UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE LETRAS
AUDITORIA DE INFORMAÇÃO
REQUISITOS PARA UM MODELO
Vasco Nuno Amaral Duque
Dissertação orientada pelo Prof. Doutor Jorge Manuel Rias Revez
e coorientada pelo Prof. Doutor Luís Miguel Nunes Corujo,
especialmente elaborada para a obtenção do grau de Mestre em
Ciências da Documentação e Informação
(2021)
Resumo
Este trabalho procura compreender como avaliar um Sistema de Informação, de
forma a aferir se o mesmo está em conformidade e ao mesmo tempo garantir que possa
ser melhorado. Desta forma, equacionaram-se as questões: como avaliar, quais os
requisitos a avaliar e para quê? Assim, propusemos como questão-chave para este
trabalho: de que modo e com que requisitos se pode avaliar um Sistema de Informação,
com o objetivo de aferir a conformidade e assegurar a sua melhoria?
Torna-se necessário o reconhecimento dos componentes de um Sistema de
Informação, aos quais se subordinam a definição dos recursos de informação, das
políticas, responsabilidades, funções, normas, legislação e definição dos fluxos de
informação, assim como saber avaliar um Sistema de Informação, sendo essa avaliação
realizada através da identificação dos requisitos de um Sistema de Informação.
Procedemos a uma revisão de literatura de forma a definir conceitos, como
Sistema de Informação e Auditoria de Informação. Encontrámos diferentes métodos de
Auditoria de Informação presentes na literatura, sendo esta apoiada numa investigação
documental referente ao tema “Auditoria de Informação”. De forma a consolidar e definir
uma estrutura para um modelo de Auditoria de Informação, comparámos os diferentes
métodos de auditoria com a Norma ISO 30300, que define os requisitos e os princípios
orientadores para a implementação e a gestão de um Sistema de Informação. Desta forma,
foi definido um modelo para Auditoria de Informação.
Concluímos, entendendo que, com este modelo de Auditoria de Informação, os
componentes de um Sistema de Informação são devidamente reconhecidos, assim como
os seus requisitos são passíveis de serem avaliados, assegurando assim a melhoria
contínua de um Sistema de Informação.
Palavras-chave
Sistema de Informação; Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo; Auditoria
de Informação; Avaliação da Informação; Modelo de Auditoria
i
Abstract
This work seeks to understand how to evaluate an Information System in order to
assess whether it is in conformity and, at the same time, ensure that it can be improved.
As such, the following questions were considered: how to evaluate, what are the
requirements to evaluate and for what purpose? Therefore, we proposed the following
key question for this work: how and with what requirements can an Information System
be evaluated in order to be able to measure compliance as well as ensure its improvement?
It becomes necessary to recognize the components of an Information System,
which are subject to the definition of information resources, policies, responsibilities,
functions, standards, legislation and the definition of information flows, as well as to
know how to evaluate an Information System, being this evaluation carried out through
the identification of the requirements of an Information System.
We reviewed extensive literature in order to define concepts such as Information
System and Information Audit. We found different methods of Information Audit referred
to in that literature, which is supported by a documentary investigation about the
"Information Audit" subject. In order to consolidate and define a framework for an
Information Audit model, we compared the different audit methods with the ISO 30300
Norm which defines the requirements and guidelines for the implementation and
management of an Information System. A model for an Information Audit was then
defined.
In the end, we concluded that with this model of Information Audit, the
components of an Information System are duly recognized, as well as its requirements
are able to be evaluated, thus ensuring the continuous improvement of an Information
System.
Keywords
Information System; Archive Documents Management System; Information
Audit; Information Assessment; Audit Model
iii
Dedicatória
Dedico este trabalho, aos meus filhos, Mateus, Simão e Francisco, à Rita pela
pedra basilar que é, e que tenho a sorte de a ter assente na minha vida.
v
Agradecimentos
Agradeço ao Professor Doutor Carlos Guardado da Silva pela amizade, confiança
e incentivo constante que deu no desenvolvimento deste trabalho final de Mestrado.
Agradeço com muita amizade e consideração ao Professor Doutor Jorge Revez pela sua
confiança, encorajamento e sabedoria, bem como ao Professor Doutor Luís Corujo, pela
sua assertividade e insistência no desenvolvimento deste trabalho. E agradeço, ainda, a
todos os colegas que me acompanharam durante estes anos de aprendizagem, incansáveis
no espírito da amizade, na entreajuda e no respeito.
vii
Sumário
Resumo .............................................................................................................................. i
Abstract ............................................................................................................................ iii
Dedicatória........................................................................................................................ v
Agradecimentos .............................................................................................................. vii
Sumário............................................................................................................................ ix
Lista de siglas .................................................................................................................. xi
Índice de tabelas ............................................................................................................ xiii
Introdução ......................................................................................................................... 1
1. Revisão de Literatura .................................................................................................... 7
1.1. Sistema de Informação ........................................................................................... 7
1.2 Auditoria de Informação ....................................................................................... 11
1.3 Métodos de Auditoria............................................................................................ 13
1.4 Fases da Auditoria ................................................................................................. 15
1.4.1 Fase de Análise do Contexto da Organização ............................................... 15
1.4.2 Fase de Compromisso.................................................................................... 17
1.4.3 Fase de Planeamento ..................................................................................... 18
1.4.4 Fase de análise de Recursos .......................................................................... 19
1.4.5 Fase de Recolha de Dados ............................................................................. 20
1.4.6 Fase de Análise e Avaliação .......................................................................... 21
1.4.7 Fase de Melhoria ........................................................................................... 22
1.5 Métodos de Auditoria de Informação e a Série ISO 30300 .................................. 23
2. Metodologia ................................................................................................................ 29
2.1 Método de Investigação Documental.................................................................... 29
3. Lista de Requisitos ...................................................................................................... 35
4. Modelo de Auditoria de Informação........................................................................... 55
4.1 Construção e Sistema de Avaliação do Modelo de Auditoria .............................. 55
4.2 Proposta de Modelo de Auditoria de Informação ................................................. 56
Conclusão ....................................................................................................................... 63
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 66
ix
Apêndices ....................................................................................................................... 73
x
Lista de siglas
AI – Auditoria de Informação
B-On – Biblioteca do conhecimento online
DOAJ – Directory of Open Access Journals
ICDS – Índice Composto de Difusão Secundária
ISSN – International Standard Serial Number
ISO – International Organization for Standardization
NDSA – National Digital Stewardship Alliance
RP – Requisito Principal
RE – Requisito Específico
SGDA – Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo
SI - Sistema de Informação
MIAR – Information Matrix for the Analysis of Journals
xi
Índice de tabelas
Quadro 1 - Comparação das fases dos métodos de auditoria de informação, segundo
Carvalho (2012). ............................................................................................................. 24
Quadro 2 - Comparação entre as fases dos métodos de auditoria de informação, segundo
Carvalho (2012), e a nossa proposta, emergente da revisão de literatura. ..................... 25
Quadro 3 - Comparação entre as fases dos métodos de auditoria de informação
emergentes da revisão de literatura e a norma ISO 30301 (2019).................................. 25
Quadro 4 - Requisito 4.1, Compreensão da organização e do seu contexto................... 36
Quadro 5 - Requisito 4.2, Requisitos legais e de negócios. ........................................... 37
Quadro 6 - Requisito 4.3, Escopo do Sistema de Gestão de documentos de Arquivo. .. 37
Quadro 7 - Requisito 5.1, Compromisso da gestão de topo. .......................................... 38
Quadro 8 - Requisito 5.2, Política de Documentos de Arquivo ..................................... 39
Quadro 9– Requisito 5.3, Funções responsabilidades e autoridades .............................. 40
Quadro 10 - Requisito 6.1, Riscos e oportunidades ....................................................... 41
Quadro 11 - Requisito 6.2, Objetivos dos documentos de arquivo ................................ 42
Quadro 12 - Requisito 7.1, Recursos .............................................................................. 43
Quadro 13 - Requisito 7.2, Competência ....................................................................... 43
Quadro 14 - Requisito 7.3, Consciencialização e formação ........................................... 44
Quadro 15 - Requisito 7.4, Comunicação ...................................................................... 45
Quadro 16 - Requisito 7.5, Documentação geral ........................................................... 45
Quadro 17 - Requisito 8.1, Planeamento e controlo operacional ................................... 46
Quadro 18 - Requisito 8.2, Desenvolvimento dos processos de documentos de arquivo
........................................................................................................................................ 48
Quadro 19 - Requisito 8.3, Implementação de Sistemas de Documentos de Arquivo ... 48
Quadro 20 - Requisito 9.1, Controlo, medição, análise e avaliação ............................... 50
Quadro 21 - Requisito 9.2, Planeamento do programa de auditorias ............................. 50
Quadro 22 - Requisito 9.3, Análise da gestão ................................................................ 51
Quadro 23 - Requisito 10.1, Controlo de não conformidades e ações corretivas........... 52
Quadro 24 - Requisito 10.2, Melhoria contínua ............................................................. 53
xiii
Introdução
Independentemente da dimensão de uma determinada organização, da sua
natureza ou da sua atividade, a produção de informação faz parte integrante da sua
atividade e permite uma boa gestão e a continuidade dos seus negócios, tal como é
referido na Norma ISO 30300 (2011, p. V):
a produção e gestão da sua informação é parte integrante das suas atividades,
processos e dos seus sistemas… possibilitam a eficiência, a responsabilização, a
gestão de riscos e a continuidade do negócio…permitem que as organizações
obtenham valor a partir de seus recursos informacionais enquanto ativos comerciais
e de conhecimento, contribuam para a preservação da memória coletiva.
A este respeito, Bustelo Ruesta (2012, p. 13) refere que “os documentos, enquanto
um tipo de recurso informativo, são ativos – parte do capital intelectual – de uma
organização”. Percebemos, assim, a importância da informação para as organizações e
para a execução dos seus objetivos e das suas estratégias, inerentes à missão a que se
propõem. Na Norma ISO 30300 (2011, p. V) ressalva-se que “o êxito das organizações
depende, em grande medida, da implementação e manutenção de um sistema de gestão
projetado para a melhoria contínua de seu desempenho…” e que estes “… oferecem
metodologias para a tomada de decisões e a gestão de recursos para atingir os objetivos
da organização.”
Tendo por base a importância da informação para as organizações, entendemos o
Sistema de Informação como vital para a gestão das organizações, sendo esse o interesse
na realização deste trabalho: entender como, o quê e porquê avaliar um Sistema de
Informação. As motivações para este trabalho são a perceção e a definição das exigências
indispensáveis à execução de uma avaliação e a demonstração da finalidade da realização
de uma auditoria de informação.
Entendemos, por isso, que a auditoria de informação deve ser considerada uma
atividade de gestão estratégica de uma organização. Pretendemos, assim, com esta
dissertação, contribuir para que essa consolidação seja evidenciada, assimilando os
diversos conceitos, métodos e fases da auditoria de informação, para que esta prática seja
uma atividade constante, de forma a contribuirmos para uma melhor gestão das
organizações.
1
Na preparação deste estudo foi definida a pergunta de partida: “De que modo e
com que requisitos se pode avaliar um Sistema de Informação, com o objetivo de aferir a
conformidade e assegurar a sua melhoria?”.
Definimos também dois objetivos gerais. O primeiro objetivo definido foi
reconhecer os componentes de um Sistema de Informação, ao qual se subordinaram os
objetivos específicos: a definição dos recursos de informação, das políticas,
responsabilidades, funções, normas, legislação e fluxos de informação.
O segundo objetivo geral definido foi saber como avaliar um Sistema de
Informação, a partir do qual definimos um objetivo específico: identificar os requisitos
de um Sistema de Informação a auditar.
Com a pergunta de partida definida e subsequentemente apresentados os objetivos
gerais e os objetivos específicos, chegamos ao tema geral, tal como sugere o título deste
trabalho “A auditoria de informação – Requisitos para um modelo”.
A estrutura deste trabalho é constituída pelo capítulo de Revisão de Literatura,
pelo capítulo da Metodologia, o capítulo da Identificação dos Requisitos do Sistema de
Informação, o capítulo do Modelo de Auditoria de Informação (proposta) e, por fim, a
Conclusão.
No capítulo da revisão de literatura, introduzimos o conceito de Sistema de
Informação, descobrindo-o e definindo-o através das várias definições recuperadas.
Procuramos também as origens e o significado do termo auditoria, definido na ISO 19011
(2018). Neste capítulo, são ainda referidos a existência de vários tipos de auditoria, como
é o seu processo e quais as classificações de auditoria; descrevemos também o conceito
de auditoria de informação, através dos pontos de vista dos autores identificados na
investigação efetuada.
No subcapítulo Métodos de Auditoria, são identificados quatro métodos de
auditoria de informação: o método de Burk e Horton (1988), referente à auditoria de
recursos de informação - estudado e mencionado por se tratar de um método que serviu
de base ao desenvolvimento dos outros três métodos de auditoria de informação -; o
método de Orna (1990); o método de Buchaman e Gibb (1998); e o método de Henczel
(2000). Foram descritos e analisados os quatro métodos, através dos seus autores. Em
cada um explica-se a finalidade da auditoria de informação e propõem-se várias fases para
a sua execução.
2
Após a leitura dos quatro métodos de auditoria de informação, percebemos que
existem mais semelhanças do que diferenças entre eles. Assim, de forma a organizar,
compreender e sistematizar a informação obtida, dispusemos as fases propostas em sete
etapas, tendo sido explicadas no subcapítulo relativo às fases de auditoria, descritas nos
itens: fases de análise e contexto da organização, fase de compromisso, fase de
planeamento, fase de análise de recursos, fase de recolha de dados, fase de análise e
avaliação e fase de melhoria.
No subcapítulo Métodos de Auditoria de Informação e a Série ISO 30300,
procedemos a uma comparação da análise das fases da auditoria de informação, para os
quatro métodos estudados. De seguida, comparámos a organização da estrutura das fases
de auditoria, realizada na nossa revisão de literatura, levando-nos a perceber as suas
semelhanças e diferenças, o que nos ajudou a consolidar a proposta apresentada,
proporcionando uma comparação da estrutura proposta nessa revisão de literatura com a
norma ISO 30301, na qual se definem os requisitos e os princípios orientadores para a
implementação de um sistema de gestão de documentos de arquivo. Essa comparação
conduziu-nos ao entendimento das semelhanças e a validar a nossa proposta de
organização das fases de auditoria de informação.
Neste subcapítulo, percebemos que a Norma ISO 30300 apresenta uma metodologia
para uma abordagem sistemática na criação e gestão de documentos de arquivo, a par dos
objetivos e das estratégias de uma determinada organização. Descrevemos os seus
benefícios, em termos de implementação, incluindo a terminologia, de forma a garantir a
compatibilidade com outras normas.
Esta revisão de literatura teve como antecedente uma investigação documental
realizada em outubro de 2019, a qual nos propusemos a descrever no segundo capítulo.
Esta caracterização metodológica é constituída pelo subcapítulo referente ao método de
investigação documental.
No subcapítulo relativo ao método de investigação documental, é descrita toda a
investigação realizada, que teve como objetivo a obtenção de documentação relativa ao
tema da auditoria de informação. Para que fossem preenchidos os requisitos previamente
definidos, foi realizada uma pesquisa na base de dados do projeto Information Matrix for
the Analysis of Journals - MIAR: Versión 2019 live (Universitat de Barcelona. Facultat
de Biblioteconomia i Documentació, 2019), de forma a identificar e a recolher
publicações da área da Ciência da Informação, tendo sido extraídos dados referentes a
3
221 revistas. Estas publicações foram alvo de verificação da sua disponibilidade na
Biblioteca do conhecimento online (B-On), tendo sido detetadas 196 publicações. Com a
lista final de publicações disponíveis, foram definidos os critérios de pesquisa, tendo sido
efetuada a pesquisa dos assuntos “auditoria de informação”, “information audit” e
“auditoría de información”, nos respetivos resumos dos artigos, revistos pelos pares e
publicados dentro do período temporal de 2011 a 2019. Os artigos deveriam também ter
sido publicados em português, inglês, francês ou espanhol. O resultado da pesquisa foi de
149 artigos encontrados e, desse conjunto, sete foram pertinentes para o estudo sobre a
auditoria de informação. Obtivemos, assim, o conhecimento relativo ao tema através da
leitura dos artigos e da verificação dos autores mais citados nas referências bibliográficas,
obtendo uma base de conhecimento alargado, que contribuiu de forma sustentada para a
produção da revisão de literatura.
No Capítulo Lista de Requisitos, são descritos os 21 requisitos principais presentes na
norma ISO 30300, em conjunto com a proposta de Ruesta (2012). Esta lista
permitiu-nos valorizar a nossa proposta, tornando-a numa ferramenta de apoio à
compreensão e à execução da nossa proposta de Modelo de Auditoria de Informação.
No quarto capítulo, apresentamos a nossa proposta de Modelo de Auditoria de
Informação. Explicamos a construção de uma lista de requisitos, que será a base para a
construção da nossa proposta de modelo de auditoria de informação. Demonstramos
como se procedeu à desconstrução da norma ISO 30300, identificando-se, para além das
sete fases já anteriormente referidas, 21 requisitos principais e 118 requisitos específicos,
e subordinados a esses requisitos principais. Foi realizada uma conjugação deste
levantamento com uma tabela de requisitos principais, proposta por Ruesta (2012), na
qual a autora acrescenta, a cada requisito principal, a ação a realizar e a documentação
necessária ou resultante da aplicação desse requisito. Esta junção deu origem a uma lista
de requisitos, presente no terceiro capítulo. Definimos, ainda, o sistema de avaliação do
Modelo de Auditoria, no qual, através do somatório dos pontos da avaliação realizada,
podemos aferir se o SGDA cumpre os requisitos da norma ISO 30301 (2019). Caso o
valor seja igual ou superior a 21 pontos, evidencia-se uma situação de cumprimento; se o
total for inferior a 21 pontos, o SGDA não cumpre os requisitos da norma, sendo que
estes 21 pontos são o número de requisitos principais obrigatórios para que a norma esteja
implementada. Esta é apresentada em forma de tabela estruturada, seguindo as sete fases
identificadas, os 21 requisitos principais, as ações a tomar, a identificação de cada secção
4
presente na norma ISO 30300, os requisitos específicos, uma coluna para a validação dos
requisitos específicos e uma coluna para a pontuação atribuída a cada requisito principal.
Por fim, procedemos às conclusões do nosso trabalho, fazendo uma retrospetiva das
dificuldades, das mais-valias deste trabalho e referimos sugestões para trabalhos futuros.
5
1. Revisão de Literatura
1.1. Sistema de Informação
O conceito ‘Sistema de Informação’ é essencial para o entendimento do processo
de auditoria de informação. Quando contextualizado no âmbito da Ciência de Informação,
é diferente do Sistema Tecnológico de Informação ou Informático, sendo necessário
ressalvar essa distinção. De acordo com Araújo e Gouveia (2016, p. 15), “os Sistemas de
Informação (SI) são aqueles que têm como objetivo a realização de um processo de
comunicação”. Os autores afirmam ainda que os “Sistemas de Recuperação de
Informação (SRI) são tipos de sistemas de comunicação que, entre outras funções, visam
dar acesso às informações neles registadas… essas informações constituem a memória
humana registada”. Citando Belkin e Robertson, para categorizar essa informação como
“cognitiva-social: as estruturas conceituais sociais referentes ao conhecimento coletivo,
ou seja, as estruturas de conhecimento partilhadas pelos membros de um grupo social
(manuscritos, livros, periódicos, mapas, filmes, vídeos, etc)”, ressalvam ainda que, para
que o conceito de SRI seja próximo ao conceito do SI, “os SRI operam os símbolos dos
documentos…visando reduzir o distanciamento e tornar mais efetivo, o contato entre o
documento e o utilizador”.
De forma a compreendermos e definirmos o conceito de Sistema de Informação,
temos de referir a Teoria de Sistemas (TS), pois segundo Chiavenato (2014, p. 463), esta
teoria “permite contextualizar os fenómenos dentro de uma abordagem global, permitindo
a inter-relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de naturezas
completamente diferentes”; também refere que a TS é parte integrante da Teoria Geral
dos Sistemas.
A Teoria Geral de Sistemas (TGS) foi pensada e concebida pelo biólogo Ludwig
von Bertalanffy, através dos seus trabalhos publicados entre 1950 e 1968. Araújo e
Gouveia (2016, p. 15) referem que Ludwig von Bertalanffy “sistematizava as novas ideias
científicas que levaram a uma abordagem sistémica”. Esta teoria procura produzir
formulações conceptuais para aplicação na realidade empírica. Freitas e Ferreira (2007,
p. 5) referem que esta Teoria “aponta para uma tendência de integração das ciências
naturais e sociais”, ressalvando que “a TGS ao desenvolver princípios unificadores,
aproxima-se dos objetivos de «unidade científica» e da visão da abrangência do campo
do conhecimento”.
7
Para Ludwig von Bertalanffy, o mundo não está dividido em áreas arbitrárias com
fronteiras solidamente definidas. Chiavenato (2014, p. 463) explica que, tal como “a
natureza não está dividida em nenhuma dessas partes… a TGS afirma que se deve estudar
os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes.” Freitas
e Ferreira (2007, p. 5) afirmam que os pressupostos da TGS implicam três noções
fundamentais: “a distinção entre o «total» e o todo”, a existência de complementaridade
entre as partes e o todo e a necessidade de articulação entre as partes”. Segundo
Chiavenato (2014, p. 463), a TGS tem três premissas básicas:
Os sistemas existem dentro de sistemas…. Cada sistema é constituído por
subsistemas e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema maior, suprassistema… Os
sistemas são abertos... cada sistema existe dentro de um meio ambiente constituído
por outros sistemas… tem um processo infinito de intercâmbio com o seu ambiente
para a troca de energia e informação… as funções de um sistema dependem da sua
estrutura, onde cada sistema tem um objetivo ou finalidade que constitui o seu papel
no intercâmbio com os outros sistemas dentro do meio ambiente.
Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p. 462), a TGS
tem como pressupostos básicos a tendência para a integração das ciências naturais e
sociais… essa integração orienta-se rumo a uma teoria de sistemas, sendo esta o
modo mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento científico,
como as ciências sociais… tem como objetivo a unidade da ciência… e uma
integração na educação científica.
Assim entendemos que a Teoria de Sistemas (TS) é parte integrante da TGS.
Os Sistemas podem ser sistemas físicos, denominados de hardware, que podem
ser descritos em termos de desempenho, ou sistemas abstratos, denominados de software,
compostos por conceitos, planos, hipóteses e ideias. Quanto à sua natureza, podem ser
sistemas fechados, sendo sistemas herméticos ao meio ambiente que os rodeia.
Chiavenato (2014, p. 466) salienta que “não existem sistemas fechados na aceção exata
do termo. A denominação sistemas fechados é dada aos sistemas cujo comportamento é
determinístico e programado e que operam com pequeno e conhecido intercâmbio de
matéria e energia com o meio ambiente.”
Podemos ainda ter sistemas abertos. Estes, segundo Chiavenato (2014, p.
466), apresentam relações de intercâmbio com o ambiente por meio de inúmeras
8
entradas e saídas…trocam matéria e energia regularmente com o meio
ambiente…são adaptativos… reajustam-se constantemente às condições do meio. A
adaptabilidade é um contínuo processo de aprendizagem e de auto-organização.
A este respeito, Araújo e Gouveia (2016, p. 9) referem que “as relações do sistema
com o meio exterior processam-se através de trocas de energias e/ou informação e
designam-se input ou output” e que o sistema é “um todo organizado formado por
elementos interdependentes, que está rodeado por um meio exterior (environment), esse
meio exterior ou ambiente é o meio específico onde o sistema opera e são por ele
condicionados”. Podemos dizer que um sistema aberto é um complexo de elementos em
interação e intercâmbio contínuo com o ambiente externo, com capacidade de
crescimento, mudança, adaptação a esse ambiente e em competição com outros sistemas.
Uma organização pode, assim, ser compreendida como um sistema aberto. Freitas
e Ferreira (2007, p. 17) citam Teixeira (1998) para definir que
organização é constituída de elementos dinamicamente relacionados e destinados a
atingir um propósito, por meio da atuação sobre dados, informação, energia,
trabalho, matéria-prima e capital financeiro (sendo estes os seus principais inputs),
de forma a fornecer informação, energia, produtos e serviços (os outputs).
O sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em
constante interação e interdependência, constituindo um todo sinergético (o todo é maior
que a soma das partes), orientado para determinados propósitos e em permanente relação
de interdependência com o ambiente (entendida como a dupla capacidade de influenciar
o meio externo e ser por ele influenciado).
Por outro lado, Freitas e Ferreira (2007, p. 5) referem que um sistema não é
propriamente a soma das partes, mas antes, a emergência das partes, num todo
organizado, sendo este, algo mais complexo do que a simples soma daquelas.
Chiavenato (2014, p. 464) refere que Bertalanffy define sistema como
um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas de onde decorrem dois
conceitos: o de propósito ou objetivo, onde as unidades ou elementos, bem como as
suas relações, definem o objetivo ou a finalidade a alcançar, e o conceito de
9
globalismo ou totalidade, onde o sistema tem uma natureza orgânica, onde qualquer
estimulação numa unidade do sistema afetará todas as unidades relacionadas.
Morin (1977, p. 99) refere que “o sistema é uma inter-relação de elementos que
constituem uma entidade ou unidade global”.
Araújo e Gouveia (2016, p. 8) citam Stair e Reynolds (2011), para definirem o
conceito de Sistema como “um conjunto de elementos ou componentes que interagem
para se atingir objetivos”. Os próprios elementos e as relações entre eles determinam
como o sistema trabalha. Chiavenato (2014, p. 515) define sistema como um “conjunto
de elementos unidos por alguma forma de interação ou interdependência”.
Entendemos, assim, que a noção de sistema inclui sempre ideias, relação e
organização, ou seja, o sistema é composto por partes que se relacionam e , deste modo,
adquirem uma organização. A este respeito, Morin (1977, p. 101) define a organização
de um sistema como “a disposição de relações entre componentes ou indivíduos que
produz uma unidade complexa ou sistema, dotado de qualidades desconhecidas ao nível
dos componentes ou indivíduos.”
Malheiro da Silva (2006, p. 162) define Sistema de Informação como:
uma totalidade formada pela interação dinâmica das partes ... possui uma estrutura
duradoura com um fluxo de estados no tempo… constituído pelos diferentes tipos
de informação registada ou não externamente ao sujeito … não importa qual o
suporte … de acordo com uma estrutura ... prolongada pela ação na linha do tempo.
Esta definição invoca o aspeto da estrutura do Sistema de Informação,
percebendo-se, também, que a estrutura é autónoma e indissolúvel da informação. Por
vezes, do ponto de vista da Gestão, existe a tendência para se definirem distintos sistemas
de informação dentro de uma organização, mas se contextualizarmos o aspeto da estrutura
do Sistema de Informação, do ponto de vista da Ciência da Informação, esta, tal como
refere Malheiro (2006, p. 162), deve ter um “enfoque que se centra na informação
sistemicamente concebida, pensada e estudada, a respetiva estrutura pode noutras
abordagens corresponder a um sistema, mas no Sistema de Informação é e mantém-se
estavelmente como estrutura.” Assim, é definido que a estrutura do Sistema de
10
Informação de uma organização deve, no âmbito deste trabalho, ser entendida como uma
só.
1.2 Auditoria de Informação
A palavra auditoria tem origem na palavra latina audire, com o significado ‘ouvir’
ou ‘escuta’r. Podemos encontrar a definição de auditoria na ISO 19011 (2018), que a
define como um:
Processo sistemático, independente e documentado para obter evidências de
auditoria (Conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos utilizados como
referência em relação ao qual se comparam as evidências de auditoria) e respetiva
avaliação objetiva, com vista a determinar em que medida os critérios da auditoria
(conjunto de requisitos de critérios de auditoria usado como referência com a qual a
evidência objetiva é comparada.) são satisfeitos.
Existem diversos tipos de auditoria, como auditoria médica, auditoria financeira,
auditoria de qualidade, entre outras. A auditoria é um método já bastante utilizado e
aceite. A este respeito, Carvalho (2012, p. 49) afirma que “o processo de auditoria é
reconhecido na atualidade como válido para um amplo espectro de contextos, de forma a
entender as especificidades de cada contexto, desenvolveram-se os diversos tipos de
auditoria.”
Ellis e outros (1993, p. 143) classificam a auditoria em dois tipos: auditoria de
conformidade e auditoria consultiva, também mencionadas de Hard e Soft
respetivamente. Segundo Carvalho (2012, p. 49), a Auditoria de conformidade “aplica-se
a aspetos sobre os quais existem normas e procedimentos estabelecidos ou acordados e
consiste em verificar se essas normas estão a ser seguidas”. Para esta autora, a auditoria
consultiva “refere-se aos esforços de avaliação dos aspetos em relação aos quais não
existem normas externas que obriguem ao seu cumprimento”. Neste tipo de auditorias,
podemos incluir a auditoria de ativos de informação, em que se auditam aspetos
relacionados com os utilizadores, com os recursos de informação, os sistemas e as
práticas, podendo afirmar-se que a auditoria da informação está relacionada com a
avaliação das metas e dos objetivos de uma determinada organização, ou seja, está ligada
ao planeamento estratégico da organização. Carvalho (2012, p. 49) sublinha que “a
11
auditoria consultiva procura relacionar o que é com o que deveria ser, mas este «deveria
ser» é especifico para cada organização e muda de uma para outra e ao longo do tempo.”
No que concerne à auditoria de informação, Ellis e outros (1993, p. 134) referem
que as auditorias de informação “tendem a ser consultivas, no entanto podem estar
presentes alguns elementos de auditoria de conformidade”.
Podemos identificar na literatura cinco tipos ou métodos de auditoria de ativos de
informação: a auditoria de recursos de informação; a auditoria de informação; a auditoria
do conhecimento; a auditoria da comunicação; e a auditoria de inteligência. Nesta análise,
iremos abordar dois tipos de auditoria: a auditoria de recursos de informação e a auditoria
de informação, sendo que a primeira é aqui analisada, pelo facto de estar na origem da
auditoria da informação. Carvalho (2012, p. 54) cita Esteban (2006) para apresentar uma
definição de auditoria de recursos de informação:
A auditoria de recursos de informação é o inventário dos diferentes tipos de recursos
de informação que uma organização possui, da sua localização, com a descrição das
suas características e da sua estrutura, faz a análise de sua obtenção, disponibilidade,
dinâmica e uso, avalia o seu uso de acordo com os valores, contexto e modos de ação
da organização e a avalia a sua capacidade de gerar conhecimento útil para a
organização, tendo em consideração os seus custos e resultados durante a criação
desse valor.
Percebe-se, nesta definição, que os resultados obtidos através deste método,
fornecem uma base a partir da qual é possível planear a arquitetura de informação de uma
organização, sendo, portanto, uma das partes fundamentais para o processo da auditoria
de informação.
Em relação à auditoria de recursos de informação, a auditoria da informação
apresenta uma abordagem mais ampla, tanto por expandir os aspetos contemplados, como
por aprofundar e ampliar a análise realizada. Carvalho (2012, p. 56) remete-nos para a
Resources Management Network of ASLIB para definir auditoria de informação como
“uma revisão sistemática do uso de informações, recursos e fluxos, com verificação em
referência às pessoas e aos documentos existentes, de modo a estabelecer em que medida
eles contribuem para a realização de objetivos organizacionais”. Segundo Carvalho
(2012, p. 56), Orna (2004) partilha desta visão de auditoria de informação, com uma
definição similar, centrada na ideia do uso, assim como Buchaman e Gibb (2007, p. 171)
definem a auditoria da informação como “uma abordagem holística para identificar e
avaliar os recursos e fluxos de informação de uma organização, com a finalidade de tornar
12
os sistemas de informação mais eficazes e eficientes”. Para Henczel (2000, p. 214), a
auditoria de informação:
é um processo que determinará efetivamente o atual ambiente das informações,
identifica quais as informações necessárias para atender às necessidades da
organização…identifica lacunas, inconsistências e duplicações… facilita o
mapeamento dos fluxos de informação dentro e para fora da organização… Um
instrumento que pode ser usado não só para identificar recursos de informação
significante estrategicamente, mas também para identificar as tarefas e as atividades
criadoras de conhecimento e as que invocam a transferência de conhecimento de
outras áreas da organização.
Podemos assim perceber, a partir da análise destas definições, que a atividade da
auditoria da informação centra-se na análise do ciclo da informação, desde a necessidade
de informação à sua produção, uso e fluxo, da vertente humana e técnica, e contribui para
perceber qual o contributo para a determinação do custo e do valor de informação para
uma organização.
1.3 Métodos de Auditoria
Os quatro métodos mais referenciados e mais relevantes, que encontramos na
literatura sobre auditoria da informação, são: o método de Orna (1990); o método de
Buchaman e Gibb (1998); o método de Henczel (2000); e o Infomap de Burk e Horton
(1988). Este último distingue-se por auditar apenas os recursos de informação.
O método apresentado por Burk e Horton, chamado de Infomap, fornece um
processo para descobrir, mapear e avaliar os recursos de informação, centrando-se na
identificação, na localização, na descrição e na atribuição de valor aos recursos de
informação, a partir da análise do custo económico e do benefício que o seu uso oferece
aos processos de negócio, partindo do princípio que o valor e os benefícios derivados de
um recurso de informação devem igualar ou exceder os seus custos. Esta metodologia de
auditoria fornece uma estrutura para a realização de um inventário abrangente dos
recursos de informação de uma organização. Este método é constituído por quatro fases
ou estágios principais: a pesquisa, a determinação do custo e o valor da informação, a
análise e a síntese.
O método apresentado por Orna (1990) dá enfase à análise organizacional,
identifica os recursos e os fluxos de informação internos, com o objetivo de descobrir que
relações se estabelecem durante os processos de uma organização, tendo uma perspetiva
13
que parte de um nível de conhecimento organizacional mais elevado para níveis
inferiores. Segundo Carvalho (2012, p. 58), este método tem como propósito “descobrir
o que as organizações realmente fazem com as suas informações e relaciona-as com o
que elas deveriam fazer… saber o que a organização faz efetivamente com as suas
informações e entender como as pessoas as usam e que resultados obtêm com esse uso.”
Carvalho (2012, p. 58) refere ainda que, no método de Orna (1990), a auditoria da
informação é composta pelas seguintes fases: analisar as implicações de informação dos
objectivos-chave do negócio ou da organização; assegurar apoio e recursos por parte da
administração; obter apoio alargado na organização; planear a auditoria; descoberta;
interpretar os resultados; apresentar os resultados; implementar as mudanças; monitorizar
os efeitos das recomendações; repetir um novo ciclo de auditoria.
Buchanan e Gibb (1998, p. 45) propõem outro método para a realização de
auditoria da informação, o qual tem como finalidade a obtenção de conhecimento, para
que esse conhecimento permita elaborar uma estratégia informacional da organização.
Carvalho (2012, p. 59) descreve este método defendendo que “permite uma ampla análise
contextual, pois contempla a análise das influências do meio ambiente da organização e
a análise estratégica da organização, além da análise dos requisitos, recursos e fluxos de
informação da organização”.
Buchanan e Gibb (1998) colocam os objetivos da auditoria da informação em dois
patamares: num nível básico, em que o objetivo é identificar os recursos de informação e
as necessidades de informação da organização; e num nível mais abrangente, em que os
objetivos passam por identificar os custos e os benefícios dos recursos de informação,
identificar as oportunidades do uso dos recursos de informação de forma a obter uma
vantagem competitiva, integrar os investimentos em tecnologias de informação com
iniciativas estratégicas de negócio, identificar os fluxos e os processos de informação,
permitir desenvolver uma política e uma estratégia de informação integrada, criar uma
consciencialização sobre a importância da gestão de Recursos de Informação, e
monitorizar e avaliar as informações em conformidade com padrões, normas, legislação
e diretrizes políticas. Buchanan e Gibb (1998, p. 35) reforçam esta perspetiva ao
afirmarem que “idealmente uma auditoria de informação deve incluir todos esses
objetivos, de forma a fornecer uma abordagem estratégica verdadeiramente abrangente e
integrada”. O método de Buchanan e Gibb é constituído por cinco fases: a promoção; a
identificação; a análise; a análise do custo; a síntese.
14
O Método de Henczel tem como base os métodos de Orna e de Buchanan e Gibb.
O seu método constitui um guia detalhado das fases e das correspondentes tarefas a
desenvolver ao longo do processo de auditoria de avaliação, fornecendo grelhas de análise
e modelos de questionários a aplicar. Para Henczel (2000, p. 215), a auditoria da
informação pode aumentar a compreensão sobre como uma organização funciona em
relação à informação e ao conhecimento. Segundo Carvalho (2012, p. 60), Henczel
“considera que a auditoria de informação pode fornecer a base a partir da qual seja
possível levar a cabo uma auditoria do conhecimento e funcionar como um primeiro passo
para desenvolver uma estratégia de gestão de conhecimento”. Este método é também
designado por método das seis fases, sendo elas: planeamento; recolha de dados; análise
de dados; avaliação de dados; comunicação das recomendações; implementação das
recomendações.
1.4 Fases da Auditoria
Tendo sido apresentados os métodos considerados chave para o procedimento
deste trabalho, após a sua análise e entendimento, definiram-se sete fases essenciais para
o processo da auditoria de informação: fase de análise do contexto da organização, fase
de compromisso, fase de planeamento, fase de análise dos recursos, fase de recolha de
dados, fase de análise e avaliação e fase de melhoria.
1.4.1 Fase de Análise do Contexto da Organização
A compreensão do contexto de uma organização é essencial para o
estabelecimento de uma avaliação (auditoria) para o seu Sistema de Informação. A sua
compreensão visa o seu contexto externo e interno: a um nível externo, a análise deverá
focar-se, entre outros aspetos, no ambiente social e cultural, legal, regulatório, financeiro,
tecnológico e económico; tendências externas que possam impactar com os objetivos da
organização; os relacionamentos e expectativas de partes interessadas externas.
Para a compreensão dos aspetos internos da organização, deveremos analisar os
seguintes elementos: a governança, a estrutura organizacional; as políticas, os objetivos e
as estratégias; os recursos; os sistemas de informação, os fluxos de informação e os
15
processos de tomada de decisão; os valores das partes interessadas internas e da cultura
organizacional; as normas, as diretrizes e os modelos; as relações contratuais.
Desta forma, identifica-se e define-se a estrutura da organização, a qual
determinará o fluxo das informações e facilitará ou dificultará o desenvolvimento de uma
estratégia de informação. Identifica-se e descreve-se a cultura organizacional, que
influenciará o valor que a organização coloca nas suas informações, percebendo a maneira
como estas fluem e como são utilizadas.
De forma a produzir uma análise do contexto de uma organização e, assim, a
compreender, utilizamos as diversas fases dos métodos de auditoria já mencionados. Para
a compreensão da organização e do seu contexto, Carvalho (2012, p. 53) refere que no
método de auditoria de Burk e Horton (1988) se prevê uma segunda fase intitulada de
‘Análise’: a determinação dos objetivos da análise; localizar e mapear os recursos de
informação da organização; identificar os utilizadores, os produtores, os gestores, o custo
e o valor; analisar se os recursos de informação são utilizados e de que forma.
Este método também prevê uma primeira fase, intitulada determinação do
custo/valor da informação, relacionando-a de forma a verificar a rentabilidade da sua
utilização. A este respeito, o método de Buchanan e Gibb (1998, p. 45) também
contempla, na quarta fase do seu método, uma análise do custo, consistindo em realizar a
análise da relação custo/valor dos recursos de informação, tendo em consideração os
requisitos da organização. Este método propõe, também, numa fase chamada de
identificação, a identificação da missão da organização, pois, segundo os autores, o
entendimento completo da missão da organização é essencial para atribuir os valores e as
prioridades dos recursos de informação e fornecer um rumo estratégico integrado para o
processo da auditoria da informação e da estratégia de informação daí resultante.
Neste contexto, como refere Carvalho (2012, p. 58), o método de Orna (1999)
propõe, na sua primeira fase, realizar uma análise preliminar de forma a analisar e a
confirmar qual a direção estratégica e operacional da organização. Por outro lado,
Henczel (2000, p. 218) entende que a perceção e o entendimento de uma organização é
essencial para a realização da auditoria, referindo que é uma fase “crítica, pois pode
determinar o sucesso ou o fracasso do projeto”. Henczel (2000), na primeira fase do seu
método, intitulada ‘Planeamento’, enumera cinco fases essenciais para a concretizar. Para
a compreensão da organização e do seu contexto, propõe, numa primeira fase, entender a
organização e desenvolver objetivos claros a este respeito. Henczel (2000, p. 218) refere
16
que a “estrutura, cultura, questões de comunicação, questões políticas, relacionamentos
internos e relacionamentos com entidades externas devem ser entendidos antes de se
desenvolver uma metodologia para auditoria de informação. Isto é importante porque o
processo de auditoria de informação deve ser projetado para minimizar os obstáculos e
maximizar as oportunidades”.
1.4.2 Fase de Compromisso
A implementação de uma auditoria implica também um compromisso por parte
da gestão de topo ou direção da Organização, compromisso que deve ser efetivo e
demonstrável. Neste contexto, Carvalho (2012, p. 52) indica a primeira fase do método
de Burk e Horton (1988) denominada de Reconhecimento, afirmando que esta fase
“consiste em obter permissão e apoio de direção da organização de forma a realizar a
auditoria e definir o seu propósito e âmbito, desenvolver instrumentos para recolher
informação, identificar e classificar os recursos de informação da organização”. Carvalho
(2012, p. 58) diz-nos também que Orna (1999) refere que, na segunda fase, existe a
pretensão de obter um compromisso, consistindo essa fase em assegurar o apoio e os
recursos por parte da administração, obtendo o consentimento da gestão de topo para a
realização da auditoria, acrescentando, na terceira fase, a obtenção de apoio alargado na
Organização, adquirindo assim, um compromisso da Organização com a auditoria como
um todo.
Para Buchanan e Gibb (1998, p. 41), a obtenção desse compromisso passa pela
promoção da auditoria, que está patente na primeira fase do seu método, tendo como
objetivo promover o apoio e a cooperação para a auditoria da informação, sendo que esta
fase decompõe-se em três fases: a primeira consiste em promover os benefícios da
auditoria da informação, sugerindo que, para tal, a organização deverá realizar uma
conferência ou uma série de seminários, em que se explica o papel da auditoria da
informação e o porquê da sua importância para a organização; a segunda fase consiste em
promover a cooperação em toda a organização, através do envio da uma circular de
informação assinada pelos cargos da gestão de topo, funcionando como meio de
introdução do auditor e de aprovação por parte da daquela; na última fase compete ao
auditor realizar um exame preliminar à organização, permitindo definir a profundidade
da explicação necessária, o nível de suporte e adequar os métodos a aplicar.
17
Também neste sentido, Henczel (2000, p. 220) propõe no seu método uma
primeira fase, que consiste em assegurar o apoio da administração, salientando que nesta
fase valoriza-se a importância do apoio da gestão de topo de forma a garantir um nível
elevado de suporte, que abrirá novos canais de comunicação, aumentando
significativamente as hipóteses de sucesso.
1.4.3 Fase de Planeamento
Para além da obtenção do compromisso da gestão de topo, a execução de uma
auditoria de informação depende do seu planeamento, permitindo identificar riscos e
oportunidades, estando estes relacionados com a compreensão da organização e do seu
contexto. Carvalho (2012, p. 58) refere que Orna (1999) propõe, na quarta fase do seu
método, planear a auditoria, através da formulação de um plano, formar uma equipa,
selecionar instrumentos e técnicas adequadas.
Na terceira fase do método de Buchanan e Gibb (1998, p. 49) é proposto: proceder
à análise e à avaliação dos recursos de informação de acordo com a sua importância
estratégica, utilidade e problemas; elaborar um diagrama dos fluxos de informação
detalhado, de forma a entender quem está a usar o quê, onde e porquê a informação;
produzir um relatório preliminar, fornecendo um resumo do processo da auditoria da
informação, descrevendo-se as descobertas, recomendações, áreas de interesse a apoiar;
formular planos de ação, identificando o (s) plano (s) de ação necessário (s) para melhorar
problemáticas e realizar objetivos que foram identificados nas informações a auditar.
Deste modo, Buchanan e Gibb propõem, através de uma análise e uma avaliação
preliminar dos recursos, a obtenção de informações e instrumentos de forma a
contribuírem para um melhor planeamento da auditoria.
Henczel (2000, p. 219), na primeira fase do seu método, chamada de Planeamento,
refere que nesta fase deve definir-se a metodologia para conduzir a auditoria de
informação, que dados devem ser recolhidos, analisados e avaliados, quais as
recomendações para a implementação da auditoria, de quem e como se recolhem os dados
e como se procederá à sua análise. Propõe ainda, nesta fase, que se deve desenvolver uma
estratégia de comunicação, identificando os canais de comunicação apropriados para os
utilizar antes e depois da auditoria de informação. A este respeito, Henczel (2000, p. 219)
salienta que é importante iniciar a comunicação antes do início da auditoria, de forma a
18
garantir que todos compreendam os objetivos e assim perceber o seu papel na fase da
recolha dos dados. O feedback após a auditoria fornecerá o suporte ao programa de
implementação, o que diminuirá a resistência às alterações sugeridas.
1.4.4 Fase de análise de Recursos
Com o apoio e o compromisso por parte da gestão de topo e com a elaboração de
um plano para auditar a informação, é necessário obter e definir quais os recursos a
auditar, qual a sua afetação e o seu nível de conhecimento. Importa, assim, decidir quais
as partes da organização que serão incluídas e em que nível a auditoria será focada. Na
literatura relativa à auditoria de informação, já aqui mencionada, encontramos um tipo de
auditoria específica para os recursos de informação, o método apresentado por Burk e
Horton (1988), chamado de Infomap. Como já referido, este método fornece um processo
para descobrir, mapear e avaliar os recursos de informação, centrando-se na identificação,
na localização, na descrição e na atribuição de valor aos recursos de informação a partir
da análise do custo económico e do benefício, que o seu uso oferece aos processos de
negócio, partindo do princípio de que o valor e os benefícios derivados de um recurso de
informação devem igualar ou exceder os seus custos. Esta metodologia fornece uma
estrutura para a realização de um inventário abrangente dos recursos de informação de
uma organização. Segundo Buchanan e Gibb (1998, p. 37), na primeira fase do método
de Burk e Horton é definida a “base dos recursos de informação existente na organização
através de um inventário preliminar de todas as entidades que produzem recursos de
informação, através de entrevistas às equipas envolvidas no manuseamento, fornecimento
e na gestão da informação”. Na terceira fase deste método, denominada ‘análise’, segundo
Carvalho (2012, p. 53) “localizam-se e mapeiam-se os recursos de informação da
organização, identificam-se os utilizadores, os produtores, os gestores… analisam-se se
os recursos de informação são utilizados e de que forma”. Carvalho (2012, p. 55) valoriza
este método, mencionando que “este tipo de auditoria é útil para a gestão, porque fornece
um conhecimento que pode ser utilizado para promover a utilização da informação como
recurso organizacional”.
Em relação à identificação e à definição dos recursos, Henczel (2000, p. 219)
previne que “a alocação de recursos não envolve apenas pessoas, mas também dinheiro,
tempo, recursos técnicos e recursos físicos”. Este autor refere que, perante o objetivo de
19
uma auditoria de informação, designadamente o de formar uma base sobre a qual se
poderá construir uma estratégia para a gestão do conhecimento, é necessário definir
objetivos na auditoria de forma a: “identificar as tarefas e atividades que potencialmente
produzem ativos de conhecimento; identificar recursos de informação; identificar e
mapear os fluxos de informação”. Também Buchanan e Gibb (1998, p. 43) referem no
seu método a identificação dos recursos de informação da organização e a identificação
dos fluxos de informação, permitindo saber que informações são geradas pela
organização, por quem, e como são utilizadas, quem tem e ou deve não ter acesso a
determinadas informações e revela possíveis lacunas no fornecimento da informação,
aludindo ainda que é desenvolvido um inventário da organização, seguido de uma
entrevista a cada utilizador da informação, de forma a construir uma imagem mais
detalhada de cada recurso de informação em relação às atividades em que se apoia.
Carvalho (2012, p. 58) refere que Orna (1999), na quinta fase do seu método,
intitulada de descoberta, propõe a identificação dos recursos e dos fluxos de informação.
Incluindo a determinação da forma de avaliação do custo-eficiência, bem como, a
identificação das partes interessadas, das tecnologias e dos sistemas que apoiam o uso da
informação.
1.4.5 Fase de Recolha de Dados
A fase da recolha dos dados consiste em recolher os dados necessários ao
cumprimento dos objetivos da auditoria, podendo estes dados ser recolhidos através de
questionário, entrevista individual ou coletiva. Carvalho (2012, p. 53) refere que, no
método de Burk e Horton (1998), na primeira fase é necessário o desenvolvimento de
instrumentos para recolha da informação, identificação e classificação dos recursos de
informação da organização. Já no método de Buchanan e Gibb (1998), Carvalho (2012,
p. 60) refere a segunda fase onde se propõe “revelar e definir...identificar os fluxos e
recursos de informação". Na quinta fase do método de Orna (1990), Carvalho (2012, p.
58) refere que é dedicada a descobrir, ou seja, a identificar recursos e fluxos de
informação. Também Henczel (2000, p. 220), em relação a esta fase, refere que “é
fundamental que as respostas recolhidas resultem num conjunto de dados que possa ser
usado, em termos de volume, conteúdo e formato”. A autora refere ainda os três tipos
mais comuns de dados: os dados relacionados com as informações necessárias para a
20
execução de atividades ou tarefas; os dados relacionados com o nível de criticidade dos
recursos, tarefas ou atividades; e os dados relacionados com a transferência da
informação. Esta fase envolve a criação de uma base de dados de recursos de informação,
utilizada como instrumento para definição dos recursos estratégicos.
1.4.6 Fase de Análise e Avaliação
Após a recolha de dados, procede-se à sua análise e avaliação, em que se inclui
um exame aos diversos aspetos sobre os dados recolhidos, relativos à organização, aos
recursos de informação ou aos fluxos de informação. Para além destes aspetos, Burk e
Horton (1988), na terceira fase do seu método, referem a análise ao custo e ao valor da
informação. Também Buchanan e Gibb (1998, p. 45), na quarta fase do seu método,
propõem a análise do custo, consistindo em realizar uma análise de relação custo/valor
dos recursos de informação, tendo em consideração os requisitos da organização. A este
respeito, Carvalho (2012, p. 83) refere que “mais fundamental que determinar o valor
monetário dos recursos de informação, é analisar o significado que têm esses recursos
para o desenvolvimento de um determinado processo ou atividade da organização”. Por
seu turno, como refere Carvalho (2012, p. 58), Orna (1999) propõe uma interpretação dos
dados, comparando o estado existente com o estado planeado. Para Henczel (2000), o
processo de análise dos dados permite analisar a importância estratégica e desenvolver
um mapeamento dos fluxos de informação, podendo esta análise ser realizada interna ou
externamente, dependendo dos recursos disponíveis, da complexidade e do volume dos
dados recolhidos.
Henczel (2000, p. 221) afirma que existem três tipos de análises aos dados
recolhidos:
análise geral são os dados recolhidos por qualquer pergunta em aberto…a análise de
significância que é realizada através de uma base de dados de informação... a base
de dados pode ser usada para desenvolver um inventário de informações e
conhecimentos e permitir a correspondência dos recursos de informação e
desenvolvimento dos conhecimentos com os objetivos da organização…o
mapeamento dos fluxos de informação permite identificar lacunas, duplicações e
ineficiências dos fluxos de informação.
21
Por fim, elabora-se um relatório da auditoria de informação. Segundo Carvalho
(2012, p. 59), para Burk e Horton (1988) e Orna (1999), esta fase serve para determinar
o significado estratégico da Organização, os pontos fortes e os pontos fracos dos recursos
de informação relativamente aos objetivos da organização. Para Buchanan e Gibb (1998,
p. 45), este relatório descreve o processo levado a cabo, sintetizando conclusões e
recomendações, com a finalidade de fornecer para o futuro uma orientação para a
(re)formulação de uma estratégia de informação para a organização.
1.4.7 Fase de Melhoria
Henczel (2000), na fase posterior à análise dos dados, propõe uma interpretação
dos dados recolhidos, na qual se formulam recomendações e se identificam problemas e
oportunidades, que devem ser interpretados e avaliados no contexto da organização.
Nesta fase, Henczel (2000, p. 222) salienta que, em relação às recomendações, estas
devem ser “realistas, realizáveis e gerenciáveis”, e os processos de implementação e os
objetivos dessas recomendações devem ser definidos e documentados. Carvalho (2012,
p. 59) refere que Orna (1999) identifica esta fase como implementação de mudanças, em
que se estabelece uma política de informação, que inclua e leve a cabo as recomendações
propostas no relatório da auditoria para, numa fase seguinte, monitorizar os efeitos dessas
recomendações, mediante a medição das mudanças.
Durante todo o processo da auditoria, as estratégias de comunicação são
essenciais. No entanto, uma vez formuladas as recomendações, estas devem ser
comunicadas às pessoas que fazem parte integrante da implementação, podendo muitas
recomendações ter impacto nos recursos e nos serviços da organização. Assim, Henczel
(2000, p. 223) afirma que “é fundamental que estas mudanças sejam comunicadas de
forma positiva e que garantam uma gestão de suporte na sua implementação”. As
recomendações podem ser realizadas através de um relatório, apresentação oral,
seminários, workshops, boletins ou através de publicações em páginas de intranet ou na
página institucional.
Assim que as conclusões da auditoria de informação forem aplicadas ou
transformadas em estratégias e que estas tenham sido comunicadas com sucesso a toda a
organização, é necessário planear a implementação dessas recomendações, pois pequenas
ou grandes mudanças devem ser cuidadosamente planeadas e executadas. Henczel alude
22
que a forma pela qual o programa de implementação é desenvolvido dependerá de quais
as recomendações e até que ponto elas terão impacto nos indivíduos ou grupos afetados
as essas recomendações. Mudanças aparentemente menores podem não ter êxito e o seu
impacto ser subestimado ou poder-se-á entrar também em conflito com aspetos dos
ambientes políticos e culturais existentes na organização.
Segundo Carvalho (2012, p. 59), Orna (1999) propõe, após a realização da
auditoria de informação, a repetição de um novo ciclo de auditoria, incrementando assim
a auditoria de informação como um processo cíclico e contínuo e um exercício regular,
em que no final de cada ciclo se obtêm os elementos necessários para iniciar o seguinte.
Podemos entender que a auditoria inicial é a auditoria de informação de primeira geração,
pois fornece um conjunto de dados, nos quais podemos aferir rapidamente a posição da
organização em relação à sua informação, através dos dados que contêm informações
relacionadas com os recursos de informação, com as unidades de negócio, tarefas e
atividades da organização. Henczel (2000, p. 224) refere que “depois da auditoria de
informação estar concluída, é preciso tomar uma decisão sobre como o conjunto de dados
pode ser mantido e contruído com as auditorias subsequentes de informação, de forma a
rever regularmente o ambiente da informação”. Assim, as auditorias subsequentes
garantirão que os dados recolhidos na auditoria precedente sejam desenvolvidos e
garantirá que os recursos atendam às necessidades, entendendo-se que em cada auditoria
de informação realizada é criado um banco de dados de recursos de informação, e à
medida que a organização evolui, as necessidades de mudança podem ser atendidas com
novos ou existentes recursos, utilizando os dados armazenados nessa base de dados.
Depreendemos, assim, que a auditoria de informação é um processo sistemático,
cíclico e essencial para o incremento da gestão da informação nas Organizações,
contribuindo assim para o alcance dos objetivos estratégicos das mesmas.
1.5 Métodos de Auditoria de Informação e a Série ISO 30300
Os elementos mais importantes para um método de auditoria são, provavelmente,
o conjunto das diversas fases propostas, visto que estas descrevem e explicam as ações a
tomar e a realizar, a sua sequência e os aspetos a ter em consideração. São, portanto, uma
orientação para o caminho a seguir numa auditoria de informação. Como verificado na
revisão de literatura, identificamos quatro métodos para a condução de uma auditoria de
23
informação. Essa revisão permitiu-nos também verificar a existência de consenso relativo
às fases e qual a sequência a ser seguida para a realização de uma auditoria.
Podemos verificar na Tabela 1, presente em Carvalho (2012, p. 80), as seis fases
sintetizadas para o processo de auditoria de ativos informacionais, onde se compara cada
um dos quatro métodos para auditoria de informação.
Quadro 1
Comparativo das fases dos métodos de auditoria de informação, segundo Carvalho (2012).
Burk, Horton
Buchanan, Gibb
Orna
Henczel
(1988)
(1998)
(1999)
(2001)
Planificação
✓
✓
✓
✓
Recolha
✓
✓
✓
✓
Análise
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
Informação com
recomendações
Comunicação
✓
Guia para
implementação
Na revisão de literatura realizada, podemos verificar que, após a análise dos quatro
métodos de auditoria, cada autor menciona várias fases essenciais para a realização da
auditoria. Essas fases foram organizadas na própria revisão de literatura segundo as suas
semelhanças, tendo resultado na definição das fases: contexto da organização,
compromisso, planeamento, recursos, recolha de dados e uma última fase onde se
englobam a análise, a avaliação e a melhoria. Esta organização apresenta diferenças da
organização apresentada por Carvalho (2012, p. 80) e representada no quadro 1.
Por esse motivo, colocamos lado a lado essas fases com as sintetizadas na nossa
revisão de literatura, como se pode verificar no quadro 2, na qual a fase da Planificação
foi decomposta em quatro fases distintas: a fase de análise do contexto da organização, a
fase do compromisso, a fase do planeamento e a fase de análise de recursos, a recolha
com a fase de recolha de dados; a análise com a fase de análise e avaliação; foram também
conjugadas as fases informação com recomendações com a comunicação e guia de
implementação numa fase intitulada fase de melhoria.
24
Quadro 2
Comparação entre as fases dos métodos de auditoria de informação, segundo Carvalho (2012), e a nossa
proposta, emergente da revisão de literatura.
Carvalho (2012)
Revisão de literatura
Fase de análise do contexto da organização
Fase de compromisso
Planificação
Fase de planeamento
Fase de análise de recursos
Recolha
Fase de recolha de dados
Análise
Fase de análise avaliação
Informação com recomendações
Fase de melhoria
Comunicação
Guia para implementação
A norma ISO 30301 (2019) define os requisitos e os princípios orientadores a
serem seguidos para a implementação de Sistemas de Gestão de Documentos de Arquivo.
Fizemos uma comparação das semelhanças entre as fases identificadas na revisão de
literatura e as fases descritas para a implementação dessa norma.
Podemos verificar, no quadro 3, a existência de semelhanças entre a organização
de ambas as estruturas de fases para a auditoria de informação. Essas equivalências
permitem-nos validar e admitir a norma ISO 30301 como base de desenvolvimento de
uma proposta de um modelo de auditoria de informação.
Quadro 3
Comparação entre as fases dos métodos de auditoria de informação emergentes da revisão de literatura e a
norma ISO 30301 (2019).
Revisão de literatura
ISO 30301
Fase de análise do contexto da organização
Contexto da organização
Fase de compromisso
Liderança
Fase de planeamento
Planeamento
Fase de análise de recursos
Suporte
Fase de recolha de dados
Operação
Fase de análise avaliação
Avaliação de desempenho
Fase de melhoria
Melhoria
25
A norma ISO 30300 fornece-nos uma estrutura para o sistema de gestão de
documentos de arquivo. Esta norma inscreve-se na série de normas de gestão de sistemas,
como as normas ISO 9000, ISO 27000, ISO 14000, etc., que permitem a
interoperabilidade, bem como a auditoria e a certificação desses sistemas.
A série ISO 30300 (2011) apresenta-nos uma metodologia para uma abordagem
sistemática na criação e gestão de documentos de arquivo, alinhados com os objetivos e
as estratégias de uma organização. A utilização de uma norma de sistema de gestão de
documentos de arquivo permite rentabilizar processos, como o armazenamento, a
recuperação e a reutilização; prepara a organização para um eventual litígio ou
investigação, fornecendo ferramentas para execução dessas diligências. Esta norma
baseia-se na implementação e no funcionamento de um sistema de gestão de documentos
de arquivo, através do qual as informações confiáveis e autorizadas sobre determinadas
decisões e transações da organização são criadas e traduzidas em evidências, gerando e
disponibilizado essas informações para quem precisa, por tanto tempo quanto o
necessário. Estabelece ainda benchmarking1, que permite à organização avaliar os seus
métodos de gestão de documentos, e fornece as ferramentas necessárias para adotar uma
abordagem sistemática e verificável da criação e controle de documentos de arquivo.
Esta norma explica as razões por detrás da criação de um Sistema de Gestão de
documentos de Arquivo e os princípios orientadores a serem seguidos para a sua
implementação ser bem-sucedida, bem como a terminologia que garante compatibilidade
com outras normas de gestão de sistemas.
Os benefícios da implementação de um Sistema de Gestão de Documentos de
Arquivo, ao produzir e controlar os documentos de arquivo de forma sistemática e
verificável são, segundo a norma ISO 30300 (2011), na secção 2.3.1: conduzir as
atividades de negócio e a prestação de serviços de forma eficiente; atender aos requisitos
legislativos, regulatórios e de responsabilização; otimizar a tomada de decisões, a
consistência operacional e a continuidade do negócio; facilitar o funcionamento efetivo
de uma organização, em caso de desastre; proporcionar proteção e apoio em litígios,
incluindo a gestão dos riscos associados com a existência de, ou falta de, provas de uma
atividade da organização; proteger os interesses da organização e os direitos dos
empregados, clientes e das partes interessadas atuais e futuras; apoiar as atividades de
1
Benchmarking é a definição de padrões rígidos para produtos, serviços ou atividades de modo a medir o
desempenho organizacional em relação a esses padrões. Laudon (2012, p. 104)
26
pesquisa e desenvolvimento; apoiar as atividades promocionais da organização; manter a
memória corporativa ou coletiva e apoiar a responsabilidade social.
Concluímos esta parte teórica com a perceção de que não existe um modelo rígido
para executar uma auditoria de informação. Existem vários autores que apresentam a sua
visão das organizações e as suas propostas para a auditoria de informação, sendo no geral
bastante semelhantes, apenas com algumas diferenças na estrutura das suas propostas.
Percebemos que há uma evolução ao longo do tempo e que uns autores baseiam as suas
propostas nas propostas de autores mais antigos, permitindo assim avançar no caminho
da consolidação de uma estrutura para um modelo geral de auditoria de informação.
Por fim, entendemos que se torna possível a criação de um modelo que sirva de
instrumento para auditar um Sistema de Informação, tendo como referência as normas da
série ISO 30300 que estabelecem os pressupostos para a criação de um SGDA,
conjuntamente com a definição de uma estrutura para um modelo de auditoria realizada
nesta revisão de literatura.
27
2. Metodologia
Tendo como objetivo o estudo do tema da auditoria de informação, enquadrado
na área da Ciência da Informação, de forma a entendê-lo dentro do seu contexto e com o
intuito de construir um modelo, foram utilizados dois métodos para este trabalho.
Como metodologia de investigação, utilizamos o método de investigação
documental, para obtermos o conhecimento empírico, sintetizando a informação
recolhida e estabelecendo os conhecimentos obtidos de forma a encontrar as evidências
acerca do tema.
Para a produção e a conceptualização do modelo de auditoria de informação foi
utilizado o método comparado, que nos permitiu comparar os diferentes métodos
presentes na revisão de literatura com a norma ISO 30300, permitindo, assim, identificar,
sistematizar, comparar e estruturar as diferentes fases da auditoria para a construção de
uma proposta de modelo de auditoria de informação.
2.1 Método de Investigação Documental
O método de investigação documental é, segundo Quivy e Campenhoudt (2005,
p. 187) um “dispositivo específico de recolha e análise das informações, destinado a testar
hipóteses de investigação”. Assim se procedeu neste trabalho, em que inicialmente foram
recolhidas as informações para a produção de uma revisão de literatura, construindo o
conhecimento acerca da auditoria de informação, apoiado no conhecimento científico
existente; e de forma a identificar as normas que identificam e caraterizam os requisitos
relativos aos conceitos previamente estudados, como os requisitos que compõem ou
podem constituir um Sistema de Informação, com a finalidade de propor um modelo de
Auditoria de Informação como produto final neste trabalho.
Inicialmente, optou-se por definir, como objetivos específicos para esta
investigação, a seleção e o mapeamento de revistas segundo a sua qualidade e
visibilidade; seleção de artigos científicos que preencham os requisitos definidos
previamente para a pesquisa e que sejam pertinentes no âmbito deste trabalho, devendo
pertencer à área de Ciência de Informação; a língua teria de ser em português, espanhol
ou inglês, estar em acesso aberto, ter sido analisado pelos pares, no espaço temporal dos
29
últimos 8 anos, de 2011 a 2019, estarem ativas e disponíveis na plataforma nacional de
divulgação do conhecimento científico (B-On).
Como fonte dos dados para seleção e identificação das publicações da área da
Ciência da Informação, efetuou-se uma consulta na base de dados do projeto Information
Matrix for the Analysis of Journals - MIAR: Versión 2019 live (Universitat de Barcelona.
Facultat de Biblioteconomia i Documentació, 2019). Esta base de dados é atualizada
anualmente, reunindo informações importantes para a identificação e a análise de
periódicos, que são agrupados em grandes áreas científicas e subdivididos em campos
académicos específicos. A base de dados cria uma matriz de correspondência entre os
periódicos, identificados pelo ISSN, e as bases de dados ou repositórios que os indexam
ou que os incluem. Fornece também a ligação para as páginas web das editoras e
instituições responsáveis. Esta base de dados abarca cerca de 40.000 publicações onde
para cada uma delas é verificada e analisada a sua presença em bases de dados e
repositórios multidisciplinares, obtendo assim um ICDS (Índice Composto de Difusão
Secundária) para cada publicação.
O ICDS é um indicador que mostra a visibilidade de um periódico em diferentes
bases de dados científicas de abrangência internacional ou em repositórios de avaliação
periódica. Um valor ICDS alto significa que o periódico está presente em diferentes fontes
de informação de relevância internacional.
A pesquisa foi efetuada no dia 14 de outubro de 2019, sendo a seleção e o
mapeamento realizados através da seleção do campo académico específico “LIBRARY
AND INFORMATION SCIENCE” presente no registo das revistas. Obteve-se, assim, a
totalidade das revistas indexadas a esse assunto nessa base de dados, num total de 784
revistas. Filtraram-se os resultados de forma a restringir a pesquisa a revistas avaliadas
entre 9 e 11 ICDS, sendo o ICDS calculado perante uma soma de pontos que lhe são
atribuídos, com critérios definidos. Caso o periódico apareça nos índices de citação das
principais coleções da Web of Science ou da Scopus é-lhe atribuída uma pontuação de 3,5
pontos. Se o periódico aparecer nos índices de citação da Web of Science e também na
Scopus é lhe atribuída a pontuação +1 ponto; se aparecer numa base de dados de
indexação e resumo (especializados ou multidisciplinar) ou no DOAJ somará mais 3
pontos; se estiver incluído em duas ou mais bases de dados especializadas ou
multidisciplinares é-lhe atribuído um total de 5 pontos; se aparecer no catálogo Latindex
ou num repositório de avaliação (selo de qualidade CARHUS Plus, ERIHPlus e FECYT)
30
é-lhe atribuído 2,5 pontos; se aparecer apenas na base de dados espanhola DIALNET élhe atribuído 0,4 pontos; por fim este cálculo é realizado tendo em conta o índice de
sobrevivência da revista, calculado com base no logaritmo do total de anos de vida desde
o início da sua publicação, considerando no máximo 30 anos de cálculo.
Como resultado desta filtragem, obteve-se um total de 221 revistas, como se pode
verificar no Apêndice 1 “Estudo Bibliométrico”. Procedeu-se depois à extração dos dados
de cada uma das publicações para uma tabela, registando o ISSN, o título da publicação
e o respetivo valor de ICDS. De seguida todas as revistas foram alvo de uma verificação
da sua disponibilidade na plataforma nacional de divulgação do conhecimento científico
(B-On) através da pesquisa no campo ISSN. Nesse momento, para cada pesquisa foram
extraídos para a tabela de Excel os dados relativos ao número total de artigos de cada uma
das revistas, o intervalo das datas de publicação e os idiomas. Procedeu-se a uma
consolidação dos dados extraídos, eliminando as publicações que não cumpriam os
requisitos anteriormente propostos, perfazendo um total de 196 publicações e 2.045.109
artigos.
A construção desta ferramenta foi fundamental como base, orientação e celeridade
da investigação, pois como referem Quivy e Campenhoudt (2005) em relação a este
método, “permite tornar o processo investigativo mais eficiente e célere”. Assim, a partir
do mapeamento realizado, procedeu-se a uma pesquisa na B-On, tendo-se aplicado
diversos filtros de forma a restringir a pesquisa e a identificar artigos pertinentes e
relativos a auditoria de informação na área de estudo da Ciência de Informação. Foi
efetuada a pesquisa para cada publicação de forma individual, colocado o ISSN da
publicação no campo de pesquisa “IS ISSN”; pesquisaram-se os termos “auditoria de
informação”, “information audit” e “auditoría de información” no campo de pesquisa
“AB sumário”, que permite pesquisar os termos apenas no resumo dos artigos; definiu-se
a disciplina a pesquisar “Biblioteconomia e Ciência da Informação ”; no modo de
pesquisa, escolheu-se “Pesquisar todos os termos de pesquisa que indiquei”; restringiramse os resultados a “Texto Integral”, “Analisado pelos Pares” e “Data de Publicação” entre
2011 e 2019 e os artigos teriam de ser publicados em Português, Inglês, Francês ou
Espanhol. Da pesquisa efetuada resultou um total de 149 artigos, que teve como alvo a
leitura e a análise do seu sumário, de forma a interpretar e identificar os artigos científicos
com interesse para esta investigação, tendo sido identificados 7 artigos pertinentes para o
estudo da auditoria de informação.
31
O primeiro artigo, de Dante e Guittián (2014), apresenta-nos uma análise e
comparação dos aspetos comuns entre 13 metodologias e modelos relativos à auditoria
de informação presentes na literatura mundial. Thompson, Ravindran e Nicosia (2015)
relatam uma auditoria realizada na Austrália ao sistema de gestão de armas de fogo da
polícia e ao sistema de informações do departamento de saúde, em que se destacam os
problemas e as preocupações relativos à gestão dos dados e se fazem recomendações de
forma a solucioná-los. Guittián, Pérez e Rio (2014) apresentam os resultados de uma
metodologia integradora de auditoria de informação e conhecimento realizado no Centro
de Investigação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, da província de
Holguín, em Cuba. Carvalho e Esteban-Navarro (2016) apresentam uma metodologia
para auditar o funcionamento de um sistema de inteligência organizacional, que abrange
todos os elementos, sejam humanos, sejam informacionais e tecnológicos, tal como os
processos envolvidos. Caldera-Serrano e Freire-Andino (2016) descrevem uma
ferramenta de auditoria para determinar a correta gestão, conservação e acesso à
informação audiovisual nas cadeias de televisão, com o objetivo de determinar os pontos
a melhorar para uma correta conservação do património audiovisual. Frost e Choo (2017)
têm como objetivo revitalizar a teoria e a prática da auditoria de informação, associandoa aos recentes desenvolvimentos nas teorias e métodos de gestão da informação,
apresentando e aplicando uma metodologia sistemática para conduzir revisões de
literatura, combinando o mapeamento de conceitos, o escopo de revisão e um processo
estruturado de pesquisa e análise. Por fim, Térmens e Leija (2017) apresentam os
resultados da aplicação da metodologia NDSA levels, criada pela National Digital
Stewardship Alliance, que serve para avaliar o nível de preservação digital numa
instituição, aplicada a oito organizações públicas e privadas em Espanha, México, Brasil
e Suíça.
Após a leitura dos artigos, obteve-se um primeiro conhecimento relativo ao tema
central, assimilaram-se conceitos e conteúdos fundamentais, verificaram-se as referências
bibliográficas, os autores mais citados e com maior presença nas referências,
desenvolvendo-se, assim, a base de conhecimento sobre o tema, alargando e comparando
as referências bibliográficas de forma a produzir uma revisão de literatura, que permitiu
solidificar o conhecimento sobre os conteúdos, conceitos e métodos da Auditoria de
Informação.
32
Consequentemente, procuramos construir uma ferramenta tendo por base os
diferentes métodos propostos pelos autores, cruzando e correspondendo as diversas fases
propostas com a norma ISO 30301 (2019), a qual definimos como sendo uma base
consistente para a construção do nosso modelo. Sentimos, no entanto, a necessidade de
algo mais do que a descrição dos diversos requisitos presentes na norma, nomeadamente
no apoio à execução da auditoria. Deste modo utilizamos uma lista de requisitos
apresentada por Ruesta (2012), a qual exibe para cada requisito da norma ISO 30301
(2019) uma ação a tomar e qual a documentação afeta à avaliação desse requisito. Desta
forma, complementamos a informação referente aos requisitos descritos na norma e,
assim, criamos uma Lista de Requisitos que visa apoiar o trabalho de auditoria, sendo que
o modelo será uma transposição direta dos requisitos, seguindo a mesma ordem e a mesma
numeração presentes na norma ISO 30301 (2019).
33
3. Lista de Requisitos
A norma ISO 30301 (2019) especifica os requisitos necessários para a
implementação de um Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo. Para que a norma
seja implementada de forma correta, os requisitos devem ser de aplicação obrigatória. Tal
como refere Ruesta (2012, p. 20), “reconhecem‐se pela utilização da expressão verbal
devem em português ou shall em inglês. Nisto distinguem‐se claramente dos manuais de
boas práticas, que utilizam as expressões verbais deveriam ou should, que não implicam
nenhuma obrigatoriedade.”.
Na norma ISO 30301 (2019), podemos identificar sete fases: contexto da
organização, liderança, planeamento, suporte, operação, avaliação de desempenho e a
melhoria, nas quais constam 21 requisitos principais; por sua vez, a partir destes, constam
um total de 118 requisitos específicos. Os requisitos principais e específicos foram
transcritos para uma lista de requisitos, organizados pela mesma ordem e numeração
utilizadas na norma (2019), sendo eles: 4- Contexto, 5- Liderança, 6- Planeamento, 7Suporte, 8- Operação, 9- Avaliação de Desempenho e 10- Melhoria. Conjugamos estes
requisitos com uma tabela de requisitos presentes no artigo de Ruesta (2012), tendo essa
tabela sido transcrita para uma lista de requisitos, onde para cada requisito principal,
consta a secção, a descrição do requisito principal, a ação a tomar para a sua concretização
e a documentação inerente à ação de criação, apoio e validação desse requisito.
4. CONTEXTO
4.1 A compreensão do contexto de uma organização é essencial para o
estabelecimento de uma avaliação (Quadro 4).
Essa compreensão visa o seu contexto externo e interno. Para a compreensão dos
aspetos externos da organização, deveremos analisar os seguintes aspetos: o ambiente
social e cultural, legal, regulatório, financeiro, tecnológico, económico, natural e
competitivo seja ele internacional, nacional, regional ou local. Para a compreensão dos
aspetos internos da organização, deveremos analisar os seguintes aspetos: a governança,
estrutura organizacional; as políticas, objetivos e estratégias; os recursos; os sistemas de
informação, fluxos de informação e processos de tomada de decisão; os valores das partes
35
interessadas internas e da cultura organizacional; as normas, diretrizes e modelos; as
relações contratuais.
Quadro 4
Requisito 4.1, Compreensão da organização e do seu contexto.
SECÇÃO
4.1
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve ter
Análise do contexto da
Resultado da análise com
em conta os fatores
organização
lista dos fatores externos e
externos ou internos
internos
pertinentes
Nota: Adaptado de Ruesta (2012)
4.2 Requisitos Legais, de negócios e correlacionados (Quadro 5).
A organização deve levar em conta o negócio, a legislação, a regulação e outros
requisitos legais, regulatórios, de negócios relacionados com a criação e o controlo dos
documentos de arquivo. A organização deve avaliar e documentar os requisitos legais,
regulatórios, de negócios e outros que afetem as suas operações, os quais devem obedecer
e garantir prova de conformidade.
Os requisitos de negócios são todas as exigências necessárias para regular o
funcionamento das atividades da organização. Estes requisitos obtêm-se através da
análise de desempenho atual do negócio, do planeamento e do desenvolvimento futuro,
da gestão de risco e do plano de continuidade do negócio.
Os requisitos legais estão ou podem estar relacionados com a criação e o controlo
dos documentos de arquivo. As fontes dos requisitos legais podem ser: estatuto e
jurisprudência, incluindo leis e regulamentos sobre o ambiente de negócio específico e
geral; leis e regulamentos relacionados especificamente com provas, documentos e
arquivo, acesso, privacidade, proteção de dados e comércio eletrónico; regulamento
interno da organização, parcerias e acordos praticados pela organização; tratados e outros
instrumentos que a organização é obrigada a manter.
Requisitos não legais voluntários podem ser assumidos pela organização como
códigos de boas práticas ou códigos de conduta e de ética.
36
Quadro 5
Requisito 4.2, Requisitos legais e de negócios.
SECÇÃO
4.2
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
Para estabelecer
Análise da legislação, dos
Lista de requisitos básicos
objetivos, a
processos da organização
de negócio, legislação
organização deve ter
e dos compromissos
aplicável e outros
em conta os requisitos
adquiridos que afetam a
compromissos
de negócio, legais,
criação e controlo de
regulamentares e de
documentos
outra índole na criação
e controlo de
documentos
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
4.3 Definição do escopo do SGDA (Quadro 6).
Uma organização deve definir e documentar o escopo do seu SGDA. Este pode
abranger toda a organização, as suas funções ou secções específicas, ou uma ou mais
funções de um determinado grupo de organizações. Neste caso, o escopo deve incluir as
interações e os papéis desempenhados por cada entidade, assim como o controlo e a
identificação de processos de contratação a terceiros.
Quadro 6
Requisito 4.3, Escopo do Sistema de Gestão de documentos de Arquivo.
SECÇÃO
4.3
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Decisão da gestão de topo
Documento escrito que
definir e documentar o
sobre onde aplicar o
defina o âmbito do SGDA
âmbito do seu SGDA
SGDA
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
37
5. LIDERANÇA
5.1 Compromisso por parte da Gestão de Topo para que a auditoria seja
implementada de forma efetiva e demonstrável (Quadro 7).
Esse compromisso refere-se a dar a garantia de tornar compatível o SGDA com a
estratégia de gestão da organização, a integração dos requisitos do SGDA com os
processos comerciais da organização, a disponibilização de recursos que estabeleçam, a
implementação e a manutenção da melhoria contínua do SGDA, a comunicação da
importância de um SGDA eficaz que esteja conforme os seus requisitos para que o SGDA
atinja os resultados pretendidos, e a condução e o apoio a uma melhoria contínua do
SGDA.
Quadro 7
Requisito 5.1, Compromisso da gestão de topo.
SECÇÃO
5.1
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMETAÇÃO
A gestão de topo deve
A gestão de topo deve
Não existe documentação
demostrar o seu
compreender e apoiar o
específica para demostrar
compromisso
SGDA
este compromisso.
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
5.2 A Gestão de Topo deve estabelecer uma política de documentos de arquivo, a
qual deve ser adequada às finalidades da organização, deve fornecer uma estrutura para a
definição dos objetivos dos documentos de arquivo, deve incluir o compromisso para o
atendimento dos requisitos, incluir o compromisso para a melhoria contínua do SGDA,
ser amplamente divulgada na organização e estar disponível para as partes interessadas.
Em relação à produção e ao controlo de documentos de arquivoconfiáveis e
autênticos, estas políticas devem incluir estratégias capazes de respaldar as funções e
atividades das organizações e proteger a integridade dos documentos pelo tempo que for
necessário.
Deve existir a garantia da divulgação e implementação da política de documentos
de arquivo em todos os níveis da organização. (Quadro 8).
38
Quadro 8
Requisito 5.2, Política de Documentos de Arquivo
SECÇÃO
5.2
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A gestão de topo deve
A gestão de topo deve
Documento de política de
estabelecer uma
discutir e aprovar as
gestão documental
política de gestão
linhas estratégicas
documental
incluídas num documento
de política. Este
documento deve ser
formalmente aprovado e
difundido em todos os
níveis da organização
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
5.3 Funções responsabilidades e autoridades nas organizações (Quadro 9).
A gestão de topo deve garantir que os papéis, as responsabilidades e as autoridades
de gestão de documentos de arquivo sejam definidos, atribuídos e divulgados por toda a
organização e para todas as entidades ou indivíduos que trabalhem ou atuem em seu
nome. A designação de responsabilidades deve ser atribuída aos funcionários que ocupem
funções e hierarquia relevantes na organização.
A liderança da implementação de um SGDA deve ser atribuída a um representante
específico da Gestão de Topo, que deve assumir responsabilidades como: estabelecer,
implementar e manter o SGDA segundo os requisitos da norma ISO 30301, promover um
programa de consciencialização da importância do SGDA para toda a organização,
designar de forma adequada os papéis e as responsabilidades definidos no SGDA, e
garantir que os trabalhadores que desempenham estes papéis possuem a devida
competência.
A gestão de topo deve nomear um representante operacional específico da área da
Ciência da Documentação e Informação, que deve ter atribuições, responsabilidades e
autoridade definidas, que incluam, a implementação do SGDA ao nível operacional,
reportar à gestão de topo sobre a efetividade do SGDA, para fins de revisão, incluindo
39
recomendações de melhoria, e estabelecer um vínculo com parceiros externos para troca
de experiências sobre o SGDA.
Quadro 9
Requisito 5.3, Funções responsabilidades e autoridades
SECÇÃO
5.3
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A gestão de topo deve
As responsabilidades e
É muito frequente que se
assegurar que os
competências devem ser
incluam no documento de
papéis, as
formalmente
política de gestão
responsabilidades e as
explicitadas, conhecidas
documental, mas também
competências são
e assumidas por todos
podem incluir‐se na
definidos, criados e
descrição de postos de
comunicados em toda
trabalho ou qualquer outro
a organização e às
instrumento habitual da
entidades ou
organização.
indivíduos que
trabalham nela ou em
seu nome
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
6. PLANEAMENTO
Além da obtenção do compromisso da Gestão de Topo, a execução de uma
auditoria de informação depende do seu planeamento, de forma a identificar riscos e
oportunidades.
6.1 Ações para identificar riscos e oportunidades (Quadro 10).
A organização deve atentar à compreensão da organização e do seu contexto (4.1)
e aos requisitos legais, de negócios e correlacionados (4.2), e determinar os riscos e as
oportunidades que precisam de ser abordados com a finalidade de garantir que o SGDA
possa alcançar os resultados almejados, evitar efeitos indesejados e identificar
oportunidades de melhoria. A organização deve avaliar a necessidade de planear ações
para tratar estes riscos e oportunidades e, quando aplicável, integrar e implementar estas
ações nos processos do SGDA (8.1) e garantir que a informação esteja disponível para
avaliar se as ações surtiram o efeito desejado (9.1).
40
Quadro 10
Requisito 6.1, Riscos e oportunidades
SECÇÃO
6.1
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização
Processo de
Plano de
deve considerar
planeamento prévio
cumprimento de
os fatores
à implementação
objetivos
internos e
do SGDA
externos e os
requisitos e
determinar os
riscos e
oportunidades
que necessitam
de tratamento
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
6.2 Objetivos dos documentos de arquivo e planos para atingi-los (Quadro 11).
A gestão de topo deve garantir que os objetivos dos documentos de arquivo sejam
estabelecidos e divulgados para todos os níveis e as funções relevantes no âmbito da
organização.
Os objetivos dos documentos de arquivo devem ser consistentes com a política de
documentos de arquivo, ser mensuráveis, levar em consideração os requisitos pertinentes
e ser monitorizados e atualizados como apropriado.
Os objetivos dos documentos de arquivo devem derivar de uma análise das
atividades desenvolvidas pela organização e ter em consideração o tamanho da
organização, a natureza das suas atividades dos seus produtos e serviços, a localização,
as condições, o sistema jurídico/administrativo e o ambiente cultural no qual atua.
As informações referentes aos objetivos dos documentos de arquivo devem ser
mantidas documentadas pela Organização.
41
Para o alcance dos objetivos dos documentos de arquivo, a organização deve
determinar quem será responsável, o que será feito, que recursos serão necessários,
quando serão finalizados e como os resultados serão avaliados.
Quadro 11
Requisito 6.2, Objetivos dos documentos de arquivo
SECÇÃO
6.2
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A gestão de topo deve
Processo de planificação
Plano de cumprimentos
assegurar que se
prévio à implantação do
de objetivos
estabelecem os
SGDA
objetivos de gestão
documental e se
comunicam nos níveis
e funções pertinentes
dentro da organização
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
7. SUPORTE
Com o apoio e o compromisso por parte da Gestão de Topo e a elaboração do
plano para auditar a informação, é preciso conhecer e definir quais os recursos a auditar,
qual a sua afetação e o seu nível de conhecimento. Importa, assim, decidir quais as partes
da organização que serão incluídas e em que nível a auditoria será focada.
7.1 Recursos (Quadro 12).
A gestão de topo deve disponibilizar e manter os recursos necessários para o
SGDA, a gestão destes recursos envolve a atribuição de responsabilidades aos
funcionários selecionados para o desempenho das suas funções no SGDA, envolve a
revisão periódica das competências e formação dos funcionários envolvidos e a
manutenção e sustentabilidades dos recursos e da infraestrutura técnica.
42
Quadro 12
Requisito 7.1, Recursos
SECÇÃO
7.1
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A gestão de topo deve
Definir a rúbrica
Orçamento e atribuição de
aprovar e manter os
orçamental e atribuir
responsabilidades no
recursos necessários
responsabilidades
documento de política ou
ao Sistema de gestão
em qualquer outro
para os documentos de
utilizado na organização
arquivo (SGDA)
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
7.2 Competências (Quadro 13)
A organização deve determinar as competências necessárias das pessoas, cujo
trabalho afete o desempenho dos processos e sistemas de documentos de arquivo, e deve
garantir que esses profissionais possuam as competências adequadas com base na sua
experiência e formação e, quando aplicável, tomar as medidas necessárias para o
desenvolvimento das competências e avaliar a eficácia das ações empreendidas e manter
documentada as informações como prova das competências.
Quadro 13
Requisito 7.2, Competência
SECÇÃO
7.2
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Identificação da formação
Justificação da formação
determinar a formação
necessária para
nos processos individuais
necessária para o
determinados postos e
de cada pessoa designada
desempenho dos
facilitação de aquisição da
processos e aplicações
mesma através de cursos
de gestão documental
ou seminários internos ou
por parte da pessoa ou
externos
pessoas que trabalham
nele (7.2)
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
43
7.3 Consciencialização e formação (Quadro 14).
A organização deve garantir que os seus trabalhadores estão cientes da relevância
e da importância das suas atividades individuais e que elas contribuem para o alcance dos
objetivos do SGDA, da importância da conformidade com a política e os procedimentos
do SGDA e com os requisitos do sistema de gestão; estarem cientes das questões
relevantes do SGDA, bem como dos impactos reais ou potenciais associados com
trabalhos e os benefícios advindos da melhoria de desempenho pessoal; cientes das suas
funções e responsabilidades para alcançar conformidade com os requisitos previstos no
SGDA e das potenciais consequências da não adoção dos procedimentos especificados.
A organização deve estabelecer um programa contínuo de formação para
produção e controlo de documentos de arquivo, que deve ser disponibilizado para todos
os níveis funcionais da organização.
Quadro 14
Requisito 7.3, Consciencialização e formação
SECÇÃO
7.3
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Estabelecimento e
Plano de formação
estabelecer um
aprovação de um plano de
próprio ou inclusão em
programa de formação
formação
planos gerais da
contínua sobre criação
organização
e controlo de
documentos
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
7.4 Comunicação (Quadro 15)
A organização deve definir, implementar, documentar e manter os procedimentos
para comunicação interna sobre o SGDA e as políticas e os objetivos dos documentos de
arquivo. A comunicação interna para a implementação efetiva do SGDA deve incluir as
responsabilidades, os procedimentos operacionais e o acesso à documentação.
44
Quadro 15
Requisito 7.4, Comunicação
SECÇÃO
7.4
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Estabelecimento e
Plano de comunicação e
estabelecer,
aprovação de um plano de
concretização de
implementar,
comunicação
realização das ações
documentar e manter
propostas
os procedimentos
relativos à
comunicação interna
sobre o SGDA, a
política e os objetivos
de gestão documental
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
7.5 Documentação Geral (Quadro 16).
A organização deve documentar o seu SGDA, deve incluir declarações
autorizadas sobre o escopo do SGDA, a política e os objetivos, a interdependência e os
relacionamentos entre o SGDA e outros sistemas de gestão internos ou interorganizações,
procedimentos documentados conforme requeridos pela norma ISO 30301 e
documentação determinada pela organização como necessária para garantir a eficácia do
planeamento, operação e controlo de processos.
Quadro 16
Requisito 7.5, Documentação geral
SECÇÃO
7.5
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A documentação
Redação e aprovação da
Existência de um
requerida pelo SGDA
documentação requerida
procedimento para
deve estar controlada
pela norma, de acordo
redação e aprovação da
com o procedimento
documentação. A
definido
documentação em si
mesma.
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
45
8. OPERAÇÃO
Consiste em recolher os dados necessários ao cumprimento dos objetivos da
auditoria. Estes dados podem ser recolhidos através de questionário, entrevista individual
ou coletiva.
8.1 Planeamento e controlo operacional (Quadro 17)
A organização deve determinar, planear, implementar e controlar os
procedimentos necessários para identificar os riscos e oportunidades (6.1 – integrar e
implementar ações para tratar os riscos e oportunidades (4.1 e 4.2) nos processos do
SGDA), de forma a atender aos requisitos presentes em 6.1 sendo eles, estabelecer os
critérios para estes processos, implementar o controlo destes processos de acordo com os
critérios, e guardar a informação documentada para comprovar que os processos foram
desenvolvidos como o planeado.
Quadro 17
Requisito 8.1, Planeamento e controlo operacional
SECÇÃO
8.1
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Planear os processos para
Inclusão no
determinar, planear,
cumprir os requisitos que se
planeamento dos
implementar e
2
estabelecem no Anexo A
controlar os processos
processos a
implementar.
necessários para o
tratamento dos riscos e
oportunidades e para
cumprir os requisitos
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
8.2 Desenvolvimento dos processos de documentos de arquivo (Quadro 18).
2
O Anexo A da norma ISO 30301 (2019) apresenta-nos os processos e controlos de documentos de arquivo,
que devem ser implementados, referindo que há possibilidade de a implementação poder ser aplicada de
forma escalonada, de acordo com as características da organização. A decisão de não implementar qualquer
processo deve ser justificada.
46
Para estabelecer um SGDA, a organização deve mapear os processos de
documentos de arquivo de acordo com o seguinte esboço:
- Analisar os processos de trabalho, com a finalidade de determinar os requisitos,
a produção e o controlo de documentos de arquivo relacionados com continuidade
operacional, e de atender aos requisitos de accountability3 e outros interesses das partes
envolvidas;
- Avaliar os possíveis riscos decorrentes da falha no controlo de autenticidade,
confiabilidade e usabilidade dos documentos de arquivo dos processos de negócio da
organização, avaliando os níveis dos riscos, determinando se os riscos são aceitáveis em
relação aos critérios definidos, ou se requerem ações de gestão, identificando e avaliando
as opções de gestão de riscos;
- Especificar os processos para produção e controlo de documentos de arquivo,
como devem ser operacionalizados em sistemas, e escolher as ferramentas tecnológicas a
serem adotadas, sendo que os objetivos destes processos devem incluir:
- A produção, determinando o quê, quando e como os documentos de arquivo
devem ser produzidos e recuperados para cada processo de negócio, determinando o
conteúdo, contexto e informações de controlo (metadados) que devem ser identificados
para cada documento de arquivo, decidindo em que formato e estrutura os documentos
de arquivo devem ser produzidos e capturados e determinando as tecnologias adequadas
para a produção e captura de documentos de arquivo.
- O controlo, determinando que informação de controlo (metadados) deve ser
produzida por meio dos processos de documentos de arquivo e como esta será associada
ao longo do tempo com os documentos de arquivo e a gestão, estabelecendo as regras e
condições para a utilização dos documentos de arquivo ao longo do tempo, preservando
a usabilidade dos documentos de arquivo ao longo do tempo, estabelecendo a forma de
destino dos documentos de arquivo, e estabelecendo as condições que devem ser
utilizadas pela administração e manutenção dos sistemas de documentos de arquivo.
Para o alcance destas metas, os processos e os controlos descritos no Anexo A
devem ser implementados, levando-se em consideração os recursos disponíveis na
Segundo Pinho (2009), “não existe um termo único em português que defina a palavra accountability (…)
em síntese, accountability encerra a responsabilidade, a obrigação e a responsabilização de quem ocupa um
cargo em prestar contas segundo os parâmetros da lei”.
3
47
organização, o contexto de negócio e os riscos identificados, bem como os ambientes
regulatórios e sociais.
Quadro 18
Requisito 8.2, Desenvolvimento dos processos de documentos de arquivo
SECÇÃO
8.2
REQUISITO
AÇÃO
os
DOCUMENTAÇÃO
Para estabelecer o
Desenhar
processos Procedimentos
SGDA a organização
para cumprir os requisitos específicos quando o
deve desenhar os
que se estabelecem no requisito o requeira
processos de gestão
Anexo A.
documental
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
8.3 Implementação de sistemas de documentos de arquivo (Quadro 19)
A organização deve implementar os processos em sistemas para cumprir os
objetivos dos documentos de arquivo, e monitorizar regularmente o desempenho dos
sistemas de documentos de arquivo, considerando os requisitos e os objetivos dos
documentos de arquivo, e deve gerir a operação dos sistemas de documentos de arquivo.
É recomendável que os sistemas de documentos de arquivo automatizados obedeçam aos
requisitos funcionais compatíveis com os requisitos da norma ISO 30301.
Quadro 19
Requisito 8.3, Implementação de Sistemas de Documentos de Arquivo
SECÇÃO
8.3
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Implementar os processos
Análise funcional da
implementar os
para cumprir os requisitos
aplicação de gestão
processos nas
que se estabelecem no
documental.
aplicações para
Anexo A
Funcionamento da própria
cumprir os objetivos
aplicação
de gestão documental
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
48
9. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Esta fase de análise inclui um exame aos diversos aspetos sobre os dados
recolhidos relativos à organização, aos recursos de informação ou aos fluxos de
informação. Para além destes também podem ser objeto de análise o custo e o valor da
informação.
É nesta fase que se produz um relatório da auditoria de informação, formulam-se
recomendações e identificam-se problemas e oportunidades.
9.1 Controle, medição, análise e avaliação (Quadro 20).
A organização deve determinar o que é necessário ser medido e controlado, quais
os métodos de controlo, medição, análise e avaliação, conforme necessidade, para garantir
resultados válidos, quando devem ser efetuados o controlo e a medição e quando devem
ser efetuadas a análise e a avaliação do controle e da medição dos resultados.
A organização deve avaliar o desempenho dos processos e dos sistemas de
documentos de arquivo e a efetividade do SGDA. Para além disso, deve tomar medidas,
quando necessário, para responder à evolução ou a resultados adversos antes de ocorrer a
não conformidade, e manter a informação relevante documentada como prova dos
resultados.
Para avaliar a eficácia do SGDA, a organização deve controlar e, quando
necessário, mensurar a política (atualizada) de documentos de arquivo, para garantir que
reflita as necessidades atuais do negócio; mensurar os objetivos dos documentos de
arquivo para garantir que estejam consistentes com uma política de documentos de
arquivo, viável, válida e capaz de fornecer suporte às ações de melhoria continua; deve,
também, mensurar mudanças nos negócios, legais e outros requisitos que afetem o
SGDA; deve mensurar a disponibilidade e adequação de recursos, como financeiros,
humanos, infraestrutura, tecnologia, etc.; deve mensurar a adequação da atribuição e
alocação de funções, responsabilidade e autoridade; deve mensurar o desempenho da
pessoa com designação de responsabilidade para a implementação, elaboração de
relatórios e promoção da sensibilização do SGDA; deve mensurar o desempenho dos
processos e sistemas de documentos de arquivo em relação aos objetivos; deve mensurar
a adequação da documentação e a implementação apropriada dos procedimentos de
controlo de documentos; deve ainda mensurar a eficácia dos sistemas de documentos de
49
arquivo para alcançar os objetivos estratégicos, de gestão e financeiros da organização,
usando medidas selecionadas na implementação de sistemas de documentos de arquivo;
deve mensurar a eficácia da formação do SGDA na organização, do programa de
sensibilização e da estratégia de comunicação; e deve, por último, mensurar a satisfação
dos utilizadores e das partes interessadas.
Quadro 20
Requisito 9.1, Controlo, medição, análise e avaliação
SECÇÃO
9.1
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Estabelecer e implementar
Procedimento de
determinar o que
a supervisão e a análise
avaliação e análise do
necessita ser medido e
SGDA
supervisionado,
analisado e avaliado
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
9.2 Sistema de auditoria interna (Quadro 21).
A organização deve executar auditorias internas, em intervalos planeados, com a
finalidade de fornecer informações que contribuam para determinar se o SGDA está de
acordo com os requisitos da própria organização e de acordo com os requisitos da norma
ISO 30301 e para determinar se está efetivamente implementado e mantido.
A organização deve planear, estabelecer, implementar e manter programas de
auditoria, tendo em consideração a frequência, a metodologia, as responsabilidades o
planeamento dos requisitos e dos relatórios, tendo em conta a importância dos processos
envolvidos e as auditorias anteriores. Deve definir os critérios e o escopo para cada
auditoria e deve selecionar os auditores e o modo de realização das auditorias de forma a
garantir imparcialidade e objetividade no processo de auditoria. Deve garantir que os
resultados das auditorias são relatados às autoridades competentes e deve manter a
informação documentada como provas dos resultados.
Quadro 21
Requisito 9.2, Planeamento do programa de auditorias
SECÇÃO
REQUISITO
AÇÃO
50
DOCUMENTAÇÃO
9.2
A organização deve
Planeamento do
Programa de auditorias
realizar auditorias
programa de auditorias,
Relatório de auditoria
internas a intervalos
selecionar os auditores
pré-definidos
e executar a auditoria
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
9.3 Análise da gestão (Quadro 22)
A gestão de topo deve rever o SGDA da organização, em intervalos planeados de
forma a garantir a sua viabilidade, adequação e eficácia.
A análise da gestão deve considerar a situação das ações derivadas de revisões
anteriores, deve considerar mudanças em questões externas e internas que são relevantes
para o SGDA, deve considerar a informação do desempenho dos processos e dos sistemas
de documentos de arquivo, incluindo as tendências nas não conformidades e medidas
corretivas, nos resultados de controlo e avaliação de medição e nos resultados da auditoria
e, por fim, considerar também as oportunidades de melhoria contínua.
A organização deve manter documentada a informação como prova dos resultados
das análises da gestão.
Quadro 22
Requisito 9.3, Análise da gestão
SECÇÃO
9.3
REQUISITO
AÇÃO
A gestão de topo deve
Planear a revisão pela
rever o SGDA a
gestão de topo e executá‐la
intervalos predefinidos
para assegurar que se
mantém a sua
conveniência,
adequação e eficácia
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
10. MELHORIA
51
DOCUMENTAÇÃO
Resultados da revisão
Pretende-se que a auditoria seja um processo regular, cíclico e contínuo, onde no
final de cada ciclo se obtêm os elementos para se iniciar o seguinte.
10.1 Controle da não conformidade e ações corretivas (Quadro 23).
A organização deve identificar não conformidades e agir sobre elas e, quando
aplicável, tomar medidas para controlá-las, contê-las, corrigi-las e lidar com as
consequências.
A organização deve também avaliar a necessidade de adotar medidas para
eliminar as causas das não conformidades, incluindo a revisão das mesmas, a
determinação das causas das não conformidades, a identificação da existência de
potenciais não conformidades similares em outros locais do SGDA, a avaliação da
necessidade de medidas para garantir que as não conformidades não se repitam ou
ocorram noutros locais, deve determinar e implementar as ações necessárias, deve
analisar a eficácia de qualquer ação corretiva adotada e efetuar as devidas mudanças se
necessário.
A organização deve manter a informação documentada como prova da natureza
das não conformidades e de qualquer ação tomada posteriormente e como prova dos
resultados de qualquer ação corretiva.
Quadro 23
Requisito 10.1, Controlo de não conformidades e ações corretivas
SECÇÃO
10.1
REQUISITO
AÇÃO
As ações corretivas
Implementar
devem ser adequadas
corretivas
as
DOCUMENTAÇÃO
ações Lista de ações corretivas
empreendidas com as suas
aos efeitos das não
datas e evidência da sua
conformidades
implementação
encontradas
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
10.2 Melhoria contínua (Quadro 24).
52
A organização deve melhorar continuamente a eficácia do SGDA através da
utilização de políticas de documentos de arquivo, dos objetivos dos documentos de
arquivo, dos resultados da auditoria, da análise de dados, das ações corretivas e
preventivas e da avaliação da gestão.
As ações de melhoria contínua devem ser priorizadas conforme os resultados
obtidos na avaliação de risco (6.1 Ações para identificar riscos e oportunidades).
Quadro 24
Requisito 10.2, Melhoria contínua
SECÇÃO
10.2
REQUISITO
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
A organização deve
Rever e atualizar a
Política, objetivos e
melhorar de maneira
política e os objetivos da
planos atualizados
contínua a eficácia do
gestão documental, assim
SGDA mediante a
como os planos
utilização da política e
os objetivos de gestão
documental, os
resultados da auditoria,
as análises de dados,
as ações corretivas e
preventivas e as
revisões da gestão de
topo
Nota. Adaptado de Ruesta (2012)
53
4. Modelo de Auditoria de Informação
4.1 Construção e Sistema de Avaliação do Modelo de Auditoria
O modelo de auditoria de informação proposto está organizado pela mesma ordem
da lista de requisitos, pois avalia os 21 requisitos principais através da verificação da
aquisição dos 118 requisitos específicos.
Para tal, foi criada uma tabela com uma coluna “FASE” onde se identificam as
sete fases da auditoria; criou-se uma coluna intitulada “REQUISITO PRINCIPAL”, para
a identificação dos respetivos requisitos principais; criou-se outra coluna “AÇÃO”, para
a identificação das ações a tomar, de forma a concretizar cada requisito principal; criouse outra coluna “SECÇÃO”, que corresponde à identificação das secções da norma ISO
30301 (2019). Como esta norma não faz uma identificação ou enumeração de todos os
requisitos específicos, foi criado, para cada um deles, na coluna “SECÇÃO”, uma alínea,
tendo sido estas alíneas dispostas por ordem alfabética, de forma a poderem assim ser
enumerados e identificados os requisitos, seguida de outra coluna com a descrição do
respetivo requisito específico, e mais duas colunas onde se procede à verificação da
aquisição ou não dos requisitos específicos e uma coluna intitulada “Pontuação” onde se
pontua o requisito principal.
Cada RP (requisito principal) tem um número de RE (requisito específico)
diferente. De forma a verificar a aquisição de cada RP, definiu-se um sistema de
pontuação, representado na proposta da seguinte forma: “TOTAL (X – 2 pontos; => Y –
1 ponto; < Y – 0)”, em que X representa o número total de aquisições dos RE, sendo que,
se for igual aos seus respetivos RE, terá a pontuação máxima de 2 pontos, e Y que
representa metade ou se número ímpar, o valor imediatamente abaixo de metade. Neste
caso, se a pontuação for maior ou igual a esse valor, terá uma pontuação de 1 ponto e,
sempre que o número de RE adquiridos for menor a Y, terá a pontuação de 0 pontos. Isto
significa que, no final, somando todos os pontos podemos aferir se o SGDA cumpre os
requisitos da norma ISO 30301(2019), caso o valor seja igual ou superior a 21 pontos ou,
se o total for inferior a 21 pontos, o SGDA não cumpre os requisitos da norma.
55
4.2 Proposta de Modelo de Auditoria de Informação
O Modelo de Auditoria de informação deve ser preenchido seguindo a sequência
das fases que o constituem. Para cada fase deve ser verificada a aquisição ou não de cada
RP. Essa verificação deverá ser efetuada tendo em conta a Lista de Requisitos proposta
no Capítulo anterior, e que serve de apoio à execução da auditoria. Assim, verifica-se a
aquisição de cada um dos RE e, no final da verificação dos RE de cada RP, efetua-se a
soma dos RE adquiridos, registando o total de pontos. Para cada RP a pontuação final é
específica consoante o número de pontos assinalado entre os parenteses a seguir ao total.
Na última linha do modelo assinala-se a avaliação da auditoria somando a pontuação total
dos 21 RP.
Como referido se o somatório for inferior a 21 pontos, o SGDA não cumpre na
totalidade dos requisitos da norma ISO 30301 (2019), se o somatório for igual ou superior
REQUISITO
PRINCIPAL
Aspetos externos
AÇÃO
SECÇÃO
Análise do contexto da organização
4.1
4.1 a)
4.1 b)
4.1 c)
4.1 d)
4.1 e)
4.1 f)
4.1 g)
4.1 h)
4.1 i)
REQUISITO ESPECÍFICO
Ambiente social e cultural
Legal
Regulatório
Financeiro
Tecnológico
Económico
Natural
Competitivo
Internacional; Nacional; Regional;
Local
CONTEXTO
TOTAL (9 – 2 pontos; => 5 – 1 ponto; <5 - 0)
Aspetos Internos
Análise do contexto da organização
4.1
4.1 j)
4.1 l)
4.1 m)
4.1 n)
4.1 o)
4.1 p)
4.1 q)
4.1 r)
4.1 s)
4.1 t)
4.1 u)
4.1 v)
4.1 x)
4.1 z)
Governança
Estrutura Organizacional
Políticas
Objetivos e Estratégias
Recursos
Sistemas de Informação
Fluxos de Informação
Processos de tomada de decisão
Valores
Cultura Organizacional
Normas
Diretrizes
Modelos
Relações contratuais
TOTAL (14 – 2 pontos; => 7 – 1 ponto; <7 - 0)
56
Pontuação
FASE
Adquirido
a 21 pontos significa que o sistema cumpre esses requisitos.
Requisitos de negócio
Análise da legislação, dos processos
da organização e dos compromissos
adquiridos que afetam a criação e
controlo de documentos
4.2
4.2 a)
4.2 b)
4.2 c)
4.2 d)
Análise de desempenho
Planeamento e desenvolvimento
Gestão de risco
Plano de continuidade de negócio
TOTAL (4 – 2 pontos; => 2 – 1 ponto; <2 - 0)
Requisitos legais
Análise da legislação, dos processos
da organização e dos compromissos
adquiridos que afetam a criação e
controlo de documentos
4.2
4.2 e)
4.2 f)
4.2 g)
4.2 i)
4.2 j)
4.2 l)
4.2 m)
4.2 n)
4.2 o)
4.2 p)
4.2 q)
4.2 r)
Estatuto
Jurisprudência
Leis
Regulamentos
Documentos e arquivo
Acesso
Privacidade
Proteção de dados
Comércio eletrónico
Regulamento interno da organização
Parcerias e acordos
Tratados
TOTAL (12 – 2 pontos; => 6 – 1 ponto; <6 - 0)
Requisitos não legais
Análise da legislação, dos processos
da organização e dos compromissos
adquiridos que afetam a criação e
controlo de documentos
4.2
4.2 s)
4.2 t)
4.2 u)
Código de boas práticas
Código de conduta
Código de ética
TOTAL (3 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Escopo do SGDA
Decisão da gestão de topo sobre
onde aplicar o SGDA
4.3
4.3 a)
4.3 b)
Funções de toda a organização
Identificação de processos de
contratação a terceiros
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Compromisso da
gestão de topo
A gestão de topo deve compreender
e apoiar o SGDA
5.1
5.1 a)
5.1 b)
LIDERANÇA
5.1 c)
5.1 d)
5.1 e)
5.1 f)
Compatibilidade do SGDA com a
Estratégia de gestão
Integração dos requisitos do SGDA
com os processos comerciais
Disponibilização de recursos para
estabelecer, implementar e manter a
melhoria continua
Comunicação da importância do
SGDA eficaz esteja conforme os seus
requisitos
Atingir os objetivos do SGDA
Apoio a uma melhoria continua
TOTAL (6 – 2 pontos; => 3 – 1 ponto; <3 - 0)
57
Política de
Documentos de
Arquivo
A gestão de topo deve discutir e
aprovar as linhas estratégicas
incluídas num documento de
política. Este documento deve ser
formalmente aprovado e difundido
em todos os níveis da organização
5.2
5.2 a)
5.2 b)
5.2 c)
5.2 d)
5.2 e)
5.2 f)
5.2 g)
5.2 h)
Definição dos objetivos dos
documentos de arquivo
Compromisso para o atendimento dos
requisitos
Compromisso para a melhoria
contínua do SGDA
Ampla divulgação Interna
Disponível para partes interessadas
Estratégias que respaldem as funções
e atividades da organização no
momento da criação dos documentos
Proteger a integridade dos
documentos pelo tempo que for
necessário
Implementação do SGDA em todos
os níveis da organização
TOTAL (8 – 2 pontos; => 4 – 1 ponto; <4 - 0)
Funções,
responsabilidades e
autoridades
As responsabilidades e
competências devem ser
formalmente explicitadas,
conhecidas e assumidas por todos
5.3
5.3 a)
5.3 b)
5.3 c)
Liderança da implementação do SGDA
5.3 d)
5.3 e)
5.3 f)
5.3 g)
Responsabilidades Operacionais (Representante operacional
específico da área da Ciência de Documentação e Arquivo)
5.3 h)
5.3 i)
5.3 j)
5.3 l)
Definição
Atribuição
Divulgação
Responsabilidade em estabelecer,
implementar e manter o SGDA
Promover programa de
consciencialização da importância do
SGDA
Designar os papéis e
responsabilidades do SGDA
Garantir as Competências dos
funcionários que atuam no SGDA
Implementação do SGDA ao nível
operacional
Efetividade do SGDA
Recomendações de melhoria
Vínculo com parceiros externos para
troca de experiências sobre o SGDA
TOTAL (11 – 2 pontos; => 5 – 1 ponto; <5 - 0)
Riscos e
Oportunidades
Processo de planeamento prévio à
implementação do SGDA
6.1
6.1 a)
PLANEAMENTO
6.1 b)
6.1 c)
6.1 d)
Compreensão da Organização e do
seu contexto (ver acima
CONTEXTO)
Requisitos legais, de negócios e não
legais
(ver acima CONTEXTO)
Novas ações de tratamento dos riscos
e oportunidades nos processos do
SGDA
Informação disponível para avaliação
do efeito das novas ações
TOTAL (4 – 2 pontos; => 2 – 1 ponto; <2 - 0)
58
Objetivos dos
Documentos de
Arquivo
Processo de planificação prévio à
implantação do SGD
6.2
6.2 a)
6.2 b)
6.2 c)
6.2 d)
6.2 e)
6.2 f)
Estabelecer e divulgar para todos os
níveis e funções da organização
Consistentes com a Política de
Documentos de Arquivo
Mensuráveis
Controlo
Atualização
Documentadas pela Organização
TOTAL (6 – 2 pontos; => 3 – 1 ponto; <3 - 0)
Recursos
Definir a rúbrica orçamental e
atribuir responsabilidades
7.1
7.1 a)
7.1 b)
7.1 c)
Atribuição de responsabilidades aos
Funcionários que atuem no SGDA
Revisão periódica das competências e
formação dos funcionários
Recursos e Infraestrutura Técnica
TOTAL (3 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Competência
Identificação da formação
necessária para determinados postos
e facilitação de aquisição da mesma
através de cursos ou seminários
internos ou externos
7.2
7.2 a)
7.2 b)
7.2 c)
Competências adequada dos
funcionários
Desenvolvimento de competências
Documentadas pela Organização
TOTAL (3 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Consciencialização e
formação
Estabelecimento e aprovação de um
plano de formação
7.3
SUPORTE
7.3 a)
7.3 b)
Relevância e importância das
atividades individuais dos
funcionários no alcance dos objetivos
do SGDA
Programa contínua de formação para
produção e controlo de documentos
de arquivo em todos os níveis da
organização
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Comunicação
Estabelecimento e aprovação de um
plano de comunicação
7.4
7.4 a)
7.4 b)
7.4 c)
Comunicação Interna
Responsabilidades, procedimentos
operacionais e acesso á documentação
Documentada pela Organização
TOTAL (3 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Documentação geral
Redação e aprovação da
documentação requerida pela
norma, de acordo com o
procedimento definido
7.5
7.5 a)
59
Documentar o SGDA (escopo;
política; objetivos; interdependência;
relacionamentos entre outros
sistemas; procedimentos
documentados)
7.5 b)
Aprovação; emissão; revisão;
atualização; reaprovação; acesso;
legibilidade; identificação
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Planeamento e
controlo operacional
Planear os processos para cumprir
os requisitos que se estabelecem no
Anexo A
8.1
8.1 a)
Procedimentos para identificação dos
riscos e das oportunidades (ver acima
– integrar e implementar ações para
tratar os riscos e oportunidades nos
processos do SGDA)
8.1 b)
8.1 c)
8.1 d)
Critérios dos processos
Controle dos processos
Documentados pela Organização
OPERAÇÃO
TOTAL (4 – 2 pontos; => 2 – 1 ponto; <2 - 0)
Desenvolvimento dos
processos de
documentos de
arquivo
Desenhar os processos para cumprir
os requisitos que se estabelecem no
Anexo A.
8.2
8.2 a)
Mapa de processos de documentos de
Arquivo
TOTAL (1 – 2 pontos; <1 - 0)
Implementação de
sistemas de
documentos de
arquivo
Implementar os processos para
cumprir os requisitos que se
estabelecem no Anexo A
8.3
8.3 a)
8.3 b)
Implementar os processos em
sistemas para cumprir os objetivos
dos documentos de arquivo
Desempenho dos Sistemas de
Documentação e Arquivo
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Controlo, medição,
análise e avaliação
Estabelecer e implementar a
supervisão e a análise
9.1
9.1 a)
9.1 b)
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
9.1 c)
9.1 d)
9.1 e)
9.1 f)
Definição do que será necessário
medir e controlar
Quais os métodos de controlo,
medição, análise e avaliação
Quando devem ser realizados o
controlo, medição, análise e avaliação
Avaliação de desempenho dos
processos e sistemas de documentos
de arquivo
Avaliação da efetividade do SGDA
Avaliação da eficácia do SGDA
TOTAL (6 – 2 pontos; => 3 – 1 ponto; <3 - 0)
Sistema de auditoria
Interna
Planeamento do programa de
auditorias, selecionar os auditores e
executar a auditoria
9.2
9.2 a)
9.2 b)
60
Planear, estabelecer, implementar e
manter programas de auditoria
(frequência, metodologia,
responsabilidades, planeamento dos
requisitos e dos relatórios)
Escopo das auditorias
9.2 c)
9.2 d)
9.2 e)
9.2 f)
9.2 g)
Critérios das auditorias
Seleção dos auditores
Modo de realização
Resultados das auditorias (autoridades
competentes)
Documentados pela Organização
TOTAL (7 – 2 pontos; => 3 – 1 ponto; <3 - 0)
Análise da gestão
Planear a revisão pela gestão de
topo e executá‐la
9.3
9.3 a)
9.3 b)
Rever o SGDA em intervalos
planeados (garantir a viabilidade,
adequação e eficácia)
Documentados pela Organização
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
Controle da não
conformidade e ações
corretivas
Implementar as ações corretivas
10.1
10.1 a)
10.1 b)
Não conformidades
Documentados pela Organização
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
MELHORIA
Melhoria continua
Rever e atualizar a política e os
objetivos da gestão documental,
assim como os planos
10.2
10.2 a)
10.2 b)
Eficácia do SGDA (políticas de
documentos de arquivo, objetivos dos
documentos de arquivo, resultados da
auditoria, análise de dados, ações
corretivas e preventivas e avaliação
da gestão)
Avaliação de Risco (ver acima –
ações para identificar riscos e
oportunidades)
TOTAL (2 – 2 pontos; => 1 – 1 ponto; <1 - 0)
PONTUAÇÃO TOTAL
61
Conclusão
Tendo sido proposto, no início deste trabalho, o estudo da avaliação de um
Sistema de Informação, de forma a perceber se esse sistema se apresenta em
conformidade e, ao mesmo tempo, garantir que este pode ser melhorado, foram colocadas
três questões que definiram os objetivos principais deste estudo: de que modo avaliar,
quais os requisitos a avaliar e como aferir a conformidade e melhorar o sistema. Assim
se definiu a pergunta de partida: “De que modo e com que requisitos se pode avaliar um
Sistema de Informação, com o objetivo de aferir a conformidade e assegurar a sua
melhoria?”. Esta pergunta foi decomposta em dois objetivos gerais: o primeiro objetivo
foi reconhecer os componentes de um Sistema de Informação e o segundo objetivo foi
saber avaliar um Sistema de Informação.
Foi realizada uma revisão de literatura sobre auditoria de informação, na qual
foram revistos conceitos, como o conceito de sistema de informação e o conceito de
auditoria, tendo sido identificados quatro métodos para a auditoria de informação. A
revisão desses métodos permitiu-nos constatar a existência de semelhanças entre eles,
sobretudo no que diz respeito às fases de desenvolvimento de uma auditoria de
informação. Identificou-se, também, que alguns métodos têm na sua base de construção
outro método desenvolvido anteriormente.
Neste quatro métodos, podemos constatar que, embora por ordem diversa, todos
têm fases de auditoria semelhantes, tendo sido identificadas sete fases essenciais: (1) uma
primeira fase a que chamamos fase de análise do contexto da organização, na qual se
verificam e analisam os aspetos internos e externos da organização; (2) uma segunda fase
denominada fase de compromisso, na qual se pretende que a gestão de topo estabeleça
um compromisso para que a auditoria seja implementada de uma forma efetiva e
demonstrável; (3) uma terceira fase intitulada fase de planeamento, na qual se planeia a
auditoria de forma a definir quais os dados a serem recolhidos; (4) uma quarta fase a que
chamamos fase de análise de recursos, na qual são definidos quais os recursos a auditar,
qual a sua afetação e o seu nível de conhecimento; (5) uma quinta fase chamada fase de
recolha de dados, na qual se recolhem os dados necessários ao cumprimento dos
objetivos da auditoria; e (6) uma sexta fase intitulada fase de análise e avaliação em que
se interpretam os dados recolhidos e a e fase de melhoria em que se formulam
63
recomendações, se identificam oportunidades e problemas a serem corrigidos ou
melhorados.
A revisão de literatura permitiu-nos entender e aprofundar o conhecimento
relativo ao processo de auditoria de informação, dando-nos algumas respostas à pergunta
de partida, respondendo às questões como avaliar, o que avaliar e para quê. Faltava-nos
assegurar que este trabalho cumprisse os objetivos específicos definidos: reconhecer os
componentes de um sistema de avaliação, definindo os recursos, as políticas, os fluxos de
informação, etc.; identificar os requisitos de um Sistema de Informação; e, por fim, definir
um modelo de auditoria de informação.
A revisão de literatura, para além de solidificar os conhecimentos e os conceitos
referentes ao tema, permitiu-nos também identificar, na bibliografia, citações referentes
à norma internacional para a implementação de sistemas de gestão de documentos, a
norma ISO da série 30300. Esta norma deu-nos a resposta às questões em falta, como o
reconhecimento dos componentes de um sistema de avaliação e a identificação dos
requisitos de um Sistema de Informação. A análise e a decomposição desta norma
permitiram-nos comparar as suas fases com as fases identificadas na revisão de literatura,
garantindo uma validação e contribuindo para a definição do modelo de auditoria de
informação.
Em suma, a resposta à pergunta de partida “De que modo e com que requisitos se
pode avaliar um Sistema de Informação, com o objetivo de aferir a conformidade e
assegurar a sua melhoria?” foi obtida com sucesso, visto termos atingido os objetivos
gerais e específicos a que nos tínhamos proposto.
Não tendo como objetivo a aplicação ou a experimentação do modelo num
Sistema de Informação, fica como sugestão para um futuro trabalho de investigação a sua
implementação num Sistema de Informação e a posterior análise.
Sugerimos, ainda, como trabalho futuro, a realização de um modelo que integre
este modelo baseado na norma da série ISO 30300 com outra(s) norma(s) ISO da área da
Ciêncas da Informação.
Concluímos, também, que a produção deste trabalho será importante para o
conhecimento científico da área da Ciência da Informação em Portugal, salientando que,
como se verificou na investigação documental e na literatura, entendemos que o estudo
deste tema ainda não está devidamente aprofundado. Esperamos, assim, que este trabalho
64
seja um bom contributo para o seu desenvolvimento, para que a auditoria de informação
numa organização seja uma realidade posta em prática de forma cíclica e constante.
65
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Presença Total de
na B-on Resultados
Datas
limite
Idioma
1755
1985-2019
Inglês
S
1017
1989-2008
Inglês
10.0
S
454
2005-2019
Inglês
African journal of
library,archives and
information science
10.9
S
586
2004-2019
Inglês
2239-6152
Aib studi
10.0
S
191
2012-2018
Italiano; Inglês;
0360-9081
American archivist
10.0
S
1311
2001-2019
Inglês
1575-2437
Anales de documentación
9.8
S
985
2000-2019
Espanhol; Inglês
Português;
0003-4835
Annals of library science and
documentation
10.0
S
4
2013-2013
Inglês
1389-0166
Archival science
9.8
S
890
2001-2019
Inglês
0318-6954
Archivaria
10.0
S
1079
2003-2019
Inglês; Francês
0003-9535
Archives
10.0
S
1112
2004-2018
Inglês; Francês;
Português;
0157-6895
Archives & manuscripts
10.0
S
2360
2004-2019
Inglês
1042-1467
Archives & museum
informatics
10.0
S
438
1989-1999
Inglês
0730-7187
Art documentation
10.0
S
8029
1982-2019
Inglês
2050-3806
Aslib journal of information
management
11.0
S
702
2014-2019
Inglês
0001-253x
Aslib proceedings
10.0
S
3768
1949-2013
Inglês
0004-8623
Australian academic &
research libraries
10.0
S
3073
1992-2018
Inglês
0898-9575
Auto/biography studies
10.0
S
734
1997-2018
Inglês
0163-9269
Behavioral & social sciences
librarian
10.0
S
1811
1979-2017
Inglês
0006-0941
Bibliofilia
10.0
N
0
11.0
S
9645
1912-2019
Inglês
10.0
N
0
-
-
ISSN4
Título
ICDS
1046-8188
Acm transactions on
information systems
11.0
S
0896-3576
Acquisitions librarian
10.0
0065-2830
Advances in librarianship
0795-4778
0006-128x
0084-7852
Bibliographical society of
america, papers
Bibliographical society of
australia and new zealand.
Bulletin
1302-3217
Bilgi dunyasi
9.8
S
1064
2002-2018
Turco; Inglês
1121-1490
Bollettino aib
10.0
S
1272
2004-2011
Italiano; Espanhol;
Inglês
4
ISSN - International Standard Serial Number
73
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