Testes de avaliação

Teste de avaliação 2
Auto da Barca do Inferno

Escola

Matriz do teste de avaliação 2 (versão A)

Data do teste Disciplina: Português, 9.º ano Duração do teste

Itens – Cotações Cotações por

domínio
Textos C, Resposta
Domínios Texto A Texto B
D, E extensa Total

1.1 – 4%
Compreensão 1.2 – 4% 16%
oral 1.3 – 4%
1.4 – 4%

2. – 4%
Leitura 3.1 – 4% 12%
3.2 – 4%

4. – 4%
5.5 – 4%
Educação 6. – 4% 28%
literária 7. – 4%
8.1 – 4%
9. – 8%

3.3 – 4% 5.1 – 4%
5.2 – 4%
Gramática 5.3 – 4% 24%
5.4 – 4%
8.2 – 4%

Escrita 10. – 20% 20%

Cotações
16% 16% 48% 20% 100%
Total

Professor Turma

1 O Mundo em Palavras 9
© Raiz Editora, 2023
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Nome N.º Turma Data

Avaliação Professor

Faixa 3
Texto A

O Texto A é um excerto do programa radiofónico Teatro de Bolso, da TSF.

Vais ouvi-lo duas vezes para responderes aos itens 1.1 a 1.4.
Começa por ler os itens a que terás de responder.

1. Assinala com X, nos itens 1.1 a 1.4, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

1.1 O espetáculo Sopro é uma

A. □ das muitas peças em que Cristina Vidal já trabalhou como ponto.
B. □ peça em que Cristina Vidal desempenha o papel de ponto.

C. □ peça especial que assinala os quarenta anos de teatro de Tiago Rodrigues.

1.2 Tal como acontece com Cristina Vidal, João Coelho é um dos
A. □ muitos pontos a trabalhar na Europa.
B. □ vinte pontos a trabalhar em Portugal.

C. □ raros pontos a trabalhar em Portugal.

1.3 A expressão «acabou por ficar “em águas de bacalhau”» é usada por Tiago Rodrigues para se referir
ao facto de se ter adiado
A. □ a ideia que tivera relativamente a uma determinada peça.
B. □ a proposta de vir a integrar o Teatro Nacional Dona Maria.

C. □ a oportunidade de assistir ao trabalho habitual de Cristina Vidal.

1.4 A função de ponto exige

A. □ a memorização de um texto teatral na íntegra.
B. □ a repetição da leitura de um texto teatral na íntegra.

C. □ um conhecimento do texto teatral igual ao dos atores.

2 O Mundo em Palavras 9
© Raiz Editora, 2023
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Lê o Texto B e a nota.

Texto B
O Auto da Barca do Inferno é, sem dúvida, um dos textos mais conhecidos do teatro português. O
primeiro sinal do seu êxito vem do próprio século XVI e traduz-se no facto de ter sido editado
isoladamente (em 1517 ou 1518), muito antes de aparecer na Compilação que, como é sabido, apenas
veio a lume em 1562, um quarto de século após a morte do autor. O seu impacto é ainda certificado pelo
elevado número de edições de que foi objeto ao longo dos séculos, o que lhe confere um lugar destacado
no âmbito de todas as produções vicentinas.
Um dos motivos que explicam um sucesso tão grande e continuado está decerto relacionado com o
facto de se tratar de uma peça centrada no tema da justiça post-mortem1, uma das zonas de curiosidade
mais constantes na história humana.
Um segundo motivo que pode explicar o impacto da peça resulta talvez da própria forma como o
julgamento dos mortos é levado a cabo. De facto, ao contrário do que pode parecer numa primeira
aproximação, na Barca do Inferno, o Além não é visto como um prolongamento da vida terrena. Se virmos
bem, na Barca do Inferno, só depois da morte prevalecem a «justiça plena» e a «verdade clara». Como se
vê em várias personagens que tentam evitar a condenação, as palavras e as atitudes que regem o
funcionamento do mundo nada podem já contra essa nova dimensão da Justiça e da Verdade.
A Barca do Inferno é seguramente a peça que figura no cânone escolar de forma mais regular.
Atualmente, em Portugal, estuda-se no 9.º ano. O aluno aproxima-se de cada uma das personagens para
lhe perceber o significado social e moral. Acima de qualquer outra personagem, porém, os alunos
costumam simpatizar com o parvo Joane. Com ele, com as suas atitudes e palavras de rebeldia obscena se
riram já sucessivas gerações de alunos e professores. Acredita-se até que seja muito por causa dessa figura
estranha mas cativante que Gil Vicente (e este auto em particular) mantém, desde há muito, uma posição
estável nos programas escolares.
José Augusto Cardoso Bernardes, «A Barca do Inferno: o tempo de Gil Vicente e o nosso tempo»,
Universidade de Coimbra online, pp. 7-10 (com supressões)

Nota
1
post-mortem: após a morte.

2. Numera as frases de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual são apresentadas as informações sobre o
Auto da Barca do Inferno.
A primeira frase já se encontra numerada.

O O tratamento particular do tema da peça terá causado impressão.

① Foi publicado isoladamente ainda na segunda década do século XVI.
O A sua temática, em geral, teve a virtude de despertar um interesse especial.
O Uma das suas personagens tem conquistado um público em específico.
O Afasta-se do número de edições das outras peças de Gil Vicente.

3 O Mundo em Palavras 9
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3. Assinala com X, nos itens 3.1 a 3.3, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

3.1 As características da linguagem usada ao longo deste texto permitem reconhecê-lo essencialmente
como um texto
A. □ narrativo.
B. □ descritivo

C. □ expositivo.

D. □ dramático.

3.2 O autor faz referência a «várias personagens» (linha 14) do auto para
A. □ as apresentar como sendo bastante distintas entre si.
B. □ as usar como exemplo de algo afirmado anteriormente.

C. □ descrever pormenorizadamente as suas diversas facetas.

D. □ as comparar com figuras de outras peças teatrais do autor.

3.3 Ainda na sua referência às personagens da peça, o autor refere o que se pretende com a aproximação
dos alunos a essas figuras (linhas 17-18), recorrendo, para o efeito, a uma oração subordinada
adverbial
A. □ causal.
B. □ temporal.

C. □ condicional.

D. □ final.

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Lê o Texto C e o Texto D.

Texto C Texto D
Anjo Que quereis? Joane Hou da barca!
Fidalgo Que me digais, Anjo Que me queres?
pois parti tão sem aviso, Joane Queres-me passar além?
se a barca do Paraíso Anjo Quem és tu?
é esta em que navegais. Joane Samica alguém.
Anjo Esta é. Que demandais? Anjo Tu passarás, se quiseres;
Fidalgo Que me leixeis embarcar. porque em todos teus fazeres
Sou fidalgo de solar, per malícia nom erraste.
é bem que me recolhais. Tua simpreza t’abaste
para gozar dos prazeres.
Anjo Não se embarca tirania
neste batel divinal. Espera entanto per i;
Fidalgo Não sei porque haveis por mal veremos se vem alguém
que entre a minha senhoria… merecedor de tal bem
Anjo Pera vossa fantesia que deva de entrar aqui.
mui estreita é esta barca.
Fidalgo Pera senhor de tal marca
nom há aqui mais cortesia?

Venha prancha e atavio!

Levai-me desta ribeira!
Anjo Não vindes vós de maneira
pera ir neste navio.
Essoutro vai mais vazio:
a cadeira entrará
e o rabo caberá
e todo vosso senhorio.

Vós ireis mais espaçoso

com fumosa senhoria,
cuidando na tirania
do pobre povo queixoso;
e porque, de generoso,
desprezastes os pequenos,
achar-vos-eis tanto menos
quanto mais fostes fumoso.

Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno (versão usada no manual O Mundo em Palavras 9)

4. Descreve a situação criada em palco, que é comum ao Texto C e ao Texto D, referindo também o que distingue os
respetivos desfechos.
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5. Assinala com X, nos itens 5.1 a 5.5, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

5.1 Nos versos 3 e 4 do Texto C, o Fidalgo dá a conhecer o que pretende por meio de uma oração subordinada
A. □ adjetiva relativa.
B. □ substantiva completiva.

C. □ adverbial condicional.

D. □ adverbial causal.

5.2 Já no início da sua resposta à segunda pergunta do Anjo, o Fidalgo (Texto C) omite uma forma verbal que,
tendo em conta o contexto e a caracterização da personagem nesse momento da ação, poderia ser a forma verbal
A. □ Quero.
B. □ Pergunto.

C. □ Sugiro.

D. □ Receio.

5.3 No verso 7 do Texto C, o Fidalgo procede a uma autocaracterização em que reconhecemos um constituinte
com a função sintática de
A. □ complemento direto.
B. □ predicativo do sujeito.

C. □ modificador do grupo verbal.

D. □ complemento oblíquo.

5.4 Ainda de acordo com o que a caracteriza, nos versos 17 e 18 do Texto C, a mesma personagem dirige-se ao
Anjo recorrendo a
□
A. uma forma verbal do presente do conjuntivo com valor imperativo e a outra forma verbal do modo
imperativo.
□
B. uma forma verbal do presente do conjuntivo com valor imperativo e a outra forma verbal do presente do
indicativo.
C. □ duas formas verbais, ambas conjugadas no presente do conjuntivo.
D. □ duas formas verbais, ambas conjugadas no presente do indicativo.

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5.5 Por sua vez, na sua reação às palavras do Fidalgo (Texto C), o Anjo começa por contrapor com uma
A. □ antítese relativa ao que impede a entrada daquele na sua barca.
B. □ personificação do que impede a entrada daquele na sua barca.

C. □ enumeração do que impede a entrada daquele na sua barca.

D. □ comparação relativa ao que impede a entrada daquele na sua barca.

6. Sabendo que cabia aos fidalgos zelar por aqueles que os serviam, explica por que razão as últimas palavras
do Anjo (Texto C) revelam o incumprimento dessa função social por parte do Fidalgo em cena.
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7. Explica em que se distingue o modo como Joane fala com o Anjo sobre a passagem na barca do Paraíso
(Texto C) do modo como o faz o Fidalgo (Texto D).
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8. Assinala com X, nos itens 8.1 e 8.2, a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto D.

8.1 As duas primeiras falas das personagens em cena (Texto D) constituem

A. □ uma redondilha maior.
B. □ duas redondilhas maiores

C. □ uma redondilha menor.

D. □ duas redondilhas menores

8.2 No diálogo com Joane (Texto D), o Anjo usa a palavra «i», que, na sua evolução para a forma atual,
sofreu um processo fonológico designado por
A. □ metátese.
B. □ redução vocálica.

C. □ apócope.

D. □ prótese.

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Lê o Texto E.

Texto E

O teatro gil-vicentino é, essencialmente, um teatro de tipos. O tipo não é uma personagem

individual e bem caracterizada, mas uma figura coletiva que sintetiza as qualidades e os defeitos da
classe, da profissão ou até do extrato social a que pertence. Para que o espectador o pudesse
identificar facilmente, apresentava-se no estrado com elementos distintivos, que tanto podiam ser
um objeto, um animal como até uma ou mais pessoas.

Mário Fiúza, Auto da Barca do Inferno, Porto, Porto Editora, 2017, p. 23

9. Escreve um breve texto expositivo em que te refiras à função caracterizadora dos símbolos cénicos que
acompanham as personagens do Auto da Barca do Inferno que já conheces.
O teu texto deverá integrar:
– uma parte introdutória sobre a função caracterizadora desses objetos;
– uma parte de desenvolvimento em que apresentes, pelo menos, dois exemplos de personagens que se façam
acompanhar de símbolos cénicos, explicitando a sua função em cada caso;
– uma conclusão coerente.

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Resposta extensa
10. É natural que cada sociedade ou que cada comunidade estabeleça os papéis que cabem aos seus elementos,
de modo a assegurar o seu próprio funcionamento.

Escreve um texto de opinião bem estruturado, em que defendas o teu ponto de vista sobre a importância
dos papéis desempenhados por cada elemento da sociedade ou de uma comunidade em específico.

O teu texto, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, deve incluir:
– a indicação do teu ponto de vista;
– a apresentação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista;
– uma conclusão adequada.

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Item
Cotação (em pontos)
Texto A 1.1 1.2 1.3 1.4
4 4 4 4 16

Texto B 2. 3.1 3.2 3.3

4 4 4 4 16

Textos C e D 4. 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 6. 7. 8.1 8.2

4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 40

Texto E 9.
8 8

Resposta 10.
extensa 20 20

Total 100

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