RESUMO Esta dissertação investiga processos criativos e pedagógicos nas Dança de salão (DS) com ênfase em aspectos tratados como condução. Danço aqui, através da necessidade de compreender articulações e sensações nestas práticas, com o...
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Esta dissertação investiga processos criativos e pedagógicos nas Dança de salão (DS) com ênfase em aspectos tratados como condução. Danço aqui, através da necessidade de compreender articulações e sensações nestas práticas, com o escopo conceitual da filosofia do processo nos trabalhos de Erin Manning, Brian Massumi e seu fundador Alfred N. Whitehead, bem como com a filosofia da diferença em Gilles Deleuze e Félix Guattari. No trabalho de pesquisa-criação apresento uma revisão bibliográfica do campo a partir de artigos, dissertações e teses brasileiras entre 2010 e 2020 sobre DS e dialogo com minhas perspectivas junto à Grão Cia de dança, à parceria com a artista Maria Claudia Reginato e a performance-diálogo Karma e no estudo de pedagogias em movimento através do projeto aulas-entrecruzadas. Exploro aqui uma política imanente à condução baseada em políticas táteis engajadas na relação e reflito sobre uma ética dos devires que atesta pelo direito a diferenciar-se e individuar-se de dentro da dança-dançada. Desenvolvo assim o conceito de condução-em-formação, que sugere condução como um conceito múltiplo e ressonante para pensarmos um fenômeno mais-que-humano, complexo e que envolve toda a ecologia das relações e espaços de dança (para além das técnicas, códigos e formas previstas nas DS tradicionais). Defendo aqui que já existem múltiplos movimentos em processo de condução, a partir da ressonância entre os corpos vibráteis e planos de pré-movimento, pré-forma e pré-linguagem; fenômeno onde se corporificam movimentos já em movimento e que tornar-se-ão proposições possíveis de serem validadas pelas(os) dançantes, conceito que desenvolvo como conducorporificação. Por fim, construo a proposição de um movimento do pensamento para uma DS mais-que-DS. Uma DS esboçada por entre possibilidades de proposições em movimento e através de decisões situadas no instante. Dessa forma, alcanço a noção fundamental de autonomia da condução, indicando uma DS sempre-mais-que-a-duas/dois dançada através de sempre mais-que-uma-proposição possível para ambos os corpos.
Palavras-chave: Condução. Proposição. Danças de salão. Estudos da Dança. Filosofia Processual.
ABSTRACT
This dissertation investigates creative and pedagogical processes in Social Dances with emphasis on aspects treated as leading and following techniques, that in Brazil is called "condução", reason why I choose to translate here as "conduction". I dance here, through the need for understanding articulations and sensations in these practices, with the conceptual scope of process philosophy in the works of Erin Manning, Brian Massumi and its founder Alfred N. Whitehead, as well as with the philosophy of difference in Gilles Deleuze and Félix Guattari. In the research-creation work I present a bibliographic review of the field, based on Brazilian articles, dissertations and theses on Social Dances between 2010 and 2020, engaging it in a dialogue with my perspectives within Grão Cia de dança (Grão Dance Company), the partnership with artist Maria Claudia Reginato and the performance-dialogue Karma (performance-dialogo-Karma) and in the studies of pedagogies in movement through the project aulas-entrecruzadas (crossed-lessons project). Here I explore an immanent politics of conduction based on tactile politics engaged in relation and I reflect on an ethic of the becoming that attests to the right to differentiate and individuate oneself from inside the dance-danced. Thus, I develop the concept of conduction-in-formation which suggests conduction as a multiple and resonant concept to think of a more-than-human and complex phenomenon that involves all the ecology of dance relations and spaces (beyond the techniques, codes and forms prescribed in traditional Social Dances). I defend that there are already multiple movements in process of conduction, emerging from the resonance between the vibrating bodies and the planes of pre-movement, preform and pre-language, a phenomenon where movements already in movement are embodied and become possible propositions to be validated by the dancers, a concept that I develop here as conductembodiment. Finally, I construct the proposition of a movement of thought for a Social Dance more-than-social Dances. A dance sketched out in-between the moving possibilities of propositions, by situated decisions in the instant. In that, I reach the fundamental notion of the autonomy of the conduction process, indicating a Social Dance (danced in two people) as danced in always-more-than-two by always-more-than-one proposition possible for both bodies.
Key words: Leading and following. Propositions. Social dances. Dance Studies. Process philosophy.