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Geografia Volume 1 1

Cartografia, no sentido lato da palavra, não é apenas uma das ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser postas em trabalho. ONU. Department of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY-BASE MAPS FOR WORLD NEEDS. Lake Success. O mapa de Ga-Sur datado de 2500 a.C. origina-se da Mesopotâmia. Coleção Estudo 05. (UFPB-2010) Na figura a seguir, observa-se a ilustração de um avião na rota São Paulo (SP)-Maringá (PR) voando, em linha reta sobre o Trópico de Capricórnio.

GEOGRAFIA Volume 01 Sumário - Geografia 2 Coleção Estudo Frente A 01 3 02 13 Fusos horários e projeções cartográficas Autora: Mara Rubinger Macedo 03 25 Convenções cartográficas e sensoriamento remoto Autora: Mara Rubinger Macedo 04 35 Estrutura interna da Terra Autora: Mara Rubinger Macedo Orientação e localização Autora: Mara Rubinger Macedo Frente B 01 02 43 Crescimento e distribuição da população Autor: Eduardo Gonzaga 59 Teorias demográficas e estrutura da população Autor: Eduardo Gonzaga Frente C 01 02 71 O comércio multilateral Autor: Eduardo Gonzaga 83 O comércio regionalizado Autor: Eduardo Gonzaga GEOGRAFIA MÓDULO 01 A Orientação e localização Cartografia, no sentido lato da palavra, não é apenas uma das ferramentas básicas do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser postas em trabalho. ONU. Department of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY BASE MAPS FOR WORLD NEEDS. Lake Success. FRENTE Movimentos da Terra Para entender melhor os princípios da orientação, é necessário compreender os movimentos do planeta Terra. Denominamos período o tempo que o planeta leva para completar uma órbita ao redor do Sol. No caso da Terra, ele vale aproximadamente 365 dias terrestres ou, mais precisamente: 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45 segundos e meio, que é a duração do chamado ano trópico. Por isso, para corrigir a diferença, a cada quatro anos se adiciona mais um dia ao mês de fevereiro (ano bissexto). Os movimentos mais importantes da Terra Rotação: O movimento de rotação é aquele que a Terra faz ao girar em torno do seu próprio eixo. Esse movimento é realizado de oeste para leste e tem duração aproximada de 24 horas. Esse movimento define os dias e as noites, uma vez que o movimento rotativo expõe gradativamente partes do planeta ao Sol, na mesma medida em que oculta as partes que lhe são opostas. A cada rotação completa, teremos um dia completo. Na Terra, esse dia tem, aproximadamente, 24 horas (mais precisamente: 23 horas, 56 minutos e 4 segundos). O mapa de Ga-Sur datado de 2500 a.C. origina-se da Mesopotâmia. Polo Norte A Cartografia é a ciência que se define como um conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas utilizados para elaborar e orientar o uso de mapas, cartas O e outras formas de representar elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, com base em Equad or resultados de observação direta e análises de documentação. L A palavra cartografia foi registrada, em língua portuguesa, pela primeira vez, em 1839, numa correspondência, indicando a ideia de um traçado de mapas e cartas. Hoje, Polo Sul entendemos Cartografia como a representação geométrica plana, simplificada e convencional, de toda ou de parte da superfície terrestre, apresentada por meio de mapas, cartas ou plantas. A Cartografia foi a principal ferramenta usada pela humanidade para ampliar os espaços territoriais e organizar sua ocupação, procurando facilitar a compreensão dos itens representados, localizando-os corretamente e distinguindo-os de acordo com sua importância. Movimento de rotação da Terra Translação: O nome translação é dado ao movimento que a Terra e os outros planetas fazem ao redor do Sol no sentido oeste para leste. Esse percurso ou órbita tem uma forma elíptica e dura 365 dias, cinco horas e 49 minutos e dois segundos, ou seja, um ano. É o movimento de translação da Terra o responsável pelas estações do ano. Editora Bernoulli 3 Frente A Módulo 01 A inclinação do eixo da Terra atualmente é de 23,45°. Nesse sentido, uma inclinação menor significa menor diferença da temperatura das estações do ano; maior inclinação significa maior diferença, ou seja, inverno mais frio e verão mais quente. Essa inclinação do eixo terrestre, há milhões de anos, chegou a 54°. A inclinação do eixo de rotação da Terra determina os solstícios e os equinócios. 4 Hemisfério Norte Hemisfério Norte Hemisfério Sul Periélio (Janeiro) Hemisfério Sul 1 N Noite Dia 3 Hemisfério Norte Afélio (Julho) Hemisfério Norte Hemisfério Sul 2 Primavera Outono Verão Inverno Afélio: (do latim, aphelium, quer dizer longínquo) é o ponto da órbita em que o planeta, está mais afastado do Sol. A distância entre a Terra e o Sol no afélio é de, aproximadamente, 152,5 milhões de quilômetros. Quando um astro se encontra no afélio, ele tem a menor velocidade de translação de toda a sua órbita. O planeta Terra passa pelo afélio no dia 4 de julho de cada ano. AS FERRAMENTAS DA CARTOGRAFIA Hemisfério Sul Orientação e localização - a rosa dos ventos e as coordenadas geográficas 1 Solstício de inverno, dia mais longo no Hemisfério Norte e dia mais curto no Hemisfério Sul (21 de junho) A rosa dos ventos corresponde a uma representação dos principais pontos de direção: cardeais, colaterais e os subcolaterais. 2 Equinócio de primavera, dia e noite têm iguais durações nos dois hemisférios (23 de setembro) Os pontos cardeais e suas subdivisões 3 Solstício de verão, dia mais curto no Hemisfério Norte e dia mais longo no Hemisfério Sul (21 de dezembro) 4 Equinócio de outono, dia e noite têm iguais durações nos dois hemisférios (20 de março) Solstícios: (do latim solstare, significa “sol distante”) correspondem aos momentos em que o Sol incide perpendicularmente sobre um dos trópicos (de Câncer ou de Capricórnio). Ocorrem nas datas de 21 ou 22 de junho e 21 de dezembro, causando distribuição irregular da luz e do calor do Sol nos Hemisférios Norte e Sul. Nos solstícios, os dias e as noites apresentam desigual duração, sendo observadas as maiores diferenças nas áreas com médias e grandes latitudes. Nas áreas de grandes latitudes (os polos), verificam-se os dias e as noites polares. Equinócios: (do latim aequinoctium, significa “noites iguais”) correspondem aos momentos em que o Sol incide perpendicularmente sobre a linha equatorial. Ocorrem nas datas de 20 ou 21 de março e 23 de setembro, causando distribuição igualitária da luz e do calor do Sol pelos Hemisférios Norte e Sul. Nos equinócios, os dias e as noites apresentam igual duração em toda a Terra. Durante o movimento de translação, que ocorre em órbita elíptica, a Terra assume distâncias diferentes em relação ao Sol: periélio (aproximação) e afélio (afastamento). 4 Periélio: (de peri, à volta, perto, e hélio, Sol) é o ponto da órbita de um planeta, planetoide, asteroide que está mais próximo do Sol. A distância entre a Terra e o Sol no periélio é de, aproximadamente, 147,5 milhões de quilômetros. Isso ocorre uma vez por ano, próximo ao dia 4 de janeiro. Coleção Estudo Os pontos cardeais são pontos de referência. Por meio deles, podemos localizar pontos na superfície terrestre. Os pontos norte e sul têm como referência os polos norte e sul, o leste tem como referência o lado em que o Sol “nasce” e o oeste tem como referência o lado onde o Sol “se põe”. Norte setentrião, setentrional 0º Sul meridião; meridional 180º Leste leste; levante; oriente; nascente 90º Oeste poente; ocidente; ocaso 270º Os pontos colaterais estão localizados nas posições intermediárias aos pontos cardeais: nordeste (NE), entre o norte e o leste; noroeste (NO), entre o norte e o oeste; sudeste (SE), entre o sul e o leste; sudoeste (SO), entre o sul e o oeste. NE Nordeste 45º SE Sudeste 135º SO Sudoeste 225º NO Noroeste 315º Os pontos subcolaterais estão localizados nas posições intermediárias aos pontos cardeais e colaterais: norte-nordeste (N-NE); norte-noroeste (N-NO); sul-sudeste (S-SE); sul-sudoeste (S-SO); leste-nordeste (L-NE); lestesudeste (L-SE); oeste-noroeste (O-NO) e oeste-sudoeste (O-SO). Reunidos, os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais formam a rosa dos ventos. Orientação e localização NNE Nor-Nordeste 22,5º ENE Lés-Nordeste 67,5º ESE Lés-Sueste 112,5º SSE Su-Sueste 157,5º SSO Su-Sudoeste 202,5º OSO Oés-Sudoeste 247,5º ONO Oés-Noroeste 292,5º NNO Nor-Noroeste 337,5º NN E 45° NE Declinação magnética E EN ON O NO N 360° 270° O L 90° É o ângulo entre o norte magnético e o norte geográfico. A declinação existe porque o polo norte e o polo magnético não coincidem. Essa declinação varia de acordo com a localização da área. Declinação magnética (20˚31’O) O ESE OS SO 225° Norte magnético SE SS O S E SS O N NN 315˚ 23˚ NN E NO O O OS 248˚ L 90˚ ESE 270˚ O A bússola 68˚ E A rosa dos ventos ON 293˚ Pontos subcolaterais 45˚ NE EN Pontos colaterais 0° 338˚ 135° 180° Pontos cardeais Norte geográfico Polo magnético GEOGRAFIA O NN É o mesmo que norte verdadeiro, assim chamado porque é o ponto por onde passa o eixo de rotação da Terra e que foi escolhido como o ponto de referência do sistema de coordenadas que deu origem às longitudes e latitudes. O norte verdadeiro (90°N) é o local onde todos os meridianos se interceptam. É a direção determinada pela agulha magnética de uma bússola orientada segundo o campo magnético natural da Terra. O norte magnético varia com o passar do tempo. 0° 315° Norte geográfico SE SO 225˚ SS O 203˚ Declinação magnética 113˚ S 180° E SS 135˚ 158˚ Sul geográfico sxc Azimute É a direção horizontal, no sentido horário, em relação ao norte, para uma estrela ou algum ponto terrestre. O nome é de origem árabe, de as-sumut, (caminho ou direção), ou seja, azimute é o posicionamento em relação ao norte (esquerda / direita). Exemplo: um azimute de 60 graus significa 60 graus à direita do norte. N Bússola A bússola é um instrumento composto de uma agulha imantada e uma rosa dos ventos, em que os pontos de orientação estão escritos nos 360º da circunferência. Cada quadrante corresponde a 90º. O norte está a 0º, o leste a 90º, o sul a 180º e o oeste a 270º. Para utilizar a bússola, basta deixá-la sobre uma superfície plana e a ponta pintada da agulha apontará a direção do norte magnético da Terra. N 0° 60° 270° 90° 180° Exemplo de azimute Editora Bernoulli 5 Frente A Módulo 01 Pontos Antípodas: o termo antípoda é usado na As coordenadas geográficas cartografia para se referir a coordenadas geográficas Segundo o IBGE, coordenadas geográficas são valores diametralmente opostas, que formam um ângulo de numéricos por meio dos quais podemos definir a posição 180º entre as longitudes e o oposto da latitude indicada. de um ponto na superfície da Terra, tendo o Equador como Isso significa que todos os pontos da superfície terrestre origem para as latitudes, e o Meridiano de Greenwich como têm antípodas nos hemisférios contrários àqueles em que origem das longitudes. se localizam. Para encontrar pontos antípodas, devemos, Os Meridianos são círculos máximos imaginários que cortam a Terra no sentido longitudinal (de polo a polo), todos eles dividindo-a em dois hemisférios. O meridiano de origem é o de Greenwich (0º), a partir do qual podem ser definidas as longitudes. A longitude nada mais é que a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre até a linha do Meridiano de Greenwich. Apresenta na latitude, conservar a distância e inverter o hemisfério e, na longitude, subtrair os graus de 180º e depois inverter o hemisfério. Por exemplo, o ponto antípoda da localidade cujas coordenadas geográficas são 20ºN e 80ºE terá as coordenadas 20ºS (inverte-se os hemisférios e mantém-se o grau) e 100ºW (inverte-se os hemisférios e diminui-se 180º de 80º, longitude conhecida). uma variação de 0º a 180º, tanto para o oeste quanto para o leste. Os Paralelos são círculos que cruzam os meridianos perpendicularmente, isto é, formando ângulos retos. O GPS (Global Positioning System) ou Sistema de Posicionamento Global Diferentemente dos meridianos, apenas o paralelo de origem, GPS (Global Positioning System) é a abreviatura o Equador (0º), é um círculo máximo. Os outros, tanto no de NAVSTAR GPS (Navigation System with Time and Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul, vão diminuindo Ranging Global Positioning System). Ele é um sistema de tamanho à proporção que se afastam do Equador, de radionavegação baseado em satélites, desenvolvido e até se transformarem em um ponto em cada polo (90º). controlado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos É a partir do Equador que se determinam as latitudes, da América (USDOD), que permite a qualquer usuário saber isto é, a distancia em graus de qualquer ponto da sua localização, sua velocidade e seu tempo, 24 horas por superfície terrestre em relação à Linha do Equador. As dia, sob quaisquer condições atmosféricas e em qualquer latitudes apresentam variação de 0º a 90º para o norte ou ponto do globo terrestre. para o sul. Na realidade, um sistema de posicionamento geográfico é Além do Equador, quatro outros paralelos, por serem que nos dá as coordenadas de um lugar na Terra, desde que considerados importantes na delimitação das zonas tenhamos um receptor de sinais de GPS. A nossa posição climáticas do planeta, recebem denominações. São eles: sobre a Terra é referenciada em relação ao Equador (latitude) os Trópicos de Câncer e Capricórnio, que apresentam e ao Meridiano de Greenwich (longitude). Assim, para a distância em relação ao Equador de 23º27’30”, e os saber a nossa posição sobre a Terra, basta saber a latitude, Círculos Polares Ártico e Antártico, que apresentam a distância em relação ao Equador de 66º33’22”. a longitude e a altitude. Latitude 60º Norte (+) 90º 90º Longitude 150º 180º150º 60º 120º 30º 90º Oeste (–) Paralelo de 0º referência 30º 30º 60º 90º 90º (–) Sul 60º Coleção Estudo 90º Leste (+) 60º º Princípio das coordenadas geográficas 6 120º 30º 60º 6 30º 30º 0º Meridiano de referência Orientação e localização Atualmente, é possível haver um sistema de posicionamento global devido à utilização dos satélites artificiais. Ao todo, são A lei das áreas: Das 1.ª e 2.ª leis conclui-se que o 24 satélites que dão uma volta em torno da Terra em cada movimento dos planetas não tem velocidade constante. Para que 12 horas e que enviam continuamente sinais de rádio. Em a área varrida seja proporcional ao tempo gasto em descrevê-la, cada ponto da Terra, estão sempre visíveis quatro satélites. Com os diferentes sinais desses quatro satélites, o receptor GPS calcula a latitude, a longitude e a altitude do lugar onde ele se encontra. Entre as áreas de aplicação do GPS, pode-se citar: navegação aérea, marítima e terrestre; levantamentos geodésicos e topográficos; monitoramento de veículos e mapeamento. é necessário que a velocidade seja máxima no periélio (ponto da órbita mais próximo do Sol) e mínima no afélio (ponto da órbita mais afastado do Sol). A partir das 1.ª e 2.ª leis, Kepler concluiu que o movimento dos planetas não tem velocidade constante. A velocidade mínima é atingida no afélio (ponto da órbita elíptica que está mais afastado do Sol) e a velocidade máxima é atingida no periélio (ponto da órbita elíptica que está mais próximo do Sol). Disponível em: <www.portaldoastronomo.org/ tema_19_4.php>. LEITURA COMPLEMENTAR A Física na Geografia EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO As Leis de Kepler e a música das esferas A diversidade dos fenômenos da Natureza é tão vasta e os 01. (UFG-GO–2007) Observe o mapa a seguir. que a mente humana nunca tenha falta de alimentos. KEPLER. Mysterium Cosmographicum, 1596. SOL As observações de Tycho Brahe sobre o movimento 18:00 horas aparente dos planetas, apesar de não apoiarem o “Mistério Cosmográfico”, permitiram a Kepler obter de modo empírico três Itaguara 44°30' W leis gerais que descrevem o movimento dos planetas. 1.ª Lei de Kepler As órbitas dos planetas são elipses, ocupando o Sol um dos seus focos. 2.ª Lei de Kepler (ou lei das áreas) O raio vetor que une o centro do Sol ao centro de cada planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais. 3.ª Lei de Kepler O quadrado do período de revolução T de cada planeta em torno do Sol é proporcional ao cubo do comprimento do semieixo Mateus Leme Florestal Juatuba Igarapé Rio Manso São Joaquim de Bicas Betim Mário Campos Sarzedo Esmeraldas Capim Branco Pedro Matozinhos Leopoldo Contagem Ribeirão São José das Neves da Lapa Confins Belo Horizonte Vespasiano Nova Lima Lagoa Santa Santa Luzia Raposos Brumadinho SABARÁ Rio Acima Taquaraçu de Minas Caeté maior da respectiva órbita (ou seja, a3/T2 = constante). Legenda Sede do município Escala: 0 15km 44°W Ibirité Baldim Jaboticatubas 43°30' W Nova União 20°S 19°30'S MIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000. p. 114 (Adaptação). A leitura e a interpretação do mapa, por meio da análise da rede geográfica e dos pontos de referência, indicam que o município de Sabará localiza-se A) ao norte de Belo Horizonte e ao sul de Caeté. B) a oeste de Nova Lima e a leste de Santa Luzia. C) a leste de Belo Horizonte e a oeste de Caeté. D) a oeste de Raposos e a leste de Santa Luzia. E) ao sul de Raposos e ao sul de Taquaraçu de Minas. Editora Bernoulli 7 GEOGRAFIA tesouros escondidos no Céu são tão ricos precisamente para Frente A Módulo 01 02. (UFMG–2006) Analise este bloco-diagrama, em que estão representados o relevo de uma região, que se caracteriza pela presença de um vale estreito e profundo, e o movimento aparente do Sol, ao longo do dia: POENTE 04. (UFPE) Observe atentamente o mapa a seguir e identifique os pontos A, B, C, D e E. A NASCENTE E 29º30' W C E B 30º00' Legenda: D 1. O ponto E é o que apresenta o menor valor de latitude. 2. Os pontos A e B estão situados praticamente à mesma Movimento aparente do Sol distância longitudinal de Greenwich. 3. O ponto C localiza-se numa faixa de latitudes médias 4. O ponto D está situado numa faixa climática bastante A) o grande vale central, que se estende no sentido dos meridianos, recebe o menor número de horas de insolação da região. 5. O maior valor de latitude é encontrado no ponto D. diferente daquela onde se localiza o ponto E. Estão CORRETAS B) as diferenças de intensidade da insolação, nas várias partes da região representada, se acentuam ao meio-dia local, quando o Sol está na altura máxima. A) 1, 2, 3, 4 e 5. D) 3, 4 e 5 apenas. B) 1 e 2 apenas. E) 1 e 4 apenas. C) as formas e a orientação do relevo, mais do que a latitude, criam importantes variações de insolação na região. C) 1, 4 e 5 apenas. D) as vertentes orientais recebem os raios solares mais diretamente durante a manhã, enquanto, nas ocidentais, essa incidência ocorre durante a tarde. 03. e de baixas altitudes. A partir da análise e da interpretação desse bloco-diagrama, é INCORRETO afirmar que 05. (UFMG) Observe o mapa. N (UFRGS-RS) 0º Luz Belo Horizonte 70 140 210 Suponha a realização de uma viagem de automóvel de I. Belo Horizonte a Luz, com a partida marcada para as 15h Proximidades da costa oriental da África km II. Setor ocidental do Oceano Índico de um dia ensolarado, na véspera do Natal. Nessa viagem, III. Proximidades da costa ocidental da África com duração aproximada de duas horas e trinta minutos, IV. Setor oriental do Oceano Atlântico Quais estão CORRETOS? A) Apenas I e II. D) Apenas II e IV. B) Apenas I e IV. E) Apenas III e IV. C) Apenas II e III. 8 0 Restos de um navio foram localizados nas seguintes coordenadas geográficas: 20° de latitude sul e 10° de longitude leste. Leia os itens a seguir, que contêm possíveis indicações do local do naufrágio do navio. Coleção Estudo o motorista irá receber mais intensamente os raios solares A) de frente e à sua esquerda. B) de frente e à sua direita. C) pelas costas e à sua esquerda. D) pelas costas e à sua direita. Orientação e localização EXERCÍCIOS PROPOSTOS 03. (PUCPR) Um navio que, navegando pelo Atlântico, cruza o Trópico de Câncer e segue do norte para o sul, de tal forma que, observando-se no mapa, a trajetória percorrida é (UEPG-PR–2009) Sobre o planeta Terra, seus movimentos e suas posições em relação ao Sol, assinale o que for CORRETO. representada como uma reta. Esse percurso descrito no enunciado revela que o navio I. 01. A Terra leva 365 dias e 6 horas para dar uma volta em torno do Sol, e isso faz com que o início de cada estação aconteça com seis horas de atraso em relação ao ano anterior. Depois de quatro anos, as estações ficam com um atraso de 24 horas, que é corrigido mediante a inclusão de um dia a mais no calendário, no mês de fevereiro (29 dias). É o ano bissexto. II. estará modificando constantemente a latitude, porém permanece na mesma longitude. III. estará se aproximando cada vez mais do meridiano de origem. 02. Nos solstícios, que ocorrem nos dias 21 de junho e 21 de dezembro, os raios solares incidem perpendicularmente sobre um dos trópicos. IV. estará navegando pelas águas do hemisfério austral. V. estará se distanciando cada vez mais do círculo polar 04. Os equinócios, dias e noites com a mesma duração, ocorrem nos dias 21 de março e 22 de setembro, quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre a Linha do Equador. ártico. Estão CORRETAS as afirmações A) II e V, apenas. 08. Quando a extremidade norte do eixo da Terra está inclinada na direção do Sol, a luz solar incide mais diretamente no Hemisfério Sul. O Sol fica mais alto no céu, o que produz um número maior de horas de luz natural ao sul do Equador. 16. A hora oficial dos países, baseada nos fusos horários, é adiantada a oeste e atrasada a leste em relação ao Meridiano de Greenwich. Soma ( 02. seguirá passando por latitudes cada vez maiores até cruzar a linha equatorial. B) I, II e IV. C) I, III e V. D) II e III, apenas. E) III, IV e V. 04. (UFLA-MG–2006) Observe a seguinte curiosidade. ) Bola dividida (UCPel-RS) Com relação à figura podemos afirmar que No estádio Milton de Souza Corrêa, o Zerão, em Macapá - AP, a linha central que divide o gramado está posicionada exatamente sobre a linha imaginária [...] Assim, no início 21 de março 22 de dezembro da partida, um time fica na metade norte do mundo e outro na parte sul e, é claro, durante o jogo os atletas trocam de hemisfério várias vezes. [Na cidade] além do estádio de futebol, parques, praças, bares e restaurantes aproveitam-se da posição estratégica para atrair os 21 de junho curiosos. Tamanha peculiaridade chamou a atenção do 23 de setembro Plano da elíptica jornalista inglês Alex Bellos, autor de um ótimo livro sobre o futebol brasileiro: Futebol – The Brazilian way of life, lançado em maio naquele país. 1. o movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol, junto com os outros planetas, definindo, assim, os dias e as noites, percorrendo um caminho que tem forma elíptica. Supernovas. Revista Superinteressante. 210 ed. São Paulo: Editora Abril, fevereiro de 2005, p. 16-17 (Adaptação). A alternativa a seguir que identifica CORRETAMENTE 2. ela representa o movimento da Terra em um período de 365 dias (um ano), definindo as estações do ano. tanto a linha imaginária mencionada no texto quanto o 3. os equinócios são demarcados pelos dias 21 de março e 23 de setembro. A) Linha do Equador – “metade norte do mundo”. indicativo dessa identificação é 4. o solstício é um período em que as noites são iguais aos dias. B) Trópico de Câncer – localização da cidade de 5. no verão do Hemisfério Sul, é possível considerar que a incidência dos raios do sol na superfície da Terra é praticamente perpendicular. C) Trópico de Capricórnio – “linha central que divide o Estão CORRETAS D) Linha do Greenwich – “atletas trocam de hemisfério”. A) 2, 3 e 5. C) 2, 3 e 4. B) 1, 2, 3, 4 e 5. D) 1, 2 e 3. E) 2, 4 e 5. Macapá-AP. gramado”. E) Círculo Polar Ártico – “aproveitam-se da posição estratégica”. Editora Bernoulli 9 GEOGRAFIA 01. Frente A Módulo 01 05. A partir da análise dessas figuras, é CORRETO afirmar que (UFPB–2010) Na figura a seguir, observa-se a ilustração de um avião na rota São Paulo (SP) – Maringá (PR) voando, A) as altas e médias latitudes mostradas em I apresentam maior maritimidade que aquelas mostradas em II. em linha reta sobre o Trópico de Capricórnio. Minas Gerais MATO GROSSO DO SUL B) as figuras I e II representam a distribuição dos continentes e oceanos, respectivamente, nos Hemisférios Sul e Norte do Globo. SÃO PAULO Maringá C) as regiões polares de ambos os hemisférios se diferenciam significativamente quanto à distribuição de terras e mares. São Paulo Trópico de Capricórnio PARANÁ 0 D) os limites externos das figuras I e II correspondem, respectivamente, aos Trópicos de Câncer e de Capricórnio. OCEANO ATLÂNTICO 100 200 300 400 Km 07. Lado direito (UFOP-MG) Nos mapas do globo terrestre são apresentadas linhas imaginárias, que têm a função de localizar qualquer ponto em sua superfície. Essas linhas constituem as chamadas coordenadas geográficas, determinadas a partir dos paralelos e meridianos. Sobre essas linhas, assinale a opção INCORRETA. A) Os trópicos e os círculos polares são paralelos que servem de referência para o estabelecimento dos 24 fusos horários da Terra. B) O paralelo 0º é a linha imaginária traçada na parte mais larga da Terra e corresponde ao círculo máximo perpendicular ao eixo terrestre. Lado esquerdo MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. C) Os meridianos são linhas que dão a volta na Terra, passando pelos dois polos, e têm sempre a mesma medida. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2007. Anexo (Adaptação). D) O m e r i d i a n o 0 º o u r e f e r ê n c i a – q u e p a s s a pelo observatório astronômico de Greenwich, uma cidade da Inglaterra – divide a Terra nos Hemisférios Ocidental e Oriental. Considerando que o avião está no meio do trajeto às 12h (horário de Brasília) e que a viagem está sendo efetuada em um dia ensolarado, sem nuvens, em pleno solstício de verão no Hemisfério Norte, é CORRETO afirmar que os raios solares incidirão com ângulo A) oblíquo no lado esquerdo do avião. 08. (UFOP-MG) Considere os hemisférios formados pela interseção da Linha do Equador com o Meridiano de Greenwich. B) oblíquo no lado direito do avião. C) reto na parte de cima do avião. D) oblíquo na parte dianteira do avião. E) oblíquo na parte traseira do avião. 06. (UFMG) Analise estas figuras: A esse respeito é INCORRETO afirmar: A) O Brasil tem a maioria de suas terras nos Hemisférios Sul e Ocidental. B) Os EUA têm a maioria de suas terras nos Hemisférios Norte e Ocidental. C) A China está localizada nos Hemisférios Norte e Oriental. I 10 Coleção Estudo II D) A Austrália está localizada nos Hemisférios Sul e Ocidental. Orientação e localização 09. (UFPR) Em relação às causas físicas que explicam o estabelecimento das linhas imaginárias do Equador, SEÇÃO ENEM Trópicos de Câncer e de Capricórnio e Círculos Polares 01. Ártico e Antártico, é CORRETO afirmar: (Enem–2000) “Casa que não entra Sol, entra médico.” Esse antigo ditado reforça a importância de, ao construirmos casas, darmos orientações adequadas aos dormitórios, de forma a garantir o máximo conforto térmico e salubridade. Assim, confrontando casas construídas em Lisboa (ao norte do Trópico de Câncer) e em Curitiba (ao sul do Trópico de Capricórnio), para garantir a necessária luz do Sol, as janelas dos quartos não devem estar voltadas, respectivamente, para os pontos cardeais A) Os Círculos Polar Ártico e Polar Antártico têm sua delimitação estabelecida pelos períodos de luz e sombra, que ocorrem devido à conjunção do eixo de inclinação terrestre e do movimento de translação da Terra em torno do Sol. B) O estabelecimento dos Trópicos de Câncer e de Capricórnio está relacionado ao movimento diário do Sol em torno da Terra. A) norte / sul. C) O movimento de rotação interfere no estabelecimento B) sul / norte. das linhas imaginárias do Equador, Trópico de Câncer C) leste / oeste. e Trópico de Capricórnio, bem como dos círculos D) oeste / leste. polares. E) oeste / oeste. D) Todas essas linhas imaginárias que correspondem à 02. O jardim de caminhos que se bifurcam princípio físico. [...] Uma lâmpada aclarava a plataforma, mas os rostos dos meninos ficavam na sombra. Um me perguntou: O senhor vai à casa do Dr. Stephen Albert? Sem aguardar resposta, outro disse: A casa fica longe daqui, mas o senhor não se perderá se tomar esse caminho à esquerda e se em cada encruzilhada do caminho dobrar à esquerda. E) Cada uma dessas linhas divide a Terra em duas partes iguais. 10. (Enem–2005) Leia o texto a seguir. graus porque foram estabelecidas segundo o mesmo (UFU-MG–2009) Observe a figura a seguir. Ela representa a Terra em uma determinada posição em relação ao Sol. Borges, J. Ficções. Rio de Janeiro: Globo, 1997. p. 96 (adaptado). Rotação da Terra Quanto à cena descrita, considere que I. o Sol nasce à direita dos meninos. II. o senhor seguiu o conselho dos meninos, tendo encontrado duas encruzilhadas até a casa. E q Conclui-se que o senhor caminhou, respectivamente, ua do nos sentidos Raios solares r A) oeste, sul e leste. B) leste, sul e oeste. C) oeste, norte e leste. A D) leste, norte e oeste. E) leste, norte e sul. Círculo de iluminação FERREIRA, Graça M. L.; MARTINELLI, M. Geografia em mapas: noções básicas de Geografia. São Paulo: Moderna, 2000. p. 29 (Adaptação). No momento em que a Terra se encontra na posição apresentada, verifica-se que, na cidade brasileira 03. No primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul, uma atividade de observação de sombras é realizada por alunos de Macapá, Porto Alegre e Recife. Para isso, utiliza-se uma vareta de 30 cm fincada no chão na posição vertical. Para marcar o tamanho e a posição da sombra, o chão é forrado com uma folha de cartolina, como mostra a figura: identificada na figura pelo ponto A, é A) manhã de um dia de verão. B) anoitecer de um dia de inverno. C) manhã de um dia de inverno. D) entardecer de um dia de primavera. Editora Bernoulli 11 GEOGRAFIA latitude e à longitude têm o mesmo valor relativo em Frente A Módulo 01 Nas figuras seguintes, estão representadas as sombras projetadas pelas varetas nas três cidades, no mesmo instante, ao meio-dia. A linha pontilhada indica a direção norte-sul. Boa Vista Macapá Manaus NORTE Equador São Luís Belém Recife Fortaleza Teresina João Pessoa Porto Velho Natal Recife Aracaju Cuiabá SUL Salvador Brasília Goiânia Belo Horizonte NORTE Porto Alegre Vitória São Paulo Trópico de Capricórnio Rio de Janeiro Curitiba Florianópolis Porto Alegre Levando-se em conta a localização dessas três cidades SUL no mapa, podemos afirmar que os comprimentos NORTE das sombras serão tanto maiores quanto maior for o afastamento da cidade em relação ao Macapá A) litoral. B) Equador. C) nível do mar. D) Trópico de Capricórnio. E) Meridiano de Greenwich. SUL GABARITO Fixação 01. C 02. B 03. E 04. C 05. A 02. A 03. A 04. A Propostos 01. Soma = 07 Seção Enem 01. A 12 02. A Coleção Estudo 03. B 05. B 06. C 07. A 08. D 09. A 10. C GEOGRAFIA MÓDULO 02 A Fusos horários e projeções cartográficas FUSOS HORÁRIOS FRENTE Meridiano de Greenwich (GMT) O movimento de rotação da Terra (direção oeste-leste) dura O Meridiano de Greenwich ou primeiro meridiano (0°), em média 24 horas, dando origem ao dia e à noite, bem como uma linha imaginária no centro do fuso zero, ficou definido ao chamado movimento aparente do Sol (que se dá no sentido na Conferência do Meridiano como referência da hora oficial contrário ao da Terra, de leste para oeste). Na medida em mundial, ou hora GMT (Greenwich Meridian Time). que o movimento de rotação se realiza, áreas que estavam A partir de 1986, a hora GMT foi substituída pelo UTC iluminadas vão gradativamente perdendo luminosidade. (Universal Time Coordinated), que é uma mensuração Em função de sua forma, o planeta Terra possui 360º de baseada em padrões atômicos e não na rotação da Terra. circunferência. Como a Terra demora aproximadamente 24 horas para girar completamente ao redor de si mesma, a cada Polo Norte hora que ela gira, cobre uma distância de 15° em relação ao Sol (360°/24 h = 15°/h). Devido ao movimento de rotação, Foi estabelecido que o primeiro fuso horário é a partir do Meridiano de Greenwich, Tempo Universal Coordenado (TUC), sendo que a partir dele traça-se meridianos a cada 15º (12 horas para cada hemisfério). Cada fuso horário é delimitado por dois meridianos e todos os lugares situados no seu interior têm a mesma hora – Longitude Oeste Meridiano central (Greenwich) as horas aumentam para leste e diminuem para o oeste. Longitude Leste a hora legal. A hora local é definida pela passagem do Sol pelo meridiano do lugar, mas a hora legal é definida pelo Polo Sul fuso onde estamos. Traçado do Meridiano de Greenwich 11 12 Linha Internacional da Data 13 10 Essa é a linha que acompanha o Antimeridiano de Greenwich (180º), atravessando o Oceano Pacífico. Por convenção internacional, esse meridiano determina a E W mudança de data civil em todo o planeta. Ao ultrapassar essa linha, exatamente no ponto em que ela se localiza, deve-se alterar a data para o dia anterior (a leste) ou seguinte (a oeste) à partida. Aqui, ocorre o inverso. Quando 24 atravessamos para o oeste, mudamos para o dia seguinte. A leste, avançamos para o dia anterior. Há, portanto, uma Movimento aparente do Sol mudança de dias e não de horas. Editora Bernoulli 13 Frente A Módulo 02 Calculando a hora no mundo 150 10 165 11 180 12 12 165 11 11 150 10 Os fusos horários são contados de 0º a 180º para oeste e para leste de Greenwich. Como a Terra gira no sentido oeste-leste, a cada 15º, partindo de Greenwich para o leste, as horas aumentam, e para o oeste, diminuem. • Há dois pontos estratégicos que delimitam as datas: a Linha Internacional da Data e o fuso em que temos meia-noite. Entendamos que meia-noite é o final de um dia e o começo de outro, assim, ficou 60 convencionado que o dia anterior fica compreendido entre o lado oeste da Linha Internacional da Data (LID) e o fuso que é meia-noite. Por sua vez, o dia seguinte vai do fuso que é meia-noite até o lado leste W E da LID. 45 • subtraem-se 24 horas E W Cruzando a LID do Hemisfério Oriental para o Ocidental, passamos para o dia anterior. • adicionam-se 24 horas 30 Podemos ter horas iguais: como o fuso 12 é dividido pela LID, ficando uma parte em cada hemisfério, pode ocorrer que dois lugares situados no mesmo fuso tenham a mesma hora só que com datas diferentes. Havaí Ilhas Marshall Fusos horários no Brasil 15 Em junho de 2008, no Brasil, foram adotados três fusos horários que permanecem atrasados se comparados ao Meridiano de Greenwich. Até 2008, a 30º de Greenwich, as regiões brasileiras das Ilhas Ilhas Salomão Oceânicas apresentavam o horário adiantado em uma hora em relação ao horário oficial de Brasília. A 45º de Greenwich, as regiões de Brasília, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Paraná 15 e todos os estados litorâneos apresentavam o fuso horário atrasado em três horas em relação a Greenwich. A 60º de Greenwich, as regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, parte do Pará, parte do Amazonas e o 30 Acre tinham o fuso horário atrasado em quatro horas. Porém, com a mudança oficial ocorrida em junho de Nova Zelândia 2008 no Pará, os municípios com uma hora de diferença passaram a ter o mesmo fuso horário de Brasília. O estado 45 do Amazonas, que possui seis municípios com duas horas de atraso, passou a ter uma hora de diferença da capital federal. Já o estado do Acre, que possui duas horas de atraso Domingo Sábado em relação ao horário oficial do país (e –5h em relação ao Meridiano de Greenwich), passou a ter uma hora de diferença 10 11 23h 12 24h 12 0h 11 11 1h Linha Internacional de Mudança de Data Traçado da LID 14 Coleção Estudo 10 em relação a Brasília. O principal objetivo da mudança é a integração com o sistema financeiro, além de facilitar o transporte aéreo e a comunicação dos três estados com o restante do país. Fusos horários e projeções cartográficas A ideia de adiantar em 1 hora os relógios no período Fusos horários do Brasil até junho de 2008 de verão surgiu nos Estados Unidos, com a denominação N AMAPÁ MARANHÃO RIO GRANDE DO NORTE PARÁ TOCANTINS ACRE RONDÔNIA MATO GROSSO PIAUÍ BAHIA DF PARAÍBA PERNAMBUCO ALAGOAS SERGIPE OCEANO ATLÂNTICO GOIÁS MINAS MATO GERAIS ESPÍRITO GROSSO SANTO DO SUL SÃO PAULO RIO DE PARANÁ JANEIRO SANTA RIO CATARINA GRANDE DO SUL OCEANO PACÍFICO - 5 horas - 4 horas os dias mais longos do ano. O horário de verão no Brasil foi instituído, pela primeira vez, no verão de 1931-1932. CEARÁ AMAZONAS daylight saving time. O objetivo era aproveitar ao máximo Até 1967 sua implantação foi feita de forma esporádica e sem um critério científico mais apurado. Apenas a partir de 1985 a medida passou a vigorar todos os anos. O principal objetivo da implantação do horário de verão é o melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução na geração da energia elétrica em aproximadamente 4% a 5%. Os estados do Nordeste e do Norte do Brasil não adotam o horário de verão porque nessas regiões, por estarem próximos ao Equador, a quantidade de horas do dia com 0 300 km luminosidade natural varia muito pouco ao longo do ano. - 2 horas - 3 horas Os estados do Pará e do Amazonas apresentam dois fusos diferentes e o estado do Acre possui 2 horas de diferença em relação ao horário oficial de Brasília. RR AP Fusos horários do Brasil a partir de junho de 2008 PA AC MARANHÃO PI RO TO MT BA CEARÁ AMAZONAS TOCANTINS ACRE RONDÔNIA MATO GROSSO PIAUÍ BAHIA OCEANO PACÍFICO DF - 5 horas PARAÍBA PERNAMBUCO ALAGOAS SERGIPE OCEANO ATLÂNTICO GOIÁS MINAS MATO GERAIS ESPÍRITO GROSSO SANTO DO SUL SÃO PAULO RIO DE PARANÁ JANEIRO SANTA RIO CATARINA 0 GRANDE DO SUL - 4 horas - 3 horas RN PB PE AL SE DF RIO GRANDE DO NORTE PARÁ CE MA N AMAPÁ RORAIMA AM GO + 1h No horário de verão, os relógios devem ser adiantados em uma hora. MG MS SP PR Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o fuso horário é de menos 1h em relação a Brasília. ES RJ SC RS Não adotam horário de verão N 0 Adotam horário de verão 600 km 300 km - 2 horas O estado do Pará passa a ter o mesmo fuso de Brasília, os estados do Amazonas e do Acre passam a ter uma hora de diferença em relação à capital federal. MAPAS E REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA Os mapas representam um dos principais instrumentos da Geografia. Eles são úteis para analisar e interpretar a Horário de verão O horário oficial utilizado como base para todo o território brasileiro é o de Brasília, que se mantém atrasado três horas em relação ao Meridiano de Greenwich. Durante o conhecido horário de verão, é acrescida uma hora às regiões que o utilizam como forma de diminuir o consumo de energia. realidade espacial e também para interferir nela, propondo ações de planejamento. Os mapas físicos, políticos e temáticos revelam os aspectos visíveis da paisagem ou das fronteiras políticas, espelham projetos de desenvolvimento regional ou contribuem para organizar operações militares, sendo, portanto, considerados instrumentos estratégicos. Editora Bernoulli 15 GEOGRAFIA RORAIMA Frente A Módulo 02 Observação: Os termos mapa e carta são, muitas vezes, usados como sinônimos. Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos. As projeções se baseiam em princípios geométricos e matemáticos de construção, sendo que a maioria se apoia no conceito de superfície de projeção. Esta nada mais é que uma superfície teórica / fictícia posicionada junto ao modelo de superfície da Terra, conforme ilustra a figura a seguir: Princípios das projeções cartográficas IBGE Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala. IBGE Planta é um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito limitada e a escala é grande, consequentemente, o número de detalhes é bem maior. IBGE Os tipos de mapas De acordo com a finalidade ou o tipo de usuário a que se destinam, os mapas ou cartas podem ser classificados em: • Gerais: Quando se destinam ao público em geral, isto é, atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente Superfície de projeção A partir desse modelo, são projetados todos os pontos possíveis da superfície terrestre na superfície de projeção, que podem ser de três tipos: A) Projeções cônicas: a superfície de projeção é um cone; B) Projeções azimutais: a superfície de projeção é um plano; C) Projeções cilíndricas: a superfície de projeção é um cilindro. Para efeitos didáticos, considera-se que cada superfície de projeção tangencia o modelo de superfície terrestre, normalmente, em um ponto (ou em paralelos de contato), caracterizado por apresentar a menor deformação do sistema de projeção considerado. Assim, temos: A) são mapas de pequena escala. Por exemplo: mapas de grandes regiões, de países, de continentes e mapas-múndi. • Projeções cônicas: o cone de projeção é tangente às médias latitudes, a partir das quais as deformações aumentam, tanto em direção ao polo quanto ao Equador. Especiais: Quando se destinam a determinadas pessoas ou grupos (profissionais), isto é, são mapas mais específicos ou técnicos e geralmente de grande escala. Por exemplo: mapas políticos, econômicos, científicos, cartas náuticas, aéreas e cadastrais. • Temáticos: Quando se destinam ao estudo, análise e pesquisa de determinados temas como geologia, pedologia, demografia, etc. Cone B) Projeções azimutais: o plano de projeção é tangente às altas latitudes (um dos polos), a partir das quais as deformações aumentam em direção às menores latitudes. Projeções cartográficas Os sistemas de projeções cartográficas constituem formas de representação cartográfica que transformam as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. 16 Coleção Estudo Plano Fusos horários e projeções cartográficas C) Projeções cilíndricas: o cilindro de projeção é tangente ao Equador, a partir de onde as deformações aumentam em direção às altas latitudes. Cilindro Vale ressaltar que cada um dos modelos descritos pode ser também aplicado a qualquer região do globo, mas essas aplicações são as mais comuns para os tipos de projeções estudados (Mercator, Peters, Azimutal, etc.). Projeções cônicas Apresentam os meridianos retos e paralelos curvos, sendo usadas para representar regiões de latitudes médias. Na projeção cônica, as deformações são mínimas nas latitudes médias, aumentando à medida que as zonas representadas estão mais distantes. A projeção cônica é recomendada para representar mapas regionais (pequenas partes da superfície terrestre), normalmente em latitudes médias (a partir de 50ºN ou S), ou nas proximidades das regiões polares. A) Equidistantes – as que não apresentam deformações lineares para algumas linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme. B) Conformes – representam, sem deformação, todos os ângulos em torno de quaisquer pontos, e, decorrentes dessa propriedade, não deformam pequenas regiões. C) Equivalentes – têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando, assim, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a mesma relação com a área de todo o mapa. D) Afiláticas – não possuem nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto é, equivalência, conformidade e equidistância, ou seja, são as projeções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados. Projeções cilíndricas Servem para representar as regiões de baixa latitude, já que apresentam paralelos e meridianos retos, deformam e exageram as regiões polares. Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta centrada na Europa. GEOGRAFIA Os diversos tipos de projeções existentes procuram manter um dos três fundamentos básicos da cartografia: a distância, a forma e os ângulos. Para isso, podem ser classificadas em: Projeções azimutais Apresentam paralelos em círculos concêntricos e meridianos retos, sendo mais utilizadas para representar as regiões polares (de altas latitudes) com o polo projetado no centro de um plano, o que acarreta menores distorções nas altas latitudes, especialmente no ponto de tangência. Editora Bernoulli 17 Frente A Módulo 02 Projeções mais importantes Projeção de Mercator É uma projeção cilíndrica conforme, elaborada no século XVI, para os navegadores, pelo cartógrafo e matemático holandês Gerhard Kremer durante o período da Expansão Marítima europeia, priorizando a localização dos continentes. Essa projeção: • apresenta os meridianos e os paralelos em linhas retas, os quais se cortam em ângulos retos; • manteve as formas dos continentes, mas não respeitou as proporções reais; • apresenta as regiões polares de maneira exagerada; • é excelente para a navegação; • é correta nos ângulos e formas; • dispõe a Europa no centro do mapa (eurocentrismo). Na projeção de Peters (ou “Projeção Equivalente de Peters”) os meridianos estão separados em intervalos crescentes desde os polos até o Equador e, por isso, os continentes situados entre os meridianos 60º norte e sul apresentam uma deformação (alongamento) no sentido norte-sul, sendo que os continentes que se situam em uma latitude elevada (Groenlândia, Canadá, etc.) apresentam um achatamento no sentido norte-sul e um alongamento proposital (para haver correspondência em tamanho) no sentido leste-oeste. Essa projeção se caracteriza por: • alterar as formas para manter as reais proporções dos continentes; • manter a área proporcional dos continentes mais próxima do tamanho real apesar de deformá-los; • destacar o continente africano no centro do mapa; • propor a valorização do mundo subdesenvolvido, mostrando sua área real. Projeção de Mollweide Nessa projeção, os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções. Projeção de Peters Projeção de Mollweide Projeção de Goode Essa é uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes, para lograr maior exatidão. A projeção de Peters é cilíndrica e tangente ao Equador, parecida com a de Mercator, mas com a diferença fundamental de representar, o mais próximo possível da realidade, a proporção de tamanho entre os continentes sem se preocupar com a equivalência das distâncias. 18 Coleção Estudo Projeção de Goode Fusos horários e projeções cartográficas Anamorfose São mapas esquemáticos, sem escala cartográfica. Nessas representações, as áreas sofrem deformações matematicamente calculadas, tornando-se diretamente proporcionais a um determinado critério ou informação que se está considerando. Finlândia Noruega Reino Belarus Suécia Unido Dinamarca Países Baixos Polônia Alemanha Bélgica Rep. Tcheca Áustria França Rússia Ucrânia Estados Unidos Espanha Itália China Casaquistão Bulgária Hungria Romênia Coreia do Sul Canadá Japão Uzbequistão Grécia Turquia Filipinas Irã Israel Tailândia México Arábia Saudita Paquistão Índia Cingapura Malásia Venezuela Indonésia Argélia Colômbia Egito Austrália Nigéria Brasil África do Sul Argentina EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO A partir da leitura e da análise feitas, é INCORRETO afirmar que 01. A) a realidade geográfica pode ser representada por, entre outras, duas expressões de linguagem – a literária e a cartográfica. (UFMG) Leia este texto e analise o mapa que se segue a ele: Veja, a costa do Maranhão é o desenho, a linha frontal duma gaivota em vôo, o desdobrar-se d’asas: ela encentra um V, um golfo aberto em ângulo. O lado esquerdo desse golfão é a baía de São Marcos, baía do Tubarão, há quem o diga. Na verdade, por ali dá muito esqualo, às vezes enxameiam, e o tempo, à noite, cheira à melancia. No foco, a ilha, onde se situa a capital, numa esplanada sobre outro golfete – este braço da baía, em que saem os estuários de dois rios. São Luís tem água por três lados. [...] Para resumir, chame tudo isso de “a baía”. ROSA, João Guimarães. Estas estórias. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 30. Litoral do Maranhão OCEANO ATLÂNTICO 2º00’00’’ 2º00’00’’ São Luís é ba pe Par ta o I c u ru n 100 km 6º00’00’’ 6º00’00’’ 46º00’00’’ D) o mapa, mesmo com a escala utilizada, mostra, com mais detalhe que o texto, as características físicas do litoral maranhense. 02. (UnB-DF) Muitas ferramentas, de variados tipos, são usadas nos estudos geográficos, mas provavelmente a mais importante e a mais universal seja o mapa. Em relação à função e às características dos mapas, julgue os itens que se seguem. ( ) Mapas são representações cartográficas acuradas e fiéis da superfície terrestre, uma vez que as projeções neles utilizadas eliminam as distorções que a curvatura da Terra poderia causar. ( ) A representação cartográfica supre a lacuna da informação fragmentada, já que possibilita a visão de conjunto dos fenômenos ali dispostos. MARANHÃO 0 C) o texto revela a capacidade de um autor não geógrafo em descrever, sinteticamente, uma determinada região geográfica. ( ) Plotar, nos mapas, informações de caráter ambiental, social, político ou econômico é o objetivo central das análises geográficas. aí ar Rio o Pind Ri Ri B) a abrangência espacial da área descrita no texto é maior que a abrangência espacial da área reproduzida cartograficamente. 42º00’00’’ ( ) Transformações políticas em uma região são capazes de modificar o traçado dos mapas. Editora Bernoulli 19 GEOGRAFIA Anamorfose Frente A Módulo 02 03. A) Paulo (UFES) Por volta das 9 horas do dia 11 de setembro de 4h – dia 6 D) Paulo 7h – dia 6 2001, o mundo assistiu atônito aos ataques terroristas às Pedro 2h – dia 6 Pedro 9h – dia 5 torres gêmeas do “World Trade Center”, na cidade de Nova Clara Clara lorque, localizada a 74° de longitude oeste de Greenwich. B) Paulo Tem-se apontado como o autor intelectual dos ataques 16h – dia 5 5h – dia 6 E) Paulo 18h – dia 6 5h – dia 6 Pedro 3h – dia 6 Pedro 2h – dia 6 Afeganistão. A diferença horária entre a cidade de Cabul, Clara Clara no Afeganistão, e a cidade de Nova lorque, nos EUA, C) Paulo o saudita Osama Bin Laden, que se encontra escondido no é de +9h30min. Com base nas informações anteriores, 5h – dia 5 18h – dia 5 17h – dia 5 Pedro 15h – dia 5 a longitude da capital afegã é Clara 18h – dia 6 A) 142°30’ longitude oeste de Greenwich. B) 135°00’ longitude oeste de Nova lorque. C) 216°30’ longitude leste de Nova lorque. D) 83°30’ longitude leste de Greenwich. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. E) 68°30’ longitude leste de Greenwich. (Fatec-SP–2008) Analise as representações cartográficas. Noruega Coreia do Sul Canadá 04. (Unimontes-MG–2008) Observe a figura. Rússia Reino Unido China Alemanha Estados Unidos França Japão Turquia Suíça Índia Cingapura Itália Espanha Indonésia Austrália Egito Equador México Peru dor Equa África do Sul Brasil Argentina Reino Unido Canadá Estados Unidos Fonte: MOREIRA; SENE, 2004. França A partir da projeção dos meridianos e paralelos é construída em Japão Turquia Egito Venezuela Brasil A) um cilindro tangente à superfície de referência, desenvolvendo, a seguir, o cilindro num plano. China Itália México geográficos, a forma cartográfica representada na figura Rússia Alemanha Nigéria Paquistão Bangladesh Filipinas Índia Argentina Indonésia B) uma esfera tangente à superfície de referência, desenvolvendo, a seguir, o globo num plano. C) um cone tangente à superfície de referência, desenvolvendo, a seguir, o cone num plano. D) qualquer ponto da superfície de referência por um pedaço de papel num plano. 05. (PUC RS) Três jovens amigos estão localizados em pontos diferentes da Terra: Paulo está a 165° leste de Greenwich; Essas representações são anamorfoses geográficas. Uma anamorfose geográfica representa a superfície dos países em áreas proporcionais a uma determinada quantidade. As anamorfoses anteriores representam, respectivamente, A) o número de turistas recebidos e o produto nacional bruto. B) o produto nacional bruto e a população. Pedro permanece a 45° a oeste de Paulo, e Clara está a C) a população e o número de turistas recebidos. 2° oeste de Greenwich. Sabendo que no Meridiano Inicial D) a população ativa na agricultura e o produto são 18 horas do dia 5 de janeiro, a hora legal e o dia em que estão Paulo, Pedro e Clara são, respectivamente, 20 SIMIELLI M. E., Geoatlas, 2007. Coleção Estudo nacional bruto. E) a população e a população ativa na agricultura. Fusos horários e projeções cartográficas 02. A) há três horários diferentes, aumentando para leste; (UFRN) As figuras a seguir foram construídas utilizando sendo o primeiro fuso horário até 5°E, o segundo de a projeção do tipo azimutal equidistante. 5° a 30°E e o terceiro depois de 30°E. Projeção azimutal equidistante B) as horas serão exatamente as mesmas em todas essas cidades, porque elas se situam na linha imaginária de 50°N. C) as horas se apresentam com acréscimo, de Berlim África para Astana, devido ao sentido de rotação da Terra e à incidência dos raios solares. Europa Ásia Europa 1 Equador D) as horas se apresentam em decréscimo, de Londres Equador Ásia América 2 África América para Kiev, devido ao sentido de rotação da Terra e à incidência dos raios solares. Oceania E) há dois horários diferentes, diminuindo para leste; Oceania sendo o primeiro até Kiev e o segundo até Novosibirsk. 04. 2. Délhi 1. Pearl Harbor SENE, E. de; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: (FUVEST-SP) Com base de seus conhecimentos sobre projeções cartográficas e analisando a que foi utilizada no mapa a seguir, você pode inferir que se trata da projeção GEOGRAFIA Scipione, 2003. p. 446. Polo de decisão Sobre esse tipo de projeção, podemos afirmar que Esboço do “centro” mundial A) representa as áreas de latitudes médias e a conservação das formas e dos ângulos continentais. Relação de dominância B) mostra um mundo igual para as pessoas e as nações, apresentando, pois, um conteúdo político e social. C) conserva as formas das massas e a proporcionalidade D) representa distâncias e direções exatas a partir de um centro, revelando, dessa forma, um conteúdo geopolítico. 03. Equador dos diversos continentes. (FUVEST-SP) 0º 1 30º 70º 2 3 4 5 A) de Mercator, adequada para estabelecer a direção das 7 6 50ºN 0 Legenda 1. Londres 2. Amsterdã 3. Berlim 4. Varsóvia 5. Kiev 6. Astana 580 km 7. Novosibirsk A Terra gira sobre ela mesma de oeste para leste. Assim, teoricamente, todos os pontos, no mesmo fuso horário, têm a mesma hora. Com base nessas informações e no mapa, podemos afirmar que rotas comerciais marítimas. B) polar, adequada para representações geoestratégicas e geopolíticas. C) de Peters, adequada para representar a área dos continentes, sem deformações. D) cilíndrica, adequada para a representação centrada nas regiões polares. E) cônica, adequada para representar as regiões de latitudes médias. Editora Bernoulli 21 Frente A Módulo 02 05. (FUVEST-SP–2010) A personagem Mafalda, que está em 06. (PUC–2007) Buenos Aires, olha o globo em que o norte está para cima e afirma: “a gente está de cabeça pra baixo”. Quem olha para o céu noturno dessa posição geográfica não vê a Estrela Polar, referência do polo astronômico norte, e sim o Cruzeiro do Sul, referência do polo astronômico sul. Se os polos do globo de Mafalda estivessem posicionados de acordo com os polos astronômicos, ou seja, o polo geográfico sul apontando para o polo astronômico sul, seria CORRETO afirmar que QUINO. Ediciones de la Flor. S.R.L. O texto faz uma importante reflexão referente ao uso ideológico das representações cartográficas. Segundo a crítica, a representação do norte, na parte superior dos mapas, deve ser entendida num contexto histórico específico, que se relaciona A) ao período da geopolítica da Guerra Fria, visto que os Estados Unidos e a União Soviética passaram a ser representados na parte superior dos mapas após a Segunda Guerra Mundial. B) a uma visão estadunidense, que no século XX impôs a representação do território dos Estados Unidos da América na parte superior. C) a uma visão eurocêntrica, que convencionou representar o continente europeu na parte superior dos planisférios, ainda no século XVI. D) aos interesses da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que, na segunda metade do século XX, impôs a representação de sua área de atuação Quino. Toda Mafalda. Martins Fontes, 1999. na parte superior dos mapas. A) o norte do globo estaria para cima, o sul para baixo e Mafalda estaria realmente de cabeça para baixo. 07. (Mackenzie-SP–2010) Projeção Geopolítica B) o norte do globo estaria para cima e o sul para baixo, mas Mafalda não estaria de cabeça para baixo por A cartografia oferece, de modo geral, uma imagem do causa da gravidade. planeta focalizada no Equador e centrada na Europa C) o norte do globo estaria para cima, o sul para baixo, e quem estaria de cabeça para baixo seriam os habitantes do Hemisfério Norte. planisférios, tende a incutir ou a perpetuar algumas noções enganosas a respeito da configuração das massas continentais e das relações de distância entre os países. D) o sul do globo estaria para cima e o Norte para baixo, A Geopolítica opera com projeções cartográficas menos mas Mafalda estaria de cabeça para baixo por causa usuais, capazes de evidenciar realidades geralmente da gravidade. pouco enfatizadas. Entre elas, está a projeção azimutal E) o sul do globo estaria para cima, o norte para baixo e Mafalda não teria razão em afirmar que está de cabeça para baixo. 22 e África. Essa imagem, reproduzida à exaustão nos Coleção Estudo equidistante. MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo: da Guerra Fria aos nossos dias. Fusos horários e projeções cartográficas Considere os conceitos, a seguir, que relacionam as A) Apresenta direções e distâncias verdadeiras a partir de seu centro. Os mapas, confeccionados com base nessa projeção, têm por centro qualquer ponto escolhido. Eles proporcionam, a cada Espaço, uma visão de mundo centrada no seu próprio território. B) Apresenta direções e distâncias verdadeiras a partir das suas periferias, havendo proporcionalidade de áreas em todo o mapa e favorecendo a visão do mundo subdesenvolvido. C) Apresenta direções e distâncias alteradas, não havendo proporcionalidade de formas e favorecendo a visão do mundo desenvolvido. D) Também conhecida como transmutal, na qual os ângulos são idênticos, não apresentando distorções evidentes. E) Apresenta as áreas proporcionalmente idênticas às da esfera terrestre, embora os ângulos possam estar deformados em comparação com a realidade. anteriores. Depois, assinale a alternativa que aponta a (UEPG-PR) Sobre projeções cartográficas e convenções utilizadas na confecção de mapas, assinale o que for CORRETO. ( ) As projeções cilíndricas, a exemplo da de Mercator, são baseadas na projeção dos paralelos e meridianos em um cilindro envolvente, posteriormente planificado. ( ) As projeções azimutais se baseiam na projeção da superfície terrestre num plano em que os meridianos são linhas retas divergentes e os paralelos são círculos concêntricos. ( ) As projeções cônicas são baseadas na projeção do globo terrestre sobre um cone que o tangencia e que depois é planificado. ( ) Os símbolos ou sinais utilizados nos mapas são denominados convenções. As formas de relevo podem ser representadas por curvas de nível. ( ) A profundidade nos oceanos é representada nos mapas por tonalidades diferentes da cor azul, indo de um tom mais escuro (maiores profundidades) para um azul-esbranquiçado (menores profundidades). informações do texto com as ilustrações 1, 2 e 3, sequência correta dessa relação. ( ) Os meridianos convergem para os polos e os paralelos são arcos concêntricos situados a igual distância uns dos outros. ( ) A projeção deforma as superfícies nas altas latitudes, mantendo as baixas latitudes em forma e dimensão mais próximas do real. ( ) A construção se organiza em volta de um ponto central chamado “centro de projeção”. Está CORRETA a relação sequencial indicada em: A) 1 – 2 – 3 B) 2 – 3 – 1 C) 3 – 1 – 2 D) 3 – 2 – 1 10. (UFES) As figuras a seguir mostram o mundo representado em projeções cartográficas diferentes. Projeção de Mercator Círculo Polar Ártico 0 Trópico de Câncer Equador no Equador Trópico de Capricórnio 180º 5 000 km 120º 60º 0º 60º 120º 180º Projeção de Peters Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer 0 Equador 5 000 km no Equador Trópico de Capricórnio 09. (UEMG–2010) Analise as informações e as ilustrações seguintes: A transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para o plano da carta sempre produz deformações, isoladas ou conjuntas, de várias naturezas: na forma, em área, em distâncias e em ângulo. As projeções cartográficas foram desenvolvidas para tentar oferecer uma solução conveniente para essas dicotomias. 180º 120º 60º 0º 60º 120º 180º Analisadas as figuras anteriores, é CORRETO afirmar que A) ambas as projeções são cilíndricas, sendo que a de Mercator é equivalente e a de Peters é conforme. B) a projeção de Mercator conserva as áreas dos continentes e, por esse motivo, é chamada de eurocêntrica. C) a projeção de Mercator é conforme, ou seja, conserva as formas dos continentes e é a mais adequada para a navegação marítima. D) a projeção de Peters é a mais adequada para a representação dos países do Terceiro Mundo, pois mantém as formas em proporção correta. 1 2 3 BOCHICCHIO, Vincenzo Raffaele. Atlas Mundo Atual. Ed. Atual. 2003. E) a projeção de Peters é equidistante, ou seja, mantém a proporcionalidade real nas medidas de distâncias e ângulos. Editora Bernoulli 23 GEOGRAFIA 08. A respeito da projeção cartográfica citada, assinale a alternativa CORRETA. Frente A Módulo 02 SEÇÃO ENEM Washington, em 1884. Cada fuso corresponde a uma faixa de 15º entre dois meridianos. O Meridiano de Greenwich foi escolhido para ser a linha mediana do fuso zero. Passando-se um meridiano pela linha mediana de cada fuso, enumeram-se 12 fusos para leste e 12 fusos para III II I Rua das Rosas na Conferência Internacional do Meridiano, realizada em V IV oeste do fuso zero, obtendo-se, assim, os 24 fusos e o Rua das Margaridas (Enem–2008) O sistema de fusos horários foi proposto Rua dos Jasmins 01. Rua dos Cravos sistema de zonas de horas. Para cada fuso a leste do fuso Rua das Hortênsias zero, soma-se 1 hora, e, para cada fuso a oeste do fuso zero, subtrai-se 1 hora. A partir da Lei n.° 11 662/2008, 0 o Brasil, que fica a oeste de Greenwich e tinha quatro 10 20 m N fusos, passa a ter somente 3 fusos horários. Em relação ao fuso zero, o Brasil abrange os fusos 2, 3 e 4. Por exemplo, Fernando de Noronha está no fuso 2, o estado do Amapá está no fuso 3 e o Acre, no fuso 4. A cidade de Considerando as informações do jornal, é possível afirmar que o terreno anunciado é o A) I. D) IV. fica a leste de Greenwich, no fuso 8. Considerando-se B) II. E) V. que a cerimônia de abertura dos jogos tenha ocorrido às C) III. Pequim, que sediou os XXIX Jogos Olímpicos de Verão, 20h8min, no horário de Pequim, do dia 8 de agosto de 2008, a que horas os brasileiros que moram no estado do Amapá devem ter ligado seus televisores para assistir ao início da cerimônia de abertura? A) 9h8min, do dia 8 de agosto. B) 12h8min, do dia 8 de agosto. C) 15h8min, do dia 8 de agosto. GABARITO Fixação 01. B 03. E 02. F F V V 04. A D) 1h8min, do dia 9 de agosto. E) 4h8min, do dia 9 de agosto. 02 Propostos (Enem–2004) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre 01. B os classificados de um jornal: 02. D 03. C VILA DAS FLORES Vende-se terreno plano medindo 200 m2. Frente voltada para o sol no período da manhã. Fácil acesso. (443)0677-0032 Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá chegando, observa um painel com a planta a seguir, onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados de I a V: 24 Coleção Estudo 04. B 05. E 06. C 07. A 08. V V V V 09. D 10. C Seção Enem 01. A 02. D 05. E GEOGRAFIA Convenções cartográficas e sensoriamento remoto MÓDULO FRENTE 03 A AS CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS • Isotermas: Unem pontos de igual temperatura nos mapas. As convenções cartográficas correspondem à simbologia da representação gráfica de um fenômeno no mapa. São linhas, cores, desenhos, traços que devem expressar, com clareza, a mensagem do mapa. Essa simbologia precisa ser indicada de maneira que permita sua identificação e classificação. • Isóbaras: Unem pontos de igual pressão atmosférica. • Isoietas: Unem pontos de igual pluviosidade. • Isoípsas: Unem pontos de mesma altitude. • Isóbatas: Unem pontos de igual profundidade. Variáveis visuais QUALITATIVO ORDENADO QUANTITATIVO PONTUAL Repetição: Cada ponto representa 100 pessoas grande Graduação: Batimétricos: Representam a batimetria, ou seja, as profundidades oceânicas do relevo marinho. Hachuras: São linhas paralelas ou divergentes, plotadas na direção do terreno. Os espaçamentos entre linhas são maiores ou menores dependendo do grau de inclinação do terreno. pequeno Repetição: Isolinhas LINEAR divisa |||||||||||||| ||||| || ||||||||||||||||| ferrovia rio rodovia estrada principal 750 850 800 Granulação: Hachuras estrada secundária estrada de terra Linhas de fluxo Valor Densidade média Uma representação topográfica ou de relevo pode ser expressa por quatro processos: Hipsométrico: Cada zona de altitude de relevo pode ser representada por cores diferenciadas. médio estrada Representação topográfica 100 80 Curvas de nível: É o método utilizado para representar o relevo terrestre. Permite ao usuário ter um valor aproximado da altitude em qualquer parte do mapa. Esse método apresenta as seguintes características: • todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma elevação; • cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma; • as curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos-d’água ou despenhadeiros; • em regra geral, as curvas de nível cruzam os cursos-d’água em forma de “V”, com o vértice apontando para a nascente. ÁREA 60 40 Densidade alta 20 300 200 100 As linhas são usadas para representar fenômenos de distribuição linear, como ferrovias, rodovias, rios, canais, fronteiras, ou para representar fenômenos de mesma intensidade, como temperatura, pressão atmosférica, pluviosidade, altitude, profundidade, etc. São mais comuns as linhas: Editora Bernoulli 25 Frente A Módulo 03 Curvas de nível mais próximas significam declives mais elevados e curvas de nível mais afastadas representam áreas de declives mais suaves. Já as curvas de nível concêntricas, com os valores mais elevados no centro, representam montanhas ou montes, mas se os valores estiverem ao contrário, com valores mais baixos, então, temos uma área deprimida. Com base na curva de nível podemos elaborar um perfil topográfico, observe: As escalas A escala corresponde à razão entre as dimensões dos elementos representados em mapas, cartas, fotografias ou imagens e as correspondentes dimensões no terreno. Escala = Dimensão no mapa Dimensão no terreno (real) Tipos de escalas Escala cartográfica: É a relação matemática entre as dimensões dos elementos no desenho e no terreno. Escala numérica: É a escala de um documento cartográfico (mapa, carta ou planta) expressa por uma fração ou proporção, a qual correlaciona a unidade de distância no terreno. 200 Exemplo: 1: 100 000 – (Lê-se: 1 por 100 000) 10 0 0 60 50 0 do documento à distância medida na mesma unidade 40 0 30 0 Escala gráfica: É a representação gráfica da escala numérica sob a forma de uma linha graduada, na qual a relação entre as distâncias reais e as representadas nos Curvas de nível mapas, cartas ou outros documentos cartográficos é dada por um segmento de reta em que uma unidade medida na O bloco-diagrama reta corresponde a uma determinada medida real. O bloco-diagrama pertence a uma categoria de representação cartográfica de muito fácil visualização, uma vez que apresenta a superfície terrestre sob a forma de perspectiva. Como espelha uma parte da crosta terrestre (um bloco), tem a vantagem de poder representar a parte estrutural da crosta correspondente a esse bloco. 4 8 12 16 km 25 km Ampliação e redução de mapas ZONA INTERANDINA Os mapas podem ser reduzidos ou ampliados de acordo VERTENTE OCIDENTAL Serra alta (4 000 - > 6 000 m) 0 com o interesse do usuário. Para ampliar o mapa, isto VERTENTE ORIENTAL é, aumentar a riqueza de detalhes, deve-se diminuir o denominador. Serra média (2 300 - > 4 000 m) Exemplo: Para ampliar 5 vezes um mapa de escala 1: 100 000, deve-se reduzir 5 vezes o denominador, ficando Serra baixa (500 - 2 300 m) Selva alta (400 - > 1 000 m) Selva baixa (< 400 m) Costa (0 - 500 m) a escala em 1: 20 000. Para reduzir o mapa, isto é reduzir a riqueza de detalhes, deve-se adotar um procedimento inverso ao que foi adotado para ampliar: aumentar o valor do denominador e, consequentemente, diminuir a escala e a riqueza de detalhes. Exemplo: Para reduzir 5 vezes um mapa de escala 1:100 000, deve-se aumentar 5 vezes o denominador, Bloco-diagrama 26 Coleção Estudo ficando a escala em 1:500 000. Convenções cartográficas e sensoriamento remoto Grandes e pequenas escalas Aplicando as escalas A escolha da escala é fundamental para atender ao • Para se calcular a distância real (D) entre dois pontos: D = E x d. • Para se calcular a distância (d) entre dois pontos no mapa: d = D/E. • Para se calcular a escala (E) de um mapa: E = D/d. propósito do mapa e do tipo de informação que se pretende destacar. Numa pequena escala, o mais importante é mostrar as estruturas básicas dos elementos representados e não a exatidão de seu posicionamento ou os detalhes que apresentam. Numa grande escala, existe uma maior Em que, preocupação com os detalhes, mas assim mesmo as D = Distância real informações devem ser selecionadas para atender apenas o objetivo pelo qual foram elaboradas. De acordo com a d = Distância no documento escala, os mapas ou cartas podem ser: • E = Escala Cartas cadastrais ou plantas que se destinam à representação de pequenas áreas, cidades, elevado grau de detalhamento e de precisão. É o caso das plantas urbanas, de grande utilidade para Calculando a distância real as autoridades governamentais na administração 1) Observe o mapa a seguir: (cadastramento) e nos planejamentos urbanos. São cartas de grande escala. N na zo ma .A Av Mapas ou cartas topográficas que demonstram as a naturais, obras realizadas pelo homem, etc.). São mapas de média escala. • m 3c s ra .B Av n Pe da paisagem com um certo grau de precisão ou de parte de uma região ou estado (relevo, acidentes B so características ou os elementos naturais e artificiais detalhamento. Podem destacar uma determinada il s fon .A Av • EXERCÍCIOS RESOLVIDOS A il s ra .B Av 1: 500 000 Imagine que o espaço anterior foi cartografado na escala indicada e que a distância entre os pontos A e B em linha reta é de 3 cm. Qual a distância real entre os dois Mapas ou cartas geográficas que demonstram as pontos? (D = ?) características ou os elementos geográficos gerais Fórmula: D = d x E de uma ou mais regiões, país ou continente, ou Distância AB = d = 3 cm mesmo do mundo, o que exige o emprego de escalas E (denominador da escala) = 500 000 pequenas. Aplicando a fórmula, teremos: Classificação dos mapas de acordo com a escala cartográfica D = 3 cm x 500 000 = 1 500 000 Transformando em km: 1,5 km será a distância real entre os pontos A e B. Quanto ao tamanho Escala grande Quanto à representação Escala de detalhe Escala Aplicações Até 1: 25 000 Plantas cadastrais, levantamento de detalhes topográficos Calculando a distância gráfica: 2) Duas cidades distam entre si em linha reta Escala média Escala de semidetalhe de 1: 25 000 até 1: 250 000 Cartas topográficas / cobertura do solo Escala pequena Escala de reconhecimento ou de síntese de 1: 250 000 e menores Mapas / cartas gerais aproximadamente 4,5 km. Em um mapa de escala 1: 50 000, qual a distância entre elas: (d = ?) Fórmula: d = D/E E= 50 000 D = 4,5 km Aplicando a fórmula, teremos: 4,5 km transformados em metros = 4 500 m 50 000 cm em metros = 500 m, logo 1 cm = 500 m d = 4 500 m / 500 m = 9 cm, será a distância entre as duas cidades medidas no mapa. Editora Bernoulli 27 GEOGRAFIA bairros, fazendas, conjuntos residenciais, etc., com Frente A Módulo 03 Suborbital: São as fotografias aéreas utilizadas Calculando a escala 3) Em um mapa de escala não referida, a menor distância entre duas cidades é representada por 5 cm. Sabendo-se que a distância real entre essas cidades é de 250 km em linha reta, em que escala o mapa foi desenhado? principalmente para produzir mapas. Nesse nível, opera-se Fórmula: E = D/d e da atmosfera terrestre, assim como em previsões do d = 5 cm tempo. Os satélites são utilizados para produzir imagens D= 250 Km para uso meteorológico, mas também são úteis nas áreas Aplicando a fórmula, teremos: de mapeamento e estudo de recursos naturais. E = 250 km/5 cm = 50 Km/cm, ou seja, 1 cm = 50 km, que, convertido para centímetros, é igual a 50 km = 5 000 000 cm, ou seja: E= 1: 5 000 000 também algumas câmeras de vídeo e radares. Orbital: São informações obtidas pelos balões meteorológicos e satélites utilizados nos estudos do clima Terrestre: São feitas as pesquisas básicas sobre como os objetos absorvem, refletem e emitem radiação. Os resultados dessas pesquisas geram informações sobre como os objetos podem ser identificados pelos sensores orbitais. Dessa forma, é possível identificar áreas de queimadas SENSORIAMENTO REMOTO numa imagem gerada de um satélite, diferenciar florestas Podemos definir sensoriamento remoto como um conjunto de técnicas que permitem observar e obter informações sobre a superfície terrestre ou sobre qualquer astro, por meio de sensores instalados em satélites artificiais, aeronaves e até balões. Ou seja, obtêm-se imagens e dados da superfície terrestre pela da captação e registro da energia refletida / emitida pela superfície, sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície estudada. Os sensores óptico-eletrônicos utilizados para a captura dessa energia funcionam como uma câmera fotográfica que capta e registra a radiação – luz – emitida / refletida pelo objeto. Feita a captura da imagem, essas serão analisadas e transformadas em mapas ou constituirão um banco de dados georreferenciados, caracterizando o que chamamos de geoprocessamento. O veículo mais utilizado para captura de imagens em sensoriamento remoto é, com certeza, o satélite, devido a sua melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele pode passar anos em órbita da terra. O sensoriamento remoto pode ocorrer em nível suborbital, orbital e terrestre. de vegetação que estejam doentes ou com falta de água. de cidades e de plantações agrícolas e até identificar áreas Essa tecnologia revolucionou a elaboração dos mapas e as formas de obtenção de informação. Veja a seguir algumas de suas utilizações. Utilização do sensoriamento remoto Áreas Meteorologia Geologia Agricultura Infraestrutura Ecologia Demografia Aplicações Previsão do tempo, mapeamento climático Procura de jazidas, aproveitamento dos solos Previsão de safras, estudo de contaminação por pragas Tráfego aéreo, marítimo, ferroviário e rodoviário Inventário de recursos hídricos, desmatamento, equilíbrio ecológico Inventário e planejamento urbanos, ocupação de encostas, áreas de risco O Brasil e o sensoriamento remoto No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi o pioneiro na utilização do sensoriamento remoto. O início dos estudos e das aplicações em sensoriamento remoto pelo INPE data de 1969. Em 1972, foi realizada a implantação da estação de recepção de dados de satélites de SAENILON REB sensoriamento remoto, em Cuiabá. O Brasil desenvolve e usa várias de suas próprias tecnologias, tanto na construção de satélites como nas aplicações de sensoriamento remoto. No caso da construção de satélites, há um intenso intercâmbio com a indústria nacional e também com fornecedores internacionais. No caso do sensoriamento remoto, a Sensoriamento remoto e seu mecanismo 28 Coleção Estudo maioria das técnicas usadas são desenvolvidadas no Brasil. Convenções cartográficas e sensoriamento remoto Po r e x e m p l o, t o d a p e s q u i s a e d e s e n v o l v i m e n t o da metodologia e dos softwares para avaliação do desflorestamento na Amazônia foram feitos pelo INPE. Analisando a fotografia aérea anterior, observa-se que ela • apresenta, em sua porção setentrional, uso do solo predominantemente urbano, onde se observam arruamentos e edificações. • abriga maior população e maior diversidade de atividades humanas em sua porção nordeste, onde se verifica o adensamento da malha urbana. • é revestida, em sua porção central, por cobertura vegetal relativamente homogênea, haja vista variação reduzida de texturas e tonalidades. Em 1973, apenas um ano após o lançamento do primeiro satélite de observação da Terra – o Landsat, pelos Estados Unidos –, o Brasil instalou sua antena de recepção de imagens desse satélite em Cuiabá. Foi o terceiro país, seguido dos EUA e do Canadá, e recebia as imagens do Landsat antes mesmo da Europa. O CBERS, Chinese–Brazilian Earth Resources Satellite, com 1 450 kg e duração de dois anos, é um satélite nacional em parceria com a China, lançado em 1999 e administrado pelo INPE. Ao analisar uma fotografia aérea, deve-se observar com atenção as tonalidades de cinza, que podem demonstrar: cinza escuro: estradas pavimentadas Aerofotogrametria cinza claro: estradas não pavimentadas focal, parâmetros de distorção de lentes e tamanho de quadro de negativo conhecidos), montada com o eixo ótico próximo da vertical e instalada em uma aeronave devidamente preparada para receber esse sistema. A aerofotogrametria oferece diversas vantagens, tais como boa orientação espacial, faculdade de interpretação e elevado nível de precisão e rapidez. Essas vantagens explicam o largo uso da fotografia aérea em todo o mundo. No caso da Cartografia, seu emprego é fundamental, pois quase toda a produção cartográfica atual utiliza seus recursos. A aerofotogrametria oferece também, através da fotointerpretação, um amplo campo de trabalho a diversos profissionais, como urbanistas, geólogos, geógrafos e outros. branco: areia cinza espelhado: presença de água A variação de textura (tonalidades) denota áreas de agricultura ou urbanas. Os radares e os satélites O radar (do inglês Radio Detection and Ranging) é um dispositivo que permite detectar objetos a longas distâncias. É constituído de sensores ativos que, para obter a imagem de uma determinada superfície, emite fluxos de energia (ondas eletromagnéticas) por meio de uma antena que é simultaneamente transmissora e receptora. Em seguida, essa energia é processada e transformada em imagens por outros instrumentos do radar (receptor, amplificador e detector) e essas, finalmente, são registradas em fitas magnéticas ou em filmes. O Brasil iniciou, a partir de 1970, um amplo levantamento da Amazônia através do radar, o Projeto RADAM ou RADAMBRASIL, com a finalidade de elaborar um mapeamento da região, abrangendo aspectos geológicos, geomorfológicos, de vegetação, hidrográficos, dos solos e do uso da terra. O trabalho de levantamento das imagens da região foi feito em cerca de doze meses, sendo que, posteriormente, outras regiões do país passaram a usar os serviços oferecidos pelo radar. INPE N Os serviços prestados ao Brasil pelo sistema Landsat são inúmeros, abrangendo desde o levantamento dos recursos minerais, desmatamentos, queimadas, poluição, ocupação agropecuária da terra, etc., até a ocupação do solo urbano, compreendendo aqui diversos estudos (através das imagens obtidas) relativos ao crescimento das regiões metropolitanas, diversificação do uso do solo urbano (residencial, industrial, etc.), estimativas populacionais, poluição, etc. As atividades espaciais, nesse caso, são da competência do INPE. Editora Bernoulli 29 GEOGRAFIA Em termos técnicos, é a fotografia obtida por meio de uma câmera aérea rigorosamente calibrada (com distância Frente A Módulo 03 O Landsat Figura 3 Pontos A série Landsat, originalmente denominada ERTS (Earth Resources Technology Satellite), foi iniciada no final da década de 60, a partir de um projeto desenvolvido pela Agência Espacial Americana dedicado exclusivamente à observação dos recursos naturais terrestres. O primeiro satélite da série começou a operar em 1972 e a última atualização ocorreu em 1999 com o lançamento do Landsat-7. Áreas Linhas COELHO, Marcos A. e TERRA, Lygia. Geografia Geral: o espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2001. p. 24. Considerando as figuras, assinale VERDADEIRA (V) ou FALSA (F) nas afirmativas a seguir. ( ) A utilização dos símbolos representados na figura 1 permite visualizar o aspecto ordenado, caracterizando relações de ordem dos fenômenos geográficos. ( ) O uso dos símbolos representados na figura 2 permite visualizar o aspecto qualitativo, caracterizando relações de diversidade dos fenômenos geográficos. ( ) O emprego dos símbolos representados na figura 3 p e r m i t e v i s u a l i z a r o a s p e c t o q u a n t i t a t i v o, caracterizando relações de proporcionalidade dos fenômenos geográficos. A sequência CORRETA é: Landsat imagery courtesy of NASA Goddard Space Flight Center and U.S. Geological Survey. Disponível em: <http://landsat.gsfc. nasa.gov/images/>. A) V – V – V B) V – F – V Atualmente, o único satélite em operação é o Landsat-5, que leva a bordo o sensor TM e contribui para o mapeamento temático da superfície terrestre. C) F – V – F D) F – F – V E) V – F – F EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. 02. (UFMG) Observe o bloco-diagrama e o mapa. (UFSM-RS) Os mapas podem mostrar algo mais do que apenas a posição do lugar, isto é, podem fazer mais do 19o45’ Figura 1 Pontos Linhas Símbolos V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V Áreas V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V Áreas V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V V 19o45’ V V V V V V V V V V V V V 19o47’ Figura 2 Linhas 43o48’ 43o50’ que responder à questão “onde?” 43o50’ 19o47’ 43o48’ Legenda Curso de água Área industrial Ponte ++++++++ 30 Coleção Estudo Túnel Rede viária Área urbana V V V V V V Cultivos agrícolas Escala 1: 50 000 Convenções cartográficas e sensoriamento remoto Considerando-se que a paisagem representada no 05. (UFOP-MG) Observe este mapa topográfico. bloco-diagrama e no mapa é a mesma, é INCORRETO 700 afirmar que 1 A) a interpretação do mapa permite constatar as variações topográficas da área retratada, em que 600 se distinguem um relevo plano próximo ao rio e montanhoso ao norte. Ri 700 B) a legenda que acompanha o mapa expressa, por meio o 2 de uma simbologia específica, os principais elementos da paisagem observados no bloco-diagrama. C) a paisagem retratada no bloco-diagrama foi simplificada no mapa, embora possam ser observadas, em ambos, 700 as principais formas de aproveitamento do espaço. Por ele, NÃO se pode afirmar que D) a presença de uma rede de coordenadas geográficas, A) a área assinalada com o número 1 constitui um dos trechos mais íngremes da região. B) a planície fluvial encontra-se a, aproximadamente, 600 m de altitude. C) o rio principal corre de sudeste para nordeste. D) as curvas de nível foram traçadas de 25 em 25 m. formada por meridianos e paralelos, permite a localização segura da paisagem retratada no mapa. 03. Escala 1: 25 000 Hidrografia Curvas de nível (UFRN) A escala é um dos recursos utilizados na em um mapa. Assim, é CORRETO afirmar que A) a correspondência entre as distâncias na superfície e no mapa, na escala numérica, é indicada por meio de uma reta graduada, tendo como módulo básico o GEOGRAFIA Cartografia para representar qualquer realidade espacial EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. (Fuvest-SP) centímetro. B) a escala estabelece a correspondência entre as distâncias representadas e as distâncias reais da superfície cartografada. C) um mapa confeccionado com uma pequena escala abrange uma área pequena, mostrando riqueza de detalhes. D) a escala gráfica a ser utilizada na confecção de um mapa deverá ser maior quando se tratar de uma área (UECE–2008) Tratando de questões de natureza Considere os exemplos das figuras e analise as frases seguintes, relativas às imagens de satélite e às fotografias aéreas. cartográfica, assinale o CORRETO. I. geográfica de grande dimensão. 04. detalhes a respeito dos temas cartografados são Um dos usos das imagens de satélites refere-se à confecção de mapas temáticos de escala pequena, enquanto as fotografias aéreas servem de base à confecção de cartas topográficas de escala grande. II. Embora os produtos de sensoriamento remoto estejam, hoje, disseminados pelo mundo, nem todos eles são disponibilizados para uso civil. III. Pelo fato de poderem ser obtidas com intervalos regulares de tempo, dentre outras características, as imagens de satélite constituem-se em ferramentas de monitoramento ambiental e instrumental geopolítico valioso. também chamados de Atlas. Está CORRETO o que se afirma em A) Os mapas que tratam, tematicamente, dos solos, da pluviometria, do relevo e da fauna correspondem, nesta ordem, aos mapas pedológicos, de isoietas, geológicos e zoogeográficos. B) A fauna, as rochas, as temperaturas e a vegetação são representadas, nesta ordem, nos mapas zoogeográficos, geológicos, de isotermas e fitogeográficos. C) Mapas ou cartas que têm escalas grandes e com D) Nos mapas altimétricos, as linhas que unem pontos A) I, apenas. D) I e III, apenas. que têm as mesmas altitudes são chamadas de linhas B) II, apenas. E) I, II e III. isotérmicas ou isobáricas. C) II e III, apenas. Editora Bernoulli 31 Frente A Módulo 03 02. 04. Analise a fotografia aérea. (UFGRS-RS) Observe as figuras a seguir, que correspondem a uma sequência de representações cartográficas de um prédio de uma escola em um bairro qualquer. Figura 1 Legenda: A partir da análise dessa fotografia, assinale a alternativa Escola Figura 3 Árvores Casas Ruas Com base nas figuras 1, 2 e 3 e nos fundamentos da INCORRETA. Cartografia, são feitas as seguintes afirmações: A) A faixa central de tonalidade escura orientada em I. A projeção cartográfica utilizada nas três figuras direção nordeste / sudoeste é ocupada por vegetação informa o número de reduções que a superfície real de porte arbóreo. sofreu para ser representada. B) A mudança fisionômica da vegetação, que ocorre de II. As dimensões dos elementos representados nas sul para norte, indica que a área localiza-se em uma figuras 1, 2 e 3 ficam, nessa ordem, cada vez zona de transição climática. menores, e a área de abrangência da representação cartográfica é cada vez maior. C) A porção oeste da área é cortada por uma estrada de III. As três figuras possuem a mesma escala cartográfica, orientação norte / sul, às margens da qual adensam-se pois as dimensões das quadrículas permanecem as atividades humanas. constantes. D) A porção sudeste da área é caracterizada pela 03. Áreas livres Figura 2 presença de cultivos agrícolas homogêneos, os quais Quais estão CORRETAS? ocupam grande extensão. A) Apenas I. D) Apenas II e III. B) Apenas II. E) I, II e III. (UFU-MG–2009) A figura a seguir corresponde a um trecho C) Apenas I e III. de uma carta topográfica. N B A 05. (UEM-PR–2010) O mapa é uma das mais antigas formas gráficas de comunicação. Sobre os mapas e as tecnologias aplicadas à Cartografia, assinale o que for CORRETO. 02. Nos mapas topográficos, é possível localizar os fenômenos geográficos de forma precisa na sua 720 C X dimensão horizontal (planimétrica), mas faltam as informações necessárias sobre a dimensão vertical (altimétrica). 04. O SIG (Sistema de Informação Geográfica) possibilita coletar, armazenar, processar, correlacionar e analisar 1: 10 000 Disponível em: <www.unb.br/ig/cursos/igb/excart1.gif>. Com base nessa figura, é CORRETO afirmar que A) no ponto A está um fundo de vale; no ponto B o topo de uma vertente; no ponto C uma nascente. B) no ponto A está a foz de um córrego; no ponto B um lago; no ponto C o rio principal. geográfico, gerando uma variedade de mapas e gráficos. 08. A anamorfose geográfica é um tipo particular de mapa, em que as áreas dos países ou estados, por exemplo, são apresentadas em tamanhos proporcionais ao do fenômeno representado, não havendo fidelidade na forma e na escala dessas áreas. 16. Os mapas temáticos representam informações sobre determinado tema ou fenômeno do espaço geográfico C) no ponto A está a nascente de um córrego; no ponto que dizem respeito aos aspectos naturais (geologia, B o topo de uma vertente; no ponto C um fundo relevo, clima, etc.), enquanto que aqueles que de vale. representam os aspectos sociais não são temáticos, D) no ponto A está a nascente de um córrego; no ponto B um lago; no ponto C um fundo de vale. 32 múltiplas informações sobre um determinado espaço Coleção Estudo sendo classificados como mapas políticos. Soma ( ) Convenções cartográficas e sensoriamento remoto 06. (UFMG) Encarte é um recurso cartográfico que permite C) Na utilização do sensoriamento remoto, os dispositivos complementar a informação representada na imagem de coleta de dados têm função de digitalizar a informação proveniente dos materiais, objetos ou principal, à qual se encontra associado. Analise as figuras fenômenos terrestres, para posterior processamento nos quais são apresentadas as imagens A, B e C. e interpretação possível de ser realizado por qualquer pessoa. Relevo, vegetação e distribuição dos povoados na região de Gourma D) As atividades de sensoriamento remoto excluem o processamento digitalizado de imagens, pois a técnica por si mesma fornece instrumentos que facilitam B a identificação e extração de informações para posterior interpretação. Gourma E) A transformação de imagens em dados que possam representar informações úteis está inteiramente R. A N realizada, uma vez que o sensoriamento remoto iger BURKINA descarta a necessidade do especialista humano para identificar cada uma das classes de objetos passiveis Povoados principais de reconhecimento. C Borda do planalto 08. Vegetação seca e espinhosa Dunas os recursos minerais e energéticos de uma determinada Hombari área do Brasil. Após amplas discussões, os componentes resolveram empregar como mapa base, em projeção ortogonal, um que tivesse a escala de 1: 250.000. Com relação a esse mapa, é CORRETO afirmar que Douenza A) 1 cm no mapa corresponde a 500 km no terreno. B) 1 cm no mapa representa 250 km, em face do tipo de projeção. Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre C) 1 cm no mapa corresponde a 2 500 km no terreno as imagens apresentadas em A, B e C, EXCETO e que o sistema de projeção independe da escala A) A imagem apresentada em A mostra a posição adotada. geográfica continental e nacional da área cartografada D) 1 cm no mapa indica 2,5 km no terreno. em C. E) 1 cm no mapa é igual a 125 km no terreno. B) A imagem apresentada em B mostra a posição geográfica regional da área cartografada em C. C) A imagem apresentada em C mostra os aspectos geográficos da área cartografada, enunciados no título da figura. D) As imagens A, B e C, dadas suas funções, foram construídas em escalas decrescentes. 07. (UEL-PR–2010) Sobre a obtenção e interpretação de imagens, é CORRETO afirmar: A) Dentre os diversos objetivos da utilização do sensoriamento remoto destaca-se a obtenção e 09. (UFC-CE) Analise as afirmativas a seguir, que se referem a aspectos de natureza cartográfica. I. As fotografias aéreas e as imagens de satélite constituem recursos técnicos de sensoriamento remoto, utilizados no mapeamento do espaço geográfico. II. A s i s o i e t a s s ã o l i n h a s q u e u n e m p o n t o s altimetricamente iguais e servem para representar as variações existentes no relevo submarino. III. As representações cartográficas de rochas, relevo e solos resultam, respectivamente, em mapas geológicos, geomorfológicos e pedológicos. análise de informações sobre materiais, objetos De acordo com as afirmativas anteriores, assinale a ou fenômenos na superfície da Terra, a partir de opção CORRETA. dispositivos situados a distância. A) Apenas II é verdadeira. B) O sensoriamento remoto é uma sofisticação B) Apenas III é verdadeira. tecnológica entendida como avanço técnico que realiza C) Apenas I e II são verdadeiras. mapeamento e convenções cartográficas de imagens D) Apenas I e III são verdadeiras. adquiridas por sensores próximos de seus alvos. E) I, II e III são verdadeiras. Editora Bernoulli 33 GEOGRAFIA Planaltos areníticos (UPE–2010) Um grupo de estudantes foi encarregado pelo professor de Geografia de realizar um estudo sobre Frente A Módulo 03 10. 02. (UEL-PR–2007) Observe a figura a seguir. História do sensoriamento remoto 13 km A origem do sensoriamento remoto vincula-se ao surgimento da fotografia aérea. Assim, a história do sensoriamento remoto pode ser dividida em dois períodos: um, de 1860 a 1960, baseado no uso de fotografias aéreas, e outro, de 1960 aos dias de hoje, caracterizado por uma variedade de tipos de fotografias e imagens. O sensoriamento remoto é fruto de um esforço multidisciplinar que integra os avanços da Matemática, Física, Química, Biologia e das Ciências da Terra e da Computação. A evolução das técnicas de sensoriamento remoto e a sua aplicação envolvem um número cada vez maior de pessoas de diferentes áreas do conhecimento. 13 km 300 km 3 500 km FURLAM, S.A. Técnicas de Biogeografia. In: VENTURI, L.A.B.(Org.). Praticando geografia: técnicas de campo e laboratório em geografia e análise ambiental. São Paulo: Oficina do texto, 2005. p.99-130. Tendo-se em vista a importância do sensoriamento remoto para as mais diversas atividades humanas, considera-se como principal objetivo dessa atividade A) interpretar, visualizar e apontar os principais fluxos monetários internacionais. A figura expressa uma técnica de análise espacial vital para o estabelecimento da análise geográfica e diz respeito a B) monitorar as principais atividades correlacionadas à tectônica global. A) diferentes topografias de um mapa. C) obter imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre. B) diferentes estratigrafias paisagísticas. C) diferentes quilometragens rodadas. D) acompanhar a dinâmica das principais vias de circulação aérea. D) diferentes escalas espaciais. E) diferentes perfis longitudinais. E) diagnosticar as migrações intrarregionais, apontando as principais causas de emigração. SEÇÃO ENEM GABARITO 01. (Enem–2000) Um determinado município, representado na planta a seguir, dividido em regiões de A a I, com altitudes de terrenos indicadas por curvas de nível, precisa decidir pela localização das seguintes obras: 1. Instalação de um parque industrial. N 20 10 B C 40 D E F I H 1:100 000 Rios Cidade 04. B 05. C A) E e G. C) I e E. B) H e A. D) B e I. Coleção Estudo E) E e F. 01. E 06. D 02. B 07. A 03. C 08. D 04. B 09. D 05. Soma = 12 10. D Rodovia Considerando o impacto ambiental e a adequação, as regiões onde deveriam ser, de preferência, instaladas indústrias e torre, são, respectivamente, 34 03. B Propostos 30 G Vegetação 01. A 02. A 2. Instalação de uma torre de transmissão e recepção. A Fixação Seção Enem 01. C 02. C GEOGRAFIA MÓDULO 04 A Estrutura interna da Terra Formação do planeta A origem do Universo, assim como a do planeta Terra, remonta há bilhões de anos. Atualmente, a explicação científica mais aceita é a Teoria da Grande Explosão (Big Bang), a qual considera que nosso Universo começou entre 13 e 14 bilhões de anos atrás, a partir de uma “explosão” cósmica. Embora a Terra tenha se esfriado após um período incandescente, ela continua em transformação constante, visto que atividades geológicas, como terremotos e vulcanismo, estão sempre se manifestando na crosta. Essas atividades geológicas são determinadas por dois mecanismos térmicos: um interno e outro externo. O mecanismo interno da Terra é conduzido pela energia térmica aprisionada durante a origem do planeta e gerada pela radioatividade em seus níveis mais profundos. O calor interior controla os movimentos no manto e no núcleo, suprindo energia para fundir rochas, mover continentes e soerguer montanhas. O mecanismo externo da Terra é conduzido pela energia solar – calor da superfície terrestre proveniente do Sol. O calor do Sol energiza a atmosfera e os oceanos e é responsável pelo nosso clima e pelas condições meteorológicas do tempo. Chuva, vento e gelo erodem montanhas e modelam a paisagem. E, por sua vez, a forma da superfície da Terra é capaz de provocar mudanças climáticas. Essa interação entre as energias é chamada de Sistema Terrestre. As camadas da Terra conforme as propriedades químicas Crosta terrestre: Essa camada contém os materiais relativamente mais leves e com baixas temperaturas de fusão, que constituem diversos compostos de sílica, alumínio, cálcio, magnésio, ferro, sódio e potássio, combinados com o oxigênio. A crosta pode ser subdividida em duas porções bastante diferentes, a crosta continental e a crosta oceânica. A crosta continental é mais espessa (com média em torno de 75 km), é composta por rochas “graníticas” menos densas (2,7 g/cm 3), é fortemente deformada e inclui as rochas mais antigas do planeta (com bilhões de anos em idade). Já a crosta oceânica é menos espessa (com média ao redor de 8 km) é composta por rochas vulcânicas densas chamadas de basalto, é comparativamente menos deformada e, geologicamente, mais jovem. Crosta oceânica ASTENOSFERA LITOSFERA ESTRUTURA DA TERRA FRENTE Crosta continental Manto rígido Manto plástico ou “pastoso” Dados do planeta Terra Área de superfície: 315 096 000 quilômetros quadrados Massa: 6,586 quatrilhões de toneladas As camadas mais externas da Terra Manto: É constituído pelos materiais de densidade intermediária deixados na porção mediana da Terra, após Circunferência longitudinal: 39 842,4 quilômetros os materiais mais pesados terem mergulhado para o centro Circunferência latitudinal: 39 775,52 quilômetros do planeta e os materiais mais leves terem ascendido para a superfície. Essa zona possui em torno de 2 900 km de A estrutura interna da Terra A Terra divide-se em camadas concêntricas de diferentes composições e estados físicos. Para entender o processo geomorfológico terrestre, teremos de entender as duas classificações da estrutura terrestre. espessura e constitui 82% do volume e 68% da massa da Terra. Os primeiros 700 km são denominados de manto superior, enquanto os 2 200 km restantes são chamados de manto inferior. O manto é composto por rochas formadas por compostos de oxigênio com ferro, magnésio e sílica. Editora Bernoulli 35 Frente A Módulo 04 Núcleo: O núcleo terrestre, composto basicamente por ferro, é a massa central do planeta com, aproximadamente, 7 000 km de diâmetro. A sua densidade aumenta com a profundidade. O núcleo compõe somente 16% do volume da Terra, mas, devido a sua elevada densidade, é responsável por 32% da massa do planeta. Na composição da Terra, do total de 93 elementos químicos naturais existentes, nove formam 99% da massa referente à crosta terrestre. Esses elementos são: oxigênio, silício, alumínio, ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio e titânio. Dois destes, o oxigênio e o silício, consistentes de elementos não metálicos, formam juntos cerca de 3/4 da crosta Crosta terrestre. Já nas camadas internas à crosta terrestre, Manto superior Manto inferior há a presença de cerca de 2 000 tipos diversos de materiais de origem mineral, dos quais a grande maioria é formada por composições entre mais de um elemento químico. Núcleo Os silicatos são os compostos mais abundantes entre os minerais que formam a massa da camada interior à Estrutura concêntrica da Terra crosta terrestre. profundidade (km) densidade (g/cm3) superfície 15 °C 2,9 Crosta continental (de 30 a 80 km) Crosta oceânica (de 5 a 10 km) 3,3 crosta 1 200 °C Silicatos e óxidos de ferro e magnésio 3 700 °C núcleo externo SiO2, Aℓ2O3, Fe2O3 Composto de silício, ferro e magnésio (SiMa) manto 5,5 SiO2, Aℓ2O3(SiAℓ) 2 900 km Líquido 4 000 °C Composto de ferro, níquel e silício 13,6 núcleo interno 5 150 km 6 371 km Sólido Composto de ferro, níquel (NiFe) Camadas da Terra segundo as propriedades químicas As camadas da Terra conforme as propriedades físicas A litosfera é a camada externa rígida, resistente e sólida da Terra. Essa camada inclui a crosta e a porção mais externa do manto superior. A litosfera terrestre varia enormemente em espessura, desde próximo aos 10 km em algumas áreas oceânicas até mais de 300 km em algumas regiões continentais. Abaixo da litosfera, ainda no manto superior, existe uma grande zona na qual a temperatura e a pressão são muito elevadas. Por apresentar altas temperaturas, parte do material, nessa camada, apresentase parcialmente fundido, ou muito próximo ao estado de fusão. Nessas condições, as rochas perdem muito de sua resistência, tornam-se plásticas e fluem vagarosamente. Essa zona é conhecida como astenosfera. O limite entre a astenosfera e a litosfera compreende o limite entre materiais sólidos e plásticos, mas não corresponde a mudanças fundamentais na composição química. O fato de essas duas zonas possuírem diferentes resistências determina quando ambas são sujeitas à ação de forças, ou seja, a tendência da litosfera de se comportar como uma camada rígida e frágil, enquanto a astenosfera, como um sólido. 36 Coleção Estudo Estrutura interna da Terra Litosfera sólida e rígida (cerca de 100 km de espessura) A 0 35 km Astenosfera sólida, mas dúctil m 90 0 k Densidade 2 1,03 (oceano) 2,7 (crosta)  Mesosfera sólida Núcleo externo Endosfera líquido 6 0 15 km Núcleo interno sólido 4,3 5,7 9,7 14 16 GEOGRAFIA 3,3 3,6 Núcleo Ferro + Níquel Manto 6 371 km Rochas ultrabásicas (peridotitos) Crosta rochas silicatadas (basalto e granito) 15 km a 70 km B Comparação entre as camadas químicas e físicas da Terra A mesosfera é a camada da estrutura interna da Terra, que se situa entre a astenosfera e o núcleo. Com cerca de 2 900 km de profundidade, é constituída por materiais rígidos. As rochas situadas nessa região são mais resistentes e mais rígidas. Isso se deve ao fato de que, nessas profundidades, as elevadas pressões compensam as altas temperaturas, forçando as rochas a serem mais resistentes do que na astenosfera sobreposta. O núcleo terrestre é subdividido em duas porções distintas, com base no comportamento mecânico: um núcleo externo líquido e um núcleo interno sólido. O núcleo externo tem uma espessura aproximada de 2 270 km. A composição do núcleo foi estabelecida comparando-se experimentos laboratoriais com dados sismológicos. Assim, foi possível determinar uma incompleta, mas razoável, aproximação sobre a constituição do interior do globo. Este corresponde, aproximadamente, a 1/3 da massa da Terra e contém principalmente os elementos metálicos ferro e níquel. Editora Bernoulli 37 Frente A Módulo 04 As áreas de descontinuidade LEITURA COMPLEMENTAR Entre as diversas camadas internas do planeta, existem áreas que apresentam diferenças de densidade e de Datando um fóssil (carbono-14) composição, dando origem às camadas de descontinuidade: locais onde há mudanças rápidas na velocidade de propagação das ondas sísmicas que se deslocam pelo interior O carbono-14 é um isótopo radioativo natural do elemento carbono, recebendo essa numeração porque apresenta massa da Terra. Foi através das descontinuidades que se provaram atômica 14. Esse isótopo apresenta dois nêutrons a mais no as modificações na composição mineralógica do planeta. seu núcleo que o isótopo estável carbono-12. O 12C é o carbono mais comum na natureza e, por ser estável, não é radioativo. Áreas de descontinuidade O C é formado continuamente na atmosfera e é resultante 14 do processo de bombardeio de raios cósmicos. Forma-se profundidade (km) Descontinuidade de Mohorovicic 0 30 100 nas camadas superiores da atmosfera onde os átomos de 0 30 100 nitrogênio-14 são bombardeados por nêutrons contidos nos raios cósmicos. O carbono-14 é denominado também 300 300 700 Descontinuidade de Gutenberg carbono radioativo ou radioisótopo. Ele entra no processo de fotossíntese e, em consequência disso, todos os seres vivos 700 possuem em sua composição geral certa porcentagem de ondas S C, 14 ainda que em pequena quantidade. Quando o ser vivo morre, inicia-se uma diminuição da quantidade de carbono-14 devido a sua desintegração radioativa. A meia-vida do 2 900 2 900 que o Descontinuidade de Lehmand 12 5 150 5 150 C é de 5 740 anos. Este é o tempo 14 C leva para transmutar metade dos seus átomos em 14 C. Os cientistas então se baseiam no cálculo comparativo entre a quantidade habitual encontrada na matéria viva, e aquela que foi descoberta no fóssil, determinando, assim, ondas P S a idade do mesmo. Como a meia-vida do carbono-14 é de 5 700 anos, ela só é confiável para datar objetos de até 60 mil anos. O princípio usado na datação por carbono-14 também se aplica a outros isótopos. O potássio-40 6 371 6 371 é outro elemento radioativo encontrado naturalmente em 4 12 velocidade (km/s) As principais áreas de descontinuidade são: A Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho: Descontinuidade que separa a crosta do manto. Trata-se de uma zona de mudança de velocidade das ondas sísmicas, situada entre a crosta terrestre e o manto, seu corpo e tem meia-vida de 1,3 bilhão de anos. Além dele, outros radioisótopos úteis para a datação radioativa incluem o urânio-235 (meia-vida = 704 milhões de anos), urânio-238 (meia-vida = 4,5 bilhões de anos), tório-232 (meia-vida = 14 bilhões de anos) e o rubídio-87 (meia-vida = 49 bilhões de anos). e que se encontra a 10 quilômetros de profundidade O uso de radioisótopos diferentes permite que a datação de debaixo dos oceanos e entre 30 e 50 quilômetros debaixo amostras biológicas e geológicas seja feita com um alto grau de dos continentes. precisão. Exemplo: Em um fóssil de 11 480 anos, é encontrado A Descontinuidade de Gutenberg-Wiechert: somente 1/4 da quantidade habitual de C. Já em um fóssil 14 Descontinuidade que separa o núcleo externo do manto. de 22 960 anos, deve-se encontrar 1/8 da quantidade normal Encontra-se a uma profundidade de 2 900 km, onde a do radioisótopo. velocidade das ondas longitudinais diminui bruscamente Disponível em: <http://portaldoprofessor. de 14 km/s para 8 km/s, enquanto as ondas transversais mec.gov.br/fichatecnicaaula.html?aula=585>. tornam-se fraquíssimas, não conseguindo atravessar a camada que ali se inicia. 38 Coleção Estudo Acesso em: 28 out. 2010 (Adaptação) Estrutura interna da Terra ( ) A crosta terrestre é a camada mais externa da Terra e EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO encontra-se consolidada. Nela, os elementos químicos distribuem-se de forma homogênea, havendo 01. (UFBA) A análise da ilustração a seguir, associada aos pequenas variações em peso e volume. conhecimentos sobre as camadas da Terra, permite concluir: ( ) A Terra não apresenta a mesma densidade em todas as camadas, isto é, a densidade diminui de acordo Camadas da Terra com a profundidade. 03. (UEM-PR) Sobre a estrutura da Terra e a sua composição, assinale o que for CORRETO. 01. A camada sólida e externa da Terra é chamada de litosfera ou crosta terrestre. Subdivide-se em SiAl e SiMa. 02. O SiAl corresponde à camada externa da crosta. Nessa camada, o silício e o alumínio são os principais minerais presentes. 04. O SiMa corresponde à camada interna da crosta. Nessa camada, predominam as lavas vulcânicas, sendo o 08. O NiFe corresponde ao núcleo da Terra, formado do planeta e é constituída predominantemente por por minerais pesados, com destaque para o níquel, rochas cristalinas. o chumbo e o mercúrio. 02. A Terra é formada por camadas sucessivas, de 16. Os principais recursos minerais inorgânicos densidades diferentes, que aumentam da superfície encontram-se no subsolo, isto é, na camada para o centro. imediatamente inferior à crosta externa. 04. A separação das camadas da Terra é feita através da 32. Os recursos minerais de origem orgânica, como os energia liberada pelo NiFe. combustíveis fósseis, encontram-se no manto, que 08. As diferentes temperaturas das camadas da Terra corresponde a uma camada intermediária entre a decorrem do processo de resfriamento iniciado na crosta e o núcleo, mais próxima da superfície do crosta terrestre. planeta, no fundo oceânico. Soma ( 16. O núcleo é a camada da Terra que exerce maior influência sobre a litosfera, através de fenômenos geológicos. Soma ( ) 04. ) (UEPG-PR–2008) Com relação à constituição interna da Terra, suas camadas e características gerais, assinale o que for CORRETO. 02. (UFPE) Em relação às camadas internas da Terra podemos afirmar: ( ) O estudo das camadas internas da Terra não 01. A crosta sólida ou litosfera é a fina camada superficial, constituída principalmente por rochas sedimentares (92%) e rochas ígneas e metamórficas (8%). pode ser realizado por processos de investigações 02. O núcleo interno, constituído principalmente de ferro diretas, tendo-se de recorrer a métodos indiretos de e níquel, encontra-se em estado sólido devido às altas observação, o que dificulta o seu conhecimento. pressões ali reinantes. ( ) Os especialistas dispõem de aparelhos muito sensíveis, 04. O núcleo externo encontra-se em estado de fusão chamados sismógrafos, capazes de registrar com e apresenta uma constituição metálica. Nele são grande precisão as vibrações da Terra, medindo a geradas correntes elétricas que imantam o núcleo intensidade e localizando a origem dessas vibrações. interno e criam o campo magnético da Terra. ( ) O estudo detalhado de sismogramas, iniciado desde os 08. A astenosfera, porção do manto dotada de plasticidade, primeiros anos do século XX, demonstra que o globo é a sede das correntes de convecção que movimentam se divide, da superfície para o interior, nas seguintes unidades principais: crosta, manto e núcleo. as placas litosféricas. Soma ( ) Editora Bernoulli 39 GEOGRAFIA silício e a magnetita os principais minerais presentes. 01. A crosta terrestre representa 50% da massa total Frente A Módulo 04 05. (UFPE) A respeito da constituição interna do Planeta Terra 02. (UFPE) Assinale os itens CORRETOS e os itens ERRADOS, e de sua crosta, assinale o que for CORRETO. marcando V ou F. 01. O núcleo do globo terrestre é composto, em sua maior ( ) O estudo das ondas sísmicas e dos campos magnéticos parte, de ferro e níquel e também é denominado de permitiu o descobrimento e a caracterização de três barisfera. importantes camadas internas da Terra: a litosfera, 02. A crosta continetal é formada basicamente por rochas o manto e o núcleo. basálticas e a oceânica por rochas graníticas. ( ) O manto envolve o núcleo terrestre, ocupa a maior 04. Na astenosfera as rochas são mais maleáveis, ou seja, parte do volume do planeta e se comporta como um plásticas. fluido que se move lentamente. 08. Não é possível ter acesso direto às partes mais profundas da terra devido a limitações tecnológicas de ( ) A crosta oceânica, uma porção da litosfera, é composta enfrentar altas pressões e temperaturas, dessa forma fundamentalmente por rochas graníticas e não apresenta, a estrutura interna da terra só pode ser estudada de em suas camadas inferiores, rochas basálticas. forma indireta. ( ) Sob a litosfera, existe uma camada de rocha menos 16. O núcleo é essencialmente formado por ferro e rígida, conhecida como astenosfera; trata-se de uma alumínio e se distingue em duas zonas: núcleo zona de baixa velocidade sobre a qual “flutuam” as interno, sólido, e núcleo externo, líquido. Soma ( placas litosféricas. ) ( ) O núcleo é formado basicamente por níquel e alumínio; essa camada, que produz o campo magnético do EXERCÍCIOS PROPOSTOS planeta, apresenta elevadas temperaturas. ( ) A litosfera acha-se dividida em blocos mais ou menos 01. rígidos designados como “placas”; essas placas são (UFPR–2007)Verifique a figura a seguir e identifique as camadas da Terra que ela representa e, na sequência, deslocadas por correntes de convecção que se formam identifique qual das alternativas traz a associação correta no manto. dessas camadas. 03. I (UFAM–2007) Em relação às camadas que formam a Terra, é INCORRETO afirmar que II A) o SiAl é a parte mais externa da litosfera, rica em silício e magnésio. B) no centro da Terra encontramos o NiFe, camada composta de níquel e ferro. Possui duas partes: 6 370 km m 5 100 km o núcleo interno e o núcleo externo. 2 50 0 km 500 70 0 km km km 0k III C) na parte externa do manto há uma região denominada astenosfera, formada de um material pastoso chamado magma. IV D) a litosfera corresponde à parte sólida da Terra. E) a crosta terrestre se divide em duas crostas, uma A) I - Núcleo interno, II - Núcleo externo, III - Manto e continental e outra oceânica. IV - Crosta. B) I - Núcleo interno, II - Manto, III - Núcleo externo e IV - Crosta. C) I - Crosta, II - Núcleo externo, III - Manto e IV - Núcleo interno. D) I - Núcleo externo, II - Núcleo interno, III - Manto e IV - Crosta. E) I - Crosta, II - Manto, III - Núcleo externo e IV - Núcleo Interno. 40 Coleção Estudo 04. (UFC-CE) A parte sólida da terra é uma camada mais ou menos rígida e que apresenta uma espessura variada. Ela é denominada de A) magma. B) troposfera. C) litosfera. D) criosfera. Estrutura interna da Terra (UEPG-PR–2010) A respeito da constituição interna do 08. (UFCG-PB–2007) [...] a crosta terrestre está para a Terra planeta Terra e de sua crosta, assinale o que for CORRETO. na mesma proporção que a casca de ovo está para o ovo. A 01. O núcleo do globo terrestre é composto, em sua maior clara e a gema do ovo podem ser comparadas às camadas internas da Terra, representadas pelo manto e pelo núcleo. parte, de ferro e níquel. 02. O manto terrestre é uma camada interna sólida ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. 5 ed. bastante estreita, entre a crosta terrestre e o núcleo São Paulo: Edusp, 2005. da Terra, e seu volume representa apenas 10% do Analisando as características e a dinâmica da estrutura volume total do planeta. geológica da Terra é CORRETO afirmar que: 04. A crosta terrestre, especialmente em suas regiões A) a litosfera compreende um corpo não estático. Ela é continentais, é a parte mais heterogênea da constituída pela crosta continental e pela crosta oceânica. Terra e está submetida a constantes modificações provocadas pela ação de duas forças antagônicas: as B) a crosta terrestre chamada de litosfera corresponde endógenas ou construtoras do relevo e as exógenas à camada mais superficial, fluida e espessa da Terra. ou modeladoras do relevo. C) o manto de composição sólida dominante e de elevada 08. O núcleo externo da Terra está em estado sólido temperatura compreende a camada mais susceptível e, com relação às suas características sísmicas, a abalos sísmicos. transmite as ondas P e S. D) o núcleo, chamado de orosfera, de composição 16. A crosta granítica predomina no fundo dos oceanos magmática, corresponde à camada mais rígida e da Terra enquanto que a crosta basáltica é exclusiva complexa da Terra. das áreas continentais. Soma ( E) o manto da Terra, formado por rochas basálticas ) graníticas, estrutura-se a partir de combinações físicoquímicas estáticas. 06. (UEM-PR) Com base em seus connhecimentos sobre as camadas da Terra é possível afirmar que 09. níquel e ferro. A) crosta oceânica é formada por rochas graníticas B) o manto é constituído de níquel e ferro. Divide-se em B) astenosfera localiza-se no manto superior. manto superior e manto inferior. C) astenosfera integra uma placa tectônica. C) o núcleo externo da Terra é líquido, constituído de D) litosfera equivale à parte granítica da crosta. material bastante denso, composto de silicatos ricos E) manto tem composição metálica (NiFe). em ferro e magnésio. D) foram reconhecidas três camadas principais, com densidade, estado físico, temperatura, pressão e espessuras iguais. (UEM-PR–2007) Sobre a estrutura interna da Terra, é CORRETO afirmar que a(o) A) o núcleo interno da Terra é sólido, e composto de 10. (UEM-PR) Sobre as características e a dinâmica da estrutura geológica da Terra é CORRETO afirmar que A) o manto correponde a região intermediária e de menor 07. (PUCPR) Os continentes com 35 km de espessura média espessura da terra, constitui-se principalmente de apoiam-se sobre rochas plásticas deformáveis por silício, alumínio e magnésio. pressão. As bacias oceânicas são placas de apenas 6 km aproximadamente de espessura, onde se formam, pela ação tectônica, as cordilheiras oceânicas. Considerando o comprimento do raio terrestre de quase 6 400 km, é muito fina a camada superficial da Terra onde se encontram continentes e oceanos. Essa camada chama-se A) Descontinuidade de Mohorovicic. B) crosta terrestre. C) manto superior. D) núcleo externo. E) cromosfera. B) a crosta corresponde a camada mais externa da Terra e que pode ser subdividida em dois tipos conforme sua composição química e estrutura: crosta continental e oceânica. C) a crosta continental é relativamente mais fina e em razão disso com menor densidade rica em Al e Si. A crosta oceânica, por sua vez, é bastante espessa, de maior densidade e de composição relativamente mais rica em Mg e Fe. D) o núcleo corresponde a porção mais interna do planeta, e encontra-se no estado sólido Editora Bernoulli 41 GEOGRAFIA 05. Frente A Módulo 04 SEÇÃO ENEM C) Método indireto: corresponde à execução de sondagens que realizam grandes perfurações, onde são utilizados equipamentos com pontos de fusão 01. A Terra possui a sua estrutura interna dividida em três muito elevados, com o intuito de perfurar as maiores camadas: litosfera, manto e núcleo terrestre. A divisão profundidades possíveis. das camadas da terra, descrita no enunciado, obedece ao critério A) químico, cuja importância está relacionada ao conhecimento da formação do planeta e à composição química de suas camadas. B) físico, cuja importância está relacionada ao conhecimento da estrutura da Terra e seu comportamento mecânico sob atuação de forças internas. D) Método indireto: corresponde à observação de afloramentos na superfície da Terra, embora essa ação possa fornecer alguns dados quanto à constituição interna da Terra, estes são bastante limitados, já que os afloramentos, por serem superficiais, oferecem poucas informações aos estudos. E) Método indireto: baseia-se no estudo do material expelido pelas erupções vulcânicas, os quais C) químico e físico, já que os dois critérios estão podem ter sido formados a muitos quilômetros interligados e são dependentes, uma vez que o de profundidade no interior da crosta e, portanto, Planeta Terra ainda está em consolidação. podem oferecer informações valiosas sobre o interior D) geotectônico, cuja importância está atrelada ao da Terra. conhecimento das forças internas do planeta, o que auxilia na compreensão de fenômenos como terremotos e vulcanismo. E) geotérmico, pois a partir do conhecimento da temperatura interna da Terra é possível definir, com precisão, o comportamento de sua estrutura interna. GABARITO Fixação 01. Soma = 02 02. V V V F F 02. Estudar o interior da Terra é uma tarefa um tanto quanto difícil, já que o homem ainda não conseguiu desenvolver instrumentos capazes de vencer as altíssimas pressões e temperaturas presentes nessa região. Como o estudo in loco não é possível, foram desenvolvidos métodos diretos e indiretos. Os métodos diretos correspondem a 04. Soma = 14 05. Soma = 13 Propostos investigações que envolvem a observação de diferentes 01. B materiais e processos geológicos, e os indiretos 02. V V F V F V baseiam-se na obtenção de dados oriundos de zonas de 03. A acesso impossível, a partir da utilização de tecnologias variadas e ainda da realização de cálculos matemáticos. O tipo de método e sua aplicação estão adequadamente indicados em: A) M é t o d o d i r e t o : b a s e i a - s e n o e s t u d o e n a interpretação da propagação das ondas sísmicas, 04. C 05. Soma = 05 06. A 07. B 08. A cujo comportamento no interior da Terra varia de 09. B acordo com a estrutura da zona que é atravessada. 10 B) Método direto: baseia-se no estudo de meteoritos, cuja composição pode fornecer informações sobre o B Seção Enem material constituinte do interior da Terra, já que os 01. A cientistas acreditam que todo o nosso Sistema Solar 02. A tem uma origem comum. 42 03. Soma = 3 Coleção Estudo GEOGRAFIA MÓDULO 01 B Crescimento e distribuição da população População corresponde ao conjunto de pessoas que residem em determinada área, que pode ser um bairro, um município, um estado, um país ou até o planeta, e seu estudo é objeto de pesquisas e de preocupação dos mais diversos especialistas – geógrafos, demógrafos, economistas – e dos detentores dos poderes político, econômico e militar. Acredita-se que no ano 1 da Era Cristã a população mundial estivesse em torno de 250 milhões de habitantes. Em 1850, a população chegou a 1 bilhão de habitantes. Por volta de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial, atingíamos a casa dos 2,5 bilhões de pessoas, portanto, em apenas 100 anos a população mais que dobrou. FRENTE O crescimento populacional foi muito lento ao longo da história da humanidade e intensificou-se devido, principalmente, à Revolução Industrial e à consequente urbanização da população mundial. O resultado é que a população mundial em 2008 chegou a 6,7 bilhões. Multidão planetária Estima-se que a população mundial ficará estável a partir de 2050, mas até lá seremos quase 3 bilhões a mais do que hoje 1850 GRÁFICO: Crescimento da população mundial 2,5 bilhões 8000 a.C.-2050 d.C. 8 1970 Bilhões de pessoas 7 3,7 bilhões 6 5 1990 5,3 4 3 bilhões 2008 6,7 2 bilhões 1 2030 8,3 0 8000 7000 6000 a.C. 1 bilhões 1650 1750 1850 1950 2050 Ano d.C. 2050 Fonte: OVERY, Richard (ed.). Hammond atlas of the 20 century. th 9,2 bilhões Londres: Times Books, 1996. p. 176 (Adaptação). O período que vai de 1950 a 1988 foi o que apresentou o mais rápido crescimento populacional já registrado na história da humanidade. Da década de 1970 a 2008, o crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,2% ao ano. Isso ocorreu devido ao maior acesso aos métodos anticoncepcionais e à sua utilização por um número cada vez maior de indivíduos, resultando em uma taxa de fecundidade (número de filhos por mulher em idade fértil) em queda na maioria dos países do mundo. Fonte: Divisão populacional da ONU 1 (2030 e 2050 – previsão). Hoje, no entanto, considera-se que existam problemas mais importantes na análise demográfica mundial do que o crescimento da população. A população mundial está passando por um rápido envelhecimento. Esse aumento da longevidade, principalmente no mundo desenvolvido, exigirá por parte dos governantes medidas e atitudes que permitam uma readaptação da sociedade no sentido de garantir a qualidade de vida esperada para essa massa de idosos. Editora Bernoulli 43 Frente B Módulo 01 População absoluta: É o número total de habitantes GRÁFICO: Europa: população e crescimento natural (1990-2020) População (milhões) de uma unidade espacial. Quando um determinado lugar Taxa de crescimento vegetativo (milhões) + 0,20 possui um grande número de habitantes, a região é denominada populosa e quando possui um pequeno número de habitantes, dizemos que é pouco populosa. + 0,10 TABELA 1: Países mais populosos (2009) 730 720 País 0 População República Popular da 710 – 0,10 China 700 Índia – 0,20 690 1990 1995 2000 2005 2010 2015 1 345 750 973 1 198 003 272 Estados Unidos 314 658 780 Indonésia 229 964 723 Brasil 193 733 795 Paquistão 180 808 096 Bangladesh 162 220 762 Rússia 140 873 647 Nigéria 154 728 892 Japão 127 156 225 2020 Fonte: Dados da ONU. IBGE. A população brasileira, por exemplo, vem mantendo uma tendência de envelhecimento constante, fato registrado em pesquisas feitas pelo IBGE, com o aumento das faixas de idade mais elevada e com a redução das faixas mais jovens. GRÁFICO: População total jovem e idosa (Brasil, 1940-2050) 60 000 000 50 000 000 40 000 000 Fonte: Dados da ONU. IBGE. Organizado pelo autor. 30 000 000 População relativa: É a distribuição da população de 20 000 000 um dado recorte espacial pela sua área, ou seja, equivale à 10 000 000 Pop. 0 a 14 anos 2050 2040 2030 2020 2010 2000 1990 1980 1970 1960 1950 1940 média de habitantes por quilômetro quadrado, resultando 0 Pop. 65 anos e mais Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica, 2004. Censos Demográficos de 1940, 1950, 1960 e 1970. Além disso, a persistência de migrações em massa de áreas pobres para regiões mais desenvolvidas (migração sul-norte) também representa um novo desafio, pois essa migração tem gerado, nas últimas décadas, diversos tipos de racismos, preconceitos étnicos, religiosos, culturais e outros. Não se pode deixar de citar a questão da fome e da subnutrição de uma grande parcela da população mundial. CONCEITOS BÁSICOS De acordo com o número total de habitantes e com o tamanho do território que ocupa, uma população pode ser analisada de duas maneiras: pela sua população absoluta e pela sua população relativa. 44 Coleção Estudo na sua densidade demográfica (DD = hab./km2). Quando um determinado território possui elevada densidade demográfica, a área é denominada povoada e quando possui baixa densidade demográfica, dizemos que é fracamente povoado. TABELA 2: Países densamente povoados Posição País População Área (km²) Densidade demográfica (hab./km2) Mundo 6 445 398 968 148 940 000 43,2 1 Mônaco 32 409 1,95 16 620 2 Cingapura 4 425 720 692,7 6 389 3 Vaticano 921 0,44 2 093 4 Malta 398 534 316 1 261 5 Bahrein 688 345 665 1 035 Fonte: Dados do Banco Mundial e da ONU. Organizado pelo autor. Crescimento e distribuição da população Posição País População Área (km²) Densidade demográfica (hab./km2) 178 Rússia 140 873 647 17 075 200 8,2 179 Bolívia 9 862 860 1 098 580 8,9 185 Canadá 33 573 467 9 984 670 3,3 191 Austrália 21 292 893 7 686 850 2,7 193 Mongólia 2 670 966 1 564 116 1,7 Fonte: Dados do Banco Mundial e da ONU. Organizado pelo autor, 2009. Nem sempre um país populoso é densamente povoado, pois apesar de ter uma população elevada, ele pode ter um território muito grande e, com isso, a sua densidade será baixa (por exemplo, a Rússia possui 8,0 hab./km2, para uma população de 140 milhões de habitantes). Por outro lado, países densamente povoados não são, necessariamente, populosos (Bahrein possui 1 035 hab./km2, para uma população de cerca de 688,3 (2007) mil habitantes). DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO Por trás das tabelas que nos indicam o número de pessoas existentes no mundo ou num determinado país, há uma realidade social complexa que deve ser analisada. O primeiro aspecto que deve ser levado em conta quando se analisa o fenômeno demográfico é que o mundo atual é formado de diferentes sociedades, caracterizadas pelos mais variados hábitos, costumes, tradições, situações, sistemas, organizações e níveis de desenvolvimento. Um segundo aspecto é que, no interior de um espaço, os habitantes formam grupos que ocupam posições diferentes. As variações são de ordem quantitativa (número de habitantes, densidade demográfica, etc.) e qualitativa (distribuição de renda, estrutura de ocupação, distribuição dos recursos, infraestrutura, etc.). Essa diversidade de distribuição na ocupação do espaço se deve a três fatores principais, que normalmente estão inter-relacionados: A) Meio físico: Embora suporte grandes variações no meio físico, o homem possui limitações e preferências quanto à temperatura, à vegetação, à disponibilidade de água, à qualidade dos solos, ao tipo de relevo, etc. A partir disso, definem-se áreas ecúmenas (áreas propícias à ocupação e à permanência) e áreas anecúmenas (ambientes hostis à ocupação humana). Os elementos da natureza atuam em conjunto; entretanto, um elemento pode ser um fator limitante, como o clima nas regiões polares, a vegetação nas áreas equatoriais, a aridez das regiões desérticas, entre outros. B) Econômicos: As diferentes formas de produção e a natureza e finalidade de produtos exigem maior ou menor concentração populacional. Assim, áreas de agricultura mecanizada ou de pecuária, por exemplo, apresentam baixa densidade populacional, pois ambas requerem pequena quantidade de trabalhadores. Nas áreas de atividade agrícola extensiva, em relação à mão de obra, ocorre uma maior densidade demográfica, como no sudeste asiático, onde as plantações de arroz e de chá empregam um grande número de lavradores. Já as atividades industriais e de prestação de serviços exigem maior concentração populacional e são exercidas nas áreas urbanas, como o nordeste dos EUA, o noroeste da Europa, o eixo Rio de Janeiro / São Paulo, a grande Buenos Aires, Cidade do México, etc. C) Históricos: Considera-se a época de ocupação dos diversos espaços. As áreas de ocupação antiga tendem a apresentar maior adensamento populacional; já as de ocupação mais recente normalmente são de densidades menores. As áreas antigas de maior adensamento são a Ásia das monções, os vales fluviais da Ásia, da África e da Europa, o nordeste dos Estados Unidos da América e as áreas litorâneas da América do Sul. TABELA 4: População absoluta, área e média da densidade demográfica por continente (2000) População absoluta Área (km2) Densidade demográfica (hab./km2) 3 682 600 000 45 077 999 81,6 América 828 700 000 42 057 296 19,7 África 784 400 000 30 209 389 26,0 Europa 728 900 000 10 368 047 70,3 Oceania 30 400 000 8 522 075 3,5 6 055 000 000 136 234 806 40,0 Continente Ásia Total Fonte: L’État du Monde, 2000. Paris: La Kécouverte, 1999. Calendário Atlante De Agostini 2000. Novara, Instituto Geográfico De Agostini, 1999. Superpovoamento: O conceito de superpovoamento não se limita ao simples resultado numérico da relação entre população absoluta e área (densidade). Uma área é considerada superpovoada quando o número de habitantes ultrapassa o limite até o qual o Estado garantiria o bem-estar socioeconômico da população. Países como a Holanda (463 hab./km 2), a Bélgica (332 hab./km 2) e o Japão (339 hab./km2), apesar de serem densamente povoados (mais de 300 hab./km2), não são considerados superpovoados, visto que suas populações apresentam elevado nível de desenvolvimento socioeconômico e de bem-estar social, considerando a área ocupada. Por outro lado, países como Bangladesh (966 hab./km2), a Índia (330 hab./km2) e até o Brasil, apesar de apresentarem baixa densidade demográfica (21 hab./km2), são considerados superpovoados em virtude do insuficiente nível de desenvolvimento econômico e tecnológico de suas populações. Editora Bernoulli 45 GEOGRAFIA TABELA 3: Países fracamente povoados (selecionados) Frente B Módulo 01 Distribuição da população no Brasil Fonte: Atlas geográfico escolar, 2002 (Adaptação). CRESCIMENTO POPULACIONAL Para alguns cientistas, a população máxima que a Terra poderá abrigar fica entre 10 e 12 bilhões de pessoas, e esse número tende a se estabilizar no final do século XXI. Todavia, qualquer estudo nesse sentido esbarra em várias questões, como as desigualdades sociais entre as nações, o consumo exagerado de bens supérfluos nos países ricos, que se utilizam de recursos naturais não renováveis, e a distribuição desigual de alimentos. Entre as causas responsáveis pelo aumento considerável da população mundial sobressaem: as maiores facilidades de transportes e de locomoção, as grandes possibilidades de conservação dos alimentos e, principalmente, o progresso alcançado pela medicina e pela higiene social, através dos hábitos sadios e do saneamento geral, que reduziu consideravelmente as taxas de mortalidade geral e infantil. A população de um país pode crescer ou diminuir por meio de dois processos básicos: • Pela diferença entre o número de nascimentos (taxa de natalidade) e o número de óbitos (taxa de mortalidade); • Pelo saldo migratório, ou seja, a diferença entre a imigração (entrada de pessoas) e a emigração (saída de pessoas). Chama-se crescimento natural ou vegetativo a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade de uma população. CV = taxa de natalidade – taxa de mortalidade 46 Coleção Estudo Crescimento e distribuição da população A taxa de natalidade expressa a relação que há entre Em 1991 e 2000, as taxas foram de 2,9 e 2,3, o número de nascimentos e o número total de habitantes respectivamente, com índice abaixo do “nível de de um determinado lugar, em um determinado intervalo reposição”. Em setembro de 2008, uma pesquisa de tempo. Obtemos essa taxa multiplicando o número de realizada pelo Ministério da Saúde concluiu que a taxa nascimentos ocorridos durante o ano por 1 000 e dividindo de fecundidade do país, ou seja, a quantidade de filhos o resultado pela população absoluta. que cada brasileira gera, diminuiu para 1,8 filho em média, o que aponta para uma retração do crescimento número de nascimentos x 1 000 = taxa de natalidade número de habitantes A taxa de mortalidade expressa a relação entre o populacional. TABELA 5: Redução nas taxas de fecundidade no Brasil a partir de 1960 número de óbitos ocorridos e o número total de habitantes de um determinado local, em um determinado intervalo de tempo. Obtemos essa taxa multiplicando o número de óbitos Nascimentos/mulher 1960 6,3 1970 5,8 1980 4,4 1991 2,9 2000 2,3 O crescimento demográfico ou total é a diferença 2005 2,1 existente entre o crescimento vegetativo e o saldo 2006 2,0 migratório, isto é, as taxas de emigração e imigração. 2007 1,95 2008 1,8 pela população absoluta. número de óbitos x 1 000 = taxa de mortalidade número de habitantes GEOGRAFIA Ano ocorridos durante o ano por 1 000 e dividindo o resultado CD = N – M + I – E Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), IBGE, 2006. CD = taxa de natalidade – taxa de mortalidade + imigração – emigração Quando se trata da população mundial, considera-se somente o saldo resultante entre a natalidade e a mortalidade. Também para a maioria dos países esse é o fator que mais influi no crescimento demográfico. Com esse resultado, pode-se perceber que a fecundidade das mulheres brasileiras está se aproximando rapidamente da observada nos países desenvolvidos. Já é necessário recalcular as projeções da população brasileira para os próximos anos, pois esse resultado está bem abaixo das projeções da ONU e do IBGE. A taxa de fecundidade é uma estimativa do número Com a taxa de fecundidade nesse nível, a população médio de filhos que uma mulher teria até o final de sua brasileira deverá começar a diminuir antes do esperado, idade reprodutiva. Corresponde, dessa forma, à relação daqui a cerca de 30 anos. É preciso tomar decisões entre nascidos (vivos) e mulheres em idade reprodutiva. rápidas em termos de políticas públicas, pois essa queda Se essa taxa for igual a 2,1, é considerado que houve reposição na fecundidade acelera o envelhecimento da população e populacional, ou seja, o tamanho da população se mantém nosso sistema previdenciário estará, daqui a alguns anos, estável (desconsiderando as emigrações e emigrações). sobrecarregado, ou seja, com mais dependentes do que A tendência de queda no número de filhos vem sendo contribuintes na balança. observada no Brasil desde a década de 1960, com a No Brasil, a região com a menor taxa de fecundidade introdução de novos métodos contraceptivos (TAB. 5). é a região Sudeste, com 1,62 filho por mulher. Na região Na época, a taxa de fecundidade era de 6,3 nascimentos Sul, foi registrado 1,78 filho por mulher. A maior taxa de por mulher, pouco acima do registrado nas duas décadas fecundidade é a da região Norte, com 2,6 filhos por mulher, anteriores. Já em 1970, a taxa de fecundidade no país caiu seguida pela Nordeste, com 2,29, e a Centro-Oeste, para 5,8 filhos por mulher e, dez anos depois, para 4,4 filhos. com 2,01. Editora Bernoulli 47 Frente B Módulo 01 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA GRÁFICO: Brasil: crescimento vegetativo (1950-2020) A transição demográfica é um modelo teórico de leitura das grandes alterações demográficas que ocorreram ou que estão ocorrendo atualmente. No início, era um modelo de interpretação das transformações demográficas da Europa, mas, rapidamente, tornou-se uma análise mundial. Apesar de existirem variantes interessantes de autor para autor e de haver algumas críticas a determinados aspectos da teoria (sobretudo quando esta é formulada numa linguagem muito dogmática e detalhada), a transição demográfica é considerada um dos modelos de interpretação mais importantes da demografia. A transição demográfica no Brasil Entre o primeiro censo demográfico, realizado no Brasil em 1872, e o mais recente, realizado em 2000, houve alterações radicais nos indicadores de natalidade e de mortalidade no país, de forma semelhante ao já ocorrido em outros países. As taxas de mortalidade começaram a cair bem antes das de natalidade, fato percebido no Censo de 1950, embora, somente a partir da década de 1960, tenha refletido na diminuição do crescimento vegetativo. Por outro lado, as taxas de natalidade foram elevadas até os anos 1960. Em 1970, começa o declínio que se acentuou nos anos 1990, como mostra o gráfico. 48 Coleção Estudo Taxa de mortalidade (%) 3,12 2,90 2,35 2,09 2,79 *Estimativa 2,37 2,22 1,99 1,66 1,42 0,98 0,90 0,71 1,32 0,67 1,77 1,12 1,54 0,90 0,65 0,64 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010* 2020* Fonte: Rio de Janeiro: IBGE, 2003. p. 72. Anuário estatístico do Brasil, 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2001. p. 254 e 255 (Adaptação). O resultado do processo de transição demográfica no Brasil é a redução do ritmo de crescimento da população. A linha de população absoluta do gráfico a seguir reflete essa mudança e demonstra que o ritmo de crescimento da população se acelerou desde o início do século XX até a década de 1960, quando, então, a curva se desacelerou, chegando, possivelmente, ao crescimento zero por volta do ano 2050. A população brasileira, que passou de pouco mais de 17 milhões de habitantes em 1900 para 190 139 471 habitantes – estimativa do IBGE para outubro de 2008 – deve se estabilizar, segundo as projeções da ONU, na casa de 250 milhões de habitantes por volta do ano 2050. GRÁFICO: Transição demográfica no Brasil (1900-2020) 50 280 240 220 40 35 30 25 200 180 Taxa de crescimento natural 160 140 120 100 20 80 15 60 40 10 População (em milhões) 260 45 20 5 0 0 19 0 1 19 0 2 19 0 30 19 4 19 0 50 19 60 19 70 19 80 19 90 20 00 20 10 20 * 20 20 * 30 20 * 40 20 * 50 * Atualmente, alguns demógrafos evitam utilizar a expressão ”explosão demográfica” e sugerem a utilização de “transição demográfica”, pois, por um período, a população teve um crescimento acelerado, mas esse crescimento vem diminuindo progressivamente e, dentro de algumas décadas, poderá ser lento novamente, quando as taxas de natalidade e de mortalidade forem baixas, resultando em um crescimento vegetativo também baixo. Crescimento vegetativo (%) 19 A transição demográfica é um processo de redução das taxas de mortalidade e de natalidade, sendo que a primeira diminui mais rápido que a segunda, causando um período de aumento do crescimento vegetativo e, portanto, de grande acréscimo populacional. Os dados existentes sobre crescimento demográfico mostram que a população mundial tem crescido de modo contínuo ao longo do tempo, porém com intensidades e proporções diferentes. A aceleração demográfica, nos últimos séculos, denominada explosão demográfica por alguns estudiosos, ocorreu nas últimas décadas do século XX, principalmente nos países subdesenvolvidos. Taxa de natalidade (%) 4,32 3,77 Taxa de natalidade / mortalidade (por mil) Esse modelo foi proposto pelo americano Warren Thompson, em 1929, com o termo original Demographic Transition Model podendo ser entendido como a forma de estudar as modificações que acontecem nas populações humanas desde o período das “altas taxas de nascimento (natalidade) e altas taxas de mortalidade” até o período das “baixas taxas de nascimento (natalidade) e baixas taxas de mortalidade”. Thompson já parte do princípio de que as taxas de nascimento e de mortalidade nunca foram constantes no tempo e que há leis ou regras gerais que se aplicam a todas as populações, em épocas diferentes, que são as fases da transição demográfica, tratadas a seguir. 4,44 Ano Taxa de natalidade Taxa de mortalidade População absoluta * Estimativa Fonte: <http://esa.un.org/unpp>. Acesso em: 18 jan. 2006. No gráfico a seguir, é possível perceber a redução ocorrida nas taxas demográficas brasileiras no período de 1980 a 2000, por meio da análise das pirâmides etárias sucessivas. Estas correspondem a uma representação da população por sexo e por idade em um gráfico denominado histograma. Crescimento e distribuição da população 90 80 70 Idade 60 Homens 50 Mulheres 40 30 20 10 0 2 1,5 1 0,5 1980 0 0,5 1991 1 1,5 2 (%) 2000 Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. p. 121 (Adaptação). Em 1980, a porção mais larga da pirâmide brasileira era da faixa de 0 a 4 anos; em 1991, entre os 5 e 9 anos e, em 2000, entre 15 e 19 anos. Para efeito de comparação, em 2000, um dos países com população mais jovem do mundo, a Guatemala, estava com a maior proporção na faixa entre 0 a 4 anos, e um dos países mais velhos, a Itália, com a maior proporção na faixa entre 30 e 34 anos. Como consequência das alterações nas taxas de natalidade e de mortalidade e considerando que o saldo migratório (imigração menos emigração) é desprezível, houve alteração substancial da distribuição etária da população brasileira em um período de 20 anos, conforme demonstra o gráfico a seguir. GRÁFICO: Proporção de crianças e idosos dependentes (Para cada grupo de 100 adultos) 100 90 80 86 82 70 82 78 77 81 73 66 60 FASES DO CRESCIMENTO POPULACIONAL Provavelmente, a população do mundo cessará de crescer acentuadamente por volta de 2050 – diminuindo sensivelmente a taxa de natalidade e a de mortalidade. 59 53 46 50 GRÁFICO: Transição demográfica 52 Equilíbrio primitivo 45 40 30 33 20 10 Entre os indicadores demográficos, cujo comportamento pode ser responsabilizado pelos movimentos ascendentes na curva de dependência total da população brasileira apresentados no gráfico, podem ser citadas: a redução da taxa de mortalidade geral, que acompanhou a transferência da população para as cidades, promovendo maior acesso às vacinas, à assistência médica e melhor qualidade de vida, permitindo que um maior número de indivíduos chegasse à idade adulta; a redução da taxa de mortalidade infantil, ocorrida devido aos maiores cuidados com a gestante, com o parto, com os recém-nascidos, além do acesso, pela mãe, a informações que permitam que um maior número de crianças sobreviva; e a queda da taxa de natalidade, que refletiu na redução relativa dos adultos nas décadas seguintes e, em contrapartida, no aumento da participação de idosos. Durante a evolução do crescimento populacional mundial, podemos notar quatro fases do crescimento, mas que pode ser estudado em apenas três, como veremos a seguir. 87 83 A curva de dependência total (proporção dos jovens e idosos em relação à população economicamente ativa) descreve dois movimentos ascendentes, um já concretizado e outro projetado. Esses movimentos são causados por modificações no comportamento dos indicadores demográficos vistos anteriormente, os quais, entre outros fatores, decorrem da evolução da economia do país e do nível de informação da sua população. 4 5 5 6 7 8 13 28 24 31 Expansão populacional 28 50 45 19 00 19 10 19 20 19 30 19 40 19 50 19 60 19 70 19 80 19 90 20 00 20 10 20 * 30 20 * 40 20 * 50 * 0 Crianças e idosos Crianças (0 a 14 anos) Idosos (65 anos ou mais) Envelhecimento Anos * Estimativa 40 Taxa de natalidade TN Taxa de mortalidade TM Crescimento vegetativo CV 35 30 25 20 15 Fonte: Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 jan. 2006. Caderno Dinheiro, p.B5 (Adaptação). No gráfico anterior, estão representadas curvas de dependência da população brasileira. Essas curvas correspondem a uma razão de dependência entre a população jovem (0 a 14), idosa (65 ou mais) e a relação que estabelecem com a população em idade ativa (15 a 64 anos). 10 5 0 1ª Fase TN TM CV 2ª Fase 3ª Fase TN TM CV 4ª Fase TN TM CV Modelo do demógrafo americano Warren Thompson, 1929. Editora Bernoulli 49 GEOGRAFIA GRÁFICO: Composição da população residente, por sexo e idade no Brasil (1980-2000) Frente B Módulo 01 Primeira fase ou fase de equilíbrio primitivo Terceira fase ou fase do envelhecimento Do início da humanidade até, aproximadamente, Essa fase é caracterizada pela ocorrência de baixas taxas o final do século XVIII, o crescimento vegetativo foi muito de natalidade e de mortalidade, resultando em baixíssimo baixo, resultado de uma alta natalidade acompanhada por crescimento e até na estagnação do crescimento populacional uma mortalidade também muito alta. A expectativa de nos países desenvolvidos. A transição demográfica encontra-se vida nesse período também foi muito baixa. As pessoas concluída com a maior parte desses países possuindo taxas viviam pouco devido às grandes epidemias, às constantes de crescimento muito baixas, geralmente inferiores a 1%, guerras e conquistas, aos períodos de fome e às precárias condições sanitárias e higiênicas da população. A população nulas e, em alguns países, até negativas. era tipicamente rural, não havia ainda o desenvolvimento Nos países desenvolvidos, tem ocorrido uma transformação da medicina, nem da indústria farmacêutica. Isso ocorreu na estrutura familiar. A taxa de fecundidade é baixa, tanto nos países hoje considerados desenvolvidos como nos permanecendo em torno de 1,5 filho por casal. Muitos subdesenvolvidos, porém em épocas distintas. países ainda apresentam taxas inferiores a 2,1 filhos por mulher, mantendo assim o tamanho de sua população Segunda fase ou fase da expansão demográfica Caracterizada por elevadas taxas de natalidade e baixas taxas de mortalidade, esta fase é marcada por um grande crescimento da população. Atualmente, a maioria dos países subdesenvolvidos ainda se encontra nessa fase. Os países “industrializados velhos” da Europa Ocidental (Reino Unido, França, Bélgica) foram os primeiros a atingir essa fase, principalmente durante o século XIX, ao passo que nos países “industrializados novos” (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Japão) ela ocorreu na primeira metade do século XX e, nos países subdesenvolvidos, a partir da segunda metade do século XX. estabilizado. Diversos fatores, como a urbanização, o aumento da escolarização e a incorporação das mulheres ao mercado de trabalho contribuem para a redução da fecundidade. Alguns países subdesenvolvidos industrializados, como o Brasil, estão entrando nesse terceiro período de transição demográfica, apresentando taxas de natalidade e de mortalidade de 2,0% e de 0,7%, respectivamente, o que resulta em uma taxa de crescimento médio de 1,3%. Já os países subdesenvolvidos não industrializados ou agrícolas, como os africanos, alguns asiáticos e da América Central, ainda possuem uma elevada taxa de natalidade e de mortalidade, apresentando um elevado crescimento demográfico, quando comparados aos países É importante observar que o crescimento demográfico desenvolvidos. Vários desses países ainda estão na segunda resultou fundamentalmente da redução da mortalidade fase de crescimento populacional. Para entender melhor esse que ocorreu de forma gradativa e num espaço de tempo assunto, torna-se necessário examinar os dois elementos bastante grande. fundamentais do crescimento da população mundial: os A Revolução Industrial contribuiu em muito para a melhoria índices de mortalidade e de natalidade. das condições higiênico-sanitárias, médico-hospitalares e alimentares e no combate às epidemias na Europa, ao longo do século XIX, reduzindo a mortalidade de forma gradativa INDICADORES DEMOGRÁFICOS nessa região. Entretanto, a natalidade permaneceu elevada durante quase todo esse século, explicando assim o grande crescimento populacional da Europa naquele período. Quanto à expectativa de vida, esta foi aumentando e tornando-se alta nesses países, contribuindo também para um maior crescimento demográfico. Os índices de mortalidade Durante milênios, existiu um equilíbrio entre os índices de natalidade e de mortalidade. Para cada grupo de mil habitantes, nasciam cerca de 40 a 45 crianças e morriam cerca de 35 a 40 pessoas. Isso produzia um crescimento Quanto às áreas coloniais, o crescimento demográfico vegetativo pequeno, de mais ou menos 0,5% ao ano. foi lento nesse período, pois as taxas de natalidade e de Depois da Revolução Industrial, as taxas ou índices de mortalidade mantiveram-se elevadas, e a diferença, ou seja, mortalidade diminuíram, o que explica a aceleração o crescimento vegetativo foi pequeno. demográfica. 50 Coleção Estudo Crescimento e distribuição da população o mundo, principalmente no século XX. Isso determinou um desequilíbrio entre os índices de natalidade, que se mantiveram estáveis, e os de mortalidade, que diminuíram rapidamente. As razões dessa diminuição brusca se devem às transformações sociais motivadas pela industrialização e pela modernização social e econômica ocorrida em diversas nações da Europa. Pouco a pouco, as populações passaram a concentrar-se nas cidades, principalmente nas metrópoles. Isto facilitou a implantação de obras de saneamento básico: água encanada, rede de esgotos, recolhimento diário do lixo, pavimentação de ruas e avenidas, etc. Além disso, a aglomeração de pessoas nos centros urbanos também facilitou as campanhas de vacinação e de limpeza pública, diminuindo a incidência de doenças causadas principalmente por insetos, ratos e outros animais. Esses benefícios foram os principais fatores da queda dos índices de mortalidade, além dos notáveis progressos na medicina ocorridos a partir do século XIX. Surgiram as vacinas e os novos meios de combater infecções, como os antissépticos, e os conhecimentos sobre micróbios e outros elementos causadores de doenças. Já no século XX, com a descoberta dos antibióticos (começando pela penicilina, em 1928), foi possível tratar doenças até então quase incuráveis como a pneumonia e a tuberculose. Assim, o número de mortes diminuiu. A qualidade da alimentação da população também melhorou muito, principalmente nos países desenvolvidos: as pessoas passaram a consumir mais carne, leite, ovos, frutas, verduras, etc. Os alimentos industrializados, a higienização dos alimentos, além de uma boa alimentação foram importantes fatores de diminuição da mortalidade. É comum ocorrerem pequenas oscilações nesses índices: a mortalidade diminuiu pouco a pouco durante décadas, chegando à taxa de 0,6 ou 0,7%, depois subiu, chegando a 1,0%. Esse fato se explica pelo envelhecimento da população: como o índice de mortalidade baixou sensivelmente e o de nascimento também diminuiu, em determinado momento, cresceu muito o número de pessoas com mais de 60 anos; assim, houve novamente um ligeiro aumento da mortalidade, simplesmente pelo fato de os idosos falecerem. Mas esse aumento, principalmente na Europa Ocidental, foi pequeno e tende a se manter na faixa de 0,9 ou 1,0%. Nos demais países, principalmente no mundo subdesenvolvido, a queda nos índices de mortalidade é mais recente. Até as primeiras décadas do século XX, os países subdesenvolvidos e também muitos países socialistas apresentavam taxas de mortalidade de 3,0 a 4,0%. A natalidade era alta, mas como a mortalidade também era, o crescimento vegetativo ficava muito baixo e a população crescia muito pouco. A partir da década de 1940 e principalmente 1950, quando as indústrias chegaram com muita rapidez trazendo as inovações alimentares e, principalmente, os medicamentos e a indústria química, esses índices diminuíram consideravelmente para 2,0 ou até 1,0%. Em alguns países, como Argentina, Chile, Uruguai, Brasil e Venezuela, a queda foi maior; mas em outros, localizados principalmente na África e no sul da Ásia, até hoje os índices de mortalidade se mantêm elevados. Enfim, o declínio da mortalidade nos países desenvolvidos, como já vimos, aconteceu a partir de transformações da própria sociedade: a industrialização, a urbanização, o saneamento básico, os avanços da medicina e a melhoria na alimentação. Nos países do sul, ou subdesenvolvidos, essa queda foi produzida não tanto por transformações da sociedade, mas, principalmente, pela importação de técnicas médico-sanitárias dos países desenvolvidos: vacinas, medicamentos, inseticidas para o combate a mosquitos e demais agentes transmissores de doenças, etc. Assim, mesmo os países subdesenvolvidos que pouco se industrializaram e onde a maioria da população ainda vive no meio rural vêm apresentando uma diminuição nos índices de mortalidade, embora isso não se deva à melhoria da qualidade de vida da população. Os índices de natalidade Quanto aos índices de natalidade, estes, embora com algumas décadas de atraso em relação aos índices de mortalidade, vêm caindo progressivamente no mundo todo. Nos países desenvolvidos, o número de nascimentos vem diminuindo desde o século XIX. Hoje, em alguns países, principalmente na Europa, esses índices são tão baixos que os governos procuram incentivar as famílias a terem mais filhos a fim de evitar a diminuição da população, o que irá refletir mais tarde na carência de mão de obra, evitando a necessidade de contratar imigrantes, potencial causa de conflitos xenofóbicos. No mundo subdesenvolvido e em alguns países do antigo bloco socialista, a diminuição da natalidade é mais recente. Países como a China e a Índia diminuíram sensivelmente as suas taxas de natalidade, porém alguns países africanos e mesmo asiáticos ainda possuem taxas elevadas. Já em outros países desses locais e da América Central, a diminuição da natalidade tem sido mais lenta. Apesar das diferenças de ritmo, é provável que nas próximas décadas deste novo século, os índices de nascimentos nos países subdesenvolvidos, que ainda são altos, diminuam cada vez mais. Editora Bernoulli 51 GEOGRAFIA A queda das taxas de mortalidade ocorreu primeiro na Europa Ocidental, no século XVIII, e propagou-se por todo Frente B Módulo 01 A queda nas taxas de natalidade está ligada a dois fatores básicos: a diminuição da mortalidade e a urbanização. A diminuição nos índices de mortalidade provoca uma queda nas taxas de natalidade. Isso se explica porque EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. (UFPE–2007) Um estudo sobre a dinâmica e a distribuição da população de uma determinada área é a mortalidade infantil sempre leva as famílias a terem realizado a partir do conhecimento e da compreensão muitos filhos, como forma de garantir que alguns deles dos seus indicadores demográficos. Em relação a cheguem à idade adulta. Antes da Revolução Industrial, alguns desses indicadores, analise as proposições a mortalidade infantil era muito alta, embora em alguns a seguir. países subdesenvolvidos isso ocorra até hoje. As crianças pequenas são as mais sujeitas a problemas de saúde devido ( ) A densidade demográfica é obtida a partir da às más condições de vida. Nas sociedades onde não há divisão da superfície territorial de um lugar pela sua vacinas e onde as condições de higiene não são boas (falta população absoluta. rede de esgoto e de coleta de lixo, água não tratada, etc.), ( ) O crescimento vegetativo é calculado com base há um número muito grande de mortes entre crianças de nas taxas de natalidade, de mortalidade e de até 1 ano. Inúmeros estudos mostraram que, quando a migração. mortalidade infantil diminui, as famílias passam a ter menos ( ) O superpovoamento de uma área não é identificado filhos, pois todos podem sobreviver. apenas pela densidade demográfica, mas também Esse é um processo demorado, que precisa de várias pelas condições socioeconômicas existentes. gerações para se firmar. Primeiro ocorre a queda na ( ) A taxa de mortalidade infantil identifica o número de mortalidade, depois de algum tempo, começa a diminuir óbitos de crianças menores de um ano. o número de nascimentos. Essa diferença é que produz, durante algumas décadas, um grande crescimento ( ) A taxa de fecundidade é um indicador populacional populacional. que influencia diretamente o comportamento de um outro indicador, o da natalidade. A urbanização de uma sociedade também contribui para a queda nos índices de natalidade. No campo, é comum os filhos, mesmo os menores, ajudarem os pais na lavoura e na 02. (UFSC) Com base na tabela que trata da população criação de animais, o que aumenta a possibilidade de ganho absoluta e relativa dos países mais populosos do mundo, da família. Também é comum as crianças não frequentarem e nos seus conhecimentos sobre esse assunto, assinale escola, nem existirem atividades culturais que exijam dos a(s) proposição(ões) CORRETA(S). pais gastos de tempo e de dinheiro (cinema, teatro, shows, Os países mais populosos etc.), por isso, as famílias passam a ter muitos filhos para que estes possam ajudar a complementar a renda familiar, além, População absoluta (milhões de habitantes) População relativa (hab./km2) 1. China 1 250 136 2. Índia 1 000 330 trabalho na vida adulta. Isso aumenta os gastos dos pais e 3. EUA 276 29 diminui suas possibilidades de contarem com a ajuda dos 4. Indonésia 208 110 é claro, da falta de informação e de medicamentos que evitam os filhos e de padrões culturais peculiares (religiosos ou não). Nas cidades, ao contrário, a escolarização é cada vez mais exigida, para que a criança se prepare melhor para o filhos menores nas despesas familiares. No meio urbano, País as atividades culturais são diversificadas e quase sempre 5. Brasil 169,5 20 dependem de gastos, a vida é mais agitada e os pais têm 6. Rússia 147 9 7. Paquistão 152 199 8. Bangladesh 127 966 9. Japão 126 333 10. Nigéria 120 175 menos tempo para cuidar dos filhos. Geralmente, as condições decorrentes da urbanização conduzem, pouco a pouco, a uma redução do número de filhos (dois ou três, no máximo). Outro fator que contribui para essa redução é que na cidade há menos dificuldades para o controle da concepção, devido ao fácil acesso à informação e aos métodos anticoncepcionais, além dos fatores culturais. 52 Coleção Estudo Fonte: VESENTINI, J. William. Brasil Sociedade & Espaço: Geografia do Brasil. São Paulo: Ática, 2002, p. 143. Crescimento e distribuição da população 01. O Brasil é um país bastante povoado. A) Mudanças culturais, relacionadas a formas racionais de uso do solo, melhorias alimentares e de higiene têm 02. O Brasil é um país populoso. reduzido os índices de mortalidade das populações da 04. O Brasil é um país populoso e bastante povoado. África Setentrional, América Latina e Caribe. 08. Comparado aos principais países mais populosos do B) Há grande porcentagem de idosos caracterizando a mundo, o Brasil possui uma baixa população relativa. 16. Por ser um país bastante povoado, o Brasil não exige C) Os países da África do Norte e da América Latina políticas de desenvolvimento regional para a ocupação têm melhorado significativamente os seus índices do território. de desenvolvimento humano, superando até vários países do continente europeu. ) D) A população de migrantes latino-americanos e africanos no continente europeu tem contribuído para (PUC Rio–2006) A taxa de crescimento populacional atual o desenvolvimento socioeconômico de seus países de da Rússia é negativa: a população do país diminuiu em origem com o envio de parte de seus recursos financeiros. 286 mil pessoas no primeiro quadrimestre deste ano. E) O atual contexto econômico mundial caracterizado O número de mortes no país é, em média, 70% superior pelo predomínio do neoliberalismo tem contribuído ao número de nascimentos. A diminuição vem ocorrendo para a redução das desigualdades socioeconômicas desde o desmantelamento da União Soviética, em 1991. inter-regionais. Essa situação é decorrência A) dos fluxos migratórios em direção à Europa Ocidental. 05. (UFMG–2008) Analise este gráfico, em que estão B) da rigorosa política de governo de controle da natalidade. representadas curvas de dependência da população C) do aumento da mortalidade na base e no corpo da brasileira: pirâmide etária. Proporção de crianças e idosos dependentes, para cada D) do elevado número de idosos e da baixa taxa de grupo de 100 adultos fecundidade. 86 E) das mudanças ocorridas na economia do país a partir da desestruturação da União Soviética. 82 78 77 87 81 66 (PUCPR–2007) Confira com atenção o gráfico a seguir. TAXAS DE MORTALIDADE POR REGIÃO (2000) África Subsaariana Europa América do Norte Ásia África do Norte América Latina e Caribe MUNDO 73 59 TO TA L AS NÇ IA CR 04. 82 83 Crianças e idosos 53 52 46 31 45 28 33 24 IDOSOS 4 5 5 6 7 8 13 Somente idosos (65 anos ou mais) 24 Somente crianças (0 a 14 anos) 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 0 5 10 15% Projeções Fonte: Folha de S. Paulo. São Paulo. 22 jan. 2006. Fonte: United Nation Population Division, 2003. MAGNOLI, Caderno Dinheiro (Adaptação). Demétrio; ARAÚJO, Regina. Projeto de Ensino de Geografia: geografia geral. Fig. 6, p. 140. A miséria e as doenças a ela correlacionadas explicam os elevados índices de mortalidade na porção da África Observe que, nesse gráfico, a curva de dependência total descreve dois movimentos ascendentes – um já concretizado e outro projetado. Esses movimentos são causados por modificações no comportamento dos que se estende desde o deserto do Saara até o extremo indicadores demográficos, as quais, entre outros fatores, sul desse continente. Tanto a África do Norte, como a decorrem da evolução da economia do país e do nível de América Latina e Caribe apresentam, no entanto, índices informação da sua população. Considerando as informações menores de mortalidade do que a Europa. Isso se deve contidas nesse gráfico e outros conhecimentos sobre o principalmente a quê? assunto, Editora Bernoulli 53 GEOGRAFIA Soma ( 03. estrutura etária da maioria dos países europeus. Frente B Módulo 01 1. IDENTIFIQUE e EXPLIQUE dois indicadores C) A distribuição da população idosa terá uma maior demográficos cujo comportamento pode ser concentração entre os países ricos e emergentes, por responsabilizado por esses movimentos ascendentes terem maior acesso à tecnologia da medicina. na curva de dependência total da população brasileira. D) A maior concentração de idosos estará em países 2. Responda: Que período da evolução da curva de subdesenvolvidos, proveniente do elevado crescimento dependência total da população brasileira pode vegetativo de hoje. ser considerado o mais favorável ao crescimento E) O maior número de idosos se concentrará no econômico do país? JUSTIFIQUE sua resposta. continente europeu, devido ao crescimento e à expansão da União Europeia, que proporcionará EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. (UFRJ–2007) igualdade de tecnologia e tratamentos médicos à sua população. 03. (UFTM–2010) Considere o gráfico. Fases da transição demográfica Taxas (%) 4 3 2 natalidade mortalidade 1 1ª 0 2ª 3ª Tempo Considere as afirmações. I. A primeira fase de transição demográfica é marcada pelo rápido crescimento da população, como Tradução: consequência da queda da mortalidade e manutenção “O SUMIÇO DOS BEBÊS” das elevadas taxas de natalidade. “Para um número cada vez maior de países, o problema não é ter gente demais, mas ter de menos.” APRESENTE os principais problemas resultantes da diminuição da taxa de natalidade em alguns países desenvolvidos. II. A segunda fase caracteriza-se pela diminuição das taxas de fecundidade, provocando queda da taxa de natalidade mais acentuada que a de mortalidade e diminuindo o ritmo de crescimento da população. III. A terceira fase, encontrada em diversos países europeus, é denominada de fase de estabilização 02. (Mackenzie-SP–2008) Hoje, a população idosa no mundo é de aproximadamente 650 milhões de habitantes. Segundo a ONU, a perspectiva para 2050 é de que o mundo tenha 2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos. Assinale a alternativa que corresponde à CORRETA distribuição IV. O Brasil ainda se encontra na primeira fase da transição demográfica, apesar das melhorias das condições médico-sanitárias. demográfica de idosos no planeta, nesse período. Está CORRETO apenas o que se afirma em A) A população idosa terá uma distribuição demográfica A) I e II. homogênea, devido à conquista de recursos na área de saúde, que atingirão a maior parte da população mundial. B) A maior parte da população idosa estará concentrada 54 demográfica. B) II e III. C) III e IV. nos países desenvolvidos, onde o investimento no social D) I, II e III. é alto, gerando uma elevada expectativa de vida. E) II, III e IV. Coleção Estudo Crescimento e distribuição da população 04. Brasil: taxas de dependência total, jovem e idosa, 1950-2050 (Puc-SP–2009) O gráfico apresenta as taxas de fecundidade no Brasil e nas grandes regiões, de 1940 100 a 1999. 90 80 Brasil e regiões 1940–1999 70 9 8 Brasil Norte Nordeste Sudeste 7 6 5 60 50 40 30 20 10 Sul Centro-Oeste 4 0 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 Anos Taxa de dependência idosa Taxa de dependência total Taxa de dependência jovem Fonte: United Nations, 1999. 3 2 1 0 1940 1950 1960 1970 1980 1991 1999 Anos (1) Número médio de filhos nascidos vivos Assinale a alternativa CORRETA. A) A elevação da taxa de dependência a partir de 2020 decorre, principalmente, do aumento da base da pirâmide etária que representa a população brasileira. Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográficos 1940-1991; Ministério da Saúde / Fundação Nacional de Saúde – Funasa / Centro Nacional de Epidemiologia – Cenepi Sistema de B) A baixa taxa de dependência está diretamente relacionada a uma estrutura etária típica de países subdesenvolvidos, cuja representação gráfica assemelha-se ao formato de uma pirâmide. Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasi (dados de 1999). Indique a alternativa que o analisa e o interpreta CORETAMENTE. C) A queda da taxa de dependência de jovens está associada à diminuição da taxa de natalidade que, por sua vez, relaciona-se à reversão do fluxo populacional, agora direcionado principalmente ao campo. A) Existem disparidades importantes entre as regiões na queda das taxas de fecundidade, em especial entre as taxas do Sul e as do Sudeste. B) As taxas menores entre 1940 e 1950 indicavam a D) O gráfico demonstra a situação de transição demográfica pela qual passa o Brasil a partir da Segunda Guerra Mundial e cuja consequência atual é o bônus demográfico, situação economicamente favorável. efetividade de políticas de controle de natalidade que foram abandonadas na década seguinte. C) A queda nas taxas de fecundidade mostra-se E) O aumento da participação de idosos na população brasileira expressa uma situação de explosão demográfica, característica dos países desenvolvidos, que acarretará problemas previdenciários futuramente. significativa a partir de 1970 devido ao controle de natalidade decretado pelos governos militares a partir de 1964. D) As taxas de fecundidade caem muito com o uso da pílula anticoncepcional, imposto pelo governo 06. brasileiro, no dia a dia das brasileiras das zonas rurais Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e crescimento vegetativo, 1872-2000 e urbanas de todas as regiões. E) A queda das taxas de fecundidade é generalizada em % 5,00 todas as regiões; no ano de 1999, os diferenciais são 4,50 mínimos, o que mostra a transição demográfica em 4,00 curso no país. 05. (FMJ-SP–2010) Considerando que a taxa de dependência total refere-se à razão entre o segmento etário da 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 população definido como economicamente dependente 1,00 (os menores de 15 anos de idade e os de 60 e mais anos 0,50 de idade) e o segmento etário potencialmente produtivo 0 (entre 15 e 59 anos de idade), na população residente em determinado país, em um dado período, observe o gráfico. (UFG-GO–2007) Observe o gráfico a seguir. 1872-90 1891-00 1901-20 1921-40 1941-50 1951-60 1961-70 1971-80 1981-91 1992-00 Natalidade Mortalidade Crescimento vegetativo IBGE. Anuário Estatístico do Brasil, 1982. Censo demográfico 2000. Editora Bernoulli 55 GEOGRAFIA Taxas (1) Taxas (%) Taxa de fecundidade total (1) Frente B Módulo 01 A diferença entre as taxas de natalidade e de D) No meio urbano, a necessidade da mão de obra feminina mortalidade indica aumento, redução ou estabilização estimula o aprimoramento profissional. Para esse grupo, na taxa de crescimento vegetativo. A leitura e a sucessivas gestações comprometeriam o padrão de vida da família e a possível ascensão profissional. interpretação do gráfico demonstram que o crescimento E) A dinâmica do crescimento populacional no mundo vegetativo está sendo alterada nas últimas décadas, devido A) aumenta quando as taxas de natalidade e de aos avanços na medicina, ao aumento do acesso à mortalidade são elevadas. educação e ao saneamento básico. B) estabiliza-se quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade. C) é maior quando a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade é elevada. D) é baixo quando a taxa de mortalidade é menor que 08. (UFF-RJ) O Censo 2000 do IBGE registrou, conforme ilustra o gráfico a seguir, significativa redução do número médio de pessoas na família em todo o país. Número médio de pessoas na família a de natalidade. E) aumenta quando as taxas de natalidade e mortalidade 3,9 3,5 3,8 3,4 4,4 4,0 são baixas. 07. 1991 2000 (Mackenzie-SP–2010) Fertilidade total entre 2005-2010 Variação Média (crianças por mulher) Total Urbana Rural Fonte: Censo 2000, IBGE. Assinale a alternativa que apresenta considerações ADEQUADAS acerca dessa redução quantitativa de componentes da família brasileira. A) A redução do número médio de membros das famílias no país está associada, sobretudo nas áreas de fronteira agrícola, às péssimas condições sanitárias e à concentração de terras que impedem o pleno desenvolvimento das famílias. B) As políticas demográficas natalistas nas duas últimas décadas do século XX, implementadas pelo Governo 5 ou mais 4 e menos do que 5 2 e menos do que 3 menos do que 2,1 3 e menos do que 4 A respeito dos índices de crescimento populacional no mundo, assinale a alternativa INCORRETA. apresenta queda no número médio de pessoas nas famílias em todo o país. C) A grande migração da população do campo para as cidades, fenômeno característico da segunda metade do século passado, é a principal responsável pela redução A) Na atualidade, verifica-se uma queda dos índices de das famílias em grande parte do país, sobretudo nas natalidade, embora em alguns países as taxas se periferias e nas favelas das grandes metrópoles. mantenham elevadas. B) No Brasil, o índice, desde 1920, obedece a sucessivos recuos, graças ao processo de substituição de importações, que impulsionou a indústria nacional nessa mesma década, absorvendo muita mão de obra. 56 Federal, foram malsucedidas, uma vez que o Brasil D) A grande diferença do número médio de membros das famílias rurais e urbanas resultou do baixo nível cultural da população camponesa, incapaz de adotar um planejamento familiar mais eficaz. E) A adoção do modo de vida urbano, pelo campo, implicando o estímulo ao consumo de bens, à utilização de serviços e às práticas de lazer, bem C) Devido à intensa urbanização, as pessoas passaram como as mudanças culturais nos relacionamentos a ter acesso aos métodos anticoncepcionais, o que interpessoais, contribuíram para a redução do número facilitou a redução do número de filhos por família. médio de pessoas nas famílias em todo o país. Coleção Estudo Crescimento e distribuição da população 09. (UNESP-SP) Os gráficos representam duas tendências Com base nos dados apresentados no gráfico, pode-se mundiais. Analise-os e assinale a alternativa que está concluir que a dinâmica demográfica corresponde à relacionada com o constante aumento do número de A) América Latina, que reduziu a mortalidade mas ainda mantém alta natalidade devido à influência da religião pessoas com 65 anos ou mais. católica. Média do número de filhos por mulher B) África Subsaariana, onde alguns países ainda mantêm 1960-1965 3,3 2,0 1995-2000 1,7 taxas de natalidade e mortalidade superiores às médias mundiais. 3,6 2,9 2,8 6,2 1,3 2,0 1,6 1,5 1,6 C) China e expressa o sucesso da política do filho único, 2,6 2,5 1,3 que tem feito a natalidade no país declinar, ainda que 2,3 de forma lenta. 1,2 D) Ásia de Monções e pode ser explicada pela grande Reino França Canadá Japão Alemanha Itália Brasil Unido população vivendo no meio rural, que naturalmente apresenta maiores taxas de natalidade. E) Índia e expressa o fracasso das políticas de controle Porcentagem da população do mundo desenvolvido com 65 anos ou mais da natalidade neste país, em razão das resistências culturais e religiosas da população. 9,2 1960 1990 2000 2010 2020 2030 13,3 14,7 16,7 SEÇÃO ENEM 20,2 23,2 Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos, 2001. 01. (Enem–2004) A distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) no Brasil variou muito ao longo do século XX. A) Diminuição da expectativa de vida e do número médio de filhos por mulher em todos os países. fertilidade por mulher, no período 1995-2000, no Japão, na Alemanha e na Itália. C) Aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa de fertilidade por mulher em todos os países. D) Diminuição da expectativa de vida e da taxa de fertilidade por mulher nos países desenvolvidos. Percentual da PEA atividades (em %) da PEA brasileira em diferentes décadas. B) Aumento da expectativa de vida e alta taxa de 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1940 1960 1980 2000 Ano Legenda: E) Aumento da expectativa de vida e queda na taxa de fertilidade por mulher exclusivamente no Canadá, na Alemanha e no Brasil, no período 1960-2000. 10. O gráfico representa a distribuição por setores de Agropecuária Comércio e Serviços Indústria IBGE. (FMJ-SP–2010) Observe o gráfico para responder à As transformações socioeconômicas ocorridas ao longo do questão. século XX, no Brasil, mudaram a distribuição dos postos de trabalho do setor A) agropecuário para o industrial, em virtude da queda Transição demográfica 50 40 30 20 49,8 2,1 29,3 10 0 acentuada na produção agrícola. 49,4 48,8 40,2 2,7 3,1 22,8 2,2 18,2 17,7 1950 1965 1980 2000 Taxa de aumento natural Taxa de natalidade (por mil) Taxa de mortalidade (por mil) Fonte: Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil, p. 309. B) industrial para o agropecuário, como consequência do aumento do subemprego nos centros urbanos. C) comercial e de serviços para o industrial, como consequência do desemprego estrutural. D) agropecuário para o industrial e para o de comércio e de serviços, por conta da urbanização e do avanço tecnológico. E) comercial e de serviços para o agropecuário, em virtude do crescimento da produção destinada à exportação. Editora Bernoulli 57 GEOGRAFIA EUA Frente B Módulo 01 02. (Enem–1999) Em material para análise de determinado Indicador marketing político, lê-se a seguinte conclusão: demográfico 2: Taxa de natalidade. A explosão demográfica que ocorreu a partir dos anos 50, especialmente no Terceiro Mundo, suscitou teorias Explicação: A redução do número de jovens ou políticas demográficas divergentes. Uma primeira – redução da taxa de natalidade – contribui teoria, dos neomalthusianos, defende que o crescimento para a redução do volume da população demográfico dificulta o desenvolvimento econômico, adulta em alguns anos, a médio e a longo já que provoca uma diminuição na renda nacional prazo. per capita e desvia os investimentos do Estado para 2. Período: 2000-2030 setores menos produtivos. Diante disso, o país deveria Justificativa: Período em que a relação de desenvolver uma rígida política de controle de natalidade. dependência Uma segunda, a teoria reformista, argumenta que ao maior tamanho da população em idade o problema não esta na renda per capita e sim na economicamente ativa, ou em idade de distribuição irregular da renda, que não permite o acesso trabalho, em relação à população dependente à educação e saúde. Diante disso o país deve promover (crianças e idosos). está mais favorável devido a igualdade econômica e a justiça social. Qual dos “slogans” a seguir poderia ser utilizado para defender o ponto de vista neomalthusiano? A) “Controle populacional - nosso passaporte para o desenvolvimento” Propostos 01. A redução da natalidade pode causar: ● B) “Sem reformas sociais o país se reproduz e não produz” Aumento da proporção de idosos na estrutura populacional, com aumento das despesas previdenciárias; ● Redução do número de jovens no mercado de C) “População abundante, país forte!” trabalho, com necessidade de importação de D) “O crescimento gera fraternidade e riqueza para mão de obra do exterior, o que muitas vezes gera tensões internas, manifestadas por todos” xenofobia; E) “Justiça social, sinônimo de desenvolvimento” ● O Estado perde simbolicamente o grupo etário que representa o futuro da nação. 02. D GABARITO Fixação 04. E 05. D 01. F F V V V 06. C 02. Soma =10 07. B 03. D 08. E 04. B 05. 1. 09. C Indicador demográfico 1: Expectativa de vida. Explicação: Devido à melhora das condições de vida da população e ao envelhecimento da 58 03. D 10. B Seção Enem mesma, ocorre o aumento desse indicador – 01. D expectativa de vida. 02. A Coleção Estudo GEOGRAFIA Teorias demográficas e estrutura da população TEORIAS DEMOGRÁFICAS MÓDULO FRENTE 02 B Nessa concepção, epidemias, guerras, catástrofes naturais, etc., constituiriam um “mal necessário” para frear Seja na Grécia Antiga, quando Platão e Aristóteles estudaram a população ideal para as cidades-estado de sua época, ou durante o Império Romano, quando se estimulou o crescimento populacional para a expansão territorial de seus domínios, que exigia a presença de muitos soldados para assegurar as conquistas, ou mesmo durante a Idade Média, quando Tomás de Aquino baseou seus estudos populacionais segundo os preceitos religiosos contidos na Bíblia, que sugeria o crescimento demográfico com o famoso “Crescei e multiplicai-vos”, para explicar o crescimento demográfico e equacioná-lo, o homem desenvolveu vários esforços para sistematizá-lo dentro de uma orientação religiosa, política ou teorias sociais e econômicas. tal crescimento indesejável. Como contribuição, caberia ao Teoria Malthusiana Mundial ressuscitou as ideias de Malthus. Conhecidos como homem tentar conter o crescimento por meio do princípio da “sujeição moral do indivíduo”, ou seja, casamentos tardios, abstinência sexual, etc. Essa teoria, claramente antinatalista, foi questionada, levando-se em conta que o cientista não considerou o desenvolvimento técnico e científico da humanidade. Ele propunha a erradicação da pobreza e da fome por meio do controle de natalidade e de outras medidas como casamentos tardios e número de filhos compatíveis com os recursos familiares. Teoria Neomalthusiana A explosão demográfica do período Pós-Segunda Guerra Na Idade Moderna, vários pensadores se dedicaram ao estudo das questões populacionais, como Maquiavel, Jean Bodin, Mirabeau e outros. Mas é no liberalismo que surge a neomalthusianos ou alarmistas, os adeptos dessa teoria assumiram novas posturas e aprimoraram a teoria: • primeira e mais importante proposta de estudo das questões da população, na cidade de Londres, feita pelo economista e sacerdote anglicano Thomas Robert Malthus (1766-1843). Ele estava preocupado com os problemas enfrentados por seu país durante a Revolução Industrial, tais como o êxodo rural, o desemprego e o aumento populacional. A teoria demográfica mais conhecida foi proposta em seu livro Ensaio sobre o princípio da população, publicado em 1798. Nele, ele estabelece duas premissas sobre as quais formulava a sua teoria. A população tende a crescer segundo uma progressão geométrica (PG), dobrando a cada 25 anos, isto caso não ocorra epidemias ou guerras. Os fatores de subsistência, ou seja, os alimentos, na melhor das hipóteses, crescem segundo uma progressão aritmética (PA). Segundo Malthus, então, o ritmo de crescimento populacional era muito superior ao Atribuíam a culpa pela situação de miséria dos países subdesenvolvidos ao acelerado crescimento populacional; • Concordavam que a agricultura era capaz de produzir alimentos suficientes para todos; • Defendiam programas rígidos e oficiais de controle da natalidade, em geral rotulados de planejamento familiar, com o emprego de diversos métodos, como as pílulas anticoncepcionais, a ligadura das trompas, o DIU (dispositivo intrauterino), o aborto e a vasectomia. Muitos governos de países ricos passaram a investir mais em políticas antinatalistas do que em políticas econômicas para resolver o problema da pobreza e do desajuste entre a população e os recursos, utilizando o argumento segundo o qual a elevada fecundidade era causa e não consequência do subdesenvolvimento. Essas políticas de controle da natalidade, conhecidas como ritmo de crescimento dos recursos alimentares necessários antinatalistas, embora muito criticadas, foram adotadas ao atendimento de todo o contingente populacional. Para por países como a Índia, o Egito, o México e a China. Com corrigir tal descompasso, seriam necessárias medidas de exceção da China, que em quarenta anos conseguiu reduzir controle do crescimento populacional a fim de se evitar uma a sua natalidade em mais da metade, os outros países não crise de superpovoamento. obtiveram resultados satisfatórios. Editora Bernoulli 59 Frente B Módulo 02 Para ser bem-sucedido, um programa de planejamento Uma das formas mais dinâmicas de conhecer a estrutura familiar deve não apenas ser parte integrante de um plano de de uma população é através de sua pirâmide etária, ou seja, desenvolvimento socioeconômico. Ele requer a existência de os gráficos de distribuição por faixa etária e por sexo. Em uma série de condições favoráveis, como educação, saúde, uma pirâmide etária, a base indica a taxa de natalidade: atendimento médico-hospitalar, consciência e aprovação base larga representa grande TN, e base estreita representa popular. A esses fatores se deve o sucesso do programa baixa TN. Já o corpo de uma pirâmide representa a taxa oficial de controle da natalidade iniciado em 1948 no Japão, de mortalidade de uma população: corpo afunilado indica único país desenvolvido a adotá-lo. Por outro lado, alguns grande TM, ou seja, a morte ocorre em todas as faixas países da Europa, como a Bélgica, a Alemanha e a França, etárias; já um corpo alargado indica pequena TM. O ápice já adotaram políticas pró-natalistas como resposta à queda indica a expectativa de vida, que será alta quando o ápice da natalidade ocorrida. for largo e baixa quando for estreito. Teoria Reformista ou Marxista Os reformistas se opõem aos neomalthusianos e defendem que a miséria é a responsável pelo intenso crescimento populacional. Defendem reformas de caráter socioeconômico que permitam a melhoria das condições de vida dos indivíduos dos países subdesenvolvidos. Segundo os reformistas, isso resultaria em um planejamento familiar que ocorreria de forma espontânea. GRÁFICO: Pirâmides etárias Estados Unidos França 70 ou + 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 70 ou + 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 % 6 4 2 0 ESTRUTURA DA POPULAÇÃO Conhecer como uma população é formada ou caracterizada, sob vários aspectos é de grande importância para qualquer governante ou dirigente responsável pelo planejamento socioeconômico de uma nação, bem como nas projeções para o futuro. É o conhecimento profundo da população, portanto de sua estrutura, que permitirá a implantação de políticas públicas que atendam a realidade demográfica de um determinado local. 0 2 4 6 % 0 2 4 6 % Esperança de vida Homens 75,3 anos Mulheres 81 anos Homens 77,7 anos Mulheres 84,2 anos Argélia 70 ou + 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 %18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Estrutura etária % 6 4 2 0 Esperança de vida 0 2 4 6 8 10 12 1416 18 % Esperança de vida Homens 72,1 anos Mulheres 75,4 anos A divisão populacional por faixa de idades mais utilizada atualmente é a da Divisão Populacional da ONU, que considera a distribuição etária a seguir. Normalmente, essa é a distribuição etária: • Jovens – até 19 anos. • Adultos – de 20 até 59 anos. • Idosos – de 60 anos ou mais. Essa divisão, porém, apresenta diferenças quanto aos México 70 ou + 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 %18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 % intervalos de idade de acordo com a conveniência dos Esperança de vida países e dos organismos interessados. Assim, alguns países Homens 73,1 anos Mulheres 74,8 anos consideram jovens com idade entre 0 e 14 anos, adultos com idade entre 15 e 59 anos e idosos com idade superior a 60 anos. 60 Coleção Estudo Fonte: Atlas 2000 – La France et le monde. Paris, NATHAN, 1998. Teorias demográficas e estrutura da população Em relação aos países desenvolvidos, verifica-se que a expectativa de vida de sua população é maior, a proporção de jovens é menor e a de idosos, maior. Os reflexos de tais características nas pirâmides etárias são bases mais estreitas e cumes mais largos. Já nos países mais pobres, ocorre o inverso, devido ao grande número de jovens e à baixa proporção de idosos. TABELA: Distribuição etária da população em alguns países (em %) Países “maduros” Em transição Países “jovens” EUA Japão Suécia Brasil Bangladesh Zâmbia Nigéria Jovens (até 19 anos) 25,7 21,5 19,8 53,0 50,2 61,5 55,4 Adultos (de 20 até 59 anos) 57,4 55,5 56,7 45,0 44,8 35,0 40,1 Idosos (60 anos ou mais) 16,9 23 23,5 8,3 5,0 3,5 4,5 Fonte: Elaborada a partir de dados do US Bureau of Census, World Population Profile. A população brasileira está envelhecendo, enquadrando-se numa situação de transição: resultado de declínio da mortalidade e da natalidade com aumento da faixa etária superior a 60 anos e diminuição da faixa etária inferior aos 20 anos. GRÁFICO: O Brasil fica mais velho e estável (pirâmide por faixa etária da população) 1991 2000 2050* % 1210 8 6 4 2 0 2 4 6 8 1012 % %1210 8 6 4 2 0 2 4 6 8 1012% %8 6 4 2 0 2 4 6 8% GEOGRAFIA 1980 70 ou + 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 % 1412 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 1214 % Esperança de vida Esperança de vida Esperança de vida Esperança de vida Homens 59,6 anos Mulheres 66 anos Homens 62,6 anos Mulheres 69,8 anos Homens 64,9 anos Mulheres 72,7 anos Geral 81,3 anos * Previsão Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil / 2002. Rio de Janeiro: IBGE, 2003. A estrutura por sexos A população mundial e brasileira é constituída, principalmente, por mulheres, embora a margem seja muito pequena. No Brasil, há cerca de 95 homens para cada 100 mulheres. O curioso é que nascem mais meninos do que meninas no país. Eles são, em média, 5% a mais do que elas nas maternidades. A situação começa a se inverter a partir da faixa etária dos 30 anos. Tal fato ocorre devido à maior mortalidade masculina em todas as faixas de idade. A mulher possui maior expectativa de vida em praticamente todos os países do mundo. Segundo o IBGE, uma das explicações é que as mulheres vivem mais, porque são mais resistentes às doenças. Mas o principal motivo de elas serem maioria é que os homens são as maiores vítimas da violência, sobretudo ao longo da juventude. No entanto, é importante salientar que, apesar de viverem mais, as mulheres ainda não conquistaram o mesmo status social e político do homem, sendo ainda vítimas de preconceito e de discriminação. São comuns os casos em que a mulher possui uma maior qualificação profissional, já que estão em maior número nas universidades, conforme Dados do Censo da Educação Superior, coletados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), e têm salário menor do que o do homem, além de terem menos oportunidades de promoção ou de assumirem cargos de chefia. Editora Bernoulli 61 Frente B Módulo 02 População Economicamente Ativa (PEA): É constituída por pessoas desocupadas, mas dispostas a trabalhar (desempregados), e por trabalhadores ocupados, sejam empregados (registrados ou não), autônomos, empregadores ou não remunerados. Expectativa de vida no Brasil (em anos) 1º - Distrito Federal 2º - Santa Catarina 3º - Rio Grande do Sul 4º - Minas Gerais 5º - São Paulo 11º - Rio de Janeiro 75,3 DF 75,3 População Economicamente Inativa (PEI): É constituída por aqueles que estão capacitados a trabalhar, entre os quais incluem-se os desalentados (aqueles que estão dispostos a trabalhar, mas estão desestimulados a buscar emprego, uma vez que já buscaram e não obtiveram sucesso – no caso das pesquisas realizadas pelo IBGE, é considerado desalentado aquele que está desempregado e há mais de um mês não busca emprego) –, e os inativos (que são aquelas pessoas que não buscam e não estão dispostas a trabalhar), como é o caso dos aposentados, estudantes que não trabalham, inválidos, crianças. MG 75 SP 74,6 RJ 74,2 SC 73,1 RS Média brasileira - 72,4 anos Brasileiros acima de 65 anos 9 927 027 +41% 7 039 611 1990 Os países que possuem menores taxas de natalidade e de mortalidade são os que têm maior proporção de população ativa. No Brasil, embora a legislação proíba, segundo o IBGE, 3 milhões de crianças e 4,6 milhões de adolescentes estavam no mercado de trabalho em 1990. Em 1995, entre as pessoas de 10 a 14 anos, praticamente 3,3 milhões (4,7%) faziam parte da PEA. Na faixa etária de 15 a 17 anos, a porcentagem era de 6,4% e de 4,8% entre indivíduos com 18 e 19 anos. 2000 82,6 79,4 78,6 78,3 1º Japão 22º Reino Unido 31º Chile 35º Cuba 76,2 75,3 72,4 72,0 51º 54º 90º México Argentina Brasil 95º Líbano Média mundial - 67,2 anos Editoria de arte Expectativa de vida no mundo (em anos) Os setores de atividades Fonte: Brasil. Síntese dos indicadores sociais 2008 (PDF). Instituto de Geografia e Estatística (IBGE)/(Mundo) United Nations World Population Prospects: Revisão de 2006. Com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, expondo-se às mesmas tensões e responsabilidades, a diferença nos níveis de mortalidade entre homens e mulheres continua sendo objeto de pesquisa. No Brasil, a maior concentração de mulheres se encontra nas cidades onde há, em média, cerca de 94,2 homens para cada 100 mulheres. Na área rural, a tendência se inverte: há cerca de 109,2 homens para cada 100 mulheres. TABELA: Razão entre o número de mulheres e de homens na população total – Brasil 1980-2000 Total Urbana Rural 1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 2000 98,74 97,5 96,93 95,19 94,26 94,19 106,56 108,3 109,22 Fonte: Censo Demográfico 2000 - Características da População e dos Domicílios. Resultados do Universo. IBGE, 2001. Estrutura setorial A População em Idade Ativa (PIA) é uma classificação etária-profissional que compreende o conjunto de todas as pessoas teoricamente aptas a exercer uma atividade econômica. No Brasil, a PIA é composta por toda população com 10 ou mais anos de idade. A população com menos de 10 anos de idade é chamada População em Idade Economicamente Não Ativa (PINA). A População em Idade Ativa pode ser classificada em: 62 Coleção Estudo A população ativa distribui-se em três setores de atividades econômicas. Alguns autores adotam a ideia de quatro setores, introduzindo o setor quaternário, o que em dados estatísticos é pouco usado. São eles: • • • • Primário: trabalhadores do campo (pecuária, extrativismo ou agricultura); Secundário: todos os que trabalham em indústrias e em construção civil; Terciário: é o setor da prestação de serviços (comércio, transportes, setor público, educação, telecomunicações, etc.); Quaternário: setor ligado à alta tecnologia, pesquisa, biotecnologia, informática, etc. Nos países desenvolvidos, mais industrializados (Estados Unidos, Japão, Alemanha, etc.), até a década de 1970, o setor secundário era considerado o mais importante. Com o advento da robotização e da automatização das tarefas de maneira intensa, houve diminuição da população nesse setor. Atualmente, é o setor terciário que mais cresce e absorve a mão de obra. Nos países subdesenvolvidos, em especial os mais pobres, o grande surto de urbanização não foi acompanhado de um processo de modernização que gerasse industrialização e expansão do comércio e dos serviços, gerando emprego nos setores secundário e terciário. Dessa forma, o desemprego disfarçou-se em subemprego nas cidades. Por isso, deve-se ficar atento à realidade do setor terciário nos grandes centros, pois mesmo que quantitativamente esse setor nos países pobres se aproxime do dos países ricos, qualitativamente a realidade é diferente. Teorias demográficas e estrutura da população A distribuição de renda GRÁFICO: Estrutura setorial Estados Unidos Canadá Austrália Grã-Bretanha França Bélgica Alemanha Japão R. D. Congo Países desenvolvidos Embora em níveis diferentes, a distribuição da renda de um país pela sua população sempre apresenta desigualdades. Países pobres apresentam maior concentração de renda, ou seja, uma ínfima parcela da população detém maior parte do capital, em relação aos países ricos. O Brasil destaca-se Países subdesenvolvidos como um dos campeões de concentração de renda no mundo. Índia Bangladesh Tailândia China Guatemala Indonésia Turquia 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 % da PEA Setor Primário Setor Secundário GRÁFICO: Participação dos ricos na renda nacional 15% Quanto dos salários vai para o 1% mais rico 17% Quanto das aposentadorias vai para o 1% mais rico 33% Quanto dos aluguéis vai para o 1% mais rico 42% Quanto dos investimentos vai para o 1% mais rico Setor Terciário Fonte: IPEA e IBGE. LEITURA COMPLEMENTAR No Brasil, até 1940, dois terços da PEA concentravam-se no setor primário. Devido ao processo de industrialização / Malthus estava certo? urbanização, da mecanização do campo e do êxodo rural, em 1999 esse setor abrigava 24,2% da população Decorridos quase dois séculos, a Teoria de Malthus continua economicamente ativa. O processo de industrialização / suscitando debates. Entretanto, o tempo pôde demonstrar que urbanização, associado a outros fatores, como o avanço ela carecia de uma sólida fundamentação científica. De forma tecnológico, a busca por competitividade e a estruturação administrativa, contribuiu para mudanças também nos resumida, seus principais pontos de crítica são: • O crescimento geométrico da população previsto por Malthus não ocorreu: houve uma redução das taxas setores secundário e terciário brasileiros. de crescimento populacional em todos os continentes, Observe o gráfico a seguir. Pode-se perceber que o com exceção da África, e a média do crescimento setor mais produtivo é o setor secundário, já que 1/5 (um populacional anual, nos últimos vinte anos, ficou em torno de 2%; quinto) dos trabalhadores do país geram 1/3 (um terço) do PIB. O contrário pode-se dizer do setor primário no qual • ultrapassou os 3%; são necessários 24% dos trabalhadores para produzirem apenas 5,6% do PIB nacional. Já o setor terciário é o mais • reformas e bem-estar social são a fórmula para deter também, o que mais gera renda, 64% do PIB. o crescimento populacional; GRÁFICO: Distribuição do PEA / PIB no Brasil (por setor de atividade) 56,5% • 64% A emancipação progressiva da mulher (certamente não prevista por Malthus) tem sido decisiva no controle da fertilidade (a mulher passou a decidir o número de filhos PIB – 2007 19,3% A Europa e as demais áreas desenvolvidas do mundo mostraram que o desenvolvimento econômico, equilibrado: é o que mais emprega, 56,5% da PEA, e, PEA – 2005 O crescimento da produção mundial de alimentos que quer ter); 30,4% • A maior parte das terras agrícolas dos países subdesenvolvidos (grandes propriedades rurais) é utilizada para culturas de exportação, nem sempre atendendo às necessidades alimentares das 24,2% 5,6% populações locais; • O desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido no campo da agropecuária e da genética tornou Setor primário Setor secundário Setor terciário possível produzir alimentos suficientes para suprir as Fonte: IBGE (Adaptação). necessidades de toda a humanidade. Editora Bernoulli 63 GEOGRAFIA Fonte: El Estado del Mundo, 1998. Frente B Módulo 02 Parece evidente, portanto, que não se pode responsabilizar 02. (UFC) Os mecanismos regentes da dinâmica populacional apenas o crescimento populacional pelo estado de miséria e de são objetos de discussões teórico-ideológicas que fome em que se encontram muitos países. As causas da fome orientam as ações adotadas para controlá-la. Sobre são, na realidade, políticas e econômicas. as teorias demográficas e a dinâmica populacional, é possível afirmar, de forma CORRETA, que O elevado crescimento populacional do Brasil até a década de 1960 foi um fator que contribuiu para o seu desenvolvimento A) os seguidores da teoria de Malthus, sobre a população, econômico. Entretanto, a acentuada redução da natalidade e consideram o grande crescimento populacional um do crescimento vegetativo ocorrido a partir da década de 1970 obstáculo ao desenvolvimento socioeconômico da não resultou em correspondente melhoria na distribuição da humanidade, defendendo políticas de controle radical renda e no padrão de vida da maioria da população. da natalidade entre as classes sociais mais pobres. COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia Geral: B) o aumento da expectativa de vida da população o espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, mundial decorreu dos avanços da medicina, da 2001, p. 253 - 255. higiene sanitária, da tecnologia alimentar e da alfabetização em massa, que elevou as taxas de natalidade e o crescimento vegetativo nos países em EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. desenvolvimento. C) os métodos anticoncepcionais, difundidos em todo o (UERJ) mundo, eliminaram o risco de explosão demográfica O NOSSO INTERESSE É SÓ TE AJUDAR A PLANEJAR FILHOS... e asseguraram taxas de natalidade e de crescimento vegetativo uniforme e equilibrado, nos diversos continentes e países entre as diferentes classes sociais que os habitam. JÁ PENSOU? OS MENINOS NASCEREM COM TUDO PLANEJADO: CRECHE, ESCOLA, MERENDA, LIVROS, BIBLIOTECAS... HAH! MAS ISTO É ÓTIMO, COISINHA! D) o desenvolvimento técnico-científico permitiu a NÃO, QUERIDINHA! FALO EM PLANEJAR NO SENTIDO DE CONTROLAR... ocupação de áreas antes consideradas anecúmenas, como o norte da Ásia e a África Equatorial, que passaram a ser povoadas e populosas, devido ao CLARO! CLARO! CONTROLAR O SARAMPO, A POLIOMIELITE, MENINGITE... grande crescimento demográfico nelas ocorrido no NÃO! É CONTROLAR CONTE COMIGO! PRA NÃO TENHO PAVOR TER 5,6 OU 7 FILHOS, DE TER GÊMEOS, QUE DIRÁ MAS UM QUÍNTUPLOS... SÓ! século XX. E) os movimentos migratórios são responsáveis pela difusão da população na Terra e pela existência de equilíbrio nas estruturas, por sexo, por idade e por ocupação, nos continentes, países ou regiões e em O Globo, 25 jun. 2003. lugares onde ocorrem mais intensamente. Nos quadrinhos apresentados fica evidenciado, de forma irônica, o conflito entre duas concepções sobre a relação entre demografia e pobreza: a neomalthusiana e a dos 03. críticos a essa teoria. Essas concepções se caracterizam, (PUCPR–2008) Observe as pirâmides etárias a seguir. Brasil: Pirâmide etária absoluta respectivamente, pela adoção dos seguintes fundamentos: Brasil - 2005 A) C o n t r o l e d a n a t a l i d a d e e d a p o b r e z a p e l o Estado – expansão da população como causa do superpovoamento absoluto. B) Decisão sem interferência do Estado quanto ao homens mulheres número de filhos – diminuição da pobreza pela imposição do controle da natalidade. C) Redução dos níveis de pobreza pelo controle da natalidade – redução espontânea da natalidade pela melhoria das condições de vida. D) Independência entre os índices de natalidade e os baixos indicadores sociais da população – superpopulação decorrente de condições socioeconômicas. 64 Coleção Estudo 2 000 000 1 500 000 1 000 000 500 000 0 500 000 População 1 000 000 1 500 000 2 000 000 Teorias demográficas e estrutura da população 04. Brasil: Pirâmide etária absoluta Brasil - 2050 homens mulheres (UFC–2006) Os três esboços de pirâmides, a seguir, representam diferentes composições de populações, por sexo e por idade. H = Homem; M = Mulher Idades 80 anos e mais 0 1 500 000 1 000 000 500 000 0 500 000 1 000 000 H M H M I II III 1 500 000 2 000 000 Fonte: Fatec, 1989. População A) NOMEIE duas características das populações simbolizadas por cada modelo de pirâmide. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ populacao/ projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm>. B) DÊ um exemplo de país em que se encontram os tipos de populações representadas pelas pirâmides. Acesso em: 10 out. 2000. Se confirmada a projeção populacional apontada pela C) NOMEIE duas ações definidas pelas políticas demográficas adotadas, normalmente, pelos países que se encontram na condição representada pela pirâmide III. pirâmide etária de 2050, o Brasil possuirá as seguintes características socioeconômicas: 1. Haverá aumento na população de idosos, o que não acarretará nenhum problema socioeconômico, pois o aumento da população nessa faixa etária é resultado do aumento da qualidade de vida da população. 2. O país segue uma tendência já verificada em outros 05. (UFSM-RS) Com o auxílio do gráfico e de seus conhecimentos, pode-se inferir: Indústria: produtividade x emprego tendências atuais países, especialmente os países ricos, ou seja, uma redução da taxa de natalidade e aumento da 3. Haverá um aumento da População Economicamente Ativa (PEA) que se distribui pelos setores primário, secundário e terciário da economia, em que, no caso brasileiro, a PEA será maior no setor secundário. 4. Haverá uma redução do número de jovens no país, o que exigirá mudanças significativas nos investimentos, tanto do setor privado como do Taxa de crescimento expectativa de vida da população. 1990 Produtividade Emprego Anos público, que precisarão ser redirecionados, pois as MOREIRA, Igor. O espaço geográfico: geografia geral necessidades e o consumo mudarão, influenciando a e do Brasil. São Paulo: Ática, 2002, p. 311. vida econômica do país. 5. As pirâmides etárias confirmam que o país passa por uma transição demográfica e pode em 2050 já estar com sua transição concluída, tornando-se “maduro” demograficamente, o que garantirá seu pleno desenvolvimento socioeconômico. Estão CORRETAS A) apenas 2 e 4. B) apenas 1, 3 e 5. C) apenas 1, 2 e 4. D) 1, 2, 4 e 5. E) apenas 2, 4 e 5. A) O desemprego estrutural decorre do atual sistema produtivo que prioriza a tecnologia em vez da mão de obra. B) A economia competitiva de hoje impõe a necessidade de um aumento contínuo da produtividade, com maior número de pessoas empregadas. C) O crescimento industrial significa geração de emprego no atual mundo do trabalho. D) A indústria privilegia o emprego da mão de obra barata e sem qualificação, em detrimento da capacidade e da produtividade dos trabalhadores. E) Modernização tecnológica, trabalho qualificado e desemprego deixam de ser decorrência da atual forma de composição do sistema produtivo da indústria. Editora Bernoulli 65 GEOGRAFIA 2 000 000 H M Frente B Módulo 02 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. 03. (PUCPR / Adaptado) Compare os gráficos de pirâmides etárias a seguir: (UFRN) As teorias demográficas têm procurado explicar a relação existente entre crescimento populacional e desenvolvimento econômico. Segundo a Teoria Reformista, A) a política de controle da natalidade deve ser efetivada pelo Estado, no sentido de impedir o rápido crescimento demográfico e o surgimento de áreas superpovoadas com altos índices de pobreza, como os que ocorrem na Índia. Idade (em anos) 100 80 Homens 60 50 40 B) o subdesenvolvimento econômico é resultante do acelerado crescimento demográfico, sendo necessárias políticas rígidas de controle familiar, como as que vêm sendo adotadas na China. C) o rápido crescimento demográfico trará consequências graves sobre os ecossistemas tropicais e equatoriais, sendo necessário o controle da natalidade como forma de garantir a preservação do patrimônio ambiental. D) a miséria é responsável pelo crescimento da população, sendo necessárias mudanças socioeconômicas que permitam a distribuição de renda e o acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho. 02. 30 20 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Idade (em anos) Homens Urbanização descontrolada SEVCENKO, Nicolau. In: Carta capital, 8 out. 2003, p. 38. Mesmo com a retração econômica (dos anos de 1980), a população continuou a crescer, fato que confirmou a tese dos cientistas A) neomalthusianos que atribuíam ao forte crescimento vegetativo as condições de pobreza crônica da população. B) malthusianos que, de forma alarmista, previam fortes crises de abastecimento de gêneros alimentícios para a população. C) neoliberais que defendiam a expansão irrestrita dos mercados consumidores, a partir da melhoria das condições de vida. 66 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Habitantes (em %) (PUC-Campinas-SP) Na verdade, o grande período da sociedade brasileira foi o Pós-Guerra, quando é adotado o padrão da sociedade de “bem-estar social”. Esse é o melhor momento tanto em termos de crescimento econômico quanto decrescimento ligado a uma política redistributiva. Foram abertos canais de promoção social, com investimentos públicos em infraestrutura, em serviços de base, educação, saúde e urbanização. Isso perdurou até os fins dos anos 1970, mas a partir daí o país voltou a patinar e tornou-se cada vez mais concentrador de renda. Como, mesmo com retração econômica, a população continuou a crescer, passamos a ter cada vez mais marginalizados e excluídos. Hoje, o que era um problema social virou um problema de segurança e vivemos o agravamento de um quadro que era excludente. Temos uma situação de confronto entre o contingente de excluídos e aqueles que concentram as possibilidades. Mulheres 70 70 a + 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4 10 8 6 4 2 0 Mulheres 0 2 4 6 8 10 Milhões de habitantes Fonte: L.Boligian e outros. Geografia - espaço e vivência. São Paulo: Atual, 2001. Assinale a INCORRETA. A) Enquanto o gráfico II pode estar representando um país desenvolvido ou em desenvolvimento, o gráfico I é característico dos países mais pobres da terra, como os da África Subsaariana. B) Os dois gráficos anteriores correspondem aos quadros populacionais de países europeus. Enquanto no gráfico I é representado um país do Leste Europeu, de onde partiram milhares de emigrantes após a queda do socialismo, o gráfico II corresponde a um país da parte ocidental europeia, destino de muitos imigrantes. C) O gráfico II apresenta uma realidade das duas últimas décadas na demografia brasileira: queda na natalidade e uma concentração maior de habitantes entre os 10 e 20 anos de idade, bem como uma considerável população de adultos. D) A distribuição da população brasileira por classes D) pragmáticos que atribuíam ao Estado a obrigação de criar políticas de controle de natalidade em todo o país. etárias das décadas de 1960 e 1970 se assemelha à E) keynesianos que asseguravam que o Estado não teria condições de proporcionar a elevação do padrão de vida da população. E) O gráfico I revela um país de elevada taxa de Coleção Estudo representada no gráfico I. natalidade e uma baixa longevidade. Teorias demográficas e estrutura da população 04. 05. (UFBA–2010) (UFPel-RS–2006) O envelhecimento populacional está mudando o perfil da pirâmide etária brasileira. Até 1980, ANAMORFOSES a pirâmide era larga na base e afunilada no pico; Representam as superfícies dos países em áreas atualmente, tem base mais estreita e formato menos proporcionais a uma determinada quantidade. afunilado. A projeção da transição demográfica apresentada na figura a seguir comprova essa tendência. POPULAÇÃO ESTADOS UNIDOS Transição demográfica ÍNDIA CHINA JAPÃO População – 2000-2040 Homens I Idade Mulheres +80 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 INDONÉSIA 35 Milhões de habitantes PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) REINO UNIDO JAPÃO ALEMANHA ESTADOS UNIDOS FRANÇA CHINA II COS ARS BRASIL RAS 275 000 Milhões de dólares Com base nas representações gráficas dos países do globo, proporcionais aos temas relacionados em I e II, e nos conhecimentos sobre o estudo da população 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 2040 mundial, pode-se afirmar: 01. Em I, a maioria dos países em destaque possui uma 2000 Com base nos dados apresentados, analise as seguintes irregular distribuição espacial da população, níveis afirmativas. de desenvolvimento heterogêneos e integra blocos I. Até 1980, predominavam, no Brasil, as crianças econômicos distintos, mas grande parte deles não e os jovens; na atualidade, existe a tendência de apresenta elevadas densidades demográficas. crescimento da população de adultos e idosos, fato 02. Em II, estão representados alguns países considerados desenvolvidos, que se localizam no Hemisfério Norte e não detêm altas taxas de natalidade e baixas expectativas médias de vida. 04. Em II, a diminuta representatividade do continente africano advém das reais condições políticas e socioeconômicas, às quais os países que nele se encontram estão submetidos há muitos anos. 08. Os gráficos I e II permitem constatar que os países de maior representatividade absoluta da população são também os que têm maior destaque quanto ao Produto Nacional Bruto (PNB). 16. A expressiva disparidade representada pelo Brasil, em I e II, relaciona-se diretamente com a inexistência do desemprego estrutural e com a capacidade de rápida recuperação econômica das classes D e E da sociedade brasileira. 32. Os países que produzem maiores quantidades de que obriga o Poder Público a rever as prioridades dos investimentos sociais no país. II. A desaceleração no crescimento da população, a queda da fertilidade, o aumento na proporção de idosos e na população urbana – uma tendência global – colocam o Brasil entre as nações desenvolvidas. III. O aumento do número de idosos, associado ao menor número de nascimentos, corrobora a necessidade de investimentos em creches e em escolas de educação básica, já que o percentual da população jovem tende a zero. IV. A tendência atual do envelhecimento da população brasileira gerou a necessidade de rever o sistema previdenciário, que ainda tinha como referência uma realidade antiga, em que o percentual de idosos era menor. Estão CORRETAS apenas as afirmativas A) II e III. riquezas são, necessariamente, aqueles nos quais a B) I e II. população vive em melhores condições, sobretudo C) I e IV. quando impera a concentração de renda. D) II e IV. Soma ( ) E) I e III. Editora Bernoulli 67 GEOGRAFIA NIGÉRIA BRASIL Frente B Módulo 02 06. (FGV-SP–2010) Na Rússia, a mortalidade era de 16% em A análise do gráfico e os conhecimentos sobre a 2005 contra 8% nos Estados Unidos, e a natalidade, de dinâmica demográfica permitem afirmar que no grupo de países 10% na mesma data contra 14% nos Estados Unidos. A) 1, a idade média da população supera os 30 anos, A esperança de vida é de 58 anos para os homens (era o que significa um elevado potencial de população 63,8 anos nos anos de 1960) e de 72 anos para as economicamente ativa. mulheres. O déficit de população ativa é estimado em B) 1, os governos locais necessitam criar políticas que 18 milhões de pessoas e, apesar do clima de xenofobia atendam à saúde e à educação de grande parcela de existente, o país deverá apelar para a imigração para crianças e jovens da população. complementar a população ativa de que necessita. C) 1, há a necessidade de criação ou de fortalecimento WENDEN, C. W. Atlas mondial des migrations (Adaptação). dos sistemas previdenciários para atender à demanda da população acima de 20 anos de idade. A leitura do texto e os conhecimentos sobre a realidade socioeconômica russa, na atualidade, permitem afirmar D) 2, o maior desafio é acelerar o processo de transição demográfica devido à grande proporção de adultos e que o país de idosos. A) está em fase de transição tanto econômica quanto E) 2, os Estados devem assumir posturas neoliberais demográfica. para atender ao grande contingente de jovens e B) enfrenta uma situação social e demográfica alarmante. adultos no conjunto da população. C) deve aumentar o ritmo de crescimento demográfico quando concluir a transição política. 08. D) passa por um período de instabilidade demográfica (UFOP-MG–2009) Analise o seguinte gráfico. Brasil: Participação feminina e masculina semelhante ao que ocorre na Europa. na População Economicamente Ativa – 1940-2001 E) tem adotado uma política de controle demográfico para manter a estabilidade econômica. 100 % 90 07. (FGV-SP–2010) A questão está relacionada ao gráfico 80 a seguir. 70 60 População por idade, anos % total, estimativa para 2010 Homens 50 Mulheres 40 30 20 Países 2 Países 1 % 25 20 15 0 5 10 15 0 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995 2001 Com base nos dados contidos no gráfico, assinale a 80+ alternativa CORRETA sobre as características do trabalho no Brasil. 70-79 A) Nos últimos 50 anos, ocorreram um aumento nos 60-69 Anos 10 10 percentuais de participação masculina nas atividades produtivas e uma diminuição da participação feminina. 50-59 B) Os dados indicam que a participação de homens no 40-49 mercado de trabalho vem diminuindo, porém ainda é superior à participação feminina. 30-39 C) Os indicadores demonstram que as mulheres 20-19 passaram a desenvolver atividades produtivas 10-19 D) Um fator determinante do crescimento da participação somente a partir da década de 1940. da mulher no mercado de trabalho tem sido a 0-9 68 diminuição da oferta de mão de obra masculina. Coleção Estudo Teorias demográficas e estrutura da população 09. A) foi um dos iniciadores do desenvolvimento de ideais (UFTM–2009) Observe a tabela . de que os casais devem ser livres para decidir sobre Proporção de pessoas de 10 anos ou o tamanho de sua família. mais na PEA por setor econômico B) foi um dos principais economistas da escola clássica Brasil: 1940-1996 que, no início da Revolução Industrial inglesa, contribuiu para a formulação de princípios básicos PEA por setor de atividade econômica (%) do liberalismo econômico. Anos Primário Secundário Terciário Total 1940 67 13 20 100 1950 61 17 22 100 1960 55 17 27 100 1970 46 22 32 100 1980 31 29 40 100 1996 25 20 55 100 C) sustentava a concepção de que os problemas da superpopulação seriam resolvidos se os governos de países desenvolvidos adotassem programas para reduzir a miséria. D) defendia a ideia de que o processo de urbanização, ao estimular a migração das populações rurais para as periferias das cidades, controlaria naturalmente o crescimento da população. E) estava correto ao defender a necessidade de o numerosas como forma de garantir-lhes qualidade Censos e PNADs, IBGE. de vida. Da análise dos dados apresentados na tabela, está CORRETA a seguinte alternativa: A) O setor terciário sempre cresceu de forma proporcional, SEÇÃO ENEM sustentado pelo crescimento contínuo da PEA no setor secundário. 01. (Enem–2006) A tabela a seguir apresenta dados relativos a cinco países. B) O grande percentual de população no setor primário até a década de 1970 deve-se à forte presença Saneamento básico % da agroindústria da cana-de-açúcar no campo brasileiro. C) A industrialização brasileira teve início na década de País Esgotamento sanitário 1980, fazendo com que a PEA, nos setores secundário e terciário, ultrapassasse o primário. Abastecimento de águas Taxa de mortalidade infantil (por mil) Anos de permanência das mães na escola até 3 de 4a7 8 ou mais D) O setor terciário sempre esteve à frente do secundário, aumentando significativamente essa diferença a partir da década de 1970. I 33 47 45,1 29,6 21,4 II 36 65 70,3 41,2 28,0 III 81 88 34,8 27,4 17,7 IV 62 79 33,9 22,5 16,4 V 40 73 37,9 25,1 19,3 E) A crise da economia brasileira na década de 1980 fez com que a mão de obra procurasse empregos de melhor remuneração no setor terciário. 10. (UFBAC–2008) Atualmente, muitos atores sociais, diante das expectativas de crescimento da população e de crise dos alimentos, rediscutem os fundamentos do pensamento de Thomas Malthus. Nessa rediscussão, é preciso considerar que Malthus Editora Bernoulli 69 GEOGRAFIA Estado ajudar economicamente as famílias mais Frente B Módulo 02 Com base nessas informações, infere-se que A) a educação tem relação direta com a saúde, visto que é menor a mortalidade de filhos cujas mães possuem maior nível de escolaridade, mesmo em países onde o saneamento básico é precário. GABARITO Fixação 01. C B) o nível de escolaridade das mães tem influência na 02. A saúde dos filhos, desde que, no país em que eles 03. A residam, o abastecimento de água favoreça, pelo menos, 50% da população. 04. A) Pirâmide I – Alta natalidade; baixa expectativa de vida; elevada proporção de crianças e de jovens. C) a intensificação da educação de jovens e de adultos e a ampliação do saneamento básico são medidas Pirâmide II – Redução das taxas de natalidade; suficientes para se reduzir a zero a mortalidade elevada expectativa de vida; predomínio da infantil. população adulta. Pirâmide III – Baixa natalidade e reduzida D) mais crianças são acometidas pela diarreia no país proporção de crianças e de jovens; elevada III do que no país II. expectativa de vida; elevada proporção de idosos. E) a taxa de mortalidade infantil é diretamente proporcional ao nível de escolaridade das mães e B) Pirâmide I – Índia e Nigéria; independe das condições sanitárias básicas. 02. (Enem–2003) O quadro a seguir mostra a taxa de Pirâmide III – Alemanha e Itália. C) Pirâmide I – Estímulo ao planejamento familiar; difusão de métodos anticoncepcionais. crescimento natural da população brasileira no século XX. Período Taxa anual média de crescimento natural (%) 1920-1940 1,90 Pirâmide III – Pagamento de benefícios às famílias com mais de um filho; proteção às crianças através de assistência médica e educacional, promovida pelo Estado; períodos extensos de licença-maternidade ou 1940-1950 2,40 1950-1960 2,99 1960-1970 2,89 1970-1980 2,48 Propostos 1980-1991 1,93 01. D 1991-2000 1,64 licença-paternidade aos pais. 05. A 02. A 03. B Fonte: IBGE. Anuários Estatísticos do Brasil. 04. Soma = 07 Analisando os dados podemos caracterizar o período entre 05. C A) 1920 e 1960, como de crescimento do planejamento 06. B familiar. 07. B B) 1950 e 1970, como de nítida explosão demográfica. 08. B C) 1960 e 1980, como de crescimento da taxa de 09. D fertilidade. D) 1970 e 1990, como de decréscimo da densidade demográfica. 10. B Seção Enem 01. A E) 1980 e 2000, como de estabilização do crescimento demográfico. 70 Coleção Estudo 02. B GEOGRAFIA MÓDULO 01 C O comércio multilateral O comércio internacional é a atividade econômica representada pela compra (importação) e venda (exportação) de produtos e serviços entre os países. Essa atividade pode ocorrer de duas maneiras, simultaneamente: regionalizada, entre países de um mesmo bloco econômico, ou multilateral, entre países que não fazem parte de um mesmo bloco. Um dos grandes dilemas do mundo globalizado é a definição do tipo de comércio que irá prevalecer no mundo contemporâneo. FRENTE Com a globalização, etapa atual do capitalismo, o volume total de bens comercializados, incluindo matérias-primas e produtos industrializados, aumentou de cerca de 170 bilhões de dólares, em meados da década de 1950, para 15,8 trilhões de dólares em 2008, ou seja, 90 vezes mais, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Podemos comprovar o crescimento do comércio mundial ao se comparar a participação, nessa atividade, de países como a Coreia do Sul (que adota um sistema de comércio livre e quase sem protecionismos) e a Índia (que adota um sistema mais protecionista). Em qualquer análise comercial, a Coreia do Sul apresenta um resultado melhor do que a Índia ao longo dos últimos cinquenta anos. Nas últimas décadas, observa-se um aumento acelerado das transações comerciais mundiais, ou seja, da corrente de comércio (que é a soma das exportações e importações) entre todos os países que compõem o sistema financeiro e comercial do planeta. Tal fato é causado, principalmente, pela atuação e pela expansão das multinacionais, responsáveis por cerca de 35% do valor de tudo o que é comercializado entre os países. Geralmente, a participação dos países na corrente de negócios mundial está diretamente relacionada ao tamanho de sua economia. Embora possuam menos de 16% da população mundial, Estados Unidos, Japão e os países da Europa Ocidental lideram o comércio mundial, chegando a atingir cerca de 65% desse comércio. Um dos grandes responsáveis por esse crescimento foi a redução das barreiras protecionistas em vários países. Com a diminuição de alguns impostos que incidiam sobre as mercadorias comercializadas, foi facilitado o trânsito de peças e equipamentos entre as filiais das grandes corporações, instaladas em diversos locais, consequentemente, aumentando o comércio e o acesso aos mais diversos mercados consumidores. Os gráficos a seguir comparam a participação dos principais atores do comércio mundial. Pode-se perceber que apenas nove países controlam mais da metade do comércio mundial, deixando a outra metade para os mais de 190 países restantes. GRÁFICO 1: fluxo de comércio no mundo Em bilhões de dólares, em 2007 Negócios até US$ 50 bilhões Negócios de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões América do Norte 1 853 Negócios de US$ 100 bilhões a US$ 300 bilhões Negócios de US$ 300 bilhões a US$ 500 bilhões Negócios acima de US$ 500 bilhões Europa Ocidental 5 772 Comércio entre países da região Comércio para fora da região Europa do leste e Ásia Central 510 Ásia e Oceania 3 800 Oriente Médio 760 América do Sul e Caribe 499 11,3 50,3% do comércio mundial África 424 8,5 7,7 4,7 Participação dos Países no Comércio Mundial Total de importações e exportações, em %, em 2007 1,2 1,2 1,2 1,3 0,9 1,0 1,0 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 Re p 1,7 2,0 2,0 2,1 2,2 2,6 2,6 2,9 3,0 3,8 3,5 3,7 4,1 P A Tu Br Ta Su Ma Ar Bé Su Ín Es Ho Co Ta Ca Itá Ho Ci Mé Fe Re E n iw á Áu d rq p as ilâ olôn mir ust an gap xico era anh ng K reia nad lgica lia land ino rá écia lásia bia stria íça dia nd ad lic uia il lia çã ur a ia ia do á Sa on a os aT o a ud g Su Ár Ru ch ita ab l ss ec es a a Un ido s úb E A Fr Ja C an pã hin lem sta a an dos Un ça o ha Un ido id Editora Bernoulli os 71 Frente C Módulo 01 GRÁFICO 2: Participação dos países emergentes no comércio mundial 7,3 6,1 2,3 0,7 1,3 1,1 Brasil China 1,2 0,9 Índia Rússia Taxa de Importação (em %) Taxa de Exportação (em %) Fonte: <www.wto.org> Com exceção da China, os países em desenvolvimento têm participação relativamente pequena no comércio mundial. A participação do Brasil está entre as menores em comparação com a de outros países emergentes. GRÁFICO 3: Participação dos países nas exportações totais do mundo (2005) França 4,40% Holanda 3,90% Japão 5,70% China 7,30% Reino Unido 3,60% Itália 3,50% Outros países 53,60% Estados Unidos 8,70% Alemanha 9,30% Fonte: OMC, 2006. GRÁFICO 4: Participação dos países nas importações totais do mundo (2005) Japão 4,80% Reino Unido 4,70% China 6,10% França 4,60% Itália 3,50% Holanda 3,30% Alemanha 7,20% Outros países 49,70% Estados Unidos 16,10% Fonte: OMC, 2006. DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - DIT Atualmente, não existe mais nenhum país autossuficiente, ou seja, que produz em seu território tudo aquilo de que necessita. Dessa forma, o comércio tende a se tornar uma atividade que complementa as necessidades nacionais, sendo, portanto, uma atividade de grande mobilidade espacial e altamente dependente de uma eficiente rede de transportes. Sem isso, o comércio mundial terá dificuldade para se desenvolver. 72 Coleção Estudo O comércio é indispensável aos povos, uma vez que a existência de recursos é variável nas diversas regiões. Dessa forma, cada local deve ter suas necessidades supridas pela abundância existente em outros lugares. Devido à grande divisão espacial dos recursos, cada região acaba se especializando produtiva e comercialmente, procurando obter mais rendimento e menor custo, configurando a Divisão Internacional do Trabalho. Desse modo, estimula-se o comércio, atividade essencial para a acumulação financeira. Por isso, o desenvolvimento do capitalismo está diretamente relacionado à intensificação do comércio, que é um dos indicadores do nível econômico das nações, particularmente das economias de mercado. O comércio representa a etapa final do processo de produção econômica, e, em cada uma das fases desse processo, o valor das mercadorias aumenta, pois em cada estágio agrega-se valor ao produto final. Da fábrica ao distribuidor, deste ao dono de uma rede de lojas atacadistas e destas aos pequenos comerciantes, a mercadoria muda de valor, percorrendo os mais diversos espaços e intermediários. A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) corresponde à divisão das atividades econômicas entre os países do mundo, acentuando as desigualdades econômicas existentes entre países pobres e ricos, especialmente entre os desenvolvidos (em geral antigas metrópoles e exportadores de produtos industrializados, de alto valor agregado) e os subdesenvolvidos (em geral antigas colônias de exploração e exportadores de produtos primários, de baixo valor agregado), com mão de obra barata e, geralmente, com industrialização tardia. A DIT constitui a relação econômica estabelecida entre os países a partir do advento do capitalismo, no século XVI, época do colonialismo e das Grandes Navegações (veja esquema a seguir). Essa relação define o papel que cada país desempenha na economia mundial. Assim, durante séculos, o Brasil foi exportador de produtos primários. Essa divisão internacional do trabalho foi uma das decorrências da expansão marítimo-comercial, que, por volta do século XVI, passou a estimular uma verdadeira disputa colonial entre as potências europeias. A respeito do contexto de evolução da DIT pode-se afirmar que a estrutura da divisão, surgida a partir desse processo histórico, permanece até hoje intacta, já que os países pobres continuam dependentes da tecnologia e do capital dos países centrais. Como se estruturou a partir de uma relação de trocas desiguais entre as metrópoles e as colônias, a DIT permaneceu assim, posteriormente, entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Essa divisão está presente até hoje, e sofre, atualmente, algumas transformações estimuladas, entre outros fatores, pela intensificação do caráter transnacional das grandes empresas, sem, no entanto, deixar de ser marcada pela estrutura consolidada no passado. Desde a sua origem, no século XVI, a DIT passou por várias fases. No século XVIII e XIX, essa divisão se consolida durante a Revolução Industrial. A partir do início do século XX, ocorreu a fase da DIT clássica. Com a nova DIT, a partir dos anos 50 do século XX, esse cenário muda e não separa apenas os países em exportadores de manufaturados e exportadores de matéria-prima. Vários países subdesenvolvidos se industrializam a partir dessa época, notadamente latino-americanos e asiáticos, e passam a exportar produtos industrializados, além de seus produtos tradicionais: produtos primários vegetais, animais e minerais. O comércio multilateral Evolução da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) Século XVI Capitalismo comercial Origem da DIT Colônias (exploração) COLONIALISMO LONI Metais preciosos, especiarias, escravos, etc. Metrópoles (Expansão Marítima) Séculos XVIII, XIX e XX Consolidação da DIT (até a Segunda Guerra Mundial) Capitalismo industrial Colônias (exploração) IMPERIALISMO PERI Produtos primários: agrícolas, minerais e fósseis (Revolução Industrial) Produtos industrializados Séculos XX e XXI DIT clássica Países subdesenvolvidos (não industrializados) Países desenvolvidos (após a Segunda Guerra Mundial) Capitalismo financeiro O comércio multilateral surgiu com a criação do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, pela sigla em inglês) assinado em 1947, que foi uma reação ao excesso de protecionismo do comércio internacional, predominante no período compreendido entre as duas guerras mundiais. Naquela época, percebia-se a necessidade de maior liberalização do comércio, existindo um consenso mundial de que uma das causas da 2.ª Guerra Mundial podia ser atribuída ao grande protecionismo comercial vigente entre 1933 e 1939 devido à crise econômica de 1929, o que resultou em uma queda de mais de 35% na produção mundial e gerou grande desemprego nos países industrializados, os quais adotaram políticas protecionistas na tentativa de salvar seus mercados internos. Nesse contexto, começaram as discussões no intuito de se criar uma organização internacional que pudesse regulamentar o comércio internacional e que pudesse evitar os protecionismos em qualquer país. Manufaturas Metrópoles CRIAÇÃO DA OMC – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO Produtos primários: agrícolas, minerais e fósseis Em 1944, na Conferência de Bretton Woods, definiram-se os princípios do sistema financeiro internacional com a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird). Com a expectativa de crescimento do comércio mundial, sugeriu-se, nessa mesma conferência, a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC), formando o tripé do sistema econômico multilateral, que disciplinaria o comércio de bens e serviços em escala mundial. No entanto, a OIC não chegou a ser formada, pois o Senado dos EUA se negou a ratificá-la, alegando que sua criação comprometeria o comércio internacional do país. Com o impasse, a solução foi a criação de um acordo provisório e simplificado, que durou até 1995, quando foi substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC), como visto no mapa a seguir. Países-membros da Organização Mundial do Comércio Produtos industrializados capitais: investimentos e empréstimos (pouco) N Nova DIT Países subdesenvolvidos Países desenvolvidos Produtos industrializados (em geral de tecnologia superior) capitais: empréstimos, investimentos produtivos e especulativos, tecnologia (industrializados) GLOBALIZAÇÃO LOBAL Produtos primários, produtos industrializados capitais: juros, royalties e lucros Membro da OMC Fonte: SENE, E.; MOREIRA, J.C. Espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 1998, p. 42 (Adaptação). Não membro Fonte: OMC. Editora Bernoulli 73 GEOGRAFIA Atualmente, os países centrais exportam, além dos investimentos produtivos (empresas multinacionais, especialmente para produção de mercadorias de baixo componente tecnológico ou para montagem final do produto, aproveitando-se da mão de obra barata e dos incentivos fiscais, entre outros benefícios), também os investimentos especulativos (na forma de empréstimos e investimentos no sistema financeiro dos outros países, principalmente em commodities). Exportam ainda tecnologia, marcas e patentes e recebem royalties, valor cobrado pelo proprietário de uma patente de produto, de um processo de produção, marca, etc., ou pelo autor de uma obra, para permitir seu uso ou comercialização. Frente C Módulo 01 Ainda que a OMC não seja imune às pressões e às críticas advindas dos principais atores internacionais, apesar de todos concordarem que a estabilidade e a previsibilidade oferecida pela OMC constituem, até certo ponto, garantia contra decisões unilaterais que lhes seriam ainda mais adversas, sua existência é de vital importância para países em desenvolvimento, como o Brasil, que dependem de um sistema de normas para defender seus interesses. GRÁFICO 5: Evolução das disputas entre os países da OMC 50 46 42 44 40 30 31 22 34 30 27 28 20 10 03 20 02 20 01 20 00 20 99 19 98 19 97 19 96 19 19 95 0 Fonte : OMC. TABELA 1: Quem leva as disputas à OMC Países que mais sofrem processos País Processos Países que mais entram com processos País Processos EUA 79 EUA 71 UE 46 UE 62 Argentina 15 Brasil 22 Índia 14 Canadá 21 Japão 13 Índia 15 Coreia 12 México 12 Canadá 12 Japão 10 Brasil 10 Tailândia 10 Fonte: OMC. FUNCIONAMENTO DA OMC – CONFERÊNCIAS MINISTERIAIS A OMC tem, entre outras, as funções de administrar os acordos comerciais, funcionando como foro para negociações comerciais; solucionar as controvérsias comerciais levadas à Organização pelos membros (GRÁF. 5, TAB. 1); supervisionar as políticas comerciais nacionais; fornecer assistência técnica e cursos de formação para os técnicos dos países em desenvolvimento e promover cooperação com outras organizações internacionais. Desde a criação da OMC, foram realizadas cinco conferências interministeriais. A mais marcante talvez tenha sido a ocorrida em Seattle (EUA – 1999), que definiria os rumos da Organização no novo milênio, por isso ficou conhecida como Rodada do Milênio, mas que foi um fracasso devido aos protestos de ambientalistas, sindicatos e ONGs contrárias ao modelo de globalização econômica representado e defendido pela OMC. 74 Coleção Estudo Em 2001, a conferência ministerial ocorreu em Doha (Catar), distante geograficamente para os ministros se isolarem e evitarem novos protestos. Foi chamada de Rodada do Desenvolvimento e o tema da liberalização do comércio mundial polarizou as discussões. Nessa rodada, China e Taiwan aderiram à Organização. Três grandes decisões marcaram positivamente a rodada: permissão para quebra de patentes para produção de remédios genéricos nos países subdesenvolvidos, proposta de aliar o desenvolvimento econômico com cuidados ambientais e um acordo entre os EUA e a União Europeia, que objetivava discutir maneiras de acabar com os subsídios e com as medidas protecionistas praticados por ambos. Em 2003, aconteceu em Cancun (México) uma nova rodada de negociações. Houve uma grande pressão da sociedade civil organizada e da maioria dos países em desenvolvimento. Havia uma expectativa quanto à decisão dos EUA e da União Europeia com relação aos subsídios, que, no final, permaneceram, gerando novos protestos. Nesse encontro, Brasil e Índia lideraram o bloco de países em desenvolvimento, criando o G-20, com o objetivo de pressionar os países que mantêm os subsídios a reverem suas medidas protecionistas. A Rodada de Doha continua sendo negociada desde 2001 entre os 153 países que formam a Organização Mundial do Comércio (OMC) a fim de liberalizar o comércio mundial. Iniciada há nove anos, está paralisada devido a divergências sobre o nível de liberalizações em diversos setores de interesse de países ricos e pobres. A maior dificuldade atual da Rodada Doha, ou seja, do comércio mundial, é a preocupação de cada país nos efeitos de uma política liberalizante que poderia gerar desemprego em países que não estão aptos a concorrer de forma igual. Princípios da OMC Visando estabelecer um comércio internacional livre e transparente, a OMC possui alguns princípios básicos. Entre eles, pode-se citar: • Não discriminação dos países–membros: É um dos princípios mais importantes da OMC. Um país deve estender aos demais países-membros qualquer vantagem ou privilégio concedido a um deles. • Concorrência leal: A OMC tenta garantir um comércio justo, leal e sem distorções, inibindo práticas comerciais desleais como o protecionismo, o dumping e os subsídios agrícolas ou industriais, que distorcem as condições de comércio entre os países. • Proibição de restrições quantitativas: Impede o uso de restrições quantitativas (proibições e quotas) como meio de proteção. O único meio de proteção admitido é a tarifa, por ser o mais transparente. • Tratamento preferencial: Não se pode tratar de forma diferenciada as mercadorias nacionais em detrimento das estrangeiras. O comércio multilateral Protecionismo na OMC Subsídios agrícolas Protecionismo é toda medida tomada para favorecer as atividades comerciais de um país, reduzindo ou dificultando ao máximo a importação de produtos e a concorrência estrangeira. A teoria contrária ao protecionismo é o livre-comércio. Observe o esquema a seguir. Nele, estão apresentados alguns produtos produzidos nos EUA e no Brasil. Como o custo de produção no Brasil é menor, o governo dos EUA adota o subsídio agrícola para reduzir artificialmente o custo de produção e permitir que os produtores americanos sejam competitivos no mercado internacional, além de reduzir a dependência externa quanto aos alimentos. O Japão, por exemplo, mantém uma reserva de apenas 3% do mercado interno de arroz para importados. A cota não é proibitiva. Mas, acima dela, o exportador chega a pagar tarifas de até 400%, o que triplica o preço da mercadoria. Em 2001, a União Europeia (UE) impôs uma barreira sanitária à carne brasileira. O bloco europeu proibiu a compra do produto, alegando que este estaria contaminado com o vírus que transmite a febre aftosa. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), os produtos agrícolas são os que possuem as tarifas mais elevadas, principalmente em países desenvolvidos. A França é o mais radical dos protecionistas nesse setor. Entre os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o grupo dos países mais ricos do mundo, as tarifas agrícolas giram em torno de 20%. O pedágio para produtos industriais nesses Estados é baixo, menos de 5%. Ao contrário, nações em desenvolvimento cobram sobretaxas pequenas para importar gêneros alimentícios, mas cobram muitos impostos sobre máquinas e equipamentos. Essa diferença de políticas entre os países impede o consenso nas reuniões da OMC para acabar com as barreiras do comércio internacional. Podemos conceituar como barreiras todas as medidas ou exigências de natureza técnica que de fato afetam as exportações. Entre elas, temos dois subconjuntos explicitados a seguir. Competitivo, mas fora do mercado Carne Bovina (custo por tonelada, em dólares) Brasil: 1 700 Estados Unidos: 3 000 Frango (custo por quilo, em dólares) GEOGRAFIA As medidas protecionistas são utilizadas por praticamente todos os países, em maior ou menor grau, geralmente sob a forma de tarifas impostas à importação. Mas existem meios mais sutis para impedir a entrada de determinados produtos, como o sistema de cotas e as barreiras sanitárias. Brasil: 0,5 Estados Unidos: 1,5 Açúcar (custo por tonelada, em dólares) Brasil: 170 Estados Unidos: 310 Aço (custo por tonelada, em dólares) Brasil: 130 Barreiras tarifárias As barreiras tarifárias são aquelas em que há cobrança de tarifas aduaneiras de produtos importados. Os produtos de menor valor agregado pagam tarifas aduaneiras mais baratas do que os produtos de alto valor agregado. Essa maneira de se aplicar tarifas diferenciadas é bem aceita e considerada legal, servindo para tornar o sistema mais justo. Barreiras não tarifárias Um país pode utilizar outras medidas para impedir o livre-comércio com relação às mercadorias de outros países. Algumas das medidas mais utilizadas são aquelas em que se impõem as barreiras sanitárias, a exigência de requisitos técnicos, as ambientais, e as restrições quantitativas quando há o estabelecimento de cotas máximas à importação de certo produto. Estados Unidos: 180 Soja (custo por hectare, em dólares) Brasil: 7 Estados Unidos: 12 Fonte: OMC. Editora Bernoulli 75 Frente C Módulo 01 As barreiras comerciais prejudicam especialmente os países mais pobres, para os quais são limitadas as opções para diversificação de suas exportações, principalmente de maior valor agregado, devido à deficiente infraestrutura nos transportes e nas comunicações e à falta de mão de obra especializada. Existem vários entraves ao fim do protecionismo no comércio mundial. Um dos pontos mais polêmicos é o quanto os países ricos aceitam remover de suas barreiras a exportações agrícolas dos países pobres. Além desses entraves, há também grandes divergências sobre o quanto, e como, os países emergentes aceitariam abrir seus mercados para bens manufaturados e serviços oriundos dos países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento querem provas concretas de que os países desenvolvidos estão dispostos a abrir seus mercados com cortes expressivos em suas tarifas de importação e nos subsídios à agricultura. G-20 – A UNIÃO DOS SUBDESENVOLVIDOS O Brasil vem acumulando sucessivos superávits em sua balança comercial nos últimos anos. Em 2006, o país bateu o quarto recorde consecutivo no saldo da balança comercial, com um superávit de mais de 46 bilhões de dólares. Em 2007, o saldo continuou positivo, porém de “apenas” 40 bilhões de dólares. O gráfico a seguir mostra a evolução das exportações, das importações e o saldo da balança comercial. Note que, a partir de 2001, o Brasil começou a apresentar superávit comercial todos os anos, resultado da política cambial flutuante, que levou à desvalorização do real em relação ao dólar, barateando os produtos brasileiros no exterior. TABELA 2: Principais países compradores Exportações brasileiras (janeiro a junho) Valor US$ M: Estados Unidos % 2007-2008 Part % 12 987 8,1 14,3 Argentina 8 589 37,2 9,5 China 7 407 51,9 8,2 Países Baixos 5 072 40,3 5,6 Alemanha 3 801 15,3 4,2 Japão 2 537 23,5 2,8 Itália 2 517 16,5 2,8 Rússia 2 301 38,0 2,5 Venezuela 2 190 9,6 2,4 Chile 2 147 9,7 2,4 Fonte: SECEX / MDIC. TABELA 3: Principais países fornecedores Importações brasileiras (janeiro a junho) Valor US$ M: Estados Unidos % 2007-2008 Part % 33,3 14,4 8 948 73,1 11,3 GRÁFICO 6: Evolução das exportações, Argentina 6 238 34,0 7,9 importações e salto da balança comercial Alemanha 5 563 45,0 7,0 197,9 Exportações Importações Saldo comercial 173,2 Japão 3 133 51,6 4,0 Nigéria 3 058 58,7 3,9 Coreia do Sul 2 637 73,6 3,3 França 2 191 37,2 2,8 Itália 2 182 46,3 2,8 Chile 2 066 27,1 2,6 Fonte: SECEX / MDIC. 24,8 33,7 44,8 46,0 40,0 24,7 13,1 -5,6 -6,7 -6,6 -1,3 -0,75 2,6 0 20 3 04 20 05 20 06 20 07 20 08 02 20 01 20 20 00 99 20 98 Superávit 19 19 19 97 Déficit 19 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 -10 -20 96 Bilhões de dólares 11 435 China Fonte: Secretaria de Comércio Exterior – SECEX. 76 A sequência de superávits comerciais pode ser explicada, também, por outros motivos, além do câmbio. Com a globalização da economia mundial, o Brasil procurou se tornar um Global Trade, isto é, um país que seja parceiro e que faça comércio com todo o mundo, como pode ser observado nas tabelas a seguir. Para alcançar esse objetivo, o Governo Federal adotou, nos últimos anos, uma política externa agressiva, abrindo novos mercados ao país, o que fez com que os produtos nacionais chegassem em maior volume a vários locais onde o Brasil não atuava, e reforçando relações comerciais com parceiros comerciais tradicionais, podendo, assim, gerar superávit na balança comercial. Coleção Estudo O superávit da balança comercial é um importante indicador do desempenho econômico e compõe as contas externas brasileiras, ou seja, a relação entre as exportações e as importações. Os dólares que ingressam no Brasil, por conta das transações comerciais, ajudam a financiar as contas do país com o exterior. Se o superávit da balança cair, poderá ocorrer uma situação difícil no futuro. O comércio multilateral Essa situação pode levar o país a perder sua autonomia e passar a depender mais de recursos externos – que podem ser reduzidos ou eliminados pelos investidores em caso de turbulências. Esse posicionamento mais ativo e atuante no comércio mundial, no entanto, ainda não foi suficiente para colocar o Brasil num lugar de destaque no mercado internacional. Hoje, o país ocupa a 23.ª e 27.ª posição no ranking mundial de exportadores e importadores mundiais, respectivamente, com uma participação de pouco mais de 1% das exportações Em parte, o modesto desempenho do Brasil no comércio mundial pode ser explicado, também, pelo tipo de produto que o país vende, de baixo valor agregado, e pelos produtos que o país compra, de maior valor agregado. A pauta de exportação brasileira vem evoluindo, de maneira geral, no sentido de se caminhar para um processo de aumento das manufaturas e de redução dos produtos básicos. Entretanto, essa análise tem de ser cuidadosa, haja vista que, dentro do grupo manufaturas, o que se destaca são produtos de baixo valor agregado, conforme se pode perceber pela análise do gráfico a seguir. mundiais, conforme se pode constatar no gráfico a seguir, GRÁFICO 9: Participação dos principais produtos sendo essa uma das maiores participações brasileiras em importados pelo Brasil em 2006 (%) todos os tempos. 9,9 Analisando a inserção da economia brasileira na economia internacional, percebe-se que o país continua dependente 3,2 3,1 2,7 Circuitos eletrônicos Partes e aparelhos de comunicação Peças automotivas de produtos de baixo valor agregado, já que mais de 50% 2,6 da pauta exportadora é concentrada em commodities. de origem primária, ou seja, matéria-prima, com qualidade Petróleo bruto quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Medicamentos Participação dos principais produtos exportados pelo Brasil em 2006 (%) Nos gráficos a seguir, não se pode iludir com os números. 6,5 Nos 50,9% de produtos manufaturados exportados pelo 5,0 4,1 Brasil, entram produtos primários, com apenas uma escala 3,3 2,9 de transformação, como soja triturada, açúcar ou suco de laranja, os quais, em última análise, ainda são matéria-prima. GRÁFICO 7: Exportações brasileiras, por tipo de produto 60 50,9 40 29,4 30 19,7 20 10 1990 Manufaturados 1996 Agrícolas Automóveis de passageiros Açúcar Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Observe o gráfico a seguir: o Brasil é um dos países que apresenta menor progresso tecnológico entre as maiores economias do mundo. Isso significa que desde a década de 1960 houve um avanço de apenas 0,28% no crescimento e no desenvolvimento de produtos de maior valor agregado na indústria do país. 2006 Combustíveis e mineração (*) Bens agroindustriais aparecem nesta classificação com produtos agrícolas. Fonte: Organização Mundial do Comércio. 2,19 2,0% 1,84 1,64 1,5% 1,35 1,0% brasileiras nas exportações mundiais (%) 1,27 1,21 1,21 1,14 1,05 0,92 0,74 GRÁFICO 8: Participação das exportações 0,5% 0,62 0,56 0,55 0,52 0,52 0,31 0,28 0,23 0,15 Ja 1,156 Ci 1,131 ng 1,2 pã o ap u em ra an ha Re Su íç in a o U ni Es H do o ta l do an d s U a ni do s It ál ia Fr an ça Co B é re lgi ca ia do Su Áu l st ri N or a ue ga Su é Es cia pa nh a Ch D in in am a ar ca Br as il Is ra Fi nl el ân di a 0% (%) 0,8 Soja triturada GRÁFICO 10: Progresso tecnológico na indústria manufatureira, (%) ao ano, 1960 a 2005 0 1980 1 Óleos brutos de petróleo 0,93 0,942 0,965 0,841 0,854 1,049 1,138 0,931 19 92 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 0 Ano Fonte: SECEX / MDIC e OMC. Al Participação em % 50 Minério de ferro e seus concentrados É interessante fazer uma comparação entre os produtos importados e exportados pelo Brasil em relação ao seu preço por tonelada, que, em muitos casos, chega a ser gritante. Um bom exemplo é a China, um dos países emergentes que, ao lado do Brasil, Índia e Rússia compõem o grupo conhecido como BRIC. Editora Bernoulli 77 GEOGRAFIA Esses produtos, que geram menos recursos, são produtos Frente C Módulo 01 Enquanto os chineses normalmente vendem ao Brasil produtos que, por tonelada, custam US$ 1 585,25, eles pagam ao país só US$ 86,17, por tonelada, pelas mercadorias destinadas a seu mercado. Peças para transmissores e receptores são os principais itens importados da China pelo Brasil; já o minério de ferro é o primeiro da lista de produtos comprados pelos chineses do Brasil. 02. Três dos principais produtos importados pelo Brasil no mercado mundial, conforme visto nas tabelas / gráficos anteriores – petróleo, autopeças e circuitos integrados – custam, por tonelada, US$ 336,19; US$ 6 409,09 e US$ 639 241,43, respectivamente. Já alguns dos principais produtos exportados – minério de ferro, soja e automóveis – têm custo por tonelada de US$ 25,36; US$ 223,08 e US$ 6 523,88, nessa ordem. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Considerando as informações contidas no trecho e as alterações no espaço geográfico a partir da Revolução Informacional, é CORRETO afirmar que A) a nova Divisão Internacional do Trabalho é uma reprodução da clássica divisão, pois há espaços geográficos de alto valor informacional (países centrais) e outros de trabalho desvalorizado (países da periferia). EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. (UNESP-SP) Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de pessoas sem emprego no mundo, em 2003, era equivalente à população do Brasil, atingindo 6,2% da população economicamente ativa. Observe o gráfico. B) o desenvolvimento tecnológico na área de informação, ao reorganizar os fluxos de capital e de pessoas, criou uma rede hierarquizada e cristalizada de novos países informatizados. C) as “cidades globais”, Nova Iorque, Ottawa e Rio de Janeiro, são espaços geográficos exclusivos dos produtores de alto valor do trabalho informacional, representando, portanto, os ícones da nova divisão internacional do trabalho. Número de desempregados no mundo (em milhões) 185,4 170,4 174,0 185,9 D) as quatro posições descritas podem ocorrer simultaneamente num mesmo país, visto que a nova divisão internacional do trabalho não ocorre entre países, mas entre agentes econômicos organizados em sistemas de redes e fluxos. 176,9 E) estão excluídos da nova divisão internacional do trabalho os países de economia dependente, porque não são capazes de produzir tecnologia de ponta, o que os impede de participar do sistema de redes e fluxos. 140,5 1993 1998 2000 2001 2002 2003 OIT, 2004. Utilizando seus conhecimentos geográficos, assinale a alternativa que contém as causas conjunturais do contínuo crescimento do desemprego mundial. A) Menor crescimento da economia mundial desde 2000; muitos países industrializados dominando o comércio global; efeitos negativos da globalização. B) Elevado crescimento da economia mundial desde 1995; vários países emergentes dominando o comércio global; efeitos positivos da globalização. C) Menor crescimento da economia mundial a partir de 1990; poucos países industrializados dominando metade do comércio global; efeitos negativos da globalização. D) Moderado crescimento da economia mundial desde 1990; muitos países industrializados e emergentes dominando, igualmente, o comércio global; efeitos positivos da globalização. E) Elevado crescimento da economia mundial nos últimos dez anos; muitos países industrializados do Hemisfério Norte dominando o comércio global; efeitos positivos da globalização. 78 (UFSCar-SP) O que chamo de a mais nova divisão internacional do trabalho está disposta em quatro posições diferentes na economia informacional / global: produtores de alto valor com base no trabalho informacional; produtores de grande volume baseado no trabalho de mais baixo custo; produtores de matérias-primas que se baseiam em recursos naturais; e os produtores redundantes, reduzidos ao trabalho desvalorizado [...] A questão crucial é que estas posições diferentes não coincidem com os países. São organizadas em redes e fluxos, utilizando a infraestrutura tecnológica da economia informacional [...] Coleção Estudo 03. (UFMG) A Organização Mundial do Comércio – OMC – tem sido o fórum de discussões que envolvem interesses comerciais conflitantes entre países pobres e ricos. Considerando-se esses conflitos comerciais, é INCORRETO afirmar que A) os países pobres enfrentam barreiras comerciais, impostas por países ricos, sob a acusação de devastarem o meio ambiente, o que reduz a entrada de recursos necessários à modernização da exploração das riquezas naturais. B) países pobres vêm elevando as tarifas alfandegárias impostas aos produtos industriais dos países ricos, como forma de estimular o desenvolvimento da tecnologia nacional. C) países ricos, de modo geral, concedem subsídios a seus produtores agrícolas, mas rechaçam atitudes semelhantes dos países periféricos em relação a produtos industriais de exportação. D) países ricos impõem restrições às exportações dos países pobres, como forma de retaliação contra a suposta exploração da mão de obra infantil e do trabalho em regime de semiescravidão. O comércio multilateral 04. Com base nos gráficos e nos seus conhecimentos sobre o (UFRRJ) A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem sido espaço de discussões sobre os interesses comerciais comércio internacional, assinale a alternativa CORRETA. antagônicos entre países ricos e pobres. A) Os produtos agropecuários apresentavam, em 2005, participação majoritária nas exportações mundiais, SENE, E.; MOREIRA, J. C. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalizado. São Paulo: em comparação com os demais grupos de produtos. Scipione, 1998. p. 408. B) O crescimento do comércio internacional atingiu sobretudo os países menos desenvolvidos, pois neles Levando-se em conta esses antagonismos comerciais, se localiza a maior oferta de serviços e maior produção é CORRETO afirmar que os países pobres industrial de alta tecnologia. A) vêm elevando as tarifas alfandegárias impostas aos C) O comércio internacional cresceu intensamente nas produtos industriais dos países ricos. últimas décadas, com peso significativo dos produtos B) concedem, de modo geral, subsídios a seus produtores industrializados e dos serviços. agrícolas, mas condenam atitudes semelhantes dos D) A participação dos combustíveis nas exportações países ricos. mundiais, em 2005, foi muito influenciada pelas C) impõem restrições às exportações dos países ricos cotações internacionais dos preços do petróleo e do como forma de combater o trabalho semiescravo álcool. existente nos mesmos. E) Os produtos industrializados apresentavam, em 2005, D) enfrentam barreiras comerciais, impostas pelos maior participação no comércio internacional, em governos dos países ricos, sob a acusação de função das elevadas barreiras alfandegárias impostas degradarem o meio ambiente. pela Organização Mundial do Comércio. comercial semelhante ao dos países ricos. 02. (UFMG) Considerando-se a globalização, fase atual da expansão capitalista, é INCORRETO afirmar que ela A) promove a crescente vulnerabilidade das economias EXERCÍCIOS PROPOSTOS de muitos países, à medida que sua credibilidade, frente aos investimentos externos, é afetada por 01. relatórios e opiniões de agentes do poder político e (USP–2009) Observe os gráficos sobre o comércio econômico internacionais. internacional. B) amplia a capacidade das nações de realizar investimentos públicos em áreas prioritárias – como Evolução do Comércio Internacional de Mercadorias e Serviços na educação, na saúde e no saneamento básico –, à proporção que cresce o controle do Estado sobre 12 000 o fluxo de capitais oriundos de taxações e impostos. US$ bilhões 10 000 C) retrata a interdependência crescente entre regiões e 8 000 lugares que, apesar de geograficamente separados 6 000 por grandes distâncias, podem ser influenciados por eventos ocorridos em qualquer parte do planeta. 4 000 D) propõe uma ruptura com o princípio, até há pouco vigente, de sociedades nacionais a pretexto da 2 000 0 necessidade de se considerar a realidade de uma 1955 1965 1976 1985 1995 sociedade global, em que são intensas as relações 2005 socioeconômicas em escala mundial. Exportações Mundiais de Mercadorias e serviços - 2005 Produtos agropecuários 7% Combustíveis e minerais 14% 03. (UERJ–2009) BRASÍLIA – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) do Ministério da Justiça condenou, ontem, as empresas Roche, BASF e Aventis. Segundo o CADE, essas empresas teriam restringido a oferta e elevado os preços no Brasil das vitaminas A, B2, B5, C e E, na segunda metade dos anos 1990. Elas também teriam impedido a entrada de vitaminas chinesas, a preços mais baratos, no Brasil. As empresas Produtos industrializados 33% Produtos semi-industrializados 26% já haviam sido condenadas por práticas semelhantes na Europa e nos EUA. BASILE , Juliano. Valor Econômico, 12 abr. 2007 (Adaptação). Editora Bernoulli 79 GEOGRAFIA E) apresentam, atualmente, desempenho tecnológico e Frente C Módulo 01 Desde o final do século XIX, tornou-se um aspecto marcante do modo de produção capitalista a formação de grandes empresas capazes de controlar a maior parte ou mesmo todo o mercado de um ou mais produtos. A notícia anterior expressa a seguinte prática presente nessa realidade centenária, associada à seguinte característica do atual momento econômico: 05. (UFU-MG–2009) Leia os fragmentos dos textos 1 e 2. Texto 1: O capitalismo é o primeiro regime social que produz uma ideologia segundo a qual ele mesmo seria “racional”. A legitimação dos outros tipos de instituição da sociedade era mítica, religiosa ou tradicional [...] Sem dúvida, esse critério, ser racional (e não consagrado pela experiência A) Holding – fusão de companhias do mesmo setor. ou pela tradição, dado pelos heróis ou pelos deuses, etc.), B) Cartel – controle do mercado em escala planetária. foi propriamente instituído pelo capitalismo. C) Oligopólio – padronização mundial das leis de concorrência. CASTORIADIS, Cornelius. Figuras do pensável: as encruzilhadas do labirinto. Vol. VI. Rio de Janeiro: D) Dumping – protecionismo para produtos de países emergentes. 04. (UFSC–2009) A alta dos preços dos alimentos ameaça reverter todos os avanços globais com o desenvolvimento e levar 100 milhões de pessoas em todo o mundo para baixo da linha da pobreza, advertiram nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. A declaração de ambos foi feita na ilha de Hokkaido, no Japão, onde acontece a reunião de cúpula anual do G-8, o grupo dos sete países Texto 2: [...] o fato de o Brasil se apresentar atualmente do ponto de vista internacional com um novo significado no que tange a divisão internacional do trabalho [...] e fundamentalmente averiguam-se novos e velhos atores em cena, os quais após destruir /consumir parte considerável de suas reservas naturais, [...] vê nas potencialidades econômicas da cana-de-açúcar que se configura essencialmente como uma nova forma de garantir o progresso do desenvolvimento econômico mais industrializados do mundo mais a Rússia. Segundo a partir de uma velha forma de acumular capitais, o secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta três crises a situação parece mais grave na medida em que o simultâneas e interligadas – dos alimentos, do clima e do território em disputa [...] está [...] nas mãos [...] de desenvolvimento – para as quais são necessárias soluções várias [...] corporações que possuem imensurável peso integradas. nos rumos de países ainda hoje dependentes de políticas Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ult272u419888.shtml>. Acesso em: 22 jul. 2008. A partir da leitura do excerto anterior e com base nos seus conhecimentos, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. As condições edafoclimáticas desfavoráveis à prática da agricultura justificam os elevados índices de pobreza que os continentes africano e asiático vêm apresentando nas últimas décadas. 02. Os países ricos, reunidos em blocos econômicos, têm como grande arma o protecionismo de seus setores agrícolas e, assim, aumentam o seu poder de competição no mercado internacional. 04. Os países ricos utilizam-se com frequência da prática da agricultura itinerante para driblar as adversidades climáticas. 08. Rússia, Japão e Itália, membros permanentes do G-8, atualmente são os maiores exportadores mundiais de grãos. 16. Os baixos níveis de insolação dificultam a prática agrícola nas altas latitudes e a carência de água tem o mesmo efeito nos desertos. Soma ( 80 Civilização Brasileira, 2004. p. 90-91. ) Coleção Estudo externas de financiamento [...] AZEVEDO, José Roberto Nunes. Expansão da agroindústria canavieira no Mato Grosso do Sul. Dourados: UFGD, 2008. p. 70. Tendo em vista as informações apresentadas, assinale a alternativa INCORRETA. A) A lógica do sistema capitalista define e redefine os territórios nacionais a partir do arranjo e do rearranjo espacial subordinado às necessidades econômicas das grandes corporações. B) A ideologia capitalista reforça o cenário de ajustamento territorial equilibrado, no qual cada país executa suas funções econômicas sem interferências de outros, já que existe o predomínio do livre-comércio absoluto e da livre concorrência. C) A lógica das grandes corporações capitalistas influencia o cotidiano de inúmeras pessoas, por meio dos investimentos em novas zonas de produção que subordinam a especificidade de um lugar aos interesses das corporações. D) Os territórios nacionais, tal como o Brasil, sofrem interferências internacionais econômicas conforme a presença ou a ausência de investimentos por parte das corporações multinacionais. O comércio multilateral (UNESP-SP–2010) A desaceleração econômica causada pela crise global, desde o fim do ano de 2008, na maioria dos países, provocou desemprego e muitos projetos de desenvolvimento foram adiados. Esse fato influenciou diretamente na emissão de gases poluentes na atmosfera. Em consequência desse fato, é possível afirmar: I. 08. A queda na produção industrial provocou aumento da emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. II. Em muitos países, os investimentos para o desenvolvimento de energias renováveis aumentaram, na tentativa de diminuir a dependência excessiva de combustíveis fósseis. IANNI, Octavio. Teorias da Globalização, 2002. Partindo da metáfora de fábrica global de Octavio Ianni, pode-se identificar como características da globalização III. Com a diminuição da produção industrial em várias partes do mundo, o tráfego de caminhões caiu, amenizando as emissões de gases que causam as mudanças climáticas e a poluição local em grandes centros urbanos. A) o amplo fluxo de riquezas, de imagens, de poder, bem como as novas tecnologias de informação que estão integrando o mundo em redes globais, em que o Estado também exerce importante papel na relação entre tecnologia e sociedade. IV. Com a redução da demanda de aço no mundo, dezenas de pequenas siderúrgicas em alguns países em desenvolvimento tiveram de parar suas atividades e, em consequência, a concentração de dióxido de enxofre (SO2), substância responsável pela chuva ácida, aumentou expressivamente nesses lugares. V. B) a imposição de regras pelos países da Europa e da América do Sul nas relações comerciais e globais que oprimem os mais pobres do mundo e se preocupam muito mais com a expansão das relações de mercado do que com a democracia. C) a busca das identidades nacionais como única fonte de significado em um período histórico caracterizado por uma ampla estruturação das organizações sociais, legitimação das instituições e aparecimento de movimentos políticos e expressões culturais. Com o preço da soja e da carne em queda no Brasil, houve menos incentivos para derrubar a floresta e substituí-la por pastos ou lavouras, tendo, como consequência, a redução, na Amazônia, do desmatamento no período de agosto de 2008 a janeiro de 2009, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. D) o multiculturalismo e a interdependência que somente podemos compreender e mudar a partir de uma perspectiva singular que articule o isolamento cultural com o individualismo. Disponível em: <http://www.planetasustentavel.abril.com.br/ notícia/ambiente/> (Adaptação). E) a existência de redes que impedem a dependência dos polos econômicos e culturais no novo mosaico global contemporâneo. Estão CORRETAS apenas as afirmações 07. A) I, II e III. C) II, IV e V. B) III, IV e V. D) I, II e IV. E) II, III e V. (UERJ-2010) G-20 adota linha dura para combater crise Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que congrega os países mais ricos e os principais emergentes do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o consenso da necessidade do combate aos paraísos fiscais e da criação de novas regras de fiscalização para o sistema financeiro. Além disso, os líderes concordaram, entre várias medidas, em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise. A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou marcada como um momento histórico no qual se esgotou um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem política internacional, cuja configuração mais clara ainda está em andamento. Conforme se observa na notícia, essa nova geopolítica possui a seguinte característica marcante: A) Diminuição dos fluxos internacionais de capital. B) Aumento do número de polos de poder mundial. C) Redução das desigualdades sociais entre o norte e o sul. D) Crescimento da probabilidade de conflitos entre países centrais e periféricos. (VUNESP-SP–2009) A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e a reterritorialização das coisas, gentes e ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos. 09. (UFMG–2010) A mídia tem veiculado reflexões, de muitos especialistas, acerca da recente crise econômica mundial, nas quais abordam origens e consequências dela, bem como estratégias que vêm sendo adotadas para enfrentar a situação instalada. Considerando-se tais reflexões, é INCORRETO afirmar que A) a América Latina procura criar um ambiente econômico protegido da crise, ao substituir tanto os acordos bilaterais por um bloco regional único quanto as divergências entre governantes por ações conjuntas que visam à retomada da expansão do PIB. B) a desvalorização do dólar enfraquece as reservas internas de capital estrangeiro de economias que, a exemplo da China, na última década, conseguiram elevados índices de expansão do seu PIB. C) a reestruturação da economia mundial pressupõe um redimensionamento do papel do Estado, no sentido de afastá-lo dos limites de ação impostos pelo neoliberalismo e de ele exercer controle efetivo sobre os sistemas financeiros e o mercado. D) o consumismo extremo, em particular nos EUA, alimentou a expansão recente de economias como as do Leste Asiático, mas é ambientalmente insustentável se praticado por um número maior de populações ou se projetado a longo prazo. Editora Bernoulli 81 GEOGRAFIA 06. Frente C Módulo 01 10. A) um novo sistema socioeconômico baseado na superação das desigualdades que conferiam sentido à ideia de Terceiro Mundo. B) a razoabilidade do pleito de participarem do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). C) a melhoria natural das condições sociais em decorrência da aceleração econômica e da redução dos níveis de desemprego. D) a perspectiva de que se tornem, a médio prazo, economias desenvolvidas com uma série de desafios comuns. E) a formação de uma frente diplomática com o objetivo de defender os interesses dos países menos desenvolvidos. (UFTM-MG–2010) Quem participa do G20? Ministros da área econômica e presidentes dos bancos centrais de 19 países: os que formam o G8 e ainda 11 emergentes. No G8, estão Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Os componentes do G20 são: Brasil, Argentina, México, China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul e Turquia. A União Europeia, em bloco, é o membro de número 20, representado pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do Conselho Europeu. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, assim como os Comitês Monetário e Financeiro Internacional e de Desenvolvimento, por meio de seus representantes, também tomam assento nas reuniões do G20. Disponível em: <http://veja.abril.br/idade/exclusicomvo/ perguntas_respostas/g20/g-20.shtml> (Adaptação). Sobre a formação do G20, pode-se afirmar que A) é uma forma de reconhecimento à maior participação destes países em problemas regionais, substituindo os organismos internacionais tradicionais como a ONU, o FMI e, na esfera militar, a OTAN. B) foi produto das transformações políticas que ocorreram após o fim da Guerra Fria e expressa a nova divisão do mundo por grandes áreas de civilização, das quais esses países são os principais representantes. C) expressa os resultados políticos das mudanças na Divisão Internacional do Trabalho, pois a maior parte dos membros que se uniram ao G8 são países da semiperiferia industrializada. D) representa o crescimento da importância do comércio de commodities no mundo atual e a preocupação, por parte dos países ricos, de que a sua escassez possa gerar conflitos internacionais. E) reflete a nova divisão do mundo entre uma maioria industrializada e uma parcela de países exportadores de produtos primários excluídos das decisões econômicas mundiais. 02. (Enem–1998) Você está fazendo uma pesquisa sobre a globalização e lê a seguinte passagem, em um livro: A sociedade global As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, globalizado. Suponhamos que você vá com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no McDonald’s. Em seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para casa num ônibus de marca Mercedes. Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclipe de Michael Jackson e, em seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu equipamento AIWA. Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa de algumas horas. PRAXEDES, et alli. 1997. O mercosul. São Paulo: Ática, 1997. (Adaptação). Com base no texto e em seus conhecimentos de Geografia e História, marque a resposta correta. A) O capitalismo globalizado está eliminando as particularidades culturais dos povos da terra. B) A cultura, transmitida por empresas transnacionais, tornou-se um fenômeno criador das novas nações. C) A globalização do capitalismo neutralizou o surgimento de movimentos nacionalistas de forte cunho cultural e divisionista. D) O capitalismo globalizado atinge apenas a Europa e a América do Norte. E) Empresas transnacionais pertencem a países de uma mesma cultura. SEÇÃO ENEM 01. 82 (Enem–2009) Figuram no atual quadro econômico mundial países considerados economias emergentes, também chamados de novos países industrializados. Apresentam nível considerável de industrialização e alto grau de investimentos externos, no entanto as populações desses países convivem com estruturas sociais e econômicas arcaicas e com o agravamento das condições de vida nas cidades. As principais economias emergentes que despertam o interesse dos empresários do mundo são: Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC). Tais países apresentam características comuns, como mão de obra abundante e significativas reservas de recursos minerais. Diante do quadro apresentado, é possível inferir que a reunião desses países, sob a sigla BRIC, aponta para Coleção Estudo GABARITO Fixação 01. C 02. D 03. B 04. D Propostos 01. C 04. Soma = 18 07. B 02. B 05. B 08. A 03. B 06. E 09. A Seção Enem 01. D 02. A 10. C GEOGRAFIA MÓDULO 02 C O comércio regionalizado OS BLOCOS ECONÔMICOS A principal tendência do mundo globalizado é a formação dos blocos regionais, criados para aumentar o comércio entre os países-membros através da redução ou eliminação das tarifas alfandegárias. Os blocos econômicos são formados por países que se localizam na mesma região, como um mesmo continente (a exemplo do Nafta), ou são banhados por um mesmo oceano (a exemplo da APEC). Os blocos econômicos apresentam alguns estágios de integração e podem ser classificados em: • Zona de Livre Comércio (ZLC): Neste tipo de bloco, as ambições de integração são bastante limitadas. Busca-se apenas o crescimento comercial entre os países-membros com a redução ou a eliminação de vários impostos das importações e das restrições quantitativas, o que ocorre com a eliminação das barreiras tarifárias ou não tarifárias dentro do bloco. Um importante exemplo é o Nafta. • União Aduaneira: Pode ser considerado um estágio intermediário de integração entre os países. Na união aduaneira, além de todas as características da ZLC, há a definição da TEC (Tarifa Externa Comum) com relação ao comércio com o resto do mundo. O Mercosul é um exemplo desse tipo de integração. • Mercado Comum – Além de todas as características da união aduaneira, permite-se o livre trânsito dos meios de produção (capital, serviços e mão de obra) entre os países-membros e busca-se a unificação das legislações fiscais, monetárias, ambientais, trabalhistas, entre outras, para estabelecer um mercado realmente comum entre os países-membros. Alguns países da União Europeia, como o Reino Unido, a Dinamarca, a Bulgária, a Polônia, entre outros, estão nesse estágio de integração, pois ainda não adotaram o euro, a moeda única. • União ou integração econômica e monetária – Além de todas as características do mercado comum, da adoção de uma moeda comum, há a criação de um Banco Central e a institucionalização de uma política monetária única para todos os países-membros. Dezesseis países da União Europeia estão nesse estágio, aqueles que adotaram o euro: França, Alemanha, Eslovênia, Chipre, entre outros. • FRENTE Integração política e institucional – Integração total entre os países-membros: ocorre quando há unificação de diversas instituições sociais, políticas, econômicas e militares. Ainda não há nenhum bloco nesse estágio. Acredita-se que a União Europeia possa ser o primeiro a atingir esse patamar de integração. Veremos a seguir alguns dos principais blocos econômicos da atualidade e suas características. UNIÃO EUROPEIA Em 1957, foi criado o Mercado Comum Europeu (MCE), que mais tarde deu origem à União Europeia (UE). A União Europeia (UE) foi criada pelo Tratado de Maastricht, assinado em 1992. Em janeiro de 2002, o euro – a moeda única –, entrou em circulação em doze países que congregavam o bloco – Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos), Portugal, Grécia e Espanha. Porém, alguns países optaram por não adotar a moeda única, são eles: Reino Unido, Dinamarca e Suécia. Em 2004, a União Europeia expandiu-se com o ingresso de dez novos membros: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Theca. Em 2007, ingressaram Romênia e Bulgária totalizando 27 membros. A Eslovênia adotou o euro em 2007 e o Chipre e Malta, em 2008. A Turquia, a Croácia e a Macedônia são candidatas ao ingresso. Novos candidatos O Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em 1995 e que criou o euro, possui um artigo que afirma que qualquer Estado europeu que cumpra e respeite os “princípios da liberdade, democracia, respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais, e ao Estado de direito” pode tornar-se candidato à integração na União Europeia. Diversos países manifestaram, nos últimos anos, o desejo de integrar a UE. A Turquia, a Croácia e a República da Macedônia são consideradas, pelo bloco, prioritárias para aderirem. Para efetivarem suas candidaturas, precisam melhorar suas condições sociais, econômicas e políticas. Já a Islândia oficializou sua candidatura em julho de 2009. A Turquia é um dos mais antigos candidatos à adesão e é vista por alguns países do Ocidente como um modelo de democracia islâmica a ser seguido pelos países autoritários do Oriente Médio. No entanto, o país possui vários problemas de direitos humanos, como a forte repressão à minoria curda. Editora Bernoulli 83 Frente C Módulo 02 Possui, além disso, fronteiras “quentes” no Oriente Médio (Síria, Iraque e Irã), um pequeno território realmente europeu e uma população numerosa (cerca de 71 milhões de habitantes), o que traria vantagens em eleições e / ou plebiscitos no âmbito europeu. Nos últimos anos, houve uma forte pressão dos Estados Unidos para que a Europa aceite a Turquia como membro, pois o país é um dos maiores aliados muçulmanos dos EUA no Oriente Médio, o que fez com que muitos países europeus sentissem a soberania europeia ameaçada e passassem a discordar ainda mais da adesão da Turquia. No entanto, um dos maiores entraves, sem dúvida nenhuma, é a questão religiosa. Ao contrário de todos os outros países da União Europeia, que são cristãos (católicos, protestantes ou ortodoxos), a Turquia é um país de maioria islâmica, fato que tem sido usado pelos turcos como alegação dada pelos europeus para sua não adesão ao bloco, o que, segundo os termos, configuraria preconceito. Esse bloco (ver figura a seguir) possui uma moeda única, o EURO, que circula em 16 dos 27 países-membros. Três países-membros tradicionais – Inglaterra, Suécia e Dinamarca – permanecem, por enquanto, fora da zona do Euro, assim como os novos membros integrados a partir de 2004, à exceção da Eslovênia, Eslováquia, Chipre e Malta, que adotaram a moeda única em 2007. A evolução da União Europeia 1952 Europa dos 6 Nesta época, somente a Alemanha Ocidental participava LTIC O Suécia 1990 Europa dos 12 Adesão de 6 novos países, incluíndo a porção oriental da Alemanha. 1995 Europa dos 15 Adesão de 3 novos países 2004 Europa dos 25 Adesão de 10 novos países 2007 Europa dos 27 Adesão da Romênia e Bulgária Estônia Letônia Dinamarca Lituânia Países M Baixos Reino Alemanha Polônia Unido Oriental Bélgica Rep. Alemanha Tcheca Eslováquia Ocidental Áustria Hungria Eslovênia França Romênia AR OCEANO ATLÂNTICO Finlândia BÁ MAR DO NORTE Irlanda Itália Portugal Espanha EDITE MAR M N 0 Bulgária RRÂNE MAR NEG RO O Grécia Malta 900 km Chipre Fonte: Dados da ONU e do Banco Mundial, organizados pelo autor. GRÁFICO: Os sem-euro crescem mais Os três países da União Europeia que não adotaram o euro têm desempenho econômico melhor (crescimento anual do PIB, em %)... ... e menor taxa de desemprego (em % da força de trabalho) 8,8% 3,0% 2,8% Zona do euro* 8,2% 2,3% Suécia 2,0% 6,3% Inglaterra 1,8% 1,6% Zona do euro* 0,9% 5,4% Inglaterra 5,1% Suécia 4,9% Dinamarca 0,5% 4,7% Dinamarca 4,6% * Doze países 2002 2003 2004 2005* 2002 2003 2004 Fonte: Dados da ONU e do Banco Mundial, organizados pelo autor. 84 Coleção Estudo O comércio regionalizado Criado em 1992, o Nafta começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos países-membros vantagens no acesso aos mercados dos países. Tem como países-membros os Estados Unidos da América, o México e o Canadá (veja mapa a seguir). O acordo prevê a instalação de uma zona de livre comércio (ZLC) entre os três países. Essa área está baseada na livre circulação de mercadorias e serviços entre os países-membros, o que acontece por eliminação das barreiras legais e das tarifas alfandegárias, ou seja, está limitada apenas à área comercial. Não há, entre os objetivos do Nafta, pelo menos a curto e médio prazo, a busca de uma maior integração entre os três países. MERCOSUL Mercosul – Países-membros e dados N ALASCA (EUA) C A NA D Á E STAD O S U NID O S Entre os obstáculos para essa unificação, pode-se citar: a enorme diferença socioeconômica entre os países membros, a questão das imigrações clandestinas do México para os EUA e o narcotráfico, já que se estima que cerca de 90% das drogas consumidas nos EUA sejam provenientes do México. BELIZE MÉXICO EL SALVADOR COSTA RICA N VENEZUELA GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA COLÔMBIA PANAMÁ O C E A N O O C E A N O A T L Â N T I C O HONDURAS NICARÁGUA GUATEMALA Nafta – Países-membros e dados JAMAICA CUBA EQUADOR P A C Í F I C O BRASIL PERU BOLÍVIA CANADÁ CHILE PARAGUAI O C E A N O ESTADOS UNIDOS URUGUAI ARGENTINA P A C Í F I C O O C E A N O MÉXICO A T L Â N T I C O Membros associados 0 Membros plenos 1000 Km PROJEÇÃO DE ROBINSON Mercosul 0 1000 Km Brasil Argentina Uruguai Paraguai Venezuela População (milhões) 190,2 40,6 3,4 6,8 26,4 PIB (bilhões de US$) 1 838 523 37,5 26,5 335 9,7 13 10,7 4 12,8 11% 2,8% Canadá EUA México Renda per capita (milhares de dólares por ano) População (milhões) 33 303 110 Analfabetismo (%) PIB (trilhões de US$) 1,2 13,8 1,38 Expectativa de vida (anos) Renda per capita (dólares por ano) 38 200 41 100 9 600 Analfabetismo (%) 1% 2% 9% Expectativa de vida (anos) 81,1 78 75,8 Nafta Fonte: Organizado pelo autor com dados do Fundo de População da ONU e do Banco Mundial. 72,4 76,5 2% 6% 7% 76,1 75,5 73,4 Fonte: Elaborado pelo autor com dados disponíveis em: <www.indexmundi.com>. Acesso em: 12 nov. 2008. O processo de criação do Mercosul (Mercado Comum do cone Sul) iniciou-se em março de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção pelos presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Editora Bernoulli 85 GEOGRAFIA NAFTA – ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO DA AMÉRICA DO NORTE Frente C Módulo 02 O bloco começou a operar, oficialmente, em 1994, como GRÁFICO: O tamanho da riqueza uma zona de livre comércio, com eliminação ou redução das tarifas alfandegárias e das restrições quantitativas, Evolução do PIB, em US$ bilhões somente após a assinatura do Protocolo de Ouro Preto, em 17 de dezembro de 1994, quando foi fixada a Tarifa Externa Comum (TEC). A padronização e a utilização da TEC para produtos importados de países de fora do bloco, e que já são produzidos internamente, mesmo não sendo aplicada a todos os produtos, fixaram uma política comercial conjunta entre Brasil Argentina Uruguai Paraguai 700 600 500 400 300 200 100 0 604,86 2000 os países-membros e têm por objetivo integrar e fortalecer 2001 2002 o comércio do bloco. 151,5 13,4 7,13 2003 2004 Ano Fonte: SOCEX (Adaptação). GRÁFICO: O Comércio exterior do Brasil Em 2006, o grupo dos quatro fundadores, que aparecem como membros plenos, foi ampliado pela entrada da Em bilhões de dólares Venezuela, também como membro pleno, e, no mesmo ano, Exportações Importações Exportações Importações para o Mercosul* do Mercosul* para os EUA dos EUA * Importações e exportações brasileiras para Argentina, Uruguai e Paraguai, mesmo antes da criação do Mercosul (1991). a Bolívia solicitou sua adesão ao bloco. Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile são países que atuam como membros associados (veja o mapa anterior). A diferença fundamental 25 22,47 do status do país está na não adoção da TEC pelos membros 20 associados, o que lhes permite negociar livremente com demais mercados e países. 15 O Mercosul encontra-se atualmente no estágio de união 12,66 aduaneira, sendo uma área de livre circulação de bens, 11,73 10 serviços, mão de obra e capital, assim como a liberação 7,05 gradativa de tarifas alfandegárias e restrições tarifárias. 5 Alguns produtos dos países-membros foram colocados em 05 03 20 01 20 20 99 19 97 19 95 93 19 91 empresas nacionais e há tarifas de importação incidindo 19 19 89 19 85 19 19 87 0 uma “Lista de Exceções“, pois ainda estão protegidos para Criação do Mercosul sobre eles. Fonte: SOCEX (Adaptação). . 0,9 1 . . 0,5 0,4 0,5 0 -0,5 . . . . . -0,6 -1,2 -1,5 -1,5 -0,1 -1,2 -1,1 -1 . . . -0,4 -1,6 -2 Superávit do Brasil . 1,5 1,3 Déficit do Brasil Em bilhões de US$ GRÁFICO: Balança comercial: Brasil x Argentina . -2,5 -2,4 04 20 03 20 02 20 01 20 00 20 99 19 98 19 97 19 96 19 95 19 94 19 93 19 19 92 -3 Anos Fonte: SOCEX (Adaptação). 86 Coleção Estudo ALCA – ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS ALBA – ALTERNATIVA BOLIVARIANA PARA AS AMÉRICAS Proposta no Fórum das Américas, na cidade de Miami, em 1994, deveria ser formada por todos os países americanos com exceção de Cuba, considerado não democrático. O objetivo da Alca seria a formação de uma área de livre comércio no continente americano. Segundo as decisões tomadas em várias reuniões periódicas, o bloco deveria ter sido implantado até 2005, o que não ocorreu. A Alternativa Bolivariana para as Américas, criada em 14 de dezembro de 2004, e rebatizada, em 24 de junho de 2009, para Aliança Bolivariana para as Américas, tem como principal objetivo integrar diversos países da América Latina e também do Caribe, que tem como base a ideologia de Simón Bolívar. A Alba tem a intenção de ser uma alternativa em relação à Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Ainda existem muitas divergências quanto a uma possível formação da Alca, sendo elas objeto de discussões em reuniões periódicas, chamadas de Encontros das Américas, que discutem os princípios para a formação e a data da entrada em vigor da Aliança. Tal comportamento é proveniente das ideias impostas principalmente pelos Estados Unidos, que visam a implantar a Alca para abrir totalmente as fronteiras comerciais entre todos os países americanos, limitando-se, desse modo, somente às relações econômicas. Belo Horizonte foi o cenário do Encontro das Américas ocorrido em 1997, no qual os EUA defenderam a antecipação da implantação do bloco, ainda no século XX. Em oposição, os países do Mercosul propunham que sua formação em 2005 seria o ideal. Atualmente, a Alba é formada pela Venezuela, Cuba, Nicarágua, Bolívia e Dominica, sendo que Equador, São Vicente e Granadinas já demonstraram interesse em ingressar nesse bloco. Se compararmos o poderio econômico dos Estados Unidos com o resto da América, mesmo com o Brasil, perceberemos que o daquele é muito superior (analise o mapa a seguir). Por esse motivo, a Alca não deveria ser implantada antes de 2005, ano a partir do qual acreditava-se que o desenvolvimento industrial dos outros países da América poderia ser considerado mais definido e estabilizado, podendo, assim, suportar, sem grandes dificuldades, o livre-comércio com os EUA. Nafta x Mercosul N ALASCA (EUA) PIB – 2003 (em trilhões de US$) APEC – COOPERAÇÃO ECONÔMICA DA ÁSIA E DO PACÍFICO A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi criada em 1989, devido ao crescente comércio e interdependência econômica entre as nações da região. 20 ANOS – 1989-2009 Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico CAN ADÁ 12,8 ES TADO S UN I DOS 3,0 O C E A N O MÉXICO Nafta A T L Â N T I C O Mercosul VENEZUELA População – 2003 O C E A N O Nafta P A C Í F I C O 466 milhões de habitantes Mercosul 266 milhões de habitantes BRASIL PARAGUAI ARGENTINA URUGUAI Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) Acordo do Livre comércio da América do Norte (Nafta) Demais países Fonte: Organizado pelo autor com dados do Fundo de População da ONU e Banco Mundial Esse bloco engloba diversas economias asiáticas, americanas e da Oceania e, atualmente, é integrado por 21 países: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua--Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos da América e Vietnã. Somada a produção industrial de todos os países, chega-se à metade de toda a produção mundial. Quando estiver em pleno funcionamento, será o maior bloco econômico do mundo. Alguns números impressionam e comprovam a eficiência do bloco: o bloco reúne uma população de 2 559,3 milhões de habitantes, alcançando um PIB de US$ 18 589,2 trilhões. O principal objetivo da APEC é a redução de taxas alfandegárias entre os países-membros para promover o livre-comércio na Bacia do Pacífico, resultando no desenvolvimento econômico da região. Ficou estabelecido que, até 2010, os países desenvolvidos estabeleceriam uma zona de livre comércio, e os outros, até 2020. Na prática, alguns países já adotaram redução total de suas tarifas alfandegárias e outros estão em processo de estudos para redução completa. Editora Bernoulli 87 GEOGRAFIA O comércio regionalizado Frente C Módulo 02 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03. (UFMG–2006) É INCORRETO afirmar que a atual política externa brasileira e o papel geopolítico do país, hoje, no mundo, representam 01. (PUC Minas–2006) Países que pretendem conciliar seus A) uma aproximação do Nafta, em razão da necessidade interesses no comércio internacional podem criar blocos de se concretizarem os tratados comerciais entre de mercados comuns. NÃO constitui fator que interfere esse bloco e o Mercosul, tendo-se em vista a nas tendências de organização de blocos mundiais de implementação da Alca. poder: B) u m r e f o r ç o e m s u a p o s i ç ã o e c o n ô m i c a e , A) Permitem que as empresas disponham de mercados possivelmente, um novo papel geopolítico no mundo, mais amplos que a sua nação de origem. graças à qualidade de potência regional do Brasil na América do Sul. B) Incrementam as políticas econômicas e geopolíticas C) um repúdio à ocupação do Iraque e, por outro lado, preocupadas com a abertura e expansão de fronteiras um apoio à criação do Estado da Palestina, posições comerciais entre os países-membros. formalmente defendidas nos foros internacionais de C) Favorecem internamente o fortalecimento de um que o Brasil participa. poder econômico descentralizado, capaz de promover D) uma defesa da ideia do perdão, tanto pelo Brasil a integração do comércio global. quanto pelos países centrais, da dívida dos países D) Propõem a incorporação de avanços científicos mais pobres do mundo – especialmente os africanos. e tecnológicos dos parceiros, beneficiando-se mutuamente. 04. (UFRGS) Em relação às negociações de implementação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), são feitas 02. (PUC-SP–2006) Comparando-se o Mercosul e a União as seguintes afirmações: Europeia, é CORRETO afirmar que I. outras razões, porque ela prevê a proibição do integração territorial por meio das infraestruturas estabelecimento de acordos bilaterais e sub-regionais (ferrovias, rodovias, hidrovias) antes mesmo de sua entre as nações signatárias, o que acarretaria a institucionalização, o Mercosul passou a expandir tais abolição e a revogação do Mercosul e de outros infraestruturas somente após sua criação e ainda acordos. assim em ritmo bastante lento. II. O Chile é o país sul-americano mais reticente em relação aos possíveis benefícios da Alca, já que enfrentaria B) não são passíveis de comparação, pois a União sérias dificuldades em competir com os produtos Europeia resultou de um tratado amplo e antigo entre países desenvolvidos e o Mercosul é um acordo agrícolas norte-americanos, altamente subsidiados. de livre-comércio entre países subdesenvolvidos III. O governo brasileiro alega que a entrada de seus que nunca visou a qualquer tipo de integração produtos no mercado norte-americano é prejudicada pelas barreiras não tarifárias, como o antidumping regional. e os direitos compensatórios, que favorecem os C) a integração regional da União Europeia atinge as interesses comerciais dos Estados Unidos. esferas econômica, social, política e cultural do mesmo modo que o Mercosul, que projeta para o Quais estão CORRETAS? futuro a plena integração comercial em todos os A) Apenas I. setores da economia e uma moeda comum ainda para B) Apenas II. 2006. C) Apenas III. D) nos dois casos verificou-se que, após as tentativas de D) Apenas I e II. integração regional, as relações comerciais entre os E) Apenas II e III. países-membros praticamente não foram afetadas, pondo em dúvida a eficácia dessas organizações supranacionais. 88 O Brasil é contrário à criação da Alca, entre A) enquanto a União Europeia conheceu ampla 05. (UFG–2010) A geopolítica no continente americano sofreu mudanças consideráveis na década atual, modificando E) a União Europeia tem colhido fracassos em razão de projetos institucionais que visavam maior influência ser composta de países que têm um histórico recente econômica dos Estados Unidos. Como contraponto a essas de conflitos armados, ao passo que os sucessos do iniciativas, o governo da Venezuela propôs a criação de Mercosul devem-se à harmonia natural de países um novo bloco. Esse bloco, que conta atualmente com a vizinhos sem histórico de conflitos. adesão de vários países, é Coleção Estudo O comércio regionalizado A) o Mercosul, que visa a estreitar as relações com os países do Cone Sul. B) o Nafta, que busca aproximar os países da América do Norte e Central. C) o Pacto Andino, que surge do chamado Acordo de Cartagena, com objetivo de integração econômica. D) a Unasul, que objetiva criar mecanismos de proteção aos países da América do Sul. 02. (UFMG) Analise os mapas 1 e 2, em que estão destacadas regiões que podem ser consideradas, em diferentes momentos da evolução da economia mundial, como “centros do mundo”: Mapa I – A dominação pela insularidade início do século XX início do século XX E) a Alba, que propõe a unificação política e econômica entre os países da América do Sul e da América Central. EXERCÍCIOS PROPOSTOS (UFTM-MG–2009) Observe a charge, que se refere às relações econômicas entre o México e os Estados Unidos. Limite do bloco eurasiático Mapa II – O basculamento do centro do mundo GEOGRAFIA 01. Limite aproximado do novo centro do mundo Deslocamento do centro de gravidade Centro de gravidade nacional antigo Centro mundial de organização planetária Disponível em: <http://www.cagle.com/politicalcartoons/ pccartoons/archives>. O conteúdo da charge destaca A) os efeitos benéficos dos Estados Unidos sobre a economia mexicana, pois, por meio da injeção de dólares no país, a população mais pobre teve acesso ao consumo. B) a impossibilidade de se manterem os pequenos produtores mexicanos no campo, em razão da crescente influência da economia globalizada e das ofertas de empregos nos Estados Unidos. C) a dependência do México do mercado norte americano, aprofundada pelo Nafta, o que faz com que sua economia seja profundamente afetada pela atual crise econômica. D) o impulso dado à agricultura familiar mexicana pelo comércio com os EUA, sob os efeitos do Nafta, que tem tirado muitos agricultores da pobreza. E) o impacto da crise sobre a atividade agrícola mexicana, pois, com o Nafta, o México tornou-se um dos maiores exportadores de alimentos para os Estados Unidos. Fonte: ROPIVIA, M.L. Géopolitiques du développment, de la coopération et visions dum monde au XXI siècle. Cahiers de Géographie du Québec, montréal, v.39, n. 107, 1995, p. 338-339 (Adaptação). Considerando-se as informações desses mapas, é INCORRETO afirmar que, A) no mapa 1, os centros mundiais são espaços privilegiados pelas riquezas naturais do subsolo e por potencialidades agrícolas, que lhes garantiram, por alguns séculos, a autossuficiência necessária à expansão capitalista. B) no mapa 1, as áreas hegemônicas se constituíram pelo poder gerador de inovações tecnológicas, graças à posição de potências científicas, fator que serviu de suporte à aceleração do processo de acumulação de capital. C) no mapa 2, materializam-se as previsões a respeito do “século asiático”, que se apoiará na vitalidade da economia da bacia do Pacífico, com a participação do conjunto de países formadores da APEC e de suas potências regionais. D) no mapa 2, a construção do “centro do mundo” é resultado do transbordamento da riqueza de grandes potências da área e do capital extrarregional atraído, entre outros fatores, pela abertura política ou econômica de países desse espaço geográfico. Editora Bernoulli 89 Frente C Módulo 02 03. (FGV-SP–2009) É inegável a importância do processo de expansão da União Europeia que, atualmente, conta com 27 países-membros. No entanto, essa expansão trouxe como uma de suas consequências 05. A) a criação do espaço Schengen para controlar a circulação de pessoas vindas dos novos membros do bloco. B) a diminuição das taxas de desemprego pela possibilidade de criação de unidades produtivas nos novos países. C) o aumento da renda per capita média e da qualidade de vida da população do bloco. D) a expansão do mercado consumidor e do potencial produtivo do bloco. E) a redução dos subsídios agrícolas dos membros antigos que agora suprem seus mercados de alimentos com a produção dos países ingressantes. 04. EXAME CEO. Abril de 2009. A leitura do texto e os conhecimentos sobre a dinâmica econômica da atual década permitem afirmar que A) a oportunidade de o bloco europeu tornar-se a principal potência econômica e financeira do mundo foi perdida. B) a s a í d a v i á v e l p a r a o s p a í s e s d a E u r o p a centro-oriental é diminuir a ação individualista dos Estados em detrimento da integração. (UFBA–2010) Na atual época da globalização, há uma interligação entre as economias de todas as nações, os capitais se movem em grande velocidade, bancos e empresas se associam e se fundem em diferentes países e continentes, e uma crise iniciada nos Estados Unidos, a economia mais poderosa do planeta – responsável por cerca de um quarto de tudo que é produzido no mundo –, afeta todos os mercados em questão de horas. C) os planos europeus de integração devem aumentar de intensidade, sobretudo no que se refere à entrada de novos membros. D) a Europa ocidental enfrenta um dilema entre avançar na integração ou cada país defender seus interesses nacionais. E) os planos de expansão de áreas de influência econômica europeia tornaram-se inviáveis frente à crise. ZOCCHI; JONES, 2009, p. 100. A partir dessas informações e dos conhecimentos sobre a crise econômica mundial e suas consequências, pode-se afirmar: 01. O f l u x o i n t e n s o d e p r o d u t o s e s e r v i ç o s , a interdependência das economias dos países, a formação de blocos econômicos, como o Mercosul, são características da globalização. 02. A crise financeira do subprime – devedores com histórico de inadimplência ou dificuldade de comprovação de renda –, nos Estados Unidos, em meados de 2007, levou ao “estouro da bolha imobiliária”, que tomou dimensão internacional. 04. O baixo nível dos estoques mundiais de alimentos, o acesso reduzido aos créditos e a possível ocorrência de elevação da temperatura do planeta em mais dois graus, nos próximos anos, poderão provocar a diminuição mundial de alimentos, particularmente na África, na Ásia e na América Latina. 08. Os países emergentes, como a China, a Índia e a Federação Russa, ficaram à margem da tormenta, mantendo seus mercados internos e externos em equilíbrio e suas economias em crescimento. 16. A economia brasileira ainda sofre os reflexos da crise, mesmo depois de vários meses de seu início, mas é consenso que o Brasil foi um dos países menos afetado, de acordo com pareceres de organizações, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e de alguns economistas do país. 32. A fase mais aguda da crise levou o Brasil a gastar as suas reservas em moeda forte, restringir o mercado externo, diminuindo significativamente o número de compradores, e estagnar o crescimento do PIB do país. 64. A crise econômico-financeira de 1929 e a crise eclodida em 2008 apresentam como semelhança o processo de especulação e, como diferença, a rapidez de propagação entre os mercados, fenômeno específico da sociedade globalizada. Soma ( 90 ) Coleção Estudo (FGV-MG–2010) Todo mundo sabe que o mundo está atravessando a pior crise econômica desde a década de 1930. [Na União Europeia] as reações protecionistas são dolorosamente conhecidas: protestos contra trabalhadores estrangeiros, exigências de proteção ao comércio e um nacionalismo financeiro cujo objetivo é limitar a circulação de dinheiro pelas fronteiras. 06. (UFTM-MG–2009) Considere o texto a seguir para responder à questão. Um choque petrolífero pode, com um intervalo de tempo, provocar uma desaceleração ou uma recessão numa região do mundo e, simultaneamente, estimular a economia numa outra região. No total, uma transferência de atividades intensivas em energia dos países do Norte para os países emergentes soma-se a um aumento do tráfego mundial de mercadorias para acrescer finalmente o consumo de energia. As pretensas “economias do conhecimento” pós-industriais da OCDE (organização que reúne os 30 países mais ricos do mundo) repousam numa transferência maciça da sua base material e energética para as “economias emergentes”. Disponível em: <resistir.info/energia/y_cochet_11jul05. html#notas>. “A s p r e t e n s a s ‘ e c o n o m i a s d o c o n h e c i m e n t o ’ pós-industriais da OCDE repousam numa transferência maciça da sua base material e energética para as ‘economias emergentes’.” Pode-se citar, como exemplo dessa transferência, A) os Tigres Asiáticos, que se tornaram destino de investimentos de empresas multinacionais japonesas e norte-americanas a partir da década de 1980, interessadas nas facilidades de importação / exportação e na mão de obra barata, porém qualificada. B) a instalação de agroindústrias multinacionais no Brasil, a partir da década de 1970, para atuarem na produção do álcool combustível no Sul e Sudeste, aproveitando-se dos incentivos fiscais governamentais do programa Proálcool. C) o incentivo dos países ricos às políticas de nacionalização de reservas e empresas petrolíferas, realizadas por países subdesenvolvidos, que passam a arcar sozinhos com os custos de pesquisa e exploração do petróleo. O comércio regionalizado A criação desse bloco e a charge do caricaturista Plantu compõem um quadro que aponta para uma das contradições socioeconômicas mais marcantes da globalização. São elementos constituintes dessa contradição: E) a industrialização do Canadá e do México, que passaram a receber as unidades fabris de empresas multinacionais norte-americanas, interessadas nas facilidades de circulação de mercadorias a partir da formação do Nafta, em 1990. A) Poder das empresas globais / desorganização da sociedade civil. B) Incentivo à integração econômica / fragmentação política pelo nacionalismo. C) Facilidade para a circulação de riquezas / restrição à circulação de pessoas. (FURG-RS–2009) Assinale a alternativa CORRETA sobre a formação dos blocos econômicos no século XX. A) A criação do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em 1947, representou um atraso nas relações internacionais, superado apenas em 1995 com a criação da OMC (Organização Mundial do Comércio). D) Democracia nos países desenvolvidos / autoritarismo nas nações subdesenvolvidas. 09. B) O Alca (Acordo de Livre Comércio entre as Américas) foi criado em 1995 para fortalecer a economia da América Latina, abrangendo todos os paises latino-americanos. A) O Mercosul foi criado na década de 1980 através do Tratado de Assunção assinado pelos países-membros ou Estados partes: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. C) A União Europeia, fundada em 1991, visava a criação de uma moeda única, o euro, para facilitar as transações comerciais entre os países-membros. B) Após a criação do Mercosul, mais sete países aderiram ao tratado como países associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Guiana Francesa. D) O N a f t a ( Tr a t a d o N o r t e - A m e r i c a n o d e Livre-Comércio), que entrou em vigor em 1994, abrange o Canadá, os Estados Unidos e o México e visa a livre circulação de mercadorias e trabalhadores entre os países-membros. C) A presidência do Mercosul é exercida por rotação dos estados-membros, em ordem alfabética, pelo período de um ano. E) Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram o Tratado de Assunção, em 1991, visando a uma aliança comercial para o fortalecimento da região. 08. (UERJ-2008) Nafta – Em 1988, Estados Unidos e Canadá assinaram um acordo de livre-comércio que recebeu a adesão do México em 1992. Estava criado o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994. Um dos principais pontos do acordo é eliminar tarifas alfandegárias e obstáculos para o livre trânsito de bens e serviços. ALMEIDA, Lúcia M. A. de; RINGOLIN, Tércio B. Fronteiras da globalização. São Paulo: Ática, 2004 (Adaptação). (UFRRJ–2007) Seguindo uma tendência mundial de organização de blocos econômicos, os países sul-americanos criaram o Mercosul (Mercado Comum do Sul). Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa CORRETA. D) Os Estados Unidos não têm interesse no sucesso do Mercosul porque este poderia atrasar a consolidação da ALCA (Área de Livre Comércio nas Américas). E) Um dos maiores motivos do sucesso do Mercosul está relacionado à economia diversificada e aos parques industriais venezuelano e brasileiro. 10. (UNESP-SP) Mercosul, Nafta, União Europeia são os exemplos mais conhecidos de blocos econômicos ou organizações internacionais definidas por um processo de integração econômica. Para que o processo se concretize, a teoria do comércio internacional define quatro situações clássicas de integração econômica. São elas: A) União aduaneira, mercado comum, polos de atração de investimentos do mundo e zona de preferências tarifárias. B) Zona de livre comércio, potencial agrícola, investimentos na área de infraestrutura física e união aduaneira. C) União econômica e monetária, zona de preferências tarifárias, zona de livre comércio, investimentos na área de infraestrutura física. D) Zona de preferências tarifárias, zona de livre comércio, união aduaneira e polos de atração de investimentos do mundo. ADOUMIÉ, Vincenti et al. Historie-Géographie, 5ª. Paris: Hachette Éducatior, 2005. E) Zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária Editora Bernoulli 91 GEOGRAFIA 07. D) a transferência das culturas tropicais, de banana e tabaco, do sul dos Estados Unidos para os países da América Central, como estratégia do governo norte-americano para incentivar esses países a integrarem-se ao projeto da Alca, junto com o México. Frente C Módulo 02 SEÇÃO ENEM 01. PIIGS (Enem–1998 / Adaptado) A Alemanha ajuda a concretizar o bloco econômico da União Europeia. A participação nesse Fazem parte da UE Foi um acrônimo criado para denominar essas cinco economias da zona do Euro. Fazem parte da UE e integram a zona do Euro FINLÂNDIA SUÉCIA ESTÔNIA LETÔNIA DINAMARCA bloco implica a adoção de um sistema socioeconômico LITUÂNIA HOLANDA que IRLANDA BÉLGICA A) dificulta a livre iniciativa econômica, inclusive das ALEMANHA LUXEMBURGO FRANÇA grandes empresas na Alemanha. POLÔNIA REP. TCHECA ESLOVÁQUIA ÁUSTRIA HUNGRIA ESLOVÊNIA ROMÊNIA ITÁLIA B) ofereça mercado europeu mais restrito aos produtos e serviços alemães. PORTUGAL ESPANHA BULGÁRIA GRÉCIA C) diminua as oportunidades de iniciativa econômica para os alemães em outros países e vice-versa. Disponível em <www.uol.com.br/folha/dinheiro/images/>. D) garanta o emprego, na Alemanha, pelo afastamento Hoje, a economia é muito globalizada e integrada. A crise da concorrência de outros países da própria União de um país pode afetar diversos outros. Examinando as Europeia. informações apresentadas, pode-se inferir que E) por meio da união de esforços com os o países da A) Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha (PIIGS, União Europeia, permita à economia alemã concorrer em inglês o acrônimo significa “porcos”) fazem parte em melhores condições com países de fora da União da União Europeia, mas apenas os dois primeiros Europeia. participam da zona do Euro. B) a crise do PIIGS é resultado tanto das medidas tomadas em decorrência da crise econômica mundial, 02. a partir de 2008, como da queda na arrecadação Por que os PIIGS preocupam interna desses países. Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha acumulam déficit acima do teto de 3% estabelecido C) acrônimo é uma palavra formada pelas letras ou sílabas iniciais de palavras sucessivas de uma locução, pela União Europeia As contas públicas desses países ficaram desequilibradas porque eles intensificaram os + gastos a partir de 2008 para conter os efeitos da crise econômica mundial. Ao mesmo tempo, a crise fez com que a arrecadação caísse, já que o desemprego aumentou, derrubando o consumo e prejudicando o resultado das empresas. = sendo que PIIGS não representa uma forma pejorativa A combinação de gastos maiores e arrecadação menor fez o déficit subir acima do limite. O principal temor do mercado é que esses países deem calote na dívida. Endividamento entre os PIIGS Portugal Irlanda População, em milhões* Itália Grécia Espanha 10,627 4,450 60,45 11,260 45,828 PIB, em bilhões de euros* 162,3 164,2 1533,8 240,4 1049,1 Dívida, em bilhões de euros** 120,4 Déficit fiscal em 2009* 9,3 11,7 5,3 12,7 11,4 Dívida em relação ao PIB** 73,7% 62,2% 116,3% 113,2% 49,7% D apesar da crise e da dívida instaladas nos PIIGS, não existe nenhuma especulação sobre um provável calote, já que os mesmos apresentam déficit fiscal inferior a 9%. E) na região leste do espaço europeu, a atual crise econômica destaca-se, o que retrata as consequências do sistema político ideológico implantado no século XX. GABARITO Fixação 01. C 02. A 03. A 04. C 05. E Propostos 104,4 1786,8 270,7 524,9 01. C 04. Soma = 87 07. E 02. A 05. D 08. C 03. D 06. A 09. D Seção Enem 01. E * Estimativa. ** Até o terceiro trimestre de 2009. 92 para os países envolvidos. Coleção Estudo 02. B 10. E