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TECNOLOGIA DE TERMOSSIFES APLICADA A

TROCADORES DE CALOR DE ALTA
TEMPERATURA

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5 authors, including:

Marcia Mantelli Thomaz PF Borges

Federal University of Santa Catarina Federal University of Santa Catarina
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Andre Felippe Vieira da Cunha

Federal University of Pernambuco
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 1o Seminrio da
Rede Gs & Energia
21 e 22 de novembro de 2006 - EDISE - Rio de Janeiro.
Coordenao: RH/Universidade Petrobras

TECNOLOGIA DE TERMOSSIFES APLICADA A TROCADORES DE

CALOR DE ALTA TEMPERATURA
Mrcia Mantelli, PhD Thomaz Borges, Dr. Cludia Kniess, Dra.
[email protected] [email protected] [email protected]

Andr F. V. Cunha, M. Eng. Gustavo Verdieri Nuernberg, Eng.

[email protected] [email protected]

Laboratrios de Tubos de Calor (LABTUCAL/LEPTEN)

Departamento de Engenharia Mecnica
Universidade Federal de Santa Catarina

RESUMO trabalho sero apresentados os resultados tericos

e experimentais obtidos para prottipos construdos
Trocadores de calor baseados na no laboratrio, utilizando metais lquidos e
tecnologia de tubos de calor e termossifes so compostos orgnicos como fluidos de trabalho. O
cada vez mais utilizados em instalaes industriais, domnio desta tecnologia importante para o
especialmente na indstria do petrleo, como se desenvolvimento e independncia da indstria
observa em pases como a China. O Laboratrio de nacional na rea de equipamentos de tubos de
Tubos de Calor (LABTUCAL) vem recebendo calor.
recursos do CENPES/Petrobrs e da FINEP para o
desenvolvimento, projeto e construo de 1.0 - INTRODUO
trocadores de calor com a tecnologia de tubos
termossifes, visando principalmente o Os Trocadores de calor assistidos por
aproveitamento da energia de fluxos quentes, tubos de calor tornam mais eficientes os processos
normalmente liberados para a atmosfera ou em de recuperao de calor em plantas industriais.
substituio de equipamentos j em operao, mas Tal tecnologia era pouco dominada
que apresentam problemas de manuteno anteriormente s pesquisas espaciais, que
(trocadores rotativos do tipo Ljngstrom, por permitiram o desenvolvimento de ferramentas
exemplo). Os equipamentos desenvolvidos com numricas, empricas e analticas para o
esta tecnologia e em fase de instalao operam em dimensionamento destes equipamentos.
faixas de temperatura entre 100 e 250C, o que O tubo de calor ou "heat pipe" um
torna possvel o uso da gua como fluido de dispositivo capaz de transportar grandes
trabalho. Porm, em muitas aplicaes, os nveis quantidades de calor, quando submetido a
de temperatura de operao dos equipamentos so pequenos gradientes de temperatura. So
maiores, necessitando o uso de outros fluidos de dispositivos de condutividade trmica muito
trabalho, como compostos orgnicos (naftaleno, elevada, apresentando uma eficincia na troca de
tolueno, anilina, fenis) ou metais lquidos (sdio, calor de 500 a 1000 vezes superior quando
potssio, entre outros). A tecnologia empregada comparados a tubos de cobre macios da mesma
em tubos de alta temperatura mais sofisticada. geometria [1].
Alm disto, novos modelos matemticos devem ser Um tubo de calor consiste tipicamente de
desenvolvidos, uma vez que os fenmenos fsicos um tubo metlico com as extremidades seladas e
so diferentes dos encontrados em tubos com uma estrutura capilar junto parede interna.
convencionais. Neste Este tubo evacuado e preenchido com um
volume de fludo de trabalho suficiente para saturar
por completo a estrutura capilar. Os termossifes
bifsicos do tipo fechado so tubos de calor que se
caracterizam pela ausncia da estrutura capilar parede externa do tubo (R0). Uma parte
interna. desprezvel deste calor caminha por conduo
Atravs do uso de tubos de calor possvel pelas paredes do tubo (R8), e a grande parte
criar trocadores do tipo "casco-casco". No conduzida para o interior do tubo atravs da parede
havendo passagem das correntes externas pelos do termossifo (R1). A resistncia interna R2 est
tubos, existe uma diminuio da perda de carga em associada evaporao do lquido. A resistncias
relao ao trocador casco-tubo convencional. R3 e R5 ocorrem nos fenmenos de ebulio e
A literatura apresenta tentativas de condensao, enquanto que R4 associada com a
modelagem de campos de temperatura e de queda no nvel de temperatura do vapor devido
presso em um termossifo utilizando para isto queda de presso no fluxo de vapor entre o
mtodos numricos [2]. Porm, a falta de evaporador e o condensador. A resistncia R6
flexibilidade na utilizao destes modelos assim est associada a condensao do lquido. A
como a dificuldade em sua manipulao, faz dos conduo de calor atravs da parede do
modelos simplificados, tais como os que utilizam a condensador ocasiona a resistncia R7.
analogia com circuitos eltricos, os preferidos em Finalmente temos a conveco externa do tubo
projetos de engenharia. A resistncia trmica com o fluido a ser aquecido, representada pela
global Rt [K/W] de um termossifo pode ser resistncia R9.
determinado pela seguinte expresso: Em um trocador, a resistncia trmica interna
dos termossifes costuma ser pequena quando
Te Tc comparada s resistncia por conveco externa
Rt = (1) ao tubo. A Figura 2 mostra a parcela de resitncias
Q externas e internas para o caso de um recuperador
de 700 kW projetado para uma unidade de Xisto da
onde Te e Tc [K] representam as Petrobrs em S. Mateus do Sul (SIX), o clculo
preliminar do trocador de calor mostra que as
temperaturas mdias do evaporador e
condensador, respectivamente e Q [W] representa principais resistncias trmicas em um termossifo
o calor transferido pelo termossifo so as de conveco dos gases com as paredes
externas do tubo.
No modelo de analogia de circuito eltrico,
a resistncia total do termossifo computada
como a associao em srie das resistncias
trmicas relativas aos processos de transferncia 4%
de calor dentro do dispositivo. A Figura 1 mostra o Resistncia trmica
externa condensador
circuito trmico equivalente de um termossifo
Resistncia trmica
51% externa evaporador
45%
Soma das
resistncias internas
ao termossifo

R9 R7 R6 R5

Tc

Figura 2 Participaes na resistncia trmica

global de um trocador de calor com termossifes
R8 R4

Em funo da presena de mais de uma

fase da mesma substncia no interior do
R0 R1 R2 R3
termossifo (lquido e vapor), quando este est em
Te
funcionamento, o meio bifsico encontra-se em
estado de saturao. Portanto, existe uma
correlao direta da temperatura de trabalho do
Figura 1- Circuito trmico equivalente de termossifo com sua presso de trabalho, que
um termossifo. caracterstica do fluido de trabalho utilizado.
A gua um excelente fluido de trabalho,
Os seguintes processos (com suas pois alm de no ser txica e ter fcil manuseio,
resistncias trmicas) ocorrem para o transporte do um lquido com grande calor latente de
calor do fluido quente para o fluido frio: O fluido vaporizao. Com uma pequena massa de gua
quente temperatura Tc sofre conveco com a evaporada, possvel a transferncia de grande
quantidade de calor, em comparao com demais Dentro deste contexto, o objetivo deste
fluidos de trabalho, como mostra a Tabela 1 trabalho o estudo do comportamento de
termossifes utilizando compostos orgnicos e
Tabela 1 Comparao da gua com fluido de metais lquidos como fluido de trabalho, visando o
trabalho orgnico (naftaleno) e metlico (mercrio). uso em aplicaes industriais que requerem faixas
de temperatura de trabalho que no podem ser
gua Naftaleno Mercrio atendidas pela gua.
Frmula ------ H2O C10H8 Hg
Em relao aos compostos orgnicos, o
Massa Molecular kg/kmol 18 128 200 objetivo foi realizar testes experimentais
Temp. crtica C 374 475 1476
Presso crtica MPa 21,94 3,99 151 qualitativos utilizando o naftaleno como estudo de
Temp. de fuso C 0 80 -39
Temp. de ebulio (Teb) C 100 218 357
caso, visando observao de comportamentos
Densidade lquido ( @ Teb) kg/m3 958 878 (200C) 12737 que o diferem da gua.
Viscosidade lquido ( @ Teb) 10-5 N.s/m2 0,28 37,5 (200C) 0,881
Calor latente de kJ/kg 2258 338 295 Quanto aos metais lquidos, buscou-se
vaporizao ( @ Teb)
Calor na evaporao de 1l/s kW 2163 297 3756
avaliar a uniformidade trmica de um termossifo
de lquido em operao, utilizando o mercrio como fluido de
trabalho. A montagem experimental ser
posteriormente utilizada para validar correlaes
Mesmo em temperaturas logo abaixo do analticas de um modelo trmico dos termossifes.
ponto crtico, a grande presso de operao pode
ser uma limitao para a construo de alguns 2.0 TERMOSSIFES UTILIZANDO FLUIDOS
termossifes utilizando gua. Isto porque haveria a ORGNICOS
necessidade de se utilizar tubos demasiado
espessos para suportar a presso de trabalho, o Os compostos orgnicos so indicados
que aumenta a resistncia trmica global do como fludos de trabalho em termossifes para
equipamento. aplicaes industriais que requerem uma faixa de
Na construo de recuperadores de calor temperatura entre 250 e 450 C, como por
para fornalhas, freqente a necessidade de exemplo, refinarias, termoeltricas e fornos de
recuperadores para a faixa acima de 250C. Para tratamentos trmicos. Nesses casos, existe a
faixas de temperaturas superiores recomendada necessidade da utilizao de termossifes que
para a gua, podem ser utilizados outros fluidos de funcionem em temperaturas mais elevadas sem
trabalho como orgnicos e metais lquidos, que o aumento da presso interna ocasione o
conforme mostra a figura 3. rompimento dos tubos, ou que ocorra perda de
eficincia em funo do uso de uma parede muito
espessa. Para aplicaes a esses nveis de
temperatura, a literatura [3] lista uma srie de
1000 gua potenciais candidatos a fluido de trabalho:
naftaleno (C10H8), fenol (C6H6O), tolueno
Presso de Vapor (kgf/cm )
2

Naftaleno
Mercrio (C6H5CH3), anilina (C6H7N) e hidrazina (N2H4).
Segundo Vasiliev et al., [4] o naftaleno um dos
100
agentes de transferncia de calor mais promissores
para a utilizao em termossifes para
temperaturas classificadas como faixa
10 intermediria (250-450C). O naftaleno um
produto da produo do petrleo, e apresenta-se
sob a forma de cristais brancos, e quando lquido,
1 possui uma viscosidade muito baixa, no qual
100 200 300 400 500 600 700
decresce consideravelmente com o aumento da
Temperatura (C)
temperatura [4]. A tabela 2 apresenta algumas
propriedades termo-fsicas do naftaleno [5-7].
Figura 3 Presso de saturao de fluidos de Dentro desse contexto, este trabalho tem como
trabalho em funo da temperatura. objetivo investigar a viabilidade do uso de
compostos orgnicos como fluidos de trabalho em
Uma das limitaes no estudo de termossifes de temperatura intermediria para
compostos orgnicos e metais lquidos como aplicaes industriais. Para tal escolheu-se o
fluidos de trabalho em termossifes a inexistncia naftaleno como fluido de trabalho. O estudo foi
na literatura especfica da divulgao de pesquisas realizado utilizando um termossifo constitudo de
que apresentem detalhes do comportamento material vtreo, para a melhor visualizao dos
desses fluidos, assim como correlaes para fenmenos decorrentes do processo.
clculo de resistncias internas dos termossifes.
Tabela 2- Propriedades termo-fsicas do naftaleno.
 Figura 4 - (a) Fotografia do aparato, (b) Diagrama
esquemtico e disposio dos termopares
instalados no termossifo.

Para a avaliao do comportamento do

termossifo, adotou-se uma metodologia de testes
em que a potncia fornecida na regio do
evaporador foi o parmetro varivel. As potncias
selecionadas para os testes foram de 50, 100, 200,
300, 400 e 500 Watts. O sistema foi aquecido por
meio de uma fonte externa. Os dados de
temperatura foram adquiridos em intervalos de
tempo regular de 10 s, atravs de um equipamento
de aquisio de dados HP Benchlink Data Logger
2.1 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL PARA O 34970. Em todos os testes o sistema foi refrigerado
NAFTALENO por conveco natural na regio do condensador.
Na construo do termossifo para testes, 2.2 - COMPORTAMENTO DO NAFTALENO
foi utilizado um tubo do material vtreo do tipo boro- COMO FLUIDO DE TRABALHO
silicato, para a melhor visualizao dos fenmenos
decorrentes do processo. Este tubo possui a Uma das principais dificuldades
seguinte geometria: 900 mm de comprimento, 24 encontradas nos testes experimentais foi o inicio de
mm de dimetro externo e 3 mm de espessura. O operao do termossifo ("startup"). Quando o
sistema foi instrumentado com 16 termopares termossifo resfria, o naftaleno se aglutina em
instalados na parede externa do tubo. A Figura 4 cristais diminuindo o contato com a parede do tubo.
(a) apresenta o aparato usado no estudo e a Figura Isto faz com que o calor recebido pelo tubo no
4 (b) a forma esquemtica com a disposio dos 16 seja transferido para o naftaleno cristalizado e
termopares. O carregamento do fluido de trabalho dificulte sua fuso. Com o auxilio de uma pistola
foi realizado com o naftaleno na forma lquida, por trmica aquece-se toda a montagem fazendo com
meio de fuso do composto orgnico slido, na que os cristais na parte superior da parede do tubo
temperatura de 81,0 C. O fator de enchimento fundam e escorram at a parte inferior do tubo.
utilizado foi de 40% da altura da regio do Isso faz com que haja o molhamento do naftaleno
evaporador, equivalente a 40g de naftaleno. O slido e estabelece contato fsico entre o mesmo e
naftaleno utilizado tem um grau de pureza de a parede, melhorando assim a transferncia
98,5%. trmica para que o termossifo comece a
Aps o carregamento o sistema foi funcionar.
aquecido at a ebulio do fluido de trabalho e Observa-se no incio da operao do tubo o
submetido ao processo desgaseificao, por meio efeito slug flow. Trata-se do transporte de pores
de duas purgas sucessivas. de naftaleno lquido para a regio do condensador,
em virtude da formao de grandes bolhas, que
emperram pores cilndricas ou plugs do lquido
para cima. Quando esse efeito acontece, causa
uma diminuio da quantidade de lquido na
piscina da regio do evaporador. Outro fator
observado, que no "slug flow" parte do naftaleno
lquido encontra uma regio mais fria no
termossifo, parte superior, onde recristaliza e fica
retido.
No entanto, medida que a potncia
fornecida ao sistema aumentada, isto , mais
calor fornecido ao termossifo, observa-se que
ocorre uma diminuio do efeito de "slug flow".
O teste utilizando uma potncia de 500 W
apresentou maior homogeneidade trmica no
condensador. Isso deixa claro que para a operao
do termossifo, esta foi a melhor potncia de
trabalho utilizada.
Para comparao entre os testes
realizados, foi calculada a mdia das temperaturas
de todos os termopares instalados no termossifo,
101 ao 111, e construdo um grfico comparando O Laboratrio de Tubos de calor
estes valores, conforme ilustra a Figura 5. Com isto (LABTUCAL) iniciou suas atividades de pesquisa
percebe-se que a temperatura mdia do com termossifes com metal lquido em 2004,
condensador aumenta com o aumento da potncia desenvolvendo estudos tericos e experimentais.
trmica, j que a frente de aquecimento consegue As pesquisas nessa rea de termossifes
atingir os pontos superiores do termossifo e tornar podem ser divididas basicamente em trs linhas. A
as curvas de temperatura homogneas. primeira se concentra no estudo do desempenho
dos tubos considerando-se diversos fluidos de
trabalho, como sdio, potssio, mercrio e o ltio. A
segunda linha se concentra no estudo da
compatibilidade destes fluidos com o material do
tubo e sua relao com os limites de operao; a
terceira tem foco nos estudos das aplicaes
destes dispositivos na indstria.
Os metais lquidos como fluido de trabalho,
Tabela 3, so selecionados no s pelo adequado
comportamento da presso de vapor com a
temperatura, mas tambm por causa das
propriedades como alta tenso superficial, alto
calor latente de vaporizao e baixa viscosidade. O
sdio e o ltio, pertencentes ao grupo dos metais
Figura 5 - Comparao entre as temperaturas alcalinos (grupo 1A da tabela peridica), so
mdias do condensador para os diversos ensaios exemplos usuais destes metais e abrangem uma
realizados. faixa de temperatura em tubos de calor entre 600oC
a 1800oC.

Tabela 3 - Metais lquidos com o ponto de fuso e

ebulio presso atmosfrica (1 atm).

2.3 POSSIBILIDADES PARA O NAFTALENO Ponto de Ponto

Fluidos de Faixa usual
fuso
Alm do trabalho j realizado, pretende-se ebulio
dar continuidade atravs da realizao de estudos Sdio 98 oC 892 oC 600 a 1200
para determinar o melhor fator de enchimento Ltio
o
179 C 1340 Co
1000 a 1800
referente ao naftaleno e relacion-lo com o o o
comportamento trmico, caractersticas de "startup" Potssio 62 C 774 C 500 a 1000
o o
e efeito de "slug flow" do termossifo. Mercrio -39 C 357 C 250 a 650
Posteriormente sero realizados testes
quantitativos, utilizando tubos metlicos de ao
Dentre os metais lquidos, o primeiro
carbono. Isso permite que o termossifo opere com
estudo de caso realizado no LABTUCAL foi o
maior segurana e que possa ser submetido a
mercrio, por ser de fcil manuseio e pelo fato do
potncias mais altas para o estudo do
Laboratrio possuir local adequado, assim como
comportamento do fluido de trabalho naftaleno,
equipamentos de segurana para a realizao de
como por exemplo, as particularidades de "startup".
testes experimentais. O Laboratrio j est se
Para esse estudo pretende-se utilizar
aperfeioando para uma nova etapa: trabalhar com
termopares calibrados para aferio mais precisa
termossifes com sdio como fluido de trabalho.
dos dados trmicos, alm de fazer uso de sistema
Uma importante considerao na
de refrigerao do condensador por conveco
fabricao do termossifo com metais lquidos a
forada.
compatibilidade do material do tubo com o fluido de
Por meio deste aparato pode-se tambm
trabalho. Isto devido a continua degradao do
avaliar a presena de gases no condensveis.
termossifo como o resultado de reao qumica
Para tanto ser necessrio um tempo de ensaio
ou decomposio do fluido de trabalho e corroso
superior a 2000 horas, no sentido de estudar a
ou eroso da parede do tubo. A Tabela 4 mostra a
formao desses gases e a degradao do
vida til em testes, encontrados na literatura [8],
naftaleno e de seus contaminantes.
com tubos de calor/termossifes, dado a
temperatura do vapor e a durao de exposio
dos tubos at atingir um grau significante de
3.0 - TERMOSSIFES UTILIZANDO METAIS
corroso.
LQUIDOS
 Tabela 4 - Dados de compatibilidade (testes de fertilizantes. Este projeto foi desenvolvido pela
vida til para tubo de calor/termossifo). Universidade de Tecnologia Qumica de Nanjing,
em 1990, onde o calor recuperado a partir de
Material Temp. Durao[h] trocadores que utilizam a tecnologia de
Vapor termossifes com metal lquido.
o
[ C] No LABTUCAL, existe uma bancada
Sdio Hastelloy X 715 >33.000 experimental para o estudo de termossifes com
Ao inoxidvel 316 771 >4.000 mercrio. A bancada, ilustrada esquematicamente
Nibio+1% Zircnio 850 >10.000
Nibio+1% Zircnio 1100 1.000
na Figura 7, formada por um forno eltrico onde
Ao inoxidvel 304 e 650- 7.100 h um controlador de tenso de tal forma que se
347 800 possa prescrever a taxa de transferncia de calor
Potssio Nquel 600 24.500 desejada. O tubo ento aquecido na regio do
Ao inoxidvel 304 e 510- 6.100 evaporador, e o calor dissipado pelo condensador
347 650 atravs conveco natural. Uma fotografia da
Ltio Nibio+1% Zircnio 1100 4.300 bancada pode ser observada na Figura 8.
Nibio+1% Zircnio 1500 >1.000
Nibio+1% Zircnio 1600 132 Gases
Tntalio 1600 17 No-Condensveis
Tungstnio 1600 1.000
Tungstnio+26%Rnio 830- 7.700
1000 hext
Text Condensador
Considerando que os metais lquidos
trabalham em altas temperaturas, a fabricao de
trocadores de calor torna-se um obstculo devido a
limitao dos materiais usados nas superfcies. Seo Adiabtica
Trocadores de calor fabricados a partir de ao Sistema de
Aquisio
inoxidvel, por exemplo, tem a limitao em 760oC
a 840oC, enquanto as ligas fundidas so usuais at Evaporador
somente 982oC [9]. Em altas temperaturas de
operao, todas as ligas metlicas tm a rigidez
reduzida e, portanto limitadas a aplicaes com
baixas diferenas de presses. Dessa forma, Forno
trocadores de alta eficincia projetados para operar Eltrico
acima de 871oC so preferencialmente fabricados Controlador
de materiais cermicos. Os limites de temperatura de Potncia
de operao dos materiais utilizados em trocadores
de calor so mostrados na Figura 6. Figura 7 Desenho esquemtico da bancada
experimental.
Limites de Operao

Carboneto de
Slicio Nitrato
Ligas fundidas

Super Ligas

Ao Inoxidvel

Titnio

Alumnio
Regime do Trocador Cermico
Cobre

0 200 400 600 800 1000 1200

Tem peratura (oC)

Figura 6 - Limite de operao dos materiais

utilizados em trocadores de calor
Figura 8 Fotografia da bancada experimental.
Como exemplo da aplicao dos
termossifes com metais lquidos, encontra-se, na Dados de temperatura ao longo do tubo e
China, um gerador de vapor que utiliza o calor de de potncia dissipada pela resistncia do tubo so
gases a alta temperatura proveniente de plantas de adquiridos por um sistema de aquisio e
 armazenados em um microcomputador. A Figura 9 mais elevadas de trabalho. A montagem
mostra o perfil de temperatura de um teste parcial experimental permitir a validao de correlaes
com termossifo com mercrio atravs da leitura analticas que sero utilizadas no projeto de
na parede externa do tubo. Este termossifo possui trocadores de calor de alta temperatura.
as dimenses de 200 mm, 150mm e 650mm de
comprimento do evaporador, seo adiabtica e 5.0 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
condensador, respectivamente. Estima-se uma
taxa de transferncia de calor de 1500W para este
teste. [1] B. Kosoy, Kirk-Othmer Encyclopedia of Chemical
Technology, John Wiley & Sons, 2004.

Perfil de temperatura [2] FAGHRI, A. Heat pipe science and technology.

590
Taylor & Francis, Washington, 1995.
585
580
[3] A. Devarakonda, W. G. Anderson, Thermo-physical
575
Properties of Intermediate Temperature Heat Pipe
T[C]

570 Fluids, Space Technology and Applications International

565 Forum - STAIF, Albuquerque, NM, 2005.
560
555 [4] L.L. Vasiliev, G.M. Volokhov, A. S. Gigevich, M. I.
0 200 400 600 800 1000 1200 Rabetskii, Heat pipes based on Naphthalene,
x [mm] Inzhenerno-Fizicheskii Zhurnal, Vol. 54, No.6, pp.934-
938, 1988.

Figura 9 - Perfil de temperatura do temossifo com [5] Rohsenow, Hartnett, Cho, Handbook of Heat
mercrio Transfer, 3 ed., 1998.

O LABTUCAL tambm desenvolve, junto a [6] H. R. Perry, D. W. Green, Perrys Chemical

um trabalho de tese de doutorado, um modelo Engineers` Handbook, McGrawHill, 7ed, 1997.
analtico resolvido atravs de mtodos interativos.
[7] R. J. Goldstein, H. H. Cho, A Review of mass transfer
Este modelo se baseia em teorias de filme de measurements Using naphthalene sublimation,
lquido e correlaes encontradas na literatura. Experimental Thermal and Fluid Science , Vol. 10, pp.
Este modelo analtico ser validado atravs dos 416 434, 1995.
testes dos termossifes com mercrio.
[8] P. D. Dunn, D. A., Heat Pipes, 3 ed, Pergamon
Press, 1982.
4.0 - CONCLUSES
[9] M. J. Strumpf, Ceramic heat pipes for high-
O estudo qualitativo realizado em temperatura heat recovery, Heat Recovery System, Vol.
2, No.2, pp.189-199, 1982.
termossifes com naftaleno, permitiu observar as
relevncias na operao de termossifes que
utilizam compostos orgnicos como fluido de
trabalho. Comportamentos como o slug flow em
baixas potncias e a solidificao do fluido,
puderam ser observados e relacionados s
potncias utilizadas. Um fator limitante para testes
em potncia superiores as estudadas foi o tipo de
material no qual o tubo constitudo. O material
vtreo utilizado no resiste a presses de vapor
muito elevadas, comparado aos materiais
metlicos comumente utilizados na construo de
termossifes (ao inox, ao carbono). O trabalho
experimental com o naftaleno possibilitou a
visualizao do seu comportamento, e foi de
considervel importncia para a compreenso dos
fenmenos envolvidos no processo.

O estudo em andamento com metais

lquidos utilizando o mercrio como estudo de caso
um precursor desta linha de pesquisa no
LABTUCAL, contribuindo para o desenvolvimento
de equipamentos que operam em temperaturas

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