quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Moderno ou mais que atual ???


Dentro de minha humilde formação acadêmica formulei várias teorias - todas apenas inscrustradas na minha cabeça. Uma, que sempre que posso, lanço no ar, esperando arrancar do ouvinte um uivo de discórdia, ou simples movimento de corcordância é: nós, enquanto estudantes de arquitetura, só podemos manifestar opnião, só temos repertório arquitetônico, depois de fazermos THAU III. Sem querer desmerecer as outras.

Talvez por sermos neste momento nos apresentado os CIAM, á Carta de Atenas, sobre o Movimento Moderno. Talvez por nos ser apresentada uma arquitetura vernacular, não distante, e rica em elementos cosntrutivos. E por sentir, que salvo algumas manifestações Pós-modernas, o mundo ainda aguarda o momento em que uma nova manifestação arquitetônica se realizará.

Claro que todos as displinas que são ministradas no quinto período vêm junto com Thau III somar pra nossa ampla formação.

Euclides Oliveira, em seu texto "Nota sobre o arquiteto de ontem, hoje e amanhã", para o Portal Vitruvius, cita uma passagem de Giancarlo De Carlo:

“É geralmente sabido que a arquitetura moderna começou com um profundo engajamento político e social e que muitos poucos traços deste clima persistem hoje. [...] Todos eles (os arquitetos modernistas) sentiam que a solução para tal problema (a habitação popular) seria uma maneira de mudar o mundo; se todos pudessem morar em habitações de baixo custo, higiênicas, confortáveis e sabiamente desenhadas, a sociedade encontraria um equilíbrio mais estável, melhor relacionado com a liberdade e a justiça. E assim, o mundo seria um lugar diferente. Esta é uma premissa falsa ou verdadeira? Bem, poderíamos discutir sobre isto por muito tempo e chegarmos a quaisquer tipos de conclusões. Mais uma coisa é certa; que os arquitetos do período ‘heróico’ acreditavam nesta equação simples. E que, iluminados por esta fé, produziram um grande número de obras admiráveis. [...] Vejam vocês, eu sou de uma geração posterior, mas cresci nesta atmosfera. Meu interesse era dirigido para a arquitetura, mas ao mesmo tempo eu a pensava como um campo de empreendimentos onde eu poderia agir sobre causas materiais que pudessem ajudar a melhorar o mundo”.

Após discorrer sobre as transformações que a arquitetura brasileira sofreu (sofre) pós movimento moderno, Euclides lança uma pergunta:

"Será (me pergunto) que as próximas gerações de arquitetos brasileiros conseguirão transformar esta tragédia ética e estética atual em uma nova e legítima forma de expressão arquitetônica, fundada em nossa própria cultura?"

Otimistas e apaixonados como eu certamente responderão que sim.

Mas o que será que os designers de interiores, que participam da Casa Cor, dirão????

rs.

P.S.: A matéria na integra: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_00.asp

3 comentários:

  1. Moderno mais que pau.

    "Mas o que será que os designers de interiores, que participam da Casa Cor, dirão???" (GANDINE 2006)



    Essa ANALogia entre arquitetura argânica e und bunda mostrada na charge já chegou destruindo...Isso é ótimo. É Dadá!!!

    Moderna ou pós-moderna, a arquitetura que vc discute nessa postagem é gragária. Ora, nada mais útil do os casacoreiros para se criarem espaços gragários frescos, aprazíveis, alegres e joviais (no sentido americano da palavra). Entretanto, vc não acha que a arquitetura pós-moderna nos liberta das amarras milíticas daquele modernismo pagão?

    Vc acha que esse lance de que "arquitetura não é para pobre" elitiza nossa profissão e nos põe a ver arquiteturas-bundas e projetar (essa ouvi do Barbosa) monumentos a nós mesmos com o dinheiro alheio?

    Moderno é o pau, que acompanha nossa espécie desde que se tornou gragária (mas apenas os que habitaram as florestas, não os das estepes e dos espaços lisos) do nascimento ao falecimento (caixão). Se bem que os hebreus usaram madeira libanesa, mas apenas nas construções não-gregárias - as monumentais - nos 40 anos monarquia sábio-solomônica.

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  2. Os críticos da arquitetura moderna que já cedeu sua vez, a múltiplos movimentos contemporâneos, diziam e com razão que a tecnologia e a industrialização (defendida pelos arquitetos modernos)comprovadamente não diminuiriam os custos de produção de edificações, nem o tempo gasto para construí-las; não melhorou as condições de vida da população, nem de trabalho do operário da construção; por outro lado, praticamente destruíram técnicas artesanais de construção que vinham respondendo as necessidades construtivas, ambientais a milhares de anos dentro de suas regiões. E finalmente, afirmam que o zoneamento funcionalista, que disciplina o uso do solo e determina maneiras de parcelar o solo e de edificar volumes, afastamentos da rua; destruiu o tecido urbano tradicional, rico de vivência, com suas funções misturadas e volume construído contínuo e criou uma cidade de grandes parcelas homogêneas ou fragmentada em especialidades, ainda segregando ricos e pobres, e ainda que o funcionalismo, tem servido muito bem a lógica da especulação e do lucro.
    No lugar da antiga cidade e das práticas artesanais de construir (quase esquecidas), nasce uma não- cidade sob práticas industriais construtivas ainda predatórias. A reflexão que deve ser feita é o que fazer com isso que herdamos...

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  3. Por isso Argan, num texto sobre história e metodologia do projeto, adverte sobre o problema da legitimidade e da responsabilidade do ato de projetar: “Será que estamos autorizados a projetar? (...) Mas será que temos o direito de determinar as condições de existência de gerações futuras?”
    A faculdade de simulação do projeto permite a reflexão sobre conseqüências da projetação. Isso pode ser confrontado com a questão colocada por Simone Weil: "o futuro não nos dá nada, nós é que damos a ele". Refere-se aqui à seleção de valores parciais de indivíduos e culturas que interferem no porvir por meio de referências, formas e significa-dos, elas se substanciam no projeto, pelos conceitos do projeto - que são midia, meio de comunicação entre arquiteto e o público ver o blog tem post sobre isso:
    http://conceitoearquitetura.blogspot.com/

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ありがとうございました [Arigatōgozaimashita] MUITO OBRIGADO