Manhã sombria, de nevoeiro; tarde solarenga, alegre, e de enorme calor benfiquista no Estádio Municipal de Aveiro, “à pinha”, para receber o Glorioso, numa das maiores enchentes de que há registo no recinto. A “onda vermelha” não brinca em serviço e sabe bem da importância do momento…
Frente a uma equipa à procura de pontos para conseguir manter-se no convívio dos Primodivisionários do Futebol Português, Jorge Jesus não contou com algumas das peças mais habituais do seu xadrez, no entanto, a equipa não se desequilibrou, pelo contrário, todas as peças mostraram que estão aptas para dar o seu contributo em prol do grupo.
Do outro lado da barricada, Pedro Emanuel montou uma equipa à sua imagem enquanto atleta, raçuda e a disputar todos os lances no limite. E a primeira parte espelhou precisamente isso: muita luta, muita garra, numa partida disputadíssima e com lances de alguma emoção… para ambos os lados.
O primeiro sinal veio dos “encarnados”, com Rodrigo, logo aos 5’, a testar os reflexos de Cássio. A resposta não tardou e, dois minutos volvidos, é Bruno Amaro, na conversão de um livre directo, a colocar Oblak em sentido.
Aos 22’ é a vez de Maxi Pereira subir bem na ala, flectir para zonas mais internas, e desferir um remate fortíssimo e colocado para a primeira grande defesa de Cássio. Partida equilibrada com a bola a rondar as duas balizas e é a passagem da meia hora que surge a mais flagrante oportunidade de golo para as Águias. Ressalto na pequena área, o esférico sobra para Lima que, isolado, permite ao guardião aveirense encher a baliza e defender; na recarga, Rodrigo dispara para fora.
Apesar do Benfica começar a mandar na partida, o Arouca não se encolheu, bem pelo contrário e, na resposta, teve perto, muito perto de provocar um calafrio nos cerca de 25 mil benfiquistas nas bancadas e nos milhões que acompanhavam a partida.
38 Minutos, Oblak lê mal o lance, Bruno Amaro, de pronto, remata para a baliza deserta, mas eis que surge um Super Maxi Pereira, a fazer um corte in extremis e a salvar as redes benfiquistas.
Delírio no Municipal de Aveiro
Quando já se aguardava pelo intervalo, em período do compensação, Rodrigo surge liberto no coração da área e, com frieza e raça, remata para fazer o primeiro golo da tarde e colocar o Benfica em vantagem. Um golo que colocou em delírio os benfiquistas e com uma dedicatória muito especial ao lesionado Sílvio.
No reatar, mais Benfica… e que Benfica! Ultrapassada a pressão inicial de marcar, surgiu então o futebol espectáculo, com os jogadores a mostrarem o que é vestir esta camisola e a rubricarem exibições merecedora de nota artística elevada.
Aos 54’, segundo golo da noite…. Markovic tira três do caminho e Gaitán conclui mais uma obra-prima: que golaço!
Até final, Benfica, Benfica, Benfica! Resultado lisonjeiro para o Arouca. Faltam três pontos…
Na próxima quarta-feira o chip muda, com outra importante frente a surgir. O Benfica recebe, no Estádio da Luz, o FC Porto, em partida relativa à 2.ª mão da Taça de Portugal. Rumo ao Jamor, é necessário dar a volta a uma eliminatória na qual os “encarnados” estão em desvantagem por um golo.
De regresso às emoções do Campeonato Nacional, o Estádio da Luz será, no próximo dia 20 de Abril, Domingo de Páscoa, o centro das atenções da Nação Benfica. Naquele que poderá ser o jogo do título, o Benfica recebe, pelas 18 horas, a formação do Olhanense. Todos à Catedral!
O Sport Lisboa e Benfica alinhou com o seguinte onze inicial: Oblak (Artur Moraes, 69’); Maxi Pereira, Jardel, Garay e Siqueira; André Almeida, Enzo Perez, Markovic (Cardozo, 80’) e Gaitán; Lima e Rodrigo (Salvio, 74’).
Texto: Sónia Antunes
Fotos: Isabel Cutileiro / SL Benfica
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