29 de maio de 2006

A Arte oriental do Bonsai

O que é Bonsai ?
Bonsai é a arte oriental de miniaturizar plantas.
Começou na China, por volta de 202 a.C., sendo no Japão que se tornou uma alta forma de expressão artística.



Seu nome em japonês, Bonsai, significa "cultivado em bandeja".

Sendo uma arte viva, torna-se uma obra nunca terminada, em constante transformação nas mãos do artista, fonte inesgotável de inspiração e meditação.

A relação entre o artista e o Bonsai, se traduz num eterno namoro entre homem e natureza, onde cada passo leva a uma nova descoberta.
Neste ambiente de integração e paz, a longevidade do Bonsai une gerações em busca de novas formas e amigos.

Sendo uma arte oriental, teve seu despertar no Brasil com a imigração japonesa que junto com as famílias traziam pequenas maravilhas, talvez uns poucos exemplares, mas suficientes para manter viva a arte do Bonsai.

Durante anos seu cultivo ficou restrito a essas famílias e seus descendentes.


Com a convivência das culturas que se mesclaram, o conhecimento do Bonsai se difundiu em torno das colônias japonesas.

E cada vez mais se expande, trazendo não só a beleza artística da obra, mas o seu objetivo principal, que é a integração Homem/Natureza.


20 de maio de 2006

Guignard - Paisagens imaginárias

Festa de S. João - 1939
Certa vez, perguntaram a Alberto da Veiga Guignard como ele sabia que havia terminado um quadro.
"- Quando ele faz " Tiiim...", respondeu o pintor.
Sempre visto como um menino ingênuo, era também simples no seu modo de viver e trabalhar.

Paisagem imaginária - 1947

Nascido em Nova Friburgo (RJ) a 25 de fevereiro de 1896, aos 21 anos matriculou-se na Real Academia de Belas Artes de Munique (Alemanha) e foi influenciado pelo expressionismo.

Em 1929, retornou ao Brasil e, a convite de Juscelino Kubitschek, prefeito de Belo Horizonte na época, mudou-se para Minas Gerais em 1944 para ministrar cursos de pintura.

A partir de então, Guignard foi reconhecido por retratar as montanhas mineiras e as cidades históricas do interior.

Uma de suas marcas registradas eram os balões de São João.


Floresta Tropical - 1938


Vaso com flores - 1935

Nos anos 50, o alcoolismo fez com que passasse a depender da ajuda de alunos para comer e morar.
Muitas vezes, precisou ser carregado para a casa pelos amigos.

Chegou a trocar obras-primas por pratos de comida ou garrafas de bebida, até que, a 26 de junho de 1962, morreu de parada cardíaca, no Hospital São Lucas (MG).


Menino - 1941

Para sair do sufoco financeiro, usava uma tática infalível.

" Pinto um Santo Antônio e vendo barato. Há sempre moças solteiras dispostas a comprar ", dizia Guignard.

Sortuda a solteirona que um dia comprou um Santo Antônio de Guignard.

As Gêmeas - 1940

A Galeria PROCHOWNIK está hoje no site NO MINIMO .

13 de maio de 2006

Cinelandia



Na década de 60, eu estava na Lanchonete Flakes, na Av.Copacabana, quando alguém me bateu nos ombros e me chamou para trabalhar no cinema.
Sim, era Adrian Samailoff, um diretor russo que estava procurando novos artistas para trabalhar em seu próximo filme brasileiro, chamado “Garota Mineira”.
Eu não tinha nenhuma experiência como ator, mas aceitei. E depois de alguns testes, surpreendentemente fui contratado.


O cinema era ainda rudimentar no Brasil.
As filmagens eram na sua maioria externas. Algumas cenas eram rodadas em uma distante e deserta Barra da Tijuca e outras no então super chique hotel Quitandinha, em Petrópolis.


Parte do meu trabalho, além de atuar, também era transportar membros da equipe e o material de filmagem, em meu Buick conversível.
A história do filme girava em torno da disputa de 3 rapazes por uma linda garota ( a mineirinha do título), que era a Vera Nunes, uma starlet da época.

Eu era um deles, além de Helio Souto e Fernando Amaral.


O filme estreou com sucesso no Cine Odeon, um dos maiores cinemas cariocas, que permanece ainda hoje na Cinelandia, centro do Rio.

Eu, que ainda não era nada low-profile, no entusiasmo da juventude, ficava dando autógrafos na noite de estréia.


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Essa foi a minha experiência como ator de cinema nacional.

Apesar de ter me saído razoavelmente bem, nunca cheguei à Hollywood.


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6 de maio de 2006

Cícero Dias – 100 anos

Artista brasileiro de grande renome internacional, Cícero Dias combina as mais autênticas tradições pernambucanas com a essência universal da arte.
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Desde a infância, escolheu o caminho da pintura.

Nos 30 primeiros anos de vida trabalhou com aquarelas de grande beleza e colorido.

De sua cidade natal, veio para o Recife e, em 1925, foi para o Rio de Janeiro, estudar arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes.


Foi no Rio que Cícero Dias estreou profissionalmente, expondo seus trabalhos pela primeira vez.

A exposição aconteceu em 1928 e, naquela época, havia grande desconfiança em torno do tipo de pintura que ele fazia e quase nenhuma galeria carioca tinha interesse pela arte moderna.

Em 1937 Cícero Dias foi morar em Paris e recebeu forte influência do meio artístico europeu.

Rachou um telefone com Picasso e deve ter conhecido a maior parte dos artistas e intelectuais da época, quando Paris era, inegavelmente e incomparavelmente, a capital cultural do mundo.

"À la plage"- 1942 - Lisboa

A terceira fase é cheia de temas nordestinos, pintados nas freqüentes viagens a Recife e evoca lembranças de infância e de sua vida aqui em nossa cidade.

Um grande painel de Cícero Dias, no Museu Nacional, tem o título de " Eu vi o Mundo... ele começa no Recife ".

"Eu vi o Mundo... ele começa no Recife"


Cícero morreu em Paris, a 28/01/2003.

Em 5 de março de 2007, o grande artista pernambucano completaria 100 anos.

2 de maio de 2006

Tenreiro

Joaquim Tenreiro (1906-1992) foi o "pai" do mobiliário moderno no Brasil.
Elaborar um móvel brasileiro ainda não era um hábito comum na primeira metade deste século. E a tarefa, numa dessas curiosidades da vida, coube a um português.
Radicado no país, Tenreiro se dedicou a explorar todas as possibilidades da madeira (principalmente o jacarandá) e das matérias-primas nativas (como a palhinha), para criar um mobiliário limpo e elegante.


O artista nascido em Portugal, mas radicado no Brasil, atuou como designer, pintor e escultor.

Entretanto, ficou famoso pela sua capacidade de transpor para a realidade do agitado modernismo brasileiro, os móveis de madeira.


Pode-se dizer que Joaquim Tenreiro foi o verdadeiro criador do móvel moderno.

Sua preocupação não era só com a beleza, mas também com o conforto e a funcionalidade dos móveis.

Com um desenho simples, mas de linhas harmoniosas e extremamente refinadas, Tenreiro utilizava materiais de qualidade para criar móveis leves e arejados.




Apaixonado pelas madeiras brasileiras, soube aproveitar como poucos suas belezas.

Usou jacarandá, perobinha do campo, pau marfim, amendoim, cedro, entre outras madeiras nobres.


Tenreiro foi o primeiro a romper com a influência dos móveis portugueses e franceses, impróprios para o clima tropical do Brasil.