Este chá acredita que «um outro mundo é possível». Ventos de mudança requerem campanhas cada vez mais exigentes e, porque não?, versões actualizadas (globalizadas) do «make love, not war». Se num casal, o orgasmo simultâneo exige o seu grau sintonia, pretender que o mundo inteiro atinja o clímax ao mesmo tempo é, no mínimo, um programa ambicioso. O chá do Gurué não pode deixar de se sentir em sincronização com altos padrões de exigência e aproveita para cantar:
Os cidadãos no Japão fazem,
Lá na China um bilhão fazem.
Façamos, vamos amar.
Os espanhóis, os lapões fazem,
Lituanos e letões fazem.
Façamos, vamos amar.
Os alemães em Berlim fazem,
E também lá em Bombaim fazem
Os hindus acham bom.
Nisseis, niqueis e sansseis fazem,
Lá em São Francisco muitos gays fazem.
Façamos, vamos amar.
Os rouxinóis, os saraus fazem,
Lá na China um bilhão fazem.
Façamos, vamos amar.
Os espanhóis, os lapões fazem,
Lituanos e letões fazem.
Façamos, vamos amar.
Os alemães em Berlim fazem,
E também lá em Bombaim fazem
Os hindus acham bom.
Nisseis, niqueis e sansseis fazem,
Lá em São Francisco muitos gays fazem.
Façamos, vamos amar.
Os rouxinóis, os saraus fazem,
Picantes pica-paus fazem.
Façamos, vamos amar.
Os uirapurus no Pará fazem,
Tico-ticos no fubá fazem,
Façamos, vamos amar.
Chinfrins, galinhas afim fazem,
E jamais dizem não.
Corujas, sim fazem, sábias como elas são.
Muitos perus, todos nus, fazem,
Gaviões, pavões e urubus fazem.
Façamos, vamos amar.
Dourados, mão, Solimões fazem,
Façamos, vamos amar.
Os uirapurus no Pará fazem,
Tico-ticos no fubá fazem,
Façamos, vamos amar.
Chinfrins, galinhas afim fazem,
E jamais dizem não.
Corujas, sim fazem, sábias como elas são.
Muitos perus, todos nus, fazem,
Gaviões, pavões e urubus fazem.
Façamos, vamos amar.
Dourados, mão, Solimões fazem,
Camarões em Camarões fazem.
Façamos, vamos amar.
Piranhas, só por fazer, fazem,
Façamos, vamos amar.
Piranhas, só por fazer, fazem,
Namorados, por prazer fazem.
Façamos, vamos amar.
Peixes elétricos bem fazem,
Entre beijos e choques.
Garçons também fazem,
Sem falar nos adoques.
Salmões no sal, em geral, fazem,
Bacalhaus no mar em Portugal fazem.
Façamos, yeah, vamos amar.
Libélulas em bambus fazem,
Centopéias, sem tabus, fazem.
Façamos, vamos amar.
Os louva-deuses, com fé, fazem,
Dizem que bichos de pé fazem.
Façamos, vamos amar.
As taturanas também fazem
Um ardor em comum,
Façamos, vamos amar.
Peixes elétricos bem fazem,
Entre beijos e choques.
Garçons também fazem,
Sem falar nos adoques.
Salmões no sal, em geral, fazem,
Bacalhaus no mar em Portugal fazem.
Façamos, yeah, vamos amar.
Libélulas em bambus fazem,
Centopéias, sem tabus, fazem.
Façamos, vamos amar.
Os louva-deuses, com fé, fazem,
Dizem que bichos de pé fazem.
Façamos, vamos amar.
As taturanas também fazem
Um ardor em comum,
Grilos, meu bem, fazem,
E sem grilo nenhum.
Com seus ferrões, os zangões fazem,
Pulgas em calcinhas e calções fazem.
Façamos, vamos amar.
E sem grilo nenhum.
Com seus ferrões, os zangões fazem,
Pulgas em calcinhas e calções fazem.
Façamos, vamos amar.
(Autor: Cole Porter; versão de Carlos Rennó; interpretação de Chico Buarque e Elza Soares)