Musica Na Educação Infantil
Musica Na Educação Infantil
Musica Na Educação Infantil
1
(G) Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro SP
[email protected]
2
(O) Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro SP
[email protected]
Abstract. Music is an important didactic and pedagogical tool that if used correctly,
besides providing pleasant moments for the child, contribute to the development of
cognitive, emotional, social and emotional, promoting the individual's well-being.
The music teaching can also help the teacher in the school teaching and learning.
Therefore, this study aims to understand the positives that music can provide for
children from preschool and also understand how the result of the changes caused
by music in the individual can contribute to the child's improvement in several
areas, including school learning as well as understand the way that educators have
used this tool in the classroom. To achieve the objectives were accomplished
research literature nature and also in educational documents. In this regard, it
highlights the importance of reviewing teacher education, in which a more
qualitative and adequate training could encourage the use of this tool in the
education process of children. Thus, this research can contribute to be rethought the
role of music as didactic and pedagogical tool, but one should not only criticize
educators, but also review their training and the resources that it has at its disposal,
trying to give new meaning the music in early childhood education. It is important
for teachers to rethink their role in relation to the practice of music, but policies are
needed to provide further training to educators so they can act with music and also
the best resources to work in the classroom.
Keywords. Child, Music, Development and learning.
Introdução
A palavra música teve origem na mitologia grega denominada MusikéTéchne que quer
dizer a arte das musas, seres celestiais que inspiravam as artes e as ciências e tinham como
seu deus Orfeu, filho de Apolo, o deus da música.
Em consulta ao dicionário Michaelis (2000), encontra-se mais uma de suas definições
“Arte e ciência de combinar sons de maneira agradável ao ouvido; composição musical;
execução de qualquer peça musical; qualquer conjunto de sons e som agradável”.
Porém, defini-la é muito difícil, muitos estudiosos já fizeram diversas pesquisas sobre
sua definição, mas não conseguiram chegar a uma definição concreta. A música é uma
linguagem universal, porém com diversos dialetos e cada pessoa a define de forma diferente e
em cada cultura ela é apresentada de maneira diferente. Em algumas através da fala, outras
através de invocações ou de canto, elas vão além de formas expressivas, ultrapassam a fala e o
canto e se encaminham para os gestos e danças (JEANDOT, 1997).
Saraiva (2013) vem confirmar que a música é uma forma de expressão utilizada pela
humanidade há muito séculos.
A música tem sido utilizada como instrumento para a educação de crianças e adultos
há muito tempo, iniciando nas sociedades primitivas, onde assim como a dança eram
utilizadas para expressarem seus medos, alegrias, inquietações diante da sociedade em que
viviam. As pessoas utilizavam a música como importante instrumento para um bom convívio
na vida em grupo, pois por meio dela estes exteriorizavam suas emoções dançando e
cantando. Eram manifestações muitas vezes simples sem muita sofisticação, mas mesmo
assim importantes para o convívio do grupo (SANTA ROSA, 1990).
Para Marius Scheneider apud Jeandot (1997), a música primitiva não era vista como
arte, mas sim como instrumento indispensável para o convívio das pessoas e era um meio
para expressar suas vontades e seus sentimentos. O homem primitivo usava a música não
somente em algum culto religioso ou algo parecido, estes faziam uso dessa técnica para
agradecimentos a algo ou alguém, elogios, saudações ou até mesmo no momento da caça.
Santa Rosa (1990) destaca o uso da música no antigo Ocidente, aos gregos ficou a
difícil missão de dar valor à música na educação e também à inclusão desta na vida dos
romanos.
Segundo Loureiro (2003) a Grécia desenvolveu dentre várias outras coisas um dos
elementos mais importantes do pensamento musical, o raciocínio matemático. Pitágoras um
dos mais importantes matemáticos da época, na ampliação de suas descobertas percebeu a
relação entre a música e a matemática. Segundo ele, uma fazia parte da outra, explicando
assim o funcionamento do universo. A música era considerada fonte de sabedoria,
indispensável a educação do homem livre.
A autora reitera que as ideias de Pitágoras exerceram uma grande influência sobre o
pensamento grego, servindo de base para as doutrinas de Platão, porém este filósofo tinha um
receio em relação ao efeito que a música poderia ter sobre a vida do homem, que poderia ser
tanto maléfico que poderia levar o homem através de um complexo de emoções não
recomendável ou também benéfico que poderia contribuir de forma eficaz para educação da
juventude.
Para garantir a eficácia da música era necessária ainda atenção especial dos mestres da
música e não somente os cuidados do estado. Nesse processo era necessário que a prática da
música não fosse de forma desinteressada, mas sim que tornasse mais suave e atraente o
apresentada em grandes concertos e teatros que eram muito comuns nos impérios europeus da
época, estava sempre ligada a assuntos políticos ou religiosos.
A autora ainda mostra que no século XVII surge na Europa duas diferentes tendências
no ensino da música, uma dessas tendências era o racionalismo, este defendia o ensino da
teoria musical e a outra, o sensorialismo que tinha preferência pelo ensino da música na
prática. O sensorialismo surge para deixar o século seguinte com um desconforto pedagógico
que Jean-Jacques Rousseau viria de certa forma responder as indagações que esta definição
causaria neste século. Rousseau passa a criar diferentes exercícios para que a música seja
difundida como ensino, esse método criado por ele viria a se aperfeiçoar séculos depois por
Gabim, matemático e músico francês.
Somente alguns séculos depois, mais precisamente no século XIX, na França que o
ensino da música voltaria a ser valorizada e repensada pelos seguidores de Rousseau. Assim
como abordado anteriormente a música também teve sua história no Brasil e a seguir
apresenta-se esse histórico.
1 A Música no Brasil
Segundo o mesmo autor com essa atitude dos jesuítas a relação com os índios ficou
mais estreita por meio da música que era utilizada para catequizá-los. Os jesuítas construíram
aldeamentos que eram chamados de missões que serviam para que pudessem levar sua fé aos
índios e ficarem mais confortáveis no Brasil colonial.
Com o fim da escravidão, em 1888, novos imigrantes europeus chegam ao Brasil
para trabalharem nas lavouras de café e algodão e juntamente com eles trouxeram os ritmos
de sua terra natal como um ritmo chamado Mazurca que foi sendo abrasileirada, tornando-se o
Maxixe. Mas, a música popular brasileira só teria seu auge no carnaval carioca e também com
a chegada do gramofone ao Brasil na década de 1930. E em seguida apareceria o samba
urbano, um dos ritmos mais famosos do Brasil, depois com toda tecnologia que foi surgindo,
a música popular se consolida e surge a imensa variedade de ritmos existentes nos dias atuais
(GODOI, 2011).
O autor reitera que o ensino da música, do descobrimento a meados do século XX,
acontecia de uma forma geral, sem conotação educativa, sem nenhum registro que
esclarecesse uma organização pedagógica do seu uso. Era utilizada pelos padres jesuítas
simplesmente para ensinar a tocar um instrumento (piano, violão etc) ou professar a fé cristã e
como manifestação cultural.
Por um decreto real é regulamentada o ensino da música no Brasil em 1854, este
decreto buscava orientar os professores preparando-os com atividades desta área para serem
executadas com os alunos. No ano seguinte este mesmo decreto legalizou a contratação de
professores de música por meio de concursos públicos, porém os professores não tinham
preparação para sua execução e utilizavam-se da música somente para conter os alunos
(GODOI, 2011).
Loureiro (2003), explica que nesta fase a escola não dava a devida importância à
música, somente a partir da metade do século XX juntamente com a expansão da educação
infantil como instituição educativa é que se pensou em trabalhar a música dentro dos aspectos
culturais e sociais dos alunos levando em conta o ambiente em que ele vive e também utilizá-
la como interação entre disciplinas diferentes.
Diante do breve histórico apresentado, foi possível perceber a evolução que a música
teve no decorrer do tempo, suas diferentes manifestações e também como ela foi inserida na
educação, contribuindo assim para que as crianças tenham melhor desenvolvimento por meio
destes conceitos.
Na próxima seção, apresenta-se seu desenvolvimento na educação infantil, partindo
da relação da criança com a música.
A lei 11.769, de Agosto de 2008, que trata da alteração da lei 9394/96, a princípio, dá
a entender que a preocupação em regulamentar o ensino da música é privilégio dos dias
atuais, mas segundo Loureiro (2003) já havia uma preocupação em regulamentar o ensino da
música em 1854.
De acordo com Loureiro (2003), a música na educação escolar brasileira está ausente
há algum tempo. A lei 5.692/1971 transformou a música em um dos componentes da
disciplina de educação artística e isso contribuiu para que o ensino da música decaísse nas
escolas em função de vários fatores. A prática da polivalência para as artes (um professor para
todas as linguagens artísticas), a preferência dos licenciados pela atuação em espaços
educativos menos problemáticos do que a escola pública e a educação básica, os salários
pouco atraentes, dentre outros, contribuíram para uma ausência significativa da música na
educação escolar desde a década de 1970.
No entanto, com a intenção de superar a pedagogia tecnicista da época e a
preocupação em formar indivíduos criativos que fossem capazes de enfrentarem os desafios
vindos promoveram a reinserção da música nos currículos da escola.
Ainda segundo o mesmo autor, a música na educação brasileira ainda é utilizada
somente como acessório para entreter as crianças, e também para repor algum momento em
que o professor não conseguiu cumprir com o que foi planejado para sua sala; não dando a
devida importância que a música tem como material pedagógico no desenvolvimento e no
aprendizado da criança e também em sua formação humana. Salienta também que as escolas
tentam adequar a inclusão da música em seu currículo, com estratégias muitas vezes
inadequadas, acentuando uma ideia antiga de que esta disciplina não tem o mesmo valor que
as demais.
O RCNEI (1998) reforça esta dificuldade:
Ainda que esses procedimentos venham sendo repensados, muitas
instituições encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao
contexto educacional. Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado
na área da música e nas demais áreas do conhecimento, evidenciado pela
realização de atividades de reprodução e imitação em detrimento de
atividades voltadas a criação e a elaboração musical. Nesses contextos, a
música é tratada como se fosse um produto pronto, que se aprende a
reproduzir, e não uma linguagem cujo conhecimento constrói (BRASIL,
1998, p.47).
Dessa forma, percebe-se a dificuldade que as escolas enfrentam para incluir a música
ao seu contexto educacional, pois a ela não é dado a mesma importância que as demais
disciplinas do currículo, reproduzindo somente aquilo que esta pronto, tendo assim, uma
grande perda para o educando ao qual poderia ser oferecido atividades que estimulassem sua
criação e elaboração musical para que adquiram conhecimentos que acrescente na sua
formação.
Loureiro (2003) ainda destaca que no Brasil somente uma pequena parcela de crianças
tem acesso às aquisições de habilidades musicais. E as dificuldades enfrentadas pela escola
pública não são muito diferentes das da realidade do século XIX, nem mesmo com a
Assim sendo, nota-se que a música na educação infantil tem o propósito de acrescentar
na formação total do indivíduo, portanto a ela deve-se dar devida atenção já que é nessa etapa
que a criança se apropria dos conhecimentos, as atividades devem ter a finalidade de despertar
algo na criança ajudando também na formação de sua personalidade.
Brito (2003) critica as apresentações musicais que se utilizam de movimentos
repetitivos e mecânicos, pois considera que esta prática não acrescenta e não enriquece a
proposta musical dentro da educação, apenas perde-se tempo e impossibilita a criação do
aluno, impedindo-o de fazer qualquer manifestação criativa.
A autora ainda destaca que ensinar música desta forma nada mais é que ensinar a
reproduzir e interpretar modelos já prontos, desvalorizando as possibilidades de improvisar,
experimentar e inventar ferramentas importantes na construção do conhecimento musical.
Para que a música seja eficaz e atinja seus objetivos deve-se trabalhá-la de diversas
formas, como por exemplo, cantos, parlendas, brincadeiras cantadas, cantigas de roda,
sonorização de histórias, manifestações folclóricas etc. Pode-se trabalhar também com
exercícios que permitam o educando experimentar sensações e sentimentos como de medo,
tristeza, alegria e que através de instrumentos oferecidos pelo professor ele expressem esses
sentimentos (SANTA ROSA, 1990).
A música tem como objetivo incentivar a criatividade, já que para as crianças é
oferecido pouco espaço para criar e a música é um caminho muito fértil para tal prática.
Bellochio (2001) apud Godoi (2011) explica:
científicos ligados à física e à matemática além de exigir habilidades motoras e destreza. Ela
ainda é classificada como um dos mais eficazes recursos para uma educação cujo objetivo é a
formação integral do indivíduo.
Segundo Nogueira (2003) inúmeras pesquisas, desenvolvidas em diferentes países,
mais precisamente no final do século XX comprovam a influência da música no
desenvolvimento infantil. A autora ainda salienta que quanto mais estímulos a criança receber
maior será seu desenvolvimento intelectual.
Conforme Nogueira (2003):
De acordo com Correia (2003) apud Rodrigues (2011), a música auxilia os educandos
em sua aprendizagem, auxilia também nos estudos das questões sociais e políticas. O
professor pode utilizá-la como ferramenta didático-pedagógica em diversos segmentos do
conhecimento, de uma forma prazerosa, ela também auxilia no desenvolvimento lógico-
matemático, comunicação e expressão do indivíduo. Sendo assim os currículos poderiam
incentivar a interdisciplinaridade e suas possibilidades dentro da educação.
Correia (2003) apud Rodrigues (2011) afirma que a música auxilia também na
aproximação entre os indivíduos.
Em meio a tantas adversidades, a música como disciplina escolar deve ser considerada
como um avanço no ensino, podendo oferecer a oportunidade de conhecer músicas de boa
qualidade, contradizendo assim as influências negativas que são oferecidas atualmente pela
mídia, que na maior parte das vezes contribuem para a degradação dos valores humanos.
De acordo o autor:
Considerar o amplo acesso que tem à música fora da escola não justifica a
sua falta no currículo escolar, uma vez que essa música chega aos nossos
ouvidos sem nenhuma discriminação e consciência por parte de quem ouve.
Além do mais, é negado ao aluno o acesso a uma área do conhecimento que
certamente poderá levá-lo a desenvolver o potencial artístico criador, além
de permitir que esses desenvolvam uma apreciação musical crítica e
consciente. Armazenar, memorizar informações, conhecimentos estáticos e
descontextualizados não são mais situações possíveis nos dias atuais. O
momento atual requer a valorização da intuição, da criatividade e da livre
expressão do aluno para encarar e lidar com diversas situações ao seu
cotidiano seja dentro ou fora do contexto escolar (LOUREIRO, 2003,
p.142).
incentivo ao educando, reforçando a autoestima deste para que se descubra como um ser
importante. Esse aluno se ajustará facilmente no trabalho em equipe já que a música auxilia
na aproximação dos indivíduos.
Quando o professor utiliza a música como ferramenta pedagógica, além de aumentar
seu conhecimento sobre o assunto também proporciona ao educando momentos agradáveis,
incentivando a expressar-se e desta forma superar o estresse do dia a dia através de momentos
prazerosos proporcionados pela arte.
Para Lima (2008) apud Rodrigues (2011) por meio da música o professor tem a
oportunidade de trabalhar com o aluno de forma que ele possa compreender um conteúdo e
apropriar-se do conhecimento de forma mais prazerosa. Esta pode ser utilizada desde bebês à
adolescente, pois é um excelente meio de aproximação entre o professor e o aluno, facilitando
seu relacionamento.
O RCNEI (1998) destaca a importância da música no desenvolvimento e na
aprendizagem das crianças na educação infantil, nele diz que a música é uma linguagem
lúdica e quando o professor utiliza desta ferramenta torna o ensino mais atrativo para o
educando, já que ela proporciona momentos de muito prazer para as crianças. Portanto, ela
pode ser uma importante ferramenta no processo de ensino aprendizagem e um rico
instrumento de socialização e comunicação entre os indivíduos.
Nogueira (2003) ressalta que a linguagem musical tem sido apontada com uma das
mais importantes áreas do conhecimento a serem trabalhadas na educação infantil, juntamente
com a linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da matemática e das ciências
humanas e naturais.
A autora afirma que em países com mais tradição que o Brasil na educação de crianças
pequenas, a música tem grande destaque nos currículos, como é o caso do Japão e dos países
nórdicos. Em países como estes os educadores tem um espaço considerável em sua formação
reservada para sua formação musical e também a prática de algum instrumento, além disso,
aprendem um grande repertório de canções. Isto é para nós educadores um grande problema,
pois o espaço reservado à música em nosso currículo é ainda muito pequeno, quando existe. É
necessário que se invista mais em formação musical de nossos educadores da Educação
Infantil para que realmente possa se obterem melhores resultados na educação das crianças.
Portanto, para que se possa utilizar a música da forma correta na educação infantil é
necessário que se valorize mais essa ferramenta dentro do processo de desenvolvimento da
criança, reservando um espaço maior em seu currículo e investir mais em formação musical
para os educadores.
Considerações finais
Referências