. Essa abordagem permite-nos tratar cada electrão
individualmente como se ele estivesse se movendo no campo eléctrico criado pelo núcleo
e pela densidade electrónica vizinha dos outros electrões. Esse campo eléctrico é
equivalente ao campo gerado por uma carga localizada no núcleo, chamada carga
nuclear efectiva. A carga nuclear efectiva, Zef, agindo em um electrão é igual ao numero
de protões no núcleo, Z, menos o numero médio de electrões, S, que está entre o núcleo
e o electrão em questão:
Zef = Z – S
Como S representa uma media, não é necessário que ele seja um número inteiro.
Muitas das propriedades dos átomos são determinadas pela carga nuclear efectiva sofrida
por seus electrões mais externos, ou de valência. Qualquer densidade electrónica entre o
núcleo e um electrão mais externo diminui a carga nuclear efectiva agindo em um electrão
mais externo. Diz-se que a densidade electrónica relativa aos electrões mais internos
blinda ou protege os electrões mais externos da carga total do núcleo. Uma vez que os
electrões mais internos estão localizados basicamente entre o núcleo e os electrões mais
externos, eles são mais eficientes em blindar os electrões mais externos. Por outro lado,
os electrões de mesmo nível dificilmente blindam uns aos outros da carga do núcleo.
Como resultado, a carga nuclear efectiva sofrida pelos electrões mais externos é
determinada basicamente pela diferença entre a carga do núcleo e a carga dos electrões
internos.
Figura 1.21
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A carga nuclear efectiva sofrida pelos electrões mais externos aumenta quando passamos
de elemento para elemento por um período da tabela. Apesar de o número de electrões
internos permanecer o mesmo à medida que nos movemos no período, a carga nuclear
real aumenta. Os electrões de nível mais externo adicionados para contrabalançar o
aumento da carga nuclear blindam uns aos outros com muita pouca eficiência. Logo, a
carga nuclear efectiva aumenta progressivamente. Por exemplo, os electrões mais
internos 1s2 do lítio (1s22s1) blindam os electrões mais externos 2s do núcleo carregado
3+ com eficiência satisfatória. Consequentemente, os electrões mais externos sofrem
carga nuclear efectiva de aproximadamente 3 – 2 = 1+. Para o berílio (1s22s2), a carga
nuclear efectiva sofrida pelos electrões 2s mais externos é maior; nesse caso, os electrões
mais externos blindam apenas parcialmente o outro. Dessa forma, a carga nuclear efectiva
sofrida por cada electrão 2s é em torno de 4 – 2 = 2+.
Descendo em uma família, a carga nuclear efectiva sofrida pelos electrões dos níveis mais
externos varia muito menos do que varia ao longo do período. Por exemplo, esperaríamos
que a carga nuclear efectiva para os electrões mais externos no lítio e no sódio fosse
aproximadamente a mesma, em torno de 3 – 2 = 1+ para o lítio e 11 – 10 = 1+ para o
sódio. Entretanto, na realidade, a carga nuclear efectiva aumenta ligeiramente à medida
que descemos na família, porque cernes de electrões maiores são mais eficientes em
blindar da carga nuclear os electrões mais externos. Nem por isso a pequena variação na
carga nuclear efectiva ocorrida ao se descer na família é menos relevante que o aumento
ocorrido ao longo do período.
Quando dois átomos estão quimicamente ligados, como na molécula de Cl2, existe uma
interacção atractiva entre eles, que os leva a uma ligação química. Essa interacção
atractiva coloca os dois átomos mais próximo do que eles estariam em uma colisão não-
ligante. Podemos definir um raio atómico com base na distância que separa os núcleos
dos átomos quando eles estão quimicamente ligados. Essa distancia, chamada raio
ligante, é menor que o raio não-ligante, como ilustrado na figura 1.22. Os modelos de
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preenchimento de espaço, usam o raio não-ligante (também chamado raio de Van der
Waals) para determinar o tamanho dos átomos. Os raios atómicos ligantes (também
chamados raios covalentes) são usados para determinar as distâncias entre seus centros.
Figura 1.22
2. Em cada período o raio atómico tende a diminuir quando vamos da esquerda para
direita. O principal factor influenciando essa tendência é o aumento na carga
nuclear efectiva (Zef) à medida que nos movemos ao longo do período. O aumento
da carga nuclear efectiva atrai continuamente os electrões, inclusive os mais
externos, para perto do núcleo, fazendo com que o raio diminua.
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Figura 1.23
Os tamanhos dos iões são baseados nas distancias um do outro em compostos iónicos.
Como o tamanho de um átomo, o tamanho de um ião depende de sua carga nuclear, do
numero de electrões que ele possui e dos orbitais nos quais os electrões de nível mais
externo localizam-se. A formação de um catião desocupa os orbitais mais extensos em
relação ao espaço e também diminui as repulsões totais electrão – electrão. Como
consequência, os catiões são menores que os átomos que lhes dão origem, como ilustrado
na figura 1.24. O oposto é verdade para iões negativos (aniões). Quando electrões são
adicionados a um átomo neutro para formar um anião, o aumento das repulsões electrão
– electrão faz com que os electrões se espalhem mais no espaço. Assim, os aniões são
maiores que os átomos que lhes dão origem.
Para iões de mesma carga, o tamanho aumenta à medida que descemos um grupo na
tabela periódica. Essa tendência é também vista na figura 1.24. À medida que o número
quântico principal do orbital mais externo ocupado de um ião aumenta, o tamanho dele
próprio aumenta.
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Figura 1.24
O efeito da variação da carga nuclear nos raios iónicos é visto na variação dos raios em
uma serie isoelectrónica de iões. O termo isoelectrónico significa que os iões possuem
o mesmo número de electrões. Por exemplo, cada ião na serie O2-, F-, Na+, Mg2+ e Al3+
tem dez electrões. A carga nuclear nessa serie aumenta continuamente na ordem listada
(lembre-se de que a carga no núcleo de um átomo ou ião monoatómico é dada pelo
numero atómico do elemento). Uma vez que o número de electrões permanece constante,
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o raio do ião diminui com o aumento da carga nuclear, à medida que os electrões estão
mais fortemente presos ao núcleo:
Na(g) Na+(g) + e-
Na(g) Na2+(g) + e-
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As energias de ionização aumentam continuamente de 786 para 4.360 kj/ mol para a perda
de quatro electrões nos subníveis. A remoção do quinto electrão, que vem do subnível 2p,
requer uma quantidade muito maior de energia: 16.100 kj/ mol. O grande aumento da
energia ocorre porque os electrões 2p do nível mais interno estão muito mais próximo do
núcleo e sofrem carga nuclear efectiva maior que os electrões 3s e 3p do nível de valência.
Cada elemento exibe um aumento maior na energia de ionização quando os electrões são
removidos de seu cerne de gás nobre. Essa observação ampara a ideia de que apenas os
electrões mais externos, aqueles além do cerne de gás nobre, estão envolvidos no
compartilhamento e transferência de electrões que dão origem às ligações e reacções
químicas. Os electrões mais internos estão ligados muito fortemente ao núcleo para serem
perdidos pelo átomo ou ate compartilhados com outro átomo.
Temos visto que a energia de ionização para certo elemento aumenta à medida que
removemos electrões sucessivamente. Quais as tendências que observamos nas energias
de ionização conforme passamos de um elemento para outro na tabela periódica? A figura
1.25 mostra um gráfico de I1 versus número atómico para os primeiros 54 elementos. As
importantes tendências são como se seguem:
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Figura 1.25
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Figura 1.26
Conforme nos movemos por um período, existe tanto aumento na carga nuclear
efectiva quanta diminuição no raio atómico, fazendo com que a energia de ionização
aumente. Entretanto, à proporção que descemos em uma coluna, o raio atómico
aumenta, enquanto a carga nuclear efectiva varia pouco. Portanto, a atracção entre o
núcleo e os electrões diminui, provocando diminuição na energia de ionização.
As irregularidades dentro de um dado período são um pouco sutis, mas são explicadas
facilmente. Por exemplo, a diminuição na energia de ionização do berílio ([He]2s2)
ao boro ([He] 2s22p1) ocorre porque os electrões no orbital preenchido 2s são mais
eficientes em blindar os electrões no subnível 2p do que são em se blindarem. Essa é
essencialmente a mesma razão pela qual os orbitais 2p de átomos polielectrónicos
apresentam energia mais alta que o 2s. A diminuição na energia de ionização quando
passamos do nitrogénio ([He]2s22p3) para o oxigénio ([He]2s22p4) é relativa à
repulsão dos electrões emparelhados na configuração p4. (lembre-se de que, de acordo
com a regra de Hund, cada electrão na configuração p3 localiza-se em diferentes
orbitais p).
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Quando electrões são removidos de um átomo para formar um catião, eles são sempre
removidos primeiro do orbital com o maior número quântico principal disponível, n.
Por exemplo, quando um electrão é removido de um átomo de lítio (1s22s1), é o
electrão 2s1 que é removido:
Da mesma forma, quando dois electrões são removidos do Fe ([Ar]3d64s2), eles são
os electrões 4s2:
Pode parecer estranho que os electrões 4s sejam removidos antes dos electrões 3d na
formação de catiões de metais de transição. Afinal, quando escrevemos as
configurações electrónicas, os electrões 4s são adicionais antes dos electrões 3d.
entretanto, ao escrever as configurações electrónicas para os átomos, estamos
utilizando um processo imaginário no qual passamos pela tabela periódica de um
elemento para outro. Ao fazer isso, não estamos apenas adicionando um electrão, mas
também um protão ao núcleo, para que a identidade do elemento mude. Na ionização
não revertemos esse processo porque os electrões, mas não os protões, são removidos.
Quando os electrões são adicionados a um átomo para formar um anião, eles são
adicionados a um orbital vazio ou parcialmente preenchido com os mais baixos
valores de n disponíveis. Por exemplo, quando um electrão é adicionado a um átomo
de flúor para formar um ião F-, o electrão entra em uma vaga remanescente no
subnível 2p.
F (1s22s22p5) ⇒ F- (1s22s22p6)
O valor positivo da energia de ionização significa que a energia deve ser fornecida ao
átomo para que o electrão seja removido.
Alem disso, muitos átomos podem ganhar electrões para formar iões carregados
negativamente. A variação de energia que ocorre quando um electrão é adicionado a um
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átomo gasoso chama-se afinidade electrónica porque ela mede a atracção, ou afinidade,
de um átomo pelo electrão adicionado. Para muitos átomos, a energia é liberada quando
um electrão é adicionado. Por exemplo, a adição de um electrão ao átomo de cloro é
acompanhada por uma variação de energia de -349 kj/ mol, o sinal negativo indicando
que a energia é liberada durante o processo. Consequentemente, dizemos que a afinidade
electrónica do Cl é -349 kj/ mol:
[Ne]3s23p6 [Ne]3s23p64s1
[Ne]3s23p6 [Ne]3s23p64s1
Entretanto, a adição de um electrão a um gás nobre necessitaria que esse electrão fosse
colocado em um subnível de mais alta energia. Ocupar um subnível de mais alta energia
é energeticamente muito desfavorável; assim, a afinidade electrónica é altamente positiva.
As afinidades electrónicas do Be e do Mg são positivas pela mesma razão; o electrão
adicionado estaria localizado em um subnível p anteriormente vazio que é de mais alta
energia.
As afinidades electrónicas dos elementos do grupo 5A (N, P, As, Sb) são também
interessantes. Uma vez que esses elementos tem subníveis p preenchidos pela metade, o
electrão adicionado deve entrar em um orbital que já está ocupado, resultando em
repulsões electrão – electrão maiores. Como resultado, esses elementos tem afinidades
electrónicas que são ou positivas (N) ou menos negativas que as de seus vizinhos à
esquerda (P, As, Sb).
As afinidades electrónicas não variam muito à medida que descemos um grupo. Por
exemplo, considere as afinidades electrónicas dos halogéneos (figura 1.27). para o F, o
electrão adicionado entra em um orbital 2p, para o cloro em um orbital 3p, para o Br em
um orbital 4p, e assim por diante. Conforme passamos do F para o I, dessa forma
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Figura 1.27
Os elementos podem ser agrupados de modo mais amplo nas categorias de metais, não-
metais e metalóides. Essa classificação é mostrada na figura 1.28. aproximadamente três
quartos dos elementos são metais, situados na parte esquerda e no meio da tabela. Os não-
metais estão localizados no canto direito superior, e os metalóides entre os metais e os
não-metais. O hidrogénio, localizado no canto esquerdo superior, é um não-metal. Essa é
a razão pela qual o hidrogénio é colocado à parte dos elementos do grupo 1A.
Quanto mais um elemento exibe as propriedades físicas e químicas de metais, maior seu
carácter metálico. Similarmente, podemos falar de carácter não-metalico de um
elemento. Como indicado na figura 1.28, o carácter metálico geralmente aumenta à
proporção que descemos em uma coluna da tabela periódica e diminui à medida que
vamos da esquerda para direita em um período.
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Figura 1.28
Metais
Os metais tendem a ter baixas energias de ionização e, portanto, tendem a formar iões
positivos com relativa facilidade. Como resultado, os metais são oxidados (perdem
electrões) quando sofrem reacções químicas. A relativa facilidade de oxidação dos metais
comuns foi discutida anteriormente. Como observamos na ocasião, muitos metais são
oxidados por uma variedade de substancia comuns, incluindo O2 e ácidos.
A figura 1.29 mostra as cargas de alguns iões comuns. As cargas dos metais alcalinos são
sempre 1+ e as dos metais alcalinos terrosos, sempre 2+ em seus compostos. Para cada
um desses grupos, os electrões s mais externos são facilmente perdidos, gerando uma
configuração electrónica de gás nobre. As cargas dos iões de metais de transição não
seguem um padrão óbvio. Muitos iões de metais de transição tem cargas 2+, mas 1+ e 3+
são também encontradas. Um dos aspectos característicos dos metais de transição é que
eles podem formar mais de um ião positivo. Por exemplo, o ferro pode ser 2+ em alguns
compostos e 3+ em outros.
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Muitos óxidos metálicos são básicos. Os que se dissolvem em agua reagem para formar
hidróxidos, como nos seguintes exemplos:
A basicidade dos óxidos metálicos deve-se ao ião oxido, que reage com água de acordo
com as seguintes reacções iónicas simplificadas:
Os óxidos metálicos demonstraram também suas basicidades reagindo com ácidos para
formar sais e agua.
Figura 1.29
Não-metais
Os não-metais variam muito na aparência. Eles não são brilhantes e, geralmente, são
pobres condutores de calor e electricidade. O ponto de fusão é frequentemente mais baixo
que o dos metais (apesar de o diamante, uma forma do carbono, fundir-se a 3.570 °C).
Sete não-metais existem sob condições ordinárias como moléculas diatómicas. Cinco
deles são gases (H2, N2, O2, F2 e Cl2), um é um liquido (Br2) e um é um sólido volátil (I2).
Os outros não-metais são sólidos que podem ser duros como o diamante ou maleáveis
como o enxofre.
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brometo de alumínio, um composto iónico contendo o ião alumínio, Al3+, e o ião brometo,
Br-:
Muitos óxidos não-metalicos são ácidos; os que se dissolvem em agua reagem para
formar ácidos, como nos seguintes exemplos:
A reacção de dióxido de carbono com água responde pela acidez da água carbonatada e,
ate certo ponto, da água da chuva. Como o enxofre está no óleo e no carvão, a combustão
desses combustíveis comuns produz dióxido e trióxido de enxofre. Essas substâncias
dissolvem-se em água para produzir chuva ácida, um dos maiores problemas da poluição
em muitas partes do mundo. Como os ácidos, muitos óxidos não-metalicos dissolvem-se
em soluções básicas para formar sais:
Metalóides
Os metais alcalinos são sólidos metálicos maleáveis. Todos tem propriedades metálicas
características, como brilho metálico prateado e altas condutividades térmicas e
eléctricas. O nome alcalino deriva de uma palavra árabe que significa ‘cinzas’. Muitos
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compostos de sódio e potássio, dois metais alcalinos, foram isolados de cinzas de madeira
por químicos antigos.
O sódio e o potássio estão entre os mais abundantes elementos na crosta terrestre, na água
do mar e nos sistemas biológicos. Todos nós temos iões sódio no organismo. Entretanto,
se ingerimos muito sódio, ele aumenta a pressão sanguínea. O potássio também é
predominante no organismo; uma pessoa de 140 libras de massa contem
aproximadamente 130 g de potássio, como ião K+ nos fluidos intracelulares. As plantas
necessitam de potássio para crescer e se desenvolver.
Os elementos tem baixas densidades e baixos pontos de fusão. Essas propriedades variam
de maneira razoavelmente regular com o aumento do número atómico. Para cada período
da tabela periódica, os metais alcalinos tem menor valor de I1, que reflecte a relativa
facilidade com a qual seus electrões s mais externos podem ser removidos. Como
resultado, os metais alcalinos são todos muito reactivos, perdendo rapidamente um
electrão para formar iões com carga 1+.
(O símbolo M nas equações anteriores representa qualquer dos metais alcalinos). Nos
hidretos de metais alcalinos (LiH, NaH etc.), o hidrogénio está presente, H+, formado
quando um átomo de hidrogénio perde seu electrão.
Essas reacções são muito exotérmicas. Em muitos casos geram calor suficiente para
incendiar o H2, produzindo fogo ou explosão. Essa reacção é muito mais violenta para os
membros mais pesados do grupo, estando de acordo com as menores capacidades em
manter o único electrão de valência.
Todos os outros metais alcalinos, entretanto, reagem com o oxigénio para formar
peróxidos metálicos, que contem ião O22-. Por exemplo, o sódio forma peróxido de sódio,
Na2O2:
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Apesar de os iões dos metais alcalinos serem incolores, eles emitem cores características
quando colocados em uma chama (figura 1.30). Os iões dos metais alcalinos são
reduzidos a átomos metálicos gasosos na região central da chama. A alta temperatura da
chama excita electronicamente o electrão de valência. O átomo emite energia na forma
de luz visível quando retorna ao seu estado fundamental. O sódio produz uma chama
amarela por causa da emissão a 589 nm. Esse comprimento de onda é produzido quando
o electrão de valência excitado volta do subnível 3p para o subnível de mais baixa energia,
3s. a emissão amarela característica do sódio é a base para as lâmpadas de vapor de sódio.
Figura 1.30
Como os metais alcalinos, os elementos do grupo 2A são todos sólidos com propriedades
metálicas típicas, algumas das quais estão relacionadas na tabela abaixo. Comparados
com os metais alcalinos, os metais alcalinos terrosos são mais duros e mais densos,
fundindo-se a temperaturas mais altas.
As primeiras energias de ionização dos metais alcalinos terrosos são baixas, mas não tão
baixas como as dos metais alcalinos. Consequentemente, os metais alcalinos terrosos são
menos reactivos que seus vizinhos, os metais alcalinos. A facilidade com que os
elementos perdem electrões diminui à medida que vamos da esquerda para direita na
tabela periódica e aumenta quando descemos um grupo. Portanto, o berílio e o magnésio,
os membros mais leves do grupo, são os menos reactivos.
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Na presença de O2, o magnésio metálico é protegido dos produtos químicos por uma
camada superficial fina de MgO insolúvel na água. Assim, ainda que esteja alto na serie
de actividade, o Mg pode ser incorporado em ligas estruturais leves usadas, por exemplo,
em rodas de automóveis. Os metais alcalinos terrosos mais pesados (Ca, Sr e Ba) são
ainda mais reactivos que o magnésio diante de não-metais.
Os iões dos metais alcalinos terrosos mais pesados fornecem cores características quando
fortemente aquecidos em uma chama. A chama colorida produzida pelo cálcio é cor de
tijolo; a do estrôncio; carmesim, e a do bário, verde. Os sais de estrôncio produzem a cor
vermelho-brilhante em fogos-de-artifício e os sais de bário produzem a cor verde.
Tanto o magnésio quanto o cálcio são essenciais aos organismos vivos. O cálcio é
importante principalmente para o crescimento e a manutenção de ossos e dentes. Nos
humanos, 99% do cálcio é encontrado no sistema esquelético.
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Hidrogénio
Vimos também que o hidrogénio reage com metais activos para formar hidretos metálicos
sólidos, que contem o ião hidreto, H-. O facto de o hidrogénio poder ganhar um electrão
ilustra ainda mais o facto de ele não ser um membro verdadeiro da família dos metais
alcalinos. Na verdade, isso sugere uma pequena semelhança entre o hidrogénio e os
halogéneos.
À proporção que descemos no grupo 6A, existe uma mudança de metálico para não-
metalico. O oxigénio, o enxofre e o selénio são não-metais típicos. O telúrio tem algumas
propriedades metálicas e é classificado como metalóide. O polónio, radioactivo e bastante
raro, é um metal. O oxigénio é um gás incolor à temperatura ambiente; todos os outros
são sólidos. Algumas propriedades físicas dos elementos do grupo 6A são dadas na tabela
abaixo.
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Na nossa abordagem sobre os metais alcalinos observamos dois aniões menos comuns do
oxigénio, a saber, os iões peróxidos (O22-) e o superóxido (O2-). Os compostos desses iões
normalmente reagem com eles mesmos para produzir um oxido e O2. Por exemplo,
peróxido de hidrogénio aquoso, H2O2, decompõe-se lentamente em agua e O2 à
temperatura ambiente:
Por essa razão as garrafas de peróxidos de hidrogénio são fechadas com tampas que
facilitam a liberação do O2(g) produzido, antes que a pressão interna torne-se muito alta.
Depois do oxigénio, o elemento mais importante do grupo 6A é o enxofre. O enxofre
também existe em várias formas alotrópicas; a mais comum e mais estável delas é o sólido
amarelo com fórmula molecular S8. Essa molécula constitui-se de um anel de oito
membros de átomos de enxofre. Ainda que o enxofre sólido seja formado por anéis S8,
geralmente escrevemos apenas S(s) nas equações químicas para simplificar os
coeficientes.
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Ao contrário dos elementos do grupo 6A, todos os halogéneos são tipicamente não-
metais. Seus pontos de fusão e ebulição aumentam com o aumento do número atómico.
O flúor e o cloro são gases à temperatura ambiente, o bromo é um liquido e o iodo, um
sólido. Cada elemento consiste em moléculas diatómicas: F2, Cl2, Br2 e I2. O flúor é um
gás amarelo pálido; o cloro é um gás verde-amarelo; o bromo é um liquido marrom-
avermelhado e forma rapidamente um vapor também marrom-avermelhado; e o iodo
sólido é preto-acinzentado e forma rapidamente um vapor violeta.
Dos halogéneos, o cloro é o mais usado industrialmente. Em 2001 sua produção total foi
de 12,3 bilhões de quilogramas, tornando-se o oitavo produto químico mais produzido
nos Estados Unidos. Ao contrário do flúor, o cloro reage lentamente com água para
formar soluções aquosas relativamente estáveis de HCl e HOCl (acido hipocloroso):
Os halogéneos reagem directamente com a maioria dos metais para formar haletos
iónicos. Os halogéneos reagem também com o hidrogénio para formar haletos de
hidrogénio gasosos:
H2(g) + X2 2HX(g)
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Esses compostos são todos muito solúveis em água e dissolvem-se para formar os ácidos
halídricos. HCl(aq), HBr(aq) e HI(aq) são ácidos fortes, enquanto o HF(aq) é um acido fraco.
Os elementos do grupo 8A, conhecidos como gases nobres, são todos não-metais, gases
à temperatura ambiente. Eles são todos monoatómicos (isto é, consistem de átomos únicos
em vez de moléculas). Algumas propriedades físicas dos gases nobres estão relacionadas
na tabela abaixo. A alta radioactividade do Rn tem inibido o estudo de sua química.
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