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questões de acessibilidade:
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para cegos e pessoas com baixa visão);
● Guia da British Dyslexia Association para criar o
conteúdo seguindo padrões como escolha da
fonte, tamanho e entrelinha, bem como o estilo
de parágrafo e cor;
● As questões cromáticas testadas no site CONTRAST
CHECKER
(https://contrastchecker.com/) para
contraste com fontes abaixo e acima de 18pts,
para luminosidade e compatibilidade de cor junto
a cor de fundo e teste de legibilidade para
pessoas daltônicas.
Buscando o Bem-Estar na Biblioteca
Central da UFSC
Searching for Well-Being at UFSC's Central Library
Búsqueda de Bienestar en la Biblioteca Central de UFSC
Vanessa Mendes Argenta
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil
[email protected]
Maíra Longhinotti Felippe
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil
[email protected]
Maristela Moraes de Almeida
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil
[email protected]
Douglas Padilha Tomazini
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil
[email protected]
Resumo: Este trabalho busca apresentar o Curso de
Extensão "Psicologia Ambiental e Bem-estar nas
Instituições" e os resultados obtidos a partir das atividades
realizadas no âmbito desse projeto, no segundo semestre
de 2019, na Biblioteca Central da Universidade Federal de
Santa Catarina. São apresentadas as atividades e objetivos
do Curso, breve fundamentação teórica sobre o ambiente
de bibliotecas, características da biblioteca em análise, além
de métodos e resultados de pesquisa, avaliação e
intervenção para o local. Foi possível identificar, a partir dos
estudos das relações pessoa-ambiente, aspectos positivos
ou que podem ser melhorados no espaço da biblioteca.
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Propostas foram lançadas nesse sentido e são também
descritas, esperando-se oportunizar relações de maior
bem-estar e vínculo afetivo entre a comunidade
universitária e seus espaços de atuação.
Palavras-chave: Psicologia Ambiental. Biblioteca. Bem-Estar.
Planejamento Participativo.
Abstract: This study aims to present the Extension Course
"Environmental Psychology and well-being in the
institutions" and the results obtained from the activities
carried out under this project in the second half of 2019, at
the Central Library of the Federal University of Santa
Catarina. The activities and objectives of the Course are
presented, as well as a brief theoretical review on the library
environment, characteristics of the library under analysis,
methods and results of research, evaluation and
intervention for the place. It was possible to identify, from
the studies of person-environment relations, positive
aspects or that can be improved in the library space.
Proposals have been launched in this sense and are also
described, hoping to create relationships of greater
well-being and affective bonds between the university
community and its areas of activity.
Keywords: Environmental Psychology. Library. Well-Being.
Participatory Planning.
Resumen: Este trabajo busca presentar el Curso de
Extensión "Psicología Ambiental y Bienestar en las
Instituciones" y los resultados obtenidos de las actividades
realizadas en el marco de este proyecto, en el segundo
semestre de 2019, en la Biblioteca Central de la Universidad
Federal de Santa Catarina. Se presentan las actividades y
objetivos del Curso, una breve fundamentación teórica
sobre la temática de la biblioteca, características de la
biblioteca bajo análisis, además de métodos y resultados de
investigación, evaluación e intervención para el lugar. Se
pudo identificar, a partir de los estudios de las relaciones
persona-ambiente, aspectos positivos o susceptibles de
mejora en el espacio de la biblioteca. Se han lanzado
propuestas en este sentido, aquí descritas con el objetivo de
crear relaciones de mayor bienestar y vínculo afectivo entre
la comunidad universitaria y sus áreas de actividad.
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
3
Palabras clave: Psicología Ambiental. Biblioteca. Bienestar.
Planificación Participativa.
Data de submissão: 19/05/2021
Data de aprovação: 07/10/2021
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Buscando o Bem-Estar na Biblioteca Central da UFSC
Vanessa Mendes Argenta • Maíra Longhinotti Felippe • et al
Introdução
Apesar da tendência em virtualizar as relações,
acentuada pela pandemia de Covid-19 em 2020, as
Universidades ainda são baseadas em relações físicas, que
ocorrem dentro de espaços, sejam naturais ou construídos.
Para as aulas expositivas, são necessárias salas de aula; para
estudar e consultar as fontes, biblioteca; para comer,
restaurante e lanchonete; para descansar, grama, pufes,
bancos, cadeiras. Para se encontrar, tudo isso.
O
espaço
pensado
como
local
de
estudos
é,
historicamente, a Biblioteca. Tem como prerrogativas, de
forma geral, ter poucos ruídos para facilitar a concentração,
ter
espaços
para encontros, ser agradável, ter boa
iluminação e ventilação e disponibilizar meios para obter e
processar informação. Então, por que as Bibliotecas não são
todas iguais? Porque cada uma está em um lugar do mundo,
com seus diferentes climas; tem variação no número de
pessoas que a utilizam, nas verbas disponíveis para
construção e manutenção, no tamanho do acervo, no
número de pessoas que trabalham no local, no tamanho do
terreno disponível para a edificação, entre outras variáveis.
Com o intuito de instrumentalizar profissionais e a
comunidade universitária para ações visando à promoção
de saúde e bem-estar no contexto da Biblioteca Central da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Curso de
Extensão
"Psicologia
Ambiental
e
Bem-estar
nas
Instituições", uma parceria entre o Departamento de
Psicologia e o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da
UFSC, teve lugar nesse contexto.
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Buscando o Bem-Estar na Biblioteca Central da UFSC
Vanessa Mendes Argenta • Maíra Longhinotti Felippe • et al
O objetivo do presente artigo é apresentar o Curso de
Extensão e os resultados obtidos a partir da atividade
realizada, que envolveu, além de extensão, pesquisa e
formação. Será apresentada a estrutura geral dos módulos
de formação propostos pelo projeto, com ementa e
objetivos; uma breve fundamentação teórica sobre o tema
das bibliotecas; uma seção sobre a edificação da Biblioteca
Central da UFSC, com histórico, características e atividades;
e, por fim, a apresentação dos métodos utilizados e dos
resultados obtidos na pesquisa executada, a análise dos
dados e a proposta de intervenção no ambiente da
biblioteca.
Atividades do Curso de Extensão
O Curso "Psicologia Ambiental e Bem-estar nas
Instituições" foi ministrado de agosto a dezembro de 2019
na Universidade Federal de Santa Catarina, para estudantes
e servidores da universidade, tendo como ementa os
seguintes
tópicos:
introdução à Psicologia Ambiental;
conceitos e métodos em Psicologia Ambiental; avaliação do
ambiente da Biblioteca Universitária da UFSC e elaboração
orientada de proposta voltada a melhorias no ambiente
institucional.
Ao sensibilizar para o tema das relações entre pessoas
e ambientes, objeto de estudo da Psicologia Ambiental;
promover um processo de reflexão crítica acerca de
problemáticas e melhorias ambientais possíveis; e favorecer
a
elaboração,
execução
e
avaliação
de
projetos
interventivos, o Curso pretendeu possibilitar um impacto
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Buscando o Bem-Estar na Biblioteca Central da UFSC
Vanessa Mendes Argenta • Maíra Longhinotti Felippe • et al
positivo na comunidade universitária, de modo a se
estabelecer relações de maior bem-estar com os ambientes
que
seriam
alvo
das
intervenções
propostas.
Os
participantes do Curso, ao passarem pelos diferentes
módulos e terem a oportunidade de trabalhar para o
bem-estar coletivo, podem desenvolver relações mais
positivas com o ambiente de estudo e laboral, traduzidas
pela formação de laços afetivos com o ambiente físico e
social, maior satisfação geral e com o trabalho, maior
identificação com o local e fortalecimento do sentido de
pertencimento à comunidade e ao lugar.
Os objetivos do curso consistiram em: 1) Proporcionar
conhecimento acerca da Psicologia Ambiental, com ênfase
na promoção de bem-estar; 2) Fornecer subsídios para a
melhoria dos serviços prestados, tendo por foco a interação
pessoa e ambiente; 3) Possibilitar um processo de reflexão
crítica acerca das intervenções de melhorias ambientais
possíveis; 4) Viabilizar o projeto e a implementação de
intervenções ambientais em um processo de planejamento
participativo;
e
5) Avaliar o impacto das mudanças
ambientais propostas e executadas por meio de avaliações
ambientais.
As atividades de extensão foram divididas em 4
módulos: Introdução e Conceitos; Métodos e Avaliação;
Projeto de Intervenção; e Avaliação da Intervenção, este
último ainda não executado por conta da pandemia de
COVID-19, que provocou a suspensão das atividades
presenciais na UFSC e na Biblioteca. Através de aulas
expositivas, foram apresentados os conceitos que norteiam
os estudos pessoa-ambiente e, consequentemente, os
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Buscando o Bem-Estar na Biblioteca Central da UFSC
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trabalhos de grupo. Para a etapa ‘Método e Avaliação”, e
considerando a intrínseca característica interdisciplinar dos
estudos
pessoa-ambiente,
foi
utilizada
a
abordagem
multimétodos, que possibilita uma melhor visualização dos
fenômenos relacionados às interações das pessoas e dos
ambientes da Biblioteca e procura também diminuir os
vieses metodológicos, mais evidentes quando se utiliza
apenas um método.
Os métodos aplicados na avaliação ambiental foram
um questionário online para a comunidade universitária em
geral e a colocação de cartazes nas principais edificações da
UFSC, através dos quais foram mapeadas as percepções dos
usuários sobre o ambiente da biblioteca. Além disso, foi
utilizada a técnica de observação de vestígios, por meio da
qual foram investigados vestígios ambientais relacionados
ao comportamento dos usuários no espaço edificado. Os
métodos utilizados e os resultados obtidos serão explorados
em seções subsequentes deste artigo.
O Ambiente de Bibliotecas
As bibliotecas surgiram como espaços voltados para a
leitura,
depois
passaram
a
abrigar
a
pesquisa
e
recentemente se tornaram também agregadores culturais
(CÁRDENAS, 2017). Nos últimos anos, sofreram grandes
mudanças decorrentes da evolução da tecnologia de
informação, em que se criou um espaço virtual que serve
como fonte e como plataforma de compartilhamento de
conhecimento.
Essas
mudanças
tecnológicas
geraram
também mudanças sociais e culturais e tiveram impacto
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Buscando o Bem-Estar na Biblioteca Central da UFSC
Vanessa Mendes Argenta • Maíra Longhinotti Felippe • et al
direto no espaço físico das bibliotecas, como o fim dos
armários com as fichas catalográficas para consulta de
acervo e a possibilidade de acesso à informação de qualquer
lugar que tenha conexão com a internet.
Além das funções de armazenamento, organização e
acesso ao conhecimento, as bibliotecas universitárias
abrigam acervos que retratam e divulgam a memória
histórica, documental, científica, técnica e artística de uma
comunidade, configurando-se como sua memória coletiva.
O fato de as bibliotecas abrigarem acervos que constituem
essa
memória
comunitária
gera
uma
ambiência
caracterizada pela busca do saber, composta das relações
entre espaço, ser humano e fonte de informação, seja ela
física ou digital. O ambiente de biblioteca deve ser atraente,
acolhedor, confortável, satisfatório, bem iluminado, bem
ventilado, com boa comunicação visual informativa e
orientativa, com mobiliário adequado ao perfil de seus
usuários, ser acessível a todas as pessoas, possibilitar o
acesso e a troca de informações (por meio físico e digital),
permitir a ocorrência de interações sociais, estar próximo a
sanitários (por conta da longa permanência), acolher
pessoas sozinhas e em grupos e ter ambientes com
diferentes níveis de ruídos admitidos (ABBASI et al., 2014).
A tendência do ensino superior no século XXI é cada
vez
mais
permitir
experiências
de
cooperação
e
colaboração, em contraponto ao estudo solitário. Mais do
que palestras e aulas expositivas, a nova visão pedagógica
enfatiza a aprendizagem ativa e colaborativa, que valoriza os
aspectos sociais da aprendizagem por meio de atividades
em grupo (LATIMER, 2018; LEE, 2014). Essa tendência de
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Buscando o Bem-Estar na Biblioteca Central da UFSC
Vanessa Mendes Argenta • Maíra Longhinotti Felippe • et al
trabalho e estudo em equipes exige espaços para os alunos
interagirem fora do ambiente da sala de aula. Sendo as
bibliotecas, por definição, os espaços facilitadores do
intercâmbio social de informações e a transformação de
informações em conhecimento, as bibliotecas acadêmicas
do ensino superior passam, assim, a acomodar essas
mudanças pedagógicas e a oferecer espaços para realização
das atividades colaborativas.
Os novos programas das bibliotecas universitárias pelo
mundo vêm diminuindo o espaço para as atividades do
usuário solitário e silencioso e aumentando o espaço para
atividades focadas na criação e troca de conhecimento. A
Biblioteca do Instituto Tecnológico de Monterrey, por
exemplo, conta com área de leitura e pesquisa que tem
como foco os grupos e suas interações, sem protagonismo
para o acervo (SASAKI, 2021).
Outra tendência em bibliotecas universitárias é a
contestação ao mobiliário padrão de mesas e cadeiras. De
forma geral, as atividades acadêmicas são sedentárias e a
própria postura sentada, quando em períodos extensos,
traz diversas implicações para a saúde, especialmente das
costas, pescoço e olhos. Sendo nossos corpos feitos para o
movimento, é importante que se busquem espaços que
permitam
a
movimentação
e
a
amplitude
postural,
possibilitando a criação de ambientes que contribuam para
uma vivência saudável aos alunos. Na Biblioteca Hunt,
projetada pelo escritório finlandês Snohetta através de
processo participativo, o programa teve como essência as
pessoas, as atividades colaborativas e em grupo e as
tecnologias de ponta disponíveis. Esta premissa impactou
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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fortemente na escolha do mobiliário, que tem mais de 60
modelos disponíveis para escolha, dependendo da atividade
a ser experienciada (SNØHETTA, 2021).
A discussão sobre espaços de aprendizagem está se
tornando cada vez mais importante no ensino superior, pois
é preciso abarcar os diferentes estilos de vida e de
aprendizado
das
tecnologias.
A
novas gerações e os avanços nas
busca
do
saber
e
a
construção do
conhecimento pelos alunos e seu êxito acadêmico são
significativamente
afetados
pelos
ambientes
de
aprendizagem e suas qualidades ambientais. Os espaços
das bibliotecas devem fornecer ambientes inovadores e
envolventes, combinando os espaços físico e virtual e
gerando um ambiente que estimule o aprendizado e as boas
relações sociais.
Para
identificar
a
qualidade
dos
espaços
para
aprendizagem nas bibliotecas universitárias, Horn et al.
(2014) estabelecem os seguintes critérios: (a) imagem e
identidade positivas: senso de lugar, contribuições para
educação e cultura; (b) acolhedora e convidativa: espaços
intermediários
para
encontros
informais,
espaços de
transição, café e galeria; (c) variedade de espaços para
diferentes usos e usuários: locais para estudo em grupo e
estudo individual, atividades colaborativas e apresentações,
acesso 24 horas por dia; (d) funcional e eficiente: iluminação,
acústica adequada aos espaços barulhentos e silenciosos,
ambientes
com tamanhos apropriados; (e) flexível e
adaptável: mobiliário, pontos de energia e dados; (f)
centrado nas pessoas e relações sociais: propiciar lugares
onde as pessoas possam criar seu espaço pessoal e eventos;
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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(g) senso de lugar e inspiração: decoração inspiradora,
conexões visuais ao Campus, Biblioteca como "lugar"; (h)
acesso, segurança e proteção: conexão visual pelos espaços,
orientabilidade e acessibilidade; (i) conforto ambiental e
sustentabilidade: bom uso de luz natural, qualidade do ar e
conforto térmico; (j) integração de tecnologias: mobiliário
com flexibilidade de usos, acesso wi-fi, sinalização e
comunicação visual.
Sobre a Biblioteca Central da UFSC
Os motivos para a escolha da edificação da Biblioteca
Central da Universidade Federal de Santa Catarina como
estudo de caso foram o fato de ser um edifício emblemático,
referência para a comunidade universitária, tanto por seu
uso quanto por sua localização, no coração da UFSC. Foi um
dos primeiros prédios a serem construídos no Campus João
David Ferreira Lima, tendo 44 anos de existência com o
mesmo uso desde sua concepção. É utilizada por toda a
comunidade universitária, recebendo desde alunos do
ensino
fundamental
e
médio até pesquisadores em
programa de pós-doutorado, além de técnicos, professores
e
a
sociedade
em
geral.
Tem atividades de longa
permanência, que permitem investigar as relações de
vínculo e apego ao espaço arquitetônico, fazendo até com
que pessoas se refiram ao edifício como sendo sua
“segunda casa”, e passou, nos últimos anos, por mudanças
significativas de tecnologias.
Em 1968 foi criada a Biblioteca Central (BC) da
Universidade
Federal
de
Santa
Catarina,
em
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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Florianópolis/SC, com o intuito de reunir os acervos das
diferentes faculdades existentes (SOUZA et al., 2002). A ser
construído no Campus Sede da instituição, o projeto da
edificação foi elaborado pelos arquitetos David Ferreira
Lima e Luiz Felipe da Gama Lobo D'Eça em 1974. O prédio
foi inaugurado em 1976 (RODRIGUES, 2010) e em 1994
foram elaborados os projetos de ampliação do edifício pelos
mesmos arquitetos, sendo as obras executadas no ano
subsequente. A Biblioteca foi reinaugurada em 1996, com
área total de 9.134 m², configuração que mantém até hoje.
A Biblioteca Central da UFSC é localizada próxima a
uma das principais vias de acesso à Universidade e é
distribuída em dois pavimentos. No térreo ficam o hall de
entrada, área de guarda-volumes, controle do fluxo de
usuários e acervo, Serviço de Periódicos, Serviço de
Reprografia, Laboratório de Capacitação, Ambiente de
Acessibilidade Informacional, Espaço de Inclusão Digital,
Sala de Estudos Individuais, Sala de estudos em grupo,
grêmio de servidores, jardim interno e área administrativa.
Há também áreas de apoio, como depósito de materiais de
limpeza, copa e sanitários, e áreas de circulação horizontal e
vertical (corredores, rampa e escadas). Com exceção da área
administrativa, todo o restante da edificação tem acesso
livre ao público. Além das salas de estudo individuais e em
grupo e do laboratório de capacitação, o térreo conta com
área de descanso próxima ao setor de periódicos, com uso
de pufes baixos. Neste pavimento, estão localizados
também vários ambientes de setores não vinculados à BU,
com acesso externo.
Revista UFG, Goiânia. 2021, v.21: e21.68985
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No 2º pavimento temos as Salas de projeção, Auditório,
Serviço de Referência, Serviço de Empréstimo, Serviço de
Circulação, Setor de Obras Raras, Mapoteca, Coleção de
Teses e Dissertações e de Publicações da UFSC, Setor de
Coleções Especiais, espaço expositivo e área com estação de
consulta ao catálogo, além do grande salão onde estão
distribuídas as estantes e as mesas. O jardim interno,
localizado no centro da edificação, tem acesso pelo
pavimento térreo e conta com tratamento paisagístico, com
jardins, áreas gramadas, passeios, bancos e uma árvore de
grande porte, além do reservatório de água da edificação.
Toda a edificação tem comunicação visual em seu interior,
com
indicação
dos
principais
ambientes,
instruções
direcionais e informações institucionais e de uso dos
espaços.
A Biblioteca Central conta com um acervo de 599.135
exemplares e nela costumam circular, diariamente, cerca de
3.700 usuários, dentre alunos, professores, técnicos e
comunidade em geral (BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA, 2021).
Além deles, acessam diariamente a edificação os técnicos
administrativos lotados na BC (bibliotecários, auxiliares de
biblioteca,
assistentes
e
gestores)
e
os
funcionários
terceirizados (limpeza e segurança).
A edificação conta com um acesso principal, um acesso
secundário aos fundos, exclusivo para funcionários, um
acesso exclusivo para o laboratório de informática e um
acesso alternativo à sala de estudos individuais, aberto
apenas nos finais de semana. Os demais acessos da
edificação são para atividades de outros setores da UFSC
que utilizam o prédio da BC. No acesso principal, há uma
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marquise que marca a entrada e onde está instalado o
letreiro com o nome da edificação (Figura 1). Ao redor da
edificação, tem-se tratamento paisagístico, com jardins,
áreas gramadas e vegetação de médio porte, além de uma
massa de bambuzais próxima à rótula da Trindade.
O hall de entrada tem duas grandes portas de acesso e
é utilizado eventualmente para exposições. Nesse ambiente
encontram-se também o balcão de informações, o controle
de acesso com catraca e os guarda-volumes, além de um
grande mural artístico no vão da rampa, onde o pé-direito é
duplo.
A
rampa
de
acesso
ao
pavimento
superior
encontra-se próximo à entrada principal e é dividida em dois
lances com um patamar que se projeta para o exterior da
edificação. A área administrativa tem vários pequenos
ambientes, que abrigam os técnicos administrativos lotados
na
BC.
Nesses
computadores,
locais
estantes
há
mesas
e
armários
de
trabalho
com
para guarda de
materiais, além de espaços para reuniões.
Figura 1 - Fachada da Biblioteca Central em 2020.
Fonte: Acervo pessoal de Vanessa Mendes Argenta, 2020.
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Atividades Realizadas na Edificação
As atividades realizadas na edificação da Biblioteca
Central da UFSC variam conforme o ambiente e o público
analisado, sendo a maior parte destinada ao estudo e à
leitura, com pesquisa ao acervo, através de consulta aos
terminais e busca do material nas estantes ou salas
especiais.
Nas
áreas
administrativas,
são
realizadas
atividades de escritório, como trabalho em computador,
atendimento de telefone, pesquisa documental, consulta a
arquivos, uso de impressoras e realização de reuniões. Na
recepção é feito o controle de acesso à edificação, vigiando
entrada e saída de pessoas e materiais, liberação do acervo
através de leitura de código digital e o fornecimento de
informações em geral. Nas salas de capacitação e nas salas
de projeção são realizadas atividades de ensino, com aulas
expositivas. No auditório são promovidos eventos, com
palco para os ministrantes e apresentação de conteúdo
através de projeção. Nos espaços expositivos são feitas
exposições artísticas, documentais ou educacionais, em
suportes variados, para visualização em pé. Na área de
empréstimo e devolução, são realizadas atividades de
manuseamento do acervo, com uso de computadores e com
atendimento
direto
ao
público.
Há
estantes
para
armazenamento provisório dos exemplares, até que sejam
transportados para as estantes devidas. É constante e
frequente o deslocamento entre a área de atendimento ao
público e a área de armazenamento provisório. Outra
atividade frequente é o transporte do acervo, com coleta na
área de empréstimo e devolução, nas mesas e nas estações
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de apoio, triagem, destinação e organização dos exemplares
coletados. Importante considerar também as atividades de
limpeza, conservação e restauração do acervo e áreas para
atividades de descanso e contemplação, com uso de pufes,
poltronas e bancos.
Pesquisa em Campo: Método
Como explicado anteriormente, foi utilizada uma
abordagem multimétodos para a investigação das relações
pessoa-ambiente
ocorridas
na
Biblioteca,
através
de
aplicação de questionário on-line com diversos tipos de
perguntas (abertas e fechadas), cartazes para expressão dos
respondentes a partir de duas perguntas e análise de
vestígios.
O questionário foi desenvolvido em plataforma virtual
(Google Forms) e buscou explorar a relação entre as pessoas
e o ambiente da Biblioteca. Foi divulgado através de link no
Notícias UFSC (informativo oficial da Universidade) e em
grupos de e-mails dos Centros de Ensino. Teve caráter
anônimo e contou com 10 questões, combinando perguntas
abertas, perguntas com escolha de uma opção de resposta,
com escala Likert (4 pontos), seleção de imagens, poema
dos desejos e perguntas para caracterização da amostra
(vínculo com UFSC e de que curso). Ficou disponível por
duas semanas e teve no total 67 respostas.
A Seleção de imagens é uma técnica fotográfica do tipo
“modelo”, que tem como foco o conteúdo e o observador da
foto, que a interpreta (NEIVA-SILVA; KOLLER, 2002). Nesse
caso, foram apresentadas 4 imagens de espaços de
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bibliotecas e o respondente foi orientado a selecionar as
opções que considerava adequadas como ambiente de
biblioteca, permitindo assinalar mais de uma.
Já o Poema dos desejos, ou Wish Poem, é uma
ferramenta criada por Sanoff (1991) e consiste em introduzir
a frase “Eu desejo que (o ambiente em questão) fosse ou
tivesse...” para que os respondentes possam expressar seus
sonhos, vontades e inspirações. Como a pergunta é bem
abrangente
e
aberta,
geralmente
as
respostas
são
espontâneas e autênticas, podendo ser em forma de texto
descritivo, poesia e até desenhos ou croquis.
Além
do
questionário,
foram
utilizados também
cartazes em cartolina tamanho A2 colados em locais de
grande circulação do Campus Sede, especialmente nos
Centros de Ensino, com caneta disponível. Contavam com as
perguntas “Você acredita que o espaço da BU atende às
suas expectativas?” e “Como você gostaria que o espaço da
BU fosse?” e ficaram disponíveis por dez dias. Dos dez
cartazes, colocados no Centro de Eventos, Restaurante
Universitário e nos Centros de Ensino, apenas quatro foram
coletados, pois os demais acabaram sendo extraviados no
local.
Outro método utilizado foi a Análise de vestígios,
através da qual foram feitas pelos participantes do curso a
observação e registro de sinais e vestígios de uso ou ação
humana
na
edificação.
Foi
aplicada
em
ambos
os
pavimentos da biblioteca no período matutino, em dia
letivo, com registro escrito em ficha impressa em folha
sulfite A4, registros fotográficos com a câmera do telefone
celular e localização dos vestígios em um croqui do espaço,
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impresso em folha sulfite A3. Esses registros depois foram
processados
em
tabela,
relacionando-se
os
números
anotados nos croquis e na ficha com as fotografias.
Após a etapa de pesquisa em campo, foi feita uma
oficina com os participantes do curso para definição do
objeto da intervenção. Cada participante elegeu três
problemas
principais
do
ambiente
da
biblioteca
e
ordenou-os, explicitando “qual era o problema”, “para quem
era um problema” e “por que era um problema”. Depois foi
feita uma dinâmica, onde foram discutidos os problemas
elencados e definido o tema principal da proposta de
intervenção.
Avaliação Ambiental na Biblioteca Central da UFSC:
Resultados
Dos
67
respondentes
do
questionário,
41
frequentavam a biblioteca até uma vez por semana, 13 a
utilizavam de duas a quatro vezes por semana; e 13 a
frequentavam cinco vezes por semana ou mais. Dentre os
respondentes, haviam 22 alunos da pós-graduação; 21
alunos
da
graduação;
11
docentes;
11
técnicos
administrativos e 2 pessoas com outros vínculos. O
ambiente mais utilizado pelos pesquisados foi o salão de
estudos do 2º pavimento (68% das respostas), seguido do
pavimento térreo (10%), sala de estudos individuais (9%) e
laboratório de informática (5%). Foram citados também os
escritórios (áreas administrativas), setor de obras raras,
espaço ao ar livre (jardim interno) e auditório/salas de aula.
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Dentre os aspectos positivos relacionados ao ambiente
da
biblioteca,
os
principais
foram
conforto
(amplo,
confortável, acolhedor), tranquilidade (silencioso, tranquilo,
paz), aprendizagem (conhecimento, estudo, aprendizado) e
qualidade dos serviços (satisfação, bom atendimento,
amplo acervo). Nos aspectos negativos, foram mais citados
o
desconforto
(barulhento,
quente,
sufocamento),
a
estrutura física insuficiente (poucas tomadas, poucos
armários,
espaço
mal
utilizado),
má
conservação
(banheiros com mau odor, descuidado, desorganizado) e
afetos negativos (ansiedade, cansaço, pressão). Quanto ao
ambiente da biblioteca, de forma geral os respondentes o
descreveram como muito bonito, silencioso, conservado,
muito organizado, muito convidativo, relaxante, confortável,
muito interessante, monótono e agradável.
Na Seleção de imagens, a mais escolhida representou
um espaço amplo e bem iluminado, com predominância de
espaços de cooperação, mais do que de estudo individual, e
uso de cores nas paredes, estantes e mobiliário, além de
piso monolítico em tons de madeira. Nesta imagem ainda
predomina o mobiliário padrão de mesas pequenas com
cadeiras ou poltronas, e estantes com o acervo físico,
conforme pode ser visto na fotografia “Área interna da
unidade” em SENAC Ribeirão Preto (2021). A segunda
imagem mais escolhida trouxe um ambiente mais amplo e
com predominância de espaços de leitura, contemplação e
cooperação, com uso de pufes e sofás, mesas baixas e sem
acervo visível. Conforme pode ser visto em Parpulov (2018),
as cores são claras e há predominância da cor cinza e tons
de madeira clara.
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Com o poema dos desejos, 29% das respostas foi
relacionada
à
disponibilidade
de
equipamentos
e
mobiliários (mais sofás e pufes, mais armários, mais
bebedouros), seguida da estrutura física (mais tomadas e
necessidade de ambiente de lanchonete/convivência e de
estudos em grupo), com 28%, e conforto com 14% (menos
ruído, mais iluminação e ventilação, melhor temperatura e
umidade). Foram citados ainda atributos relacionados aos
serviços e atividades realizadas na edificação, manutenção
do prédio e de equipamentos e estética.
Compilando as informações obtidas a partir dos
cartazes, vimos que a maior parte das respostas da questão
“Você acredita que o espaço da BU atende às suas
expectativas?” foram positivas (24 “Sim” e 2 “Não”). Na
questão "Como você gostaria que o espaço da BU fosse?", o
item mais frequente foi a necessidade de mais tomadas,
seguido de mais pufes, mais acervo e necessidade de um
local de estudo em que pudessem entrar com mochilas,
conforme pode ser visto na nuvem de palavras formada a
partir da quantidade de vezes que o objeto ou serviço
apareceu nas respostas (Figura 2). A nuvem de palavras é
um método heurístico de análise que aponta caminhos para
o quê se observar em um grupo de textos, caracterizando-se
pela visualização direta, ou seja, as próprias palavras são
utilizadas para mostrar sua relevância e suas relações
através de seu tamanho, ao invés de utilizar gráficos de
barra ou afins (SILVA, 2013). As palavras que aparecem mais
vezes
no
grupo de textos têm tamanho maior na
conformação da nuvem, e vice-versa.
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Figura 2 - Nuvem de palavras com as respostas dos cartazes.
Fonte: Elaborado por de Vanessa Mendes Argenta, 2020.
Na Análise de vestígios, verificou-se que o pavimento
térreo é um ambiente limpo, com poucos vestígios que
demonstram
necessidade
de
manutenção.
Foram
registradas marcas de uso, como riscos nas mesas, sujeira
na parte inferior dos pilares e poltronas com rebaixamento
do assento. Houve vestígios de marcas no piso, que indicam
mudança de layout através do acréscimo e retirada de
divisórias, e comunicação institucional/informacional não
padronizada. No 2º pavimento, foram registradas partes
faltantes no forro e marcas de infiltração de água oriundas
da cobertura, persianas quebradas e bebedouro em
manutenção. Também se notou a disponibilidade de lixeiras
próximas às mesas. Os banheiros dos dois pavimentos eram
utilizados como depósitos de material de limpeza e tinham
mensagens variadas nas cabines dos sanitários.
Para análise dos dados, foi feita apresentação e
discussão dos resultados obtidos em grupo, junto aos
participantes do Curso. A partir disso, esses mesmos
participantes identificaram e ordenaram os principais
problemas do ambiente da biblioteca. Como o curso não
tinha orçamento próprio para execução das intervenções
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necessárias, optou-se por focar em ações que pudessem ser
realizadas de forma barata, sem grandes mudanças
estruturais,
aproveitando
ao
máximo
a
estrutura
e
instalações existentes. Dessa forma, definiu-se como tema
principal da intervenção a ressetorização das áreas da
biblioteca.
Proposta de Intervenção
Considerando as diretrizes elaboradas a partir da
análise dos dados obtidos, a proposta de ressetorização da
biblioteca baseou-se em intervenções possíveis com pouco
recurso, tanto financeiro quanto de pessoal. Dessa forma,
procurou-se construir uma proposta que tivesse poucas
intervenções nos elementos construtivos da biblioteca,
como rampa e paredes, focando em transformações no
mobiliário,
sinalização
movimentação
condicionantes
das
e
layout
divisórias
importantes
foram
interno,
através
existentes.
a
de
Alguns
necessidade
de
controle de saída do acervo e o desejo de criar ambientes
com diferentes graduações de ruídos, para que as pessoas
que usufruem da biblioteca possam escolher os espaços
que melhor atendam suas necessidades no momento. Na
Figura 3 pode-se visualizar o diagrama da situação atual da
Biblioteca Central da UFSC, com indicação dos principais
pontos a serem revistos.
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Figura 3 – Diagrama da situação atual da Biblioteca Central da UFSC.
Fonte: Elaborado por Vanessa Mendes Argenta, 2021.
Na Figura 4 é apresentado o diagrama da proposta de
reconfiguração espacial da Biblioteca Central da UFSC, com
indicação da ressetorização das áreas de estudos, novos
acessos e novas atividades.
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Figura 4 – Diagrama da proposta de reconfiguração espacial da Biblioteca Central da
UFSC com a ressetorização das áreas.
Fonte: Elaborado por Vanessa Mendes Argenta. 2021.
Na
proposta
apresentada,
a
sala
de
estudos
individuais, no térreo, foi transformada em sala de estudos
em grupo, com acesso independente pela lateral da
biblioteca, de forma que as pessoas possam entrar com
mochila, sem precisar passar por catracas ou outros
mecanismos
de
controle
denominada
“livre”,
de
também
acesso.
estariam
Nessa
um
área,
café
ou
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lanchonete, o jardim interno e o laboratório de informática.
Esses locais se caracterizariam, então, por serem espaços de
compartilhamento e reunião, com mesas para mais de 4
pessoas, sem controle de acesso de materiais e com nível de
ruído moderado. Dessa forma, entende-se que haveria uma
democratização do acesso ao jardim interno, além de
aumentar a permeabilidade do edifício com o entorno e
com o Campus. Ao lado dessa área, seria criada uma zona
intermediária, com controle de acesso para impedir a
entrada de alimentos e mochilas e a saída de acervo não
registrado. Nessa área de transição seriam utilizadas mesas
com 4 lugares e pufes, procurando manter a relação visual
com o jardim interno, sem acesso direto, e com nível de
ruído baixo.
Na fachada leste, ainda no pavimento térreo, voltada
para área verde do Campus, ficaria localizada a área de
estudos individuais, com nível de ruído mínimo, uso de
mesas e cadeiras menores e sem acesso ao exterior ou ao
jardim interno, mantendo apenas o contato visual com a
área gramada adjacente. Essa área poderia ser conformada
por estantes altas ou por divisórias de meia altura. Ainda no
térreo, foi proposta a reconfiguração dos armários do hall
de entrada, aumentando o espaço do guarda-volumes em
33 colunas. Já no segundo pavimento, seriam redefinidas as
áreas de estudo por nível de graduação de ruídos, com a
criação de uma área de estudos individuais na fachada sul,
com nível de ruído mínimo, e pequenas áreas de estudos
intermediárias, com nível de ruído baixo. Essas áreas e seus
diferentes níveis de ruído admitido, assim como as do
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pavimento térreo, seriam sinalizadas através de elementos
verticais, para serem visíveis de diferentes pontos (Figura 5).
Figura 5 – Ilustração de possíveis elementos verticais para sinalização das áreas e dos
níveis de ruídos adequados.
Fonte: Elaborado por Vanessa Mendes Argenta, 2021.
Continuidade do Projeto
Os estudos com a proposta de intervenção foram
realizados em dezembro de 2019, no final do ano letivo. A
intenção era retomar as atividades no início do ano letivo de
2020, com a apresentação da proposta para a comunidade
universitária e a execução das intervenções. No entanto, por
conta da pandemia do Covid-19, as atividades presenciais
foram suspensas em toda a Universidade Federal de Santa
Catarina, não sendo mais possível acessar a edificação da
Biblioteca. Dessa forma, não foi possível até o momento
apresentar as propostas para a equipe da Biblioteca Central
e tampouco executar as intervenções, de modo a se poder
realizar nova avaliação ambiental, que será a última fase do
trabalho.
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Considerações Finais
Este
artigo
procurou
relatar
as
atividades
desenvolvidas no âmbito do Curso de Extensão “Psicologia
Ambiental e bem-estar nas instituições”, quando realizado,
em 2019, na Biblioteca Central da UFSC, um lugar
significativo para a universidade, tanto pelos serviços que
presta,
como
pelos
sentidos
que
suscita
em
sua
comunidade. Para tanto, foram descritas as atividades
propostas pelo Curso e seus objetivos; o ambiente de
biblioteca em geral e, particularmente, aquele da BC; as
atividades
de
pesquisa
realizadas
em
campo,
seus
resultados
e as implicações para uma proposta de
intervenção ambiental no local. Desafios se impõem para a
concretização
de
fato
das
intervenções
ambientais
propostas, muitas vezes sujeitas à disponibilidade de
recursos
econômicos
e
administrativos.
No
entanto,
acredita-se que trabalhos como o desenvolvido possam não
somente proporcionar melhorias ambientais diretas que
gerem maior conforto e bem-estar às pessoas, mas também
fortalecer vínculos entre a comunidade e seus espaços de
vida,
como
efeitos
do
processo
de
planejamento
participativo.
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