Fotografia tirada por Alfazema
Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.
Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.
Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.
Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.
António Gedeão
4 comentários:
A nossa aldeia é o mundo, mas só se tivermos um grande coração e formos muito humanos.
Cumps
Que bela é a tua aldeia e o poema de Gedeão !
Beijinho *
Em Fevereiro de 2007 falávamos de Latim!...
(tão antigo quando serão 14 anos?...)
Tudo de bom, amiga.
jorgesteves
www,tintapermanente.pt
que maravilha de poema e que aldeia mais bonita***
brisas doces.
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