A última noite não foi nada fácil para nós dois.
A última imagem, em 20/04/2013 |
O incômodo já era grande demais e as patas
dianteiras também perdiam a
força. Fiz macarrão com cenoura e espinafre para ele e coloquei um sachê de
carne junto. Anúbis, que adora macarrão, comeu aos poucos. Foram três
tentativas com intervalos de pelos menos meia hora até ele terminar de comer
uma porção pequena, e que até algumas semanas antes,devoraria em um só bocado. Dos mais de 23kg que ele pesava quando a doença começou, em meados de janeiro, ele já estava com 19,2 kg. Incrível que mesmo tendo emagrecido e com quadro de dor ele continuava lindo, com pelo sedoso e orelhas atentas.
Surgiu também uma secreção nos olhos. Parecia que o corpo
dele perdia toda a hidratação e o estômago estava um pouco inchado. A noite de
domingo para segunda foi incômoda para ele. Notei que mesmo eu tendo colocado
uma almofada sob a cabeça dele para facilitar a respiração, ela era difícil.
Acordei duas ou três vezes ouvindo-o ofegante.
Logo cedo, Anúbis tomou bastante água, comeu um pedaço de
queijo meio sem vontade e fomos até a clínica veterinária. Lá, ele nem mais os
ombros quis levantar. Levantava só o pescoço e demonstrava muito cansaço. A veterinária disse que clinicamente o quadro
dele piorara muito e que agora já não era somente o problema da mobilidade. Que
mesmo tomando água suficiente, o corpo já não estava mais aproveitando. O
estômago inchado e as fezes como pedra mostravam sinais de os rins estarem em
processo de falência e que o pulmão dele já estava começando a sofrer pela
falta de mobilidade.
Ela não poderia afirmar quanto tempo ele teria de vida, mas
disse que a mobilidade não se reverteria, nem parcialmente e o risco de eu
chegar um dia em casa e ele ter morrido sufocado seria cada vez maior. Diante
da agonia de morrer sufocado e cheio de dores e a possibilidade de propiciar
uma passagem mais tranquila para ele, fiz a segunda opção. A veterinária me
garantiu que o processo de eutanásia seria indolor e que o corpo dele seria
tratado com respeito. Então, às 9h do dia 22 de abril, eu me despedi dele. Acho que o mais difícil em tudo isso foi o fato de que a cabecinha dele estava muito boa. Totalmente consciente, atento e reagindo a tudo que acontecia. Isso complica muito na hora da decisão. Pareciam dois cães. Um do pescoço para baixo, quase inerte, e outro do pescoço para cima, esperto como sempre foi. Obrigada por tudo Anúbis, por quase 12 anos
de muito carinho e companhia.
Sinto muito, Karen! Fiquei muito triste com a despedida do Anúbis mas sei que era hora de descansar. No post anterior eu comecei a comentar sobre a minha gatinha mas mudei de ideia por achar que não era a hora de pensar em eutanásia. A Rutha viveu 15 anos de muita saúde e amor, teve câncer de mama que se espalhou para o pulmão, ela tinha muita dificuldade para respirar e mal comia ração. Eu não suportava mais ver tanto sofrimento e a eutanásia foi indicada pela veterinária. Foi um dia tão triste na minha vida mas pelo menos acabou o sofrimento. Ela partiu em julho de 2012 e ainda sinto sua falta.
ResponderExcluirVocê foi uma guerreira durante todo o tempo que o Anúbis precisou de você, não sei se eu teria tanta força para fazer todo o tratamento e atenção que você dedicou a ele. Fica em paz!
Beijos
Laís
É verdade Karen, somos amigas da Laís, e acompanhamos tudo o que ela passou com a Rutha, assim como vc, com o menino valente!
ResponderExcluirTenha força, porque essa hora é uma das mais terriveis que passamos... mas logo essa dor passa, e virão as lembranças boas, a alegria de ter convivido com um menino tão lindo!
Beijinho no seu coração!
http://www.petescadas.com.br/2013/11/a-ponte-do-arco-iris.html
ResponderExcluirKaren, quero parabeniza-la por compartilhar esse momento de dor, mas que pode ajudar pessoas que como você amam os animais e não sabem como agir nessa situação. O meu caso é um cãozinho (Brad) que resgatei a beira da morte e com fratura na coluna. Hoje ele já anda de novo, mas não controla as usas necessidades básicas. Estava procurando por dicas, quando achei seu blog. Me ajudou. Um abraço!
ResponderExcluirO meu amicão Murphy,de 13,5 anos, mestiço de labrador com Golden, esta começando a ficar com as patas traseiras paralisadas devido a espondilose (bico de papagaio) e uma displasia, os medicamentos já não estão fazendo mais efeitos e vou tentar mais uma vez sessões de acupuntura, mas a evolução da paralisia esta bem parecida com a do Anúbis. Estou na fase de adaptação da minha casa, financeira e emocional, pois vc acompanhar a degeneração física de um ser tão especial pra vc e com ele percebendo tudo isso com um olhar se desculpando pelo trabalho que esta causando, esta sendo muito difícil.
ResponderExcluirOlá. Lendo o seu relato me identifiquei muito pois meu cão Huck parou de andar porem percebo que a cabeça dele esta em perfeito juiz, se assim poderei dizer. O vejo como dois cães, um da cabeça para baixo e outro do pescoço para cima. Não cheguei ainda nesta possibilidade de eutanásia justamente pela consciência dele.. É muito sofrido vê-lo assim depois de 15 anos de tantas alegrias.
ResponderExcluirQue história linda e comovente. Linda porque o seu cãozinho não foi abandonado de primeira. Você foi até o fim com ele. Minha avó tinha dois cachorros um deles as patas traseiras pararam de funcionar e aí várias pessoas disseram pra sacrificar, porém minha avó disse que não ia e me pediu um conselho, eu disse que não precisava, que mesmo que ele não andasse a gente ia acreditar nele. E assim foi! Demos remédios pra ele pra osso, de humanos mesmo. E fazíamos fisioterapia deitando ele de barriga pra cima e pegando as patinhas e fazendo como uma bicicleta. Fazíamos em um sentindo, depois de outro, isso sem nenhum acompanhamento veterinário, pois como já disse o veterinário também disse pra sacrificar e que não tinha jeito.
ResponderExcluirUm tempo depois quase um ano nessa situação o cãozinho voltou a conseguir ficar de pé. E foi lindo. No começo ele cambaleava, mas depois ficava em pé e podia viver sua vida de cão e nenhum problema, ele ficou com sequelas visíveis, mas podia andar pra onde quer que fosse.