sexta-feira, 30 de abril de 2010

        Oi pessoal!Estou muito feliz com o compromisso de todos que participam constantemente do nosso cantinho e venho partilhar com todos os mimos que recebi hoje:


Grata a D.R , autora de textos lindos blogados no cantinho Métrica das Palavras

.
As regras são:


.1. Dizer dois defeitos que eu tenha;
* Omitir opiniões relevantes em detrimento de amigos que na verdade precisam ouvir algumas verdades rs
* Sono, muito sono rsrsrs (é sérioooo!)
2. Dizer duas qualidades que eu tenha;
* Prestativa
* Compreensiva
3. Dizer uma música que seja (ou esteja a ser) a banda sonora da minha vida;
* The Look of Love (Diana Krall)
4. Dizer uma frase ou pensamento que uso como lema;
* "Prefiro ser cinzas do que pó. Prefiro ser um soberbo meteoro, todo átomo em magnífica explosão, do que um planeta eternamente adormecido. A verdadeira função do homem é viver, e não apenas existir. Não gastarei meu tempo tentando prolongar esse tempo, usarei esse tempo, todo o tempo, para viver". (Jack London)
5. Por fim, passar o selo a 6 blogues amigos, que são os seguintes:

Morangos Mofados
Sonho Arco Íris
Mulheres Q Bebem
Planícies da Imaginação
Um lugar ao sol, perto do vento.
"Entre Aspas"

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Recebi o PRÊMIO DARDOS  de Filipe Costa

Prêmio dardos: Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.E tem três regras.


Aqui vão as regras:

- Exibir a imagem do selo no blog.

- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.

- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar indicação, e avisá-los.

 Eu indico:


Grata a todos.
Juci Barros

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Pessoa e as pessoas em mim.


Tenho todos os motivos para não ser e nenhum para ser.
Sou.
Há um grito ensurdecedor acontecendo agora em mim.
Silencio.
O que sinto não tem forma. Nem estilo. Só sentido.
Ignoro.
Não cabe a mim julgar.
Condeno.
Minhas palavras não cabem em um poema, nem em um soneto, nem crônica, nem em palavras.
Escrevo.
Um cansaço de tudo. Uma dormencia. Um torpor.
Insônia.
Nunca estive tão lúcida antes, as coisas se apresentam com tamanha clareza que as entendo em demasia.
Louca.
Penso em vários idiomas, dialetos, sinais. Poderia explicar o que desejasse a qualquer pessoa do planeta.
Solitária.
Dedicada esposa, amiga atenciosa, amante das artes do amor e sobretudo das artes...
Solteira.
Um frio de bater o queixo, todas as extremidades latejam.
Nua.
Confusa entre as cores, são tão lindas!
Sépia.
Tanto sono... Boceja. Deita.
Acorda.
Faz e aconteçe.
Sonha.
Adora música. Sax. Bateria. Agudos.
Enxaqueca.
Espera palavras bonitas. Declarações. Juras ao pé do ouvido.
Surda.
Saudade profunda de tudo que quer viver. Lembrança insistente dos nadas que foram. Medo do que não virá. Vontade do que já possui. Remorso de não ter culpa. Vida cheia de morte.
Eterna.
Ainda quando as frases parecem soltas, desconexas, distantes... elas nos denunciam. Quando não há coerência alguma nos descobrimos. A incoerência é a mais humana das características. São nas lacunas, no vazio, no silêncio compartilhado que nos identificamos. As palavras nos disfarçam, nos vestem. Nos protegem? Não sei...
Quanto mais penso menos quero pensar. Apesar de todo sofrimento que os sentidos podem acarretar, temo não sofrer. Não, não gosto de tristeza, mas é uma necessidade para quem deseja ser feliz. Como sabe que é feliz quem nunca foi triste? Poderá ser um triste crônico.
Vou continuar me perdendo no desassossego como o genial Fernando Pessoa, para poder sossegar de vez em quando vendo o Menino Jesus dormir, ou passeando de mãos dadas como a Lígia, ou me permitindo certo dias adiar as preocupações para Amanhã.
Sou pessoa porque tenho todos os motivos para não ser e nenhum para ser.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os "estranhos" de cada dia

       
         Como em muitas outras noites depois da aula entrei no ônibus com destino ao meu lar, uma viagem de 30 minutos ou um pouco mais que aproveito para passear em meus pensamentos enquanto as paisagens vão ficando para trás através da janela de onde as vejo. Mas hoje não fiquei na janela, todos os lugares privilegiados estavam ocupados e tive de me contentar em sentar-me ao lado de uma garota que mais ágil que eu pegou a "minha janela", quis ter raiva dela, confesso, mas não consegui. A garota era aparentemente muito agradável, vestia um longo vestido estampado e usava uma faixa de tecido nos cabelos, um visual que quase grita doçura. Certamente ela continuaria ocupando a "minha janela" todo o percurso e só sairia de lá quando eu também deixasse o veículo para pegar outro que me traria então direto para casa, fazer o que; tinha que me conformar.
        Nem coloquei os fones de ouvido para ouvir música, sem ventinho no rosto e uma paisagem parcial fiquei lá mesmo, no ônibus. Desisti de pensar e fiquei apenas observando as pessoas que me cercavam. Quase sempre nem as vejo, e acho que nem elas a mim, uns conversam, outros aproveitam suas janelas e outros, sei lá, pensam. Mas a garota ao meu lado não só roubou minha janela como também virou o centro da minha observação. Ela sorria, um sorriso enorme tão estampado quanto o vestido, estava muito feliz, uma felicidade incontida de modo que ela nem tentava disfarçar. Vez ou outra ela olhava para mim sem tirar o sorriso do rosto, como se eu fosse uma amiga de longa data ao seu lado em um passeio, como se eu entendesse ou até soubesse o motivo de tamanha felicidade. Eu não sei se algum outro passageiro também a observava, mas se o fez recebeu o mesmo ar de cumplicidade que eu. Acho que em algum momento meu rosto quase expressou um sorriso solidário, seria uma disfeita não participar da felicidade que ali pegava carona.
        Então a garota gargalhou suavemente levando as mãos à boca. Olhou para mim e quase que em um impulso parecia que iria me contar alguma coisa. Conteve-se. Tirou um aparelho celular do bolso e começou a digitar uma mensagem de texto, mas o sorriso permanecia em seu rosto. Era um aparelho simples, fora de linha já há algum tempo, mas combinava com sua simplicidade encantadora. Alguns minutos depois pude ouvir um toque que provavelmente anunciava uma mensagem de retorno. Uma nova gargalhada antes de ler, e depois de passar os olhos pelas palavras no aparelhinho levantou-os na minha direção como se eu soubesse do que se tratava e partilhasse de algum modo o que acontecia. Acho que meus olhos sorriram em gratidão para com um gesto tão nobre e espontâneo. Apesar de certamente haver um motivo para a garota sentir-se tão feliz, ela me afirmava que tenho um semblante amigo e um olhar compreensivo aos que me vêem.
        Ela nem deu tanta importância a janela que eu tanto queria, mas eu acabei cedendo o lugar que ela a princípio parecia ter "roubado" de mim. Faço o mesmo percurso algumas vezes durante a semana e vou sentar ao lado da janela tantas vezes quantas conseguir. Mas provavelmente poucas vezes receberei um sorriso gratuito. É quase improvável também que eu veja a garota novamente, e mais improvável ainda encontrá-la tão impregnada de felicidade. Sinceramente, acho que nem a reconheço sem o sorriso no rosto, se é que ela tem um rosto sem sorriso.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Alarme a favor de incêndio


Estou inflamável só esperando o fósforo ser riscado para ser chama, labareda, porque a reação química acontece e parece vez ou outra derrubar a lei da física que afirma que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. O fogo se confunde com tudo ou reduz tudo a fogo, como não pensa; aqui não cabem as cinzas ainda. Mas agonizo quando só queimo em pontência; sou só desejo de ser de fato. Eu queimo de vontade de queimar. A substância é especial, sob medida, em doses certas, e uma única mistura possível para o incêndio: eu e ele. Desejo meu por ele, o fogo tem mais que motivo; tem dono.

CUIDADO, CONTEÚDO ALTAMENDO INFLAMÁVEL!
                                                                            

O que é do seu pretenso coração de pedra comigo por perto? Não adianta, o que seu corpo pede é em nome da sua alma desejante de mim. O sol já aquece teu corpo. O meu calor humano te confunde, eu sei. Mas sabemos de um calor que acontece quase como o fogo primitivo que surge no triscar ritmado e constante de pedras.
" Instintivamente nos entendemos civilizadamente."  Precisamos queimar para esfriar os ânimos. No teatro da vida real o que sabemos um do outro é pouco mais que especulação; mas quando realmente fazemos o personagem EU e usamos a imaginação o outro que fantasiamos é a mais pura verdade; sou quem me imagina e vice-versa.
Já deu certo. Não importa se gosto mais de rosas e você de bromélias, se prefero a programação de uma emissora e você de outra. Por mais que tratemos de coisas sérias durante o dia e sejam maiores as divergências que as concordâncias, nada consegue ser mais importante que as bobagens que falamos na cama, na mesa, no elevador...
As metas não precisam serem as mesmas, fico bastante satisfeita e motivada a realizar minhas pretensões pessoais se quem eu tenho em mira veja em mim um alvo.  Lutemos corpo a corpo, entendamos o equilíbrio que encontramos em "nossa guerra" e, assim já nos ajudamos mutuamente nas tarefas cotidianas. Não quero estar com ele todo o tempo fazendo as mesmas coisas ou com os mesmos interesses, pois para quem eu fugirei para me refugiar quando preciso?
Mas podemos fazer muitas atividades juntos, domésticas por exemplo: testar receitas com chocolate; lavar o banheiro ou arrumar a estante de livros, essas coisas que em casal executamos melhor. Mas não! Você adora fogo e tem medo de se queimar...
Será que ainda teria medo se me ouvisse dizer bem de perto para não sobrar dúvidas que queimar é o que EU QUERO?! Quase em tom de ameaça EU QUERO...

Então homem, façamos um "laboratório". Sejamos a mistura substâncial que queima.


Estou a arder e adoraria um sopro. Ele vem, e ainda que cheia de inspiração não quero mais escrever; prefiro queimar para que minhas palavras tenham todo o calor que as justificam.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Minha realidade é escrever

 Hoje, revirando antigos cadernos encontrei um texto que guardei ainda criança e que foi decisivo em minha vida. Ele explica até mesmo nosso blog. Naquele momento decidi  escrever enquanto vida tivesse,e, se conseguisse fazer parte de alguns segundos que fossem da atenção de um leitor seria imensamente feliz. Dedico então esse texto a todos vocês. Beijos.
                                                                                                                                Juci Barros




 Meu Ideal Seria Escrever...


Rubem Braga




        Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".
        Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
        Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
        E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".
        E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".
        E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.



A crônica acima foi extraída do livro "A traição das elegantes", Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1967, pág. 91.

domingo, 25 de abril de 2010

         
        Voltei das férias. Não viajei, não tive folga em minhas atividades cotidianas, mas estive em férias. Exatamente no domingo passado decidi um fuga, e, como sabemos não há fuga de si mesmo. Porém, a minha foi para mim mesma. Fui a profissional de sempre, a pessoa de sempre nos relacionamentos, mas os momentos de "solidão" foram só meus, encontrei quem mais gosto em mim; ou seria procurei? Os sentimentos que me levaram não sei mais descrevê-los, agora são outros. Mas deixei a canção e ela ainda serve, lembra algo que ainda é. Anos Dourados... Vamos?
  


        No embalo de um bolero a canção nos convida a lembranças e sentimentos ainda vivos, teimosos. São aparências, ligações, retratos... Não sei se Chico é um pouco de todos ou se todos somos um pouco de Chico, que não se importa ser "Maria". E o Tom? O Tom dá o tom, é o eco, é a insistência do pensamento, do sentimento, é a própria lembrança.
        Não trato de métrica, de estética, de teorias, São divagações que dançam. Psicanaliticamente falando fiz uma catarse, humanamente um desabafo, artísticamente um ensaio, pessoalmente uma atitude. " Te ligo ofegante e digo confusões no gravador." As confusões que nos movem, que decidem por nós, são tudo. E quem disse que a coragem está no equilíbrio? Medroso é quem não enlouquece de vez em quando. Sutilmente me retiro e estou em pleno salão dançando ao som de um bolero, volto uma semana depois. Entendeu? Não? Acho que você precisa de uma férias rsrs. Ouça, só ouça...

domingo, 18 de abril de 2010

Humana sim, e humanista também!

        Desde a adolescência quando despertei um interesse mais profundo pelos livros achei que precisava seguir uma tendência, uma identidade intelectual, se é que se pode chamar assim. Buscando algo que estivesse intrínseco em mim desde cedo e ao mesmo tempo que eu me empanhasse para desenvolver esse algo foi que descobri  que o que quer eu buscasse teria origem na minha humanidade  e no meu interesse acerca da mesma. Quase que por um impulso me classifiquei humanista e assim fui levando o rótulo sem nenhum embasamento teórico. Bem, para minha felicidade continuo seguindo a corrente humanista depois de pesquisar a respeito. Ufa! Se bem que de lá para cá coleciono grupos com os quais me identifico e concordo com a coerência dos seus fundamentos. Não pretendo aqui um papo intelectual , mas como desejo uma troca do que temos de bom vou tecer algumas informações desse termo com o qual tanto me identifico.
        A corrente humanista enfatiza caracteríticas que predominam no sujeito; desejos, carências e anseios assim como a interação entre as pessoas. Assim, atitudes humanísticas visam uma motivação baseadas em um esquema hierárquico de motivos-necessidades. O responsável pela elaboração de tal esquema foi um dos expoentes humanistas chamado Abraham Maslow (1908-1970), segundo ele o comportamento humano inicialmente envolvem a satisfação das necessidades mais primárias, as que garanteam a sua sobrevivência. Somente após manifestam a metamotivação que correspondea auto-realização.
        O esquema hierárquico:
1) NECESSIDADES FISIOLÓGICAS- Oxigênio, líquido, alimento ou/e descanso.

2) NECESSIDADE DE SEGURANÇA- Explica nossas rotinas e mobiliza nosso organismo em situações de emergência.

3) NECESSIDADE DE AMOR E PERTINÊNCIA- Amar; pertencer a um grupo, ter relações afetivas em geral.

4) NECESSIDADE DE ESTIMA- Confiar em si mesmo, valorizar-se diante das pessoas e situações, ter força de vontade para realizar algo, saber de sua própria utilidade para uma determinada situação.

5) NECESSIDADE DE AUTO-REALIZAÇÃO- Ser efetivamente aquilo que já é potencialmente.

6) NECESSIDADE DE CONHECIMENTO E COMPREENSÃO- Curiosidade de conhecer e compreender, adquirir conhecimentos, sistematizar.

7) NECESSIDADES ESTÉTICAS- Atração pelo belo. O desejo estético é a mais complexa e subjetiva necessidade humana.

        Como vimos, todas são necessidades importantes para o bem-estar psíquico do ser humano. Cabe a cada um satisfazer tais necessidades, e aos humanistas comprometerem-se não apenas com a sua própria necessidade, mas tornar o humanismo um hábito de fazermo-nos mutuamente satisfeitos e felizes.
                                                                                                                                    
    Juci Barros.

Referência bibliográfica: SISTO, Fermino Fernandes; OLIVEIRA, Gislene de Campos; FINI, Lucila Dihel Tolaine. (org). Leituras de Psicologia para Formação de Professores. Petrópoles, RJ. Editora Vozes, 2004.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Amor X Sexo ou Amor + Sexo?


       
        Lanço aqui uma espécie de desafio. Pessoas diferentes com seus diferentes pontos de vista e experiências "conversando" sobre um assunto adorável: amor e sexo. Sabemos que até algum tempo atrás um mulher propor tal assunto seria total indescência, pois bem, hoje é pura ousadia e cá estou eu. Já vi e ouvi bastante coisa que podem ser consideradas efeito  do uso incorreto do que considero fundamentos para uma vida saudável e feliz. A pontuar:

  • Mulheres frustradas em busca de um príncipe encantado;

  • Divórcios em demasia;

  • Casamentos infelizes;

  • Homens infiéis e infelizes;

  • Amizades baseadas em sexo.
        São apenas alguns exemplos dentre uma lista enorme. Talvez eu me enquadre em aguns, ou você. Ora, em matéria de relacionamentos não existe apenas um culpado. Uma coisa são fantasias sexuais, outra é fantasiar um ser humano perfeito. Particularmente não moro em um país de príncipes, mas conheço alguns cavalheiros, e para mim basta. Outra coisa que sempre em hora oportuna verifico é que casamento não é necessariamente consolidação de amor, mas o contrário; o amor é o único capaz de reafirmar diariamente relacionamentos. Mas e o sexo? O sexo é e sempre será experimentação, novidade, busca, até mesmo compulsão para alguns. Ora ora; chegamos aqui em um complicado problema. Eu só consigo amar o que conheço, o que está próximo, o que se revela. Mas a atração sexual é movida pelo mistério contido nas formas, nos gestos, em detalhes dos quais preciso me aproximar.

        Existem dois seres em uma só pessoa; o afetivo e o sexual. Mas ambos podem sim, e devem estar presentes aos olhos do outro. A certeza do amor não pode anular o mistério do sexo. Existe um segredo em mim que nem eu mesma alcanço, e aí a certeza de que só alguém me ajudará a sentir, mas não qualque um. O ideal é alguém que eu ame a ponto de confiar um segredo meu. O que pretendo esclarecer é o seguinte: do mesmo jeito que o amor pode ser infinito, o sexo por sua vez é inesgotável. Está claro então que um precisa do outro para o ápice de ambos. Somos frequentemente traídos pelo nossos determinismo ou pelos nossos tabus. A plenitude é real sim!
        Caracterizamos o coração como guardião dos amores, e a mente dos prazes. Assim sendo, a saúde é plena quando organicamente funcionamos em hamornia, precisamos da fusão. A conversa franca entre parceiros ainda é o melhor remédio. Uma conversa que abra espaços no dia a dia para o exercício de atos Qualquer entrega com êxito só é possível quando há alguém disposto a receber.

sábado, 10 de abril de 2010

Não é só chuva que vem do céu

       
         Ela ainda não entendia aquele sentimento que a tomava, mas gostava do que sentia. Os dias de chuva sempre eram os melhores, o frio a deixava mais intimista. Em contato consigo mesma sentia muito... sentia demais. A diferença ficava mais evidente, e olhava as outras pessoas como se fossem de uma outra natureza. Sim, ela era do mesmo mundo, mas a única que conseguia passear em lugares que ninguém conhecia. Tudo a tornava especial, e só. Não chorava, chovia. Do mesmo jeito que as gotas de chuva lavavam a rua, as lágrimas purificavam sua alma. Depois da chuva o sol virá, assim como depois do choro a luz.
        As poucas pessoas que passavam com seus guarda-chuvas não a viam, estavam todos muito preocupados em chegar aos seus destinos. Ela não tinha pressa, seu olhar se perdia em meio a beleza de água tão cristalina. Não lembrava onde estivera antes dalí, e muito menos importava o que faria depois. Estava observando tudo em um lugar coberto, mas não se protegia dos respingos que te alcançavam, até gostava, e não fosse as poucas pessoas que alí passavam banhar-se-ia na chuva. Mas estava nua, era sempre assim quando chovia, não importa onde estivesse. Nua, frágil, sensível. Mas embora tremesse com a umidade, algo por dentro aquecia e logo esquecia sua nudez.

        Ela sequer notava sabia o que mudava, só sentia. Alguém se aproximava, não via, só ouvia a respiração. Era tão bom sentir, não queria acordar. Seu corpo sentia cada pensamento, cada intenção, porque era assim que o tal alguém a tocava. Anjos que se completam, anjos que não conhecem distâncias, anjos que só conhecem o melhor da humanidade e entregam-se. Sentem muito, sentem demais. O único erro seria negar suas condições de anjos. Tudo continuava igual, o cenário era o mesmo, o encontro acontecia do outro lado, do lado de dentro dela. Tudo estava certo e em paz. Agora a certeza que o sol chegará conforta porque sentiu muito, sentiu demais. Caminhará em direção ao seu destino, ou até voará se quiser. Já sabe quem irá guardar, aceita o que sente e o seu destino é divino. Não cabe a anjos julgar, por isso sente, sente demais e assim guardará alguém por quem nutre o mais nobre dos sentimentos: o amor. Um amor que não se fala, um amor que não se prova, um amor que só se sente, sente demais...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tudo tem seu tempo. Faço parte de tudo, portanto tenho o meu. E você?

                            
                         
         Querido leitores, hoje iniciei um novo curso terapêutico, mais uma das minhas metas para o presente ano. A abordagem é ampla, revejo coisas que já conheço e com outras farei um primeiro contato. Como já aprendi, se a arte não cura, ao menos alivia as nossas tensões diárias, portato, toda terapia faz algum uso da arte e são muitas as manifestações, vale estar atento às novidades. Escrever aqui é muito gostoso porque estou em contato com pessoas que já exerçem a prática da leitura e da escrita como terapia e sempre é uma troca muito benéfica, pois estou sempre visitando o espaço de vocês. Mas vá lá, sou meio desconfiada com algumas novidades, coisa da minha querida filosofia que vive a manter meu "ar crítico" e hoje fui desafiada. Já falei sobre abraçar árvores né? Coisa meio tola, sei lá... Então, meus caros novos professores querem intermediar o tal contato; eu e a árvore, rsrs que coisa linda. Não me entedam errado, eu amo as árvores, mas gosto de abraçar gente. Mas eu entendo o que está no âmago de qualquer tratamento, que é quebrar a sensação de ridicularidade. Pois bem, acho que algumas muitas pessoas precisam justamente do contrário: criar alguma noção de ridículo.
        Mas a noção sobre a qual tenho a pretenção de tratar agora é a de tempo, ou que chamamos de perda dele. Atividades prazerosas me dão uma profunda sensação de tempo ganho, vivido, porque afinal eu já entendi faz tempo de que prazer em todo significado que a palavra carrega é a minha principal vocação. Contudo, a hipocresia da sociedade na qual vivemos é tanta que as pessoas habituaram-se a rotular o lazer como perda de tempo. São verdadeiras máquinas que só importam quando voltadas ao trabalho. Sim, o trabalho é importante e dinheiro é muito bom, desde que sobre tempo para gastá-lo e mais, para não pensar nele. Pisar na grama, ver o mar, dormir, abraçar pessoas queridas, namorar, fazer sexo, testar uma nova receita, são atividades que quando não custam nada, custam muito pouco, porém valem muito. Existe uma frase até bem conhecida que retrata bem o que quero passar: "Preocupe-se mais em acrescentar vida aos seus dias que dias à sua vida."
        Claro, quem me acompanha bem sabe que tenho dias ruins e até os muito ruins. Perco o sono e a paciência, mas até quando? Existem problemas que levam anos para serem resolvidos ou nunca são, eles acabam com o fim da vida; o que não podemos permirtir é que eles sejam o responsável pelo mesmo fim. Talvez ignorar uma dor seja pedir muito a um ser humano intenso demais, mas é fazendo uso da mesma intensidade que a dor não  impede-nos de vivenciar e viver prazeres. Não existe melhor ocupação que amar alguém, e como são muitas as maneiras sempre terá uma ao seu alcançe, ninguém de fato está ocupado demais. A relação mais doentia que percebo é quando alguém é para o tempo e não o contrário. Falo sempre no tempo usando o pronome possessivo; o meu tempo. E volto ao que já escrevi outras vezes, o próprio tempo de conjugação verbal (presente) não deve ser por acaso.
        É o trabalho que dignifica o homem, mas quem é o homem? Como se chama? O que gosta de fazer? A quem ama? Quem o conhece e qual o motivo? Continuem praticando as palavras, criando espaços nos quais falem de emoções, mas as tenham por favor...
       

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Recortes de paisagens e canções são a obra inteira de uma vida

        É... ontem foi outro dia. Mas e hoje? Hoje só pode ser hoje, as únicas possibilidades de hoje ser outro dia foi ontem ou os dias que seguirem a partir de amanhã. Minha relação com o tempo sempre esteve em pauta nas reuniões comigo mesma, rsrs. Um dia eu quero viver tudo de uma vez, no outro até a palavra viver me incomoda, outros ainda eu gosto muito mesmo de viver, só que dormindo, o que cá pra nós é uma atividade maravilhosa! Não, não é preguiça, é sinceridade. Mas hoje eu acordei cheia de disposição e resolvi ir à praia, afinal: "moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza; mas que beleza!" Pra completar moro em uma "cidadezinha" linda com o mar a menos de 1 hora da minha casa  e das da maioria doa habitantes também rs. O cenário está completo, plena segunda-feira praia calminha, céu e mar azuis, Juci (sem enxaqueca) e uma câmera na mão.
        Por uma questão de justiça esse é um texto pós overdose, ou seja; uma injeção de ânimo. Comigo é assim, vivo tentando me equilibrar em meio aos extremos e foi por tal motivo que me comprometi com o acaso, e que ele me proteja quando eu andar distraída, e quando não estiver por favor, me distraia! Ah, hoje o sol está radiante, e apesar de não se tratar do Rio temos por volta de 40º graus em uma cidade maravilha. Ao contrário de quem não quer nem luxo nem lixo estou transitando aí pelo meio, no último post tava meio lixo, hoje só luxo a ponto de decidir ficar dourada na Praia de Atalaia mirando as ondas do mar...

                                                                                  (Por Juci Barros)
        Insisto em reafirmar aos leitores que o  nosso espaço não é meu diário, muito menos válvula de escape. Pelo contrário, as palavras possuem o poder de libertar o que sentimos ao mesmo tempo em que apreendem o que somos. Mas partindo do princípio da utilidade incluo nas dicas de bem viver assim como nas artes a conjugação do verbo (VIVER) em toda sua complexidade. É legal trocarmos informações profissionais, dicas disso e daquilo, mas o que temos de comum e de incomum no que há dentro em nós é mais, é fascinante. Dentro de um mesmo texto os convido a sair de uma loucura proposta e proposital e relaxar, faço um breve cartão postal da minha cidade, canto mentalmente e as músicas entram no meu rabisco, e nem sei se sou harmonia ou confusão. Eu preciso fazer alguma coisa com as palavras que estão, sempre estão mesmo quando as silencio apreciando a paisagem dinâmica do mar, dinâmica não só pelas ondas mas pelo vendedor de coco que passa, o casal fazendo sua caminhada matinal até que vem o surfita que torna a paisagem além de dinâmica interativa quando se dirige a mim para pedir que guarde seus objetos pessoais enquanto ele mergulha. Já pararam para pensar como os desconhecidos também participam das nossas lembranças? É por indagações assim que não consigo acreditar no acaso por acaso...
        Escrever é divino porque você empresta a quem lê seus sentido e suas sensações, como as minhas não me bastam ou não me explicam preciso das dos outros para ao menos me aceitar. Acho que sou uma vivente compulsiva, viver não basta... é preciso ler sobre a vida e escrever sobre ela também. Acho que estou aprendendo a jucimarear o que há de bom .

domingo, 4 de abril de 2010

Reflexos da dor

       
        Hoje ou eu ou você terá uma overdose com as minhas palavras, segundo post do dia quando eu passo dias sem mesmo vir aqui. Esse não é um espaço triste, não era para ser e não é, porque eu não sou. Estou aqui dando um tempo para tomar mais um remedinho para exaqueca, de algum modo são entorpecentes, os caros médicos amigos sabem do que estou falando, hoje necessitarei da última alternativa. Não sei se ele acaba com a dor ou comigo, porque "apago". Hoje meu telefone tocou algumas vezes e gosto de pensar que sou querida, não sei quando as palavras irão cessar. Mas será mesmo? Sou querida ou as pessoas é que são carentes em demasia? Neguei minha presença, minha companhia guardei para o compromisso que não foi ao acaso, mas nem por isso seguro. A enxaqueca, a dor atrapalha meus planos, mas não me descompromete, preciso de cuidados e atenção, mas não sei se querida o suficiente. Perdoem-me os amigos dedicados; será que agora eu estou carente além do normal? Ah se só doesse a cabeça, tudo é indigesto e para completar o nó na garganta.
        Se não fosse tanta paixão não sentiria tanto, mas perder mais um dia? No dia que de fato brigar comigo mesma ou com o mundo não doerá mais. Ainda não... está doendo. Eu assumo a culpa de sei lá o que, não dói mais e de repente até me distrai. A chuva voltou, acho que também combina com enxaqueca. Por que não me oferece o ombro ou um carinho? Os artigos farmacêuticos estão ao alcançe de uns tostões e nem preciso, sempre tenho alguns comigo. Se precisar de alguém no meio da noite... não direi a você. De você não quero nada, mas quero tudo porque o que a mim entregar estará bem cuidado. Desejará saber se amanhã estarei bem? Que pergunta... hoje não estou e que diferença isso faz? Mas hoje não dói, amanhã certamente doerá. Hoje eu escrevo devaneios, como eu comentei é uma overdose de palavras na tentativa de diminuir o peso. Tenho um jeito meio estranho de me revelar, é cheio de mistérios. Mas tenho dois braços abertos que sempre serão simples e claros, com eles eu me entrego ou simplismente recebo-te.
        Hoje nem o escuro nem o silêncio fazem diferença, estou no limite. Diz-me um querido amigo que sofro de excesso de desejantes que ocupam mais tempo discutindo os desejos que efetivando, e que o bom é que assim passamos mais tempo juntos. Para ele não há o que discutir além do que vemos na TV ou a caminho de algum lugar. Ele adora meu sorriso(e vive dizendo isso) mas acolhe meu silêncio, me puxa pra pertinho com o interesse único de ter a irmã que escolheu por perto. Fez planos para mim hoje e a enxaqueca não sabia, nem eu. Logo eu que não sou chegada a adiamentos estou sucessivamente me deixando adiar. Mas bem, só para quem aceita, e logo penso: será tão ruim?
        Acordei atordoada... era hora de tentar viver. Estômago embrulhado, corpo doendo e muitas marteladas na cabeça, tentei pensar entre uma e outra. O medo do soar de vozes e então prefiri digitar: SOS, palavras confusas sim mas fazendo valer a intenção de que lembro de nós. Você acredita em mim? Não sei o que mais temo, se uma resposta positiva ou negativa. Não sou dada a mentiras, mas o descaso é igual ou pior...
        Não é raiva, é dor de cabeça. Não é negação, é pedido. Tudo que tenho agora é confusão, tento me dirigir à uma solução e não confia na verdade sobre o que tudo isso parece. Não desista de mim agora porque seu abandono precisa me doer e agora não tenho espaço para outras dores. Não estou triste, estou dormente. Postarei o presente texto amanhã quando colocarei em dia tudo que foi adiado e estarei imensamente feliz porque terei o amanhã para te oferecer de presente no presente.

sábado, 3 de abril de 2010

Come Away With Me

        E chove em Aju. Sabe esses dias em que você ouve a chuva cair no telhado e fica tudo escurinho, aconchegante, nem frio nem calor. O que fazer? Tenho algumas idéias, se não melhor dizer; desejos: Ler um livro inteirinho, ou assistir um filminho tomando chocolate, ou quem sabe colocar um bom jazz e ouvir deitada até o sono invadir(já perceberam como gosto da idéia de invasão?), ou ainda sair com alguém que te proteja da chuva ou tome um banho de chuva com você... isso, namorar mesmo! Mas o que eu escolhi vocês bem sabem né, estou aqui escrevendo pelo menos por enquanto.
        Ao som de Norah Jones até os dias chuvosos são radiantes, só ela poderia cantar assim os dias de chuva. Coloquei esse mimo para vocês ao lado: Come Away With Me. Sinto o jazz muito sensual, aconchegante, eu adoro pensar mas se fosse necessário me classificaria como alguém mais voltada para sensações. Na verdade acho que só penso no intuito de intensificar as sensações. Talvez eu precise de um motivo pra justificar meu jeito sensual de ser, hoje tenho a chuva. Mas não confundam, sensualidade é independente, não depende nem mesmo de companhia. Ao som da canção estou completamente liberta em meio um clima tenso delicioso. É como se você tivesse muitas razões para se comportar de uma maneira mas insistisse na busca por um motivo para um outro comportamento, e a própria busca justifica a diferença.

        Come Away Whit Me...Come Away Whit Me...Come Away Whit Me... Come Away Whit Me... Come Away Whit Me. Agora bem baixinho, como voz no ouvido o convite é quase uma ordem, e é assim que me comporto e o mundo se não me obedece me cede algumas horas de sua atenção. Os dias de chuva são da temperatura que você quiser. Dance mesmo sem companhia, o que importa? Você tem a canção. Tenho a ousadia de te ensinar a delirar e sei que se você não entende, gosta. Come Away Whit Me.
                                                                                                                                                            Juci Barros

Come away with me in the night                                                                 
Come away with me
And I will write you a song

Come away with me on a bus
Come away where they can't tempt us
With their lies                                                           

I want to walk with you
On a cloudy day
In fields where the yellow grass grows
knee high
So won't you try to come

Come away with me and we'll kiss
On a mountain top
Come away with me
And I'll never stop loving you

And I want to wake up with the rain
Falling on a tin roof
While I'm safe there in your arms
So all I ask is for you
To come away with me in the night
Come away with me

Compositora: Norah Jonhes


       

quinta-feira, 1 de abril de 2010

1º de Abril.

       
         Tudo começou quando o rei da França, Carlos IX, após a implantação do calendário gregoriano, instituiu o dia primeiro de janeiro para ser o início do ano. Naquela época, as notícias demoravam muito para chegar às pessoas, fato que atrapalhou a adoção da mudança da data por todos.
        Antes dessa mudança, a festa de ano novo era comemorada no dia 25 de março e terminava após uma semana de duração, ou seja, no dia primeiro de abril. Algumas pessoas, as mais tradicionais e menos flexíveis, não gostaram da mudança no calendário e continuaram fazer tal comemoração na data antiga. Isso virou motivo de chacota e gozação, por parte das pessoas que concordaram com a adoção da nova data, e passaram a fazer brincadeiras com os radicais, enviando-lhes presentes estranhos ou convites de festas que não existiam.Tais brincadeiras causaram dúvidas sobre a veracidade da data, confundindo as pessoas, daí o surgimento do dia 1º de abril como dia da mentira.
        Aproximadamente duzentos anos mais tarde essas brincadeiras se espalharam por toda a Inglaterra e, consequentemente, para todo o mundo, ficando mais conhecida como o dia da mentira. Na França seu nome é “Poisson d’avril” e na Itália esse dia é conhecido como “pesce d’aprile”, ambos significando peixe de abril. No Brasil, o primeiro Estado a adotar a brincadeira foi Pernambuco, onde uma informação mentirosa foi transmitida e desmentida no dia seguinte. “A Mentira”, em 1º de abril de 1848, apresentou como notícia o falecimento de D. Pedro, fato que não havia acontecido.

                                        
                                                                                                            Texto extraído da Revista Escola