A história do jornalismo produziu uma série de leituras sobre o evento identificado com a Gênese ou a invenção da profissão. Dentre estas, podemos distinguir uma que, tomando como ponto de partida a “cultura de notícias” na Itália...
moreA história do jornalismo produziu uma série de leituras sobre o evento identificado com a Gênese ou a invenção da profissão. Dentre estas, podemos distinguir uma que, tomando como ponto de partida a “cultura de notícias” na Itália renascentista lá encontra o primeiro esboço do jornalismo, e outra que descobre essa mesma arquitetura profissional no desenvolvimento de padrões textuais normatizados por uma técnica, na Era Industrial. Utilizando essas duas versões como ponto de partida, este artigo pretende fornecer uma noção mais precisa do fenômeno jornalismo, a partir da busca por uma mentalidade de época, configuração de público, exercício de crítica e liberdade de imprensa. Parte da ideia de que não se pode, efetivamente, fazer uma história do jornalismo sem analisar suas preocupações institucionais e contextuais, sua recepção pelo público e a criação de convenções e estruturas discursivas fortemente dependentes do mesmo público – nunca estagnadas ou metafísicas, já que perfeitamente mutantes. Noutras palavras, busca demonstrar que não é possível fazer uma história do jornalismo independente da própria História.