quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Com muita dranquilidade

São 23h23 de quinta-feira, véspera da partida. Vamos para o aeroporto pela fresca, embora o voo seja depois do almoço. E aqui estamos, com muita dranquilidade, na converseta, na onda da procrastinação. Em cima da cama das visitas já há algumas coisas para serem metidas em malas. Mas o melhor de tudo é que há muita coisa que ainda não está em cima da cama, ainda tem de ir ser pescada a gavetas e armários. Ou, melhor mesmo mesmo mesmo!, é que ainda temos de ir buscar as roupas de inverno, guardadas em algum recanto escondido.

Chii!, tanto problema filosófico com o facto de estar calor em Dezembro e agora está-me a custar pensar no frio de rachar europeu.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Boas Festas


É o que desejo a todos (ainda que apenas três) os leitores deste blog.

Free Rice

Free Rice é um jogo de palavras (em inglês) para crianças até aos 10 anos (como é em inglês e é jogo de palavras, acho que podemos subir um pouco a idade. Esta criança de quase 30 ainda se divertiu um bocado!) em que, cada vez que se acerta, se está a doar vinte (eles contarão?) grãos de arroz através das Nações Unidas.

Se não for por mais nada, seja então pelo enriquecimento do vocabulário.

Este ano não vai haver presépio

O Jimbrinhas assim o diz e com muita graça.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Correria, stresse

Bem, stresse, stresse, não propriamente, só algunzito. Aqui por estas bandas comem-se morangos e trabalha-se longas horas. Até sexta-feira, dia da partida, os minutos estão praticamente todos contados.

A minha ausência blóguica deve-se a isso! Mas é bom pensar que no Sábado já almoço em Lisboa!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lisboa em segundo lugar!

E não é de uma lista negra qualquer, pelo contrário! O artigo chama-se "The 53 places to go in 2008" e foi publicado no New York Times.

Não vi a lista até ao fim, mas vi que em 21.º lugar está Bogotá (pela comida merecia estar logo em 3.º!) e, em 27.º, Buenos Aires.

Bem, falta dizer qual é o destino que ocupa o primeiro lugar. Quem estiver à espera de uma Itália qualquer, desengane-se. É mesmo o Laos, com menção especial para Luang Prabang, aparentemente um pedaço de paraíso na Terra.

Como diria alguém que eu conheço, com um longo e sentido suspiro, ai, fida!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Quero lá saber do problema existencial

Pronto, decidi a focalizar-me em ultrapassar o problema existencial de ser quase Natal e estar calor, andar de T-shirt e havaianas na rua.

Como a focalização em ultrapassar não estava a funcionar, decidi pôr o problema de lado.

Neste momento, estou oficialmente a desfrutar intensamente o bom tempo, o céu azul e a temperatura amena. De manhã fui correr e babei com os hibiscos e os jacarandás em flor. Viva a Primavera!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Todo um problema existencial

O Natal está aí e parece que não.

Hoje, por acaso, caiu uma daquelas tempestades de Verão desde a madrugada até agora. Está a amainar, mas não é certo que saia o sol. Mas, de resto, temos tido dias lindos, daqueles de céu azul sem interrupção, e calor, calor, calor. E, já se sabe, calor não combina com Natal.

Só que depois, olhando para o calendário, vejo que sim, que já estamos em Dezembro. Olho para trás e a retrospectiva deste ano de 2007 promete...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Algumas fotografias da viagem à Patagónia

Como prometido, aqui vão algumas imagens da nossa viagem-relâmpago à Patagónia.

(Nota: "relâmpago" porque eu, cá deste lado, não sabia de nada de nada de nadinha de nada. Para mim foi surpresa! E das boas...)

Ora aqui vão. Espero que "certas" pessoas fiquem com ainda mais vontade de lá ir na Páscoa!

(mais um parêntesis: tenho muita dificuldade com duplas consoantes, o que significa que muito provavelmente escrevi mal os nomes dos glaciares Upsala e Spegazini. Para este facto peço a vossa compreensão... é que dado o adiantado da hora já não tenho forças para ir confirmar a grafia!)


Um arco-íris a sair do Lago Argentino.


Blocos de gelo do glaciar Upsala a boiar nas águas do Lago Argentino.


O glaciar Spegazini.


Pés com grampones para o mini-trekking no glaciar - recomendo, recomendo!


Todos a olharmos para um dos lados (o Sul) do glaciar Perito Moreno. Tem desprendimentos de gelo com frequência, mas espera-se o GRANDE desprendimento durante este Verão. Se assim acontecer, vamos ver nas notícias, com certeza!


Mais Perito Moreno, face Norte. É tão lindo, tão lindo, que é difícil parar de tirar fotografias, ainda que resultem ligeiramente parecidas umas com as outras... Lá em baixo vêem-se duas coisinhas pequeninas... são pessoas!


O Perito Moreno visto das plataformas de observação, ou seja, a sua face Norte.


E, para terminar, umas florinhas primaveris do Sul do Mundo.

De volta à rotina...

Depois de duas semanas de amor e paixão entre tia e sobrinha e muitos passeios com os Maias, o Paulinho pensou - com muita razão - que a despedida seria coisa bastante dolorosa.

Vai daí, preparou-me a surpresa (disse "mega-surpresa"? Se não disse, deveria ter dito!) de irmos passar um fim-de-semana prolongado à Patagónia. E lá fomos no Sábado de madrugada, para voltamos ontem. Espero ter tempo ainda hoje de pôr aqui algumas fotografias das paisagens magníficas que vimos, mas agora o mais urgente mesmo é voltar ao trabalho e começar a abater itens da minha lista de afazeres.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Novas palavras

A Czinha nestes dias aprendeu a dizer "máscaras" e "empanadas" (famosa iguaria criola argentina e muito amada aqui nesta casa).

Eu aprendi a dizer "fóscaros" e "esquepoço" ("fósforos" e "pescoço", respectivamente, em carolinês).

Percebeu também que desta cama pode sair sozinha, ao contrário daquela que tem em casa e da outra em casa dos Avós. Portanto agora apareceu-me aqui, ao computador, a pedir para ver o filme das "taratas".

Viva a Diana!

Vou manter este post bastante críptico e apenas aconselhar os meus leitores (três, para aí) a visitarem este post da Diana. Viva a Diana!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Mais um dia de paixão e amor entre tia e sobrinha

O relato das gracinhas da Czinha não tem a menor graça comparado com a realidade. Estes dias têm sido tão, mas tão cheios de coisinhas boas e doces para contar que só com isso escreveria um blog inteiro (e espalharia diabetes por todos os leitores).

Hoje a Czinha falou no Skype com os avós maternos e a sua querida Bau. Fez tantas festinhas às carinhas deles no monitor que eu desisti de tentar evitar as dedadas. Deu beijinhos, fez festinhas, procurou-os atrás do monitor (mas, coitada, só encontrou uma maçã), enfim, amor, amor e muito mel.

Aterrou cedinho na cama e desde então tenho aproveitado todas as oportunidades para ir lá ver como está. Se está destapada, tapo-a. Se tem a Júlia em cima da cara, afasto-a e ponho-a a dormir com os outros "amigos". Se está tudo bem, limito-me a olhar os caracóis dos cabelitos e os olhinhos fechados numa expressão de descanso absoluto totalmente merecido depois de um dia de muitas aventuras, pinturas e tropelias.

Ai, como vou ter saudades destes dias...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Semana de muita ocupação

Aqui por estas paragens a novidade é que sou tia a tempo inteiro durante cinco dias inteirinhos de felicidade. Os pacotinhos chegaram no Sábado e a Czinha aguentou até às 2h da manhã locais, 5h em Lisboa, com toda a excitação de estar numa casa nova, num país diferente, noutro continente e do outro lado do seu oceano.

O Domingo foi o dia do festejo da aniversariante, dividido entre San Telmo, um jogo de polo do "Abierto Argentino" e, para terminar, um gelado do Freddo. Sim, foi um dia totalmente argentino!

Hoje já foi um dia de descanso, pelo menos para alguns. Duas grandes sonecas durante o dia e agora uma caminha a tempo de se preparar para todas as aventuras de amanhã.

E assim se passa o dia da tia babada.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Aquelas coisas malucas que nos dão...

...quando são 22h26 e ainda não se jantou:

Apetecia-me comer um ceviche!

Vou fazer uns ovos mexidos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

As fotografias da corrida de ontem

Estão aqui, no site da Nike Corre 10k Buenos Aires. Ide ver, ide! Eu estive lá!

Há aí certas pessoas...

...que parece estarem ligeiramente enciumadas de eu só falar na vinda da C. Ora que coisa, senhores pais dela, acham por acaso que não quero que venham?

A diferença é que convosco eu falo no Skype e troco emails, com ela não! E ela, dentro do vosso grupo de três, é a única que diz e faz coisinhas novas todos os dias!

Será anormal a minha vontade de a ver?

Ai, ai, ai, ai! Pois fiquem sabendo que já tenho o planinho de passeios feito e vou agora buscar-vos os vouchers para o vosso passeio a dois.

E que certa pessoa já tem prenda de aniversário à sua espera!

Passados estes dois eventos...

...resta-me contar os poucos dias que já faltam para a chegada da Czinha! É já no Sábado e tenho de me mentalizar de que não pode haver choradeira senão ela ainda se assusta...!

E que nos ajude Santa Ezeiza!

O Nike Corre 10k...

Billy feliz

...foi a minha estreia mundial em corridas com mais pessoas. Bem, na escola éramos sempre obrigados a participar no corta-mato e nos campeonatos de atletismo, portanto vou fazer uma subtil correcção à afirmação acima: o Nike Corre 10k foi a minha estreia mundial em corridas com mais pessoas de forma voluntária.

O ambiente foi tão giro! Quando lá cheguei tive pena de não ter levado a máquina, pois parecia uma festa gigante com 25000 pessoas de t-shirt azulinha e pulseira conforme a cor do clube. A minha era a verde, dos "no corredores que corren", e parece que até me deu sorte. De cada vez que passávamos mais um quilómetro, eram festejos atrás de festejos.

Os primeiros 5km para mim foram em modo "deixa cá ver até onde aguento, e se não aguentar sempre vou vendo a paisagem porque não conheço esta parte da cidade". Quando passei os 5km e continuava a sentir-me bem e tranquila, comecei a transitar para a corrida em modo "epá, isto está melhor do que eu pensava". Quando cheguei ao km9 já me sentia a vencedora de toda a corrida e foi com muita emoção que cheguei ao final sem parar uma única vez! :)

Os dois últimos quilómetros foram os mais emocionantes: as pessoas nos passeios acenavam e gritavam incentivos e eu sentia-me uma vedeta numa parada. Numa "parada-corrida", convenhamos! Havia batuques e muita música, enfim, um ambiente de festa autêntica. Foi emocionante e a endorfina que libertei e a sensação de duplo objectivo cumprido deixaram-me num high o dia todo, até à hora da sesta.

(mais uma notinha quanto ao meu duplo objectivo: o primeiro era acabar os 10km e o segunda, não ser a última. Cumpri os dois e nem sequer fiquei em 24999.º!)

sábado, 10 de novembro de 2007

Já passou

O exame já passou e de hoje a uma semana chegam as nossas próximas visitas! Por aqui reina a excitação (bem, mais eu que o Paulo, convenhamos!)

(abre-se aqui um parêntesis que se impõe: o Paulo leu o rascunho deste post e decidiu fazer uma pequena intervenção que eu aqui transcrevo: "NÃO É VERDADE!", escreveu ele. Ou o entusiasmo é contagioso, ou então ele próprio tem vontade de cantar com a Cantarolina que aí vem!)

Enfim, felizmente esta semana tenho bastante trabalho para fazer, o que ajuda a que o tempo vá mais lesto. Já falta pouco!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Castelhano

Hoje é dia de estudar castelhano. Exclusivamente. É o que vou fazer, é o que estou a fazer. Quando puser a roupa na máquina, será em castelhano. Quando fizer o almoço, será certamente em castelhano.

Tenho de ir rever os condicionais e todas as outras coisas que aprendi só de ouvido e que, certamente, estão permeadas de erros portunhóis.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sai-te!

Ai, que título foleiro para um post que promete ser ainda pior. Ainda ando aqui às voltas com o site, o novo, o de trabalho. Vale-me a ajuda do Nuno, que está atrás do sol posto. Ou se calhar sou eu que estou ao sul do sol posto.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Bom para a rabiga

Não sei o que seria bom para a minha "rabiga", como diria a Carolina, mas preciso urgentemente de encontrar algo que a faça baixar. Sim, ainda continuo com um alto significativo que faz muita gente pensar que estou grávida. De quatro meses, pelo menos.

Ontem entrei no autocarro e, rapidamente, alguém me deu o lugar. Eu agradeci, mas só quando me sentei percebi o porquê do gesto.

Cheguei a casa e examinei bem a silhueta: desgraça, não há roupa que disfarce isto...

À noite, vinha da aula de yoga, e ouço uma voz vinda de dentro de um carro: "relinda, la pancita!"

Foi a gota de água, mas também não sei para quê porque não há muito que eu possa fazer para além de esperar. Pacientemente.

domingo, 4 de novembro de 2007

Sobre o artista



Com o puzzle terminado pude finalmente virar a caixa ao contrário. Para minha surpresa, os senhores fabricantes do puzzle tiveram a amabilidade de escrever qualquer coisita sobre o artista (depois de terem mudado o enquadramento da imagem e terem retirado a assinatura do pintor).

O primeiro texto é algo parecido com uma breve biografia, em castelhano. O segundo, uma tradução para inglês do texto acima. O terceiro é uma outra tradução para um idioma obscuro e misterioso (que só eles sabem qual é). Não resisto a transcrever:

Claude Monet

Nace em Paris en 1840. Em 1858 se hacha, com o pintor Boudin e nace o desejo de dedicarse a pintar e viajar a Paris.
Na Academia Suiza coñéese a Pisarro y depois de dois años de servicio militar em Argelia, forma un grupo de pintores independentes com Reinor, Bazille é Sisley.
Organiza a primeira mostra impresionista donde expoe a sua tela impresao: Saida do Sol, que dara o nome ao grupo todo.
O ultimo periodo da sua vida ele pasa em Giverny, onde morreu em 1926.



Nota: o texto nem sequer tem ponto final. Pu-lo porque sim, vá, já chega de bater no ceguinho.

Missão cumprida!!!


Após quase quatro meses, terminei finalmente o puzzle com a pintura de Claude Monet em que retrata a mulher com o filho.

Obrigada a todos os que me ajudaram nesta tarefa hercúlea!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Primeiro aniversário

Este blog fez cumpriu um ano de vida na semana que passou. Quando ainda faltavam algumas semanas pensei que havia de celebrar a efeméride de alguma maneira especial. Quando chegou o dia, não tive tempo e a celebração resumiu-se a uma breve menção à família: "ah, vejam lá, hoje faço um ano de blog".

E pronto.

Estive a pensar no que havia de fazer para celebrar o aniversário a posteriori e decidi apresentar umas estatísticas sobre o dito. E para o ano há mais.

Número total de posts: 170
Dos quais 34 em 2006 e 136 em 2007.

59 posts foram sobre Buenos Aires ou a minha vida na Argentina, 19 sobre a que será sempre a minha cidade (Lisboa, para quem estiver com dúvidas), 30 sobre viagens e 22 sobre comida (o ceviche, o ceviche!). Ainda há uns quantos (minoritários) sobre assuntos tão pouco importantes para mim como o Design e a Ilustração (para ler sobre estes assuntos, remeto-vos para o meu outro blog).

2 posts para o Blog Action Day, a primeira (e, até ao momento, única) iniciativa global a que aderi com o meu blog.

Número total de visitas: 6051

Provenientes de vários países: Portugal, Reino Unido, Argentina, Brasil, Macau, Suíça, Estados Unidos, Turquia, Canadá, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Suécia, Espanha, Israel e Sérvia e Montenegro.

Que eu saiba (esta estatística não é rigorosa), tenho como leitores mais assíduos a família (pais, irmãs, alguns primos), alguns amigos e depois os "acidentais" que vêm cá parar.

Para não falar do Paulo, que lê o meu blog sob coacção.

E para os meus queridos leitores hispanófonos, agradeço-vos de todo o coração a paciência e a perseverança para lerem o que aqui escrevo e ainda por cima voltarem.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A minha veia culinária

Isto não me dá com frequência. Mas, quando dá, costuma sair bem (tirando o assado de alcachofra).

Ontem cheguei a casa muito cansada e totalmente desinspirada. A cozinha parecia o Sahara; nem uma palmeirita para me dar uma ideia de qualquer coisa rápida e pouco trabalhosa para fazer para o jantar.

E, de repente, olhei para um imenso molho de coentros que tinha deixado de molho.

(espera lá... esta frase soa estranha! Ó Mãe! Aproveita a frase para ensinar as palavras homo-qualquer coisa aos teus alunos! E, de caminho, a mim também, eu seja santa, tanto acusativo, tanto dativo que agora me esqueço do português)

Ora bem, molho de coentros... vai daí, pesto de coentros! E não é que ficou bom? Tudo feito a olhómetro, está claro: coentros, azeite (de preferência do bom), queijo (era parmesão, mas não havia), um pouco de nozes e outro pouco de avelãs (dizem que era pinhões, mas não havia) e tudo passadinho na varinha mágica. A páginas tantas juntei-lhe um nico-tico de água. E cozi a massa.

Mnham.

Hoje (a febre culinária durou até agora) fiz umas favinhas à moda da "Avvvvvó" e uma sopinha de brócolos. Vamos ver no que resulta.

sábado, 20 de outubro de 2007

TPC de alemão

Depois de um dia inteiro a adiar a evidência ("tenho de fazer o TPC de alemão!"), lancei-me ao trabalho para apenas conseguir aquela que é muito provavelmente a composição mais estúpida jamais escrita. Estará pelo menos no top das composições mais estúpidas que já escrevi. E atenção que isto não é dizer pouco.

Espero ao menos que não tenha muitos erros. E "muitos" é quando a professora tem de rescrever parágrafos inteiros porque não se aproveita quase nada. É assim tão baixinha que está a minha fasquia.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O nosso contributo para a campanha eleitoral



Aproximam-se as presidenciais cá na Argentina. E, como em tantos outros países, cresce a histeria na proporção inversa do tempo que falta.

Apesar da Cristina ser esta boneca que aqui se vê, apesar de se contestar o seu diploma de jurista e apesar de agora se começar a contestar a utilização de fundos públicos para a sua campanha (hmmm... talvez me tenha esquecido de mencionar que a Cristina é a mulher do actual presidente, que, curiosamente, assiste aos seus comícios como apoiante ferrenho), parece que é a vencedora incontestável, pelo menos a julgar pelas sondagens feitas até ao momento.

Honestamente, já não sei o que pensar... por isso, aqui vai o nosso contributo para a campanha.

Esquerdo ou direito?

Digo já que a minha bailarina dança alternadamente no sentido dos ponteiros do relógio e no sentido contrário. Quando olho para o lado, a desgraçada muda!

Pois, e do que é que estou a falar? É deste artigo-barra-teste que vem no Herald Sun, "Australia´s biggest-selling daily newspaper". Aparentemente, conforme percepcionamos o movimento da garota, assim utilizamos mais um dos lados do cérebro.

Como diria alguém que eu conheço: "é xiro, não é?"

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Facebook

Estou contente. O meu facebook diz que eu tenho 21 amigos. E que agora eu e Paulo Romeiro já somos amigos. Que bom.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Este é o post para o Blog Action Day

Estive a pensar bastante no que havia de escrever para o post do Blog Action Day, este ano com a temática do "salvemos o planeta" (ou semelhante).

Quem me conhece sabe que sou (ou era) bastante "eco-melga" (uso aqui o termo da Margarida, da Inês e da Danuta - e desde já peço desculpa se me esqueço de algum nome, não é intencional.). Mas o estudo para a tese de mestrado e a vinda para a Argentina fizeram-me alterar um pouco a minha posição anterior, talvez um bocado extrema e, inclusivamente, zangada.

Vamos então por partes. Primeiro vamos ao termo "eco-melga".

O termo é lindo. É lindo porque descreve exactamente aquilo que todos deveríamos ser - com contenção - e aquilo que muitos são - excessivamente. A verdade é que uma coisa é tentar mudar hábitos e incorporar novas práticas no dia-a-dia, como a separação do lixo ou a utilização de sacos de pano, prescindindo dos de plástico. São coisas que, aos poucos, se tornam tão naturais ("como a sua sede") que já nem se consegue imaginar fazê-las de outra forma. Outra coisa muito distinta é tornar-se um pregador dos hábitos "verdes" e zangar-se com quem não colabora. Isso é chato, talvez mesmo chatinho e não ajuda. Não ajuda porque, em primeiro lugar, gastamos neurónios e paciência de forma inútil; em segundo lugar porque nos tornamos nos "chatos" que não deixam que se faça nada.

E aqui chegamos ao segundo ponto: os ambientalistas muitas vezes são vistos como "os chatos que não deixam que se faça nada", ou seja, aqueles que se opõem ao progresso. Para mim, este é o ponto mais importante de todo o post: é que a defesa do ambiente muitas vezes é vista como um entrave ao desenvolvimento. E, por incrível que pareça, será que muitas vezes não o é?

Através do Nuno, tive acesso a este artigo muito interessante sobre o conceito de "carbon offsetting" (peço desculpa mas não sei o termo em português: "compensação de emissões de carbono"?). O conceito é simples: o pagamento de determinado valor correspondente à emissão de carbono de certa actividade que vamos desenvolver, como uma viagem, por exemplo. Esse valor é pago a uma empresa que o destina a certo fim, supostamente ecológico. O que este artigo critica é a escolha dos fins "ecológicos" a que se destinam estes valores. Apontam como exemplo a ajuda dada a certa comunidade de um país do Terceiro Mundo: bombas de água movidas a energia humana, para não emitir mais carbono. Resumindo: eu posso viajar à vontade porque alguém vai receber dinheiro para continuar a trabalhar a energia humana. Ou seja, algo que eu não quero fazer, porque senão iria a pé ou de bicicleta!

Parece-me que esta "consciência ecológica" é um verdadeiro entrave ao desenvolvimento humano: não é justo, na minha opinião, que os agricultores do Terceiro Mundo tenham de trabalhar com a energia muscular só porque é melhor para o ambiente. E os agricultores do Primeiro Mundo? Alguma vez estariam dispostos a abdicar da sua maquinaria? A tal que produz emissões de carbono? E que permite que eu pague um preço relativamente baixo pelo quilograma de farinha de trigo? É justo que se viva tão bem no Primeiro Mundo e tão mal no Terceiro? É justo que se viva tão bem no Primeiro Mundo à custa das más condições de vida no Terceiro?

Suavizei um pouco a minha posição "eco-melgueira" quando estudei para a tese de mestrado e, posteriormente, vim para a Argentina. Cá, a recolha de resíduos separados é praticamente inexistente. A instalação de contentores para a reciclagem foi feita em vésperas de eleições e denota clara falta de planeamento. Os contentores estão colocados longe das casas, ou seja, para alguém ir deitar um saco cheio de embalagens ou de garrafas de vidro tem de andar, pelo menos, uns 300 ou 400 metros. É fazível? É. É prático? Nada. Será que temos mesmo legitimidade de andar a insistir com as pessoas para que separem o lixo se depois têm de andar tanto para o ir depositar nos contentores? E, finalmente, depois de despejados os contentores, para onde vão os resíduos? Que informação temos de que são mesmo reciclados? Nenhuma. Pois é, cá na Argentina deixei de separar o lixo.

Os parágrafos anteriores servem de preâmbulo àquilo que eu acho que é verdadeiramente o cerne da questão para o desenvolvimento sustentável: a solução está na tecnologia. O progresso tem de ser visto como um avanço para o bem-estar de todos, ou seja, vamos pôr a tecnologia ao serviço das pessoas, e não de apenas alguns negócios. A solução está em novas tecnologias que encontrem fontes de energias não-poluentes (eu não incluo nesta categoria a energia nuclear!), para podermos deixar de vez a nossa dependência do petróleo (e para os agricultores do Terceiro Mundo poderem descansar mais, produzir mais, comer mais e viver melhor). A tecnologia que permita o acesso de todos a água potável, para que as pessoas que vivem em África (e em tantos outros sítios) não tenham que andar quilómetros para poderem hidratar-se.

E, depois disto, claro, a erradicação da corrupção. Mas isso é matéria para outro post, que este já vai bem longo.

domingo, 14 de outubro de 2007

Los Pumas

Por aqui há um clima de ansiedade e excitação com a semi-final dos Pumas (selecção argentina de rugby) contra a África do Sul.

Confesso que partilho alguma dessa emoção: desde que comecei a perceber um bocadinho (pequenino) do jogo, acho-o muito, mas muito mais interessante do que o futebol.

Para além do óbvio (homens altos, fortes e espadaúdos e muito contacto físico), a ideia de ser um jogo de conquista de território parece-me ser muito interessante. É um jogo que mistura perícia, estratégia, táctica e velocidade, tudo isto embebido de disciplina e lealdade. Ao final do jogo, cumprimentam-se e cumprimentam-se e voltam a cumprimentar-se... ainda não apanhei o cerimonial todo, mas é tudo lindo. E o árbitro, a maioria das vezes com um ar muito mais pequeno e frágil que qualquer um dos jogadores, sopra no apito (não dourado) e toda aquele molho de homens a ponto de se arrancarem os dentes uns aos outros se separam e se entreajudam a levantar do chão.

Além disso, muitos ficam com as roupas feitas em fanicos... e quem é a mulher que não gosta de entrever um pouco de músculo num homem?

Blog Action Day

Bloggers Unite - Blog Action Day

É simples, é fácil, talvez seja eficaz.

Tomei conhecimento desta iniciativa no blog da Rosa Pomar e também vou participar. A ideia é que se escreva um artigo relacionado com o tema proposto anualmente. E este ano é a defesa do meio ambiente.

De maneira que, amanhã, cá postarei um artigo sobre o assunto. Quem tiver vontade, vá ao site do Blog Action Day e registe também o seu blog.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Sudoku

O Manel mandou-me este link e disse-me que tinha "a minha cara".

Dou-lhe razão.

(Viram como fiz a menção à ligação anterior? Assim críptica, tal como eu criticava há uns posts atrás? Pois é, mas neste caso acho que se justifica. Há que manter a dignidade.)

E no dia 11...

...vamos correr no Nike Corre 10k! Já estamos inscritos e agora é continuar os treinos. Só espero que no dia 11 não esteja esta chuva porque com óculos não dá jeito nenhum.

Devo dizer que achei toda a campanha publicitária muito engraçada. Os senhores lá da Nike inventaram três clubes para a prova: o "Clube dos Corredores que não correm" (o símbolo é um caracol! E é o meu, claro!), o "Aves de fogo" (para os que correm mais regularmente do que "de vez em quando") e o "Cartel endorfina" (para os aficionados). Têm blogs para cada um dos clubes (eu estou a seguir apaixonadamente o do meu clube), têm grupos de treino aos Sábados de manhã (treinar de manhã ao Sábado??? É o que vou fazer no fds em que o Paulo não estiver. Mas até hoje ainda não tive coragem!), enfim, toda uma animação. Só é pena mesmo o tempo não estar a ajudar.

Sim, é verdade, também eu estou espantada com o meu entusiasmo por ir correr 10km. É o que faz o amor...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Esta Primavera fajuta

Esta Primavera fajuta está chuvosa. Deve ser o Abril águas mil versão hemisfério sul. Só sei é que chove, chove, chove há dias a fio. Não há maneira de vir o bom tempo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Não sei se ficou bem claro...

Por isso dou um exemplo:

Há parágrafos que falam de um trabalho que se está a fazer hoje. E então o autor do blog escreve qualquer coisa como:

"estou a fazer este desenho a pensar neste (hiperligação) e inspirei-me nisto (hiperligação) e nisto (hiperligação). Depois comprei este material (hiperligação) na loja do costume (hiperligação). E a seguir fui fazer yoga (hiperligação) e meditar sobre a minha viagem (hiperligação)."

Moral da história: para saber em quem ou em que o autor se inspirou, tenho de ir clicar, ir para outro sítio, perder o fio à meada, distrair-me com as coisas interessantes que lá há e depois voltar. Releio a frase e vou ver que material afinal é aquele. Perco-me. Volto. Qual será a loja do costume? Hmmm, curioso, também vendem "não sei o quê". Boa, agora já tenho mais este contacto. Relembro que estava a ler o artigo inicial e volto atrás. Ai, faz yoga? Que giro, deixa cá ver o que diz sobre o assunto. Clico. Será que ainda me lembro de voltar atrás? Se sim, fico a saber que medita sobre uma viagem qualquer, mas qual?

Chiiii! Já chega!

Lembro-me de ser miúda e de gostar de ficar a ler artigos da enciclopédia. Era passatempo para algumas horas andar a saltar de artigo em artigo, conforme indicado lá. Eram as hiperligações daquele tempo, com um ícone de uma mãozinha com o indicador espetado e o título do outro artigo a consultar a negrito.

Hoje em dia, estas hiperligações fazem-se com apenas um clic do rato. É giro e é útil, mas só até certo ponto.

Na minha rotina blóguica tenho vindo a aperceber-me de uma certa tendência para os autores exagerarem nas hiperligações que põem nos seus artigos. São links para fotografias no flickr, para artigos em jornais e revistas, para posts seus anteriores, para os blogs dos amigos, e a lista continua, praticamente sem fim. Os artigos aparecem polvilhados de palavras de cor diferente, já que a maior parte dos blogs que leio tem as palavras com ligações numa cor diferente do texto normal, o que acaba por ser uma distracção.

Distracção também é pensar em todos os vínculos que ali estão: quando é que os vou consultar? Quando terminar de ler o texto todo? À medida que o vou lendo?

De uma maneira muito mais século XXI ("sofisticada" poderá ser a palavra adequada), parece-se vagamente com o que aconteceu quando as pessoas começaram a ter computador e o word trazia "aquelas letras todas": de repente, tudo quanto era material impresso era feito com várias letras, algumas com efeitos de luz, cor e volume, umas em três dimensões...

Não é bem o mesmo, mas cansa da mesma maneira.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Rosas



Estas são as rosas oferecidas por alguém muito fofo a uma outra pessoa muito querida, que celebrou o seu aniversário cá connosco em Buenos Aires.

Já as sequei (algumas não resistiram a essa "Operação Triunfo") e agora não sei bem o que lhes fazer. Mas queria fazer algo.

Ando a pesquisar na net mas ainda não encontrei nenhuma solução que me agrade (e que não transforme este apartamento num "mar de velinhas e pot-pourri", ou seja, que não "cor-de-rose" demasiado o espaço).

Continuo a pesquisa.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Outra vez o ceviche

Já tinha falado aqui do ceviche mas volto a falar nessa maravilha da gastronomia peruana. É inevitável.

Depois do ceviche de Lima, na cevicheria La Mar (imperdível, inesquecível, quem foi não volta igual), é difícil encontrar uma versão local à altura. Não só porque cá em Buenos Aires temos a dificuldade da escassez de peixe fresco (leia-se "fresco" como "pescado na noite passada e comprado hoje na lota"), como também será muito difícil encontrar algo parecido com a mistura alquímica certa e exacta dos ingredientes peruanos in loco (em in loco leia-se "no La Mar").

Moral da história: quem procura sempre alcança, quem busca sempre encontra e, por um acaso do destino, a minha colega da aula de castelhano, a Clare falou-me no Carlitos.

O Carlitos é um tasco peruano na zona de Abasto, a zona famosa por ser onde o Carlos (Gardel) viveu e cantou. O Carlitos, por si só, merecia todo um post, todo um blog, na verdade. Só sobre o Carlitos se poderia escrever um livro e se rodaria todo um filme. Mas isso é outra conversa. O que interessa aqui é que no Carlitos encontrei finalmente um bom ceviche. Não é La Mar, nada disso; é um ceviche atascado, comido numa sala de paredes de azulejo de cozinha e luz fluorescente a condizer. As doses são lautas e saborosas mas tão económicas que fazem lembrar um daqueles restaurantes de província em Portugal (e o tapinlou no tasco na Areia Preta).

O ceviche do Carlitos é o oásis no deserto de carne que é Buenos Aires (e toda a Argentina, convenhamos). A par do sushi, é a alternativa possível para consumir peixe.

Enfim, não me alargo. Aqui vão fotografias para ilustrar. Não se assustem com o aspecto. O sabor é mnham. Muito mnham. Os próximos visitantes que se preparem, o Carlitos é obrigatório!


E sim, a toalha é de plástico!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Trovoada

Tivesse eu uma vista mais ampla da janela e estaria certamente a ver relâmpagos cinematográficos seguidos de estrondosos trovões.

Mas não. Na frente vejo o vizinho e as plantas da vizinha. E a chuva, que não parou ainda de cair.

De costas para a janela e virada para o computador, pelo canto do olho vejo os clarões da trovoada, que está aqui mesmo em cima. Não é que tenha propriamente medo, mas convenhamos que com sol tudo fica mais bonito.

Fim-de-semana de Primavera-Verão, segunda-feira de Outono-Inverno

Não há dúvida de que desde que os homens chegaram à Lua e mexeram lá nas anteninhas que o tempo anda todo ao contrário.

Sexta, Sábado e Domingo foram dias de Primavera-Verão. Sol e mangas curtas eram coisas que não se viam juntas há muito tempo - e aconteceram ainda ontem! Hoje, em contrapartida, tem sido trovoada (de acordar quem dorme que nem uma pedra) e chuva, humidade e escuridão. De repente, parece que fui teletransportada para... não sei, talvez a Escandinávia outonal.

Apesar das saudades que já sinto do fim-de-semana, os três dias de bonança foram bem aproveitados: na sexta, almocei numa esplanada e fui bombardeada pelos passarinhos que, também eles na faina primaveril, andavam numa lufa-lufa a alimentar as crias e a fazer as suas necessidades fisiológicas sem ter em conta que lá em baixo se almoçava.

No Sábado, apesar da busca do restaurante certo ter saído gorada, lá conseguimos comer peixe em forma de sushi (praticamente a única maneira de comer peixe fresco aqui; a outra é o ceviche, e era isso que procurávamos e não encontrámos). Depois do almoço, caminhámos por Palermo até ao roseiral, um jardim magnífico que tem sido todo recuperado pelo governo da cidade de acordo com os planos de 1914, se não estou em erro. Nos canteiros, há roseiras, roseiras e mais roseiras. Rosas ainda não há muitas, mas já se começa a adivinhar que daqui a mais algumas semanas aquele jardim vai ser um mar de cor e cheiro.

Como quase todos os jardins de cá, também este estava cheio de gente a tomar o seu mate ou apenas a apanhar sol. Uma maravilha.

O roseiral de Palermo está dentro do parque 3 de Febrero, também conhecido por "bosques de Palermo". Aqui juntam-se todos os aficionados do desporto: ele é gente a patinar, a jogar hóquei em patins (em linha), a correr, a jogar à bola, a andar de bicicleta... às vezes tenho pena que em Lisboa não se aproveitem assim os espaços públicos, sobretudo com a magnífica faixa à beira-rio de que a cidade dispõe.

Com um tempo tão bonito, quem é que quer estar em casa a fazer arrumações? Ficam para o próximo fds...

Viva o "Rosedal" de Palermo, talvez um dos espaços mais bonitos de toda a cidade!


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Estamos em época de milagres

Diz a minha Mãe e tem muita razão. O fatimense desta casa exultou com a notícia de ontem da eliminação do FCP pelo Fátima. Milagre, certamente.

Milagre também a saída de Santana Lopes a meio da entrevista, após a interrupção feita pela chegada de Mourinho em directo, notícia de suma importância nacional.

Não é frequente o Fátima ganhar ao FCP; também não é nada frequente o Santana Lopes fazer uma bem feita. Mas às vezes acontece.

Fight For Kisses

Gostei tanto que tive que o pôr aqui.

Encontrei-o aqui.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Recomeçou a Operação Triunfo!

E eu tão longe, sem RTPi...

(chamem-me "cursi", se quiserem, mas eu não quero saber. Sou fã, sou triunfeira, gostei tanto da segunda edição! Como é que hei-de fazer agora?)

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Adeus ao sol de Inverno




Diz quem fotografa que não há nada como o sol de Inverno. Devo confessar que também gosto muito do sol das outras estações do ano (talvez mais para ir à praia que para fotografar).

Agora que o Inverno acabou e a Primavera se está a instalar, digo adeus ao frio com estas duas fotografias da Buenos Aires de uma tarde soalheira de Inverno. Digam lá se não é uma cidade fotogénica?

domingo, 23 de setembro de 2007

Sos un bombon parte II

O episódio do bombón do post anterior fez-me lembrar a viagem de táxi na semana passada até ao escritório do Paulo para depois partirmos para Las Leñas.

Cá, nos semáforos, há muita gente a ganhar a vida a vender coisas ou a fazer malabarismos ou afins. Os vendedores de rosas, que, em Lisboa, actuam principalmente nos restaurantes e nas ruas do Bairro Alto, aqui estão no meio do trânsito, sobretudo nos semáforos.

Estávamos nós num sinal vermelho e vem um senhor vender-me rosas.

"-Una rosa, bombón?"

Eu, pela janela semi-fechada, ri-me, agradeci e disse que não.

Mas o taxista não perdoou:

"-Ellos dicen lo que sea para vender, pero la verdad es que no se equivocó: sos un bombón!"

Se precisarem de tradução, avisem.

Sos un bombon

Cenário: restaurante de bairro, aqui perto de casa. Estou a tentar escolher a sobremesa e chamo o empregado para lhe fazer algumas perguntas.

"-Perdoná, el bombón suizo que es?
-Es como vos!"


Traduzo, para que não restem dúvidas: pergunto ao empregado o que era um "bombom suíço", ao que ele responde que é "como tu", ou seja, como eu.

Aqui, pausa.

De repente, um raio de compreensão ilumina-me e começo a rir-me, a rir-me que nem uma perdida. Olho para o Paulo, ele ri-se às gargalhadas com o descaramento do empregado de mandar um piropo destes à frente dele. Depois finalmente começou a descrição do bombom suíço.

Fiquei-me por uma mousse de chocolate.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

air: work in progress

A partir de hoje, vai estar disponível aqui um blog sobre o trabalho que estou a desenvolver. Está escrito em inglês e em português, para que os actuais clientes (portugueses e estrangeiros) o possam ler e, claro, com a esperança de que o grupo de leitores não-lusófonos aumente - e se converta em nova clientela.

Espero que gostem!

Filete porteño

Que grande trabalheira para pôr a imagem ali em cima! Para quem estiver distraído, é a imagem do título do blog. Não consegui pô-la exactamente como queria, mas a batalha entre mim e o HTML não foi totalmente perdida.

É a minha primeira ilustração com base no filete porteño, uma técnica nada e criada aqui em Buenos Aires que era usada nos camiões de distribuição de bens, para os diferenciar uns dos outros. Começou por ser uma aventura lírica de um pioneiro e, como o cliente gostou, passou a ser uma vantagem comparativa em relação à concorrência. Em poucos anos, camião que era camião, autocarro que era autocarro, veículo que era veículo e que se quisesse diferenciar tinha de ter um belo fileteado porteño.

Uma directiva do governo da cidade proíbe actualmente a sua utilização nos autocarros, por alegadamente dificultar a leitura. Então o que hoje temos é panelas fileteadas, chapinhas e caixas para pôr o mate. Bem, há mais coisas, mas não na loucura do antigamente.

Eu gosto do fileteado porteño e por isso decidi estudar um bocadinho mais. Ainda não uso a técnica completa (tinta esmaltada sobre metal, aplicada com pulso firme e pincel fininho), mas pode ser que um dia venha a fazê-lo. Até lá, vou-me entretendo com estas coisas.

Digamos sim à Primavera!

A ida a Las Leñas marcou a despedida do Inverno e a tão desejada chegada da Primavera. Qual tormenta de Santa Rosa, qual carapuça. Enquanto lutava para manter os esquis paralelos e uma pose absolutamente intocável de esquiadora experiente, ouvi o instrutor dizer que a neve estava má porque era aquilo a que costumam chamar neve de Primavera.

Estas palavrinhas, apesar de serem tristes para os amantes dos desportos de Inverno, fizeram desabrochar em mim - qual botão de flor - uma alegria tão intensa que se torna francamente indescritível. Sim, finalmente Primavera! Como explicar? Para mim é Inverno desde Dezembro... estou farta! Em Lisboa, apanhei "um dos Invernos mais frios desde há ...(muitos, não sei quantos) anos". Chego a Buenos Aires e tunfas, outro Inverno fenomenal, com queda de neve na cidade como bónus, como não acontecia há ... (acho que 80) anos. É bonito e tal, mas estou farta. Sinto-me uma sueca que vai a Lisboa em Fevereiro e veste uma camisa com palmeiras, calções e sandálias com meias brancas, só porque está sol e o termómetro marca a loucura de 11ºC.

No ano passado, quando cá estive, notei que havia muitas celebrações na rua relativas ao equinócio. Achei curioso que se celebrasse tanto a Primavera, não estava bem a compreender o entusiasmo de quem tem um Inverno bastante temperado. (Impõe-se aqui um parêntesis: aparentemente, nas culturas latino-americanas celebravam-se os equinócios, não os solstícios como acontece no hemisfério norte. Fecha parêntesis.) Já este ano, estou aí para as curvas! Sim, celebremos a Primavera! Celebremos o tempo ameno! Celebremos os parques, os jardins e o roseiral em flor dos bosques de Palermo! Sim! Sim!

Aaaaah...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O que aprendi no fim-de-semana

Aprendi muita coisa este fim-de-semana.

Primeiro, e talvez mais importante, aprendi a esquiar sem recorrer à famosa técnica de travagem que consiste em se atirar ao chão. Agora já travo. Não com muito estilo, vá, mas já travo.

Segundo, que funciona como alínea do primeiro, aprendi a descer as encostas aos ziguezagues. Já sabia a teoria, claro, mas no ski, como em tantas outras coisas, uma coisa é saber a teoria e outra muito diferente é praticá-la. Percebi que o ziguezague funciona. É cansativo, mas funciona.

Terceiro, que quem manda nos meus esquis sou eu. Era outra daquelas coisas que já sabia em teoria mas que parecia que na prática não resultava assim tão bem. Agora já sei que os posso inclinar um bocadinho mais ou um bocadinho menos, que os posso pôr mais paralelos ou mais concorrentes e que tudo isso tem um efeito prático no deslizamento (ou não) sobre a neve.

Quarto, aprendi o termo "macanudo", pertencente ao lunfardo não sei se argentino se exclusivamente porteño (hei-de averiguar). "Remacanudo", que é ainda mais que "macanudo" só, é a pessoa "porreira". E é o que era o instrutor que me instruiu durante estes dias, um chico cheio de paciência e boa onda que nos levou a descer as pistas lá para cima, pistas daquelas que eu nunca na vida haveria de sonhar descer. E desci!

(Abro um parêntesis para esclarecer aqui uma coisa muito importante: o primeiro instrutor de ski que tive foi o Paulo. Fez um óptimo trabalho, há que dizer, só que não foi ajudado por dois factores: o medo e a neve congelada do último dia em Chamonix. Ainda assim, os ensinamentos dele nessa altura valeram-me para estes três dias e pude rapidamente acompanhar o grupinho das aulas nas incursões a pistas mais difíceis. Ou mais intermédias, talvez seja mais rigoroso. Fecho parêntesis.)

Resumindo e concluindo: foi bom.





sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ai fida

Suspiro.

Apesar de estar contente com a ida a Las Leñas, tenho muita pena de não estar amanhã em Beja, no casamento dos meus primos. Serve o presente post para manifestar o karma de emigrante transatlântico, algo que já conhecia (mas talvez não me afectasse tanto) da vivência macaense.

Vai então um abraço oceânico para os Noivos, com uma lagrimita no olho e o coração apertado. E um beijinho a toda a família. Espero que gostem da minha participação sui generis na boda.

Palavras magicas

Las Leñas: 1ºC con probabilidad de nevadas...

Estas são hoje palavras mágicas para mim e para todos os colegas do Paulo que vamos até Las Leñas passar o fim-de-semana prolongado do feriado dos jaboneros. A viagem começa hoje em direcção aos Andes. Sábado, Domingo e segunda serão três dias de esqui! Chegamos a Buenos Aires na terça pela fresca, eles todos directos para o escritório para mais um dia de trabalho.

Bem, para alguns vão ser três dias de esqui; para outros, como eu, três dias de sobrevivência nos esquis. Iupi!!!!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Tormenta de Santa Rosa

A tormenta de Santa Rosa, ou - em bom português - a tempestade de Santa Rosa, é um fenómeno climático anual que tem lugar no final do Inverno austral, ou seja, agora. E é um pouco como deus: é omnipresente e omnipotente. Por esta altura, claro está.

Em Iguaçú apanhámos um frio, mas um frio!, de rachar. Um frio frio, com chuva e vento à mistura. A água das cataratas vinha mais quentinha que o ar... Aparentemente a tormenta de Santa Rosa não chegou lá, mas causou o frio.

Este fim-de-semana que passou, Buenos Aires - onde há apenas dois meses nevou - foi inundada por uma onda de calor de trinta graus centígrados. Que fazer com isto?

É bom saber que esta onda de calor é normal e se deve à já célebre tormenta da Santa e não às alterações climáticas e à chegada do homem à lua e consequente mexidela lá nas antenas. Diz que é normal, que é a chegada da Primavera, que agora desce outra vez a temperatura e começa a subir gradualmente.

Estamos à espera, mas já deu para ver que vai ser o cabo dos trabalhos para secar a roupa lavada.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Agora que sou seculo XXI...

...não dá para não comentar duas, ok, três notícias que vi no Público (aliás, vi no Google Reader, por isso é que sou século XXI, 2007, e não século XXI, 2001).

A primeira é a da morte do Luciano Pavarotti. Foi com pena que a li, sobretudo porque nunca pensei que um homem daquele tamanho (hmmm... literal e metaforicamente) pudesse morrer. Pois, bem sei, é idiota. Mas não pensei mesmo. Fica na minha memória como um cantor lírico que não só abriu as portas da música "erudita" à música "pop" e vice-versa, como também se fartou de fazer algo pelos que não tinham maneira de ir ver os concertos dele.

A segunda é da ideia de José Saramago fundar uma nova Ibéria em que Portugal e Espanha são estados federados. Bem, como dizer, não quero entrar no óbvio da nossa independência de Espanha já há algum tempo. Penso que já ultrapassámos essa fase. Mas, honestamente, que sentido faz federalizar dois Estados dentro da União Europeia? Não é a União já um caminho para a federação de todos os Estados? Os bascos querem a independência, José Saramago a fusão...

A terceira é boa: não é que Portugal está no sétimo lugar do ranking mundial da modalidade "Governo Electrónico"? Estamos sempre tão habituados a estar na cauda de todas as listas (sejam elas quais forem) que este sétimo lugar mundial (e segundo europeu) é uma surpresa e uma alegria. A mim, facilita-me bastante a vida dado agora estar deste lado do lago Atlântico. Só falta mesmo é ser possível pagar a contribuição à Segurança Social através da Caixadirecta. Para quando?

(e agora um pequeno parêntesis, sobre outra notícia do Público: um motard a fazer um rali por estas bandas teve um acidente em "Antofagasta, a cerca de 300km de Buenos Aires". Alguém explique ao jornalista que Antofagasta não só fica no Norte do Chile como também a muito mais que 300km de Buenos Aires. 300km cá não são nada, são pinhões.)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Terminou a chilly season

Diz que sim. Espero que sim.

Com a chilly season foram também todas as visitas, que trocaram a silly por esta. Acabaram-se os dias de trabalho de turista, de passeios pela cidade e também pelo país, em que a planificação das actividades incluía inevitavelmente os restaurantes a visitar e os pratos novos a experimentar, os monumentos a ver e as ruas a percorrer.

O saldo é positivo: pisei apenas dois cocós, vi muitas coisas novas, comi pejerrey e visitei as quedas do Iguaçú, que elejo como o mais excitante de tudo. E recebi muitos, muitos miminhos, também em forma de favas e de ervilhas com ovos escalfados. Só para apreciadores!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Vamos a La Plata oh oh oh oh oh








Campanhas


Amanhã começam sessenta dias de campanha eleitoral para as presidenciais argentinas.

A Cristina aparece na fotografia com o rímel todo empastelado, parece uma boneca (poderia parecer qualquer outra coisa? A dúvida persiste). Os outros candidatos... ora, que dizer? Os argentinos encolhem os ombros; eu divirto-me com estes disparates.

A Argentina é um país único


E estas coisas só podem acontecer cá. Ou em Macau, que também é um território único. Uma das coisas de que me lembro de me dizerem sempre no início da estadia lá era que, em Macau, só faltava ver porcos a voar. Pois isso aplica-se na perfeição à Argentina, com todas estas idiossincrasias locais. É giro.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Agora sim

Estava totalmente no início do século XXI a ler blogs, chamemos-lhe, "manualmente". Sim! Manualmente! Ou seja: ia à minha lista de blogs preferidos e clicava naqueles que me interessavam, um a um, e ia lê-los.

Não, que tremenda perda de tempo! (como se ler blogs, à partida, não fosse isso mesmo...)

Agora, sou toda uma nova pessoa, uma leitora actualizada, completamente Agosto de 2007, porque leio blogs a partir do google reader. Graças à paciência do Nuno, que deve ter ficado exasperado por me saber tão desfasada da realidade.

Estava à procura de uma categoria para classificar este post e não há nenhuma na minha lista que se adeque. Mas também se criar uma com o nome, digamos, "tecnologia", corro o risco de este post nunca vir a ter companhia lá!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Quebrada de Humahuaca











O que há de lindo em Jujuy está fora da cidade, mas dentro da província, que se divide em zonas turísticas de acordo com os ecossistemas. Têm a zona de selva, a zona dos vales, a zona dos salares e a da Quebrada de Humahuaca, que foi a que visitámos.

É uma paisagem desértica, seca, poeirenta e ventosa, mas o olhar nunca se cansa. Nem sequer posso dizer que a cada curva temos uma vista linda, porque a estrada raramente tem curvas. Mas a vista, essa, é sempre linda. Linda na sua versão abandonada, hostil e luminosa, tudo em partes iguais. No aconchego do aquecimento do carro, não sentimos o frio nem o vento, apenas o ar seco. Sequíssimo, na verdade, a humidade não ultrapassa os vinte e poucos pontos percentuais. A temperatura varia entre cerca dos zero graus e os vinte e qualquer coisa a meio do dia. À sombra, treme-se, seja a que hora for. Para combater a amplitude térmica, as construções típicas dos índios locais são construídas em adobe e têm a capacidade de manter a temperatura interior entre os 15º e os 20º C.

A pouca vegetação resume-se a cactos e a plantas espinhosas mas, segundo nos conta Omar, o guia turístico mais nostálgico da sociedade patriarcal que alguma vez conheci, a terra é tão fértil que basta atirar as sementes à terra. E regar com a (pouca) água do Rio Grande (que talvez seja grande em comprimento, não em caudal, pelo menos em dez dos doze meses do ano).

Ao longo da estrada, surgem aqui e ali uns aglomerados urbanos. Custa acreditar que haja quem viva aqui, todo o ano, por escolha própria. Mas sim. E muitas das aldeias foram posteriormente colonizadas pelos espanhóis, com o seu característico urbanismo ortogonal, praça de armas, igreja e cabildo.

O mate de coca faz o seu quinhão para ajudar a aclimatização (rima e é verdade), mas a altitude e a secura dão-me sonolência. Acrescido ao facto de a noite ter sido dura com a noite mal dormida na residencial. Adormeço no caminho de regresso, mas só depois de me certificar de haver visto a paleta dos pintores, uma sucessão de formações geológicas coloridas pela combinação vencedora dos minerais.

À chegada a Jujuy, a alma cheia de espaço e de paisagem; a mente já ocupada a pensar na última noite de Rio de Janeiro, a residencial de todos os horrores.

Do melhor


Jujuy é tão feio, tão triste e tão seco que este é um dos pontos altos da cidade.

Não vale a pena ficar lá a dormir, sobretudo se tiverem o azar de seguir o Guide du Routard e forem para a Residencial Rio de Janeiro. A única coisa que vale a pena é a comida. Óptima. Como sempre.

Padroes de Salta











sábado, 4 de agosto de 2007

A menina Salta?

Salta la Linda esteve linda esta semana. Menos linda esteve Jujuy, a última "grande" cidade argentina antes da Bolívia. Talvez também devesse pôr "argentina" entre aspas, porque aquela Argentina é completamente diferente desta daqui de Buenos Aires. Ou então aqui é que é uma Argentina entre parêntesis, uma bolha de gente, negócios e algum dinheiro.

Em Salta comemos empanadas, humitas e tamales, já para não falar do fantástico locro (que, dependendo da receita, tem um pouco mais - ou demais - cartilagens e ossos a dar o gosto ao estufado em forma de sopa). É uma pequena cidade de interior, que, tal como a capital federal, se divide por eixos que definem a contagem dos números das portas. Para baixo do eixo, tal como aqui, a cidade tem claramente menos dinheiro e é feita de pequeno comércio, oficinas e residências mais modestas. Para cima do eixo, todo um outro mundo: o centro histórico colonial e casas lindas, algumas apalaçadas.

Está rodeada de montanhas - os Andes - e no centro há um teleférico que sobe ao topo do cerro de São Bernardo. De lá, vê-se tudo. A cidade é pequenina, e na brochura que o teleférico faculta vem uma plantinha com os pontos de interesse. Na lista, até supermercados aparecem, a par da estrada para San Antonio de los Cobres e da Catedral.

As igrejas são lindas - a Catedral de Salta enfia a de Buenos Aires num chinelo - mas sempre com a bandeira nacional ao lado da do Vaticano... aqui, a autoridade é uma entidade meio confusa, uma mistura de Estado e Igreja.

De Jujuy não vale a pena falar muito. Noutra altura, uma palavrinha sobre a sinistra residencial onde ficámos alojadas e a onda esfumada de surrealismo sem limites do "dueño". Noutra altura.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

As despedidas

É tão bom termos visitas mas depois custa despedirmo-nos!

A Sílvia e o Ricardo foram hoje embora e foi com "uma lágrima no canto do olho" (dizer a cantar, como os Tubarões) que me despedi deles lá em baixo, junto ao táxi para o aeroporto. Foram dias de verdadeiro prazer! Pequenos-almoços com medias lunas (os croissants de cá), jantares de empanadas no Sanjuanino seguidos (sempre) de gelado de banana do Freddo, pão de espécie... ai, fida!

O serão de despedida foi na Viruta, onde finalmente dei os meus primeiros passos de tango. O Ricardo salvou-me das insistências de certo neo-zelandês até à chegada do Paulinho, com quem pude praticar o abraço tangueiro. Com a Sílvia concluí que o tango parece ser mais fácil que a salsa, pelo menos a um nível básico, e que requer menos meneio de ancas. E mais agarração!

E hoje a casa parece tão vazia...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Feria del Libro Infantil

Hoje foi dia de feira. Começou meio torto com o frio, a chuva e a ida em vão até ao centro de exposições "La Rural". É um centro de exposições absolutamente enorme, com duas entradas nos dois extremos das instalações que, de acordo com a escala americana, ficam a muitos, muitos minutos a pé uma da outra. Na segunda entrada, e depois de entrar num parque de estacionamento e encontrar finalmente um segurança que nos soubesse informar, ficámos a saber que a feira do livro infantil estava noutro pavilhão... pertíssimo de casa.

Lá nos metemos num taxi e finalmente chegámos. Foi com alívio, confesso, que ouvi algumas pessoas a contarem que tinham ido à "Rural"... Encontraram o mesmo que nós, a montagem de uma feira de gado!

No espaço da feira, havia stands da responsabilidade de diferentes entidades: editoras, institutos e escolas, organismos estatais. Aqui e ali, havia uma clareira onde decorriam espectáculos com malabarismos, cantorias e até ginástica! Como fomos de manhã, não apanhámos muitos ateliês de actividades artísticas, mas dava para perceber espaços dedicados ao conto de contos e também às pinturas. Havia várias bibliotecas, que tinham um pouco de tudo, e que expunham os livros sem estarem à venda.

Confesso que fiquei um pouco desiludida... não tanto pela quantidade de livros expostos mas sim pela qualidade da ilustração, do design e da encadernação. Havia histórias com ilustrações lindas, mas encadernações e papéis feios; havia livros de capa dura e papel de muita qualidade com ilustrações feias e texto mal imposto... Que pena!

Mas, lá no meio, encontrámos algumas verdadeiras pérolas. Um deles era um livro-almofada; outro, sobre os opostos, mas com touros. E o terceiro, o que mais de perto me falou, foi um sobre pulgas. É verdade.

Visitas

No Domingo chegaram as primeiras visitas e, de agora até Setembro, esta vai ser uma casa cheia! Os pequenos-almoços são agora partilhados com viajantes, em vez da televisão. Ao jantar, temos sempre a mesa cheia! Já não me lembrava de como era cozinhar para mais pessoas. E há que dizer: até nem tenho cozinhado porque não só o Paulinho o faz com muito mais gosto que eu, como também estes dois amigos parecem umas verdadeiras formiguinhas trabalhadeiras a pôr mesa, levantar mesa, lavar a loiça, aquecer jantar, cozinhar...

Vivam as visitas!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Sai do video!

Isto é o que me diz a Carolina quando falamos no Skype, com a câmara ligada.

A Carolina já pede para ligar o Skype, mas quando se depara com a chamada, já não acha tanta piada. Afinal a Bi está só no ecrã, que ainda para mais é frio, parece de plástico e não responde aos beijinhos que ela dá. Aí começa o disparate: cansa-se da converseta, mas que coisa é esta de estar a fazer como faz o pato para alguém que fala segundos depois de ter aberto a boca? Ainda para mais, ó Bi, tu sabes perfeitamente como é que faz o pato, portanto olha: "cuncunco!", que é como quem diz "não estou com paciência e tudo o que me perguntares daqui para a frente vai ser cuncunco.".

Às vezes, há soluções bastante engenhosas para dar a volta ao texto: o Avô põe o computador em cima da mesinha onde ela faz os seus desenhos. E assim lá me vai contando: "um sol", a cor do lápis é "amaielo" e "olha o lápiche pequenininho".

Vou matando as saudades e vendo (e ouvindo) os progressos da minha sobrinha. Os caracóis vão-lhe crescendo e há sempre um mais selvagem que lhe cai para a testa. Todos os dias tem uma palavra nova. Ontem perguntou-me: "ó Bi, que é isto, xabes?". Ou então diz: "é giro, não é?".

Não só é giro como também é super giro, re-giro, mas eu estou cá tão longe e fico sempre com um sabor agridoce na boca: viva o skype por nos permitir ver imagens pixelizadas das sobrinhas lindas (e do resto da família, claro) e fora o skype por não nos deixar sair do vídeo quando a nossa sobrinha pede.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Quem é que aguenta isto?

Está um "piiiiiiii" tão agudo a tocar há uns minutos. Ao princípio não se nota, mas quando finalmente se nota, torna-se um som perfuranto-horribilis dos ouvidos.

Vou ter mesmo de recorrer aos tampões. Misericórdia!

Ades cá vir


O meu novo vício, intercalado com o Cachamai, é o Ades de morango e kiwi, edição de Verão.

O Verão já se foi há muito, muito tempo (para mim já terminou em Setembro do ano passado, quando vim de férias para a Argentina), mas a bebida ficou. Felizmente: é uma bebida de soja com morango e kiwi. Boas notícias para quem não gosta de leite de soja: não sabe a leite. Boas notícias para quem gosta de morango: sabe muito a morango e pouco a kiwi. Estou absolutamente rendida. Não. Estou viciada. As instruções nesta casa são: "quem vai ao super, traz Ades de morango". E assim vou repondo o stock.

Ainda por cima, tem o nome certo para o trocadilho, que mais poderia eu querer?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

O cachamai é uma instituição


O cachamai é um chá argentino. Quem diz chá diz infusão: uma infusão de várias ervas digestivas, dizem eles.

Eu digo que é um chá mnham que voou em poucos dias. Cá em casa já tem música (a do Dartacão) e canto-a sempre que vou aquecer a água e preparar o bule. Já que não aderi ao mate, adiro ao cachamai e sinto-me integrada. E já sei que quando me for embora da Argentina vou ter de levar um carregamento. Até porque me quer parecer que a Carolina, fã de "chachinho", vai gostar!

Cavalheirismo existe

Ando há algum tempo para escrever um post sobre este assunto, o cavalheirismo, e agora, que estou a fazer uma pausa no trabalho, chegou o momento.

Da primeira vez que me deparei com isto, não percebi realmente o que se estava a passar, pareceu-me mais uma hesitação. Falo da fila para o autocarro. Os argentinos, um pouco como os portugueses, fazem filas para tudo, sobretudo nos supermercados. Neste cenário, o panorama é sempre assustador: meia hora de espera para pagar é algo bastante comum. Embora seja muito chato, compreendo que as pessoas tentem passar à frente...mas a tarefa não é nada fácil, porque quem espera desespera e quem desespera tem olho de lince, ouvido fino, pé leve e cotovelo aguçado para espantar os penetras.

Quando chegamos à fila do autocarro, talvez porque passem tantos e a oferta seja abundante, as coisas invertem-se. Os homens, pura e simplesmente, não sobem para o veículo (devia dizer "não escalam o veículo", porque é disso que se trata) enquanto houver uma mulher à espera. É mesmo verdade. Deixam passar as senhoras t-o-d-a-s antes de entrar. E se calha a estarem em primeiro lugar na fila, olham para trás para ver se há mulheres à espera.

Da segunda vez que me aconteceu é que percebi bem o que se estava a passar. Ofereci ao simpático cavalheiro a passagem, mas claro que ele não aceitou. Confesso que me senti um pouco constragida, que isto das filas para os autocarros lisboetas deixam calo na consciência de uma pessoa. E agora, enfim, já me adaptei a esta situação.

Tenho duas teorias, mas desde já aviso que gosto mais da primeira: é cavalheirismo puro e duro e os homens fazem isso porque, a maior parte das vezes, os autocarros retomam a marcha antes de toda a gente subir e antes de poderem fechar as portas.

Ou então é para poder olhar para os traseiros das mulheres.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Exames

Há já algum tempo que não tinha que estudar nem tinha exames de nada e por isso agora até sabe bem pôr à prova os conhecimentos adquiridos no curso intensivo de castelhano que agora termina. Hoje foi dia de exame oral, amanhã é dia de exame escrito. Só espero não me distrair e não fazer daqueles erros super parvos em coisas perfeitamente simples. Sou bastante especialista nisso.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Entretém de Inverno


Nos serões de Inverno há coisas que vêm mesmo a calhar: um chazinho quente, uma mantinha e um puzzle. Acho que este vai dar para alguns dias...