quarta-feira, 14 de abril de 2021

A minha aldeia

Fotografia tirada por Alfazema
Minha aldeia é todo o mundo. Todo o mundo me pertence. Aqui me encontro e confundo com gente de todo o mundo que a todo o mundo pertence. Bate o sol na minha aldeia com várias inclinações. Angulo novo, nova ideia; outros graus, outras razões. Que os homens da minha aldeia são centenas de milhões. Os homens da minha aldeia divergem por natureza. O mesmo sonho os separa, a mesma fria certeza os afasta e desampara, rumorejante seara onde se odeia em beleza. Os homens da minha aldeia formigam raivosamente com os pés colados ao chão. Nessa prisão permanente cada qual é seu irmão. Valência de fora e dentro ligam tudo ao mesmo centro numa inquebrável cadeia. Longas raízes que imergem, todos os homens convergem no centro da minha aldeia. António Gedeão

4 comentários:

José Lopes disse...

A nossa aldeia é o mundo, mas só se tivermos um grande coração e formos muito humanos.
Cumps

Ana disse...

Que bela é a tua aldeia e o poema de Gedeão !
Beijinho *

jorgesteves disse...

Em Fevereiro de 2007 falávamos de Latim!...
(tão antigo quando serão 14 anos?...)
Tudo de bom, amiga.
jorgesteves
www,tintapermanente.pt

Parapeito disse...

que maravilha de poema e que aldeia mais bonita***
brisas doces.