Anselm (Philosophy)

Se o pensamento faz parte da vida, e não pode deixar de fazer parte da vida dos filósofos, pensar o tema da amizade é uma forma de vivê-la sublimadamente. E a oportunidade aqui é óptima, uma vez que se trata de celebrar o legado de um professor e universitário que foi capaz de inspirar amizade entre os seus pares. Retomamos aqui um pensador inspirador da filosofia medieval, mais conhecido, é certo, pela busca da inteligência da fé do que pela análise da afectividade contida na experiência da fé. Referimo-nos obviamente a Santo Anselmo. Mas importa fazer-lhe jus: Santo Anselmo é também um inspirador de sabedoria prática para as relações humanas, como o revelam, não só o seu epistolário, como o Liber Anselmi Archiepiscopi de humanis moribus per similitudines, editado por R. W. Southern e F. S. Schmitt (1969) 1 , de que nos vamos aqui ocupar. Trata-se de um livro de sabedoria prática para a vida monástica, onde figuram, como temas principais, a vontade própria e os seus apegos, a vida feliz e as suas partes componentes, entre elas a amizade, bem como ainda os dons do Espírito Santo. Este livro anselmiano é decerto uma expressão do seu tempo, como ilustra o método das comparações (per similitudines), próprio do século do alegorismo, o então nascente séc. XII, mas é também uma antecipação dos tratados escolásticos sobre as virtudes morais e religiosas, entre os quais prima a Summa Theologiae II-II, de São Tomás de Aquino. E, aquém do seu tempo e daquilo que antecipa, o Liber Anselmi é ainda uma recapitulação de valores da cultura antiga, mormente da filosofia, como a sabedoria (sapientia) e a amizade (amicitia). Santo Anselmo partilha de uma antiga convicção de filósofos: a de que o ser humano, inclusivamente o religioso, não pode ser feliz sem sabedoria e amizade. No pensamento anselmiano sobre a amizade, como parte da vida feliz, bem como no tratamento transversal de todos os temas do livro, encontramos nós duas tendências vincadas: firmeza e sensibilidade. A primeira conota a força da razão que nunca deve faltar nos assuntos humanos; a segunda significa a gestão adequada das nossas vulnerabilidades, sem as quais não seríamos verdadeiramente humanos. Estas duas tendências, firmeza e sensibilidade, sintetizam, a nosso ver, o pensamento moral de Santo Anselmo, tal como se exprime no seu livro De moribus humanis, e não deixam de se estender, como veremos, ao tratamento anselmiano do tema da amizade.

برهان آنسلم از نمونه‌های نامور برهان‌ وجودی است که قرن‌ها محل بحث فیلسوفان و منطق‌دانان بوده است. یکی از کلیدی‌ترین فرازهای این برهان چنین است که «اگر [آن‌چه فراتر از آن قابل تصور نیست] در ذهن وجود داشته باشد، آن‌گاه می‌توان همین فرد را به‌عنوان موجود تصور کرد که فراتر است». بر اساس این فراز، می‌توان «مسئلة مقایسة با خود» را مطرح کرد؛ مسئله‌ای که اولا به تمایز میان «آن‌چه فراتر از آن قابل تصور نیست» و «آن‌چه فراتر از آن قابل تصور نیست به‌عنوان موجود»، و ثانیا به مقایسة میان آن‌ها می‌پردازد. در این مقاله، نگارندگان تلاش می‌کنند پاسخ چهار تقریر از برهان وجودی آنسلم، میلیکان، اوپنهایمر و زالتا، لوئیس، و کینگ، به «مسئلة مقایسه با خود» را بررسی کنند؛ در مقام پاسخ‌گویی به این مسئله، میلیکان و هم‌چنین اوپنهایمر و زالتا آن را منحل کرده‌اند، لوئیس با استفاده از جهان‌های ممکن لوئیسی به حل آن پرداخته است، و کینگ با بهره‌گیری از نظریة اشیای التفاتی کوشیده است این تمایز را مدل کند. در این نوشتار استدلال می‌شود که مسئله منحل‌شدنی نیست؛ مدل لوئیس نظریة وی در باب جهان‌های ممکن را پیش‌فرض می‌گیرد و نظریة اشیای التفاتی باعث ایجاد مشکلی می‌شود که صورت‌بندی کینگ را از اعتبار می‌اندازد.

Per inventio s’intende la scoperta di una realtà. Il termine inventio assume in ciò una sfumatura che sottolinea un evento più soggettivo che oggettivo, l’accrescimento del conoscente più che del conosciuto. Tratteremo adesso dell’inventio della quaestio quale metodo di ricerca, dall’antichità alla modernità. La quaestio come metodo specifico della ricerca intellettuale è stata utilizzata per la prima volta poco dopo san Anselmo, verso l’inizio del secolo XII, e sparisce definitivamente prima delle Disputationes metaphysicae di Suárez, alla fine del XVI secolo; già il De nominum analogia (1598) del Caietano, commentatore ufficiale della Summa theologiae, procede senza quaestiones. La forma della quaestio possiede quindi tratti specifici che distinguono il modo medievale di ricercare dai modi moderni del procedere scientificamente.

Monologion é o título da primeira obra escrita por Anselmo, como prior no Mosteiro de Bec (Normandia), durante a segunda metade do ano de 1076. Trata-se de uma obra de síntese sistemática de metafísica teológica. O talento sistemático revelado por Anselmo na sua primeira obra valeu-lhe o reconhecimento, na posteridade, como notável antecipador dos grandes sistemas escolásticos. Mesmo depois destes, a síntese anselmiana do Monologion não perdeu a relevância e o interesse, que sempre mantém uma obra pioneira no seu género. Não foi, no entanto, para uma posteridade longínqua, que a obra continua a alcançar, que Anselmo a escreveu, mas foi para os seus próximos, monges discípulos do Mosteiro de Bec, por solicitação instante destes. Segundo o testemunho do autor, no "Prólogo", era-lhe pedida a descrição de um exemplo de meditação sobre a essência divina e alguns outros temas teológicos, sem recurso à autoridade das Escrituras, só por via de argumentos correntes, colocados com simplicidade e clareza, de modo que o resultado não se impusesse senão pela luz da verdade e a força da razão. Esta solicitação dos monges discípulos de Anselmo definia, à partida, o conteúdo teológico da obra, bem como a sua forma argumentativa. A meditação solicitada devia ser, pois, teológica quanto ao objecto e filosófica quanto ao método. De acordo com o que era pedido, a meditação escrita pode considerar-se uma obra de metafísica teológica, isto é, de uma obra de metafísica por exigência do seu teor teológico.

A relação entre Kant e Santo Anselmo, com respeito ao argumento a favor da existência de Deus no Proslogion, é o que está em causa no presente estudo. Tal é o conhecido argumento anselmiano, reputado, depois de Kant, de «prova ontológica». Como indica o sucesso desta classificação, Kant ocupa um lugar eminente na tradição daquele argumento. Todavia, Kant, para quem a prova ontológica é tipificada pela prova cartesiana 1 , não se debruça directamente sobre o argumento anselmiano, nem comenta o texto do Proslogion. Não obstante esta omissão ou esquecimento do autor e do escrito medievais, a que é especialmente imputável o legado de uma prova ontológica, Kant tornou-se de facto o pai de todas as críticas modernas (pós-kantianas) do argumento anselmiano. Por esta razão, não se pode ignorar a decisão kantiana da questão da possibilidade ou da impossibilidade de uma prova ontológica, para uma revisitação hodierna do Proslogion de Anselmo. É, pois, incontornável a relação entre Kant e Santo Anselmo acerca do argumento do Proslogion. Não é, contudo, nosso propósito reiterar a filosofia crítica de Kant sobre o argumento anselmiano, mas antes, pelo contrário, confrontar a filosofia implícita do Proslogion com a crítica kantiana. Trata-se, no fundo, de rever a filosofia de Kant, sobre a prova ontológica, à luz da filosofia anselmiana que está na base do argumento do Proslogion. De acordo com este ponto de vista de análise, está em questão, não a validade ou a invalidade do argumento anselmiano segundo Kant, mas, sim, a extensibilidade ou inextensibilidade da crítica kantiana àquele argumento. Ora, a decisão desta questão depende escolasticamente da resolução de dois artigos constituintes, a saber: se o argumento anselmiano é uma prova ontológica; se Kant é omnimodamente contra ou de algum modo a favor do argumento anselmiano. O primeiro destes dois artigos conduz, por um lado, a redefinir o argumento anselmiano em termos de argumento ontológico, não só com base na definição kantiana de prova ontológica, como, sobretudo, a partir da ontologia constituinte do argumento anselmiano. O segundo artigo permite, por outro lado, advertir, para além da habitual oposição de Kant a Santo Anselmo, de uma apreciável aproximação entre os dois filósofos em função da afinidade, com o teor do argumento anselmiano, do ensaio de uma via singularmente kantiana para a prova ontológica.

The author analyses the validity of a certain variation of Anselm's "ontological argument", namely the modal-logical version from Charles Hartshorne (1897-2000). He firstly studies the origin of Hartshome's arguments, whose
starting point is an interpretation of Anselm; secondly, the modal-logical argument from Hartshorne will be presented together with its presuppositions and implications. Finally, the author proposes an evaluation of Hartshorne's approach.

Proslogion é o título da segunda obra escrita por Anselmo, como prior no Mosteiro de Bec (Normandia), durante os anos de 1077 e 1078, a seguir à composição do Monologion. O "Proémio" do Proslogion é significativo acerca da relação entre as duas primeiras obras de Anselmo. Aí esclarece o autor que, concluído o Monologion, verificou que este era composto pela concatenação de muitos argumentos (considerans illud esse multorum concatenatione contextum argumentorum), e, desse modo, por alguma indesejável complicação. Insatisfeito com a complexidade do discurso teológico do Monologion, Anselmo começou a procurar um argumento único, que não dependesse senão de si mesmo na sua capacidade probatória (coepi mecum quaerere, si forte posse inveniri unum argumentum, quod nullo alio ad se probandum quam se solo indigeret), isto é, um único argumento, que fosse suficientemente autónomo ou perfeitamente auto-suficiente. E para demonstrar o quê? Para demonstrar que Deus é ou existe verdadeiramente, que é o bem supremo e pleno, do qual tudo depende em ser e bondade, e múltiplos outros conteúdos da fé em Deus (et solum ad astruendum quia deus vere est, et quia est summum bonum nullo alio indigens, et quo omnia indigent ut sint et ut bene sint, et quaecumque de divina credimus substantia, sufficeret). Em suma, Anselmo procurava um argumento único a favor da existência de Deus, que lhe permitisse deduzir o essencial da teologia desenvolvida no Monologion. Há, assim, uma evidente continuidade entre o Monologion e o Proslogion na consciência expressa do autor. Nessa linha de continuidade, o Proslogion significa, porém, um esforço de simplificação, de redução ao essencial e, por essa via, uma forma de aperfeiçoamento ou de apuramento da teologia do Monologion.

The paper discusses Anselm’s thought as Christian philosophy in light of positions developed during the 1930s French debates about Christian philosophy, specifically the complementary positions of Etienne Gilson and Jacques Maritain. I argue that, understood by reference to the frameworks of Gilson’s early (1931-33) position and Maritain’s position, Anselm’s thought would not only be a Christian philosophy but also a model of Christian philosophy. Gilson’s later (1934-37) position, however, held that Anselm’s thought should not be considered to be Christian philosophy. I argue that his later position has several weaknesses, and that his first position provides the more adequate assessment of Anselm.

This study of Greek-American theologian John S. Romanides explores the first half-decade of his career, a span which includes his seminal book Ancestral Sin. Each chapter of this book is adapted from a lecture written by theologian James L. Kelley, one of the world's foremost authorities on Fr. John's work.

Resumen: Gilberto Crispino († 1117) ha escrito más de diez obras entre las que se encuentran la Disputatio Iudei et Christiani y la Disputatio Christiani cum Gentili. Cada una de ellas presenta rasgos excepcionales que las convierten en dos piezas insoslayables de la literatura dialógica altomedieval. Dado que el autor no es aún suficientemente conocido, la intención de estas páginas es introducir al lector no sólo en estas dos obras sino también presentar los datos más destacados de su biografía y un breve estado de la cuestión. Con la esperanza de sumar aportes al estudio de su pensamiento y que, a su vez, él contribuya a enriquecer el nuestro, el presente artículo se completa con la traducción de la epístola dirigida a Anselmo de Canterbury que da comienzo a la primera de sus disputas. Abstract: Gilberto Crispino (†1117) has written more than ten works, among which are the Disputatio Iudei et Christiani and the Disputatio Christiani cum Gentili. Each one has exceptional features that make them into two unavoidable pieces of high medieval dialogic literature. Since the author is not yet sufficiently known, the intention of these pages is to introduce the reader not only to these two works but also to present him with the main details of his biography and a brief status quaestionis. With the hope of bringing a contribution to the study of his thought and that, in turn, it helps to enrich our own, this article is completed with the translation of the epistle to Anselm of Canterbury that opens the first of his disputes.

Intentionality (‘directedness’, ‘aboutness’) is both a central topic in
contemporary philosophy of mind, phenomenology and the cognitive
sciences, and one of the themes with which both analytic and Continental
philosophers have separately engaged starting from Brentano and Edmund
Husserl’s ground-breaking Logical Investigations (1901) through Roderick
M. Chisholm, Daniel C. Dennett’s The Intentional Stance, John Searle’s
Intentionality, to the recent work of Tim Crane, Robert Brandom, Shaun
Gallagher and Dan Zahavi, among many others. In this paper, I shall
review recent discussions of intentionality, including some recent explora-
tions of the history of the concept (paying particular attention to Anselm),
and suggest some ways the phenomenological approach of Husserl and
Heidegger can still offer insights for contemporary philosophy of mind and
consciousness.

* This essay aims to argue that Karl Barth’s doctrine of the atonement necessarily leads to universalism. It seeks to prove the thesis by observing Barth’s reception of Anselm’s doctrine of the atonement. Barth’s doctrine of objective atonement develops as he distances himself from Anselm’s doctrine of the atonement.
In his Römerbrief, Barth endorses Anselm’s idea that God who is robbed of his honor must punish those who robbed him. In Church Dogmatics I/2, Barth advocates divine freedom in the incarnation with the support of Anselm’s Cur Deus Homo. Barth holds that Anselm’s doctrine of the atonement preserves both God’s freedom and the necessity of Christ’s incarnation. The positive endorsement of Anselmian motives in Cur Deus Homo continues in Church Dogmatics II/1. Barth maintains with Anselm that the sin of humanity cannot be removed by the merciful act of divine forgiveness alone.
In Church Dogmatics IV/1, however, Barth’s doctrine of the atonement diverges from that of Anselm. By over-christologizing the doctrine, Barth completes his formulation of objective atonement. He finalizes the necessity of God’s mercy at the place where Anselm firmly establishes the dignity and freedom of the will of God. In Barth’s view, God’s mercy is identified with God’s righteousness in a distinctive way where God’s mercy always takes the initiative. The change in Barth’s reception of Anselm’s doctrine of the atonement shows that Barth’s doctrine entails support for universalism.
* Key words: Karl Barth, Anselm, atonement, universalism, Allversöhnung
* 바르트가 보편구원론을 주장하는가 아닌가 하는 문제에 대해서는 —그의 신학의 다른 주제들과 마찬가지로— 다양한 답변들이 주어졌다. 어떤 학자들은 바르트가 보편구원론자가 아니라고 주장하며(조셉 베티스, 존 콜웰), 다른 학자들은 그가 보편구원론자라고 주장하고(한스 우르스 폰 발타자르, G. C. 베르카워, 올리버 크리스프), 또 다른 학자들은 바르트가 그 문제에 대해서는 일부러 답하지 않고 남겨 두었으며 그의 구원론은 보편구원론과 그렇지 않은 것으로 양분시키는 틀에 끼워 넣을 수 없다고 한다(T. F. 토런스, 조지 헌싱어). 본 논문은 바르트의 속죄론은 필연적으로 보편구원론에 봉착할 수밖에 없음을 증명하고자 한다. 이때까지의 학계에서는 바르트의 보편구원론이라는 주제에 대해서 주로 그의 예정론에 집중하여 연구해 왔다. 하지만 이 논문에서는 “바르트가 안셀무스의 속죄론을 어떻게 수용하며 또한 어떻게 반대하고 있는가”를 살펴봄으로써 이 문제에 접근하고자 한다. 이 점이 이 논문의 기여이다. 『로마서 주석』에서 바르트는, 하나님께서 자신의 명예를 실추시킨 자들을 반드시 벌해야 한다는 안셀무스의 명제를 받아들인다. 『교회교의학』 I/2에서 바르트는 안셀무스의 Cur Deus Homo의 주장을 따라 성육신에 있어서 하나님의 자유를 옹호한다. 하나님은 타락한 인간을 구원하실 수도 있고, 벌하실 수도 있는 자유를 가지신다. 하지만 인간을 구원하시기로 스스로 결정하신 이상 하나님의 지혜에 가장 맞는 방법은 오직 성육신하신 신인(神人)을 통해서 구원하시는 길이다. 이와 같은 안셀무스의 속죄론이 하나님의 자유와 그리스도의 성육신의 필요성 모두를 잘 설명해 준다고 바르트는 믿는다. 이러한 논조는 『교회교의학』 II/1에서도 이어진다. 바르트는 안셀무스에 동의하면서, 인간의 죄는 단지 신적 용서라는 자비의 행위로만으로는 제거되지 않는다고 주장한다.
바르트는 그러나 『교회교의학』 IV/1에서 안셀무스의 속죄론과 결별하기 시작한다. 속죄론을 지나치게 기독론화 함으로써, 바르트는 객관적 속죄론(혹은 보편적 화해론)의 입장으로 점점 기울어진다. 안셀무스가 하나님의 존엄과 신적 의지의 자유 모두를 확고하게 견지한 지점으로부터 바르트는 떠난다. 이제 『교회교의학』 IV/1의 바르트는 다만 하나님의 자비의 필연성만을 강조할 뿐이다. 하나님의 자비와 하나님의 정의 사이의 관계에서는 언제나 하나님의 자비가 주도권을 잡는 방식으로 역사하며, 그런 방식으로 하나님의 자비와 하나님의 정의는 일치된다고 바르트는 주장한다. 이것은 하나님의 자비와 하나님의 정의를 대등하게 보고 둘 사이의 균형을 잡는 안셀무스의 속죄론의 기본 논조를 떠난 것이다. 이렇듯, 바르트가 안셀무스의 속죄론을 수용하고 배제하는 과정을 고찰해 본다면, 후기 바르트의 속죄론은 보편구원론을 내포하고 있음을 알게 된다.
* 주제어: 칼 바르트, 안셀무스, 속죄론, 보편구원론, 보편적 화해론

This paper seeks to analyse the metaphysical presuppositions of the word maius in Anselm’s argument. In order to do so, the paper first interprets Anselm and his philosophy and then the Proslogion. Since maius is seldom used in the Proslogion outside the phrase referring to God, the paper recurs to the Monologion for a further interpretation. This then permits the author to analyse maius in the context in which Anselm used the word, focussing both on what it refers to as well as what metaphysical presuppositions the word entails in the phrase id quo maius cogitari non potest.
A modified version of this paper was named runner-up to the Marco Arosio Award 2015"

"The "unum argumentum" which Saint Anselm refers to in the Proslogion is not what many commentators have made it out to be. It is neither an "ontological argument" of the sort Descartes or Hegel would later make (and Gassendi and Kant criticize), nor is the argument even confined to Proslogion, ch. 2-4.  Rather, the "unum argumentum" is nearly the whole of the Prologion, minus the last three chapters, labeled "conjectiones" by Anselm.

What, then is the status of the argument -- or the portion of it -- pertaining to the existence of God.  I argue that to understand it adequately, we cannot confine ourselves to the Proslogion, but must examine it within the scope of Anselm's metaphysics, drawing on the Monologion and the De Veritate in particular.  "

1. Anselmo: uma teologia sola ratione Anselmo (1035Anselmo ( -1109 é, sem dúvida, um dos principais representantes do teísmo medieval, como um teísmo filosófico, porque procurou compreender racionalmente, tão profunda e extensivamente quanto possível, toda a temática vigente a respeito de Deus, da existência e essência, à unitrindade e encarnação. Compreender racionalmente significa questionar para sustentar em razões e Anselmo nunca recuou neste processo, apesar do cepticismo que a sua audácia racional o levou também a experimentar. A questão e a defesa argumentada da existência de Deus desenvolvem-se nos dois primeiros escritos: Monologion e Proslogion. No primeiro, o autor argumenta a favor da existência de Deus, como bem supremo, como grandeza suprema, como ente supremo e como natureza suprema: são as quatro vias anselmianas do Monologion. No segundo, o autor argumenta a favor da existência real e necessária de Deus, como algo maior do que o qual nada possa ser pensado: é a quinta via anselmiana, ou o argumento único do Proslogion.

ST. ANSELM'S Cur Deus Homo 1 ranks as one of the most influential pieces of Christian theology in the two millennia of reflection upon the life, death, and resurrection of Jesus Christ. The influence of Cur Deus Homo, however, has not been all positive, as much of the modern discussion about the Cur Deus Homo has consisted of offering objections to Anselm's understanding of the atoning work of Jesus Christ, with various authors criticizing the work for its feudal background, its violence, or its neglect of the life of Christ. Anselm's argument in the Cur Deus Homo often serves as a theological Rorschach test upon which theologians have projected their own theological worries, and much (mis)interpretation of Cur Deus Homo results from either importing concepts that are not intrinsic to Anselm's argument or misunderstanding its details. The thesis of this essay is that, rather than focusing on an outdated feudal model, we can better understand the Cur Deus Homo by exploring Anselm's monastic background and the connections between the Cur Deus Homo and the Rule of Benedict (RB or the Rule), 2 particularly in regard to the concepts of obedience, honor, and order.

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PAPER INTRODUCTION: St. Anselm of Canterbury’s Canterbury’s Cur Deus Homo (Why did God become human? or Why a God-human?) was a path-breaking work in theology; the first attempt to explain by means of a systematic theory why the Word became flesh, and how exactly Christ’s life, death, and resurrection achieved our salvation. It was also an important influence on later penal substitutionary atonement models. I here examine Anselm’s work in dialogue with various articulations of penal substitution theories; addressing Cur Deus Homo’s importance, sources and purpose; outlining its theory in detail, and discussing how well the two paradigms integrate Christ’s death with his life, resurrection and call to discipleship. I conclude that there are both important differences and discernible lines of continuity between the two paradigms, both of which demonstrate Cur Deus Homo’s historical significance.

I offer a reading of Anselm’s famous attempt to rationalize the incarnation (remoto Christo; sola ratione) that is bad but very difficult to evade, and hence compellingly bad. I find my break from the badness by way of two of Burcht Pranger’s characteristically ingenious essays, one cast as a critique of Marion on Anselm, the other a foray into Anselmian poetics. Pranger invites us to stop reading Anselm’s experiment with rationalized theology as (phenomenologically inadequate) secular apologetics and start seeing it as stage setting for the very things it is imagined to exclude: faith and vision. I conclude with an Augustinian side about Anselm’s affinities with Augustine.

One important divine attribute Saint Anselm examines and treats is that of simplicity. His treatment brings out some surprising features of simplicity itself which escape the frameworks of the logic of created being, providing us a fuller, albeit still very partial, understanding of the true nature of that attribute. A deep problem can then arise for the created human being in the course of such speculations and investigations: How can a complex, complicated, composite created being more closely approach a perfectly simple divine being? In both our thought and in our practice, it seems that our attempts to approach God simply introduce even more complexity into things. My paper addresses that problem. The first section of the paper presents five short Anselmian lessons about the divine attribute of simplicity. The second section then frames and explores the problem. The third and final section provides an Anselmian resolution to the problem

This essay deals with the question whether the anselmian argumento of the Proslogion is or is not an ontological argument. For this purpose, it convenes the position of G. E. M. Anscombe, who maintains that the anselmian argument is not an ontological argument, in the light of a personal interpretation of the text. However she has a pejorative idea about ontological arguments, which became current after Kant. As an alternative to the anscombian position, this essay assumes a non kantian idea about the property of ontological and sustains that the argument of the Proslogion is an ontological argument, according to the nature of its principles.

The article analyzes the a posteriori argumentation for the existence of God present in saint Anselm’s Monologion. It defends that the arguments in chapters I-IV are parts of a single argumentative way comparable with the fourth way of Thomas Aquinas. The only starting point for the argumentation is the evidence of the degrees of transcendental perfection (goodness and greatness) found in things. According to this single point of departure, the argument also has a single formulation of the principle of causality given in chapter I. By this principle, Anselm infers the existence of a single first principle (that which is through itself) from its effects (that which is through another). Contrary to what is usually held, it is shown that chapters III and IV do not contain arguments properly meant to demonstrate God’s existence. Chapter III’s specific goal is to demonstrate the impossibility that that which is through itself may be something multiple, while chapter IV aims to demonstrate the impossibility that the supreme nature through whom all things exist may be overcome or equaled in dignity by another. Both arguments depend of the principle of causality formulated in chapter I to be conclusive.

This paper examines and attempt to provide a systematic picture of St. Anselm’s discussions, evaluations, and practices bearing on coercion, punishment, and violence.

Anselm uses beatings as examples in illustrating important moral distinctions in several works, seemingly having their moral value or disvalue depend on contextual factors, so that beatings are as such, so to speak, morally neutral. Anselm also strongly criticizes another abbot for indiscriminately beating his charges, and explained why such violence was deeply detrimental in several ways. Yet, Anselm saw some legitimate role for corporal punishments.

Moving to coercion, punishment, and violence more generally, Anselm’s approach is complex, and attempts to do justice to several key values and concerns. His own approach was that through patience, humility, indulgence within the limits of order, and love on his part, attempts to inculcate an overcoming of violence and hatred as well as other evil affections, vices on the part of others, offering them a possibility and a path by which they may avoid the necessity of punishment or other coercion. He also recognizes that coercive force and punishment not only can and do serve as means to preserving the social order from violence and as means for ends of moral correction and direction, but even figure into the justice and beauty of the divine providential arrangement of the universe

El argumento ontológico es una prueba argumentativa de la existencia de Dios, escrito entre los años de
1077 y 1078. Es muy interesante el argumento porque, no parte de los atributos de la naturaleza divina
asignados en el Monologion, sino, con el mero presupuesto de la existencia de Dios.

An  important issue raised and resolved in St. Anselm's Proslogion is the compatibility between justice and mercy as divine attributes.  In this paper I argue (1) that Anselm's discussion of divine justice and mercy is an exploration of God's nature as quo maius cogitari non potest, and (2) that his discussion contributes to a better understanding of the complicated relationship between God and creatures.  It seems at first that God's mercy must be in contradiction with God's justice.  On the basis of a more adequate way of framing the issue, we can grasp, though not fully comprehend, the harmony between divine justice and divine mercy

This chapter explores the relationship between the present life and eternal life in Anselm’s thought. The first section examines a situation of difficult choice, to illustrate the clear priority in value of eternal life over temporal life in Anselm’s writings.  The second section turns to his characterizations of the present life and the afterlife.  The third section examines the value of temporal life as a good and the disvalue of temporal death as an evil. The fourth section advances and provides support for a claim: given Anselm’s anthropology, it is possible for the present life to be not only a preparation for eternal life, but also to some degree participation in eternity

La rivista, che si avvale della collaborazione degli studiosi di tutto il mondo, accoglie edizioni di testi, anche inediti e poco conosciuti, e studi sul pensiero filosofico della tarda Antichità e del Medioevo, spaziando dalla cultura latina a quella greca, araba ed ebraica. Le annate 1-3 sono state pubblicate in fascicoli semestrali; dall'annata 4 il periodico ha scadenza annuale.
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My paper argues that Anselm’s moral theory is concerned with virtue and vice.  The affections or inclinations of the will are central in Anselm’s moral theory, specifically to human freedom and justice, and this allows Anselm’s moral theory to be regarded as something like a virtue ethics that places the will and the human person’s relationship with God at its center. My paper examines three sets of topics: first, Anselm’s views on freedom and justice; second, key distinctions in Anselm’s treatment of the will; third, the will-as-affection for justice understood as taking determinate form as virtues.

Evidenciar a influência que a tradição do cristianismo exerceu na génese do valor da historicidade e, em especial, da historicidade da filosofia, é o objectivo de fundo desta exposição. Para esse efeito, destacaremos, em primeiro lugar, aqueles temas da mundividência e teovidência cristãs, de que a filosofia se apropriou, e que foram decisivos para a transformação da ideia de tempo e para a consequente emergência do histórico como atributo essencial do mundo, do homem e da razão. A partir deste horizonte, debruçar-nos-emos sobre o caso de Sto. Anselmo, paradigmático a muitos respeitos, mas, também, significativamente ilustrativo acerca da condição histórica da razão na própria teologia. Tomaremos, como ponto de referência, o texto fundamental da cristologia anselmiana -Cur Deus Homo -no qual o autor aplica a razão ao problema do sentido da Encarnação. Apesar de Anselmo, explicitamente, tratar da questão da necessidade da Encarnação, julgamos poder traduzi-la, na nossa linguagem, como um problema de sentido, não apenas pela dominância das problemáticas do sentido que o nosso tempo manifesta como resultante do processo de relativização da verdade, de relativização histórica inclusive, mas, também, já pela relatividade das razões em que o próprio autor pré-escolástico funda a noção possível de necessidade no âmbito da teologia. Necessidade essa, que não gera necessitarismo, sobretudo, porque não se opõe, antes supõe a condição da historicidade como inerente, ainda que não tematizada, à razão finita aplicada ao domínio excessivo de Deus. Entretanto, se o nosso objectivo específico é evidenciar a historicidade da razão teológica em Sto. Anselmo, e, desse modo, também a historicidade da razão filosófica, dado que ambas as razões não se distinguem substancialmente segundo o mesmo autor, a obra que escolhemos, como texto interpelativo, é, ademais, pertinente para o nosso propósito, pelo próprio tema teológico que elabora, uma vez que, através da Encarnação, o cristianismo introduz uma relação muito especial de Deus com a história.

Saint
Anselm has three theories of justice and two of the relationship between justice and mercy, each one better than the last.
The first theory of justice (in
Monologion
chapters 70
-
74) is mostly
about  divine  justice  with  respect  to  creatures,  and  it  makes  no  mention  of  mercy.  In  the Proslogion, he assumes that mercy must be an attribute of God, and then tries to advance a view of  justice  and  mercy  as  contraries,  where  justice  is  giving  people  their  due  and  mercy  is  not punishing  them  when  justice  would  require  it.  Recognizing  the  insuperable  problems  with  that conceptual  scheme,  Anselm  found  he  was  forced  to  reject  retributive  theories  of  punishment, eudaimonistic  theories  of  ethics,  and  theories  that  define  justice  as  giving  to  each  his  due,  in order to give a theoretically acceptable account of mercy.

This article deals with the human design of salvation and the question of man under the common stimulus of two grand names of philosophical tradition, though parted by more than nine centuries: Saint Anselm and Martin Heidegger. Both defend the need for a God who saves man: according to Anselm, due to the consequences of evil, which man consented and cannot revert; according to Heidegger, due to the consequences of technicity, which man created and can no longer control. In any case, the design of salvation posits the question of man: Why man? This question was considered ever since the remote 12th century, in a time of renovation for European culture, and is once again posited with special acuteness in our days, in a time of accelerated technological progress of human civilization. Which is why Anselm's reflection around salvation and the medieval question of man may open doors towards re-equating the value of man in its actual state and in the future horizon of humanity?

Anselmo de Cantuária, esse antigo monge de singular talento filosófico: que contributo pode dar ele hoje para o debate em torno da religião? Anselmo representa, antes de mais, uma atitude, uma atitude de busca de compreensão da fé. Os títulos, que Anselmo atribuíra primitivamente aos seus dois primeiros escritos, dão testemunho desta atitude: o Monologion intitulara-se Exemplum meditandi de ratione fidei, e o Proslogion, Fides quaerens intellectum 1 . De acordo com este seu anterior título, o texto do Proslogion exprime a fé em busca da inteligência, finalidade que não mais deixaria de animar a aventura especulativa de Anselmo. Meditemos um pouco sobre o sentido desta finalidade. Recorde-se, antes de mais, que se tornou habitual caracterizar a filosofia produzida nas universidades medievais, a filosofia dita «escolástica», com a finalidade de inteligir a fé. Anselmo é, por isso, normalmente classificado como um precursor da escolástica. Todavia, o exercício multissecular da filosofia escolástica conduziu ao seu próprio esgotamento em duas direcções: por um lado, instrumentalizou a razão filosófica, fazendo nascer nela um desejo de emancipação; por outro lado, reduziu doutrinariamente a fé, esvaziando-a de toda a excedência que nela alimentara o desejo de inteligência. Devido a estes resultados, a inteligência da fé deixou de ser uma finalidade atractiva para a razão filosófica e constitutiva para a fé dos crentes. Repensar hoje o sentido dessa finalidade pode, pois, parecer apenas rebuscar uma ideia gasta. Devemos, no entanto, observar que Anselmo não conhecera os resultados conducentes ao descrédito da finalidade de inteligir a fé. Os resultados patentes nas suas obras são bem diferentes: Anselmo nem utiliza a filosofia como um instrumento exterior ao serviço da inteligência sua fé, nem chega alguma vez a declarar satisfação com o grau de inteligência obtida. Bem pelo contrário, são clamantes as palavras que denunciam a sua insatisfação, desde logo, no Proslogion, após o célebre argumento a favor da existência de Deus e a análise de vários atributos divinos 2 . Quer isso dizer que Anselmo não conseguira repousar nem na sua fé nem na inteligência da sua fé. Ora, aqui encontramos duas vertentes interessantes da sua atitude, que importa não abandonar como ideias gastas. Por um lado, a fé não é, para Anselmo, uma sede de repouso ou de pacificação interior, mas antes um motivo de inquietação e de procura; é um ponto de partida, não um ponto de chegada. Por outro lado, também a inteligência da fé não é factor de repouso, como se fosse um dado adquirido, mas é realmente apenas um grau superável de compreensão. Deste modo, a busca de inteligência da fé, em Anselmo, significa uma atitude de vigilância crítica quer da fé quer da inteligência da fé. A vigilância crítica da fé Carlos João CORREIA (Coord.), A Mente, a Religião e a Ciência. Actas do Colóquio, Lisboa, CFUL, 2003, pp.269-278. Carlos João CORREIA (Coord.), A Mente, a Religião e a Ciência. Actas do Colóquio, Lisboa, CFUL, 2003, pp.269-278.

Anselm’s understanding of God has several important features.  First, God is the unity of attributes which we grasp and understand partially but not entirely, and about which we can come to a more adequate understanding through right use of our reason.  Second, some of those attributes, e.g. goodness, justice, are ones we typically think of as moral attributes.  Third, the ultimate standards, origins, and even full intelligibility of morality reside in the triune God, and one handle Anselm’s work offers for our understanding this is the polysemic, complex, and reflexive notion of rectitudo.  By better understanding rectitudo we in fact better understand God.

But, “understanding rectitudo” can be regarded in several ways.  An inadequate way of understanding it would simply produce some theory or formula without following its implications out further, and without connecting it with actual concrete moral life.  Anselm’s works provide both a framework and some content for more adequate understanding of rectitudo. Specifically, his works allow understanding what it means for a given human being to concretely will (including to act, think, speak, and feel) rightly, as they should, in determinate situations. I highlight three particularly relevant features of Anselm’s thought: will as determinate affectiones; the interplay between grace and the will; the mediateness of our knowledge and relation to God through moral life.