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Equações Diferenciais

Minitestes Resolvidos

Para o Teste 1
Para o Teste 2
Para o Teste 3

Para as restantes provas


2

MINITESTE (35 MINUTOS)


1. Classifique cada afirmação em verdadeira ou falsa:

a) A equação x′ = x5 + 1 tem pelo menos uma solução constante.

b) A equação x2 + t − 2xtx′ = 0 é exacta em algum rectângulo aberto.

c) Temos AeA A = A2 eA para qualquer matriz quadrada A.

d) O conjunto das soluções da equação x′ = ( 43 51 ) x é um espaço linear.

e) A equação x′ = x2 + 1 tem pelo menos uma solução periódica.

2. Determine eAt para a matriz A = ( 20 11 ).

3. Verifique que 2e2t x − e3t + (et x + 2e2t )x′ = 0 não é exacta e determine a solução com x(log 2) = 1.

4. Mostre que se A é uma matriz n × n que tem apenas valores próprios com parte real negativa, então
para qualquer x0 ∈ Rn temos eAt x0 → 0 quando t → +∞.
3

RESOLUÇÃO
1. V F V V F

2. Calculamos primeiro os valores próprios: de det(A − λId) = (λ − 2)(λ − 1) = 0 vem λ = 2 ou


λ = 1. Os vectores próprios v1 = ( xy ) associados a λ = 2 satisfazem
! ! ! ! !
x 0 1 x y 0
(A − 2Id) = = =
y 0 −1 y −y 0

e podemos tomar v1 = ( 10 ). Os vectores próprios v2 = ( xy ) associados a λ = 1 satisfazem


! ! ! ! !
x 1 1 x x+y 0
(A − Id) = = =
y 0 0 y 0 0

−1
 
e podemos tomar v2 = 1 . Temos então S = 10 −1
1 , pelo que S −1 = ( 10 11 ) e
! ! ! !
S −1 ASt −1 1 −1 e2t 0 1 1 e2t e2t − et
eAt = Se S = = .
0 1 0 et 0 1 0 et

3. Sejam M (t, x) = 2e2t x − e3t e N (t, x) = et x + 2e2t , que são C 1 em R2 . Temos


∂M ∂N
= ⇔ 2e2t = et x + 4e2t ⇔ x = −2et ,
∂x ∂t
pelo que a equação não é exacta em nenhum rectângulo aberto. Como
 
1 ∂M ∂N −et x − 2e2t
− = t = −1
N ∂x ∂t e x + 2e2t

não depende de x, existe um factor integrante µ(t) que satisfaz µ′ = −µ. Tomando µ(t) = e−t ,
obtemos a equação exacta
2et x − e2t + (x + 2et )x′ = 0.

De ∂Φ
∂t = 2et x − e2t vem
1
Φ(t, x) = 2et x − e2t + C(x)
2
′ ′
para algum C diferenciável e ∂Φ t t
∂x = 2e + C (x) = x + 2e . Logo, C (x) = x e podemos tomar
C(x) = 2 x . Finalmente, de x(log 2) = 1 vem Φ(log 2, 1) = 2 e portanto de Φ(t, x(t)) = 52 vem
1 2 5

q p
x(t) = −2et ± 4e2t − 2(− 52 − 12 e2t ) = −2et ± 5e2t + 5

com sinal + para que x(log 2) = 1. Assim, x(t) = −2et + 5e2t + 5 com t ∈ R.
Pnm −1 1 p p
4. Para um bloco de Jordan Rm = λm Id + Nm de dimensão nm temos eRm t = eλm t p=0 p! t Nm .
Logo, para a forma canónica de Jordan complexa S −1 AS todas as entradas de
!
eR1 t 0
(S −1 AS)t −1
At
e x0 = Se S x0 = S ..
. S −1 x0
0 eR k t
Pk λm t
são combinações lineares da forma m=1 cm pm (t)e onde pm são polinómios. Temos então

X
k X
k
cm pm (t)eλm t ≤ |cm pm (t)|eRe λm t → 0 quando t → +∞.
m=1 m=1
4

MINITESTE (35 MINUTOS)


1. Classifique cada afirmação em verdadeira ou falsa:

a) A equação tx′ = 2x tem pelo menos um polinómio não nulo como solução.

b) A equação x′ = (x − 1)(x2 + cos(tx)) tem pelo menos uma solução constante.

c) A equação ex+t (1 + x2 ) − ex+t (1 + x2 )x′ = 0 é redutível a exacta em R2 .

d) O conjunto das soluções da equação x′ = ( 31 13 ) x é um espaço linear de dimensão 2.


e t t2 e t

e) Existe uma matriz A tal que eAt = 0 et
para qualquer t ∈ R.
0 4

2. Determine eAt para a matriz A = −1 0 .

3. Verifique que 2e−t x−1+(e−2t x+2e−t )x′ = 0 não é exacta e determine a solução com x(log 2) = 0.

4. Mostre que se A é uma matriz n × n apenas com valores próprios com parte real nula cuja forma
canónica de Jordan complexa tem apenas blocos 1 × 1, então para cada x0 ∈ Rn a função x(t) =
eAt x0 é limitada para t ∈ R.
5

RESOLUÇÃO
1. V V V V F

2. Calculamos primeiro os valores próprios: de det(A − λId) = λ2 + 4 = 0 vem λ = 2i ou λ = −2i.


Os vectores próprios v1 = ( xy ) associados a λ = 2i satisfazem
! ! ! ! !
x −2i 4 x −2ix + 4y 0
(A − 2iId) = = =
y −1 −2i y −x − 2iy 0

−2i

e podemos tomar v1 = 1 . Os vectores próprios v2 = ( xy ) associados a λ = −2i satisfazem
! ! ! ! !
x 2i 4 x 2ix + 4y 0
(A + 2iId) = = =
y −1 2i y −x + 2iy 0

−2i 2i
 −1 1 −2i

e podemos tomar v2 = ( 2i
1 ). Temos então S = 1 1 , pelo que S = 4i −1 −2i e
! ! ! !
At S −1 ASt −1 −2i 2i e2it 0 i 1 −2i cos(2t) 2 sen(2t)
e = Se S = = .
1 1 0 e−2it 4 −1 −2i − 21 sen(2t) cos(2t)

3. Sejam M (t, x) = 2e−t x − 1 e N (t, x) = e−2t x + 2e−t , que são C 1 em R2 . Temos


∂M ∂N
= ⇔ 2e−t = −2e−2t x − 2e−t ⇔ x = −2et ,
∂x ∂t
pelo que a equação não é exacta em nenhum rectângulo aberto. Como
 
1 ∂M ∂N 4e−t + 2e−2t x
− = −2t =2
N ∂x ∂t e x + 2e−t

não depende de x, existe um factor integrante µ(t) que satisfaz µ′ = 2µ. Tomando µ(t) = e2t ,
obtemos a equação exacta
2et x − e2t + (x + 2et )x′ = 0.

De ∂Φ
∂t = 2et x − e2t vem
1
Φ(t, x) = 2et x − e2t + C(x)
2
′ ′
para algum C diferenciável e ∂Φ t t
∂x = 2e + C (x) = x + 2e . Logo, C (x) = x e podemos tomar
C(x) = 21 x2 . Finalmente, de x(log 2) = 0 vem Φ(log 2, 0) = −2 e portanto de Φ(t, x(t)) = −2 vem
q p
x(t) = −2et ± 4e2t − 2(2 − 21 e2t ) = −2et ± 5e2t − 4

com sinal + para que x(log 2) = 0. Assim, x(t) = −2et + 5e2t − 4 com t ∈ ] 21 log 45 , +∞[.

4. Para um bloco de Jordan Rm = λm Id + Nm de dimensão 1 temos eRm t = eλm t Id. Logo, para a
forma canónica de Jordan complexa S −1 AS todas as entradas de
!
eR1 t 0
(S −1 AS)t −1
At
e x0 = Se S x0 = S ..
. S −1 x0
0 eR k t
Pk
são combinações lineares da forma m=1 cm e
λm t
. Temos então |eλm t | = 1 e

X
k X
k
cm e λ m t ≤ |cm | para t ∈ R.
m=1 m=1
6

MINITESTE (35 MINUTOS)


1. Classifique cada afirmação em verdadeira ou falsa:

a) A função t cos t é solução da equação x(5) + 2x′′′ + x′ = 0.

b) Temos (eAt )′′′ |t=0 = A3 para quaisquer t ∈ R e matriz quadrada A.

c) Temos eAt eBt = eBt eAt para quaisquer t ∈ R e matrizes diagonais A e B .

t t2
d) A equação − 2 x′ = 0 é exacta no rectângulo aberto R2 .
x 2x
e) A equação x′ = x1/2 com x(0) = 0 tem a solução x(t) = t2 /4 com t ∈ R.

2. Determine eAt para a matriz A = ( 12 10 ).


2x  x ′
3. Verifique que −1 + + 2+ x = 0 não é exacta e determine a solução com x(3) = 1.
t t
4. Mostre que a equação x′ = x5 (x − 1) tem infinitas soluções limitadas distintas.
7

RESOLUÇÃO
1. V V V F F

2. Calculamos primeiro os valores próprios: de det(A − λId) = λ2 − λ − 2 = 0 vem λ = 2 ou λ = −1.


Os vectores próprios v1 = ( xy ) associados a λ = 2 satisfazem
! ! ! ! !
x −1 1 x −x + y 0
(A − 2Id) = = =
y 2 −2 y 2x − 2y 0

e podemos tomar v1 = ( 11 ). Os vectores próprios v2 = ( xy ) associados a λ = −1 satisfazem


! ! ! ! !
x 2 1 x 2x + y 0
(A + Id) = = =
y 2 1 y 2x + y 0
  
e podemos tomar v2 = 1
−2 . Temos então S = 1 1
1 −2 , pelo que S −1 = 1
3
2 1
1 −1 e
! ! ! !
At S −1 ASt −1 1 1 e2t 0 1 2 1
2 2t
3e + 13 e−t 1 2t
3e − 13 e−t
e = Se S = = .
1 −2 0 e−t 3 1 −1 2 2t
3e − 23 e−t 1 2t
3e + 23 e−t

3. Sejam M (t, x) = −1 + 2x/t e N (t, x) = 2 + x/t, que são C 1 em R+ × R. Temos

∂M ∂N 2 x
= ⇔ =− 2 ⇔ x = −2t,
∂x ∂t t t
pelo que a equação não é exacta em nenhum rectângulo aberto. Como
 
1 ∂M ∂N 2/t + x/t2 1
− = =
N ∂x ∂t 2 + x/t t

não depende de x, existe um factor integrante µ(t) que satisfaz µ′ = µ/t. Tomando µ(t) = t,
obtemos a equação exacta
−t + 2x + (2t + x)x′ = 0.

De ∂Φ
∂t = −t + 2x vem
1
Φ(t, x) = − t2 + 2xt + C(x)
2
′ ′
para algum C diferenciável e ∂Φ
∂x = 2t + C (x) = 2t + x. Logo, C (x) = x e podemos tomar
1 2
C(x) = 2 x . Finalmente, de x(3) = 1 vem Φ(3, 1) = 2 e portanto de Φ(t, x(t)) = 2 vem
q p
x(t) = −2t ± 4t2 − 2(−2 − 12 t2 ) = −2t ± 5t2 + 4

com sinal + para que x(3) = 1. Assim, x(t) = −2t + 5t2 + 4 com t ∈ R+ .

4. Soluções com x(t0 ) ∈ ]0, 1[ não saem de [0, 1]: temos x′ (t0 ) = f (x(t0 )) < 0 (pelo que x(t) está
a decrescer) e como f > 0 em A = R \ [0, 1], a solução x(t) não chega a A pois x′ (t) = f (x(t))
teria então de ter algum valor negativo em A (ou não passaria os extremos de [0, 1]). Obtemos assim
soluções limitadas distintas para a condição inicial x(t0 ) = 21 tomando valores distintos de t0 .
8

MINITESTE (35 MINUTOS)


1. Classifique cada afirmação em verdadeira ou falsa:

a) A equação (D2 + 1)2 x = (D2 + 2)2 x tem soluções periódicas não constantes.
∂u ∂u
b) A equação = com t, x ∈ R tem soluções que nunca se anulam.
∂t ∂x
c) A série de senos H de qualquer f : [0, l] → R satisfaz H(x + 2l) = H(x) para x ∈ R.

d) A equação (D2 + 1)(D2 + 2)x = (D2 + 2)(D2 + 3)x tem soluções ilimitadas.

2. Resolva a equação (D3 + 2D2 + 3D)x = et .

3. a) Determine a série de senos H da função 1 + sen(πx) em [0, 1].


b) Determine todas as soluções dadas pelo método de separação de variáveis do problema
∂u ∂2u
= (cos t) 2 para t ≥ 0 e x ∈ [0, 1] com u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0.
∂t ∂x
Note que a combinação linear de soluções do problema é solução do problema (não precisa mostrar).

4. Determine se existem rectas L em R2 contendo a origem, além dos eixos, tais que cada solução da
equação (x, y)′ = (xy 2 , −x2 y) com (x(0), y(0)) ∈ L satisfaz (x(t), y(t)) ∈ L para qualquer t.
9

RESOLUÇÃO
1. V V V F

2. Como (D − 1)et = 0, obtemos (D − 1)(D3 + 2D2 + 3D)x = 0. Notamos que λ3 + 2λ2 + 3λ tem as

raízes 0 e λ1,2 = −1 ± i 2. As equações com os operadores D − 1, D, D − λ1 e D − λ2 originam
√ √
x(t) = c1 et + c2 + c3 e−t cos( 2t) + c4 e−t sen( 2t) com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R.

Temos (D3 + 2D2 + 3D)x(t) = (D3 + 2D2 + 3D)c1 et = 6c1 et = et ⇒ c1 = 16 . Logo,


1 t √ √
x(t) = e + c2 + c3 e−t cos( 2t) + c4 e−t sen( 2t) com c2 , c3 , c4 , t ∈ R.
6

3a. Como a função satisfaz as 3 condições de Dirichlet e


Z 1
2 2 2 2(1 − (−1)n )
2 1 sen(nπx) dx = − x=0 = −
cos(nπx)|x=1 cos(nπ) + = ,
0 nπ nπ nπ nπ
P
vem H(x) = ∞ k=0 b2k+1 sen((2k + 1)πx) com b2k+1 = (2k+1)π para k ̸= 0 e b1 = π + 1.
4 4

3b. Procuramos u(t, x) = T (t)X(x) não nula. Substituindo vem T ′ X = cos tT X ′′ e portanto

T′ X ′′
= = −λ
cos tT X
com λ ∈ R, pois o primeiro termo não depende de x e o segundo não depende de t. As soluções
não nulas de T ′ = −λ cos tT são T (t) = ce−λ sen t com c ̸= 0. Como T (t) ̸= 0, a condição
u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, ou seja,

T (t)X(0) = T (t)X(1) = 0 para t > 0 ⇔ X(0) = X(1) = 0.

Temos de resolver X ′′ + λX = 0 com X(0) = X(1) = 0.


• Quando λ = 0 temos X ′′ = 0 e portanto X(x) = a + bx com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0 que
a = 0. Logo, X(1) = b = 0 e X(x) = 0.
′′
p p
• Quando
√ λ <
√ 0 , a equação X + λX = (D − |λ|)(D + |λ|)X = 0 tem as
√ soluções√ X(x) =
|λ|x − |λ|x |λ| − |λ|
ae +be
√ √ a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem a+b = 0. Logo, X(1) = a(e
com −e ) = 0.
|λ|
Como e > 1 e e− |λ|
< 1, obtemos a = 0 e b = 0. Portanto, X(x) = 0.
√ √
• Quando λ > 0, a equação X ′′ + λX = (D − i λ)(D + i λ)X = 0 tem as soluções X(x) =
√ √ √
a cos( λx)+b sen( λx) com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0 que a = 0. Logo, X(1) = b sen( λ) =
√ √
0. Portanto b = 0 (e X(x) = 0) ou sen( λ) = 0, de onde vem λ = nπ , ou seja, λ = n2 π 2 , com
n ∈ N. Obtemos assim X(x) = b sen(nπx) com n ∈ N e b ̸= 0. Como qualquer combinação linear
de soluções do problema é ainda solução do problema, obtemos

X
cn e−n
2
π 2 sen t
u(t, x) = sen(nπx) com cn ∈ R para n ∈ N.
n=1

4. Uma solução não constante que começa em L permanece em L se e só se a sua derivada é sempre
paralela à recta. Assim, para qualquer solução (x(t), y(t)) numa tal recta y = cx devemos ter

y ′ = cx′ ⇔ −x2 y = cxy 2 ⇒ −cx3 = c3 x3 .

Logo, c3 + c = 0 ⇒ c = 0, o que dá o eixo horizontal, pelo que não existe nenhuma tal recta L.
10

MINITESTE (35 MINUTOS)


1. Classifique cada afirmação em verdadeira ou falsa:

a) A série de senos H de qualquer f : [0, l] → R satisfaz H(x + l) = H(x) para x ∈ R.

b) A série de Fourier F da função x3 em [−2, 2] satisfaz F (x) = x3 para x ∈ [−2, 2].


∂u ∂u
c) A equação + = 0 com t, x ∈ R tem soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x).
∂t ∂x
d) A equação (D2 + 2)(D4 − 1)x = 0 tem soluções que nunca se anulam.

2. Resolva a equação (D2 − 1)x = cos(2t).

3. a) Determine a série de senos H da função 1 − 2 sen(5x) em [0, π].


b) Determine todas as soluções dadas pelo método de separação de variáveis do problema
 2 
∂u ∂ u
= (sen t) + u para t ≥ 0 e x ∈ [0, π] com u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0.
∂t ∂x2
Note que a combinação linear de soluções do problema é solução do problema (não precisa mostrar).

4. Determine a única recta L em R2 contendo a origem, além dos eixos, tais que cada solução da
equação (x, y)′ = (x − x2 + xy, y − 3xy − y 2 ) com (x(0), y(0)) ∈ L satisfaz (x(t), y(t)) ∈ L para
qualquer t.
11

RESOLUÇÃO
1. F F V V

2. Como (D2 +4) cos(2t) = 0, obtemos (D2 +4)(D2 −1)x = 0. Notamos que λ2 −1 tem as raízes ±1.
As equações com os operadores D2 + 4, D − 1 e D + 1 originam

x(t) = c1 cos(2t) + c2 sen(2t) + c3 et + c4 e−t com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R.

Temos (D2 − 1)x(t) = (D2 − 1)(c1 cos(2t) + c2 sen(2t)) = −5c1 cos(2t) − 5c2 sen(2t) = cos(2t),
de onde vem c1 = − 51 e c2 = 0. Logo,
1
x(t) = − cos(2t) + c3 et + c4 e−t com c3 , c4 , t ∈ R.
5

3a. Como a função satisfaz as 3 condições de Dirichlet e


Z
2 π 2 2 2 2(1 − (−1)n )
1 sen(nx) dx = − x=0 = −
cos(nx)|x=π cos(nπ) + = ,
π 0 nπ nπ nπ nπ
P
vem H(x) = ∞ k=0 b2k+1 sen((2k + 1)x) com b2k+1 = (2k+1)π para k ̸= 2 e b5 = 5π − 2.
4 4

3b. Procuramos u(t, x) = T (t)X(x) não nula. Substituindo vem T ′ X = sen t(T X ′′ + T X) e portanto
T′ X ′′
= + 1 = −λ
sen tT X
com λ ∈ R, pois o primeiro termo não depende de x e o segundo não depende de t. As soluções
não nulas de T ′ = −λ sen tT são T (t) = ceλ cos t com c ̸= 0. Como T (t) ̸= 0, a condição u(t, 0) =
u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,

T (t)X(0) = T (t)X(π) = 0 para t > 0 ⇔ X(0) = X(π) = 0.

Temos de resolver X ′′ + µX = 0 com µ = λ + 1 e X(0) = X(π) = 0.


• Quando λ = −1 temos X ′′ = 0 e portanto X(x) = a + bx com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0
que a = 0. Logo, X(π) = bπ = 0 ⇒ b = 0 e X(x) = 0.
p p
• Quando
√ λ <√−1, a equação X ′′ + µX = (D − |µ|)(D + |µ|)X = 0 tem √ as soluções
√ X(x) =
|µ|x − |µ|x |µ|π − |µ|π
ae + be
√ √a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem a + b = 0 e X(π) = a(e
com −e ) = 0.
Como e |µ|π > 1 e e− |µ|π < 1, obtemos a = 0 e b = 0. Portanto, X(x) = 0.
√ √
• Quando λ > −1, a equação X ′′ + µX = (D − i µ)(D + i µ)X = 0 tem as soluções
√ √
X(x) = a cos( µx) + b sen( µx) com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0 que a = 0. Logo,
√ √ √
X(π) = b sen( µπ) = 0. Portanto b = 0 (e X(x) = 0) ou sen( µπ) = 0, de onde vem µπ = nπ ,
ou seja, λ = n2 − 1, com n ∈ N. Obtemos assim X(x) = b sen(nx) com n ∈ N e b ̸= 0. Como
qualquer combinação linear de soluções do problema é ainda solução do problema, obtemos

X 2
−1) cos t
u(t, x) = cn e(n sen(nx) com cn ∈ R para n ∈ N.
n=1

4. Uma solução não constante que começa em L permanece em L se e só se a sua derivada é sempre
paralela à recta. Assim, para qualquer solução (x(t), y(t)) numa tal recta y = cx devemos ter

y ′ = cx′ ⇔ y − 3xy − y 2 = c(x − x2 + xy) ⇔ cx − 3cx2 − c2 x2 = cx − cx2 + c2 x2 .

Logo, −3c − c2 = −c + c2 ⇔ c2 + c = 0 ⇒ c = 0 (eixo horizontal) ou c = −1. Obtemos y = −x.


12

MINITESTE (35 MINUTOS)


1. Classifique cada afirmação em verdadeira ou falsa:

a) O conjunto das soluções da equação (D4 + 1)x = (D4 − 1)x é um espaço linear de dimensão 1.

∂2u
b) A equação = 0 com t, x ∈ R tem soluções da forma u(t, x) = T (t) + X(x) com T X ̸= 0.
∂x∂t
c) Há pelo menos uma função par que tem uma série de Fourier que é uma função ímpar.

d) A série de Fourier F de qualquer f : [−l, l] → R contínua em Dl é limitada em [−l, l].

2. Resolva a equação (D2 + 1)(D + 2)x = e2t .

3. a) Determine a série de senos H da função 2 − 10 sen(3x) + sen x em [0, π].


b) Determine todas as soluções dadas pelo método de separação de variáveis do problema
 2 
∂u ∂ u ∂u ∂u
= t3 2
+ 2u para t ≥ 0 e x ∈ [0, π] com (t, 0) = (t, π) = 0 para t > 0.
∂t ∂x ∂x ∂x
Note que a combinação linear de soluções do problema é solução do problema (não precisa mostrar).

4. Mostre que cada solução da equação (x, y)′ = (4y, 9x) está contida num ramo de hipérbole ou na
união de duas rectas que passam pela origem.
13

RESOLUÇÃO
1. F V V V

2. Como (D − 2)e2t = 0, obtemos (D − 2)(D2 + 1)(D + 2)x = 0. As equações com os operadores


D − 2, D2 + 1 e D + 2 originam

x(t) = c1 e2t + c2 cos t + c3 sen t + c4 e−2t com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R.


1
Temos (D2 + 1)(D + 2)x(t) = (D2 + 1)(D + 2)c1 e2t = 20c1 e2t = e2t , de onde vem c1 = 20 . Logo,
1 2t
x(t) = e + c2 cos t + c3 sen t + c4 e−2t com c2 , c3 , c4 , t ∈ R.
20

3a. Como a função satisfaz as 3 condições de Dirichlet e


Z
2 π 4 4 4 4(1 − (−1)n )
2 sen(nx) dx = − x=0 = −
cos(nx)|x=π cos(nπ) + = ,
π 0 nπ nπ nπ nπ
P
vem H(x) = ∞ 8 8
k=0 b2k+1 sen((2k+1)x) com b2k+1 = (2k+1)π para k > 1, b1 = π +1 e b3 = 3π −10.
8

3b. Procuramos u(t, x) = T (t)X(x) não nula. Substituindo vem T ′ X = t3 (T X ′′ + 2T X) e portanto


T′ X ′′
= + 2 = −λ
t3 T X
com λ ∈ R, pois o primeiro termo não depende de x e o segundo não depende de t. As soluções
não nulas de T ′ = −λt3 T são T (t) = ce−λt /4 com c ̸= 0. Como T (t) ̸= 0, a condição ∂u
4

∂x (t, 0) =
∂u
∂x (t, π) = 0 para t > 0, ou seja,

T (t)X ′ (0) = T (t)X ′ (π) = 0 para t > 0 ⇔ X ′ (0) = X ′ (π) = 0.

Temos de resolver X ′′ + µX = 0 com µ = λ + 2 e X ′ (0) = X ′ (π) = 0.


• Quando λ = −2 temos X ′′ = 0 e portanto X(x) = a + bx com a, b ∈ R. Resulta de X ′ (0) =
X ′ (π) = 0 que b = 0. Logo, X(x) = a com a ̸= 0.
′′
p p
• Quando
√ λ <√−2 , a equação X + µX = (D − |µ|)(D + |µ|)X = 0 tem √
as soluções√X(x) =
|µ|x − |µ|x
p |µ|π
ae + be
√ com a, ′ ′
√b ∈ R. De X (0) = 0 vem a = b e X (π) = a |µ|(e − e− |µ|π ) =
|µ|π
0. Como e > 1 e e− |µ|π
< 1, obtemos a = 0 e b = 0. Portanto, X(x) = 0.
√ √
• Quando λ > −2, a equação X ′′ + µX = (D − i µ)(D + i µ)X = 0 tem as soluções
√ √
X(x) = a cos( µx) + b sen( µx) com a, b ∈ R. Resulta de X ′ (0) = 0 que b = 0. Logo,
√ √ √
X ′ (π) = −a µ sen( µπ) = 0. Portanto a = 0 (e X(x) = 0) ou sen( µπ) = 0, de onde vem

µπ = nπ , ou seja, λ = n2 − 2, com n ∈ N. Obtemos assim X(x) = a cos(nx) com n ∈ N e a ̸= 0.
Como qualquer combinação linear de soluções do problema é ainda solução do problema, obtemos

X
4 2
)t4 /4
u(t, x) = c0 et /2
+ cn e(2−n cos(nx) com cn ∈ R para n ∈ N0 .
n=1

4. Para F (x, y) = 4y 2 − 9x2 e cada solução (x, y) = (x(t), y(t)), temos


d
F (x, y) = 8yy ′ − 18xx′ = 0.
dt
Logo, existe c ∈ R tal que F (x(t), y(t)) = c para qualquer t. Como a solução é contínua, está
contida num ramo da hipérbole 4y 2 − 9x2 = c ou na união das duas rectas y = ± 32 x.

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