GEOGRAFIA
Volume 01
Sumário - Geografia
2
Coleção Estudo
Frente A
01
3
02
13
Fusos horários e projeções cartográficas
Autora: Mara Rubinger Macedo
03
25
Convenções cartográficas e sensoriamento remoto
Autora: Mara Rubinger Macedo
04
35
Estrutura interna da Terra
Autora: Mara Rubinger Macedo
Orientação e localização
Autora: Mara Rubinger Macedo
Frente B
01
02
43
Crescimento e distribuição da população
Autor: Eduardo Gonzaga
59
Teorias demográficas e estrutura da população
Autor: Eduardo Gonzaga
Frente C
01
02
71
O comércio multilateral
Autor: Eduardo Gonzaga
83
O comércio regionalizado
Autor: Eduardo Gonzaga
GEOGRAFIA
MÓDULO
01 A
Orientação e localização
Cartografia, no sentido lato da palavra, não é apenas uma
das ferramentas básicas do desenvolvimento econômico,
mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras
ferramentas possam ser postas em trabalho.
ONU. Department of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY BASE MAPS FOR WORLD NEEDS. Lake Success.
FRENTE
Movimentos da Terra
Para entender melhor os princípios da orientação,
é necessário compreender os movimentos do planeta Terra.
Denominamos período o tempo que o planeta leva para
completar uma órbita ao redor do Sol. No caso da Terra,
ele vale aproximadamente 365 dias terrestres ou, mais
precisamente: 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45 segundos
e meio, que é a duração do chamado ano trópico. Por isso,
para corrigir a diferença, a cada quatro anos se adiciona
mais um dia ao mês de fevereiro (ano bissexto).
Os movimentos mais importantes
da Terra
Rotação: O movimento de rotação é aquele que
a Terra faz ao girar em torno do seu próprio eixo.
Esse movimento é realizado de oeste para leste e tem
duração aproximada de 24 horas. Esse movimento define
os dias e as noites, uma vez que o movimento rotativo
expõe gradativamente partes do planeta ao Sol, na mesma
medida em que oculta as partes que lhe são opostas. A cada
rotação completa, teremos um dia completo. Na Terra, esse
dia tem, aproximadamente, 24 horas (mais precisamente:
23 horas, 56 minutos e 4 segundos).
O mapa de Ga-Sur datado de 2500 a.C. origina-se da
Mesopotâmia.
Polo Norte
A Cartografia é a ciência que se define como um conjunto
de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas
utilizados para elaborar e orientar o uso de mapas, cartas
O
e outras formas de representar elementos, fenômenos
e ambientes físicos e socioeconômicos, com base em
Equad
or
resultados de observação direta e análises de documentação.
L
A palavra cartografia foi registrada, em língua portuguesa,
pela primeira vez, em 1839, numa correspondência,
indicando a ideia de um traçado de mapas e cartas. Hoje,
Polo Sul
entendemos Cartografia como a representação geométrica
plana, simplificada e convencional, de toda ou de parte da
superfície terrestre, apresentada por meio de mapas, cartas
ou plantas. A Cartografia foi a principal ferramenta usada
pela humanidade para ampliar os espaços territoriais e
organizar sua ocupação, procurando facilitar a compreensão
dos itens representados, localizando-os corretamente e
distinguindo-os de acordo com sua importância.
Movimento de rotação da Terra
Translação: O nome translação é dado ao movimento
que a Terra e os outros planetas fazem ao redor do Sol no
sentido oeste para leste. Esse percurso ou órbita tem uma
forma elíptica e dura 365 dias, cinco horas e 49 minutos
e dois segundos, ou seja, um ano. É o movimento de
translação da Terra o responsável pelas estações do ano.
Editora Bernoulli
3
Frente A Módulo 01
A inclinação do eixo da Terra atualmente é de 23,45°.
Nesse sentido, uma inclinação menor significa menor
diferença da temperatura das estações do ano; maior
inclinação significa maior diferença, ou seja, inverno mais
frio e verão mais quente. Essa inclinação do eixo terrestre,
há milhões de anos, chegou a 54°. A inclinação do eixo de
rotação da Terra determina os solstícios e os equinócios.
4
Hemisfério Norte
Hemisfério Norte
Hemisfério Sul
Periélio
(Janeiro)
Hemisfério Sul
1
N
Noite
Dia
3
Hemisfério Norte
Afélio
(Julho)
Hemisfério Norte
Hemisfério Sul
2
Primavera
Outono
Verão
Inverno
Afélio: (do latim, aphelium, quer dizer longínquo) é
o ponto da órbita em que o planeta, está mais afastado
do Sol. A distância entre a Terra e o Sol no afélio é de,
aproximadamente, 152,5 milhões de quilômetros. Quando
um astro se encontra no afélio, ele tem a menor velocidade
de translação de toda a sua órbita. O planeta Terra passa
pelo afélio no dia 4 de julho de cada ano.
AS FERRAMENTAS DA
CARTOGRAFIA
Hemisfério Sul
Orientação e localização - a rosa
dos ventos e as coordenadas
geográficas
1
Solstício de inverno, dia mais longo no Hemisfério Norte
e dia mais curto no Hemisfério Sul (21 de junho)
A rosa dos ventos corresponde a uma representação
dos principais pontos de direção: cardeais, colaterais e os
subcolaterais.
2
Equinócio de primavera, dia e noite têm iguais durações
nos dois hemisférios (23 de setembro)
Os pontos cardeais e suas subdivisões
3
Solstício de verão, dia mais curto no Hemisfério Norte
e dia mais longo no Hemisfério Sul (21 de dezembro)
4
Equinócio de outono, dia e noite têm iguais durações
nos dois hemisférios (20 de março)
Solstícios: (do latim solstare, significa “sol distante”)
correspondem aos momentos em que o Sol incide
perpendicularmente sobre um dos trópicos (de Câncer ou
de Capricórnio). Ocorrem nas datas de 21 ou 22 de junho
e 21 de dezembro, causando distribuição irregular da luz e
do calor do Sol nos Hemisférios Norte e Sul. Nos solstícios,
os dias e as noites apresentam desigual duração, sendo
observadas as maiores diferenças nas áreas com médias e
grandes latitudes. Nas áreas de grandes latitudes (os polos),
verificam-se os dias e as noites polares.
Equinócios: (do latim aequinoctium, significa “noites iguais”)
correspondem aos momentos em que o Sol incide
perpendicularmente sobre a linha equatorial. Ocorrem nas
datas de 20 ou 21 de março e 23 de setembro, causando
distribuição igualitária da luz e do calor do Sol pelos
Hemisférios Norte e Sul. Nos equinócios, os dias e as noites
apresentam igual duração em toda a Terra.
Durante o movimento de translação, que ocorre em órbita
elíptica, a Terra assume distâncias diferentes em relação ao
Sol: periélio (aproximação) e afélio (afastamento).
4
Periélio: (de peri, à volta, perto, e hélio, Sol) é o ponto
da órbita de um planeta, planetoide, asteroide que está mais
próximo do Sol. A distância entre a Terra e o Sol no periélio
é de, aproximadamente, 147,5 milhões de quilômetros.
Isso ocorre uma vez por ano, próximo ao dia 4 de janeiro.
Coleção Estudo
Os pontos cardeais são pontos de referência. Por meio deles,
podemos localizar pontos na superfície terrestre. Os pontos
norte e sul têm como referência os polos norte e sul, o leste
tem como referência o lado em que o Sol “nasce” e o oeste
tem como referência o lado onde o Sol “se põe”.
Norte
setentrião, setentrional
0º
Sul
meridião; meridional
180º
Leste
leste; levante; oriente; nascente
90º
Oeste
poente; ocidente; ocaso
270º
Os pontos colaterais estão localizados nas posições
intermediárias aos pontos cardeais: nordeste (NE), entre
o norte e o leste; noroeste (NO), entre o norte e o oeste;
sudeste (SE), entre o sul e o leste; sudoeste (SO), entre o
sul e o oeste.
NE
Nordeste
45º
SE
Sudeste
135º
SO
Sudoeste
225º
NO
Noroeste
315º
Os pontos subcolaterais estão localizados nas posições
intermediárias aos pontos cardeais e colaterais:
norte-nordeste (N-NE); norte-noroeste (N-NO); sul-sudeste
(S-SE); sul-sudoeste (S-SO); leste-nordeste (L-NE); lestesudeste (L-SE); oeste-noroeste (O-NO) e oeste-sudoeste
(O-SO). Reunidos, os pontos cardeais, colaterais e
subcolaterais formam a rosa dos ventos.
Orientação e localização
NNE
Nor-Nordeste
22,5º
ENE
Lés-Nordeste
67,5º
ESE
Lés-Sueste
112,5º
SSE
Su-Sueste
157,5º
SSO
Su-Sudoeste
202,5º
OSO
Oés-Sudoeste
247,5º
ONO
Oés-Noroeste
292,5º
NNO
Nor-Noroeste
337,5º
NN
E
45°
NE
Declinação magnética
E
EN
ON
O
NO
N
360°
270° O
L
90°
É o ângulo entre o norte magnético e o norte geográfico.
A declinação existe porque o polo norte e o polo magnético
não coincidem. Essa declinação varia de acordo com a
localização da área.
Declinação magnética
(20˚31’O)
O
ESE
OS
SO
225°
Norte magnético
SE
SS
O
S
E
SS
O
N
NN
315˚
23˚
NN
E
NO
O
O
OS
248˚
L 90˚
ESE
270˚ O
A bússola
68˚
E
A rosa dos ventos
ON
293˚
Pontos
subcolaterais
45˚
NE
EN
Pontos
colaterais
0°
338˚
135°
180°
Pontos
cardeais
Norte
geográfico
Polo
magnético
GEOGRAFIA
O
NN
É o mesmo que norte verdadeiro, assim chamado porque
é o ponto por onde passa o eixo de rotação da Terra e
que foi escolhido como o ponto de referência do sistema
de coordenadas que deu origem às longitudes e latitudes.
O norte verdadeiro (90°N) é o local onde todos os meridianos
se interceptam.
É a direção determinada pela agulha magnética de uma
bússola orientada segundo o campo magnético natural da
Terra. O norte magnético varia com o passar do tempo.
0°
315°
Norte geográfico
SE
SO
225˚
SS
O
203˚
Declinação magnética
113˚
S
180°
E
SS
135˚
158˚
Sul geográfico
sxc
Azimute
É a direção horizontal, no sentido horário, em relação ao norte,
para uma estrela ou algum ponto terrestre. O nome é de origem
árabe, de as-sumut, (caminho ou direção), ou seja, azimute
é o posicionamento em relação ao norte (esquerda / direita).
Exemplo: um azimute de 60 graus significa 60 graus à
direita do norte.
N
Bússola
A bússola é um instrumento composto de uma agulha
imantada e uma rosa dos ventos, em que os pontos de
orientação estão escritos nos 360º da circunferência.
Cada quadrante corresponde a 90º. O norte está a 0º, o leste
a 90º, o sul a 180º e o oeste a 270º. Para utilizar a bússola,
basta deixá-la sobre uma superfície plana e a ponta pintada
da agulha apontará a direção do norte magnético da Terra.
N
0°
60°
270°
90°
180°
Exemplo de azimute
Editora Bernoulli
5
Frente A Módulo 01
Pontos Antípodas: o termo antípoda é usado na
As coordenadas geográficas
cartografia para se referir a coordenadas geográficas
Segundo o IBGE, coordenadas geográficas são valores
diametralmente opostas, que formam um ângulo de
numéricos por meio dos quais podemos definir a posição
180º entre as longitudes e o oposto da latitude indicada.
de um ponto na superfície da Terra, tendo o Equador como
Isso significa que todos os pontos da superfície terrestre
origem para as latitudes, e o Meridiano de Greenwich como
têm antípodas nos hemisférios contrários àqueles em que
origem das longitudes.
se localizam. Para encontrar pontos antípodas, devemos,
Os Meridianos são círculos máximos imaginários que
cortam a Terra no sentido longitudinal (de polo a polo),
todos eles dividindo-a em dois hemisférios. O meridiano
de origem é o de Greenwich (0º), a partir do qual podem
ser definidas as longitudes. A longitude nada mais é que
a distância em graus de qualquer ponto da superfície
terrestre até a linha do Meridiano de Greenwich. Apresenta
na latitude, conservar a distância e inverter o hemisfério e,
na longitude, subtrair os graus de 180º e depois inverter
o hemisfério. Por exemplo, o ponto antípoda da localidade
cujas coordenadas geográficas são 20ºN e 80ºE terá as
coordenadas 20ºS (inverte-se os hemisférios e mantém-se
o grau) e 100ºW (inverte-se os hemisférios e diminui-se
180º de 80º, longitude conhecida).
uma variação de 0º a 180º, tanto para o oeste quanto
para o leste.
Os Paralelos são círculos que cruzam os meridianos
perpendicularmente, isto é, formando ângulos retos.
O GPS (Global Positioning System) ou
Sistema de Posicionamento Global
Diferentemente dos meridianos, apenas o paralelo de origem,
GPS (Global Positioning System) é a abreviatura
o Equador (0º), é um círculo máximo. Os outros, tanto no
de NAVSTAR GPS (Navigation System with Time and
Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul, vão diminuindo
Ranging Global Positioning System). Ele é um sistema
de tamanho à proporção que se afastam do Equador,
de radionavegação baseado em satélites, desenvolvido e
até se transformarem em um ponto em cada polo (90º).
controlado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos
É a partir do Equador que se determinam as latitudes,
da América (USDOD), que permite a qualquer usuário saber
isto é, a distancia em graus de qualquer ponto da
sua localização, sua velocidade e seu tempo, 24 horas por
superfície terrestre em relação à Linha do Equador. As
dia, sob quaisquer condições atmosféricas e em qualquer
latitudes apresentam variação de 0º a 90º para o norte ou
ponto do globo terrestre.
para o sul.
Na realidade, um sistema de posicionamento geográfico é
Além do Equador, quatro outros paralelos, por serem
que nos dá as coordenadas de um lugar na Terra, desde que
considerados importantes na delimitação das zonas
tenhamos um receptor de sinais de GPS. A nossa posição
climáticas do planeta, recebem denominações. São eles:
sobre a Terra é referenciada em relação ao Equador (latitude)
os Trópicos de Câncer e Capricórnio, que apresentam
e ao Meridiano de Greenwich (longitude). Assim, para
a distância em relação ao Equador de 23º27’30”, e os
saber a nossa posição sobre a Terra, basta saber a latitude,
Círculos Polares Ártico e Antártico, que apresentam a
distância em relação ao Equador de 66º33’22”.
a longitude e a altitude.
Latitude
60º
Norte
(+)
90º
90º
Longitude
150º 180º150º
60º
120º
30º
90º
Oeste
(–)
Paralelo
de 0º
referência
30º
30º
60º
90º
90º
(–)
Sul
60º
Coleção Estudo
90º
Leste
(+)
60º
º
Princípio das coordenadas geográficas
6
120º
30º
60º
6
30º
30º
0º
Meridiano
de referência
Orientação e localização
Atualmente, é possível haver um sistema de posicionamento
global devido à utilização dos satélites artificiais. Ao todo, são
A lei das áreas: Das 1.ª e 2.ª leis conclui-se que o
24 satélites que dão uma volta em torno da Terra em cada
movimento dos planetas não tem velocidade constante. Para que
12 horas e que enviam continuamente sinais de rádio. Em
a área varrida seja proporcional ao tempo gasto em descrevê-la,
cada ponto da Terra, estão sempre visíveis quatro satélites.
Com os diferentes sinais desses quatro satélites, o receptor
GPS calcula a latitude, a longitude e a altitude do lugar onde
ele se encontra.
Entre as áreas de aplicação do GPS, pode-se citar:
navegação aérea, marítima e terrestre; levantamentos
geodésicos e topográficos; monitoramento de veículos e
mapeamento.
é necessário que a velocidade seja máxima no periélio (ponto
da órbita mais próximo do Sol) e mínima no afélio (ponto da
órbita mais afastado do Sol).
A partir das 1.ª e 2.ª leis, Kepler concluiu que o movimento
dos planetas não tem velocidade constante. A velocidade mínima
é atingida no afélio (ponto da órbita elíptica que está mais
afastado do Sol) e a velocidade máxima é atingida no periélio
(ponto da órbita elíptica que está mais próximo do Sol).
Disponível em: <www.portaldoastronomo.org/
tema_19_4.php>.
LEITURA COMPLEMENTAR
A Física na Geografia
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
As Leis de Kepler e a música das esferas
A diversidade dos fenômenos da Natureza é tão vasta e os
01.
(UFG-GO–2007) Observe o mapa a seguir.
que a mente humana nunca tenha falta de alimentos.
KEPLER. Mysterium Cosmographicum, 1596.
SOL
As observações de Tycho Brahe sobre o movimento
18:00 horas
aparente dos planetas, apesar de não apoiarem o “Mistério
Cosmográfico”, permitiram a Kepler obter de modo empírico três
Itaguara
44°30' W
leis gerais que descrevem o movimento dos planetas.
1.ª Lei de Kepler
As órbitas dos planetas são elipses, ocupando o Sol um dos
seus focos.
2.ª Lei de Kepler (ou lei das áreas)
O raio vetor que une o centro do Sol ao centro de cada
planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.
3.ª Lei de Kepler
O quadrado do período de revolução T de cada planeta em
torno do Sol é proporcional ao cubo do comprimento do semieixo
Mateus
Leme
Florestal
Juatuba
Igarapé
Rio Manso
São Joaquim
de Bicas
Betim
Mário Campos
Sarzedo
Esmeraldas
Capim Branco
Pedro
Matozinhos
Leopoldo
Contagem
Ribeirão São José
das Neves da Lapa
Confins
Belo
Horizonte
Vespasiano
Nova Lima
Lagoa Santa
Santa Luzia
Raposos
Brumadinho
SABARÁ
Rio Acima
Taquaraçu
de Minas
Caeté
maior da respectiva órbita (ou seja, a3/T2 = constante).
Legenda
Sede do município
Escala: 0
15km
44°W
Ibirité
Baldim
Jaboticatubas
43°30' W
Nova União
20°S
19°30'S
MIELLI, Maria Elena. Geoatlas.
São Paulo: Ática, 2000. p. 114 (Adaptação).
A leitura e a interpretação do mapa, por meio da análise
da rede geográfica e dos pontos de referência, indicam
que o município de Sabará localiza-se
A) ao norte de Belo Horizonte e ao sul de Caeté.
B) a oeste de Nova Lima e a leste de Santa Luzia.
C) a leste de Belo Horizonte e a oeste de Caeté.
D) a oeste de Raposos e a leste de Santa Luzia.
E) ao sul de Raposos e ao sul de Taquaraçu de Minas.
Editora Bernoulli
7
GEOGRAFIA
tesouros escondidos no Céu são tão ricos precisamente para
Frente A Módulo 01
02.
(UFMG–2006) Analise este bloco-diagrama, em que
estão representados o relevo de uma região, que se
caracteriza pela presença de um vale estreito e profundo,
e o movimento aparente do Sol, ao longo do dia:
POENTE
04.
(UFPE) Observe atentamente o mapa a seguir e identifique
os pontos A, B, C, D e E.
A
NASCENTE
E
29º30'
W
C
E
B
30º00'
Legenda:
D
1. O ponto E é o que apresenta o menor valor de latitude.
2. Os pontos A e B estão situados praticamente à mesma
Movimento
aparente
do Sol
distância longitudinal de Greenwich.
3. O ponto C localiza-se numa faixa de latitudes médias
4. O ponto D está situado numa faixa climática bastante
A) o grande vale central, que se estende no sentido dos
meridianos, recebe o menor número de horas de
insolação da região.
5. O maior valor de latitude é encontrado no ponto D.
diferente daquela onde se localiza o ponto E.
Estão CORRETAS
B) as diferenças de intensidade da insolação, nas várias
partes da região representada, se acentuam ao
meio-dia local, quando o Sol está na altura máxima.
A) 1, 2, 3, 4 e 5.
D) 3, 4 e 5 apenas.
B) 1 e 2 apenas.
E) 1 e 4 apenas.
C) as formas e a orientação do relevo, mais do que a latitude,
criam importantes variações de insolação na região.
C) 1, 4 e 5 apenas.
D) as vertentes orientais recebem os raios solares
mais diretamente durante a manhã, enquanto, nas
ocidentais, essa incidência ocorre durante a tarde.
03.
e de baixas altitudes.
A partir da análise e da interpretação desse
bloco-diagrama, é INCORRETO afirmar que
05.
(UFMG) Observe o mapa.
N
(UFRGS-RS)
0º
Luz
Belo Horizonte
70
140 210
Suponha a realização de uma viagem de automóvel de
I.
Belo Horizonte a Luz, com a partida marcada para as 15h
Proximidades da costa oriental da África
km
II. Setor ocidental do Oceano Índico
de um dia ensolarado, na véspera do Natal. Nessa viagem,
III. Proximidades da costa ocidental da África
com duração aproximada de duas horas e trinta minutos,
IV. Setor oriental do Oceano Atlântico
Quais estão CORRETOS?
A) Apenas I e II.
D) Apenas II e IV.
B) Apenas I e IV.
E) Apenas III e IV.
C) Apenas II e III.
8
0
Restos de um navio foram localizados nas seguintes
coordenadas geográficas: 20° de latitude sul e 10°
de longitude leste. Leia os itens a seguir, que contêm
possíveis indicações do local do naufrágio do navio.
Coleção Estudo
o motorista irá receber mais intensamente os raios solares
A) de frente e à sua esquerda.
B) de frente e à sua direita.
C) pelas costas e à sua esquerda.
D) pelas costas e à sua direita.
Orientação e localização
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
03.
(PUCPR) Um navio que, navegando pelo Atlântico, cruza o
Trópico de Câncer e segue do norte para o sul, de tal forma
que, observando-se no mapa, a trajetória percorrida é
(UEPG-PR–2009) Sobre o planeta Terra, seus movimentos
e suas posições em relação ao Sol, assinale o que for
CORRETO.
representada como uma reta. Esse percurso descrito no
enunciado revela que o navio
I.
01. A Terra leva 365 dias e 6 horas para dar uma volta
em torno do Sol, e isso faz com que o início de cada
estação aconteça com seis horas de atraso em relação
ao ano anterior. Depois de quatro anos, as estações
ficam com um atraso de 24 horas, que é corrigido
mediante a inclusão de um dia a mais no calendário,
no mês de fevereiro (29 dias). É o ano bissexto.
II. estará modificando constantemente a latitude, porém
permanece na mesma longitude.
III. estará se aproximando cada vez mais do meridiano
de origem.
02. Nos solstícios, que ocorrem nos dias 21 de junho
e 21 de dezembro, os raios solares incidem
perpendicularmente sobre um dos trópicos.
IV. estará navegando pelas águas do hemisfério austral.
V. estará se distanciando cada vez mais do círculo polar
04. Os equinócios, dias e noites com a mesma duração,
ocorrem nos dias 21 de março e 22 de setembro,
quando os raios solares incidem perpendicularmente
sobre a Linha do Equador.
ártico.
Estão CORRETAS as afirmações
A) II e V, apenas.
08. Quando a extremidade norte do eixo da Terra está
inclinada na direção do Sol, a luz solar incide mais
diretamente no Hemisfério Sul. O Sol fica mais alto
no céu, o que produz um número maior de horas de
luz natural ao sul do Equador.
16. A hora oficial dos países, baseada nos fusos horários,
é adiantada a oeste e atrasada a leste em relação ao
Meridiano de Greenwich.
Soma (
02.
seguirá passando por latitudes cada vez maiores até
cruzar a linha equatorial.
B) I, II e IV.
C) I, III e V.
D) II e III, apenas.
E) III, IV e V.
04.
(UFLA-MG–2006) Observe a seguinte curiosidade.
)
Bola dividida
(UCPel-RS) Com relação à figura podemos afirmar que
No estádio Milton de Souza Corrêa, o Zerão, em Macapá - AP,
a linha central que divide o gramado está posicionada
exatamente sobre a linha imaginária [...] Assim, no início
21 de março
22 de dezembro
da partida, um time fica na metade norte do mundo e
outro na parte sul e, é claro, durante o jogo os atletas
trocam de hemisfério várias vezes. [Na cidade] além do
estádio de futebol, parques, praças, bares e restaurantes
aproveitam-se da posição estratégica para atrair os
21 de junho
curiosos. Tamanha peculiaridade chamou a atenção do
23 de setembro
Plano da elíptica
jornalista inglês Alex Bellos, autor de um ótimo livro sobre
o futebol brasileiro: Futebol – The Brazilian way of life,
lançado em maio naquele país.
1. o movimento de translação é aquele que a Terra
realiza ao redor do Sol, junto com os outros planetas,
definindo, assim, os dias e as noites, percorrendo um
caminho que tem forma elíptica.
Supernovas. Revista Superinteressante. 210 ed. São Paulo:
Editora Abril, fevereiro de 2005, p. 16-17 (Adaptação).
A alternativa a seguir que identifica CORRETAMENTE
2. ela representa o movimento da Terra em um período
de 365 dias (um ano), definindo as estações do ano.
tanto a linha imaginária mencionada no texto quanto o
3. os equinócios são demarcados pelos dias 21 de março
e 23 de setembro.
A) Linha do Equador – “metade norte do mundo”.
indicativo dessa identificação é
4. o solstício é um período em que as noites são iguais
aos dias.
B) Trópico de Câncer – localização da cidade de
5. no verão do Hemisfério Sul, é possível considerar que
a incidência dos raios do sol na superfície da Terra é
praticamente perpendicular.
C) Trópico de Capricórnio – “linha central que divide o
Estão CORRETAS
D) Linha do Greenwich – “atletas trocam de hemisfério”.
A) 2, 3 e 5.
C) 2, 3 e 4.
B) 1, 2, 3, 4 e 5.
D) 1, 2 e 3.
E) 2, 4 e 5.
Macapá-AP.
gramado”.
E) Círculo Polar Ártico – “aproveitam-se da posição
estratégica”.
Editora Bernoulli
9
GEOGRAFIA
01.
Frente A Módulo 01
05.
A partir da análise dessas figuras, é CORRETO
afirmar que
(UFPB–2010) Na figura a seguir, observa-se a ilustração de
um avião na rota São Paulo (SP) – Maringá (PR) voando,
A) as altas e médias latitudes mostradas em I
apresentam maior maritimidade que aquelas
mostradas em II.
em linha reta sobre o Trópico de Capricórnio.
Minas
Gerais
MATO GROSSO
DO SUL
B) as figuras I e II representam a distribuição dos
continentes e oceanos, respectivamente, nos
Hemisférios Sul e Norte do Globo.
SÃO PAULO
Maringá
C) as regiões polares de ambos os hemisférios
se diferenciam significativamente quanto à
distribuição de terras e mares.
São Paulo
Trópico de Capricórnio
PARANÁ
0
D) os limites externos das figuras I e II correspondem,
respectivamente, aos Trópicos de Câncer e de
Capricórnio.
OCEANO
ATLÂNTICO
100 200 300 400 Km
07.
Lado direito
(UFOP-MG) Nos mapas do globo terrestre são
apresentadas linhas imaginárias, que têm a função
de localizar qualquer ponto em sua superfície.
Essas linhas constituem as chamadas coordenadas
geográficas, determinadas a partir dos paralelos e
meridianos. Sobre essas linhas, assinale a opção
INCORRETA.
A) Os trópicos e os círculos polares são paralelos que
servem de referência para o estabelecimento dos
24 fusos horários da Terra.
B) O paralelo 0º é a linha imaginária traçada na
parte mais larga da Terra e corresponde ao círculo
máximo perpendicular ao eixo terrestre.
Lado esquerdo
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de.
C) Os meridianos são linhas que dão a volta na Terra,
passando pelos dois polos, e têm sempre a mesma
medida.
Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização.
São Paulo: Scipione, 2007. Anexo (Adaptação).
D) O m e r i d i a n o 0 º o u r e f e r ê n c i a – q u e p a s s a
pelo observatório astronômico de Greenwich,
uma cidade da Inglaterra – divide a Terra nos
Hemisférios Ocidental e Oriental.
Considerando que o avião está no meio do trajeto às 12h
(horário de Brasília) e que a viagem está sendo efetuada
em um dia ensolarado, sem nuvens, em pleno solstício
de verão no Hemisfério Norte, é CORRETO afirmar que
os raios solares incidirão com ângulo
A) oblíquo no lado esquerdo do avião.
08.
(UFOP-MG) Considere os hemisférios formados pela
interseção da Linha do Equador com o Meridiano de
Greenwich.
B) oblíquo no lado direito do avião.
C) reto na parte de cima do avião.
D) oblíquo na parte dianteira do avião.
E) oblíquo na parte traseira do avião.
06.
(UFMG) Analise estas figuras:
A esse respeito é INCORRETO afirmar:
A) O Brasil tem a maioria de suas terras nos Hemisférios
Sul e Ocidental.
B) Os EUA têm a maioria de suas terras nos Hemisférios
Norte e Ocidental.
C) A China está localizada nos Hemisférios Norte e
Oriental.
I
10
Coleção Estudo
II
D) A Austrália está localizada nos Hemisférios Sul e
Ocidental.
Orientação e localização
09.
(UFPR) Em relação às causas físicas que explicam o
estabelecimento das linhas imaginárias do Equador,
SEÇÃO ENEM
Trópicos de Câncer e de Capricórnio e Círculos Polares
01.
Ártico e Antártico, é CORRETO afirmar:
(Enem–2000) “Casa que não entra Sol, entra médico.”
Esse antigo ditado reforça a importância de, ao
construirmos casas, darmos orientações adequadas
aos dormitórios, de forma a garantir o máximo conforto
térmico e salubridade. Assim, confrontando casas
construídas em Lisboa (ao norte do Trópico de Câncer)
e em Curitiba (ao sul do Trópico de Capricórnio), para
garantir a necessária luz do Sol, as janelas dos quartos
não devem estar voltadas, respectivamente, para os
pontos cardeais
A) Os Círculos Polar Ártico e Polar Antártico têm sua
delimitação estabelecida pelos períodos de luz e
sombra, que ocorrem devido à conjunção do eixo de
inclinação terrestre e do movimento de translação da
Terra em torno do Sol.
B) O estabelecimento dos Trópicos de Câncer e de
Capricórnio está relacionado ao movimento diário do
Sol em torno da Terra.
A) norte / sul.
C) O movimento de rotação interfere no estabelecimento
B) sul / norte.
das linhas imaginárias do Equador, Trópico de Câncer
C) leste / oeste.
e Trópico de Capricórnio, bem como dos círculos
D) oeste / leste.
polares.
E) oeste / oeste.
D) Todas essas linhas imaginárias que correspondem à
02.
O jardim de caminhos que se bifurcam
princípio físico.
[...] Uma lâmpada aclarava a plataforma, mas os rostos
dos meninos ficavam na sombra. Um me perguntou:
O senhor vai à casa do Dr. Stephen Albert? Sem
aguardar resposta, outro disse: A casa fica longe daqui,
mas o senhor não se perderá se tomar esse caminho
à esquerda e se em cada encruzilhada do caminho dobrar
à esquerda.
E) Cada uma dessas linhas divide a Terra em duas
partes iguais.
10.
(Enem–2005) Leia o texto a seguir.
graus porque foram estabelecidas segundo o mesmo
(UFU-MG–2009) Observe a figura a seguir. Ela representa
a Terra em uma determinada posição em relação
ao Sol.
Borges, J. Ficções. Rio de Janeiro:
Globo, 1997. p. 96 (adaptado).
Rotação da Terra
Quanto à cena descrita, considere que
I.
o Sol nasce à direita dos meninos.
II. o senhor seguiu o conselho dos meninos, tendo
encontrado duas encruzilhadas até a casa.
E
q
Conclui-se que o senhor caminhou, respectivamente,
ua
do
nos sentidos
Raios
solares
r
A) oeste, sul e leste.
B) leste, sul e oeste.
C) oeste, norte e leste.
A
D) leste, norte e oeste.
E) leste, norte e sul.
Círculo de iluminação
FERREIRA, Graça M. L.; MARTINELLI, M.
Geografia em mapas: noções básicas de Geografia.
São Paulo: Moderna, 2000. p. 29 (Adaptação).
No momento em que a Terra se encontra na posição
apresentada, verifica-se que, na cidade brasileira
03.
No primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul, uma
atividade de observação de sombras é realizada por
alunos de Macapá, Porto Alegre e Recife. Para isso,
utiliza-se uma vareta de 30 cm fincada no chão na posição
vertical. Para marcar o tamanho e a posição da sombra, o
chão é forrado com uma folha de cartolina, como mostra
a figura:
identificada na figura pelo ponto A, é
A) manhã de um dia de verão.
B) anoitecer de um dia de inverno.
C) manhã de um dia de inverno.
D) entardecer de um dia de primavera.
Editora Bernoulli
11
GEOGRAFIA
latitude e à longitude têm o mesmo valor relativo em
Frente A Módulo 01
Nas figuras seguintes, estão representadas as sombras
projetadas pelas varetas nas três cidades, no mesmo
instante, ao meio-dia. A linha pontilhada indica a direção
norte-sul.
Boa Vista
Macapá
Manaus
NORTE
Equador
São Luís
Belém
Recife
Fortaleza
Teresina
João Pessoa
Porto Velho
Natal
Recife
Aracaju
Cuiabá
SUL
Salvador
Brasília
Goiânia
Belo Horizonte
NORTE
Porto Alegre
Vitória
São Paulo
Trópico de Capricórnio
Rio de Janeiro
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Levando-se em conta a localização dessas três cidades
SUL
no mapa, podemos afirmar que os comprimentos
NORTE
das sombras serão tanto maiores quanto maior for o
afastamento da cidade em relação ao
Macapá
A) litoral.
B) Equador.
C) nível do mar.
D) Trópico de Capricórnio.
E) Meridiano de Greenwich.
SUL
GABARITO
Fixação
01. C
02. B
03. E
04. C
05. A
02. A
03. A
04. A
Propostos
01. Soma = 07
Seção Enem
01. A
12
02. A
Coleção Estudo
03. B
05. B
06. C
07. A
08. D
09. A
10. C
GEOGRAFIA
MÓDULO
02 A
Fusos horários e
projeções cartográficas
FUSOS HORÁRIOS
FRENTE
Meridiano de Greenwich (GMT)
O movimento de rotação da Terra (direção oeste-leste) dura
O Meridiano de Greenwich ou primeiro meridiano (0°),
em média 24 horas, dando origem ao dia e à noite, bem como
uma linha imaginária no centro do fuso zero, ficou definido
ao chamado movimento aparente do Sol (que se dá no sentido
na Conferência do Meridiano como referência da hora oficial
contrário ao da Terra, de leste para oeste). Na medida em
mundial, ou hora GMT (Greenwich Meridian Time).
que o movimento de rotação se realiza, áreas que estavam
A partir de 1986, a hora GMT foi substituída pelo UTC
iluminadas vão gradativamente perdendo luminosidade.
(Universal Time Coordinated), que é uma mensuração
Em função de sua forma, o planeta Terra possui 360º de
baseada em padrões atômicos e não na rotação da Terra.
circunferência. Como a Terra demora aproximadamente 24
horas para girar completamente ao redor de si mesma, a cada
Polo Norte
hora que ela gira, cobre uma distância de 15° em relação ao
Sol (360°/24 h = 15°/h). Devido ao movimento de rotação,
Foi estabelecido que o primeiro fuso horário é a partir do
Meridiano de Greenwich, Tempo Universal Coordenado (TUC),
sendo que a partir dele traça-se meridianos a cada 15º (12
horas para cada hemisfério).
Cada fuso horário é delimitado por dois meridianos e todos
os lugares situados no seu interior têm a mesma hora –
Longitude
Oeste
Meridiano central (Greenwich)
as horas aumentam para leste e diminuem para o oeste.
Longitude
Leste
a hora legal. A hora local é definida pela passagem do Sol
pelo meridiano do lugar, mas a hora legal é definida pelo
Polo Sul
fuso onde estamos.
Traçado do Meridiano de Greenwich
11
12
Linha Internacional da Data
13
10
Essa é a linha que acompanha o Antimeridiano de
Greenwich (180º), atravessando o Oceano Pacífico. Por
convenção internacional, esse meridiano determina a
E
W
mudança de data civil em todo o planeta. Ao ultrapassar
essa linha, exatamente no ponto em que ela se localiza,
deve-se alterar a data para o dia anterior (a leste) ou
seguinte (a oeste) à partida. Aqui, ocorre o inverso. Quando
24
atravessamos para o oeste, mudamos para o dia seguinte.
A leste, avançamos para o dia anterior. Há, portanto, uma
Movimento aparente do Sol
mudança de dias e não de horas.
Editora Bernoulli
13
Frente A Módulo 02
Calculando a hora no mundo
150
10
165
11
180
12
12
165
11
11
150
10
Os fusos horários são contados de 0º a 180º para oeste
e para leste de Greenwich. Como a Terra gira no sentido
oeste-leste, a cada 15º, partindo de Greenwich para o leste,
as horas aumentam, e para o oeste, diminuem.
•
Há dois pontos estratégicos que delimitam as datas:
a Linha Internacional da Data e o fuso em que
temos meia-noite. Entendamos que meia-noite é o
final de um dia e o começo de outro, assim, ficou
60
convencionado que o dia anterior fica compreendido
entre o lado oeste da Linha Internacional da Data
(LID) e o fuso que é meia-noite. Por sua vez, o dia
seguinte vai do fuso que é meia-noite até o lado leste
W
E
da LID.
45
•
subtraem-se 24 horas
E
W
Cruzando a LID do Hemisfério Oriental para o
Ocidental, passamos para o dia anterior.
•
adicionam-se 24 horas
30
Podemos ter horas iguais: como o fuso 12 é dividido
pela LID, ficando uma parte em cada hemisfério, pode
ocorrer que dois lugares situados no mesmo fuso
tenham a mesma hora só que com datas diferentes.
Havaí
Ilhas
Marshall
Fusos horários no Brasil
15
Em junho de 2008, no Brasil, foram adotados três fusos
horários que permanecem atrasados se comparados ao
Meridiano de Greenwich.
Até 2008, a 30º de Greenwich, as regiões brasileiras das Ilhas
Ilhas
Salomão
Oceânicas apresentavam o horário adiantado em uma hora
em relação ao horário oficial de Brasília. A 45º de Greenwich,
as regiões de Brasília, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Paraná
15
e todos os estados litorâneos apresentavam o fuso horário
atrasado em três horas em relação a Greenwich. A 60º de
Greenwich, as regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Rondônia, Roraima, parte do Pará, parte do Amazonas e o
30
Acre tinham o fuso horário atrasado em quatro horas.
Porém, com a mudança oficial ocorrida em junho de
Nova
Zelândia
2008 no Pará, os municípios com uma hora de diferença
passaram a ter o mesmo fuso horário de Brasília. O estado
45
do Amazonas, que possui seis municípios com duas horas
de atraso, passou a ter uma hora de diferença da capital
federal. Já o estado do Acre, que possui duas horas de atraso
Domingo
Sábado
em relação ao horário oficial do país (e –5h em relação ao
Meridiano de Greenwich), passou a ter uma hora de diferença
10
11
23h
12
24h
12
0h
11
11
1h
Linha Internacional de Mudança de Data
Traçado da LID
14
Coleção Estudo
10
em relação a Brasília.
O principal objetivo da mudança é a integração com o
sistema financeiro, além de facilitar o transporte aéreo e a
comunicação dos três estados com o restante do país.
Fusos horários e projeções cartográficas
A ideia de adiantar em 1 hora os relógios no período
Fusos horários do Brasil até junho de 2008
de verão surgiu nos Estados Unidos, com a denominação
N
AMAPÁ
MARANHÃO
RIO GRANDE DO
NORTE
PARÁ
TOCANTINS
ACRE
RONDÔNIA
MATO
GROSSO
PIAUÍ
BAHIA
DF
PARAÍBA
PERNAMBUCO
ALAGOAS
SERGIPE
OCEANO
ATLÂNTICO
GOIÁS
MINAS
MATO
GERAIS
ESPÍRITO
GROSSO
SANTO
DO SUL SÃO
PAULO
RIO
DE
PARANÁ
JANEIRO
SANTA
RIO
CATARINA
GRANDE
DO SUL
OCEANO PACÍFICO
- 5 horas
- 4 horas
os dias mais longos do ano. O horário de verão no Brasil
foi instituído, pela primeira vez, no verão de 1931-1932.
CEARÁ
AMAZONAS
daylight saving time. O objetivo era aproveitar ao máximo
Até 1967 sua implantação foi feita de forma esporádica e
sem um critério científico mais apurado. Apenas a partir de
1985 a medida passou a vigorar todos os anos.
O principal objetivo da implantação do horário de verão
é o melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer,
o que proporciona substancial redução na geração da energia
elétrica em aproximadamente 4% a 5%.
Os estados do Nordeste e do Norte do Brasil não adotam
o horário de verão porque nessas regiões, por estarem
próximos ao Equador, a quantidade de horas do dia com
0
300 km
luminosidade natural varia muito pouco ao longo do ano.
- 2 horas
- 3 horas
Os estados do Pará e do Amazonas apresentam dois fusos
diferentes e o estado do Acre possui 2 horas de diferença
em relação ao horário oficial de Brasília.
RR
AP
Fusos horários do Brasil a partir de junho de 2008
PA
AC
MARANHÃO
PI
RO
TO
MT
BA
CEARÁ
AMAZONAS
TOCANTINS
ACRE
RONDÔNIA
MATO
GROSSO
PIAUÍ
BAHIA
OCEANO PACÍFICO
DF
- 5 horas
PARAÍBA
PERNAMBUCO
ALAGOAS
SERGIPE
OCEANO
ATLÂNTICO
GOIÁS
MINAS
MATO
GERAIS
ESPÍRITO
GROSSO
SANTO
DO SUL SÃO
PAULO
RIO
DE
PARANÁ
JANEIRO
SANTA
RIO
CATARINA
0
GRANDE
DO SUL
- 4 horas
- 3 horas
RN
PB
PE
AL
SE
DF
RIO GRANDE DO
NORTE
PARÁ
CE
MA
N
AMAPÁ
RORAIMA
AM
GO
+ 1h
No horário de verão,
os relógios devem
ser adiantados em
uma hora.
MG
MS
SP
PR
Em Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, o fuso horário é de
menos 1h em relação a Brasília.
ES
RJ
SC
RS
Não adotam horário de verão
N
0
Adotam horário de verão
600 km
300 km
- 2 horas
O estado do Pará passa a ter o mesmo fuso de Brasília,
os estados do Amazonas e do Acre passam a ter uma hora
de diferença em relação à capital federal.
MAPAS E REPRESENTAÇÃO
CARTOGRÁFICA
Os mapas representam um dos principais instrumentos
da Geografia. Eles são úteis para analisar e interpretar a
Horário de verão
O horário oficial utilizado como base para todo o território
brasileiro é o de Brasília, que se mantém atrasado três horas
em relação ao Meridiano de Greenwich. Durante o conhecido
horário de verão, é acrescida uma hora às regiões que o
utilizam como forma de diminuir o consumo de energia.
realidade espacial e também para interferir nela, propondo
ações de planejamento. Os mapas físicos, políticos e
temáticos revelam os aspectos visíveis da paisagem ou das
fronteiras políticas, espelham projetos de desenvolvimento
regional ou contribuem para organizar operações militares,
sendo, portanto, considerados instrumentos estratégicos.
Editora Bernoulli
15
GEOGRAFIA
RORAIMA
Frente A Módulo 02
Observação: Os termos mapa e carta são, muitas vezes,
usados como sinônimos.
Mapa é a representação no plano, normalmente em
escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais,
culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de
uma figura planetária, delimitada por elementos físicos,
político-administrativos, destinada aos mais variados usos,
temáticos, culturais e ilustrativos.
As projeções se baseiam em princípios geométricos e
matemáticos de construção, sendo que a maioria se apoia
no conceito de superfície de projeção. Esta nada mais é que
uma superfície teórica / fictícia posicionada junto ao modelo
de superfície da Terra, conforme ilustra a figura a seguir:
Princípios das projeções cartográficas
IBGE
Carta é a representação no plano, em escala média ou
grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área
tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas
delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos –
com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores,
com grau de precisão compatível com a escala.
IBGE
Planta é um caso particular de carta. A representação
se restringe a uma área muito limitada e a escala é
grande, consequentemente, o número de detalhes é
bem maior.
IBGE
Os tipos de mapas
De acordo com a finalidade ou o tipo de usuário a que se
destinam, os mapas ou cartas podem ser classificados em:
•
Gerais: Quando se destinam ao público em geral, isto
é, atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente
Superfície
de projeção
A partir desse modelo, são projetados todos os pontos
possíveis da superfície terrestre na superfície de projeção,
que podem ser de três tipos:
A)
Projeções cônicas: a superfície de projeção é um cone;
B)
Projeções azimutais: a superfície de projeção é um
plano;
C)
Projeções cilíndricas: a superfície de projeção é um
cilindro.
Para efeitos didáticos, considera-se que cada superfície
de projeção tangencia o modelo de superfície terrestre,
normalmente, em um ponto (ou em paralelos de contato),
caracterizado por apresentar a menor deformação do sistema
de projeção considerado. Assim, temos:
A)
são mapas de pequena escala. Por exemplo: mapas
de grandes regiões, de países, de continentes e
mapas-múndi.
•
Projeções cônicas: o cone de projeção é tangente às
médias latitudes, a partir das quais as deformações
aumentam, tanto em direção ao polo quanto ao
Equador.
Especiais: Quando se destinam a determinadas
pessoas ou grupos (profissionais), isto é, são
mapas mais específicos ou técnicos e geralmente
de grande escala. Por exemplo: mapas políticos,
econômicos, científicos, cartas náuticas, aéreas
e cadastrais.
•
Temáticos: Quando se destinam ao estudo, análise
e pesquisa de determinados temas como geologia,
pedologia, demografia, etc.
Cone
B)
Projeções azimutais: o plano de projeção é tangente
às altas latitudes (um dos polos), a partir das
quais as deformações aumentam em direção às
menores latitudes.
Projeções cartográficas
Os sistemas de projeções cartográficas constituem
formas de representação cartográfica que transformam
as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície
esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo
correspondência entre elas.
16
Coleção Estudo
Plano
Fusos horários e projeções cartográficas
C)
Projeções cilíndricas: o cilindro de projeção é
tangente ao Equador, a partir de onde as deformações
aumentam em direção às altas latitudes.
Cilindro
Vale ressaltar que cada um dos modelos descritos pode
ser também aplicado a qualquer região do globo, mas essas
aplicações são as mais comuns para os tipos de projeções
estudados (Mercator, Peters, Azimutal, etc.).
Projeções cônicas
Apresentam os meridianos retos e paralelos curvos,
sendo usadas para representar regiões de latitudes médias.
Na projeção cônica, as deformações são mínimas nas
latitudes médias, aumentando à medida que as zonas
representadas estão mais distantes. A projeção cônica é
recomendada para representar mapas regionais (pequenas
partes da superfície terrestre), normalmente em latitudes
médias (a partir de 50ºN ou S), ou nas proximidades das
regiões polares.
A)
Equidistantes – as que não apresentam deformações
lineares para algumas linhas em especial, isto
é, os comprimentos são representados em
escala uniforme.
B)
Conformes – representam, sem deformação, todos os
ângulos em torno de quaisquer pontos, e, decorrentes
dessa propriedade, não deformam pequenas regiões.
C)
Equivalentes – têm a propriedade de não alterarem
as áreas, conservando, assim, uma relação constante
com as suas correspondentes na superfície da Terra.
Seja qual for a porção representada num mapa, ela
conserva a mesma relação com a área de todo o mapa.
D)
Afiláticas – não possuem nenhuma das propriedades
dos outros tipos, isto é, equivalência, conformidade
e equidistância, ou seja, são as projeções em
que as áreas, os ângulos e os comprimentos não
são conservados.
Projeções cilíndricas
Servem para representar as regiões de baixa latitude, já
que apresentam paralelos e meridianos retos, deformam e
exageram as regiões polares. Uma das projeções cilíndricas
mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta
centrada na Europa.
GEOGRAFIA
Os diversos tipos de projeções existentes procuram manter
um dos três fundamentos básicos da cartografia: a distância,
a forma e os ângulos. Para isso, podem ser classificadas em:
Projeções azimutais
Apresentam paralelos em círculos concêntricos e
meridianos retos, sendo mais utilizadas para representar
as regiões polares (de altas latitudes) com o polo
projetado no centro de um plano, o que acarreta menores
distorções nas altas latitudes, especialmente no ponto
de tangência.
Editora Bernoulli
17
Frente A Módulo 02
Projeções mais importantes
Projeção de Mercator
É uma projeção cilíndrica conforme, elaborada no século
XVI, para os navegadores, pelo cartógrafo e matemático
holandês Gerhard Kremer durante o período da Expansão
Marítima europeia, priorizando a localização dos continentes.
Essa projeção:
•
apresenta os meridianos e os paralelos em linhas
retas, os quais se cortam em ângulos retos;
•
manteve as formas dos continentes, mas não
respeitou as proporções reais;
•
apresenta as regiões polares de maneira exagerada;
•
é excelente para a navegação;
•
é correta nos ângulos e formas;
•
dispõe a Europa no centro do mapa (eurocentrismo).
Na projeção de Peters (ou “Projeção Equivalente de Peters”)
os meridianos estão separados em intervalos crescentes
desde os polos até o Equador e, por isso, os continentes
situados entre os meridianos 60º norte e sul apresentam
uma deformação (alongamento) no sentido norte-sul, sendo
que os continentes que se situam em uma latitude elevada
(Groenlândia, Canadá, etc.) apresentam um achatamento
no sentido norte-sul e um alongamento proposital (para
haver correspondência em tamanho) no sentido leste-oeste.
Essa projeção se caracteriza por:
•
alterar as formas para manter as reais proporções
dos continentes;
•
manter a área proporcional dos continentes mais
próxima do tamanho real apesar de deformá-los;
•
destacar o continente africano no centro do mapa;
•
propor a valorização do mundo subdesenvolvido,
mostrando sua área real.
Projeção de Mollweide
Nessa projeção, os paralelos são linhas retas e os meridianos,
linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre,
tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam
grande exatidão, tanto em área como em configuração,
mas as extremidades apresentam grandes distorções.
Projeção de Peters
Projeção de Mollweide
Projeção de Goode
Essa é uma projeção descontínua, pois tenta eliminar
várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais
da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais
dos continentes, para lograr maior exatidão.
A projeção de Peters é cilíndrica e tangente ao Equador,
parecida com a de Mercator, mas com a diferença
fundamental de representar, o mais próximo possível da
realidade, a proporção de tamanho entre os continentes
sem se preocupar com a equivalência das distâncias.
18
Coleção Estudo
Projeção de Goode
Fusos horários e projeções cartográficas
Anamorfose
São mapas esquemáticos, sem escala cartográfica. Nessas representações, as áreas sofrem deformações matematicamente
calculadas, tornando-se diretamente proporcionais a um determinado critério ou informação que se está considerando.
Finlândia
Noruega
Reino
Belarus
Suécia
Unido Dinamarca
Países
Baixos
Polônia
Alemanha
Bélgica
Rep.
Tcheca
Áustria
França
Rússia
Ucrânia
Estados Unidos
Espanha
Itália
China
Casaquistão
Bulgária
Hungria
Romênia
Coreia do Sul
Canadá
Japão
Uzbequistão
Grécia
Turquia
Filipinas
Irã
Israel
Tailândia
México
Arábia
Saudita
Paquistão
Índia
Cingapura
Malásia
Venezuela
Indonésia
Argélia
Colômbia
Egito
Austrália
Nigéria
Brasil
África
do Sul
Argentina
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
A partir da leitura e da análise feitas, é INCORRETO
afirmar que
01.
A) a realidade geográfica pode ser representada por,
entre outras, duas expressões de linguagem – a
literária e a cartográfica.
(UFMG) Leia este texto e analise o mapa que se segue
a ele:
Veja, a costa do Maranhão é o desenho, a linha frontal
duma gaivota em vôo, o desdobrar-se d’asas: ela encentra
um V, um golfo aberto em ângulo. O lado esquerdo desse
golfão é a baía de São Marcos, baía do Tubarão, há
quem o diga. Na verdade, por ali dá muito esqualo, às
vezes enxameiam, e o tempo, à noite, cheira à melancia.
No foco, a ilha, onde se situa a capital, numa esplanada
sobre outro golfete – este braço da baía, em que saem os
estuários de dois rios. São Luís tem água por três lados.
[...] Para resumir, chame tudo isso de “a baía”.
ROSA, João Guimarães. Estas estórias. 3. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1985. p. 30.
Litoral do Maranhão
OCEANO
ATLÂNTICO
2º00’00’’
2º00’00’’
São Luís
é
ba
pe
Par
ta
o I
c
u
ru
n
100 km
6º00’00’’
6º00’00’’
46º00’00’’
D) o mapa, mesmo com a escala utilizada, mostra, com
mais detalhe que o texto, as características físicas do
litoral maranhense.
02.
(UnB-DF) Muitas ferramentas, de variados tipos, são
usadas nos estudos geográficos, mas provavelmente
a mais importante e a mais universal seja o mapa.
Em relação à função e às características dos mapas, julgue
os itens que se seguem.
( ) Mapas são representações cartográficas acuradas
e fiéis da superfície terrestre, uma vez que as
projeções neles utilizadas eliminam as distorções que
a curvatura da Terra poderia causar.
( ) A representação cartográfica supre a lacuna da
informação fragmentada, já que possibilita a visão
de conjunto dos fenômenos ali dispostos.
MARANHÃO
0
C) o texto revela a capacidade de um autor não geógrafo
em descrever, sinteticamente, uma determinada
região geográfica.
( ) Plotar, nos mapas, informações de caráter ambiental,
social, político ou econômico é o objetivo central das
análises geográficas.
aí
ar
Rio
o Pind
Ri
Ri
B) a abrangência espacial da área descrita no texto é
maior que a abrangência espacial da área reproduzida
cartograficamente.
42º00’00’’
( ) Transformações políticas em uma região são capazes
de modificar o traçado dos mapas.
Editora Bernoulli
19
GEOGRAFIA
Anamorfose
Frente A Módulo 02
03.
A) Paulo
(UFES) Por volta das 9 horas do dia 11 de setembro de
4h – dia 6
D) Paulo
7h – dia 6
2001, o mundo assistiu atônito aos ataques terroristas às
Pedro 2h – dia 6
Pedro 9h – dia 5
torres gêmeas do “World Trade Center”, na cidade de Nova
Clara
Clara
lorque, localizada a 74° de longitude oeste de Greenwich.
B) Paulo
Tem-se apontado como o autor intelectual dos ataques
16h – dia 5
5h – dia 6
E) Paulo
18h – dia 6
5h – dia 6
Pedro 3h – dia 6
Pedro 2h – dia 6
Afeganistão. A diferença horária entre a cidade de Cabul,
Clara
Clara
no Afeganistão, e a cidade de Nova lorque, nos EUA,
C) Paulo
o saudita Osama Bin Laden, que se encontra escondido no
é de +9h30min. Com base nas informações anteriores,
5h – dia 5
18h – dia 5
17h – dia 5
Pedro 15h – dia 5
a longitude da capital afegã é
Clara
18h – dia 6
A) 142°30’ longitude oeste de Greenwich.
B) 135°00’ longitude oeste de Nova lorque.
C) 216°30’ longitude leste de Nova lorque.
D) 83°30’ longitude leste de Greenwich.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
E) 68°30’ longitude leste de Greenwich.
(Fatec-SP–2008) Analise as representações cartográficas.
Noruega
Coreia
do Sul
Canadá
04.
(Unimontes-MG–2008) Observe a figura.
Rússia
Reino
Unido
China
Alemanha
Estados Unidos
França
Japão
Turquia
Suíça
Índia
Cingapura
Itália
Espanha
Indonésia
Austrália
Egito
Equador
México
Peru
dor
Equa
África
do Sul
Brasil
Argentina
Reino Unido
Canadá
Estados Unidos
Fonte: MOREIRA; SENE, 2004.
França
A partir da projeção dos meridianos e paralelos
é construída em
Japão
Turquia
Egito
Venezuela
Brasil
A) um cilindro tangente à superfície de referência,
desenvolvendo, a seguir, o cilindro num plano.
China
Itália
México
geográficos, a forma cartográfica representada na figura
Rússia
Alemanha
Nigéria
Paquistão
Bangladesh
Filipinas
Índia
Argentina
Indonésia
B) uma esfera tangente à superfície de referência,
desenvolvendo, a seguir, o globo num plano.
C) um cone tangente à superfície de referência,
desenvolvendo, a seguir, o cone num plano.
D) qualquer ponto da superfície de referência por um
pedaço de papel num plano.
05.
(PUC RS) Três jovens amigos estão localizados em pontos
diferentes da Terra: Paulo está a 165° leste de Greenwich;
Essas representações são anamorfoses geográficas. Uma
anamorfose geográfica representa a superfície dos países
em áreas proporcionais a uma determinada quantidade.
As anamorfoses anteriores representam, respectivamente,
A) o número de turistas recebidos e o produto nacional bruto.
B) o produto nacional bruto e a população.
Pedro permanece a 45° a oeste de Paulo, e Clara está a
C) a população e o número de turistas recebidos.
2° oeste de Greenwich. Sabendo que no Meridiano Inicial
D) a população ativa na agricultura e o produto
são 18 horas do dia 5 de janeiro, a hora legal e o dia em
que estão Paulo, Pedro e Clara são, respectivamente,
20
SIMIELLI M. E., Geoatlas, 2007.
Coleção Estudo
nacional bruto.
E) a população e a população ativa na agricultura.
Fusos horários e projeções cartográficas
02.
A) há três horários diferentes, aumentando para leste;
(UFRN) As figuras a seguir foram construídas utilizando
sendo o primeiro fuso horário até 5°E, o segundo de
a projeção do tipo azimutal equidistante.
5° a 30°E e o terceiro depois de 30°E.
Projeção azimutal equidistante
B) as horas serão exatamente as mesmas em todas essas
cidades, porque elas se situam na linha imaginária
de 50°N.
C) as horas se apresentam com acréscimo, de Berlim
África
para Astana, devido ao sentido de rotação da Terra e
à incidência dos raios solares.
Europa
Ásia
Europa
1
Equador
D) as horas se apresentam em decréscimo, de Londres
Equador
Ásia
América
2
África
América
para Kiev, devido ao sentido de rotação da Terra e à
incidência dos raios solares.
Oceania
E) há dois horários diferentes, diminuindo para leste;
Oceania
sendo o primeiro até Kiev e o segundo até Novosibirsk.
04.
2. Délhi
1. Pearl Harbor
SENE, E. de; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil:
espaço geográfico e globalização. São Paulo:
(FUVEST-SP) Com base de seus conhecimentos sobre
projeções cartográficas e analisando a que foi utilizada no
mapa a seguir, você pode inferir que se trata da projeção
GEOGRAFIA
Scipione, 2003. p. 446.
Polo de decisão
Sobre esse tipo de projeção, podemos afirmar que
Esboço do “centro” mundial
A) representa as áreas de latitudes médias e a
conservação das formas e dos ângulos continentais.
Relação de dominância
B) mostra um mundo igual para as pessoas e as
nações, apresentando, pois, um conteúdo político
e social.
C) conserva as formas das massas e a proporcionalidade
D) representa distâncias e direções exatas a partir de
um centro, revelando, dessa forma, um conteúdo
geopolítico.
03.
Equador
dos diversos continentes.
(FUVEST-SP)
0º
1
30º
70º
2
3
4
5
A) de Mercator, adequada para estabelecer a direção das
7
6
50ºN
0
Legenda
1. Londres
2. Amsterdã
3. Berlim
4. Varsóvia
5. Kiev
6. Astana
580 km
7. Novosibirsk
A Terra gira sobre ela mesma de oeste para leste. Assim,
teoricamente, todos os pontos, no mesmo fuso horário,
têm a mesma hora. Com base nessas informações e no
mapa, podemos afirmar que
rotas comerciais marítimas.
B) polar, adequada para representações geoestratégicas
e geopolíticas.
C) de Peters, adequada para representar a área dos
continentes, sem deformações.
D) cilíndrica, adequada para a representação centrada
nas regiões polares.
E) cônica, adequada para representar as regiões de
latitudes médias.
Editora Bernoulli
21
Frente A Módulo 02
05.
(FUVEST-SP–2010) A personagem Mafalda, que está em
06.
(PUC–2007)
Buenos Aires, olha o globo em que o norte está para cima
e afirma: “a gente está de cabeça pra baixo”. Quem olha
para o céu noturno dessa posição geográfica não vê a
Estrela Polar, referência do polo astronômico norte, e sim
o Cruzeiro do Sul, referência do polo astronômico sul. Se
os polos do globo de Mafalda estivessem posicionados
de acordo com os polos astronômicos, ou seja, o polo
geográfico sul apontando para o polo astronômico sul,
seria CORRETO afirmar que
QUINO. Ediciones de la Flor. S.R.L.
O texto faz uma importante reflexão referente ao uso
ideológico das representações cartográficas. Segundo
a crítica, a representação do norte, na parte superior
dos mapas, deve ser entendida num contexto histórico
específico, que se relaciona
A) ao período da geopolítica da Guerra Fria, visto que
os Estados Unidos e a União Soviética passaram a
ser representados na parte superior dos mapas após
a Segunda Guerra Mundial.
B) a uma visão estadunidense, que no século XX impôs
a representação do território dos Estados Unidos da
América na parte superior.
C) a uma visão eurocêntrica, que convencionou
representar o continente europeu na parte superior
dos planisférios, ainda no século XVI.
D) aos interesses da OTAN (Organização do Tratado do
Atlântico Norte), que, na segunda metade do século
XX, impôs a representação de sua área de atuação
Quino. Toda Mafalda. Martins Fontes, 1999.
na parte superior dos mapas.
A) o norte do globo estaria para cima, o sul para baixo
e Mafalda estaria realmente de cabeça para baixo.
07.
(Mackenzie-SP–2010)
Projeção Geopolítica
B) o norte do globo estaria para cima e o sul para baixo,
mas Mafalda não estaria de cabeça para baixo por
A cartografia oferece, de modo geral, uma imagem do
causa da gravidade.
planeta focalizada no Equador e centrada na Europa
C) o norte do globo estaria para cima, o sul para baixo,
e quem estaria de cabeça para baixo seriam os
habitantes do Hemisfério Norte.
planisférios, tende a incutir ou a perpetuar algumas
noções enganosas a respeito da configuração das massas
continentais e das relações de distância entre os países.
D) o sul do globo estaria para cima e o Norte para baixo,
A Geopolítica opera com projeções cartográficas menos
mas Mafalda estaria de cabeça para baixo por causa
usuais, capazes de evidenciar realidades geralmente
da gravidade.
pouco enfatizadas. Entre elas, está a projeção azimutal
E) o sul do globo estaria para cima, o norte para baixo
e Mafalda não teria razão em afirmar que está de
cabeça para baixo.
22
e África. Essa imagem, reproduzida à exaustão nos
Coleção Estudo
equidistante.
MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo:
da Guerra Fria aos nossos dias.
Fusos horários e projeções cartográficas
Considere os conceitos, a seguir, que relacionam as
A) Apresenta direções e distâncias verdadeiras a partir de
seu centro. Os mapas, confeccionados com base nessa
projeção, têm por centro qualquer ponto escolhido.
Eles proporcionam, a cada Espaço, uma visão de
mundo centrada no seu próprio território.
B) Apresenta direções e distâncias verdadeiras a partir
das suas periferias, havendo proporcionalidade de
áreas em todo o mapa e favorecendo a visão do
mundo subdesenvolvido.
C) Apresenta direções e distâncias alteradas, não
havendo proporcionalidade de formas e favorecendo
a visão do mundo desenvolvido.
D) Também conhecida como transmutal, na qual os ângulos
são idênticos, não apresentando distorções evidentes.
E) Apresenta as áreas proporcionalmente idênticas às
da esfera terrestre, embora os ângulos possam estar
deformados em comparação com a realidade.
anteriores. Depois, assinale a alternativa que aponta a
(UEPG-PR) Sobre projeções cartográficas e convenções
utilizadas na confecção de mapas, assinale o que for
CORRETO.
( ) As projeções cilíndricas, a exemplo da de Mercator, são
baseadas na projeção dos paralelos e meridianos em
um cilindro envolvente, posteriormente planificado.
( ) As projeções azimutais se baseiam na projeção da
superfície terrestre num plano em que os meridianos
são linhas retas divergentes e os paralelos são círculos
concêntricos.
( ) As projeções cônicas são baseadas na projeção do
globo terrestre sobre um cone que o tangencia e que
depois é planificado.
( ) Os símbolos ou sinais utilizados nos mapas são
denominados convenções. As formas de relevo podem
ser representadas por curvas de nível.
( ) A profundidade nos oceanos é representada nos
mapas por tonalidades diferentes da cor azul, indo
de um tom mais escuro (maiores profundidades) para
um azul-esbranquiçado (menores profundidades).
informações do texto com as ilustrações 1, 2 e 3,
sequência correta dessa relação.
( ) Os meridianos convergem para os polos e os paralelos
são arcos concêntricos situados a igual distância uns
dos outros.
( ) A projeção deforma as superfícies nas altas latitudes,
mantendo as baixas latitudes em forma e dimensão
mais próximas do real.
( ) A construção se organiza em volta de um ponto central
chamado “centro de projeção”.
Está CORRETA a relação sequencial indicada em:
A) 1 – 2 – 3
B) 2 – 3 – 1
C) 3 – 1 – 2
D) 3 – 2 – 1
10.
(UFES) As figuras a seguir mostram o mundo representado
em projeções cartográficas diferentes.
Projeção de Mercator
Círculo Polar Ártico
0
Trópico de Câncer
Equador
no Equador
Trópico de Capricórnio
180º
5 000 km
120º
60º
0º
60º
120º
180º
Projeção de Peters
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
0
Equador
5 000 km
no Equador
Trópico de Capricórnio
09.
(UEMG–2010) Analise as informações e as ilustrações
seguintes:
A transferência de uma imagem da superfície curva da
esfera terrestre para o plano da carta sempre produz
deformações, isoladas ou conjuntas, de várias naturezas:
na forma, em área, em distâncias e em ângulo. As
projeções cartográficas foram desenvolvidas para tentar
oferecer uma solução conveniente para essas dicotomias.
180º
120º
60º
0º
60º
120º
180º
Analisadas as figuras anteriores, é CORRETO afirmar que
A) ambas as projeções são cilíndricas, sendo que a de
Mercator é equivalente e a de Peters é conforme.
B) a projeção de Mercator conserva as áreas dos
continentes e, por esse motivo, é chamada
de eurocêntrica.
C) a projeção de Mercator é conforme, ou seja, conserva
as formas dos continentes e é a mais adequada para
a navegação marítima.
D) a projeção de Peters é a mais adequada para a
representação dos países do Terceiro Mundo, pois
mantém as formas em proporção correta.
1
2
3
BOCHICCHIO, Vincenzo Raffaele. Atlas Mundo Atual.
Ed. Atual. 2003.
E) a projeção de Peters é equidistante, ou seja, mantém
a proporcionalidade real nas medidas de distâncias
e ângulos.
Editora Bernoulli
23
GEOGRAFIA
08.
A respeito da projeção cartográfica citada, assinale a
alternativa CORRETA.
Frente A Módulo 02
SEÇÃO ENEM
Washington, em 1884. Cada fuso corresponde a uma faixa
de 15º entre dois meridianos. O Meridiano de Greenwich
foi escolhido para ser a linha mediana do fuso zero.
Passando-se um meridiano pela linha mediana de cada
fuso, enumeram-se 12 fusos para leste e 12 fusos para
III
II
I
Rua das Rosas
na Conferência Internacional do Meridiano, realizada em
V
IV
oeste do fuso zero, obtendo-se, assim, os 24 fusos e o
Rua das Margaridas
(Enem–2008) O sistema de fusos horários foi proposto
Rua dos Jasmins
01.
Rua dos Cravos
sistema de zonas de horas. Para cada fuso a leste do fuso
Rua das Hortênsias
zero, soma-se 1 hora, e, para cada fuso a oeste do fuso
zero, subtrai-se 1 hora. A partir da Lei n.° 11 662/2008,
0
o Brasil, que fica a oeste de Greenwich e tinha quatro
10 20 m
N
fusos, passa a ter somente 3 fusos horários. Em relação
ao fuso zero, o Brasil abrange os fusos 2, 3 e 4. Por
exemplo, Fernando de Noronha está no fuso 2, o estado
do Amapá está no fuso 3 e o Acre, no fuso 4. A cidade de
Considerando as informações do jornal, é possível afirmar
que o terreno anunciado é o
A) I.
D) IV.
fica a leste de Greenwich, no fuso 8. Considerando-se
B) II.
E) V.
que a cerimônia de abertura dos jogos tenha ocorrido às
C) III.
Pequim, que sediou os XXIX Jogos Olímpicos de Verão,
20h8min, no horário de Pequim, do dia 8 de agosto de
2008, a que horas os brasileiros que moram no estado
do Amapá devem ter ligado seus televisores para assistir
ao início da cerimônia de abertura?
A) 9h8min, do dia 8 de agosto.
B) 12h8min, do dia 8 de agosto.
C) 15h8min, do dia 8 de agosto.
GABARITO
Fixação
01. B
03. E
02. F F V V
04. A
D) 1h8min, do dia 9 de agosto.
E) 4h8min, do dia 9 de agosto.
02
Propostos
(Enem–2004) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre
01. B
os classificados de um jornal:
02. D
03. C
VILA DAS FLORES
Vende-se terreno plano
medindo 200 m2. Frente
voltada para o sol no período
da manhã.
Fácil acesso.
(443)0677-0032
Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado
e, lá chegando, observa um painel com a planta a seguir,
onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos,
numerados de I a V:
24
Coleção Estudo
04. B
05. E
06. C
07. A
08. V V V V
09. D
10. C
Seção Enem
01. A
02. D
05. E
GEOGRAFIA
Convenções cartográficas
e sensoriamento remoto
MÓDULO
FRENTE
03 A
AS CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
•
Isotermas: Unem pontos de igual temperatura nos
mapas.
As convenções cartográficas correspondem à simbologia da
representação gráfica de um fenômeno no mapa. São linhas,
cores, desenhos, traços que devem expressar, com clareza,
a mensagem do mapa. Essa simbologia precisa ser indicada
de maneira que permita sua identificação e classificação.
•
Isóbaras: Unem pontos de igual pressão atmosférica.
•
Isoietas: Unem pontos de igual pluviosidade.
•
Isoípsas: Unem pontos de mesma altitude.
•
Isóbatas: Unem pontos de igual profundidade.
Variáveis visuais
QUALITATIVO
ORDENADO
QUANTITATIVO
PONTUAL
Repetição:
Cada ponto
representa
100 pessoas
grande
Graduação:
Batimétricos: Representam a batimetria, ou seja, as
profundidades oceânicas do relevo marinho.
Hachuras: São linhas paralelas ou divergentes, plotadas na
direção do terreno. Os espaçamentos entre linhas são maiores
ou menores dependendo do grau de inclinação do terreno.
pequeno
Repetição: Isolinhas
LINEAR
divisa
||||||||||||||
|||||
||
|||||||||||||||||
ferrovia
rio
rodovia
estrada
principal
750
850
800
Granulação: Hachuras
estrada
secundária
estrada
de terra
Linhas de fluxo
Valor
Densidade
média
Uma representação topográfica ou de relevo pode ser
expressa por quatro processos:
Hipsométrico: Cada zona de altitude de relevo pode ser
representada por cores diferenciadas.
médio
estrada
Representação topográfica
100
80
Curvas de nível: É o método utilizado para representar o
relevo terrestre. Permite ao usuário ter um valor aproximado
da altitude em qualquer parte do mapa. Esse método
apresenta as seguintes características:
•
todos os pontos de uma curva de nível se encontram
na mesma elevação;
•
cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma;
•
as curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar
em saltos-d’água ou despenhadeiros;
•
em regra geral, as curvas de nível cruzam os
cursos-d’água em forma de “V”, com o vértice
apontando para a nascente.
ÁREA
60
40
Densidade
alta
20
300
200
100
As linhas são usadas para representar fenômenos de
distribuição linear, como ferrovias, rodovias, rios, canais,
fronteiras, ou para representar fenômenos de mesma
intensidade, como temperatura, pressão atmosférica,
pluviosidade, altitude, profundidade, etc. São mais comuns
as linhas:
Editora Bernoulli
25
Frente A Módulo 03
Curvas de nível mais próximas significam declives mais
elevados e curvas de nível mais afastadas representam áreas
de declives mais suaves. Já as curvas de nível concêntricas, com
os valores mais elevados no centro, representam montanhas ou
montes, mas se os valores estiverem ao contrário, com valores
mais baixos, então, temos uma área deprimida.
Com base na curva de nível podemos elaborar um perfil
topográfico, observe:
As escalas
A escala corresponde à razão entre as dimensões dos
elementos representados em mapas, cartas, fotografias ou
imagens e as correspondentes dimensões no terreno.
Escala =
Dimensão no mapa
Dimensão no terreno (real)
Tipos de escalas
Escala cartográfica: É a relação matemática entre as
dimensões dos elementos no desenho e no terreno.
Escala numérica: É a escala de um documento
cartográfico (mapa, carta ou planta) expressa por uma fração
ou proporção, a qual correlaciona a unidade de distância
no terreno.
200
Exemplo: 1: 100 000 – (Lê-se: 1 por 100 000)
10
0
0
60
50
0
do documento à distância medida na mesma unidade
40
0
30
0
Escala gráfica: É a representação gráfica da escala
numérica sob a forma de uma linha graduada, na qual a
relação entre as distâncias reais e as representadas nos
Curvas de nível
mapas, cartas ou outros documentos cartográficos é dada
por um segmento de reta em que uma unidade medida na
O bloco-diagrama
reta corresponde a uma determinada medida real.
O bloco-diagrama pertence a uma categoria de
representação cartográfica de muito fácil visualização, uma
vez que apresenta a superfície terrestre sob a forma de
perspectiva. Como espelha uma parte da crosta terrestre
(um bloco), tem a vantagem de poder representar a parte
estrutural da crosta correspondente a esse bloco.
4
8
12
16 km
25 km
Ampliação e redução de mapas
ZONA
INTERANDINA
Os mapas podem ser reduzidos ou ampliados de acordo
VERTENTE
OCIDENTAL
Serra alta
(4 000 - > 6 000 m)
0
com o interesse do usuário. Para ampliar o mapa, isto
VERTENTE
ORIENTAL
é, aumentar a riqueza de detalhes, deve-se diminuir o
denominador.
Serra média
(2 300 - > 4 000 m)
Exemplo: Para ampliar 5 vezes um mapa de escala
1: 100 000, deve-se reduzir 5 vezes o denominador, ficando
Serra baixa
(500 - 2 300 m)
Selva alta
(400 - > 1 000 m)
Selva baixa
(< 400 m)
Costa
(0 - 500 m)
a escala em 1: 20 000.
Para reduzir o mapa, isto é reduzir a riqueza de detalhes,
deve-se adotar um procedimento inverso ao que foi
adotado para ampliar: aumentar o valor do denominador
e, consequentemente, diminuir a escala e a riqueza
de detalhes.
Exemplo: Para reduzir 5 vezes um mapa de escala
1:100 000, deve-se aumentar 5 vezes o denominador,
Bloco-diagrama
26
Coleção Estudo
ficando a escala em 1:500 000.
Convenções cartográficas e sensoriamento remoto
Grandes e pequenas escalas
Aplicando as escalas
A escolha da escala é fundamental para atender ao
•
Para se calcular a distância real (D) entre dois pontos:
D = E x d.
•
Para se calcular a distância (d) entre dois pontos no
mapa: d = D/E.
•
Para se calcular a escala (E) de um mapa: E = D/d.
propósito do mapa e do tipo de informação que se pretende
destacar. Numa pequena escala, o mais importante é
mostrar as estruturas básicas dos elementos representados
e não a exatidão de seu posicionamento ou os detalhes
que apresentam. Numa grande escala, existe uma maior
Em que,
preocupação com os detalhes, mas assim mesmo as
D = Distância real
informações devem ser selecionadas para atender apenas
o objetivo pelo qual foram elaboradas. De acordo com a
d = Distância no documento
escala, os mapas ou cartas podem ser:
•
E = Escala
Cartas cadastrais ou plantas que se destinam
à representação de pequenas áreas, cidades,
elevado grau de detalhamento e de precisão. É o
caso das plantas urbanas, de grande utilidade para
Calculando a distância real
as autoridades governamentais na administração
1) Observe o mapa a seguir:
(cadastramento) e nos planejamentos urbanos. São
cartas de grande escala.
N
na
zo
ma
.A
Av
Mapas ou cartas topográficas que demonstram as
a
naturais, obras realizadas pelo homem, etc.).
São mapas de média escala.
•
m
3c
s
ra
.B
Av
n
Pe
da paisagem com um certo grau de precisão ou de
parte de uma região ou estado (relevo, acidentes
B
so
características ou os elementos naturais e artificiais
detalhamento. Podem destacar uma determinada
il
s
fon
.A
Av
•
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
A
il
s
ra
.B
Av
1: 500 000
Imagine que o espaço anterior foi cartografado na escala
indicada e que a distância entre os pontos A e B em
linha reta é de 3 cm. Qual a distância real entre os dois
Mapas ou cartas geográficas que demonstram as
pontos? (D = ?)
características ou os elementos geográficos gerais
Fórmula: D = d x E
de uma ou mais regiões, país ou continente, ou
Distância AB = d = 3 cm
mesmo do mundo, o que exige o emprego de escalas
E (denominador da escala) = 500 000
pequenas.
Aplicando a fórmula, teremos:
Classificação dos mapas de acordo
com a escala cartográfica
D = 3 cm x 500 000 = 1 500 000
Transformando em km: 1,5 km será a distância real entre
os pontos A e B.
Quanto
ao
tamanho
Escala
grande
Quanto à
representação
Escala de
detalhe
Escala
Aplicações
Até
1: 25 000
Plantas
cadastrais,
levantamento
de detalhes
topográficos
Calculando a distância gráfica:
2) Duas cidades distam entre si em linha reta
Escala
média
Escala de
semidetalhe
de 1: 25 000
até 1: 250 000
Cartas
topográficas /
cobertura do
solo
Escala
pequena
Escala de
reconhecimento
ou de síntese
de 1: 250 000
e menores
Mapas / cartas
gerais
aproximadamente 4,5 km. Em um mapa de escala
1: 50 000, qual a distância entre elas: (d = ?)
Fórmula: d = D/E
E= 50 000
D = 4,5 km
Aplicando a fórmula, teremos:
4,5 km transformados em metros = 4 500 m
50 000 cm em metros = 500 m, logo 1 cm = 500 m
d = 4 500 m / 500 m = 9 cm, será a distância entre as
duas cidades medidas no mapa.
Editora Bernoulli
27
GEOGRAFIA
bairros, fazendas, conjuntos residenciais, etc., com
Frente A Módulo 03
Suborbital: São as fotografias aéreas utilizadas
Calculando a escala
3) Em um mapa de escala não referida, a menor
distância entre duas cidades é representada por 5 cm.
Sabendo-se que a distância real entre essas cidades
é de 250 km em linha reta, em que escala o mapa
foi desenhado?
principalmente para produzir mapas. Nesse nível, opera-se
Fórmula: E = D/d
e da atmosfera terrestre, assim como em previsões do
d = 5 cm
tempo. Os satélites são utilizados para produzir imagens
D= 250 Km
para uso meteorológico, mas também são úteis nas áreas
Aplicando a fórmula, teremos:
de mapeamento e estudo de recursos naturais.
E = 250 km/5 cm = 50 Km/cm, ou seja,
1 cm = 50 km, que, convertido para centímetros, é igual a
50 km = 5 000 000 cm, ou seja:
E= 1: 5 000 000
também algumas câmeras de vídeo e radares.
Orbital: São informações obtidas pelos balões
meteorológicos e satélites utilizados nos estudos do clima
Terrestre: São feitas as pesquisas básicas sobre como
os objetos absorvem, refletem e emitem radiação. Os
resultados dessas pesquisas geram informações sobre como
os objetos podem ser identificados pelos sensores orbitais.
Dessa forma, é possível identificar áreas de queimadas
SENSORIAMENTO REMOTO
numa imagem gerada de um satélite, diferenciar florestas
Podemos definir sensoriamento remoto como um conjunto
de técnicas que permitem observar e obter informações sobre
a superfície terrestre ou sobre qualquer astro, por meio de
sensores instalados em satélites artificiais, aeronaves e até
balões. Ou seja, obtêm-se imagens e dados da superfície
terrestre pela da captação e registro da energia refletida /
emitida pela superfície, sem que haja contato físico entre o
sensor e a superfície estudada. Os sensores óptico-eletrônicos
utilizados para a captura dessa energia funcionam como uma
câmera fotográfica que capta e registra a radiação – luz – emitida
/ refletida pelo objeto. Feita a captura da imagem, essas serão
analisadas e transformadas em mapas ou constituirão um banco
de dados georreferenciados, caracterizando o que chamamos de
geoprocessamento. O veículo mais utilizado para captura de
imagens em sensoriamento remoto é, com certeza, o satélite,
devido a sua melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele
pode passar anos em órbita da terra. O sensoriamento remoto
pode ocorrer em nível suborbital, orbital e terrestre.
de vegetação que estejam doentes ou com falta de água.
de cidades e de plantações agrícolas e até identificar áreas
Essa tecnologia revolucionou a elaboração dos mapas e as
formas de obtenção de informação. Veja a seguir algumas
de suas utilizações.
Utilização do sensoriamento remoto
Áreas
Meteorologia
Geologia
Agricultura
Infraestrutura
Ecologia
Demografia
Aplicações
Previsão do tempo, mapeamento
climático
Procura de jazidas, aproveitamento
dos solos
Previsão de safras, estudo de
contaminação por pragas
Tráfego aéreo, marítimo, ferroviário
e rodoviário
Inventário de recursos hídricos,
desmatamento, equilíbrio ecológico
Inventário e planejamento urbanos,
ocupação de encostas, áreas de risco
O Brasil e o sensoriamento remoto
No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) foi o pioneiro na utilização do sensoriamento remoto.
O início dos estudos e das aplicações em sensoriamento
remoto pelo INPE data de 1969. Em 1972, foi realizada a
implantação da estação de recepção de dados de satélites de
SAENILON
REB
sensoriamento remoto, em Cuiabá. O Brasil desenvolve e usa
várias de suas próprias tecnologias, tanto na construção de
satélites como nas aplicações de sensoriamento remoto. No
caso da construção de satélites, há um intenso intercâmbio
com a indústria nacional e também com fornecedores
internacionais. No caso do sensoriamento remoto, a
Sensoriamento remoto e seu mecanismo
28
Coleção Estudo
maioria das técnicas usadas são desenvolvidadas no Brasil.
Convenções cartográficas e sensoriamento remoto
Po r e x e m p l o, t o d a p e s q u i s a e d e s e n v o l v i m e n t o
da metodologia e dos softwares para avaliação do
desflorestamento na Amazônia foram feitos pelo INPE.
Analisando a fotografia aérea anterior, observa-se que ela
•
apresenta, em sua porção setentrional, uso do solo
predominantemente urbano, onde se observam
arruamentos e edificações.
•
abriga maior população e maior diversidade de
atividades humanas em sua porção nordeste, onde
se verifica o adensamento da malha urbana.
•
é revestida, em sua porção central, por cobertura
vegetal relativamente homogênea, haja vista
variação reduzida de texturas e tonalidades.
Em 1973, apenas um ano após o lançamento do primeiro
satélite de observação da Terra – o Landsat, pelos Estados
Unidos –, o Brasil instalou sua antena de recepção de
imagens desse satélite em Cuiabá. Foi o terceiro país,
seguido dos EUA e do Canadá, e recebia as imagens do
Landsat antes mesmo da Europa.
O CBERS, Chinese–Brazilian Earth Resources Satellite,
com 1 450 kg e duração de dois anos, é um satélite nacional
em parceria com a China, lançado em 1999 e administrado
pelo INPE.
Ao analisar uma fotografia aérea, deve-se observar com
atenção as tonalidades de cinza, que podem demonstrar:
cinza escuro: estradas pavimentadas
Aerofotogrametria
cinza claro: estradas não pavimentadas
focal, parâmetros de distorção de lentes e tamanho de
quadro de negativo conhecidos), montada com o eixo
ótico próximo da vertical e instalada em uma aeronave
devidamente preparada para receber esse sistema.
A aerofotogrametria oferece diversas vantagens, tais
como boa orientação espacial, faculdade de interpretação
e elevado nível de precisão e rapidez. Essas vantagens
explicam o largo uso da fotografia aérea em todo o mundo.
No caso da Cartografia, seu emprego é fundamental,
pois quase toda a produção cartográfica atual utiliza seus
recursos. A aerofotogrametria oferece também, através da
fotointerpretação, um amplo campo de trabalho a diversos
profissionais, como urbanistas, geólogos, geógrafos e outros.
branco: areia
cinza espelhado: presença de água
A variação de textura (tonalidades) denota áreas de
agricultura ou urbanas.
Os radares e os satélites
O radar (do inglês Radio Detection and Ranging) é um
dispositivo que permite detectar objetos a longas distâncias.
É constituído de sensores ativos que, para obter a imagem
de uma determinada superfície, emite fluxos de energia
(ondas eletromagnéticas) por meio de uma antena que é
simultaneamente transmissora e receptora. Em seguida,
essa energia é processada e transformada em imagens
por outros instrumentos do radar (receptor, amplificador
e detector) e essas, finalmente, são registradas em fitas
magnéticas ou em filmes.
O Brasil iniciou, a partir de 1970, um amplo levantamento
da Amazônia através do radar, o Projeto RADAM ou
RADAMBRASIL, com a finalidade de elaborar um mapeamento
da região, abrangendo aspectos geológicos, geomorfológicos,
de vegetação, hidrográficos, dos solos e do uso da terra.
O trabalho de levantamento das imagens da região foi feito
em cerca de doze meses, sendo que, posteriormente, outras
regiões do país passaram a usar os serviços oferecidos
pelo radar.
INPE
N
Os serviços prestados ao Brasil pelo sistema Landsat são
inúmeros, abrangendo desde o levantamento dos recursos
minerais, desmatamentos, queimadas, poluição, ocupação
agropecuária da terra, etc., até a ocupação do solo urbano,
compreendendo aqui diversos estudos (através das imagens
obtidas) relativos ao crescimento das regiões metropolitanas,
diversificação do uso do solo urbano (residencial, industrial,
etc.), estimativas populacionais, poluição, etc. As atividades
espaciais, nesse caso, são da competência do INPE.
Editora Bernoulli
29
GEOGRAFIA
Em termos técnicos, é a fotografia obtida por meio de
uma câmera aérea rigorosamente calibrada (com distância
Frente A Módulo 03
O Landsat
Figura 3
Pontos
A série Landsat, originalmente denominada ERTS
(Earth Resources Technology Satellite), foi iniciada
no final da década de 60, a partir de um projeto
desenvolvido pela Agência Espacial Americana dedicado
exclusivamente à observação dos recursos naturais terrestres.
O primeiro satélite da série começou a operar em 1972 e
a última atualização ocorreu em 1999 com o lançamento
do Landsat-7.
Áreas
Linhas
COELHO, Marcos A. e TERRA, Lygia. Geografia Geral: o espaço
natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2001. p. 24.
Considerando as figuras, assinale VERDADEIRA (V) ou
FALSA (F) nas afirmativas a seguir.
( ) A utilização dos símbolos representados na figura 1
permite visualizar o aspecto ordenado, caracterizando
relações de ordem dos fenômenos geográficos.
( ) O uso dos símbolos representados na figura 2 permite
visualizar o aspecto qualitativo, caracterizando
relações de diversidade dos fenômenos geográficos.
( ) O emprego dos símbolos representados na figura 3
p e r m i t e v i s u a l i z a r o a s p e c t o q u a n t i t a t i v o,
caracterizando relações de proporcionalidade dos
fenômenos geográficos.
A sequência CORRETA é:
Landsat imagery courtesy of NASA Goddard Space Flight Center
and U.S. Geological Survey. Disponível em: <http://landsat.gsfc.
nasa.gov/images/>.
A) V – V – V
B) V – F – V
Atualmente, o único satélite em operação é o Landsat-5,
que leva a bordo o sensor TM e contribui para o mapeamento
temático da superfície terrestre.
C) F – V – F
D) F – F – V
E) V – F – F
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
02.
(UFMG) Observe o bloco-diagrama e o mapa.
(UFSM-RS) Os mapas podem mostrar algo mais do que
apenas a posição do lugar, isto é, podem fazer mais do
19o45’
Figura 1
Pontos
Linhas
Símbolos
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V V V V V V V
V V V V V V V
V V V V V V V
V V V
Áreas
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
Áreas
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
19o45’
V
V
V
V
V V V
V V V
V V V
19o47’
Figura 2
Linhas
43o48’
43o50’
que responder à questão “onde?”
43o50’
19o47’
43o48’
Legenda
Curso de água
Área industrial
Ponte
++++++++
30
Coleção Estudo
Túnel
Rede viária
Área urbana
V V V
V V V
Cultivos agrícolas
Escala 1: 50 000
Convenções cartográficas e sensoriamento remoto
Considerando-se que a paisagem representada no
05.
(UFOP-MG) Observe este mapa topográfico.
bloco-diagrama e no mapa é a mesma, é INCORRETO
700
afirmar que
1
A) a interpretação do mapa permite constatar as
variações topográficas da área retratada, em que
600
se distinguem um relevo plano próximo ao rio e
montanhoso ao norte.
Ri
700
B) a legenda que acompanha o mapa expressa, por meio
o
2
de uma simbologia específica, os principais elementos
da paisagem observados no bloco-diagrama.
C) a paisagem retratada no bloco-diagrama foi simplificada
no mapa, embora possam ser observadas, em ambos,
700
as principais formas de aproveitamento do espaço.
Por ele, NÃO se pode afirmar que
D) a presença de uma rede de coordenadas geográficas,
A) a área assinalada com o número 1 constitui um dos
trechos mais íngremes da região.
B) a planície fluvial encontra-se a, aproximadamente,
600 m de altitude.
C) o rio principal corre de sudeste para nordeste.
D) as curvas de nível foram traçadas de 25 em 25 m.
formada por meridianos e paralelos, permite
a localização segura da paisagem retratada
no mapa.
03.
Escala 1: 25 000
Hidrografia
Curvas de nível
(UFRN) A escala é um dos recursos utilizados na
em um mapa. Assim, é CORRETO afirmar que
A) a correspondência entre as distâncias na superfície
e no mapa, na escala numérica, é indicada por meio
de uma reta graduada, tendo como módulo básico o
GEOGRAFIA
Cartografia para representar qualquer realidade espacial
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
(Fuvest-SP)
centímetro.
B) a escala estabelece a correspondência entre as
distâncias representadas e as distâncias reais da
superfície cartografada.
C) um mapa confeccionado com uma pequena escala
abrange uma área pequena, mostrando riqueza
de detalhes.
D) a escala gráfica a ser utilizada na confecção de um
mapa deverá ser maior quando se tratar de uma área
(UECE–2008) Tratando de questões de natureza
Considere os exemplos das figuras e analise as frases
seguintes, relativas às imagens de satélite e às fotografias
aéreas.
cartográfica, assinale o CORRETO.
I.
geográfica de grande dimensão.
04.
detalhes a respeito dos temas cartografados são
Um dos usos das imagens de satélites refere-se à
confecção de mapas temáticos de escala pequena,
enquanto as fotografias aéreas servem de base à
confecção de cartas topográficas de escala grande.
II. Embora os produtos de sensoriamento remoto
estejam, hoje, disseminados pelo mundo, nem todos
eles são disponibilizados para uso civil.
III. Pelo fato de poderem ser obtidas com intervalos
regulares de tempo, dentre outras características, as
imagens de satélite constituem-se em ferramentas de
monitoramento ambiental e instrumental geopolítico
valioso.
também chamados de Atlas.
Está CORRETO o que se afirma em
A) Os mapas que tratam, tematicamente, dos solos, da
pluviometria, do relevo e da fauna correspondem,
nesta ordem, aos mapas pedológicos, de isoietas,
geológicos e zoogeográficos.
B) A fauna, as rochas, as temperaturas e a vegetação são
representadas, nesta ordem, nos mapas zoogeográficos,
geológicos, de isotermas e fitogeográficos.
C) Mapas ou cartas que têm escalas grandes e com
D) Nos mapas altimétricos, as linhas que unem pontos
A) I, apenas.
D) I e III, apenas.
que têm as mesmas altitudes são chamadas de linhas
B) II, apenas.
E) I, II e III.
isotérmicas ou isobáricas.
C) II e III, apenas.
Editora Bernoulli
31
Frente A Módulo 03
02.
04.
Analise a fotografia aérea.
(UFGRS-RS) Observe as figuras a seguir, que correspondem
a uma sequência de representações cartográficas de um
prédio de uma escola em um bairro qualquer.
Figura 1
Legenda:
A partir da análise dessa fotografia, assinale a alternativa
Escola
Figura 3
Árvores
Casas
Ruas
Com base nas figuras 1, 2 e 3 e nos fundamentos da
INCORRETA.
Cartografia, são feitas as seguintes afirmações:
A) A faixa central de tonalidade escura orientada em
I.
A projeção cartográfica utilizada nas três figuras
direção nordeste / sudoeste é ocupada por vegetação
informa o número de reduções que a superfície real
de porte arbóreo.
sofreu para ser representada.
B) A mudança fisionômica da vegetação, que ocorre de
II. As dimensões dos elementos representados nas
sul para norte, indica que a área localiza-se em uma
figuras 1, 2 e 3 ficam, nessa ordem, cada vez
zona de transição climática.
menores, e a área de abrangência da representação
cartográfica é cada vez maior.
C) A porção oeste da área é cortada por uma estrada de
III. As três figuras possuem a mesma escala cartográfica,
orientação norte / sul, às margens da qual adensam-se
pois as dimensões das quadrículas permanecem
as atividades humanas.
constantes.
D) A porção sudeste da área é caracterizada pela
03.
Áreas livres
Figura 2
presença de cultivos agrícolas homogêneos, os quais
Quais estão CORRETAS?
ocupam grande extensão.
A) Apenas I.
D) Apenas II e III.
B) Apenas II.
E) I, II e III.
(UFU-MG–2009) A figura a seguir corresponde a um trecho
C) Apenas I e III.
de uma carta topográfica.
N
B
A
05.
(UEM-PR–2010) O mapa é uma das mais antigas formas
gráficas de comunicação. Sobre os mapas e as tecnologias
aplicadas à Cartografia, assinale o que for CORRETO.
02. Nos mapas topográficos, é possível localizar os
fenômenos geográficos de forma precisa na sua
720
C
X
dimensão horizontal (planimétrica), mas faltam as
informações necessárias sobre a dimensão vertical
(altimétrica).
04. O SIG (Sistema de Informação Geográfica) possibilita
coletar, armazenar, processar, correlacionar e analisar
1: 10 000
Disponível em: <www.unb.br/ig/cursos/igb/excart1.gif>.
Com base nessa figura, é CORRETO afirmar que
A) no ponto A está um fundo de vale; no ponto B o topo
de uma vertente; no ponto C uma nascente.
B) no ponto A está a foz de um córrego; no ponto B um
lago; no ponto C o rio principal.
geográfico, gerando uma variedade de mapas e gráficos.
08. A anamorfose geográfica é um tipo particular de mapa,
em que as áreas dos países ou estados, por exemplo,
são apresentadas em tamanhos proporcionais ao do
fenômeno representado, não havendo fidelidade na
forma e na escala dessas áreas.
16. Os mapas temáticos representam informações sobre
determinado tema ou fenômeno do espaço geográfico
C) no ponto A está a nascente de um córrego; no ponto
que dizem respeito aos aspectos naturais (geologia,
B o topo de uma vertente; no ponto C um fundo
relevo, clima, etc.), enquanto que aqueles que
de vale.
representam os aspectos sociais não são temáticos,
D) no ponto A está a nascente de um córrego; no ponto
B um lago; no ponto C um fundo de vale.
32
múltiplas informações sobre um determinado espaço
Coleção Estudo
sendo classificados como mapas políticos.
Soma (
)
Convenções cartográficas e sensoriamento remoto
06.
(UFMG) Encarte é um recurso cartográfico que permite
C) Na utilização do sensoriamento remoto, os dispositivos
complementar a informação representada na imagem
de coleta de dados têm função de digitalizar a
informação proveniente dos materiais, objetos ou
principal, à qual se encontra associado. Analise as figuras
fenômenos terrestres, para posterior processamento
nos quais são apresentadas as imagens A, B e C.
e interpretação possível de ser realizado por
qualquer pessoa.
Relevo, vegetação e distribuição dos povoados
na região de Gourma
D) As atividades de sensoriamento remoto excluem o
processamento digitalizado de imagens, pois a técnica
por si mesma fornece instrumentos que facilitam
B
a identificação e extração de informações para
posterior interpretação.
Gourma
E) A transformação de imagens em dados que possam
representar informações úteis está inteiramente
R.
A
N
realizada, uma vez que o sensoriamento remoto
iger
BURKINA
descarta a necessidade do especialista humano para
identificar cada uma das classes de objetos passiveis
Povoados
principais
de reconhecimento.
C
Borda do
planalto
08.
Vegetação
seca e espinhosa
Dunas
os recursos minerais e energéticos de uma determinada
Hombari
área do Brasil. Após amplas discussões, os componentes
resolveram empregar como mapa base, em projeção
ortogonal, um que tivesse a escala de 1: 250.000. Com
relação a esse mapa, é CORRETO afirmar que
Douenza
A) 1 cm no mapa corresponde a 500 km no terreno.
B) 1 cm no mapa representa 250 km, em face do tipo
de projeção.
Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre
C) 1 cm no mapa corresponde a 2 500 km no terreno
as imagens apresentadas em A, B e C, EXCETO
e que o sistema de projeção independe da escala
A) A imagem apresentada em A mostra a posição
adotada.
geográfica continental e nacional da área cartografada
D) 1 cm no mapa indica 2,5 km no terreno.
em C.
E) 1 cm no mapa é igual a 125 km no terreno.
B) A imagem apresentada em B mostra a posição
geográfica regional da área cartografada em C.
C) A imagem apresentada em C mostra os aspectos
geográficos da área cartografada, enunciados no título
da figura.
D) As imagens A, B e C, dadas suas funções, foram
construídas em escalas decrescentes.
07.
(UEL-PR–2010) Sobre a obtenção e interpretação de
imagens, é CORRETO afirmar:
A) Dentre os diversos objetivos da utilização do
sensoriamento remoto destaca-se a obtenção e
09.
(UFC-CE) Analise as afirmativas a seguir, que se referem
a aspectos de natureza cartográfica.
I.
As fotografias aéreas e as imagens de satélite
constituem recursos técnicos de sensoriamento
remoto, utilizados no mapeamento do espaço
geográfico.
II. A s i s o i e t a s s ã o l i n h a s q u e u n e m p o n t o s
altimetricamente iguais e servem para representar
as variações existentes no relevo submarino.
III. As representações cartográficas de rochas, relevo
e solos resultam, respectivamente, em mapas
geológicos, geomorfológicos e pedológicos.
análise de informações sobre materiais, objetos
De acordo com as afirmativas anteriores, assinale a
ou fenômenos na superfície da Terra, a partir de
opção CORRETA.
dispositivos situados a distância.
A) Apenas II é verdadeira.
B) O sensoriamento remoto é uma sofisticação
B) Apenas III é verdadeira.
tecnológica entendida como avanço técnico que realiza
C) Apenas I e II são verdadeiras.
mapeamento e convenções cartográficas de imagens
D) Apenas I e III são verdadeiras.
adquiridas por sensores próximos de seus alvos.
E) I, II e III são verdadeiras.
Editora Bernoulli
33
GEOGRAFIA
Planaltos
areníticos
(UPE–2010) Um grupo de estudantes foi encarregado
pelo professor de Geografia de realizar um estudo sobre
Frente A Módulo 03
10.
02.
(UEL-PR–2007) Observe a figura a seguir.
História do sensoriamento remoto
13 km
A origem do sensoriamento remoto vincula-se ao
surgimento da fotografia aérea. Assim, a história
do sensoriamento remoto pode ser dividida em dois
períodos: um, de 1860 a 1960, baseado no uso de
fotografias aéreas, e outro, de 1960 aos dias de hoje,
caracterizado por uma variedade de tipos de fotografias e
imagens. O sensoriamento remoto é fruto de um esforço
multidisciplinar que integra os avanços da Matemática,
Física, Química, Biologia e das Ciências da Terra e da
Computação. A evolução das técnicas de sensoriamento
remoto e a sua aplicação envolvem um número cada vez
maior de pessoas de diferentes áreas do conhecimento.
13 km
300 km
3 500 km
FURLAM, S.A. Técnicas de Biogeografia. In: VENTURI,
L.A.B.(Org.). Praticando geografia: técnicas de campo e
laboratório em geografia e análise ambiental. São Paulo:
Oficina do texto, 2005. p.99-130.
Tendo-se em vista a importância do sensoriamento
remoto para as mais diversas atividades humanas,
considera-se como principal objetivo dessa atividade
A) interpretar, visualizar e apontar os principais fluxos
monetários internacionais.
A figura expressa uma técnica de análise espacial vital para
o estabelecimento da análise geográfica e diz respeito a
B) monitorar as principais atividades correlacionadas à
tectônica global.
A) diferentes topografias de um mapa.
C) obter imagens e outros tipos de dados da superfície
terrestre.
B) diferentes estratigrafias paisagísticas.
C) diferentes quilometragens rodadas.
D) acompanhar a dinâmica das principais vias de
circulação aérea.
D) diferentes escalas espaciais.
E) diferentes perfis longitudinais.
E) diagnosticar as migrações intrarregionais, apontando
as principais causas de emigração.
SEÇÃO ENEM
GABARITO
01.
(Enem–2000) Um determinado município, representado
na planta a seguir, dividido em regiões de A a I, com
altitudes de terrenos indicadas por curvas de nível, precisa
decidir pela localização das seguintes obras:
1. Instalação de um parque industrial.
N
20
10
B
C
40
D
E
F
I
H
1:100 000
Rios
Cidade
04. B
05. C
A) E e G.
C) I e E.
B) H e A.
D) B e I.
Coleção Estudo
E) E e F.
01. E
06. D
02. B
07. A
03. C
08. D
04. B
09. D
05. Soma = 12
10. D
Rodovia
Considerando o impacto ambiental e a adequação, as
regiões onde deveriam ser, de preferência, instaladas
indústrias e torre, são, respectivamente,
34
03. B
Propostos
30
G
Vegetação
01. A
02. A
2. Instalação de uma torre de transmissão e recepção.
A
Fixação
Seção Enem
01. C
02. C
GEOGRAFIA
MÓDULO
04 A
Estrutura interna da Terra
Formação do planeta
A origem do Universo, assim como a do planeta Terra,
remonta há bilhões de anos. Atualmente, a explicação científica
mais aceita é a Teoria da Grande Explosão (Big Bang), a qual
considera que nosso Universo começou entre 13 e 14 bilhões
de anos atrás, a partir de uma “explosão” cósmica.
Embora a Terra tenha se esfriado após um período
incandescente, ela continua em transformação constante,
visto que atividades geológicas, como terremotos e
vulcanismo, estão sempre se manifestando na crosta.
Essas atividades geológicas são determinadas por dois
mecanismos térmicos: um interno e outro externo.
O mecanismo interno da Terra é conduzido pela energia
térmica aprisionada durante a origem do planeta e gerada pela
radioatividade em seus níveis mais profundos. O calor interior
controla os movimentos no manto e no núcleo, suprindo energia
para fundir rochas, mover continentes e soerguer montanhas.
O mecanismo externo da Terra é conduzido pela
energia solar – calor da superfície terrestre proveniente
do Sol. O calor do Sol energiza a atmosfera e os oceanos
e é responsável pelo nosso clima e pelas condições
meteorológicas do tempo. Chuva, vento e gelo erodem
montanhas e modelam a paisagem. E, por sua vez, a
forma da superfície da Terra é capaz de provocar mudanças
climáticas. Essa interação entre as energias é chamada de
Sistema Terrestre.
As camadas da Terra conforme
as propriedades químicas
Crosta terrestre: Essa camada contém os materiais
relativamente mais leves e com baixas temperaturas
de fusão, que constituem diversos compostos de sílica,
alumínio, cálcio, magnésio, ferro, sódio e potássio,
combinados com o oxigênio. A crosta pode ser subdividida
em duas porções bastante diferentes, a crosta continental
e a crosta oceânica. A crosta continental é mais espessa
(com média em torno de 75 km), é composta por rochas
“graníticas” menos densas (2,7 g/cm 3), é fortemente
deformada e inclui as rochas mais antigas do planeta
(com bilhões de anos em idade). Já a crosta oceânica é
menos espessa (com média ao redor de 8 km) é composta
por rochas vulcânicas densas chamadas de basalto, é
comparativamente menos deformada e, geologicamente,
mais jovem.
Crosta oceânica
ASTENOSFERA LITOSFERA
ESTRUTURA DA TERRA
FRENTE
Crosta
continental
Manto rígido
Manto plástico ou “pastoso”
Dados do planeta Terra
Área de superfície: 315 096 000 quilômetros quadrados
Massa: 6,586 quatrilhões de toneladas
As camadas mais externas da Terra
Manto: É constituído pelos materiais de densidade
intermediária deixados na porção mediana da Terra, após
Circunferência longitudinal: 39 842,4 quilômetros
os materiais mais pesados terem mergulhado para o centro
Circunferência latitudinal: 39 775,52 quilômetros
do planeta e os materiais mais leves terem ascendido para
a superfície. Essa zona possui em torno de 2 900 km de
A estrutura interna da Terra
A Terra divide-se em camadas concêntricas de diferentes
composições e estados físicos. Para entender o processo
geomorfológico terrestre, teremos de entender as duas
classificações da estrutura terrestre.
espessura e constitui 82% do volume e 68% da massa da
Terra. Os primeiros 700 km são denominados de manto
superior, enquanto os 2 200 km restantes são chamados de
manto inferior. O manto é composto por rochas formadas por
compostos de oxigênio com ferro, magnésio e sílica.
Editora Bernoulli
35
Frente A Módulo 04
Núcleo: O núcleo terrestre, composto basicamente por ferro,
é a massa central do planeta com, aproximadamente, 7 000 km
de diâmetro. A sua densidade aumenta com a profundidade.
O núcleo compõe somente 16% do volume da Terra, mas,
devido a sua elevada densidade, é responsável por 32% da
massa do planeta.
Na composição da Terra, do total de 93 elementos químicos
naturais existentes, nove formam 99% da massa referente
à crosta terrestre. Esses elementos são: oxigênio, silício,
alumínio, ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio e titânio.
Dois destes, o oxigênio e o silício, consistentes de elementos
não metálicos, formam juntos cerca de 3/4 da crosta
Crosta
terrestre. Já nas camadas internas à crosta terrestre,
Manto
superior
Manto
inferior
há a presença de cerca de 2 000 tipos diversos de materiais
de origem mineral, dos quais a grande maioria é formada
por composições entre mais de um elemento químico.
Núcleo
Os silicatos são os compostos mais abundantes entre
os minerais que formam a massa da camada interior à
Estrutura concêntrica da Terra
crosta terrestre.
profundidade
(km)
densidade
(g/cm3)
superfície 15 °C
2,9
Crosta continental
(de 30 a 80 km)
Crosta oceânica
(de 5 a 10 km)
3,3
crosta 1 200 °C
Silicatos e óxidos
de ferro e magnésio
3 700 °C
núcleo
externo
SiO2, Aℓ2O3, Fe2O3
Composto de silício,
ferro e magnésio
(SiMa)
manto
5,5
SiO2, Aℓ2O3(SiAℓ)
2 900 km
Líquido
4 000 °C
Composto de ferro,
níquel e silício
13,6
núcleo
interno
5 150 km
6 371 km
Sólido
Composto de ferro,
níquel (NiFe)
Camadas da Terra segundo as propriedades químicas
As camadas da Terra conforme as propriedades físicas
A litosfera é a camada externa rígida, resistente e sólida da Terra. Essa camada inclui a crosta e a porção mais externa do manto
superior. A litosfera terrestre varia enormemente em espessura, desde próximo aos 10 km em algumas áreas oceânicas até mais
de 300 km em algumas regiões continentais. Abaixo da litosfera, ainda no manto superior, existe uma grande zona na qual a
temperatura e a pressão são muito elevadas. Por apresentar altas temperaturas, parte do material, nessa camada, apresentase parcialmente fundido, ou muito próximo ao estado de fusão. Nessas condições, as rochas perdem muito de sua resistência,
tornam-se plásticas e fluem vagarosamente. Essa zona é conhecida como astenosfera. O limite entre a astenosfera e a litosfera
compreende o limite entre materiais sólidos e plásticos, mas não corresponde a mudanças fundamentais na composição química.
O fato de essas duas zonas possuírem diferentes resistências determina quando ambas são sujeitas à ação de forças, ou seja, a
tendência da litosfera de se comportar como uma camada rígida e frágil, enquanto a astenosfera, como um sólido.
36
Coleção Estudo
Estrutura interna da Terra
Litosfera
sólida e rígida
(cerca de 100 km
de espessura)
A
0
35
km
Astenosfera
sólida,
mas dúctil
m
90
0
k
Densidade
2
1,03 (oceano)
2,7 (crosta)
Mesosfera
sólida
Núcleo
externo
Endosfera
líquido
6
0
15
km
Núcleo
interno
sólido
4,3
5,7 9,7
14
16
GEOGRAFIA
3,3 3,6
Núcleo
Ferro + Níquel
Manto
6 371 km
Rochas ultrabásicas
(peridotitos)
Crosta
rochas silicatadas
(basalto e granito)
15 km a 70 km
B
Comparação entre as camadas químicas e físicas da Terra
A mesosfera é a camada da estrutura interna da Terra, que se situa entre a astenosfera e o núcleo. Com cerca de 2 900 km
de profundidade, é constituída por materiais rígidos. As rochas situadas nessa região são mais resistentes e mais rígidas.
Isso se deve ao fato de que, nessas profundidades, as elevadas pressões compensam as altas temperaturas, forçando as
rochas a serem mais resistentes do que na astenosfera sobreposta.
O núcleo terrestre é subdividido em duas porções distintas, com base no comportamento mecânico: um núcleo externo
líquido e um núcleo interno sólido. O núcleo externo tem uma espessura aproximada de 2 270 km. A composição do núcleo
foi estabelecida comparando-se experimentos laboratoriais com dados sismológicos. Assim, foi possível determinar uma
incompleta, mas razoável, aproximação sobre a constituição do interior do globo. Este corresponde, aproximadamente,
a 1/3 da massa da Terra e contém principalmente os elementos metálicos ferro e níquel.
Editora Bernoulli
37
Frente A Módulo 04
As áreas de descontinuidade
LEITURA COMPLEMENTAR
Entre as diversas camadas internas do planeta, existem
áreas que apresentam diferenças de densidade e de
Datando um fóssil (carbono-14)
composição, dando origem às camadas de descontinuidade:
locais onde há mudanças rápidas na velocidade de
propagação das ondas sísmicas que se deslocam pelo interior
O carbono-14 é um isótopo radioativo natural do elemento
carbono, recebendo essa numeração porque apresenta massa
da Terra. Foi através das descontinuidades que se provaram
atômica 14. Esse isótopo apresenta dois nêutrons a mais no
as modificações na composição mineralógica do planeta.
seu núcleo que o isótopo estável carbono-12. O 12C é o carbono
mais comum na natureza e, por ser estável, não é radioativo.
Áreas de descontinuidade
O
C é formado continuamente na atmosfera e é resultante
14
do processo de bombardeio de raios cósmicos. Forma-se
profundidade (km)
Descontinuidade
de Mohorovicic
0
30
100
nas camadas superiores da atmosfera onde os átomos de
0
30
100
nitrogênio-14 são bombardeados por nêutrons contidos
nos raios cósmicos. O carbono-14 é denominado também
300
300
700
Descontinuidade
de
Gutenberg
carbono radioativo ou radioisótopo. Ele entra no processo
de fotossíntese e, em consequência disso, todos os seres vivos
700
possuem em sua composição geral certa porcentagem de
ondas S
C,
14
ainda que em pequena quantidade.
Quando o ser vivo morre, inicia-se uma diminuição da
quantidade de carbono-14 devido a sua desintegração
radioativa. A meia-vida do
2 900
2 900
que o
Descontinuidade
de Lehmand
12
5 150
5 150
C é de 5 740 anos. Este é o tempo
14
C leva para transmutar metade dos seus átomos em
14
C. Os cientistas então se baseiam no cálculo comparativo
entre a quantidade habitual encontrada na matéria viva,
e aquela que foi descoberta no fóssil, determinando, assim,
ondas P
S
a idade do mesmo. Como a meia-vida do carbono-14 é de
5 700 anos, ela só é confiável para datar objetos de até
60 mil anos. O princípio usado na datação por carbono-14
também se aplica a outros isótopos. O potássio-40
6 371
6 371
é outro elemento radioativo encontrado naturalmente em
4
12
velocidade
(km/s)
As principais áreas de descontinuidade são:
A Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho:
Descontinuidade que separa a crosta do manto. Trata-se
de uma zona de mudança de velocidade das ondas
sísmicas, situada entre a crosta terrestre e o manto,
seu corpo e tem meia-vida de 1,3 bilhão de anos. Além dele,
outros radioisótopos úteis para a datação radioativa incluem
o urânio-235 (meia-vida = 704 milhões de anos), urânio-238
(meia-vida = 4,5 bilhões de anos), tório-232 (meia-vida =
14 bilhões de anos) e o rubídio-87 (meia-vida = 49 bilhões
de anos).
e que se encontra a 10 quilômetros de profundidade
O uso de radioisótopos diferentes permite que a datação de
debaixo dos oceanos e entre 30 e 50 quilômetros debaixo
amostras biológicas e geológicas seja feita com um alto grau de
dos continentes.
precisão. Exemplo: Em um fóssil de 11 480 anos, é encontrado
A Descontinuidade de Gutenberg-Wiechert:
somente 1/4 da quantidade habitual de
C. Já em um fóssil
14
Descontinuidade que separa o núcleo externo do manto.
de 22 960 anos, deve-se encontrar 1/8 da quantidade normal
Encontra-se a uma profundidade de 2 900 km, onde a
do radioisótopo.
velocidade das ondas longitudinais diminui bruscamente
Disponível em: <http://portaldoprofessor.
de 14 km/s para 8 km/s, enquanto as ondas transversais
mec.gov.br/fichatecnicaaula.html?aula=585>.
tornam-se fraquíssimas, não conseguindo atravessar a
camada que ali se inicia.
38
Coleção Estudo
Acesso em: 28 out. 2010 (Adaptação)
Estrutura interna da Terra
( ) A crosta terrestre é a camada mais externa da Terra e
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
encontra-se consolidada. Nela, os elementos químicos
distribuem-se de forma homogênea, havendo
01.
(UFBA) A análise da ilustração a seguir, associada aos
pequenas variações em peso e volume.
conhecimentos sobre as camadas da Terra, permite concluir:
( ) A Terra não apresenta a mesma densidade em todas
as camadas, isto é, a densidade diminui de acordo
Camadas da Terra
com a profundidade.
03.
(UEM-PR) Sobre a estrutura da Terra e a sua composição,
assinale o que for CORRETO.
01. A camada sólida e externa da Terra é chamada de litosfera
ou crosta terrestre. Subdivide-se em SiAl e SiMa.
02. O SiAl corresponde à camada externa da crosta.
Nessa camada, o silício e o alumínio são os principais
minerais presentes.
04. O SiMa corresponde à camada interna da crosta. Nessa
camada, predominam as lavas vulcânicas, sendo o
08. O NiFe corresponde ao núcleo da Terra, formado
do planeta e é constituída predominantemente por
por minerais pesados, com destaque para o níquel,
rochas cristalinas.
o chumbo e o mercúrio.
02. A Terra é formada por camadas sucessivas, de
16. Os principais recursos minerais inorgânicos
densidades diferentes, que aumentam da superfície
encontram-se no subsolo, isto é, na camada
para o centro.
imediatamente inferior à crosta externa.
04. A separação das camadas da Terra é feita através da
32. Os recursos minerais de origem orgânica, como os
energia liberada pelo NiFe.
combustíveis fósseis, encontram-se no manto, que
08. As diferentes temperaturas das camadas da Terra
corresponde a uma camada intermediária entre a
decorrem do processo de resfriamento iniciado na
crosta e o núcleo, mais próxima da superfície do
crosta terrestre.
planeta, no fundo oceânico.
Soma (
16. O núcleo é a camada da Terra que exerce maior influência
sobre a litosfera, através de fenômenos geológicos.
Soma (
)
04.
)
(UEPG-PR–2008) Com relação à constituição interna da
Terra, suas camadas e características gerais, assinale
o que for CORRETO.
02.
(UFPE) Em relação às camadas internas da Terra podemos
afirmar:
( ) O estudo das camadas internas da Terra não
01. A crosta sólida ou litosfera é a fina camada superficial,
constituída principalmente por rochas sedimentares
(92%) e rochas ígneas e metamórficas (8%).
pode ser realizado por processos de investigações
02. O núcleo interno, constituído principalmente de ferro
diretas, tendo-se de recorrer a métodos indiretos de
e níquel, encontra-se em estado sólido devido às altas
observação, o que dificulta o seu conhecimento.
pressões ali reinantes.
( ) Os especialistas dispõem de aparelhos muito sensíveis,
04. O núcleo externo encontra-se em estado de fusão
chamados sismógrafos, capazes de registrar com
e apresenta uma constituição metálica. Nele são
grande precisão as vibrações da Terra, medindo a
geradas correntes elétricas que imantam o núcleo
intensidade e localizando a origem dessas vibrações.
interno e criam o campo magnético da Terra.
( ) O estudo detalhado de sismogramas, iniciado desde os
08. A astenosfera, porção do manto dotada de plasticidade,
primeiros anos do século XX, demonstra que o globo
é a sede das correntes de convecção que movimentam
se divide, da superfície para o interior, nas seguintes
unidades principais: crosta, manto e núcleo.
as placas litosféricas.
Soma (
)
Editora Bernoulli
39
GEOGRAFIA
silício e a magnetita os principais minerais presentes.
01. A crosta terrestre representa 50% da massa total
Frente A Módulo 04
05.
(UFPE) A respeito da constituição interna do Planeta Terra
02.
(UFPE) Assinale os itens CORRETOS e os itens ERRADOS,
e de sua crosta, assinale o que for CORRETO.
marcando V ou F.
01. O núcleo do globo terrestre é composto, em sua maior
( ) O estudo das ondas sísmicas e dos campos magnéticos
parte, de ferro e níquel e também é denominado de
permitiu o descobrimento e a caracterização de três
barisfera.
importantes camadas internas da Terra: a litosfera,
02. A crosta continetal é formada basicamente por rochas
o manto e o núcleo.
basálticas e a oceânica por rochas graníticas.
( ) O manto envolve o núcleo terrestre, ocupa a maior
04. Na astenosfera as rochas são mais maleáveis, ou seja,
parte do volume do planeta e se comporta como um
plásticas.
fluido que se move lentamente.
08. Não é possível ter acesso direto às partes mais
profundas da terra devido a limitações tecnológicas de
( ) A crosta oceânica, uma porção da litosfera, é composta
enfrentar altas pressões e temperaturas, dessa forma
fundamentalmente por rochas graníticas e não apresenta,
a estrutura interna da terra só pode ser estudada de
em suas camadas inferiores, rochas basálticas.
forma indireta.
( ) Sob a litosfera, existe uma camada de rocha menos
16. O núcleo é essencialmente formado por ferro e
rígida, conhecida como astenosfera; trata-se de uma
alumínio e se distingue em duas zonas: núcleo
zona de baixa velocidade sobre a qual “flutuam” as
interno, sólido, e núcleo externo, líquido.
Soma (
placas litosféricas.
)
( ) O núcleo é formado basicamente por níquel e alumínio;
essa camada, que produz o campo magnético do
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
planeta, apresenta elevadas temperaturas.
( ) A litosfera acha-se dividida em blocos mais ou menos
01.
rígidos designados como “placas”; essas placas são
(UFPR–2007)Verifique a figura a seguir e identifique as
camadas da Terra que ela representa e, na sequência,
deslocadas por correntes de convecção que se formam
identifique qual das alternativas traz a associação correta
no manto.
dessas camadas.
03.
I
(UFAM–2007) Em relação às camadas que formam a Terra,
é INCORRETO afirmar que
II
A) o SiAl é a parte mais externa da litosfera, rica em
silício e magnésio.
B) no centro da Terra encontramos o NiFe, camada
composta de níquel e ferro. Possui duas partes:
6 370 km
m
5 100 km
o núcleo interno e o núcleo externo.
2 50
0 km
500
70
0 km
km
km
0k
III
C) na parte externa do manto há uma região denominada
astenosfera, formada de um material pastoso
chamado magma.
IV
D) a litosfera corresponde à parte sólida da Terra.
E) a crosta terrestre se divide em duas crostas, uma
A) I - Núcleo interno, II - Núcleo externo, III - Manto e
continental e outra oceânica.
IV - Crosta.
B) I - Núcleo interno, II - Manto, III - Núcleo externo e
IV - Crosta.
C) I - Crosta, II - Núcleo externo, III - Manto e IV - Núcleo
interno.
D) I - Núcleo externo, II - Núcleo interno, III - Manto e
IV - Crosta.
E) I - Crosta, II - Manto, III - Núcleo externo e IV - Núcleo
Interno.
40
Coleção Estudo
04.
(UFC-CE) A parte sólida da terra é uma camada mais ou
menos rígida e que apresenta uma espessura variada.
Ela é denominada de
A) magma.
B) troposfera.
C) litosfera.
D) criosfera.
Estrutura interna da Terra
(UEPG-PR–2010) A respeito da constituição interna do
08.
(UFCG-PB–2007) [...] a crosta terrestre está para a Terra
planeta Terra e de sua crosta, assinale o que for CORRETO.
na mesma proporção que a casca de ovo está para o ovo. A
01. O núcleo do globo terrestre é composto, em sua maior
clara e a gema do ovo podem ser comparadas às camadas
internas da Terra, representadas pelo manto e pelo núcleo.
parte, de ferro e níquel.
02. O manto terrestre é uma camada interna sólida
ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. 5 ed.
bastante estreita, entre a crosta terrestre e o núcleo
São Paulo: Edusp, 2005.
da Terra, e seu volume representa apenas 10% do
Analisando as características e a dinâmica da estrutura
volume total do planeta.
geológica da Terra é CORRETO afirmar que:
04. A crosta terrestre, especialmente em suas regiões
A) a litosfera compreende um corpo não estático. Ela é
continentais, é a parte mais heterogênea da
constituída pela crosta continental e pela crosta oceânica.
Terra e está submetida a constantes modificações
provocadas pela ação de duas forças antagônicas: as
B) a crosta terrestre chamada de litosfera corresponde
endógenas ou construtoras do relevo e as exógenas
à camada mais superficial, fluida e espessa da Terra.
ou modeladoras do relevo.
C) o manto de composição sólida dominante e de elevada
08. O núcleo externo da Terra está em estado sólido
temperatura compreende a camada mais susceptível
e, com relação às suas características sísmicas,
a abalos sísmicos.
transmite as ondas P e S.
D) o núcleo, chamado de orosfera, de composição
16. A crosta granítica predomina no fundo dos oceanos
magmática, corresponde à camada mais rígida e
da Terra enquanto que a crosta basáltica é exclusiva
complexa da Terra.
das áreas continentais.
Soma (
E) o manto da Terra, formado por rochas basálticas
)
graníticas, estrutura-se a partir de combinações
físicoquímicas estáticas.
06.
(UEM-PR) Com base em seus connhecimentos sobre as
camadas da Terra é possível afirmar que
09.
níquel e ferro.
A) crosta oceânica é formada por rochas graníticas
B) o manto é constituído de níquel e ferro. Divide-se em
B) astenosfera localiza-se no manto superior.
manto superior e manto inferior.
C) astenosfera integra uma placa tectônica.
C) o núcleo externo da Terra é líquido, constituído de
D) litosfera equivale à parte granítica da crosta.
material bastante denso, composto de silicatos ricos
E) manto tem composição metálica (NiFe).
em ferro e magnésio.
D) foram reconhecidas três camadas principais, com
densidade, estado físico, temperatura, pressão e
espessuras iguais.
(UEM-PR–2007) Sobre a estrutura interna da Terra, é
CORRETO afirmar que a(o)
A) o núcleo interno da Terra é sólido, e composto de
10.
(UEM-PR) Sobre as características e a dinâmica da
estrutura geológica da Terra é CORRETO afirmar que
A) o manto correponde a região intermediária e de menor
07.
(PUCPR) Os continentes com 35 km de espessura média
espessura da terra, constitui-se principalmente de
apoiam-se sobre rochas plásticas deformáveis por
silício, alumínio e magnésio.
pressão. As bacias oceânicas são placas de apenas 6 km
aproximadamente de espessura, onde se formam, pela
ação tectônica, as cordilheiras oceânicas. Considerando
o comprimento do raio terrestre de quase 6 400 km,
é muito fina a camada superficial da Terra onde se
encontram continentes e oceanos. Essa camada chama-se
A) Descontinuidade de Mohorovicic.
B) crosta terrestre.
C) manto superior.
D) núcleo externo.
E) cromosfera.
B) a crosta corresponde a camada mais externa da Terra
e que pode ser subdividida em dois tipos conforme sua
composição química e estrutura: crosta continental e
oceânica.
C) a crosta continental é relativamente mais fina e em
razão disso com menor densidade rica em Al e Si. A
crosta oceânica, por sua vez, é bastante espessa, de
maior densidade e de composição relativamente mais
rica em Mg e Fe.
D) o núcleo corresponde a porção mais interna do
planeta, e encontra-se no estado sólido
Editora Bernoulli
41
GEOGRAFIA
05.
Frente A Módulo 04
SEÇÃO ENEM
C) Método indireto: corresponde à execução de
sondagens que realizam grandes perfurações, onde
são utilizados equipamentos com pontos de fusão
01.
A Terra possui a sua estrutura interna dividida em três
muito elevados, com o intuito de perfurar as maiores
camadas: litosfera, manto e núcleo terrestre. A divisão
profundidades possíveis.
das camadas da terra, descrita no enunciado, obedece
ao critério
A) químico, cuja importância está relacionada ao
conhecimento da formação do planeta e à composição
química de suas camadas.
B) físico, cuja importância está relacionada ao conhecimento
da estrutura da Terra e seu comportamento mecânico
sob atuação de forças internas.
D) Método indireto: corresponde à observação de
afloramentos na superfície da Terra, embora essa ação
possa fornecer alguns dados quanto à constituição
interna da Terra, estes são bastante limitados, já que
os afloramentos, por serem superficiais, oferecem
poucas informações aos estudos.
E) Método indireto: baseia-se no estudo do material
expelido pelas erupções vulcânicas, os quais
C) químico e físico, já que os dois critérios estão
podem ter sido formados a muitos quilômetros
interligados e são dependentes, uma vez que o
de profundidade no interior da crosta e, portanto,
Planeta Terra ainda está em consolidação.
podem oferecer informações valiosas sobre o interior
D) geotectônico, cuja importância está atrelada ao
da Terra.
conhecimento das forças internas do planeta,
o que auxilia na compreensão de fenômenos como
terremotos e vulcanismo.
E) geotérmico, pois a partir do conhecimento da
temperatura interna da Terra é possível definir, com
precisão, o comportamento de sua estrutura interna.
GABARITO
Fixação
01. Soma = 02
02. V V V F F
02.
Estudar o interior da Terra é uma tarefa um tanto quanto
difícil, já que o homem ainda não conseguiu desenvolver
instrumentos capazes de vencer as altíssimas pressões
e temperaturas presentes nessa região. Como o estudo
in loco não é possível, foram desenvolvidos métodos
diretos e indiretos. Os métodos diretos correspondem a
04. Soma = 14
05. Soma = 13
Propostos
investigações que envolvem a observação de diferentes
01. B
materiais e processos geológicos, e os indiretos
02. V V F V F V
baseiam-se na obtenção de dados oriundos de zonas de
03. A
acesso impossível, a partir da utilização de tecnologias
variadas e ainda da realização de cálculos matemáticos.
O tipo de método e sua aplicação estão adequadamente
indicados em:
A) M é t o d o d i r e t o : b a s e i a - s e n o e s t u d o e n a
interpretação da propagação das ondas sísmicas,
04. C
05. Soma = 05
06. A
07. B
08. A
cujo comportamento no interior da Terra varia de
09. B
acordo com a estrutura da zona que é atravessada.
10
B) Método direto: baseia-se no estudo de meteoritos,
cuja composição pode fornecer informações sobre o
B
Seção Enem
material constituinte do interior da Terra, já que os
01. A
cientistas acreditam que todo o nosso Sistema Solar
02. A
tem uma origem comum.
42
03. Soma = 3
Coleção Estudo
GEOGRAFIA
MÓDULO
01 B
Crescimento e distribuição da
população
População corresponde ao conjunto de pessoas que
residem em determinada área, que pode ser um bairro, um
município, um estado, um país ou até o planeta, e seu estudo
é objeto de pesquisas e de preocupação dos mais diversos
especialistas – geógrafos, demógrafos, economistas – e dos
detentores dos poderes político, econômico e militar.
Acredita-se que no ano 1 da Era Cristã a população mundial
estivesse em torno de 250 milhões de habitantes. Em 1850,
a população chegou a 1 bilhão de habitantes. Por volta de
1950, logo após a Segunda Guerra Mundial, atingíamos a
casa dos 2,5 bilhões de pessoas, portanto, em apenas 100
anos a população mais que dobrou.
FRENTE
O crescimento populacional foi muito lento ao longo da história
da humanidade e intensificou-se devido, principalmente,
à Revolução Industrial e à consequente urbanização da
população mundial. O resultado é que a população mundial
em 2008 chegou a 6,7 bilhões.
Multidão planetária
Estima-se que a população mundial
ficará estável a partir de 2050,
mas até lá seremos quase
3 bilhões a mais
do que hoje
1850
GRÁFICO: Crescimento da população mundial
2,5
bilhões
8000 a.C.-2050 d.C.
8
1970
Bilhões de pessoas
7
3,7
bilhões
6
5
1990
5,3
4
3
bilhões
2008
6,7
2
bilhões
1
2030
8,3
0
8000 7000
6000
a.C.
1
bilhões
1650 1750 1850 1950 2050
Ano
d.C.
2050
Fonte: OVERY, Richard (ed.). Hammond atlas of the 20 century.
th
9,2
bilhões
Londres: Times Books, 1996. p. 176 (Adaptação).
O período que vai de 1950 a 1988 foi o que apresentou
o mais rápido crescimento populacional já registrado
na história da humanidade. Da década de 1970 a 2008,
o crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,2%
ao ano. Isso ocorreu devido ao maior acesso aos métodos
anticoncepcionais e à sua utilização por um número cada vez
maior de indivíduos, resultando em uma taxa de fecundidade
(número de filhos por mulher em idade fértil) em queda na
maioria dos países do mundo.
Fonte: Divisão populacional da ONU 1 (2030 e 2050 – previsão).
Hoje, no entanto, considera-se que existam problemas
mais importantes na análise demográfica mundial do que
o crescimento da população. A população mundial está
passando por um rápido envelhecimento. Esse aumento da
longevidade, principalmente no mundo desenvolvido, exigirá
por parte dos governantes medidas e atitudes que permitam
uma readaptação da sociedade no sentido de garantir a
qualidade de vida esperada para essa massa de idosos.
Editora Bernoulli
43
Frente B Módulo 01
População absoluta: É o número total de habitantes
GRÁFICO: Europa: população e crescimento
natural (1990-2020)
População
(milhões)
de uma unidade espacial. Quando um determinado lugar
Taxa de crescimento
vegetativo (milhões)
+ 0,20
possui um grande número de habitantes, a região é
denominada populosa e quando possui um pequeno número
de habitantes, dizemos que é pouco populosa.
+ 0,10
TABELA 1: Países mais populosos (2009)
730
720
País
0
População
República Popular da
710
– 0,10
China
700
Índia
– 0,20
690
1990
1995
2000
2005
2010
2015
1 345 750 973
1 198 003 272
Estados Unidos
314 658 780
Indonésia
229 964 723
Brasil
193 733 795
Paquistão
180 808 096
Bangladesh
162 220 762
Rússia
140 873 647
Nigéria
154 728 892
Japão
127 156 225
2020
Fonte: Dados da ONU. IBGE.
A população brasileira, por exemplo, vem mantendo uma
tendência de envelhecimento constante, fato registrado em
pesquisas feitas pelo IBGE, com o aumento das faixas de
idade mais elevada e com a redução das faixas mais jovens.
GRÁFICO: População total jovem e idosa
(Brasil, 1940-2050)
60 000 000
50 000 000
40 000 000
Fonte: Dados da ONU. IBGE.
Organizado pelo autor.
30 000 000
População relativa: É a distribuição da população de
20 000 000
um dado recorte espacial pela sua área, ou seja, equivale à
10 000 000
Pop. 0 a 14 anos
2050
2040
2030
2020
2010
2000
1990
1980
1970
1960
1950
1940
média de habitantes por quilômetro quadrado, resultando
0
Pop. 65 anos e mais
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e
Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica
Demográfica, 2004. Censos Demográficos de
1940, 1950, 1960 e 1970.
Além disso, a persistência de migrações em massa de áreas
pobres para regiões mais desenvolvidas (migração sul-norte)
também representa um novo desafio, pois essa migração
tem gerado, nas últimas décadas, diversos tipos de racismos,
preconceitos étnicos, religiosos, culturais e outros. Não se
pode deixar de citar a questão da fome e da subnutrição de
uma grande parcela da população mundial.
CONCEITOS BÁSICOS
De acordo com o número total de habitantes e com o
tamanho do território que ocupa, uma população pode ser
analisada de duas maneiras: pela sua população absoluta e
pela sua população relativa.
44
Coleção Estudo
na sua densidade demográfica (DD = hab./km2). Quando
um determinado território possui elevada densidade
demográfica, a área é denominada povoada e quando possui
baixa densidade demográfica, dizemos que é fracamente
povoado.
TABELA 2: Países densamente povoados
Posição
País
População
Área
(km²)
Densidade
demográfica
(hab./km2)
Mundo
6 445 398 968
148 940 000
43,2
1
Mônaco
32 409
1,95
16 620
2
Cingapura
4 425 720
692,7
6 389
3
Vaticano
921
0,44
2 093
4
Malta
398 534
316
1 261
5
Bahrein
688 345
665
1 035
Fonte: Dados do Banco Mundial e da ONU.
Organizado pelo autor.
Crescimento e distribuição da população
Posição
País
População
Área
(km²)
Densidade
demográfica
(hab./km2)
178
Rússia
140 873 647
17 075 200
8,2
179
Bolívia
9 862 860
1 098 580
8,9
185
Canadá
33 573 467
9 984 670
3,3
191
Austrália
21 292 893
7 686 850
2,7
193
Mongólia
2 670 966
1 564 116
1,7
Fonte: Dados do Banco Mundial e da ONU.
Organizado pelo autor, 2009.
Nem sempre um país populoso é densamente povoado,
pois apesar de ter uma população elevada, ele pode ter um
território muito grande e, com isso, a sua densidade será
baixa (por exemplo, a Rússia possui 8,0 hab./km2, para uma
população de 140 milhões de habitantes). Por outro lado,
países densamente povoados não são, necessariamente,
populosos (Bahrein possui 1 035 hab./km2, para uma
população de cerca de 688,3 (2007) mil habitantes).
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
DA POPULAÇÃO
Por trás das tabelas que nos indicam o número de
pessoas existentes no mundo ou num determinado país,
há uma realidade social complexa que deve ser analisada.
O primeiro aspecto que deve ser levado em conta quando
se analisa o fenômeno demográfico é que o mundo atual é
formado de diferentes sociedades, caracterizadas pelos mais
variados hábitos, costumes, tradições, situações, sistemas,
organizações e níveis de desenvolvimento. Um segundo
aspecto é que, no interior de um espaço, os habitantes
formam grupos que ocupam posições diferentes. As
variações são de ordem quantitativa (número de habitantes,
densidade demográfica, etc.) e qualitativa (distribuição de
renda, estrutura de ocupação, distribuição dos recursos,
infraestrutura, etc.). Essa diversidade de distribuição na
ocupação do espaço se deve a três fatores principais, que
normalmente estão inter-relacionados:
A)
Meio físico: Embora suporte grandes variações no
meio físico, o homem possui limitações e preferências
quanto à temperatura, à vegetação, à disponibilidade
de água, à qualidade dos solos, ao tipo de relevo,
etc. A partir disso, definem-se áreas ecúmenas
(áreas propícias à ocupação e à permanência) e áreas
anecúmenas (ambientes hostis à ocupação humana).
Os elementos da natureza atuam em conjunto;
entretanto, um elemento pode ser um fator limitante,
como o clima nas regiões polares, a vegetação nas
áreas equatoriais, a aridez das regiões desérticas,
entre outros.
B)
Econômicos: As diferentes formas de produção e a
natureza e finalidade de produtos exigem maior ou
menor concentração populacional. Assim, áreas de
agricultura mecanizada ou de pecuária, por exemplo,
apresentam baixa densidade populacional, pois ambas
requerem pequena quantidade de trabalhadores.
Nas áreas de atividade agrícola extensiva, em
relação à mão de obra, ocorre uma maior densidade
demográfica, como no sudeste asiático, onde as
plantações de arroz e de chá empregam um grande
número de lavradores. Já as atividades industriais e
de prestação de serviços exigem maior concentração
populacional e são exercidas nas áreas urbanas,
como o nordeste dos EUA, o noroeste da Europa,
o eixo Rio de Janeiro / São Paulo, a grande Buenos
Aires, Cidade do México, etc.
C)
Históricos: Considera-se a época de ocupação
dos diversos espaços. As áreas de ocupação
antiga tendem a apresentar maior adensamento
populacional; já as de ocupação mais recente
normalmente são de densidades menores. As áreas
antigas de maior adensamento são a Ásia das
monções, os vales fluviais da Ásia, da África e da
Europa, o nordeste dos Estados Unidos da América
e as áreas litorâneas da América do Sul.
TABELA 4: População absoluta, área e média
da densidade demográfica por continente (2000)
População
absoluta
Área (km2)
Densidade
demográfica
(hab./km2)
3 682 600 000
45 077 999
81,6
América
828 700 000
42 057 296
19,7
África
784 400 000
30 209 389
26,0
Europa
728 900 000
10 368 047
70,3
Oceania
30 400 000
8 522 075
3,5
6 055 000 000
136 234 806
40,0
Continente
Ásia
Total
Fonte: L’État du Monde, 2000. Paris: La Kécouverte, 1999.
Calendário Atlante De Agostini 2000. Novara,
Instituto Geográfico De Agostini, 1999.
Superpovoamento: O conceito de superpovoamento
não se limita ao simples resultado numérico da relação
entre população absoluta e área (densidade). Uma área é
considerada superpovoada quando o número de habitantes
ultrapassa o limite até o qual o Estado garantiria o bem-estar
socioeconômico da população. Países como a Holanda
(463 hab./km 2), a Bélgica (332 hab./km 2) e o Japão
(339 hab./km2), apesar de serem densamente povoados (mais
de 300 hab./km2), não são considerados superpovoados,
visto que suas populações apresentam elevado nível de
desenvolvimento socioeconômico e de bem-estar social,
considerando a área ocupada. Por outro lado, países como
Bangladesh (966 hab./km2), a Índia (330 hab./km2) e até o
Brasil, apesar de apresentarem baixa densidade demográfica
(21 hab./km2), são considerados superpovoados em virtude
do insuficiente nível de desenvolvimento econômico e
tecnológico de suas populações.
Editora Bernoulli
45
GEOGRAFIA
TABELA 3: Países fracamente povoados
(selecionados)
Frente B Módulo 01
Distribuição da população no Brasil
Fonte: Atlas geográfico escolar, 2002 (Adaptação).
CRESCIMENTO POPULACIONAL
Para alguns cientistas, a população máxima que a Terra poderá abrigar fica entre 10 e 12 bilhões de pessoas, e esse
número tende a se estabilizar no final do século XXI. Todavia, qualquer estudo nesse sentido esbarra em várias questões,
como as desigualdades sociais entre as nações, o consumo exagerado de bens supérfluos nos países ricos, que se utilizam
de recursos naturais não renováveis, e a distribuição desigual de alimentos.
Entre as causas responsáveis pelo aumento considerável da população mundial sobressaem: as maiores facilidades de
transportes e de locomoção, as grandes possibilidades de conservação dos alimentos e, principalmente, o progresso alcançado
pela medicina e pela higiene social, através dos hábitos sadios e do saneamento geral, que reduziu consideravelmente as
taxas de mortalidade geral e infantil.
A população de um país pode crescer ou diminuir por meio de dois processos básicos:
•
Pela diferença entre o número de nascimentos (taxa de natalidade) e o número de óbitos (taxa de mortalidade);
•
Pelo saldo migratório, ou seja, a diferença entre a imigração (entrada de pessoas) e a emigração (saída de pessoas).
Chama-se crescimento natural ou vegetativo a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade de uma população.
CV = taxa de natalidade – taxa de mortalidade
46
Coleção Estudo
Crescimento e distribuição da população
A taxa de natalidade expressa a relação que há entre
Em 1991 e 2000, as taxas foram de 2,9 e 2,3,
o número de nascimentos e o número total de habitantes
respectivamente, com índice abaixo do “nível de
de um determinado lugar, em um determinado intervalo
reposição”. Em setembro de 2008, uma pesquisa
de tempo. Obtemos essa taxa multiplicando o número de
realizada pelo Ministério da Saúde concluiu que a taxa
nascimentos ocorridos durante o ano por 1 000 e dividindo
de fecundidade do país, ou seja, a quantidade de filhos
o resultado pela população absoluta.
que cada brasileira gera, diminuiu para 1,8 filho em
média, o que aponta para uma retração do crescimento
número de nascimentos x 1 000 = taxa de natalidade
número de habitantes
A taxa de mortalidade expressa a relação entre o
populacional.
TABELA 5: Redução nas taxas de fecundidade
no Brasil a partir de 1960
número de óbitos ocorridos e o número total de habitantes
de um determinado local, em um determinado intervalo de
tempo. Obtemos essa taxa multiplicando o número de óbitos
Nascimentos/mulher
1960
6,3
1970
5,8
1980
4,4
1991
2,9
2000
2,3
O crescimento demográfico ou total é a diferença
2005
2,1
existente entre o crescimento vegetativo e o saldo
2006
2,0
migratório, isto é, as taxas de emigração e imigração.
2007
1,95
2008
1,8
pela população absoluta.
número de óbitos x 1 000 = taxa de mortalidade
número de habitantes
GEOGRAFIA
Ano
ocorridos durante o ano por 1 000 e dividindo o resultado
CD = N – M + I – E
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), IBGE, 2006.
CD = taxa de natalidade – taxa de mortalidade +
imigração – emigração
Quando se trata da população mundial, considera-se
somente o saldo resultante entre a natalidade e a
mortalidade. Também para a maioria dos países esse é o
fator que mais influi no crescimento demográfico.
Com esse resultado, pode-se perceber que a fecundidade
das mulheres brasileiras está se aproximando rapidamente
da observada nos países desenvolvidos. Já é necessário
recalcular as projeções da população brasileira para os
próximos anos, pois esse resultado está bem abaixo das
projeções da ONU e do IBGE.
A taxa de fecundidade é uma estimativa do número
Com a taxa de fecundidade nesse nível, a população
médio de filhos que uma mulher teria até o final de sua
brasileira deverá começar a diminuir antes do esperado,
idade reprodutiva. Corresponde, dessa forma, à relação
daqui a cerca de 30 anos. É preciso tomar decisões
entre nascidos (vivos) e mulheres em idade reprodutiva.
rápidas em termos de políticas públicas, pois essa queda
Se essa taxa for igual a 2,1, é considerado que houve reposição
na fecundidade acelera o envelhecimento da população e
populacional, ou seja, o tamanho da população se mantém
nosso sistema previdenciário estará, daqui a alguns anos,
estável (desconsiderando as emigrações e emigrações).
sobrecarregado, ou seja, com mais dependentes do que
A tendência de queda no número de filhos vem sendo
contribuintes na balança.
observada no Brasil desde a década de 1960, com a
No Brasil, a região com a menor taxa de fecundidade
introdução de novos métodos contraceptivos (TAB. 5).
é a região Sudeste, com 1,62 filho por mulher. Na região
Na época, a taxa de fecundidade era de 6,3 nascimentos
Sul, foi registrado 1,78 filho por mulher. A maior taxa de
por mulher, pouco acima do registrado nas duas décadas
fecundidade é a da região Norte, com 2,6 filhos por mulher,
anteriores. Já em 1970, a taxa de fecundidade no país caiu
seguida pela Nordeste, com 2,29, e a Centro-Oeste,
para 5,8 filhos por mulher e, dez anos depois, para 4,4 filhos.
com 2,01.
Editora Bernoulli
47
Frente B Módulo 01
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
GRÁFICO: Brasil: crescimento vegetativo
(1950-2020)
A transição demográfica é um modelo teórico de leitura
das grandes alterações demográficas que ocorreram ou que
estão ocorrendo atualmente. No início, era um modelo de
interpretação das transformações demográficas da Europa,
mas, rapidamente, tornou-se uma análise mundial. Apesar de
existirem variantes interessantes de autor para autor e de haver
algumas críticas a determinados aspectos da teoria (sobretudo
quando esta é formulada numa linguagem muito dogmática
e detalhada), a transição demográfica é considerada um dos
modelos de interpretação mais importantes da demografia.
A transição demográfica no Brasil
Entre o primeiro censo demográfico, realizado no Brasil em
1872, e o mais recente, realizado em 2000, houve alterações
radicais nos indicadores de natalidade e de mortalidade no
país, de forma semelhante ao já ocorrido em outros países.
As taxas de mortalidade começaram a cair bem antes das
de natalidade, fato percebido no Censo de 1950, embora,
somente a partir da década de 1960, tenha refletido na
diminuição do crescimento vegetativo. Por outro lado, as
taxas de natalidade foram elevadas até os anos 1960. Em
1970, começa o declínio que se acentuou nos anos 1990,
como mostra o gráfico.
48
Coleção Estudo
Taxa de mortalidade (%)
3,12
2,90
2,35
2,09
2,79
*Estimativa
2,37
2,22
1,99
1,66
1,42
0,98
0,90
0,71
1,32
0,67
1,77
1,12
1,54
0,90
0,65
0,64
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010* 2020*
Fonte: Rio de Janeiro: IBGE, 2003. p. 72. Anuário estatístico do
Brasil, 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2001. p. 254 e 255 (Adaptação).
O resultado do processo de transição demográfica no
Brasil é a redução do ritmo de crescimento da população.
A linha de população absoluta do gráfico a seguir reflete
essa mudança e demonstra que o ritmo de crescimento da
população se acelerou desde o início do século XX até a década
de 1960, quando, então, a curva se desacelerou, chegando,
possivelmente, ao crescimento zero por volta do ano 2050.
A população brasileira, que passou de pouco mais de
17 milhões de habitantes em 1900 para 190 139 471
habitantes – estimativa do IBGE para outubro de 2008 –
deve se estabilizar, segundo as projeções da ONU, na casa de
250 milhões de habitantes por volta do ano 2050.
GRÁFICO: Transição demográfica no Brasil
(1900-2020)
50
280
240
220
40
35
30
25
200
180
Taxa de
crescimento
natural
160
140
120
100
20
80
15
60
40
10
População (em milhões)
260
45
20
5
0
0
19 0
1
19 0
2
19 0
30
19
4
19 0
50
19
60
19
70
19
80
19
90
20
00
20
10
20 *
20
20 *
30
20 *
40
20 *
50
*
Atualmente, alguns demógrafos evitam utilizar a
expressão ”explosão demográfica” e sugerem a utilização de
“transição demográfica”, pois, por um período, a população
teve um crescimento acelerado, mas esse crescimento vem
diminuindo progressivamente e, dentro de algumas décadas,
poderá ser lento novamente, quando as taxas de natalidade e
de mortalidade forem baixas, resultando em um crescimento
vegetativo também baixo.
Crescimento vegetativo (%)
19
A transição demográfica é um processo de redução das
taxas de mortalidade e de natalidade, sendo que a primeira
diminui mais rápido que a segunda, causando um período de
aumento do crescimento vegetativo e, portanto, de grande
acréscimo populacional. Os dados existentes sobre crescimento
demográfico mostram que a população mundial tem crescido
de modo contínuo ao longo do tempo, porém com intensidades
e proporções diferentes. A aceleração demográfica, nos
últimos séculos, denominada explosão demográfica por
alguns estudiosos, ocorreu nas últimas décadas do século XX,
principalmente nos países subdesenvolvidos.
Taxa de natalidade (%)
4,32
3,77
Taxa de natalidade / mortalidade (por mil)
Esse modelo foi proposto pelo americano Warren
Thompson, em 1929, com o termo original Demographic
Transition Model podendo ser entendido como a forma de
estudar as modificações que acontecem nas populações
humanas desde o período das “altas taxas de nascimento
(natalidade) e altas taxas de mortalidade” até o período das
“baixas taxas de nascimento (natalidade) e baixas taxas de
mortalidade”. Thompson já parte do princípio de que as taxas
de nascimento e de mortalidade nunca foram constantes no
tempo e que há leis ou regras gerais que se aplicam a todas
as populações, em épocas diferentes, que são as fases da
transição demográfica, tratadas a seguir.
4,44
Ano
Taxa de natalidade
Taxa de mortalidade
População absoluta
* Estimativa
Fonte: <http://esa.un.org/unpp>.
Acesso em: 18 jan. 2006.
No gráfico a seguir, é possível perceber a redução ocorrida
nas taxas demográficas brasileiras no período de 1980 a
2000, por meio da análise das pirâmides etárias sucessivas.
Estas correspondem a uma representação da população por
sexo e por idade em um gráfico denominado histograma.
Crescimento e distribuição da população
90
80
70
Idade
60
Homens
50
Mulheres
40
30
20
10
0
2
1,5
1
0,5
1980
0
0,5
1991
1
1,5
2
(%)
2000
Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE,
2000. p. 121 (Adaptação).
Em 1980, a porção mais larga da pirâmide brasileira era
da faixa de 0 a 4 anos; em 1991, entre os 5 e 9 anos e, em
2000, entre 15 e 19 anos. Para efeito de comparação, em
2000, um dos países com população mais jovem do mundo,
a Guatemala, estava com a maior proporção na faixa entre
0 a 4 anos, e um dos países mais velhos, a Itália, com a
maior proporção na faixa entre 30 e 34 anos.
Como consequência das alterações nas taxas de natalidade
e de mortalidade e considerando que o saldo migratório
(imigração menos emigração) é desprezível, houve alteração
substancial da distribuição etária da população brasileira em
um período de 20 anos, conforme demonstra o gráfico a seguir.
GRÁFICO: Proporção de crianças e idosos
dependentes
(Para cada grupo de 100 adultos)
100
90
80
86
82
70
82
78
77
81
73
66
60
FASES DO CRESCIMENTO
POPULACIONAL
Provavelmente, a população do mundo cessará de
crescer acentuadamente por volta de 2050 – diminuindo
sensivelmente a taxa de natalidade e a de mortalidade.
59
53
46
50
GRÁFICO: Transição demográfica
52
Equilíbrio
primitivo
45
40
30
33
20
10
Entre os indicadores demográficos, cujo comportamento
pode ser responsabilizado pelos movimentos ascendentes
na curva de dependência total da população brasileira
apresentados no gráfico, podem ser citadas: a redução da
taxa de mortalidade geral, que acompanhou a transferência
da população para as cidades, promovendo maior acesso às
vacinas, à assistência médica e melhor qualidade de vida,
permitindo que um maior número de indivíduos chegasse
à idade adulta; a redução da taxa de mortalidade infantil,
ocorrida devido aos maiores cuidados com a gestante, com
o parto, com os recém-nascidos, além do acesso, pela mãe,
a informações que permitam que um maior número de
crianças sobreviva; e a queda da taxa de natalidade,
que refletiu na redução relativa dos adultos nas décadas
seguintes e, em contrapartida, no aumento da participação
de idosos.
Durante a evolução do crescimento populacional mundial,
podemos notar quatro fases do crescimento, mas que pode
ser estudado em apenas três, como veremos a seguir.
87
83
A curva de dependência total (proporção dos jovens e idosos
em relação à população economicamente ativa) descreve
dois movimentos ascendentes, um já concretizado e outro
projetado. Esses movimentos são causados por modificações
no comportamento dos indicadores demográficos vistos
anteriormente, os quais, entre outros fatores, decorrem da
evolução da economia do país e do nível de informação da
sua população.
4
5
5
6
7
8
13
28
24
31
Expansão populacional
28
50
45
19
00
19
10
19
20
19
30
19
40
19
50
19
60
19
70
19
80
19
90
20
00
20
10
20 *
30
20 *
40
20 *
50
*
0
Crianças e idosos
Crianças (0 a 14 anos)
Idosos (65 anos ou mais)
Envelhecimento
Anos
* Estimativa
40
Taxa de natalidade
TN
Taxa de mortalidade
TM
Crescimento vegetativo CV
35
30
25
20
15
Fonte: Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 jan. 2006. Caderno
Dinheiro, p.B5 (Adaptação).
No gráfico anterior, estão representadas curvas de
dependência da população brasileira. Essas curvas
correspondem a uma razão de dependência entre a
população jovem (0 a 14), idosa (65 ou mais) e a relação que
estabelecem com a população em idade ativa (15 a 64 anos).
10
5
0
1ª Fase
TN
TM
CV
2ª Fase
3ª Fase
TN
TM
CV
4ª Fase
TN
TM
CV
Modelo do demógrafo americano Warren Thompson, 1929.
Editora Bernoulli
49
GEOGRAFIA
GRÁFICO: Composição da população residente,
por sexo e idade no Brasil (1980-2000)
Frente B Módulo 01
Primeira fase ou fase de equilíbrio
primitivo
Terceira fase ou fase do
envelhecimento
Do início da humanidade até, aproximadamente,
Essa fase é caracterizada pela ocorrência de baixas taxas
o final do século XVIII, o crescimento vegetativo foi muito
de natalidade e de mortalidade, resultando em baixíssimo
baixo, resultado de uma alta natalidade acompanhada por
crescimento e até na estagnação do crescimento populacional
uma mortalidade também muito alta. A expectativa de
nos países desenvolvidos. A transição demográfica encontra-se
vida nesse período também foi muito baixa. As pessoas
concluída com a maior parte desses países possuindo taxas
viviam pouco devido às grandes epidemias, às constantes
de crescimento muito baixas, geralmente inferiores a 1%,
guerras e conquistas, aos períodos de fome e às precárias
condições sanitárias e higiênicas da população. A população
nulas e, em alguns países, até negativas.
era tipicamente rural, não havia ainda o desenvolvimento
Nos países desenvolvidos, tem ocorrido uma transformação
da medicina, nem da indústria farmacêutica. Isso ocorreu
na estrutura familiar. A taxa de fecundidade é baixa,
tanto nos países hoje considerados desenvolvidos como nos
permanecendo em torno de 1,5 filho por casal. Muitos
subdesenvolvidos, porém em épocas distintas.
países ainda apresentam taxas inferiores a 2,1 filhos por
mulher, mantendo assim o tamanho de sua população
Segunda fase ou fase da expansão
demográfica
Caracterizada por elevadas taxas de natalidade e baixas
taxas de mortalidade, esta fase é marcada por um grande
crescimento da população. Atualmente, a maioria dos países
subdesenvolvidos ainda se encontra nessa fase.
Os países “industrializados velhos” da Europa Ocidental
(Reino Unido, França, Bélgica) foram os primeiros a atingir
essa fase, principalmente durante o século XIX, ao passo
que nos países “industrializados novos” (Estados Unidos,
Canadá, Rússia, Japão) ela ocorreu na primeira metade
do século XX e, nos países subdesenvolvidos, a partir da
segunda metade do século XX.
estabilizado. Diversos fatores, como a urbanização, o
aumento da escolarização e a incorporação das mulheres
ao mercado de trabalho contribuem para a redução da
fecundidade.
Alguns países subdesenvolvidos industrializados, como o
Brasil, estão entrando nesse terceiro período de transição
demográfica, apresentando taxas de natalidade e de
mortalidade de 2,0% e de 0,7%, respectivamente, o que
resulta em uma taxa de crescimento médio de 1,3%.
Já os países subdesenvolvidos não industrializados
ou agrícolas, como os africanos, alguns asiáticos e da
América Central, ainda possuem uma elevada taxa de
natalidade e de mortalidade, apresentando um elevado
crescimento demográfico, quando comparados aos países
É importante observar que o crescimento demográfico
desenvolvidos. Vários desses países ainda estão na segunda
resultou fundamentalmente da redução da mortalidade
fase de crescimento populacional. Para entender melhor esse
que ocorreu de forma gradativa e num espaço de tempo
assunto, torna-se necessário examinar os dois elementos
bastante grande.
fundamentais do crescimento da população mundial: os
A Revolução Industrial contribuiu em muito para a melhoria
índices de mortalidade e de natalidade.
das condições higiênico-sanitárias, médico-hospitalares e
alimentares e no combate às epidemias na Europa, ao longo
do século XIX, reduzindo a mortalidade de forma gradativa
INDICADORES DEMOGRÁFICOS
nessa região. Entretanto, a natalidade permaneceu elevada
durante quase todo esse século, explicando assim o grande
crescimento populacional da Europa naquele período.
Quanto à expectativa de vida, esta foi aumentando e
tornando-se alta nesses países, contribuindo também para
um maior crescimento demográfico.
Os índices de mortalidade
Durante milênios, existiu um equilíbrio entre os índices
de natalidade e de mortalidade. Para cada grupo de mil
habitantes, nasciam cerca de 40 a 45 crianças e morriam
cerca de 35 a 40 pessoas. Isso produzia um crescimento
Quanto às áreas coloniais, o crescimento demográfico
vegetativo pequeno, de mais ou menos 0,5% ao ano.
foi lento nesse período, pois as taxas de natalidade e de
Depois da Revolução Industrial, as taxas ou índices de
mortalidade mantiveram-se elevadas, e a diferença, ou seja,
mortalidade diminuíram, o que explica a aceleração
o crescimento vegetativo foi pequeno.
demográfica.
50
Coleção Estudo
Crescimento e distribuição da população
o mundo, principalmente no século XX. Isso determinou
um desequilíbrio entre os índices de natalidade, que se
mantiveram estáveis, e os de mortalidade, que diminuíram
rapidamente. As razões dessa diminuição brusca se devem
às transformações sociais motivadas pela industrialização e
pela modernização social e econômica ocorrida em diversas
nações da Europa. Pouco a pouco, as populações passaram
a concentrar-se nas cidades, principalmente nas metrópoles.
Isto facilitou a implantação de obras de saneamento básico:
água encanada, rede de esgotos, recolhimento diário do lixo,
pavimentação de ruas e avenidas, etc.
Além disso, a aglomeração de pessoas nos centros
urbanos também facilitou as campanhas de vacinação e
de limpeza pública, diminuindo a incidência de doenças
causadas principalmente por insetos, ratos e outros animais.
Esses benefícios foram os principais fatores da queda dos
índices de mortalidade, além dos notáveis progressos na
medicina ocorridos a partir do século XIX. Surgiram as vacinas
e os novos meios de combater infecções, como os antissépticos,
e os conhecimentos sobre micróbios e outros elementos
causadores de doenças. Já no século XX, com a descoberta dos
antibióticos (começando pela penicilina, em 1928), foi possível
tratar doenças até então quase incuráveis como a pneumonia
e a tuberculose. Assim, o número de mortes diminuiu.
A qualidade da alimentação da população também
melhorou muito, principalmente nos países desenvolvidos:
as pessoas passaram a consumir mais carne, leite, ovos,
frutas, verduras, etc.
Os alimentos industrializados, a higienização dos
alimentos, além de uma boa alimentação foram importantes
fatores de diminuição da mortalidade.
É comum ocorrerem pequenas oscilações nesses índices:
a mortalidade diminuiu pouco a pouco durante décadas,
chegando à taxa de 0,6 ou 0,7%, depois subiu, chegando a
1,0%. Esse fato se explica pelo envelhecimento da população:
como o índice de mortalidade baixou sensivelmente e o de
nascimento também diminuiu, em determinado momento,
cresceu muito o número de pessoas com mais de 60 anos;
assim, houve novamente um ligeiro aumento da mortalidade,
simplesmente pelo fato de os idosos falecerem. Mas esse
aumento, principalmente na Europa Ocidental, foi pequeno
e tende a se manter na faixa de 0,9 ou 1,0%.
Nos demais países, principalmente no mundo
subdesenvolvido, a queda nos índices de mortalidade é
mais recente. Até as primeiras décadas do século XX, os
países subdesenvolvidos e também muitos países socialistas
apresentavam taxas de mortalidade de 3,0 a 4,0%.
A natalidade era alta, mas como a mortalidade também
era, o crescimento vegetativo ficava muito baixo e a
população crescia muito pouco.
A partir da década de 1940 e principalmente 1950,
quando as indústrias chegaram com muita rapidez
trazendo as inovações alimentares e, principalmente,
os medicamentos e a indústria química, esses índices
diminuíram consideravelmente para 2,0 ou até 1,0%.
Em alguns países, como Argentina, Chile, Uruguai, Brasil
e Venezuela, a queda foi maior; mas em outros, localizados
principalmente na África e no sul da Ásia, até hoje os índices
de mortalidade se mantêm elevados.
Enfim, o declínio da mortalidade nos países desenvolvidos,
como já vimos, aconteceu a partir de transformações da própria
sociedade: a industrialização, a urbanização, o saneamento
básico, os avanços da medicina e a melhoria na alimentação.
Nos países do sul, ou subdesenvolvidos, essa queda foi
produzida não tanto por transformações da sociedade, mas,
principalmente, pela importação de técnicas médico-sanitárias
dos países desenvolvidos: vacinas, medicamentos, inseticidas
para o combate a mosquitos e demais agentes transmissores
de doenças, etc. Assim, mesmo os países subdesenvolvidos
que pouco se industrializaram e onde a maioria da população
ainda vive no meio rural vêm apresentando uma diminuição
nos índices de mortalidade, embora isso não se deva à melhoria
da qualidade de vida da população.
Os índices de natalidade
Quanto aos índices de natalidade, estes, embora com
algumas décadas de atraso em relação aos índices de
mortalidade, vêm caindo progressivamente no mundo todo.
Nos países desenvolvidos, o número de nascimentos vem
diminuindo desde o século XIX. Hoje, em alguns países,
principalmente na Europa, esses índices são tão baixos que
os governos procuram incentivar as famílias a terem mais
filhos a fim de evitar a diminuição da população, o que irá
refletir mais tarde na carência de mão de obra, evitando
a necessidade de contratar imigrantes, potencial causa de
conflitos xenofóbicos.
No mundo subdesenvolvido e em alguns países do antigo
bloco socialista, a diminuição da natalidade é mais recente.
Países como a China e a Índia diminuíram sensivelmente as
suas taxas de natalidade, porém alguns países africanos e
mesmo asiáticos ainda possuem taxas elevadas.
Já em outros países desses locais e da América Central,
a diminuição da natalidade tem sido mais lenta.
Apesar das diferenças de ritmo, é provável que nas
próximas décadas deste novo século, os índices de
nascimentos nos países subdesenvolvidos, que ainda são
altos, diminuam cada vez mais.
Editora Bernoulli
51
GEOGRAFIA
A queda das taxas de mortalidade ocorreu primeiro na
Europa Ocidental, no século XVIII, e propagou-se por todo
Frente B Módulo 01
A queda nas taxas de natalidade está ligada a dois fatores
básicos: a diminuição da mortalidade e a urbanização.
A diminuição nos índices de mortalidade provoca uma
queda nas taxas de natalidade. Isso se explica porque
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
(UFPE–2007) Um estudo sobre a dinâmica e a
distribuição da população de uma determinada área é
a mortalidade infantil sempre leva as famílias a terem
realizado a partir do conhecimento e da compreensão
muitos filhos, como forma de garantir que alguns deles
dos seus indicadores demográficos. Em relação a
cheguem à idade adulta. Antes da Revolução Industrial,
alguns desses indicadores, analise as proposições
a mortalidade infantil era muito alta, embora em alguns
a seguir.
países subdesenvolvidos isso ocorra até hoje. As crianças
pequenas são as mais sujeitas a problemas de saúde devido
( ) A densidade demográfica é obtida a partir da
às más condições de vida. Nas sociedades onde não há
divisão da superfície territorial de um lugar pela sua
vacinas e onde as condições de higiene não são boas (falta
população absoluta.
rede de esgoto e de coleta de lixo, água não tratada, etc.),
( ) O crescimento vegetativo é calculado com base
há um número muito grande de mortes entre crianças de
nas taxas de natalidade, de mortalidade e de
até 1 ano. Inúmeros estudos mostraram que, quando a
migração.
mortalidade infantil diminui, as famílias passam a ter menos
( ) O superpovoamento de uma área não é identificado
filhos, pois todos podem sobreviver.
apenas pela densidade demográfica, mas também
Esse é um processo demorado, que precisa de várias
pelas condições socioeconômicas existentes.
gerações para se firmar. Primeiro ocorre a queda na
( ) A taxa de mortalidade infantil identifica o número de
mortalidade, depois de algum tempo, começa a diminuir
óbitos de crianças menores de um ano.
o número de nascimentos. Essa diferença é que produz,
durante algumas décadas, um grande crescimento
( ) A taxa de fecundidade é um indicador populacional
populacional.
que influencia diretamente o comportamento de um
outro indicador, o da natalidade.
A urbanização de uma sociedade também contribui para
a queda nos índices de natalidade. No campo, é comum os
filhos, mesmo os menores, ajudarem os pais na lavoura e na
02.
(UFSC) Com base na tabela que trata da população
criação de animais, o que aumenta a possibilidade de ganho
absoluta e relativa dos países mais populosos do mundo,
da família. Também é comum as crianças não frequentarem
e nos seus conhecimentos sobre esse assunto, assinale
escola, nem existirem atividades culturais que exijam dos
a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
pais gastos de tempo e de dinheiro (cinema, teatro, shows,
Os países mais populosos
etc.), por isso, as famílias passam a ter muitos filhos para que
estes possam ajudar a complementar a renda familiar, além,
População absoluta
(milhões de
habitantes)
População
relativa
(hab./km2)
1. China
1 250
136
2. Índia
1 000
330
trabalho na vida adulta. Isso aumenta os gastos dos pais e
3. EUA
276
29
diminui suas possibilidades de contarem com a ajuda dos
4. Indonésia
208
110
é claro, da falta de informação e de medicamentos que evitam
os filhos e de padrões culturais peculiares (religiosos ou não).
Nas cidades, ao contrário, a escolarização é cada vez
mais exigida, para que a criança se prepare melhor para o
filhos menores nas despesas familiares. No meio urbano,
País
as atividades culturais são diversificadas e quase sempre
5. Brasil
169,5
20
dependem de gastos, a vida é mais agitada e os pais têm
6. Rússia
147
9
7. Paquistão
152
199
8. Bangladesh
127
966
9. Japão
126
333
10. Nigéria
120
175
menos tempo para cuidar dos filhos.
Geralmente, as condições decorrentes da urbanização
conduzem, pouco a pouco, a uma redução do número de
filhos (dois ou três, no máximo). Outro fator que contribui
para essa redução é que na cidade há menos dificuldades
para o controle da concepção, devido ao fácil acesso à
informação e aos métodos anticoncepcionais, além dos
fatores culturais.
52
Coleção Estudo
Fonte: VESENTINI, J. William. Brasil Sociedade & Espaço:
Geografia do Brasil. São Paulo: Ática, 2002, p. 143.
Crescimento e distribuição da população
01. O Brasil é um país bastante povoado.
A) Mudanças culturais, relacionadas a formas racionais
de uso do solo, melhorias alimentares e de higiene têm
02. O Brasil é um país populoso.
reduzido os índices de mortalidade das populações da
04. O Brasil é um país populoso e bastante povoado.
África Setentrional, América Latina e Caribe.
08. Comparado aos principais países mais populosos do
B) Há grande porcentagem de idosos caracterizando a
mundo, o Brasil possui uma baixa população relativa.
16. Por ser um país bastante povoado, o Brasil não exige
C) Os países da África do Norte e da América Latina
políticas de desenvolvimento regional para a ocupação
têm melhorado significativamente os seus índices
do território.
de desenvolvimento humano, superando até vários
países do continente europeu.
)
D) A população de migrantes latino-americanos e
africanos no continente europeu tem contribuído para
(PUC Rio–2006) A taxa de crescimento populacional atual
o desenvolvimento socioeconômico de seus países de
da Rússia é negativa: a população do país diminuiu em
origem com o envio de parte de seus recursos financeiros.
286 mil pessoas no primeiro quadrimestre deste ano.
E) O atual contexto econômico mundial caracterizado
O número de mortes no país é, em média, 70% superior
pelo predomínio do neoliberalismo tem contribuído
ao número de nascimentos. A diminuição vem ocorrendo
para a redução das desigualdades socioeconômicas
desde o desmantelamento da União Soviética, em 1991.
inter-regionais.
Essa situação é decorrência
A) dos fluxos migratórios em direção à Europa Ocidental.
05.
(UFMG–2008) Analise este gráfico, em que estão
B) da rigorosa política de governo de controle da natalidade.
representadas curvas de dependência da população
C) do aumento da mortalidade na base e no corpo da
brasileira:
pirâmide etária.
Proporção de crianças e idosos dependentes, para cada
D) do elevado número de idosos e da baixa taxa de
grupo de 100 adultos
fecundidade.
86
E) das mudanças ocorridas na economia do país a partir
da desestruturação da União Soviética.
82
78
77
87
81
66
(PUCPR–2007) Confira com atenção o gráfico a seguir.
TAXAS DE MORTALIDADE POR REGIÃO (2000)
África Subsaariana
Europa
América do Norte
Ásia
África do Norte
América Latina e Caribe
MUNDO
73
59
TO
TA
L
AS
NÇ
IA
CR
04.
82
83
Crianças e
idosos
53
52
46
31
45
28
33
24
IDOSOS
4
5
5
6
7
8
13
Somente
idosos
(65 anos ou mais)
24
Somente
crianças
(0 a 14 anos)
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
0
5
10
15%
Projeções
Fonte: Folha de S. Paulo. São Paulo. 22 jan. 2006.
Fonte: United Nation Population Division, 2003. MAGNOLI,
Caderno Dinheiro (Adaptação).
Demétrio; ARAÚJO, Regina. Projeto de Ensino de Geografia:
geografia geral. Fig. 6, p. 140.
A miséria e as doenças a ela correlacionadas explicam
os elevados índices de mortalidade na porção da África
Observe que, nesse gráfico, a curva de dependência
total descreve dois movimentos ascendentes – um já
concretizado e outro projetado. Esses movimentos são
causados por modificações no comportamento dos
que se estende desde o deserto do Saara até o extremo
indicadores demográficos, as quais, entre outros fatores,
sul desse continente. Tanto a África do Norte, como a
decorrem da evolução da economia do país e do nível de
América Latina e Caribe apresentam, no entanto, índices
informação da sua população. Considerando as informações
menores de mortalidade do que a Europa. Isso se deve
contidas nesse gráfico e outros conhecimentos sobre o
principalmente a quê?
assunto,
Editora Bernoulli
53
GEOGRAFIA
Soma (
03.
estrutura etária da maioria dos países europeus.
Frente B Módulo 01
1. IDENTIFIQUE e EXPLIQUE dois indicadores
C) A distribuição da população idosa terá uma maior
demográficos cujo comportamento pode ser
concentração entre os países ricos e emergentes, por
responsabilizado por esses movimentos ascendentes
terem maior acesso à tecnologia da medicina.
na curva de dependência total da população brasileira.
D) A maior concentração de idosos estará em países
2. Responda: Que período da evolução da curva de
subdesenvolvidos, proveniente do elevado crescimento
dependência total da população brasileira pode
vegetativo de hoje.
ser considerado o mais favorável ao crescimento
E) O maior número de idosos se concentrará no
econômico do país? JUSTIFIQUE sua resposta.
continente europeu, devido ao crescimento e à
expansão da União Europeia, que proporcionará
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
(UFRJ–2007)
igualdade de tecnologia e tratamentos médicos à
sua população.
03.
(UFTM–2010) Considere o gráfico.
Fases da transição demográfica
Taxas (%)
4
3
2
natalidade
mortalidade
1
1ª
0
2ª
3ª
Tempo
Considere as afirmações.
I.
A primeira fase de transição demográfica é marcada
pelo rápido crescimento da população, como
Tradução:
consequência da queda da mortalidade e manutenção
“O SUMIÇO DOS BEBÊS”
das elevadas taxas de natalidade.
“Para um número cada vez maior de países, o problema
não é ter gente demais, mas ter de menos.”
APRESENTE os principais problemas resultantes da
diminuição da taxa de natalidade em alguns países
desenvolvidos.
II. A segunda fase caracteriza-se pela diminuição das
taxas de fecundidade, provocando queda da taxa de
natalidade mais acentuada que a de mortalidade e
diminuindo o ritmo de crescimento da população.
III. A terceira fase, encontrada em diversos países
europeus, é denominada de fase de estabilização
02.
(Mackenzie-SP–2008) Hoje, a população idosa no mundo é
de aproximadamente 650 milhões de habitantes. Segundo
a ONU, a perspectiva para 2050 é de que o mundo tenha
2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos. Assinale a
alternativa que corresponde à CORRETA distribuição
IV. O Brasil ainda se encontra na primeira fase da
transição demográfica, apesar das melhorias das
condições médico-sanitárias.
demográfica de idosos no planeta, nesse período.
Está CORRETO apenas o que se afirma em
A) A população idosa terá uma distribuição demográfica
A) I e II.
homogênea, devido à conquista de recursos na área de
saúde, que atingirão a maior parte da população mundial.
B) A maior parte da população idosa estará concentrada
54
demográfica.
B) II e III.
C) III e IV.
nos países desenvolvidos, onde o investimento no social
D) I, II e III.
é alto, gerando uma elevada expectativa de vida.
E) II, III e IV.
Coleção Estudo
Crescimento e distribuição da população
04.
Brasil: taxas de dependência total,
jovem e idosa, 1950-2050
(Puc-SP–2009) O gráfico apresenta as taxas de
fecundidade no Brasil e nas grandes regiões, de 1940
100
a 1999.
90
80
Brasil e regiões 1940–1999
70
9
8
Brasil
Norte
Nordeste
Sudeste
7
6
5
60
50
40
30
20
10
Sul
Centro-Oeste
4
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
Anos
Taxa de dependência idosa
Taxa de dependência total
Taxa de dependência jovem
Fonte: United Nations, 1999.
3
2
1
0
1940
1950
1960
1970
1980
1991
1999
Anos
(1) Número médio de filhos nascidos vivos
Assinale a alternativa CORRETA.
A) A elevação da taxa de dependência a partir de 2020
decorre, principalmente, do aumento da base da
pirâmide etária que representa a população brasileira.
Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográficos 1940-1991;
Ministério da Saúde / Fundação Nacional de Saúde – Funasa
/ Centro Nacional de Epidemiologia – Cenepi Sistema de
B) A baixa taxa de dependência está diretamente
relacionada a uma estrutura etária típica de países
subdesenvolvidos, cuja representação gráfica
assemelha-se ao formato de uma pirâmide.
Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasi (dados de 1999).
Indique a alternativa que o analisa e o interpreta
CORETAMENTE.
C) A queda da taxa de dependência de jovens está
associada à diminuição da taxa de natalidade que, por
sua vez, relaciona-se à reversão do fluxo populacional,
agora direcionado principalmente ao campo.
A) Existem disparidades importantes entre as regiões na
queda das taxas de fecundidade, em especial entre
as taxas do Sul e as do Sudeste.
B) As taxas menores entre 1940 e 1950 indicavam a
D) O gráfico demonstra a situação de transição demográfica
pela qual passa o Brasil a partir da Segunda Guerra
Mundial e cuja consequência atual é o bônus
demográfico, situação economicamente favorável.
efetividade de políticas de controle de natalidade que
foram abandonadas na década seguinte.
C) A queda nas taxas de fecundidade mostra-se
E) O aumento da participação de idosos na população
brasileira expressa uma situação de explosão
demográfica, característica dos países desenvolvidos,
que acarretará problemas previdenciários futuramente.
significativa a partir de 1970 devido ao controle de
natalidade decretado pelos governos militares a partir
de 1964.
D) As taxas de fecundidade caem muito com o uso
da pílula anticoncepcional, imposto pelo governo
06.
brasileiro, no dia a dia das brasileiras das zonas rurais
Brasil: taxas de natalidade, mortalidade
e crescimento vegetativo, 1872-2000
e urbanas de todas as regiões.
E) A queda das taxas de fecundidade é generalizada em
% 5,00
todas as regiões; no ano de 1999, os diferenciais são
4,50
mínimos, o que mostra a transição demográfica em
4,00
curso no país.
05.
(FMJ-SP–2010) Considerando que a taxa de dependência
total refere-se à razão entre o segmento etário da
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
população definido como economicamente dependente
1,00
(os menores de 15 anos de idade e os de 60 e mais anos
0,50
de idade) e o segmento etário potencialmente produtivo
0
(entre 15 e 59 anos de idade), na população residente em
determinado país, em um dado período, observe o gráfico.
(UFG-GO–2007) Observe o gráfico a seguir.
1872-90 1891-00 1901-20 1921-40 1941-50 1951-60 1961-70 1971-80 1981-91 1992-00
Natalidade
Mortalidade
Crescimento vegetativo
IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, 1982. Censo demográfico 2000.
Editora Bernoulli
55
GEOGRAFIA
Taxas (1)
Taxas (%)
Taxa de fecundidade total (1)
Frente B Módulo 01
A diferença entre as taxas de natalidade e de
D) No meio urbano, a necessidade da mão de obra feminina
mortalidade indica aumento, redução ou estabilização
estimula o aprimoramento profissional. Para esse grupo,
na taxa de crescimento vegetativo. A leitura e a
sucessivas gestações comprometeriam o padrão de vida
da família e a possível ascensão profissional.
interpretação do gráfico demonstram que o crescimento
E) A dinâmica do crescimento populacional no mundo
vegetativo
está sendo alterada nas últimas décadas, devido
A) aumenta quando as taxas de natalidade e de
aos avanços na medicina, ao aumento do acesso à
mortalidade são elevadas.
educação e ao saneamento básico.
B) estabiliza-se quando a taxa de natalidade é maior que
a de mortalidade.
C) é maior quando a diferença entre as taxas de
natalidade e de mortalidade é elevada.
D) é baixo quando a taxa de mortalidade é menor que
08.
(UFF-RJ) O Censo 2000 do IBGE registrou, conforme
ilustra o gráfico a seguir, significativa redução do número
médio de pessoas na família em todo o país.
Número médio de pessoas na família
a de natalidade.
E) aumenta quando as taxas de natalidade e mortalidade
3,9
3,5
3,8 3,4
4,4
4,0
são baixas.
07.
1991
2000
(Mackenzie-SP–2010)
Fertilidade total entre 2005-2010
Variação Média (crianças por mulher)
Total
Urbana
Rural
Fonte: Censo 2000, IBGE.
Assinale a alternativa que apresenta considerações
ADEQUADAS acerca dessa redução quantitativa de
componentes da família brasileira.
A) A redução do número médio de membros das famílias
no país está associada, sobretudo nas áreas de
fronteira agrícola, às péssimas condições sanitárias
e à concentração de terras que impedem o pleno
desenvolvimento das famílias.
B) As políticas demográficas natalistas nas duas últimas
décadas do século XX, implementadas pelo Governo
5 ou mais
4 e menos do que 5
2 e menos do que 3
menos do que 2,1
3 e menos do que 4
A respeito dos índices de crescimento populacional no
mundo, assinale a alternativa INCORRETA.
apresenta queda no número médio de pessoas nas
famílias em todo o país.
C) A grande migração da população do campo para as
cidades, fenômeno característico da segunda metade do
século passado, é a principal responsável pela redução
A) Na atualidade, verifica-se uma queda dos índices de
das famílias em grande parte do país, sobretudo nas
natalidade, embora em alguns países as taxas se
periferias e nas favelas das grandes metrópoles.
mantenham elevadas.
B) No Brasil, o índice, desde 1920, obedece a sucessivos
recuos, graças ao processo de substituição de
importações, que impulsionou a indústria nacional
nessa mesma década, absorvendo muita mão
de obra.
56
Federal, foram malsucedidas, uma vez que o Brasil
D) A grande diferença do número médio de membros
das famílias rurais e urbanas resultou do baixo nível
cultural da população camponesa, incapaz de adotar
um planejamento familiar mais eficaz.
E) A adoção do modo de vida urbano, pelo campo,
implicando o estímulo ao consumo de bens,
à utilização de serviços e às práticas de lazer, bem
C) Devido à intensa urbanização, as pessoas passaram
como as mudanças culturais nos relacionamentos
a ter acesso aos métodos anticoncepcionais, o que
interpessoais, contribuíram para a redução do número
facilitou a redução do número de filhos por família.
médio de pessoas nas famílias em todo o país.
Coleção Estudo
Crescimento e distribuição da população
09.
(UNESP-SP) Os gráficos representam duas tendências
Com base nos dados apresentados no gráfico, pode-se
mundiais. Analise-os e assinale a alternativa que está
concluir que a dinâmica demográfica corresponde à
relacionada com o constante aumento do número de
A) América Latina, que reduziu a mortalidade mas ainda
mantém alta natalidade devido à influência da religião
pessoas com 65 anos ou mais.
católica.
Média do número de filhos por mulher
B) África Subsaariana, onde alguns países ainda mantêm
1960-1965
3,3
2,0
1995-2000
1,7
taxas de natalidade e mortalidade superiores às
médias mundiais.
3,6
2,9
2,8
6,2
1,3
2,0
1,6
1,5
1,6
C) China e expressa o sucesso da política do filho único,
2,6
2,5
1,3
que tem feito a natalidade no país declinar, ainda que
2,3
de forma lenta.
1,2
D) Ásia de Monções e pode ser explicada pela grande
Reino França Canadá Japão Alemanha Itália Brasil
Unido
população vivendo no meio rural, que naturalmente
apresenta maiores taxas de natalidade.
E) Índia e expressa o fracasso das políticas de controle
Porcentagem da população do mundo desenvolvido
com 65 anos ou mais
da natalidade neste país, em razão das resistências
culturais e religiosas da população.
9,2
1960
1990
2000
2010
2020
2030
13,3
14,7
16,7
SEÇÃO ENEM
20,2
23,2
Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos, 2001.
01.
(Enem–2004) A distribuição da População Economicamente
Ativa (PEA) no Brasil variou muito ao longo do século XX.
A) Diminuição da expectativa de vida e do número médio
de filhos por mulher em todos os países.
fertilidade por mulher, no período 1995-2000, no
Japão, na Alemanha e na Itália.
C) Aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa
de fertilidade por mulher em todos os países.
D) Diminuição da expectativa de vida e da taxa de
fertilidade por mulher nos países desenvolvidos.
Percentual da PEA
atividades (em %) da PEA brasileira em diferentes décadas.
B) Aumento da expectativa de vida e alta taxa de
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1940
1960
1980
2000 Ano
Legenda:
E) Aumento da expectativa de vida e queda na taxa de
fertilidade por mulher exclusivamente no Canadá, na
Alemanha e no Brasil, no período 1960-2000.
10.
O gráfico representa a distribuição por setores de
Agropecuária
Comércio e Serviços
Indústria
IBGE.
(FMJ-SP–2010) Observe o gráfico para responder à
As transformações socioeconômicas ocorridas ao longo do
questão.
século XX, no Brasil, mudaram a distribuição dos postos
de trabalho do setor
A) agropecuário para o industrial, em virtude da queda
Transição demográfica
50
40
30
20
49,8
2,1
29,3
10
0
acentuada na produção agrícola.
49,4
48,8
40,2
2,7
3,1
22,8
2,2
18,2
17,7
1950
1965
1980
2000
Taxa de aumento natural
Taxa de natalidade (por mil)
Taxa de mortalidade (por mil)
Fonte: Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil, p. 309.
B) industrial para o agropecuário, como consequência
do aumento do subemprego nos centros urbanos.
C) comercial e de serviços para o industrial, como
consequência do desemprego estrutural.
D) agropecuário para o industrial e para o de comércio
e de serviços, por conta da urbanização e do avanço
tecnológico.
E) comercial e de serviços para o agropecuário, em virtude
do crescimento da produção destinada à exportação.
Editora Bernoulli
57
GEOGRAFIA
EUA
Frente B Módulo 01
02.
(Enem–1999) Em material para análise de determinado
Indicador
marketing político, lê-se a seguinte conclusão:
demográfico
2:
Taxa
de
natalidade.
A explosão demográfica que ocorreu a partir dos anos
50, especialmente no Terceiro Mundo, suscitou teorias
Explicação: A redução do número de jovens
ou políticas demográficas divergentes. Uma primeira
– redução da taxa de natalidade – contribui
teoria, dos neomalthusianos, defende que o crescimento
para a redução do volume da população
demográfico dificulta o desenvolvimento econômico,
adulta em alguns anos, a médio e a longo
já que provoca uma diminuição na renda nacional
prazo.
per capita e desvia os investimentos do Estado para
2.
Período: 2000-2030
setores menos produtivos. Diante disso, o país deveria
Justificativa: Período em que a relação de
desenvolver uma rígida política de controle de natalidade.
dependência
Uma segunda, a teoria reformista, argumenta que
ao maior tamanho da população em idade
o problema não esta na renda per capita e sim na
economicamente ativa, ou em idade de
distribuição irregular da renda, que não permite o acesso
trabalho, em relação à população dependente
à educação e saúde. Diante disso o país deve promover
(crianças e idosos).
está
mais
favorável
devido
a igualdade econômica e a justiça social.
Qual dos “slogans” a seguir poderia ser utilizado para
defender o ponto de vista neomalthusiano?
A) “Controle populacional - nosso passaporte para o
desenvolvimento”
Propostos
01. A redução da natalidade pode causar:
●
B) “Sem reformas sociais o país se reproduz e não
produz”
Aumento da proporção de idosos na estrutura
populacional, com aumento das despesas
previdenciárias;
●
Redução do número de jovens no mercado de
C) “População abundante, país forte!”
trabalho, com necessidade de importação de
D) “O crescimento gera fraternidade e riqueza para
mão de obra do exterior, o que muitas vezes
gera tensões internas, manifestadas por
todos”
xenofobia;
E) “Justiça social, sinônimo de desenvolvimento”
●
O Estado perde simbolicamente o grupo
etário que representa o futuro da nação.
02. D
GABARITO
Fixação
04. E
05. D
01. F F V V V
06. C
02. Soma =10
07. B
03. D
08. E
04. B
05. 1.
09. C
Indicador demográfico 1: Expectativa de
vida.
Explicação: Devido à melhora das condições
de vida da população e ao envelhecimento da
58
03. D
10. B
Seção Enem
mesma, ocorre o aumento desse indicador –
01. D
expectativa de vida.
02. A
Coleção Estudo
GEOGRAFIA
Teorias demográficas
e estrutura da população
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
MÓDULO
FRENTE
02 B
Nessa concepção, epidemias, guerras, catástrofes
naturais, etc., constituiriam um “mal necessário” para frear
Seja na Grécia Antiga, quando Platão e Aristóteles
estudaram a população ideal para as cidades-estado de sua
época, ou durante o Império Romano, quando se estimulou o
crescimento populacional para a expansão territorial de seus
domínios, que exigia a presença de muitos soldados para
assegurar as conquistas, ou mesmo durante a Idade Média,
quando Tomás de Aquino baseou seus estudos populacionais
segundo os preceitos religiosos contidos na Bíblia, que
sugeria o crescimento demográfico com o famoso “Crescei
e multiplicai-vos”, para explicar o crescimento demográfico
e equacioná-lo, o homem desenvolveu vários esforços para
sistematizá-lo dentro de uma orientação religiosa, política
ou teorias sociais e econômicas.
tal crescimento indesejável. Como contribuição, caberia ao
Teoria Malthusiana
Mundial ressuscitou as ideias de Malthus. Conhecidos como
homem tentar conter o crescimento por meio do princípio
da “sujeição moral do indivíduo”, ou seja, casamentos
tardios, abstinência sexual, etc. Essa teoria, claramente
antinatalista, foi questionada, levando-se em conta que
o cientista não considerou o desenvolvimento técnico e
científico da humanidade. Ele propunha a erradicação da
pobreza e da fome por meio do controle de natalidade e de
outras medidas como casamentos tardios e número de filhos
compatíveis com os recursos familiares.
Teoria Neomalthusiana
A explosão demográfica do período Pós-Segunda Guerra
Na Idade Moderna, vários pensadores se dedicaram ao
estudo das questões populacionais, como Maquiavel, Jean
Bodin, Mirabeau e outros. Mas é no liberalismo que surge a
neomalthusianos ou alarmistas, os adeptos dessa teoria
assumiram novas posturas e aprimoraram a teoria:
•
primeira e mais importante proposta de estudo das questões
da população, na cidade de Londres, feita pelo economista
e sacerdote anglicano Thomas Robert Malthus (1766-1843).
Ele estava preocupado com os problemas enfrentados por
seu país durante a Revolução Industrial, tais como o êxodo
rural, o desemprego e o aumento populacional.
A teoria demográfica mais conhecida foi proposta em seu
livro Ensaio sobre o princípio da população, publicado em
1798. Nele, ele estabelece duas premissas sobre as quais
formulava a sua teoria.
A população tende a crescer segundo uma progressão
geométrica (PG), dobrando a cada 25 anos, isto caso não
ocorra epidemias ou guerras. Os fatores de subsistência, ou
seja, os alimentos, na melhor das hipóteses, crescem segundo
uma progressão aritmética (PA). Segundo Malthus, então,
o ritmo de crescimento populacional era muito superior ao
Atribuíam a culpa pela situação de miséria dos
países subdesenvolvidos ao acelerado crescimento
populacional;
•
Concordavam que a agricultura era capaz de produzir
alimentos suficientes para todos;
•
Defendiam programas rígidos e oficiais de controle
da natalidade, em geral rotulados de planejamento
familiar, com o emprego de diversos métodos, como
as pílulas anticoncepcionais, a ligadura das trompas,
o DIU (dispositivo intrauterino), o aborto e a vasectomia.
Muitos governos de países ricos passaram a investir mais
em políticas antinatalistas do que em políticas econômicas
para resolver o problema da pobreza e do desajuste entre
a população e os recursos, utilizando o argumento segundo
o qual a elevada fecundidade era causa e não consequência
do subdesenvolvimento.
Essas políticas de controle da natalidade, conhecidas como
ritmo de crescimento dos recursos alimentares necessários
antinatalistas, embora muito criticadas, foram adotadas
ao atendimento de todo o contingente populacional. Para
por países como a Índia, o Egito, o México e a China. Com
corrigir tal descompasso, seriam necessárias medidas de
exceção da China, que em quarenta anos conseguiu reduzir
controle do crescimento populacional a fim de se evitar uma
a sua natalidade em mais da metade, os outros países não
crise de superpovoamento.
obtiveram resultados satisfatórios.
Editora Bernoulli
59
Frente B Módulo 02
Para ser bem-sucedido, um programa de planejamento
Uma das formas mais dinâmicas de conhecer a estrutura
familiar deve não apenas ser parte integrante de um plano de
de uma população é através de sua pirâmide etária, ou seja,
desenvolvimento socioeconômico. Ele requer a existência de
os gráficos de distribuição por faixa etária e por sexo. Em
uma série de condições favoráveis, como educação, saúde,
uma pirâmide etária, a base indica a taxa de natalidade:
atendimento médico-hospitalar, consciência e aprovação
base larga representa grande TN, e base estreita representa
popular. A esses fatores se deve o sucesso do programa
baixa TN. Já o corpo de uma pirâmide representa a taxa
oficial de controle da natalidade iniciado em 1948 no Japão,
de mortalidade de uma população: corpo afunilado indica
único país desenvolvido a adotá-lo. Por outro lado, alguns
grande TM, ou seja, a morte ocorre em todas as faixas
países da Europa, como a Bélgica, a Alemanha e a França,
etárias; já um corpo alargado indica pequena TM. O ápice
já adotaram políticas pró-natalistas como resposta à queda
indica a expectativa de vida, que será alta quando o ápice
da natalidade ocorrida.
for largo e baixa quando for estreito.
Teoria Reformista ou Marxista
Os reformistas se opõem aos neomalthusianos e
defendem que a miséria é a responsável pelo intenso
crescimento populacional. Defendem reformas de caráter
socioeconômico que permitam a melhoria das condições de
vida dos indivíduos dos países subdesenvolvidos. Segundo
os reformistas, isso resultaria em um planejamento familiar
que ocorreria de forma espontânea.
GRÁFICO: Pirâmides etárias
Estados Unidos
França
70 ou +
65 - 69
60 - 64
55 - 59
50 - 54
45 - 49
40 - 44
35 - 39
30 - 34
25 - 29
20 - 24
15 - 19
10 - 14
5-9
0-4
70 ou +
65 - 69
60 - 64
55 - 59
50 - 54
45 - 49
40 - 44
35 - 39
30 - 34
25 - 29
20 - 24
15 - 19
10 - 14
5-9
0-4
% 6 4 2 0
ESTRUTURA DA POPULAÇÃO
Conhecer como uma população é formada ou caracterizada,
sob vários aspectos é de grande importância para qualquer
governante ou dirigente responsável pelo planejamento
socioeconômico de uma nação, bem como nas projeções
para o futuro. É o conhecimento profundo da população,
portanto de sua estrutura, que permitirá a implantação de
políticas públicas que atendam a realidade demográfica de
um determinado local.
0 2 4 6 %
0 2 4 6 %
Esperança de vida
Homens 75,3 anos
Mulheres 81 anos
Homens 77,7 anos
Mulheres 84,2 anos
Argélia
70 ou +
65 - 69
60 - 64
55 - 59
50 - 54
45 - 49
40 - 44
35 - 39
30 - 34
25 - 29
20 - 24
15 - 19
10 - 14
5-9
0-4
%18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
Estrutura etária
% 6 4 2 0
Esperança de vida
0 2 4 6 8 10 12 1416 18
%
Esperança de vida
Homens 72,1 anos
Mulheres 75,4 anos
A divisão populacional por faixa de idades mais utilizada
atualmente é a da Divisão Populacional da ONU, que
considera a distribuição etária a seguir.
Normalmente, essa é a distribuição etária:
•
Jovens – até 19 anos.
•
Adultos – de 20 até 59 anos.
•
Idosos – de 60 anos ou mais.
Essa divisão, porém, apresenta diferenças quanto aos
México
70 ou +
65 - 69
60 - 64
55 - 59
50 - 54
45 - 49
40 - 44
35 - 39
30 - 34
25 - 29
20 - 24
15 - 19
10 - 14
5-9
0-4
%18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 %
intervalos de idade de acordo com a conveniência dos
Esperança de vida
países e dos organismos interessados. Assim, alguns países
Homens 73,1 anos
Mulheres 74,8 anos
consideram jovens com idade entre 0 e 14 anos, adultos
com idade entre 15 e 59 anos e idosos com idade superior
a 60 anos.
60
Coleção Estudo
Fonte: Atlas 2000 – La France et le monde. Paris, NATHAN,
1998.
Teorias demográficas e estrutura da população
Em relação aos países desenvolvidos, verifica-se que a expectativa de vida de sua população é maior, a proporção de jovens
é menor e a de idosos, maior. Os reflexos de tais características nas pirâmides etárias são bases mais estreitas e cumes
mais largos. Já nos países mais pobres, ocorre o inverso, devido ao grande número de jovens e à baixa proporção de idosos.
TABELA: Distribuição etária da população em alguns países (em %)
Países “maduros”
Em transição
Países “jovens”
EUA
Japão
Suécia
Brasil
Bangladesh
Zâmbia
Nigéria
Jovens (até 19 anos)
25,7
21,5
19,8
53,0
50,2
61,5
55,4
Adultos (de 20 até 59 anos)
57,4
55,5
56,7
45,0
44,8
35,0
40,1
Idosos (60 anos ou mais)
16,9
23
23,5
8,3
5,0
3,5
4,5
Fonte: Elaborada a partir de dados do US Bureau of Census, World Population Profile.
A população brasileira está envelhecendo, enquadrando-se numa situação de transição: resultado de declínio da mortalidade
e da natalidade com aumento da faixa etária superior a 60 anos e diminuição da faixa etária inferior aos 20 anos.
GRÁFICO: O Brasil fica mais velho e estável (pirâmide por faixa etária da população)
1991
2000
2050*
% 1210 8 6 4 2 0 2 4 6 8 1012 %
%1210 8 6 4 2 0 2 4 6 8 1012%
%8 6 4 2 0 2 4 6 8%
GEOGRAFIA
1980
70 ou +
65 - 69
60 - 64
55 - 59
50 - 54
45 - 49
40 - 44
35 - 39
30 - 34
25 - 29
20 - 24
15 - 19
10 - 14
5-9
0-4
% 1412 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 1214 %
Esperança de vida
Esperança de vida
Esperança de vida
Esperança de vida
Homens 59,6 anos
Mulheres 66 anos
Homens 62,6 anos
Mulheres 69,8 anos
Homens 64,9 anos
Mulheres 72,7 anos
Geral 81,3 anos
* Previsão
Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil / 2002. Rio de Janeiro: IBGE, 2003.
A estrutura por sexos
A população mundial e brasileira é constituída, principalmente, por mulheres, embora a margem seja muito pequena.
No Brasil, há cerca de 95 homens para cada 100 mulheres. O curioso é que nascem mais meninos do que meninas no
país. Eles são, em média, 5% a mais do que elas nas maternidades. A situação começa a se inverter a partir da faixa etária
dos 30 anos.
Tal fato ocorre devido à maior mortalidade masculina em todas as faixas de idade. A mulher possui maior expectativa de
vida em praticamente todos os países do mundo. Segundo o IBGE, uma das explicações é que as mulheres vivem mais,
porque são mais resistentes às doenças. Mas o principal motivo de elas serem maioria é que os homens são as maiores
vítimas da violência, sobretudo ao longo da juventude.
No entanto, é importante salientar que, apesar de viverem mais, as mulheres ainda não conquistaram o mesmo status
social e político do homem, sendo ainda vítimas de preconceito e de discriminação.
São comuns os casos em que a mulher possui uma maior qualificação profissional, já que estão em maior número nas
universidades, conforme Dados do Censo da Educação Superior, coletados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais), e têm salário menor do que o do homem, além de terem menos oportunidades de promoção ou
de assumirem cargos de chefia.
Editora Bernoulli
61
Frente B Módulo 02
População Economicamente Ativa (PEA): É constituída
por pessoas desocupadas, mas dispostas a trabalhar
(desempregados), e por trabalhadores ocupados, sejam
empregados (registrados ou não), autônomos, empregadores
ou não remunerados.
Expectativa
de vida no Brasil
(em anos)
1º - Distrito Federal
2º - Santa Catarina
3º - Rio Grande do Sul
4º - Minas Gerais
5º - São Paulo
11º - Rio de Janeiro
75,3
DF
75,3
População Economicamente Inativa (PEI):
É constituída por aqueles que estão capacitados a trabalhar,
entre os quais incluem-se os desalentados (aqueles que
estão dispostos a trabalhar, mas estão desestimulados a
buscar emprego, uma vez que já buscaram e não obtiveram
sucesso – no caso das pesquisas realizadas pelo IBGE,
é considerado desalentado aquele que está desempregado e
há mais de um mês não busca emprego) –, e os inativos (que
são aquelas pessoas que não buscam e não estão dispostas
a trabalhar), como é o caso dos aposentados, estudantes
que não trabalham, inválidos, crianças.
MG
75
SP
74,6
RJ
74,2
SC
73,1
RS
Média brasileira - 72,4 anos
Brasileiros acima de 65 anos
9 927 027
+41%
7 039 611
1990
Os países que possuem menores taxas de natalidade e de
mortalidade são os que têm maior proporção de população
ativa. No Brasil, embora a legislação proíba, segundo o IBGE,
3 milhões de crianças e 4,6 milhões de adolescentes estavam
no mercado de trabalho em 1990. Em 1995, entre as pessoas
de 10 a 14 anos, praticamente 3,3 milhões (4,7%) faziam
parte da PEA. Na faixa etária de 15 a 17 anos, a porcentagem
era de 6,4% e de 4,8% entre indivíduos com 18 e 19 anos.
2000
82,6
79,4
78,6
78,3
1º
Japão
22º
Reino
Unido
31º
Chile
35º
Cuba
76,2
75,3
72,4
72,0
51º
54º
90º
México Argentina Brasil
95º
Líbano
Média mundial - 67,2 anos
Editoria de arte
Expectativa de vida no mundo (em anos)
Os setores de atividades
Fonte: Brasil. Síntese dos indicadores sociais 2008 (PDF).
Instituto de Geografia e Estatística (IBGE)/(Mundo) United
Nations World Population Prospects: Revisão de 2006.
Com o aumento da participação feminina no mercado de
trabalho, expondo-se às mesmas tensões e responsabilidades,
a diferença nos níveis de mortalidade entre homens e
mulheres continua sendo objeto de pesquisa.
No Brasil, a maior concentração de mulheres se encontra
nas cidades onde há, em média, cerca de 94,2 homens para
cada 100 mulheres. Na área rural, a tendência se inverte:
há cerca de 109,2 homens para cada 100 mulheres.
TABELA: Razão entre o número de mulheres e de
homens na população total – Brasil 1980-2000
Total
Urbana
Rural
1980
1991
2000
1980
1991
2000
1980
1991
2000
98,74
97,5
96,93
95,19
94,26
94,19
106,56
108,3
109,22
Fonte: Censo Demográfico 2000 - Características da População
e dos Domicílios. Resultados do Universo. IBGE, 2001.
Estrutura setorial
A População em Idade Ativa (PIA) é uma classificação
etária-profissional que compreende o conjunto de todas as
pessoas teoricamente aptas a exercer uma atividade econômica.
No Brasil, a PIA é composta por toda população com 10 ou mais
anos de idade. A população com menos de 10 anos de idade
é chamada População em Idade Economicamente Não Ativa
(PINA). A População em Idade Ativa pode ser classificada em:
62
Coleção Estudo
A população ativa distribui-se em três setores de
atividades econômicas. Alguns autores adotam a ideia
de quatro setores, introduzindo o setor quaternário,
o que em dados estatísticos é pouco usado. São eles:
•
•
•
•
Primário: trabalhadores do campo (pecuária,
extrativismo ou agricultura);
Secundário: todos os que trabalham em indústrias
e em construção civil;
Terciário: é o setor da prestação de serviços
(comércio, transportes, setor público, educação,
telecomunicações, etc.);
Quaternário: setor ligado à alta tecnologia,
pesquisa, biotecnologia, informática, etc.
Nos países desenvolvidos, mais industrializados (Estados
Unidos, Japão, Alemanha, etc.), até a década de 1970,
o setor secundário era considerado o mais importante. Com
o advento da robotização e da automatização das tarefas
de maneira intensa, houve diminuição da população nesse
setor. Atualmente, é o setor terciário que mais cresce e
absorve a mão de obra.
Nos países subdesenvolvidos, em especial os mais pobres,
o grande surto de urbanização não foi acompanhado de um
processo de modernização que gerasse industrialização e
expansão do comércio e dos serviços, gerando emprego nos
setores secundário e terciário. Dessa forma, o desemprego
disfarçou-se em subemprego nas cidades. Por isso, deve-se
ficar atento à realidade do setor terciário nos grandes centros,
pois mesmo que quantitativamente esse setor nos países
pobres se aproxime do dos países ricos, qualitativamente a
realidade é diferente.
Teorias demográficas e estrutura da população
A distribuição de renda
GRÁFICO: Estrutura setorial
Estados Unidos
Canadá
Austrália
Grã-Bretanha
França
Bélgica
Alemanha
Japão
R. D. Congo
Países
desenvolvidos
Embora em níveis diferentes, a distribuição da renda de um
país pela sua população sempre apresenta desigualdades.
Países pobres apresentam maior concentração de renda, ou
seja, uma ínfima parcela da população detém maior parte
do capital, em relação aos países ricos. O Brasil destaca-se
Países
subdesenvolvidos
como um dos campeões de concentração de renda no mundo.
Índia
Bangladesh
Tailândia
China
Guatemala
Indonésia
Turquia
0
10 20 30 40 50 60 70 80
90 100
% da PEA
Setor
Primário
Setor
Secundário
GRÁFICO: Participação dos ricos na renda nacional
15%
Quanto dos salários
vai para o 1% mais rico
17%
Quanto das aposentadorias
vai para o 1% mais rico
33%
Quanto dos aluguéis
vai para o 1% mais rico
42%
Quanto dos investimentos
vai para o 1% mais rico
Setor
Terciário
Fonte: IPEA e IBGE.
LEITURA COMPLEMENTAR
No Brasil, até 1940, dois terços da PEA concentravam-se
no setor primário. Devido ao processo de industrialização /
Malthus estava certo?
urbanização, da mecanização do campo e do êxodo
rural, em 1999 esse setor abrigava 24,2% da população
Decorridos quase dois séculos, a Teoria de Malthus continua
economicamente ativa. O processo de industrialização /
suscitando debates. Entretanto, o tempo pôde demonstrar que
urbanização, associado a outros fatores, como o avanço
ela carecia de uma sólida fundamentação científica. De forma
tecnológico, a busca por competitividade e a estruturação
administrativa, contribuiu para mudanças também nos
resumida, seus principais pontos de crítica são:
•
O crescimento geométrico da população previsto por
Malthus não ocorreu: houve uma redução das taxas
setores secundário e terciário brasileiros.
de crescimento populacional em todos os continentes,
Observe o gráfico a seguir. Pode-se perceber que o
com exceção da África, e a média do crescimento
setor mais produtivo é o setor secundário, já que 1/5 (um
populacional anual, nos últimos vinte anos, ficou em
torno de 2%;
quinto) dos trabalhadores do país geram 1/3 (um terço) do
PIB. O contrário pode-se dizer do setor primário no qual
•
ultrapassou os 3%;
são necessários 24% dos trabalhadores para produzirem
apenas 5,6% do PIB nacional. Já o setor terciário é o mais
•
reformas e bem-estar social são a fórmula para deter
também, o que mais gera renda, 64% do PIB.
o crescimento populacional;
GRÁFICO: Distribuição do PEA / PIB no Brasil
(por setor de atividade)
56,5%
•
64%
A emancipação progressiva da mulher (certamente não
prevista por Malthus) tem sido decisiva no controle da
fertilidade (a mulher passou a decidir o número de filhos
PIB – 2007
19,3%
A Europa e as demais áreas desenvolvidas do mundo
mostraram que o desenvolvimento econômico,
equilibrado: é o que mais emprega, 56,5% da PEA, e,
PEA – 2005
O crescimento da produção mundial de alimentos
que quer ter);
30,4%
•
A maior parte das terras agrícolas dos países
subdesenvolvidos (grandes propriedades rurais)
é utilizada para culturas de exportação, nem
sempre atendendo às necessidades alimentares das
24,2%
5,6%
populações locais;
•
O desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido
no campo da agropecuária e da genética tornou
Setor primário
Setor secundário
Setor terciário
possível produzir alimentos suficientes para suprir as
Fonte: IBGE (Adaptação).
necessidades de toda a humanidade.
Editora Bernoulli
63
GEOGRAFIA
Fonte: El Estado del Mundo, 1998.
Frente B Módulo 02
Parece evidente, portanto, que não se pode responsabilizar
02.
(UFC) Os mecanismos regentes da dinâmica populacional
apenas o crescimento populacional pelo estado de miséria e de
são objetos de discussões teórico-ideológicas que
fome em que se encontram muitos países. As causas da fome
orientam as ações adotadas para controlá-la. Sobre
são, na realidade, políticas e econômicas.
as teorias demográficas e a dinâmica populacional,
é possível afirmar, de forma CORRETA, que
O elevado crescimento populacional do Brasil até a década de
1960 foi um fator que contribuiu para o seu desenvolvimento
A) os seguidores da teoria de Malthus, sobre a população,
econômico. Entretanto, a acentuada redução da natalidade e
consideram o grande crescimento populacional um
do crescimento vegetativo ocorrido a partir da década de 1970
obstáculo ao desenvolvimento socioeconômico da
não resultou em correspondente melhoria na distribuição da
humanidade, defendendo políticas de controle radical
renda e no padrão de vida da maioria da população.
da natalidade entre as classes sociais mais pobres.
COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia Geral:
B) o aumento da expectativa de vida da população
o espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna,
mundial decorreu dos avanços da medicina, da
2001, p. 253 - 255.
higiene sanitária, da tecnologia alimentar e da
alfabetização em massa, que elevou as taxas de
natalidade e o crescimento vegetativo nos países em
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
desenvolvimento.
C) os métodos anticoncepcionais, difundidos em todo o
(UERJ)
mundo, eliminaram o risco de explosão demográfica
O NOSSO
INTERESSE É
SÓ TE AJUDAR
A PLANEJAR
FILHOS...
e asseguraram taxas de natalidade e de crescimento
vegetativo uniforme e equilibrado, nos diversos
continentes e países entre as diferentes classes sociais
que os habitam.
JÁ PENSOU?
OS MENINOS
NASCEREM COM
TUDO PLANEJADO:
CRECHE, ESCOLA,
MERENDA, LIVROS,
BIBLIOTECAS...
HAH! MAS
ISTO É ÓTIMO,
COISINHA!
D) o desenvolvimento técnico-científico permitiu a
NÃO, QUERIDINHA!
FALO EM
PLANEJAR NO
SENTIDO DE
CONTROLAR...
ocupação de áreas antes consideradas anecúmenas,
como o norte da Ásia e a África Equatorial, que
passaram a ser povoadas e populosas, devido ao
CLARO! CLARO!
CONTROLAR O
SARAMPO, A
POLIOMIELITE,
MENINGITE...
grande crescimento demográfico nelas ocorrido no
NÃO! É
CONTROLAR
CONTE COMIGO!
PRA NÃO
TENHO PAVOR
TER 5,6
OU 7 FILHOS, DE TER GÊMEOS,
QUE DIRÁ
MAS UM
QUÍNTUPLOS...
SÓ!
século XX.
E) os movimentos migratórios são responsáveis pela
difusão da população na Terra e pela existência de
equilíbrio nas estruturas, por sexo, por idade e por
ocupação, nos continentes, países ou regiões e em
O Globo, 25 jun. 2003.
lugares onde ocorrem mais intensamente.
Nos quadrinhos apresentados fica evidenciado, de forma
irônica, o conflito entre duas concepções sobre a relação
entre demografia e pobreza: a neomalthusiana e a dos
03.
críticos a essa teoria. Essas concepções se caracterizam,
(PUCPR–2008) Observe as pirâmides etárias a seguir.
Brasil: Pirâmide etária absoluta
respectivamente, pela adoção dos seguintes fundamentos:
Brasil - 2005
A) C o n t r o l e d a n a t a l i d a d e e d a p o b r e z a p e l o
Estado – expansão da população como causa do
superpovoamento absoluto.
B) Decisão sem interferência do Estado quanto ao
homens
mulheres
número de filhos – diminuição da pobreza pela
imposição do controle da natalidade.
C) Redução dos níveis de pobreza pelo controle da
natalidade – redução espontânea da natalidade pela
melhoria das condições de vida.
D) Independência entre os índices de natalidade e os baixos
indicadores sociais da população – superpopulação
decorrente de condições socioeconômicas.
64
Coleção Estudo
2 000 000
1 500 000 1 000 000 500 000
0
500 000
População
1 000 000
1 500 000 2 000 000
Teorias demográficas e estrutura da população
04.
Brasil: Pirâmide etária absoluta
Brasil - 2050
homens
mulheres
(UFC–2006) Os três esboços de pirâmides, a seguir,
representam diferentes composições de populações, por
sexo e por idade.
H = Homem; M = Mulher
Idades
80 anos e mais
0
1 500 000 1 000 000 500 000
0
500 000
1 000 000
H M
H M
I
II
III
1 500 000 2 000 000
Fonte: Fatec, 1989.
População
A) NOMEIE duas características das populações
simbolizadas por cada modelo de pirâmide.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/ projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm>.
B) DÊ um exemplo de país em que se encontram os tipos
de populações representadas pelas pirâmides.
Acesso em: 10 out. 2000.
Se confirmada a projeção populacional apontada pela
C) NOMEIE duas ações definidas pelas políticas
demográficas adotadas, normalmente, pelos países
que se encontram na condição representada pela
pirâmide III.
pirâmide etária de 2050, o Brasil possuirá as seguintes
características socioeconômicas:
1. Haverá aumento na população de idosos, o que não
acarretará nenhum problema socioeconômico, pois o
aumento da população nessa faixa etária é resultado
do aumento da qualidade de vida da população.
2. O país segue uma tendência já verificada em outros
05.
(UFSM-RS) Com o auxílio do gráfico e de seus
conhecimentos, pode-se inferir:
Indústria: produtividade x emprego
tendências atuais
países, especialmente os países ricos, ou seja,
uma redução da taxa de natalidade e aumento da
3. Haverá um aumento da População Economicamente
Ativa (PEA) que se distribui pelos setores primário,
secundário e terciário da economia, em que, no caso
brasileiro, a PEA será maior no setor secundário.
4. Haverá uma redução do número de jovens no
país, o que exigirá mudanças significativas nos
investimentos, tanto do setor privado como do
Taxa de crescimento
expectativa de vida da população.
1990
Produtividade
Emprego
Anos
público, que precisarão ser redirecionados, pois as
MOREIRA, Igor. O espaço geográfico: geografia geral
necessidades e o consumo mudarão, influenciando a
e do Brasil. São Paulo: Ática, 2002, p. 311.
vida econômica do país.
5. As pirâmides etárias confirmam que o país passa
por uma transição demográfica e pode em 2050
já estar com sua transição concluída, tornando-se
“maduro” demograficamente, o que garantirá seu
pleno desenvolvimento socioeconômico.
Estão CORRETAS
A) apenas 2 e 4.
B) apenas 1, 3 e 5.
C) apenas 1, 2 e 4.
D) 1, 2, 4 e 5.
E) apenas 2, 4 e 5.
A) O desemprego estrutural decorre do atual sistema
produtivo que prioriza a tecnologia em vez da mão
de obra.
B) A economia competitiva de hoje impõe a necessidade
de um aumento contínuo da produtividade, com maior
número de pessoas empregadas.
C) O crescimento industrial significa geração de emprego
no atual mundo do trabalho.
D) A indústria privilegia o emprego da mão de obra
barata e sem qualificação, em detrimento da
capacidade e da produtividade dos trabalhadores.
E) Modernização tecnológica, trabalho qualificado e
desemprego deixam de ser decorrência da atual forma
de composição do sistema produtivo da indústria.
Editora Bernoulli
65
GEOGRAFIA
2 000 000
H M
Frente B Módulo 02
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01.
03.
(PUCPR / Adaptado) Compare os gráficos de pirâmides
etárias a seguir:
(UFRN) As teorias demográficas têm procurado explicar
a relação existente entre crescimento populacional
e desenvolvimento econômico. Segundo a Teoria
Reformista,
A) a política de controle da natalidade deve ser
efetivada pelo Estado, no sentido de impedir o rápido
crescimento demográfico e o surgimento de áreas
superpovoadas com altos índices de pobreza, como
os que ocorrem na Índia.
Idade (em anos)
100
80
Homens
60
50
40
B) o subdesenvolvimento econômico é resultante
do acelerado crescimento demográfico, sendo
necessárias políticas rígidas de controle familiar, como
as que vêm sendo adotadas na China.
C) o rápido crescimento demográfico trará consequências
graves sobre os ecossistemas tropicais e equatoriais,
sendo necessário o controle da natalidade como forma
de garantir a preservação do patrimônio ambiental.
D) a miséria é responsável pelo crescimento da população,
sendo necessárias mudanças socioeconômicas que
permitam a distribuição de renda e o acesso à
educação, à saúde e ao mercado de trabalho.
02.
30
20
10
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
Idade (em anos)
Homens
Urbanização descontrolada
SEVCENKO, Nicolau. In: Carta capital, 8 out. 2003, p. 38.
Mesmo com a retração econômica (dos anos de 1980),
a população continuou a crescer, fato que confirmou a
tese dos cientistas
A) neomalthusianos que atribuíam ao forte crescimento
vegetativo as condições de pobreza crônica da população.
B) malthusianos que, de forma alarmista, previam fortes
crises de abastecimento de gêneros alimentícios para
a população.
C) neoliberais que defendiam a expansão irrestrita dos
mercados consumidores, a partir da melhoria das
condições de vida.
66
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Habitantes (em %)
(PUC-Campinas-SP)
Na verdade, o grande período da sociedade brasileira foi o
Pós-Guerra, quando é adotado o padrão da sociedade de
“bem-estar social”. Esse é o melhor momento tanto em
termos de crescimento econômico quanto decrescimento
ligado a uma política redistributiva. Foram abertos canais
de promoção social, com investimentos públicos em
infraestrutura, em serviços de base, educação, saúde e
urbanização. Isso perdurou até os fins dos anos 1970, mas
a partir daí o país voltou a patinar e tornou-se cada vez
mais concentrador de renda. Como, mesmo com retração
econômica, a população continuou a crescer, passamos a
ter cada vez mais marginalizados e excluídos. Hoje, o que
era um problema social virou um problema de segurança e
vivemos o agravamento de um quadro que era excludente.
Temos uma situação de confronto entre o contingente de
excluídos e aqueles que concentram as possibilidades.
Mulheres
70
70 a +
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
10 8 6 4 2 0
Mulheres
0 2 4 6 8 10
Milhões de habitantes
Fonte: L.Boligian e outros. Geografia - espaço e vivência.
São Paulo: Atual, 2001.
Assinale a INCORRETA.
A) Enquanto o gráfico II pode estar representando um
país desenvolvido ou em desenvolvimento, o gráfico
I é característico dos países mais pobres da terra,
como os da África Subsaariana.
B) Os dois gráficos anteriores correspondem aos quadros
populacionais de países europeus. Enquanto no
gráfico I é representado um país do Leste Europeu,
de onde partiram milhares de emigrantes após a
queda do socialismo, o gráfico II corresponde a um
país da parte ocidental europeia, destino de muitos
imigrantes.
C) O gráfico II apresenta uma realidade das duas
últimas décadas na demografia brasileira: queda na
natalidade e uma concentração maior de habitantes
entre os 10 e 20 anos de idade, bem como uma
considerável população de adultos.
D) A distribuição da população brasileira por classes
D) pragmáticos que atribuíam ao Estado a obrigação de
criar políticas de controle de natalidade em todo o país.
etárias das décadas de 1960 e 1970 se assemelha à
E) keynesianos que asseguravam que o Estado não teria
condições de proporcionar a elevação do padrão de
vida da população.
E) O gráfico I revela um país de elevada taxa de
Coleção Estudo
representada no gráfico I.
natalidade e uma baixa longevidade.
Teorias demográficas e estrutura da população
04.
05.
(UFBA–2010)
(UFPel-RS–2006) O envelhecimento populacional está
mudando o perfil da pirâmide etária brasileira. Até 1980,
ANAMORFOSES
a pirâmide era larga na base e afunilada no pico;
Representam as superfícies dos países em áreas
atualmente, tem base mais estreita e formato menos
proporcionais a uma determinada quantidade.
afunilado. A projeção da transição demográfica
apresentada na figura a seguir comprova essa tendência.
POPULAÇÃO
ESTADOS
UNIDOS
Transição demográfica
ÍNDIA
CHINA
JAPÃO
População – 2000-2040
Homens
I
Idade
Mulheres
+80
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
INDONÉSIA
35 Milhões de habitantes
PRODUTO NACIONAL
BRUTO (PNB)
REINO
UNIDO
JAPÃO
ALEMANHA
ESTADOS
UNIDOS
FRANÇA
CHINA
II
COS
ARS
BRASIL
RAS
275 000 Milhões de dólares
Com base nas representações gráficas dos países do
globo, proporcionais aos temas relacionados em I e II,
e nos conhecimentos sobre o estudo da população
6% 5% 4% 3% 2% 1% 0%
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6%
2040
mundial, pode-se afirmar:
01. Em I, a maioria dos países em destaque possui uma
2000
Com base nos dados apresentados, analise as seguintes
irregular distribuição espacial da população, níveis
afirmativas.
de desenvolvimento heterogêneos e integra blocos
I.
Até 1980, predominavam, no Brasil, as crianças
econômicos distintos, mas grande parte deles não
e os jovens; na atualidade, existe a tendência de
apresenta elevadas densidades demográficas.
crescimento da população de adultos e idosos, fato
02. Em II, estão representados alguns países considerados
desenvolvidos, que se localizam no Hemisfério Norte
e não detêm altas taxas de natalidade e baixas
expectativas médias de vida.
04. Em II, a diminuta representatividade do continente
africano advém das reais condições políticas e
socioeconômicas, às quais os países que nele se
encontram estão submetidos há muitos anos.
08. Os gráficos I e II permitem constatar que os países
de maior representatividade absoluta da população
são também os que têm maior destaque quanto ao
Produto Nacional Bruto (PNB).
16. A expressiva disparidade representada pelo Brasil, em
I e II, relaciona-se diretamente com a inexistência do
desemprego estrutural e com a capacidade de rápida
recuperação econômica das classes D e E da sociedade
brasileira.
32. Os países que produzem maiores quantidades de
que obriga o Poder Público a rever as prioridades dos
investimentos sociais no país.
II. A desaceleração no crescimento da população,
a queda da fertilidade, o aumento na proporção de
idosos e na população urbana – uma tendência global –
colocam o Brasil entre as nações desenvolvidas.
III. O aumento do número de idosos, associado ao menor
número de nascimentos, corrobora a necessidade de
investimentos em creches e em escolas de educação
básica, já que o percentual da população jovem tende
a zero.
IV. A tendência atual do envelhecimento da população
brasileira gerou a necessidade de rever o sistema
previdenciário, que ainda tinha como referência uma
realidade antiga, em que o percentual de idosos era
menor.
Estão CORRETAS apenas as afirmativas
A) II e III.
riquezas são, necessariamente, aqueles nos quais a
B) I e II.
população vive em melhores condições, sobretudo
C) I e IV.
quando impera a concentração de renda.
D) II e IV.
Soma (
)
E) I e III.
Editora Bernoulli
67
GEOGRAFIA
NIGÉRIA
BRASIL
Frente B Módulo 02
06.
(FGV-SP–2010) Na Rússia, a mortalidade era de 16% em
A análise do gráfico e os conhecimentos sobre a
2005 contra 8% nos Estados Unidos, e a natalidade, de
dinâmica demográfica permitem afirmar que no grupo
de países
10% na mesma data contra 14% nos Estados Unidos.
A) 1, a idade média da população supera os 30 anos,
A esperança de vida é de 58 anos para os homens (era
o que significa um elevado potencial de população
63,8 anos nos anos de 1960) e de 72 anos para as
economicamente ativa.
mulheres. O déficit de população ativa é estimado em
B) 1, os governos locais necessitam criar políticas que
18 milhões de pessoas e, apesar do clima de xenofobia
atendam à saúde e à educação de grande parcela de
existente, o país deverá apelar para a imigração para
crianças e jovens da população.
complementar a população ativa de que necessita.
C) 1, há a necessidade de criação ou de fortalecimento
WENDEN, C. W. Atlas mondial des migrations (Adaptação).
dos sistemas previdenciários para atender à demanda
da população acima de 20 anos de idade.
A leitura do texto e os conhecimentos sobre a realidade
socioeconômica russa, na atualidade, permitem afirmar
D) 2, o maior desafio é acelerar o processo de transição
demográfica devido à grande proporção de adultos e
que o país
de idosos.
A) está em fase de transição tanto econômica quanto
E) 2, os Estados devem assumir posturas neoliberais
demográfica.
para atender ao grande contingente de jovens e
B) enfrenta uma situação social e demográfica alarmante.
adultos no conjunto da população.
C) deve aumentar o ritmo de crescimento demográfico
quando concluir a transição política.
08.
D) passa por um período de instabilidade demográfica
(UFOP-MG–2009) Analise o seguinte gráfico.
Brasil: Participação feminina e masculina
semelhante ao que ocorre na Europa.
na População Economicamente
Ativa – 1940-2001
E) tem adotado uma política de controle demográfico
para manter a estabilidade econômica.
100
%
90
07.
(FGV-SP–2010) A questão está relacionada ao gráfico
80
a seguir.
70
60
População por idade,
anos % total, estimativa para 2010
Homens
50
Mulheres
40
30
20
Países 2
Países 1
%
25
20 15
0
5
10 15
0
1940
1950
1960
1970
1980
1990 1995 2001
Com base nos dados contidos no gráfico, assinale a
80+
alternativa CORRETA sobre as características do trabalho
no Brasil.
70-79
A) Nos últimos 50 anos, ocorreram um aumento nos
60-69
Anos
10
10
percentuais de participação masculina nas atividades
produtivas e uma diminuição da participação feminina.
50-59
B) Os dados indicam que a participação de homens no
40-49
mercado de trabalho vem diminuindo, porém ainda
é superior à participação feminina.
30-39
C) Os indicadores demonstram que as mulheres
20-19
passaram a desenvolver atividades produtivas
10-19
D) Um fator determinante do crescimento da participação
somente a partir da década de 1940.
da mulher no mercado de trabalho tem sido a
0-9
68
diminuição da oferta de mão de obra masculina.
Coleção Estudo
Teorias demográficas e estrutura da população
09.
A) foi um dos iniciadores do desenvolvimento de ideais
(UFTM–2009) Observe a tabela .
de que os casais devem ser livres para decidir sobre
Proporção de pessoas de 10 anos ou
o tamanho de sua família.
mais na PEA por setor econômico
B) foi um dos principais economistas da escola clássica
Brasil: 1940-1996
que, no início da Revolução Industrial inglesa,
contribuiu para a formulação de princípios básicos
PEA por setor de atividade econômica (%)
do liberalismo econômico.
Anos
Primário
Secundário
Terciário
Total
1940
67
13
20
100
1950
61
17
22
100
1960
55
17
27
100
1970
46
22
32
100
1980
31
29
40
100
1996
25
20
55
100
C) sustentava a concepção de que os problemas da
superpopulação seriam resolvidos se os governos
de países desenvolvidos adotassem programas para
reduzir a miséria.
D) defendia a ideia de que o processo de urbanização,
ao estimular a migração das populações rurais para
as periferias das cidades, controlaria naturalmente
o crescimento da população.
E) estava correto ao defender a necessidade de o
numerosas como forma de garantir-lhes qualidade
Censos e PNADs, IBGE.
de vida.
Da análise dos dados apresentados na tabela, está
CORRETA a seguinte alternativa:
A) O setor terciário sempre cresceu de forma proporcional,
SEÇÃO ENEM
sustentado pelo crescimento contínuo da PEA no setor
secundário.
01.
(Enem–2006) A tabela a seguir apresenta dados relativos
a cinco países.
B) O grande percentual de população no setor primário
até a década de 1970 deve-se à forte presença
Saneamento básico %
da agroindústria da cana-de-açúcar no campo
brasileiro.
C) A industrialização brasileira teve início na década de
País
Esgotamento
sanitário
1980, fazendo com que a PEA, nos setores secundário
e terciário, ultrapassasse o primário.
Abastecimento
de águas
Taxa de mortalidade
infantil (por mil)
Anos de
permanência das
mães na escola
até 3
de
4a7
8 ou
mais
D) O setor terciário sempre esteve à frente do secundário,
aumentando significativamente essa diferença a partir
da década de 1970.
I
33
47
45,1
29,6
21,4
II
36
65
70,3
41,2
28,0
III
81
88
34,8
27,4
17,7
IV
62
79
33,9
22,5
16,4
V
40
73
37,9
25,1
19,3
E) A crise da economia brasileira na década de 1980
fez com que a mão de obra procurasse empregos de
melhor remuneração no setor terciário.
10.
(UFBAC–2008) Atualmente, muitos atores sociais,
diante das expectativas de crescimento da população
e de crise dos alimentos, rediscutem os fundamentos
do pensamento de Thomas Malthus. Nessa rediscussão,
é preciso considerar que Malthus
Editora Bernoulli
69
GEOGRAFIA
Estado ajudar economicamente as famílias mais
Frente B Módulo 02
Com base nessas informações, infere-se que
A) a educação tem relação direta com a saúde, visto que
é menor a mortalidade de filhos cujas mães possuem
maior nível de escolaridade, mesmo em países onde
o saneamento básico é precário.
GABARITO
Fixação
01. C
B) o nível de escolaridade das mães tem influência na
02. A
saúde dos filhos, desde que, no país em que eles
03. A
residam, o abastecimento de água favoreça, pelo
menos, 50% da população.
04. A) Pirâmide I – Alta natalidade; baixa expectativa
de vida; elevada proporção de crianças e de
jovens.
C) a intensificação da educação de jovens e de adultos
e a ampliação do saneamento básico são medidas
Pirâmide II – Redução das taxas de natalidade;
suficientes para se reduzir a zero a mortalidade
elevada expectativa de vida; predomínio da
infantil.
população adulta.
Pirâmide III – Baixa natalidade e reduzida
D) mais crianças são acometidas pela diarreia no país
proporção de crianças e de jovens; elevada
III do que no país II.
expectativa de vida; elevada proporção de
idosos.
E) a taxa de mortalidade infantil é diretamente
proporcional ao nível de escolaridade das mães e
B) Pirâmide I – Índia e Nigéria;
independe das condições sanitárias básicas.
02.
(Enem–2003) O quadro a seguir mostra a taxa de
Pirâmide III – Alemanha e Itália.
C) Pirâmide I – Estímulo ao planejamento familiar;
difusão de métodos anticoncepcionais.
crescimento natural da população brasileira no século XX.
Período
Taxa anual média de
crescimento natural (%)
1920-1940
1,90
Pirâmide III – Pagamento de benefícios às
famílias com mais de um filho; proteção
às crianças através de assistência médica
e
educacional,
promovida
pelo
Estado;
períodos extensos de licença-maternidade ou
1940-1950
2,40
1950-1960
2,99
1960-1970
2,89
1970-1980
2,48
Propostos
1980-1991
1,93
01. D
1991-2000
1,64
licença-paternidade aos pais.
05. A
02. A
03. B
Fonte: IBGE. Anuários Estatísticos do Brasil.
04. Soma = 07
Analisando os dados podemos caracterizar o período entre
05. C
A) 1920 e 1960, como de crescimento do planejamento
06. B
familiar.
07. B
B) 1950 e 1970, como de nítida explosão demográfica.
08. B
C) 1960 e 1980, como de crescimento da taxa de
09. D
fertilidade.
D) 1970 e 1990, como de decréscimo da densidade
demográfica.
10. B
Seção Enem
01. A
E) 1980 e 2000, como de estabilização do crescimento
demográfico.
70
Coleção Estudo
02. B
GEOGRAFIA
MÓDULO
01 C
O comércio multilateral
O comércio internacional é a atividade econômica
representada pela compra (importação) e venda (exportação)
de produtos e serviços entre os países. Essa atividade pode
ocorrer de duas maneiras, simultaneamente: regionalizada,
entre países de um mesmo bloco econômico, ou multilateral,
entre países que não fazem parte de um mesmo bloco. Um
dos grandes dilemas do mundo globalizado é a definição do
tipo de comércio que irá prevalecer no mundo contemporâneo.
FRENTE
Com a globalização, etapa atual do capitalismo, o volume
total de bens comercializados, incluindo matérias-primas e
produtos industrializados, aumentou de cerca de 170 bilhões
de dólares, em meados da década de 1950, para 15,8 trilhões
de dólares em 2008, ou seja, 90 vezes mais, segundo a
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Podemos comprovar o crescimento do comércio mundial
ao se comparar a participação, nessa atividade, de países
como a Coreia do Sul (que adota um sistema de comércio
livre e quase sem protecionismos) e a Índia (que adota um
sistema mais protecionista). Em qualquer análise comercial,
a Coreia do Sul apresenta um resultado melhor do que a
Índia ao longo dos últimos cinquenta anos.
Nas últimas décadas, observa-se um aumento acelerado
das transações comerciais mundiais, ou seja, da corrente de
comércio (que é a soma das exportações e importações) entre
todos os países que compõem o sistema financeiro e comercial
do planeta. Tal fato é causado, principalmente, pela atuação e
pela expansão das multinacionais, responsáveis por cerca de
35% do valor de tudo o que é comercializado entre os países.
Geralmente, a participação dos países na corrente de
negócios mundial está diretamente relacionada ao tamanho
de sua economia. Embora possuam menos de 16% da
população mundial, Estados Unidos, Japão e os países da
Europa Ocidental lideram o comércio mundial, chegando a
atingir cerca de 65% desse comércio.
Um dos grandes responsáveis por esse crescimento foi a
redução das barreiras protecionistas em vários países. Com a
diminuição de alguns impostos que incidiam sobre as mercadorias
comercializadas, foi facilitado o trânsito de peças e equipamentos
entre as filiais das grandes corporações, instaladas em diversos
locais, consequentemente, aumentando o comércio e o acesso
aos mais diversos mercados consumidores.
Os gráficos a seguir comparam a participação dos principais
atores do comércio mundial. Pode-se perceber que apenas
nove países controlam mais da metade do comércio mundial,
deixando a outra metade para os mais de 190 países restantes.
GRÁFICO 1: fluxo de comércio no mundo
Em bilhões de dólares, em 2007
Negócios até US$ 50 bilhões
Negócios de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões
América
do Norte
1 853
Negócios de US$ 100 bilhões a US$ 300 bilhões
Negócios de US$ 300 bilhões a US$ 500 bilhões
Negócios acima de US$ 500 bilhões
Europa
Ocidental
5 772
Comércio entre países da região
Comércio para fora da região
Europa do leste e
Ásia Central
510
Ásia e Oceania
3 800
Oriente Médio
760
América do Sul
e Caribe
499
11,3
50,3% do comércio mundial
África
424
8,5
7,7
4,7
Participação dos Países no Comércio Mundial
Total de importações e exportações, em %, em 2007
1,2 1,2 1,2 1,3
0,9 1,0 1,0 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1
Re
p
1,7
2,0 2,0 2,1 2,2
2,6 2,6
2,9 3,0
3,8
3,5 3,7
4,1
P
A
Tu Br Ta
Su Ma
Ar
Bé
Su Ín
Es
Ho Co
Ta
Ca
Itá Ho
Ci Mé Fe
Re
E
n
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p
as ilâ olôn mir ust
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Sa
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A
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C
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a
an dos
Un ça o
ha
Un
ido
id
Editora Bernoulli
os
71
Frente C Módulo 01
GRÁFICO 2: Participação dos países emergentes
no comércio mundial
7,3
6,1
2,3
0,7
1,3
1,1
Brasil
China
1,2
0,9
Índia
Rússia
Taxa de Importação (em %)
Taxa de Exportação (em %)
Fonte: <www.wto.org>
Com exceção da China, os países em desenvolvimento têm
participação relativamente pequena no comércio mundial.
A participação do Brasil está entre as menores em comparação
com a de outros países emergentes.
GRÁFICO 3: Participação dos países nas exportações
totais do mundo (2005)
França
4,40%
Holanda
3,90%
Japão
5,70%
China
7,30%
Reino Unido
3,60%
Itália
3,50%
Outros países
53,60%
Estados
Unidos
8,70%
Alemanha
9,30%
Fonte: OMC, 2006.
GRÁFICO 4: Participação dos países nas
importações totais do mundo (2005)
Japão
4,80%
Reino Unido
4,70%
China
6,10%
França
4,60%
Itália
3,50%
Holanda
3,30%
Alemanha
7,20%
Outros
países
49,70%
Estados
Unidos
16,10%
Fonte: OMC, 2006.
DIVISÃO INTERNACIONAL
DO TRABALHO - DIT
Atualmente, não existe mais nenhum país autossuficiente,
ou seja, que produz em seu território tudo aquilo de que
necessita. Dessa forma, o comércio tende a se tornar uma
atividade que complementa as necessidades nacionais,
sendo, portanto, uma atividade de grande mobilidade
espacial e altamente dependente de uma eficiente rede de
transportes. Sem isso, o comércio mundial terá dificuldade
para se desenvolver.
72
Coleção Estudo
O comércio é indispensável aos povos, uma vez que a
existência de recursos é variável nas diversas regiões. Dessa
forma, cada local deve ter suas necessidades supridas pela
abundância existente em outros lugares.
Devido à grande divisão espacial dos recursos, cada
região acaba se especializando produtiva e comercialmente,
procurando obter mais rendimento e menor custo,
configurando a Divisão Internacional do Trabalho.
Desse modo, estimula-se o comércio, atividade essencial
para a acumulação financeira. Por isso, o desenvolvimento
do capitalismo está diretamente relacionado à intensificação
do comércio, que é um dos indicadores do nível econômico
das nações, particularmente das economias de mercado.
O comércio representa a etapa final do processo de
produção econômica, e, em cada uma das fases desse
processo, o valor das mercadorias aumenta, pois em cada
estágio agrega-se valor ao produto final. Da fábrica ao
distribuidor, deste ao dono de uma rede de lojas atacadistas
e destas aos pequenos comerciantes, a mercadoria muda de
valor, percorrendo os mais diversos espaços e intermediários.
A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) corresponde à
divisão das atividades econômicas entre os países do mundo,
acentuando as desigualdades econômicas existentes entre
países pobres e ricos, especialmente entre os desenvolvidos
(em geral antigas metrópoles e exportadores de produtos
industrializados, de alto valor agregado) e os subdesenvolvidos
(em geral antigas colônias de exploração e exportadores de
produtos primários, de baixo valor agregado), com mão de
obra barata e, geralmente, com industrialização tardia.
A DIT constitui a relação econômica estabelecida entre os
países a partir do advento do capitalismo, no século XVI,
época do colonialismo e das Grandes Navegações (veja
esquema a seguir). Essa relação define o papel que cada país
desempenha na economia mundial. Assim, durante séculos,
o Brasil foi exportador de produtos primários.
Essa divisão internacional do trabalho foi uma das
decorrências da expansão marítimo-comercial, que, por volta
do século XVI, passou a estimular uma verdadeira disputa
colonial entre as potências europeias. A respeito do contexto
de evolução da DIT pode-se afirmar que a estrutura da
divisão, surgida a partir desse processo histórico, permanece
até hoje intacta, já que os países pobres continuam
dependentes da tecnologia e do capital dos países centrais.
Como se estruturou a partir de uma relação de trocas
desiguais entre as metrópoles e as colônias, a DIT permaneceu
assim, posteriormente, entre os países desenvolvidos e os
subdesenvolvidos. Essa divisão está presente até hoje, e sofre,
atualmente, algumas transformações estimuladas, entre
outros fatores, pela intensificação do caráter transnacional das
grandes empresas, sem, no entanto, deixar de ser marcada
pela estrutura consolidada no passado.
Desde a sua origem, no século XVI, a DIT passou por
várias fases. No século XVIII e XIX, essa divisão se consolida
durante a Revolução Industrial. A partir do início do século XX,
ocorreu a fase da DIT clássica.
Com a nova DIT, a partir dos anos 50 do século XX, esse
cenário muda e não separa apenas os países em exportadores
de manufaturados e exportadores de matéria-prima. Vários
países subdesenvolvidos se industrializam a partir dessa
época, notadamente latino-americanos e asiáticos, e passam
a exportar produtos industrializados, além de seus produtos
tradicionais: produtos primários vegetais, animais e minerais.
O comércio multilateral
Evolução da Divisão Internacional do Trabalho (DIT)
Século XVI
Capitalismo comercial
Origem da DIT
Colônias
(exploração)
COLONIALISMO
LONI
Metais preciosos,
especiarias,
escravos, etc.
Metrópoles
(Expansão Marítima)
Séculos XVIII, XIX e XX
Consolidação da DIT
(até a Segunda Guerra Mundial)
Capitalismo industrial
Colônias
(exploração)
IMPERIALISMO
PERI
Produtos primários:
agrícolas,
minerais e fósseis
(Revolução Industrial)
Produtos
industrializados
Séculos XX e XXI
DIT clássica
Países
subdesenvolvidos
(não industrializados)
Países
desenvolvidos
(após a Segunda Guerra Mundial)
Capitalismo financeiro
O comércio multilateral surgiu com a criação do Acordo
Geral de Tarifas e Comércio (GATT, pela sigla em inglês)
assinado em 1947, que foi uma reação ao excesso de
protecionismo do comércio internacional, predominante
no período compreendido entre as duas guerras mundiais.
Naquela época, percebia-se a necessidade de maior
liberalização do comércio, existindo um consenso mundial de
que uma das causas da 2.ª Guerra Mundial podia ser atribuída
ao grande protecionismo comercial vigente entre 1933 e
1939 devido à crise econômica de 1929, o que resultou em
uma queda de mais de 35% na produção mundial e gerou
grande desemprego nos países industrializados, os quais
adotaram políticas protecionistas na tentativa de salvar seus
mercados internos.
Nesse contexto, começaram as discussões no intuito
de se criar uma organização internacional que pudesse
regulamentar o comércio internacional e que pudesse evitar
os protecionismos em qualquer país.
Manufaturas
Metrópoles
CRIAÇÃO DA OMC – ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DO COMÉRCIO
Produtos primários:
agrícolas,
minerais e fósseis
Em 1944, na Conferência de Bretton Woods, definiram-se
os princípios do sistema financeiro internacional com a
criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco
Mundial (Bird). Com a expectativa de crescimento do
comércio mundial, sugeriu-se, nessa mesma conferência,
a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC),
formando o tripé do sistema econômico multilateral, que
disciplinaria o comércio de bens e serviços em escala
mundial.
No entanto, a OIC não chegou a ser formada, pois o
Senado dos EUA se negou a ratificá-la, alegando que sua
criação comprometeria o comércio internacional do país.
Com o impasse, a solução foi a criação de um acordo
provisório e simplificado, que durou até 1995, quando foi
substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC),
como visto no mapa a seguir.
Países-membros da Organização Mundial do
Comércio
Produtos
industrializados capitais:
investimentos
e empréstimos (pouco)
N
Nova DIT
Países
subdesenvolvidos
Países
desenvolvidos
Produtos industrializados
(em geral de tecnologia
superior) capitais:
empréstimos,
investimentos produtivos
e especulativos,
tecnologia
(industrializados)
GLOBALIZAÇÃO
LOBAL
Produtos primários,
produtos industrializados
capitais: juros, royalties e
lucros
Membro da OMC
Fonte: SENE, E.; MOREIRA, J.C. Espaço geográfico e
globalização. São Paulo: Scipione, 1998, p. 42 (Adaptação).
Não membro
Fonte: OMC.
Editora Bernoulli
73
GEOGRAFIA
Atualmente, os países centrais exportam, além dos
investimentos produtivos (empresas multinacionais,
especialmente para produção de mercadorias de baixo
componente tecnológico ou para montagem final do produto,
aproveitando-se da mão de obra barata e dos incentivos fiscais,
entre outros benefícios), também os investimentos especulativos
(na forma de empréstimos e investimentos no sistema
financeiro dos outros países, principalmente em commodities).
Exportam ainda tecnologia, marcas e patentes e recebem
royalties, valor cobrado pelo proprietário de uma patente de
produto, de um processo de produção, marca, etc., ou pelo
autor de uma obra, para permitir seu uso ou comercialização.
Frente C Módulo 01
Ainda que a OMC não seja imune às pressões e às críticas
advindas dos principais atores internacionais, apesar de
todos concordarem que a estabilidade e a previsibilidade
oferecida pela OMC constituem, até certo ponto, garantia
contra decisões unilaterais que lhes seriam ainda mais
adversas, sua existência é de vital importância para países
em desenvolvimento, como o Brasil, que dependem de um
sistema de normas para defender seus interesses.
GRÁFICO 5: Evolução das disputas entre
os países da OMC
50
46
42
44
40
30
31
22
34
30
27
28
20
10
03
20
02
20
01
20
00
20
99
19
98
19
97
19
96
19
19
95
0
Fonte : OMC.
TABELA 1: Quem leva as disputas à OMC
Países que mais
sofrem processos
País
Processos
Países que mais entram
com processos
País
Processos
EUA
79
EUA
71
UE
46
UE
62
Argentina
15
Brasil
22
Índia
14
Canadá
21
Japão
13
Índia
15
Coreia
12
México
12
Canadá
12
Japão
10
Brasil
10
Tailândia
10
Fonte: OMC.
FUNCIONAMENTO DA OMC –
CONFERÊNCIAS MINISTERIAIS
A OMC tem, entre outras, as funções de administrar os
acordos comerciais, funcionando como foro para negociações
comerciais; solucionar as controvérsias comerciais levadas à
Organização pelos membros (GRÁF. 5, TAB. 1); supervisionar
as políticas comerciais nacionais; fornecer assistência
técnica e cursos de formação para os técnicos dos países
em desenvolvimento e promover cooperação com outras
organizações internacionais.
Desde a criação da OMC, foram realizadas cinco
conferências interministeriais. A mais marcante talvez
tenha sido a ocorrida em Seattle (EUA – 1999), que
definiria os rumos da Organização no novo milênio, por isso
ficou conhecida como Rodada do Milênio, mas que foi um
fracasso devido aos protestos de ambientalistas, sindicatos
e ONGs contrárias ao modelo de globalização econômica
representado e defendido pela OMC.
74
Coleção Estudo
Em 2001, a conferência ministerial ocorreu em Doha
(Catar), distante geograficamente para os ministros se
isolarem e evitarem novos protestos. Foi chamada de Rodada
do Desenvolvimento e o tema da liberalização do comércio
mundial polarizou as discussões. Nessa rodada, China e
Taiwan aderiram à Organização. Três grandes decisões
marcaram positivamente a rodada: permissão para quebra
de patentes para produção de remédios genéricos nos países
subdesenvolvidos, proposta de aliar o desenvolvimento
econômico com cuidados ambientais e um acordo entre os
EUA e a União Europeia, que objetivava discutir maneiras de
acabar com os subsídios e com as medidas protecionistas
praticados por ambos.
Em 2003, aconteceu em Cancun (México) uma nova
rodada de negociações. Houve uma grande pressão da
sociedade civil organizada e da maioria dos países em
desenvolvimento. Havia uma expectativa quanto à decisão
dos EUA e da União Europeia com relação aos subsídios,
que, no final, permaneceram, gerando novos protestos.
Nesse encontro, Brasil e Índia lideraram o bloco de países
em desenvolvimento, criando o G-20, com o objetivo de
pressionar os países que mantêm os subsídios a reverem
suas medidas protecionistas.
A Rodada de Doha continua sendo negociada desde 2001
entre os 153 países que formam a Organização Mundial do
Comércio (OMC) a fim de liberalizar o comércio mundial.
Iniciada há nove anos, está paralisada devido a divergências
sobre o nível de liberalizações em diversos setores de
interesse de países ricos e pobres.
A maior dificuldade atual da Rodada Doha, ou seja, do
comércio mundial, é a preocupação de cada país nos efeitos
de uma política liberalizante que poderia gerar desemprego
em países que não estão aptos a concorrer de forma igual.
Princípios da OMC
Visando estabelecer um comércio internacional livre e
transparente, a OMC possui alguns princípios básicos. Entre
eles, pode-se citar:
•
Não discriminação dos países–membros: É um
dos princípios mais importantes da OMC. Um país
deve estender aos demais países-membros qualquer
vantagem ou privilégio concedido a um deles.
•
Concorrência leal: A OMC tenta garantir um
comércio justo, leal e sem distorções, inibindo
práticas comerciais desleais como o protecionismo,
o dumping e os subsídios agrícolas ou industriais, que
distorcem as condições de comércio entre os países.
•
Proibição de restrições quantitativas: Impede o
uso de restrições quantitativas (proibições e quotas)
como meio de proteção. O único meio de proteção
admitido é a tarifa, por ser o mais transparente.
•
Tratamento preferencial: Não se pode tratar de
forma diferenciada as mercadorias nacionais em
detrimento das estrangeiras.
O comércio multilateral
Protecionismo na OMC
Subsídios agrícolas
Protecionismo é toda medida tomada para favorecer as
atividades comerciais de um país, reduzindo ou dificultando
ao máximo a importação de produtos e a concorrência
estrangeira. A teoria contrária ao protecionismo é o
livre-comércio.
Observe o esquema a seguir. Nele, estão apresentados
alguns produtos produzidos nos EUA e no Brasil. Como o
custo de produção no Brasil é menor, o governo dos EUA
adota o subsídio agrícola para reduzir artificialmente o custo
de produção e permitir que os produtores americanos sejam
competitivos no mercado internacional, além de reduzir a
dependência externa quanto aos alimentos.
O Japão, por exemplo, mantém uma reserva de apenas
3% do mercado interno de arroz para importados. A cota não
é proibitiva. Mas, acima dela, o exportador chega a pagar
tarifas de até 400%, o que triplica o preço da mercadoria.
Em 2001, a União Europeia (UE) impôs uma barreira
sanitária à carne brasileira. O bloco europeu proibiu a compra
do produto, alegando que este estaria contaminado com o
vírus que transmite a febre aftosa.
Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC),
os produtos agrícolas são os que possuem as tarifas mais
elevadas, principalmente em países desenvolvidos.
A França é o mais radical dos protecionistas nesse setor.
Entre os membros da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o grupo dos países
mais ricos do mundo, as tarifas agrícolas giram em torno de
20%. O pedágio para produtos industriais nesses Estados é
baixo, menos de 5%.
Ao contrário, nações em desenvolvimento cobram
sobretaxas pequenas para importar gêneros alimentícios, mas
cobram muitos impostos sobre máquinas e equipamentos.
Essa diferença de políticas entre os países impede o consenso
nas reuniões da OMC para acabar com as barreiras do
comércio internacional.
Podemos conceituar como barreiras todas as medidas
ou exigências de natureza técnica que de fato afetam
as exportações. Entre elas, temos dois subconjuntos
explicitados a seguir.
Competitivo, mas fora do mercado
Carne Bovina
(custo por tonelada, em dólares)
Brasil: 1 700
Estados Unidos: 3 000
Frango
(custo por quilo, em dólares)
GEOGRAFIA
As medidas protecionistas são utilizadas por praticamente
todos os países, em maior ou menor grau, geralmente sob a
forma de tarifas impostas à importação. Mas existem meios
mais sutis para impedir a entrada de determinados produtos,
como o sistema de cotas e as barreiras sanitárias.
Brasil: 0,5
Estados Unidos: 1,5
Açúcar
(custo por tonelada, em dólares)
Brasil: 170
Estados Unidos: 310
Aço
(custo por tonelada, em dólares)
Brasil: 130
Barreiras tarifárias
As barreiras tarifárias são aquelas em que há cobrança de
tarifas aduaneiras de produtos importados. Os produtos de
menor valor agregado pagam tarifas aduaneiras mais baratas
do que os produtos de alto valor agregado. Essa maneira de
se aplicar tarifas diferenciadas é bem aceita e considerada
legal, servindo para tornar o sistema mais justo.
Barreiras não tarifárias
Um país pode utilizar outras medidas para impedir o
livre-comércio com relação às mercadorias de outros países.
Algumas das medidas mais utilizadas são aquelas em que
se impõem as barreiras sanitárias, a exigência de requisitos
técnicos, as ambientais, e as restrições quantitativas quando
há o estabelecimento de cotas máximas à importação de
certo produto.
Estados Unidos: 180
Soja
(custo por hectare, em dólares)
Brasil: 7
Estados Unidos: 12
Fonte: OMC.
Editora Bernoulli
75
Frente C Módulo 01
As barreiras comerciais prejudicam especialmente os
países mais pobres, para os quais são limitadas as opções
para diversificação de suas exportações, principalmente de
maior valor agregado, devido à deficiente infraestrutura nos
transportes e nas comunicações e à falta de mão de obra
especializada.
Existem vários entraves ao fim do protecionismo no
comércio mundial. Um dos pontos mais polêmicos é o
quanto os países ricos aceitam remover de suas barreiras a
exportações agrícolas dos países pobres.
Além desses entraves, há também grandes divergências
sobre o quanto, e como, os países emergentes aceitariam abrir
seus mercados para bens manufaturados e serviços oriundos
dos países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento
querem provas concretas de que os países desenvolvidos
estão dispostos a abrir seus mercados com cortes expressivos
em suas tarifas de importação e nos subsídios à agricultura.
G-20 – A UNIÃO DOS
SUBDESENVOLVIDOS
O Brasil vem acumulando sucessivos superávits em sua
balança comercial nos últimos anos. Em 2006, o país bateu
o quarto recorde consecutivo no saldo da balança comercial,
com um superávit de mais de 46 bilhões de dólares. Em
2007, o saldo continuou positivo, porém de “apenas” 40
bilhões de dólares. O gráfico a seguir mostra a evolução
das exportações, das importações e o saldo da balança
comercial. Note que, a partir de 2001, o Brasil começou a
apresentar superávit comercial todos os anos, resultado da
política cambial flutuante, que levou à desvalorização do
real em relação ao dólar, barateando os produtos brasileiros
no exterior.
TABELA 2: Principais países compradores
Exportações
brasileiras
(janeiro a junho)
Valor
US$ M:
Estados Unidos
%
2007-2008
Part %
12 987
8,1
14,3
Argentina
8 589
37,2
9,5
China
7 407
51,9
8,2
Países Baixos
5 072
40,3
5,6
Alemanha
3 801
15,3
4,2
Japão
2 537
23,5
2,8
Itália
2 517
16,5
2,8
Rússia
2 301
38,0
2,5
Venezuela
2 190
9,6
2,4
Chile
2 147
9,7
2,4
Fonte: SECEX / MDIC.
TABELA 3: Principais países fornecedores
Importações
brasileiras
(janeiro a junho)
Valor
US$ M:
Estados Unidos
%
2007-2008
Part %
33,3
14,4
8 948
73,1
11,3
GRÁFICO 6: Evolução das exportações,
Argentina
6 238
34,0
7,9
importações e salto da balança comercial
Alemanha
5 563
45,0
7,0
197,9
Exportações
Importações
Saldo comercial
173,2
Japão
3 133
51,6
4,0
Nigéria
3 058
58,7
3,9
Coreia do Sul
2 637
73,6
3,3
França
2 191
37,2
2,8
Itália
2 182
46,3
2,8
Chile
2 066
27,1
2,6
Fonte: SECEX / MDIC.
24,8
33,7
44,8 46,0 40,0
24,7
13,1
-5,6 -6,7 -6,6 -1,3 -0,75 2,6
0
20 3
04
20
05
20
06
20
07
20
08
02
20
01
20
20
00
99
20
98
Superávit
19
19
19
97
Déficit
19
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
-10
-20
96
Bilhões de dólares
11 435
China
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior – SECEX.
76
A sequência de superávits comerciais pode ser explicada,
também, por outros motivos, além do câmbio. Com a
globalização da economia mundial, o Brasil procurou se
tornar um Global Trade, isto é, um país que seja parceiro
e que faça comércio com todo o mundo, como pode ser
observado nas tabelas a seguir. Para alcançar esse objetivo,
o Governo Federal adotou, nos últimos anos, uma política
externa agressiva, abrindo novos mercados ao país, o que
fez com que os produtos nacionais chegassem em maior
volume a vários locais onde o Brasil não atuava, e reforçando
relações comerciais com parceiros comerciais tradicionais,
podendo, assim, gerar superávit na balança comercial.
Coleção Estudo
O superávit da balança comercial é um importante
indicador do desempenho econômico e compõe as
contas externas brasileiras, ou seja, a relação entre as
exportações e as importações. Os dólares que ingressam
no Brasil, por conta das transações comerciais, ajudam a
financiar as contas do país com o exterior. Se o superávit da
balança cair, poderá ocorrer uma situação difícil no futuro.
O comércio multilateral
Essa situação pode levar o país a perder sua autonomia e passar
a depender mais de recursos externos – que podem ser reduzidos
ou eliminados pelos investidores em caso de turbulências.
Esse posicionamento mais ativo e atuante no comércio
mundial, no entanto, ainda não foi suficiente para colocar
o Brasil num lugar de destaque no mercado internacional.
Hoje, o país ocupa a 23.ª e 27.ª posição no ranking mundial
de exportadores e importadores mundiais, respectivamente,
com uma participação de pouco mais de 1% das exportações
Em parte, o modesto desempenho do Brasil no comércio
mundial pode ser explicado, também, pelo tipo de produto que
o país vende, de baixo valor agregado, e pelos produtos que o
país compra, de maior valor agregado. A pauta de exportação
brasileira vem evoluindo, de maneira geral, no sentido de se
caminhar para um processo de aumento das manufaturas e de
redução dos produtos básicos. Entretanto, essa análise tem de
ser cuidadosa, haja vista que, dentro do grupo manufaturas,
o que se destaca são produtos de baixo valor agregado,
conforme se pode perceber pela análise do gráfico a seguir.
mundiais, conforme se pode constatar no gráfico a seguir,
GRÁFICO 9: Participação dos principais produtos
sendo essa uma das maiores participações brasileiras em
importados pelo Brasil em 2006 (%)
todos os tempos.
9,9
Analisando a inserção da economia brasileira na economia
internacional, percebe-se que o país continua dependente
3,2
3,1
2,7
Circuitos
eletrônicos
Partes e
aparelhos de
comunicação
Peças
automotivas
de produtos de baixo valor agregado, já que mais de 50%
2,6
da pauta exportadora é concentrada em commodities.
de origem primária, ou seja, matéria-prima, com qualidade
Petróleo
bruto
quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por
diferentes produtores.
Medicamentos
Participação dos principais produtos
exportados pelo Brasil em 2006 (%)
Nos gráficos a seguir, não se pode iludir com os números.
6,5
Nos 50,9% de produtos manufaturados exportados pelo
5,0
4,1
Brasil, entram produtos primários, com apenas uma escala
3,3
2,9
de transformação, como soja triturada, açúcar ou suco de
laranja, os quais, em última análise, ainda são matéria-prima.
GRÁFICO 7: Exportações brasileiras, por tipo de produto
60
50,9
40
29,4
30
19,7
20
10
1990
Manufaturados
1996
Agrícolas
Automóveis de
passageiros
Açúcar
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Observe o gráfico a seguir: o Brasil é um dos países que
apresenta menor progresso tecnológico entre as maiores
economias do mundo. Isso significa que desde a década de
1960 houve um avanço de apenas 0,28% no crescimento e
no desenvolvimento de produtos de maior valor agregado
na indústria do país.
2006
Combustíveis e mineração
(*) Bens agroindustriais aparecem nesta classificação com
produtos agrícolas.
Fonte: Organização Mundial do Comércio.
2,19
2,0%
1,84
1,64
1,5%
1,35
1,0%
brasileiras nas exportações mundiais (%)
1,27 1,21 1,21
1,14
1,05
0,92
0,74
GRÁFICO 8: Participação das exportações
0,5%
0,62
0,56 0,55 0,52 0,52
0,31 0,28
0,23
0,15
Ja
1,156
Ci
1,131
ng
1,2
pã
o
ap
u
em ra
an
ha
Re Su
íç
in
a
o
U
ni
Es
H do
o
ta
l
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a
Ch
D
in
in
am a
ar
ca
Br
as
il
Is
ra
Fi
nl el
ân
di
a
0%
(%)
0,8
Soja
triturada
GRÁFICO 10: Progresso tecnológico na indústria
manufatureira, (%) ao ano, 1960 a 2005
0
1980
1
Óleos brutos
de petróleo
0,93
0,942
0,965
0,841
0,854
1,049
1,138
0,931
19
92
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
0
Ano
Fonte: SECEX / MDIC e OMC.
Al
Participação em %
50
Minério de ferro
e seus
concentrados
É interessante fazer uma comparação entre os produtos
importados e exportados pelo Brasil em relação ao seu preço
por tonelada, que, em muitos casos, chega a ser gritante.
Um bom exemplo é a China, um dos países emergentes
que, ao lado do Brasil, Índia e Rússia compõem o grupo
conhecido como BRIC.
Editora Bernoulli
77
GEOGRAFIA
Esses produtos, que geram menos recursos, são produtos
Frente C Módulo 01
Enquanto os chineses normalmente vendem ao Brasil
produtos que, por tonelada, custam US$ 1 585,25, eles
pagam ao país só US$ 86,17, por tonelada, pelas mercadorias
destinadas a seu mercado. Peças para transmissores e
receptores são os principais itens importados da China pelo
Brasil; já o minério de ferro é o primeiro da lista de produtos
comprados pelos chineses do Brasil.
02.
Três dos principais produtos importados pelo Brasil no
mercado mundial, conforme visto nas tabelas / gráficos
anteriores – petróleo, autopeças e circuitos integrados –
custam, por tonelada, US$ 336,19; US$ 6 409,09 e
US$ 639 241,43, respectivamente. Já alguns dos principais
produtos exportados – minério de ferro, soja e automóveis –
têm custo por tonelada de US$ 25,36; US$ 223,08 e
US$ 6 523,88, nessa ordem.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede.
Considerando as informações contidas no trecho e as
alterações no espaço geográfico a partir da Revolução
Informacional, é CORRETO afirmar que
A) a nova Divisão Internacional do Trabalho é uma
reprodução da clássica divisão, pois há espaços
geográficos de alto valor informacional (países centrais)
e outros de trabalho desvalorizado (países da periferia).
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01.
(UNESP-SP) Segundo a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), o número de pessoas sem emprego no
mundo, em 2003, era equivalente à população do Brasil,
atingindo 6,2% da população economicamente ativa.
Observe o gráfico.
B) o desenvolvimento tecnológico na área de informação,
ao reorganizar os fluxos de capital e de pessoas, criou
uma rede hierarquizada e cristalizada de novos países
informatizados.
C) as “cidades globais”, Nova Iorque, Ottawa e Rio de
Janeiro, são espaços geográficos exclusivos dos
produtores de alto valor do trabalho informacional,
representando, portanto, os ícones da nova divisão
internacional do trabalho.
Número de desempregados no mundo
(em milhões)
185,4
170,4
174,0
185,9
D) as quatro posições descritas podem ocorrer
simultaneamente num mesmo país, visto que a nova
divisão internacional do trabalho não ocorre entre
países, mas entre agentes econômicos organizados
em sistemas de redes e fluxos.
176,9
E) estão excluídos da nova divisão internacional do
trabalho os países de economia dependente, porque
não são capazes de produzir tecnologia de ponta, o que
os impede de participar do sistema de redes e fluxos.
140,5
1993
1998
2000
2001
2002
2003
OIT, 2004.
Utilizando seus conhecimentos geográficos, assinale
a alternativa que contém as causas conjunturais do
contínuo crescimento do desemprego mundial.
A) Menor crescimento da economia mundial desde 2000;
muitos países industrializados dominando o comércio
global; efeitos negativos da globalização.
B) Elevado crescimento da economia mundial desde
1995; vários países emergentes dominando o
comércio global; efeitos positivos da globalização.
C) Menor crescimento da economia mundial a partir de
1990; poucos países industrializados dominando metade
do comércio global; efeitos negativos da globalização.
D) Moderado crescimento da economia mundial desde
1990; muitos países industrializados e emergentes
dominando, igualmente, o comércio global; efeitos
positivos da globalização.
E) Elevado crescimento da economia mundial nos
últimos dez anos; muitos países industrializados
do Hemisfério Norte dominando o comércio global;
efeitos positivos da globalização.
78
(UFSCar-SP) O que chamo de a mais nova divisão
internacional do trabalho está disposta em quatro posições
diferentes na economia informacional / global: produtores
de alto valor com base no trabalho informacional;
produtores de grande volume baseado no trabalho de
mais baixo custo; produtores de matérias-primas que
se baseiam em recursos naturais; e os produtores
redundantes, reduzidos ao trabalho desvalorizado [...]
A questão crucial é que estas posições diferentes não
coincidem com os países. São organizadas em redes e
fluxos, utilizando a infraestrutura tecnológica da economia
informacional [...]
Coleção Estudo
03.
(UFMG) A Organização Mundial do Comércio – OMC –
tem sido o fórum de discussões que envolvem
interesses comerciais conflitantes entre países pobres
e ricos. Considerando-se esses conflitos comerciais, é
INCORRETO afirmar que
A) os países pobres enfrentam barreiras comerciais,
impostas por países ricos, sob a acusação de
devastarem o meio ambiente, o que reduz a
entrada de recursos necessários à modernização da
exploração das riquezas naturais.
B) países pobres vêm elevando as tarifas alfandegárias
impostas aos produtos industriais dos países ricos,
como forma de estimular o desenvolvimento da
tecnologia nacional.
C) países ricos, de modo geral, concedem subsídios a
seus produtores agrícolas, mas rechaçam atitudes
semelhantes dos países periféricos em relação a
produtos industriais de exportação.
D) países ricos impõem restrições às exportações dos
países pobres, como forma de retaliação contra a
suposta exploração da mão de obra infantil e do
trabalho em regime de semiescravidão.
O comércio multilateral
04.
Com base nos gráficos e nos seus conhecimentos sobre o
(UFRRJ) A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem
sido espaço de discussões sobre os interesses comerciais
comércio internacional, assinale a alternativa CORRETA.
antagônicos entre países ricos e pobres.
A) Os produtos agropecuários apresentavam, em 2005,
participação majoritária nas exportações mundiais,
SENE, E.; MOREIRA, J. C. Geografia Geral e do Brasil:
espaço geográfico e globalizado. São Paulo:
em comparação com os demais grupos de produtos.
Scipione, 1998. p. 408.
B) O crescimento do comércio internacional atingiu
sobretudo os países menos desenvolvidos, pois neles
Levando-se em conta esses antagonismos comerciais,
se localiza a maior oferta de serviços e maior produção
é CORRETO afirmar que os países pobres
industrial de alta tecnologia.
A) vêm elevando as tarifas alfandegárias impostas aos
C) O comércio internacional cresceu intensamente nas
produtos industriais dos países ricos.
últimas décadas, com peso significativo dos produtos
B) concedem, de modo geral, subsídios a seus produtores
industrializados e dos serviços.
agrícolas, mas condenam atitudes semelhantes dos
D) A participação dos combustíveis nas exportações
países ricos.
mundiais, em 2005, foi muito influenciada pelas
C) impõem restrições às exportações dos países ricos
cotações internacionais dos preços do petróleo e do
como forma de combater o trabalho semiescravo
álcool.
existente nos mesmos.
E) Os produtos industrializados apresentavam, em 2005,
D) enfrentam barreiras comerciais, impostas pelos
maior participação no comércio internacional, em
governos dos países ricos, sob a acusação de
função das elevadas barreiras alfandegárias impostas
degradarem o meio ambiente.
pela Organização Mundial do Comércio.
comercial semelhante ao dos países ricos.
02.
(UFMG) Considerando-se a globalização, fase atual da
expansão capitalista, é INCORRETO afirmar que ela
A) promove a crescente vulnerabilidade das economias
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
de muitos países, à medida que sua credibilidade,
frente aos investimentos externos, é afetada por
01.
relatórios e opiniões de agentes do poder político e
(USP–2009) Observe os gráficos sobre o comércio
econômico internacionais.
internacional.
B) amplia a capacidade das nações de realizar
investimentos públicos em áreas prioritárias – como
Evolução do Comércio Internacional de
Mercadorias e Serviços
na educação, na saúde e no saneamento básico –,
à proporção que cresce o controle do Estado sobre
12 000
o fluxo de capitais oriundos de taxações e impostos.
US$ bilhões
10 000
C) retrata a interdependência crescente entre regiões e
8 000
lugares que, apesar de geograficamente separados
6 000
por grandes distâncias, podem ser influenciados por
eventos ocorridos em qualquer parte do planeta.
4 000
D) propõe uma ruptura com o princípio, até há pouco
vigente, de sociedades nacionais a pretexto da
2 000
0
necessidade de se considerar a realidade de uma
1955
1965
1976
1985
1995
sociedade global, em que são intensas as relações
2005
socioeconômicas em escala mundial.
Exportações Mundiais de Mercadorias e serviços - 2005
Produtos
agropecuários
7%
Combustíveis
e minerais
14%
03.
(UERJ–2009) BRASÍLIA – O Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE) do Ministério da Justiça
condenou, ontem, as empresas Roche, BASF e Aventis.
Segundo o CADE, essas empresas teriam restringido
a oferta e elevado os preços no Brasil das vitaminas
A, B2, B5, C e E, na segunda metade dos anos 1990.
Elas também teriam impedido a entrada de vitaminas
chinesas, a preços mais baratos, no Brasil. As empresas
Produtos
industrializados
33%
Produtos semi-industrializados
26%
já haviam sido condenadas por práticas semelhantes na
Europa e nos EUA.
BASILE , Juliano. Valor Econômico, 12 abr. 2007 (Adaptação).
Editora Bernoulli
79
GEOGRAFIA
E) apresentam, atualmente, desempenho tecnológico e
Frente C Módulo 01
Desde o final do século XIX, tornou-se um aspecto
marcante do modo de produção capitalista a formação de
grandes empresas capazes de controlar a maior parte ou
mesmo todo o mercado de um ou mais produtos. A notícia
anterior expressa a seguinte prática presente nessa
realidade centenária, associada à seguinte característica
do atual momento econômico:
05.
(UFU-MG–2009) Leia os fragmentos dos textos 1 e 2.
Texto 1:
O capitalismo é o primeiro regime social que produz uma
ideologia segundo a qual ele mesmo seria “racional”.
A legitimação dos outros tipos de instituição da sociedade
era mítica, religiosa ou tradicional [...] Sem dúvida, esse
critério, ser racional (e não consagrado pela experiência
A) Holding – fusão de companhias do mesmo setor.
ou pela tradição, dado pelos heróis ou pelos deuses, etc.),
B) Cartel – controle do mercado em escala planetária.
foi propriamente instituído pelo capitalismo.
C) Oligopólio – padronização mundial das leis de
concorrência.
CASTORIADIS, Cornelius. Figuras do pensável:
as encruzilhadas do labirinto. Vol. VI. Rio de Janeiro:
D) Dumping – protecionismo para produtos de países
emergentes.
04.
(UFSC–2009) A alta dos preços dos alimentos ameaça
reverter todos os avanços globais com o desenvolvimento
e levar 100 milhões de pessoas em todo o mundo para
baixo da linha da pobreza, advertiram nesta segunda-feira
o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente
do Banco Mundial, Robert Zoellick. A declaração de ambos
foi feita na ilha de Hokkaido, no Japão, onde acontece a
reunião de cúpula anual do G-8, o grupo dos sete países
Texto 2:
[...] o fato de o Brasil se apresentar atualmente do
ponto de vista internacional com um novo significado
no que tange a divisão internacional do trabalho [...]
e fundamentalmente averiguam-se novos e velhos
atores em cena, os quais após destruir /consumir parte
considerável de suas reservas naturais, [...] vê nas
potencialidades econômicas da cana-de-açúcar que se
configura essencialmente como uma nova forma de
garantir o progresso do desenvolvimento econômico
mais industrializados do mundo mais a Rússia. Segundo
a partir de uma velha forma de acumular capitais,
o secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta três crises
a situação parece mais grave na medida em que o
simultâneas e interligadas – dos alimentos, do clima e do
território em disputa [...] está [...] nas mãos [...] de
desenvolvimento – para as quais são necessárias soluções
várias [...] corporações que possuem imensurável peso
integradas.
nos rumos de países ainda hoje dependentes de políticas
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/
ult272u419888.shtml>. Acesso em: 22 jul. 2008.
A partir da leitura do excerto anterior e com base nos
seus conhecimentos, assinale a(s) proposição(ões)
CORRETA(S).
01. As condições edafoclimáticas desfavoráveis à prática
da agricultura justificam os elevados índices de
pobreza que os continentes africano e asiático vêm
apresentando nas últimas décadas.
02. Os países ricos, reunidos em blocos econômicos,
têm como grande arma o protecionismo de seus
setores agrícolas e, assim, aumentam o seu poder
de competição no mercado internacional.
04. Os países ricos utilizam-se com frequência da prática
da agricultura itinerante para driblar as adversidades
climáticas.
08. Rússia, Japão e Itália, membros permanentes do G-8,
atualmente são os maiores exportadores mundiais de
grãos.
16. Os baixos níveis de insolação dificultam a prática
agrícola nas altas latitudes e a carência de água tem
o mesmo efeito nos desertos.
Soma (
80
Civilização Brasileira, 2004. p. 90-91.
)
Coleção Estudo
externas de financiamento [...]
AZEVEDO, José Roberto Nunes. Expansão da
agroindústria canavieira no Mato Grosso do Sul.
Dourados: UFGD, 2008. p. 70.
Tendo em vista as informações apresentadas, assinale a
alternativa INCORRETA.
A) A lógica do sistema capitalista define e redefine os
territórios nacionais a partir do arranjo e do rearranjo
espacial subordinado às necessidades econômicas das
grandes corporações.
B) A ideologia capitalista reforça o cenário de ajustamento
territorial equilibrado, no qual cada país executa suas
funções econômicas sem interferências de outros, já
que existe o predomínio do livre-comércio absoluto
e da livre concorrência.
C) A lógica das grandes corporações capitalistas
influencia o cotidiano de inúmeras pessoas, por meio
dos investimentos em novas zonas de produção
que subordinam a especificidade de um lugar aos
interesses das corporações.
D) Os territórios nacionais, tal como o Brasil, sofrem
interferências internacionais econômicas conforme a
presença ou a ausência de investimentos por parte
das corporações multinacionais.
O comércio multilateral
(UNESP-SP–2010) A desaceleração econômica causada
pela crise global, desde o fim do ano de 2008, na maioria
dos países, provocou desemprego e muitos projetos de
desenvolvimento foram adiados. Esse fato influenciou
diretamente na emissão de gases poluentes na atmosfera.
Em consequência desse fato, é possível afirmar:
I.
08.
A queda na produção industrial provocou aumento da
emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
II. Em muitos países, os investimentos para o
desenvolvimento de energias renováveis aumentaram,
na tentativa de diminuir a dependência excessiva de
combustíveis fósseis.
IANNI, Octavio. Teorias da Globalização, 2002.
Partindo da metáfora de fábrica global de Octavio Ianni,
pode-se identificar como características da globalização
III. Com a diminuição da produção industrial em várias
partes do mundo, o tráfego de caminhões caiu,
amenizando as emissões de gases que causam as
mudanças climáticas e a poluição local em grandes
centros urbanos.
A) o amplo fluxo de riquezas, de imagens, de poder,
bem como as novas tecnologias de informação que
estão integrando o mundo em redes globais, em que
o Estado também exerce importante papel na relação
entre tecnologia e sociedade.
IV. Com a redução da demanda de aço no mundo,
dezenas de pequenas siderúrgicas em alguns países
em desenvolvimento tiveram de parar suas atividades
e, em consequência, a concentração de dióxido de
enxofre (SO2), substância responsável pela chuva
ácida, aumentou expressivamente nesses lugares.
V.
B) a imposição de regras pelos países da Europa e da
América do Sul nas relações comerciais e globais que
oprimem os mais pobres do mundo e se preocupam
muito mais com a expansão das relações de mercado
do que com a democracia.
C) a busca das identidades nacionais como única fonte
de significado em um período histórico caracterizado
por uma ampla estruturação das organizações
sociais, legitimação das instituições e aparecimento
de movimentos políticos e expressões culturais.
Com o preço da soja e da carne em queda no Brasil, houve
menos incentivos para derrubar a floresta e substituí-la
por pastos ou lavouras, tendo, como consequência,
a redução, na Amazônia, do desmatamento no período
de agosto de 2008 a janeiro de 2009, quando comparado
ao mesmo período do ano anterior.
D) o multiculturalismo e a interdependência que somente
podemos compreender e mudar a partir de uma
perspectiva singular que articule o isolamento cultural
com o individualismo.
Disponível em: <http://www.planetasustentavel.abril.com.br/
notícia/ambiente/> (Adaptação).
E) a existência de redes que impedem a dependência
dos polos econômicos e culturais no novo mosaico
global contemporâneo.
Estão CORRETAS apenas as afirmações
07.
A) I, II e III.
C) II, IV e V.
B) III, IV e V.
D) I, II e IV.
E) II, III e V.
(UERJ-2010)
G-20 adota linha dura para combater crise
Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que
congrega os países mais ricos e os principais emergentes
do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o consenso da
necessidade do combate aos paraísos fiscais e da criação
de novas regras de fiscalização para o sistema financeiro.
Além disso, os líderes concordaram, entre várias medidas,
em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise.
A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou
marcada como um momento histórico no qual se esgotou
um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem
política internacional, cuja configuração mais clara ainda
está em andamento. Conforme se observa na notícia, essa
nova geopolítica possui a seguinte característica marcante:
A) Diminuição dos fluxos internacionais de capital.
B) Aumento do número de polos de poder mundial.
C) Redução das desigualdades sociais entre o norte e o sul.
D) Crescimento da probabilidade de conflitos entre países
centrais e periféricos.
(VUNESP-SP–2009) A fábrica global instala-se além de
toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia,
força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças
produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa
e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais,
revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão,
videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de
comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras,
agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a
desterritorialização e a reterritorialização das coisas, gentes e
ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos.
09.
(UFMG–2010) A mídia tem veiculado reflexões, de muitos
especialistas, acerca da recente crise econômica mundial,
nas quais abordam origens e consequências dela, bem
como estratégias que vêm sendo adotadas para enfrentar
a situação instalada. Considerando-se tais reflexões,
é INCORRETO afirmar que
A) a América Latina procura criar um ambiente
econômico protegido da crise, ao substituir tanto
os acordos bilaterais por um bloco regional único
quanto as divergências entre governantes por ações
conjuntas que visam à retomada da expansão do PIB.
B) a desvalorização do dólar enfraquece as reservas
internas de capital estrangeiro de economias que,
a exemplo da China, na última década, conseguiram
elevados índices de expansão do seu PIB.
C) a reestruturação da economia mundial pressupõe
um redimensionamento do papel do Estado, no
sentido de afastá-lo dos limites de ação impostos
pelo neoliberalismo e de ele exercer controle efetivo
sobre os sistemas financeiros e o mercado.
D) o consumismo extremo, em particular nos EUA,
alimentou a expansão recente de economias
como as do Leste Asiático, mas é ambientalmente
insustentável se praticado por um número maior de
populações ou se projetado a longo prazo.
Editora Bernoulli
81
GEOGRAFIA
06.
Frente C Módulo 01
10.
A) um novo sistema socioeconômico baseado na
superação das desigualdades que conferiam sentido
à ideia de Terceiro Mundo.
B) a razoabilidade do pleito de participarem do Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
C) a melhoria natural das condições sociais em
decorrência da aceleração econômica e da redução
dos níveis de desemprego.
D) a perspectiva de que se tornem, a médio prazo,
economias desenvolvidas com uma série de desafios
comuns.
E) a formação de uma frente diplomática com o
objetivo de defender os interesses dos países menos
desenvolvidos.
(UFTM-MG–2010)
Quem participa do G20?
Ministros da área econômica e presidentes dos bancos
centrais de 19 países: os que formam o G8 e ainda 11
emergentes. No G8, estão Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Os
componentes do G20 são: Brasil, Argentina, México,
China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África
do Sul, Coreia do Sul e Turquia. A União Europeia, em
bloco, é o membro de número 20, representado pelo
Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do
Conselho Europeu. O Fundo Monetário Internacional (FMI)
e o Banco Mundial, assim como os Comitês Monetário
e Financeiro Internacional e de Desenvolvimento, por
meio de seus representantes, também tomam assento
nas reuniões do G20.
Disponível em: <http://veja.abril.br/idade/exclusicomvo/
perguntas_respostas/g20/g-20.shtml> (Adaptação).
Sobre a formação do G20, pode-se afirmar que
A) é uma forma de reconhecimento à maior participação
destes países em problemas regionais, substituindo os
organismos internacionais tradicionais como a ONU,
o FMI e, na esfera militar, a OTAN.
B) foi produto das transformações políticas que
ocorreram após o fim da Guerra Fria e expressa a nova
divisão do mundo por grandes áreas de civilização, das
quais esses países são os principais representantes.
C) expressa os resultados políticos das mudanças na
Divisão Internacional do Trabalho, pois a maior parte
dos membros que se uniram ao G8 são países da
semiperiferia industrializada.
D) representa o crescimento da importância do comércio
de commodities no mundo atual e a preocupação, por
parte dos países ricos, de que a sua escassez possa
gerar conflitos internacionais.
E) reflete a nova divisão do mundo entre uma maioria
industrializada e uma parcela de países exportadores
de produtos primários excluídos das decisões
econômicas mundiais.
02.
(Enem–1998) Você está fazendo uma pesquisa sobre a
globalização e lê a seguinte passagem, em um livro:
A sociedade global
As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se
comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços
mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo
mundial, globalizado. Suponhamos que você vá com seus
amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no McDonald’s. Em
seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para
casa num ônibus de marca Mercedes. Ao chegar em casa, liga
seu aparelho de TV Philips para ver o videoclipe de Michael
Jackson e, em seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply
Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu equipamento
AIWA. Veja quantas empresas transnacionais estiveram
presentes nesse seu curto programa de algumas horas.
PRAXEDES, et alli. 1997. O mercosul. São Paulo: Ática, 1997.
(Adaptação).
Com base no texto e em seus conhecimentos de Geografia
e História, marque a resposta correta.
A) O capitalismo globalizado está eliminando as
particularidades culturais dos povos da terra.
B) A cultura, transmitida por empresas transnacionais,
tornou-se um fenômeno criador das novas nações.
C) A globalização do capitalismo neutralizou o surgimento
de movimentos nacionalistas de forte cunho cultural
e divisionista.
D) O capitalismo globalizado atinge apenas a Europa e
a América do Norte.
E) Empresas transnacionais pertencem a países de uma
mesma cultura.
SEÇÃO ENEM
01.
82
(Enem–2009) Figuram no atual quadro econômico mundial
países considerados economias emergentes, também
chamados de novos países industrializados. Apresentam
nível considerável de industrialização e alto grau de
investimentos externos, no entanto as populações desses
países convivem com estruturas sociais e econômicas
arcaicas e com o agravamento das condições de vida
nas cidades. As principais economias emergentes que
despertam o interesse dos empresários do mundo são:
Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC). Tais países apresentam
características comuns, como mão de obra abundante e
significativas reservas de recursos minerais. Diante do
quadro apresentado, é possível inferir que a reunião desses
países, sob a sigla BRIC, aponta para
Coleção Estudo
GABARITO
Fixação
01. C
02. D
03. B
04. D
Propostos
01. C
04. Soma = 18
07. B
02. B
05. B
08. A
03. B
06. E
09. A
Seção Enem
01. D
02. A
10. C
GEOGRAFIA
MÓDULO
02 C
O comércio regionalizado
OS BLOCOS ECONÔMICOS
A principal tendência do mundo globalizado é a formação
dos blocos regionais, criados para aumentar o comércio entre
os países-membros através da redução ou eliminação das
tarifas alfandegárias.
Os blocos econômicos são formados por países que se
localizam na mesma região, como um mesmo continente
(a exemplo do Nafta), ou são banhados por um mesmo
oceano (a exemplo da APEC).
Os blocos econômicos apresentam alguns estágios de
integração e podem ser classificados em:
•
Zona de Livre Comércio (ZLC): Neste tipo de bloco,
as ambições de integração são bastante limitadas.
Busca-se apenas o crescimento comercial entre os
países-membros com a redução ou a eliminação de
vários impostos das importações e das restrições
quantitativas, o que ocorre com a eliminação das
barreiras tarifárias ou não tarifárias dentro do bloco.
Um importante exemplo é o Nafta.
•
União Aduaneira: Pode ser considerado um estágio
intermediário de integração entre os países. Na
união aduaneira, além de todas as características da
ZLC, há a definição da TEC (Tarifa Externa Comum)
com relação ao comércio com o resto do mundo.
O Mercosul é um exemplo desse tipo de integração.
•
Mercado Comum – Além de todas as características
da união aduaneira, permite-se o livre trânsito
dos meios de produção (capital, serviços e mão
de obra) entre os países-membros e busca-se
a unificação das legislações fiscais, monetárias,
ambientais, trabalhistas, entre outras, para
estabelecer um mercado realmente comum entre os
países-membros. Alguns países da União Europeia,
como o Reino Unido, a Dinamarca, a Bulgária, a Polônia,
entre outros, estão nesse estágio de integração, pois
ainda não adotaram o euro, a moeda única.
•
União ou integração econômica e monetária
– Além de todas as características do mercado
comum, da adoção de uma moeda comum, há a
criação de um Banco Central e a institucionalização
de uma política monetária única para todos os
países-membros. Dezesseis países da União Europeia
estão nesse estágio, aqueles que adotaram o euro:
França, Alemanha, Eslovênia, Chipre, entre outros.
•
FRENTE
Integração política e institucional – Integração
total entre os países-membros: ocorre quando há
unificação de diversas instituições sociais, políticas,
econômicas e militares. Ainda não há nenhum bloco
nesse estágio. Acredita-se que a União Europeia
possa ser o primeiro a atingir esse patamar de
integração.
Veremos a seguir alguns dos principais blocos econômicos
da atualidade e suas características.
UNIÃO EUROPEIA
Em 1957, foi criado o Mercado Comum Europeu (MCE),
que mais tarde deu origem à União Europeia (UE).
A União Europeia (UE) foi criada pelo Tratado de
Maastricht, assinado em 1992. Em janeiro de 2002, o euro
– a moeda única –, entrou em circulação em doze países que
congregavam o bloco – Áustria, Bélgica, Finlândia, França,
Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países
Baixos), Portugal, Grécia e Espanha. Porém, alguns países
optaram por não adotar a moeda única, são eles: Reino
Unido, Dinamarca e Suécia.
Em 2004, a União Europeia expandiu-se com o ingresso de
dez novos membros: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia,
Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Theca.
Em 2007, ingressaram Romênia e Bulgária totalizando 27
membros. A Eslovênia adotou o euro em 2007 e o Chipre
e Malta, em 2008. A Turquia, a Croácia e a Macedônia são
candidatas ao ingresso.
Novos candidatos
O Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em 1995 e
que criou o euro, possui um artigo que afirma que qualquer
Estado europeu que cumpra e respeite os “princípios da
liberdade, democracia, respeito pelos direitos humanos
e liberdades fundamentais, e ao Estado de direito”
pode tornar-se candidato à integração na União Europeia.
Diversos países manifestaram, nos últimos anos, o desejo
de integrar a UE. A Turquia, a Croácia e a República da
Macedônia são consideradas, pelo bloco, prioritárias para
aderirem. Para efetivarem suas candidaturas, precisam
melhorar suas condições sociais, econômicas e políticas.
Já a Islândia oficializou sua candidatura em julho de 2009.
A Turquia é um dos mais antigos candidatos à adesão e
é vista por alguns países do Ocidente como um modelo de
democracia islâmica a ser seguido pelos países autoritários
do Oriente Médio. No entanto, o país possui vários problemas
de direitos humanos, como a forte repressão à minoria curda.
Editora Bernoulli
83
Frente C Módulo 02
Possui, além disso, fronteiras “quentes” no Oriente Médio (Síria, Iraque e Irã), um pequeno território realmente europeu
e uma população numerosa (cerca de 71 milhões de habitantes), o que traria vantagens em eleições e / ou plebiscitos no
âmbito europeu.
Nos últimos anos, houve uma forte pressão dos Estados Unidos para que a Europa aceite a Turquia como membro, pois o
país é um dos maiores aliados muçulmanos dos EUA no Oriente Médio, o que fez com que muitos países europeus sentissem
a soberania europeia ameaçada e passassem a discordar ainda mais da adesão da Turquia. No entanto, um dos maiores
entraves, sem dúvida nenhuma, é a questão religiosa. Ao contrário de todos os outros países da União Europeia, que são
cristãos (católicos, protestantes ou ortodoxos), a Turquia é um país de maioria islâmica, fato que tem sido usado pelos turcos
como alegação dada pelos europeus para sua não adesão ao bloco, o que, segundo os termos, configuraria preconceito.
Esse bloco (ver figura a seguir) possui uma moeda única, o EURO, que circula em 16 dos 27 países-membros. Três países-membros
tradicionais – Inglaterra, Suécia e Dinamarca – permanecem, por enquanto, fora da zona do Euro, assim como os novos
membros integrados a partir de 2004, à exceção da Eslovênia, Eslováquia, Chipre e Malta, que adotaram a moeda única
em 2007.
A evolução da União Europeia
1952
Europa dos 6
Nesta época, somente a
Alemanha Ocidental participava
LTIC
O
Suécia
1990
Europa dos 12
Adesão de 6 novos países,
incluíndo a porção oriental da
Alemanha.
1995
Europa dos 15
Adesão de 3 novos países
2004
Europa dos 25
Adesão de 10 novos países
2007
Europa dos 27
Adesão da Romênia e Bulgária
Estônia
Letônia
Dinamarca
Lituânia
Países
M
Baixos
Reino
Alemanha
Polônia
Unido
Oriental
Bélgica
Rep.
Alemanha
Tcheca Eslováquia
Ocidental
Áustria
Hungria
Eslovênia
França
Romênia
AR
OCEANO
ATLÂNTICO
Finlândia
BÁ
MAR
DO
NORTE
Irlanda
Itália
Portugal
Espanha
EDITE
MAR M
N
0
Bulgária
RRÂNE
MAR NEG
RO
O
Grécia
Malta
900 km
Chipre
Fonte: Dados da ONU e do Banco Mundial, organizados pelo autor.
GRÁFICO: Os sem-euro crescem mais
Os três países da União Europeia que não
adotaram o euro têm desempenho econômico
melhor (crescimento anual do PIB, em %)...
... e menor taxa de desemprego
(em % da força de trabalho)
8,8%
3,0%
2,8%
Zona
do euro* 8,2%
2,3%
Suécia 2,0%
6,3%
Inglaterra 1,8%
1,6%
Zona
do euro* 0,9%
5,4%
Inglaterra 5,1%
Suécia 4,9%
Dinamarca 0,5%
4,7%
Dinamarca 4,6%
* Doze países
2002
2003
2004
2005*
2002
2003
2004
Fonte: Dados da ONU e do Banco Mundial, organizados pelo autor.
84
Coleção Estudo
O comércio regionalizado
Criado em 1992, o Nafta começou a funcionar no início de
1994 e oferece aos países-membros vantagens no acesso
aos mercados dos países. Tem como países-membros os
Estados Unidos da América, o México e o Canadá (veja
mapa a seguir). O acordo prevê a instalação de uma zona
de livre comércio (ZLC) entre os três países. Essa área está
baseada na livre circulação de mercadorias e serviços entre
os países-membros, o que acontece por eliminação das
barreiras legais e das tarifas alfandegárias, ou seja, está
limitada apenas à área comercial. Não há, entre os objetivos
do Nafta, pelo menos a curto e médio prazo, a busca de uma
maior integração entre os três países.
MERCOSUL
Mercosul – Países-membros e dados
N
ALASCA
(EUA)
C A NA D Á
E STAD O S U NID O S
Entre os obstáculos para essa unificação, pode-se citar:
a enorme diferença socioeconômica entre os países membros,
a questão das imigrações clandestinas do México para os
EUA e o narcotráfico, já que se estima que cerca de 90% das
drogas consumidas nos EUA sejam provenientes do México.
BELIZE
MÉXICO
EL SALVADOR
COSTA RICA
N
VENEZUELA
GUIANA
SURINAME
GUIANA
FRANCESA
COLÔMBIA
PANAMÁ
O C E A N O
O C E A N O
A T L Â N T I C O
HONDURAS
NICARÁGUA
GUATEMALA
Nafta – Países-membros e dados
JAMAICA
CUBA
EQUADOR
P A C Í F I C O
BRASIL
PERU
BOLÍVIA
CANADÁ
CHILE
PARAGUAI
O C E A N O
ESTADOS UNIDOS
URUGUAI
ARGENTINA
P A C Í F I C O
O C E A N O
MÉXICO
A T L Â N T I C O
Membros associados
0
Membros plenos
1000 Km
PROJEÇÃO DE ROBINSON
Mercosul
0
1000 Km
Brasil
Argentina
Uruguai
Paraguai
Venezuela
População
(milhões)
190,2
40,6
3,4
6,8
26,4
PIB
(bilhões de US$)
1 838
523
37,5
26,5
335
9,7
13
10,7
4
12,8
11%
2,8%
Canadá
EUA
México
Renda per capita
(milhares de
dólares por ano)
População
(milhões)
33
303
110
Analfabetismo
(%)
PIB
(trilhões de US$)
1,2
13,8
1,38
Expectativa
de vida (anos)
Renda per capita
(dólares por ano)
38 200
41 100
9 600
Analfabetismo
(%)
1%
2%
9%
Expectativa
de vida (anos)
81,1
78
75,8
Nafta
Fonte: Organizado pelo autor com dados do Fundo de População
da ONU e do Banco Mundial.
72,4
76,5
2%
6%
7%
76,1
75,5
73,4
Fonte: Elaborado pelo autor com dados disponíveis em:
<www.indexmundi.com>. Acesso em: 12 nov. 2008.
O processo de criação do Mercosul (Mercado Comum do
cone Sul) iniciou-se em março de 1991, com a assinatura do
Tratado de Assunção pelos presidentes do Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai.
Editora Bernoulli
85
GEOGRAFIA
NAFTA – ACORDO DE LIVRE
COMÉRCIO DA AMÉRICA DO
NORTE
Frente C Módulo 02
O bloco começou a operar, oficialmente, em 1994, como
GRÁFICO: O tamanho da riqueza
uma zona de livre comércio, com eliminação ou redução
das tarifas alfandegárias e das restrições quantitativas,
Evolução do PIB, em US$ bilhões
somente após a assinatura do Protocolo de Ouro Preto,
em 17 de dezembro de 1994, quando foi fixada a Tarifa
Externa Comum (TEC).
A padronização e a utilização da TEC para produtos
importados de países de fora do bloco, e que já são
produzidos internamente, mesmo não sendo aplicada a todos
os produtos, fixaram uma política comercial conjunta entre
Brasil
Argentina
Uruguai
Paraguai
700
600
500
400
300
200
100
0
604,86
2000
os países-membros e têm por objetivo integrar e fortalecer
2001
2002
o comércio do bloco.
151,5
13,4
7,13
2003
2004
Ano
Fonte: SOCEX (Adaptação).
GRÁFICO: O Comércio exterior do Brasil
Em 2006, o grupo dos quatro fundadores, que aparecem
como membros plenos, foi ampliado pela entrada da
Em bilhões de dólares
Venezuela, também como membro pleno, e, no mesmo ano,
Exportações
Importações
Exportações
Importações
para o Mercosul*
do Mercosul*
para os EUA
dos EUA
* Importações e exportações brasileiras para Argentina, Uruguai e Paraguai,
mesmo antes da criação do Mercosul (1991).
a Bolívia solicitou sua adesão ao bloco. Colômbia, Equador,
Peru, Bolívia e Chile são países que atuam como membros
associados (veja o mapa anterior). A diferença fundamental
25
22,47
do status do país está na não adoção da TEC pelos membros
20
associados, o que lhes permite negociar livremente com
demais mercados e países.
15
O Mercosul encontra-se atualmente no estágio de união
12,66
aduaneira, sendo uma área de livre circulação de bens,
11,73
10
serviços, mão de obra e capital, assim como a liberação
7,05
gradativa de tarifas alfandegárias e restrições tarifárias.
5
Alguns produtos dos países-membros foram colocados em
05
03
20
01
20
20
99
19
97
19
95
93
19
91
empresas nacionais e há tarifas de importação incidindo
19
19
89
19
85
19
19
87
0
uma “Lista de Exceções“, pois ainda estão protegidos para
Criação do Mercosul
sobre eles.
Fonte: SOCEX (Adaptação).
.
0,9
1
.
.
0,5
0,4
0,5
0
-0,5
. .
. .
.
-0,6
-1,2
-1,5
-1,5
-0,1
-1,2
-1,1
-1
.
. .
-0,4
-1,6
-2
Superávit do Brasil
.
1,5 1,3
Déficit do Brasil
Em bilhões de US$
GRÁFICO: Balança comercial: Brasil x Argentina
.
-2,5
-2,4
04
20
03
20
02
20
01
20
00
20
99
19
98
19
97
19
96
19
95
19
94
19
93
19
19
92
-3
Anos
Fonte: SOCEX (Adaptação).
86
Coleção Estudo
ALCA – ÁREA DE LIVRE
COMÉRCIO DAS AMÉRICAS
ALBA – ALTERNATIVA
BOLIVARIANA PARA AS AMÉRICAS
Proposta no Fórum das Américas, na cidade de Miami, em
1994, deveria ser formada por todos os países americanos
com exceção de Cuba, considerado não democrático.
O objetivo da Alca seria a formação de uma área de livre
comércio no continente americano. Segundo as decisões
tomadas em várias reuniões periódicas, o bloco deveria ter
sido implantado até 2005, o que não ocorreu.
A Alternativa Bolivariana para as Américas, criada em
14 de dezembro de 2004, e rebatizada, em 24 de junho de
2009, para Aliança Bolivariana para as Américas, tem como
principal objetivo integrar diversos países da América Latina
e também do Caribe, que tem como base a ideologia de
Simón Bolívar. A Alba tem a intenção de ser uma alternativa
em relação à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Ainda existem muitas divergências quanto a uma possível
formação da Alca, sendo elas objeto de discussões em
reuniões periódicas, chamadas de Encontros das Américas,
que discutem os princípios para a formação e a data da
entrada em vigor da Aliança.
Tal comportamento é proveniente das ideias impostas
principalmente pelos Estados Unidos, que visam a implantar
a Alca para abrir totalmente as fronteiras comerciais entre
todos os países americanos, limitando-se, desse modo,
somente às relações econômicas.
Belo Horizonte foi o cenário do Encontro das Américas
ocorrido em 1997, no qual os EUA defenderam a antecipação
da implantação do bloco, ainda no século XX. Em oposição,
os países do Mercosul propunham que sua formação em
2005 seria o ideal.
Atualmente, a Alba é formada pela Venezuela, Cuba,
Nicarágua, Bolívia e Dominica, sendo que Equador, São
Vicente e Granadinas já demonstraram interesse em
ingressar nesse bloco.
Se compararmos o poderio econômico dos Estados
Unidos com o resto da América, mesmo com o Brasil,
perceberemos que o daquele é muito superior (analise o
mapa a seguir). Por esse motivo, a Alca não deveria ser
implantada antes de 2005, ano a partir do qual acreditava-se
que o desenvolvimento industrial dos outros países da
América poderia ser considerado mais definido e estabilizado,
podendo, assim, suportar, sem grandes dificuldades,
o livre-comércio com os EUA.
Nafta x Mercosul
N
ALASCA
(EUA)
PIB – 2003
(em trilhões de US$)
APEC – COOPERAÇÃO ECONÔMICA
DA ÁSIA E DO PACÍFICO
A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico)
foi criada em 1989, devido ao crescente comércio e
interdependência econômica entre as nações da região.
20 ANOS – 1989-2009
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
CAN ADÁ
12,8
ES TADO S
UN I DOS
3,0
O C E A N O
MÉXICO
Nafta
A T L Â N T I C O
Mercosul
VENEZUELA
População – 2003
O C E A N O
Nafta
P A C Í F I C O
466 milhões de
habitantes
Mercosul
266 milhões de
habitantes
BRASIL
PARAGUAI
ARGENTINA
URUGUAI
Mercado Comum do Cone Sul
(Mercosul)
Acordo do Livre comércio da
América do Norte (Nafta)
Demais países
Fonte: Organizado pelo autor com dados do Fundo de População
da ONU e Banco Mundial
Esse bloco engloba diversas economias asiáticas, americanas
e da Oceania e, atualmente, é integrado por 21 países:
Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia,
Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia,
Papua--Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan,
Tailândia, Estados Unidos da América e Vietnã.
Somada a produção industrial de todos os países, chega-se
à metade de toda a produção mundial. Quando estiver em
pleno funcionamento, será o maior bloco econômico do mundo.
Alguns números impressionam e comprovam a eficiência do
bloco: o bloco reúne uma população de 2 559,3 milhões de
habitantes, alcançando um PIB de US$ 18 589,2 trilhões.
O principal objetivo da APEC é a redução de taxas
alfandegárias entre os países-membros para promover o
livre-comércio na Bacia do Pacífico, resultando no
desenvolvimento econômico da região. Ficou estabelecido que,
até 2010, os países desenvolvidos estabeleceriam uma zona
de livre comércio, e os outros, até 2020. Na prática, alguns
países já adotaram redução total de suas tarifas alfandegárias
e outros estão em processo de estudos para redução completa.
Editora Bernoulli
87
GEOGRAFIA
O comércio regionalizado
Frente C Módulo 02
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
03.
(UFMG–2006) É INCORRETO afirmar que a atual política
externa brasileira e o papel geopolítico do país, hoje, no
mundo, representam
01.
(PUC Minas–2006) Países que pretendem conciliar seus
A) uma aproximação do Nafta, em razão da necessidade
interesses no comércio internacional podem criar blocos
de se concretizarem os tratados comerciais entre
de mercados comuns. NÃO constitui fator que interfere
esse bloco e o Mercosul, tendo-se em vista a
nas tendências de organização de blocos mundiais de
implementação da Alca.
poder:
B) u m r e f o r ç o e m s u a p o s i ç ã o e c o n ô m i c a e ,
A) Permitem que as empresas disponham de mercados
possivelmente, um novo papel geopolítico no mundo,
mais amplos que a sua nação de origem.
graças à qualidade de potência regional do Brasil na
América do Sul.
B) Incrementam as políticas econômicas e geopolíticas
C) um repúdio à ocupação do Iraque e, por outro lado,
preocupadas com a abertura e expansão de fronteiras
um apoio à criação do Estado da Palestina, posições
comerciais entre os países-membros.
formalmente defendidas nos foros internacionais de
C) Favorecem internamente o fortalecimento de um
que o Brasil participa.
poder econômico descentralizado, capaz de promover
D) uma defesa da ideia do perdão, tanto pelo Brasil
a integração do comércio global.
quanto pelos países centrais, da dívida dos países
D) Propõem a incorporação de avanços científicos
mais pobres do mundo – especialmente os africanos.
e tecnológicos dos parceiros, beneficiando-se
mutuamente.
04.
(UFRGS) Em relação às negociações de implementação
da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), são feitas
02.
(PUC-SP–2006) Comparando-se o Mercosul e a União
as seguintes afirmações:
Europeia, é CORRETO afirmar que
I.
outras razões, porque ela prevê a proibição do
integração territorial por meio das infraestruturas
estabelecimento de acordos bilaterais e sub-regionais
(ferrovias, rodovias, hidrovias) antes mesmo de sua
entre as nações signatárias, o que acarretaria a
institucionalização, o Mercosul passou a expandir tais
abolição e a revogação do Mercosul e de outros
infraestruturas somente após sua criação e ainda
acordos.
assim em ritmo bastante lento.
II. O Chile é o país sul-americano mais reticente em relação
aos possíveis benefícios da Alca, já que enfrentaria
B) não são passíveis de comparação, pois a União
sérias dificuldades em competir com os produtos
Europeia resultou de um tratado amplo e antigo
entre países desenvolvidos e o Mercosul é um acordo
agrícolas norte-americanos, altamente subsidiados.
de livre-comércio entre países subdesenvolvidos
III. O governo brasileiro alega que a entrada de seus
que nunca visou a qualquer tipo de integração
produtos no mercado norte-americano é prejudicada
pelas barreiras não tarifárias, como o antidumping
regional.
e os direitos compensatórios, que favorecem os
C) a integração regional da União Europeia atinge as
interesses comerciais dos Estados Unidos.
esferas econômica, social, política e cultural do
mesmo modo que o Mercosul, que projeta para o
Quais estão CORRETAS?
futuro a plena integração comercial em todos os
A) Apenas I.
setores da economia e uma moeda comum ainda para
B) Apenas II.
2006.
C) Apenas III.
D) nos dois casos verificou-se que, após as tentativas de
D) Apenas I e II.
integração regional, as relações comerciais entre os
E) Apenas II e III.
países-membros praticamente não foram afetadas,
pondo em dúvida a eficácia dessas organizações
supranacionais.
88
O Brasil é contrário à criação da Alca, entre
A) enquanto a União Europeia conheceu ampla
05.
(UFG–2010) A geopolítica no continente americano sofreu
mudanças consideráveis na década atual, modificando
E) a União Europeia tem colhido fracassos em razão de
projetos institucionais que visavam maior influência
ser composta de países que têm um histórico recente
econômica dos Estados Unidos. Como contraponto a essas
de conflitos armados, ao passo que os sucessos do
iniciativas, o governo da Venezuela propôs a criação de
Mercosul devem-se à harmonia natural de países
um novo bloco. Esse bloco, que conta atualmente com a
vizinhos sem histórico de conflitos.
adesão de vários países, é
Coleção Estudo
O comércio regionalizado
A) o Mercosul, que visa a estreitar as relações com os
países do Cone Sul.
B) o Nafta, que busca aproximar os países da América
do Norte e Central.
C) o Pacto Andino, que surge do chamado Acordo de
Cartagena, com objetivo de integração econômica.
D) a Unasul, que objetiva criar mecanismos de proteção
aos países da América do Sul.
02.
(UFMG) Analise os mapas 1 e 2, em que estão destacadas
regiões que podem ser consideradas, em diferentes
momentos da evolução da economia mundial, como
“centros do mundo”:
Mapa I – A dominação pela insularidade
início do
século
XX
início do
século XX
E) a Alba, que propõe a unificação política e econômica
entre os países da América do Sul e da América Central.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
(UFTM-MG–2009) Observe a charge, que se refere às
relações econômicas entre o México e os Estados Unidos.
Limite do bloco eurasiático
Mapa II – O basculamento do centro do mundo
GEOGRAFIA
01.
Limite aproximado do novo centro do mundo
Deslocamento do centro de gravidade
Centro de gravidade nacional antigo
Centro mundial de organização planetária
Disponível em: <http://www.cagle.com/politicalcartoons/
pccartoons/archives>.
O conteúdo da charge destaca
A) os efeitos benéficos dos Estados Unidos sobre a
economia mexicana, pois, por meio da injeção de
dólares no país, a população mais pobre teve acesso
ao consumo.
B) a impossibilidade de se manterem os pequenos
produtores mexicanos no campo, em razão da
crescente influência da economia globalizada e das
ofertas de empregos nos Estados Unidos.
C) a dependência do México do mercado norte americano,
aprofundada pelo Nafta, o que faz com que sua
economia seja profundamente afetada pela atual crise
econômica.
D) o impulso dado à agricultura familiar mexicana pelo
comércio com os EUA, sob os efeitos do Nafta, que
tem tirado muitos agricultores da pobreza.
E) o impacto da crise sobre a atividade agrícola
mexicana, pois, com o Nafta, o México tornou-se
um dos maiores exportadores de alimentos para os
Estados Unidos.
Fonte: ROPIVIA, M.L. Géopolitiques du développment, de la
coopération et visions dum monde au XXI siècle.
Cahiers de Géographie du Québec, montréal, v.39, n. 107, 1995,
p. 338-339 (Adaptação).
Considerando-se as informações desses mapas,
é INCORRETO afirmar que,
A) no mapa 1, os centros mundiais são espaços privilegiados
pelas riquezas naturais do subsolo e por potencialidades
agrícolas, que lhes garantiram, por alguns séculos,
a autossuficiência necessária à expansão capitalista.
B) no mapa 1, as áreas hegemônicas se constituíram
pelo poder gerador de inovações tecnológicas, graças
à posição de potências científicas, fator que serviu de
suporte à aceleração do processo de acumulação de
capital.
C) no mapa 2, materializam-se as previsões a respeito
do “século asiático”, que se apoiará na vitalidade da
economia da bacia do Pacífico, com a participação do
conjunto de países formadores da APEC e de suas
potências regionais.
D) no mapa 2, a construção do “centro do mundo” é
resultado do transbordamento da riqueza de grandes
potências da área e do capital extrarregional atraído,
entre outros fatores, pela abertura política ou
econômica de países desse espaço geográfico.
Editora Bernoulli
89
Frente C Módulo 02
03.
(FGV-SP–2009) É inegável a importância do processo de
expansão da União Europeia que, atualmente, conta com
27 países-membros. No entanto, essa expansão trouxe
como uma de suas consequências
05.
A) a criação do espaço Schengen para controlar a circulação
de pessoas vindas dos novos membros do bloco.
B) a diminuição das taxas de desemprego pela
possibilidade de criação de unidades produtivas nos
novos países.
C) o aumento da renda per capita média e da qualidade
de vida da população do bloco.
D) a expansão do mercado consumidor e do potencial
produtivo do bloco.
E) a redução dos subsídios agrícolas dos membros
antigos que agora suprem seus mercados de
alimentos com a produção dos países ingressantes.
04.
EXAME CEO. Abril de 2009.
A leitura do texto e os conhecimentos sobre a dinâmica
econômica da atual década permitem afirmar que
A) a oportunidade de o bloco europeu tornar-se a
principal potência econômica e financeira do mundo
foi perdida.
B) a s a í d a v i á v e l p a r a o s p a í s e s d a E u r o p a
centro-oriental é diminuir a ação individualista dos
Estados em detrimento da integração.
(UFBA–2010) Na atual época da globalização, há uma
interligação entre as economias de todas as nações,
os capitais se movem em grande velocidade, bancos e
empresas se associam e se fundem em diferentes países
e continentes, e uma crise iniciada nos Estados Unidos,
a economia mais poderosa do planeta – responsável
por cerca de um quarto de tudo que é produzido no
mundo –, afeta todos os mercados em questão de horas.
C) os planos europeus de integração devem aumentar
de intensidade, sobretudo no que se refere à entrada
de novos membros.
D) a Europa ocidental enfrenta um dilema entre avançar
na integração ou cada país defender seus interesses
nacionais.
E) os planos de expansão de áreas de influência econômica
europeia tornaram-se inviáveis frente à crise.
ZOCCHI; JONES, 2009, p. 100.
A partir dessas informações e dos conhecimentos
sobre a crise econômica mundial e suas consequências,
pode-se afirmar:
01. O f l u x o i n t e n s o d e p r o d u t o s e s e r v i ç o s ,
a interdependência das economias dos países,
a formação de blocos econômicos, como o Mercosul,
são características da globalização.
02. A crise financeira do subprime – devedores com
histórico de inadimplência ou dificuldade de
comprovação de renda –, nos Estados Unidos,
em meados de 2007, levou ao “estouro da bolha
imobiliária”, que tomou dimensão internacional.
04. O baixo nível dos estoques mundiais de alimentos,
o acesso reduzido aos créditos e a possível ocorrência
de elevação da temperatura do planeta em mais
dois graus, nos próximos anos, poderão provocar a
diminuição mundial de alimentos, particularmente na
África, na Ásia e na América Latina.
08. Os países emergentes, como a China, a Índia e a
Federação Russa, ficaram à margem da tormenta,
mantendo seus mercados internos e externos em
equilíbrio e suas economias em crescimento.
16. A economia brasileira ainda sofre os reflexos da crise,
mesmo depois de vários meses de seu início, mas
é consenso que o Brasil foi um dos países menos
afetado, de acordo com pareceres de organizações,
como o Fundo Monetário Internacional, o Banco
Mundial e de alguns economistas do país.
32. A fase mais aguda da crise levou o Brasil a gastar as
suas reservas em moeda forte, restringir o mercado
externo, diminuindo significativamente o número de
compradores, e estagnar o crescimento do PIB do país.
64. A crise econômico-financeira de 1929 e a crise
eclodida em 2008 apresentam como semelhança
o processo de especulação e, como diferença,
a rapidez de propagação entre os mercados,
fenômeno específico da sociedade globalizada.
Soma (
90
)
Coleção Estudo
(FGV-MG–2010) Todo mundo sabe que o mundo está
atravessando a pior crise econômica desde a década
de 1930. [Na União Europeia] as reações protecionistas
são dolorosamente conhecidas: protestos contra
trabalhadores estrangeiros, exigências de proteção ao
comércio e um nacionalismo financeiro cujo objetivo
é limitar a circulação de dinheiro pelas fronteiras.
06.
(UFTM-MG–2009) Considere o texto a seguir para
responder à questão.
Um choque petrolífero pode, com um intervalo de tempo,
provocar uma desaceleração ou uma recessão numa região
do mundo e, simultaneamente, estimular a economia numa
outra região. No total, uma transferência de atividades
intensivas em energia dos países do Norte para os países
emergentes soma-se a um aumento do tráfego mundial de
mercadorias para acrescer finalmente o consumo de energia.
As pretensas “economias do conhecimento” pós-industriais
da OCDE (organização que reúne os 30 países mais ricos do
mundo) repousam numa transferência maciça da sua base
material e energética para as “economias emergentes”.
Disponível em: <resistir.info/energia/y_cochet_11jul05.
html#notas>.
“A s p r e t e n s a s ‘ e c o n o m i a s d o c o n h e c i m e n t o ’
pós-industriais da OCDE repousam numa transferência
maciça da sua base material e energética para as
‘economias emergentes’.” Pode-se citar, como exemplo
dessa transferência,
A) os Tigres Asiáticos, que se tornaram destino de
investimentos de empresas multinacionais japonesas
e norte-americanas a partir da década de 1980,
interessadas nas facilidades de importação / exportação
e na mão de obra barata, porém qualificada.
B) a instalação de agroindústrias multinacionais no Brasil,
a partir da década de 1970, para atuarem na produção
do álcool combustível no Sul e Sudeste, aproveitando-se
dos incentivos fiscais governamentais do programa
Proálcool.
C) o incentivo dos países ricos às políticas de
nacionalização de reservas e empresas petrolíferas,
realizadas por países subdesenvolvidos, que passam a
arcar sozinhos com os custos de pesquisa e exploração
do petróleo.
O comércio regionalizado
A criação desse bloco e a charge do caricaturista
Plantu compõem um quadro que aponta para uma
das contradições socioeconômicas mais marcantes
da globalização. São elementos constituintes dessa
contradição:
E) a industrialização do Canadá e do México, que
passaram a receber as unidades fabris de empresas
multinacionais norte-americanas, interessadas nas
facilidades de circulação de mercadorias a partir da
formação do Nafta, em 1990.
A) Poder das empresas globais / desorganização da
sociedade civil.
B) Incentivo à integração econômica / fragmentação
política pelo nacionalismo.
C) Facilidade para a circulação de riquezas / restrição à
circulação de pessoas.
(FURG-RS–2009) Assinale a alternativa CORRETA
sobre a formação dos blocos econômicos no século XX.
A) A criação do GATT (Acordo Geral de Tarifas e
Comércio), em 1947, representou um atraso nas
relações internacionais, superado apenas em 1995
com a criação da OMC (Organização Mundial do
Comércio).
D) Democracia nos países desenvolvidos / autoritarismo
nas nações subdesenvolvidas.
09.
B) O Alca (Acordo de Livre Comércio entre as Américas)
foi criado em 1995 para fortalecer a economia
da América Latina, abrangendo todos os paises
latino-americanos.
A) O Mercosul foi criado na década de 1980 através do
Tratado de Assunção assinado pelos países-membros
ou Estados partes: Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai.
C) A União Europeia, fundada em 1991, visava a
criação de uma moeda única, o euro, para facilitar
as transações comerciais entre os países-membros.
B) Após a criação do Mercosul, mais sete países
aderiram ao tratado como países associados: Bolívia,
Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Guiana
Francesa.
D) O N a f t a ( Tr a t a d o N o r t e - A m e r i c a n o d e
Livre-Comércio), que entrou em vigor em 1994,
abrange o Canadá, os Estados Unidos e o México e
visa a livre circulação de mercadorias e trabalhadores
entre os países-membros.
C) A presidência do Mercosul é exercida por rotação dos
estados-membros, em ordem alfabética, pelo período
de um ano.
E) Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram o
Tratado de Assunção, em 1991, visando a uma aliança
comercial para o fortalecimento da região.
08.
(UERJ-2008) Nafta – Em 1988, Estados Unidos e Canadá
assinaram um acordo de livre-comércio que recebeu a
adesão do México em 1992. Estava criado o Acordo de
Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que entrou
em vigor em 1 de janeiro de 1994. Um dos principais
pontos do acordo é eliminar tarifas alfandegárias e
obstáculos para o livre trânsito de bens e serviços.
ALMEIDA, Lúcia M. A. de; RINGOLIN, Tércio B. Fronteiras da
globalização. São Paulo: Ática, 2004 (Adaptação).
(UFRRJ–2007) Seguindo uma tendência mundial
de organização de blocos econômicos, os países
sul-americanos criaram o Mercosul (Mercado Comum
do Sul). Analise as afirmações a seguir e assinale a
alternativa CORRETA.
D) Os Estados Unidos não têm interesse no sucesso
do Mercosul porque este poderia atrasar a
consolidação da ALCA (Área de Livre Comércio
nas Américas).
E) Um dos maiores motivos do sucesso do Mercosul está
relacionado à economia diversificada e aos parques
industriais venezuelano e brasileiro.
10.
(UNESP-SP) Mercosul, Nafta, União Europeia são os
exemplos mais conhecidos de blocos econômicos ou
organizações internacionais definidas por um processo
de integração econômica. Para que o processo se
concretize, a teoria do comércio internacional define
quatro situações clássicas de integração econômica.
São elas:
A) União aduaneira, mercado comum, polos de atração
de investimentos do mundo e zona de preferências
tarifárias.
B) Zona de livre comércio, potencial agrícola,
investimentos na área de infraestrutura física e união
aduaneira.
C) União econômica e monetária, zona de preferências
tarifárias, zona de livre comércio, investimentos na
área de infraestrutura física.
D) Zona de preferências tarifárias, zona de livre
comércio, união aduaneira e polos de atração de
investimentos do mundo.
ADOUMIÉ, Vincenti et al. Historie-Géographie, 5ª. Paris:
Hachette Éducatior, 2005.
E) Zona de livre comércio, união aduaneira, mercado
comum e união econômica e monetária
Editora Bernoulli
91
GEOGRAFIA
07.
D) a transferência das culturas tropicais, de banana e
tabaco, do sul dos Estados Unidos para os países
da América Central, como estratégia do governo
norte-americano para incentivar esses países a
integrarem-se ao projeto da Alca, junto com o México.
Frente C Módulo 02
SEÇÃO ENEM
01.
PIIGS
(Enem–1998 / Adaptado) A Alemanha ajuda a concretizar
o bloco econômico da União Europeia. A participação nesse
Fazem parte da UE
Foi um acrônimo
criado para
denominar essas
cinco economias
da zona do Euro.
Fazem parte da
UE e integram a
zona do Euro
FINLÂNDIA
SUÉCIA
ESTÔNIA
LETÔNIA
DINAMARCA
bloco implica a adoção de um sistema socioeconômico
LITUÂNIA
HOLANDA
que
IRLANDA
BÉLGICA
A) dificulta a livre iniciativa econômica, inclusive das
ALEMANHA
LUXEMBURGO
FRANÇA
grandes empresas na Alemanha.
POLÔNIA
REP. TCHECA
ESLOVÁQUIA
ÁUSTRIA
HUNGRIA
ESLOVÊNIA
ROMÊNIA
ITÁLIA
B) ofereça mercado europeu mais restrito aos produtos
e serviços alemães.
PORTUGAL
ESPANHA
BULGÁRIA
GRÉCIA
C) diminua as oportunidades de iniciativa econômica
para os alemães em outros países e vice-versa.
Disponível em <www.uol.com.br/folha/dinheiro/images/>.
D) garanta o emprego, na Alemanha, pelo afastamento
Hoje, a economia é muito globalizada e integrada. A crise
da concorrência de outros países da própria União
de um país pode afetar diversos outros. Examinando as
Europeia.
informações apresentadas, pode-se inferir que
E) por meio da união de esforços com os o países da
A) Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha (PIIGS,
União Europeia, permita à economia alemã concorrer
em inglês o acrônimo significa “porcos”) fazem parte
em melhores condições com países de fora da União
da União Europeia, mas apenas os dois primeiros
Europeia.
participam da zona do Euro.
B) a crise do PIIGS é resultado tanto das medidas
tomadas em decorrência da crise econômica mundial,
02.
a partir de 2008, como da queda na arrecadação
Por que os PIIGS preocupam
interna desses países.
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha
acumulam déficit acima do teto de 3% estabelecido
C) acrônimo é uma palavra formada pelas letras ou
sílabas iniciais de palavras sucessivas de uma locução,
pela União Europeia
As contas
públicas desses
países ficaram
desequilibradas
porque eles
intensificaram os
+
gastos a partir
de 2008 para
conter os efeitos
da crise
econômica
mundial.
Ao mesmo
tempo, a crise
fez com que a
arrecadação
caísse, já que o
desemprego
aumentou,
derrubando o
consumo e
prejudicando o
resultado das
empresas.
=
sendo que PIIGS não representa uma forma pejorativa
A combinação de
gastos maiores e
arrecadação
menor fez o
déficit subir
acima do limite.
O principal
temor do
mercado é que
esses países
deem calote na
dívida.
Endividamento entre os PIIGS
Portugal Irlanda
População,
em milhões*
Itália
Grécia Espanha
10,627
4,450
60,45
11,260
45,828
PIB, em
bilhões de
euros*
162,3
164,2
1533,8
240,4
1049,1
Dívida, em
bilhões de
euros**
120,4
Déficit fiscal
em 2009*
9,3
11,7
5,3
12,7
11,4
Dívida em
relação ao
PIB**
73,7%
62,2%
116,3%
113,2%
49,7%
D
apesar da crise e da dívida instaladas nos PIIGS, não
existe nenhuma especulação sobre um provável calote,
já que os mesmos apresentam déficit fiscal inferior a 9%.
E) na região leste do espaço europeu, a atual crise
econômica destaca-se, o que retrata as consequências
do sistema político ideológico implantado no século XX.
GABARITO
Fixação
01. C
02. A
03. A
04. C
05. E
Propostos
104,4
1786,8
270,7
524,9
01. C
04. Soma = 87
07. E
02. A
05. D
08. C
03. D
06. A
09. D
Seção Enem
01. E
* Estimativa. ** Até o terceiro trimestre de 2009.
92
para os países envolvidos.
Coleção Estudo
02. B
10.
E