Danza de La Muerte Versión Lázaro
Danza de La Muerte Versión Lázaro
Danza de La Muerte Versión Lázaro
PRÓLOGO D E L A TRADUCCIÓN
LA MUERTE
A 0
A
•
i'.ilP»"
238 APÉNDICES \A G E N E R A L D E L A M U E R T E 239
Vete ahora, m u e r t e , n o q u i e r o ir c o n t i g o ;
del arccdianato a que me entregué.
¡ A y de mí, c u i t a d o , gran carga acepté! y déjame i r al c o r o a g a n a r m i ración.
N o quiero t u danza n i ser t u a m i g o ;
en holgura v i v o , s i n preocupación.
A h o r a l o siento, que hasta ahora no. .^0
Aún hace m u y p o c o , tomé posesión
LA M U E R T E de esta canongía q u e m e d i o el p r e l a d o ;
f de cuanto y o tengo m e s i e n t o halagado:
XLI. A r c e d i a n o a m i g o , dcjml el bonete, • acuda quien q u i e r a a t u invitación.
v e n i d a la danza t r a n q u i l o y honesto,
0O
que a quienes el m u n d o de amores inquiete, LA MUERTE
él m i s m o hará que paren en esto. y
V u e s t r a d i g n i d a d , según dice el t e x t o , XLV. Canónigo amigo, n o es e l c a m i n o
es la cura de almas, y habréis de dar cuenta: ese que pensáis: d a d m e acá la mano.
si m a l las registeis, tendréis gran afrenta. E l sobrepelliz delgado de l i n o
Danzad, abogado, dejad e l D i g e s t o . q u i t a d l o de vos e iréis más liviano.
U n consejo daros deseo m u y sano:
volveos a D i o s , y h a c e d penitencia,
EL ABOGADO
pues y a en v u e s t r o caso hay dictada sentencia.
XLII. ¿Qué ha s i d o , m e z q u i n o , de c u a n t o aprendí, Llegad aquí, médico, q u e estáis tan ufano.
de m i saber t a n t o y m i pleitear?
V i v i r y o pensaba, y entonces caí: EL MÉDICO
cegóme l a m u e r t e , no puedo estudiar. XLVI. Mintióme, s i n d u d a , e n e l fin Avicena,
M e causa recelo m a r c h a r a u n lugar que me prometió m u y l a r g o v i v i r
d o no me valdrán n i p l e i t o n i fuero. rigiéndome bien en y a n t a r y cena,
Infames amigos, sin lengua me m u e r o . dejando el beber después de d o r m i r .
Asióme la m u e r t e , no puedo ya hablar. Con esta esperanza, pensé y o a d q u i r i r
dineros y piala, e n f e r m o s c u r a n d o ;
LA M U E R T E mas ahora veo q u e m e va llevando
la muerte c o n s i g o : c o n v i e n e sufrir.
XLIII. O h falso abogado, p r e v a r i c a d o r , A/^- Ato i
que de ambos pleiteantes*cobrabais salario,
LA MUERTE
os venga a las mientes cómo s i n t e m o r
volvisteis la hoja por o t r o c o n t r a r i o . XLVII. ¿Pensasteis vos, m é d i c o , q u e p o r Galeno
N i Ciño, n i B a r t u l o , n i el C o l e c t a r i o y por Hipócrates c o n sus aforismos.
240 APÉNDICES DANZA GENERAL D E LA MUERTE
seríais l i b r a d o d e c o m e r el c i e n o ? LA MUERTE
Pues o t r o s g u s t a r o n de más silogismos. LI. Si v u e s t r o trabajo fue s i n m a l arte,
• D e nada os valdrá hacer gargarismos, y n o hicisteis surco en t i e r r a s ajenas,
c o m p o n e r jarabes n i g u a r d a r d i c t a . lA^d^ en la eterna g l o r i a tendréis buena p*»<*«
N o sé si l o oísteis: y o soy la que a p r i e t a . "\¿> \j (¿ y si fue al c o n t r a r i o , sufriréis condón*-
V e n i d , señor c u r a , dejad los b a u t i s m o s .
\MJL Ji< Pero, con t o d o eso, p o n e d la m e l e n * .
llegaos a m í ; y o os unciré.
EL CURA L o que a o t r o s h i c e , a vos os lo harA
Y vos. monje negro, v e n i d norabu*< *
XLVIII.
v
N o q u i e r o e x o r c i s m o s n i conjuraciones.
C o n m i s p a r r o q u i a n o s deseo i r a h o l g a r ;
E L MONJE BENEDICTINO
ellos me d a n p o l l o s y lechoncs,
y m u c h o s regalos al pie d e l a l t a r . LII. L o o r y alabanza y o s i e m p r e daré
L o c u r a sería m i s diezmos dejar al a l t o señor que. c o n piedad,
e i r a t u danza de que no se s a l e ; me lleva a su r e i n o , adonde veré
mas sé q u e , al final, ya nada me vale, por siempre jamás s u gran majestad
y que es i m p o s i b l e t u danza e v i t a r . De cárcel oscura, salgo a c l a r i d a d :
tendré así alegría, s i n más amarguia
LA MUERTE
Por poco t r a b a j o , tendré gran holjt"*'*
M u e r t e , n o me asusto de t u fealdad
XLIX. Pasado es el t i e m p o de yacer al s o l
c o n los feligreses bebiendo b u e n v i n o . LA MUERTE
V i
Y o v o y a enseñaros un re mi fa sol
LUÍ. Si la regla santa d e l m o n j e b e n d i t o
que a h o r a he c o m p u e s t o c o n c a n t o m u y fino.^^J^
guardasteis d e l t o d o , s i n o t r o desoA
M e place t e n e r o s a vos p o r v e c i n o , a r
tened p o r seguro q u e estáis allí i n ^ *
pues de m u c h a s almas cuidasteis el g r e m i o . Ci3- V U"^ ^
H t o
en l i b r o de v i d a : así y o l o creo.
Según las s i g u i e r a i s , así será el p r e m i o .
Pero s i es que h i c i s t e i s l o que h.-uV" •**
D a n c e el l a b r a d o r que viene d e l m o l i n o .
v e 0
y es m i oficio t r a b a j o y afán, hago obras más altas que nunca I»I' H ^ " nX 3 ,
mm
APÉNDI
ICES DANZA G E N E R A L D E LA M U E R T E 245
EL CONTADOR
hasta que os l l a m e n , c o n ella andaréis.
LXII. ¿Quién i b a a pensar que c o n riesgo t a n t o A h o r a , al que recauda m i danza c o n m i n a .
iba a .dejar m i contaduría?
Llegué a la m u e r t e y v i el gran q u e b r a n t o EL RECAUDADOR
que hacía a los h o m b r e s c o n t o d a osadía.
. LXVI. Bastante t r a b a j o me d a recaudar •
A l l í perderé t o d a m i valía.
l o que p o r el rey me fue e n c o m e n d a d o .
riquezas y joyas y m i gran poder.
Por t a n t o , no puedo n i d e b o danzar
Que haga l i b r a m i e n t o s q u i e n los q u i e r a hacer,
en esa t u d a n z a : no estoy h a b i t u a d o .
pues cercan dolores el ánima m í a
Deseo i r ahora m u y apresurado
por unos dineros que me han p r o m e t i d o ,
LA M ' T ' TE
pues he esperado y el plazo ha v e n c i d o .
LXIII. C o n t a d o r a m i g o , si o s percatáis M a s veo el c a m i n o d e l t o d o c e r r a d o ,
de cómo al favor y a veces al d o n
librasteis las cartas, es j u s t o sufráis
LA M U E R T E
d o l o r y q u e b r a n t o en esta ocasión.
N i s u m a de cifras, n i su división, LXVII. V e n i d acá luego, s i n más aguardar.
de nada os valdrán; vendréis h o y c o n m i g o Pagad los cohechos que habéis embolsado.
L l e g a d acá l u e g o : así os lo d i g o . Pues que v u e s t r a v i d a fue sólo pensar
Y vos, diácono, v e n i d a lección. cómo robaríais al h o m b r e c u i t a d o ,
daréos u n poyo en que estéis echado
EL DIACONO (y contéis las rentas), de dos o tres pasos.
Daréis allí cuenta de vuestros traspasos.
LXIV. N o veo q u e tengas gesto de lector,
\ V 0 V e n i d , subdiácono, alegre y fiado.
tú que me mandas que vaya a leer.
N o v i en Salamanca maestro n i d o c t o r
que t a l gesto tenga, n i t a l parecer. EL SUBDIACONO
B i e n sé q u e , c o n arte, me quieres hacer LXVIII. Y o no necesito b a i l a r y t r o t a r
que vaya a t u danza y me quieres m a t a r . igual q u e hacen esos que están a t u m a n d o ,
Si esto así es, venga a a d m i n i s t r a r pues, a n t e s ; de diácono m e q u i e r o o r d e n a r ,
o t r o p o r m í ; y o me voy a caer. las próximas témporas, q u e están ya llegando
N o veo que c a n t e n , s i n o q u e l l o r a n d o
LA MUERTE a n d a n t o d o s esos; n o e n c u e n t r a n abrigo.
LXV. Asombróme m u c h o de vos. clerizón. N o q u i e r o t u d a n z a : así te l o d i g o .
pues que b i e n sabéis que es m i d o c t r i n a Prefiero q u e d a r m e , el s a l t e r i o rezando.
m a t a r a todos con justa razón,
y vos esquiváis el oír m i b o c i n a . LA MUERTE
Y o os vestiré dalmática fina,
LXIX. E n c u e n t r o superfluo y a t a n t o a l e g a r ;
b o r d a d a de p i n o , con que administréis:
p o r t a n t o , d e j a d esos v a n o s sermones.
f ^ . . . . ^ ! ^ . ^ ^ ' W ^ ^
LA MUERTE
¿ N o tenéis c o s t u m b r e de i r a d a n z a r
o a comer o b l a d a s j u n t o a l o s t i z o n e s ? LXXIII. O h rabí b a r b u d o , que siempre e s t u d i a s t e i s
N o iréis ya más e n las procesiones, en el T a l m u d y en aquellos d o c t o r e s ,
d a n d o las voces e n u n p u r o g r i t o y de la v e r d a d jamás os c u i d a s t e i s ,
igual que en e n e r o hacía e l c a b r i t o . p o r l o c u a l tendréis penas y d o l o r e s .
V e n i d , sacristán, dejad las razones. Llegaos acá c o n los danzadores,
y diréis c a n t a n d o vuestro d e s a f u e r o :
EL SACRISTAN daréos posada c o n buen compañero.
V e n i d , alfaquí. dejad los olores.
LXX. M u e r t e , yo te ruego que tengas p i e d a d
de m í . que soy m o z o , ya ves, todavía.
EL ALFAQUI
A D i o s olvidé c o n m i m o c e d a d ,
n i quise t o m a r n i seguir sus vías. LXXIV. ¡ A s í Alá me v a l g a ! Es m u y f u e r t e cosa
Confía en mí. a m i g a , pues de o t r o s te fías, esto que me m a n d a s - a h o r a e m p r e n d e r .
deja que resarza el m a l que haya h e c h o : Y o tengo m u j e r discreta, graciosa,
por ello no pierdes t u j u s t o d e r e c h o , que me p r o p o r c i o n a agasajo y p l a c e r .
y a t i acudiré, s i tú por mí envías. T o d o c u a n t o tengo deseo p e r d e r :
déjame c o n ella t a n sólo q u e d a r . ¿sale L cJ &
4
LA MUERTE C u a n d o sea v i e j o , mándame l l e v a r
y a ella c o n m i g o si es t u parecer.
LXXI. A y , sacristanejo de mala calaña,
de saltar paredes t i e m p o n o tenéis,
LA MUERTE
n i de andar de noche c o n l o s de l a caña,
h a c i e n d o esas cosas que vos b i e n sabéis. LXXV. V e n i o s , amigo, dejad de c h a r l a r ,
M a r c h a r o s de r o n d a ya n u n c a podréis, p o r q u e ya el Corán no predicaréis;
n i darle más j o y a s a vuestra señora: tan j o v e n , el m a n t o habréis de d e j a r ,
si t a n t o a vos q u i e r e , que os salve a h o r a . y v u e s t r a camisa no la vestiréis.
V e n i d vos, r a b í : aquí execraréis. L a Meca y a nunca jamás pisaréis,
c o m i e n d o buñuelos, m o s t r a n d o alegría.
EL RABI \ Irá o t r o alfaquí a vuestra morería.
Pasad vos. santero, a ver qué exponéis.
LXXII. O h . Elohím y D i o s de Abrahán.
que p r o m e t i s t e la redención, EL SANTERO
n o sé que me haga c o n este satán;
m e m a n d a n q u e dance y no e n t i e n d o e l son. LXXVI. Por c i e r t o , más q u i e r o m i e r m i t a s e r v i r
N o hay h o m b r e en e l m u n d o de c u a n t o s hoy son que i r a ese s i t i o donde tú m e dices.
que p u e d a escapar a su m a n d a m i e n t o .
v
M e d o y buena v i d a , aunque a n d o a p e d i r ,
H e r m a n o s . ' a u x i l i o , que m i e n t e n d i m i e n t o y a veces y o c o m o pollos y p e r d i c e s .
se pierde d e l t o d o c o n . g r a n aflicción. Sé cazar c o n lazo b i e n las c o d o r n i c e s .
...Hffi
248
APÉNDICES
PERSONAJES
(Dirigiéndose a cuantos no ha nombrado)
Jesucristo Lucifer
LXXVIII. A todos los que aquí no he convocado
de cualquier ley y estado o condición, Nuestra Señora Satanás
les m a n d o que vengan c o n pie apresurado San Juan Carón
a e n t r a r en m i danza s i n más dilación. San Gabriel
N o toleraré jamás excepción,
n i q u i e r o y o pleito n i s u p l i c a t o r i a :
Angel de ¡a Guarda
los que bien hicieron tendrán siempre g l o r i a ,
y los que al c o n t r a r i o s u condenación. Género humano
Fragilidad
LOS MORTALES