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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Seis valores importantes para ensinar às crianças desde cedo

Boa tarde pessoal!
Acabei de ler um artigo que apesar de não estar relacionado diretamente a educadores escolares, julgo ser importantíssimo para nós educadores de maneira geral.
Enquanto pais, nenhuma informação é demais, certo?!
E uma sugestão seria indicar a leitura para nossos pais da Educação Infantil ou apontar-lhes os pontos principais em uma reunião escolar.

Boa leitura:
"Ligia Menezes Atualizado em 02.12.2011
(Não resisti...
troquei a foto original por uma de minha família no batizado de nossa princesa.
Outros valores que julgo imprescindíveis são os religiosos. Nossos pequenos precisam ser educados dentro de um lar que possui uma religião, independentemente de qual!) 

Aprenda como criar um filho seguro, educado e honesto

Não é segredo para ninguém: educar uma criança é difícil. Requer persistência e dedicação dos pais, principalmente para ensinar valores importantes para o futuro dos pequenos, como amor próprio, autocontrole, respeito ao próximo e honestidade. O aprendizado não acontece da noite para o dia, e sim ao longo da vida, segundo a pedagoga Isabel Parolin, de Curitiba. Daí a importância de persistir nas mensagens que deseja transmitir e repetir mil vezes cada não, por mais difícil que seja.

“A família tem um papel extremamente importante na formação do indivíduo, mas há influências de outras pessoas, como professores, avós, babás... E elas podem ser positivas ou negativas”, explica a educadora Claudia Coelho Hardagh, de São Paulo. Veja, então, a descrição de cada valor e como ensiná-los aos pequenos desde cedo:

1. Amor próprio

Amor próprio pode ser identificado como sentimento de autopreservação, que impede que as pessoas se envolvam em situações de perigo que possam ameaçar o equilíbrio emocional delas. Nas crianças, é algo mais sutil, tem a ver com a construção da autoestima e na confiança da própria capacidade para enfrentar diferentes situações.

Na prática: Tudo isso é adquirido por meio de elogios e incentivos para enfrentar as dificuldades. E, perante alguma situação em que a criança agiu de forma errada, é importante criticar o comportamento dela, pontualmente, e não sua personalidade, de forma geral. “O mesmo vale para os elogios: tanto a falta quanto o excesso só atrapalham”, diz Isabel.

2. Autocontrole

É a capacidade de controlar, racionalmente, as reações ligadas a emoções, afetos e sentimentos. É por meio do autocontrole que a criança descobre seus limites, elege prioridades e traça suas metas e seus objetivos.

Na prática: Ensiná-las a ter autocontrole, porém, não é fácil. Você precisará enfrentar a fase da birra, persistindo com sua opinião e forma de educar. Se a criança agir errado e fizer manha, converse, mostre em que ela errou e coloque-a para pensar. Exija que ela peça desculpas, mas que entenda o motivo de ter que se desculpar. Tenha em mente que bater não resolve em nada o problema, ok?

3. Escolha

Desde bem cedo, é importante mostrar para a criança que ela não pode ter tudo o que quer e, por esse motivo, deve praticar o exercício da escolha, seja em relação a suas vontades, seja no que se refere a objetos, brinquedos etc. “Ensine ao pequeno que uma escolha é sempre, também, uma perda: ‘Lembra que você escolheu isso? Então é isso que você terá’”, sugere Isabel. O exercício de escolhas está ligado ao de autocontrole. Se a criança chorar, fizer birras, será preciso acalmá-la para explicar os prós e os contras de sua decisão.

Na prática: É muito comum, na fase de 3 a 4 anos, a criança ter dificuldade de dividir seus brinquedos e não emprestar para seus amigos. Essa é a oportunidade para mostrar que ela pode escolher dividir suas coisas ou ficar sozinha, sem amigos. “Explique que fazer acordos é algo admirado pelas pessoas e que vale a pena”, diz Claudia.

4. Honestidade

Não há uma definição única para a honestidade. É um valor ético, fundamental para o convívio social. Ensinar à criança o que é honestidade leva tempo e depende de suas próprias atitudes, exemplos e conversas.

Na prática: É comum crianças pegarem objetos, brinquedos dos coleguinhas da escola e levarem para casa. “Isso ocorre porque não há entendimento de propriedade, até porque, na escola ou no clube, brincam com tudo sem perceber que os objetos pertencem a alguém”, explica Claudia. Cabe aos pais mostrar que aquilo não é da criança, fazerem com que ela perceba o erro e devolva o objeto, pedindo desculpas. Esse processo deve ser educacional, e não um castigo causador de brigas. “Se a atitude persistir, a conversa pode ser mais rígida”, orienta Claudia.

5. Jogo de cintura

O jogo de cintura nada mais é do que ter flexibilidade, ou seja, capacidade de driblar situações de conflito. Para as crianças, é preciso ensinar seu significado desde cedo para que aprendam que suas vontades não serão sempre atendidas, mas que, ainda assim, terão escolhas e devem agir educadamente.

Na prática: Você não conseguirá ensinar seu filho a ter jogo de cintura se perde a paciência a cada problema que aparece. Seu exemplo o fará compreender como ele deve agir quando acontece algo que não o agrada, por isso, não seja tão rígida em seus pontos de vista. No convívio familiar, é importante ter (e mostrar) tolerância. “Brigas constantes, gritos e agressões verbais demonstram a falta de jogo de cintura”, avisa Claudia.

Outro exercício, segundo Isabel, é contar para a criança um erro que você cometeu e o que você fez para remediá-lo. “Eu errei o nosso omelete. Agora a mamãe vai fazer o seguinte, vamos transformar isso em uma farofa”, exemplifica.

6. Respeito

Respeito com os mais velhos, com os “diferentes”, com os animais, com a vida... Ensinar a criança a respeitar os outros é a regra quando se fala em educação infantil.

Na prática: Não há um jeito específico para ensinar o que é respeito. O primeiro passo é respeitar também, permitir que a criança aprenda assistindo a seu exemplo. Depois, é preciso ouvir as queixas dos professores e educadores da escolinha e nunca não ignorá-las. Falar mal das pessoas na frente das crianças também prejudica o ensinamento. Por fim, é importante chamar a atenção da criança ao vê-la desrespeitando outras pessoas, os animais e também o meio ambiente.

Idade certa

Os valores acima podem parecer um pouco complicados, mas devem ser transmitidos, principalmente, por meio de suas atitudes (dando o exemplo) desde o nascimento das crianças:

- Até os 2 anos de idade, a criança constrói e elabora conhecimentos sobre a realidade.

- A partir dos 4 anos, ela sai do simbólico e vai para o intuitivo. Nessa fase, já troca experiências com outras pessoas.

- Após os 7 anos, ela já é capaz de estabelecer compromissos, compreende as regras e já consegue ser fiel a elas.

A vovó e a mamãe

Muitas vezes, a visão que a criança tem sobre o papel da avó e o da mãe fica conturbada exatamente porque a avó tende a tomar conta dos pequenos nos primeiros anos de vida, quando a mamãe volta a trabalhar. É preciso ter em mente que a avó não deve fazer o papel de mãe, mas também não se esqueça de que ela é mãe e tem experiência.

Por isso, é importante conversar com os avós sobre a forma como você quer educar seu filho. Deixe claro que a criança precisa deles tanto quanto precisa de você e aceite opiniões. Ainda assim, se a dinâmica não funcionar, vale adaptar seus horários para cuidar da criança ou até procurar creches e escolas que possuem os mesmos valores que você. Dessa maneira, você permite que a avó possa ser avó. “Nada mais gostoso do que a vovó ir buscar a criança na escola, levá-la para jantar e depois entregá-la para os pais”, conta Isabel."

Fonte: http://bebe.abril.com.br/materia/seis-valores-importantes-para-ensinar-as-criancas-desde-cedo?utm_source=valores-primordiais&utm_medium=news_bebe&utm_campaign=news_bebe-24-agosto-2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quando realmente compensa utilizarmos as tecnologias digitais na educação?

 
Por Mary Grace

A tecnologia deve ser o meio, não o fim das atividades que propomos aos alunos. A inovação não está no fato de levarmos um blog, um vídeo ou outros recursos para a sala de aula, mas no uso que fazemos deles.

Na semana passada tivemos uma rica discussão sobre o fato de que não é a tecnologia que inova ou beneficia a aprendizagem por conta própria, mas sim o uso que dela fazemos.
Em muitos momentos culpamos a tecnologia por ser complicada ou por não atender às nossas necessidades, mas é necessário enxergar que ela em si não pode ser a heroína ou a vilã da história. O papel do professor como mediador da aprendizagem é o mais relevante; é sobre ele que devemos refletir o tempo todo, inclusive para decidir quando usar ou não um determinado recurso.Há que se reconhecer como um grande desafio o próprio uso das tecnologias na educação: basta lembrar que existem escolas que, embora ofereçam inúmeros recursos aos alunos, ainda permanecem com laboratórios de informática fechados e equipamentos guardados.
O uso pelo uso da tecnologia pouco nos interessa: sem refletirmos a respeito da relevância de um ou outro recurso para o trabalho, continuaremos engatinhando na questão mais relevante:  a melhoria da aprendizagem. Por essa razão, gostaria de listar algumas situações bem comuns com as quais já me deparei e propor uma nova reflexão a respeito. Antes, ressalto ainda que muitas vezes trabalhamos demais e rendemos de menos quando optamos por uma prática focada apenas no esforço do professor e não na superação pela qual os alunos devem passar para que aprendam mais e se sintam desafiados. Vamos às análises:
  • Preparar aulas para os alunos utilizando o computador
O preparo de “atividades” – seja no Excel, Power Point, ou mesmo em aplicativos específicos  como JClic – toma um certo tempo do professor e, dependendo de como isso for feito, os alunos acabam resolvendo rapidamente a atividade e encontrando poucos desafios. Eu mesma já fiquei encantada com algumas produções minhas que envolviam software de autoria, até perceber que dependendo da proposta gastamos muito tempo para pouco resultado.

A grande questão é que os alunos precisam ser mais desafiados e todas estas tecnologias são muito simples para eles. Se o objetivo é que aprendam algo novo ou sistematizem algum conhecimento, por que criarmos apenas joguinhos se eles mesmos poderiam desenvolvê-los utilizando todos estes programas? Os alunos apresentam muita facilidade no uso das TIC, porém raramente são colocados em situações em que precisam criar perguntas e planejar respostas adequadas, o que é bem mais desafiador do que simplesmente resolver uma atividade de perguntas e respostas. Que tal propor que criem aulas interativas utilizando alguns softwares adequados e as troquem com os outros colegas? Todos os anos participo como jurada de um concurso promovido pelo Visual Class, software de autoria em que os alunos criam aulas a partir de pesquisas e compartilham o conteúdo produzido com outros alunos. Com esse software, eles mesmos contam como aprenderam a utilizar o aplicativo e o que aprenderam sobre o assunto pesquisado. Em experiências como esta, não é o professor que se preocupa com a tecnologia e sim os alunos que aliás,  fazem isso muito bem. O papel do professor é justamente de orientador da aprendizagem, com foco no currículo e em todos os aspectos pedagógicos necessários para que a produção a ser feita seja coerente com os objetivos propostos.
  • Trabalhar atividades interativas com os alunos
Antes de criar qualquer material, é preciso avaliar o que já existe. Atualmente temos diversos portais que organizam objetos educacionais e podem ser utilizados com os alunos. Muitas dessas atividades podem ser bem interessantes, mas sozinhas geralmente não são suficientes para garantir as necessidades de aprendizagem propostas pelas diferentes escolas. Sempre é preciso pensar como ir além do que foi proposto e que tipo de produção os alunos poderão realizar. Se o aluno apenas resolver as atividades, logo esquecerá o que foi trabalhado.  Alguns portais disponibilizam planos de aula com o objetivo de ampliar o uso dos objetos – vale a pena consultá-los, adaptando-os à realidade de cada turma.
Em alguns momentos, a exploração de uma atividade interativa pode contribuir como uma sensibilização para um determinado tema ou assunto. Quem sabe o professor não consegue organizar um trabalho mais aprofundado em que os alunos possam mais tarde construir animações, vídeos ou objetos interativos que sejam aproveitados por toda a escola? O professor Guilherme Erwin Hartung criou uma metodologia para isso utilizando um software bem bacana desenvolvido pelo MIT , chamado Scratch.  Com este trabalho já foi finalista de dois prêmios (Microsoft e Instituto Claro).
  • Corrigir textos que serão publicados ou apresentados pelos alunos
Elaborar atividades coletivas em blogs, jornais escolares e apresentações são uma ótima proposta, porém os processos de orientação da pesquisa, análise de informações, produção de texto e publicação são desafiadores para professores e alunos.
Há muitos educadores que preferem levar toda a produção feita pelos alunos para correção fora da presença deles. Além de bastante trabalhosa para o professor, a atitude pouco ajuda a turma a aprimorar seu trabalho. O ideal é realmente valorizar os processos de produção de texto, orientando-os durante a própria aula e incentivando que um ajude ao outro. Um checklist com todos os aspectos que deverão ser revisados na produção pode ser utilizado, o que fará com que fiquem mais atentos à própria produção e também à possibilidade de colaborarem com os demais colegas, aprendendo muito mais.
Se passar um ou outro “erro”, a grande vantagem da web é justamente a possibilidade de poder corrigi-lo a qualquer momento. Um texto publicado na internet nunca é perfeito, pois sabemos que sempre poderá ser modificado, aprimorado… Uma pena é que não guardamos este histórico como acontece na Wikipedia, que tem o grande mérito de deixar registrados online os processos de aprimoramento dos conteúdos produzidos por diferentes pessoas.
Grande parte dos blogs educativos, por exemplo, apresentam textos de qualidade surpreendente para a faixa etária da turma envolvida, mas até que ponto os alunos puderam aprender com a experiência? Que tipo de trabalho foi feito para que os alunos refletissem sobre o próprio processo de aprendizagem e buscassem aperfeiçoar suas produções?  Quando são focados no trabalho do professor e não do aluno, esses processos de correção sobrecarregarem os educadores e pouco ajudam na aprendizagem.
  • Propor uso de software ou site que o professor conhece
Geralmente acreditamos que devemos usar com os alunos apenas softwares ou serviços da web que dominamos tecnicamente, ou que aprendemos em algum curso. Essa estratégia somente dá certo quando o recurso realmente é o mais adequado para atender a objetivos já previstos no currículo e, ao mesmo tempo, é o melhor para atender às necessidades da turma.
Um exemplo é o uso do blog como plataforma de compartilhamento das produções dos alunos ou registro dos processos de aprendizagem. Acontece bastante, porém, de este recurso ser utilizado porque alguém acha que é “inovador” ou porque o professor aprendeu tecnicamente a criá-lo. Uma alternativa seria pedir que os alunos pesquisassem e sugerissem outras formas de compartilhamento das suas produções.
Pode ser que o ideal seja discutir um determinado conteúdo em uma rede social, ou produzir um blog colaborativo, ou um jornal mural… Pode mesmo ocorrer de o melhor ser não utilizar nenhuma dessas tecnologias, pois determinado projeto pode ser mais interessante se houver uma apresentação para a comunidade encenada em forma de peça teatral ou apresentação multimídia.
Insisto no entendimento de que a inovação não está no fato de levarmos um blog, um vídeo, o Scratch ou qualquer outra tecnologia  para a sala de aula, e sim no uso que fazemos desses recursos.
Outro exemplo: durante uma oficina de vídeo que ministrei no Colégio Visconde de Porto Seguro, uma professora iniciou a produção de animações a partir de desenhos dos alunos e de um roteiro de conto colaborativo, também totalmente produzido por eles. Ora, o vídeo por si só não é inovador, mas envolver os alunos em todas as etapas da produção, dentro de uma necessidade de aprendizagem e enriquecendo o trabalho com a produção de uma atividade de relevância social, é inovador para aquele contexto e para os alunos.
Nesse exemplo, a maior parte do tempo de dedicação do trabalho da professora foi investido em orientar e provocar os alunos para produzirem materiais. Imaginem quanto tempo ela gastaria se fosse escrever o roteiro, produzir as imagens e narrar o vídeo para ensinar algum conteúdo? Estratégias como estas permitem que o professor tenha mais foco no trabalho pedagógico e use as tecnologias adequadas no momento em que mais precisam delas, de acordo com as demandas da aula.
  • Não sair da frente da lousa
A lousa tradicionalmente é reconhecida como um instrumento do professor. Em escolas em que trabalhei anos atrás, bom professor era aquele capaz de utilizar a lousa “passando bastante conteúdo”. Bom aluno era o que atendia também a esta expectativa, ou seja, copiava tudo bonitinho no caderno e prestava atenção.
Em outro extremo, às vezes não percebemos e ficamos muito encantados com tecnologias que parecem novas, mas não são nem tão novas assim, como é o caso da lousa digital. Obviamente os recursos que hoje temos nas lousas digitais são suficientes para gostarmos mais delas do que da lousa comum, mas não foram suficientes ainda para pararmos de utilizá-la da mesma forma que era empregado o quadro negro (ainda que eu pense que mesmo a antiga lousa pudesse ser usada de outra forma, tal como o mimeógrafo e o episcópio, abordados no artigo anterior).
O que ocorre é que a lousa digital é tão interessante que realmente poderia ser usada de forma mais interativa. Se os alunos gostam tanto dela, nós professores poderíamos provocá-los para que interagissem mais com os seus recursos. Atividades simples como propor desafios, navegar na web e fazer explicações em público deveriam ser mais utilizadas.
Outro aspecto a ser repensado são os conteúdos digitais expostos na lousa. A grande maioria é feita pensando na lógica dos computadores em laboratório de informática (ou mesmo em netbooks). Esta é uma falha imperdoável, pois para que a aula seja interativa as atividades precisam propor a resolução de desafios que sejam resolvidos em diferentes grupos, caso contrário o professor será um mero “passador de conteúdos digitais”, com a diferença de que ao invés de escrever na lousa vai apertar apenas os botões de avançar e voltar.
Temos realmente que avaliar o tempo gasto e os resultados efetivos de algumas atividades pedagógicas que realizamos. Será que estamos atendendo a objetivos menos importantes do que a aprendizagem dos alunos? Será que estamos realmente propondo situações desafiadoras à nossa turma ou meramente reproduzindo o que alguém já fez ou o que dizem que é “bom fazer”?

Fonte: http://blog.aticascipione.com.br/eu-amo-educar/quando-realmente-compensa-utilizarmos-as-tecnologias-digitais-na-educacao

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Perfil dos Coordenadores Pedagógicos

Saiba quem são esses profissionais e o que pensam sobre a Educação brasileira

Autoria: Fundação Victor Civita
A Fundação Victor Civita realizou em 2010 e 2011 ampla pesquisa sobre os coordenadores pedagógicos brasileiros, em parceria com a Fundação Carlos Chagas e o Ibope Inteligência. O estudo foi conduzido em duas fases e teve coordenação geral da professora Dra. Vera Placco. Já disponível, o resultado da primeira fase - quantitativa - traz informações preciosas sobre quem são e o que pensam os profissionais que estão à frente da coordenação das escolas de todo o país. A segunda fase - qualitativa - teve como objetivo identificar e analisar os processos de coordenação pedagógica em curso em escolas de diferentes regiões brasileiras, de modo a ampliar o conhecimento sobre a função e identificar potencialidades e limitações. Com isso, a intenção da FVC é subsidiar políticas públicas de formação docente e organização dos sistemas escolares. Confira abaixo os resultados já publicados e leia a edição especial produzida pela equipe da revista GESTÃO ESCOLA sobre o tema.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Artigo: Power Point com Carteirinha

Prezados colegas, mais uma vez li um artigo que julguei importante compartilhar com vocês:


Artigo publicado na Revista Veja - por Cláudio de Moura Castro


Se Jesus usasse PowerPoint, não teria discípulos. Não se contam histórias emocionantes com ele.
http://www.cristovam.org.br/portal2/index.php?option=com_content&view=article&id=3113:os-meninos-lobo-claudio-de-moura-castro-872009&catid=21&Itemid=100060




PowerPoint era o invento que faltava. Permite projetar na parede o que antes era colocado em garranchos escritos no quadro-negro. Fim do pó de giz. Fim da perda de tempo esperan do o professor escrever. Viva o império das cores, dos desenhos elegantes, dos sons, dos hipertextos (com YouTube e animações). Fim das falhas de me mória, pois, uma vez benfeito, dura para sempre. Mas, se necessário, corrigimos em segundos. Para a sucata o retroprojetor, que precisava de ajudante pa ra passar seus acetatos caros, que não aceitavam cor reções, que caíam no chão e se misturavam. Só que, na prática, costuma ser um desastre. Cruzes! Lá vem umPowerPoint chatíssimo! Mas no escurinho, inde cisa entre ouvir e ler, a prateia cochila. Aliás, está proibido em cada vez mais empresas e no Exército americano falar-se de "morte por PowerPoint". Os erros se repetem, começando com o congestiona mento visual. Cores demais, borboletas, plin-plins, acordes dramáticos, dese nhos de mau gosto, pleto ra de caracteres tipográfi cos conflitantes, informa ções periféricas à aula, logotipos e outros balangandãs. Depois vem o ex cesso de informações e de slides, sobrecarregados com textos intermináveis. Culmina com o erro fatal: o texto lido! Como lemos cinco vezes mais rápido do que o professor fala, passamos à sua frente. Ou seja, o pobre professor levou para a aula um concor rente que tomou a sua cena, pois já lemos o texto e não escutamos mais o que ele diz.
Há uma regra clássica: se alguém que não assis tiu à aula recebe o PowerPoint e o entende, está er rado por excesso. Os slides terão arruinado a aula, arrancando-a do professor e deixando desgovernada a atenção da plateia, Aliás, se é para ler, o que faz lá o conferencista? O texto dos slides deve ser apenas um recurso mnemônico, para fixar os conceitos men cionados e para criar a arquitetura mental das princi pais ideias. Que fique claro: o PowerPoint não subs titui nem o professor nem as leituras. O que ele subs tirui é o quadro-negro! Ele é um resumo e, bem sabe mos; não se aprende em resumos. Serve para fixar na memória as grandes ideias. Para aprender, precisa mos dos exemplos e dos detalhes.
PowerPoint é maravilhoso, se for bem usado. Visualmente, precisa ser de extrema simplicidade. Se a figura não vale mil palavras, lixo com ela. Já se disse, quem vê Steve Jobs e Bill Gates usá-lo apren de tudo de que precisa. Imitemos o supremo despoja mento de Jobs e seremos bem-sucedidos. Imitemos Gates e afundaremos na barafunda visual.
Se Jesus usasse PowerPoint, não teria discípulos, pois histórias, parábolas, contos e narrativas são enre dos na contramão das listas mostradas nos slides. Não se contam histórias emocionantes com ele. É impos sível narrar uma aventura comPowerPoint (vá lá pro jetar o mapa). A sua lógica é a enumeração, e nem tudo pode ser transformado em uma lista. Para dedu zir um teorema, mostrar uma lei da física ou fazer conexões lógicas, precisamos recorrer a gráficos ou a outra lógica de apresentação, fugindo dos "marcado res" (bullets) enfiados goela abaixo dos usuários.
Para quem quer encontrar o bom caminho do PowerPoint, o livro Presentation Zen é a redenção. O autor nos lembra que nosso cérebro tem um hemisfério es querdo, que cuida da razão, e um di reito, encarregado das emoções, das evocações. Uma boa aula ativa na plateia os dois hemisférios: inspira o direito e explica ao esquerdo. E com qual hemisfério o PowerPoint vai se comunicar? Se falar ao esquerdo, da razão, vai competir com as palavras do professor. E o desastre anuncia do. Nele, as poucas palavras são para reter na memória as idéias ouvidas, não para lançá-Ias. Portanto, sua missão deve ser evocar, inspirar, infiltrar sentimentos. Daí a impor­tância da escolha judiciosa das imagens. Melhor que sejam fotografias (abundantes no Google Images), e que se fuja, como o diabo da cruz, da Clip-art e dos desenhos humorísticos.
Diante disso tudo, só resta uma solução: exigir carteira de habilitação para usarPowerPoint. Vamos à autoescola e tiramos carteira, para reduzir o risco de atropelar uma velhinha na primeira esquina. En tão, carteira para usar PowerPoint, para evitar que barbeiragens ponham a perder o potencial educativo de um recurso tão extraordinário, mas que pode ser usado também para confundir a plateia e mentir.