Os três primeiros livros de poemas machadianos, Crisálidas (1864), Falenas (1870) e Americanas (1875), carregam, dentre outros, o traço das epígrafes como um ponto em comum. Crisálidas, que no ano de 2014 comemorou seu 150º aniversário,...
moreOs três primeiros livros de poemas machadianos, Crisálidas (1864), Falenas (1870) e Americanas (1875), carregam, dentre outros, o traço das epígrafes como um ponto em comum. Crisálidas, que no ano de 2014 comemorou seu 150º aniversário, será o mais recheado delas, são quatorze os poemas que contam com epígrafes, de modo que o longo -Versos a Corina‖, de seis partes, conta com uma epígrafe para cada parte. Dentre esses poemas está -Ludovina Moutinho‖, uma elegia com epígrafe retirada do poema também elegíaco -A D. Telo que mataram na Índia‖, de Luís Vaz de Camões. A leitura dessas duas composições nos permite estabelecer uma série de diálogos entre o poema português e o brasileiro que ultrapassam a simples presença da epígrafe, de modo a notarmos que essa epígrafe escolhida para -Ludovina Moutinho‖ não está ali apenas para preencher um espaço em branco ou por ter um tema em comum. As possibilidades e comprovações de relação entre um e outro poema reforçam a ideia de que as epígrafes nas composições machadianas participam elas mesmas do labor do poeta e requerem do leitor um olhar cuidadoso para elucidar a maneira como um poema se insere no outro. Palavras-chave: Machado de Assis. -Ludovina Moutinho‖. Epígrafe. Luís de Camões. Elegia.