quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sei dos caminhos que me levaram daquele instante em diante...

(Para Rogerio Velloso, diretor do documentário Daquele Instante em Diante)
Como tenho amigos preciosos, alterei o texto para contar pra vocês quem são eles!


Conheci as músicas do Itamar quando estava no terceiro ano do colégio, através do cd q o Julio, meu professor de literatura, me deu. Já estava quase decidida a estudar música quando ganhei o cd...no repertório, Rumo, Preme, MPBs riquissimas e esse som estranho, com a música venha até são paulo. Só no ano seguinte, através de um cd que ganhei da Claudine, que fui descobrir q aquela delícia sonora era Itamar. Durante a faculdade (de música, claro) fiz dois shows-tributo ao Itamar. Queria que todo mundo soubesse quem tinha sido aquela figura negra, q infelizmente nunca pude conhecer pessoalmente, nem ir a um show, pois fui apresentada ao seu som (q como bem disse Luiz Tatit no seu documentário, não se pode ouvir e sair ileso) tarde demais. De qualquer maneira, aquela figura negra e alta, exatamente o meu oposto (sou uma baixinha branquela!), me atraía com sua voz, pra cantar o q ele cantava, pra querer dizer o mesmo q ele disse, da maneira musical q só ele sabia dizer. O fato de ter insistido tanto nos sons da Vanguarda durante a faculdade me fez ser lembrada por meus colegas, sempre q ouviam algum show do Arrigo ou alguma coisa relacionada, o q me deixa muito orgulhosa: uma sementinha eu plantei.


Ano passado comecei o mestrado em música aqui em Curitiba, passei com um projeto no qual me propunha a analisar as canções do Luiz Tatit com a teoria dele. Mais tarde, percebi q isso seria meio complicado, e ao mesmo tempo o som do Itamar me cutucava todos os dias, me alfinetando com sua "cara de mau". O Julio, q me deu o cd lá atrás, um grande amigo, faleceu há dois anos e parecia q ele (talvez em companhia de Itamar e Leminski?) ficava murmurando na minha orelha q devia estudar o Itamar, me arranjando mil motivos. Na semana de véspera de apresentar o trabalho pra aula de metodologia, mudei tudo, resolvi analisar o Itamar com os conceitos de semiótica propostos pelo Tatit. Pra fechar, no fim do ano passado, já às voltas com a delimitação das coisas, conheci a Alice Ruiz - mãe da Estrela, minha amiga do mestrado e pseudo-co-orientadora (o destino é mesmo surpreendente) - e outro grande amigo e professor, Alvaro Carlini, falou, num café: a Alice tá aqui, vivinha, pq não fala das músicas dela com o negão? Estava fechado o cerco da dissertação.
A Alice contando do q passou com ele, no seu filme, foi como me contou numa conversa na praia de Santos. As conversas que tivemos mexeram tanto comigo q até estou cogitando um doutorado...ainda em segredo. Mas ver na telona, fica ainda mais lindo, né? Ainda mais combinado com os depoimentos tão à vontade (o clima cozinha ficou perfeito, a cozinha de uma casa é sempre mais aconchegante) de outros amigos e familiares, q o tiveram tão perto, nos bons e maus momentos.
O que achei mais interessante foi a maneira com que vc encaminhou todas as fases da vida dele, desde o q ele mostrava em palco ao q ele era em casa, passando por sua personalidade desafiadora q todo mundo fala. Conversei muito com a Alice e a Estrela sobre ele, buscando nas palavras delas entender e tentar conhecer um pouco mais do meu "homem-objeto de pesquisa". Senti q seu documentário concluiu o que me faltava para conhecer Itamar, já q o abraço dele vai ter q ficar pra uma próxima. E vendo as lágrimas da Estrela, na última vez q assisti o documentário, entendi um pouco melhor onde ele toca a gente, e porque ele mexe tanto comigo: é q a canção vem da cabeça, mas antes de sair pela boca, passa pelo coração, pulmão, dedão. E sai inteira, plena de quem a compõe e de quem a canta. E aí preenche o ouvinte de todo o sentimento, uma possessão de sentimentos.
Faço minhas as palavras de Zélia Duncan, no livro de canções do Ita: "Mas eu me vingo de sua ausência cantando suas músicas, falando dele onde passo. Queria que cada brasileiro soubesse de cor uma canção de Itamar."

Rogerio, falei demais, sabe como são esses mestrandos, costumam ser meio prolixos. Acho que vou até colocar esse texto no meu blog...
É por tudo isso q assisti e quero voltar a assistir seu documentário, tão bem cuidado pra tratar de Itamar. Uma cópia dele seria perfeito, para poder usar citações e aprimorar meu trabalho. Já citei seu documentário lá, é claro. Qualifico agora em agosto, estou ansiosa pra ver no que vai dar tudo isso...
Aliás, em algum momento vc sentiu q era o negão q "dirigia" o filme? Hehehe, ele é danado.
Obrigada por perguntar o q senti, por abrir esse espaço pra te contar essa história. Obrigada por dedicar seu tempo ao Itamar!
Novamente, parabéns pelo belíssimo trabalho.

Helena

ps: agora que fui colocar o trailler do filme q entendi daonde veio o título do documentário! Eita, por que que eu não pensei nisso antes? Genial.


4 comentários:

  1. Gostei de "outro amigo" que te deu o toque, em um bar, de que "a Alice tá aqui, vivinha, pq não fala das músicas dela com o negão?"
    Claro, por que não?
    Você é querida e bem-vinda!
    Beijo,

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  2. Alvarito querido, saquei o puxão de orelha! Seu nome está lá, agora citado e inclusive com tagg! Mas saiba q estava aqui no meu coração e na memória desde sempre, viu?

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  3. A recíproca é mais do que verdadeira, Helena querida Sofia!
    Conta comigo para o que for preciso.

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  4. Agora sim! créditos... muito bem Lê! ;)

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