CUADERNOS DE ESTUDIO 4. Esparta y Atenas

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CUADERNOS ñ N

DE ESTUDIO ’
Serie: HISTORIA UNIVERSAL

La democracia ateniense

30.9

091
CUADERNOS DE ESTUDIO
Ser ie de HISTORIA U NIVERSAL
Dirigida por A L F R E D O T R A V E R S O N I

1. P R E H I S T O R IA , H e r m in ia F e o
2. L A S P R IM E R A S C I V I L I Z A C I O N E S D E L C E R C A N O O R IE N T E Y D E L E G E O ,
R osa A lo n s o
3. G R E C IA E N T R E L O S S IG L O S X I I y V I a .C ., H ild a M o lin a .
4 . E S P A R T A Y A T E N A S . L A D E M O C R A C IA A T E N IE N S E , M a r ía A . G a lia n a
5. L A R E L I G IO N , E L P E N S A M IE N T O Y E L A R T E EN G R E C IA ,
R enée H e g u ito d e B e rre ta
6. A L E J A N D R O Y L A C I V I L I Z A C I O N H E L E N IS T IC A , H e r m in ia F e o .
7. L O S O R IG E N E S R O M A N O S Y L O S P R IM E R O S S IG L O S D E L A R E P U B L I C A ,
ESPARTA
José F. E sta p é
8. LOS PROGRESOS DEL PODER PERSONAL Y EL FIN DE LA REPUBLICA
ROMANA, Enrique Méndez Vives
Y ATENAS.
9.
1 0.
11.
E L IM P E R IO R O M A N O , S ara A b a d ié d e L a n g ó n
L A C I V I L I Z A C I O N R O M A N A , C e lia r E n r iq u e M e n a Segarra
E L F IN D E L IM P E R IO R O M A N O , R osa A lo n s o
LA D EM O C R AC IA
12. C R I S T IA N IS M O , M a tild e A ro c e n a
1 3.
14.
B IZ A N C IO Y E L I S L A M , Jo sé D e to m a s i
E C O N O M IA Y S O C IE D A D E N L A E D A D M E D I A , C a rm e n A p p r a t o
1 5. E L E S T A D O E N L A E D A D M E D I A , C e lia r E n riq u e M e na S egarra
ATENIENSE
1 6. L A C U L T U R A M E D I E V A L , C a rlo s Pérez G a m b in i
1 7. E L F IN D E L A E D A D M E D I A , Iv o n n e P in i
1 8. H U M A N IS M O Y R E N A C IM I E N T O , C e lia C o lo m b o
1 9. L A R E F O R M A , S u sa n a M a z z a ra
20. L A E C O N O M IA E N L A E P O C A M O D E R N A , P e d ro O je d a
21. E L A B S O L U T IS M O , G u id o B r u n e t to
22. E L S IG L O X V I I I , M ig u e l F e ld m a n
23. L A R E V O L U C IO N F R A N C E S A Y E L IM P E R IO , A lf r e d o T ra v e rs o n i
24. L O S E S T A D O S E U R O P E O S E N E L S IG L O X I X ( 1 8 1 5 - 1 8 7 1 ) , Iv o n n e P in i
V M a ría S a ra I zzi
2 5 . L O S C A M B iO S E C O N O M IC O S Y S O C IA L E S E N E L S IG L O X I X , H u g o L ic a n d r o
2 6 . E L P E N S A M IE N T O P O L IT IC O Y S O C IA L E N E L S IG L O X I X , B e n ja m ín N a h u m
27. E L D E S A R R O L L O E U R O P E O Y L A E X P A N S IO N IM P E R I A L I S T A ( 1 8 7 0 - 1 9 1 4 ) .
Selva L ó p e z C h ir ic o
28. L A C IE N C I A , E L P E N S A M IE N T O Y E L A R T E E N E L S IG L O X I X ,
B la n ca T ra v e rs o n i
2 9 . L A P R IM E R A G U E R R A M U N D I A L , R a q u e l G a rc ía B o u z a s d e B r u n e t to e d i t o R I A L
3 0 . E L M U N D O E N T R E D O S G U E R R A S , A lf r e d o T ra v e rs o n i
3 1 . L A S E G U N D A G U E R R A M U N D I A L , A lf r e d o T ra v e rs o n i
m . K A P E IsUSZ
3 2 . E L M U N D O C O N T E M P O R A N E O , A lf r e d o T ra v e rs o n i Moreno 372 • B u e n o s A i res
INDICE

ESPARTA ......................................................................................... 7
Vida económica y social en Esparta ........................................ 8
Las instituciones poh'ticas y la vida e spartana.................... 11
La vida espartana .................................................................. 14
El ejército espartano .............................................................. 15
El imperialismo espartano ..................................................... 16
\

ATENAS .......................................................................................... 17
El Atica ........................................................................................ 17
Los primeros siglos de Atenas ............................................. 18
Las inquietudes sociales y poh'ticas ..................................... 19
Dracón .................................................................................... 21
Solón ...................................................................................... 22
Pisi'strato y la experiencia de la tiranía .............................. 25
La consolidación del régimen: Clístenes, Efialtes y Pericles 27

LAS GUERRAS CONTRA LOS PERSAS ................................... 30


Antecedentes de las guerras ....................................................... 30
Las fuerzas en pugna .................................................................. 30
Características de las guerras ..................................................... 32
La primera guerra (490 a.C.) ..................................................... 32
Todos los derechos reservados por (©,1975.) ED ITO R IAL KAPELUSZ S.A.
La segunda guerra (480 a 479 a.C.) .......................................... 33
Buenos Aires. Hecho el depósito que establece la ley 11.723.
Los preparativos de los griegos ............................................ 34
Publicado e ' abril de Í975. La lucha ................................................................................... 34
LIBRO DE EDICIÓN ARGENTINA - Printed in Argentina. Consecuencias ........................................................... 35

5
LA LIGA DE DELOS Y LA FORMACION DEL IMPERIO
ATENIENSE ....................................................................... 36
Caracteres generales ................................................................................ 33
La formación del imperio ateniense ..................................................... 37
ESPARTA
Pericles ..................................................................................................... 33
Resultados del imperialismo ateniense ................................................. 40

LA SOCIEDAD ATENIENSE EN EL SIGLO V a. C................................. 41 Al sur de Grecia, unida a este territorio por el istmo de Corinto,
se extiende la península del Peloponeso. Esta península, similar en
Los ciudadanos .................................................................................. 41 sus características al resto de Grecia, se divide en varias regiones,
Los metecos ....................................................................................... 42 siendo las principales Laconia, Mesenia, Arcadia, Elide, Acaya y
Los esclavos ........................................................................................ 43 Argólida.
La vida privada ................................................................................... 44
Laconia, centro territorial del poderío espartano, es un valle, al
Las instituciones democráticas .............................................................. 46
sudoeste del Peloponeso, que se extiende a ambos lados del río
Caracteres de la democracia ateniense ............................................ 46
Eurotas.
La asamblea del pueblo o Ecclesia ................................................... 50
El Consejo de los 500 o Bulé ........................................................... 54
Este valle fue ocupado por los pueblos prehelénicos, que la
tradición llama léleges, y luego por los aqueos. El poderío de los
El consejo del areópago .................................................................... 56
aqueos fue arruinado por la invasión doria.
Los magistrados ................................................................................. 56
La administración de la justicia ............................................................ 59
Los dorios fueron llegando paulatinamente, en forma sucesiva,
Tribunales y procedimiento ............................................................. 60
en bandas aisladas. Eran poco numerosos pero capaces, por su valor
militar y la superioridad de su armamento, de imponerse a los
Cri'ticas ............................................................................................... 61
pueblos asentados allí. Hacia el siglo XI a.C. fundaron poblados que
Las finanzas atenienses .......................................................................... 62
luego, reunidos, dieron nacimiento a Esparta.
La organización m ilitar .......................................................................... 63
Después de la unificación, los espartanos comenzaron a con­
Obras de consulta ................................................................................... 64
quistar territorios vecinos. Primero ocuparon Laconia y luego se
extendieron sobre el territorio de Mesenia, al sudoeste del Pelopo­
neso.
A medida que se extendía la conquista, los conquistadores se
adjudicaban las mejores tierras, mientras los vencidos eran reducidos
a la condición de súbditos. Los vencidos que aceptaron las
condiciones del vencedor continuaron siendo libres y conservaron
sus derechos civiles a cambio del pago de un tributo. Los que
resistieron hasta último momento fueron tratados con rigor y
reducidos a un estado próximo al servil. De esa manera, los
conquistadores se procuraron una población de súbditos útiles en el
trabajo campesino, pero que significó un peligro en potencia. Eran
los ilotas, a quienes podían explotar, pero que implicaban un
peligro del que tenían que guardarse.
Luego de la conquista de Mesenia, la tierra quedó dividida en
dos grandes sectores. Por un lado estaba la tierra cívica, donde cada
espartano poseía un lote inalienable e indivisible que se transmitía
por herencia al primogénito. Por otro lado, la tierra de la periferia o
perioikis cuyo régimen de propiedad era diferente. Esta tierra podía

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ser comprada, vendida o dividida. Los propios espartanos podían ser
propietarios en la perioikis pero, en general, esta tierra permanecía ¿En qué consistía la igualdad del llamado grupo dominante?
en manos de los periecos, quienes podían explotarla a cambio de un Difícilmente podríamos admitir que fuese solamente la igualdad
tributo a Esparta. económica. Si bien todo espartano había recibido su lote de tierra,
acaso un lote igual, es difícil creer que los ricos perdieron todo lo
que poseían por encima del mínimo establecido. Esta igualdad era
una igualdad de condición y no la igualdad en todos los aspectos,
V ID A E C O N O M IC A Y S O C IA L EN E SP A R T A pues del mismo modo que se mantuvieron los ricos y los pobres,-
también se mantuvieron los nobles y plebeyos. Era la igualdad en
algo que importaba a los espartanos: la igualdad ante la ley. El
Laconia, aparte de la producción agrícola, solamente contaba espartano sabía qué se esperaba de él y, lo que es más importante,
con unos pocos recursos, apenas explotados. Región productora de qué había de ocurrirle en caso de no cumplirlo. Pero, además, sabía
aceite, de vino y de cereales, su principal actividad era la agrícola. también que se esperaba lo mismo de los demás y que a todos, sin
Por su particular situación geográfica, el comercio no podía excepción, se les imponían las mismas penas.
desarrollarse en gran escala y las comunicaciones estaban restrin­ Los ciudadanos estaban oi^anizados, como en todas las ciudades
gidas a las vías terrestres. aristocráticas, en tribus compuestas por fratrías. Cada fratría
El estado espartano fue un estado continental, sin costas mantenía, gracias a la contribución de sus miembros, un syssitron, o
favorables, sin vida marítima y, por ende, sin relaciones regulares mesa común, para sus varones adultos y, de hecho, el barracón de
con los países de ultramar. De ese modo, no conoció los beneficios sus unidades militares.
de una vida comercial activa y, sobre todo, del intercambio de ideas Cada fratría se hacía cargo, además, de la educación de los niños
que se desarrolla paralelamente. hasta la edad en que pasaban a una mesa común.
La actividad económica de Esparta no era comparable a la de las
Posteriormente el espartano pasó a ser miembro de una nueva
otras grandes ciudades griegas. Siempre se negó radicalmente a unidad llamada oba. Esta unidad no se basaba, como las fratrías, en
adoptar la moneda de metales preciosos. Mientras en otras ciudades un antepasado mítico común, sino en el lugar de residencia. Las
se acuñaban monedas de plata, que eran admitidas en el extranjero, obai eran los barrios de la ciudad y las zonas rurales donde residía el
Esparta mantuvo una moneda de hierro que solamente tenía curso espartano. A partir de estas nuevas unidades básicas se reorganiza­
legal en Laconia. ron las mesas comunes, aunque no está bien esclarecido cómo se
Los pagos se hacían en especies; en especies pagaban los ilotas
su tributo y en especies pagaban los espartanos su parte en las establecieron las relaciones entre las obai y las tribus.
comidas públicas. Al ciudadano le esta prohibida toda actividad u oficio; otros
Por la rigidez de su estructura social, Esparta no se parecía a trabajaban por él y para él. Era dueño de un lote de tierra
ninguna otra ciudad griega. proporcionado por el Estado y trabajado por siervos. El debía
Los espartanos constituían la minoría privilegiada de la pobla­ consagrar todo su tiempo al servicio de las armas. Vivía del
ción. Eran los Iguales (homoioi), los únicos que disfrutaban de producto de su lote y tenía la obligación de aportar su parte
derechos políticos. Ser un ciudadano pleno significaba tener tales o alícuota en harina de cebada, en vino y en queso, a la mesa común.
cuales derechos y obligaciones, y pertenecer a la sociedad, no por el De no cumplir con lo último, se lo excluía de las comidas públicas
hecho de alentar el sentimiento de pertenecer a ella, sino por y, por tanto, de la comunidad social.
poder exhibir la lista de sus privilegios y sus deberes. En una familia solamente el primogénito podía heredar el lote y
Desde un principio los espartanos estuvieron rodeados por conservar sus derechos de ciudadano; de este modo, muchos
grupos humanos de los que se sintieron diferentes. Un sentimiento individuos nacidos ciudadanos se vieron privados de sus derechos
de ese tipo condujo a borrar las distinciones en el seno del grupo civiles. La ciudadanía no solamente se perdía por esa circunstancia
privilegiado. Se formaron barreras entre los nueve mil ciudadanos sino también se perdía por dejar de cumplir con alguna de las
con deberes y derechos iguales y el resto de la población, y se innumerables obligaciones que regíar la vida espartana.
adoptaron medidas para mantener la separación. En Esparta se contraponían dos clases, descendientes ambas de
los conquistadores dorios: los ciudadanos, que poseían todos los
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derechos (los Iguales), y los que habían perdido todos los derechos igual que los ciudadanos, debían pagar impuestos y prestar servicio
políticos (los Inferiores). militar como hoplitas. Pero, en cambio, carecían de derechos
Las tierras de los ciudadanos eran trabajadas por siervos del políticos y no podían ejercer la totalidad de los derechos civiles, no
Estado a los que se llamaba ilotas. La situación jurídica de éstos ha podían casarse legítimamente con mujeres espartanas, ni adquirir
sido ampliamente debatida por la historiografía clásica. La mayor propiedades en tierra cívica.
parte de los historiadores estuvo de acuerdo en afirmar que este La actividad de los periecos se desarrollaba en terrenos que
sistema fue una herencia de la conquista: la antinomia ciudadano- estaban vedados a los ciudadanos: la industria y el comercio. Los
ilota correspondió a la oposición de los dorios vencedores y los artesanos trabajaban fundamentalmente para el ejército; tejían el
aqueos vencidos. Actualmente se acepta esta interpretación, aunque uniforme de los soldados y se ocupaban de la fabricación de las
con sensibles matices. La mezcla de poblaciones debió ser impor­ amias. La industria producía en pequeña escala, solamente para el
tante, puesto que ilotas y ciudadanos hablaban el mismo dialecto abastecimiento del mercado local.
dórico. Algunos dorios, poco favorecidos, pudieron convertirse en
ilotas, y a la inversa, algunos aqueos consiguieron introducirse en la Las instituciones políticas
comunidad de los vencedores. y la vida espartana
Como se ha dicho, los ilotas pertenecían al Estado, eran esclavos Desde fecha temprana Esparta contó con una constitución, obra
de la comunidad, labradores puestos a disposición de los ciudada­ que la tradición atribuyó a un gran legislador llamado Licurgo. Pero
nos. El ilota no estaba vinculado a un hombre, sino a un territorio, el problema planteado acerca de si fue un hombre el realizador de la
que no podía abandonar, ni del cual podía ser expulsado. Era un obra o si, por el contrario, ella fue producto de sucesivas
siervo adscripto al suelo. Disfrutaba de una situación mejor que la transformaciones, no merece discutirse.
del esclavo, tenía familia y habitaba en casa aislada, sin más El principal testimonio sobre la índole de la reforma es ur»
obligación que un tributo fijo que debía al ciudadano —82 documento citado por Plutarco en su Vida de Licurgo, donde
medimnos de cebada, fruta, vino y aceite en cantidades proporcio­
describe, en términos bastante confusos, las disposiciones de la
nales— y, en caso de necesidad, el servicio en el ejército como nueva constitución: “(I) Cuando hayas erigido un santuario a Zeus
infantes ligeros o como peones. Sulanio, dividido al pueblo en tribus y en obai y establecido una
El tributo que debía el ilota al ciudadano había sido calculado, Gerusía o Senado de 30 miembros, incluidos los reyes; (II) de
no de acuerdo con el rendimiento de la tierra o en proporción a la tiempo en tiempo se celebrarán sesiones de la Asamblea el día de la
cosecha, sino de acuerdo con las necesidades del ciudadano de fiesta de Apolo entre Babyka y Knakion; (III) que allí se le
Esparta y su familia. presenten cuestiones y que la Gerusía se mantenga aparte; (IV) y
Una vez pagado el tributo, el ilota disponía de una cantidad que la Asamblea del pueblo tenga la decisión final” .
excedente apreciable. Toda mejoría en los cultivos redundaba en Plutarco consideraba que hay una enmienda posterior: “ IV)
beneficio propio. Mientras que la renta del ciudadano era fija, él Pero si el pueblo toma una torcida decisión, que los ancianos (es
podía enriquecerse con su trabajo. Por la vida que llevaban, por la decir, la Gerusía) y los archagetai (los reyes) los despidan”
semiindependencia de que gozaban, los ilotas ocupaban una (Plutarco, citado por Forrest).
posición intermedia entre el esclavo y el hombre libre. Pero en Pero además importa fijar la fecha de la reforma.
cambio estaban privados del goce de los derechos civiles y no tenían La mayor parte de la historiografía antigua se muestra de
la protección de la ley. Y el Estado, que era severo con sus acuerdo en fechar las reformas entre el 775 y el 750 a.C.; en
ciudadanos, debió de mostrarse inmisericorde con los ilotas. cambio, los autores modernos han llegado a la conclusión de que la
Los ilotas eran mayoría; su proporción con respecto a los legislación en Esparta hay que ubicarla en el siglo VII a.C. y
ciudadanos era de 10 a 1 y, dada la miseria moral en que vivían, la algunos, como Forrest, la fijan con precisión en el año 675 a.C.
revuelta era la única solución contra la opresión. Esta circunstancia Descartan fechas anteriores porque no parece probable que una
se constituyó en el temor permanente de los ciudadanos. constitución tan precisa se creara y transmitiera en un mundo que
Los pénceos, a pesar de ocupar una posición inferior, eran no usó la escritura hasta 750 a.C. Añaden, entre otros argumentos,
hombres libres. Eran los “ que moran en torno” y vivían agrupados los versos del poeta espartano Tirteo, compuestos a mediados del
en grandes poblados que gozaban de cierta autonomía municipal. Al
10 11
siglo VII a.C., donde parece estar resumida la nueva constitución:
“Que tomen la iniciativa, con el Consejo, los reyes, honrados por los La asamblea del pueblo o Apella, integrada por los Iguales, es
dioses, que se cuidan de la amable Esparta, y los Ancianos provectos decir, todos los espartanos de más de 30 años, se reunía una vez por
en años. Y que luego, respondiéndoles con decretos justos los mes presidida por los Eforos. Tenía como misión fundamental la
hombres del pueblo...” (Tirteo, Fragmento 4, citado por Forrest). elección de éstos y de los gerontes y deliberaba sobre toda clase de
Este documento es contemporáneo de la institución del sistema que asuntos. Al parecer no podía proponer iniciativas, sino que
describe y fue escrito entre 680 y 620 antes de la era cristiana. solamente podía manifestar, por aclamación, aprobación o repro­
En el siglo VIII a.C., a semejanza de otras ciudades griegas, bación de las proposiciones que se sometían a su consideración.
Esparta atravesó por una revolución económica. Pero ella no La Gerusía presentaba a la Apella un asunto, pero no para que
consistió en una colonización ni en el desarrollo de la industria y el ésta decidiera sobre él. Después de discutirlo, celebraba una sesión
comercio, sino en una guerra de conquista contra el vecino por separado en la que formulaba una propuesta influida por el
territorio de Mesenia. Hacia 715 a.C., había duplicado sus tierras sentir de la Asamblea. “ Influida” , pero no necesariamente de
laborables y las había repartido entre la población espartana. acuerdo con la voluntad de la Asamblea.
“ La rapidez de la expansión espartana y la peculiaridad de la Los ciudadanos eran consultados, pero lo único que hacían era
sociedad espartana podrían explicar, pues, que se produjera la ratificar las medidas que se les proponían.
revolución hacia el 675 a.C.; la homogeneidad de dicha sociedad y En muchos casos, según los documentos, podemos suponer que
de su economía podría explicar que la revolución se efectuase sin cuando la decisión del Consejo se oponía a la voluntad de la
excesivo derramamiento de sangre, sin la destrucción de la Asamblea, la decisión que se imponía al fin era la del Consejo. Todo
aristocracia y sin el establecimiento de un tirano en el poder” . esto hacía que la Asamblea se asemejara más- a una asamblea
(Forrest) homérica que, por lo que sabemos, fueron las asambleas democrá­
En la constitución espartana podemos precisar cuatro institu­ ticas de épocas posteriores. La única diferencia con las asambleas
ciones: los Reyes, el Consejo, la Asamblea y los Eforos. anteriores, radicaba en que ahora se reunían por prescripción legal y
Esparta conservó la realeza. Había dos reyes descendientes de no al arbitrio de los reyes o de la Gerusía.
familias diferentes: los Agiadas y los Euripóntidas. La doble Los Eforos eran cinco, elegidos por el lapso de un año entre
monarquía parece haber sido el resultado de un acuerdo entre todos los ciudadanos; uno de ellos hacía de magistrado epónimo.
grupos rivales en el momento de la conquista. De ese modo se Esta magistratura fue creada con el fin de poner una barrera a la
explicarían los desacuerdos entre las dos familias y la estricta autoridad real.
prohibición impuesta a todos sus miembros de realizar matrimonios Las facultades de los Eforos, eran casi ilimitadas. Ejercían
entre sí. fiscalización general sobre todos los ciudadanos,' podían hacer
Los reyes poseían gran prestigio. Eran los jefes religiosos de la comparecer a los reyes a juicio y deponer magistrados. Tenían,
ciudad y los supremos jefes militares. Pero, a pesar de ello, estaban incluso, verdadero poder legislativo. Como juzgaban las causas
sometidos a la estricta vigilancia de los éforos, quienes, cada mes, les civiles y eran los encargados de interpretar leyes que no eran más
tomaban juramento de reinar de acuerdo con las leyes vigentes. que tradiciones no escritas, so pretexto de interpretarlas legislaban
Por debajo de ellos había un consejo aristocrático, la Gerusía, por sí mismos.
que comprendía a 28 gerontes elegidos con carácter vitalicio y por Los Eforos también acompañaban al rey en la guerra en calidad
aclamación entre los ancianos de más de 60 años. La Gerusía era de observadores, pues no intervenían en sus manejos militares.
presidida por los reyes, cuyo voto tenía el mismo valor que el de los Conducían las negociaciones con los demás estados y recibían a las
demás gerontes. Se reunía en fechas fijas y resolvía sobre embajadas extranjeras.
importantes y variados asuntos. Dirigía y discutía todo lo referente El gobierno de Esparta era esencialmente conservador. Los
a política exterior y sometía algunos asuntos a la consideración de espartanos se jactaban de tener instituciones inmutables; sólo el
la asamblea. La Gerusía era la encargada de juzgar en los procesos eforado era considerado como institución no creada por Licurgo.
importantes como las acusaciones de asesinato y, sobre todo, en Ninguna de las añejas costumbres desaparecía: la realeza, por
todo lo que afectaba la vida de un espartano y sus relaciones con el debilitada que estuviera, se mantenía en Esparta en tiempos en que
Estado. en los demás estados era solamente un recuerdo. Este espíritu
conservador se debía principalmente a que la dirección de los
12 13
asuntos estaba en manos de la Gerusía, es decir, de un tribunal de cual el joven vivía solo y al aire libre en el campo, a la manera de un
ancianos elegidos de por vida. lycathrope (hombre lobo), practicaba de noche la caza de los ilotas,
Esta situación parece ser el resultado de factores preponderantes que consistía en atrapar y dar muerte por lo menos a uno de ellos.
en la historia de Esparta, comunidad de tipo militar y agrícola que Esto habilitaba a los jóvenes para entrar en el cuerpo especial de
se bastaba a sí misma, encerrada en el interior y aislada del mar. infantes que servían de guardia a los reyes o de policía secreta a los
éforos.
A los 20 años, todo espartano se incorporaba a la vida militar
La vida espartana activa, pero su aprendizaje no se consideraba acabado. Hasta los 30,
y como lo hacía desde los 12, dormía con sus compañeros; si quería
Un rasgo tan singular como la constitución espartana lo reunirse con su mujer, debía hacerlo a escondidas. Sólo a los 30
constituía el sistema espartano de educación, que tenía como fin años tenía acceso a la asamblea. Al estado, hasta los 60 años, le
formar soldados invencibles.
debía servicio militar.
Al nacer todos los niños eran llevados ante un tribunal que los Durante este tiempo tenía que habitar en la ciudad para poder
examinaba. Si un niño no estaba bien conformado, ordenaba que acudir al primer llamado; no podía viajar ni residir en el extranjero
fuese precipitado al barranco del Taigcto. Si era considerado apto,
sin previa autorización.
el niño recibía una educación enteramente organizada por el Otro rasgo característico de la vida espartana eran las comidas
Estado.
comunitarias, heredadas de la primitiva camaradería guerrera, a las
Desde los 7 años se incorporaba a la comunidad de muchachos que todos debían aportar su cuota, so pena de ser expulsados del
de su edad y comenzaba su adiestramiento militar. núcleo de los ciudadanos. En estas.comidas, se reunían en la misma
Durante dicho lapso, el niño tenía que soportar múltiples y no mesa los quince soldados que en la guerra iban a compartir la misma
siempre gratos ejercicios. Descalzo, vestido con una túnica corta y tienda y combatir juntos. Lo que se trataba, mediante estas
ligera, escasamente alimentado y viviendo sin comodidades, se comidas, era fomentar el sentimiento de camaradería militar.
trataba de acostumbrarlo a soportar la intemperie, la fatiga, el En cuanto a las muchachas, se procuraba hacer de ellas
hambre y el dolor. únicamente buenas madres, capaces de tener hijos vigorosos. Desde
Se le enseñaba a leer y escribir en grado mínimo; la música la jóvenes, practicaban gimnasia y se las acostumbraba a aparecer
practicaba en mayor grado, pues exaltaba el ánimo y servía de desnudas en las fiestas. Gozaban de gran libertad, ya que la vida
acompañamiento al soldado en el combate. familiar quedaba reducida a muy poca cosa. Muchas veces debían
La educación física constituía la base del entrenamiento: la cargar con graves responsabilidades a causa de la ausencia de sus
carrera, el salto, el lanzamiento del disco y la jabalina fortificaban y maridos, retenidos en campaña o en maniobras. Estaban capacitadas
daban elasticidad al cuerpo; esto se completaba con el manejo de las para administrar la fortuna y aumentar los recursos del hogar, hasta
armas. se les permitía practicar el comercio.
Se procuraba desarrollar, desde joven, la disciplina y el sentido
comunitario, lo que merecía el siguiente juicio de Plutarco:
“Acostumbraron a los ciudadanos a no querer, a no saber vivir
solos; a estar siempre, como las abejas, unidos para el bien público, El ejército espartano
en torno a sus jefes” (Plutarco, Vida de Licurgo).
Al llegar a la adolescencia, el joven practicaba extraños rituales Los espartanos eran considerados por los demás griegos maes­
que se remontaban a tiempos arcaicos y que tenían como fin tros en el arte militar. Su ejército no era diferente del de los demás
fortalecer al futuro ciudadano. griegos, ni en composición, ni en armamento, ni en táctica. Se
Entre los 18 y los 20 años el joven completaba su educación componía casi únicamente de infantería pesada. El soldado espar­
militar entrenándose en la marcha, en la escuela de compañía y en tano era el hoplita, armado de lanza y espada, cubierto por el casco,
los servicios de campaña. la coraza y las cnemides y protegido por un ancho escudo de
La prueba más extraña que soportaba el adolescente era la bronce.
llamada criptia. Después de un tiempo de alejamiento durante el La infantería pesada era la única arma digna del ciudadano.
14
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vez más audaces cuyo escenario fue la Grecia oriental y, sobre todo,
Esparta no poseyó caballería hasta la guerra del Peloponeso, y su
marina fue insignificante. la Grecia central.
La fuerza del ejército residía en la falange, temida por su Al estallar las guerras médicas, ninguna ciudad discutía en el
cohesión y solidez. En ella, los hoplitas, dispuestos en filas más o Peloponeso su hegemonía y superioridad. Su importancia entre las
menos profundas, se sostenían y salvaguardaban unos a los otros. naciones era tal, que los griegos le confiaron el mando supremo en
Generalmente formaban de ocho a doce en fondo y avanzaban sin la conducción de la guerra.
romper filas hasta obligar al enemigo a retroceder. Esparta no era en el siglo VI a.C. la ciudad sin industria, sin arte
La falange estaba apoyada por hoplitas periecos de armamento y sin literatura que nos pinta la tradición, pero se hallaba al margen
ligero y por ilotas como auxiliares. Los hoplitas espartanos se del movimiento intelectual del mundo griego.
distinguían a primera vista del resto por sus túnicas, siempre teñidas Había estado abierta a las influencias exteriores, pero a partir
de púrpura para que no se notara la sangre. del siglo VI a.C. se replegó sobre sí misma y se cerró a las
La superioridad de las tropas espartanas estribaba ante todo, en influencias extranjeras. Lentamente la vida se anquilosó. Se siguió
las cualidades físicas de sus soldados, sometidos desde la infancia a cantando a los dioses, pero con los viejos poemas. Se dejó de
entrenamiento continuo. A esto se unía un adiestramiento basado construir, y la cerámica, a partir del año 550 a.C., decayó
en el respeto a la disciplina, el sentimiento del honor y el espíritu de notablemente.
sacrificio. He aquí los frutos de una educación que tendía a formar Los motivos de un cambio tan violento se desconocen.
soldados. “Es hermoso caer en primera línea, como valiente, Es difícil hablar objetivamente sobre Esparta, pues tanto en la
combatiendo por la patria” (Tirteo, Fragmento 10). antigüedad como en nuestros días ha sido desmesuradamente
En esta exaltación del patriotismo y del deber se basaba, para admirada por unos y desmesuradamente criticada por otros.
algunos autores, la grandeza de Esparta. Lo que no podemos dejar de reconocer son las raras cualidades
de valor, disciplina y tenacidad que le permitieron imponerse como
la ciudad fuerte de Grecia.
Esparta siguió siendo el primer estado de Grecia que, por lo que
El imperialismo espartano se sepa, creó conscientemente un nuevo orden social y un sistema
político con una autoridad superior a la de cualquier individuo,
La cohesión interna del Estado fue una de las causas del poderío clase o miembro . del Estado. Algunos autores ven en ella la
de Esparta. descubridora del ideal del gobierno constitucional y, virtualmente,
Como ya dijimos, tras la conquista de Laconia los espartanos de la idea de ciudadanía que sería tomada como ejemplo en otras
invadieron a los mesenios. Hubo en Mesenia continuos levanta­ ciudades griegas.
mientos, pero Esparta logró someterla y la anexó en forma Esto se refiere, desde luego, al aspecto formal, porque en cuanto
definitiva. Como consecuencia, pudo incorporar nuevas tierras al contenido cada ciudad presentó formas distintas.
fértiles y distribuirlas entre los nuevos ciudadanos, acrecentándose
así el número de Iguales.
Después de sofocar continuos levantamientos en Mesenia, y
anexarla definitivamente a sus dominios, Esparta cambió su política ATENAS
tradicional. Renunció a la expansión territorial directa y procuró
reunir en torno, mediante tratados y alianzas, al mayor número de
ciudades. Surgió así la Liga del Peloponeso, los lacedemonios y sus El Atica
aliados según los textos antiguos.
Esparta extendió su influencia sobre todo el Peloponeso a
excepción de Argos y Acaya. Las ciudades aliadas no contribuían El Atica es una pequeña península situada al este del istmo de
con tributos. Solamente en caso de peligro aportaban contingentes Corinto y al noroeste del archipiélago de las Cicladas. Comprende
cuyo mando conservaban. tres tipos de regiones distintas que imponen, a su vez, modos de
Esta política le permitió a Esparta intervenir en empresas cada
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vida diferentes a sus habitantes: montaña, llanura y costa. La zona religiosas; otro, el arconte epónimo, que daba su nombre al año y
montañosa ocupa gran parte del territorio y es propicia para el guardaba para sí el poder ejecutivo; un tercero era el arconte
pastoreo y las explotaciones madereras; posee, además, importantes polemarca, que era el jefe del ejército. Los seis restantes desempe­
riquezas en piedras y en metales. ñaban tareas de jueces e intérpretes de las leyes tradicionales. Los
Entre las cadenas montañosas, hay pequeñas llanuras propicias arcontes salientes pasaban-a integrar el Areópago, que constituía la
para el cultivo de la vid, el olivo, las legumbres y los cereales. suprema autoridad de la ciudad y garantizaba la permanencia del
La zona de la costa ofrece características favorables para la dominio aristocrático sobre el Estado.
instalación de puertos y, por ende, para la navegación. Una asamblea popular, con poderes muy limitados, completaba
el sistema administrativo de Atenas en el siglo VII a.C.

Los primeros siglos de Atenas


Las inquietudes sociales y políticas
El Atica estuvo habitada desde el neolítico y poblada por jonios
desde principios del segundo milenio. Gozó de gran prosperidad en Atenas no se mantuvo alejada de las grandes transformaciones
la época aquea, como lo atestigua la importancia de los vestigios que promovió la colonización. Poco a poco fue superando su estilo
micénicos de la Acrópolis y sus alrededores. Al producirse la de vida, fundamentalmente rural. La industria artesanal experi­
penetración dórica, logró mantenerse al margen y sirvió de refugio a mentó notables progresos y aumentó el intercambio, como lo
muchos jonios expulsados del Peloponeso. demuestra la exportación de sus vasijas de vino y aceite.
Sufrió, como otros centros micénicos, la crisis económica La sociedad ateniense se vio sacudida por estos cambios, y las
posterior a la invasión dórica, pero se recuperó más rápidamente tensiones aumentaron.
que los demás. Hacia el siglo VII a.C. encontramos en el Atica un gran número
En un principio el Atica estaba dividida en muchas poblaciones de pequeños campesinos que, de un modo u otro, estaban
pequeñas e independientes, a lo cual parecía predisponerla su vinculados a un propietario más rico. Eran los hektemoroi,
geografía, que traza pequeños valles entre montañas. “partícipes de la sexta parte” . Acerca de su condición y de la
En una época no totalmente precisada por la investigación interpretación de la “sexta parte” , no hay acuerdo entre los
histórica, se produce el sinecismo de todas las aldeas en torno a historiadores. Para la historiografía tradicional, el campesino per­
Atenas. En el “Catálogo de las naves” del canto segundo de La cibía solamente una sexta parte de lo cosechado. Nuevos estudios
Ilíada, Atenas aparece como un estado unificado. Otros autores sobre los testimonios de la época y una revisión de Aristóteles,
ubican el proceso de unificación en el siglo VIII á.C. llevan a la conclusión de que lo que tenían que pagar a su amo era
Atenas alcanzó un grado superior de desarrollo. Así lo demues­ un sexto de su cosecha anual, debido a que los cinco sextos era una
tra el perfeccionamiento de la cerámica protogeométrica y geomé­ proporción demasiado alta para lo estipulado en la época.
trica, que fue la de mayor calidad en el mundo griego de la época. Si los hektemoroi no cumplían con la obligación de la entrega
La relativa abundancia de tierra cultivada y el dominio que ejercía de la sexta parte correspondiente, ellos y su familia podían ser
en toda la región circundante le restaron estímulos para participar vendidos como esclavos y la tierra que cultivaban pasar a manos del
en la gran empresa de la colonización. acreedor.
En esa época, Atenas estaba gobernada por un reducido número En Atenas, según la costumbre vigente en aquel momento, todas
de familias aristocráticas, cuyos integrantes se denominaban eupá- las deudas tenían como garantía la libertad personal del deudor.
tridas, o sea, los “bien nacidos” , que eran, además, los dueños de las Así, lo mismo que el hektemoro, el deudor insolvente corría el
mejores tierras. riesgo de convertirse en esclavo. Pero de la similitud de la pena o de
El poder de los reyes fue suplantado poco a poco por el de los la semejanza de las relaciones con el acreedor no hay que deducir
aristócratas. Estos ejercieron el poder a través de dos magistraturas: que el “ contrato” por el cual un individuo aceptaba ser hektemoro
el arcontado y el consejo del Areópago. de un propietario más poderoso se debiera exclusivamente al hecho
Los arcontes eran nueve y duraban un año en sus funciones. de ser su deudor. En el caso del hektemoro, el motivo bien pudo ser
Uno de ellos era el propio rey, a quien se le reservaban funciones
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otro. La necesidad de protección en épocas difíciles pudo llevar a
los humildes a someterse al vecino poderoso, dándole, a cambio de Constitución de Atenas: “Era ciertamente el más duro y el más
su amparo, no solamente su lealtad y sus servicios, sino también un amargo de los males de su condición de ciudadanos su servidumbre
tributo en especies. Con el tiempo, este acuerdo, hecho en beneficio al rico Esto no quiere decir que no tuvieran otros motivos de
mutuo, se convertiría en una relación fija y hereditaria que llegaría descontento” .
a ser sancionada por la ley. También había descontento entre los ricos. Los propietarios que
Se intenta explicar la agitación política que vivió Atenas a fines se habían dedicado al cultivo del olivo empezaron a obtener
del siglo VII a.C. atribuyéndola exclusivamente a factores econó­ beneficios de la venta del excedente de la producción de aceite. En
micos. Evidentemente, el malestar económico debió ser un motivo poco tiempo, los que solamente eran ricos en escala local
de descontento, pero no debemos considerarlo único. empezaron a considerarse incluso superiores a la antigua aristocra­
Algunos autores, al analizar la situación económica de Atenas en cia. Fueron ellos los que dirigieron el ataque al monopolio del poder
dicha época, destacan que había llegado a un grado de desarrollo por parte de los Eupátridas.
tal, que no hizo necesaria su participación en la empresa coloniza­ La crisis ateniense fue un problema complejo. No podemos
dora. reducirla al odio entre ricos y pobres, cultivadores de olivo y
Por otra parte, fue a partir de esta época cuando se generalizó el eupátridas, propietarios y comerciantes.
cultivo de la vid y del olivo, provocando cambios de importancia. Los hombres comunes de Atenas iban asimilando cada vez más
Los cultivadores de estos productos, que no habían logrado mayor los ideales de que disfrutaban otras ciudades griegas y que se
prosperidad hasta entonces, vieron transformada su situación al difundían por toda Grecia. Muchos de ellos estaban en mejor
ampliarse el mercado del aceite en las zonas ribereñas del mar situación económica que nunca, servían en el ejército como los
Negro. hoplitas espartanos y se consideraban merecedores de un reconoci­
La ruta del mar Negro, que conducía a una zona rica en trigo, miento similar por parte de la sociedad.
fue codiciada por Atenas a partir de ese momento y durante los También estaban los deudores y los hektemoroi, que planteaban
siglos siguientes. Su objetivo no era solamente conservar el mercado, sus propios reclamos; la liberación de la inminente amenaza de la
sino asegurarse el abastecimiento de trigo, pues de él dependía su esclavitud y la obtención de ventajas en un posible reparto de
subsistencia. tierras.
No hay duda de que siempre se pagó el grano con el aceite, que
no se producía en las costas del mar Negro, y que el dominio de la
ruta se buscó tanto para vender como para comprar. Dracón
Los que se beneficiaron con el naciente comercio del aceite
fueron los agricultores y no solamente los grandes latifundistas: el Debemos señalar que la acción de los reformadores ha sido muy
olivo y la vid se cultivaban en las tierras menos fértiles, o sea, las de esquematizada por la historiografía clásica y que no es fácil penetrar
los más humildes. en una situación compleja con escasos elementos.
De acuerdo con esto, y concordamos con las afirmaciones de Inicialmente, lo importante fue la redacción de leyes escritas
Forrest, presentar el cuadro de una ruina agraria general como único que dejaran normas bien establecidas, evitando de ese modo las
motivo de descontento es en extremo simplista. arbitrariedades de la nobleza.
Para el campesino, la disconformidad se centraba, más que en el Para ese fin, en 621 a.C. se designó legislador a Dracón y se le
miedo de morir de inanición o de caer en esclavitud, en la otorgaron poderes extraordinarios.
inferioridad de su propia condición de hektemoro. Su impulso de La preocupación fundamental de Dracón fue la de recopilar las
sublevarse nacía no solamente del miedo a la esclavitud real, sino leyes tradicionales, sobre todo las relacionadas con el derecho
del hecho de que, a despecho de su condición de ateniense, pudiera criminal, hecho importante para Atenas, escenario de continuas
reducírselo a la esclavitud. El odio hacia el amo no emanaba de la luchas por el poder.
obligación de pagarle la sexta parte, sino meramente del hecho de Dracón quitó jurisdicción a los grupos gentilicios para trasla­
ser el amo. darla a la ciudad. En adelante, el proceso tendría lugar, según la
Ya lo señalaba Aristóteles al comentar así la crisis en su gravedad del caso, ante el tribunal del Areópago, presidido por el
rey, o ante el tribunal de los Efetas, compuesto por cincuenta y un
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miembros. En virtud de ello, el sospechoso quedaba sustraído a las
venganzas privadas, ya que entre las partes se interponía el Estado clase censataria. En el futuro, cualquiera que alcanzase las condicio­
como árbitro indiscutible. nes necesarias se convertía en un político en potencia.
Pese al rigor de las penas, con esta legislación surgieron los El éxito de la reforma, que no podemos juzgar por falta de
principios de un derecho más humanizado. documentos, dependería del número de hombres de las clases
superiores que no fuesen Eupátridas y del éxito que tuvieran estos
hombres nuevos para explorar ias oportunidades que Solón les
Solón había dado.
A Solón se le atribuye una serie de reformas de las instituciones,
La legislación de Dracón, a pesar del progreso indudable que pero probablemente éstas ya habían comenzado a realizarse antes
significaba, dejó sin solución al problema de base: la abolición de las de su advenimiento y concluyeron después.
deudas y el reparto de las tierras. Junto a las magistraturas e instituciones ya existentes, aparece
En el año 594 a.C. fue elegido arconte Solón, con poderes en esta época el consejo de los 400, la Bulé, .cuyas atribuciones no
extraordinarios. Se le encomendaba la tarea de revisar las leyes y la estaban bien delimitadas en un principio, aunque parece que era la
constitución. encargada de preparar las sesiones de la asamblea y que poco a poco
Se lo había llamado como mediador, pero esto no quiere decir fue absorbiendo las prerrogativas del Areópago.
que se mantuviera independiente entre las posiciones en pugna. A Su utilidad está demostrada por un simple hecho. Si el único
través de sus propios poemas y de loque de él nos dice Aristóteles, órgano permanente del gobierno hubiera sido el Areópago, com­
podemos formarnos una idea acerca de su posición. puesto exclusivamente por Eupátridas, las reformas de Solón
En sus poemas Solón deja traslucir que se identifica con el habrían tenido escasas probabilidades de supervivencia. El consejo
cambio, ataca la injusticia, la codicia y el orgullo de los privilegiados significó un núcleo de resistencia ante cualquier intento eupátrida
y los amenaza: “Ni os obedeceremos ni estaremos todos a vuestra de detener las disposiciones de Solón.
disposición” . Y Aristóteles puede decir, comentando sus poemas: Otra de las reformas atribuidas a Solón fue la seisachteia, “la
“Solón, consecuente consigo mismo, echaba en todo las culpas sacudida de cargas” , por la cual se abolía la condición de
sobre el rico” (La Constitución de Atenas). hektemoro, se cancelaban las deudas existentes y se prohibía tomar,
Finalizada la reforma. Solón se preciaba de haber estado por en adelante, a una persona como garantía. La posibilidad de
encima de los partidos. Había dejado de lado, en efecto, las esclavitud en el futuro desapareció para los atenienses; desde ese
demandas de un grupo de partidarios, no por lo radical de éstas, momento, no respondían sino con su patrimonio por las deudas
sino por las violencias y confiscaciones que entrañaban. contraídas.
En virtud de su reforma, la población fue dividida en cuatro La medida tuvo carácter general; no solamente recobraron la
clases según las rentas, que se contaban en medidas de cereales, libertad los atenienses esclavos en Atenas, sino también los que
vino, aceite y, posteriormente, moneda. Estas clases eran: los habían sido vendidos como esclavos en el extranjero.
ventacosiomehimnos, los caballeros, los zeugites u hoplitas y los
thetes, con derechos y obligaciones propias. Al suprimirse los hektemoroi, los campesinos se convirtieron en
Los thetes, por el solo hecho de ser ciudadanos, podían formar pequeños terratenientes independientes. Muchos de ellos pasaron a
parte de la asamblea y de los tribunales, pero no prestaban servicio integrar la clase de los zeugites, con mayores posibilidades de
militar sino como remeros y no tenían acceso a la magistratura. Las participación en los asuntos del Estado.
otras tres clases debían armarse por su cuenta para formar en la La reforma de Solón dio a las clases inferiores el derecho de
caballería o en la infantería. Podían ocupar todos los cargos de la asistir y actuar en la asamblea y en la Heliaia (tribunal de
magistratura, siendo el arcontado privilegio exclusivo de los apelación). De cualquier manera, la posibilidad de actuación de los
pentacosiomedimnos. nuevos grupos en la conducción de los asuntos de Estado iba a ser
La innovación introducida por Solón residió en que a partir del limitada, puesto que se necesitaba cierto desahogo económico para
año 594 a.C. la aptitud para optar a un cargo público no dependió poder dedicarse a los problemas políticos.
del hecho de pertenecer a una familia, sino de estar incluido en una Con Solón se transformó más la competencia de la asamblea,
que su composición efectiva.
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Los cambios, en ese sentido, fueron importantes. El cuerpo se
reunía reglamentariamente y no al arbitrio de un magistrado o del Solón no fue el iniciador del proceso, ni éste su obra exclusiva, no
Areópago. Desde entonces, tuvo existencia y carácter propios; se le hay duda de que comprendió la situación económica de Atenas y se
dio intervención en asuntos en los que antes no tenía competencia le adelantó deliberadamente.
Se dio gran importancia a los artesanos extranjeros de Atenas, se
y, poco a poco, se hizo imprescindible tomar en cuenta sus incitó a los propios atenienses a que aprendiesen un oficio, se
decisiones, entre las que se destaca la elección de magistrados. facilitó la producción de aceite a cuantos quisieran vender en el
“ No podemos atribuir todos estos resultados de capital impor­
extranjero y se posibilitó el intercambio de mercaderías en una zona
tancia a las intenciones de Solón. Bien pudo haber legislado sobre más extensa mediante la modificación del sistema de pesas y
algunos de estos puntos, pero es muy probable que no se propusiera
dar origen a la asamblea, que, en última instancia, originó” .* medidas.
En materia judicial, también se introdujeron modificaciones que
traerían importantes consecuencias para el futuro desarrollo institu­
cional de Atenas. Se concedió a todo ciudadano facultad para Pisístrato y la experiencia de la tiranía
iniciar un proceso legal y se creó un tribunal en el cual no
intervenían para nada los integrantes del Areópago y que entendía
en las apelaciones contra el veredicto de los magistrados. No se
conoce exactamente el mecanismo de su funcionamiento ni la esfera Los motivos que llevaron a Pisístrato a tomar el poder por la
exacta de su competencia. Pero, al menos en ciertos casos, se sabe fuerza, no podemos buscarlos solamente en el fracaso de la política
que un ateniense podía apelar contra algunos tipos de castigo moderada de Solón, sino en las tensiones provocadas por la
impuestos por un magistrado y llevar esta apelación ante un jurado situación política y económica de Atenas.
compuesto por cualquier integrante de la asamblea. Una clave para penetrar en la naturaleza de esas tensiones
podría ser la escisión que se produjo entre los partidarios de Solón.
Para juzgar la obra de Solón, lo más acertado es oír su propio Ella dio origen por un lado a la facción de la costa del sudoeste, los
enjuiciamiento de lo que realizó: “ Le di al demos tantos privilegios paralioi, acaudillados por los Alcmeónidas, y por otro lado a la de
como le bastaban, sin quitarle nada de su estimación, ni tratar de los hyperakrioi, “ los hombres de allende las montañas” , partidarios
concederle más de los que le cuadraban...” “El demos seguirá mejor de Pisístrato.
a sus jefes, si no se lo dirige a la fuerza ni se le da excesiva rienda Desde el punto de vista económico, no existe gran diferencia
suelta...” “ Si se ha de hacer al demos un reproche claro, es el de que entre las dos comarcas, salvo que las famosas minas de plata de
jamás pudo haber soñado antes con tener lo que ahora tiene...” Laurión se encontraban en el territorio favorable a Pisístrato. Pero
Solón trató de adaptar a Atenas a las nuevas circunstancias no estaban lo suficientemente explotadas como para marcar una
económicas, sociales y políticas sin revolución. Creó una constitu­ diferencia tan importante en la estructura de las diferentes regiones.
ción en la que cada sector de la sociedad ocupaba el que a su A pesar de ello, es cierto también que Pisístrato tuvo intereses
criterio era su justo puesto. Ideó una constitución que se contem­ personales en la zona y que las famosas “lechuzas” atenienses que
plara como algo inmutable, sagrado, que sólo fuera modificado luego se convirtieron en el tipo de moneda más popular del
desde adentro mismo. Mediterráneo, se acuñaron por primera vez durante su tiranía con
“Solón fue, ante todo, un constitucionalista. Estaba convencido plata de las minas de Laurión.
de que la mayoría se inclinaría siempre por la ley y el orden, pero En lo político tampoco existían diferencias. Durante ese
de que era preciso acicatearla para que los defendiese” . ** tiempo, la costa se mantuvo en el justo punto medio entre los dos
Atenas se había transformado económica y políticamente. extremos: el llano (eupátridas) y la montaña (hyperakrioi), lo que
A partir del siglo VII a.C., como hemos señalado, el comercio hace suponer que en la lucha estaba en juego algo más que una
ateniense se desarrolló en el Mediterráneo y el mar Negro. Si bien disputa personal o entre grupos locales.
* Forrest, La democracia griega. Es probable que los hyperakrioi hallaran más difícil que la gente
de la costa explotar las oportunidades que les había dado Solón.
** Forrest, ob. cit.
Pero, los motivos que los indujeron a rechazar la solución de Solón
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se han perdido. Pudo ser que el legislador subestimase la tenacidad La consolidación del régimen:
de los Eupátridas y sobreestimase la amplitud de miras de aquellos a Clístenes, Efíaltes y Pericles
quienes había beneficiado de un modo más claro.
La extraordinaria expansión económica alteró la estructura Luego de la caída de la tiranía, los aristócratas creyeron poder
sobre la cual trabajó Solón. El mecanismo de gobierno constitucio­ ocupar el poder, pero fueron vencidos por Clístenes, jefe del partido
nal ideado en la época, contribuyó al desarrollo de la conciencia popular.
política de los atenienses, de tal modo que un grupo de ellos estaba Los objetivos de Clístenes (508 a 507 a.C.) eran: terminar con
dispuesto a abandonar transitoriamente el principio sobre el cual el poder de los genos y de las tribus, combatir la formación de
Solón había edificado la nueva estructura política: la legalidad. partidos regionales y prevenir el retorno de la tiranía.
Los continuos disturbios entre los partidos regionales llevaron al Para llevar a cabo sus fines, realizó una reforma audaz. Dicha
establecimiento de un régimen tiránico, con el advenimiento de reforma, se fundó en una nueva repartición de los ciudadanos: el
Pisístrato en el año 561 a.C. Atica fue dividida en un centenar de Demos agrupados en treinta
Tridas, reunidas a su vez en diez T r ib u s a razón de una tritia de la
A pesar de no haberse operado cambios en las instituciones, que ciudad, una de la costa y una del interior por cada tribu.
siguieron funcionando como en la época de Solón, se tomaron una Cada ciudadano estaba inscripto en el registro de alguno de los
serie de medidas que provocaron transformaciones de gran alcance demos y usaba, junto a su nombre, el de su demo (demótico).
en la vida ateniense.
El nombre demótico ofrece, de hecho, la clave para comprender
La atención se volvió fundamentalmente hacia el campesinado, la reforma. Esta circunstancia, tan trivial en apariencia, pone de
al cual se le repartieron las tierras expropiadas a los nobles y se le relieve dos cosas: la unidad del demo y la igualdad de todos sus
otorgaron préstamos para mejorar los campos y los cultivos de olivo miembros. La lealtad a la patria chica es un fenómeno universal, y
y vid, a la sazón productos de gran importancia comercial. en el Atica, hasta hacía muy poco, lo había significado todo. El
Pisístrato favoreció el comercio marítimo, desarrollando una demo le daba a esta lealtad un nuevo foco: la constitución del demo
política exterior de largo alcance que lo impulsó a ocupar lugares ocupaba el lugar de la praxis de la fratría. Los funcionarios del
estratégicos y a establecer contacto con los más importantes centros demo sustituyeron al jefe de familia. Dicha constitución era
comerciales. democrática; sus funcionarios accedían al cargo por elección.
Con el fin de crear fuentes de trabajo, ordenó la realización de Anualmente, la asamblea del demo elegía a sus demarchos, su
grandes obras públicas. Atenas conoció entonces su primera etapa alcalde, un cónsejo y otros funcionarios. Para la gran masa de los
de progreso arquitectónico y urbanístico. atenienses, el demo lo era todo, inclusive para un hombre con
El desarrollo de la vida religiosa, sirvió a Pisístrato para llevar a ambiciones políticas. Además de ser una escuela útil, seguía siendo
cabo una política hábil y popular: dio un nuevo brillo a las Grandes una base necesaria para el desempeño de otros cargos de gobierno.
Panateneas y organizó en honor del dios Dionisos dios rústico, Con esto no pretendemos afirmar que la democracia naciera en
alejado, por lo tanto, de los cultos gentilicios—soberbias fiestas: las el demo de la noche a la mañana, pero sí que poco a poco el
Grandes Dionisíacas. hombre común fue reconociendo en el nombre demótico, que
Dotado de habilidad para aprovechar cualquier ocasión, supo compartía con su vecino aristócrata, un indicio seguro de su igual­
asegurar la grandeza de Atenas que, a la vez, era su propia grandeza. dad e independencia.
Consolidación del equilibrio social, ayuda y trabajo para los Con esta reforma triunfó el principio netamente político del
ciudadanos peor dotados mediante una política de grandes obras, territorio, sobre el principio preestatal, clásico, de la sangre.
fomento de las artes, expansión hacia tierras lejanas: tal el programa En función de estos cuadros, Clístenes procedió a la reorgani­
cumplido por Pisístrato. zación de los órganos de gobierno. Transformó la Bulé oConsejode
A su muerte, sus hijos heredaron la tiranía, como si fuese los 400, en un consejo de los 500, a razón de 50 integrantes por
patrimonio familiar, pero ninguno de ellos poseía la talla de su tribu. Los 50 buleutas de cada tribu, formaban una pritania, que
padre y no pudieron mantener el dominio de la situación, viéndose garantizaba la solución de los asuntos urgentes durante una décima
forzados a abandonar Atenas. parte del año. Unido a ello, adoptó un calendario político laico,
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basado en una división del año en diez pritanías, cada una de 36
días. El Areópago parece haber perdido sin violencia, junto con sus
La tradición, también atribuye a Clístenes la institución del poderes, gran parte de su autoridad. Esta era ya débil, aunque
ostracismo. Por este procedimiento, se le permitía a la asamblea una seguía manteniendo sus atribuciones. La gran masa de los atenienses
vez al año, si así lo deseaba, enviar al exilio por diez años a un lo consideraba una anomalía; ante un leve golpe, desapareció, pues,
ciudadano. El procedimiento era el siguiente: en primer lugar, se como fuerza política.
sometía a votación si había o no necesidad de ostracismo. Si se Esta reforma abrió camino a un grave peligro. Hasta entonces, el
votaba afirmativamente, cada asambleísta escribía en un trozo de contralor que el Areópago ejercía era el contrapeso de las decisiones
vasija rota (ostrakon) el nombre del político que, en su opinión, apresuradas que, eventualmente, podía tomar la asamblea. Para
convenía mantener alejado de la ciudad. El “vencedor” del sufragio, evitar el peligro que ello podía significar, se instauró la paranomon
por decirlo así, debía abandonar el país. grafé, o sea, la acción criminal por ilegalidad. La paranomon grafé
Esa medida atestigua una humanización de la vida política. No funcionaba en la siguiente forma: cuando se hacía una proposición
era una pena infamante, ya que el condenado al ostracismo contraria a la ley ateniense, cualquier ciudadano podía iniciar un
conservaba sus bienes, y su familia no tenía que seguirlo forzosa­ juicio contra quien hubiera hecho' la moción y, en caso de
mente al destierro. comprobarse la veracidad de la acusación, se le aplicaban a éste las
La obra de Clístenes se completó con la creación de los máximas sanciones. Esto resultaba, en última instancia, una medida
estrategos, elegidos a razón de uno por tribu, que fueron los más de democratización, pues el control que hasta entonces ejercía
magistrados supremos de Atenas durante el siglo V a.C. el Areópago —un grupo restringido y de clase alta— sobre la
Clístenes no fue un revolucionario. .Mantuvo los cuadros asamblea, podía ser ejercido por cualquier ciudadano.
—heredados de los tiempos antiguos— del estado religioso y del Fue Pericles el encargado de continuar la obra iniciada por
aristocrático, rodeados de un inmenso prestigio. Pero sus innova­ Efialtes.
ciones y adiciones establecieron un verdadero estado nuevo, libre de A fin de que la democracia no fuera solamente una palabra, un
los privilegios de nacimiento. conjunto de cambios en las instituciones, sin participación real de
Por lo dicho, puede considerarse a Clístenes como uno de los los ciudadanos, Pericles creó un mecanismo para que los ciudadanos
creadores de la democracia ateniense. poco pudientes pudieran dejar sus ocupaciones y dedicarse a la cosa
pública. Por ello, no tardó en instituir la mistoforia, o sea, la
Efialtes y Pericles remuneración de la función pública.
Los asuntos del Estado demandaban la participación de quinien­
No habían pasado veinte años de las reformas, cuando comenzó tos ciudadanos en las sesiones del Consejo; los miembros del
para la democracia ateniense la gran prueba de las guerras médicas, tribunal de los Heliastas, que antes solamente entendían en
de las que salió fortificada. apelaciones contra los magistrados, debían juzgar ahora, en primera
La generación de los atenienses que había luchado contra los y última instancia, los asuntos cada vez más numerosos en que
persas tenía un concepto profundamente arraigado de la libertad, y estaban implicados los ciudadanos de Atenas y sus aliados. Además
así se hizo preciso un cambio que posibilitase a todos el libre de los funcionarios que actuaban en Atenas, estaban los que
ejercicio de las magistraturas, sin distinción de nacimiento o ejercían funciones en el exterior. Por lo tanto, no era solamente la
fortuna. participación en la asamblea lo que exigía el esfuerzo de los
Los guías del partido democrático, Efialtes y Pericles, llevaron a ciudadanos.
cabo reformas con las cuales quedaría finalmente consolidado el La participación en la asamblea, que constituía el deber esencial
régimen democrático a partir de 462 a.C. del ciudadano y llevaba aparejada una moderada pérdida de tiempo,
Ese año el Areópago perdió sus atribuciones políticas, que se no era retribuida. La indemnización solamente se daba a los
trasladaron al Consejo de los 500, a la asamblea y a la Heliaia. arcontes, a los miembros del Consejo de los 500, a los heliastas y a la
El Areópago solamente conservó el derecho de juzgar en las mayor parte de los funcionarios, sobre todo, a los designados por
causas por homicidio y unos cuantos crímenes de significación sorteo.
religiosa.
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Superioridad numérica y de recursos. Aunque hoy no se
aceptan las cifras exageradas que se daban antiguamente, puede
considerarse que los contingentes movilizados por los persas fueron
bastante más numerosos que los que pudieron reunir las ciudades
LAS GUERRAS griegas. A ello hay que agregar los extraordinarios recursos del
imperio, que podían ser volcados en el abastecimiento y conducción
CONTRA del ejército.
LO S PERSAS Prestigio de invencible. Ganado en exitosas campañas en Asia,
que daba a jefes y soldados una gran confianza en sí mismos al
, mismo tiempo que inspiraba temor a sus enemigos.
A N T E C E D E N T E S DE LA S G U E R R A S Unidad de mando. La organización imperial no consentía
» divergencias que estorbaran las marchas y dificultaran el plan de
batalla. Había un solo jefe dotado de autoridad, y en algunas
Al finalizar el siglo VI a.C. el imperio persa había alcanzado su * campañas el propio rey estuvo al frente del ejército.
máxima extensión territorial; sus dominios llegaban desde la India A pesar de estas ventajas, que lo situaban en posición favorable,
hasta Egipto y desde Tracia hasta Mesopotamia. el ejército persa tropezaba con algunos inconvenientes, que final­
Durante el reinado de Ciro las ciudades griegas de Asia Menor mente habrían de tener gran importancia:
fueron conquistadas por los persas y obligadas a pagar tributo. Heterogeneidad de fuerzas. Fuera de un contingente selec­
En la Grecia europea comenzó a hacerse sentir la amenaza. cionado, llamado de los Inmortales, el resto del ejército era una
Existía el peligro de que fueran interrumpidas las relaciones con el confusa mezcla de nacionalidades y armamentos. Muy difícil
Asia Menor y con las colonias del mar Negro. Incluso se temía, con resultaría sin duda combinar en un plan táctico fuerzas de
razón, que los persas pretendieran extender sus posesiones más allá naturaleza tan diversa. Además, debe tenerse presente que en su
de Tracia, hacia el propio corazón de Grecia. mayor parte los contingentes pertenecían a países sometidos, y que
Una revuelta de las ciudades jónicas del Asia Menor inició el su espíritu combativo podía no ser el mejor apenas se encontraran
estado de guerra entre griegos y persas. Encabezadas por la ciudad con una firme resistencia.
de Mileto, intentaron sublevarse para recuperar su perdida inde­ Escenarios de guerra. Los persas desconocían el terreno y por
pendencia y solicitaron el apoyo de la Grecia europea. Solamente lo tanto debían combatir en condiciones uesfavorables en lugares
Atenas y Eretria enviaron por mar un pequeño contingente de elegidos por el enemigo. Además, cuanto más se alejaban de su país,
ayuda. más difícil se les hacía resolver el problema del abastecimiento.
La sublevación fracasó. A pesar de que en un momento llegaron
a apoderarse de la ciudad de Sardes, los rebeldes carecían de la El ejército griego tenía a su favor, ante todo, el hecho de que
unidad necesaria y fueron finalmente derrotados por la superioridad defendía su tierra, su libertad y su modo de vida. También lo
de los persas. La ciudad de Mileto fue arrasada. favorecía el conocimiento del territorio y que los combates se
Dominada la revuelta, Darío, rey de los persas, preparó una , librarían en lugares donde su inferioridad numérica no se haría
expedición de castigo contra las ciudades griegas que la habían sentir tanto. Por último, su armamento defensivo y ofensivo era
apoyado. Esto marcó el comienzo de las guerras médicas, llamadas superior al de los persas, al igual que su táctica de formación
así porque los griegos daban a los persas el nombre de medos. cerrada, que superaba la forma desordenada en que combatían
• aquéllos.
Lo que más debilitaba a los griegos eran los odios entre los
LAS F U E R Z A S EN PU G N A partidos, las luchas personales y el egoísmo y rivalidades de las
ciudades. En ningún momento hubo una unión franca y sincera de
Las guerras, que comenzaron en el año 490 a.C., enfrentaron todas las ciudades para combatir al enemigo común. Cuando se
dos fuerzas distintas. El ejército persa tenía sobre el griego algunas formaron ejércitos aliados, ios jefes de cada ciudad querían dirigir la
ventajas: 31
guerra a su modo. En el ejército persa no faltaron incluso norte del Atica. Los persas buscaban el combate a campo abierto
personalidades griegas que lo ayudaban con la esperanza de alcanzar con el propósito de hacer intervenir con éxito a su caballería.
posiciones destacadas. Atenas solicitó urgente ayuda a Esparta. Esta ciudad decidió
acudir al llamado, pero por motivos religiosos no envió inmediata­
mente sus ejércitos.
C A R A C T E R IS T IC A S DE LAS G U E R R A S El ejército ateniense debió asumir por sí solo la responsabilidad
de enfrentar a los persas. Recibió solamente un reducido contin­
gente enviado por Platea.
El encuentro se efectuó en Maratón. Participaron, por los
Las guerras médicas han sido narradas principalmente por
historiadores griegos: por consiguiente, en la actualidad se estudian atenienses, una decena de miles de hombres, y por los persas
sus relatos tratando de depurarlos de todo aquello que pueda estar algunos miles más. La táctica, el armamento y el conocimiento del
viciado de parcialidad hacia uno de los bandos o de simpatía o terreno dieron la victoria a los atenienses.
antipatía para con los gobernantes o ciudades que intervinieron en Derrotados en Maratón, los persas proyectaron atacar directa­
la contienda. mente a Atenas, pero viendo que los atenienses estaban nuevamente
Para los persas, la primera guerra médica fue un combate de organizados para luchar y que recibirían ahora la ayuda espartana,
fronteras en el que el orgullo herido los comprometió seriamente. desistieron de sus propósitos y optaron por emprender la retirada.
Así, en tanto que la primera fue una operación de represalia, la La primera guerra médica había terminado con una gran victoria
segunda significó una verdadera empresa de conquista. Para los ateniense que, por encima de su valor desde el punto de vista
griegos fue la guerra de su independencia, amenazada entonces por militar, tenía gran valor moral: destruía el mito de la invencibilidad
primera vez. de los persas y daba a los atenienses confianza en sus fuerzas para
El conflicto tuvo dos escenarios de lucha: la tierra y el mar. En las difíciles luchas por venir.
tierra, las operaciones se llevaron a cabo principalmente en las
llanuras y desfiladeros de la Grecia central. En el mar, las ilotas
operaron en las proximidades de la costa oriental de la Grecia L A S E G U N D A G U E R R A (480 a 479 a.C.)
europea.
Esparta y Atenas fueron las ciudades sobre las cuales recayó el
peso de la lucha. Tuvieron ayuda de otras ciudades, pero suya fue la Entre la primera y la segunda guerra médica hubo una tregua de
responsabilidad mayor en el comando y suyo el sector más diez años. Durante este período murió Darío, siendo sucedido por
calificado de los ejércitos. su hijo Jeijes. El nuevo rey estuvo sumamente ocupado en reprimir
Al final, la victoria recompensó el esfuerzo de los defensores. La las sublevaciones que estallaron en Egipto y en Babilonia. Pero
derrota decisiva de los persas se produjo en el mar y preparó el pacificado el imperio, volvió su atención nuevamente hacia Grecia.
descalabro definitivo de las fuerzas terrestres. La invasión tuvo esta vez un carácter distinto. Después de la
experiencia sufrida, y considerando que la empresa no era tan fácil
como se pensó, se organizó un ejército formidable. Según Heródoto,
estaba integrado por varios millones de hombres; los historiadores
LA P R IM E R A G U E R R A (490 a.C.) modernos dan crédito a una cifra mucho menor: alrededor de
200 000 .
Una expedición tan importante no podía ser trasladada por mar.
Después de la derrota de las ciudades jónicas, Darío organizó El viaje fue hecho por tierra, en tanto una flota muy numerosa,
una expedición contra Atenas y Eretria. El ejército fue transportado tripulada por egipcios, fenicios y griegos, la protegía desde el mar y
por una flota integrada por gran cantidad de barcos. Tras apoderarse facilitaba el abastecimiento. Para cruzar el Helesponto, fue cons­
de las Cicladas y pasar por Eubea, incendiando a Eretria, las fuerzas truido un puente sobre barcos, toda una hazaña para la época en
desembarcaron y tomaron posiciones en la llanura de Maratón, al que fue realizada.
32 33
Los preparativos de los griegos
Sal amina la flota persa fue destrozada por los griegos.
Durante los años de tregua, Atenas había efectuado importantes La derrota de Salamina dejó al ejército persa sin el apoyo de la
preparativos. Por iniciativa de uno de sus gobernantes, Temístocles, flota, ya que las embarcaciones salvadas del desastre se enviaron de
quien entendía que la lucha decisiva se libraría en el mar, había regreso al Asia Menor. En una nueva batalla, librada en Piatea, los
dedicado ios recursos provenientes de las ricas minas de plata de contingentes terrestres fueron derrotados y desorganizados, em­
Laurión a la construcción de una importante flota de trirremes. prendiendo también el regreso al Asia. Poco tiempo después, la flota
La noticia de la nueva invasión conmovió al mundo griego. griega obtenía otra victoria en Mácala.
Algunas ciudades no adoptaron medidas de defensa y se dispusieron Con esas victorias, la Grecia europea quedó liberada definitiva­
a aceptar la dominación persa; otras permanecieron neutrales. Por mente de la ocupación, persa. La lucha continuó unos años más,
su parte, Esparta y Atenas se prepararon a hacer frente a la invasión. pero cambiando sus características. El escenario fue el de las islas y
Junto con otras ciudades de menor importancia, especialmente las costas del Asia Menor. La guerra de defensa se convirtió en guerra
de la Liga del Peloponeso, se reunieron en Corinto y concluyeron ofensiva. Esparta se retiró, y Atenas se puso al frente de una liga de
una alianza. El comando naval y terrestre se entregó a los jefes ciudades, la Liga de Délos, que andando el tiempo habría de
espartanos en virtud del prestigio militar que tenía esa ciudad. transformarse en un verdadero imperio marítimo ateniense.

La lucha C O N S E C U E N C IA S

Mientras tanto los invasores avanzaban. Una multitud compues­ Para los persas, la derrota -s i bien im portante- no afectó el
ta por persas, medos. asirios, bactnos, partos, etiopes y gentes de poderío del imperio, que se mantuvo todavía durante mucho
otros muchos pueblos que integraban el ejército de Jerjes, se fue tiempo como la mayor potencia asiática. Sin embargo, a partir de
apoderando de Tracia, Macedonia y Tesalia, cuyos habitantes no ese momento su expansión se detuvo.
opusieron resistencia. Para los griegos las consecuencias fueron más importantes.
El plan de los espartanos era fortalecer la línea de defensa en el Grecia aseguró su independencia y mantuvo la división de las
istmo de Corinto. Los atenienses, lógicamente, no estaban de ciudades. Para defender la primera - la independencia- no había
acuerdo con ese plan, que significaba sacrificar el Atica al invasor. sido necesario renunciar a la segunda. Grecia continuó, pues,
En medio de estas discrepancias, un pequeño ejército fue dividida en cantidad de ciudades-estados.
apostado en el desfiladero de las Termopilas para interceptar al La cultura occidental, cuyo centro principal era ella, continuó
invasor. La estrechez del desfiladero favorecía a los defensores, expandiéndose.
permitiéndoles rechazar a los atacantes a pesar de su inferioridad Atenas fue la ciudad que sacó mayor provecho de la victoria.
numérica. Sin embargo, la detensa fracasó cuando, enterados por un Igualó el poderío de Esparta, que hasta ese momento había sido
traidor de la existencia de un sendero lateral, los persas pudieron muy superior. Su fuerza y prestigio aumentaron enormemente,
envolver a los defensores, atacándoles por la retaguardia. permitiéndole vivir durante el resto del siglo V a.C. su período de
El rey espartano Leónidas y los trescientos espartanos que lo mayor esplendor.
acompañaban murieron en la lucha. Su sacrificio fue un acto de
heroísmo que permitió la retirada del resto del ejército y ocasionó
grandes bajas al enemigo, pero no impidió que los persas avanzaran
como alud incontenible hasta las puertas mismas de Atenas.
La población ateniense fue evacuada a las islas próximas antes
de que los persas ocuparan la ciudad, incendiándola y destruyendo
sus monumentos.
El siguiente y decisivo encuentro se libró en el mar. Inesperada­
mente, la victoria correspondió a los griegos: en el estrecho de
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35
formalmente, se reconocía la autonomía de cada una de las
ciudades aliadas.
L A L IG A En Délos estaba guardado el tesoro de la Liga, formado por la
contribución de los aliados. Cada ciudad suministraba hombres,
DE D E L O S Y LA barcos o el dinero necesario para organizar la flota. Para la mayoría
F O R M A C IO N DEL de las ciudades, lo más cómodo —y lo más conveniente para
Atenas— era la contribución en dinero. Los gobernantes atenienses
IM P E R IO sabían que política y militarmente era mejor que Atenas fuera la
única ciudad que contase con hombres y barcos dentro de la
A T E N IE N S E confederación, creando en los hechos una situación de dependencia
de las demás ciudades con respecto a ella.
Durante algunos años la hegemonía de Atenas fue aceptada por
sus aliados. Entonces trató de establecer, también en el continente,
CARACTERES GENERALES
la preponderancia que su flota le daba en el mar, lograr a la vez la
hegemonía política y económica.
Al finalizar las guerras médicas y durante la década siguiente, se
producen grandes transformaciones en la historia de Grecia.
Fiel a su estilo conservador. Esparta, temerosa de una revuelta LA F O R M A C IO N D E L IM P E R IO A T E N IE N S E
interna, retiró sus tropas. Mientras, Atenas persistía firme en la
guerra hasta expulsar a los persas de las ciudades jónicas. De esa
manera, el centro de gravedad político se trasladó de Esparta a Al cabo de cierto tiempo, la confederación de Délos fue
Atenas.
solamente una ficción. Atenas se sentía lo suficientemente fuerte
Este traslado del centro de gravedad a Atenas fue respaldado como para transformarla en un imperio y darle una organización
por el prestigio adquirido por esta ciudad. Además, Atenas era la
única ciudad griega poseedora de una flota poderosa, capaz de permanente a imagen suya, de manera que le procurase los
proteger a Grecia del retorno de los persas y apoyar a los griegos de beneficios resultantes de la centralización política y comercial.
Asia Menor. La decisión simbólica de transferir el tesoro de la Liga de Délos
La mayoría de las islas del Egeo y de las costas del Asia Menor a Atenas puede considerarse como el comienzo de la nueva política
decidieron unirse a Atenas y formar con ella una alianza -simma- de Atenas con respecto a sus aliados. La Liga se transformó en un
jía —con los siguientes fines: imperio, la simmajía en arké. Otra medida que aceleró el proceso de
la confederación hacia el imperio fue la supresión de las reuniones
- Hacer imposible el retorno de los persas, asegurando así la del consejo federal. Todas las decisiones, en adelante, fueron
independencia de la Grecia europea. tomadas por la Asamblea ateniense.
— Recobrar la libertad de las ciudades griegas que aún “El privilegio histórico de Atenas es el de haber sido la tierra de
permanecían en poder del imperio persa. las grandes experiencias políticas. Ella inaugura no sólo el gobierno
La Liga de Délos debe su nombre al de la isla donde asentó su directo del pueblo por el pueblo, sino también el gobierno de un
capital. Esta isla, que albergaba el santuario de Apolo, gozaba de imperio por el pueblo” .
gran prestigio entre los griegos. En el año 449 a.C., con la paz de Calias, se puso fin a las guerras
La Liga estaba organizada del modo siguiente: todas las médicas y se reconoció la autonomía de las ciudades griegas de Asia.
ciudades tenían un voto en el Consejo -syneidrión-, que se reunía Con ello la confederación perdía, al parecer, su razón de ser. El
una vez al año y en el que Atenas poseía ya una indiscutible pacto original, que unía a los atenienses y sus aliados en una guerra
supremacía. Las ciudades de la confederación le habían asignado el defensiva-ofensiva contra los persas, era un pacto dualista. Desapa­
poder ejecutivo y la dirección de las operaciones de guerra, aunque, recido el peligro, se podía romper la unión. Pero la mayoría de los
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aliados fue obligada a aceptar nuevos tratados por separado, con trascendencia. En todos los casos, se aplicaba siempre el derecho
obligaciones nuevas. ateniense.
La organización del imperio, en el instante de su apogeo, es la Por último, Atenas impuso a sus aliados un sistema monetario.
siguiente: Esta medida tuvo, esencialmente, carácter político, sobre todo
En materia de administración, la Asamblea de Atenas era la porque los griegos consideraban como un rasgo de autonomía el
encargada de tomar las decisiones para todo el imperio y de fijar los tener un sistema monetario propio.
tributos. Para facilitar las recaudaciones se dividió al imperio en El estado de sujeción en que se encontraban las ciudades aliadas
cinco distritos. El tesoro de la Confederación se fusionó con el con respecto a Atenas, está caracterizado por la fórmula de
tesoro de la propia Atenas y los fondos los administró la Asamblea juramento de fidelidad que prestaron a partir del afio 450 a.C. El
ateniense. Este tesoro no solamente sirvió para mantener al ejército juramento ya no se hacía más a Atenas y sus aliados sino solamente
y la marina, que aseguraban la paz de la confederación y la sujeción al pueblo ateniense.
de los aliados, sino también para subvencionar las construcciones de
la Acrópolis.
En materia política, las revueltas internas de las ciudades
sirvieron a Atenas de pretexto para aplicar el criterio intervencio­ P E R iC L E S
nista e instalar en forma compulsiva un gobierno de tipo democrá­
tico. Atenas instaba a la creación de gobiernos democráticos en las
ciudades, pero no aplicaba el mismo criterio en el gobierno de la Por el papel que desempeñó Pericles en Atenas durante treinta
confederación. Finalmente Atenas logró controlar el gobierno de años, en el apogeo de su historia, vale la pena que se estudien con
todas las ciudades. Gobernó para todas a través de su Ecclesia. más detalle sus ideas y sus realizaciones.
Otro medio de que se valió Atenas para ejercer el control del Pericles, a pesar de pertenecer a una familia aristocrática, actuó
imperio fue el sistema de cleruquías. Las cleruquías fueron el como jefe del partido democrático. Su inteligencia lúcida, su
último tipo de colonia griega. Lo que las distingue de las primeras elocuencia y autoridad, le dieron gran ascendiente sobre sus
colonias es que, políticamente, se integran en cierto modo a la conciudadanos, lo que le permitió ser estratego durante quince
metrópoli. Las cleruquías se consideraban parte de Atenas, y sus años.
habitantes eran ciudadanos atenienses. En sus orígenes tuvieron una E! pueblo fue sensible a su energía, de la que dio muestras tanto
finalidad estratégica, se establecieron en puntos claves sobre los que al frente de una expedición militar como al frente de la Asamblea.
Atenas deseaba tener control directo. Pero, además de esa finalidad Se dice de él que su mayor gloria fue la de haber gozado de poderes
exclusivamente militar, cumplían con un fin económico y social, al tan amplios como los de Pisístrato sin salir jamás de la legalidad.
procurar tierras a los ciudadanos atenienses de las clases inferiores. A partir de Pericles la conducción de los asuntos exteriores y la
Con Pericles, en efecto, el sistema adquirió una extensión de los asuntos interiores dejó de tratarse aisladamente. Su política
singular y se le asignaron fines nuevos; fines que sirvieron a su social en el interior y su política imperialista se prestaron mutuo
política social, proporcionando tierras a miles de ciudadanos apoyo.
atenienses. Pero, además, las cleruquías sirvieron también a su El ideal democrático es el eje de su política interior. Para él, la
política federal. Los aliados cuyas tierras eran de gran fertilidad, democracia era la igualdad de todos ante la ley y, aún más, la
debían ceder una parte para que se instalaran cleruquías atenienses. posibilidad para todos de llevar una vida decorosa. Como expresión
Otro aspecto, que suscitó resistencia, fue el de la justicia. La de la idea de Pericles de prestar ayuda a los humildes, como medio
administración de la justicia se centralizó parcialmente en Atenas. de evitar las guerras civiles en Atenas, podemos señalar la
Las sentencias de todos los procesos importantes que se ventilaban mistoforía, que les permitía desempeñar cargos públicos y ocuparse
dentro del imperio podían ser apeladas ante los tribunales de de la política de asistencia social.
Atenas, lo que suponía para los litigantes largos viajes y engorrosas A esto se le unió un vasto programa de obras que tenían como
estadías. En un principio, solamente eran juzgados en Atenas los fin procurar trabajo y embellecer Atenas al mismo tiempo. Este
delitos contra el pacto federal, pero no tardó en abarcar los casos programa, que superaba todo lo que se había realizado anterior­
susceptibles de pena capital e incluso los asuntos privados de alguna mente, pronto hizo de Atenas la más bella de las ciudades.
38 39
La magnitud de la personalidad de Pericles domina todo un
siglo, al que hoy le damos su nombre.
Muchas de sus concepciones se hallan alejadas de nosotros. Su L A S O C IE D A D
concepto de democracia fundaba la libertad y la riqueza en el
servilismo y la explotación de otros. No abandonó nunca su A T E N IE N S E EN EL
programa de hegemonía, de acrecentar el imperio para engrandecer S IG L O V a .C .
la ciudad.
Hacia el año 433 a.C., Pericles podía considerar su obra con
arrogancia. Jam ás Atenas había estado más unida ni había sido tan La sociedad, en la época de Pericles, se basaba, como todas las
poderosa; jamás su imperio había tenido tanto prestigio y le había sociedades de lá antigüedad, en la distinción entre hombres libres y
procurado tanto provecho. esclavos.
En el interior, presentaba la imagen de una democracia en la que En un total de medio millón de personas que vivían en el Atica,
aún no se conocía la demagogia, donde el Estado cumplía solamente las dos quintas partes eran libres. Había unos 40 000
generosamente con la labor de asistencia, de manera de salvaguardar ciudadanos y 60 000 metecos; exceptuando las mujeres y los niños,
la paz interna. la población esclava ascendía a 300 000 o más. Pero los hombres
En el exterior, sustentaban su poder más de 200 unidades que poseían derechos políticos y participaban en el gobierno de la
militares. ciudad no eran más que una minoría. Esta desproporción entre los
El imperialismo mantenía a la democracia a sus expensas. ciudadanos y el resto de la población privada de los derechos de la
ciudadanía, es un elemento para tener en cuenta cuando se habla de
la democracia griega, pues constituye una de las limitaciones más
R E SU L T A D O S D EL IM P E R IA L IS M O A T E N IE N S E importantes del régimen.

Al hacer el balance del imperialismo ateniense, tenemos que


evaluar los beneficios que procuró a Grecia y los males que le causó. Los ciudadanos
Durante tres cuartos de siglo se mantuvo alejado el peligro persa
y se logró la seguridad en los mares. Se consideraba ciudadanos a todos los hombres libres, hijos de
Se crearon elementos de unidad que identificaban a los griegos padre y madre atenienses, mayores de edad. La mayoría de edad se
entre sí. Unidad política, ya que través del sometimiento de las alcanzaba a los 18 años, pero como debían hacer dos años de
ciudades, la democracia proveyó a los griegos de un modelo de servicio militar obligatorio, no tenían acceso a la Asamblea antes de
convivencia política. También se dio la unidad intelectual, pues los los 20.
aliados, que cada año concurrían a las Panateneas y las Dionisícas, Los ciudadanos se reservaban la actividad política y la propie­
trajeron y expandieron el gusto por una literatura expresada en un dad territorial. A pesar que la ley no hacía distinción entre los
dialecto que se elevó al rango de lengua panhelénica. Apareció la ciudadanos -vivieran en la ciudad, el campo o en cualquier
unidad de criterios jurídicos ya que, juzgados por tribunales cleruquía-, en la práctica los únicos que podían ejercer realmente
atenienses, los aliados, a pesar de sí mismos, adoptaron principios sus derechos cívicos eran los habitantes de Atenas. Las distinciones
de su legislación y los ideales de libertad y responsabilidad personal. entre los ciudadanos se daban por la fortuna y la ocupación. El
Se ha dicho: “En una palabra, Atenas no hubiera dejado un dedicarse a una actividad remuneradora no era bien visto; solamente
nombre tan importante, si no hubiera sido en tiempos de Pericles la el propietario que dirigía personalmente la explotación de sus fincas
capital de un gran imperio”. escapaba a ese descrédito. A la mayor parte de los ciudadanos les
Pero los servicios que Atenas prestó, a los demás griegos les parecía mejor tomar parte en la función del Estado que dedicarse a
valió a éstos demasiado caros. Su gran falta consistió en liquidar la actividades particulares. Para ello, se contentaban para vivir con lo
poca autonomía que éstos aún conservaban. Su imperio debía que les correspondía por la indemnización —misthos— que se les
parecer a sus súbditos, fatalmente, una tiranía. pagaba por participar en funciones de gobierno.
40 41
ejemplo en ninguna otra ciudad, los metecos de Atenas colaboraron
Las obligaciones de los ciudadanos para con la ciudad variaban con su talento y diligencia, propendiendo a la prosperidad y gloria
según su fortuna personal. Las clases más humildes servían corno
de la ciudad en todos los planos.
remeros en la flota y no pagaban impuestos. Los propietarios Sus bienes estaban protegidos por un funcionario especial, que
medianos servían como hoplitas en la infantería, debiéndose era el encargado de todos los litigios referentes a los metecos.
proveer de equipo para la guerra y pagar impuestos. Las clases más
altas, por su parte, servían como caballeros, pagaban impuestos y,
además, debían ciertas prestaciones especiales. Estos impuestos
especiales se llamaban liturgias. Había dos: uno era la coreiga, o sea, Los esclavos
el encargarse de ofrecer una representación teatral a expensas En Atenas, al igual que en el resto de las ciudades griegas,
propias; el otro, la tierarquía, consistía en armar un barco de guerra, existía la esclavitud. Esta era aceptada por los más grandes filósofos
etc. como un hecho natural. Tanto es así, que nunca se plantearon el
Cualquier ciudadano podía ser electo por votación o por sorteo problema de la injusticia que representaba.
para ejercer una magistratura o algún cargo en el Consejo o Legalmente, el esclavo era un instrumento animado, que podía
tribunales. venderse o cambiarse como cualquier otro bien mueble.
Desde los tiempos homéricos, la principal fuente de esclavos era
la guerra; cuando una ciudad era sometida, todos sus habitantes
Los metecos pasaban a ser esclavos de los vencedores.
En tiempos de paz lo más común era la compra de esclavos.
Si bien los atenienses podían dedicar una parte importante de su En la propia Grecia, el padre tenía el derecho de vender a sus
tiempo a los asuntos políticos de la ciudad, muchos de ellos dejaban hijos, cosa que ocurrió en Atenas hasta el advenimiento de Solón.
toda la actividad económica en manos de los metecos y esclavos. Muchos hombres sin empleo, que no podían subsistir por sí solos, se
Los metecos eran extranjeros con residencia en la ciudad. En su vendían como esclavos a quien pudiera mantenerlos.
mayor parte eran griegos, pero había también fenicios, egipcios, Se desarrollaba actividad de venta de esclavos en mercados
frigios y árabes. En ninguna otra ciudad eran tan numerosos como importantes como los de Délos, Chíos, Chipre y hasta en la propia
en Atenas. Esto era debido a la actividad económica de la ciudad así Atenas.
como a su reputación artística e intelectual, que atraía a los que Los esclavos realizaban diferentes actividades y de ellas depen­
querían aprender o darse a conocer, a los hombres de negocios día su modo de vida. En el campo los esclavos no eran numerosos y
emprendedores y a la gente de oficio que quería forjarse un su situación no difería mucho de la del pequeño campesino que se
porvenir. servia de él. Pero los que trabajaban en las minas de plata de
Los metecos estaban excluidos de los derechos políticos y de la Laurión llevaban una existencia miserable. Una técnica defectuosa
propiedad inmobiliaria. Pagaban un impuesto especial y, además, los los hacía trabajar con herramientas rudimentarias en galerías
mismos impuestos fiscales que los ciudadanos. También, al igual que estrechas, alumbradas por lámparas de aceite. Vivían en sórdidos
éstos, desempeñaban tareas militares, ya como hoplitas, ya en la campamentos, sin familia, para evitar gastos de alimentación. Una
flota. concentración tal de mano de obra solamente se daba en las minas
Disfrutaban de grandes facilidades para participar en las de plata, donde se produjeron fugas aisladas y una grave sublevación
ceremonias religiosas y eran protegidos por la ley, tanto en sus durante la guerra del Peloponeso.
personas como en sus bienes. En la ciudad, si bien había esclavos, nunca estaban aglomerados
Ejercían profesiones variadas, eran dinámicos y dispuestos para en grandes masas. La mayor parte eran esclavos domésticos. El
todos los oficios; a menudo se imponían en los negocios. Los más ciudadano medio contaba con no más de tres o cuatro de ellos,
ricos eran armadores, fuertes prestamistas e inclusive banqueros. La sobre todo mujeres. La industria y el artesanado también utilizaron
parte esencial de la riqueza mueble estaba en manos de los metecos. el trabajo servil. El taller tipo era aquel en el que el artesano
No era menor su importancia en el arte, la medicina y la trabajaba a la par de sus esclavos y donde se establecían relaciones
filosofía, dominios que monopolizaban holgadamente. cordiales entre uno y otros.
Tratados con una generosidad de la que no encontramos
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El comercio ateniense, tan próspero, también necesitaba mucha social, y la diferencia de edad entre los esposos solía ser
mano de obra, sobre todo en el Pireo, el puerto de la ciudad. Los considerable.
esclavos eran los encargados de la carga y descarga de los navios. El marido tenía derecho a repudiar a su mujer sin invocar
A veces se daba el caso de que algunos amos autorizaban a sus motivo alguno, teniendo que cumplir, como única obligación, con la
esclavos a ejercer por su cuenta algún oficio o abrir un pequeño devolución de la dote.
comercio a cambio del pago de una pequeña cantidad diaria. En El adulterio y la esterilidad eran causa frecuente de repudio,
estas condiciones, la barrera entre los hombres libres pobres y los debido al concepto, antes señalado, que se tenía del matrimonio.
esclavos tendió a esfumarse y desaparecer.
También existían en Atenas esclavos de propiedad del Estado y
de los santuarios. Desempeñaban tareas de conserjes en los La educación
tribunales, la Asamblea o el Consejo.
Sin embargo, la manumisión era rara y excepcionales los éxitos En la sociedad ateniense del siglo V a.C., el ideal masculino con­
de algunos pocos esclavos, activos e inteligentes, que forjaron sistía en dejar florecer las virtudes individuales, desarrollar en ar­
grandes fortunas en el comercio o la banca y obtuvieron, no monioso equilibrio el cuerpo y el espíritu, y servir a la patria en el
solamente la libertad de sus amos, sino también del Estado, al que campo de batalla. Era una sociedad viril, en la que las costumbres se­
rindieron servicios financieros, condición de ciudadanos. paraban los sexos hasta donde las necesidades materiales lo permi­
tían, haciendo que los hombres no frecuentaran más que a hombres.
La educación, hasta los 18 años, corría por cuenta de la familia.
Al llegar a los siete años, los varones eran llevados a la escuela
La vida privada bajo la vigilancia de un pedagogo, esclavo de confianza encargado de
velar por la conducta del educando y la enseñanza de las buenas
La situación de la mujer: maneras. Los llevaban y traían de la escuela pero no tomaban parte
el matrimonio y la familia en la verdadera enseñanza escolar.
En Atenas la enseñanza era casi libre y librada a la iniciativa de
En Atenas, las mujeres no gozaban de ningún derecho político los particulares. Su propósito era el de formar buenos ciudadanos.
ni jurídico. Su vida era de reclusión en el hogar, donde adminis­ En la escuela se enseñaba a leer, escribir, tocar algún instrumento
traban la casa y se ocupaban de la educación de los varones hasta los musical y hacer ejercicios físicos. En los primeros años, se daba al
siete años y de las niñas hasta que contraían matrimonio. educando nociones rudimentarias de escritura, lectura y aritmética.
Todo lo que aprendía una joven ateniense, era, esencialmente, A partir de los 14 años, las ramas principales de la educación
lo relacionado con las tareas domésticas, complementado, a veces, eran la música y la gimnástica.
con elementos de lectura, cálculo y música. Las jóvenes salían en La educación comenzaba con el estudio de los poetas. Se
oportunidad de festividades religiosas, cuando asistían al sacrificio o memorizaban trozos que el profesor explicaba y comentaba, con
participaban en la procesión. Si no querían provocar escándalo, las miras, sobre todo, a la enseñanza moral. Los textos preferidos eran
mujeres no debían ocuparse de las relaciones sociales, tener La llíada y La Odisea.
preocupaciones intelectuales o intervenir en cuestiones políticas. Por otra parte, los griegos daban gran importancia a la
Cuando la vivienda reunía un mínimo de condiciones, se enseñanza de la música, considerada como' un símbolo de cultura y
establecía una separación entre las habitaciones reservadas a la vida fuente, además, de beneficiosos efectos morales.. La lira era el
estrictamente familiar, dominio de la esposa gyneceo—, y el sector instrumento preferido, pues se podía acompañar con el canto.
reservado a los hombres: el andrón. La gimnástica, enseñada y dirigida por el paidotriba, se realizaba
El matrimonio tenía como fin primordial procrear hijos para en establecimientos especiales llamados palestras, que no eran otra
que se perpetuase la raza y asegurara al padre el culto que él mismo cosa que campos de deportes al aire libre, anexos a las cuales había
había celebrado por sus antepasados, considerado indispensable algunas construcciones utilizadas como vestuarios, salas de descanso
para el bienestar de los difuntos. y baños. Lucha, carrera y saltos; el lanzamiento del disco y de la
Los matrimonios se celebraban por conveniencia religiosa y jabalina eran los ejercicios más comunes.
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Sólo en la segunda mitad del siglo V a.C. aparecen variaciones
en materia de enseñanza gracias al aporte de los sofistas. Estos eran derecho de palabra (isogoría). Los griegos entendían así la
hombres hábiles y sabios, capaces de comunicar a otros sus democracia y desconfiaban de las instituciones de carácter represen­
conocimientos, y encargados de sistematizar y expandir los conoci­ tativo.
mientos nuevos. Bajo el nombre genérico de “ filosofía” , enseñaban La verdadera democracia requería que todo ciudadano pudiera
geometría, física, astronomía, medicina y, sobre todo, retórica y asistir personalmente al debate de los asuntos tratados, así como
filosofía propiamente dicha. Los sofistas cobraban mucho por sus emitir su voto directamente, y que incluso cada ciudadano pudiese
servicios, especulando con el hecho de que eran los únicos capaces gobernar y ser gobernado por turno.
de proporcionar una verdadera cultura general y formar oradores. La igualdad era lo que los atenienses ponían por encima de todo
Gracias a ellos, el componente intelectual de la educación se volvió en su constitución. “Es el mérito —decían—mucho más que la clase,
cada día más preponderante. lo que abre la vía de los honores públicos. Nadie, si es capaz de
servir a la ciudad, puede dejar de hacerlo por la pobreza o por la
oscuridad de su condición” . (Tucídides).
Se podría pensar, entonces, que los atenienses se negaban a sí
LAS IN ST IT U C IO N E S D E M O C R A T IC A S mismos al mantener el sistema solónico de las clases censatarias.
Instituciones claves para hacer efectiva la democracia eran el
sorteo y la remuneración económica ya analizada. El sistema del
Caracteres de la democracia ateniense sorteo era, en esencia', el reconocimiento de la igualdad de
posibilidades de acceso al gobierno de la cosa pública que tenían los
Es el régimen democrático funcionando en la época de Pericles ciudadanos; no era negar una elección, sino afirmar que, en última
lo que vamos a estudiar, pues es en esa época cuando la vida política instancia, cualquier ciudadano estaba capacitado para el gobierno.
de Atenas revela equilibrio entre los derechos del individuo y el Ello, además, estaba respaldado por la exigencia con que el pueblo
poder político. controlaba la acción del magistrado. El sorteo no comprendía a
Lo que distingue a una sociedad democrática es que la soberanía todos los ciudadanos, sino a aquellos que se inscribían para ser
pertenece a todos los ciudadanos sin excepción. La única restricción sorteados. Vale decir que había un paso previo de autoselección
es la ley. La ley que regula las relaciones entre los ciudadanos, entre los aspirantes al cargo.
protege a los unos de los otros y defiende también a los ciudadanos El sorteo era considerado como una de las piedras angulares de
del poder del Estado, así como los intereses del Estado frente a los la democracia; impedía que los más poderosos influyesen en las
particulares. elecciones, presionando al electorado.
Los principios sobre los que se basa la democracia son: libertad, Otro gran principio era el de la filantropía. Habiendo ciuda­
igualdad y filantropía. Bajo el imperio de la ley, los atenienses eran danos libres e iguales, el Estado tenía ciertas obligaciones precisas
verdaderamente libres e iguales. La libertad del ciudadano en Atenas que no podía eludir, bajo pena de traicionar los princios mismos de
era absoluta, y el concepto ateniense de libertad no difería mucho la Constitución. La primera de estas obligaciones consistía en
del que hoy sustentamos: derecho de todos los ciudadanos a pensar, asegurar la defensa de la ciudad: organizar y mantener el ejército y
decir y hacer lo que mejor crean, dentro de los límites marcados por la marina. Debía proteger la libertad individual, haciendo desapa­
la ley elegida por ellos mismos.. La democracia ateniense no era recer los últimos vestigios de responsabilidad colectiva. Tenía el
caótica gracias a la acción reguladora de la ley. Ella tenía como fin deber de corregir la desigualdad en el reparto de los bienes, dando a
mantener el orden y la paz social, así como la propiedad y la los más necesitados compensaciones tendientes a aliviar su situación
grandeza intelectual. y evitar su miseria. La mistoforia, las cleruquías, las grandes obras
La libertad, entendida de ese modo y para mantener su valor de de utilidad o embellecimiento, fueron medidas tomadas para
tal no puede ir separada de la igualdad. mantener el equilibrio de una sociedad democrática.
Todos los ciudadanos tenían los mismos derechos ante la ley A la protección que significaba la creación de fuentes de trabajo
fisonomía), igual voto decisivo en los asuntos públicos, la misma para los que podían trabajar, se agregó la asistencia a los que no
participación en el gobierno efectivo del Estado e igualdad en el podían hacerlo. Así, había una ley que determinaba que los
inválidos por acción de guerra recibirían hasta el final de sus días
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una pensión del Estado. Las viudas de los atenienses muertos en
combate eran alimentadas por el Estado lo mismo que sus hijos, sino que combatiré por ellas, solo o con todos. Respetaré el culto de
quienes, además, recibían educación a cargo de aquél. mis padres” .
Pero todavía se tomaban más precauciones. Para que los Sumisión a la soberanía del pueblo y a las autoridades
artículos de primera necesidad no encareciesen, se creó una establecidas, obediencia a las leyes: tales los fundamentos sobre los
magistratura especial —sitofilacos—, que tenía como misión el que reposó el equilibrio político y social de Atenas cinco siglos
contralor de la importación de granos, los precios y las condiciones antes de la era cristiana.
de venta. Esta política de ayuda no era solamente justa, sino
indispensable; el régimen no podía mantenerse sin asegurar a cada
ciudadano el mínimo indispensable para ejercer sus derechos La ley
cívicos.
De esa manera, asegurado su sustento, los ciudadanos exigían al ¿Cuál era el concepto de ley para los atenienses del siglo V
Estado satisfacciones intelectuales y morales. a.C.? Los griegos tenían dos términos para designar la ley:
El teatro griego era costeado por la primera clase, a la que se le
imponían cargas tributarias utilizadas en la preparación de coros, • La themis o justicia primitiva, trasmitida por tradición oral y
concursos líricos y dramáticos. Los beneficios llegaban gratuita­ de origen desconocido, pero consagrado por la costumbre como
mente a todas las clases. Como esas prestaciones no eran suficientes, cosa sagrada e inmutable.
el Estado llegó a formar un fondo -e l teoricón- con el cual se
costeaba la entrada.
El griego consideraba que el teatro era la mejor forma de • La nomos, que era la ley humana, cuyo carácter esencial era
enseñar. De ahí el contralor que ejercía el Estado sobre el teatro. el estar escrita, ser conocida por todos y pertenecer a todos. Res­
paldada por el acto soberano de la votación, gozaba de gran respeto,
pero no se le daba un valor absoluto y se admitía su cambio me­
Los deberes diante otro acto soberano.
Ninguna ciudad griega tenía una constitución redactada en un
Una ciudad que cumplía tan liberalmente con sus obligaciones, documento; lo que existía era un conjunto de costumbres, de
podía pedir mucho a cambio. Las relaciones del ateniense para con disposiciones insertas en leyes diversas.
su ciudad, no suponían solamente derechos, sino también deberes. Cuando los autores griegos, sobre todo Aristóteles, hablan de
El Estado garantizaba la igualdad, la filantropía, la libertad y la constitución, se refieren al régimen de una ciudad. Es decir, se
responsabilidad personal pero, a cambio, exigía una serie de refieren a la organización dada a las magistraturas en general, dicen
prestaciones y una disposición moral hacia la ciudad que conocemos cómo estaban repartidos los poderes, cuáles eran las atribuciones de
a través del juramento de los efebos. Este juramento lo hacía el la soberanía popular y qué fin se asignaba a'la comunidad política.
joven el año que llegaba a la mayoría de edad, antes de ser inscripto Las leyes tampoco eran entre los griegos un todo sistemático, un
en el registro que le garantizaba su derecho de ciudadanía. código en el sentido moderno. Por lo general, cuando estaban
El efebo recibía su armadura en presencia del Consejo de los agrupadas, llevaban como etiqueta oficial el nombre de los
500. Juraba defender la ciudad, obedecer sus leyes y sus dioses, magistrados o de los tribunales encargados de aplicarlas.
según los términos de un documento del siglo IV a.C.: “ No Los griegos tenían un alto concepto de la ley; consideraban que
deshonraré estas armas sagradas, no abandonaré a mis compañeros el Estado no podía subsistir cuando los fallos que se dictaban
en la batalla, combatiré por mis dioses y mi hogar, solo o con los carecían de fuerza, cuando los particulares podían suprimir el
otros. No dejaré mi patria disminuida, sino más grande y más fuerte efecto de la ley.
aún que lo que pude recibirla. Obedeceré las órdenes que la La ley había que aceptarla aun siendo injusta, porque el
sabiduría de los magistrados me pueda dictar. Me someteré a las ciudadano le debía obediencia en virtud de un pacto inviolable.
leyes en vigor y a las que el pueblo haga de común acuerdo: si Una vez adquiridos los derechos cívicos, se podía renunciar al pacto
alguien quiere abolir estas leyes o desobedecerlas, no lo soportaré, y abandonar la patria, pero, el que se quedaba, contraía el
compromiso de obedecer las leyes.
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La democracia ateniense aparece como el ejercicio de la llevado al orden del día, dentro del plazo legal de cuatro días podía
soberanía por parte de ciudadanos libres e iguales, bajo la égida de ser sometido a deliberación.
la ley. Como en todas las ciudades griegas, el punto de reunión de la
asamblea era primeramente el ágora, pero, en el siglo V a.C. la gran
plaza del mercado servía solamente para las ocasiones especiales en
que debía reunirse “todo el pueblo” . La colina del Pnyx era el
La asamblea del pueblo o ecclesia lugar de las asambleas ordinarias. En este lugar de 6 000 metros
cuadrados cabían hasta 25 000 personas de pie y, en los bancos,
Integrantes había asiento para 18 000. La asamblea era presidida por el
“ epístata de los pritanes” designado cada año por sorteo,- salvo en
El poder soberano pertenecía a la asamblea del pueblo. Esta es las asambleas electorales y plenarias que eran presididas por los
la diferencia fundamental entre la democracia ateniense y la nueve arcontes. Antes de la deliberación se realizaba una ceremonia
moderna. En la democracia moderna el gobierno es representativo, religiosa: los purificadores inmolaban algunos puercos y con la
en Atenas la democracia era directa: era el conjunto de los sangre de las víctimas trazaban un círculo sagrado en torno de los
ciudadanos en la asamblea el que votaba las leyes, declaraba la asistentes. Acto seguido, el presidente ordenaba que se leyera el
guerra y elegía los magistrados. informe del consejo acerca del proyecto puesto en el orden del día,
En teoría, para entrar en la ecclesia se requerían solamente dos el probuleuma. La ley prohibía que se introdujera y se sometiera a
condiciones: ser ciudadano -desde la ley de Pericles, el hijo varón deliberación toda proposición no tratada previamente por el
de padre y madre atenienses- y ser mayor de edad. En la práctica, Consejo.
solamente participaba en las sesiones una fracción del pueblo; nunca El consejo carecía del derecho de veto; el probuleñma no
más de dos o tres mil ciudadanos, la mayoría de ellos vecinos de establecía nunca que una proposición debiera ser rechazada, sino
Atenas. Para ciertas resoluciones que tenían que ser tomadas “ por que daba una opinión favorable o desfavorable o un análisis sin
todo el pueblo” se exigía un quorum de 6 000 personas. La conclusiones.
abstención, sin embargo, no era practicada igualmente por todas las Luego de la lectura, si el informe era favorable, se procedía a
clases de la sociedad. Muchos de los ricos no participaban por no votar, levantando el brazo, la aceptación pura del probuleuma, o se
molestarse o porque evitaban juntarse con la muchedumbre; la pasaba a discutirlo. Si se decidía discutir, todo ateniense podía
gente de la costa, no lo hacía porque prefería el producido de la sostener su opinión ante la asamblea: una igual libertad de palabra
pesca y el comercio a los discursos solemnes; los campesinos en —isogoría— parecía la condición del régimen democrático. Pero
raras ocasiones descendían a Atenas. El público habitual de la solamente un número muy reducido de asistentes hacía uso de esa
asamblea eran los artesanos y pequeños comerciantes de la ciudad. facultad y, generalmente, eran los jefes de los partidos los que
Si bien en un principio la participación en la asamblea no era sostenían el peso de la discusión.
retribuida, posteriormente los asistentes recibían una remuneración El ciudadano llamado a hablar a la tribuna ponía en su cabeza
por cada reunión, al comienzo un óbolo y luego tres, lo que era una corona de mirto; entonces, era inviolable y sagrado.
muy poco, teniendo en cuenta los salarios de la época. Todo ateniense tenía derecho de iniciativa, es decir, de
presentar una moción, y derecho de discusión y corrección, vale
decir que podía hacer adiciones al probuleuma o hacer proyectos
Funcionamiento sustitutivos.
En los primeros tiempos, la asamblea se reunía una vez por Los abusos del derecho de iniciativa eran severamente repri­
pritanía (décima parte del año), pero los progresos del régimen midos: toda proposición ilegal debía ser rechazada y se podía llevar
democrático, tuvieron por efecto multiplicar las cuestiones some­ al autor hasta los tribunales.
tidas al pueblo y llegó a haber hasta cuatro sesiones por pritanía. Existía la posibilidad, aun después de efectuada la votación, de
Las sesiones tenían siempre su orden del día, aunque éste no era que el asunto fuera sometido a nueva discusión.
nada limitativo. Desde el momento que un asunto hubiese sido El voto secreto estaba reservado solamente para las asambleas en
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que se tratase de adoptar medidas graves contra particulares, como
ser el ostracismo y la alta traición. decreto, conceptos que no eran claros para los atenienses. Lo que
estaba bien establecido era que ningún decreto, tanto del Consejo
como de la asamblea podía prevalecer sobre la ley. Lo que los
Atribuciones atenienses del siglo V a.C. entendían por leyes eran, sobre todo, las
leyes constitucionales, o sea, las normas dictadas por Dracón, Solón
El pueblo soberano lo puede todo en un régimen de democracia y Clístenes y que no fueron abolidas porque se consideraba dicha
absoluta. Pero, ¿qué entendían los atenienses por soberanía? abolición un atentado contra los dioses y la ciudad. Para eludir ese
principio se legislaba por decreto. Había ciertos decretos que
A la tcclesia le correspondía la decisión en los asuntos requerían un tratamiento especial y no el simple probuleuma del
fundamentales de la política exterior, el poder legislativo, la Consejo; eran los decretos por los que se trataba de fijar la condición
suprema acción de juez en materia política. de una ciudad federada, la concesión de la ciudadanía a un
En materia de relaciones exteriores, no solamente decidía la paz extranjero, etc. En estos casos se nombraba una comisión de
y la guerra, sino que concretaba las alianzas e intervenía hasta en las expertos, los syngrafeis, para preparar el proyecto a presentar en la
más insignificantes negociaciones. En tiempos de paz se preocupaba asamblea. Se utilizaba ese procedimiento también para evitar la
de todo lo concerniente a la defensa de las fronteras y a la flota. En improvisación del pueblo en temas graves de legislación, sobre todo
tiempos de guerra, fijaba el número de contingentes que tenían que en aquellos que nosotros llamaríamos leyes constitucionales.
ser movilizados, designaba los estrategos de las expediciones que Los poderes judiciales de la asamblea eran solamente los
ordenaba, aprobaba o desaprobaba sus planes y disponía, por excepcionales. Intervenía en aquellos casos en los que los intereses
decreto, la ofensiva o la retirada. Esta autoridad que tenía sobre los del Estado estaban enjuego.
jefes militares fue todavía acrecentada y, así, se vio condenar al Todas estas funciones las cumplía el pueblo ateniense a través
destierro o a la pena de muerte a generales vencidos y hasta a de las asambleas, independientemente del número de asistentes.
generales vencedores. En casos especiales, se requería determinado quorum; eran las
Esta suprema injerencia de 40 000 individuos en la dirección de asambleas plenarias. Estas se reunían:
la guerra y de la flota puede parecemos extraña, si no se distingue, • Para designar al ateniense que debía ser expulsado de la
bajo las apariencias, la realidad de las cosas. Lo que ocurría era que, ciudad por la ley del ostracismo;
en el fondo, la misión principal, en materia de política exterior, le
correspondía al Consejo; éste estudiaba los asuntos, hacía las • Para conferir la adeia, es decir, la impunidad o la gracia ya al
negociaciones y prácticamente daba soluciones que la asamblea no autor eventual de una proposición ilegal pero necesaria, ya a las
hacía sino ratificar. personas que habían perdido sus derechos cívicos;
La soberanía del pueblo en materia de poder ejecutivo se ejercía
por intermedio de magistrados. Los funcionarios que ocupaban • Para conferir el derecho de ciudadanía a un extranjero.
cargos de gran responsabilidad eran designados por elección de la
asamblea. El día de la ecclesia se transformaba en comicios, En esos casos, la comunidad, en nombre de un interés superior,
efectuaba una asamblea extraordinaria en la que los integrantes de iba contra las reglas de derecho común que garantizaban a los
los partidos, por todos los medios, trataban de lograr el favor individuos los derechos cívicos; de allí su carácter extraordinario.
popular. Al analizar el papel desempeñado por la asamblea, las ventajas y
Una vez en el caigo, los magistrados quedaban sometidos a la desventajas del gobierno democrático directo, debemos recordar
vigilancia de la asamblea. Esta, en cada pritanía, les renovaba sus que ya en la antigüedad se le hicieron muchas críticas. Se decía que
poderes por un voto de confianza; en caso negativo, les hacía el pueblo resolvía cosas que la mayoría no entendía, que se
abandonar el cargo o los sometía a los tribunales. tomaban decisiones graves bajo el influjo de las pasiones dominantes
El pueblo era el encargado de votar las sumas necesarias para la en el momento, más que por la fría reflexión. Estos vicios no
guerra, para las embajadas, etc. podemos dejar de tenerlos en cuenta, pero, por graves que fueran
Para determinar el papel legislativo de la asamblea, habría que los inconvenientes, también se estima que estaban compensados por
distinguir el sentido exacto que le daban a los términos ley y las ventajas propias del sistema. La asamblea era una excelente
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escuela. Fiscalizando a los magistrados, deliberando y votando sobre
os proyectos de ley, el ciudadano encontraba un factor indispen- del cargo. Juraban ejercer su misión conforme a las leyes y ser fieles
sable de desenvolvimiento político e intelectual. Todos aprendían a los intereses dél pueblo; guardar en secreto los asuntos de Estado
en a practica su oficio de ciudadanos. Además, el ejercicio directo y respetar la libertad individual.
de L T t h t T T ^ ° S cludadanos tenía sus limitaciones. Los jefes Se reunían todos los días y las sesiones se realizaban en el
Buleuterion, instalado al sur del ágora, revistiendo carácter público.
delegPS ^ á‘ü 7 d ? s o b 3 í S“ ,mP° r,anC,a- y “ ,1Ub» En la práctica, la Bulé no podía reunirse sin interrupción
durante un año entero; era preciso que se formaran comisiones para
elementos*™ P3ríe’ h3y qUC tener en cuenta tanibién estos despachar los asuntos urgentes y preparar los trabajos. Así se
crearon las pritanías. Cada una de las diez tribus, tenía a su cargo
asamblea una pritanía una vez al año. Los prítanes actuaban en nombre de
asamblea, todo asunto era° previamente
SCa que antes de ser sometido a la
estudiado; todo el cuerpo. Por su intermedio la Bulé estableció relaciones con
los magistrados y con los embajadores extranjeros, recibió mensajes
* ,E1, Pell8ro de la paranomon grafé, que obligaba a meditar y, en casos urgentes, convocó al Consejo o a la asamblea.
antes de hacer una proposición; meuuar Para ejercer mejor sus múltiples atribuciones, la Bulé nombraba,
por aclamación o por sorteo, comisiones con atribuciones especia­
de , 1 2 -Para i° S asuntos de importancia, era necesario el estudio les. Había, por ejemplo, comisiones encargadas de vigilar la entrada
de una comisión de expertos; a la asamblea, supervisar las construcciones navales y verificar las
escrituras de los funcionarios contables.
plenarias°S aSUnt° S más graves solamente eran tratados en asambleas Poderes
Se le atribuía la dirección general de los asuntos públicos. La
Bulé era el organismo que tenía la función de gobierno más
importante. Como órgano legislativo, tenía la misión de preparar los
El Consejo de los 500 o Bulé probuleumas. Como órgano ejecutivo, redactaba decretos, fisca­
lizaba las funciones de los magistrados y vigilaba la organización
Organización militar y la flota. Y, hasta actuaba como órgano judicial, dictando
sentencias sola o en colaboración con la asamblea. En materia de
Para que la asamblea pudiera tomar sus resoluciones era política exterior, su papel era fundamental: servía de intermediaria
necesano que su trabajo fuese preparado, que los decretos adop entre Atenas y los estados extranjeros, daba audiencia a los
tasen una forma regular antes de serle sometidos y que se pudiera embajadores antes de presentarlos a la asamblea y negociaba con
votar sobre textos precisos y detenidamente examinados ellos antes de someter al pueblo el resultado de estas negociaciones.
Daba las directivas necesarias a los ministros atenienses enviados en
cu“p¿~ tpoSe^E z
Debfade^ 3rS,lI3t3S3tmblea’rn° P° día estar reunida Permanentemente. misión; hacía jurar en nombre de la ciudad los tratados de paz o
alianzas. Tuvo un papel particularmente activo cuando Atenas
estuvo al frente de la Confederación, interviniendo en la fijación de
Prime» m S?raTur“ amaba” ^ considerado como la los tributos y preparando los proyectos referentes a las ciudades y a
Estaba integrado por 500 miembros, a razón de 50 por tribu todo el ámbito del “imperio” ateniense.
designados por sorteo entre los ciudadanos mayores de 30 años aue En cuanto a la administración, ponía orden y unidad, sobre
durPantSeent3ra" COm? CandÍdatos‘ Sus miembro!debían consagrare todo en lo referente a las finanzas. Se encargaba de procurar al
durante un ano, a los asuntos públicos y eran retribuidos en sus presupuesto los recursos necesarios, sobre todo en tiempo de guerra.
funciones, ademas de ser eximidos de las obligaciones militares A través suyo, se realizaban todas las adjudicaciones del Estado, el
en r r de t0mar P°sesi°n de su cargo, debían prestar juramento arriendo de los impuestos, etc. Durante todo el año vigilaba el
en el cual hacían referencia a sus atribuciones y a las obligaciones empleo que se daba a los fondos públicos; se ocupaba de todo lo
54 concerniente a la construcción y mantenimiento de los edificios
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magistraturas; se proclamaba que todos tenían derecho a llegar y los
públicos, incluyendo los santuarios. También vigilaba la adminis­ mecanismos existentes posibilitaban que muchos de ellos accedieran
tración del culto: preparaba, hasta el menor detalle, las fiestas de las a ellas.
Panateneas y aseguraba el buen orden de las Dionisíacas.
Las magistraturas eran anuales; por regla general, estaba
Entre sus amplios cometidos figuraban, asimismo, atribuciones
de policía y justicia. prohibido ejercer durante Varios años seguidos una misma función y
acumular varias en el mismo año. Estas reglas tenían excepciones.
En algunos casos ejercía la dokimasia, que era el derecho de Los funcionarios militares, sobre todo los estrategos, podían hacer
censura. Este derecho se aplicaba en ciertos casos, como ser: la lista renovar sus poderes de año en año. Tal el caso de Pericles.
de los atenienses mayores de edad en los registros cívicos era Las magistraturas eran colegiadas. Los colegios eran indepen­
presentada a la Bulé para que la aprobase en forma definitiva. Si se dientes unos de otros. La única excepción eran las magistraturas
probaba que había alguna inscripción indebida, no solamente se militares, donde la jerarquía era necesaria. En cuanto a las
borraba de la lista el nombre, sino que se imponía una pena a los magistraturas civiles, eran todas iguales entre sí; pero en la práctica,
demotas responsables del hecho. Vigilaba las inscripciones de los se distinguían claramente cuáles eran los cargos de mayor categoría.
caballeros y exploradores de caballería y procedía al examen, tanto Las magistraturas que asumían las responsabilidades de los asuntos
de los hombres como de los animales. Controlaba la lista de claves, aquellas cuyos titulares tenían que ver con los principales
enfermos que habían pedido asistencia pública. La Bulé, además, asuntos del Estado y ejercían el mando del ejército, no eran
examinaba, al final de su mandato, a los buleutas y, antes de entrar retribuidas, y los ciudadanos pertenecientes a las clases inferiores no
en funciones, examinaba a los arcontes. Al principio tenía derecho
absoluto de exclusión, pero luego los excluidos podían apelar ante podían llegar a ellas.
el tribunal. A cada magistratura le correspondía un número de diez
También inspeccionaba la gestión de los funcionarios dedicados miembros, a razón de uno por tribu. Esto era tan riguroso, que
a las finanzas. Tenía facultades para obligarlos a comparecer ante cuando los magistrados no eran diez, se nombraba secretario, para
ella y juzgarlos si aparecían responsables del incumplimiento de los completar el número y para que cada tribu tuviera su representante.
deberes de su cargo. El nombramiento de los magistrados se hacía por sorteo o por
elección. Los inconvenientes del sorteo eran en parte atenuados por
El consejo del areópago una serie de factores:
Era un cuerpo muy antiguo; se componía de ex arcontes,
quienes conservaban tal dignidad de modo vitalicio. En los primeros • Los incapaces eran excluidos de las listas;
tiempos tenía importantes funciones políticas; el examen de los
magistrados y el cuidado de las leyes y la moralidad pública. Luego • La colegialidad de las magistraturas disminuía los peligros
de las reformas del 462 a.C. sus funciones quedaron reducidas; tenía que podía significar un magistrado mediocre, pues su incapacidad
jurisdicción en ciertos casos penales como ser el homicidio podía quedar compensada por la capacidad de los demás magis­
intencional, el envenenamiento, etc. Mantuvo cierto prestigio, sin trados;
embargo, por las comisiones especiales que se le confiaban: la
investigación de faltas graves contra el Estado y poderes extraor­ • La colaboración de los asesores y, sobre todo, la presencia
dinarios en casos de pública emergencia. de personal permanente y experimentado, paliaba la inexperiencia
Los magistrados de los jefes que cambiaban anualmente.
Caracteres comunes
a todas las magistraturas A pesar del sorteo, el sistema de elección conservaba gran
importancia. Se utilizaba para aquellos casos en que los magistrados
Los principios de la democracia, en cuanto a las magistraturas, debían demostrar competencia profesional o tener garantías de
son muy claros. El principio teórico de la igualdad, esencia del fortuna.
régimen, exigía que todos los ciudadanos pudieran acceder a las
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Eran elegidos por la asamblea, los magistrados militares y los todos los negocios relativos a estas cuestiones. La jerarquía entre los
jefes de los servicios técnicos, sobre todo los encargados de las estrategas la establecía la asamblea que, en algunos casos, nombraba
finanzas. el jefe de una expedición u otorgaba facultades extraordinarias a un
Una vez designados por sorteo o por elección, ningún magis­ general.
trado tomaba posesión del cargo sin haber sido sometido antes a la
prueba de la dokimasia, especie de examen sobre los antecedentes
de los aspirantes. Esta prueba consistía en un interrogatorio sobre Poderes y responsabilidades
su familia, los cultos que profesaba, su vida privada y pública. de los magistrados
Luego, se traían testigos para que confirmasen sus afirmaciones. En
caso de no presentarse contradicciones, se procedía a votar. Si analizamos las prerrogativas y las responsabilidades que
Además de estas preguntas, generales a todas las magistraturas, tenían los magistrados, llegamos a la conclusión de que su situación
había preguntas particulares para aquellas magistraturas que reque­ no era nada codiciable.
rían una condición especial. Pocas eran las prerrogativas de que gozaban: tenían cierta
Por este cuestionario, la vida entera del nuevo magistrado era impunidad suspensiva, al evitárseles ciertas persecuciones de orden
sometida al examen de todos los ciudadanos. privado mientras estaban en el ejercicio de sus funciones y gozaban
Antes de ocupar el cargo prestaban un juramento de investidura. de una vigilancia especial. Pero si tenemos en cuenta sus obliga­
Los magistrados más importantes, en los primeros tiempos, ciones, en relación éstas son abrumadoras. Estaban sometidos a una
fueron los arcontes. Eran nueve designados por sorteo, uno por cada vigilancia incesante y minuciosa. Nada podían resolver sin la
tribu. De éstos, tres eran especialmente denominados: arconte, rey autorización del Consejo. Nueve veces al año debían obtener de la
y polemarca, en tanto que los otros seis, recibían el nombre común asamblea el voto de confianza so pena de ser suspendidos en sus
de tesmotetes. Los distintos arcontes tenían deberes especiales, de funciones y perseguidos por los tribunales. Al finalizar su mandato,
carácter principalmente judicial o religioso. El arconte en jefe era la todo magistrado debía rendir cuenta de los fondos públicos cuyo
cabeza visible del Estado y se le llamaba epónimo, por cuanto daba manejo se le había confiado y presentar una declaración escrita
su nombre al año. La dirección de las Grandes Dionisíacas y de sobre su gestión administrativa.
algunas otras fiestas eran de su incumbencia, y sus deberes judiciales
estaban relacionados con la administración de la ley familiar.
El arconte rey era el principal funcionario religioso del Estado
y, en materia judicial, conocía en las causas de carácter religioso y
presidía los juicios de homicidio.
El polemarca estaba encargado de otros deberes religiosos y LA A D M IN IS T R A C IO N DE LA JU ST IC IA
entendía en ias causas referentes a los no ciudadanos.
Los seis tesmotetes o arcontes menores se ocupaban de asuntos Tal vez mejor que ninguna otra institución, la justicia revela ese
casi todos judiciales y legales, vigilaban la marcha de los tribunales, equilibrio entre el poder público y la libertad individual que fue el
presidían ciertas causas, conservaban y revisaban los códigos legales. ideal de Atenas en el siglo V a.C.
Había también cuerpos administrativos de menor importancia, Una diferencia esencial de la organización de la justicia en la
la mayoría integrados por diez miembros cada uno, como los antigüedad y en la actualidad es que, en Atenas, no existía el
encargados de finanzas y los magistrados de policía que cuidaban de ministerio público, el que sostenía la causa de la ciudad.
las prisiones y de las penas corporales. En las causas privadas, la persona perjudicada, o su represen­
En cambio, los estrategos (generales) se elevaron por encima de tante legal, era la que entablaba el proceso e informaba a la
sus atribuciones militares y adquirieron las atribuciones políticas audiencia. Para las causas públicas, es decir, cuando se cometía un
que habían perdido los arcontes. Eran electos por la asamblea. acto contra el interés general, cualquier ciudadano podía sentirse
Generalmente había uno por cada tribu y eran reelegibles cada año. lesionado, como miembro de la comunidad, y tenía el derecho de
Además de conducir las operaciones en el campo de batalla, se salir en defensa de la ley. En esta situación, el Estado se veía
encargaban de toda la administración militar y naval y presidían prácticamente obligado a dar curso a la denuncia.
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Tribunales y procedimiento discurso a un profesional —logógrafo— y luego lo repetía de
memoria.
Apenas terminada la exposición, se votaba. Los jueces emitían
Los tribunales eran numerosos en Atenas. El más antiguo y
respetado era el areópago, que había ido perdiendo todas las el voto sin deliberación previa y en forma secreta.
atribuciones políticas, pero, que continuaba juzgando los casos de Cada juez recibía un guijarro que depositaba, según votase a
muerte premeditada, de heridas hechas con intención de matar, de favor o en contra, en una de las dos urnas ante las cuales desfilaba.
envenenamiento, etc. Contados los votos, el presidente proclamaba el fallo, que era
Las penas que aplicaba eran: condena a muerte en caso de inapelable.
asesinato; destierro y confiscación, en caso de heridas. Los castigos que se imponían eran diferentes según la condición
El tribunal de los efetas (cincuenta y uno) tenía competencia de las personas, ya fuesen ciudadanos, metecos o esclavos.
en los casos de homicidio involuntario, la instigación al asesi­ Las penas pecuniarias más frecuentes eran: las multas y la
nato, y el homicidio en legítima defensa. Las penas eran de confiscación, parcial o total, de los bienes; las penas aflictivas; el
menor importancia; por ejemplo, el destierro sin confiscación. destierro temporal o definitivo; la atimia o privación de los derechos
Pero no eran los tribunales de sangre, con grandes supervivencias de ciudadano; el encarcelamiento y también la muerte. Había
de justicia primitiva, los que daban a Atenas su carácter original en también penas infamantes de carácter arcaico y religioso, como ser,
materia de justicia. Era el tribunal popular, la Heliaia, la novedad. la prohibición hecha a las mujeres adúlteras de llevar ornamentos y
Todos los años, entre los ciudadanos mayores de treinta años que de entrar en los templos; la privación de sepultura, etc.
estuvieran en la plenitud de sus derechos cívicos, se sorteaban 6 000 Muchos ciudadanos y extranjeros que eran condenados a penas
para desempeñar el cargo de juez, a razón de 600 por tribu. Este pecuniarias superiores a sus medios podían escapar a la pena
número representaba, para los griegos, la unanimidad del pueblo. optando por el destierro voluntario.
Luego de prestar juramento, los heliastas, eran repartidos en En lo que respecta a la pena de muerte, cuando no se les
diez secciones llamadas dicasterías. En los procesos importantes, permitía beber la cicuta en la prisión, sufrían el misterioso suplicio
sobre todo los políticos, se reunían varias secciones para constituir de apotympanismos, que no se sabe ciertamente en qué consistía;
un tribunal; por ejemplo, en el proceso a Sócrates se sortearon tres podía ser la decapitación o el castigo corporal hasta la muerte.
dicasterías.
Con jueces que no eran, en suma, más que jurados, los asuntos
debían prepararse con cuidado para el día de la audiencia. La Críticas
“hegemonía” tenía gran importancia, pues entrañaba, antes de la El sistema judicial ateniense ha sido objeto de muchas críticas
dirección de los debates, la instrucción del proceso. Realizarlo era que merecen ser explicadas.
una función delicada, de gran importancia. Estaba a cargo de los Algunos autores -G lotz, por ejem plo- han pretendido “ ideali­
arcontes, cuando eran asuntos de derecho privado; del polemarca, zarla” y atenuar las críticas. Otros sostienen que una justicia que
en los asuntos referentes a extranjeros; de los tesmotetes, en los que condenó a Sócrates estaba muy lejos de ser perfecta aun para su
se referían al interés público. tiempo.
Posteriormente, se establecieron funcionarios especializados que No se puede negar, por ejemplo, la verdadera manía por los
tenían el cometido de agilitar los trámites en los asuntos de índole pleitos, que hizo que Aristófanes llamara a Atenas dicaiopolis
comercial. (ciudad de los pleitos).
El juicio comenzaba cuando el presidente del tribunal tomaba Esto constituía un mal que tenía su contrapartida en la falta de
juramento a las partes y se daba lectura a la demanda y a la ministerio fiscal.
declaración que oponía la defensa. Acto seguido, se le concedía la Para evitar esta generalización de pleitos, se estableció que si el
palabra al demandante y al demandado; cada uno debía exponer sus acusador no obtenía el quinto de los votos apoyándolo, debía pagar
razones personalmente, salvo los incapaces (mujeres, niños y una multa. Otra crítica, se basa en el número excesivo de jueces,
esclavos), que estaban representados por su tutor legal. El litigante pues se considera que sin conocimiento adecuado de la legislación,
que se consideraba incapaz de defenderse a sí mismo, encargaba el se dejaban llevar por sentimentalismos.
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fue sustituyéndolo. La graduación entre estas monedas era la
Esta situación estaba agravada por la ausencia de códigos. siguiente: seis óbolos eran igual a una dracma, cien dracmas
Lo que se podría criticar no es la intención, sino la eficacia equivalían a una mina, sesenta minas eran igual a un talento.
práctica de este sistema judicial.
Las principales monedas atenienses eran de plata, las monedas
Los atenienses se preocuparon por ejercer la justicia con. de cobre y oro se acuñaron posteriormente.
equidad, con toda clase de garantías, de imparcialidad y de acuerdo
con las ideas morales de su tiempo.
Atenas, a pesar de sus meritorios esfuerzos, no logró, en materia
judicial, la perfección a que llegó en las artes, en las létras y la LA O R G A N IZ A C IO N M IL IT A R
filosofía.

La democracia en tiempos de Pericles era belicosa, conquis­


tadora e “imperialista” . Atenas, para poder conservar la hegemonía
LAS F IN A N Z A S A T E N IE N S E S que tenía sobre las ciudades “aliadas” , dominar las rutas hacia la
zona del mar Negro, tenía necesidad de una gran flota comercial y
una poderosa marina de guerra. También necesitaba un ejército para
El manejo de las finanzas era ejercido por el Consejo, que se hacer frente a los ataques de las ciudades vecinas y, llegada la
encargaba de distribuir los fondos públicos con ayuda de comisiones ocasión, atacar ella misma.
subordinadas.
En Atenas clásica, todo ciudadano debía servir a su patria de los
El presupuesto habitual de gastos del Estado ateniense, en el 18 a los 60 años. De los 18 a los 20 era efebo, es decir, realizaba su
siglo V a.C., era importante.
aprendizaje militar. De los 20 a los 50 servía como hoplita o
Los principales egresos eran: el pago de la mistoforia, que desde caballero en el ejército activo. De los 50 a los 60 años, formaba,
la época de Pericles, correspondía al ejercicio de todas las funciones junto con los efebos y los metecos, una especie de ejército
públicas; los gastos de los festivales religiosos, en concursos y territorial que estaba encargado de vigilar la frontera.
competencias dramáticas, musicales y atléticas y, finalmente, gastos El equipo de un hoplita en combate, se componía de armas
del ejército y la armada que, sin duda, eran elevados en tiempos de
paz y aumentaban muchísimo en tiempos de guerra. defensivas y ofensivas. Entre las primeras, estaban el casco ático, la
La principal renta del Estado era el tributo que pagaban a coraza, generalmente de bronce, protectores para las piernas y el
Atenas las ciudades miembros de la Liga de Délos. Además del escudo. Las armas ofensivas eran la lanza, arma de choque y la
tributo, había otros impuestos como ser, el 2 por ciento que se espada, que no era más que una simple daga.
cobraba sobre todas las importaciones y exportaciones. El impuesto La forma de combatir, la táctica militar, el trato con los
a los residentes extranjeros. A todo esto, debe agregarse el producto vencidos era similar a las de las demás ciudades griegas de la época.
de las minas de plata de Laurión. Era en el mar, donde Atenas era más poderosa, ejerciendo una
Como otra forma de rentas, hay que mencionar el sistema de los verdadera talasocracia. Fue Temístocles el iniciador del poderío
“ servicios públicos” , sistema mediante el cual el Estado encargaba el naval de Atenas. Durante el siglo V a.C., gracias al tributo de las
pago de ciertos servicios a ciudadanos pudientes, a título de ciudades aliadas, se formó la flota más poderosa del mundo griego.
contribución patriótica. Se construyeron por primera vez los trirremes, barcos de guerra
con tres filas de remeros. Ideados para ganar velocidad, tenían 50
metros de largo y siete de ancho. La proa era estrecha y terminaba
La moneda griega formando un espolón. Estos barcos navegaban a vela fuera de
combate, si no utilizaban los remos, y llegaron a tener una
Todos los estados griegos de cierta importancia solían acuñar su tripulación de 174 remeros.
propia moneda, con su nombre y con su emblema o distintivo. En su apogeo, Atenas contaba con una armada de 400 trirremes.
Había un sistema de monedas generalmente aceptado, que gober­ La táctica naval era difícil y, a partir del siglo V a.C., se usó al
naba el valor relativo en el sistema de acuñación que gradualmente mismo barco como arma de ataque. Se intentaba embestir el flanco
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de los barcos enemigos de modo de clavarles el espolón. Para
lograrlo, se trataba de desbaratar y envolver a la escuadra enemiga y
crear confusión en sus filas.
•í - - .
Los hoplitas atenienses en Maratón y los marinos en Salamina,
habían salvado a Grecia y su civilización del peligro extranjero. Esta
civilización que la guerra había salvado fue, sin embargo, debilitada
y comprometida por la guerra. Las luchas fratricidas entre los griegos
solamente debilitaron a Grecia y la convirtieron en fácil presa del
imperialismo macedónico.

O B R A S DE C O N S U L T A V|

Aymard. A. y Auboyer, J., Oriente y Grecia a n t i ^ a J ^ Q ^ ^ ^ la


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La EDITORIAL KAPELUSZ S.A. dio término a la presente tirada de la primera


edición de esta obra, que consta de 6.000 ejemplares, en el mes de Abril de
^ 1?75, en los Talleres d e C O L O R S.R.L., Olazábal 3920/26, Bs. As.

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