1ª Edição Digital
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
SES - CCD -IAL
Secretaria de Estado da Saúde
Coordenadoria de Controle de Doenças
Instituto Adolfo Lutz © 2008
Edições anteriores
1ª edição – 1967
Coordenação: Ariosto Büller Souto
Mário Sampaio Mello
2ª edição –1976
Coordenação: A. B. Walkyria H. Lara
Germínio Nazário
Maria Eliza Wohlers de Almeida
Waldomiro Pregnolatto
3ª edição – 1985
Coordenação: Waldomiro Pregnolatto
Neus Sadocco Pascuet
4ª edição – 2005
Coordenação: Odair Zenebon
Neus Sadocco Pascuet
Instituto Adolfo Lutz (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos
/coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea -- São Paulo:
Instituto Adolfo Lutz, 2008
p. 1020
versão eletrônica
1. Análise de alimentos
de saúde pública
SES/CCD/CD 12/08
II - IAL
2. Alimentos / métodos
3. Serviços laboratoriais
CDD 614.028
NLM QU50
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Coordenadores
Odair Zenebon
Neus Sadocco Pascuet
Paulo Tiglea
IV edição
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São Paulo, 2008
IAL - III
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Agradecemos a todos os técnicos que colaboraram nas edições anteriores, desenvolvendo
alguns dos métodos contantes desta edição.
Nosso especial agradecimento a:
Alex Sandro P. Oliveira − Diagramação
Carlos Adalberto de Camargo Sannazzaro - Diretor Geral do Instituto Adolfo Lutz
Célia Maria Pompeo Mome − Ilustrações nos métodos
Cristiano Correa de Azevedo Marques - Apoio Institucional
Fernanda L. Machado − Digitação, revisão editorial, colaboração e bom humor
Galdino Guttmann Bicho - pelo apoio incondicional na publicação e divulgação
Iris Cristina de Moura − Revisão editorial
Laurita Silveira de Brum − Revisão editorial
Maria Auxiliadora Chaves − Apoio logístico
Núcleo de Saúde Ocupacional e Biossegurança − Apoio logístico
Rafael Pascuet − Criação da capa e projeto gráfico
1ª Ed. Digital - 2008
Núcleo de Informação e Tecnologia - NIT /IAL
Paulo Padilha, Mario Medeiro, Valdevi Duarte, Ernesto Figueiredo, Patricia Abreu,
Claudio Zenebon
IV - IAL
IAL - V
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VI - IAL
APRESENTAÇÃO
“A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.”
A
presentar uma obra de tamanho vulto é, sem sombra de dúvida, uma grande
responsabilidade e um imenso prazer. Principalmente por se tratar de uma obra
iniciada em 1967 e que desde seu lançamento teve todos os seus exemplares
esgotados rapidamente, dado o interesse que desperta em profissionais da
indústria, estudantes e profissionais de saúde pública do Brasil e de outros países da
América Latina.
Esta Obra é o resultado da evolução e avanços científicos e tecnológicos,
que refletem na elaboração de novos métodos Analíticos, personificando os esforços
e dedicação dos pesquisadores e técnicos da Divisão de Bromatologia e Química,
elaborada sobre a coordenação do Dr. Odair Zenebon, Neus Sodocco Pascuet e Paulo
Tiglea.
Com todos os avanços científicos e tecnológicos, também não poderia
deixar de ser incorporado o modelo de publicação desta edição, agora na sua versão
digital, disponível gratuitamente no site do Instituto Adolfo Lutz, no momento que
comemoramos os 20 anos da criação do Sistema Único de Saúde - SUS.
São Paulo, 28 de outubro de 2008.
Marta Lopes Salomão
Diretora Geral do IAL
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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VIII - IAL
INTRODUÇÃO
análise bromatológica, dentro do contexto da química analítica aplicada,
desempenha importante papel avaliador da qualidade e segurança dos alimentos. Em determinados momentos, a sua utilização torna-se decisiva
para equacionar e resolver problemas de saúde pública e também para
definir e complementar ações de vigilância sanitária. Atua, também, como coadjuvante nas
inovações tecnológicas de alimentos. Devido à complexidade da sua constituição orgânica, os
alimentos muitas vezes são considerados matrizes difíceis de serem manipuladas; o analista deverá estar devidamente treinado, e somente a experiência apreendida ao longo dos anos poderá
fornecer segurança analítica. Dentre os requisitos essenciais para evidenciar a qualidade de um
trabalho laboratorial e fornecer confiabilidade aos resultados emitidos, a escolha adequada
de metodologia analítica é, sem dúvida nenhuma, de grande relevância. De nada adianta um
laboratório dispor de instalação e equipamentos de ponta, se o método analítico selecionado
não for apropriado.
A
Em razão dos avanços tecnológicos na ciência dos alimentos, tanto nos aspectos
toxicológico como de identidade e qualidade, tornam-se imperativas a necessidade da
modernização e a contínua atualização dos métodos analíticos. Novas técnicas instrumentais,
baseadas em determinados princípios físicos e químicos, freqüentemente são desenvolvidas,
assim como, também, a utilização da biologia molecular, para cada vez mais quantificar
analitos em concentrações muito baixas.
São inúmeros, na literatura científica corrente, os métodos de imunoensaios para
detectar e quantificar níveis de contaminantes químicos e avaliar a autenticidade de
alimentos. Muitas vezes, o laboratório fica incapacitado para acompanhar tão brusca
modernidade. Há necessidade da disposição de métodos alternativos de análises, quando
possível, que estejam ao alcance da maioria dos laboratórios, notadamente, os de saúde
pública. Nem sempre o método que faz uso do equipamento sofisticado e dispendioso
é o mais adequado; às vezes, dependendo do analito e da sua concentração em um dado
alimento, a utilização de metodologia tradicional e de baixo custo torna-se mais eficiente.
Por exemplo, os métodos volumétricos e espectrofotométricos na região do UV/VIS não
devem ser considerados obsoletos e ultrapassados.
Em face à grande dinâmica na atualização da legislação de alimentos no Brasil, principalmente nos últimos anos, e à luz dos novos conhecimentos científicos mundiais, torna-se
IAL - IX
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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inevitável a adequação de metodologia analítica para que os laboratórios possam cumprir as
novas exigências legais. Como, por exemplo, no caso da Portaria nº 518 de 25/03/04, sobre
potabilidade de água para consumo humano, onde as análises de alguns novos parâmetros
de verdadeiro significado para a saúde pública devem ser atendidas. Nos últimos anos, foram publicadas várias resoluções e Decretos a respeito de alimentos, tanto no Ministério da
Agricultura como no da Saúde.
O objetivo primordial do livro de métodos analíticos, elaborado pelo Instituto
Adolfo Lutz, desde as três edições passadas, sempre foi o de fornecer aos analistas de
alimentos metodologia físico-química testada, de confiabilidade e de fácil acesso à
maioria dos laboratórios. Isto resultou do fruto de trabalho e da tradição do Instituto
em análise de alimentos, um dos laboratórios pioneiros, na América Latina, nesta modalidade analítica. São metodologias amplamente testadas e referendadas e com muitas adequações que emergiram, ao longo dos anos, da vivência do seu corpo técnico.
Nesse aspecto, ressaltamos os trabalhos pioneiros de seus dignos mestres, desde
o Laboratório de Análises Bromatológicas, criado em 1892, passando pela criação do
Instituto Adolfo Lutz, em 1940, até a presente data. Tantos foram os colaboradores,
que não vamos mencionar nomes para não incorrer em nenhum esquecimento. A idéia
da publicação do livro foi elaborar um compêndio de métodos físico-químicos implantados e amplamente testados pelo IAL, tornando possível a sua utilização pela rede de
laboratórios de saúde pública.
A IV edição deste livro, agora publicada, inclui métodos tradicionais que ainda
são eficientes e adequados para análise de alimentos, substituição daqueles considerados obsoletos e a implantação de métodos para atender às novas exigências legais
quanto à qualidade e segurança de alimentos. Por exemplo, análises de fibra alimentar, gorduras saturadas e sódio como exigência obrigatória da rotulagem nutricional.
A adição de métodos de determinação de outras micotoxinas, além das aflatoxinas
que constavam da edição anterior, de embalagens para alimentos, de bebidas, de água
potável, entre outras, visam a atender aos desafios da legislação resultante do Mercosul e internalizadas em nosso país.
O método para a determinação de histamina em pescados também foi introduzido por exigência legal. Alguns capítulos da edição anterior foram fundidos por se
tratarem de produtos semelhantes.
Os métodos alternativos apresentados têm o objetivo de oferecer aos analistas a
possibilidade de escolha dos que mais se adaptem às condições de seus laboratórios;
X - IAL
às vezes mais trabalhosos, mas de precisão e exatidão equivalentes aos métodos que
utilizam equipamentos sofisticados; por exemplo, os colorimétricos para a determinação de ferro e cobre, respectivamente, em água e aguardente; os volumétricos, como,
para a determinação de cálcio, como alternativas opcionais viáveis aos laboratórios
que não dispõem de espectrômetro de absorção atômica. A determinação de fósforo
em alimentos, em substituição ao método com ICP OES, poderá ser efetuada por
técnica colorimétrica. Da mesma maneira, a determinação de colesterol em produtos alimentícios com ovos, em substituição ao método Cromatografia líquida de alta
eficiência - CLAE.
Neste livro apresentamos, como novidade em relação à edição anterior, um
capítulo de análise de elementos traços (nutrientes inorgânicos) em alimentos.
O Laboratório de Alimentos, como qualquer outro que realiza análises físicoquímicas, para configurar a confiabilidade de seus resultados, deverá estar engajado em
Programas de Garantia da Qualidade, envolvendo o controle de qualidade analítica e
também a biossegurança. Levando-se em conta que os critérios para seleção e escolha
de uma determinada metodologia analítica estão dentro da contextualização da
qualidade laboratorial, achamos por bem fazer constar neste livro um capítulo sobre
a qualidade.
A conscientização sobre biossegurança, felizmente, está cada vez mais incorporada
nas atividades dos laboratórios analíticos; neste escopo, o nosso objetivo foi o de
apresentar os conceitos básicos de segurança no laboratório, tais como cuidados na
manipulação e descarte de reagentes químicos, principais providências em casos de
acidentes com produtos químicos, entre outros.
Finalizando e com o propósito de brindar os 20 anos da implantação do
SUS, comemorado neste ano, estamos disponibilizando, gratuitamente, na página
eletrônica do Instituto Adolfo Lutz, a IV edição revisada deste livro para que toda
comunidade interessada em análise bromatológica possa ter acesso a esta importante obra.
Odair Zenebon
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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XII - IAL
Sumário
SUMÁRIO
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
GESTÃO DA QUALIDADE LABORATORIAL................................... . .33-62
Apresentação ................................................................................................................................................ 35
Introdução .................................................................................................................... ............. ..............39
Siglas, Sites e Definições ............................................................................................................................... 40
Implantação do Sistema da Qualidade .......................................................................................................... 51
Motivação ................................................................................................................................................... 51
Capacitação .................................................................................................................................................. 52
Pessoal .......................................................................................................................................................... 55
Elaboração dos Documentos da Qualidade................................................................................................... 55
Controle dos Documentos ........................................................................................................................... 56
Treinamento nos documentos da qualidade .................................................................................................. 57
Preparação das unidades organizacionais ....................................................................................... .............. 57
Controle de acesso ........................................................................................................................................ 58
Calibração, controle e manutenção de equipamentos.................................................................................... 58
Apresentação dos resultados...................................................................................................................... ....59
Auditorias internas ....................................................................................................................................... 59
Critérios para qualificação de auditores internos ........................................................................................... 60
Garantia da qualidade dos resultados de ensaio ............................................................................................. 60
Análise crítica pela alta administração ........................................................................................................... 61
Referências bibliográficas .............................................................................................................................. 62
CAPÍTULO II
GENERALIDADES................................................................................ .63-72
Grandezas, unidades e símbolos ................................................................................................................... 65
Fatores, prefixos e símbolos .......................................................................................................................... 66
Tabela periódica dos elementos..................................................................................................................... 66
Características de concentração de alguns reagentes ...................................................................................... 70
Siglas ............................................................................................................................................................ 71
Referências bibliográficas .............................................................................................................................. 72
CAPÍTULO III
COLHEITA DE AMOSTRAS................................................................ .73-82
Amostragem para análise fiscal e de controle ................................................................................................. 76
Acondicionamento ....................................................................................................................................... 76
Lacração ....................................................................................................................................................... 77
Rotulagem .................................................................................................................................................... 77
Transporte .................................................................................................................................................... 77
Termo de colheita ......................................................................................................................................... 77
Colheita de amostras de produtos não homogêneos em grandes estoques ..................................................... 78
Conduta para obtenção da amostra de produtos pré-embalados.................................................................... 79
Colheita de água para determinações físico-químicas gerais .......................................................................... 80
Colheita e preservação de amostra de água para a determinação de metais totais ........................................... 80
IAL - XIII
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Colheita e preservação de amostra de água para a determinação de solventes orgânicos................................. 81
Colheita e preservação de amostra de água para determinação de agrotóxicos ............................................... 81
Referências bibliográficas .............................................................................................................................. 81
CAPÍTULO IV
PROCEDIMENTOS E DETERMINAÇÕES GERAIS...................... . .83-158
Pré-tratamento da amostra ........................................................................................................................... 85
Inspeção da amostra ..................................................................................................................................... 85
Preparo da amostra para análise .................................................................................................................... 86
001/IV Determinação de espaço livre – Recipiente de forma regular ............................................................ 86
002/IV Determinação de espaço livre – Recipiente de forma irregular .......................................................... 87
003/IV Sólidos drenados em relação ao peso total ........................................................................................ 88
004/IV Reação para gás sulfídrico – Prova de Éber ....................................................................................... 88
005/IV Reação para amônia – Prova de Éber ............................................................................................... 90
006/IV Ponto de fusão – Substâncias facilmente reduzíveis a pó ................................................................... 91
007/IV Ponto de fusão – Substâncias não facilmente reduzíveis a pó ............................................................ 92
008/IV Ponto de fusão com aparelho elétrico .............................................................................................. 93
009/IV Ponto de congelamento .................................................................................................................... 93
010/IV Índice de refração....................................................................................................... ................ ......94
011/IV Densidade ....................................................................................................................................... 97
012/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem direta em estufa a 105ºC............................................... 98
013/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem em estufa a vácuo .......................................................... 99
014/IV Perda por dessecação (umidade) – Determinação pelo método Karl Fischer ..................................... 99
015/IV Resíduo Seco .................................................................................................................................. 102
016/IV Acidez ............................................................................................................................................ 103
017/IV Determinação eletrométrica do pH ............................................................................................... 104
018/IV Resíduo por incineração – Cinzas................................................................................................... 105
019/IV Cinzas sulfatizadas ......................................................................................................................... 106
020/IV Cinzas insolúveis em água .............................................................................................................. 107
021/IV Cinzas solúveis em água ................................................................................................................. 108
022/IV Alcalinidade das cinzas insolúveis em água ..................................................................................... 108
023/IV Alcalinidade das cinzas solúveis em água ........................................................................................ 109
024/IV Cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10% v/v ............................................................................ 109
025/IV Cinzas solúveis em ácido clorídrico a 10% v/v ............................................................................... 110
026/IV Sulfatos pelo método gravimétrico ................................................................................................. 110
027/IV Sulfatos por titulação com EDTA .................................................................................................. 111
028/IV Cloretos por volumetria ................................................................................................................. 112
029/IV Cloretos por potenciometria .......................................................................................................... 114
030/IV Fosfatos por titulação ..................................................................................................................... 114
031/IV Fosfatos por espectrofotometria...................................................................................................... 115
Lipídios ..................................................................................................................................................... 116
032/IV Lipídios ou extrato etéreo – Extração direta em Soxhlet ................................................................. 117
033/IV Lipídios ou extrato etéreo com hidrólise ácida prévia – Método A .................................................. 118
034/IV Lipídios ou extrato etéreo com hidrólise ácida prévia – Método B .................................................. 119
035/IV Extrato alcoólico ........................................................................................................................... 121
Protídios .................................................................................................................................................... 122
036/IV Protídios – Método de Kjeldahl clássico ......................................................................................... 123
037/IV Protídios – Método de Kjeldahl modificado ................................................................................... 124
Glicídios .................................................................................................................................................... 125
XIV - IAL
Sumário
038/IV Glicídios redutores em glicose ........................................................................................................ 126
039/IV Glicídios não-redutores em sacarose .............................................................................................. 127
040/IV Glicídios totais em glicose .............................................................................................................. 129
041/IV Glicídios por cromatografia descendente em papel – Prova qualitativa ........................................... 130
042/IV Glicídios por cromatografia circular em papel - Prova qualitativa ................................................... 132
043/IV Amido ........................................................................................................................................... 133
Fibras ........................................................................................................................................................ 135
044/IV Fibra bruta ..................................................................................................................................... 136
045/IV Fibra alimentar total – Método enzimático-gravimétrico ................................................................ 137
046/IV Fibra alimentar solúvel e insolúvel – Método enzimático-gravimétrico .......................................... 139
047/IV Pectinas – Prova qualitativa ............................................................................................................ 140
048/IV Pectinas – Determinação por gravimetria ....................................................................................... 140
049/IV Dióxido de enxofre – Prova qualitativa ........................................................................................... 142
050/IV Dióxido de enxofre – Método quantitativo de Monier-Williams............. ............. ..........................143
051/IV Corantes artificiais orgânicos – Prova qualitativa ........................................................................... 144
052/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa ............................................................................ 146
053IV Determinação da composição de ácidos graxos saturados e insaturados por cromatografia em fase
gasosa ....................................................................................................................................................... 148
054/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 1 .......................................................... 154
055/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 2 .......................................................... 156
056/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 3 .......................................................... 157
057/IV Pesquisa de compostos voláteis por cromatografia em fase gasosa com detector de massas e
técnica de headspace................................... ............................................................... .....................158
CAPÍTULO V
ADITIVOS...... .....................................................................................161-278
Aditivos ...................................................................................................................................................... 163
Acidulantes/Reguladores de acidez.............................................................................................................. 164
Antioxidantes ............................................................................................................................................. 164
Aromatizantes ............................................................................................................................................ 164
Conservadores ............................................................................................................................................ 164
Corantes ..................................................................................................................................................... 165
Edulcorantes .............................................................................................................................................. 165
Gomas........................................................................................................................................................ 165
Espessantes ................................................................................................................................................. 165
Geleificantes ............................................................................................................................................... 165
Estabilizantes .............................................................................................................................................. 166
Emulsificantes ............................................................................................................................................ 166
058/IV Acidulantes – Identificação de ácido cítrico, láctico e tartárico por cromatografia em papel ............ 166
059/IV Acidulantes – Identificação de ácido cítrico .................................................................................... 167
060/IV Acidulantes – Quantificação de ácido cítrico .................................................................................. 168
061/IV Antioxidantes – Titulação de ácido ascórbico e isômeros com solução de iodo ............................... 169
062/IV Antioxidantes – Determinação de ácido ascórbico e isômeros pelo método de Tillman´s................ 170
063/IV Antioxidantes – Titulação de ácido ascórbico e isômeros com solução de iodo na presença de
polissorbato 80 ........................................................................................................................................... 171
064/IV Antioxidantes – Identificação de ácido ascórbico por redução da solução de Fehling ..................... 172
065/IV Antioxidantes – Identificação de ácido ascórbico por redução de solução de Tillmans ................... 173
066/IV Antioxidantes – Identificação de ácido ascórbico pela reação com bicarbonato de sódio e sulfato
ferroso ............................................................................................................................................ 174
IAL - XV
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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067/IV Antioxidantes – Determinação de butil-hidroxianisol (BHA) ......................................................... 174
068/IV Antioxidantes – Identificação de butil-hidroxianisol (BHA) ........................................................... 176
069/IV Antioxidantes – Determinação de butil hidroxitolueno (BHT) ...................................................... 177
070/IV Antioxidantes – Identificação de butil hidroxitolueno (BHT) ........................................................ 178
071/IV Antioxidantes – Identificação de galatos ......................................................................................... 179
072/IV Aromatizantes – Identificação e quantificação ................................................................................ 180
073/IV Aromatizantes – Teor alcoólico a 20°C ........................................................................................... 181
074/IV Aromatizantes – Identificação de óleos essenciais............................................................................ 181
075/IV Aromatizantes – Quantificação dos óleos essenciais ........................................................................ 182
076/IV Aromatizantes – Rotação óptica a 20°C.......................................................................................... 183
077/IV Aromatizantes – Índice de refração a 20°C ..................................................................................... 183
078/IV Aromatizantes – Densidade relativa a (20/20)°C ............................................................................ 184
079/IV Aromatizantes – Vanilina e correlatos ............................................................................................ 185
080/IV Conservadores – Determinação espectrofotométrica simultânea de nitrito e nitrato ...................... 186
081/IV Conservadores – Determinação de nitrato após redução em coluna de cádmio e de nitrito ........... 187
082/IV Conservadores – Determinação de propionatos.............................................................................. 188
083/IV Conservadores – Identificação de ácido sórbico e sorbatos .............................................................. 189
084/IV Conservadores – Determinação de ácido sórbico e sorbatos por espectrofotometria no UV ........... 191
085/IV Conservadores – Determinação de ácido sórbico e sorbatos por espectrofotometria no visível ............
................................................................................................................................................................... 192
086/IV Corantes artificiais – Identificação por cromatografia em papel ...................................................... 194
087/IV Corantes artificiais – Identificação por espectrofotometria.............................................................. 196
088/IV Corantes artificiais – Quantificação por espectrofotometria ............................................................ 196
089/IV Corantes artificiais – Quantificação por titulação com cloreto de titânio ........................................ 198
090/IV Corantes artificiais – Determinação de eritrosina por gravimetria ................................................... 201
091/IV Corantes artificiais – Determinação de substâncias insolúveis em água ........................................... 202
092/IV Corantes artificiais – Determinação de substâncias voláteis a 135°C ............................................... 203
093/IV Corantes artificiais – Determinação de sulfatos .............................................................................. 204
094/IV Corantes artificiais – Determinação de cloretos .............................................................................. 205
095/IV Corantes artificiais – Determinação de corantes subsidiários .......................................................... 205
096/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de amarelo crepúsculo e bordeaux S.. 207
097/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de indigotina e bordeaux S .............. 209
098/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de tartrazina, bordeaux S, indigotina
e azul brilhante................................. ....................................................................... ......................210
099/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de tartrazina, indigotina e azul
brilhante......................................................................................................................................... 211
100/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de tartrazina e amarelo crepúsculo .... 212
101/IV Teobromina e cafeína – Determinação por cromatografia líquida de alta eficiência ......................... 213
102/IV Corantes naturais – Identificação de antocianinas de cascas de uva por espectrofotometria ............. 215
103/IV Corantes naturais – Determinação da intensidade de cor em enocianinas por espectrofotometria.. 216
104/IV Corantes naturais – Identificação de carmim de cochonilha .......................................................... 217
105/IV Corantes naturais – Determinação de ácido carmínico em carmim de cochonilha .......................... 219
106/IV Corantes naturais – Identificação de cúrcuma ................................................................................ 219
107/IV Corantes naturais – Determinação do teor de curcumina na cúrcuma ............................................ 220
108/IV Corantes naturais – Identificação de curcumina ............................................................................ 221
109/IV Corantes naturais – Identificação de curcumina por cromatografia em camada delgada .................. 222
110/IV Corantes naturais – Determinação do teor de curcumina ............................................................... 223
111/IV Corantes naturais – Identificação de urucum lipossolúvel............................................................... 223
XVI - IAL
Sumário
112/IV Corantes naturais – Determinação do teor de bixina ...................................................................... 225
113/IV Corantes naturais –Identificação do urucum hidrossolúvel ............................................................. 226
114/IV Corantes naturais – Determinação do teor de norbixina................................................................. 227
115/IV Corantes naturais – Identificação de corante caramelo ................................................................... 228
116/IV Corante caramelo processo amônio – Determinação da intensidade de cor .................................... 229
117/IV Corante caramelo processo amônio – Determinação de sólidos ...................................................... 230
118/IV Corante caramelo processo amônio – Determinação do 4-metilimidazol (MEI) ............................. 231
119/IV Corante caramelo processo sulfito/amônio – Determinação da intensidade de cor ......................... 233
120/IV Corante caramelo processo sulfito/amônio – Determinação de sólidos ........................................... 234
121/IV Corante caramelo processo sulfito/amônio – Determinação do 4-metilimidazol (MEI) .................. 234
122/IV Corantes naturais – Identificação de beta-caroteno ....................................................................... 234
123/IV Carotenóides lipossolúveis (preparações a 30%) – Determinação do teor de beta-caroteno............. 235
124/IV Carotenóides hidromiscíveis (preparações com 10%) – Determinação do teor de beta-caroteno..... 236
125/IV Edulcorantes – Determinação de acesulfame-K por cromatografia líquida de alta eficiência ........... 237
126/IV Edulcorantes – Determinação de aspartame por cromatografia líquida de alta eficiência................. 238
127/IV Edulcorantes – Determinação de ciclamatos................................................................................... 240
128/IV Edulcorantes – Determinação de esteviosídeo por cromatografia líquida de alta eficiência .............. 240
129/IV Edulcorantes – Determinação de polióis (manitol e sorbitol) por cromatografia líquida de alta
eficiência ....................................................................................................................................... 242
130/IV Edulcorantes – Determinação de sacarina por cromatografia líquida de alta eficiência .................. 243
131/IV Edulcorantes – Determinação de sucralose por cromatografia líquida de alta eficiência ................. 245
132/IV Espessantes – Extração de gomas em alimentos .............................................................................. 246
133/IV Espessantes – Extração de gomas em formulações de aditivos ......................................................... 247
134/IV Espessantes – Identificação de goma guar ...................................................................................... 247
135/IV Espessantes – Identificação de goma carragena (musgo irlandês) .................................................... 248
136/IV Espessantes – Identificação de goma arábica (acácia) ...................................................................... 249
137/IV Espessantes – Identificação de alginato de sódio ............................................................................. 250
138/IV Espessantes – Identificação de goma Konjak .................................................................................. 251
139/IV Espessantes – Identificação de agar-agar ......................................................................................... 252
140/IV Espessantes – Identificação de goma jataí ....................................................................................... 253
141/IV Espessantes – Identificação de carboximetilcelulose ........................................................................ 253
142/IV Espessantes – Identificação de pectina ............................................................................................ 254
143/IV Espessantes – Identificação de goma xantana .................................................................................. 255
144/IV Estabilizantes – Determinação de fosfatos, em P2O5, por gravimetria ............................................ 256
145/IV Estabilizantes – Determinação de fosfatos, em P2O5, por espectrofotometria ................................. 258
146/IV Estabilizantes – Determinação de fluoretos em fosfatos por potenciometria .................................. 259
147/IV Estabilizantes – Determinação de mono e diglicerídios e glicerol livre ............................................ 262
148/IV Realçador de sabor – Identificação de glutamato de sódio .............................................................. 264
149/IV Identificação de bromatos pelo método direto ................................................................................ 265
150/IV Identificação de bromatos pelo método indireto com o reativo fucsina-bissulfito............................ 266
151/IV Identificação de bromatos por método indireto com fluoresceína .................................................. 267
152/IV Determinação de arsênio em aditivos ............................................................................................. 268
153/IV Determinação de benzo(a)pireno em aromas de fumaça e alimentos defumados .......................... 273
CAPÍTULO VI
ANÁLISE SENSORIAL.......................................................................279-320
Análise sensorial.................................................................................................................................. ......281
Visão........................................................................................................................................... ...............281
Olfato........................................................................................................................ ............... .................281
IAL - XVII
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Audição.................................................................................................................... ............... ................. 282
Tato........................................................................................................................... ............... .................282
Gosto......................................................................................................................... ................ ................282
Preparo e apresentação de amostras ......................................................................................................... 283
Formação da equipe sensorial .................................................................................................................. 284
Características sensoriais .......................................................................................................................... 285
154/IV Análise das características sensoriais ............................................................................................... 290
Testes discriminativos ............................................................................................................................... 290
155/IV Testes discriminativos – Teste triangular ........................................................................................ 291
156/IV Testes discriminativos – Teste duo-trio .......................................................................................... 294
157/IV Testes discriminativos – Teste de ordenação ................................................................................... 296
158/IV Testes discriminativos – Teste de comparação pareada ................................................................... 300
159/IV Testes discriminativos – Teste de comparação múltipla .................................................................. 302
160/IV Testes com escalas .......................................................................................................................... 307
Testes sensoriais descritivos ....................................................................................................................... 309
161/IV Testes descritivos – Perfil de sabor ................................................................................................. 310
162/IV Testes descritivos – Perfil de textura ............................................................................................... 311
163/IV Testes descritivos – Análise descritiva quantitativa .......................................................................... 311
Testes afetivos ............................................................................................................................................ 314
164/IV Testes afetivos – Testes de preferência ............................................................................................ 314
165/IV Testes afetivos – Testes de aceitação por escala hedônica ................................................................ 315
166/IV Testes afetivos – Testes de aceitação por escala do ideal ................................... ...................... .........316
167/IV Testes afetivos – Testes de escala de atitude ou de intenção ........................................................... 317
Referências bibliográficas ............................................................................................................................ 318
CAPÍTULO VII AÇÚCARES E PRODUTOS CORRELATOS..................................... 321-343
Açúcares e produtos correlatos .................................................................................................................... 323
168/IV Preparação da amostra de açúcares para análise............................................................................... 325
169/IV Açúcares – Sacarose por desvio polarimétrico direto ....................................................................... 325
170/IV Açúcares – Determinação da cor ICUMSA .................................................................................... 327
171/IV Açúcares – Determinação da umidade por secagem à pressão atmosférica....................................... 329
172/IV Açúcares – Determinação de anidrido sulfuroso pelo método modificado de Monier-Williams ...... 330
173/IV Méis – Determinação da umidade por refratometria ...................................................................... 330
174/IV Méis – Determinação da acidez livre, lactônica e total .................................................................. 332
175/IV Méis – Determinação de hidroximetifurfural ................................................................................ 333
176/IV Méis – Determinação de açúcares redutores pelo método A ........................................................... 335
177/IV Méis – Determinação de açúcares redutores pelo método B ........................................................... 337
178/IV Méis – Determinação de sacarose aparente pelo método A ............................................................ 337
179/IV Méis – Determinação de sacarose aparente pelo método B ............................................................. 338
180/IV Méis – Determinação de sólidos insolúveis em água por gravimetria .............................................. 338
181/IV Méis – Determinação da atividade diastásica .................................................................................. 339
182/IV Méis – Reação de Lund .................................................................................................................. 341
183/IV Méis – Reação de Fiehe .................................................................................................................. 342
184/IV Méis – Reações de Lugol ................................................................................................................ 343
CAPÍTULO VIII ÁGUAS.................................................................................................345-404
Águas ......................................................................................................................................................... 347
XVIII - IAL
Sumário
185/IV Determinação de dureza................................................................................................................. 347
186/IV Determinação de dureza de carbonatos e de não carbonatos ........................................................... 349
187/IV Determinação da alcalinidade total por método volumétrico com indicador visual......................... 349
188/IV Determinação de amônia por método potenciométrico .................................................................. 352
189/IV Determinação de amônia por método espectrofotométrico ............................................................ 353
190/IV Determinação de cloreto ............................................................................................................... 355
191/IV Determinação da cor pelo método de comparação óptica por via instrumental .............................. 357
192/IV Determinação de ferro .................................................................................................................. 358
193/IV Determinação de fluoreto pelo método colorimétrico ................................................................... 361
194/IV Determinação de fluoreto pelo método potenciométrico ............................................................... 364
195/IV Determinação de nitrato pelo método espectrofotométrico na região do ultravioleta ..................... 366
196/IV Determinação de nitrato pelo método espectrofotométrico com desenvolvimento de cor .............. 367
197/IV Determinação de nitrIto pelo método espectrofotométrico com desenvolvimento de cor ............... 370
198/IV Determinação de nitrogênio albuminóide ..................................................................................... 372
199/IV Determinação do oxigênio consumido em meio ácido .................................................................. 373
200/IV Determinação de sódio e potássio ................................................................................................. 375
201/IV Determinação do pH ..................................................................................................................... 377
202/IV Determinação de sólidos totais secos a (103-105)°C....................................................................... 379
203/IV Determinação de sólidos dissolvidos, secos a 180°C, pelo método gravimétrico ............................ 381
204/IV Determinação de sólidos dissolvidos, secos a 180°C, pelo método condutivimétrico ..................... 382
205/IV Determinação da turbidez pelo método nefelométrico ................................................................... 383
206/IV Determinação da turbidez pelo método turbidimétrico .................................................................. 385
207/IV Determinação de resíduos de pesticidas e bifenilas policloradas pelo método multrresíduo ........... 386
208/IV Determinação de arsênio total por espectrometria de absorção atômica com gerador de hidretos .. 391
209/IV Determinação de metais totais por espectrometria de emissão atômica com plasma de argônio
indutivamente acoplado ............................................................................................................... 394
210/IV Determinação de metais totais por espectrometria de absorção atômica com chama ...................... 395
211/IV Determinação de mercúrio total por espectrometria de absorção atômica com gerador de vapor frio ..........398
212/IV Determinação de metais totais por espectrometria de absorção atômica com forno de grafite ............
................................................................................................................................................................... 400
213/IV Identificação de cianeto – Prova de Pertusi-Gastaldi ....................................................................... 402
214/IV Determinação de sulfatos .............................................................................................................. 402
CAPÍTULO IX ... BEBIDAS ALCOÓLICAS....................................................................405-460
Bebidas alcoólicas ..................................................................................................................................... 407
215/IV Bebidas fermento-destiladas – Densidade relativa a 20ºC/20ºC com picnômetro.......................... 407
216/IV Bebidas fermento-destiladas – Densidade relativa a 20ºC/20ºC com densímetro de leitura direta ......
408
217/IV Bebidas fermento-destiladas – Álcool em volume a 20ºC ou grau alcoólico real ............................. 409
218/IV Bebidas fermento-destiladas – Extrato seco ou resíduo seco ............................................................ 415
219/IV Bebidas fermento-destiladas – Glicídios totais em sacarose ............................................................. 416
220/IV Bebidas fermento-destiladas – Componentes secundários............................................................... 417
221/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação da acidez total .......................................................... 417
222/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação da acidez fixa ............................................................ 418
223/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de ácidos voláteis por diferença ............................... 419
224/IV Bebidas fermento-destiladas – Ésteres totais .................................................................................. 420
IAL - XIX
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
225/IV Bebidas fermento-destiladas – Aldeídos totais ............................................................................... 421
226/IV Bebidas fermento-destiladas – Furfural........................................................................................... 423
227/IV Bebidas fermento – destiladas – Metanol ....................................................................................... 432
228/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de metanol e componentes secundários .................. 434
229/IV Bebidas fermento – destiladas – Determinação de carbamato de etila ou uretana por cromatografia
a gás e detecção por espectrometria de massa .................................................................................. 439
230/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de cobre .................................................................. 440
Bebidas fermentadas.............................................................................................................................. .. 441
231/IV Bebidas fermentadas – Exame preliminar de vinhos ...................................................................... 442
232/IV Bebidas fermentadas – Preparação da amostra de vinhos .............................................................. 442
233/IV Vinhos – Álcool em volume ou grau alcoólico............................................................................... 442
234/IV Vinhos – Álcool em peso............................................................................................................... 443
235/IV Vinhos – Acidez total .................................................................................................................... 444
236/IV Vinhos – Acidez volátil ................................................................................................................. 444
237/IV Vinhos – Acidez fixa...................................................................................................................... 445
238/IV Vinhos – Extrato seco .................................................................................................................. 445
239/IV Bebidas fermentadas – Açúcares redutores em glicose ..................................................................... 449
240/IV Bebidas fermentadas – Açúcares não redutores em sacarose ............................................................ 450
241/IV Bebidas fermentadas – Sulfatos pelo método aproximativo de Marty.............................................. 450
242/IV Bebidas fermentadas – Extrato seco reduzido ................................................................................. 452
243/IV Vinhos – Relação entre álcool em peso e extrato seco reduzido ...................................................... 452
244/IV Bebidas fermentadas – Metanol ..................................................................................................... 452
245/IV Cervejas – Preparação da amostra .................................................................................................. 453
246/IV Cervejas – Álcool em volume a 20ºC .......................................................................................... 453
247/IV Cervejas – Álcool em peso .............................................................................................................. 454
248/IV Cervejas – Extrato real pelo método 1 ........................................................................................... 455
249/IV Cervejas – Extrato real pelo método 2 ........................................................................................... 456
250/IV Cervejas – Extrato aparente ........................................................................................................... 459
251/IV Cervejas – Extrato primitivo ou original......................................................................................... 460
Bebidas alcoólicas por mistura ................................................................................................................. 460
CAPÍTULO X
BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS..........................................................461-475
Bebidas não alcoólicas....................................................................................................... ................ .......463
252/IV Determinação de dióxido de carbono em refrigerantes ................................................................... 464
253/IV Determinação de acidez total ........................................................................................................ 464
254/IV Determinação de cafeína por método espectrofotométrico ............................................................. 465
255/IV Determinação de tanino ................................................................................................................ 467
256/IV Determinação de quinina pelo método espectrofotométrico .......................................................... 469
257/IV Determinação de acessulfame K, sacarina e aspartame, ácidos benzóico e sórbico e cafeína por
cromatografia líquida de alta eficiência .......................................................................................... 470
258/IV Determinação de ciclohexilsulfamato (sais de ciclamato) em bebidas dietéticas e de baixa caloria
pelo método gravimétrico .............................................................................................................. 472
259/IV Determinação do resíduo seco pelo método gravimétrico ............................................................... 473
260/IV Determinação de glicídios redutores em glicose .............................................................................. 473
261/IV Determinação de glicídios não redutores em sacarose ..................................................................... 474
262/IV Corantes orgânicos artificiais – Análise qualitativa......................................................................... 474
CAPÍTULO XI
XX - IAL
CACAU E CHOCOLATE...................................................................477-483
Sumário
Cacau ........................................................................................................................................................ 479
Chocolate e produtos à base de chocolate ................................................................................................. 479
263/IV Determinação de lipídios com hidrólise prévia ............................................................................... 479
264/IV Pesquisa de gorduras estranhas em chocolate .................................................................................. 481
CAPÍTULO XII CAFÉ, CHÁ E DERIVADOS............................................................. .485-498
Café ........................................................................................................................................................... 487
265/IV Café – Extrato aquoso .................................................................................................................... 487
266/IV Café – Determinação de cafeína pelo método espectrofotométrico ................................................. 488
Infusão do café .......................................................................................................................................... 490
267/IV Infusão do café – Determinação do resíduo seco ............................................................................ 490
268/IV Infusão do café – Determinação de cinzas ...................................................................................... 491
269/IV Infusão do café – Determinação de lipídios ................................................................................... 491
270/IV Infusão do café – Determinação de protídios ................................................................................. 491
Café solúvel ............................................................................................................................................... 491
271/IV Café solúvel – Determinação do pH ............................................................................................ 492
272/IV Café solúvel – Determinação de cafeína ...................................................................................... 492
273/IV Café solúvel – Determinação de glicídios redutores e não redutores em glicose ............................. 492
Café solúvel preparado ............................................................................................................................. 496
274/IV Café solúvel preparado – Determinação do resíduo seco................................................................. 496
Chá ............................................................................................................................................................ 496
Infusão do chá ........................................................................................................................................... 497
Mate .......................................................................................................................................................... 497
275/IV Mate – Determinação de cafeína .................................................................................................... 497
Infusão do mate ........................................................................................................................................ 497
Mate solúvel .............................................................................................................................................. 497
Mate solúvel preparado ............................................................................................................................ 498
CAPÍTULO XIII CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS.......................................... .....499-531
Carnes ..................................................................................................................................................... 501
Preparo da amostra ..................................................................................................................................... 502
Características sensoriais ............................................................................................................................. 503
276/IV Prova de cocção .............................................................................................................................. 504
277/IV Prova para sulfito com verde de malaquita...................................................................................... 504
278/IV Prova para nitritos .......................................................................................................................... 505
Produtos cárneos ....................................................................................................................................... 506
279/IV Reação de Kreis .............................................................................................................................. 507
280/IV Prova para formaldeído .................................................................................................................. 508
281/IV Determinação espectrofotométrica de amido.................................................................................. 509
282/IV Determinação espectrofotométrica de hidroxiprolina ..................................................................... 512
283/IV Determinação espectrofotométrica de nitritos ................................................................................ 515
284/IV Determinação espectrofotométrica de nitratos................................................................................ 517
285/IV Determinação de proteínas de soja pelo método ELISA ................................................................. 522
CAPÍTULO XIV
EMBALAGENS E EQUIPAMENTOS EM CONTATO COM ALIMENTO................ 533-566
Embalagens e equipamento em contato com alimentos ........................................................................... 535
Terminologia ............................................................................................................................................ 537
IAL - XXI
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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286/IV Embalagens e equipamentos – Classificação dos alimentos ............................................................ 538
287/IV Embalagens e equipamentos – Seleção dos simulantes de alimentos ............................................... 540
288/IV Embalagens e equipamentos – Condições dos ensaios de migração ................................................ 541
289/IV Embalagens plásticas – Preparo das amostras .................................................................................. 542
290/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração total com simulantes aquosos e n- heptano ............
................................................................................................................................................................... 545
291/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração total com n-heptano após extração com ..............
clorofórmio ................................................................................................................................................ 547
292/IV Embalagens plásticas – Determinação de metais em corantes e pigmentos...................................... 548
293/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração de corantes e pigmentos .................................. 549
294/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração específica de metais e outros elementos ............ 549
295/IV Embalagens de vidro e cerâmica – Determinação da migração global ............................................. 550
296/IV Embalagens de vidro e cerâmica – Determinação da migração específica de metais pesados........... 551
297/IV Embalagens metálicas – Determinação da migração global ............................................................. 553
298/IV Embalagens metálicas – Resíduo solúvel em clorofórmio corrigido ................................................ 553
299/IV Embalagens metálicas – Resíduo solúvel em clorofórmio corrigido para zinco ................................ 554
300/IV Embalagens metálicas – Determinação da migração específica de metais em embalagens de folhas de
flandres....................................................................................................................................................... 555
301/IV Embalagens celulósicas – Determinação da migração global ........................................................... 556
302IV Embalagens celulósicas – Extração em materiais contendo pigmentos minerais ............................... 558
303/IV Embalagens celulósicas – Extração em materiais revestidos ou tratados superficialmente com
parafinas e/ou laminados ............................................................................................................... 559
304/IV Embalagens celulósicas – Determinação do resíduo solúvel em clorofórmio ................................... 560
305/IV Embalagens celulósicas – Determinação do resíduo solúvel em clorofórmio corrigido para zinco .......
561
306/IV Embalagens celulósicas – Determinação do resíduo solúvel em clorofórmio corrigido para ceras, .......
vaselinas e óleos minerais ............................................................................................................................ 562
0307/IV Embalagens elastoméricas – Determinação de ditiocarbamatos, tiouramas e xantogenatos ........... 565
CAPÍTULO XV CONSERVAS VEGETAIS, FRUTAS E PRUDUTOS DE FRUTAS....... 567-587
Conservas vegetais..................................................................................................................................... 569
Preparo das amostras de conservas vegetais ................................................................................................. 570
Frutas e derivados ....................................................................................................................................... 570
Preparo das amostras de produtos de frutas................................................................................................. 573
308/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação do peso das frutas drenadas ........................................ 573
309/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da umidade em frutas secas em estufa a vácuo .......... 574
310/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da acidez titulável por volumetria com indicador ............
................................................................................................................................................................... 575
311/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da acidez titulável por volumetria potenciométrica.........
576
312/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da acidez titulável em ácido orgânico ...................... 577
313/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação dos sólidos totais ....................................................... 578
314/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação dos sólidos insolúveis em água ................................... 579
315/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação dos sólidos solúveis por refratometria ....................... 579
316/IV Frutas e produtos de frutas – Relação Brix/acidez total para sucos .................................................. 582
317/IV Coco ralado – Determinação da acidez titulável ........................................................................... 582
318/IV Coco ralado – Determinação de glicídios redutores em glicose ...................................................... 583
319/IV Coco ralado – Determinação de glicídios não redutores em sacarose ............................................. 584
XXII - IAL
Sumário
320/IV Leite de coco – Determinação da acidez titulável .......................................................................... 586
321/IV Leite de coco – Determinação de lipídios pelo método de Soxhlet ................................................ 586
322/IV Leite de coco – Determinação de lipídios pelo método de Gerber ................................................ 586
323/IV Leite de coco – Determinação de glicídios redutores em glicose .................................................... 587
324/IV Leite de coco – Determinação de glicídios não redutores em sacarose ............................................ 587
CAPÍTULO XVI ÓLEOS E GORDURAS ......................................................................589-625
Óleos e gorduras ........................................................................................................................................ 591
325/IV Determinação da acidez ................................................................................................................ 591
326/IV Determinação do índice de peróxido .............................................................................................. 593
327/IV Determinação do índice de refração .............................................................................................. 594
328/IV Determinação do índice de saponificação ....................................................................................... 596
329/IV Determinação do índice de iodo pelo método de Wijs ................................................................... 597
330/IV Determinação do índice de iodo por cálculo .................................................................................. 599
331/IV Determinação do índice de Bellier ................................................................................................ 599
332/IV Determinação do ponto de fusão ................................................................................................... 600
333/IV Reação de Kreis .............................................................................................................................. 601
334/IV Determinação de umidade e matéria volátil................................................................................... 602
335/IV Determinação de impurezas insolúveis em éter............................................................................. 603
336/IV Determinação de resíduo de por incineração (cinzas) ..................................................................... 604
337/IV Determinação da densidade relativa ............................................................................................... 605
338/IV Teste do frio ................................................................................................................................... 605
339/IV Determinação de matéria insaponificável ....................................................................................... 606
340/IV Prova de Halphen-Gastaldi ............................................................................................................ 608
341/IV Prova de Holde ............................................................................................................................. 609
342/IV Prova de Villavecchia-Fabris .......................................................................................................... 610
343/IV Determinação da extinção específica por absorção na região do ultravioleta.................................... 610
344/IV Análise por cromatografia em fase gasosa dos ésteres metílicos de ácidos graxos ............................ 613
345/IV Determinação de tocoferóis e tocotrienóis por cromatografia líquida de alta eficiência ................. 621
346/IV Determinação de tocoferóis e tocotrienóis por cromatografia líquida de alta eficiência em
produtos processados contendo ésteres de tocoferóis ...................................................................... 624
CAPÍTULO XVII
OVOS E PRODUTOS DE OVOS..................................................627-631
Ovos e produtos de ovos ............................................................................................................................ 629
Ovo desidratado........................................................................................................................................ 629
347/IV Prova da solubilidade ..................................................................................................................... 629
348/IV Determinação dos sólidos da gema do ovo ..................................................................................... 630
CAPÍTULO XVIII PESCADOS E DERIVADOS..........................................................633-643
Pescados e derivados ................................................................................................................................. 635
349/IV Reação de Éber para gás sulfídrico .................................................................................................. 635
350/IV Determinação do pH ..................................................................................................................... 636
351/IV Determinação de bases voláteis totais ............................................................................................ 633
352/IV Determinação de histamina por espectrofluorimetria ................................................................... 637
353/IV Determinação de lipídios totais pelo método de Bligh-Dayer modificado....................................... 640
354/IV Determinação de lipídios totais pelo método de Folch ................................................................... 642
Conservas de pescado ................................................................................................................................ 643
CAPÍTULO XIX VITAMINAS......................................................................................645-682
IAL - XXIII
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
0355/IV Determinação de carotenóides em produtos naturais.................................................................... 647
0356/IV Determinação de ß-Caroteno em massas alimentícias................................................................... 650
0357/IV Determinação de vitamina A em alimentos .................................................................................. 652
0358/IV Determinação de vitamina A em matéria-prima ........................................................................... 654
0359/IV Determinação de vitamina B1 em alimentos ................................................................................. 656
0360/IV Determinação da concentração da vitamina B12 em matéria-prima ............................................... 658
0361/IV Doseamento microbiológico de vitamina B12................................................................................ 660
0362/IV Determinação de vitamina B2 em alimentos ................................................................................. 662
0363/IV Determinação de vitamina B6 em matéria-prima ......................................................................... 665
0364/IV Determinação de vitamina C com iodato de potássio ................................................................... 666
0365/IV Determinação de vitamina C pelo método de Tillmans ............................................................... 668
0366/IV Determinação espectrofotométrica de vitamina C por redução de íons cúpricos .......................... 670
0367/IV Determinação de vitamina E (tocoferóis totais) ........................................................................... 673
0368/IV Determinação de vitamina E em matéria-prima ........................................................................... 675
0369/IV Determinação de niacina e nicotinamida...................................................................................... 676
CAPÍTULO XX RESÍDUOS DE PESTICIDAS............................................................683-701
Resíduos de pesticidas ............................................................................................................................... 685
370/IV Método multi-resíduo para determinação de resíduos de pesticidas em frutas e vegetais ............... 687
371/IV Método mult-iresíduo para determinação de resíduos de pesticidas e bifenilas policloradas em ...........
produtos gordurosos ................................................................................................................................... 694
372/IV Método para determinação de resíduos de ditiocarbamatos em frutas e vegetais ............................ 697
CAPÍTULO XXI FERMENTOS.....................................................................................703-711
Fermentos biológicos ................................................................................................................................. 705
373/IV Fermentos biológicos – Determinação de amido ........................................................................... 705
374/IV Fermentos biológicos – Poder fermentativo .................................................................................... 706
Fermentos químicos .................................................................................................................................. 708
375/IV Fermentos químicos – Determinação de CO2 total pelo método gasométrico 1 ........................... 708
376/IV Fermentos químicos – Determinação de CO2 total pelo método gasométrico 2 ........................... 710
CAPÍTULO XXII .
SAL..................................................................................................713-734
Sal ............................................................................................................................................................. 715
377/IV Determinação da granulometria ..................................................................................................... 716
378/IV Determinação da umidade ............................................................................................................ 717
379/IV Determinação de insolúveis totais em água..................................................................................... 717
380/IV Determinação de insolúveis inorgânicos em água ........................................................................... 719
381/IV Determinação de cloretos em cloreto de sódio................................................................................ 719
382/IV Determinação de iodo adicionado na forma de iodeto ................................................................... 720
383/IV Determinação de iodo adicionado na forma de iodato ................................................................... 721
384IV Determinação da turbidez .............................................................................................................. 722
385/IV Determinação de cálcio por permanganometria ............................................................................. 723
386/IV Determinação de cálcio por titulação com EDTA .......................................................................... 724
387/IV Determinação de magnésio por precipitação .................................................................................. 726
388/IV Determinação de magnésio por titulação com EDTA..................................................................... 727
389/IV Determinação de sulfatos por precipitação ..................................................................................... 728
390/IV Determinação de sulfatos por titulação com EDTA ....................................................................... 730
XXIV - IAL
Sumário
391/IV Determinação da composição provável ........................................................................................... 731
392/IV Sal hipossódico .............................................................................................................................. 734
CAPÍTULO XXIII MINERAIS E CONTAMINANTE INORGÂNICOS...................735-754
Minerais e contaminantes inorgânicos ..................................................................................................... 737
Tratamento da amostra ............................................................................................................................... 737
393/IV Digestão da amostra ...................................................................................................................... 738
394/IV Determinação de minerais por espectrometria de absorção atômica com chama ............................. 740
395/IV Determinação de minerais por espectrometria de emissão atômica por plasma de argônio ...................
indutivamente acoplado ............................................................................................................................ 743
396/IV Determinação de cálcio por volumetria com EDTA ....................................................................... 744
397/IV Determinação espectrofotométrica de ferro com α-α’-dipiridila.................................................... 746
398/IV Determinação de fósforo por espectrofotometria na região do visível.............................................. 748
399/IV Determinação de chumbo por espectrometria de absorção atômica com chama ............................. 750
400/IV Determinação de cádmio por espectrometria de absorção atômica com chama............................... 752
CAPÍTULO XXIV MICOTOXINAS.............................................................................755-797
Micotoxinas ............................................................................................................................................... 757
Riscos no manuseio de micotoxinas ............................................................................................................ 758
As micotoxinas e a amostragem ................................................................................................................ 758
401/IV Determinação de aflatoxina M1 em leite por cromatografia em camada delgada ............................. 759
402/IV Determinação de aflatoxina M1 em leite por CCD ou CLAE após separação em coluna de .................
imunoafinidade .......................................................................................................................................... 760
403/IV Determinação de aflatoxinas por cromatografia em camada delgada ............................................... 764
404/IV Determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 por CCD, após separação em coluna de
imunoafinidade ............................................................................................................................. 770
405/IV Determinação de desoxinevalenol .................................................................................................. 772
406/IV Determinação de fumonisina B1 por CCD ou CLAE, após separação em coluna de
imunoafinidade ............................................................................................................................. 775
407/IV Determinação de aflatoxinas, ocratoxina A e zearalenona por cromatografia em camada delgada .... 778
408/IV Determinação de ocratoxina A em café verde por CCD ou CLAE após separação em coluna de ......
imunoafinidade – Método 1 ....................................................................................................................... 784
409/IV Determinação de ocratoxina A em café verde por CCD ou CLAE após separação em coluna de ........
imunoafinidade – Método 2 ..................................................................................................................... 787
410/IV Determinação de ocratoxina A em café cru em grão por cromatografia em camada delgada .......... 790
411/IV Determinação de patulina em suco de maçã ................................................................................... 795
CAPÍTULO XXV GELADOS COMESTÍVEIS................................................................799-803
Gelados comestíveis ................................................................................................................................... 801
412/IV Determinação de gorduras pelo método de Rose Gottlieb .............................................................. 802
CAPÍTULO XXVI CEREAIS, AMILÁCEOS E EXTRATO DE SOJA.........................805-818
Cereais e amiláceos ................................................................................................................................... 807
Farinhas e produtos similares ................................................................................................................... 807
413/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de umidade a 130°C ............................................... 808
414/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de umidade a 105°C ............................................... 809
415/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de acidez álcool solúvel ........................................... 809
416/IV Determinação da acidez da gordura extraída da farinha de trigo ..................................................... 810
IAL - XXV
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
417/IV Farinhas e produtos similares – Determinação do pH .................................................................... 811
418/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de glúten ................................................................ 811
419/IV Pesquisa de bromato em massa fresca para pão (prova de triagem) .................................................. 812
420/IV Prova confirmatória de bromato por cromatografia em camada delgada ........................................ 813
421/IV Colesterol em massas alimentícias .................................................................................................. 815
Malte ......................................................................................................................................................... 817
422/IV Malte – Determinação do extrato................................................................................................... 817
Extrato de soja e bebida com extrato de soja ........................................................................................... 818
CAPÍTULO XXVII LEITES E DERIVADOS.................................................................819-877
Leite fluido: in natura, pasteurizado e UHT ........................................................................................... 821
423/IV Leites – Determinação da densidade a 15ºC .............................................................................. 821
424/IV Leites – Determinação do grau refratométrico do soro cúprico a 20ºC....................................... 824
425/IV Leites – Determinação da adição de água por crioscopia eletrônica............................................. 825
426/IV Leites – Determinação da acidez em ácido láctico ..................................................................... 827
427/IV Leites – Determinação da acidez em graus Dornic ..................................................................... 828
428/IV Leites – Estabilidade ao etanol a 68% (teste do álcool) ............................................................... 829
429/IV Leites – Determinação do extrato seco total (resíduo seco a 105°C)........................................... 829
430/IV Leites – Determinação do extrato seco total por métodos indiretos ............................................ 830
431/IV Leites – Determinação do extrato seco desengordurado .............................................................. 835
432/IV Leites – Determinação de glicídios redutores em lactose ............................................................. 835
433/IV Leites – Determinação de gordura pelo método de Gerber ......................................................... 836
434/IV Leites – Extração de gordura para determinação de ácidos graxos ............................................... 837
435/IV Leites – Determinação de protídios ............................................................................................ 838
436/IV Leites – Determinação de caseína ............................................................................................... 838
437/IV Leites – Determinação de resíduo por incineração (cinzas) ......................................................... 838
438/IV Leites – Determinação da alcalinidade das cinzas em carbonato de sódio .................................. 839
439/IV Leites – Determinação da alcalinidade das cinzas em solução normal ........................................ 840
440/IV Leites – Determinação de cloretos em cloreto de sódio .............................................................. 841
441/IV Leites – Identificação de amido .................................................................................................. 842
442/IV Leites –Identificação de sacarose com resorcina .......................................................................... 843
443/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com guaiacol................................................... 844
444/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com pentóxido de vanádio .............................. 844
445/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com iodeto ..................................................... 845
446/IV Leites – Identificação de formaldeído com floroglucina ............................................................. 845
447/IV Leites – Identificação de formaldeído com cloreto férrico ........................................................... 846
448/IV Leites – Identificação de formaldeído com ácido cromotrópico .................................................. 846
449/IV Leites – Determinação de cloro e hipocloritos ............................................................................ 847
450/IV Leites – Determinação de fosfatase ............................................................................................. 848
451/IV Leite e derivados – Prova de peroxidase ...................................................................................... 850
Leite em pó ................................................................................................................................................ 851
452/IV Leite em pó – Prova de reconstituição ......................................................................................... 851
453/IV Leite em pó – Determinação da acidez em ácido láctico .............................................................. 851
454/IV Leite em pó – Determinação de substâncias voláteis .................................................................... 852
455/IV Leite em pó – Determinação de resíduo por incineração (cinzas)................................................. 853
456/IV Leite em pó – Determinação da alcalinidade das cinzas ............................................................... 853
457/IV Leite em pó – Determinação de gordura ..................................................................................... 853
458/IV Leite em pó – Extração de gordura para determinação de ácidos graxos....................................... 854
XXVI - IAL
Sumário
459/IV Leite em pó – Determinação de protídios.................................................................................... 854
460/IV Leite em pó – Determinação de glicidios redutores em lactose ................................................... 854
461/IV Leite em pó – Cromatografia de açúcares .................................................................................... 854
Leite evaporado......................................................................................................................................... 854
462/IV Leite evaporado – Prova de reconstituição ................................................................................... 855
Queijo ....................................................................................................................................................... 855
Preparo e conservação da amostra ............................................................................................................... 855
463/IV Queijo – Determinação da acidez em ácido láctico...................................................................... 855
464/IV Queijo – Determinação de substâncias voláteis ........................................................................... 856
465/IV Queijo – Determinação de gordura utilizando butirômetro especial ........................................... 856
466/IV Queijo – Determinação de gordura utilizando butirômetro para leite.......................................... 857
467/IV Queijo – Determinação de protídios ......................................................................................... 858
468/IV Queijo – Determinação de ácido sórbico e sorbato...................................................................... 858
469/IV Queijo – Reação de Kreis ........................................................................................................... 858
Coalho ....................................................................................................................................................... 858
470/IV Coalho – Poder coagulante ......................................................................................................... 859
Manteiga ................................................................................................................................................... 860
471/IV Manteiga – Determinação de acidez em solução normal ............................................................. 860
472/IV Manteiga – Determinação de substâncias voláteis........................................................................ 860
473/IV Manteiga – Determinação de insolúveis em éter.......................................................................... 861
474/IV Manteiga – Determinação da gordura ......................................................................................... 862
475/IV Manteiga – Determinação de resíduo por incineração (cinzas) .................................................... 862
476/IV Manteiga – Determinação de cloreto em cloreto de sódio ........................................................... 863
477/IV Manteiga – Determinação do índice de refração.......................................................................... 863
478/IV Manteiga – Determinação do índice de iodo ............................................................................... 863
479/IV Manteiga – Determinação do índice de saponificação ................................................................. 863
480/IV Manteiga – Reação de Kreis ....................................................................................................... 864
Margarina ................................................................................................................................................. 864
Doce de leite .............................................................................................................................................. 864
Preparo e conservação da amostra.............................................................................. .................... ............ 864
481/IV Doce de leite – Determinação de acidez em solução normal ....................................................... 864
482/IV Doce de leite – Determinação de acidez em ácido láctico ........................................................... 865
483/IV Doce de leite – Determinação de substâncias voláteis .................................................................. 866
484/IV Doce de leite – Determinação de substâncias voláteis em estufa a vácuo ...................................... 866
485/IV Doce de leite – Determinação de resíduo por incineração (cinzas) ............................................... 867
486/IV Doce de leite – Determinação de gordura .................................................................................. 868
487/IV Doce de leite – Determinação de protídios.................................................................................. 869
488/IV Doce de leite – Determinação de glicídios redutores em lactose .................................................. 869
489/IV Doce de leite – Determinação de glicídios não redutores em sacarose .......................................... 870
490/IV Doce de leite – Determinação de glicídios não redutores em amido ............................................ 872
491/IV Doce de leite – Cromatografia de açúcares .................................................................................. 873
Leite condensado ....................................................................................................................................... 873
Leites fermentados .................................................................................................................................... 874
492/IV Leites fermentados – Determinação do pH ................................................................................. 874
493/IV Leites fermentados – Determinação de acidez em ácido láctico ................................................... 874
494/IV Leites fermentados – Determinação de substâncias voláteis e extrato seco total............................ 875
495/IV Leites fermentados – Determinação de resíduo por incineração (cinzas) ...................................... 875
496/IV Leites fermentados – Determinação da gordura ......................................................................... 875
IAL - XXVII
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
497/IV Leites fermentados – Determinação da gordura com o butirômetro de Gerber ............................ 876
498/IV Leites fermentados – Determinação de protídios ......................................................................... 876
499/IV Leites fermentados – Determinação de glicídios redutores em lactose .......................................... 876
500/IV Leites fermentados – Determinação de glicídios não redutores em sacarose ................................. 876
Bebida láctea ............................................................................................................................................ 876
Creme de leite............................................................................................................................................ 877
501/IV Creme de leite – Determinação de acidez em ácido láctico .......................................................... 877
CAPÍTULO XXVIII CONDIMENTOS E VINAGRES...............................................879-888
Condimento vegetais ................................................................................................................................. 881
Condimentos preparados............................................................................................................................ 882
502/IV Determinação de isotiocianato de alila em mostarda preparada .................................................... 882
503/IV Condimentos – Determinação de óleos essenciais ........................................................................ 883
Vinagres .................................................................................................................................................... 885
504/IV Acidez total em vinagres e fermentados acéticos pelo método volumétrico ................................... 886
505/IV Acidez volátil em vinagres e fermentados acéticos pelo método volumétrico ................................. 886
506/IV Acidez fixa para vinagres e fermentados acéticos pelo método volumétrico ................................... 887
507/IV Vinagres e fermentados acéticos – Determinação de álcool em volume......................................... 888
508/IV Vinagres e fermentados acéticos – Determinação de extrato seco total .......................................... 888
509/IV Vinagres e fermentados acéticos – Determinação de extrato seco reduzido ................................... 888
CAPÍTULO XXIX SEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE QUÍMICA..................891-915
Introdução ................................................................................................................................................. 893
Algumas regras de segurança ....................................................................................................................... 894
Noções de toxicologia, riscos e prevenções no manuseio de produtos químicos........................................... 897
O laboratório: projeto, construção e instalações .......................................................................................... 900
Acondicionamento de produtos químicos em laboratório ........................................................................... 903
A água ........................................................................................................................................................ 905
Derramamento de produtos químicos ........................................................................................................ 906
Cilindros de gás .......................................................................................................................................... 907
Descarte de materiais .................................................................................................................................. 908
Cuidados com relação a alguns equipamentos ............................................................................................ 909
Materiais de vidro....................................................................................................................................... 912
Lavagem de vidrarias .................................................................................................................................. 913
Nota final ................................................................................................................................................... 914
Referências bibliográficas ............................................................................................................................ 914
APÊNDICE I
Soluções tituladas, indicadores,
papel reativo e clarificadores..........................................................917-936
Ácido clorídrico .......................................................................................................................................... 919
Ácido oxálico .............................................................................................................................................. 920
Ácido perclórico ......................................................................................................................................... 921
Ácido sulfúrico ........................................................................................................................................... 922
EDTA ........................................................................................................................................................ 923
Hidróxido de bário ..................................................................................................................................... 924
Hidróxido de potássio ................................................................................................................................ 925
Hidróxido de sódio..................................................................................................................................... 926
Iodo ........................................................................................................................................................... 927
XXVIII - IAL
Nitrato de prata .......................................................................................................................................... 928
Permanganato de potássio........................................................................................................................... 929
Tiocianato de amônio................................................................................................................................. 931
Tiossulfato de sódio.................................................................................................................................... 932
Solução de Dornic (NaOH 1/9 N) ............................................................................................................. 933
Solução de Fehling ..................................................................................................................................... 933
Indicadores ................................................................................................................................................. 934
Papel reativo ............................................................................................................................................... 935
Clareadores................................................................................................................................................. 935
Areia purificada para a determinação de substâncias voláteis ....................................................................... 936
APÊNDICE II
Guia para qualidade em química analítica...............................937-1002
Índice.......................................................................................................... ................ ...............................942
01. Metas e objetivos .................................................................................................................................. 943
02. Introdução ........................................................................................................................................... 944
03. Definições e terminologia ..................................................................................................................... 945
Ensaios de proficiência............................................................................................. ................. .................947
04. Acreditação........................................................................................................................................... 948
05. Escopo ................................................................................................................................................. 953
06. A tarefa analítica ................................................................................................................................... 954
07. Especificação do requisito analítico....................................................................................................... 954
08. Estratégia analítica ................................................................................................................................ 955
09. Análises fora-de-rotina .......................................................................................................................... 955
10. Pessoal .................................................................................................................................................. 957
11. Amostragem, manuseio e preparação de amostras ................................................................................. 958
12. Ambiente ............................................................................................................................................. 965
13. Equipamentos ...................................................................................................................................... 966
14. Reagentes ............................................................................................................................................. 969
15. Rastreabilidade ..................................................................................................................................... 970
16. Incerteza de medição ............................................................................................................................ 972
17.Métodos/procedimentos para ensaios e calibração ................................................................................. 976
18. Validação do método ............................................................................................................................ 977
19.Calibração ............................................................................................................................................. 982
20. Materiais de referência (MR) ................................................................................................................ 985
21.Controle de qualidade e ensaios de proficiência ..................................................................................... 987
22. Computadores e sistemas controlados por computador ........................................................................ 989
23. Auditoria do laboratório e análise crítica ............................................................................................... 993
Referências bibliográficas ............................................................................................................................ 994
Siglas ........................................................................................................................................................ 1002
IAL - XXIX
CAPÍTULO
I
GESTÃO DA
QUALIDADE
LABORATORIAL
IAL - 33
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
34 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
GESTÃO DA QUALIDADE LABORATORIAL
Apresentação
I
nternacionalmente, o processo de padronização das atividades dos laboratórios de
ensaio e calibração teve início com a publicação da ISO/IEC Guia 25 em 1978,
revisado posteriormente em 1993. Na Europa, em razão da não-aceitação da ISO
Guia 25, vigorava a EN 45.001 como norma para reconhecer a competência dos
ensaios e calibrações realizados pelos laboratórios.
I
Tanto a ISO Guia 25 como a EN 45.001 continham aspectos cujos níveis de detalhamento eram insuicientes para permitir uma aplicação/interpretação consistente e sem
ambigüidades, como, por exemplo, o conteúdo mínimo a ser apresentado na declaração
da política da qualidade do laboratório, a rastreabilidade das medições, as operações relacionadas às amostragens e o uso de meios eletrônicos. Para suprir essas lacunas, a ISO
iniciou em 1995 os trabalhos de revisão da ISO Guia 25 através do Working Group 10
(WG 10) da ISO/CASCO (Committee on Conformity Assessment). Dessa revisão resultou a norma ISO/IEC 17.025 – Requisitos gerais para a competência de laboratórios de
ensaio e calibração, oicialmente datada de 15 de dezembro de 1999 e publicada internacionalmente no início do ano 2000. No Brasil, foi publicada pela ABNT a NBR/ISO/
IEC 17.025, em janeiro de 2001.
A ISO/IEC 17.025 foi produzida como resultado de ampla experiência na implementação da ISO Guia 25 e da EN 45.001, que foram canceladas e substituídas de modo
a serem utilizados textos idênticos nos níveis internacional e regional. Ela estabelece os
critérios para aqueles laboratórios que desejam demonstrar sua competência técnica, que
possuam um sistema de qualidade efetivo e que são capazes de produzir resultados tecnicamente válidos. Os principais objetivos da 17.025 são:
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
• Estabelecer um padrão internacional e único para atestar a competência dos laboratórios para realização de ensaios e/ou calibrações, incluindo amostragem. Tal padrão
facilita o estabelecimento de acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos
de credenciamento nacionais;
• Facilitar a interpretação e a aplicação dos requisitos, evitando ao máximo opiniões
divergentes e conlitantes. Ao incluir muitas notas que apresentam esclarecimentos
sobre o texto, exemplos e orientações, a 17.025 reduz a necessidade de documentos
explicativos adicionais;
• Estender o escopo em relação à ISO Guia 25, abrangendo também amostragem e
desenvolvimento de novos métodos;
• Estabelecer uma relação mais estreita, clara e sem ambigüidade com a ISO 9.001 e
9.002 (a 17.025 é de 1999, portanto antes da publicação da 9.001:2000).
As principais modiicações introduzidas pela 17.025 com relação à ISO Guia 25
podem ser divididas em dois grupos: mudanças estruturais e mudanças conjunturais. As
estruturais dizem respeito à introdução de novos conceitos e enfoques, bem como ao ordenamento e à disposição dos requisitos listados na ISO/IEC 17.025, cuja apresentação
difere completamente da estrutura existente na ISO Guia 25. São diferenças não apenas
de forma, mas também de conteúdo, e que demonstram claramente a preocupação da
nova norma em estabelecer orientações gerais e modernas para que os laboratórios desenvolvam um sólido gerenciamento das suas atividades segundo padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente. Além disso, o aprofundamento de alguns requisitos de caráter técnico, antes supericiais na ISO Guia 25, propiciará melhores condições para que
os laboratórios demonstrem de forma mais consistente sua competência técnica. Dentre
as principais mudanças de caráter estrutural introduzidas pela 17.025, destacam-se:
• Na ISO/IEC 17.025 há uma nítida separação entre os requisitos gerenciais e os requisitos técnicos; a seção 4 contém os requisitos para a administração, e a seção 5
especiica os requisitos para a competência técnica dos ensaios e/ou calibrações que o
laboratório realiza. Essa separação facilita a condução das avaliações, quer sejam internas ou externas;
• Maior atenção deve ser dada aos clientes do laboratório (item 4.7 – Atendimento ao
cliente). Deverá ser privilegiada uma cooperação mais estreita com os clientes no que
tange aos aspectos contratuais e ao acesso do cliente às áreas do laboratório para acompanhamento dos ensaios e/ou calibrações. Embora não sejam requisitos auditáveis, os
laboratórios são encorajados a estabelecer canais de comunicação e obter feedback dos
clientes;
• Foi incluído o requisito que trata das ações preventivas a serem tomadas pelo laboratório (item 4.11), pelo qual deverão ser identiicadas oportunidades de melhoria;
• Como conseqüência da extensão do escopo com o desenvolvimento de novos métodos
36 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
pelo laboratório (item 5.4.3), critérios e orientações especíicos foram estabelecidos
para a validação de métodos (item 5.4.5);
• Compatibilidade e convergência com as normas ISO 9.001/9.002. Foram incorporados na ISO/IEC 17.025 todos os requisitos da 9.001 e 9.002 (ação preventiva, por
exemplo) que são pertinentes ao escopo dos serviços de ensaio e calibração cobertos
pelo sistema da qualidade do laboratório. Portanto, se os laboratórios de ensaio e calibração atenderem aos requisitos da 17.025, eles operarão um sistema da qualidade
que também estará de acordo com os requisitos da 9.001 ou 9.002. Contudo, para
efeitos de credenciamento do laboratório, a existência de um sistema da qualidade é
condição necessária mas não suiciente para o pleno atendimento da 17.025, uma vez
que os laboratórios terão que demonstrar ainda sua competência técnica para produzir
dados e resultados tecnicamente válidos, o que não está presente na 9.001 nem na
9.002. Com a nova versão da ISO 9.001:2000, é provável que a ISO/CASCO forme
um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de serem feitos aditamentos técnicos para alinhar a ISO/IEC 17.025:1999 com a ISO 9.001:2000.
O segundo grupo de mudanças introduzidas pela 17.025, em comparação à ISO
Guia 25, são as diferenças de natureza conjuntural, ou seja, melhorias e modiicações
pontuais que se constituem em ponto de partida para a evolução de aspectos gerenciais e
de competência técnica abordados anteriormente na ISO Guia 25, mas que, por estarem
redigidos de forma pouco abrangente, davam margem a dúvidas, omissões e conlitos.
Dentre essas mudanças destacam-se:
• Deinição do conteúdo mínimo a ser contemplado na declaração da política da qualidade do laboratório;
• Inclusão de um requisito especíico (item 4.10) para a implementação de ações corretivas;
• Como conseqüência do alinhamento da ISO/IEC 17.025 com as ISO 9.001 e 9.002,
o item 4.4 detalha em profundidade como deve ser desenvolvida a atividade de análise
crítica dos pedidos, propostas e contratos, de modo a prover maior coniança na prestação dos serviços e no relacionamento entre o cliente e o laboratório;
• A rastreabilidade das medições é tratada no item 5.6 de modo detalhado e abrangente,
contendo inúmeras notas explicativas e de orientação. Há um tratamento diferenciado
na ISO/IEC 17.025 para a rastreabilidade a ser demonstrada pelos laboratórios de
calibração (item 5.6.2.1) e pelos laboratórios de ensaio (item 5.6.2.2);
• Destaque maior é dado à apresentação dos resultados dos ensaios e/ou calibrações,
sendo este tópico muito mais extenso do que aquele contido na ISO Guia 25. Há uma
distinção clara entre a emissão de relatórios de ensaio (item 5.10.3) e a emissão de
certiicados de calibração (item 5.10.4). No item 5.10.5 são especiicados os requisitos
a serem cumpridos pelo laboratório quando forem incluídas opiniões e interpretações
em um relatório de ensaio, o que antes não era abordado na ISO Guia 25.
IAL - 37
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
À primeira vista, as modiicações introduzidas pela ISO/IEC 17.025:1999 dão a
impressão de tê-la tornado uma norma mais rigorosa e “pesada” do que a ISO Guia 25.
De fato, aquela é agora mais extensa e descritiva do que esta. Entretanto, uma leitura
cuidadosa da 17.025 nos permite airmar que ela, por ser mais detalhada e explicativa, é
de aplicação mais pragmática e menos ambígua do que a ISO Guia 25. As regras do jogo
foram modernizadas, os requisitos icaram mais claros, pontos obscuros foram mais bem
explicitados e, por demanda dos laboratórios e como conseqüência da proliferação do uso
de sistemas da qualidade, houve uma convergência completa com os requisitos das ISO
9.001 e 9.002. Como mencionado anteriormente, em um futuro não muito distante será
necessário fazer um alinhamento entre a ISO/IEC 17.025 e a nova ISO 9.001:2000.
No mundo globalizado, a padronização é de fundamental importância para viabilizar e incrementar as trocas comerciais nos âmbitos regional, nacional e internacional. As
organizações que desenvolvem suas atividades e operam os seus processos produtivos de
acordo com normas e procedimentos harmonizados e aceitos como padrões estarão em
condições mais favoráveis para superar possíveis barreiras não-tarifárias e atender a requisitos técnicos especiicados. Nesse contexto, a aplicação da ISO/IEC 17.025 é de grande
relevância econômica, pois confere um valor diferenciado aos certiicados de calibração e
aos relatórios de ensaio emitidos por laboratórios cuja competência técnica é reconhecida
por um organismo de credenciamento. Esse reconhecimento poderá se reverter em vantagens econômicas para os laboratórios, tais como:
• Diferencial competitivo, fator de divulgação e marketing, o que poderá resultar em
maior participação no mercado e, conseqüentemente, em maior lucratividade;
• Fidelização dos clientes atuais e conquista de novos clientes, uma vez que o credenciamento conirma e reconhece a competência técnica do laboratório para produzir dados e
resultados tecnicamente válidos, o que aumenta a sua credibilidade perante o mercado;
• Laboratórios que fazem parte de organizações maiores e que operam em conformidade
com os requisitos da ISO/IEC 17.025 poderão comprovar que os produtos da organização foram ensaiados e são tecnicamente capazes de atender às especiicações de
desempenho, segurança e coniabilidade;
• Crescimento das atividades de certiicação de produtos representa um novo mercado a
ser explorado pelos laboratórios de ensaio e/ou calibração;
• Os resultados de ensaio e calibração poderão ser aceitos em outros países, desde que o
laboratório utilize os critérios da ISO/IEC 17.025 e seja credenciado por um organismo que estabeleça acordos de reconhecimento mútuo com organismos equivalentes de
outros países. Este é o caso do INMETRO, que recentemente estabeleceu um acordo
de reconhecimento mútuo com a European Co-operation for Acreditation (EA);
• Atender a exigências legais de autoridades regulamentadoras, como, por exemplo, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
38 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
• O uso da ISO/IEC 17.025 facilitará a cooperação entre laboratórios e outros organismos, auxiliando na troca de informações e experiências, bem como na harmonização de
normas e procedimentos, o que poderá signiicar redução de custos.
Em suma, a adequação das atividades gerenciais e técnicas do laboratório de acordo com os critérios da ISO/IEC 17.025 deve ser vista não como um custo, mas como um
investimento de médio e longo prazos, cujo retorno comercial e inanceiro certamente
será garantido pela comprovação da competência técnica do laboratório perante o mercado. (Valle & Bicho)
Introdução
Atualmente é indiscutível a importância do trabalho com qualidade, em qualquer
esfera proissional. A demonstração da competência técnica alicerçada em regras internacionais consensuadas é pré-requisito para a sobrevivência de qualquer laboratório. O artigo que apresenta este capítulo é a prova cabal da importância da implantação da norma
NBR ISO/IEC 17025.
O primeiro passo para a concretização de um Sistema de Qualidade em um laboratório é a criação de uma Comissão Permanente da Qualidade, capitaneada por um gerente ou coordenador da qualidade e um substituto ou vice-gerente, com a total aprovação
da alta administração do laboratório.
Esta comissão deve desenvolver várias atividades no sentido de implementar o Sistema de Qualidade, de acordo com os requisitos da norma ABNT ISO/IEC 17.025, sendo que a maioria delas diz respeito à motivação, conscientização e capacitação dos funcionários, preparando-os para incorporar uma mentalidade pró-ativa, capaz de lidar com as
mudanças de forma dinâmica e de enxergar as oportunidades de melhoria onde antes só
viam problemas. Deve também, na medida do possível, prover os laboratórios dos meios
necessários para o desenvolvimento das atividades relacionadas com a qualidade.
A grande maioria dos laboratórios que desenvolvem suas atividades no controle da
qualidade de alimentos deve optar pela Norma ABNT ISO/IEC 17.025. Entretanto, aqueles que, além das atividades de rotina desenvolvem pesquisas como nos seguintes casos:
a) estudos que fundamentem a concessão, renovação ou modiicação de registro de aditivos para alimentos, agrotóxicos, alimentos transgênicos, rações e outros ains, por organismos regulamentadores/iscalizadores com ins de responsabilização para comercialização.
b) estudos conduzidos em resposta a questionamentos de organismos de qualquer setor
governamental, deverão também seguir as Boas Práticas de Laboratório (BPL), além da
norma descrita acima para suas atividades de rotina.
IAL - 39
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
O Guia para Qualidade em Química Analítica - Uma Assistência à Acreditação,
guia da EURACHEM traduzido para o português encontra-se no Apêndice 2. Ele é de
grande valia para a implantação da qualidade nos laboratórios de ensaio e uma referência
importante para consulta.
Siglas, Sites e Definições
Algumas siglas, sites e deinições estão descritas a seguir e são úteis na compreensão
deste capítulo e de outros textos relacionados com temas da qualidade.
Siglas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BIPM – Bureau Internacional de Pesos e Medidas
CB – 25 – Comitê Brasileiro da Qualidade
GGLAS – Gerência Geral de Laboratórios em Saúde, da ANVISA
IEC – International Electromechanical Comission
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
ISO – International Organization for Standardization.
LNM – Laboratório Nacional de Metrologia
NIG – Norma Geral – INMETRO.
NIST – National Institute of Standards and Technology
NIT – Norma Técnica – INMETRO.
NPL – he National Physical Laboratory
OIML – Organização Internacional de Metrologia Legal
PDCA – Plan, Do, Check, Act
POP – Procedimento Operacional Padrão.
PTB – Physikalisch -Technische Bundesanstalt
RBC – Rede Brasileira de Calibração.
REBLAS – Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde.
SI - Sistema Internacional de Unidade
Sites
Farmacopéia Brasileira
http://coralx.ufsm.br/farmacopeia
Farmacopéia Alemã
http://www.bfarm.de/de/Arzneimittel/azbuch/index.php
40 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
Farmacopéia Americana
http://www.usp.org
Farmacopéia Britânica
http://www.pharmacopoeia.org.uk
Farmacopéia Européia
http://www.pheur.org
Farmacopéia Francesa
http://agmed.sante.gouv.fr/htm/pharma/accueil.htm
Farmacopéia Japonesa
http://moldb.nihs.go.jp/jp/index.html
Farmacopéia Mexicana
h t t p : / / w w w. s s a . g o b . m x / u n i d a d e s / d g c i s / f a rm a c o p e a / i n d e x F E U M . h t m
Index of Pharmacopoeias, by WHO
http://www.who.int/medicines/organization/qsm/activities/qualityassurance/pharmacopea/who-edm-qsm-2002_6.doc
Índice de farmacopéias mundiais, compilado pela Organização Mundial de Saúde - OMS.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT
http://www.abntdigital.com.br
Responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
Fundação Nacional de Saúde - Funasa
http://www.funasa.gov.br
Órgão executivo do Ministério da Saúde, tem como missão ser uma agência de excelência
em promoção e proteção à saúde.
Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
http://www.fiocruz.br
Fundação vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil, desenvolve ações na área da ciência
e tecnologia em saúde.
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO
http://www.fundacentro.gov.br
Entidade vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego - é o centro brasileiro de pesIAL - 41
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quisas em segurança, saúde e meio ambiente no trabalho.
Fundação Bio-Rio
http://www.biorio.org.br
Instituição de direito privado sem ins lucrativos, foi instituída por duas Agências inanciadoras de pesquisa e desenvolvimento, a FINEP e o CNPq.
Instituto Butantan - SP
http://www.butantan.gov.br
O Instituto Butantan é um centro de pesquisa biomédica vinculado à Secretaria da Saúde
do Governo do Estado de São Paulo.
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO
http://www.inmetro.gov.br
Organismos de Certiicação e Inspeção ao mesmo tempo em que vem trabalhando para
que o país ingresse competitivamente no mercado externo.
Rede Metrológica RS
http://www.redemetrologica.com.br
A Associação Rede de Metrologia e Ensaios do Rio Grande do Sul - Rede Metrológica
RS, é uma Organização não-governamental de cunho técnico-cientíico.
A Rede é constituída por laboratórios especializados em Calibração e Ensaios, avaliados
periodicamente de acordo com padrões internacionais.
Sociedade Brasileira de Metrologia - SBM
http://www.sbmetrologia.org.br
Tem como principal objetivo a persuasão de cientistas e proissionais de todos os níveis de
formação acadêmica e proissional interessados na ciência e na tecnologia das medições.
Agence Française de Sécurité Sanitaire des Produits de Santé - AFSSAPS
http://agmed.sante.gouv.fr
Site da Agência Francesa de Segurança Sanitária de Produtos para a Saúde; contém informações sobre a farmacopéia francesa, textos regimentais e monograias em consulta
pública naquele país.
American National Standards Institute - ANSI
http://www.ansi.org
Instituição americana de normalização técnica, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico do país.
Asia Paciic Laboratory Accreditation Cooperation – APLAC
42 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
http://www.ianz.govt.nz
Instituição que conglomera os organismos da Ásia e Pacíico com responsabilidade de
credenciamento de laboratórios, ensaios e calibração.
Association of Oicial Analytical Chemists - A.O.A.C. International
http://www.A.O.A.C..org
Instituição americana que trata de credenciamento de laboratórios de alimentos
Bundesnastait für Materialforachung und - prüfung - BAM
http://www.bam.de
Instituição pública alemã que trata de teste em materiais.
Bureau International des Poids et Mesures (BIPM)
http://www.bipm.fr
Organização Metrológica Internacional sediada em Paris-França, estabelecida pela Convenção do Metro (Convention of the Metre) com a a atribuição de assegurar a uniformidade mundial de pesos e medidas e sua rastreabilidade ao Sistema Internacional de
Unidades (SI).
Code of Reference Materials (COMAR)
http://www.comar.bam.de
Informações sobre o COMAR (Base de Dados de Materiais de Referência Certiicados),
criado com o intuito de auxiliar aos proissionais de laboratórios de ensaios na busca por
materiais de referência (MR’s) adequados aos seus trabalhos. Idealizado pelo Serviço de
Materiais de Referência do Laboratório Nacional de Ensaios (Reference Materials Service
of the Laboratoire National d’Essais), um dos 5 laboratórios básicos do Departamento
Nacional de Metrologia Francês (French Bureau National de Métrologie), foi desenvolvido e é mantido com a colaboração de vários países.
Environment, Health and Safety - OECD
http://www.oecd.org
Organização econômica que trata das questões técnicas na comunidade européia e discute no Painel GLP os seus critérios.
EURACHEM
http://www.eurachem.bam.de
Instituição européia que conglomera instituições que tratam da química analítica na Europa.
European Co-operation for Accreditation – EA
http://www.european-accreditation.org
Instituição européia que conglomera instituições de organismos credenciadores na Europa e em outros continentes
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European Federation of National Associations of Measurament, Testing and Analytical Laboratories – EUROLAB
http://141.63.4.16/maintext.html
Instituição européia com enfoque em química analítica na comunidade européia.
European Information System on Proiciency Testing Schemes - EPTIS
http://www.eptis.bam.de
Sistema de informação europeu de teste de proiciência.
Food Analysis Performance Assessment Scheme - FAPAS
http://ptg.csl.gov.uk/fapas.cfm
Organismo do Reino Unido que trata de credenciamento de laboratório de alimentos.
Indian Systems of Medicine & Homoeopathy
http://indianmedicine.nic.in
Site do Sistema Indiano de Medicina e Homeopatia.
Instituto Português da Qualidade – IPQ
http://www.ipq.pt
Organismo português destinado ao credenciamento de laboratórios.
International Laboratory Accreditation Cooperation – ILAC
http://www.ipq.pt
Instituição internacional que conglomera instituições credenciadoras de laboratórios de
ensaio e calibração.
International Organization for Standardization
http://www.iso.ch
Organização não governamental estabelecida em 1947, tem por missão promover o desenvolvimento mundial da padronização e demais atividades relacionadas, visando facilitar o intercâmbio internacional de bens e serviços e fomentar a cooperação nas esferas
intelectual, cientíica, tecnológica e da atividade econômica.
National Athletic Trainers’ Association – NATA
http://www.nata.asn.au
Instituição privada australiana que trata do credenciamento de laboratórios microbiológicos.
National Committee for Clinical Laboratory Standards –NCCLS
http://www.nccls.org
Organismo normalizador na área laboratorial no E.E.U.U que desenvolve padrões que
44 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
melhoram os valores dos testes clínicos dentro da comunidade de saúde através do desenvolvimento e disseminação dos padrões, guias e melhores práticas.
National Conference of Standards Laboratories – NCSL
http://www.ncsli.org
Sociedade de normalização americana com interesse na ciência da medição e sua aplicação na pesquisa, desenvolvimento e educação nos laboratórios de análises clínicas.
National Institute of Health Sciences - NIHS (Japão)
http://www.nihs.go.jp
Instituição de saúde japonesa estabelecida em Tókio em 1874, originalmente com o nome
de Tokyo Drug Control Laboratory (Laboratório de Controle de Drogas de Tókio), é
hoje a principal organização dentro do Ministério da Saúde e Bem-Estar do Japão, sendo
também o mais antigo instituto de pesquisa naquele país.
National Institute of Standards and Technology – NIST
http://www.nist.gov
Instituição pública americana que trata da metrologia, padrões e tecnologias de medição.
Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS
http://www.opas.org.br
Organismo internacional de saúde pública com um século de experiência, dedicado a
melhorar as condições de saúde dos países das Américas. Ela também atua como Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) para as Américas e faz
parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA/OAS) e da Organização das Nações Unidas (ONU/UN).
Panalimentos.org
http://www.panalimentos.org
Página mantida pelo Instituto Pan-americano de Proteção de Alimentos e Zoonose
(INPPAZ), organização que tem a missão de fornecer cooperação técnica em inocuidade
alimentar a todos os países das Américas, com o objetivo de diminuir os riscos para a
saúde da população humana, originados pelas enfermidades transmitidas por alimentos,
e considerando todas as etapas da cadeia alimentar.
Physikalisch Techaische Bundesanstalt – PTB
http://www.ptb.de
Instituição pública alemã que trata da política e guarda dos padrões primários e política
de calibração.
IAL - 45
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he Centers for Disease Control and Prevention – CDC
http://www.cdc.gov
Agência federal estadunidense responsável pela segurança e proteção da saúde da população daquele país. O CDC trabalha no desenvolvimento e administração de medidas de
prevenção e controle de enfermidades (incluindo doenças emergentes), na manutenção
da saúde ambiental, e na promoção e planejamento de atividades educativas voltadas para
a melhoria da saúde da população dos Estados Unidos da América.
United Kingdom Accreditation Service – UKAS
http://www.ukas.com
Organismo inglês privado que trata do credenciamento de laboratório de ensaio e de
calibração.
U.S. Food and Drugs Administration – FDA
http://www.fda.gov
Órgão governamental norte americano responsável pela regulamentação de produtos das
áreas médica, cosmética e alimentícia, produzidos e comercializados naquele país.
Definições
Ação corretiva – Ação implementada nas ocorrências de não conformidades em relação
aos produtos, serviços associados e processos de acordo com o Sistema de Gestão da
Qualidade.
Ação preventiva – Ação implementada para eliminar ou prevenir as causas de possível não-conformidade, um defeito ou uma situação indesejável. Deve ser veriicada sempre sua eicácia.
Acreditação – Procedimento pelo qual um organismo autorizado reconhece formalmente que um laboratório é competente para desenvolver os ensaios que realiza.
Alta administração – É o órgão ou pessoa que executa a política traçada pela administração superior, dirigindo, coordenando e controlando os recursos humanos e materiais
que assegurem eiciência e bom desempenho administrativo e, é o executor das análises
críticas do sistema de qualidade.
Análise crítica – Avaliação formal, feita pela alta administração de um sistema da qualidade quanto ao estado e adequação aos requisitos e política da qualidade.
Área de acesso controlado – Área em que somente pessoas autorizadas podem entrar e circular.
46 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
Auditado – Laboratório ou organização que está sendo auditada; deve concordar com os
elementos da auditoria.
Auditor da qualidade – Pessoa qualiicada para desenvolver uma auditoria da qualidade;
deve conhecer as ferramentas da qualidade.
Auditoria da qualidade – Exame sistemático e permanente, independente, para veriicar se as atividades da qualidade e seus objetivos e resultados estão de acordo com as
disposições planejadas.
Calibração – Conjunto de operações que estabelece, sob condições especiicadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição
ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões.
Cliente – Comprador irmado em contrato; destinatário de um produto ou serviço; consumidor inal; usuário; segunda parte.
Comparações interlaboratoriais – Organização, desempenho e avaliação de ensaios nos
mesmos itens ou em itens de ensaios similares, por dois ou mais laboratórios, de acordo
com condições predeterminadas.
Competência – Capacidade demonstrada para aplicar conhecimento e habilidades.
Conformidade – Atendimento a requisitos especiicados.
Contratado – Fornecedor irmado em contrato.
Documentos da qualidade – São todos os documentos gerados internamente ou obtidos
de fontes externas e que fazem parte do sistema da qualidade. Ex.: manuais de equipamentos, legislações, pops, manual da qualidade, instruções, registros, dados brutos, etc.
Eficácia – Extensão na qual as atividades planejadas e os resultados planejados, alcançados.
Eficiência – Relação entre o resultado alcançado e os recursos usados.
Ensaio – Operação técnica que consiste na determinação de uma ou mais características
de um dado produto, processo ou serviço, de acordo com procedimento especiicado.
Ensaio de proficiência – Determinação do desempenho de ensaios de laboratórios, por
meio de comparações interlaboratoriais.
IAL - 47
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Equipamento e Instrumento de medição – Dispositivo utilizado para uma medição,
sozinho ou em conjunto com dispositivo(s) complementar(es).
Equipamentos críticos – Aqueles que interferem diretamente no resultado dos ensaios.
Equipamentos não críticos – São aqueles que não interferem no resultado dos ensaios.
Evidência objetiva – dados que apóiam a existência ou a veracidade de alguma coisa.
Exatidão da medição – Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um
valor verdadeiro do mensurando.
Fornecedor – Organização que fornece produtos ao cliente.
Garantia da qualidade – Conjunto das atividades que são implementadas pelo Sistema
da Qualidade para prover a coniança adequada de que o laboratório ou a organização
adere aos requisitos da qualidade que lhe são exigidos.
Gestão da qualidade – Conjunto de atividades da gerência de uma organização que
determinam a política da qualidade, seus objetivos e responsabilidades. Deve ser liderada
pela alta administração da organização.
Incerteza da medição – Parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos a um
mensurando.
Item de ensaio – Material ou artefato apresentado ao laboratório para análise, amostra.
Laboratório de referência – Laboratório que fornece valores de referência para um item de ensaio.
Manual da qualidade – Documento que declara a política da qualidade e descreve o
sistema da qualidade de um laboratório ou organização.
Manutenção corretiva – Manutenção não programada a ser conduzida quando for detectado desvio de funcionamento do equipamento.
Manutenção preventiva – Manutenção programada com determinada freqüência e deinida pelo laboratório.
Material de referência – Material ou substância que tem um ou mais valores de propriedades que são suicientemente homogêneos e bem estabelecidos, para ser usado na calibração de
48 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
um aparelho, na avaliação de um método de medição ou atribuição de valores a materiais.
Material de referência certificado – Material de referência, acompanhado por um certiicado, com um ou mais valores de propriedades, e certiicado por um procedimento que
estabelece sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual os valores da propriedade são expressos. E cada valor certiicado é acompanhado de uma incerteza para um
nível de coniança estabelecido.
Medição – Conjunto de operações que têm por objetivo determinar o valor de uma grandeza.
Melhoria da qualidade – Parte da gestão da qualidade focada no aumento da capacidade de atender aos requisitos da qualidade, que podem estar relacionados com a eicácia e
a eiciência ou a rastreabilidade do sistema.
Mensurando – Objeto da medição, grandeza especíica submetida à medição.
Método de ensaio – Procedimento técnico especiicado para realizar um ensaio.
Não-conformidade – Não-atendimento a requisitos especiicados.
Organismos credenciadores – Organizações nacionais e internacionais que estabelecem,
por um ciclo deinido de avaliações e de auditorias, a competência técnica de um laboratório de ensaios ou de calibrações.
Organização – Grupo de instalações ou pessoas com um conjunto de responsabilidades,
autoridades e relações.
Padrão de referência – Geralmente tem a mais alta qualidade metrológica disponível em
um dado local ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas
são derivadas.
Padrão de trabalho – Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas materializadas, instrumentos de medição ou materiais de referência.
Parâmetros críticos – Grandezas ou faixas que interferem diretamente no ensaio.
Precisão – Grau de concordância entre os resultados independentes de ensaios obtidos
conforme condições preestabelecidas.
Procedimento – Forma especiicada de executar uma atividade. Podem ser chamados de
procedimentos escritos ou documentados.
IAL - 49
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Processo – Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam
insumos (entradas) em produtos (saídas).
Qualidade – Grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz os requisitos.
Totalidade das características de uma instituição que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas de seus clientes internos e externos.
Rastreabilidade de uma medição – Propriedade do resultado de uma medição ou do
valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente padrão nacional ou internacional, por meio de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo
incertezas estabelecidas.
Rastreabilidade do Sistema da Qualidade – Capacidade de recuperação do histórico
da aplicação ou da localização de um documento/amostra/ensaio por meio de registros.
Registro – Documentos que fornecem a evidência objetiva das atividades relacionadas
aos resultados obtidos de um sistema de qualidade.
Regulagem – Ajuste realizado com os recursos disponíveis no instrumento.
Repetitividade – Grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um
mesmo mensurando efetuadas sob as mesmas condições de medição.
Reprodutividade – Grau de concordância entre os resultados das medições de um mesmo mensurando, efetuadas sob condições variadas de medição.
Requisito – Necessidade ou expectativa que é expressa, geralmente de forma implícita
ou obrigatória.
Resultado de ensaio – Valor obtido de uma característica por um método de medição
especiicado realizado por completo.
Sistema – Conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos.
Sistema de gestão – Sistema para estabelecer política e objetivos, e para atingir estes objetivos.
Sistema de gestão da qualidade – Sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito á qualidade.
Sub-contratado – Organização que fornece um produto ou serviço a um fornecedor;
subfornecedor.
50 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
Verificação periódica – Conferência periódica das condições dos equipamentos.
Implantação do Sistema da Qualidade
Este capítulo não tem a pretensão de capacitar o leitor para implantar um Sistema de Qualidade Laboratorial. Nossa intenção é fornecer alguns subsídios da experiência do Instituto Adolfo Lutz que talvez possam ser úteis para iluminar um pouco
mais o caminho daqueles laboratórios que estão iniciando a implantação de seu Sistema da Qualidade.
Para a implantação de um Sistema de Qualidade em um laboratório, independentemente de seu tamanho e número de análises realizadas, sugere-se seguir as seguintes etapas: motivação, capacitação, elaboração dos documentos da qualidade, treinamento nos documentos da qualidade, preparação do laboratório, auditorias internas,
habilitação/acreditação.
Motivação
É difícil deinir exatamente o conceito de motivação, uma vez que este termo
tem sido utilizado com diferentes sentidos. De um modo geral, “motivo é tudo aquilo
que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem
a uma propensão a um comportamento especíico”. Este impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo (provocado pelo ambiente) ou interno (provocado
pelo próprio indivíduo).
O ponto de partida para a implantação da qualidade em um laboratório ou em
qualquer organização é o fator motivacional. Estamos vivenciando uma época de mudanças constantes e velozes e as organizações e seus funcionários devem se moldar a esta
realidade para competirem e sobreviverem. À medida que as organizações crescem, o
número de níveis hierárquicos aumenta e ocorre um distanciamento entre a alta administração e os funcionários, o que conduz a um conlito entre os objetivos individuais
(pessoais) e organizacionais (da alta administração).
A implantação da qualidade acarreta um volume de trabalho maior, o
que ocasiona na maioria dos indivíduos desmotivação, desinteresse e desânimo, pois eles não conseguem perceber que, a longo prazo, seu trabalho será
enormemente facilitado. A integração entre as pessoas e a alta administração
é complicada e dinâmica e, para melhor resolver esta complicação e trabalhar
este dinamismo, atividades motivacionais passam a ser um excelente meio
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facilitador, não somente entre o indivíduo e a organização, mas entre os próprios indivíduos. O grande desaio é justamente despertar e desenvolver o
fator motivacional existente no interior de cada ser humano.
Qualquer que seja a forma de motivação (curso, palestra, vivência, vídeo, etc.)
ela deve deixar nos técnicos os seguintes principais conceitos:
• a qualidade implica em melhoria contínua.
• todos são igualmente importantes para a qualidade.
• a qualidade depende do trabalho em equipe.
• qualidade não se impõe, conquista-se por meio de motivação, treinamento e
experiência.
A forma de motivação escolhida deve, também, provocar em seus colaboradores
um comportamento positivo e produtivo, garantindo a vontade de aprimoramento,
o prazer de produzir resultados com qualidade e a vontade de seguir os princípios
básicos da qualidade:
• total satisfação do cliente (interno ou externo).
• gerência participativa.
• desenvolvimento dos recursos humanos.
• constância de propósito.
• aperfeiçoamento contínuo.
• gerência de processo.
• não-aceitação dos erros.
• delegação.
• disseminação de informações.
• garantia de qualidade.
Capacitação
O Programa da Qualidade deve ser implantado gradualmente, contemplando ações de produção de conhecimento, baseadas na análise sistemática dos resultados, gerando instrumentos que contribuam para obter êxito a médio e longo
prazo ou de impacto, segundo o definido nos objetivos do Sistema da Qualidade.
Um dos passos mais importantes para a implementação da Qualidade no laboratório se refere à capacitação de seus funcionários.
52 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
O planejamento do treinamento para os recursos humanos deve ser estabelecido com muito critério, respeitando-se o grau de escolaridade de cada funcionário e
suas atribuições dentro da qualidade.
A capacitação deve iniciar sempre com uma sensibilização de todos os funcionários da instituição, a im de garantir a assimilação dos conceitos de qualidade; deve
icar claro o papel de cada funcionário com relação a todo o processo, para atingir a
melhoria contínua da qualidade.
O pessoal técnico mais envolvido com o Programa da Qualidade e que
realiza os ensaios que eventualmente serão habilitados ou acreditados, deve ser
objeto de treinamentos específicos e mais aprofundados, para capacitação em
qualidade.
O Quadro 1 sugere alguns cursos que podem ser ministrados aos funcionários
dos laboratórios, de acordo com suas funções e grau de escolaridade.
Quadro 1 - Relação de cursos de acordo com a escolaridade e funções dos funcionários.
CURSO/TREINAMENTO
Histórico da qualidade
Introdução à qualidade
A importância do trabalho com qualidade
Fatores motivacionais para o trabalho
Quais os benefícios da qualidade
Como obter a melhoria contínua no trabalho
Atitudes pessoais para a qualidade
Mudanças culturais nos trabalhadores
Princípios da qualidade em uma Instituição
Capacitação para o trabalho
Conceito sobre o PDCA e o aprimoramento contínuo
Atendimento ao cliente
Conceitos sobre o modelo de gestão baseada em processos
Como construir indicadores e apresentar resultados
Indicadores de desempenho de qualidade
Os desaios a serem enfrentados na implantação da qualidade
NÍVEL FUNÇÃO
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
EM
Td
EM
EM
EM
EM
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
Td
ADM
Td
ADM
ADM/T
ADM/T
ADM/T
IAL - 53
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CURSO/TREINAMENTO
Noções de acreditação pelo INMETRO
Noções de habilitação pela GGLAS
Vantagens da acreditação / habilitação
Biossegurança (ênfase em resíduos)
Interface entre qualidade e biossegurança
Construção de mapas de risco
Segurança ocupacional e biossegurança
Regras universais de biossegurança
Níveis de biossegurança laboratorial
Equipamentos de proteção individual e coletiva
Segurança química e emergências químicas
Resíduos de serviços de saúde
Limpeza, descontaminação e esterilização
Transporte de amostras dentro do laboratório
Programa Cinco Esses
Norma ISO/IEC 17.025 – Apresentação
Norma ISO/IEC 17.025 – Requisitos gerenciais aprofundados
Norma ISO/IEC 17.025 – Inteira aprofundada
Auditorias internas
Formação de auditores
Elaboração de procedimentos
Temporalidade de documentos e amostras
Comprando com qualidade
Validação de métodos
Estudos colaborativos
Organismos internacionais envolvidos na validação de métodos
analíticos
Cálculo de incerteza de medição
Interpretação dos certiicados de calibração
Boas Práticas de Laboratório / BPL
ADM = área administrativa
T = área técnica
Td = todos
EF = ensino fundamental
EM = ensino médio
MEM = no mínimo ensino médio
54 - IAL
NÍVEL
EM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
MEM
EF
EF
Td
Td
MEM
MEM
MEM
MEM
Td
MEM
MEM
MEM
MEM
FUNÇÃO
ADM/T
ADM/T
ADM/T
T
T
T
T
T
T
T
T
T
T
T
Td
Td
ADM
T
ADM/T
ADM/T
ADM/T
ADM/T
ADM/T
T
T
MEM
T
MEM
MEM
MEM
T
T
T
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
Pessoal
Além da capacitação para a qualidade, o pessoal técnico e administrativo tem que demonstrar sua competência na área em que atua. Isto é demonstrado por meio de seu currículo. Em cada laboratório ou setor administrativo, deve existir uma pasta, individual ou
coletiva, com os currículos de todos os funcionários daquele local, com os seguintes principais
dados: nome, tempo de atuação na área, escolaridade, pós-graduação (se for o caso), cursos,
treinamentos, simpósios e seminários, publicações (se for o caso), experiência proissional,
outras atividades proissionais relacionadas, assinaturas do funcionário e de seu chefe imediato
e data. Além disso, se possível nesta mesma pasta, cada funcionário deve assinar um termo
de conidencialidade, onde se compromete a manter o caráter conidencial das informações
decorrentes das atividades por ele desenvolvidas no laboratório.
Elaboração dos Documentos da Qualidade
Uma das principais características de qualquer Sistema da Qualidade é documentar todas as atividades realizadas no laboratório ou organização, com a inalidade de padronizá-las.
A documentação da qualidade descreve e deine políticas, diretrizes, procedimentos
técnicos e administrativos, ações preventivas e corretivas, instruções de uso de equipamentos,
planos de calibração, especiicações técnicas, registros de dados brutos, planos de capacitação
de pessoal, análises críticas do sistema da qualidade, entre outros, necessários para a implantação e implementação do Sistema da Qualidade em um laboratório ou organização.
Os documentos mínimos necessários para a implantação do Sistema da Qualidade
são: o Manual da Qualidade, que contém a declaração formal da política da qualidade do
laboratório e os componentes do seu Sistema da Qualidade, os procedimentos operacionais
padrão – POPs, especiicamente referidos na norma NBR ISO/IEC 17.025 e os documentos
referentes aos ensaios realizados, como os registros dos dados brutos, os certiicados de calibração dos equipamentos, a qualidade dos materiais de referência, entre outros.
Normalmente, costuma-se hierarquizar estes documentos na igura de um triângulo,
onde, no vértice, estaria o Manual da Qualidade, pela sua importância, pois nele estão contidas todas as diretrizes e as políticas da qualidade. Na parte central, encontram-se os POPs,
que são em maior número e descrevem todas as atividades técnico-administrativas do Sistema
da Qualidade. Na base do triângulo, encontram-se as intenções de trabalho os dados brutos e
os registros, que são aqueles em maior número no sistema.
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Manual
da
Qualidade
Procedimentos
Registros e dados brutos
Os procedimentos escritos têm por inalidade descrever as atividades a serem realizadas,
passo a passo, com um texto claro, evitando o excesso de detalhamento, porém sem omitir
etapas.
Sempre que possível, o funcionário que executa a tarefa deve escrever o procedimento; um outro companheiro que também conhece o trabalho deve revisar o texto para
veriicar possíveis omissões de etapas ou falta de clareza e o gerente da qualidade ou seu
representante deve aprovar o POP, apenas quanto na forma padronizada para procedimentos da qualidade.
Podem haver casos em que o funcionário que executa a tarefa não tenha familiaridade
com elaboração de textos. Nesta eventualidade, alguém do laboratório deve ajudá-lo nesta
tarefa, não estando excluídas as demais etapas de revisão e aprovação.
Cabe ao pessoal técnico e administrativo deinir quais os procedimentos que devem ser
elaborados em cada área e que farão parte do Sistema da Qualidade.
Controle dos Documentos
Os documentos da qualidade devem possuir uma numeração unívoca para facilitar seu
controle. Estes documentos devem ter em seu rodapé a inscrição “cópia controlada – reprodução proibida” ou frase de semelhante teor, para que não sejam reproduzidos e seja mantido
um rigoroso controle das cópias distribuídas pelo sistema da qualidade. Periodicamente estes
documentos devem ser objeto de uma análise crítica para atualização e melhoria. Caso hajam
alterações, devem ser emitidos novos documentos com números atualizados de revisão e as cópias antigas segregadas, mantendo-se uma cópia em arquivo, como histórico de documentação.
56 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
O controle de toda a documentação deve ser efetivado por meio de uma lista mestra,
onde constam todos os documentos do sistema da qualidade, com seu status de revisão.
Treinamento nos documentos da qualidade
Todos os documentos elaborados pelo sistema da qualidade, inclusive o manual da
qualidade, devem ser apresentados a seus possíveis usuários mediante um treinamento, antes
de serem distribuídos. Este treinamento garante que todos aqueles que forem usar aqueles
documentos compreenderam os mesmos na sua totalidade e que não terão nenhuma dúvida
na sua correta utilização.
Sempre que a gerência técnica do laboratório sentir necessidade, se houver alguma
alteração signiicativa no procedimento, ou quando um novo funcionário ingressar no laboratório ou ainda quando o plano de treinamento assim o exigir, deverá ser iniciado um novo
treinamento naquele procedimento. Nestes casos, deve-se também assegurar e manter todos
os registros destes treinamentos.
A gerência da qualidade deve ainda garantir que os usuários dos documentos, dados
e registros estejam utilizando sempre as últimas versões das cópias controladas. Deve ainda
assegurar que uma cópia controlada de cada documento obsoleto seja armazenada como histórico, sendo as demais cópias inutilizadas.
Preparação das unidades organizacionais
Uma boa ferramenta para iniciar a preparação do laboratório e áreas administrativas
para a sua inserção no sistema da qualidade é o Programa Cinco “S”, criado inicialmente no
Japão e que consiste em cinco conceitos simples:
Senso de descarte – deve-se separar, dentro do laboratório, os objetos e equipamentos úteis
dos inúteis, identiicando, dentro do útil, o que é usado com maior freqüência, mantendo-o
próximo do usuário, do que é usado esporadicamente, armazenando-o em áreas de menor
acesso. Quanto ao inútil, deve-se veriicar se pode ser útil em algum outro local, se pode ser
vendido ou doado. Caso contrário, deve-se descartar.
Senso de ordenação e organização – deve-se deinir um arranjo simples, que permita obter
apenas o que se precisa, na hora certa. Isto permite um menor tempo de busca do que é preciso para operar; evita a compra de matérias-primas e componentes desnecessários e os danos
a materiais ou produtos armazenados. Aumenta a produtividade das pessoas e equipamentos
e permite uma maior racionalização do trabalho, causando menor cansaço físico e mental,
IAL - 57
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melhoria no ambiente, facilitando o transporte interno, o controle de estoque e a execução
do trabalho no prazo.
Senso de limpeza – deve-se eliminar o lixo, a sujeira e os materiais estranhos, tornando
o local de trabalho mais limpo. Deve-se usar a limpeza como uma forma de inspeção de
equipamentos, reagentes, vidrarias e materiais. Este procedimento facilita a credibilidade nos
serviços e é fundamental para a imagem interna e externa das unidades organizacionais do
laboratório.
Senso de asseio, higiene e saúde – deve-se manter os objetos e equipamentos organizados,
arrumados e limpos, incluindo os aspectos pessoais e os relacionados à poluição. Este procedimento facilita a segurança e o melhor desempenho das pessoas e evita danos à saúde
do funcionário e do cliente. Melhora a imagem do laboratório para os clientes internos e
externos, além de elevar o nível de satisfação e motivação do pessoal para com o trabalho e o
laboratório.
Senso de autodisciplina e ordem mantida – deve-se fazer naturalmente a coisa certa. Assim se reduz a necessidade de controle e se facilita a execução de toda e qualquer tarefa ou
operação. Este procedimento evita perdas devido à falta de rotinas e traz previsibilidade do
resultado inal de qualquer operação.
Controle de acesso
Para garantir a conidencialidade e a coniabilidade dos resultados analíticos, além de
assegurar a conidencialidade de processos e outros documentos sigilosos das áreas administrativas do laboratório, devem ser estabelecidos procedimentos para o controle de acesso de
pessoal autorizado e não autorizado em todas as unidades organizacionais do laboratório.
Calibração, controle e manutenção de equipamentos
Os equipamentos críticos devem ser calibrados periodicamente e antes de serem colocados em uso, de modo a garantir a precisão e exatidão dos mesmos.
Os certiicados de calibração devem ser fornecidos por empresas ou laboratórios credenciados pela Rede Brasileira de Calibração – RBC, sempre que possível.
A freqüência de calibração dos equipamentos críticos é estabelecida em função da utilização de cada equipamento. Em função disso, deve ser elaborado um plano de calibração e
de manutenção dos mesmos.
58 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
Quando a temperatura for crítica para o ensaio, deve ser elaborado um controle periódico e mantido próximo aos equipamentos (estufas, banhos-maria, mulas, geladeiras etc.). O
mesmo procedimento deve ser realizado para outros parâmetros críticos para os ensaios.
Apresentação dos resultados
Os certiicados de análise devem ser descritos em documentos contendo as informações
solicitadas pelo cliente e necessárias à interpretação dos mesmos, as referências e valores de
referência, quando deinidos e todas as informações requeridas pelo método utilizado, a partir
das quais as interpretações do resultado podem ser realizadas. Além disso, devem constar: a
data do recebimento da amostra, a data de realização do ensaio e as assinaturas e funções de
pelo menos dois responsáveis pelo relatório. Para preservar os direitos do laboratório, é aconselhável que no relatório constem uma ou mais das seguintes observações: “O laboratório não
se responsabiliza pela amostragem”; “os resultados se referem somente à amostra ensaiada” e
“este relatório de análise somente deve ser reproduzido por completo”.
O relatório de análise apresentado deve ser claro, objetivo, preciso, sem rasuras e não
pode, em sua versão inal, permanecer com campos em branco, para diicultar sua falsiicação.
O documento deve apresentar identiicação unívoca que assegure que cada página seja reconhecida como parte integrante do relatório de ensaio e tenha, em seu inal, uma clara identiicação de término. Os resultados analíticos devem ser acompanhados da incerteza estimada e
de suas unidades, de acordo com o Sistema Internacional.
Cuidados especiais devem ser tomados quando da entrega do resultado para terceiros ou
quando enviados por fax ou meio eletrônico. Somente em casos de alerta sanitário ou de extrema urgência poderão ser utilizados estes meios, pois existe o risco de quebra de conidencialidade. Um procedimento escrito deve ser elaborado para estes casos, para evitar que isso ocorra.
Auditorias internas
Deinição – Segundo a NBR ISO 8402, a auditoria é o “exame sistemático e independente para determinar se as atividades da qualidade e seus resultados estão de acordo com
as disposições planejadas, se estas foram efetivamente implementadas e se são adequadas à
consecução dos objetivos”.
A realização de auditorias internas é requisito obrigatório para o atendimento da
norma da qualidade. Para sua execução, é necessária a formação de uma equipe de auditores, capitaneada pelo auditor-líder, que é responsável por todas as fases da auditoria e
também deve participar da seleção dos outros membros da equipe auditora, preparar o
IAL - 59
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plano de auditoria, representar a equipe auditora junto à gerência da qualidade e apresentar
o relatório da auditoria.
É de responsabilidade da equipe auditora: cumprir os requisitos aplicáveis da auditoria,
comunicar e esclarecer os requisitos da auditoria da mesma, planejar e realizar a auditoria sob
sua responsabilidade, documentar as observações, relatar os resultados e veriicar a eicácia das
ações corretivas adotadas como resultado da auditoria.
Ao laboratório auditado cabe: informar aos técnicos envolvidos os objetivos e o
escopo da auditoria, apontar os membros responsáveis para acompanhar a equipe auditora, prover a equipe auditora de todos os recursos necessários para assegurar um processo
de auditoria eicaz e eiciente, prover o acesso às instalações e ao material comprobatório,
conforme solicitado pelos auditores e determinar e iniciar ações corretivas baseadas no
relatório de auditoria.
Critérios para qualificação de auditores internos
Os auditores devem, no mínimo, ter cursado até o segundo grau escolar e ter competência para expressar-se oralmente e por escrito. Possuir conhecimento e compreensão
das normas nas quais se baseia a auditoria do sistema da qualidade. Habilidades adicionais necessárias na gestão de uma auditoria: planejamento, organização, comunicação,
direção, facilidade na elaboração de questionários, avaliação e preparação de relatórios.
É aconselhável que tenham no mínimo, quatro anos de experiência proissional
na área técnica a ser auditada (no caso dos auditores especialistas nos ensaios).
Atributos pessoais do auditor: mentalidade aberta e madura, julgamentos dignos de coniança, capacidade analítica e tenacidade, habilidade para perceber situações
de maneira realista, compreensão das operações complexas sob uma perspectiva mais
ampla, bem como o papel das unidades individuais dentro de um todo, auto-análise,
objetividade, imparcialidade, persistência, cooperação, bom senso para revisão, maturidade, ética, conidencialidade, boa comunicação verbal e escrita, bom relacionamento interpessoal.
Garantia da qualidade dos resultados de ensaio
O laboratório deve ter procedimentos para monitorar a qualidade dos resultados dos
ensaios. Essa monitorização deve ser planejada e analisada criticamente pela gerência técnica
do laboratório.
60 - IAL
Capítulo I - Gestão da Qualidade Laboratorial
Os dados devem ser registrados de forma sistemática para que tendências sejam detectáveis e sanadas. Quando possível deve ser aplicada técnica estatística para a análise crítica dos
resultados. Este controle de qualidade pode ser interno ou externo.
O controle de qualidade interno pode ser realizado por meio de ensaios em replicata,
análises utilizando-se material de referência, comparações intralaboratoriais, repetições do ensaio e amostra cega. Como o controle de qualidade externo, pode-se participar de ensaios de
proiciência, que tem como principais vantagens: veriicação da capacidade técnica, veriicação de desempenho de metodologias, reagentes e equipamentos, tomadas de ações corretivas,
entre outros.
Análise crítica pela alta administração
Pelo menos uma vez por ano, e visando a melhoria contínua do sistema da qualidade,
deve ser realizada uma análise crítica do sistema. Os principais responsáveis por essa avaliação
são: a alta administração e a gerência da qualidade. Nesta ocasião são avaliados os seguintes e
principais indicadores:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
resultados de ensaio de proiciência
auditorias internas
auditorias externas
reclamações de clientes
sugestões de clientes
quantidade de análises realizadas
ações corretivas
ações preventivas
número de treinamentos realizados
planejamento anual
sugestões de melhoria do sistema
principais não conformidades
principais fontes de investimento
opiniões dos diretores
sugestões dos funcionários
Estas reuniões devem ser registradas, normalmente em forma de ata e as conclusões
devem ser divulgadas e cumpridas.
IAL - 61
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Referências Bibliográicas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9.000: Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC GUIA 2 1995
Normalização e atividades relacionadas – Vocabulário geral - Vocabulário Internacional de Metrologia. Rio de Janeiro, VIM, 1995.
INMETRO - DOQ-DQUAL - 007 - Orientações sobre acordos de reconhecimento mútuo.
Abr. 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 10.012-1: Requisitos de
garantia da qualidade para equipamentos de medição. Nov. 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, Ago. 2000.
INMETRO – Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologiaVIM. 2. ed., Brasília, SENAI/DN, 2000. 75p.
INMETRO - Vocabulário de metrologia legal. 2. ed., Brasília, SENAI/DN, 2000. 27p.
REBLAS – Procedimentos operacionais da REBLAS, agosto, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ISO GUIA 30: Termos e deinições relacionados com material de referência. 2000..
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ISO/IEC GUIA 30: Ensaios de
proiciência por comparações interlaboratoriais. Parte 1: Dsenvolvimento e operação de programas de ensaios de proiciência. 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT/ISO/IEC GUIA 2 Normalização e atividades relacionadas – Vocabulário geral. 1998.
VALLE, B.; BICHO, G.G. ISO/IEC 17.025: A Nova norma para Laboratórios de Ensaio e Calibração. Laboratórios & Controle de Processos, ano. 1, n. 5, abr. 2001.
Colaboradores:
Neus Sadocco Pascuet e Galdino Guttmann Bicho
62 - IAL
CAPÍTULO
II
GENERALIDADES
IAL - 63
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64 - IAL
Capítulo II - Generalidades
II
GENERALIDADES
A
s unidades de pesos e medidas adotadas neste livro são as do Sistema Nacional de
Metrologia.
Quadro 1 – Grandezas, unidades e símbolos de acordo com o SI
Grandeza
Comprimento
Massa
Tempo
Corrente elétrica
Temperatura termodinâmica
Quantidade de matéria
Intensidade luminosa
Força
Energia
Pressão
Superfície
Volume
Concentração
Temperatura
Diferença de potencial elétrico
Unidade SI
Nome
Metro
Quilograma
Segundo
Ampère
Kelvin
Mol
Candela
Newton
Joule
Pascal
Metro quadrado
Metro cúbico
Mol por metro cúbico
Grau Celsius
Volt
Símbolo
m
kg
s
A
K
mol
cd
N
J
Pa
m2
m3
mol/m3
°C
V
IAL - 65
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Os múltiplos e sub-múltiplos decimais das unidades do Sistema Internacional constam no Quadro 2
Quadro 2 – Fatores, preixos e símbolos de acordo com o SI
Fator
1024
1021
1018
1015
1012
109
106
103
102
101
Preixo
Yotta
Zetta
Exa
Peta
Tera
Giga
Mega
Quilo
Hecto
deca
Símbolo
Y
Z
E
P
T
G
M
k
h
da
Fator
10-1
10-2
10-3
10-6
10-9
10-12
10-15
10-18
10-21
10-24
Preixo
deci
centi
mili
micro
nano
pico
femto
atto
zepto
yocto
Símbolo
d
c
m
m
n
p
f
a
z
y
Os elementos, seus símbolos, números e pesos atômicos estão relacionados na Tabela
1.
Tabela 1 – Tabela períodica dos elementos, seus respectivos números e pesos atômicos.
Elemento
Actínio
Símbolo
n°
atômico
Peso
atômico
Ac
89
227
Elemento
Neodínio
Símbolo
n°
atômico
Peso
atômico
Nd
60
144
Alumínio
Al
13
27
NeônIo
Ne
10
20
Amerício
Am
95
243
Neptúnio
Mp
93
237
Antimônio
Sb
51
122
Níquel
Ni
28
58,5
Argônio
Ar
18
40
Nióbio
Nb
41
93
Arsênio
As
33
75
Nitrogênio
N
7
14
Astatínio
At
85
210
Nobélio
No
102
259
Bário
Ba
56
137
Ósmio
Os
76
190
Berquélio
Bk
97
247
Oxigênio
O
8
16
Berílio
Be
4
9
Paládio
Pd
46
106
Bismujto
Bi
83
209
Fósforo
P
15
31
Boro
B
5
11
Platina
Pt
78
195
Bromo
Br
35
80
Plutônio
Pu
94
244
66 - IAL
Capítulo II - Generalidades
Símbolo
n°
atômico
Peso
atômico
Cádmio
Cd
48
112
Cálcio
Ca
20
Califórnio
Cf
Carbono
C
Elemento
Símbolo
n°
atômico
Peso
atômico
Polõnio
Po
84
209
40
Potássio
K
19
39
98
251
Praseodínio
Pr
59
141
6
12
Promécio
Pm
61
145
Elemento
Cério
Ce
58
140
Protactínio
Pa
91
231
Césio
Cs
55
133
Rádio
Ra
88
226
Cloro
Cl
17
35,5
Radônio
Rn
86
222
Cromo
Cr
24
52
Rênio
Re
75
186
Cobalto
Co
27
59
Ródio
Rh
45
103
Cobre
Cu
29
63,5
Rubídio
Rb
37
85,5
Cúrio
Cm
96
247
Rutênio
Ru
44
101
Disprósio
Dy
66
162,5
Samário
Sm
62
150
Einstênio
Es
99
252
Escândio
Sc
21
45
Érbio
Er
68
167
Selênio
Se
34
79
Európio
Eu
63
152
Silício
Si
14
28
Férmio
Fm
100
257
Prata
Ag
47
108
Flúor
F
9
19
Sódio
Na
11
23
Frâncio
Fr
87
223
Estrôncio
Sr
38
87,5
Gadolínio
Gd
64
157
Enxofre
S
16
32
Gálio
Ga
31
70
Tantâlio
Ta
73
181
Germãnio
Ge
32
73
Tecnécio
Tc
43
98
Ouro
Au
79
197
Telúrio
Te
52
127,5
Háfnio
Hf
72
178,5
Térbio
Tb
65
159
Hélio
He
2
4
Tálio
Tl
81
204
Holmio
Ho
67
165
Tório
h
90
232
Hidrogênio
H
1
1
Túlio
Tm
69
169
Índio
In
49
115
Estanho
Sn
50
119
Iodo
I
53
127
Titânio
Ti
22
48
Irídio
Ir
77
192
Tungstênio
W
74
184
Ferro
Fe
26
56
Unilquádio
Unq
104
261
Kriptônio
Kr
36
84
Unilpêntio
Unp
105
262
Lantânio
La
57
139
Unilhexio
Unh
106
263
Lawrêncio
Lr
103
262
Unilseptio
Uns
107
262
Chumbo
Pb
82
207
Urânio
U
92
238
Lítio
Li
3
7
Vanádio
V
23
51
IAL - 67
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Símbolo
n°
atômico
Peso
atômico
Lutécio
Lu
71
175
Magnésio
Mg
12
Manganês
Mn
Mendelévio
Md
Elemento
Símbolo
n°
atômico
Peso
atômico
Xenõnio
Xe
54
131
24
Itérbio
Yb
70
173
25
55
Itrio
Y
39
89
101
258
Zinco
Zn
30
65
Zircônio
Zr
40
91
Mercúrio
Hg
80
200
Molibdênio
Mo
42
96
Elemento
Baseada na tabela de pesos atômicos padrão da IUPAC de 1987.
A expressão “até peso constante” signiica que os valores obtidos em duas pesagens
sucessivas diferem, no máximo, em 0,0005 g por grama de substância.
As temperaturas são dadas em graus Celsius (centígrados). Quando não for especiicada a temperatura em que devem ser feitas as determinações, subentende-se que seja à
“temperatura ambiente”, isto é, entre (20 - 25)°C.
Por “banho-maria” entende-se o processo de aquecimento no qual a substância é
contida em recipiente mergulhado em água mantida em ebulição, ou em outras temperaturas, quando forem especiicadas.
A expressão “mm de mercúrio”, usada para as medidas de pressão, refere-se ao uso
de manômetros ou barômetros calibrados em relação à pressão exercida por uma coluna
de mercúrio de igual número de milímetros de altura, a uma temperatura de 0ºC, medida
num ambiente em que a aceleração da gravidade é normal.
Densidade relativa é o termo empregado nos métodos analíticos como sinônimo
de peso especíico. Representa a relação entre a massa aparente de uma substância, ao ar, a
20ºC e a massa de igual volume de água mantém nas mesmas condições de temperatura e
pressão.
Porcentagens são dadas, conforme as circunstâncias, em uma das quatro formas:
• por cento m/m (massa por massa), expressando o número de gramas de substâncias
contido em 100 g do produto
• por cento m/v (massa por volume), expressando o número de gramas de substâncias
contido em 100 mL do produto
• por cento v/v (volume por volume), expressando o número de mililitros de substâncias
em 100 mL do produto
• por cento v/m (volume por massa), expressando o número de mililitros por 100 g do
produto.
68 - IAL
Capítulo II - Generalidades
As concentrações das soluções de sólidos em líquidos são expressas em porcentagens
de massa em volume (m/v), e as de líquidos em líquidos, em porcentagens de volume em
volume (v/v) ou pela expressão soluções (a + b), indicando “a” o número de gramas ou mililitros da substância e “b” o número de mililitros de água adicionada. Por exemplo: HCl (1+2)
signiica uma solução preparada adicionando-se 1 volume de HCl a 2 volumes de água.
As soluções tituladas empregadas nas análises volumétricas são soluções de concentrações deinidas. Todas as soluções contidas neste livro estão expressas em molaridade,
de acordo com a recomendação da International Union of Pure and Applied Chemistry IUPAC. Molar, M ou 1 M indica que a solução contém o peso do mol da substância de
interesse por litro de solução. Entretanto, no caso de acidez titulável, o resultado pode ser
expresso em: “acidez em solução Normal” ou em miliequivalentes por litro ou por quilo,
quando a legislação vigente assim o indicar.
Soluções indicadoras ou indicadores são as substâncias que se empregam, em solução ou in natura, para estabelecer o ponto inal desejado de uma reação química ou para
medir a concentração de íons de hidrogênio, ou pH.
Os recipientes utilizados para as medidas volumétricas devem ser calibrados tendo-se
em vista a temperatura em que foram graduados. Devem ser de vidro neutro e estar perfeitamente limpos. A limpeza pode ser feita com solventes orgânicos (éter, acetona); solução
de hidróxidos ou detergentes; mistura sulfocrômica, seguida de lavagens sucessivas com
água comum (8 vezes) e água (3 vezes).
Nas medições de volume, o nível inferior do menisco do líquido contido nos recipientes deve alorar o traço de aferição; somente nos casos de líquidos fortemente corados
é que se deve usar como referência a borda superior do menisco.
Os volumes medidos com vidraria de precisão (bureta, pipeta, balão volumétrico
etc.) devem ser considerados com precisão até a 2ª casa após a virgula. O mesmo se aplica
para pesagens em balança analítica, que devem ser feitas com precisão até a 4ª casa após a
virgula. Neste livro não foram colocados, nos métodos, esses algarismos signiicativos.
O termo “água” refere-se a água destilada, exceto quando houver outra especiicação e também no caso em que a água não izer parte da análise, como por exemplo, no caso do banho–maria.
O termo “éter” refere-se a éter etílico, livre de peróxidos.
O termo “álcool” refere-se a álcool etílico a 95%, v/v. Soluções alcoólicas x% podem
ser preparadas pela diluição de x mL de álcool a 95% e completadas a 100 mL com água.
Álcool absoluto é aquele com 99,5% de álcool em volume.
Os ácidos e os hidróxidos utilizados são sempre os concentrados, a menos que, na
técnica, seja indicada a diluição.
IAL - 69
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tabela 2 – Características de concentração de alguns reagentes
Reagentes
Ácido sulfúrico
Ácido clorídrico
Ácido nítrico
Ácido fosfórico
Ácido acético
Hidróxido de amônio
Densidade
(kg/L)
1,84
1,19
1,42
1,69
1,05
0,90
Porcentagem
m/m
95 – 98
36,5 – 38,0
69,0 – 71,0
85,0
99,7
28 – 30
Se não houver outra especiicação, solução de fenolftaleína usada como indicador é
uma solução alcoólica a 1%; a solução de metilorange é uma solução aquosa a 0,1% e a de
vermelho de metila usada, também, como indicador é uma solução alcoólica a 0,1%.
Soluções reagentes prontas, oferecidas no comércio, devem ser analisadas antes de
sua utilização em metodologias especíicas, pois podem conter tampões, agentes quelantes,
estabilizantes ou outros compostos que podem interferir nas análises.
Solução sulfocrômica de limpeza é preparada a partir de uma das seguintes formas:
a) Adicione 1 L de ácido sulfúrico comercial a aproximadamente 35 mL de solução
aquosa saturada de dicromato de sódio.
b) Dissolva cuidadosamente 200 g de dicromato de potássio e 170 mL de ácido
sulfúrico comercial em água e leve a 1000 mL.
Estes reagentes podem ser de grau técnico. Use somente após uma primeira lavagem
por meios convencionais, isto é, com detergente e após secagem. Esta mistura tem alto
custo e é perigosa. Use repetidas vezes até que ela esteja diluída ou apresente uma coloração
acinzentada ou esverdeada. Descarte cuidadosamente com bastante água. Estas operações
devem ser realizadas por pessoal treinado.
As preparações das principais soluções tituladas e dos reagentes usualmente empregados neste livro estão descritos no apêndice.
Os métodos qualitativos e quantitativos descritos neste livro estão numerados em ordem seqüencial, independentemente do capítulo ao qual pertencem, objetivando facilitar
sua utilização como referência, nos casos de habilitação, acreditação, ou mesmo troca de
informações entre analistas de laboratórios distintos.
Ao inal da descrição de cada método estão relacionadas as referências bibliográicas
utilizadas.
70 - IAL
Capítulo II - Generalidades
Siglas
a – absortividade
A – absorbância
AAS – espectrômetro de absorção atômica
AFM1 – alatoxina M1
A.O.A.C. – Association of Oicial Analytical Chemists
atm – atmosfera
CCD – cromatograia em camada delgada
CI – coluna de imunoainidade
CLAE – cromatograia líquida de alta eiciência
DAD – detector de aranjo de diodos
DIC – detector de ionização de chama.
– absortividade referente a absorbância de uma solução a 1% da espécie absorvente
num solvente adequado, em cubeta de 1 cm.
EDL – electrodeless discharge lamp (lâmpada de descarga sem eletrodo)
ELISA – enzyme-linked immunisorbent assay
ETAAS – espectrômetro de absorção atômica com forno de graite
f – fator de correção
FAAS – espectrômetro de absorção atômica com chama
FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations
FDA – Food and Drug Administration
FID – detector de ionização de chama
GRAS – generally recognized as safe
HCL – hollow cathode lamp (lâmpada de catodo oco)
ICUMSA – International Commission for Uniform Methods of Sugar Analysis
ICP OES – espectrômetro de emissão atômica com plasma de argônio
indutivamente acoplado
ISO – International Organization for Standardization
IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry
mµ – milimicron (10-6 mm)
NED – alfa-naftiletilenodiamina
ng – nanograma (10-9 g)
NIST – National Institute of Standards and Technology
OTA – ocratoxina A
PI – padrão interno
ppb – partes por bilhão (1/109)
ppm – partes por milhão (1/106)
Rf – quociente entre as distâncias percorridas simultaneamente desde o ponto de partida
até o centro de maior concentração da mancha do soluto e até a frente da fase móvel - cromatográia em papel ou em camada delgada.
rpm – rotações por minuto
IAL - 71
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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SCAN – varredura completa na faixa de massas selecionadas
SIM – monitoramento de alguns íons selecionados com determinados valores da relação
massa/carga.
Split – divisor de amostra
T – transmitância
TFS – solução-tampão salina
TSFT – solução-tampão salina de trabalho
TISSAB – total ion strenght adjustor bufer
UV/VIS – ultravioleta/visível
µg – micrograma (10-6 g)
µm – micron ou micrômetro (10-6 m)
WHO – Word Health Organization
Referências bibliográicas
BRASIL. Leis, Decretos etc, - Resolução nº 01/82 do Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial. Diário Oicial, Brasília, 10 maio 1982. Seção 1, p.
8384-8393.
INMETRO. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia.
Duque de Caxias, RJ, 1995. 52 p.
INMETRO. Sistema Internacional de Unidades. SI. 6. ed. Brasília, SENAI/DN, 2000.114
p. Convênio SENAI/DN/INMETRO.
MORITA, T.; ASSUMPÇÃO, R.M.V. Manual de soluções, reagentes & solventes: padronização, preparação, puriicação. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1976. p. 279.
Colaboradores
Neus Sadocco Pascuet e Odair Zenebon
72 - IAL
CAPÍTULO
III
COLHEITA DE
AMOSTRAS
IAL - 73
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
74 - IAL
Capítulo III - Colheita de Amostras
III
COLHEITA DE AMOSTRAS
colheita de amostras constitui a primeira fase da análise do produto. As amostras
de produtos alimentícios destinadas à análise poderão ser colhidas nos locais de
fabricação, preparo, depósito, acondicionamento, transporte e exposição à venda. A colheita deverá ser feita com observância das condições técnicas prescritas
por estes procedimentos. A colheita adequada da amostra, cercada de todas as precauções,
viabilizará as condições corretas para o processo de análise; caso contrário, este processo
será comprometido ou impossibilitado. A amostra colhida em quantidade suiciente para
a realização da análise deverá ser acondicionada de forma a resguardá-la de qualquer alteração e ser adequadamente identiicada. A amostra, identiicada e rotulada, será acompanhada de um relatório com as informações necessárias para a realização da análise e a
emissão do laudo analítico. As amostras facilmente deterioráveis serão conservadas em refrigerador e, quando for o caso, em congelador. O seu processamento, desde a colheita até
a análise, deverá ser efetuado o mais rápido possível. A amostra deverá ser representativa
do lote, estoque ou partida, em proporção adequada à quantidade do produto existente
no local da colheita. Daí a necessidade de que a colheita seja previamente planejada, não
só no que se refere à quantidade das amostras, mas também com relação à espécie do
produto e aos parâmetros a serem analisados. Dentro do conceito fundamental de que a
análise começa com a colheita da amostra, torna-se necessário que este procedimento seja
efetuado com todas as precauções necessárias. No laudo analítico, deverão ser registradas
todas as condições em que a amostra foi recebida, tais como, embalagem, temperatura,
entre outras. O agente responsável pela amostragem deverá ser a autoridade sanitária que
tenha recebido treinamento, tanto na parte tecnológica como na analítica. O treinamento tecnológico, no que se refere ao processo de fabricação dos alimentos possibilitará a
aquisição de informações úteis que devem ser registradas no termo de colheita da amostra
a ser analisada, bem como instruir os produtores, visando corrigir possíveis deiciências
nas instalações, no equipamento, enim, concorrer para a melhoria do alimento a ser
comercializado.
A
IAL - 75
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
As amostras de alimentos devem ser colhidas segundo um plano particular de procedimentos. Sempre que possível esse plano deverá proporcionar amostras representativas
do lote. Um dos problemas mais freqüentes a respeito da análise bromatológica é a determinação do tamanho da amostra a ser colhida. Quando nenhuma instrução especíica é
, sendo x igual ao número
fornecida, a regra geral é colher amostras correspondentes a
de unidades do lote. Ordinariamente, quando se refere a grandes cargas, por exemplo, existentes em indústrias e armazéns, devem ser colhidas não menos que 12 unidades e não mais
que 36, sendo que cada unidade deverá ser proveniente de recipientes diferentes.
Amostragem para análise fiscal e de controle
As amostras para análise iscal devem ser colhidas em triplicata: uma delas é deixada em poder do detentor ou depositário do produto para eventual perícia de contraprova
e as outras duas são encaminhadas ao laboratório, respectivamente, para análise e perícia
desempatadora, se necessário. Quando a quantidade ou a natureza do alimento não permitir a colheita das amostras em triplicata, a análise iscal será realizada em amostra única. Os procedimentos para a realização das análises iscais estão previstos em legislações
especíicas.
A análise de controle é efetuada no laboratório após o registro do alimento no
órgão competente de Vigilância Sanitária e também para aqueles dispensados da obrigatoriedade de registro no Ministério da Saúde, quando de sua entrega ao consumo e serve
para provar a conformidade do produto com o seu respectivo padrão de identidade e
qualidade. Na análise de controle serão observadas as normas estabelecidas para a análise
iscal. A análise de controle também é realizada para a liberação de alimentos importados
em postos alfandegários.
Acondicionamento
As amostras colhidas deverão ser imediata e devidamente acondicionadas. Este
acondicionamento será considerado adequado se for capaz de impedir qualquer alteração
na amostra. A escolha do tipo de acondicionamento ou do recipiente depende do estado
físico do produto: líquido, sólido ou semi-sólido. Na escolha do acondicionamento deverá ser levado em conta o tipo de análise à qual vai ser submetida. Assim, se a amostra se
destina a testes microbiológicos, tornar-se-à imprescindível acondicioná-la em recipiente
ou material de embalagem estéril que impeça a sua eventual contaminação do produto.
Os produtos industrializados poderão ser colhidos em suas embalagens originais. Recomenda-se o uso de recipientes de vidro, louça e outras embalagens semelhantes para
gordura, frituras, produtos úmidos ou higroscópicos (carnes e outros). As amostras de
substâncias líquidas são geralmente acondicionadas em frascos plásticos ou de vidro. Para
76 - IAL
Capítulo III - Colheita de Amostras
análise de resíduos de metais, não é aconselhável utilizar vidro para acondicionar amostras
de alimentos; alternativamente, deve-se usar recipientes de polietileno. Diferentemente,
para acondicionar amostras para análise de pesticidas utilize embalagens de vidro e, quando for possível, de papel.
Lacração
A lacração dos invólucros das amostra iscais e de controle terá por objetivo evitar
qualquer alteração deliberada do conteúdo da embalagem. Isto pode ser obtido não somente com o uso do lacre mas, ainda, por vedação hermética para que em caso de violação, esta se torne evidente. Assim, poderão ser empregados selos e botões de pressão que
permitam seu uso por uma só vez ou engenhos semelhantes.
Poderão ser usados, como invólucros, sacos de plástico ou papel resistentes para
acondicionar amostras de todos os tipos de alimentos, os quais poderão ser posteriormente lacrados pelos métodos acima citados. O uso de sacos de papel lacrado será especialmente recomendado quando o fechamento for diicilmente conseguido por outro
método. Quando forem tomadas várias unidades da mesma partida, a lacração deverá
ser feita juntando-se os recipientes como foi acima descrito. Quando a embalagem for
constituída por saco plástico, torna-se importante que a parte da costura inferior ique
presa ao lacre da amostra.
Rotulagem
Cada amostra colhida deverá ser rotulada de modo a não se confundida. O método mais simples é escrever as características da amostra diretamente no papel do invólucro
do recipiente. Nos recipientes em que é difícil escrever, poderão ser ixados e amarrados rótulos ou etiquetas onde estejam descritas as características da amostra. No caso de
amostras já acondicionadas em pacotes ou garrafas, será necessário tomar cuidado para
que a descrição do produto e outros detalhes importantes na embalagem original não
sejam ocultos pelo rótulo da amostra.
Transporte
A amostra deverá ser remetida para o laboratório de análise o mais rapidamente
possível. Serão tomadas as devidas precauções para assegurar que o resultado da análise
não seja comprometido pela utilização de um método inadequado de transporte que
acarrete longas demoras ou no qual a amostra esteja sujeita à deterioração.
Termo de colheita
O agente responsável pela colheita da amostra deverá remetê-la ao laboratório de
análise, juntamente com um termo de colheita contendo todas as informações necessárias
IAL - 77
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
para o analista, por exemplo: a data da colheita e motivo de apreensão; origem da mercadoria e data de sua produção ou aquisição; tipo e duração da armazenagem; nome e endereço do fabricante ou detentor; quantidade em estoque da mercadoria, após a colheita
da amostra; os números dos lacres das amostras colhidas; o tipo de exame necessário ou
uma breve descrição do motivo que originou tal colheita. É aconselhável, também, fazer
uma descrição sucinta do local onde foi apreendida a amostra. No caso de alimentos perecíveis que necessitem de refrigeração, é fundamental mencionar a temperatura em que
se encontravam no momento da colheita.
Colheita de amostras de produtos não homogêneos em grandes estoques
Quando tiver que ser exarado um laudo sobre produtos que não apresentem homogeneidade ou com tendência a apresentar separação de fases, as amostras deverão ser
tomadas em vários pontos ou de vários recipientes da partida. Para se obter uma amostra
que permita chegar a uma conclusão da qualidade média de toda a partida (ou da parte
adequada da partida, a ser misturada), deverá ser tomada precaução para que a amostra
(em volume signiicante em comparação com o volume da mercadoria a ser analisada)
seja semelhante, em qualidade, à que seria obtida se retirada da quantidade total da mercadoria após ser cuidadosamente misturada.
Quanto maior for a partida de mercadorias a serem testadas, para veriicação de
sua qualidade média, tanto maior o número de recipientes individuais dos quais as porções deverão ser retiradas. Essas serão depois perfeitamente misturadas e a quantidade de
amostra a ser remetida para análise deverá ser tirada da mistura resultante.
Quando se tratar de amostras de alimentos armazenados em sacos, barris, engradados ou qualquer grande recipiente (inclusive produtos em grandes parcelas, tais como
batatas, frutas e outros), será, por vezes, necessário esvaziar os recipientes, misturar bem e
considerar o todo para obter uma amostra realmente média.
No caso de grandes estoques de alimentos assim armazenados, mas que, presumivelmente, apresentam homogeneidade, será necessário tomar a amostra média de 1 recipiente, se o número de recipientes não for superior a 5, de 10% dos recipientes com um
mínimo de 5, se não excederem a 100; de 5%, com um mínimo de 10, se não excederem
a 200; de 3% com um mínimo de 25, se excederem a 2000 , e de 1% com um mínimo
de 50, se excederem a 2000. Um número de 5 amostras deve ser obtido de vários pontos
da carga de um caminhão ou de uma grande pilha de mercadoria, tomando-se as devidas
precauções para que unidades de diferentes tamanhos sejam reunidas proporcionalmente
à composição da partida toda. Nos recipientes com produtos granulados (por exemplo:
78 - IAL
Capítulo III - Colheita de Amostras
cereais), os componentes não são igualmente distribuídos porque as partículas menores,
terra, areia, pequenas sementes, ou as mais pesadas, caem no fundo do recipiente. Por
essa razão, as diferentes camadas deverão ser levadas em conta para a obtenção da amostra
média.
O conteúdo de pequenas gavetas ou caixas deverá, como medida prática, ser esvaziado e reunido em monte cuidadosamente misturado, e a amostra retirada do total. Em
um produto ensacado, a amostra deverá ser obtida retirando-se partes do alto, centro e
fundo do saco; estas partes devem ser misturadas e, a partir da mistura, retirada a amostra média. No caso de serem grandes os lotes de produtos ensacados, o número de sacos
dos quais se retira a amostra, será determinado de acordo com o padrão acima descrito.
A amostra retirada de um único ponto é casual, não permite avaliar a qualidade de um
grande volume do alimento. Líquidos que se separam em camadas devem ser cuidadosamente misturados antes da tomada da amostra. Líquidos contidos em pequenos barris
icam melhor homogeneizados quando se rola o barril. O conteúdo de latas deve ser homogeneizado por agitação, antes da tomada da amostra para análise. Pequenas porções de
líquido são homogeneizadas passando-as diversas vezes de um para outro recipiente, mexendo-as e agitando-as. A amostra de líquidos que não se separam em fases, sempre que
possível, deve ser tomada do centro do recipiente, com sifão ou pipeta. Líquidos parcial
ou completamente gelados deverão ser perfeitamente homogeneizados, como foi acima
descrito, antes da retirada da amostra. O modo descrito para amostragem com líquidos
pode ser adotado também para mercadorias de consistência oleosa, viscosa ou untuosa.
Contudo, se as mercadorias não puderem ser misturadas por rotação ou agitação
do recipiente, deverá ser utilizada uma espátula ou equivalente para homogeneização da
amostra. Obviamente, as informações explicativas que devem ser enviadas ao laboratório
encarregado da análise, que acompanham as várias amostras obtidas de diferentes partes
de uma grande partida de mercadoria, ou a amostra média de uma partida de mercadorias, que se supõe ser homogênea, devem conter, além dos informes usuais, particularidades de observação sobre as diferenças de qualidade entre várias partes que compõem a
partida ou quaisquer outros detalhes que possam ser úteis aos analistas.
Conduta para obtenção da amostra de produtos pré-embalados
Em produtos pré-embalados ou acondicionados em vasilhames, deverá ser coletada como amostra o menor recipiente ou vasilhame exposto à venda ao consumidor,
como item isolado e, quando necessário, mais de um. Quando as amostras forem
tomadas de grandes vasilhames, o produto deverá ser perfeitamente misturado, se
não for homogêneo ou apresentar tendência à separação de fases. O conteúdo de
IAL - 79
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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cada vasilhame deverá corresponder ao respectivo padrão mínimo. No caso de ser
necessário veriicar a qualidade de uma grande partida de produtos pré-embalados,
proceder como para colheita de amostras de produtos não homogêneos, em grandes
estoques.
Colheita de água para determinações físico-químicas gerais
Para determinações físico-químicas gerais em água, como cor, turbidez, dureza e outros parâmetros, a colheita pode ser feita em frasco de água mineral de
primeiro uso, com sua tampa original. O frasco e sua tampa devem ser enxaguados,
com a água a ser coletada, por seis vezes. Se a colheita for feita em torneiras, deixe a
água escorrer naturalmente durante três minutos aproximadamente. Após a colheita, ixe a tampa de modo a evitar vazamentos e identiique a amostra, que deve ser
transportada sob refrigeração.
Colheita e preservação de amostra de água para a determinação de metais totais
Na colheita de água para a determinação de metais totais, deve-se utilizar
frascos de polipropileno ou polietileno de alta densidade com tampa do mesmo
material. A capacidade do frasco dependerá da técnica a ser utilizada para a quantiicação dos metais, conforme Tabela 1. Frascos de vidro borossilicato poderão ser
utilizados, porém cuidados devem ser observados para não utilizar frascos de vidro
comum.
Preparo dos frascos para colheita – Use frascos previamente lavados e descontaminados quimicamente com ácido nítrico e enxaguados em água destilada e deionizada,
conforme orientação técnica do laboratório.
Colheita da amostra – No ponto de amostragem, abra o frasco e colha a água evitando o contato da boca do frasco com as mãos ou qualquer objeto metálico (incluindo
torneiras), para evitar problemas de contaminação. No caso de torneiras, deixe-as
abertas com a água escorrendo por cerca de três minutos. Feche o frasco imediatamente após a colheita da amostra e agite para homogeneizar o conservante. Para
cada ponto de amostragem, colha dois frascos de água. Use 0,5 mL de HNO3 a 40%
para 100 mL de amostra. No caso da determinação de mercúrio, para cada frasco
de colheita de 100 mL, coloque 2 g de NaCl (previamente testado para veriicar a
ausência de mercúrio) e adicione 5 mL de HNO3 a 40%. O laboratório deve fornecer os frascos contendo o conservante. Em cada ponto de amostragem, colha dois
recipientes para a determinação de mercúrio e outros dois para os outros metais.
80 - IAL
Capítulo III - Colheita de Amostras
Tabela 1 - Capacidade do frasco de colheita para cada tipo de técnica analítica
TÉCNICA ANALÍTICA
Absorção atômica com chama
Absorção atômica com forno de graite
ICP OES e gerador de hidretos
Absorção atômica com gerador de vapor frio
CAPACIDADE DO FRASCO (mL)
1000
100
100
100
Colheita e preservação de amostra de água para a determinação de solventes
orgânicos
Utilize frascos de vidro com capacidade de 500 mL, com tampas de vidro ou
outro material inerte, à prova de vazamentos, lavados com detergente neutro, esfregando muito bem as paredes com gaspilhão; retire totalmente o detergente com
água. Adicione aos frascos 1 mL de HCl 6 M, como conservante. Ajuste o luxo da
torneira em 500 mL/min. Se a amostra contiver cloro livre ou combinado, adicione,
como agente redutor, 50 mg de tiossulfato de sódio ou 250 mg de ácido ascórbico
para 500 mL de amostra de água. As amostras devem ser transportadas, o mais rápido possível, em caixas isotérmicas com gelo reaproveitável ou gelo embalado em
saco plástico.
Colheita e preservação de amostra de água para a determinação de agrotóxicos
Utilize frascos de vidro com capacidade de 2000 mL, com tampas de vidro ou
outro material inerte, como por exemplo tampa de rosca com batoque de telon, à
prova de vazamentos. Lave com detergente neutro, esfregando muito bem as paredes
internas com gaspilhão e retire totalmente o detergente com água. Enxágüe o frasco
e sua tampa com a água a ser analisada por seis vezes. Em cada ponto de amostragem, colha em um recipiente e feche-o imediatamente. Proceda a colheita evitando
o contato da boca dos recipientes com a parte externa do ponto de amostragem,
prevenindo a contaminação da amostra. As amostras devem ser conservadas refrigeradas e
transportadas, o mais rápido possível, em caixas isotérmicas com gelo reaproveitável ou gelo embalado em saco plástico bem fechado.
Referências bibliográicas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods
IAL - 81
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
for the Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington D.C.:A.P.H.A.,
Chapter 3,1995, p.5.
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Guia de coleta e preservação de amostras de água. 1. ed., São Paulo, 1987. 150 p.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS.
Manuals of food quality control. 5. Food inspection. Chapter 3, Rome:FAO/WHO,
1981. p. 23-43. (FAO Food and Nutrition paper 14/5 prov.).
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 4-9.
WEISS, H. V.; SHIPMAN, W. H.; GUTTMAN, M. A. effective storage of dilute mercury solutions in polyethylene. Anal. Chim. Acta, v. 81, p. 211-217, 1976.
Colaboradores
Alice Momoyo Sakuma; Maria Anita Scorsafava; Vera Regina Rossi Lemes; Odair Zenebon e
Sabria Aued Pimentel
82 - IAL
CAPÍTULO
IV
PROCEDIMENTOS E
DETERMINAÇÕES
GERAIS
IAL - 83
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
84 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
IV
PROCEDIMENTOS E DETERMINAÇÕES GERAIS
Pré-tratamento da amostra
E
xamine cuidadosamente as condições da amostra. Retire partes representativas
dela e em quantidade suficiente para análise em triplicata e eventuais repetições
do ensaio. Conserve ao abrigo de umidade, da luz e de contaminações. Quando
necessário, mantenha em temperatura mais baixa que a do ambiente. Se houver
necessidade, a amostra deve ser homogeneizada em liqüidificador ou multiprocessador.
Amostras sólidas – Quando possível, homogeneíze a amostra agitando a embalagem antes
ou após abertura, neste último caso evite o uso de utensílios de metal. As amostras de carne
e produtos de carne devem ser separadas dos ossos, pele ou couro. No caso de pescado,
devem-se retirar os diferentes componentes não comestíveis da amostra (sem pele e espinhas), utilizando somente o filé. Dependendo do tipo de análise, quando as amostras forem
hortaliças in natura, elas devem ser lavadas, descascadas (quando for o caso) e utilizadas
somente as partes comestíveis.
Amostras líquidas – Agite a amostra a fim de homogeneizar completamente.
Inspeção da amostra
Inspecione cada amostra, anotando marcas, códigos, rótulos e outros fatores de identificação. Examine, cuidadosamente, cada amostra para verificar indicações de anormalidade que se manifestem em seu aspecto físico, formação de gás, cheiro, alteração de cor,
condições da embalagem e anote o resultado. Antes de abrir os enlatados, observe se há
tufamento das latas e, depois de abertos, o estado interno das mesmas.
IAL - 85
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Preparo da amostra para análise
A amostra para análise deve-se apresentar homogênea. Precisa ser conservada ao abrigo de umidade e de contaminações. Em certos casos, deverá ser conservada também ao
abrigo da luz e em temperatura mais baixa que a do ambiente.
Amostras sólidas em pó ou em grânulos – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados). Triture em gral ou moinho, se necessário, e passe por um tamis de 144
furos por cm2. Espalhe com uma espátula sobre uma folha grande de papel de filtro. Separe
em quatro partes em forma de cruz. Retire dois segmentos opostos e devolva para o pacote.
Misture as duas partes restantes e repita o processo de separação de quatro segmentos. Continue assim até obter quantidade suficiente de material, para análise em triplicata.
Amostras líquidas – Agite a amostra até homogeneizar bem. Filtre se necessário. Nos casos
de produtos gaseificados, como refrigerantes e vinhos espumantes, transfira, antes de filtrar, para um béquer seco e agite com um bastão de vidro até eliminar o gás.
Sorvetes e gelados – Deixe em repouso à temperatura ambiente, até liquefazerem, para
depois serem homogeneizados e guardados em frascos com rolha esmerilhada.
Produtos semi-sólidos ou misturas líquidas ou sólidas – Produtos como queijo e chocolate
devem ser ralados grosseiramente. Tire a amostra por método de quarteamento.
Pastas semiviscosas e líquidos contendo sólidos – Produtos como pudins, sucos de
frutas com polpa, geléias com frutas, doces de massa com frutas devem ser homogeneízados em liqüidificador ou multiprocessador.
No caso de se desejar a análise em separado dos diferentes componentes da amostra
(balas, bombons, compotas, conservas e recheios), proceda inicialmente à separação dos
componentes por processo manual ou mecânico.
Determinações Gerais
001/IV Determinação do espaço livre – Recipiente de forma regular
Nos produtos embalados, é de interesse a determinação do espaço livre, pois por
meio deste procedimento pode-se controlar o conteúdo da embalagem e a tecnologia
empregada neste envasamento.
86 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Procedimento – Abra o recipiente e meça, com precisão de milímetros, a distância compreendida entre o nível superior do produto e o nível da altura da tampa. Retire o conteúdo e
meça, com precisão de milímetros, a distância compreendida entre o fundo do recipiente e
o nível da altura da tampa.
Cálculo
d1 = distância entre o nível superior do produto e a tampa, em mm
d2 = distância entre o fundo do recipiente e a tampa, em mm
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 13.
002/IV Determinação do espaço livre – Recipiente de forma irregular
Procedimento – Marque, com caneta de retroprojetor ou com fita crepe, os níveis da tampa e do conteúdo do recipiente. Transfira o conteúdo do recipiente para uma proveta e anote o volume com precisão de mL (V1). Encha o recipiente com água até o nível da tampa,
transfira o líquido para uma proveta e anote o volume com precisão de mL (V2).
Cálculo
V2 = volume máximo do recipiente em mL
V1 = volume da amostra em mL
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 13.
IAL - 87
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
003/IV Sólidos drenados em relação ao peso total
Em conservas, compotas e similares, em que frutas, vegetais etc. se encontram misturados a líquidos, como caldas, óleo, vinagre etc., muitas vezes é importante o controle desta
relação.
Procedimento – Pese o recipiente com todo o seu conteúdo, com precisão de 0,1 g. Abra
o recipiente e escorra o conteúdo sobre um tamis, mantendo-o ligeiramente inclinado, durante cinco minutos. Pese o recipiente vazio, com precisão de 0,1 g. Coloque no recipiente
o produto sólido e pese novamente, com precisão de 0,1 g. Calcule o conteúdo porcentual
de sólidos em relação ao peso total.
Cálculo
P1 = peso do recipiente após ter escorrido o líquido, em g
P2 = peso do recipiente vazio, em g
P3 = peso do recipiente com todo seu conteúdo
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 13-14.
004/IV Reação para gás sulfídrico – Prova de Éber
O estudo da conservação de certos produtos protéicos poderá ser avaliado também
por meio desta reação, onde se constata a presença de gás sulfídrico, proveniente da decomposição de aminoácidos sulfurados que normalmente são liberados nos estágios de
decomposição mais avançados. O H2S combinado com acetato de chumbo ou plumbito
de sódio produz sulfeto de chumbo (PbS), revelando mancha preta espelhada em papel
de filtro.
No caso de produtos embalados, estas reações deverão ser feitas ao abrir-se o recipiente. No de carnes, conservas de carne, pescados etc., tão logo se inicie o exame da amostra.
88 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Material
Balança semi-analítica, banho-maria, espátula, elástico para papel, frasco Erlenmeyer de
125 mL, papel de filtro de 9 cm de diâmetro e pipeta graduada de 1 mL.
Reagentes
Solução de acetato de chumbo a 5% (m/v)
Ácido acético glacial
Solução saturada de acetato de chumbo (alternativa)
Solução de hidróxido de sódio a 10% (m/v)
Solução de acetato de chumbo – Prepare 100 mL de solução de acetato de chumbo a 5%
(m/v). Adicione 1 mL ácido acético. Agite vigorosamente. Conserve a solução em frasco
de vidro âmbar fechado.
Solução de plumbito de sódio (alternativa) – Prepare uma solução saturada de acetato
de chumbo e adicione solução de hidróxido de sódio a 10% até dissolver o precipitado.
Conserve a solução em frasco de vidro âmbar fechado.
Procedimento – Transfira 10 g da amostra homogeneizada para um frasco Erlenmeyer
de 125 mL. Feche com dois discos sobrepostos de papel de filtro com auxílio de elástico.
Com uma pipeta, embeba a superfície do papel com solução de acetato de chumbo (ou
plumbito de sódio). Coloque o frasco em banho-maria de modo que o fundo do frasco
fique a 3 cm acima do nível da água fervente. Aqueça por 10 minutos. O aparecimento de
mancha preta no papel de filtro em contato com os vapores indica a presença de gás sulfídrico. Considere em bom estado de conservação – reação negativa – as amostras que apresentarem uma reação de gás sulfídrico inferior à produzida por 0,1 mg de Na2S.9H2O em
meio ácido, que corresponde a 0,014 mg de H2S, nas condições do método adotado.
Notas
Em lugar da solução de acetato de chumbo pode-se usar a solução de plumbito de sódio.
A reação de Éber não se aplica no caso de alimentos muito condimentados, temperados
com alho, cebola e de conservas de carne e pescado que foram processadas em alta temperatura e baixa pressão.
Em alguns casos, somente o conjunto desta e outras provas será decisório para uma avaliação do estado de conservação do produto.
IAL - 89
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 14-15.
005/IV Reação para amônia – Prova de Éber
O estado de conservação de alimentos protéicos pode ser avaliado por meio da reação de
Éber para amônia. A liberação de amônia indica o início da degradação das proteínas. A amônia, ao
reagir com o ácido clorídrico, forma cloreto de amônio (NH4Cl) sob a forma de vapores brancos.
Material
Provetas de 50 e 150 mL, balão volumétrico de 250 mL, tubos de ensaio de 25 mL e arame
de 20 cm de comprimento com extremidade recurvada tipo anzol.
Reagentes
Ácido clorídrico
Éter
Álcool
Reagente de Éber – Em balão volumétrico de 250 mL, misture 50 mL de ácido clorídrico e
150 mL de álcool. Resfrie e complete o volume com éter.
Procedimento – Transfira 5 mL do reagente de Éber para um tubo de ensaio de 25 mL. Fixe
um pedaço da amostra na extremidade do arame tipo anzol e introduza no tubo de ensaio
de modo que não toque nem nas paredes do tubo nem na superfície do reagente. O aparecimento de fumaças brancas e espessas indica que o produto está em início de decomposição.
Notas
Repita a prova com diferentes porções da amostra.
Em alguns casos somente o conjunto desta e outras provas será decisório para uma avaliação
do estado de conservação do produto.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 15.
90 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
006/IV Ponto de fusão – Substâncias facilmente reduzíveis a pó
Ponto de fusão de um sólido é a faixa de temperatura em que este inicia a sua transformação para o estado líquido, até se fundir totalmente. A determinação é feita em aparelhos
como o descrito abaixo ou em qualquer outro capaz da mesma precisão. Como todo aparelho, deve ser submetido à calibração empregando uma das substâncias puras da Tabela 1.
Tabela 1 – Relação de substâncias puras e seus pontos de fusão
Substâncias puras
Vanilina
Acetanilida
Fenacetina
Sulfanilamida
Acido 5,5-dietilbarbitúrico
Cafeína
Ponto de fusão
81 - 83°C
114 - 116°C
134 - 136°C
164,5 - 166,5°C
187 - 190°C
234 - 237°C
Material
O aparelho para determinação do ponto de fusão consiste essencialmente de um recipiente
de vidro de capacidade apropriada para um banho de líquido incolor; um agitador, que
poderá ser um bastão de vidro, convenientemente dobrado duas vezes em ângulo reto; um
termômetro cuidadosamente calibrado e controlado de (-10 a 365)°C (em lugar deste termômetro único, pode-se usar, com vantagens, uma coleção de termômetros de escala curta,
cada um abrangendo um intervalo de 50°C); um tubo capilar de 9 cm de altura, (0,9 a 1,1) mm
de diâmetro interno, e paredes de espessura entre 0,2 a 0,3 mm; uma lente de aumento (cerca
de dez vezes) e uma fonte de calor, elétrica ou chama direta.
Os líquidos empregados no banho são escolhidos, de acordo com a temperatura a ser determinada, pela Tabela 2.
Tabela 2 – Relação de líquidos empregados em banhos para determinação do ponto de
fusão
Temperatura
até 100°C
até 150°C
até 250°C
até 400°C
Líquidos
água
glicerol
parafina líquida
silicone
IAL - 91
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
O uso de silicone líquido torna mais simples esta escolha, uma vez que ele cobre todo o
intervalo da temperatura acima.
Procedimento – A substância é reduzida a pó fino e seco no vácuo ou em estufa abaixo do
ponto de fusão. É introduzida, em pequenas porções, no tubo capilar fechado numa das
suas extremidades. Depois de colocar cada porção, insira o capilar com a ponta fechada para
baixo dentro de um tubo de vidro de 50 cm, aberto nas duas extremidades e apoiado verticalmente de encontro a uma superfície dura. Repita esta operação várias vezes até obter
uma coluna compacta de cerca de 2 mm da substância. Aqueça o banho com o líquido
apropriado até que sua temperatura esteja 30°C abaixo do ponto de fusão da substância
em exame. Introduza, então, o capilar preso ao termômetro com um fio de platina ou
um anel de borracha, ou por simples adesão de ambos, no líquido do banho, ficando a
substância no capilar na altura do bulbo do termômetro e este totalmente coberto pelo
banho e a 2 cm do fundo do recipiente. Continue o aquecimento de modo a ter um
grau de aumento de temperatura por minuto. A leitura é direta. Denomina-se início
de fusão quando o sólido inicia a transformação para o estado líquido e final quando
se torna inteiramente líquido. Estas duas temperaturas dão o intervalo de fusão da
substância.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 16-17.
007/IV Ponto de fusão – Substâncias não facilmente reduzíveis a pó
Procedimento – O material é cuidadosamente fundido na temperatura mais baixa possível
e introduzido numa altura de 10 mm no capilar aberto. Deixe o capilar a 0°C por duas horas ou a 10°C por 24 horas. Prenda o capilar ao termômetro e proceda como indicado em
006/IV, verificando se o nível da substância está a 10 mm abaixo do nível do banho. Aqueça
como indicado em 006/IV, até 50°C abaixo do ponto esperado e, depois, numa velocidade
de meio grau por minuto.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p. 17-18.
92 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
008/IV Ponto de fusão com aparelho elétrico
Procedimento – Para a determinação do ponto de fusão pelo método do capilar, são necessários alguns miligramas de amostra. A determinação de frações dessa quantidade poderá
ser efetuada com um aparelho provido de uma câmara metálica aquecida eletricamente,
adaptada a um microscópio para a observação da fusão.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 18.
009/IV Ponto de congelamento
Para as finalidades deste livro, ponto de congelamento de um líquido ou de um sólido fundido é a mais elevada temperatura em que o mesmo se solidifica.
Material
Aparelho – Um tubo de ensaio de aproximadamente 2 cm de diâmetro por 10 cm de comprimento mantido, mediante uma rolha de cortiça perfurada, num tubo de aproximadamente 3 cm de diâmetro por 12 cm de comprimento e um termômetro calibrado.
Procedimento – Salvo indicações especiais, coloque cerca de 10 mL de líquido ou 10 g
de sólido fundido no tubo de ensaio seco. Esfrie o conjunto dos dois tubos em água ou
numa mistura refrigerante apropriada, de modo que a temperatura do líquido alcance
cerca de 5°C abaixo do ponto de congelamento indicado. Com o termômetro, agite
suavemente o líquido até que ele comece a solidificar. O congelamento pode ser induzido, adicionando-se ao líquido pequenos cristais da substância ou atritando-se as paredes
internas do tubo, com o termômetro. Tome como ponto de congelamento a temperatura
mais elevada observada durante a solidificação e mantida constante por cerca de um minuto.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.18.
IAL - 93
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
010/IV Índice de refração
O índice de refração de uma substância pura é uma constante, mantidas as condições
de temperatura e pressão e, como tal, pode ser usado como meio de identificação da mesma.
Em análise de alimentos, embora não se tratem de substâncias puras no estrito sentido, em
certos casos, como o de óleos, gorduras e óleos essenciais, o índice de refração apresenta
variação muito pequena e é então usado para uma avaliação do produto.
O índice de refração da água a 20°C é 1,333. A presença de sólidos solúveis na
água resulta numa alteração do índice de refração. É possível determinar a quantidade
de soluto pelo conhecimento do índice de refração da solução aquosa. Esta propriedade
é utilizada para determinar a concentração de sólidos solúveis em soluções aquosas de
açúcar.
As Tabelas 3, 4 e 5 auxiliam na calibração dos equipamentos com escala de índice de refração e graus Brix para a determinação de sólidos solúveis. A medida do índice
de refração pode ser feita diretamente em aparelhos como: refratômetro de Abbé ou refratômetro de imersão que possuem pequeno intervalo de leitura, mas grande precisão.
Esses equipamentos devem ser previamente calibrados com água.
Tabela 3 – Variação do índice de refração da água com a temperatura
Temperatura ºC
Índice de
refração
Temperatura ºC
Índice de refração
15
1,3334
21
1,3329
16
1,3333
22
1,3328
17
1,3332
23
1,3327
18
1,3332
24
1,3326
19
1,3331
25
1,3325
20
1,3330
-
-
94 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Tabela 4 – Índices de refração de soluções de sacarose a 20ºC (% peso no ar)
Índice de
refração
0
0,001
0,002
0,003
0,004
0,005
0,006
0,007
0,008
0,009
1,33
-
-
-
0,000
0,697
1,393
2,085
2,774
3,459
4,140
1,34
4,818
5,492
6,163
6,831
7,495
8,155
8,812
9,466
10,117
10,765
1,35
11,409
12,050
12,687
13,322
13,953
14,582
15,207
15,830
16,449
17,065
1,36
17,679
18,289
18,897
19,502
20,104
20,704
21,300
21,894
22,485
23,074
1,37
23,660
24,243
24,824
25,407
25,987
26,565
27,140
27,713
28,282
28,849
1,38
29,413
29,975
30,534
31,090
31,644
32,195
32,743
33,289
33,832
34,373
1,39
34,912
35,448
35,982
36,513
37,042
37,568
38,092
38,614
39,134
39,651
1,40
40,166
40,679
41,190
41,698
42,204
42,708
43,210
43,710
44,208
44,704
1,41
45,197
45,688
46,176
46,663
47,147
47,630
48,110
48,588
49,064
49,539
1,42
50,011
50,481
50,949
51,416
51,880
52,343
52,804
53,263
53,720
54,176
1,43
54,629
55,091
55,550
56,008
56,464
56,918
57,371
57,822
58,271
58,719
1,44
59,165
59,609
60,051
60,493
60,932
61,370
61,807
62,241
62,675
63,107
1,45
63,537
63,966
64,394
64,820
65,245
65,669
66,091
66,512
66,931
67,349
1,46
67,766
68,182
68,596
69,009
69,421
69,832
70,242
70,650
71,058
71,464
1,47
71,869
72,273
72,676
73,078
73,479
73,879
74,278
74,675
75,072
75,469
1,48
75,864
76,258
76,651
77,044
77,435
77,826
78,216
78,605
78,994
79,381
1,49
79,768
80,154
80,540
80,925
-
-
-
-
-
-
IAL - 95
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
Subtraia da porcentagem de sacarose
10
0,50
0,54
0,58
0,61
0,64
0,66
0,68
0,70
0,72
0,73
0,74
0,75
0,76
0,78
0,79
11
0,46
0,49
0,53
0,55
0,58
0,60
0,62
0,64
0,65
0,66
0,67
0,68
0,69
0,70
0,71
12
0,42
0,45
0,48
0,50
0,52
0,54
0,56
0,57
0,58
0,59
0,60
0,61
0,61
0,63
0,63
13
0,37
0,40
0,42
0,44
0,46
0,48
0,49
0,50
0,51
0,52
0,53
0,54
0,54
0,55
0,55
14
0,33
0,35
0,37
0,39
0,40
0,41
0,42
0,43
0,44
0,45
0,45
0,46
0,46
0,47
0,48
15
0,27
0,29
0,31
0,33
0,34
0,34
0,35
0,36
0,37
0,37
0,38
0,39
0,39
0,40
0,40
16
0,22
0,24
0,25
0,26
0,27
0,28
0,28
0,29
0,30
0,30
0,30
0,31
0,31
0,32
0,32
17
0,17
0,18
0,19
0,20
0,21
0,21
0,21
0,22
0,22
0,23
0,23
0,23
0,23
0,24
0,24
18
0,12
0,13
0,13
0,14
0,14
0,14
0,14
0,15
0,15
0,15
0,15
0,16
0,16
0,16
0,16
19
0,06
0,06
0,06
0,07
0,07
0,07
0,07
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
Adicione à porcentagem de sacarose
°C
21
0,06
0,07
0,07
0,07
0,07
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
22
0,13
0,13
0,14
0,14
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,16
0,16
0,16
0,16
0,16
0,16
23
0,19
0,20
0,21
0,22
0,22
0,23
0,23
0,23
0,23
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
24
0,26
0,27
0,28
0,29
0,30
0,30
0,31
0,31
0,31
0,31
0,31
0,32
0,32
0,32
0,32
25
0,33
0,35
0,36
0,37
0,38
0,38
0,39
0,40
0,40
0,40
0,40
0,40
0,40
0,40
0,40
26
0,40
0,42
0,43
0,44
0,45
0,46
0,47
0,48
0,48
0,48
0,48
0,48
0,48
0,48
0,48
27
0,48
0,50
0,52
0,53
0,54
0,55
0,55
0,56
0,56
0,56
0,56
0,56
0,56
0,56
0,56
28
0,56
0,57
0,60
0,61
0,62
0,63
0,63
0,64
0,64
0,64
0,64
0,64
0,64
0,64
0,64
29
0,64
0,66
0,68
0,69
0,71
0,72
0,72
0,73
0,73
0,73
0,73
0,73
0,73
0,73
0,73
30
0,72
0,74
0,77
0,78
0,79
0,80
0,80
0,81
0,81
0,81
0,81
0,81
0,81
0,81
0,81
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Conteúdo de sacarose em porcentagem
Tabela 5 – Correção de temperatura para soluções de sacarose
96 - IAL
Temp.
°C
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.
v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP,
1985. p. 18-21.
011/IV Densidade
A determinação da densidade é, geralmente, feita em análise de alimentos
que se apresentam no estado líquido. Pode ser medida por vários aparelhos, sendo
os seguintes os mais usados: picnômetros e densímetros convencionais e digitais.
Os picnômetros dão resultados precisos e são construídos e graduados de modo a
permitir a pesagem de volumes exatamente iguais de líquidos, a uma dada temperatura. Da relação destes pesos e volumes resulta a densidade dos mesmos à
temperatura da determinação. Usando água como líquido de referência, tem-se
a densidade relativa à água ou peso específico. Os densímetros, quase sempre de
forma cilíndrica com um bulbo central terminando em haste fina e graduada, são
construídos de modo que o ponto de afloramento indique, sobre a escala, a densidade do líquido no qual está imerso o aparelho. Existem vários tipos, com valores
diversos, em função da sensibilidade exigida para sua aplicação. A leitura deve ser
feita sempre abaixo do menisco.
As diferentes escalas usadas pelos densímetros podem dar a leitura direta
da densidade ou graus de uma escala arbitrária como: Brix, Gay-Lussac, Baumé,
Quevenne, correspondentes aos sacarômetros, alcoômetros e lactodensímetros, há
tanto tempo utilizados em bromatologia. Os graus Brix referem-se à porcentagem
em peso de sacarose em solução a 20°C. Os graus Gay-Lussac referem-se à porcentagem em volume de álcool em água. Os graus Baumé foram obtidos de modo empírico: para líquidos mais densos que a água, o zero da escala corresponde à água a
4°C e o grau 15 a uma solução de 15 g de cloreto de sódio em 85 g de água. Para os
líquidos menos densos que a água, o zero da escala foi obtido com uma solução de
10 g de cloreto de sódio em 90 g de água e o grau 10, com água. Os lactodensímetros são, especialmente, calibrados de modo a abranger as variações de densidade
de 1,025 a 1,035, mas apenas os 2 últimos algarismos são marcados na escala e,
portanto, as leituras são de (25 a 35)°Quevenne.
Procedimento – Dependendo do tipo do alimento, proceda conforme descrito no
capítulo correspondente deste livro.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.
v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP,
1985. p. 21.
IAL - 97
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
012/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem direta em estufa a 105ºC
Todos os alimentos, qualquer que seja o método de industrialização a que tenham sido submetidos, contêm água em maior ou menor proporção. Geralmente a umidade representa a água contida no alimento, que pode ser classificada em:
umidade de superfície, que refere-se à água livre ou presente na superfície externa
do alimento, facilmente evaporada e umidade adsorvida, referente à água ligada,
encontrada no interior do alimento, sem combinar-se quimicamente com o mesmo.
A umidade corresponde à perda em peso sofrida pelo produto quando aquecido em
condições nas quais a água é removida. Na realidade, não é somente a água a ser removida, mas outras substâncias que se volatilizam nessas condições. O resíduo obtido
no aquecimento direto é chamado de resíduo seco. O aquecimento direto da amostra a 105°C é o processo mais usual. Amostras de alimentos que se decompõem ou
iniciam transformações a esta temperatura, devem ser aquecidas em estufas a vácuo,
onde se reduz a pressão e se mantém a temperatura de 70°C. Nos casos em que outras
substâncias voláteis estão presentes, a determinação de umidade real deve ser feita por
processo de destilação com líquidos imiscíveis. Outros processos usados são baseados
em reações que se dão em presença de água. Dentre estes, o método de Karl Fischer
é baseado na redução de iodo pelo dióxido de enxofre, na presença de água. Assim, a
reação entre a água e a solução de dióxido de enxofre, iodo e reagente orgânico faz-se
em aparelho especial que exclui a influência da umidade do ar e fornece condições
para uma titulação cujo ponto final seja bem determinado. Em alimentos de composição padronizada, certas medidas físicas, como índice de refração, densidade etc.,
fornecem uma avaliação da umidade de modo rápido, mediante o uso de tabelas ou
gráficos já estabelecidos.
Material
Estufa, balança analítica, dessecador com sílica gel, cápsula de porcelana ou de metal de
8,5 cm de diâmetro, pinça e espátula de metal.
Procedimento – Pese de 2 a 10 g da amostra em cápsula de porcelana ou de metal,
previamente tarada. Aqueça durante 3 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente. Pese. Repita a operação de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
98 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
N = n° de gramas de umidade (perda de massa em g)
P = n° de gramas da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 21-22.
013/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem em estufa a vácuo
Material
Estufa a vácuo, bomba de vácuo, balança analítica, espátula de metal, pinça de metal, dessecador com sílica gel e cápsula de porcelana ou de platina de 8,5 cm de diâmetro.
Procedimento – Pese de 2 a 10 g da amostra em cápsula, previamente tarada, e aqueça
durante 6 horas em estufa a vácuo a 70°C, sob pressão reduzida ≤ 100 mm de mercúrio
(13,3 kPa) . Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita a operação de
aquecimento e resfriamento até peso constante.
Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.
Cálculo
N = nº de gramas de umidade (perda de massa em g)
P = nº de gramas da amostra
Referência bibliográica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 926.12)
Arlington: A.O.A.C., 1996, chapter 33. p. 5.
014/IV Perda por dessecação (umidade) – Determinação pelo método de Karl Fischer
A determinação de umidade por Karl Fischer é baseada na reação quantitativa da água com
uma solução anidra de dióxido de enxofre e iodo, na presença de uma base orgânica (imidazol) em
IAL - 99
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
metanol, que adiciona os íons hidrogênio formados.
Com este reagente podem ser determinadas pequenas quantidades de água. Embora o método não seja universalmente aplicável, as limitações de dosagens diretas podem
ser contornadas pelo tratamento preliminar adequado da amostra.
Na presença de água, o dióxido de enxofre é oxidado pelo iodo e o ponto final da
reação é determinado por bi-amperometria (dead stop). Quando não houver mais água
na amostra, um excesso de iodo livre agirá como despolarizador, causando aumento na
corrente.
O método limita-se aos casos em que a amostra a ser analisada não reaja com os
componentes do reagente de Karl Fischer ou com o iodeto de hidrogênio formado durante a reação com a água. Os seguintes compostos interferem na titulação: oxidantes
como cromatos/dicromatos, sais de cobre (II) e de ferro (III), óxidos superiores e peróxidos; redutores como: tiossulfatos, sais de estanho (II) e sulfitos; compostos capazes
de formar água com os componentes do reagente de Karl Fischer, como por exemplo,
óxidos básicos e sais de oxiácidos fracos; aldeídos, porque formam bissulfito; cetonas,
porque reagem com o metanol para produzir cetal.
Material
Titulador de Karl Fischer, agitador magnético, eletrodo duplo de platina e microsseringa de 25 µL.
Reagentes
Reagente de Karl Fischer, isento de piridina
Metanol com no máximo 0,005% de água
Tartarato de sódio dihidratado (padrão volumétrico para padronização do reagente de Karl Fischer,
contendo 15,66 ± 0,05% H2O)
Procedimento – O reagente de Karl Fischer deve ser padronizado no início de uma série de ensaios,
de duas formas, utilizando água ou tartarato de sódio dihidratado como padrões, conforme descrito
abaixo.
Padronização do reagente de Karl Fischer com água – Coloque uma quantidade de metanol na cela de titulação suficiente para cobrir os eletrodos. Para eliminar a água contida
no solvente, pré-titule o metanol com o reagente de Karl Fischer, sob agitação, até o ponto
final, seguindo as instruções do manual do aparelho. Em seguida, com o auxílio de uma
100 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
microsseringa, pese exatamente, por diferença, cerca de 20 mg (20 µL) de água; introduza
a água na cela e realize a titulação.
Padronização do Reagente de Karl Fischer com tartarato de sódio dihidratado – Coloque
uma quantidade de metanol na cela de titulação suficiente para cobrir os eletrodos. Para eliminar a água contida no solvente, pré-titule o metanol com o reagente de Karl Fischer, sob
agitação, até o ponto final, seguindo as instruções do manual do aparelho. Em seguida, pese
exatamente, por diferença, cerca de 200 mg de tartarato de sódio dihidratado; introduza na
cela e realize a titulação.
Determinação de umidade na amostra – Caso a cela de titulação esteja cheia, esvazie o recipiente. Os procedimentos de descarte dos resíduos deverão ser efetuados de acordo com os
procedimentos de biossegurança. Coloque uma quantidade de metanol na cela de titulação
suficiente para cobrir os eletrodos. Para eliminar a água contida no solvente, pré-titule o
metanol com o reagente de Karl Fischer, sob agitação, até o ponto final. Em seguida, pese
com precisão, por diferença uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente
10 a 80 mg de água; introduza a amostra na cela e realize a titulação.
No caso de amostras não solúveis em metanol, escolha um solvente (ou uma mistura de
solventes) adequado, que deverá ser previamente titulado com o reagente de Karl Fischer
para eliminar a água.
Cálculos
m = massa do tartarato de sódio dihidratado
V = volume do reagente de Karl Fischer gasto na titulação
m = massa de água
V = volume do reagente de Karl Fischer gasto na titulação (em mL)
Cálculo do teor de umidade na amostra
F = fator do reagente de Karl Fischer (em mg H2O/mL do reagente de Karl Fischer)
V = volume do reagente de Karl Fischer gasto na titulação (mL)
m = massa da amostra (mg)
IAL - 101
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 23-5.
MENDHAM, J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, H.J.K. VOGEL.
Análise Química Quantitativa. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S/A,
2002. p. 254-255.
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX. Food Chemicals Codex. 4th ed.
Washington D.C.: National Academic Press, 1996. p 742-754.
015/IV Resíduo seco
Nos produtos líquidos ou de alto teor de umidade, costuma-se considerar o resíduo
seco (sólidos totais) obtido para a avaliação dos sólidos existentes no produto.
Material
Pipeta de 10 mL, cápsula de platina ou de porcelana de 8,5 cm de diâmetro, estufa, dessecador com sílica gel, banho-maria, espátula e pinça de metal.
Procedimento – Transfira, com auxílio de uma pipeta, 10 mL de amostra, se a mesma
for líquida, ou pese 10 g, se a amostra for sólida, para uma cápsula previamente aquecida
a 105°C por 2 horas ou a 70ºC por 6 horas, sob pressão reduzida ≤ 100 mm de mercúrio (13,3 kPa), resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesada. Evapore em banho-maria.
Aqueça em estufa a 105°C por 2 horas ou a 70ºC por 6 horas, sob pressão reduzida ≤ 100 mm de mercúrio
(13,3 kPa). Esfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese. Repita as operações de aquecimento por 30 minutos e resfriamento até peso constante.
Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.
Cálculo
N = nº de g de resíduo seco
A = nº de mL da amostra (ou nº de gramas da amostra)
102 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Como alternativa, o resíduo seco pode ser calculado subtraindo-se de 100 g da amostra o
número de g de “umidade por cento”. Considere a diferença como o nº de g do “resíduo
seco por cento”.
Cálculo
100 - A = resíduo seco por cento m/m
A = nº de g de umidade por cento
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 25.
016/IV Acidez
A determinação de acidez pode fornecer um dado valioso na apreciação do estado de conservação de um produto alimentício. Um processo de decomposição,seja por hidrólise, oxidação
ou fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons de hidrogênio. Os métodos de determinação da acidez podem ser os que avaliam a acidez titulável ou fornecem a concentração de
íons de hidrogênio livres, por meio do pH. Os métodos que avaliam a acidez titulável resumem-se
em titular com soluções de álcali padrão a acidez do produto ou de soluções aquosas ou alcoólicas
do produto e, em certos casos, os ácidos graxos obtidos dos lipídios. Pode ser expressa em mL de
solução molar por cento ou em gramas do componente ácido principal.
Material
Proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25 mL, balança analítica, espátula metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL.
Reagentes
Solução fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M ou 0,01 M
Procedimento – Pese de 1 a 5 g ou pipete de 1 a 10 mL da amostra, transfira para um frasco
Erlenmeyer de 125 mL com o auxílio de 50 mL de água. Adicione de 2 a 4 gotas da solução
fenolftaleína e titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,01 M, até coloração rósea.
IAL - 103
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Nota: no caso de amostras coloridas ou turvas, para a determinação do ponto de viragem,
utilize método potenciométrico.
Cálculo
V = nº de mL da solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,01 M gasto na titulação
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,01 M
P = nº de g da amostra usado na titulação
c = correção para solução de NaOH 1 M, 10 para solução NaOH 0,1 M e 100 para solução
NaOH 0,01 M.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 25-26.
017/IV Determinação do pH
Os processos que avaliam o pH são colorimétricos ou eletrométricos. Os primeiros
usam certos indicadores que produzem ou alteram sua coloração em determinadas concentrações de íons de hidrogênio. São processos de aplicação limitada, pois as medidas são
aproximadas e não se aplicam às soluções intensamente coloridas ou turvas, bem como às
soluções coloidais que podem absorver o indicador, falseando os resultados. Nos processos
eletrométricos empregam-se aparelhos que são potenciômetros especialmente adaptados e
permitem uma determinação direta, simples e precisa do pH.
Material
Béqueres de 50 e 150 mL, proveta de 100 mL, pHmetro, balança analítica, espátula de
metal e agitador magnético.
Reagentes
Soluções-tampão de pH 4, 7 e 10
Procedimento – Pese 10 g da amostra em um béquer e dilua com auxílio de 100 mL de
água. Agite o conteúdo até que as partículas, caso hajam, fiquem uniformemente suspensas.
104 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Determine o pH, com o aparelho previamente calibrado, operando-o de acordo com as
instruções do manual do fabricante.
Nota: no caso de amostras líquidas, determine o pH diretamente.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 27.
018/IV Resíduo por incineração -- Cinzas
Resíduo por incineração ou cinzas é o nome dado ao resíduo obtido por aquecimento de um produto em temperatura próxima a (550-570)°C. Nem sempre este resíduo
representa toda a substância inorgânica presente na amostra, pois alguns sais podem sofrer
redução ou volatilização nesse aquecimento. Geralmente, as cinzas são obtidas por ignição
de quantidade conhecida da amostra. Algumas amostras contendo sais de metais alcalinos
que retêm proporções variáveis de dióxido de carbono nas condições da incineração são
tratadas, inicialmente, com solução diluída de ácido sulfúrico e, após secagem do excesso do
reagente, aquecidas e pesadas. O resíduo é, então, denominado “cinzas sulfatizadas”. Muitas
vezes, é vantajoso combinar a determinação direta de umidade e a determinação de cinzas,
incinerando o resíduo obtido na determinação de umidade.
A determinação de cinzas insolúveis em ácido, geralmente ácido clorídrico a 10% v/v,
dá uma avaliação da sílica (areia) existente na amostra.
Alcalinidade das cinzas é outra determinação auxiliar no conhecimento da composição das cinzas.
Uma análise global da composição das cinzas nos diferentes alimentos, além de trabalhosa, não é de interesse igual ao da determinação de certos componentes, conforme a
natureza do produto. Outros dados interessantes para a avaliação do produto podem ser
obtidos no tratamento das cinzas com água ou ácidos e verificação de relações de solúveis e
insolúveis. Um baixo conteúdo de cinzas solúveis em água é indício que o material sofreu
extração prévia.
Material
Cápsula de porcelana ou platina de 50 mL, mufla, banho-maria, dessecador com cloreto de
cálcio anidro ou sílica gel, chapa elétrica, balança analítica, espátula e pinça de metal.
Procedimento – Pese 5 a 10 g da amostra em uma cápsula, previamente aquecida em mufla
a 550°C, resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesada. Caso a amostra seja
IAL - 105
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
líquida, evapore em banho-maria. Seque em chapa elétrica, carbonize em temperatura baixa e
incinere em mufla a 550ºC, até eliminação completa do carvão. Em caso de borbulhamento,
adicione inicialmente algumas gotas de óleo vegetal para auxiliar o processo de carbonização.
As cinzas devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Em caso contrário, esfrie, adicione 0,5 mL de água, seque e incinere novamente. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.
Cálculo
N = nº de g de cinzas
P = nº de g da amostra
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 27-28.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 900.02). Arlington:
A.O.A.C., 1996 chapter 44. p. 3.
019/IV Cinzas sulfatizadas
A sulfatização das cinzas reduz perdas por volatilização, pois transforma substâncias
voláteis em sulfatos mais fixos. Neste caso, a composição das cinzas não depende tanto da
temperatura de calcinação.
Material
Cápsula de platina ou de porcelana de 50 mL, banho-maria, estufa e dessecador com cloreto
de cálcio anidro ou sílica gel e mufla.
Reagente
Ácido sulfúrico a 10%, v/v
106 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Procedimento – Pese 5 g da amostra em cápsula de platina ou de porcelana previamente
aquecida em mufla a 550°C, resfrie em dessecador até a temperatura ambiente e pese. Adicione 5 mL de ácido sulfúrico a 10% v/v. Seque em banho-maria. Carbonize em temperatura baixa e incinere em mufla a 550°C. Resfrie. Adicione de 2 a 3 mL de ácido sulfúrico a
10% v/v. Seque em banho-maria e novamente incinere a 550°C. Resfrie em dessecador até
a temperatura ambiente e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso
constante.
Nota: podem ser utilizadas cápsulas de outros metais resistentes ao calor desde que as cinzas
obtidas não sejam empregadas para posterior análise de metais.
Cálculo
N = nº de g de cinzas sulfatizadas
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 28.
020/IV Cinzas insolúveis em água
Material
Proveta de 50 mL, funil de vidro de 5 cm de diâmetro, estufa, mufla, bastão de vidro, dessecador com cloreto de cálcio anidro ou sílica gel e chapa elétrica.
Procedimento – Adicione 30 mL de água à cápsula contendo as cinzas obtidas segundo a
técnica indicada em 018/IV. Agite com um bastão de vidro. Aqueça por 15 minutos em
banho-maria. Filtre em papel de filtro de cinzas conhecidas. Lave a cápsula, o filtro e o
bastão de vidro com 100 mL de água quente. Receba o filtrado e as águas de lavagem em
um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Reserve para a determinação 023/IV. Transfira o resíduo
com o papel de filtro para a mesma cápsula em que foi feita a incineração. Seque em estufa a
105°C. Carbonize em chapa elétrica. Incinere em mufla a 550°C. Esfrie em dessecador com
cloreto de cálcio anidro ou sílica gel. Pese. Repita as operações de aquecimento (30 minutos
na mufla) e resfriamento (1 hora no dessecador) até peso constante. Reserve o resíduo para
a determinação de alcalinidade das cinzas insolúveis em água.
IAL - 107
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
N = nº de g de cinzas insolúveis em água
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 29.
021/IV Cinzas solúveis em água
Procedimento – Subtraia do nº de g de cinzas por cento obtido em 018/IV o nº de g de
cinzas insolúveis por cento obtido em 020/IV. Considere a diferença como cinzas solúveis
em água por cento.
022/IV Alcalinidade das cinzas insolúveis em água
Material
Proveta de 50 mL, béquer de 250 mL, chapa elétrica e 2 buretas de 25 mL.
Reagentes
Ácido clorídrico 0,1 M
Indicador alaranjado de metila (metilorange)
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Procedimento – Transfira o papel de filtro com o resíduo obtido em 020/IV para um
béquer de 250 mL. Adicione 20 mL de água e 15 mL de ácido clorídrico 0,1 M. Aqueça à
ebulição em chapa elétrica. Esfrie e adicione duas gotas de indicador alaranjado de metila.
Titule o excesso de ácido clorídrico com solução de hidróxido de sódio 0,1 M até o desaparecimento da coloração alaranjada (a solução deverá ficar amarela).
Cálculo
108 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
V = diferença entre o nº de mL de ácido clorídrico 0,1 M adicionado e o nº de mL de
solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 30.
023/IV Alcalinidade das cinzas solúveis em água
Procedimento – Adicione duas gotas do indicador alaranjado de metila à solução obtida
em 020/IV. Titule com ácido clorídrico 0,1 M até coloração alaranjada.
Cálculo
V = nº de mL de ácido clorídrico 0,1 M gasto na titulação
f = fator do ácido clorídrico 0,1 M
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 30-31.
024/IV Cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10% v/v
Material
Proveta de 20 mL, papel de filtro de cinzas conhecidas, mufla, dessecador com sílica gel,
balança analítica, chapa elétrica, papel indicador de pH e bastão de vidro.
Reagente
Acido clorídrico a 10% v/v
Procedimento – Adicione às cinzas obtidas em 018/IV, 20 mL de ácido clorídrico a 10% v/v.
IAL - 109
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Agite com bastão de vidro. Filtre em papel de filtro. Lave a cápsula e o filtro com água quente até não dar mais reação ácida. Transfira o papel de filtro contendo o resíduo para a mesma
cápsula em que foi feita a incineração. Seque em estufa a 105°C por uma hora. Carbonize o
papel cuidadosamente, incinere em mufla a 550°C. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = nº de g de cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10%
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 31.
025/IV Cinzas solúveis em ácido clorídrico a 10% v/v
Procedimento – Subtraia do nº de g de cinzas por cento (018/IV) o nº de g de cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10% v/v (024/IV). Considere a diferença como cinzas solúveis
em ácido clorídrico a 10% v/v, por cento m/m
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 31
026/IV Sulfatos pelo método gravimétrico
Material
Proveta de 50 mL, balão volumétrico de 100 mL, pipeta de 50 mL, béquer de 250 mL, cadinho de porcelana, mufla, dessecador com cloreto de cálcio anidro ou sílica gel, papel de filtro
com cinzas conhecidas, bastão de vidro e bico Bünsen.
Reagentes
Ácido clorídrico (1+1)
Solução de cloreto de bário a 5% m/v
110 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Procedimento – Dissolva as cinzas obtidas em 018/IV com ácido clorídrico (1+1). Adicione
20 mL de água. Filtre. Lave a cápsula e o filtro com 50 mL de água. Receba o filtrado e as
águas de lavagem em um balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume com água e
transfira, com auxílio de uma pipeta, 50 mL do filtrado para um béquer de 250 mL. Aqueça
à ebulição. Adicione às gotas, uma solução aquecida de cloreto de bário a 5% até completa
precipitação. Aqueça em banho-maria por 1 hora. Deixe em repouso por 12 horas. Filtre em
papel de filtro de cinzas conhecidas. Lave o filtro até que 2 mL de filtrado não dêem reação
de íon cloreto. Transfira o papel de filtro com o precipitado para um cadinho de porcelana
previamente aquecido em mufla a 550°C por 1 hora, resfriado em dessecador com cloreto
de cálcio anidro até a temperatura ambiente e pesado. Carbonize em bico de Bünsen com
chama baixa. Aqueça em mufla a 550°C. Resfrie e pese. Repita as operações de aquecimento
e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = nº de g de sulfato de bário
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 34-35.
027/IV Sulfatos por titulação com EDTA
Material
Pipetas de 5 e 25 mL, proveta e bureta de 25 mL.
Reagentes
Acido clorídrico
Álcool
Cloreto de bário 0,1 M
EDTA (sal dissódico do ácido etilenodiaminotetracético) 0,1 M
Hidróxido de amônio
Metanol
IAL - 111
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Solução de púrpura de ftaleína – Pese 0,1 g púrpura de ftaleína, adicione água e hidróxido
de amônio até dissolução do sal e complete o volume até 100 mL com água.
Procedimento – Acidule fracamente a solução contendo até 0,2 g de íon sulfato, com ácido
clorídrico e aqueça até ebulição. Adicione 25 mL de cloreto de bário 0,1 M, aqueça novamente até ebulição e deixe em banho-maria cerca de 15 minutos. Esfrie a solução e adicione
igual volume de metanol ou álcool e 5 mL de solução de hidróxido de amônio. Junte 2-3
gotas de solução de púrpura de ftaleína e titule o excesso de bário com solução de EDTA 0,1
M até viragem do violeta ao verde-amarelado.
Cálculo
V = nº de mL da solução de EDTA gasto na titulação
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 35-36.
028/IV Cloretos por volumetria
Os cloretos são precipitados na forma de cloreto de prata, em pH levemente alcalino
em presença de cromato de potássio, como indicador. O ponto final da titulação é visualizado pela formação de um precipitado vermelho-tijolo de cromato de prata.
Material
Cápsulas de porcelana de 50 a 100 mL, mufla, proveta de 50 mL, bureta de 25 mL, balança
analítica, espátula, bastão de vidro, dessecador com sílica gel, chapa elétrica, balões volumétricos de 100, 200 ou 500 mL, funil de vidro, frasco Erlenmeyer de 125 mL e pipeta
volumétrica de 10 mL.
Reagentes
Bicarbonato de sódio
Carbonato de cálcio
Solução de cromato de potássio a 10% m/v
112 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Solução de hidróxido de sódio a 10% m/v
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Procedimento – Pese 5 g da amostra em uma cápsula de porcelana. Carbonize em chapa elétrica. Incinere em mufla a 550°C. Esfrie. Adicione 30 mL de água quente. Agite com bastão
de vidro. Transfira a solução com auxílio de um funil para um balão volumétrico de 100 mL.
Lave a cápsula, o bastão de vidro e o funil com mais duas porções de 30 mL de água quente.
Transfira a solução e as águas de lavagem para o balão volumétrico. Esfrie, complete o volume
do balão e agite. Filtre se necessário. Transfira, com auxilio de uma pipeta, uma alíquota de 10
mL para um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 2 gotas da solução de cromato de potássio a 10%, como indicador. Titule com solução de nitrato de prata 0,1 M, até o aparecimento
de uma coloração vermelho-tijolo.
Notas
Caso o pH da solução esteja ácido, neutralize com solução de hidróxido de sódio 0,1 M, de
bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio, até pH entre 6,5 e 9,0. Se for usado o bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio, aqueça a solução em banho-maria até não haver mais
desprendimento de dióxido de carbono, antes de completar o volume do balão.
Nos produtos contendo quantidades maiores de cloretos, após a obtenção das cinzas e sua
dissolução, conforme a técnica acima, transfira para um balão volumétrico de 200 ou
500 mL, lavando a cápsula e o funil com água e complete o volume. Transfira, com auxílio de uma pipeta, 10 mL da solução para um frasco Erlenmeyer de 125 mL e continue
seguindo as indicações da técnica.
Cálculo
V = nº de mL da solução de nitrato de prata 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de nitrato de prata 0,1 M
P = nº de g da amostra na alíquota utilizada para a titulação.
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 36-37.
OHLWEILER, O. A. Química Analítica Quantitativa. 3. ed., Rio de Janeiro, RJ: Livro
Técnico e Científico Editora Ltda, v. 2, 1981. p. 121-122.
IAL - 113
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
029/IV Cloretos por potenciometria
O cloreto pode ser determinado potenciometricamente, desde que se disponha de
potenciômetro e eletrodo indicador de prata. O método baseia-se na precipitação do íon
cloreto com nitrato de prata e dispensa o indicador cromato de potássio.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 37.
030/IV Fosfatos por titulação
Fósforo, na forma de íons fosfato, ou não, é dos mais importantes constituintes minerais presentes em cereais, carnes, leite e frutas. A determinação de fósforo é, geralmente,
feita na forma de íon fosfato, pela precipitação de fosfomolibdato de amônio que é dissolvido em solução alcalina de concentração conhecida, cujo excesso é titulado. Os processos
colorimétricos são empregados quando a quantidade de fósforo é pequena. O que distingue
os métodos é o uso de diferentes agentes redutores.
Material
Cápsula de porcelana de 100 mL, proveta de 100 mL, bastão de vidro, mufla, béquer de
400 mL, 2 buretas de 50 mL e bico de Bünsen.
Reagentes
Ácido clorídrico (1+2)
Hidróxido de amônio (1+1)
Nitrato de amônio
Ácido nítrico (1+1)
Solução de hidróxido de sódio 0,2 M
Indicador fenolftaleína
Ácido clorídrico 0,2 M
Solução de acetato de magnésio (A) – Pese 2 g de acetato de magnésio Mg(C2H3O2).4H2O,
adicione 25 mL de água e coloque álcool até completar 500 mL.
Solução de ácido molíbdico (B) – Pese 100 g de ácido molíbdico H2MoO4.H2O, adicione
144 mL de hidróxido de amônio e complete com 1148 mL de água.
114 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Solução de molibdato de amônio – Misture lentamente as soluções A e B e deixe em repouso por 48 horas. Filtre antes de usar.
Procedimento – Pese 5 g da amostra em uma cápsula de porcelana de 100 mL. Adicione 10
mL da solução de acetato de magnésio. Evapore até a secagem em banho-maria. Carbonize
em bico de Bünsen. Incinere em mufla a 550°C. Esfrie. Dissolva as cinzas com ácido clorídrico (1+2). Transfira para um béquer de 400 mL, com auxílio de 80 mL de água. Alcalinize
com hidróxido de amônio (1+1). Adicione 10 g de nitrato de amônio. Acidule com ácido
nítrico (1+1). Adicione solução de molibdato de amônio até completa precipitação. Aqueça
por uma hora em banho de água a (40-45)°C, agitando freqüentemente com um bastão de
vidro. Esfrie, filtre e lave o béquer, o bastão de vidro e o filtro com água até que o filtrado
não tenha reação ácida. Transfira o papel de filtro com o precipitado para o mesmo béquer
em que foi feita a precipitação. Dissolva o precipitado em solução de hidróxido de sódio 0,2
M, medido em uma bureta. Adicione duas gotas do indicador fenolftaleína. Titule o excesso
de hidróxido de sódio com ácido clorídrico 0,2 M.
Cálculo
V = diferença entre o nº de mL de solução de hidróxido 0,2 M adicionado e o nº
de mL de ácido clorídrico 0,2 M gasto na titulação.
P = nº de g da amostra
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3 ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 32-3.
031/IV Fosfatos por espectrofotometria
Material
Balões volumétricos de 100, 250, 500 e 1000 mL, pipetas de 25 e 50 mL, proveta e espectrofotômetro ou fotocolorímetro.
Reagentes
Solução de vanado-molibdato de amônio – Dissolva 20 g molibdato de amônio (NH4)6Mo7O24.4H2O e 1 g de vanadato de amônio - NH4VO3, separadamente, em
IAL - 115
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
cerca de 300 mL de água quente e filtre, se necessário. Misture as duas soluções, adicione
140 mL de ácido nítrico e dilua para um litro. Este reativo é estável por três meses.
Solução-estoque de fosfato – Pese 0,9587 g de fosfato ácido de potássio, seco a 105°C e
complete o volume a 500 mL com água.
Solução-padrão de fosfato – Pipete 50 mL da solução-estoque de fosfato e complete o volume a 250 mL com água. Um mL desta solução corresponde a 0,2 mg de P2O5.
Procedimento – Dissolva as cinzas obtidas de 5 g da amostra em ácido clorídrico (1+2),
transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Pipete uma
alíquota (que deve ser proporcional à quantidade de fosfato presente na amostra) em um
balão volumétrico de 100 mL. Adicione 25 mL do reagente vanado-molibdato de amônio
e complete o volume com água até 100 mL. Homogeneíze e espere 10 minutos para fazer
a leitura a 420 nm. Determine a quantidade de fosfato correspondente, usando a curvapadrão previamente estabelecida ou o valor da absortividade.
Curva-padrão – Em uma série de balões volumétricos de 100 mL, meça volumes de soluçãopadrão contendo valores de 5 a 6,2 mg de P2O5. Quando for usado um espectrofotômetro,
utilize volumes de solução-padrão de fosfato contendo de 0,2 a 2,0 mg de P2O5. Adicione
25 mL do reagente vanado-molibdato de amônio a cada balão. Complete o volume com
água. A temperatura da água mais o reagente deve ser 20°C. Homogeneíze e espere 10
minutos. Faça leitura a 420 nm, usando como branco 25 mL de vanado-molibdato de
amônio, completando com água até 100 mL.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 33-34.
Lipídios
Os lipídios são compostos orgânicos altamente energéticos, contêm ácidos graxos
essenciais ao organismo e atuam como transportadores das vitaminas lipossolúveis. Os lipídios são substâncias insolúveis em água, solúveis em solventes orgânicos, tais como éter,
clorofórmio e acetona, dentre outros. Estes são classificados em: simples (óleos e gorduras),
compostos (fosfolipídios, ceras etc.) e derivados ( ácidos graxos, esteróis). Os óleos e gorduras diferem entre si apenas na sua aparência física, sendo que à temperatura ambiente os
óleos apresentam aspecto líquido e as gorduras, pastoso ou sólido.
116 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
A determinação de lipídios em alimentos é feita, na maioria dos casos, pela extração com solventes, por exemplo, éter. Quase sempre se torna mais simples fazer uma
extração contínua em aparelho do tipo Soxhlet, seguida da remoção por evaporação ou
destilação do solvente empregado. O resíduo obtido não é constituído unicamente por
lipídios, mas por todos os compostos que, nas condições da determinação, possam ser
extraídos pelo solvente. Estes conjuntos incluem os ácidos graxos livres, ésteres de ácidos
graxos, as lecitinas, as ceras, os carotenóides, a clorofila e outros pigmentos, além dos esteróis, fosfatídios, vitaminas A e D, óleos essenciais etc., mas em quantidades relativamente
pequenas, que não chegam a representar uma diferença significativa na determinação.
Nos produtos em que estas concentrações se tornam maiores, a determinação terá a denominação mais adequada de extrato etéreo. Uma extração completa se torna difícil em
produtos contendo alta proporção de açúcares, de proteínas e umidade.
Em certos casos, podem ser aplicados outros métodos na determinação dos lipídios,
tais como: a extração com solvente a frio (método de Bligh-Dyer ou Folch), hidrólise ácida
(método de Gerber ou Stoldt- Weibull) ou alcalina (método Rose-Gotllieb-Mojonnier).
032/IV Lipídios ou extrato etéreo – Extração direta em Soxhlet
Material
Aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de bolas, balança
analítica, estufa, cartucho de Soxhlet ou papel de filtro de 12 cm de diâmetro, balão de
fundo chato de 250 a 300 mL com boca esmerilhada, lã desengordurada, algodão, espátula
e dessecador com sílica gel.
Reagente
Éter
Procedimento – Pese 2 a 5 g da amostra em cartucho de Soxhlet ou em papel de filtro e
amarre com fio de lã previamente desengordurado. No caso de amostras líquidas, pipete o
volume desejado, esgote em uma porção de algodão sobre um papel de filtro duplo e coloque para secar em uma estufa a 105°C por uma hora. Transfira o cartucho ou o papel de
filtro amarrado para o aparelho extrator tipo Soxhlet. Acople o extrator ao balão de fundo
chato previamente tarado a 105°C. Adicione éter em quantidade suficiente para um Soxhlet
e meio. Adapte a um refrigerador de bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica,
à extração contínua por 8 (quatro a cinco gotas por segundo) ou 16 horas (duas a três gotas
por segundo). Retire o cartucho ou o papel de filtro amarrado, destile o éter e transfira o
balão com o resíduo extraído para uma estufa a 105°C, mantendo por cerca de uma hora.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e repita as operações de aquecimenIAL - 117
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
to por 30 minutos na estufa e resfriamento até peso constante (no máximo 2 h).
Cálculo
N = nº de gramas de lipídios
P = nº de gramas da amostra
Nota: no caso de produtos contendo alta proporção de carboidratos, pese a amostra sob
papel de filtro e lave com cinco porções de 20 mL de água. Coloque em estufa a 105°C por
uma hora para secagem e proceda a extração conforme acima descrito.
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 42-43.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 920.39,C).
Arlington: A.O.A.C., 1995, chapter 33. p. 10-12
033/IV Lipídios ou extrato etéreo com hidrólise ácida prévia – Método A
Material
Aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de bolas, espátula,
pinça, balança analítica, estufa, cartucho de Soxhlet ou papel de filtro de 12 cm de diâmetro, balão de fundo chato de (250-300) mL com boca esmerilhada, frasco Erlenmeyer de
250 mL com boca esmerilhada, condensador longo, vidro de relógio e papel indicador de
pH.
Reagentes
Éter de petróleo
Ácido clorídrico 3 M
Areia diatomácea
Procedimento – Pese 10 g da amostra homogeneizada. Transfira para um frasco Erlenmeyer de 250 mL com boca esmerilhada. Adicione 100 mL de ácido clorídrico 3 M. Acople
118 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
o frasco Erlenmeyer em condensador longo, sob aquecimento. Mantenha por 1 hora em
ebulição. Decorrido o tempo, deixe esfriar. Adicione uma pequena quantidade de auxiliar
de filtração (areia diatomácea). Filtre utilizando duas folhas de papel de filtro. Lave o resíduo
com água até neutralizar o filtrado, fazendo o teste com papel indicador de pH. Despreze o
filtrado. Deposite o papel de filtro com o resíduo sobre um vidro de relógio e leve a estufa
à 105°C para secagem. Após seco, faça um cartucho com os papéis, usando o externo para
envolver o que contém a amostra. Transfira o cartucho para o aparelho extrator tipo Soxhlet.
Acople o extrator ao balão de fundo chato, previamente tarado a 105°C. Adicione éter de
petróleo em quantidade suficiente para um Soxhlet e meio. Acople em um refrigerador
de bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica, a extração por 8 horas. Retire
o cartucho e destile o éter. Transfira o balão com o resíduo extraído para uma estufa a
105°C, mantendo por cerca de uma hora. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e resfriamento
até peso constante.
Nota: na expectativa de um alto teor de gordura na amostra a ser analisada, proceda a extração prévia com éter de petróleo, para a completa remoção da fração lipídica.
Cálculo
N = nº de gramas de lipídios
P = nº de gramas da amostra
Referência bibliográica
U.K. FEEDING STUFFS (SAMPLING AND ANALYSIS) REGULATIONS. The
determination of oil in feeding stuffs nº 1119. 1982, appendix I. p. 9-11.
034/IV Lipídios ou extrato etéreo com hidrólise ácida prévia – Método B
Material
Balança analítica, aparelho extrator de Soxhlet, bateria de aquecimento com refrigerador de
bolas, chapa elétrica, estufa, espátula, béqueres de 100, 250 e 500 mL, proveta de 100 mL,
pérolas de vidro ou cacos de porcelana, vidro de relógio, frasco Erlenmeyer de 500 mL, funil
de vidro, papel de filtro, cartucho de Soxhlet, papel indicador de pH, balão de fundo chato
com boca esmerilhada de 300 mL, pinça e dessecador com sílica gel.
IAL - 119
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Ácido clorídrico
Éter petróleo
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Solução de HCl 4 M (1:2) – Dilua 100 mL do ácido clorídrico com 200 mL de água e
misture.
Procedimento – Pese 5 a 10 g da amostra em um béquer de 100 mL. Transfira para um
béquer de 500 mL, usando 100 mL de água quente. Adicione, com cuidado 60 mL de
ácido clorídrico e algumas pérolas de vidro ou cacos de porcelana. Cubra o béquer com
um vidro de relógio, coloque em uma chapa elétrica e aqueça até a ebulição, mantendo
durante 30 minutos. Adicione 160 mL de água quente sobre a solução da amostra, lavando o vidro de relógio. Filtre a solução em papel de filtro previamente umedecido. Lave
várias vezes o béquer e o resíduo do papel de filtro, cuidadosamente com água quente,
até que o filtrado exiba reação neutra (teste com papel indicador de pH) ou ausência de
cloreto (utilize solução de nitrato de prata 0,1 M). Coloque o papel de filtro contendo
o resíduo sobre um outro papel de filtro seco em um vidro de relógio e leve à estufa a
105°C para a secagem. Após a secagem, faça um cartucho com os papéis, usando o externo para envolver o que contém a amostra. Transfira o cartucho para o aparelho extrator
tipo Soxhlet. Acople o extrator ao balão de fundo chato, previamente tarado a 105°C.
Adicione éter de petróleo em quantidade suficiente para um Soxhlet e meio. Acople em
um refrigerador de bolas. Mantenha, sob aquecimento em chapa elétrica, a extração por
4 horas. Retire o cartucho e destile o éter. Transfira o balão com o resíduo extraído para
uma estufa a 105°C, mantendo por cerca de uma hora. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e
resfriamento até peso constante.
Nota: no caso da hidrólise ácida pode-se optar, alternativamente, pelo seguinte procedimento: pese diretamente a amostra em um béquer de 250 mL, adicione 50 mL de solução
de ácido clorídrico 4 M e continue como descrito acima a partir de “algumas pérolas de
vidro”.
Cálculo
N = n° de g de lipídios
P = n° de g da amostra
120 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Referência bibliográica
INTERNATIONAL STARDARD ORGANIZATION. ISO 1443: Meat and meat
products - determination of total fat content. 1973.
035/IV Extrato alcoólico
É um tipo de extração em que o solvente empregado é o álcool. O resíduo obtido é
chamado de extrato alcoólico o qual, nos produtos ricos em óleos voláteis, essências etc.,
representa um dado precioso na avaliação destes últimos. Como toda extração com solventes, ela poderá ser feita diretamente por simples percolação ou em aparelhos de extração
contínua.
Material
Béqueres de 50 e 100 mL, balão volumétrico de 100 mL, proveta de 100 mL, funil de 5
cm de diâmetro, papel de filtro, frasco Erlenmeyer de 125 mL, pipeta de 50 mL, estufa,
dessecador com sílica gel, balança analítica, banho-maria, espátula e pinça.
Reagente
Álcool
Procedimento – Pese 2 g da amostra em um béquer de 50 mL. Transfira para um balão
volumétrico de 100 mL, com auxílio de 80 mL de álcool. Agite, com intervalos de 30 minutos, por 4 horas. Deixe em repouso por 16 horas. Complete o volume com álcool. Filtre
em papel de filtro seco. Receba o filtrado em um frasco Erlenmeyer. Transfira, com auxílio
de uma pipeta, 50 mL do filtrado para um béquer de 100 mL, previamente tarado. Coloque
o béquer em banho-maria até completa evaporação do solvente. Aqueça em estufa a 105°C
por 1 hora, resfrie em dessecador à temperatura ambiente e pese. Repita a operação até peso
constante.
Cálculo
P = nº de g da amostra contido na alíquota usada para a secagem
N = nº de g de extrato alcoólico fixo a 105°C
IAL - 121
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 43-44.
Protídios
A determinação de protídios baseia-se na determinação de nitrogênio, geralmente
feita pelo processo de digestão Kjeldahl. Este método, idealizado em 1883, tem sofrido
numerosas modificações e adaptações, porém sempre se baseia em três etapas: digestão,
destilação e titulação. A matéria orgânica é decomposta e o nitrogênio existente é finalmente
transformado em amônia. Sendo o conteúdo de nitrogênio das diferentes proteínas aproximadamente 16%, introduz-se o fator empírico 6,25 para transformar o número de g de
nitrogênio encontrado em número de g de protídios. Em alguns casos, emprega-se um fator
diferenciado de 6,25, conforme descrito na Tabela 6. Amostras contendo nitratos podem
perdê-los durante a digestão. Nestes casos, deve-se adicionar ácido salicílico ou fenol (cerca
de 1 g), os quais retêm os nitratos, como nitro-derivados. Procede-se então à digestão.
Digestão – A matéria orgânica existente na amostra é decomposta com ácido sulfúrico e um
catalisador, onde o nitrogênio é transformado em sal amoniacal.
Destilação – A amônia é liberada do sal amoniacal pela reação com hidróxido e recebida
numa solução ácida de volume e concentração conhecidos.
Titulação – Determina-se a quantidade de nitrogênio presente na amostra titulando-se o
excesso do ácido utilizado na destilação com hidróxido.
Tabela 6 – Fatores de conversão de nitrogênio total em proteína
Alimento
Farinha de centeio
Farinha de trigo
Macarrão
Cevada
Aveia
Amendoim
Soja
Arroz
Amêndoas
122 - IAL
Fator
5,83
5,83
5,70
5,83
5,83
5,46
6,25
5,95
5,18
Alimento
Castanha do Pará
Avelã
Coco
Outras nozes
Leite e derivados
Margarina
Gelatina
Outros alimentos
-
Fator
5,46
5,30
5,30
5,30
6,38
6,38
5,55
6,25
-
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
036/IV Protídios – Método de Kjeldahl clássico
Material
Balança analítica, frascos de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora, balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, bureta de 25 mL, espátula, papel de
seda, dedal e pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Ácido sulfúrico 0,05 M
Sulfato de cobre
Sulfato de potássio
Dióxido de titânio
Solução fenolftaleína
Vermelho de metila a 1% m/v
Zinco em pó
Hidróxido de sódio a 30% m/v
Hidróxido de sódio 0,1 M
Mistura catalítica – Dióxido de titânio anidro, sulfato de cobre anidro e sulfato de potássio
anidro, na proporção 0,3:0,3:6.
Procedimento – Pese 1 g da amostra em papel de seda. Transfira para o balão de Kjeldahl
(papel+amostra). Adicione 25 mL de ácido sulfúrico e cerca de 6 g da mistura catalítica.
Leve ao aquecimento em chapa elétrica, na capela, até a solução se tornar azul-esverdeada
e livre de material não digerido (pontos pretos). Aqueça por mais uma hora. Deixe esfriar.
Caso o laboratório não disponha de sistema automático de destilação, transfira quantitativamente o material do balão para o frasco de destilação. Adicione 10 gotas do indicador
fenolftaleína e 1 g de zinco em pó (para ajudar a clivagem das moléculas grandes de protídios). Ligue imediatamente o balão ao conjunto de destilação. Mergulhe a extremidade
afilada do refrigerante em 25 mL de ácido sulfúrico 0,05 M, contido em frasco Erlenmeyer
de 500 mL com 3 gotas do indicador vermelho de metila. Adicione ao frasco que contém
a amostra digerida, por meio de um funil com torneira, solução de hidróxido de sódio a
30% até garantir um ligeiro excesso de base. Aqueça à ebulição e destile até obter cerca de
(250-300) mL do destilado. Titule o excesso de ácido sulfúrico 0,05 M com solução de
hidróxido de sódio 0,1 M, usando vermelho de metila.
IAL - 123
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Cálculo
V = diferença entre o nº de mL de ácido sulfúrico 0,05 M e o nº de mL de hidróxido de
sódio 0,1 M gastos na titulação
P = nº de g da amostra
f = fator de conversão (conforme Tabela 6)
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 44-45.
FAO/WHO. FAO Nutrition Meetings Report Series, 52. Energy and protein requiriments.
Geneva, 1973. (Technical Report Series, n. 522).
SOUTHGATE, D.A.T. The relationship between food composition and available
energy. Rome: Joint FAO/WHO/UNU Expert Consultation on Energy and Protein
Requirements. 1981.
037/IV Protídios – Método de Kjeldahl modificado
Material
Balança analítica, frasco de Kjeldahl de 500 a 800 mL, chapa elétrica ou manta aquecedora,
balão de destilação, frasco Erlenmeyer de 500 mL, buretas de 25 mL, espátula, papel de
seda, pipeta graduada de 25 mL ou pipetador automático.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Ácido sulfúrico 0,05 M
Ácido bórico 0,033 M
Sulfato de cobre
Sulfato de potássio
Dióxido de titânio
Solução de fenolftaleína
Vermelho de metila a 1% m/v
Hidróxido de sódio a 30% m/v
124 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Procedimento – Para a digestão da amostra, proceda conforme descrito em
036/IV. Na destilação, proceda também como em 036/IV, substituindo o ácido sulfúrico
0,05 M no frasco Erlenmeyer onde será recolhida a amônia formada, por ácido bórico
0,033 M, que não reage diretamente, servindo apenas como suporte para adsorsão da amônia. Titule diretamente a solução de hidróxido de amônio com a solução de ácido sulfúrico
0,05 M, utilizando o mesmo indicador do método 036/IV.
Nota: alternativamente, poderá ser utilizada uma solução de ácido clorídrico 0,1 M em
substituição ao ácido sulfúrico 0,05 M.
Cálculo
V = volume de ácido sulfúrico 0,05 M gasto na titulação
P = nº de g da amostra
f = fator de conversão (conforme Tabela 6)
Referência bibliográica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 991.20). Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 33. p. 10-12.
Glicídios
Neste grupo de compostos, que são hidratos de carbono, têm-se os mais variados
tipos de substâncias, desde os monossacarídios, representados pela glicose, os dissacarídios,
dos quais os mais freqüentes em alimentos são a sacarose e a lactose, até os polissacarídios,
como amido e celulose. Qualquer que seja o produto a ser analisado, é inicialmente necessária a obtenção de uma solução dos glicídios presentes, livres de substâncias que possam
interferir no processo escolhido para a sua determinação. Para isso, usam-se soluções de “clarificadores” (creme alumina, solução neutra de acetato de chumbo, solução básica de acetato
de chumbo, ácido fosfotúngstico) as quais precipitam as substâncias interferentes.
Os métodos de determinação de glicídios estão baseados nas propriedades físicas das
suas soluções ou no poder redutor dos glicídios mais simples (aos quais se pode chegar por
hidrólise, no caso dos mais complexos). Os métodos de redução resumem-se em pesar ou
titular a quantidade de óxido de Cu I precipitado de uma solução de íons de Cu II por um
volume conhecido da solução de glicídios ou medir o volume da solução de glicídios necessário para reduzir completamente um volume conhecido da solução de cobre II. Os resulIAL - 125
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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tados são calculados mediante fatores e, geralmente, as determinações de glicídios redutores
são calculadas em glicose e as dos não-redutores em sacarose. A hidrólise dos não-redutores
é feita, previamente, por meio de ácido ou enzimas.
038/IV Glicídios redutores em glicose
Material
Balança analítica, espátula de metal, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL, balão volumétrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo chato
de 250 mL, pipetas volumétricas de 5 e 10 mL ou bureta automática de 10 mL, buretas
de 10 e 25 mL e chapa elétrica.
Reagentes
Hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Solução saturada de acetato neutro de chumbo
Sulfato de sódio anidro
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese 2 a 5 g da amostra em um béquer de 100 mL. Transfira para um
balão volumétrico de 100 mL com o auxílio de água. Qualquer que seja a característica da
amostra (a, b ou c), proceda como a seguir. Complete o volume e agite. Filtre se necessário
em papel de filtro seco e receba filtrado em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtrado para a bureta. Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com auxílio de pipetas
de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água. Aqueça
até ebulição. Adicione, às gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em ebulição,
agitando sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão deverá ficar
um resíduo vermelho de Cu2O).
Notas
a) Em caso de amostras com alto teor de proteína: adicione 5 mL de ferrocianeto de potássio a 6% e 5 mL de acetato de zinco a 12%. Complete o volume com água, agite e deixe
em repouso por 15 minutos. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Verifique o pH da solução. Caso esteja ácido, com pH abaixo
de 6, coloque algumas gotas de hidróxido de sódio a 40% ou carbonato de sódio anidro
até que a solução se torne alcalina, com pH próximo de 9,0 e filtre novamente. Transfira
o filtrado para uma bureta.
126 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
b) Em caso de amostras com coloração intensa: clarifique a amostra adicionando solução
saturada de acetato neutro de chumbo, até não haver mais precipitação (cerca de 1,5
mL). Complete o volume com água. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em
frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione sulfato de sódio anidro, até precipitar o excesso
de chumbo. Filtre em papel de filtro seco e receba o filtrado em outro frasco Erlenmeyer
de 250 mL. Transfira o filtrado para uma bureta.
c) Em caso de amostras com alto teor de lipídios: adicione à amostra pesada, 50 mL de
água e aqueça em banho-maria por 5 minutos. Transfira a solução à quente para um
balão volumétrico de 100 mL. Esfrie, complete o volume e agite. Filtre em papel de filtro
seco e receba o filtrado em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtrado para uma
bureta.
Cálculo
A = nº de mL da solução de P g da amostra
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g
V = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação .
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 4950.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington:
A.O.A.C.. 1995, chapter 39. p. 21.
039/IV Glicídios não-redutores em sacarose
Material
Balança analítica, espátula de metal, banho-maria, béquer de 100 mL, proveta de 50 mL,
balão volumétrico de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, balão de fundo
chato de 250 mL, pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, bureta automática de 10 mL, buretas
de 10 e 25 mL e chapa elétrica.
IAL - 127
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Transfira, com auxílio de uma pipeta, 20 mL de filtrado obtido em glicídios redutores em glicose (038/IV), para um balão volumétrico de 100 mL
ou pese de 2 a 5 g da amostra e transfira para um balão volumétrico de 100 mL com
auxílio de água. Caso a amostra contenha alto teor de lipídios, proceda como em
038/IV, no item c. Acidule fortemente com ácido clorídrico (cerca de 1 mL). Coloque em
banho-maria a (100 ± 2)°C por 30 a 45 minutos. Esfrie e neutralize com carbonato de sódio
anidro ou solução de hidróxido de sódio a 40%, com auxílio de papel indicador. Caso a
amostra contenha alto teor de proteína, proceda como em 038/IV, item a. Complete o volume com água e agite. Filtre se necessário em papel de filtro seco e receba o filtrado em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Transfira o filtrado para a bureta. Coloque num balão de fundo
chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e
B, adicionando 40 mL de água. Aqueça até ebulição. Adicione, às gotas, a solução da bureta
sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre, até que esta solução passe de azul a
incolor (no fundo do balão deverá ficar um resíduo vermelho de Cu2O).
Cálculo
A = nº de mL da solução de P g da amostra
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = massa da amostra em g ou nº de g da amostra usado na inversão
V = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação
B = nº de g de glicose por cento obtido em glicídios redutores, em glicose
Nota: na titulação, quando se tornar difícil observar o desaparecimento da cor azul, adicione ao balão, próximo ao ponto final, 1 mL da solução de azul de metileno a 0,02%, como
indicador interno. Continue a titulação até completo descoramento da solução.
128 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 50-51.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington:
A.O.A.C.. 1995, chapter 39. p. 21.
040/IV Glicídios totais em glicose
Material
Balança analítica, chapa de aquecimento com refrigerador de refluxo, chapa elétrica, béquer
de 100 mL, espátula de metal, frasco Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada, frasco
Erlenmeyer de 300 mL, balão volumétrico de 250 mL, balão de fundo chato de 250 mL,
funil de vidro, bureta de 25 mL, pipeta graduada de 5 mL e pipeta volumétrica de 10 mL.
Reagentes
Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio 40% m/v
Carbonato de sódio anidro
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese 2 a 5 g da amostra e desengordure conforme 032/IV, no caso de produtos com teor de lipídios inferior a 5%, não há necessidade de extração prévia da gordura
da amostra. Transfira, quantitativamente, a amostra para um frasco Erlenmeyer de 500 mL
com junta esmerilhada, com o auxílio de água. Adicione 5 mL de ácido clorídrico. Coloque
em chapa de aquecimento e adapte o refrigerador de refluxo ao frasco. Deixe em ebulição
por 3 horas a contar a partir do início da ebulição. Espere esfriar a solução e neutralize com
hidróxido de sódio a 40%, com auxílio de papel indicador. Transfira, quantitativamente,
para um balão volumétrico de 250 mL, com auxílio de água. Caso a amostra contenha alto
teor de proteína, proceda como em 038/IV, item a. Complete o volume com água e agite.
Filtre, se necessário, em papel de filtro seco para um frasco Erlenmeyer de 300 mL. Transfira
o filtrado para uma bureta de 25 mL. Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com
pipetas de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água.
IAL - 129
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Aqueça até ebulição. Adicione, às gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em
ebulição, agitando sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão
deverá ficar um resíduo vermelho de Cu2O).
Cálculo
A= nº de mL da solução de P g da amostra
a= nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P= massa da amostra em g
V= nº de mL da solução da amostra gasto na titulação
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 49-50.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.06). Arlington:
A.O.A.C.. 1995, chapter 39. p. 21.
041/IV Glicídios por cromatografia descendente em papel – Prova qualitativa
Os métodos cromatográficos, aplicáveis a pequenas quantidades de amostra, são os
mais úteis para identificação de glicídios. A cromatografia em papel, usando solventes e
reveladores apropriados, permite não só a identificação como a determinação quantitativa,
eluindo-se as manchas do papel e determinando colorimetricamente a concentração dos
glicídios correspondentes. Pode-se correr um cromatograma com solvente apropriado e,
uma vez revelado, identificar os glicídios, comparando os valores de Rf com os dos padrões
usados paralelamente à amostra.
Material
Balança analítica, estufa, papel para cromatografia Whatman nº 1, pipetas de 1 e 5 mL,
capilares de vidro, cuba cromatográfica com cânula, atomizador, béquer de 250 mL, funil
de vidro e frasco Erlenmeyer de 100 mL.
130 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Reagentes
Soluções-padrão a 2% dos açúcares a serem identificados
n-Propanol
Acetato de etila
Solução de anilina a 4% em álcool
Solução de difenilamina a 4% em metanol
Ácido fosfórico
Fase móvel – n-propanol - acetato de etila - água (65:10:25).
Solução reveladora – Em um frasco Erlenmeyer, prepare a mistura de solução de anilina a
4% em álcool (5 mL), solução de difenilamina a 4% em metanol (5 mL) e ácido fosfórico
(1 mL).
Procedimento – Pese cerca de 10 g da amostra em um béquer de 250 mL e dissolva com
aproximadamente 100 mL de água, mantendo em contato por no mínimo duas horas.
Filtre em papel de filtro, recolhendo o filtrado em béquer de 250 mL. Reserve o filtrado
para aplicar no papel para cromatografia. Corte o papel Whatman nº 1 com largura de 15
cm e comprimento de 57 cm. Faça uma linha com grafite ao longo da largura do papel, a 6
cm da base. Marque seis pontos com a distância mínima de 3 cm uns dos outros. Aplique,
utilizando capilar de vidro, duas gotas das soluções-padrão de açúcares e quatro gotas do
filtrado da amostra nos pontos marcados do papel cromatográfico. Coloque a fase móvel
numa cânula de vidro, tampe a cuba e mantenha no mínimo uma hora para saturação da
mesma. Coloque o papel, adequadamente, com a extremidade em que foram aplicados os
padrões e a amostra na cânula. Fixe o papel na cânula, usando um bastão de vidro como
apoio. Corra o cromatograma descendentemente por cerca de 12 horas, retire o papel e
deixe secar ao ar em uma capela. Aplique o revelador sobre toda a superfície do papel, com
auxílio de atomizador. Seque o papel em estufa a (100 - 105)°C, até o aparecimento de
manchas características quanto à cor e respectivos Rf. Compare os valores dos Rf dos padrões
com os Rf dos componentes da amostra.
Cálculo
Dc = distância percorrida pelo componente da amostra ou padrão
Ds = distância percorrida pela fase móvel.
IAL - 131
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográica
MORAES, R.M. Carboidratos em alimentos - Manual Técnico, Campinas, SP: Ed.
ITAL. 1987.
042/IV Glicídios por cromatografia circular em papel – Prova qualitativa
Aplica-se na análise qualitativa dos açúcares presentes nos alimentos (glicose, frutose,
maltose, sacarose, além de outros açúcares) utilizando-se a técnica de cromatografia circular
em papel em comparação com soluções-padrão de açúcares. A cromatografia em papel é
uma técnica de separação baseada no deslocamento diferencial de solutos, arrastados por
uma fase móvel e retidos seletivamente por uma fase estacionária líquida (água), contida no
papel.
Material
Balança analítica, estufa, capela para substâncias voláteis, papel para cromatografia Whatman
nº 1, pipetas de 1 e 5 mL, capilares de vidro, cuba cromatográfica de (52 x 52) cm,
atomizador, béquer de 250 mL, papel de filtro, funil de vidro, frasco Erlenmeyer de 100
mL, proveta com tampa de 100 mL e placas de Petri.
Reagentes
Soluções-padrão a 2% dos açúcares a serem identificados
n-Propanol
Acetato de etila
Solução de anilina a 4% em álcool
Solução de difenilamina a 4% em metanol
Ácido fosfórico
Fase móvel – Prepare em uma proveta de 100 mL uma mistura de n-propanol - acetato de
etila - água (65:10:25).
Solução reveladora – Em um frasco Erlenmeyer de 20 mL prepare a mistura de 5 mL da
solução de anilina, 5 mL de difenilamina e 1 mL de ácido fosfórico.
Procedimento – Pese (10 - 20) g da amostra em béquer de 250 mL, dissolva com cerca
de 100 mL de água, mantendo em contato por no mínimo 2 horas. Filtre, recolhendo o
filtrado em béquer de 250 mL e reserve, para aplicar no papel para cromatografia. Corte o
papel para cromatografia Whatman nº 1, em quadrado de 50 cm de cada lado. Trace com
grafite duas diagonais entre os vértices do quadrado e duas entre os lados (todas cruzando
132 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
pelo centro do papel). Marque com lápis um ponto em cada diagonal a 2 cm do centro do
papel. Aplique, utilizando capilar de vidro, duas gotas das soluções-padrão e 4-6 gotas do
filtrado da amostra. Coloque a fase móvel nas placas de Petri posicionadas no centro e nos
quatro vértices da cuba cromatográfica, tampe com uma placa de vidro e deixe saturar por
cerca de uma hora. Coloque o papel sobre as placas de Petri, conectando o centro do papel
com o solvente da placa central por meio de uma “vassourinha de papel”. Corra o cromatograma circular por cerca de 12 horas (até o solvente atingir as laterais do papel) e retire
o papel, marque a frente do solvente e deixe secar ao ar numa capela. Aplique o revelador
sobre toda a superfície do papel, com auxílio de atomizador, mantendo-o pendurado em
um varal na capela e enrole em um grande cartucho (cerca de 10 cm de diâmetro). Leve a
estufa a 105°C até o aparecimento de manchas características quanto a cor e respectivos Rf.
Compare os valores dos Rf dos padrões com os Rf do componente da amostra que permite
a sua identificação.
Cálculo
Dc = distância percorrida pelo componente da amostra, a partir do ponto de aplicação da
amostra
Ds = distância percorrida pela fase móvel, do ponto de aplicação da amostra até a frente
marcada.
Referências bibliográicas
MORAES, R.M. Carboidratos em alimentos - Manual Técnico, Campinas, SP: Ed.
ITAL. 1987.
COLLINS, C.H.; BRAGA.G.L.; BONATO, P.S. Introdução
cromatográficos, Campinas, SP: Ed. UNICAMP, 1993, p. 29-43.
a
métodos
043/IV Amido
Material
Cápsulas de porcelana, provetas de 20 e de 100 mL, balões volumétricos de 100 e de 500
mL, béquer de 400 mL, balão de titulação, bureta de 25 mL, pipetas de 10 mL, frasco
Erlenmeyer de 500 mL, autoclave, banho-maria e funil de vidro.
IAL - 133
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Éter
Álcool a 70% e a 95%
Carbonato de cálcio
Solução de acetato neutro de chumbo saturada
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Acido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 10%
Carvão ativo
Procedimento – Pese 5 g da amostra em uma cápsula de porcelana. Trate, sucessivamente, com três porções de 20 mL de éter. Agite e decante. Transfira o material desengordurado para um frasco Erlenmeyer de 500 mL, com o auxílio de 100 mL de álcool a 70%. Agite e aqueça em banho-maria a (83-87)°C, por
1 hora, usando um pequeno funil no gargalo do frasco para condensar os vapores. Esfrie, adicione 50 mL de álcool e filtre em filtro seco ou centrifugue durante 15 minutos, a 1500 rpm.
Lave o resíduo com 500 mL de álcool a 70%, reunindo as soluções de lavagem ao filtrado
(o filtrado ou o sobrenadante pode ser usado para a determinação de glicídios redutores em
glicose e em glicídios não redutores em sacarose, evaporando o álcool, dissolvendo o resíduo
com água, transferindo para um balão volumétrico de 100 mL e titulando com soluções de
Fehling conforme 038/IV e 039/IV). Transfira o resíduo juntamente com o papel de filtro
para um frasco Erlenmeyer de 500 mL com auxílio de 150 mL de água. Adicione 5 gotas
de solução de hidróxido de sódio a 10%. Aqueça em autoclave a uma atmosfera por 1 hora.
Esfrie e adicione 5 mL de ácido clorídrico (a solução deverá ficar fortemente ácida). Aqueça
em autoclave por mais 30 minutos e neutralize com solução de hidróxido de sódio a 10%.
Transfira para um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume com água. Adicione,
se necessário, 0,5 g de carvão ativo. Agite e filtre em filtro seco. Nesta solução determine
glicídios redutores por titulação pelo método 038/IV.
Cálculo
A = nº de mL da solução de P g da amostra
P = nº de g da amostra
V = nº de mL da solução gasto na titulação
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
134 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 53-54.
Fibras
Ao resíduo orgânico obtido em certas condições de extração, dá-se o nome de
fibra. Os métodos de tratamento de extração da amostra variam e é de grande importância, para a comparação de resultados, seguir exatamente as condições específicas em
cada um. O termo fibra alimentar foi proposto por Hipsely e definido por Trowell
como sendo os componentes das paredes celulares vegetais incluídas na dieta humana
que resistem à ação das secreções do trato gastrointestinal. Para a análise de alimentos
de consumo humano, o conhecimento do teor fibra alimentar é mais adequado do que
o de fibra bruta. Hoje a definição mais aceita, para fins analíticos, é a de Asp que define
as fibras, considerando os aspectos fisiológicos, como polissacarídios (exceto amido)
e lignina que não são digeridos pelo intestino delgado humano. As fibras podem ser
classificadas de acordo com a sua solubilidade. As fibras solúveis são responsáveis pelo
aumento da viscosidade do conteúdo gastrointestinal, retardando o esvaziamento e a difusão de nutrientes; incluem as gomas, mucilagens, a maioria das pectinas e algumas hemiceluloses. As fibras insolúveis diminuem o tempo de trânsito intestinal, aumentam o
peso das fezes, tornam mais lenta a absorção da glicose e retardam a digestão do amido;
incluem a celulose, lignina, hemicelulose e algumas pectinas. Embora em concentrações
diferentes, a maioria dos alimentos contém uma combinação dos dois tipos de fibras: as
solúveis, tendo como principais fontes alimentares as leguminosas e as frutas e as insolúveis que estão presentes nos grãos de cereais, no farelo de trigo, nas hortaliças e nas cascas
de frutas. Durante muitos anos foi utilizada a determinação do teor de fibra ou o resíduo
vegetal resultante de um tratamento não fisiológico, obtido pelo método de Henneberg,
que consiste numa digestão ácida e outra alcalina num material previamente dessecado
e desengordurado. Posteriormente, o procedimento foi simplificado utilizando-se apenas uma etapa de digestão. Estes métodos fornecem valores baixos devido à utilização
de digestão muito drástica, levando à perda de alguns componentes, não sendo mais
adequados para a análise de alimentos, podendo ser aplicados apenas para de rações animais. Hellenboon et al. (1975) desenvolveram o método enzimático-gravimétrico, que
consiste em tratar o alimento com diversas enzimas fisiológicas, simulando as condições
do intestino humano, permitindo separar e quantificar gravimetricamente o conteúdo
total da fração fibra e/ou as frações solúveis e insolúveis. Este método foi posteriormente
modificado por Asp et al (1983) e Prosky et al. (1984).
IAL - 135
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
044/IV Fibra bruta
Material
Estufa, mufla, dessecador com sílica indicadora de umidade, frasco Erlenmeyer de 750 mL
com boca esmerilhada, refrigerador de refluxo longo com boca inferior esmerilhada, papel
tornassol, proveta de 100 mL, pipetas de 20 mL e cadinho de Gooch com camada de filtração.
Reagentes
Éter
Álcool
Areia diatomácea (agente filtrante) para preparação do cadinho
Solução ácida – Em um béquer de 1000 mL misture 500 mL de ácido acético glacial, 450 mL
de água, 50 mL de ácido nítrico e 20 g de ácido tricloracético.
Procedimento – Pese 2 g da amostra, envolva em papel de filtro e amarre com lã. Faça
extração contínua em aparelho de Soxhlet, usando éter como solvente. Aqueça em
estufa para eliminar o resto de solvente. Transfira o resíduo para um frasco Erlenmeyer
de 750 mL, com boca esmerilhada. Adicione 100 mL de solução ácida e 0,5 g de
agente de filtração. Adapte o frasco Erlenmeyer a um refrigerante de refluxo por 40
minutos a partir do tempo em que a solução ácida foi adicionada, mantendo sob
aquecimento. Agite, freqüentemente, a fim de evitar que gotas sequem na parede do
frasco. Filtre em cadinho de Gooch previamente preparado com areia diatomácea
e com auxílio de vácuo. Lave com água fervente até que a água de lavagem não
tenha reação ácida. Lave com 20 mL de álcool e 20 mL de éter. Aqueça em estufa
a 105°C, por 2 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e
repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante. Incinere em
mufla a 550°C. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese e repita as
operações de aquecimento e resfriamento até peso constante. A perda de peso será
igual à quantidade de fibra bruta.
Cálculo
N = nº de g de fibra
P = nº de g da amostra
136 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 56.
045/IV Fibra alimentar total – Método enzimático-gravimétrico
Material
Estufa, mufla, banho-maria, banho-maria com bandeja agitadora, dessecador com sílica
indicadora de umidade, cadinho de vidro com placa de vidro sinterizado (ASTM 40-60
µm), lã de vidro de fibra média, béquer de 250 mL, proveta de 250 mL, kitassato de 500 ou
1000 mL, trompa d’água e tamis de 32 mesh.
Reagentes
Extran a 2%
Ácido clorídrico 0,561 M
Ácido clorídrico 1 M
Hidróxido de sódio 1 M
Álcool a 95%
Álcool a 78%
Acetona
α-amilase termorresistente
Protease
Amiloglicosidase
MES – Ácido 2-(N-morfolino)etanossulfônico
TRIS – Tris(hidroximetil)aminometano
Solução-tampão MES-TRIS 0,05 M – Pese 19,52 g de MES e 12,2 g de TRIS. Dissolva em
1,7 L de água. Ajuste o pH para 8,2, a 24°C, com NaOH 6 M e dilua para 2 L com água.
Procedimentos
Preparação da amostra – Dependendo das características da amostra com relação ao teor de
umidade, gordura e açúcar, adota-se um procedimento diferente, visando facilitar a eficiência do tratamento enzimático. Alimentos com alto teor de umidade devem ser inicialmente
secos em estufa a vácuo a 70°C, durante a noite, quantificando-se o teor de umidade para
efeito do cálculo final da fibra alimentar. Alimentos com alto teor de açúcar devem ser
tratados previamente com 100 mL de álcool a 85% por 30 min em banho-maria a 70°C
com posterior filtração. O resíduo é lavado com álcool a 70% até atingir o volume de 500 mL.
IAL - 137
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Após a evaporação do solvente, o teor de açúcar é quantificado conforme 038/IV e 039/IV. Alimentos
com teores de lipídios acima de 5%, quando secos, devem ser desengordurados com éter, em
aparelho de Soxhlet, quantificando-se o teor de gordura pelo mesmo motivo da determinação
de umidade. Após o tratamento adequado, a amostra deve se moída ou triturada e passada por
tamis de 32 mesh. Conserve-a em recipiente fechado até ser analisada. No momento da tomada
da amostra para a análise da fibra, determine novamente o teor de umidade.
Preparação dos cadinhos – Lave os cadinhos de vidro com placa de vidro sinterizado com porosidade nº 2 (Pyrex nº 32940, ASTM 40-60 µm) com extran a 2%, mantendo em banho por
24 horas, enxágüe com 6 porções de água utilizando vácuo, passe mais 3 porções de água no
sentindo oposto ao da filtração, com a finalidade de remover qualquer resíduo retido na placa de
vidro. Seque em estufa a 105°C. Transfira os cadinhos para dessecador mantendo-os à temperatura ambiente. Pese. Revista internamente os cadinhos com uma camada de cerca de 1 g de lã de
vidro, tendo o cuidado de distribuir uniformemente no fundo e nas paredes (forma de concha).
Lave a lã com uma porção de 50 mL de ácido clorídrico 0,5 M com auxílio de vácuo, lave com
água até a neutralização. Seque em estufa a 105°C. Incinere em mufla a 525°C, no mínimo por
cinco horas. Resfrie em dessecador e pese (P1 para a amostra e B1 para branco).
Tratamento enzimático – Pese em béquer de 250 mL, em triplicata, cerca de 1 g da amostra
tratada e que tenha passado por tamis de 32 mesh. O peso entre as triplicatas não deve diferir de
20 mg. Adicione 40 mL de solução-tampão MES-TRIS, pH 8,2, dispersando completamente a
amostra. Adicione 50 µg de α-amilase termorresistente, agitando levemente. Tampe com papel
alumínio e leve ao banho-maria a (95 - 100)°C, por 35 min com agitação contínua. Remova os
béqueres do banho e resfrie até (60 ± 1)°C. Adicione 100 µL de solução de protease preparada
no momento do uso (50 mg/mL em tampão MES-TRIS), cubra com papel alumínio e leve ao
banho-maria a (60 ± 1)°C com agitação por 30 minutos. Remova o papel alumínio dos béqueres e adicione 5 mL de ácido clorídrico 0,561 M, com agitação. Mantenha a temperatura a
(60 ± 1)°C e ajuste o pH entre 4,0 - 4,7, com adição de solução de hidróxido de sódio
1 M e/ou ácido clorídrico 1 M. Adicione 300 µL de solução de amiloglicosidase. Cubra
com papel alumínio e leve ao banho-maria a (60 ± 1)°C, por 30 minutos, com agitação
contínua.
Notas
Paralelo ao procedimento da amostra, processe pelo menos dois cadinhos em branco (sem
amostra).
É fundamental, para fins de cálculo, conhecer a massa de lã de vidro utilizada no revestimento do cadinho.
O vácuo utilizado nas filtrações deve ser moderado, sendo suficiente o produzido pela trompa d’água.
138 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Utilize luvas e máscara de proteção durante a manipulação da lã de vidro.
Fibra alimentar total – Meça o volume do hidrolisado obtido no tratamento enzimático.
Adicione álcool 95% a 60°C, medido após aquecimento, na proporção de 4:1 do volume do
hidrolisado. Cubra os béqueres com papel alumínio e deixe a mistura em repouso, à temperatura ambiente, por 1 hora, para a precipitação da fração fibra solúvel. Posicione o cadinho,
previamente preparado e pesado, num kitassato acoplado a uma trompa de vácuo. Passe pelos
cadinhos uma porção de 15 mL de álcool a 78%, para redistribuir a lã de vidro. Filtre quantitativamente a solução alcoólica contendo o resíduo da hidrólise, cuidando para que a solução
não ultrapasse o nível da lã de vidro durante a filtração. Lave o resíduo com duas porções de
15 mL de álcool a 95% e duas porções de 15 mL de acetona. Seque os cadinhos contendo o
resíduo em estufa a 105°C, durante uma noite. Resfrie em dessecador e pese (P2 para a amostra e B2 para o branco). Após a pesagem, determine o teor de proteína em um dos cadinhos da
amostra e em um do branco. Determine o teor de cinzas nos outros dois cadinhos da amostra
e em um do branco.
Cálculo
RT = resíduo total da amostra = (P2- P1)
BT = resíduo total do branco = (B2- B1) - Pb- Cb
C = cinzas da amostra
m = massa da tomada da amostra
P = teor de proteína
046/IV Fibra alimentar solúvel e insolúvel – Método enzimático-gravimétrico
Procedimento – Execute como a análise da fibra alimentar total, com relação a preparação
da amostra, dos cadinhos e a hidrólise enzimática. Concluída a etapa da hidrólise, filtre
quantitativamente a solução contendo o resíduo, cuidando para que não ultrapasse a lã de vidro.
Lave o béquer e o resíduo com duas porções de 10 mL de água a 70°C, recolhendo a água de lavagem
junto com o filtrado da hidrólise. Reserve o filtrado em béquer de 250 mL. A fração fibra insolúvel
fica retida no cadinho e a solúvel no filtrado. Lave o resíduo do cadinho contendo a fibra insolúvel
com duas porções de 15 mL de álcool a 78%, duas porções de 15 mL de álcool a 95% e duas porções
de 15 mL de acetona. Seque os cadinhos em estufa a 105°C, durante uma noite. Resfrie os cadinhos
em dessecador e pese (P2 para a amostra e B2 para o branco). Utilize um dos cadinhos da amostra e
um do branco para determinar o teor de proteína do resíduo insolúvel e dois cadinhos da amostra
e um do branco para determinar o teor de cinzas do resíduo insolúvel. Calcule a fração
fibra insolúvel procedendo da mesma forma que para fibra total. Retome o béquer com
IAL - 139
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
o filtrado após a hidrólise. Meça o volume. Adicione álcool 95% a 60°C (medido após
aquecimento) na proporção de 4:1 do volume do filtrado. Cubra o béquer com papel
alumínio e mantenha a mistura em repouso por 1 hora à temperatura ambiente, para a
precipitação da fração fibra solúvel. Filtre a solução alcoólica em cadinhos previamente tarados. Proceda à lavagem, secagem e pesagem, como na fração fibra insolúvel. Determine os
teores de proteína e cinza da mesma forma que na fração fibra solúvel. Calcule a fração fibra
solúvel procedendo da mesma forma que para fibra total.
Referência bibliográica
LEE, S.C.; PROSKY, L.; DEVRIES, J.W. Determination of total, soluble and
insoluble dietary fiber in foods. Enzymatic-gravimetric method, MES-TRIS
buffer: collaborative study. J. Assoc. Off. Chem. Int., v. 75, p. 395-416, 1992.
047/IV Pectinas – Prova qualitativa
Um certo número de substâncias relacionadas ao ácido péctico (C17H24O16) recebe
esta designação. Pectinas são componentes de muitas frutas; na presença de açúcares e ácidos, apresentam tendência a formar um gel, de onde a sua grande importância nos produtos
feitos de frutas. Os métodos de determinação de pectinas se baseiam na sua extração por
água quente seguida por precipitação com álcool e, após purificação, pesagem na forma de
pectato de cálcio ou ácido livre.
Procedimento – Adicione a 30 g da amostra, em um béquer, 200 mL de água e misture
bem. Aqueça, ligeiramente, em banho-maria. Filtre se necessário. Adicione a uma alíquota do filtrado uma solução de permanganato de potássio a 0,25%. Aqueça até ebulição.
Uma cor intensa com fluorescência esverdeada é indicação da presença de pectinas.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 59.
048/IV Pectinas – Determinação por gravimetria
Material
Balão volumétrico de 200 mL, béquer de 400 mL, pipeta graduada de 5 mL, proveta de
200 mL e cadinho de Gooch.
140 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Reagentes
Sacarose
Ácido sulfúrico 0,5 M
Álcool a 95%
Solução de hidróxido de sódio a 10%
Ácido clorídrico (1+9)
Preparo da solução da amostra
a) Geléias e xaropes – Pese 30 g da amostra em um béquer de 200 mL. Adicione 100 mL
de água e aqueça ligeiramente. Esfrie. Transfira para um balão volumétrico de 200 mL e
complete o volume com água. Se necessário, filtre em filtro seco.
b) Frutas frescas, doces de massa e conservas – Homogeneíze a amostra em um liqüidificador, se necessário, o mais rapidamente possível. Pese 30 g da amostra em um béquer de 200 mL. Adicione 80 mL de água e aqueça até ebulição por
1 hora, recolocando, de tempo em tempo, o volume de água evaporado. Esfrie e transfira para um balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com água.
Procedimento – Transfira 200 mL da solução da amostra, preparada segundo
(a ou b), para um béquer de 400 mL. Adicione de 8 a 12 g de sacarose, se a amostra não
contiver açúcar. Evapore em banho-maria até cerca de 25 mL. Esfrie. Adicione 3 mL de
ácido sulfúrico 0,5 M e adicione, lentamente, agitando sempre, 200 mL de álcool. Deixe em
repouso por 10 horas e filtre. Lave o filtro com 50 mL de álcool a 95%. Transfira o precipitado para o mesmo béquer em que foi feita a evaporação, com o auxílio de um jato de água
quente. Evapore até reduzir a 40 mL. Esfrie. Adicione 5 mL de solução de hidróxido de sódio a 10% e 5 mL de água. (Se depois da adição da solução de hidróxido de sódio a solução
contiver substâncias insolúveis, repita a análise, usando uma quantidade menor da solução
da amostra). Deixe em repouso por 15 minutos. Adicione 40 mL de ácido clorídrico (1+9).
Ferva por 15 minutos. Filtre rapidamente. Lave o béquer e o filtro com água quente. Transfira o precipitado para um béquer de 200 mL, com auxílio de um jato de água quente. Lave
bem o papel de filtro com água quente. Complete com água o volume de 40 mL. Esfrie.
Adicione 5 mL de solução de hidróxido de sódio a 10% e 5 mL de água. Deixe em repouso
por 15 minutos. Adicione 49 mL de água e 10 mL de ácido clorídrico (1+9). Ferva por 5 minutos. Filtre em cadinho de Gooch que foi previamente aquecido por 30 minutos em mufla
a 550°C e resfriado até a temperatura ambiente em dessecador com cloreto de cálcio anidro,
pesado. Lave o cadinho de Gooch com água quente e depois com álcool a 95%. Aqueça por
1 hora em estufa a 100°C. Resfrie até temperatura ambiente em dessecador e pese. Repita
as operações de aquecimento I (30 minutos na estufa) e resfriamento até peso constante.
IAL - 141
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
Aqueça por 30 minutos em mufla a 550°C. Resfrie e pese. Repita as operações de aquecimento (30 minutos na mufla) e resfriamento até peso constante. A perda de peso dará a
quantidade de ácido péctico.
Cálculo
N = nº de g de ácido péctico
P = nº de g da amostra usado na precipitação
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 5961.
049/IV Dióxido de enxofre – Prova qualitativa
O dióxido de enxofre pode ser usado nos alimentos como conservador isolado ou na
forma de seus sais de sódio, potássio ou cálcio, mas nas análises sempre é calculado na forma
de SO2 livre. Tem ação inibidora no crescimento de fungos, fermentos e bactérias aeróbias e
previne o escurecimento enzimático de frutas e vegetais. Mantém a vitamina C, mas inativa
a vitamina B1.
Material
Frasco Erlenmeyer de 125 mL, tubo em U, tubo de ensaio, proveta de 10 mL e pipeta
graduada de 1 mL.
Reagentes
Acetato de cobre
Ácido clorídrico
Pedra de mármore
Solução de iodo com cloreto de bário – Dissolva 3 g de iodo em uma solução de 3 g de iodeto de potássio em 50 mL de água. Adicione 2 g de cloreto de bário e complete com água
o volume até 100 mL.
142 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Procedimento – Pese 5 g da amostra em um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 0,1 g
de acetato de cobre, um pequeno pedaço de mármore e 10 mL de ácido clorídrico. Feche
imediatamente com uma rolha contendo um tubo recurvado cuja extremidade mergulhe
em 0,5 mL de solução iódica de cloreto de bário. Deixe o ácido agir sobre o mármore por
10 minutos. Aqueça até ebulição. Observe a solução na extremidade do tubo. Em presença
do dióxido de enxofre ela descora e se forma um precipitado branco de sulfato de bário.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 86-87.
050/IV Dióxido de enxofre – Método quantitativo de Monier- Williams
Material
Manta aquecedora, cilindro de nitrogênio e aparelho segundo a Figura 1.
Figura 1 – Aparelho para determinação de SO2
Reagentes
Água oxigenada a 3%, recém-preparada com água destilada e deionizada
Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio 0,05 M
Vermelho de metila a 0,2% m/v ou azul de bromofenol a 0,4% m/v
IAL - 143
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Pese 50 g da amostra e transfira para o balão de reação do aparelho. Adicione 350 mL de água e 20 mL de ácido clorídrico. Transfira 15 mL e 5 mL de água oxigenada a 3%, respectivamente, para os frascos A e B, que devem estar mergulhados em banho
de água gelada. Abra o torpedo de nitrogênio e faça passar corrente de nitrogênio a razão de
10 bolhas por minuto no balão de reação e aqueça-o de modo a manter a ebulição durante
120 minutos e não aumentar o número de bolhas por minuto. Desligue. Transfira a solução
do frasco B para o frasco A, lavando com 10 mL de água bidestilada e deionizada. Adicione
três gotas do indicador e titule com a solução de hidróxido de sódio 0,05 M. Titule um
branco de 20 mL de água oxigenada nas mesmas condições.
Notas
Alternativamente, pode-se usar, em substituição ao ácido clorídrico, uma solução aquosa de
ácido fosfórico 1:1, v/v.
Para amostras com baixa concentração de sulfito, recomenda-se a titulação por via potenciométrica.
Cálculo
B = nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 M gasto na prova em branco
A = nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 M gasto na titulação da amostra
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
P = nº de g da amostra
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,05 M
Referências bibliográicas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 88-89.
FAZIO, T.; WARNER, C. A. Review of sulphites in foods: analytical Methodology and
reported findings. Food Addit. Contam., Basingstoke, v. 7, n. 4, p. 433-454, 1990.
051/IV Corantes artificiais orgânicos – Prova qualitativa
O método é aplicável a amostras de alimentos coloridos artificialmente e baseia-se na
separação dos corantes por cromatografia ascendente em papel.
144 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Material
Banho-maria, capela para solventes, lã natural branca de 20 cm, régua de 20 cm, papel
Whatman nº 1 (20 x 20 cm), béquer de 25 e 200 mL, bastão de vidro, capilar de vidro e
cuba de vidro (21 x 21 x 10) cm.
Reagentes
Ácido clorídrico
Hidróxido de amônio
Padrões de corantes orgânicos artificiais a 0,1% m/v
Procedimento – Para a extração dos corantes, coloque em um béquer de 200
mL aproximadamente 30 a 50 g da amostra, 100 mL de água e cerca de 20 cm
de um fio de lã natural branca e misture bem. Acrescente algumas gotas de HCl
(± 0,5 mL) e coloque em banho-maria fervente até que o corante fique impregnado
na lã. Lave a lã com água corrente. Coloque em um béquer de 25 mL e adicione
algumas gotas de hidróxido de amônio (± 0,5 mL). Em seguida, adicione 10 mL de
água e coloque em banho-maria até que a solução adquira uma coloração igual à da lã.
Retire a lã e reduza o volume do líquido à metade, por evaporação. Para a identificação
dos corantes extraídos, aplique a amostra e as soluções dos padrões de corantes, com
auxilio de capilar, no papel de cromatografia Whatman n. 1 e escolha o solvente mais
adequado seguindo o procedimento descrito no método 086/IV. Compare o aparecimento das manchas da amostra quanto à cor e aos fatores de resolução (Rf), com os
respectivos padrões de corantes orgânicos artificiais.
Notas
Para se obter um produto mais puro, caso seja necessário, faça dupla extração dos corantes
com o fio de lã.
Corantes naturais poderão tingir o fio no primeiro tratamento, mas a coloração não é removida pela solução de hidróxido de amônio.
Referência bibliográica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 106-108.
IAL - 145
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
052/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa
Material
Extrator de Soxhlet, espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, balões volumétricos de
100 mL, béqueres de 150 e 200 mL e funil de Büchner.
Reagentes
Metanol com 5% de hidróxido de amônio
Álcool com 5% de hidróxido de amônio
Solução de acetato de amônio 0,02 M e pH = 5,6
Balas de goma, balas duras, gomas de mascar, pós para sobremesa e pós para refresco
Procedimento – Pese com precisão cerca de 7 g de balas ou gomas de mascar devidamente
trituradas ou picadas, 5 g de pós para sobremesas ou 3 g de pós para refresco em um béquer de 150 mL, adicione 30 mL de metanol amoniacal e agite com auxílio de bastão de
vidro. Deixe decantar e transfira o líquido colorido para um balão volumétrico de 100
mL, filtrando em papel de filtro. Repita a extração com mais duas porções de 30 mL de
metanol amoniacal ou até que a amostra fique incolor. Caso as bordas do papel de filtro
adquirem a coloração da amostra, recorte e junte ao resíduo da amostra no béquer. Repita
a extração com metanol amoniacal. Complete o volume com a mesma solução. Centrifugue, se necessário. Leia a absorbância em espectrofotômetro no(s) comprimento(s) de
onda do(s) corante(s) identificado(s) como em 051/IV, usando como branco a solução
de metanol amoniacal.
Sorvetes e iogurtes
Procedimento – Pese com precisão cerca de 10 g de amostra em um béquer de 150 mL,
adicione 30 mL de álcool contendo 5% de hidróxido de amônio. Agite e deixe em repouso
em geladeira por quatro horas aproximadamente. Após a decantação do líquido colorido,
filtre em funil de Büchner, recolhendo o filtrado em um balão volumétrico de 50 mL.
Transfira o resíduo para o mesmo béquer e repita a extração com mais 15 mL de álcool
amoniacal, até que a amostra fique incolor. Complete o volume. Se a solução ficar turva,
coloque o balão em geladeira por três horas aproximadamente. Retire, espere estabilizar à
temperatura ambiente e filtre em papel de filtro. Leia a absorbância em espectrofotômetro
no(s) comprimento(s) de onda do(s) corante(s) identificado(s) como em 051/IV usando
como branco a solução de álcool amoniacal.
146 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Xarope de groselha
Procedimento – Pese com precisão cerca de 5 g de amostra e dilua a 100 mL em balão
volumétrico com solução de acetato de amônio 0,02 M. Leia a absorbância em espectrofotômetro no(s) comprimentos de onda do(s) corante(s) identificado(s) usando como branco
a solução de acetato de amônio.
Cálculos
a) Amostra com um só corante: calcule o teor usando o valor de
te, segundo a Tabela 7.
do respectivo coran-
Tabela 7 – Características espectrofotométricas dos corantes artificiais
Corante
Amarelo crepúsculo
Azul brilhante
Azul indigotina
Bordeaux S
Eritrosina
Tartrazina
Vermelho sólido E
Vermelho 40
Ponceau 4R
(nm)
481
630
610
519
524
426
505
505
507
564,1
1840,0
449,3
436,0
1130,0
536,0
447,9
536,0
442,5
b) Amostra com dois corantes cujas absorções máximas são bem distantes entre si: faça as
leituras das absorbâncias nos dois comprimentos de onda respectivos na mesma solução.
Como os corantes absorvem em regiões distintas, a absorção de um não interfere na absorção do outro. Calcule o teor de corante usando o valor de
de cada corante.
c) Amostra com dois corantes cujas absorções máximas são bem próximas uma da outra: faça as
leituras das absorbâncias nos comprimentos de onda de cada corante na mesma solução. Como as
regiões de absorções máximas são bem próximas, a absorção de um dos corantes interfere na absorção do outro. Em amostras contendo tartrazina e amarelo crepúsculo, como por exemplo ao fazer
a leitura a 426 nm, na realidade, estamos considerando a absorção da tartrazina mais a do amarelocrepúsculo; a 481 nm, estamos considerando a absorção do amarelo-crepúsculo mais a da tartrazina. O que ocorre é a aditividade das absorbâncias. Para a devida correção, estabelecemos valores
de
a 426 nm e
a 481 nm com o padrão do corante tartrazina com 96,36% de pureza
IAL - 147
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
(no mínimo) e com o padrão do corante amarelo-crepúsculo com 90,29 % de pureza (no mínimo), conforme Tabela 8.
Tabela 8 – Características espectrofotométricas dos corantes artificiais
Corante
Tartrazina
Tartrazina
Amarelo-crepúsculo
Amarelo-crepúsculo
(nm)
426
481
426
481
535
170
221
592
Substituindo esses valores de
na equação de Lambert-Beer, (A=abc), a concentração
do corante é obtida com a resolução do sistema de equação com duas incógnitas.
A426nm = 535x + 221y
A481nm = 170x + 592y
x = concentração do corante tartrazina
y = concentração do corante amarelo-crepúsculo
A426= absorbância da solução a 426 nm
A481 = absorbância da solução a 481 nm
Referência bibliográica
TAKAHASHI, M.Y.; YABIKU, H.Y.; MARSIGLIA, D.A.P. Determinação quantitativa
de corantes artificiais em alimentos. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 48, (1/2) p. 7-15, 1988.
053/IV Determinação da composição de ácidos graxos saturados e insaturados por
cromatografia em fase gasosa
Os lipídios da amostra a ser analisada são submetidos à reações de transesterificação
ou hidrólise e esterificação; os ésteres metílicos de ácidos graxos formados são determinados por cromatografia em fase gasosa utilizando como padrão interno metiltridecanoato.
O método permite uma separação quantitativa de misturas de ésteres metílicos de ácidos
graxos saturados e insaturados, inclusive dos ácidos graxos trans, dependendo da coluna,
condições cromatográficas e dos padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos empregados. A quantificação é feita baseada nas relações de área de cada ácido graxo com a área do
padrão interno, utilizando os fatores de correção de resposta do detector de ionização de
chama (DIC) e de conversão de ésteres metílicos de ácidos graxos para ácido graxo.
148 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Como uma alternativa, o cálculo da concentração dos ácidos graxos saturados e
insaturados, pode ser feito por normalização de área, calculando os fatores de correção
de resposta para cada ácido graxo no detector de ionização de chama. As porcentagens
em massa obtidas para cada éster metílico de ácido graxo são multiplicadas pelo teor de
lipídios da amostra e por fatores de conversão de gordura para ácidos graxos, variáveis
conforme o tipo de alimento. Este procedimento de cálculo aplica-se principalmente aos alimentos cujos lipídios extraídos sejam predominantemente de um dos tipos
de alimentos cujos fatores de conversão foram estabelecidos. Os lipídios dos alimentos (gordurosos) são essencialmente ésteres de ácidos graxos e glicerol com pequenas
quantidades de outros componentes como: fosfolipídios, glicolipídios, esteróis e outros
compostos extraídos com solventes orgânicos. Deve-se adotar, preferencialmente, o
método de cálculo com padrão interno.
Material
Cromatógrafo a gás com detector de ionização de chama, integrador ou computador, coluna
cromatográfica capilar de sílica fundida com fases estacionárias de ciano propil siloxano, exemplo: SP2340 de 60 m, SP2560 de 100 m, CP-Sil 88, 50 ou 100 m de comprimento, diâmetro
interno de 0,25 mm e espessura do filme 0,25 µm, sistema de injeção com divisão de amostra;
balança analítica; agitador do tipo vortex; seringa de capacidade máxima 10 µL, graduada em
0,1 µL; balão volumétrico de 25 e 100 mL; flaconete (vial) de 1,5 mL; pipeta volumétrica de
5 mL e pipeta graduada de 1 mL.
Reagentes
Mistura de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos variando de C4 a C24.
Padrão interno C13 (metiltridecanoato)
n- Hexano grau CLAE
Gás de arraste para DIC: hidrogênio
Gases auxiliares para DIC: nitrogênio/ar super seco (livre de hidrocarbonetos).
Solução-padrão de mistura de ésteres metílicos de ácidos graxos – Dilua com n-hexano
o conteúdo da ampola (contendo 100 mg da mistura de padrões de FAMEs) em balão
volumétrico de 25 mL. Distribua em vials de 1,5 mL e armazene em freezer. Esta solução
será utilizada para identificar os ésteres metílicos de ácidos graxos e determinar os fatores de
correção de cada componente.
Solução-padrão interno (C13:0) – Pese, com precisão, cerca de 250 mg de metiltridecanoato em
balão volumétrico de 100 mL, dissolva e complete o volume com n-hexano. Transfira para um
frasco âmbar e armazene em geladeira (validade 1 semana) ou em freezer (validade 1 ano).
Procedimento – Extraia os lipídios da amostra pelo método mais apropriado para a análise
de ácidos graxos. Verifique, nos capítulos deste livro, dependendo do tipo de amostra, qual
é o melhor método de extração. Prepare os ésteres metílicos de ácidos graxos como descritos
IAL - 149
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
nos procedimentos 054/IV, 055/IV e 056/IV. Condições de operação do cromatógrafo
gasoso com detector de ionização de chama e condições otimizadas para colunas com fases
estacionárias de ciano propil siloxano (exemplo: SP2560, 100 m); programação da temperatura da coluna: 45°C por 4 min, primeira rampa de 13°C/min até 175°C (27 min), segunda rampa de 4°C/min até 215°C (35 min), temperatura do injetor 220°C, temperatura
do detector 220°C, razão de divisão da amostra 1:50.
Cálculo dos fatores de correção de reposta no DIC:
Cálculo experimental: Injete, em triplicata, 1 µL da solução-padrão de ésteres metílicos de
ácidos graxos. Identifique cada pico e determine os fatores de correção (K’ ) individuais
com relação ao éster metílico do ácido tridecanóico (C13:0), utilizando a equação abaixo:
MAGi = porcentagem do ácido graxo na mistura de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos
AC13:0 = média das áreas do pico do éster metílico do C13:0
MC13:0 = porcentagem do éster metílico do C13:0 na mistura de padrões
AAGi = média das áreas do ácido graxo na mistura de padrões
Cálculo teórico:
KAgi = fator de resposta para o ácido graxo “i”
MAgi = massa molecular do éster metílico de ácido graxo “i”
n Agi = número de átomos de carbono do éster metílico do ácidos graxo “i”
Ac = massa atômica do carbono (12,01)
Pesos atômicos utilizados no cálculo:
Carbono =12,01; Hidrogênio = 1,0079; Oxigênio =15,994.
Fator relativo de resposta do DIC para cada componente com relação ao C13:0:
t
150 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
K’AGit= fator relativo de correção, para o ácido graxo “i”
K C13 = fator de resposta do DIC para o C13:0
K AGi = fator de resposta do DIC para o ácido graxo “i”
Nota: recomenda-se, nos cálculos, a utilização dos fatores teóricos de resposta do DIC.
Determinação da concentração de ácidos graxos na amostra – Injete 1 µL da amostra no
cromatógrafo a gás, utilizando microsseringa de 10 µL. Identifique os picos por comparação
com os tempos de retenção dos padrões de ésteres metílicos com os componentes separados
da amostra. Determine a concentração de cada ácido graxo, utilizando a equação abaixo.
Cálculo com padrão interno
MPI = massa do padrão interno (C13:0) adicionada na amostra
AAGi = área do ácido graxo no cromatograma da amostra
K’AGi = fator de correção de cada ácido graxo com relação ao C13:0 (teórico ou experimental)
FCAG = fator de conversão de éster metílico de ácido graxo (Tabela 9)
L = teor de lipídios em gramas por 100 g de amostra
M = massa da amostra
API = área do padrão interno (C13:0) no cromatograma da amostra
Tabela 9 - Fatores de conversão de éster metílico de ácido graxo para ácido graxo
Ácido graxo
Fator de conversão FCAG
C 4:0 (ácido butírico)
C 6:0 (ácido capróico)
C 8:0 (ácido caprílico)
C10:0 (ácido cáprico)
C11:0 (ácido undecanóico)
C12:0 (ácido láurico)
C13:0 (ácido tridecanóico)
C14:0 (ácido mirístico)
C14:1 (ácido miristoleico)
C15:0 (ácido pentadecanóico)
C15:1 (ácido pentadecenóico)
0,863
0,892
0,911
0,925
0,930
0,935
0,939
0,942
0,942
0,945
0,945
IAL - 151
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Ácido graxo
C16:1 (ácido palmitoleico)
C17:0 (ácido margárico)
C17:1 (ácido heptadecenóico)
C18:0 (ácido esteárico)
C18:1 cis (ácido oléico)
C18:1 trans (ácido elaídico)
C18:2 cis (ácido linoleico)
C18:2 trans (ácido linolelaídico)
C18:3 cis (ácido linolênico)
C18:3 trans (ácido linolênico trans)
C20:0 (ácido araquídico)
C20:1 (ácido gadoleico)
C20:2 cis (ácido eicosadienóico)
C20:3 n3 (ácido eicosatrienóico n3)
C20:3 n6 (ácido eicosatrienóico n6)
C20:4 (ácido araquidônico)
C20:5 (ácido eicosapentaenóico)
C21:0 (ácido heneicosanóico)
C22:0 (ácido behênico)
C22:1 (ácido erúcico)
C22:2 (ácido docosadienóico)
C22:6 (ácido docosahexaenóico)
C23:0 (ácido tricosanóico)
C24:0 (ácido lignocérico)
C24:1 (ácido nervônico)
Fator de conversão FCAG
0,948
0,951
0,950
0,953
0,953
0,953
0,952
0,952
0,952
0,952
0,957
0,957
0,957
0,956
0,956
0,956
0,956
0,959
0,960
0,960
0,960
0,959
0,962
0,963
0,963
Cálculo com fatores de conversão:
’
ConcAGi= concentração do ácido graxo em gramas por 100 g da amostra
%AAGi = porcentagem de área do ácido graxo no cromatograma da amostra
K’ AGi = fator de correção de resposta de cada ácido graxo com relação ao C13:0 (teórico ou experimental)
FCv = fator de conversão de gordura para os ácidos graxos
L = teor de lipídios na amostra em gramas por 100 g da amostra
152 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Fatores (FCv) para alguns alimentos:
FCv = 0,956 – óleos, gorduras e sementes oleaginosas
FCv = 0,945 – produtos lácteos
FCv = 0,830 – ovos
FCv = 0,800 – frutas e vegetais
FCv = 0,953 – carne gorda bovina, suína e ovina
FCv = 0,916 – carne magra bovina e ovina
FCv = 0,910 – carne magra suína
FCv = 0,945 – carne de frango
FCv = 0,900 – carne gorda de peixe
FCv = 0,700 – carne magra de peixe
Cálculo
Expresse a concentração dos ácidos graxos saturados, monoinsaturados e polinsaturados, em
gramas por 100 g de amostra, utilizando o cálculo abaixo:
Nota: Caso os ácidos graxos trans estejam presentes, expressar como:
Referências bibliográicas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 996.06).
Arlington: A.O.A.C. 16th ed. Chapter 41, p. 18 -18 B. (Supplement March, 1997).
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 996.01).
Arlington: A.O.A.C. 17th ed., 2000.
AMERICAN
OIL
CHEMISTS’
SOCIETY.
Oicial
Methods
and
th.
Recommended Practices of the American Oil Chemits’ Society. 4 ed.
Champaign, USA, A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 2-66).
IAL - 153
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Oicial methods and recommended practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th. ed. Champaign, USA,
A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 1-62: Fatty acid composition by gas
chromatography).
INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. IS0 5508: animal and vegetable fats and oils – Analysis by gas chromatography of methyl esters of fatty acids.
ISO 5508-1990E - 09-15.
HOLLAND, B. et al. in: The composition of foods. Mc cance and Widdowson’s 16th
ed., Cambridge, UK, 2002. p. 7-10.
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official Methods and Recommended
Practices of the American Oil Chemits’ Society. 5th. ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1999 (A.O.C.S. Official Method Ce-1f 96).
054/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 1
Este método refere-se à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos a partir
dos ésteres de ácidos graxos e glicerol de óleos e gorduras por reação de transesterificação. Os ésteres metílicos obtidos serão posteriormente analisados por cromatografia em
fase gasosa. Aplica-se à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos com 8 ou mais
átomos de carbono a partir de óleos e gorduras de origem animal ou vegetal (inclusive
os lipídios extraídos dos alimentos). O material insaponificável não é extraído e, se presente em grandes quantidades, poderá interferir na análise. Amostras que apresentem
ácidos contendo os seguintes grupos na molécula: epoxi, hidroperóxidos, ciclopropenil
e ciclopropil, não poderão ser preparadas por este método, pois poderá ocorrer destruição parcial ou completa de tais grupos.
Material
Bateria de Sebelin, balança analítica, frasco de transesterificação de 200 mL com junta
esmerilhada 24/40, pérolas de vidro e pipetas volumétricas de 2 a 5 mL.
Reagentes
Solução saturada de cloreto de sódio
n-Hexano grau cromatográfico
154 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Solução de ácido sulfúrico a 2% (v/v) em metanol grau cromatográfico)
Nota: todos os padrões devem ter pureza superior a 99% e devem ser substituídos a
cada seis meses.
Procedimento – Pese cerca de 25 mg da amostra (óleo ou gordura vegetal ou animal)
e transfira para o frasco de transesterificação (Figura 2). Adicione 3 mL de n-hexano
(ou de 2 a 5 mL da solução do padrão interno), 15 mL de solução de ácido sulfúrico a
2% (v/v) em metanol e algumas pérolas de vidro. Aqueça em refluxo durante uma hora.
Resfrie e adicione 40 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Agite por um minuto.
Adicione mais solução saturada de cloreto de sódio saturada até que a fase orgânica,
onde estão dissolvidos os ésteres metílicos, atinja a parte afunilada do frasco. Espere até
que as fases (aquosa e orgânica) se separem nitidamente. Utilize a fase superior para
a análise por cromatografia em fase gasosa. Analise os ésteres metílicos o mais rápido
possível para evitar a perda dos mais voláteis.
Nota: caso não seja possível a análise imediata daqueles compostos, guarde em geladeira, sob atmosfera de nitrogênio, por no máximo 24 horas. Para estocagem por tempo
prolongado, guarde em congelador sob atmosfera de nitrogênio em ampola de vidro
selada.
Figura 2 – Frasco de transesterificação
Referências bibliográicas
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official Methods and ecommended
Practices of the American Oil Chemits’ Society. 4 th. ed.Champaign, USA,
A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 2-66).
THE INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO
IAL - 155
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
15304:2002 (E): animal and vegetables fats and oils – Determination of the content
of trans fatty acid isomers of vegetables fats and oils – Gas chromatographic method.
2nd. ed. Switzerland, 2002.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 266.
BADOLATO, E.S.G.; ALMEIDA, M.E.W. Pesquisa por cromatografia em fase gasosa
da adulteração do chocolate. Rev. Inst. Adolfo Lutz. v. 37, p. 47-56, 1977.
055/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 2
Este método refere-se a preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos a partir dos
ésteres de ácidos graxos e glicerol de óleos e gorduras, por reação de transesterificação, em
meio básico e a frio. Os ésteres metílicos obtidos serão posteriormente analisados por cromatografia em fase gasosa. Este é um método apropriado para a preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos com 4 ou mais átomos de carbono, a partir de óleos e gorduras de
origem vegetal ou animal (inclusive os lipídios extraídos dos alimentos), que apresentem
índice de acidez em ácido oléico inferior a 4,0. A metodologia é rápida e adequada à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos mais voláteis, pois a reação ocorre a frio.
Material
Centrífuga ou agitador de tubos tipo vortex, pipeta automática de 20 a 200 µL, balança
analítica, tubos de centrífuga de 20 mL com tampa, balão volumétrico de 100 mL e
pipetas volumétricas de 2 a 5 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de potássio 2 M em metanol (grau cromatográfico).
Solução saturada de cloreto de sódio.
n-Hexano grau cromatográfico.
Procedimento – Pese cerca de 100 mg da amostra em tubo de centrífuga de 20 mL com
tampa. Adicione 2 mL de n-hexano (ou de 2 a 5 mL da solução do padrão interno) e em
seguida 0,2 mL de solução metanólica de KOH 2 M. Feche o tubo e agite no vortex (ou
centrífuga) por 30 segundos. Adicione 3 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Deixe
separar as fases e utilize a fase superior para a análise por cromatografia em fase gasosa. Analise os ésteres metílicos o mais rápido possível, para evitar a perda dos ésteres mais voláteis.
Nota: veja a nota do procedimento 054/IV
156 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Referências bibliográicas
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official Methods and Recommended
Practices of the American Oil Chemits’ Society. 4th. ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1995 (A.O.C.S. Official Method Ch 1-91).
THE INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO
15304:2002(E): animal and vegetables fats and oils – Determination of the
content of trans fatty acid isomers of vegetables fats and oils – Gas chromatographic
method. 2. ed. Switzerland, 2002.
IUPAC Standard Methods for Analysis of Oils, Fats and Derivates. Blackwell Scientific Publications 7th Edition (1987); IUPAC Methodot 2:301; Report of IUPAC
Working Group WG 2/87.
056/IV Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos – Método 3
Este método refere-se a preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos a partir
dos ésteres de ácidos graxos e glicerol de óleos e gorduras, por reação de hidrólise e
esterificação. Os ésteres metílicos obtidos serão posteriormente analisados por cromatografia em fase gasosa. Aplica-se à preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos com
8 ou mais átomos de carbono, a partir de óleos e gorduras de origem vegetal ou animal,
inclusive os de origem marinha.
Material
Agitador de tubo tipo vortex, banho-maria, balança analítica, tubos de centrifuga de
30 mL com tampa, balão volumétrico de 100 mL, pipeta automática de 20 a 200 µL e
pipetas volumétricas de 2 a 5 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,5 M em metanol (grau cromatográfico)
Solução saturada de cloreto de sódio
n-Hexano grau cromatográfico
Solução esterificante – Pese 10 g de NH4Cl e adicione 300 mL de metanol seguido de
15 mL de H2SO4, adicionado em pequenas porções com agitação.
Procedimento – Pese entre 30 e 100 mg do óleo ou gordura em tubo de centríIAL - 157
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
fuga de 30 mL com tampa. Adicione 3 mL de n-hexano para solubilizar a amostra (ou de 2 a 5 mL da solução de padrão-interno). Adicione 4 mL de solução 0,5
M de NaOH. Feche bem o tubo e aqueça em banho de água com temperatura entre
(65 - 70)°C até dissolver os glóbulos de gordura e a solução ficar transparente
(3 - 5) min. Esfrie o tubo sob água corrente. Adicione 5 mL da solução esterificante,
feche e agite o tubo por 30 segundos. Aqueça em banho de água com temperatura
entre 65 e 70°C por 5 min. Esfrie o tubo sob água corrente o mais rápido possível.
Adicione 4 mL de solução saturada de NaCl. Agite vigorosamente por 30 segundos
em agitador tipo vortex. Adicione 3 mL de n-hexano. Agite vigorosamente por 30
segundos no vortex. Deixe separar as fases e utilize a fase superior para a análise por
cromatografia em fase gasosa. Analise os ésteres metílicos o mais rápido possível, para
evitar a perda dos mais voláteis.
Nota: veja a nota do procedimento 054/IV
Referências bibliográicas
THE INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO
15304:2002(E): animal and vegetables fats and oils – Determination of the content of trans fatty acid isomers of vegetables fats and oils – Gas chromatographic
method. 2. ed., Switzerland, 2002.
HARTMAN. L.; LAGO, R.C.A. Rapid preparation of fatty acid methyl esters from
lipids. Lab. Prac., v. 22, p. 475-476, 1973.
MAIA, E.L.; RODRIGUES-AMAYA, D.B.R. Avaliação de um método simples
e econômico para metilação de ácidos graxos com lipídios de diversas espécies de peixes. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 53(1/2), p. 27-35, 1993.
057/IV Pesquisa de compostos voláteis por cromatografia em fase gasosa com detector de massas e técnica de headspace
Este método aplica-se a amostras de alimentos, bebidas e águas, que apresentem características sensoriais alteradas (odor). Os compostos voláteis das amostras,
extraídos pela técnica de headspace, são injetados no cromatógrafo gasoso e seus componentes são separados de acordo com a afinidade destes com a fase estacionária da
coluna cromatográfica; posteriormente, os compostos separados são fragmentados
por impacto de elétrons, no detector de massas, e os respectivos espectros de massas
gerados são comparados com aqueles presentes nas bibliotecas de espectros de massas
dos aparelhos ou disponíveis na literatura. As identificações são feitas por similaridade, e, quando disponíveis, padrões de substâncias puras são analisados em paralelo
para confirmação dos resultados.
158 - IAL
Capítulo IV - Procedimentos e Determinações Gerais
Material
Cromatógrafo gasoso com detector de massas e auto-amostrador de headspace acoplado, recravador de tubos, estufa com temperatura controlada (até 150°C) e flaconetes
ou vials de 20 mL com septo de material inerte (teflon).
Procedimento
Preparação da amostra – Transfira uma quantidade da amostra, previamente homogeneizada, para um vial de 20 mL, de modo a ocupar aproximadamente 1/3 do seu
volume. Lacre o vial e adapte ao auto-injetor.
Programação das condições do auto-amostrador – Auto-injetor de headspace, temperatura do vial: (90-110)°C, temperatura da seringa: (90-10)°C, tempo de aquecimento
do vial: 15 min, volume injetado: 0,8 mL.
Nota: o volume injetado pode ser diminuído ou aumentado, dependendo da concentração da amostra.
Programação das condições do cromatógrafo – Temperatura da coluna 30°C
por 5 min, rampa de aquecimento 5°C até 160°C por 5 min, tempo de equilíbrio para
estabilização das condições do aparelho 1 min, temperatura do injetor 230°C, temperatura do detector 240ºC, coluna Carbowax 20 M (ou outra fase própria para análise dos
componentes da amostra problema), comprimento da coluna: 30, 50 ou 60 m, diâmetro
interno 0,25 mm, espessura do filme 0,25 µm, pressão da coluna 40 kPa, fluxo 0,8 mL/
min, velocidade linear: 33,2 m/s, razão de divisão da amostra variável de acordo com a
concentração da amostra.
Nota: pode-se utilizar outros tipos de coluna, com diferentes fases estacionárias; porém,
as condições analíticas devem ser alteradas de acordo com as especificações das mesmas.
Programação das condições do detector de massas – Intervalo de massa: Razão massa/
carga 35 a 350, corte do solvente 0,50 min, início da aquisição 0,60 min, ganho do detector (1,3 - 1,5) kV, energia do filamento 70 eV, forma de aquisição varredura (SCAN)
ou monitoramento de um íon (SIM). Este último modo aumenta a sensibilidade da
análise.
Análise da Amostra – Injete a amostra de acordo com as condições programadas. O monitor exibirá o cromatograma e os respectivos espectros de massas de
cada pico eluído. Após o término da corrida, analise cada pico separadamente e
correlacione com o seu espectro de massas. A partir da obtenção de cada espectro de massas, realize a pesquisa individual nas bibliotecas NIST 62 e NIST 12
IAL - 159
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
(ou outras disponíveis). As identificações são feitas por similaridade, baseadas
na comparação com os espectros de massas presentes nas bibliotecas citadas.
Notas
Ao invés de se trabalhar com auto-amostrador, é possível, também, fazer a injeção manual. Aqueça a amostra previamente em estufa a 90°C por 15 min, em vial lacrado, ou
outro frasco de vidro. Injete a fração volátil da amostra, utilizando uma seringa de vidro
com capacidade de 2 mL, própria para gases.
É necessário fazer a análise de brancos precedente à da amostra, a fim de se descartar
possíveis interferentes.
Em paralelo à analise da amostra, submeta uma amostra-padrão do material em análise
às mesmas condições analíticas da amostra, com a finalidade de efetuar a comparação
dos resultados de ambas.
Quando disponíveis, injete padrões das substâncias puras encontradas na amostra para
confirmação dos resultados.
Referências bibliográficas
AMSTALDEN, L. C.; LEITE, F.; MENEZES, H.C. Identificação de voláteis de
café através de cromatografia gasosa de alta resolução/espectrometria de massas
empregando um amostrador automático de “headspace”. Ciênc. e Tecn.
Aliment., Campinas, v. 21(1), p.123-128, 2001.
GOBATO, E.A.A.F.; LANÇAS, F.M. Comparação entre injeção na coluna
(“on-column”) e “headspace” dinâmico na determinação de benzeno, tolueno e xilenos
(BTX) em amostras de água. Química Nova, v. 24(2), p. 176-179, 2001.
KOLB. B.; ETTRE, L. S. Static headspace - gas chromatography theory and
practice. N.Y.: Ed. Wiley-VCH, 1997. 298 p.
WARNER, K.; ELSON, T. AOCS collaborative study on sensory and volatile
compound analyses of vegetable oils. J. Am. Oil Chem. Soc., v. 73 (2), p. 157-166,
1996.
Colaboradores
Alice Momoyo Sakuma; Carmen Sílvia Kira; Cláudio de Flora; Cristiane Bonaldi Cano;
Deise Aparecida Pinatti Marsiglia; Maria de Fátima Henriques Carvalho; Márcia Regina
Pennacino do Amaral Mello; Maria Lima Garbelotti; Miriam Solange Fernandes Caruso;
Neus Sadocco Pascuet; Odair Zenebon; Regina Sorrentino Minazzi Rodrigues e
Sabria Aued Pimentel
160 - IAL
CAPÍTULO
V
ADITIVOS
IAL - 161
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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162 - IAL
Capítulo V - Aditivos
V
ADITIVOS
om o desenvolvimento tecnológico, é grande e variado o número de substâncias
químicas empregadas no decorrer de todo o processo de produção de alimentos.
Dentre estas substâncias, destacam-se os aditivos, que podem apresentar grandes
vantagens para melhorar os alimentos do ponto de vista tecnológico, desde que
seu uso seja seguro. Para isto, é necessário verificar se obedecem às normas de identidade e
pureza estabelecidas pela FAO/OMS ou pelo Food Chemicals Codex, exigidos pela legislação
brasileira, sendo portanto este controle feito antes da adição ao alimento.
C
Toda a legislação a respeito de aditivos é positiva e dinâmica, isto é, são agrupadas em
listas as substâncias cujo uso é permitido, os alimentos em que podem ser usadas e os limites
máximos no produto final, sendo estas listas revisadas e acrescidas com novas substâncias
sempre que necessário.
A partir de 1997, houve muitas alterações na legislação de aditivos alimentares, a fim
de compatibilizar a legislação nacional com o estabelecido nas resoluções harmonizadas no
Mercosul, a começar com a Portaria no 540 da SVS/MS de 27/10/1997, que aprova o regulamento técnico de aditivos alimentares e os define como “qualquer ingrediente adicionado
intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as
características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou
manipulação de um alimento. Ao agregar-se, poderá resultar que o próprio aditivo ou seus
derivados se convertam em um componente de tal alimento. Esta definição não inclui os
contaminantes ou substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter
ou melhorar suas propriedades nutricionais.” Esta Portaria também altera a classificação dos
aditivos alimentares, aumentando de 11 para 23 classes funcionais.
IAL - 163
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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A seguir, são comentadas algumas classes de aditivos, cujas definições foram extraídas
da Portaria n° 540/97.
Acidulantes/Reguladores de acidez
Substâncias que aumentam a acidez ou conferem um sabor ácido aos alimentos,
dentre estas são de maior emprego os ácidos orgânicos, tais como: o ácido cítrico, tartárico,
láctico, fumárico e málico; além do ácido fosfórico, que é inorgânico. Estes ácidos também
podem ser utilizados como reguladores de acidez, substâncias que alteram ou controlam a
acidez ou a alcalinidade dos alimentos.
Antioxidantes
Substâncias que retardam o aparecimento de alterações oxidativas nos alimentos.
Geralmente são utilizados os galatos (propila, octila ou duodecila), ácido ascórbico e seus
isômeros, butil-hidroxianisol (BHA) e butil-hidroxitolueno (BHT), isoladamente ou em
mistura, pois apresentam melhores resultados quando juntos (efeito sinérgico).
Aromatizantes
Substâncias o u mistura de substâncias com propriedades aromáticas e/ou sápidas,
capazes de conferir ou reforçar o aroma e/ou sabor dos alimentos. Segundo a Resolução
RDC n° 2 da ANVISA, de 15 de janeiro de 2007, os aromatizantes apresentam duas classificações: aromas naturais e sintéticos. As misturas de aromas, os aromas de reação ou de
transformação e os de fumaça poderão ser considerados naturais ou sintéticos, de acordo
com a natureza de suas matérias-primas ou processos de elaboração. Eles podem ser comercializados na forma sólida (pós, granulados ou tabletes), líquida (soluções ou emulsões) ou
pastosa. No caso dos aromas em pó, além dos ensaios descritos neste capítulo, determinamse os resíduos mineral fixo e o insolúvel em HCl (1+9), para se verificar a presença do dióxido de silício (anti-umectante).
Conservadores
Antigamente, os alimentos eram conservados com ácidos, sal, açúcar e fumaça de
madeira. Nos dias de hoje, é grande o número de conservadores químicos empregados em
alimentos. Tais aditivos impedem ou retardam as alterações dos alimentos provocadas por
microorganismos ou enzimas. Entre os de maior emprego estão: dióxido de enxofre, ácido
benzóico, ácido sórbico, ácido propiônico, na forma livre, ou de sais de sódio ou potássio e
nitritos e nitratos de sódio e de potássio.
164 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Corantes
Substâncias que conferem, intensificam ou restauram a cor de um alimento. Os corantes artificiais são substâncias orgânicas de síntese cuja estrutura molecular difere dos
corantes encontrados na natureza. São produtos cuja capacidade de conferir grande intensidade de cor e estabilidade supera a dos corantes naturais. Em 1999, foram introduzidos na
legislação brasileira os seguintes corantes artificiais: azul patente, verde sólido e azorrubina,
que passam a fazer parte deste capítulo. Apesar das dificuldades encontradas na aplicação
dos corantes naturais nos alimentos, devido ao seu baixo poder tintorial, alto custo e instabilidade, atualmente seu emprego vem crescendo de forma significativa no ramo alimentício,
pela preocupação dos consumidores com o uso de substâncias artificiais em alimentos.
Edulcorantes
Substâncias diferentes dos açúcares que conferem sabor doce aos alimentos. Seu
emprego justifica-se nos produtos destinados a consumidores que necessitam de restrição
calórica em suas dietas, bem como para aqueles portadores de diabetes. Atualmente, a técnica mais utilizada para separação, identificação e quantificação dos edulcorantes é a cromatografia líquida de alta eficiência. Os edulcorantes mais empregados hoje em dia são: sacarina,
ciclamato, aspartame, acesulfame-K e esteviosídio.
Gomas: são polissacarídios de alto peso molecular e, desde que atendam aos padrões de identidade e pureza exigidos para uso em alimentos, são consideradas GRAS pelo
FDA. Devido à sua afinidade pela água, desempenham papel importante na maioria dos
alimentos, sendo de amplo uso na indústria, como espessantes, geleificantes, estabilizantes
e emulsificantes.
Espessantes
Substâncias que aumentam a viscosidade dos alimentos. Eles são usados para controlar a consistência de alimentos líquidos e semilíquidos.
Geleificantes
Substâncias que conferem textura pela formação de um gel.
IAL - 165
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Estabilizantes
Substâncias que tornam possível a manutenção de uma dispersão uniforme de duas
ou mais substâncias imiscíveis em um alimento.
Emulsificantes
Substâncias que propiciam a formação ou manutenção de uma mistura uniforme de
duas ou mais fases imiscíveis no alimento. Estes podem ser naturais ou sintéticos.
Neste capítulo, são destacados alguns acidulantes, reguladores de acidez, antioxidantes, aromatizantes, conservadores, corantes naturais e artificiais, edulcorantes, espessantes,
geleificantes, estabilizantes, emulsionantes; além dos bromatos, cujo uso não é permitido
na legislação brasileira, da determinação de teobromina e cafeína em produtos a base de
cacau e dos contaminantes arsênio, fluoreto e benzo(a)pireno, um hidrocarboneto policíclico aromático (HPA), formado principalmente em processos de combustão incompleta
de matérias orgânicas, que se encontra na natureza como contaminante de solo, ar, água e
alimentos.
Como atualmente são permitidos, no Brasil, mais de 300 aditivos, é descrita, a seguir, a análise apenas dos aditivos, puros ou presentes em uma formulação, mais utilizados
nos alimentos. Os métodos podem sofrer algumas alterações em função da formulação do
produto.
A determinação dos aditivos nos alimentos é tratada nos respectivos capítulos deste
livro.
058/IV Acidulantes – Identificação de ácido cítrico, láctico e tartárico por cromatografia em papel.
Os ácidos orgânicos podem ser identificados por cromatografia em papel. Na análise
dos ácidos orgânicos, este método permite identificar, simultaneamente, a presença dos
ácidos cítrico, tartárico e láctico em amostras de aditivos alimentares.
Material
Balança analítica, papel Whatman nº 1 (20 x 20) cm, balão volumétrico de 100 mL, béquer de 100 mL, cuba cromatográfica com tampa, frasco Erlenmeyer de 300 mL, provetas
de 50 e 100 mL e seringas de 5 µL.
166 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Reagentes
Hidróxido de amônio
Álcool
Azul de timol
Ácido clorídrico
Soluções-padrão – Pese 1 g de ácido cítrico, transfira para um balão volumétrico de 100
mL e complete o volume com água. Repita o mesmo procedimento para os ácidos tartárico
e láctico.
Solvente para a fase móvel com revelador – Misture 35 mL de álcool, 13 mL de água e
2 mL de hidróxido de amônio e adicione 50 mg de azul de timol. Se necessário, prepare
um volume maior mantendo as mesmas proporções. Guarde em frasco de vidro com tampa.
Procedimento – Em um béquer de 100 mL, dissolva a amostra com pouca água. Aplique,
em pontos eqüidistantes e a 2 cm da borda inferior no papel de cromatografia, 5 µL da
solução-teste e 5 µL de cada uma das soluções-padrão. Desenvolva o cromatograma, em
cuba saturada com a fase móvel contendo revelador, até a frente do solvente atingir dois
centímetros antes da borda superior do papel. As manchas amarelas sob o fundo azul do
papel indicam a presença dos ácidos. Colocando o papel em atmosfera de vapores de ácido
clorídrico, o fundo azul do papel torna-se vermelho. Marque, imediatamente, o contorno
das manchas com lápis. A identificação deve ser feita por comparação dos Rf das manchas
obtidas com os das soluções-padrão.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 78-79.
059/IV Acidulantes – Identificação de ácido cítrico
Este ensaio permite a identificação do ácido cítrico puro e baseia-se numa reação
colorida com piridina e anidrido acético.
Material
Béqueres de 5 e 25 mL, pipetas graduadas de 1, 5 e 20 mL e bastão de vidro.
IAL - 167
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Piridina
Anidrido acético
Procedimento – Dissolva alguns mg de ácido cítrico em 1 mL de água, transfira para um
béquer contendo 15 mL de piridina e agite. Acrescente 5 mL de anidrido acético e agite
novamente. A solução deve ficar avermelhada.
Referência bibliográfica
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX.Food Chemicals Codex. 4. ed.
Washington D. C.: National Academic Press, 1996. p. 753.
060/IV Acidulantes – Quantificação de ácido cítrico
Material
Balança analítica, frascos Erlenmeyer de 125 mL, proveta graduada de 50 mL e bureta de
50 mL.
Reagentes
Solução aquosa de hidróxido de sódio 1 M
Solução de fenolftaleína 1% m/v – Pese 1 g de fenolftaleína, transfira para um balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com álcool.
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 3 g da amostra e dissolva em 40 mL de água.
Adicione algumas gotas de solução de fenolftaleína e titule com NaOH 1 M.
Cálculo
Cada mL de NaOH 1M é equivalente a 64,04 mg de C6H8O7.
Referência bibliográfica
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX. Food Chemicals Codex. 4. ed.
Washington D. C.: National Academic Press, 1996. p. 102 e 753.
168 - IAL
Capítulo V - Aditivos
061/IV Antioxidantes – Titulação de ácido ascórbico e isômeros com solução de iodo
O ácido ascórbico pode ser adicionado aos alimentos com a função de antioxidante
ou melhorador de farinha. Também é empregado nos sais de cura para reduzir a possibilidade de formação de N-nitrosaminas, pela ação bloqueadora na reação de nitrosação de
nitrito. Este método é aplicado para misturas de aditivos, desde que não contenham nitrito
ou outras substâncias redutoras, pois reagem com o iodo.
2
Ácido ascórbico
Ácido dehidroascórbico
Material
Balança analítica, béquer de 100 mL, balão volumétrico de 100 mL, proveta de 25 mL,
bureta de 25 mL e frasco Erlenmeyer de 250 mL.
Reagentes
Solução de ácido sulfúrico M
Solução de iodo 0,05 M
Solução de amido a 1% m/v
Procedimento – Pese uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente 0,2 g
de ácido ascórbico e dissolva em uma solução de 100 mL de água, recentemente fervida e
resfriada, e adicione 25 mL de ácido sulfúrico M. Titule a solução imediatamente com iodo
0,05 M, adicionando amido a 1% próximo ao ponto final da titulação.
IAL - 169
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Cálculo
V = volume de I2 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de I2 0,1 M
P = massa da amostra em g
Nota: cada mL de iodo 0,1 M é equivalente a 8,806 mg de ácido ascórbico ou ácido eritórbico
(C6H8O6), 9,905 mg de ascorbato de sódio (C6H7NaO6) e 10,81 mg de eritorbato de sódio
monohidratado (C6H7NaO6.H2O).
Referência bibliográfica
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX. Food Chemicals Codex. 4. ed.
Washington, D.C.: National Academy Press, 1996. p. 33,34,134,354 e 362.
062/IV Antioxidantes – Determinação de ácido ascórbico e isômeros pelo método de
Tillman’s
Este método, aplicado para misturas de aditivos que apresentem baixa concentração
de ácido ascórbico e não contenham nitrito em sua formulação, fundamenta-se na redução
de 2,6-diclorofenol indofenol por uma solução de ácido ascórbico.
170 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Procedimento – Siga a determinação conforme método 365/IV.
063/IV Antioxidantes – Titulação de ácido ascórbico e isômeros com solução de iodo
na presença de polisorbato 80
O polisorbato 80, componente comum nos produtos para panificação, interfere na
determinação do teor de ácido ascórbico pelo método de iodimetria. Assim, quando ambos
estiverem presentes, é necessário fazer a extração do polisorbato antes da determinação do
ácido ascórbico. Pode-se também dosá-lo diretamente por técnica polarográfica, sem necessidade de extração.
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, béquer de 100 mL, provetas de 25 e 50 mL,
funil de separação tipo pêra de 250 mL, funil e papel de filtro, bureta de 10 mL e frasco
Erlenmeyer de 250 mL.
Reagentes
Solução aquosa de iodo 0,05 M
Cloreto de sódio
Butanol
Solução aquosa de HCl 3 M saturada com NaCl – Adicione NaCl sólido à solução HCl 3 M
até haver precipitação, ou, alternativamente, dilua 1:1 uma solução de HCl 6 M com solução aquosa saturada de NaCl.
Procedimento – Pese, com precisão, uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente 50 mg de ácido ascórbico. Adicione 2 g de cloreto de sódio e dissolva a mistura
em 50 mL de água com agitação. Filtre, se necessário. Transfira o filtrado para um funil de
separação. Adicione ao funil 25 mL de HCl 3 M, saturado com NaCl, e 25 mL de butanol.
Agite a mistura por 2 minutos, deixe separar as fases, e recolha a camada aquosa inferior,
filtrando-a para o frasco Erlenmeyer. Titule com iodo usando amido a 1% como indicador.
Cada mL de iodo 0,05 M equivale a 8,806 mg de ácido ascórbico ou de ácido eritórbico,
9,905 mg de ascorbato de sódio e 10,81 mg de eritorbato de sódio monohidratado.
IAL - 171
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Cálculos
V = mL de iodo 0,2 M gasto na titulação
f = fator da solução de iodo 0,2 M
P = massa da amostra em g
Referência bibliográfica
DESSOUKY, Y. M.; HUSSEIN, F. T.; ISMAEL S. A. Determination of ascorbic acid in
the presence of polysorbate 80 Pharmazie, v.28 (11-12), p. 791-792. 1973.
064/IV Antioxidantes – Identificação de ácido ascórbico por redução da solução de
Fehling
Este método é aplicado para a identificação de ácido ascórbico, ácido eritórbico,
ascorbato de sódio e eritorbato de sódio em amostras puras ou em misturas de aditivos que
não apresentem outras substâncias redutoras.
Material
Balança analítica, banho-maria, tubo de ensaio, béquer de 10 mL e balão volumétrico de
50 mL.
Reagente
Soluções tituladas A e B de Fehling (Apêndice I)
Procedimento – Pese uma quantidade de amostra de maneira que a concentração final
de ácido ascórbico esteja em torno de 2%. Transfira para um balão volumétrico de 100
mL e complete o volume com água. Filtre se necessário. Adicione a solução de Fehling.
172 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Na presença de ácido ascórbico, o tartarato cúprico alcalino é reduzido lentamente a 25°C,
porém mais rapidamente sob aquecimento.
Referências bibliográficas
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX Food Chemicals Codex. 4. ed.
Washington D. C.: National Academic Press. 1996. p. 34.
FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 3. ed. São Paulo: Organização Andrei Editora S.A., 1977.
p. 83.
065/IV Antioxidantes – Identificação de ácido ascórbico por redução da solução de
Tillmans
Material
Balança analítica, balão volumétrico de 100 mL, tubo de ensaio, béquer de 10 mL e pipetas
de 1 e 2 mL.
Reagente
Solução de Tillmans descrita no método 365/IV.
Procedimento – Pese uma quantidade de amostra de maneira que a concentração final de
ácido ascórbico esteja em torno de 1%. Transfira para um balão volumétrico de 100 mL e
complete o volume com água. Filtre se necessário. Pipete 2 mL desta solução no tubo de
ensaio e adicione 1 mL da solução de Tillmans, que deverá descorar-se imediatamente.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análises de Alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
394-395.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 15th, Arlington: A.O.A.C.,
1990, chapter 45, p. 1058-1059.
IAL - 173
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
066/IV Antioxidantes – Identificação de ácido ascórbico pela reação com bicarbonato
de sódio e sulfato ferroso
Material
Balança analítica, balões volumétricos de 100 e 1000 mL, proveta de 100 mL, tubo de
ensaio, béqueres de 10 mL e pipetas graduadas de 5 mL.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Bicarbonato de sódio
Sulfato ferroso
Solução aquosa de ácido sulfúrico a 10% v/v
Procedimento – Pese uma quantidade de amostra de maneira que a concentração final de
ácido ascórbico esteja em torno de 1%. Transfira para um balão volumétrico de 100 mL e
complete o volume com água. Filtre se necessário. Pipete 4 mL desta solução em um tubo
de ensaio. Adicione 0,1 g de bicarbonato de sódio e cerca de 0,02 g de sulfato ferroso. Agite
e deixe repousar. A solução deverá produzir coloração violeta-escura que desaparece após a
adição de 5 mL de ácido sulfúrico a 10%.
Referências bibliográficas
FARMACOPÉIA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. 2. ed. São Paulo: Indústria
Gráfica Siqueira S.A., 1959. p. 45-46.
FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3. ed. São Paulo: Organização Andrei Editora S.A., 1977.
p. 82-83.
067/IV Antioxidantes – Determinação de butil-hidroxianisol (BHA)
A solubilidade em álcool a 72% de quase todos os antioxidantes mais comumente utilizados, favorece a análise dos mesmos. Após a extração dos antioxidantes, podem ser feitas provas qualitativas envolvendo reações para a identificação ou
cromatografia em camada delgada. O butil-hidroxianisol pode ser identificado em
amostras de gorduras ou aditivos formulados contendo este antioxidante após a extração com álcool a 72% e posterior confirmação por meio de reação colorimétrica
com 2,6-dicloroquinona cloroimida (reagente de Gibbs) e bórax. A reação do BHA,
174 - IAL
Capítulo V - Aditivos
após extração com álcool a 72%, com 2,6-dicloroquinonacloroimida em presença de
bórax, forma um composto azul cuja concentração é medida porespectrofotometria
620 nm, usando curva-padrão.
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béqueres de (25 e
100) mL, bastão de vidro, funil de separação tipo pêra de 250 mL, provetas graduadas de
25, 50, 100 e 500 mL, balões volumétricos de 100, 200 e 500 mL, pipeta graduada de 2
mL e pipetas volumétricas de (1 a 12) mL.
Reagentes
Éter de petróleo (60-100)°C
Álcool absoluto
Bórax
2,6-Dicloroquinonacloroimida
Padrão analítico de 3-BHA ou uma mistura conhecida dos dois isômeros 3-BHA e 2-BHA
Solução de álcool a 72% v/v – Adicione 360 mL de álcool em um balão volumétrico de
500 mL e complete o volume com água.
Solução de bórax a 2% m/v – Pese 2 g de bórax – Na2B4O7.10H2O, transfira para um balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Solução de 2,6-dicloroquinonacloroimida (reagente de Gibbs) – Pese 0,01 g de 2,6dicloro-quinonacloroimida (C6H2ONCl3), transfira para um balão volumétrico de 100 mL
e complete o volume com álcool absoluto. Prepare a solução no dia do uso.
Procedimento – Dissolva 10 g da amostra em 50 mL de éter de petróleo e transfira
quantitativamente para um funil de separação. Adicione 25 mL de álcool a 72% e agite.
Separe a camada alcoólica e extraia mais duas vezes com 60 mL de álcool. Reúna os
extratos alcoólicos e complete o volume até 200 mL com álcool a 72%. Adicione a uma
IAL - 175
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
alíquota de 12 mL desta solução, 2 mL de uma solução de 2,6-dicloroquinonacloroimida
a 0,01% e 2 mL de uma solução de bórax a 2% e agite. Meça a coloração desenvolvida em
espectrofotômetro a 620 nm e determine a quantidade de BHA correspondente usando a
curva-padrão previamente estabelecida.
Curva-padrão – Pese, com precisão, 0,1 g de BHA e dissolva em álcool a 72%. Transfira
quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL, completando o volume. Retire 1 mL
desta solução, transfira para outro balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com o
mesmo solvente. Tome alíquotas de 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 mL desta última solução em béqueres
de 25 mL e adicione, respectivamente, 11, 10, 9, 8, 7, 6 e 5 mL de álcool a 72%, totalizando
12 mL em todos eles. Adicione 2 mL de solução de 2,6-dicloroquinonacloroimida a 0,01%
em álcool absoluto e 2 mL de solução de bórax a 2%. Homogeneíze. Meça a coloração
desenvolvida em espectrofotômetro a 620 nm usando como branco uma mistura constituída de
12 mL de álcool a 72% e os dois reagentes acima mencionados. Construa a curva-padrão.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análises de Alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 85.
JOSEPHY, P.D.; VAN DAMME, A. Reaction of Gibbs reagent with para-substituted
phenols. Anal. Chem. v. 56, p. 813-814.,1984.
MAHON, J.H.; CHAPMAN, R.Q. Butylated Hydroxianisole in lard and shortening.
Anal. Chem. v. 23, n.8, p. 1120-1123, 1951.
068/IV Antioxidantes – Identificação de butil-hidroxianisol (BHA)
Basea-se na reação do BHA com 2,6-dicloroquinonacloroimida em presença de bórax, após extração com álcool a 72%, para formar um composto azul.
Material
Balança semi-analítica, béqueres de 25 e 100 mL, balão volumétrico de 100 mL, provetas
graduadas de 50 e 100 mL, funil de separação tipo pêra de 250 mL e pipetas graduadas de
1 e 5 mL.
Reagentes
Éter de petróleo (60-100)°C
Álcool
Bórax
176 - IAL
Capítulo V - Aditivos
2,6-Dicloroquinonacloroimida
Álcool a 72% v/v
Solução de bórax a 2% m/v
Procedimento – Dissolva 20 g da amostra em 50 mL de éter de petróleo. Extraia em funil
de separação com três porções de 30 mL de álcool a 72%. Reúna os extratos alcoólicos em
balão volumétrico de 100 mL e complete com álcool a 72%. Adicione 1 mL de solução de
bórax a 2% e alguns cristais de 2,6-dicloroquinonacloroimida a 5 mL de extrato alcoólico
obtido no item anterior. Uma coloração azul indicará a presença de BHA.
Referência bibliográfica
JOSEPHY, P.D.; VAN DAMME, A. Reaction of Gibbs reagent with para-substituted
phenols. Anal. Chem. v. 56, p. 813-814, 1984.
069/IV Antioxidantes – Determinação de butil hidroxitolueno (BHT)
O princípio deste método baseia-se na reação do BHT, após extração da amostra,
com o-dianisidina e nitrito de sódio e na medida espectrofotométrica do composto vermelho-alaranjado formado. O BHT é melhor extraído por destilação com arraste de vapor e o
destilado é utilizado na reação colorimétrica.
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, espectrofotômetro UV/VIS, manta aquecedora elétrica,
regulador de temperatura, suporte, garra, mufa, tubo de látex para condensador, bastão de vidro,
funil de separação tipo pêra de 250 mL, provetas graduadas de 50 e 100 mL, condensador tipo
reto, com junta esmerilhada 24/40, balões volumétricos de 100 e 250 mL, béqueres de 50, 100
e 250 mL, pipetas graduadas de 2 e 5 mL e pipeta volumétrica de 25 mL.
Reagentes
Clorofórmio
Nitrito de sódio
o-Dianisidina (C14H16N2O2)
Metanol
Carvão
Ácido clorídrico 1 M
Cloreto de magnésio (MgCl2.6H2O)
Padrão analítico de BHT
IAL - 177
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Solução-padrão de BHT a 0,05% m/v – Pese 0,05 g de BHT, transfira para um balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com metanol.
Solução de nitrito de sódio a 0,3% m/v – Pese 0,3 g de nitrito de sódio, transfira para um
balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Esta solução é estável, pelo
menos, por duas semanas a 4ºC
Solução de o-dianisidina – Pese 250 mg de o-dianisidina (C14H16N2O2) e dissolva com
50 mL de metanol. Adicione 100 mg de carvão. Agite por cinco minutos e filtre.
Adicione a 40 mL do filtrado, 60 mL de ácido clorídrico 1 M. Prepare diariamente, e
guarde ao abrigo da luz.
Solução de cloreto de magnésio – Pese 100 g de cloreto de magnésio e dissolva em 50 mL
de água.
Procedimento – Monte o aparelho para destilação por arraste de vapor. Pese exatamente
5 g da amostra e transfira para o frasco Erlenmeyer junto com 15 mL da solução de cloreto
de magnésio. Adapte as juntas conectoras e destile com arraste de vapor à razão de 4 mL
por minuto. Recolha de 100 a 125 mL do destilado em um balão volumétrico de 250 mL,
completando o volume com metanol. A uma alíquota de 25 mL, adicione 2 mL da solução
de nitrito de sódio e 5 mL da solução de o-dianisidina Após 10 minutos, extraia a fração
colorida com 10 mL de clorofórmio. Meça espectrofotometricamente a 520 nm e determine
a concentração de BHT, utilizando uma curva de calibração previamente construída.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos
Químicos e Físicos para Análises de Alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 85-86.
070/IV Antioxidantes – Identificação de butil hidroxitolueno (BHT)
Material
Balança semi-analítica, manta aquecedora, regulador de temperatura, suporte, garra e mufa,
tubo de látex para condensador, balão de fundo redondo com junta esmerilhada 45/50 e
capacidade para 5 L, tubo de vidro de 1,4 m de comprimento e 1,2 cm de diâmetro, juntas
conectoras para frasco Erlenmeyer com presilha, frasco Erlenmeyer com junta esmerilhada
29/32 e capacidade 500 mL, condensador tipo reto, com junta esmerilhada 24/40, balão
volumétrico de 100 mL, provetas graduadas de (50 e 100) mL, béqueres de (50, 100 e 250) mL
e pipetas graduadas de (2 e 5) mL.
178 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Reagentes
Clorofórmio
Nitrito de sódio
o-Dianisidina (C14H16N2O2)
Metanol
Carvão
Ácido clorídrico
Cloreto de magnésio (MgCl2.6H2O)
Padrão analítico de BHT
Solução de nitrito de sódio a 0,3% m/v, conforme 069/IV
Solução de o-dianisidina, conforme 069/IV
Solução de cloreto de magnésio, conforme 069/IV
Procedimento – Monte o aparelho para destilação por arraste de vapor. Pese 5 g da amostra,
transfira para o frasco Erlenmeyer junto com 15 mL da solução de cloreto de magnésio.
Adapte as juntas conectoras e destile com arraste de vapor à razão de 4 mL por minuto.
Recolha de 100 a 125 mL do destilado em um béquer de 250 mL. Concentre, em banhomaria, o destilado até 50 mL. A uma alíquota de 25 mL, adicione 5 mL de solução de
o-dianisidina e 2 mL de solução de nitrito de sódio. Na presença de BHT, deverá formar
uma coloração vermelho-alaranjada em até 10 minutos.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 85-86.
071/IV Antioxidantes – Identificação de galatos
Este ensaio permite a identificação dos galatos em misturas de aditivos e baseia-se na
extração dos galatos (propila, octila ou duodecila) com álcool a 72% e reação com hidróxido
de amônio .
Material
Balança semi-analítica, béqueres de 10 e 100 mL, proveta graduada de 50 mL, funil
de separação de 125 mL, balões volumétricos de 100 e 500 mL e pipetas graduadas
de 1 e 5 mL.
Reagentes
Éter de petróleo
IAL - 179
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Álcool
Hidróxido de amônio
Solução de álcool a 72% v/v – Misture 360 mL de álcool e 140 mL de água.
Procedimento – Dissolva 20 g de amostra em 50 mL de éter de petróleo. Extraia em
funil de separação com álcool a 72% (30 mL por três vezes). Reúna os extratos em balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com álcool a 72%. Adicione 0,5 mL de
hidróxido de amônio a 5 mL do extrato alcoólico. Uma coloração rósea indicará a presença
de galatos.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 82.
072/IV Aromatizantes – Identificação e quantificação
A identificação e a quantificação dos componentes do aroma (aldeídos, ésteres, cetonas, etc.) são efetuadas por cromatografia em fase gasosa, usando detector de ionização de
chama (FID).
Material
Balança analítica, cromatógrafo a gás, coluna Carbowax 20 M ou equivalente, detector de
ionização de chama (FID), balões volumétricos de 10 mL, pipetas graduadas de 2 mL e
microsseringa de 10 µL.
Reagentes
Álcool
Padrões analíticos de aldeídos, ésteres, cetonas, etc.
Solução-padrão – Com auxílio de uma pipeta, pese cerca de 100 mg dos padrões diretamente
em balões volumétricos de 10 mL e complete o volume com álcool.
Condições cromatográficas – Temperatura do injetor: 230°C, temperatura do detector:
250°C, programação de aquecimento da coluna: de (70 - 210)°C, 8°C/min, razão de splitter
1:100.
Procedimento – Para aromas líquidos, pese diretamente em balão volumétrico de 10 mL,
com auxílio de uma pipeta, uma quantidade da amostra de modo que a concentração do
180 - IAL
Capítulo V - Aditivos
analito estudado seja próxima a do padrão e em torno de 1%. Complete o volume com
álcool. Para aromas em pó, pese uma quantidade da amostra cuja concentração do analito
estudado seja próxima a do padrão. Transfira, com álcool, para um balão volumétrico de
10 mL e complete o volume. Filtre, se necessário. Injete 1 µL da amostra e dos padrões no
cromatógrafo e calcule a porcentagem dos analitos estudados por meio das áreas obtidas nos
cromatogramas.
Cálculo
Cp = concentração do padrão
Ca = concentração da amostra
Ap = área do padrão
Aa = área da amostra
Referências bibliográficas
ARCTANDER, S. Perfum and flavor chemicals (aroma chemicals) v. 1-2. New Jersey,
U.S.A.: publicado pelo autor, 1969.
Flavor and Fragrance Materials. Wheaton, USA: Allured Publishing Corporation, 1993.
073/IV Aromatizantes – Teor alcoólico a 20°C
A quantificação do teor alcoólico, quando presente, em aromas líquidos é determinado conforme o método 0217/IV.
074/IV Aromatizantes – Identificação de óleos essenciais
Os óleos essenciais, quando presentes nos aromas, podem ser identificados por cromatografia em camada delgada ou quantificados com o uso do balão volumétrico tipo Cássia. Quando puros, devem ser feitas as seguintes determinações físico-químicas: índice de
refração a 20°C, densidade relativa a (20/20)°C e rotação óptica a 20°C. Os valores obtidos
são comparados com os da literatura. Os aromas líquidos podem ser analisados diretamente
ou após a separação dos óleos essenciais com solução saturada de cloreto de sódio, enquanto
que os em pó devem ser previamente extraídos. Para amostras em pó, extraia com uma pequena quantidade de álcool ou éter.
IAL - 181
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Placas de sílica gel 60 G (20 x 20)cm, estufa, câmara ultravioleta, cuba cromatográfica com
tampa, frasco Erlenmeyer de 250 mL e provetas de 10 e 100 mL.
Reagentes
Ciclohexano
Acetato de etila
Ácido acético
Ácido sulfúrico
Padrões analíticos de óleos essenciais
Fase móvel – Ciclohexano-acetato de etila-ácido acético (90:10:1).
Revelador – Solução aquosa de ácido sulfúrico a 10% (v/v).
Procedimento – Sature a cuba de vidro com a mistura de solventes da fase
móvel. Coloque, com auxílio de um capilar, a amostra e os padrões em pontos
diferentes da placa de sílica gel, preparada para cromatografia ascendente. Deixe
secar. Coloque na cuba cromatográfica com o solvente e deixe correr até uns
2 cm da extremidade superior da placa. Retire e deixe secar ao ar. Vaporize
com o revelador. Seque em estufa a 105°C por alguns minutos tomando o
cuidado de não deixar carbonizar a placa. Compare o cromatograma da amostra
com o dos padrões. Antes de revelar a placa, observe o cromatograma sob luz
ultravioleta.
075/IV Aromatizantes – Quantificação dos óleos essenciais
Material
Pipeta volumétrica de 10 mLe balão volumétrico tipo Cássia (110 mL de capacidade e
gargalo graduado de 10 mL, subdividido em 0,1 mL).
Reagentes
Cloreto de sódio
Solução saturada de cloreto de sódio – Adicione cloreto de sódio em 1000 mL de água até
saturar a solução.
Procedimento – Pipete 10 mL da amostra, transfira para um balão volumétrico
tipo Cássia e complete o volume com solução saturada de cloreto de sódio.
182 - IAL
Capítulo V - Aditivos
O volume do óleo essencial separado (obtido na escala graduada do gargalo do
balão) corresponde ao teor em porcentagem do óleo na amostra.
076/IV Aromatizantes – Rotação óptica a 20°C
Material
Polarímetro
Procedimento – Transfira a amostra para um tubo de 1 dm de um polarímetro.
Ajuste a temperatura da amostra a 20°C. Faça a determinação da rotação óptica com
luz monocromática (lâmpada de sódio). Efetue no mínimo 5 leituras e calcule a média
aritmética.
Cálculo
L = leitura no polarímetro
C = comprimento do tubo em dm
D = densidade da amostra
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP. 1985. p. 419.
FENAROLI, G. Sostanze Aromatiche Naturali. Milano, Italy: Editore Ulrico Hopepli, v.
1:, 1963. 1004 p.
077/IV Aromatizantes – Índice de refração a 20°C
Material
Refratômetro
Procedimento – Faça circular uma corrente de água através do refratômetro de modo a
manter a temperatura constante. Esta temperatura não deverá diferir da referência de + 2°C.
IAL - 183
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Antes de colocar o óleo essencial no instrumento, o mesmo deve estar à temperatura na qual
a medida será efetuada. Coloque 2 gotas da amostra entre os prismas. Feche os prismas,
focalize e corrija o índice de refração obtido pela leitura da escala, conforme o cálculo a
seguir.
Cálculo
= índice de refração à temperatura de trabalho
t’ = temperatura de trabalho
t = 20°C
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP. 3. ed., 1985. p. 420.
FENAROLI, G. Sostanze Aromatiche Naturali. Milano, Italy: Editore Ulrico Hopepli,
v. 1, 1963. 1004 p.
078/IV Aromatizantes – Densidade relativa a (20/20)°C
Material
Termômetro, picnômetro (ou densímetro digital) e dessecador.
Procedimento – Tare um picnômetro, previamente seco em estufa a 100°C. Encha-o com
água, a 20°C e pese. Seque o picnômetro em estufa e coloque nele a amostra, a 20°C e
pese.
Cálculo
A = massa do conjunto picnômetro e amostra menos a tara do picnômetro
B = massa do conjunto picnômetro e água menos a tara do picnômetro
184 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP. 3. ed., 1985. p. 421.
FENAROLI, G. Sostanze Aromatiche Naturali. Milano, Italy: Editore Ulrico Hopepli,
v. 1, 1963. 1004 p.
079/IV Aromatizantes – Vanilina e correlatos
Pesquisa em aromas contendo: vanilina, etil vanilina, maltol, etil maltol, heliotropina, cumarina, dihidrocumarina, etc.
Material
Papel Whatman nº 1, (20x20) cm, câmara ultravioleta, cuba cromatográfica com tampa,
funil de separação de 250 mL, béqueres de 50 mL, balões volumétricos de 100 mL e
microsseringa.
Reagentes
Isobutanol
Hidróxido de amônio
Padrões analíticos de vanilina, etil vanilina, maltol, etil maltol, heliotropina, cumarina, dihidrocumarina
Solução-padrão – Prepare soluções a 1% de vanilina, etil vanilina, maltol, etil maltol, heliotropina, cumarina, dihidrocumarina, em álcool.
Fase móvel – Isobutanol (100 mL) e hidróxido de amônio a 2% (60 mL). Agite em funil de
separação. Decante. A camada alcoólica (superior) é utilizada para correr o cromatograma.
A camada aquosa (inferior) é utilizada para saturar a câmara.
Procedimento – Coloque a camada alcoólica da fase móvel na cuba cromatográfica. Distribua a camada aquosa da fase móvel em dois béqueres pequenos e coloque-os dentro da cuba,
um em cada extremidade. Para amostras em pó, extraia com uma pequena quantidade de
álcool ou éter e filtre. As amostras líquidas não necessitam de preparação. Aplique, com auxílio
de um capilar, a amostra e os padrões em pontos diferentes do papel Whatman nº 1, preparado para cromatografia ascendente. Deixe secar. Coloque-o na cuba cromatográfica contendo a
fase móvel e deixe correr até 2 cm da extremidade superior do papel. Retire e deixe secar ao ar.
Observe sob luz ultravioleta e marque as manchas obtidas. Compare com as dos padrões.
IAL - 185
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP. 3. ed., 1985. p. 427-428.
080/IV Conservadores – Determinação espectrofotométrica simultânea de nitrito e
nitrato
Esse método aplica-se às formulações simples de aditivos contendo nitritos, nitratos
e cloreto de sódio. A razão das absorbâncias de uma solução aquosa de nitrito a 355 nm
e a 302 nm é 2,5. O nitrato não absorve a 355 nm mas tem uma banda característica
a 302 nm. A absorbância do nitrato pode ser calculada dividindo-se a absorbância do
nitrito a 355 nm por 2,5 e subtraindo-se o quociente do total da absorbância a 302 nm.
Em cubeta de 1 cm, o limite de detecção para nitrito é 0,02 mg/mL e 0,09 mg/mL para
nitrato. O pH da solução não deve estar abaixo de 5 (o nitrito forma ácido nitroso, com
uma absorbância máxima a 357 nm).
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béqueres de 25 mL e balões volumétricos de
100 mL.
Reagente
Padrões analíticos de nitrato de sódio e nitrito de sódio
Procedimento – Pese 20 g da amostra, com precisão até mg. Transfira para um balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Ajuste o zero do espectrofotômetro,
em unidades de absorbância a 302 ou 355 nm, utilizando água como branco e cubetas de
1 cm. Meça a absorbância da amostra a 302 e 355 nm e calcule como descrito a seguir.
Determine o teor de nitrito na amostra utilizando o valor da absorbância a 355 nm e a
curva-padrão do nitrito. Para o nitrato, divida o valor desta absorbância por 2,5 e subtraia
do valor da absorbância a 302 nm. Calcule a concentração de nitrato na amostra utilizando
o valor de absorbância resultante desta subtração e a curva-padrão do nitrato.
Curva-padrão do nitrito – Prepare, em uma série de balões volumétricos de 100 mL,
diferentes concentrações de nitrito (0,025 - 0,2)g/100 mL e meça a absorbância destas
soluções a 355 nm.
186 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Curva-padrão do nitrato – Prepare, em uma série de balões volumétricos de 100 mL,
diferentes concentrações de nitrato (0,1 - 1)g/100 mL e meça a absorbância destas soluções
a 302 nm.
Cálculos
1. Em nitrito:
C = concentração de nitrito de sódio encontrada na curva-padrão a 355 nm
P = massa da amostra
2. Em nitrato:
C = concentração de nitrato de sódio obtido na leitura de Ac na curva-padrão
P = massa da amostra
Ac = absorbância corrigida
Referências bibliográficas
LARA, W.H.; TAKAHASHI, M. Determinação espectofotométrica de nitritos e nitratos
em sais de cura. Rev. Inst. Adolfo Lutz, São Paulo, v. 52, p. 35-39, 1974.
WETTERS, J.M.; UGLUM, K.L. Direct spectrophotometric simultaneous determination
of nitritre and nitrate in the ultraviolet. Anal. Chem., v. 42. p. 355-340, 1970.
081/IV Conservadores – Determinação de nitrato após redução em coluna de cádmio
e de nitrito
Este método aplica-se à amostras de aditivos que possuem na sua formulação compostos que interferem na análise direta dos nitritos e nitratos por espectrofotometria no
ultravioleta conforme 080/IV. A análise dos nitritos e nitratos é feita por espectrofotometria
no visível, após redução dos nitratos em coluna de cádmio, conforme os métodos 283/IV
e 284/IV.
IAL - 187
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
082/IV Conservadores – Determinação de propionatos
Os sais de cálcio e sódio do ácido propiônico têm ação antimicrobiana, sendo efetivos no controle de bolores em farinhas e certos produtos de confeitaria. Os métodos para a
sua determinação envolvem primeiro a extração, que geralmente é feita por destilação por
arraste a vapor, seguida da separação e identificação do ácido propiônico junto aos demais
ácidos que podem ser co-extraídos. Nesta etapa, pode-se utilizar as técnicas de cromatografia em fase gasosa, em camada delgada ou em papel.
Material
Banho-maria, aparelho completo para destilação por arraste a vapor, pipetas de 1, 2 e 5 mL,
frasco Erlenmeyer de 200 mL, papel Whatman nº 1 (20 x 20) cm, microsseringa, vaporizador, pHmetro, béqueres de 100, 200, 400 e 600 mL, provetas de 10, 50, 100 e 500 mL e
cuba cromatográfica com tampa.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Ácido fosfotúngstico
Sulfato de magnésio
Hidróxido de sódio
Papel indicador vermelho congo
Hidróxido de amônio
terc-Butanol
n-Butanol
Indicadores vermelho de metila e azul de bromotimol
Formol
Álcool
Ácido propiônico
Solução aquosa de ácido fosfotúngstico a 20% – Em um frasco Erlenmeyer de
200 mL, pese 20 g de ácido fosfotúngstico e dilua com 80 mL de água. Misture bem. Guarde em frasco de vidro com tampa.
Solução-padrão – Neutralize, com hidróxido de sódio 1 M, 1 mL de ácido propiônico e dilua até 100 mL. Use 4 mL desta solução para uma destilação igual à da amostra, recolhendo
200 mL do destilado, neutralizando e secando nas mesmas condições descritas.
Fase móvel – terc-butanol-n-butanol-hidróxido de amônio (1:1:1).
Revelador – Misture 200 mg de vermelho de metila, 200 mg de azul de bromoti188 - IAL
Capítulo V - Aditivos
mol, 100 mL de formol e 400 mL de álcool e ajuste o pH a 5,2 com hidróxido de
sódio 0,1 M.
Procedimento – Transfira 20 g da amostra para um frasco de destilação, com auxílio de 50 mL de água. Adicione 10 mL de ácido sulfúrico 0,5 M, agite e adicione
10 mL de ácido fosfotúngstico a 20% e agite novamente, por rotação, o frasco e adicione
40 g de sulfato de magnésio. Agite. A mistura deve ser ácida quando se usa papel vermelho-congo; caso não seja, adicione ácido sulfúrico (1+1). Aqueça o frasco contendo a amostra antes de conectar no aparelho de destilação por arraste a vapor. Destile 200 mL em 35-40 minutos, recolha o destilado em béquer de
400 mL, contendo 2 mL de solução de hidróxido de sódio 1 M. Evapore em banho-maria até
secagem. Dissolva o resíduo em 2 mL de água. Deixe saturando na cuba de vidro o solvente:
terc-butanol-n-butanol-hidróxido de amônio na proporção (1:1:1). Coloque 2 µL da solução
da amostra e do padrão em pontos diferentes do papel Whatman nº 1, preparado para cromatografia ascendente. Deixe secar. Coloque-o na cuba cromatográfica contendo o solvente e
deixe correr até aproximadamente 2 cm da extremidade superior do papel (5 horas). Retire e
deixe secar ao ar. Vaporize com o revelador. Coloque o papel em atmosfera de amoníaco por
alguns instantes. As manchas vermelhas correspondem aos ácidos voláteis. Como não são estáveis, marque logo que apareçam com lápis. Compare as manchas correspondentes à amostra
e ao padrão. O mesmo Rf mostrará a presença do propionato na amostra e, se a intensidade
da mancha for mais fraca que a do padrão, estará abaixo de 0,2% m/m.
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists 16th, Arlington: A.O.A.C.,
1996. chapter 47, p. 19 (method 970.36).
083/IV Conservadores – Identificação de ácido sórbico e sorbatos
O ácido sórbico e seus sais de sódio, potássio e cálcio têm ação mais efetiva sobre
fermentos e fungos do que em bactérias e agem melhor em meio ácido. Podem ser identificados em formulações de aditivos ou em alimentos após adequada extração. Eles são
convertidos em ácido sórbico após acidulação e são extraídos das amostras por destilação
com arraste de vapor d’água e posteriormente identificados por cromatografia em papel ou
com ácido tiobarbitúrico.
IAL - 189
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, banho-maria, espectrofotômetro UV/VIS, estufa,
manta aquecedora, regulador de temperatura, suporte, garra, mufa, tubo de látex para
condensador, béqueres de 100 e 400 mL, balão de fundo redondo com junta esmerilhada 45/50
e com capacidade para 5 L, tubo de vidro de 1,40 m de comprimento e 1,2 cm de diâmetro, juntas
conectoras para frasco Erlenmeyer com presilha, frasco Erlenmeyer com junta esmerilhada
29/32 com capacidade para 500 mL, condensador tipo reto com junta esmerilhada 24/40,
funil de separação tipo pêra de 250 mL, pipeta graduada de 2 mL, provetas graduadas de 25 e
200 mL, balões volumétricos de 1000, 500 e 100 mL e tubo capilar de vidro.
Reagentes
Cloreto de sódio
Ácido fosfórico
Sulfato de magnésio
Hidróxido de sódio
Éter
Ácido sulfúrico
Ácido sórbico
Propanol
Acetato de etila
Hidróxido de amônio
Solução de ácido sórbico 0,001% m/v – Pese 0,001 g de ácido sórbico (C6H8O2) e dissolva
em água suficiente para 100 mL em balão volumétrico.
Solução de hidróxido de sódio 1 M – Dissolva 4 g de hidróxido de sódio com água em um béquer
de 100 mL, esfrie, transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume.
Solução de ácido sulfúrico 0,005 M – Dissolva 0,3 mL de ácido sulfúrico em água, esfrie,
transfira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume.
Solução saturada de cloreto de sódio – Adicione cloreto de sódio em 1000 mL de água até
saturar a solução.
Procedimento – Monte o aparelho para destilação por arraste de vapor. Pese 5 g da amostra
ou meça 5 mL, se a amostra for líquida. Transfira para o frasco Erlenmeyer de 500 mL com
200 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Acidule com 2 mL de ácido fosfórico.
Adicione 7,5 g de sulfato de magnésio. Destile cerca de 350 mL, com arraste de vapor
d’água para um béquer de 400 mL contendo 10 mL de hidróxido de sódio 1 M, inclinando
o béquer de modo a manter a extremidade do condensador imersa na solução alcalina.
Evapore o destilado em banho-maria até reduzir o volume a 100 mL. Esfrie. Transfira para
um funil de separação, acidule e extraia com 4 porções de éter. Reúna os extratos e evapore
190 - IAL
Capítulo V - Aditivos
o éter sem levar à secura. Dissolva o resíduo em 0,5 mL de água. Acidule a solução aquosa
com ácido sulfúrico 0,005 M e aplique com capilar em papel cromatográfico Whatman
nº 4 ou equivalente, paralelamente com o padrão de ácido sórbico a 0,001%. Coloque
em cuba cromatográfica previamente saturada com o solvente propanol-acetato de etilahidróxido de amônio-água (3:1:1:1) e deixe correr até ± 2 cm da extremidade superior do
papel. Retire e seque a 60°C. Observe o cromatograma em câmara com luz ultravioleta (±
255 nm). Compare as manchas da amostra e do padrão.
A identificação do ácido sórbico, após a extração por arraste de vapor, também pode
ser realizada como descrito no método colorimétrico 085/IV, utilizando o ácido
tiobarbitúrico.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP. 3. ed., 1985. p. 103.
084/IV Conservadores – Determinação de ácido sórbico e sorbatos por espectrofotometria no UV
O ácido sórbico e seus sais podem ser quantificados em alimentos ou formulações
de aditivos após sua extração. Este método baseia-se na extração do ácido sórbico ou de seus
sais, convertidos em ácido sórbico após acidificação, por destilação com arraste de vapor e
posterior leitura espectrofotométrica a 254 nm.
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, banho-maria, espectrofotômetro UV/VIS, estufa,
manta aquecedora, regulador de temperatura, suporte, garra, mufa, tubo de látex para
condensador, pHmetro, pipetador automático de 100 a 1000 µL e de 1 a 5 mL com as
respectivas ponteiras, papel de filtro qualitativo, béqueres de 25, 100 e 400 mL, balão de
fundo redondo com junta esmerilhada 45/50 e com capacidade para 5 L, tubo de vidro de
1,4 m de comprimento e 1,2 cm de diâmetro, juntas conectoras para frasco Erlenmeyer
com presilha, frasco Erlenmeyer com junta esmerilhada 29/32 e com capacidade para
500 mL, condensador tipo reto com junta esmerilhada 24/40, pipeta graduada de 2 mL e
balões volumétricos de 500 e 1000 mL.
Reagentes
Cloreto de sódio
Ácido fosfórico
IAL - 191
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Sulfato de magnésio (MgSO4.7H2O)
Hidróxido de sódio
Ácido sulfúrico
Ácido sórbico (C6H8O2)
Solução de ácido sulfúrico 0,005 M – Dissolva 0,3 mL de ácido sulfúrico em água, esfrie,
transfira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume.
Procedimento – Proceda como no método 083/IV, até: “inclinando o béquer de modo
a manter a extremidade do condensador imersa na solução alcalina”. Dissolva o resíduo da
destilação, obtido no item anterior, com água até 500 mL, acidulando com ácido sulfúrico
0,005 M, a fim de obter pH 5,9. Ajuste o zero do espectrofotômetro a 254 nm, utilizando
como branco água acidulada com ácido sulfúrico 0,005 M até pH igual a 5,9, em cubeta de
1 cm de caminho óptico. Meça a absorbância da amostra a 254 nm.
Cálculo
= 2200, ou uma curva-padrão construída com
Calcule a concentração usando o valor
soluções-padrão de ácido sórbico (ou sorbato de potássio).
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p.
103.
085/IV Conservadores – Determinação de ácido sórbico por espectrofotometria no
visível
Este método baseia-se na extração do ácido sórbico ou de seus sais, convertidos em
ácido sórbico, com clorofórmio na reação colorimétrica com ácido tiobarbitúrico e posterior leitura espectrofotométrica a 530 nm.
Material
Balança analítica, banho-maria, espectrofotômetro UV/VIS, suporte, garra, mufa, parafilme, papel de filtro qualitativo, funil de separação, tipo pêra, de 250 mL, balões volumétricos de 25, 50, 100, 200, 250, 500 e 1000 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 5, 10,
25 mL, funil para filtração, tubo de ensaio, pipetador automático de 100 a 200 µL e de 1
a 5 mL com as respectivas ponteiras, béqueres de 25, 100 e 400 mL e provetas graduadas
de 25, 50 e 200 mL.
192 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Reagentes
Clorofórmio
Sulfato de sódio anidro
Ácido sórbico
Ácido clorídrico
Dicromato de potássio
Bicarbonato de sódio
Ácido sulfúrico
Solução-padrão – Pese, com precisão, cerca de 100 mg de ácido sórbico, transfira para um
balão volumétrico de 1000 mL completando o volume com água . Esta solução tem concentração de 100 µg/mL. Retire 1 mL desta solução e leve para um balão volumétrico de 50 mL,
completando o volume. Esta solução tem concentração de 2 µg/mL. Retire 5 mL da solução
a 100 µg/mL e leve para um balão volumétrico de 100 mL, completando o volume. Esta
solução tem concentração de 5 µg/mL.
Solução de ácido clorídrico (1:1) – Dissolva 25 mL de ácido clorídrico em 25 mL de
água.
Solução de bicarbonato de sódio 0,5 M – Dissolva 4,2 g de bicarbonato de sódio em água,
transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Solução de dicromato de potássio – Pese 0,49 g de dicromato de potássio e dissolva em
balão volumétrico de 1000 mL, com aproximadamente 500 mL de água. Adicione 8 mL
de ácido sulfúrico e complete o volume com água.
Solução de ácido tiobarbitúrico a 0,5% m/v – Dissolva 0,5 g de ácido tiobarbitúrico em
água, aquecendo em banho-maria para dissolver, esfrie, transfira para um balão volumétrico
de 100 mL e complete o volume. Prepare na hora de usar.
Procedimento – Pese , com precisão, 5 g da amostra (triture no liqüidificador, se necessário),
transfira para um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com água. Filtre se
necessário, e pipete 10 mL do filtrado para um funil de separação de 250 mL e extraia, por
agitação durante 1 minuto, com duas porções de 40 mL de clorofórmio (pode-se aumentar
para 4 extrações de 25 mL, se necessário). Recolha a fase clorofórmica em balão volumétrico
de 100 mL ou outro de volume adequado, passando por um funil com sulfato de sódio anidro.
Complete o volume com clorofórmio. Pipete 25 mL desta solução para um funil de separação de
250 mL e extraia com 15 mL de solução de bicarbonato de sódio 0,5 M, agitando durante
1 minuto, despreze a fase clorofórmica e transfira quantitativamente a fase aquosa para um
balão volumétrico de 25 mL (pode-se aumentar para 4 extrações de 20 mL, se necessário;
IAL - 193
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
nesse caso, receba o extratos em um balão volumétrico de 100 mL). Adicione ácido clorídrico
1:1 cuidadosamente até que a solução fique ácida e complete o volume com água. Pipete 2
mL para um tubo de ensaio contendo 2 mL de solução sulfúrica de dicromato de potássio.
Cubra os tubos com parafilme e coloque-os em um banho de água fervente, por 5 minutos.
Retire-os e, imediatamente, adicione 2 mL de solução de ácido tiobarbitúrico, cobrindo-os
novamente com parafilme. Coloque os tubos de ensaio novamente em um banho de água
fervente, durante 10 minutos. Retire os tubos e deixe esfriar. Faça um branco usando 2 mL
de água em lugar da amostra. Leia a absorbância a 530 nm e compare com uma curvapadrão obtida nas mesmas condições da análise.
Curva-padrão – Retire com pipetador automático, porções de 0,5; 1; 1,5 e 2 mL da soluçãopadrão a 2 µg/mL para 4 tubos de ensaio e adicione 1,5; 1; 0,5 e 0 mL de água, respectivamente. Estas soluções contêm 1, 2, 3 e 4 µg de ácido sórbico, pela ordem. Retire, com
pipetador automático, porções de 1; 1,2; 1,4; 1,6; 1,8 e 2 mL da solução a 5 µg/mL para
6 tubos de ensaio e adicione 1; 0,8; 0,6; 0,4; 0,2 e 0 mL de água respectivamente. Estas
soluções contêm 5, 6, 7, 8, 9 e 10 µg de ácido sórbico, pela ordem. Proceda a determinação
como descrito acima. Construa o gráfico absorbância x µg ácido sórbico/6 mL solução.
Nota: após a extração do analito, pode-se também fazer a quantificação por meio de
leitura direta a 254 nm da solução aquosa final, utilizando como branco uma solução de
bicarbonato de sódio. Outro modo de determinar o ácido sórbico seria a extração deste por
arraste de vapor (como descrito no método 083/IV), recolhendo o destilado e levando este
a um volume definido, se necessário e proceda a determinação como descrito acima.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p. 103.
086/IV Corantes artificiais – Identificação por cromatografia em papel
Material
Balança analítica, papel Whatman nº 1, cuba cromatográfica, balão volumétrico de 100
mL e capilares de vidro.
Reagentes
Citrato de sódio
Hidróxido de amônio
194 - IAL
Capítulo V - Aditivos
n-Butanol
Álcool
Soluções-padrão – Prepare as soluções aquosas de padrões dos corantes a 1% m/v.
Fase móvel (Solvente A) – Pese 2 g de citrato de sódio, transfira para um balão volumétrico
de 100 mL, adicione 20 mL de hidróxido de amônio e complete o volume com água.
Fase móvel (Solvente B) – n-butanol-álcool-água-hidróxido de amônio (50:25:25:10).
Procedimento – Prepare soluções aquosas das amostras a 1%. Sobre uma folha de papel
Whatman nº 1, a 2 cm da extremidade, em pontos distantes 2 cm uns dos outros, aplique
com um tubo capilar as soluções das amostras e dos respectivos padrões dos corantes.
Desenvolva o cromatograma com o solvente A ou B. O valor de Rf e a coloração da mancha
devem ser idênticos aos do padrão. A visualização da mancha também pode ser feita à
luz ultravioleta, onde tem-se melhor nitidez dos contornos e, em certos casos, de algumas
manchas que não foram vistas no exame direto.
Nota: os cromatogramas feitos com os solventes A e B não levam sempre ao mesmo resultado.
Alguns corantes mudam inteiramente os valores de Rf de um para outro solvente e outros
se mostram mais puros em solvente A que em solvente B. O cromatograma com solvente
A é o mais usado por ser mais rápido, apesar dos contornos das manchas não serem muito
precisos. Outros solventes também podem ser usados como mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Rf e absorbância máxima de alguns corantes artificiais permitidos em
alimentos
Corante
Classe
Bordeaux S ou
Amaranto
Azo
Eritrosina
Xanteno
Amarelo
crepúsculo
A
Rf no solvente
B
C
D
E
F
Abs. Máx.(nm)
0,62
0,27
0,29
0,14
0,19
0,11
520
(em meio ácido)
0,21
0,52
0,61
1,00
0,58
0,47
525
(em meio ácido)
Azo
0,73
0,72
0,46
0,28
0,45
0,40
480
(em meio ácido)
Tartrazina
Pirazolona
0,91
0,41
0,28
0,12
0,17
0,09
430
(em meio ácido)
Indigotina
Indigóide
0,52
0,27
0,25
0,14
0,20
0,30
285 e 615
(em meio ácido)
A = Hidróxido de amônio-água (1: 99)
B = Cloreto de sódio a 2% em álcool a 50%
IAL - 195
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
C = Isobutanol-álcool-água (1:2:1)
D = n-Butanol-água-ácido acético glacial (20:12:5)
E = Isobutanol-álcool-água (3:2:2) e 1 mL de hidróxido de amônio para 99 mL da mistura
anterior
F = Solução de 80 g de fenol em 20 mL de água
Referência bibliográfica
GAUTIER, J.A.; MALANGEAU, P. Mises au Point de Chimie Analytique Organique –
Pharmaceutique et Bromatologique. 13. ed., Paris: Masson & Cie., 1964. p. 70, 71, 91.
087/IV Corantes artificiais – Identificação por espectrofotometria
Material
Balança analítica, pHmetro, espectrofotômetro UV/VIS, balão volumétrico de 100 mL ,
pipeta de 1 mL e balão de 2 L.
Reagentes
Ácido acético
Acetato de amônio 0,02 M (pH 5,6) – Pese 3,08 g de acetato de amônio e transfira para
balão volumétrico de 2 L, dilua com água, acerte o pH da solução para 5,6 com ácido
acético e complete o volume com água.
Procedimento – Pese 0,1 g da amostra e dilua a 100 mL com uma solução de acetato de
amônio 0,02 M (pH 5,6). Pipete 1 mL desta solução e dilua a 100 mL com a solução de
acetato de amônio 0,02 M. Controle o pH da solução para 5,6. Trace o espectro do corante
no intervalo de 200 a 600 nm. Os máximos e mínimos de absorção são bem definidos, podendo variar de 2 a 3 nm. Compare com os espectros obtidos nas mesmas condições para
os corantes-padrão.
Referência bibliográfica
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identification tests,
test solutions and other reference materials. Rome, 1991. p. 114 ( FNP5/rev.2).
088/IV Corantes artificiais – Quantificação por espectrofotometria
Material
Balança analítica, pHmetro, espectrofotômetro UV/VIS, balões volumétricos de 100, 200
196 - IAL
Capítulo V - Aditivos
e 1000 mL, pipetas volumétricas de 1 e 10 mL e frasco Erlenmeyer de 250 mL.
Reagentes
Ácido acético
Acetato de amônio 0,02 M
Acetato de amônio 0,02M (pH 5,6) – Pese 3,08 g de acetato de amônio e transfira para
balão volumétrico de 2 L, dilua com água, acerte o pH da solução para 5,6 com ácido
acético e complete o volume com água.
Procedimento – Para os corantes amarelo-crepúsculo, tartrazina, indigotina, bordeaux S,
eritrosina, ponceau 4R, vermelho 40 e azorrubina, prepare soluções a 0,001% em acetato
de amônio 0,02 M (pH 5,6). Para os corantes azul-brilhante e azul-patente, prepare uma
solução a 0,0005% em acetato de amônio 0,02 M (pH 5,6). Para o corante verde-sólido
FCF, pese com precisão, de 50 a 75 mg do corante, transfira para um balão volumétrico de 1
L, dissolva e complete o volume com água. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades
de absorbância no comprimento de máxima absorção do corante a ser medido, utilizando a
solução de acetato de amônio como branco e cubetas de 1 cm. Meça no comprimento de
onda de absorção máxima no visível, indicado na Tabela 2, a absorbância das soluções de
corantes. Para o corante verde sólido FCF, pipete 10 mL da solução anterior para um frasco
Erlenmeyer de 250 mL, contendo 90 mL de acetato de amônio 0,04 M, misture bem e faça a
leitura a 625 nm. Calcule a concentração de cada corante utilizando o valor da absortividade
).
(
Cálculos
A = absorbância da solução da amostra
C = concentração da solução da amostra (g/100 mL)
Para o verde-sólido FCF:
A = absorbância da solução da amostra
a = absortividade
P = peso da amostra em g
IAL - 197
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tabela 2 - Características espectrofotométricas de alguns corantes
Corantes
Amarelo-crepúsculo
Tartrazina
Azul-brilhante
Indigotina
Azul-patente V
Verde-sólido FCF
Bordeaux S ou amaranto
Eritrosina
Ponceau 4R ou N cocina
Vermelho 40
Azorrubina ou carmoisina
INS *
Colour
Index
no
máximo do
visível
Absorção
máxima no
visível (nm)
110
102
133
132
131
143
123
127
124
129
122
15985
19140
42900
73015
42051
42053
16185
45430
16255
16035
14720
564,1
536,6
1640,0
449,3
2089
**
436,0
1130,0
442,5
536,0
518,6
481
426
630
610
640
625
519
524
507
505
515
*Sistema Internacional de Numeração
**Para o verde-sólido FCF, a absortividade é de 0,156 mg/L/cm.
Referências bibliográficas
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX Food Chemicals Codex. 4. ed.,
Washington D. C.: National Academic Press, 1996. p. 142, 773.
GAUTIER, J.A.; MALANGEAU, P. Mises au Point de Chimie Analytique Organique –
Pharmaceutique et Bromatologique. 13. ed., Paris: Masson & Cie., 1964. p. 70, 71, 91.
089/IV Corantes artificiais – Quantificação por titulação com cloreto de titânio
A porcentagem de corante puro pode muitas vezes ser determinada pela titulação
com cloreto de titânio, usando-se uma solução-tampão adequada. Na maioria dos casos, a
própria amostra serve como indicador, visto que no ponto final ocorre a descoloração da
solução. Se a amostra contiver uma mistura de dois ou três corantes, é necessária uma separação por cromatografia antes de se efetuar a titulação.
Material
Balança analítica, aparelho de Kipp para gerar de CO2 e H2 , agitador, balão de 2000 mL,
frasco Erlenmeyer de 500 mL, provetas de 25 e 50 mL e bureta de 50 mL.
198 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Reagentes
Solução de tricloreto de titânio 0,1 M – Misture 200 mL de solução de tricloreto de titânio
comercial a 15% com 150 mL de ácido clorídrico. Ferva a mistura durante 2 minutos e
resfrie em água fria. Adicione água até completar 2000 mL. Misture bem e borbulhe CO2
ou N2 na solução por uma hora. Antes de padronizar, mantenha a solução sob atmosfera de
hidrogênio por pelo menos 16 horas usando um aparelho gerador Kipp.
Padronização da solução de tricloreto de titânio – Transfira 3 g de sulfato duplo de ferro e
amônio para um frasco Erlenmeyer de 500 mL. Introduza uma corrente de gás carbônico.
Adicione 50 mL de água recentemente fervida e 25 mL de ácido sulfúrico 5 M. Adicione,
rapidamente, com auxílio de uma bureta, 30 mL de solução de dicromato de potássio 0,0167
M (não interrompa a corrente de CO2). Transfira a solução de tricloreto de titânio para uma
bureta e coloque rapidamente no frasco Erlenmeyer até pouco acima do ponto de viragem.
Adicione rapidamente 5 mL de tiocianato de amônio a 20% e complete a titulação até que
desapareça a coloração vermelha e a solução permaneça verde. Efetue uma determinação
em branco com 3 g de sulfato duplo de ferro e amônio, utilizando as mesmas quantidades
de água, ácido e solução de tiocianato de amônio e passe uma corrente contínua de gás
carbônico na solução.
Cálculo
A = mL da solução de dicromato de potássio 0,0167 M adicionado
f = fator da solução de dicromato de potássio 0,0167 M adicionado
V = mL (corrigido) da solução de tricloreto de titânio gasto na titulação
Procedimento – O aparelho para determinação do teor de corante por titulação com
TiCl3 (Figura 1) consiste de um frasco de estocagem (A) do titulante TiCl3 mantido
sob atmosfera de hidrogênio, produzido por uma aparelho gerador de Kipp, um frasco
Erlenmeyer (B), equipado com uma fonte de CO2 ou N2, para manter a atmosfera
inerte, onde a reação se realizará; um agitador e uma bureta (C). Pese a quantidade da
amostra de acordo com a Tabela 3. Transfira para um frasco Erlenmeyer de 500 mL,
com auxílio de 150 mL de água. Adicione 10 g de citrato de sódio ou 15 g de bitartarato
de sódio (Tabela 3). Titule com a solução-padrão de cloreto de titânio sem interromper a
corrente de CO2 e o aquecimento.
IAL - 199
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Figura 1 – Aparelho para determinação do teor de corante por titulação com TiCl3
Cálculo
A = mL (corrigido) de solução-padrão de cloreto de titânio gasto na titulação
D = peso (em g) do corante equivalente a 1 mL da solução-padrão de cloreto de titânio
0,1 M ( Tabela 3)
f = fator da solução-padrão de cloreto de titânio 0,1 M
P = peso da amostra
200 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Tabela 3 - Titulação com cloreto de titânio
Corante
Amarelo-crepúsculo
Tartrazina
Bordeaux S ou amaranto
Ponceau 4R
Vermelho 40
Azorrubina
Azul-brilhante
Indigotina
Azul-patente V
Verde-sólido FCF
nº de g do corante
Massa em g da
Adicionar equivalente a 1 mL
amostra a ser
15 - 10 g * da solução-padrão
usada na titulação
de TiCl3 0,1 M
0,5 – 0,6
0,6 – 0,7
0,7 – 0,8
0,7 – 0,8
0,5 – 0,6
0,5 – 0,6
1,8 – 1,9
1,0 – 1,1
1,3 – 1,4
1,9 – 2,0
Citrato
Bitartarato
Citrato
Citrato
Bitartarato
Bitartarato
Bitartarato
Bitartarato
Bitartarato
Bitartarato
0,01131
0,01356
0,01511
0,01578
0,01241
0,01256
0,03965
0,02332
0,02898
0,04045
*15 g, se for bitartarato ou 10 g, se for citrato.
Referências bibliográficas
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX Food Chemicals Codex. 4th ed.,
Washington D. C.: National Academic Press, 1996. p. 142, 773-774.
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identification tests,
test solutions and other reference materials. Rome, 1991. p. 116-118.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Associatio of Official Analytical Chemists. 16th, Arlington: A.O.A.C.,
1996, chapter 46. p. 10, 11 (method 950.61).
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Compendium
of food addittive specifications. Rome, 1992, p. 37, 71, 176, 219, 639, 783, 1051, 1141,
1463, 1483.
090/IV Corantes artificiais – Determinação de eritrosina por gravimetria
O procedimento gravimétrico simples permite somente a determinação da eritrosina
na matéria-prima do corante puro.
IAL - 201
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, estufa, béquer de 400 mL, pipeta de 5 mL, placa filtrante. provetas de 10
e 50 mL, dessecador com sílica gel ou cloreto de cálcio anidro e bastão de vidro.
Reagentes
Ácido nítrico (1+19)
Ácido nítrico (1+179)
Procedimento – Estabilize a temperatura da estufa para 135°C. Pese 0,25 g da amostra e
transfira com auxílio de 100 mL de água para um béquer de 400 mL. Adicione 5 mL de
ácido nítrico (1 + 19), agite com um bastão de vidro, filtre em placa filtrante previamente
aquecida em estufa a 135°C, resfriada em dessecador e pesada. Lave o béquer e a placa com
50 mL de ácido nítrico (1 + 179) e depois com 10 mL de água, evitando que o precipitado
seque. Seque, aqueça em estufa a 135°C, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações
de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = g da substância precipitada
P = g da amostra
Referência Bibliográfica
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES.
Compendium of Food Additive Specifications. Rome , 1992. p. 573.
091/IV Corantes artificiais – Determinação de substâncias insolúveis em água
Material
Estufa, balança analítica, béquer de 250 mL, proveta de 200 mL, placa filtrante e dessecador
com sílica gel ou cloreto de cálcio anidro.
Procedimento – Estabilize a temperatura da estufa para 135°C. Pese 5 g da amostra, transfira para um béquer de 250 mL, com auxílio de 200 mL de água quente (80-90)°C. Agite para
dissolver o corante e deixe esfriar a solução à temperatura ambiente. Filtre a solução através
202 - IAL
Capítulo V - Aditivos
de uma placa filtrante (porosidade 4), previamente aquecida a 135°C, por 1 hora, resfriada
em dessecador e pesada. Lave com água fria até as águas de lavagem se tornarem incolores.
Seque o filtro com o resíduo, aqueça em estufa a 135°C, resfrie em dessecador e pese.
Cálculo
N = nº de g de substâncias insolúveis em água
P = nº de g da amostra
Referência bibliográfica
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identifications tests,
test solutions and other reference materials. Rome, 1991. p. 132.
092/IV Corantes artificiais – Determinação de substâncias voláteis a 135°C
Material
Estufa, balança analítica, pesa-filtro com tampa e dessecador com sílica gel ou cloreto de
cálcio anidro
Procedimento – Estabilize a temperatura da estufa para 135°C. Pese 5 g da amostra em
um pesa-filtro com tampa esmerilhada, previamente aquecido em estufa a 135°C, por 1
hora, resfriado em dessecador até a temperatura ambiente e pesado. Aqueça a 135°C, por
12 horas. Resfrie em dessecador até à temperatura ambiente e pese. Repita as operações de
aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = perda de peso em g
P = nº g da amostra
Referência bibliográfica
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identifications tests,
IAL - 203
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
test solutions and other reference materials. Rome, 1991. p. 131-132.
093/IV Corantes artificiais – Determinação de sulfatos
Material
Mufla, balança analítica, papel de filtro, frasco Erlenmeyer de 250 mL, proveta de
100 mL, balão volumétrico de 200 mL, pipeta de 100 mL, béquer de 600 mL,
proveta de 300 mL, pipeta graduada de 20 mL, pipeta graduada de 2 mL e cadinho
de porcelana.
Reagentes
Cloreto de sódio isento de sulfatos
Solução saturada de cloreto de sódio
Ácido clorídrico
Solução de cloreto de bário 0,125 M
Procedimento – Estabilize a temperatura da mufla para 500°C. Pese 5 g da amostra
e transfira para um frasco Erlenmeyer de 250 mL, com auxílio de 100 mL de água.
Aqueça em banho-maria, adicione 35 g de cloreto de sódio, isento de sulfatos, tampe
o frasco Erlenmeyer e agite em intervalos freqüentes, durante 1 hora. Esfrie, transfira
com auxílio de solução saturada de cloreto de sódio para um balão volumétrico de
200 mL e complete o volume. Agite, deixe em repouso por algumas horas. Filtre a
solução através de papel de filtro seco e transfira 100 mL do filtrado, com auxílio de
uma pipeta, para um béquer de 600 mL, dilua até 300 mL com água e acidule com
ácido clorídrico, adicionando 1 mL em excesso. Aqueça a solução até ebulição e adicione um excesso de solução de cloreto de bário 0,125 M, gota a gota, com agitação.
Deixe repousar a mistura sobre uma placa quente durante 4 horas ou deixe por uma
noite à temperatura ambiente. Separe por filtração o sulfato de bário, lave com água
quente e calcine o papel de filtro com o resíduo em um cadinho previamente aquecido em mufla a 500°C, resfriado em um dessecador até a temperatura ambiente e
pesado. Leve o cadinho com a substância à mufla a 500°C, por uma hora. Resfrie em
dessecador e pese.
Cálculo
204 - IAL
Capítulo V - Aditivos
N = nº de g de sulfato de bário
S = nº de g da amostra usado na precipitação
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p.
410.
094/IV Corantes artificiais – Determinação de cloretos
Material
Potenciômetro, eletrodo Ag+/AgCl, balança analítica, béquer de 400 mL, proveta de
200 mL, pipeta graduada de 1 mL e bureta de 25 mL.
Reagentes
Nitrato de prata 0,1 M
Ácido nítrico
Procedimento – Pese 0,5 g da amostra. Transfira para um béquer de 400 mL, com auxílio de
200 mL de água. Adicione 1 mL de ácido nítrico. Titule com solução de nitrato de prata 0,1 M.
Cálculo
V = nº de mL de solução de nitrato de prata 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de nitrato de prata 0,1 M
P = nº de g da amostra
Referência bibliográfica
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identifications tests,
test solutions and other reference materials. Rome, 1991. p. 129.
IAL - 205
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
095/IV Corantes artificiais – Determinação de corantes subsidiários
Corantes subsidiários são definidos como aqueles corantes que são os subprodutos
do processo de fabricação do corante principal. Qualquer outro corante, que não o principal
e seus subsidiários, são considerados adulterantes cuja presença é usualmente detectada em
cromatogramas usados para determinar corantes subsidiários. Os corantes subsidiários são
separados do corante principal por cromatografia ascendente em papel.
Material
Balança analítica, papel Whatman nº 1, sílica gel, balão volumétrico de 100 mL, cuba
cromatográfica e microsseringas de 5 ou 10 µL.
Reagentes
Hidróxido de amônio
Citrato trissódico
n-Butanol
Álcool
2-Butanona
Acetona
Ácido acético glacial
Acetonitrila
Álcool isoamílico
Metil etil cetona
Fases móveis:
1. água-amônia-citrato trissódico (95:5:2)
2. n-butanol-água-álcool-hidróxido de amônio (600:264:135:6)
3. 2-butanona-acetona-água (7:3:3)
4. 2-butanona-acetona-água-hidróxido de amônio (700:300:300:2)
5. 2-butanona-acetona-água-hidróxido de amônio (700:160:300:2)
6. n-butanol-ácido acético glacial-água (4:1:5). Agite por 2 minutos, deixe separar as
camadas e use a camada superior como fase móvel
7. acetonitrila-álcool isoamílico-metil etil cetona-água-hidróxido de amônio (50:50:15:10:5)
Procedimento – Prepare soluções aquosas das amostras a 1% m/v. Dilua em água de acordo
com o limite legal permitido para cada corante. Sobre uma folha de papel Whatman nº 1 ou
sobre a placa de sílica gel no caso do corante verde sólido, aplique, com uma microsseringa,
2 µL das soluções de corantes a 1% e as respectivas soluções diluídas, conforme o limite
206 - IAL
Capítulo V - Aditivos
legal estabelecido para corantes subsidiários. Desenvolva o cromatograma com o solvente
apropriado para cada corante, conforme Tabela 4.
Tabela 4 – Altura ou tempo necessário para o desenvolvimento de corantes em respectivas
fases móveis
Fase
móvel
Altura ou tempo
Vermelho 40
4
17 cm
Bordeaux S (Amaranto)
3
17 cm
Azul-brilhante
4
20 h
Eritrosina
5
17 cm
Verde-sólido
7
CCD - sílica gel até o topo da placa
Azul-indigotina
3
17 cm
Amarelo-tartrazina
4
12 cm
Amarelo-crepúsculo
4
17 cm
Azorrubina (carmoisina)
4
17 cm
Corante
Azul-patente
2
17 cm
Ponceau 4R
3
17 cm
A mancha do corante subsidiário da solução a 1% deve ser menor do que a mancha principal da solução diluída.
Referências bibliográficas
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identification tests,
test solutions and other reference materials. Rome, 1991. p.122.
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES. Guide to
specifications for general notices, general analytical techniques, identification tests,
test solutions and other reference materials . Rome , 1992. p. 37, 71, 176, 219, 641,
785, 1051, 1141, 1463, 1482.
096/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de amarelo-crepúsculo e bordeaux S
Este método espectrofotométrico é aplicado para determinação das misturas dos
corantes artificiais: amarelo-crepúsculo e bordeaux S e baseia-se na aditividade das absorbâncias dos corantes.
IAL - 207
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, pHmetro, espectrofotômetro UV/VIS, balão volumétrico de 100 mL,
balão volumétrico de 2000 mL e pipetas volumétricas.
Reagentes
Ácido acético
Acetato de amônio 0,02 M – Pese 3,08 g de acetato de amônio e transfira para balão
volumétrico de 2000 mL, dilua com água, acerte o pH da solução para 5,6 com ácido
acético e complete o volume com água.
Procedimento – Pese uma quantidade adequada da amostra e faça as diluições necessárias
em acetato de amônio 0,02 M, de forma a obter leitura nos comprimentos de onda desejados. A solução final deverá estar em balão volumétrico de 100 mL. Para amostras contendo
amarelo crepúsculo e bordeaux S, faça a leitura em 481 nm e 519 nm (As leituras nestes
comprimentos de onda correspondem à absorção do amarelo crepúsculo mais a absorção
do bordeaux S).
Tabela 5 – Valores de
de onda 481 e 519 nm
Corante
Amarelo-crepúsculo
Amarelo-crepúsculo
Bordeaux S
Bordeaux S
dos corantes amarelo-crepúsculo e bordeaux S, nos comprimentos
λ (nm)
481
519
481
519
533,3
325,0
291,3
438,2
Cálculo
Utilize o valor de
obtidos para estes corantes nos comprimentos de onda de 481 nm
e 519 nm na equação de Lambert-Beer (Tabela 5).
208 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Referência bibliográfica
YABIKU, H. Y.; MARTINS, M. S.; BRUM, A. M. S. Determinação quantitativa
de misturas de corantes artificiais. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, ano 6, n. 1,
p. 14-19, 1996.
097/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de indigotina e
bordeaux S
Procedimento – Para amostras contendo indigotina e bordeaux S, faça as leituras das absorbâncias em 519 nm e 610 nm. (A leitura a 519 nm, corresponderá à absorção do corante
indigotina mais a do bordeaux S e a 610 nm somente a do corante indigotina).
Tabela 6 – Valores de
onda 519 e 610 nm
Corante
Bordeaux S
Bordeaux S
Indigotina
Indigotina
dos corantes bordeaux S e indigotina, nos comprimentos de
λ (nm)
519
610
519
610
438,2
-----060,0
447,4
Cálculo
Utilize os valores de
obtidos para estes corantes nos comprimentos de onda de 519 nm
e 610 nm na equação de Lambert Beer.
IAL - 209
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
YABIKU, H. Y.; MARTINS, M. S.; BRUM, A .M. S. Determinação quantitativa de
misturas de corantes artificiais. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, ano 6, n. 1,
p. 14-19, 1996.
098/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de tartrazina,
bordeaux S e indigotina
Procedimento – Para amostras contendo tartrazina, bordeaux S e indigotina, faça a leitura em
426, 519 e 610 nm. Em 426 nm, ocorre a absorção da tartrazina mais bordeaux S, em 519 nm
a absorção do bordeaux mais indigotina e em 610 nm somente a absorção da indigotina.
Tabela 7 – Valores de
dos corantes tartrazina, bordeaux S e indigotina, nos
comprimentos de onda 426, 510 e 519 nm
Corante
λ (nm)
Tartrazina
Tartrazina
Tartrazina
Bordeaux S
Bordeaux S
Bordeaux S
Indigotina
Indigotina
Indigotina
426
519
610
426
519
610
426
519
610
534,1
------100,0
438,2
------060,0
447,4
Cálculo
Utilize os valores de
obtidos para estes corantes nos comprimentos de onda de 426,
519 e 610 nm na equação de Lambert Beer (Tabela 7).
210 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Referência bibliográfica
YABIKU, H. Y.; MARTINS, M. S.; BRUM, A. M. S. Determinação quantitativa
de misturas de corantes artificiais. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, ano 6, n. 1,
p. 14-19, 1996.
099/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de tartrazina,
indigotina e azul brilhante
Procedimento – Para misturas contendo tartrazina, indigotina e azul-brilhante, faça as
leituras da absorbância em 426, 610 e 630 nm. No comprimento de onda 426 nm, ocorre
a absorção dos corantes tartrazina e azul-brilhante, em 610 nm a absorção da indigotina e
azul-brilhante e em 630, a da indigotina e do azul-brilhante.
dos corantes tartrazina, indigotina e azul brilhante, nos
Tabela 8 – Valores de
comprimentos de onda 426, 610 e 630 nm.
Corante
λ (nm)
Tartrazina
Tartrazina
Tartrazina
Indigotina
Indigotina
Indigotina
Azul-brilhante
Azul-brilhante
Azul-brilhante
426
610
630
426
610
630
426
610
630
534,1
-----------447,4
357,3
062,9
1016,8
1652,0
Cálculo
Utilize o valor de
obtido para estes corantes nos comprimentos de onda de 426, 610
e 630 nm na equação de Lambert-Beer.
IAL - 211
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
YABIKU, H. Y.; MARTINS, M. S.; BRUM, A .M. S. Determinação quantitativa de
misturas de corantes artificiais. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, ano 6, n. 1,
p. 14-19, 1996.
100/IV Corantes artificiais – Determinação quantitativa de misturas de tartrazina e
amarelo crepúsculo
Procedimento – Para amostras contendo tatrazina e amarelo-crepúsculo, faça a leitura em
426 e 481 nm, pois nestes comprimentos de onda ocorre a absorção dos dois corantes.
Tabela 9 – Valores de
de onda 426 e 481 nm.
Corante
Tartrazina
Tartrazina
Amarelo-crepúsculo
Amarelo-crepúsculo
dos corantes tartrazina e amarelo-crepúsculo, nos comprimentos
λ (nm)
426
481
426
481
535
170
221
592
Cálculo
Utilize os valores de
obtidos para estes corantes nos comprimentos de onda de 426 e
481 nm na equação de Lambert-Beer.
Referência bibliográfica
TAKAHASHI, M. Y.; YABIKU, H.Y.; MARSIGLIA, D.A.P. Determinação quantitativa
de corantes artificiais em alimentos. São Paulo, Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 48,
p. 7-15, 1988.
212 - IAL
Capítulo V - Aditivos
101/IV Teobromina e cafeína – Determinação por cromatografia líquida de alta eficiência
Este método é aplicado para a determinação de teobromina e cafeína em cacau,
produtos de chocolate e aromas à base de cacau. A técnica utilizada é a cromatografia
líquida de alta eficiência, que separa e quantifica a teobromina e a cafeína. Estes dois
alcalóides são separados em uma coluna de fase reversa (C18), eluídos com a fase móvel
metanol-ácido acético-água e detectados por absorção na região do ultravioleta a 280
nm.
Material
Balança analítica, centrífuga, tubos de c entrífuga de 50 mL, banho-maria, cromatógrafo
líquido de alta eficiência com detector DAD ou ultravioleta, coluna analítica de
octadecilsilano, 8 mm x 10 cm, 5 µm (Lichrospher 100 RP-18 ou equivalente), integrador,
papel de filtro, nitrogênio para evaporação do solvente, balões volumétricos de 100, 200 e
1000 mL, funil de vidro, provetas de 50 mL, béqueres de 50 e 250 mL, bastões de vidro,
frascos Erlenmeyer de 250 mL, pipetas volumétricas de 5 mL, pedras de ebulição e sistema
de filtração de fase móvel (Millipore ou equivalente).
Reagentes
Ácido acético grau CLAE
Metanol grau CLAE
Água ultra-pura
Padrões analíticos de teobromina e cafeína
Éter de petróleo (40-60)°C
Acetato de zinco
Ácido acético 0,1 M
Ferrocianeto de potássio
Solução de Carrez I – Dissolva 219 g de acetato de zinco em aproximadamente 500 mL
de água ultra-pura e 30 mL de ácido acético 0,1 M. Transfira para um balão volumétrico de
1000 mL e complete o volume com água.
Solução de Carrez II – Dissolva 106 g de ferrocianeto de potássio em aproximadamente
500 mL de água ultra-pura, transfira quantitativamente para um balão volumétrico de
1000 mL e complete o volume com água.
Fase móvel – Misture 200 mL de metanol, 790 mL de água e 10 mL de ácido acético. Homogeneíze, filtre através de membranas de 0,45 µm e degaseifique.
IAL - 213
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Solução-padrão de teobromina (250 µg/mL) – Pese, com precisão, 50 mg de teobromina,
dissolva em água e aqueça, se necessário. Transfira a solução para um balão volumétrico de
200 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão de trabalho de teobromina – Transfira 5 mL da solução-padrão de teobromina em um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Filtre com
filtros de 0,45 µm.
Solução-padrão de cafeína (500 µg/mL) – Pese com precisão, aproximadamente 100 mg de
cafeína, dissolva em água. Transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 200 mL
e complete o volume com água.
Solução-padrão de trabalho de cafeína – Transfira 5 mL da solução-padrão de cafeína para um
balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Filtre com filtros de 0,45 µm.
Procedimento – Pese, com precisão, em um tubo de centrífuga de 50 mL, cerca de 0,5 g
de amostra de cacau ou 1 g, se for aroma à base de cacau, ou 3 g, se forem produtos de
chocolate (biscoitos, bolos, sorvetes, bebidas lácteas, alimentos achocolatados, etc). Extraia
a gordura adicionando 30 mL de éter de petróleo. Agite por 2 minutos. Centrifugue a
2000 rpm por 10 minutos e decante o solvente. Repita esta extração com mais 30 mL de
éter de petróleo. Evapore o solvente residual (pode-se usar uma corrente de nitrogênio ou
um banho de água quente dentro de uma capela).Transfira quantitativamente, o resíduo
com auxílio de água quente para um frasco Erlenmeyer de 250 mL contendo várias pedras
de ebulição. Adicione água até um volume aproximado de 50 mL. Aqueça 20 minutos
a 100°C. Transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL. Esfrie e
adicione 5 mL de cada uma das soluções de Carrez I e Carrez II, complete o volume com
água e homogeneíze. Filtre descartando os primeiros 20 mL. Use o filtrado para a análise
cromatográfica, filtrando-o previamente com filtros de 0,45 µm. Ajuste o comprimento
de onda do detector para 280 nm , o fluxo da fase móvel para 1 mL/min e a temperatura
do forno a 35°C. Injete 20 µL das soluções-padrão de trabalho de teobromina e cafeína
no cromatógrafo ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a operação em
triplicada de cada padrão para verificar a repetitividade. A diferença não deve ser maior que
2%. Injete 20 µL da amostra em triplicata.
Cálculo
Calcule o teor de teobromina e cafeína na amostra analisada por meio das áreas dos picos
obtidos nos cromatogramas.
214 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Cp = concentração do padrão de teobromina
Ca = concentração da amostra
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
Cp = concentração do padrão de cafeína
Ca = concentração da amostra
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
Referência bibliográfica
YABIKU, H. Y.; KIMURA, I. A. Determinação de teobromina e cafeína em cacau e
produtos de chocolate por cromatografia líquida de alta eficiência. Rev. Inst. Adolfo Lutz,
56(1), p. 59-64, 1996.
102/IV Corantes naturais – Identificação de antocianinas de cascas de uva
Dentre os corantes naturais, as antocianinas (ou enocianinas) são obtidas a partir dos
extratos de cascas de uva. São solúveis em água e pertencem à classe de compostos contendo
uma estrutura básica de 15 átomos de carbono, conhecidos coletivamente como flavonóides. Apresentam-se na forma de líquido, pó ou pasta de cor vermelho-púrpura com odor
característico.
Material
Balança analítica, béqueres de 25 mL, proveta graduada de 50 mL, balão volumétrico de
100 mL.
Reagentes
Hidróxido de sódio
Solução de hidróxido de sódio – Pese 4,3 g de NaOH, transfira para um balão volumétrico
de 100 mL e complete o volume com água.
IAL - 215
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Pese 0,1 g de amostra, adicione 50 mL de água e agite. Filtre, se necessário e
adicione solução de hidróxido de sódio. A cor vermelha-púrpura torna-se azul ou verde-escura.
Nota: outra maneira para identificar antocianinas em cascas de uva é o aparecimento de
um máximo de absorção a 525 nm, na varredura espectrofotométrica na região do visível de
uma solução preparada de acordo com o procedimento 0103/IV.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade, 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.612: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
103/IV Corantes naturais – Determinação da intensidade de cor em enocianinas por
espectrofotometria
Material
Balança analítica, pHmetro, espectrofotômetro UV/VIS, béqueres de 100 mL, provetas
graduadas de 50 e 100 mL, balões volumétricos de 100 e 1000 mL.
Reagentes
Ácido cítrico
Fosfato de sódio dibásico
Solução-tampão de ácido cítrico/fosfato de sódio dibásico, pH 3 – Misture 79,45 mL de
ácido cítrico 0,1 M e 20,55 mL de fosfato de sódio dibásico 0,2 M e ajuste o pH a 3 com
uma ou outra solução. A solução 0,1 M de ácido cítrico dihidratado contém 21,01 g/L de
C6H8O7.2H2O. A solução 0,2 M de fosfato de sódio dibásico contém 28,40 g/L de Na2HPO4 ou 35,6 g/L de Na2HPO4.2H2O.
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 0,1 g de amostra e adicione a solução-tampão
pH 3 até completar 100 mL. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades de absorbância a 525 nm, utilizando a solução-tampão como branco e cubetas de 1 cm. Meça a
absorbância (A) da amostra a 525 nm. Caso a absorbância não esteja entre 0,2 e 0,7, reajuste
a massa inicial.
216 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Cálculo
A = absorbância a 525 nm
P= massa da amostra em g
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.613: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
104/IV Corantes naturais – Identificação de carmim de cochonilha
O corante carmim de cochonilha é a laca de alumínio ou cálcio-alumínio obtido
a partir do extrato aquoso dos corpos dessecados das fêmeas de insetos Dactylopius coccus
costa (Coccus cacti L). Seu principal constituinte é o ácido carmínico (ácido 7-beta-d-gluco
piranosil-3,5,6,8-tetra-hidroxi-1-metil-9,10-dioxo-antraceno-2-carboxílico), o qual pode
ser comercializado na forma de solução (corante natural ácido carmínico) ou na forma de
laca de alumínio ou cálcio-alumínio (corante natural carmim de cochonilha). O corante carmim de cochonilha apresenta-se na forma de pó friável, de coloração vermelha ou
vermelha-escura ou solução de coloração vermelha-violácea. O carmim deve apresentar no
mínimo 42% de ácido carmínico, calculado em base seca.
Material
Chapa elétrica, béqueres de 25 mL, balões volumétricos de 100 e 1000 mL, pipeta graduada de 1 mL, funil de separação, pipeta graduada de 5 mL e proveta graduada de 500 mL.
Reagentes
Hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio
Cristais de ditionito de sódio - Na2S2O4
Ácido sulfúrico
Ácido clorídrico
Álcool amílico
Éter de petróleo
IAL - 217
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Acetato de uranila
Solução aquosa de hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio a 10%
Solução aquosa de ácido clorídrico a 10% v/v – Dilua 266 mL de HCl com água em um
balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume.
Solução aquosa de acetato de uranila a 5% m/v – Pese 5 g de acetato de uranila, transfira
para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Procedimentos
1. Alcalinize levemente uma dispersão aquosa da amostra pela adição de uma gota
de solução de hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio a 10%. Forma-se uma
coloração violeta.
2. A adição de pequena quantidade de cristais de ditionito de sódio às soluções da amostra,
em meio ácido, neutro ou alcalino, não descora a solução.
3. Leve à secura, em banho-maria, uma pequena quantidade da amostra em cápsula de
porcelana. Esfrie totalmente e trate o resíduo seco com uma ou duas gotas de ácido sulfúrico
concentrado. Não se observa alteração da cor.
4.Transfira uma dispersão aquosa da amostra para um funil de separação, cuja capacidade
seja três vezes o volume da dispersão. Adicione 1/3 do volume (correspondente ao da dispersão) de solução de ácido clorídrico a 10% v/v e agite. Adicione álcool amílico de maneira a
dobrar o volume do conteúdo do funil de separação e agite. Deixe separar e despreze a fase
aquosa (inferior). Lave a fase amílica 2 a 4 vezes com água para eliminar resíduos de ácido
clorídrico. Dilua a fase amílica com igual volume de éter de petróleo e agite. Adicione uma
pequena quantidade de água (cerca de 1/6 do volume total). Adicione gota a gota solução
de acetato de uranila a 5%, agitando após cada adição. Forma-se uma coloração verdeesmeralda característica, na fase inferior.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.616: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
218 - IAL
Capítulo V - Aditivos
105/IV Corantes naturais – Determinação de ácido carmínico em carmim de cochonilha
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béqueres de 100 mL, proveta graduada de
100 mL, balões volumétricos de 200 e 500 mL e pipeta volumétrica de 10 mL.
Reagentes
Ácido clorídrico 2 M
Procedimento – Dissolva 100 mg do corante carmim em 30 mL de ácido clorídrico 2
M em ebulição. Resfrie e transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 1000
mL, complete o volume com água e homogeneíze. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em
unidades de absorbância a 494 nm, utilizando uma solução de ácido clorídrico 2 M como
branco e cubetas de 1 cm. Meça a absorbância da amostra a 494 nm.
Cálculo
A = absorbância da amostra a 494 nm
0,139 = absorbância do ác. carmínico numa solução contendo 100 mg/1000 mL.
Referências bibliográficas
SUBCOMMITTEE ON CODEX SPECIFICATIONS ET AL. Second Supplement to
the Food Chemicals Codex, 2nd ed., Washington D. C.: National Academy of Sciences,
1975. p.18-20.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.617: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
106/IV Corantes naturais – Identificação de cúrcuma
A cúrcuma ou açafrão das Índias, é o rizoma da Cúrcuma longa L. dessecado e pulverizado. Apresenta coloração amarelo-castanho ou amarelo-castanho-escura e tem como
IAL - 219
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
princípio ativo principal a curcumina (um corante amarelo-alaranjado) cujo teor geralmente varia de 1 a 5% nos produtos vendidos comercialmente.
Material
Placa de toque, pipeta graduada de 5 mL, béquer de 25 mL., banho-maria, papel de filtro,
funil de vidro, tubo de ensaio, béquer de 125 mL, proveta graduada de 50 mL e bastão de
vidro.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Álcool
Ácido bórico
Ácidos oxálico
Ácido acético
Procedimentos
1. Acidifique levemente a amostra em pó, com ácido sulfúrico: aparece uma coloração
vermelha-intensa.
2. A adição de álcool na amostra em pó, extrai o corante amarelo.
3. Extraia algumas gramas da amostra com 20 mL de ácido acético em um béquer de 125
mL. Agite com um bastão de vidro. Filtre para um tubo de ensaio e coloque em banho
fervente, por alguns minutos. Uma coloração vermelha indica a presença de cúrcuma.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
TAKAHASHI, M. Y.; INOMATA, E.I.; YABIKU, H. Y.; GIANNATTASIO, C.M.P.
Beta-caroteno, urucum e cúrcuma em massas alimentícias vitaminadas com ovos. Rev. do
Inst. Adolfo Lutz, 50(1/2), p. 257-260, 1990.
107/IV Corantes naturais – Determinação do teor de curcumina na cúrcuma
Material
Balança analítica, chapa elétrica, espectrofotômetro UV/VIS, balão de extração com fundo
chato de 100 mL e junta esmerilhada, condensador de bolas de 30 a 40 cm com junta esmerilhada, béquer de 25 mL, balões volumétricos de 100 e 250 mL, pipeta volumétrica de
220 - IAL
Capítulo V - Aditivos
20 mL e proveta graduada de 50 mL.
Reagente
Álcool
Procedimentos – Pese, com precisão, cerca de 0,1 g de cúrcuma em pó e passe com auxílio
de álcool para um frasco de extração. Adicione cerca de 30 mL de álcool e refluxe por duas horas e meia. Esfrie o frasco e filtre quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL.
Complete o volume com álcool. Pipete 20 mL deste extrato para um balão volumétrico de
250 mL e complete o volume com álcool. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades
de absorbância a 425 nm, utilizando álcool como branco e cubetas de 1 cm. Meça a absorbância da amostra a 425 nm.
Cálculo
Calcule o teor de curcumina usando o valor de absortividade
= 1607.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.624: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
108/IV Corantes naturais – Identificação de curcumina
A curcumina em pó é obtida por extração dos rizomas da Cúrcuma longa L. com
solventes e posterior purificação do extrato por cristalização. Possui coloração de alaranjada
à amarela e deve conter no mínimo 90% de pureza. É insolúvel em água e em éter e solúvel
em álcool e ácido acético glacial.
Material
Pipetas graduadas de 10 mL, béquer de 25 mL e bastão de vidro.
Reagentes
Álcool
IAL - 221
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Ácido sulfúrico
Procedimento
Dissolva a amostra em álcool e observe a cor amarela e a fluorescência esverdeada. Adicione
ácido sulfúrico e verifique a formação de intensa coloração carmesim.
Referência bibliográfica
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
109/IV Corantes naturais – Identificação de curcumina por cromatografia em camada
delgada
Material
Balança analítica, placas de celulose microcristalina de 0,1 mm, câmara ultravioleta, cuba de
vidro para cromatografia, provetas graduadas de 100 mL, pipeta graduada de 1 mL e béquer de
5 mL.
Reagentes
Álcool a 95%
3-Metil-1-butanol
Hidróxido de amônio
Fase móvel: 3-metil-1-butanol:álcool:água:hidróxido de amônio (4:4:2:1).
Procedimento – Sature a cuba de vidro com a fase móvel. Pese 0,01 g da amostra e adicione 1 mL de álcool a 95%. Aplique 5 µL da solução da amostra na placa de celulose
microcristalina de 0,1 mm. Coloque a placa na cuba de vidro e deixe correr cerca de 15 cm.
Examine à luz do dia e sob luz ultravioleta: três manchas amarelas aparecem entre Rf 0,2 e
0,4, à luz do dia e manchas com Rf cerca de 0,6 e 0,8 aparecem sob luz ultravioleta; todas as
manchas apresentam distintas fluorescências amarelas sob luz ultravioleta.
222 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Referência bibliográfica
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
110/IV Corantes naturais – Determinação do teor de curcumina
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, balões volumétricos de 100 e 200 mL, pipeta volumétrica de 1 mL, béquer de 10 mL.
Reagente
Álcool
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 0,08 g da amostra, transfira para um balão volumétrico de 200 mL, com auxílio de álcool, agite para dissolver e complete o volume com o mesmo solvente. Pipete 1 mL para um balão volumétrico de
100 mL e complete o volume com álcool. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em
unidades de absorbância a 425 nm, utilizando álcool como branco e cubetas de
1 cm. Meça a absorbância da amostra a 425 nm.
Cálculo
Calcule o teor de matéria corante total na amostra, usando o valor de absortividade
= 1607.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.624: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
111/IV Corantes naturais – Identificação de urucum lipossolúvel
Extratos de urucum são os produtos oleosos (urucum lipossolúvel) ou alcalinos (urucum hidrossolúvel) obtidos por remoção da camada externa das sementes da árvore de
urucum (Bixa orellana L). Também pode-se encontrar o pigmento bruto na forma de pó, de
IAL - 223
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
coloração vermelha-escura, obtido pela extração mecânica das sementes. O extrato de urucum lipossolúvel, de cor vermelha a castanho-avermelhada, contém diversos componentes
coloridos, sendo o principal a bixina.
Material
Coluna de vidro de 1 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de altura, béqueres de 150 mL, provetas
de 10 mL, pipetas de 5 mLe espectrofotômetro UV/VIS.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Ciclohexano
Clorofórmio, desidratado com carbonato de potássio anidro
Alumina para coluna cromatográfica
Tricloreto de antimônio
Sulfato de sódio anidro
Lã de vidro
Reativo de Carr-Price – Pese 25 g de tricloreto de antimônio, transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com clorofórmio. Deixe em repouso por um
dia, em frasco bem fechado e em geladeira. O frasco não deve ser aberto enquanto a solução
estiver gelada.
Procedimento – Dissolva uma quantidade da amostra em ciclohexano de modo a se obter
uma coloração semelhante à de uma solução de dicromato de potássio a 0,1%. Prepare uma
coluna de 1 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de altura com emulsão de alumina em ciclohexano e tampão de lã de vidro na extremidade afilada da coluna de vidro. Escoe lentamente o
solvente. Passe pela coluna a solução da amostra obtida anteriormente. Lave 3 vezes com 10
mL de ciclohexano sem deixar secar a coluna. A bixina é fortemente adsorvida pela alumina
na parte superior da coluna e forma uma zona vermelho-alaranjada brilhante (o que a diferencia da crocetina). Uma zona de cor amarela-pálida migra através da coluna e é eliminada
na lavagem com ciclohexano. Elua a coluna três vezes com 5 mL de clorofórmio. A zona da
bixina adsorvida não é eluída em ciclohexano, éter de petróleo, clorofórmio, acetona, álcool
e metanol (com os dois últimos solventes, a cor passa à laranja). Quando a última porção for
eluída, adicione 1 mL do reativo de Carr-Price. A bixina adsorvida torna-se imediatamente
azul-esverdeada, diferente da crocetina que ficaria vermelha.
Notas
O extrato de urucum lipossolúvel é insolúvel em água e pouco solúvel em álcool.
Os extratos de urucum reagem em ácido sulfúrico dando coloração azulada devida à bixina.
224 - IAL
Capítulo V - Aditivos
O extrato de urucum lipossolúvel diluido com clorofórmio apresenta absorbância máxima
a 439, 470 e 501 nm.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.631: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
112/IV Corantes naturais – Determinação do teor de bixina
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béquer de 25 mL, balões volumétricos de
100 mL, pipeta volumétrica de 10 mL.
Reagente
Clorofórmio
Procedimento – Pese, com precisão, a quantidade de mg da amostra que pode ser encontrada pela fórmula: m = 0,153, dividida pela porcentagem de bixina esperada, transfira para
um balão volumétrico de 100 mL com clorofórmio e complete o volume. Transfira 10 mL
desta solução para outro balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com clorofórmio. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades de absorbância, a 470 nm, utilizando
clorofórmio como branco e cubetas de 1 cm. Meça a absorbância da amostra a 470 nm.
Cálculo
Calcule o teor de carotenóides totais expresso em bixina usando o valor de absortividade
= 2826.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
IAL - 225
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.632: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
113/IV Corantes naturais – Identificação do urucum hidrossolúvel
O extrato de urucum hidrossolúvel, de coloração castanho-avermelhada a castanho,
contém como componente colorido principal a norbixina, produto de hidrólise da bixina,
na forma de sal de sódio ou potássio.
Material
Coluna de vidro de 1 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de altura, béqueres de 150 mL, provetas
de 10 e 100 mL, pipetas de 5 mL, funil de separação de 250 mL, balão volumétrico de
1000 mL e espectrofotômetro UV/VIS.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Ciclohexano
Clorofórmio, desidratado com carbonato de potássio anidro
Alumina para coluna cromatográfica
Tricloreto de antimônio
Sulfato de sódio anidro
Lã de vidro
Ácido sulfúrico 1 M
Reativo de Carr-Price
Procedimento – Transfira 2 mL ou 2 g da amostra para um funil de separação de 250
mL. Adicione ácido sulfúrico 1 M suficiente para se obter uma reação fortemente ácida
(a norbixina é separada como precipitado vermelho). Adicione 50 mL de ciclohexano
e agite fortemente. Após a separação das fases, descarte a aquosa e lave a fase ciclohexânica com água até eliminação do ácido. Centrifugue a emulsão que se forma, por
10 min, a 2500 rpm. Decante a solução límpida de norbixina e seque sobre sulfato
de sódio anidro. Prepare uma coluna de 1 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de altura com
emulsão de alumina em ciclohexano e tampão de lã de vidro na extremidade afilada
da coluna de vidro. Escoe lentamente o solvente. Adicione 3 a 5 mL da solução obtida
anteriormente no topo da coluna de alumina e proceda como descrito em 0111/IV. A
norbixina forma uma zona vermelho-alaranjada na superfície da coluna e dá a mesma
reação com reativo de Carr-Price da bixina.
226 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Notas
O extrato de urucum hidrossolúvel é pouco solúvel em álcool.
Os extratos de urucum reagem com ácido sulfúrico dando coloração azul-esverdeada devido
à norbixina.
O extrato de urucum hidrossolúvel diluído com água apresenta absorbância máxima a 453
e 483 nm.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.634: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
114/IV Corantes naturais – Determinação do teor de norbixina
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béqueres de 25 mL, balões volumétricos de
100, 500 e 1000 mL e pipeta volumétrica de 1 mL.
Reagentes
Hidróxido de potássio
Solução aquosa de hidróxido de potássio a 0,5% – Pese 5 g de hidróxido de potássio e
transfira para um balão volumétrico de 1000 mL.
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 0,1 g do corante em pó, transfira para um balão volumétrico de 500 mL com Hidróxido de potássio 0,5% e complete o volume. Pipete
1 mL desta solução para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume comHidróxido de potássio 0,5%. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades de absorbância a
453 nm, utilizando a solução de Hidróxido de potássio 0,5% como branco e cubetas de
1 cm. Leia em espectrofotômetro a 453 nm.
Cálculo
Calcule o teor de carotenóides totais expresso em norbixina usando o valor de absortividade
= 3473.
IAL - 227
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Nota: para expressar o resultado em bixina, deve-se multiplicar o teor de norbixina encontrado
pelo fator 1,037.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
YABIKU, H. Y.; TAKAHASHI, M. Y. Determinação de bixina em sementes de urucum:
estudo colaborativo. Rev. do Inst. Adolfo Lutz, 52(1/2), p. 31-36, 1992.
115/IV Corantes naturais – Identificação de corante caramelo
Este método se aplica à misturas de aditivos e à bebidas.
Material
Balança analítica, béquer de 100 mL, funil, papel de filtro, proveta graduada de 10 mL,
proveta graduada de 50 mL com tampa de vidro esmerilhada, tubo de ensaio e pipetas
graduadas de 2 e 5 mL.
Reagentes
Óxido de magnésio
Acetato neutro de chumbo
Mistura de álcool butílico-éter de petróleo (1:5)
Resorcina a 5% em ácido clorídrico, preparada no dia do uso
Procedimento – Adicione 1 g de acetato neutro de chumbo e 0,5 g de óxido de magnésio a 50 mL da amostra, evaporando antes o álcool quando for o caso. Agite bem.
Filtre, recolha de 30 a 35 mL do filtrado em uma proveta com tampa de vidro esmerilhada. Adicione 10 mL da mistura álcool-éter. Agite com cuidado (abrindo vez por
outra o frasco) durante 5 minutos. Deixe em repouso. Retire, com uma pipeta, 5 mL
da camada etérea para um tubo de ensaio. Adicione 2 mL de solução de resorcina, de
tal modo que escorra pelas paredes do tubo até o fundo. Na presença de caramelo, na
zona de contato das duas camadas forma-se um anel vermelho.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
228 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 114.
116/IV Corante caramelo processo amônio – Determinação da intensidade de cor
O corante caramelo obtido pelo processo amônio é composto por substâncias resultantes do tratamento térmico de carboidratos, em presença de hidróxido de amônio,
por tecnologia adequada. Apresenta-se na forma de líquido denso de cor marrom-escura a
preta, tendo odor característico de açúcar queimado e sabor amargo. São solúveis em água,
soluções diluídas de álcool, ácidos minerais, soluções de hidróxido de sódio e insolúveis em
álcool absoluto, acetona, éter de petróleo e clorofórmio. A intensidade de cor é definida
como a absorbância de uma solução a 0,1% m/v, a 610 nm em cubeta de 1 cm, calculada
sobre o conteúdo de sólidos. Para o corante caramelo processo amônio, esta intensidade de
cor deve estar entre 0,08 e 0,36.
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, centrífuga, béquer de 50 mL e balões volumétricos de 100 mL.
Procedimento – Pese 100 mg a amostra em béquer de 50 mL, dissolva em água e transfira
para um balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume e homogeneíze. Se a solução
ficar turva, centrifugue. A solução não pode ser filtrada. Ajuste o zero do espectrofotômetro,
em unidades de absorbância, a 610 nm, utilizando água como branco e cubetas de 1 cm.
Meça a absorbância da solução a 610 nm.
Cálculo
A610 = absorbância de solução da amostra a 610 nm.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.660-13.661: Coletânea de normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
IAL - 229
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
117/IV Corante caramelo processo amônio – Determinação de sólidos
Material
Estufa a vácuo, mufla, peneiras de malha n° 40 e 60 mesh, béquer de 250 mL, cápsula de
porcelana.
Reagentes
Ácido clorídrico
Areia pura de quartzo – Utilize areia pura de quartzo que passe através de uma peneira de
malha nº 40 mesh e fique retida na peneira de nº 60. Esta areia é preparada pela digestão
com ácido clorídrico (por exemplo, a 10%) e em seguida lavada até ficar livre de ácido, seca
e calcinada em mufla a 600°C por 4 horas.
Procedimento – Misture 30 g de areia preparada com (1,5 - 2,0)g do corante caramelo e
seque até peso constante a 60°C sob 50 mm/Hg de pressão. Registre a massa final da areia
mais corante caramelo.
Cálculo
Pf = massa final da areia + caramelo
Pa = massa da areia
Pc = massa do caramelo
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.660: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
230 - IAL
Capítulo V - Aditivos
118/IV Corante caramelo processo amônio – Determinação do 4-metilimidazol (MEI)
Material
Estufa, cuba cromatográfica com tampa, placas de vidro para cromatografia
(20 x 20)cm, balões volumétricos de 10, 100 e 1000 mL, provetas graduadas de 100 mL,
nebulizador, funil de separação de 125 mL, pipetas volumétricas de 5, 25 e 50 mL, béqueres
de 10 e 25 mL, lã de vidro e rotavapor.
Reagentes
Sílica gel GF 254
Celite 545
Hidróxido de sódio
Clorofórmio
Álcool
Metanol
Ácido sulfúrico
Bicarbonato de sódio
Éter
Nitrito de sódio
Ácido sulfanílico
Ácido clorídrico
Carbonato de sódio
Padrão analítico de 4-metilimidazol
Ácido sulfúrico 0,025 M
Soluções-padrão – Prepare soluções aquosas de 4-metilimidazol contendo 100, 200, 300,
400, 500, 600, 700 e 800 mg/Kg.
Hidróxido de sódio 2 M – Pese 90 g de hidróxido de sódio e transfira para um frasco com
rolha de borracha com auxílio de 1000 mL de água isenta de gás carbônico. Adicione, gota
a gota, solução saturada de hidróxido de bário até não se formar mais precipitado e agite.
Conserve o frasco fechado em repouso durante 12 horas. Decante e transfira o líquido claro
para o frasco de polietileno. Conserve protegido contra o gás carbônico do ar.
Solução de bicarbonato de sódio a 8% m/v – Pese 8 g de bicarbonato de sódio, transfira
para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Solução de nitrito de sódio a 0,5% m/v – Pese 0,5 g de nitrito de sódio, transfira para um
balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
IAL - 231
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Ácido sulfanílico a 0,5% em ácido clorídrico a 2% m/v – Pese 0,5 g de ácido sulfanílico,
transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com solução aquosa
de ácido clorídrico a 2% v/v.
Solução de carbonato de sódio a 20% m/v – Pese 20 g de carbonato de sódio, transfira para
um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Preparação das placas – Prepare placas de vidro com uma mistura de sílica gel GF 254 e
duas partes de solução aquosa de bicarbonato de sódio a 8%. Seque as placas ao ar livre e
coloque-as em estufa a 120°C, durante 2 horas. Deixe saturando na cuba de vidro com o
solvente: éter-clorofórmio-metanol (80:20:20).
Revelador – Misture, imediatamente antes de usar, uma parte da solução de nitrito de sódio
a 0,5% e uma parte de solução de ácido sulfanílico a 0,5% em ácido clorídrico a 2%.
Extração em coluna de Celite 545 – Coloque um tampão de lã de vidro no fundo de uma
coluna cromatográfica de (25 x 250)mm, com torneira de teflon. Sobre a mesma, coloque
uma mistura de 3 g de Celite e 2 mL de hidróxido de sódio 2 M. A coluna deve ficar firme
e uniformemente compactada. Pese 10 g de corante caramelo num béquer e adicione 6 mL
de solução aquosa de carbonato de sódio a 20%, misturando bem. Adicione 10 g de Celite,
homogeneizando bem. Coloque todo o conteúdo sobre o empacotamento da coluna. Limpe o béquer com um grama de Celite e transfira para a coluna. Coloque um tampão de lã
de vidro no topo da mesma. A coluna deve estar firmemente compactada, sem rachaduras.
Elua a coluna com uma mistura de clorofórmio-álcool (80:20) v/v, com uma vazão de aproximadamente 5 mL/min até obter 125 mL do eluído. Se necessário, use vácuo nesta operação. Transfira o eluído para um funil de separação de 125 mL e extraia com 25 mL de ácido
sulfurico 0,025 M e depois com mais 5 mL. Transfira os extratos obtidos para o frasco de
um rotavapor e concentre até 5 mL aproximadamente. Controle a temperatura do banho
para que não exceda 55°C. A parte final da concentração deve ser cuidadosamente controlada a fim de que não haja carbonização. Transfira o concentrado para um balão volumétrico
de 10 mL, lavando o frasco com várias porções de 1 mL de água e complete o volume. Na
hora de aplicar sobre a placa, trate a solução obtida com pequenas porções de carbonato de
sódio sólido até que não dê mais efervescência e a solução esteja alcalina (pH 9).
Procedimento – Aplique, sobre a placa, 2 µL das soluções-padrão de 4-metilimidazol contendo 100, 200, 300, 400, 500, 600, 700 e 800 mg/kg. Desenvolva o cromatograma com
a mistura éter-clorofórmio-metanol (80:20:20) até que o solvente tenha atingido aproximadamente 15 cm. Retire a placa, seque à temperatura ambiente e borrife com o revelador.
Compare a intensidade da cor da mancha amarela-alaranjada obtida com as manchas dos
padrões de concentração conhecida. As manchas permanecem estáveis por 30 min, clareando
em seguida.
232 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Cálculo
Quando o limite de 4-metilimidazol é expresso baseando-se na equivalência de cor,
a concentração é primeiramente calculada sobre o conteúdo de sólidos Cs, usando-se a
fórmula:
C1 = quantidade de impureza (MEI) encontrada no produto
Cs = conteúdo de sólidos
A seguir, calcule o teor de 4-metilimidazol baseado na equivalência de cor:
IC = intensidade de cor
Cs = conteúdo de sólidos
O teor de 4-metilimidazol é expresso em termos de um corante caramelo (processos à base
de amônio) cuja absorbância é igual a 0,1.
Referências sbibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITTIVES Compendium of Food Additive Specifications. Rome, 1992. p. 346, 349.
119/IV Corante caramelo processo sulfito/amônio – Determinação da intensidade
de cor
O corante caramelo processo sulfito/amônio é composto de substâncias obtidas a
partir do tratamento térmico de carboidratos, em presença de catalisador químico constituído da mistura de hidróxido de amônio e dióxido de enxofre, por tecnologia adequada.
Apresenta-se na forma de pó ou líquido denso de cor marrom-escura a preta, tendo odor
característico de açúcar queimado e sabor amargo.Para o corante caramelo processo sulfitoamônio, esta intensidade de cor deve estar entre 0,1 e 0,6.
Procedimento – Siga o mesmo procedimento descrito em 116/IV.
IAL - 233
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.66013.661: Coletânea de normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
120/IV Corante caramelo processo sulfito/amônio – Determinação de sólidos
Procedimento – Siga o mesmo procedimento descrito em 117/IV.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.660: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
121/IV Corante caramelo processo sulfito/amônio – Determinação do 4-metilimidazol (MEI)
Procedimento – Siga o mesmo procedimento descrito em 0118/IV.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
JOINT FAO/WHO EXPERT COMMITTEE ON FOOD ADDITIVES. Compendium of Food Additive Specifications. Rome, 1992. p. 346, 349.
122/IV Corantes naturais – Identificação de beta-caroteno
Beta-caroteno idêntico ao natural é um carotenóide obtido por síntese química. 0,6
µg de beta-caroteno correspondem a uma unidade internacional de vitamina A. Apresentase na forma de pós (cristais vermelhos ou pó cristalino) ou suspensão. Pode ser adicionado
de antioxidantes permitidos. Os cristais são insolúveis em água, praticamente insolúveis em
álcool e metanol, mas pouco solúveis em óleo vegetal.
234 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, aparelho medidor de ponto de fusão, béqueres de 25 mL
Reagentes
Éter de petróleo
Álcool
Procedimentos
1. O espectro de absorção da solução da amostra, em éter de petróleo, apresenta picos de
absorção máximo em 475, 448 e 450 nm. Em álcool, apresenta absorções em 475, 449 e
427 nm.
2. O intervalo de fusão da amostra varia entre (178-184)oC, com decomposição.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.669: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
123/IV Carotenóides lipossolúveis (preparações a 30%) – Determinação do teor de
beta-caroteno
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béquer de 25 mL, balões volumétricos de
100 mL e pipeta volumétrica de 20 mL.
Reagente
Éter de petróleo
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 50 mg da amostra, dissolva em éter de
petróleo, transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com o
mesmo solvente. Transfira uma alíquota de 20 mL para outro balão volumétrico de 100 mL
e complete o volume. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades de absorbância, a
IAL - 235
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
448 nm, utilizando éter de petróleo como branco e cubetas de 1 cm. Meça a absorbância
da amostra a 448 nm.
Nota: Os ensaios devem ser feitos com a maior rapidez possível, evitando exposição demasiada ao ar e à luz. Utilize vidraria de baixa permeabilidade aos raios actínicos.
Cálculo
Calcule a porcentagem de beta-caroteno usando
= 2592.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.670: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
124/IV Carotenóides hidromiscíveis (preparações com 10%) – Determinação do teor
de beta-caroteno
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, béquer de 50 mL, funil de separação de
250 mL, pipeta volumétrica de 20 mL, balões volumétricos de 100 e 500 mL, provetas
de 100 e 200 mL e frasco Erlenmeyer de 250 mL.
Reagentes
Éter de petróleo
Acetona
Sulfato de sódio anidro
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 70 mg de amostra, transfira para um balão
volumétrico de 500 mL com auxílio de água, disperse totalmente e complete o volume.
Transfira uma alíquota de 20 mL para um funil de separação, adicione 80 mL de acetona e
agite por 5 min. Adicione 60 mL de éter de petróleo, seguido de água para auxiliar a transferência do pigmento para a fase de éter. Após a separação das fases, descarte a fase inferior.
Lave 3 vezes com aproximadamente 150 mL de água. Recolha em frasco Erlenmeyer contendo sulfato de sódio anidro para retirar gotas de água. Transfira para um balão volumétrico
236 - IAL
Capítulo V - Aditivos
de 100 mL e complete o volume com éter de petróleo. Ajuste o zero do espectrofotômetro
em unidades de absorbância a 448 nm, utilizando éter de petróleo como branco. Meça a
absorbância da amostra em cubeta de 1 cm, a 448 nm.
Nota: os ensaios devem ser realizados com a maior rapidez possível, evitando exposição
demasiada ao ar e à luz. Utilize vidraria de baixa permeabilidade aos raios actinicos.
Cálculo
Calcule a porcentagem de beta-caroteno usando
= 2592.
Referências bibliográficas
TAKAHASHI, M. Y. (coord.). Monografias de corantes naturais para fins alimentícios:
padrões de identidade e qualidade. 2. ed., São Paulo, 1987. 114 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.671: Coletânea de
normas de corantes naturais para fins alimentícios. São Paulo, 1996.
125/IV Edulcorantes – Determinação de acesulfame-K por cromatografia líquida de
alta eficiência
Este método é aplicado para a determinação de acesulfame-K em adoçantes.
Material
Balança analítica, cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector de ultravioleta, coluna analítica Lichrospher 100 RP-18 (5µm) ou equivalente, integrador, balões volumétricos
de 100, 200 e 1000 mL, pipeta de 5 mL, membranas filtrantes descartáveis de 0,45 µm,
bomba de vácuo, sistema de filtração da fase móvel e seringa de vidro de 5 mL.
Reagentes
Metanol grau CLAE
Hidrogenosulfato de tetrabutil amônio - C16H37NO4S
Água ultra-pura
Solução–padrão estoque de acesulfame-K – Pese, com precisão, 100 mg de acesulfame-K e
transfira para balão volumétrico de 200 mL. Dissolva o acesulfame-K em água e complete
o volume.
Solução-padrão de trabalho do acesulfame-K – Pipete 5 mL da solução-estoque para balão
IAL - 237
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Filtre através de membranas filtrantes de 0,45 µm, antes de injetar no cromatógrafo.
Fase móvel: metanol-solução aquosa de hidrogênio sulfato de tetrabutilamônio 0,01M
(35:65) – Pese 3,3954 g de hidrogênio sulfato de tetrabutil amônio e transfira para um
balão volumétrico de 1000 mL. Misture 650 mL da solução com 350 mL de metanol,
homogeneíze, filtre através de membranas de 0,45 µm e degaseifique.
Procedimento – Pese uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente
2,5 mg de acesulfame-K. Dissolva em água e transfira para balão volumétrico de
100 mL, completando o volume com água. Filtre através de membranas filtrantes de
0,45 µm, antes de injetar no cromatógrafo. Ajuste o comprimento de onda do detector
para 227 nm e o fluxo da fase móvel para 0,6 mL/min. Injete 5 µL da solução-padrão
de trabalho no cromatógrafo, ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a
operação em triplicata para verificar a repetitividade. A diferença não deve ser superior a
2%. Injete 5 µL da amostra em triplicata.
Cálculo
Calcule o teor de acesulfame-K na amostra analisada por meio das áreas dos picos obtidos
nos cromatogramas.
Cp = concentração do padrão em mg/mL
Ca = concentração da amostra em mg/mL
Aa= área do pico da amostra
Ap =área do pico do padrão
Referência bibliográfica
H.GROPIETSCH and H.HACHENBERG, Z. Lebensm. Unters. Forsch. 171:41-43,
1980.
126/IV Edulcorantes – Determinação de aspartame por cromatografia líquida de alta
eficiência
Este método é aplicado para a determinação de aspartame, em adoçantes e refrigerantes.
238 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Material
Balança analítica, cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector ultravioleta, coluna
analítica Lichrospher 100 RP-18 (5 µm) ou equivalente, integrador, balões volumétricos
de 100 e 200 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, béquer de 10 mL, provetas de 50 e 100
mL, membranas filtrantes descartáveis de 0,45 µm, bomba de vácuo, pHmetro, sistema de
filtração da fase movel e seringa de vidro de 5 mL.
Reagentes
Acetonitrila grau CLAE
Água ultra-pura
Fosfato de potássio monobásico
Ácido fosfórico
Metanol
Solução-estoque de aspartame – Pese, com precisão, aproximadamente 140 mg de aspartame, transfira para um balão volumétrico de 100 mL e dissolva em metanol ou água com
auxílio do ultra-som, e complete o volume com metanol ou água. O padrão deve ser preparado mensalmente.
Solução-padrão de trabalho de aspartame – Pipete 10 mL da solução-estoque e dilua com
água para um balão volumétrico de 100 mL. Prepare no dia de uso. Filtre através de membranas filtrantes de 0,45 µm, antes injetar no cromatógrafo.
Fase móvel: tampão fosfato pH 3,5-acetonitrila (9:1) – Pese 3,3913 g de fosfato de potássio
monobásico e transfira para balão volumétrico de 2000 mL, dilua em água e acerte o pH
para 3,5 com ácido fosfórico, homogeneíze e complete o volume. Misture 1800 mL desta
solução-tampão com 200 mL de acetonitrila. Homogeneíze, filtre através de membranas de
0,45 µm e degaseifique.
Procedimento – Ajuste o comprimento de onda do detector para 214 nm e o fluxo da fase
móvel para 1,5 mL/min.
Refrigerantes – Degaseifique em ultra-som e passe em membranas filtrantes de 0,45 µm.
Dilua, em água se necessário.
Adoçante líquido e em pó – Pese uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente 14 mg de aspartame, transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Filtre em membranas filtrantes de 0,45 µm. Injete 5 µL da solução–padrão
de trabalho no cromatógrafo ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a
IAL - 239
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
operação em triplicata para verificar a repetitividade. A diferença não deve ser maior que
2%. Injete 5 µL da amostra em triplicata.
Cálculo
Calcule o teor de edulcorante na amostra analisada por meio das áreas dos picos obtidas nos
cromatogramas.
Cp = concentração do padrão em mg/mL
Ca = concentração da amostra em mg/mL
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
Nota: este método também pode ser aplicado para a determinação de ácidos benzóico
e sórbico em bebidas, alterando o comprimento de onda para 234 nm e o fluxo para
2,0 mL/min Neste caso, pese 100 mg dos ácidos benzóico e sórbico para o preparo da
solução-padrão estoque e pipete 5 mL desta solução para um balão volumétrico de 100 mL
e dilua até o volume com água (solução-padrão de trabalho).
Referências bibliográficas
ABREU, R.W.,; OLIVEIRA, I.R.; ZENEBON, O. Quantificação de aspartame por cromatografia líquida de alta resolução (CLAR) em pós para o preparo de sobremesas. Rev.
Inst. Adolfo Lutz, 53(1/2), p. 77-80, 1993.
TYLER, T. A. Liquid Chromatographic Determination of Sodium Saccharin, Caffeine,
Aspartame and Sodium Benzoate in Cola Beverages. J. Assoc. Off. Anal. Chem. 67(4), p.
745-47, 1984.
127/IV Edulcorantes – Determinação de ciclamatos
Faça a determinação conforme o método 258/IV.
128/IV Edulcorantes – Determinação de esteviosídeo por cromatografia líquida de
alta eficiência
Este método é aplicado para a determinação de esteviosídeo em adoçantes.
240 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Material
Balança analítica, cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector de ultravioleta, coluna analítica Lichrospher 100 RP – 18 (5 µm) ou equivalente, integrador, ultra-som, balões
volumétricos de 100 e 1000 mL, pipeta de 10 mL, membranas filtrantes descartáveis de
0,45 µm, bomba de vácuo, seringa de vidro de 5 mL e sistema de filtração de fase móvel.
Reagentes
Metanol grau CLAE
Hidróxido de sódio
Água ultra-pura
Solução-padrão estoque de esteviosídio – Pese, com precisão, 200 mg de esteviosídeo e
transfira para balão volumétrico de 100 mL. Dissolva em água no ultra-som e complete o
volume. Prepare o padrão todo mês.
Solução-padrão de trabalho de esteviosídeo – Pipete 10 mL da solução-estoque para balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Prepare no dia do uso.
Fase móvel: metanol-solução aquosa de hidróxido de sódio 5 mM (65:35) – Pese 0,1125 g
de hidróxido de sódio e transfira para balão volumétrico de 500 mL e complete o volume
com água. Misture 350 mL desta solução com 650 mL de metanol, homogeneíze, filtre
através de membranas de 0,45 µm e degaseifique.
Procedimento – Pese uma quantidade de amostra que contenha, aproximadamente, 20
mg de esteviosídeo. Dissolva em água, transfira para balão volumétrico de 100 mL e complete o volume. Ajuste o comprimento de onda do detector para 210 nm e o fluxo para
1,0 mL/min.Filtre em membranas filtrantes descartáveis de 0,45 µm. Injete 10 µL da
solução-padrão de trabalho no cromatógrafo ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a operação em triplicata para verificar a repetitividade. A diferença não deve
ser maior que 2%. Injete 10 µL da amostra em triplicata.
Cálculo
Calcule o teor de esteviosídeo na amostra analisada por intermédio das áreas dos picos
obtidos nos cromatogramas.
IAL - 241
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cp = concentração do padrão em mg/mL
Ca = concentração da amostra em mg/mL
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
Referência bibliográfica
ALVAREZ, M.; KUSUMOTO, I.T. Análise quantitativa dos glicosídeos edulcorantes da
Stevia rebaudiana e dos seus produtos de hidrólise através da cromatografia líquida de alta
performance (HPLC). Arq. Biol. Tecnol. 30 (2), p. 337-348, 1987.
129/IV Edulcorantes – Determinação de polióis (manitol e sorbitol) por cromatografia líquida de alta eficiência
Este método é aplicado para a determinação de manitol e sorbitol em adoçantes. Estes edulcorantes são separados em uma coluna de divinil estireno amina, eluídos com água
e detectados por diferença dos índices de refração.
Material
Balança analítica, cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector de índice de refração, coluna analítica Bio-Rad Aminex HPX-87C – 4,0 x 250 mm ou equivalente, integrador, béquer de 10 mL, balão volumétrico de 50 mL, bastão de vidro, funil de vidro,
membranas filtrantes descartáveis de 0,45 µm, bomba de vácuo, sistema de filtração da fase
móvel e seringa de vidro de 5 mL.
Reagentes
água ultra-pura
Solução-padrão de trabalho de manitol ou sorbitol – Inicialmente, coloque aproximadamente 300 mg de sorbitol em dessecador com sílica por 24 horas. Utilize um pesa-filtro
contendo cloreto de cálcio anidro no interior da balança analítica por 15 minutos antes de
pesar o sorbitol. Para o manitol, seque-o a 105°C por 4 horas. Pese, com precisão, em
um béquer de 10 mL, 0,24 g de sorbitol ou manitol. Transfira para balão volumétrico
de 50 mL, dissolva em água e complete o volume. Filtre através de membranas filtrantes de 0,45 µm, antes de injetar no cromatógrafo.
Fase móvel – Água ultra-pura
Procedimento – Ajuste a temperatura da coluna para 65°C e o fluxo da fase móvel para 0,4
242 - IAL
Capítulo V - Aditivos
mL/min, estabilize o detector de índice de refração. Pese uma quantidade de amostra que
contenha aproximadamente 0,24 g de sorbitol ou de manitol. Dissolva em água e transfira
para balão volumétrico de 50 mL, completando o volume. Filtre através de membranas
filtrantes de 0,45 µm, antes de injetar no cromatógrafo. Injete 5 µL da solução-padrão de
trabalho no cromatógrafo ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a operação em triplicata para verificar a repetitividade. A diferença não deve ser maior que 2%.
Injete 5 µL da amostra em triplicata.
Cálculo
Calcule o teor de poliol na amostra analisada por meio das áreas dos picos obtidos nos
cromatogramas.
Cp = concentração do padrão em mg/mL
Ca = concentração da amostra em mg/mL
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
Referência bibliográfica
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX. Food Chemicals Codex. 4. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1996. p. 773-774.
130/IV Edulcorantes – Determinação de sacarina por cromatografia líquida de alta
eficiência
Este método é aplicado para a determinação de sacarina em adoçantes.
Material
Balança analítica, cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector ultravioleta, coluna
analítica Lichrospher 100 RP-18 (5 µm) ou equivalente, integrador, pipeta volumétrica
de 10 mL, béquer de 10 mL, balões volumétricos de 200, 250 e 2000mL , provetas de
50 e 100 mL, membranas filtrantes descartáveis de 0,45 µm, bomba de vácuo, sistema de
filtração da fase móvel e seringa de vidro de 5 mL.
IAL - 243
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Acetonitrila grau CLAE
Água ultra-pura
Fosfato de potássio monobásico
Ácido fosfórico
Solução-padrão estoque de sacarina – Pese, com precisão, 100 mg de sacarina transfira para
balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão de trabalho de sacarina – Pipete 4 mL da solução-estoque e dilua com água
para balão volumétrico de 200 mL. Filtre através de membranas filtrantes de 0,45 µm, antes
de injetar no cromatógrafo.
Fase móvel: tampão fosfato pH 3,5-acetonitrila (9:1) – Pese 3,3913 g de fosfato de potássio
monobásico e transfira para balão volumétrico de 2000 mL, dilua em água e acerte o pH
para 3,5 com ácido fosfórico, homogeneíze e complete o volume. Misture 1800 mL da
solução-tampão com 200 mL de acetonitrila, homogeneíze, filtre através de membranas de
0,45 µm e degaseifique.
Procedimento – Ajuste o comprimento de onda do detector para 214 nm e o fluxo da fase
móvel para 0,4 mL/min. Pese uma quantidade de amostra que contenha aproximadamente 1,6 mg de sacarina. Dissolva em água e transfira para balão volumétrico de 200 mL.
Filtre em membranas filtrantes de 0,45 µm. Injete 5 µL da solução-padrão de trabalho
no cromatógrafo ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a operação em
triplicata para verificar a repetitividade. A diferença não deve ser maior que 2%. Injete 5 µL
da amostra em triplicata.
Cálculo
Cp = concentração do padrão em mg/mL
Ca = concentração da amostra em mg/mL
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
244 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Referência bibliográfica
ABREU, R.W., OLIVEIRA, I.R.; ZENEBON, O. Quantificação de aspartame por cromatografia líquida de alta resolução (CLAR) em pós para o preparo de sobremesas. Rev. Inst.
Adolfo Lutz, 53 (1/2), p. 77-80, 1993.
131/IV Edulcorantes – Determinação de sucralose por cromatografia líquida de alta
eficiência
Este método é aplicado para a determinação da sucralose pura e em adoçantes.
Material
Balança analítica, cromatógrafo líquido de alta eficiência com detector de índice de refração, coluna analítica (Lichrospher 100 RP-18 ou equivalente), integrador, membranas
filtrantes descartáveis de 0,45 µm de diâmetro de poro ou equivalente, filtros descartáveis
de 0,45 µm de diâmetro de poro ou equivalente, bomba de vácuo para filtração da fase móvel, balões volumétricos de 25 e 1000 mL, proveta de 200 mL, seringas de vidro de 5 mL,
sistema de filtração de fase móvel (Millipore ou equivalente).
Reagentes
Acetonitrila grau CLAE
Água ultra pura
Padrão analítico de sucralose
Fase móvel – Adicione 150 mL de acetonitrila a 850 mL de água. Homogeneíze, filtre
através de membranas de 0,45 µm e degaseifique.
Solução-padrão – Pese, com precisão, 100 mg de sucralose em um balão volumétrico de
100 mL. Dissolva e complete o volume com a fase móvel. Filtre com filtros de 0,45 µm.
Procedimento – Pese uma quantidade da amostra que contenha aproximadamente
100 mg de sucralose. Transfira para balão volumétrico de 100 mL, dissolva e complete
o volume com a fase móvel. Filtre com filtros de 0,45 µm. Ajuste o fluxo da fase móvel
para que o tempo de retenção da sucralose esteja em torno de 9 minutos (geralmente 1,5
mL/min). Trabalhe em temperatura ambiente. Injete 20 µL do padrão no cromatógrafo
ajustado às condições experimentais estabelecidas. Efetue a operação em triplicada para
verificar a repetitividade. A diferença não deve ser maior que 2%. Injete 20 µL da amostra
em triplicata.
IAL - 245
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
Calcule o teor de edulcorante na amostra analisada por meio das áreas dos picos obtidos
nos cromatogramas.
Cp = concentração do padrão em mg/mL
Ca = concentração da amostra em mg/mL
Aa = área do pico da amostra
Ap = área do pico do padrão
Referência bibliográfica
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX Food Chemicals Codex. 4. ed;
Washington D. C.: National Academic Press, 1996. p. 398-399.
132/IV Espessantes – Extração de gomas em alimentos
As gomas podem ser identificadas em formulações de aditivos ou em alimentos nos
quais é permitido seu uso, com reações características e diferentes reagentes.
Material
Balança semi-analítica, centrífuga, banho-maria, provetas graduadas de 50, 100 e 200 mL,
pipeta graduada de 1 mL, béqueres de 100, 250 e 500 mL, balão volumétrico de 100 mL,
tubo de centrífuga e vidro de relógio.
Reagentes
Dioxano
Álcool
Éter
Ácido tricloroacético
Cloreto de sódio
Solução de ácido tricloroacético a 50% m/v – Dissolva 50 g de ácido tricloroacético em
água suficiente para 100 mL.
Solução aquosa saturada de cloreto de sódio – Utilize o sobrenadante.
246 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Procedimento – Pese 50 g da amostra. Adicione 150 mL de dioxano, coloque em tubo de centrifuga e extraia usando centrifugação a 1800 rpm para separar o solvente. Extraia novamente o resíduo
com 30 mL de éter, agitando vigorosamente. Decante o éter. Seque o resíduo em banho-maria. Adicione 50 mL de água a 80°C. Agite vigorosamente a fim de dispersar o resíduo. Adicione 20 mL de
ácido tricloroacético a 50%. Agite. Centrifugue a 1200 rpm, durante 10 minutos. Decante a solução
através de papel de filtro para outro tubo de centrifugação. Adicione 100 mL de álcool e 1 mL da
solução saturada de cloreto de sódio. Deixe em repouso durante a noite. Havendo formação de precipitado, há presença de goma. Decante. Purifique o precipitado dissolvendo novamente em 30 mL de
água a 80°C e reprecipite com álcool e solução saturada de cloreto de sódio. Decante, despreze o álcool
e redissolva o precipitado em água a 80°C, resfrie, e use esta solução para as reações de identificação.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 121.
133/IV Espessantes – Extração de gomas em formulações de aditivos
Material
Balança semi-analítica, banho-maria, provetas graduadas de 50, 100 e 200 mL, pipeta
graduada de 1 mL, béquer de 500 mL e vidro de relógio.
Reagentes
Álcool
Cloreto de sódio
Solução aquosa saturada de cloreto de sódio – Utilize o sobrenadante.
Procedimento – Pese 10 g da amostra, aumentando ou diminuindo essa quantidade se
o teor de goma for menor ou maior que 1% e dissolva em 100 mL de água a 80°C em um
béquer de 500 mL. Adicione, com agitação, 1 mL de solução saturada de cloreto de sódio
e 300 mL de álcool. Se houver precipitação, indica a presença de gomas. Deixe em repouso
durante a noite, cobrindo o béquer com vidro de relógio. Decante. Purifique o precipitado
redissolvendo em 100 mL de água a 80°C, e reprecipitando com álcool e solução saturada
de cloreto de sódio como anteriormente. Decante, despreze a fase alcoólica, redissolva o
precipitado em água a 80°C, resfrie, e use esta solução para as reações de identificação.
IAL - 247
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
134/IV Espessantes – Identificação de goma guar
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio, pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Solução de bórax a 4% m/v
Solução de ácido tânico a 10% m/m
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 0132/IV
ou 0133/IV ou a 5 mL de uma solução a 0,5 % m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
bórax. A formação de um gel confirma a presença de goma guar.
2. Adicione 2 mL de solução de ácido tânico a 10% m/v e visualize a formação de um
precipitado.
Referências bibliográficas
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R.
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, São Paulo, ano 13, n. 1,
p. 21-24, 2003.
135/IV Espessantes – Identificação de goma carragena (musgo irlandês)
Material
Balança semi-analítica, estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio, pipetas graduadas de
1 e 5 mL, balão volumétrico de 100 mL e proveta de 100 mL.
Reagentes
Cloreto de bário
Azul de metileno
Solução aquosa saturada de cloreto de bário – Utilize o sobrenadante.
Solução aquosa de azul de metileno a 0,5% m/v.
248 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 0132/IV
ou 0133/IV ou a 5 mL de uma solução a 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução
saturada de cloreto de bário. Há a formação de um precipitado branco gelatinoso.
2. Adicione algumas gotas de azul de metileno a 0,5%.m/v. A precipitação de fibras coloridas
de púrpura indica a presença de goma carragena.
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS. Food Chemicals Codex. 3. ed;
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 74.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press.
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R.
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24,
2003.
136/IV Espessantes – Identificação de goma arábica (acácia)
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio e pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Sub-acetato de chumbo
Indicador vermelho congo
Solução aquosa de sub-acetato de chumbo – Triture 14 g de monóxido de chumbo com
10 mL de água, transfira para um frasco lavando com mais 10 mL de água. Dissolva
22 g de acetato de chumbo em 70 mL de água e adicione esta solução na mistura
de monóxido de chumbo. Agite vigorosamente por cinco minutos. Guarde esta mistura
durante sete dias, agitando freqüentemente. Filtre para um balão volumétrico de 100 mL,
lave o filtrado com água, esfrie e complete o volume com água recentemente fervida. Dilua
3,25 mL desta solução em 100 mL de água recentemente fervida.
Solução aquosa de indicador vermelho congo a 0,5% m/v.
IAL - 249
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 132/IV
ou 133/IV ou a 5 mL de uma solução a 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
sub-acetato de chumbo. Forma-se um precipitado branco floculento.
2. Adicione algumas gotas de solução de vermelho congo. Forma-se um precipitado fino
azul-escuro.
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 3. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 7, 561.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R. Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24, 2003.
137/IV Espessantes – Identificação de alginato de sódio
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio e pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Cloreto de cálcio
Solução de acido sulfúrico 4 M
Solução de cloreto de cálcio (CaCl2.2H2O) a 7,5% m/v
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 132/IV
ou 133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL da solução de
cloreto de cálcio. Forma-se um gel levemente branco.
2. Adicione 2 mL de solução de ácido sulfúrico. Forma-se um gel.
250 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 3. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 274.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R. Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13 ,n. 1, p. 21-24,
2003.
138/IV Espessantes – Identificação de goma Konjak
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio e pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Solução de bórax a 4% m/v
Solução de hidróxido de potássio a 10% m/v
Procedimentos
1. Em um tubo de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 132/
IV ou 133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
bórax a 4% m/v. Forma-se um precipitado.
2. Adicione 2 mL de solução de hidróxido de potássio. Forma-se um gel rígido.
Referências bibliográficas
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R.
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24,
2003.
IAL - 251
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
139/IV Espessantes – Identificação de agar-agar
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio, pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Solução de sub-acetato de chumbo, triture 14 g de monóxido de chumbo com 10 mL de
água, transfira para um frasco, lavando com mais 10 mL de água. Dissolva 22 g de acetato
de chumbo em 70 mL de água e adicione esta solução na mistura de óxido de chumbo. Agite vigorosamente por 5 minutos. Guarde esta mistura durante 7 dias, agitando freqüentemente. Filtre, para um balão volumétrico de 100 mL, lave o filtrado com água, esfrie
e complete o volume com água recentemente fervida. Dilua 3,25 mL desta solução em
100 mL de água recentemente fervida.
Solução de indicador vermelho congo a 0,5% m/v.
Solução de azul de metileno a 1 % m/v
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 132/IV
ou 133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
solução de sub-acetato de chumbo. Forma-se um precipitado floculento com gel.
2. Adicione algumas gotas de solução de indicador vermelho-congo. Forma-se um
precipitado fino azul-escuro.
3. Adicione algumas gotas de solução de azul de metileno a 1% m/v. Forma-se um precipitado
de cor púrpura.
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 3. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 74, 561.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R.
252 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24,
2003.
140/IV Espessantes – Identificação de goma jataí
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio, pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Solução de bórax a 4% m/v
Solução de acetato de chumbo a 20% m/v – Dissolva o sal em água, aqueça até a ebulição,
esfrie e utilize a solução sobrenadante.
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 0132/IV
ou 0133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
solução de bórax. Forma-se um gel.
2. Adicione 2 mL de solução de acetato de chumbo. Forma-se um precipitado floculento
branco.
Referências bibliográficas
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R.
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24,
2003.
141/IV Espessantes – Identificação de carboximetilcelulose
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio e pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
IAL - 253
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Solução aquosa de sulfato cúprico a 12,5% m/v
Solução aquosa de acetato de chumbo a 20% m/v – Dissolva o sal em água, aqueça até a
ebulição, esfrie e utilize a solução sobrenadante.
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 132/IV
ou 133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
sulfato cúprico. Forma-se um precipitado branco-azulado.
2. Adicione 2 mL de solução de acetato de chumbo. Forma-se um gel floculento.
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 3. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 280.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A.; MICHELATO, S.R.
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24,
2003.
142/IV Espessantes – Identificação de pectina
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio e pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Solução de cloreto de cálcio a 7,5% m/v
Solução de acetato de chumbo a 20% m/v – Dissolva o sal em água, aqueça até a ebulição,
esfrie e utilize a solução sobrenadante.
254 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Solução saturada de cloreto de bário – Utilize o sobrenadante.
Solução de sulfato cúprico a 12,5% m/v
Procedimentos
1. Em um tubo de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 132/
IV ou 133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
acetato de chumbo. Forma-se um gel.
2. Adicione 2 mL de solução de cloreto de cálcio. Forma-se um gel.
3. Adicione 2 mL de solução saturada de cloreto de bário. Formam-se partículas floculentas
em suspensão.
4. Adicione 2 mL de solução de sulfato cúprico a 12,5% m/v. Formam-se partículas brancas
em suspensão.
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 3. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 280.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, A. I.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A; MICHELATO, S.R.
Análise de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24,
2003.
143/IV Espessantes – Identificação de goma xantana
Material
Estante para tubos de ensaio, tubos de ensaio e pipetas graduadas de 1 e 5 mL.
Reagentes
Solução de sub-acetato de chumbo – Triture 14 g de monóxido de chumbo com 10 mL
de água, transfira para um frasco, lavando com mais 10 mL de água. Dissolva 22 g de
IAL - 255
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
acetato de chumbo em 70 mL de água e adicione esta solução na mistura de óxido de
chumbo. Agite vigorosamente por 5 minutos. Guarde esta mistura durante 7 dias, agitando
freqüentemente. Filtre, para um balão volumétrico de 100 mL, lave o filtrado com água,
esfrie e complete o volume com água recentemente fervida. Dilua 3,25 mL desta solução
em 100 mL de água recentemente fervida.
Solução aquosa de acetato de chumbo a 20% m/v – Dissolva o sal em água, aqueça até a
ebulição, esfrie e utilize a solução sobrenadante.
Procedimentos
1. Em tubos de ensaio contendo aproximadamente 10 mL do extrato obtido em 0132/IV
ou 0133/IV ou a 5 mL de uma solução 0,5% m/v da goma, adicione 2 mL de solução de
acetato de chumbo. Forma-se um gel floculento.
2. Adicione 2 mL de solução de sub-acetato de chumbo. Forma-se um gel.
Referências bibliográficas
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 3. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 7, 561.
GLICKSMAN, M. Gum Technology in the Food Industry. New York: Academic Press,
1969. 590 p.
KIMURA, I.A.; ALABURDA, J.; MARTINS, M.S.; DIAS, N.A; MICHELATO, S.R. Análise
de gomas em aditivos alimentares. Bol. Inst. Adolfo Lutz, ano 13, n. 1, p. 21-24, 2003.
144/IV Estabilizantes – Determinação de fosfatos, em P2O5, por gravimetria
Em amostras de aditivos contendo tripolifosfatos, hexametafosfatos, pirofosfatos,
etc., pode-se fazer a determinação do teor de fósforo (em P2O5) por meio de técnica gravimétrica ou colorimétrica (espectrofotometria na região do visível). Quando o teor de P2O5
for superior a 50%, recomenda-se utilizar o método gravimétrico.
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, chapa elétrica, bomba para filtração a vácuo, estufa, béqueres
de 250, 400 e 600 mL, funil de vidro, provetas graduadas de 50, 100 e 250 mL, vidro de relógio, balões
volumétricos de 500 e 1000 mL, frasco Erlenmeyer de 500 mL, pipetas volumétricas de 5,
256 - IAL
Capítulo V - Aditivos
20 e 25 mL, cadinho filtrante de vidro com capacidade de 30 mL e porosidade fina (n°4)
e kitassato de 500 mL.
Reagentes
Ácido nítrico
Molibdato de sódio
Ácido cítrico
Quinolina sintética
Acetona
Solução de Quimociac – Dissolva 70 g de molibdato de sódio (Na2MoO4.2H2O) em 150
mL de água (solução A). Dissolva 60 g de ácido cítrico numa mistura de 85 mL de ácido
nítrico e 150 mL de água e deixe esfriar (solução B). Gradualmente, adicione a solução A na
solução B, com agitação, para produzir a solução C. Dissolva 5 mL de quinolina sintética
numa mistura de 35 mL de ácido nítrico e 100 mL de água (solução D). Gradualmente,
adicione a solução D na solução C, misture bem e deixe em repouso uma noite. Filtre a
mistura recolhendo em um balão volumétrico de 1000 mL, adicione 280 mL de acetona no
filtrado, complete o volume e homogeneíze. Guarde em frasco de polietileno.
Procedimento – Pese, com precisão, 800 mg da amostra num béquer de 400
mL. Adicione 100 mL de água e 25 mL de ácido nítrico e tampe com um vidro de
relógio. Ferva por 10 minutos numa chapa elétrica. Lave o vidro de relógio recolhendo a água de lavagem no béquer e esfrie a solução até a temperatura ambiente. Transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 500 mL, complete o volume com água e homogeneíze. Transfira uma alíquota de 20 mL num frasco
Erlenmeyer de 500 mL, adicione 100 mL de água e aqueça até a ebulição. Adicione,
com agitação, 50 mL de solução de Quimociac, cubra com vidro de relógio e ferva por
1 minuto dentro de uma capela. Esfrie até a temperatura ambiente, agitando de vez em
quando, durante o resfriamento. Filtre em um cadinho de vidro de placa porosa nº 4,
previamente tarado a 225°C, e lave o precipitado com 5 porções de 25 mL de água. Seque
na estufa a 225°C por 30 minutos, esfrie e pese.
Cálculo
Cada mg de precipitado obtido é equivalente a 32,074 µg de P2O5.
Referência bibliográfica
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS. Food Chemicals Codex. 3. ed.,
IAL - 257
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Washington D.C.: National Academic Press, 1981. p. 370.
145/IV Estabilizantes – Determinação de fosfatos, em P2O5, por espectrofotometria
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, banho de areia, béqueres de 50 e 400 mL,
tubos de ensaio, balões volumétricos de 10, 100, 250, 500 e 1000 mL, pipeta graduada de
5 mL e pipetas volumétricas de 5 e 50 mL.
Reagentes
Fosfato ácido de potássio
Molibdato de amônio
Vanadato de amônio
Ácido nítrico
Ácido sulfúrico
Solução-padrão de fosfato – Dissolva 0,9587 g de fosfato ácido de potássio (KH2PO4),
previamente seco em estufa a 105°C por 1 hora, em água e transfira para um balão
volumétrico de 500 mL e complete o volume. Transfira 50 mL para um balão volumétrico
de 250 mL e complete o volume com água (1 mL desta solução contém 0,2 mg de P2O5).
Reagente e vanado-molibdato de amônio – Dissolva, separadamente, 20 g de molibdato de
amônio, (NH4)6Mo7O24.4H2O, em água quente e 1 g de vanadato de amônio (NH4VO3)
também em água quente, filtrando se necessário. Misture as soluções, acidifique com
140 mL de ácido nítrico e dilua para 1 litro.
Procedimento – Em um tubo de ensaio, pese uma quantidade de amostra cuja concentração final de P2O5 esteja dentro dos valores da curva-padrão. Adicione 4 gotas de ácido
sulfúrico e 2 mL de ácido nítrico. Faça um branco dos reagentes. Aqueça em banho de areia
até completa carbonização da amostra. Faça as diluições necessárias e transfira uma alíquota
para um balão volumétrico de 10 mL. Adicione 2,5 mL de vanado-molibdado de amônio
em cada balão, complete o volume com água e espere 10 minutos. Ajuste o zero do espectrofotômetro, em unidades de absorbância a 420 nm, utilizando um branco contendo
2,5 mL de vanado-molibdato de amônio em 10 mL de água e cubetas de 1 cm. Determine a absorbância a 420 nm usando o branco dos reagentes e determine a quantidade de
P2O5 correspondente, utilizando a curva-padrão previamente estabelecida.
258 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Preparação da curva-padrão – Coloque em uma série de balões volumétricos de 10 mL,
volumes da solução-padrão equivalente aos valores entre 0,02 e 0,4 mg de P2O5 em 10
mL. Adicione 2,5 mL de vanado-molibdato de amônio em cada balão, complete o volume
com água e espere 10 minutos. Determine a absorbância a 420 nm usando o branco dos
reagentes à temperatura ambiente. Construa o gráfico concentração de fosfato em mg/10
mL x absorbância.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p 33.
146/IV Estabilizantes – Determinação de fluoretos em fosfatos por potenciometria
O método destina-se à determinação de fluoretos em fosfatos utilizados como aditivos para alimentos, por potenciometria direta, utilizando eletrodo seletivo de íon fluoreto. O método baseia-se na destilação prévia do íon fluoreto na amostra, para eliminar
a matriz interferente, e posterior determinação deste íon por potenciometria direta, com
eletrodo seletivo de fluoreto. Alguns cátions como Al3+, Fe3+, Si4+ e outros polivalentes
interferem na determinação de fluoretos, uma vez que formam complexos. O grau de
complexação depende da constante de formação do complexo, da concentração do agente complexante, da concentração total do íon fluoreto, do pH e da força iônica total da
solução. Os ânions, de maneira geral, não interferem na resposta do eletrodo seletivo
de fluoreto, com exceção do íon hidroxila. Alguns ânions, como CO32- ou PO43-, não
interferem diretamente na leitura do eletrodo, porém aumentam a concentração de OHdo meio, tornando assim necessária a destilação da amostra. O pH da solução de leitura
também é um parâmetro importante e deve estar entre 5,0 e 5,5, pois abaixo desse valor
ocorre a formação de HF não dissociado e do íon HF2 e, acima desse pH, ocorre a interferência devido ao íon OH . Por esse motivo, é necessário adicionar tanto aos padrões
quanto às amostras, no momento da determinação potenciométrica de fluoretos, uma
alíquota adequada de uma solução de TISAB, a fim de manter a força iônica elevada, o
íon fluoreto livre em solução e o pH da solução ajustado.
Material
Analisador de íons (potenciômetro para uso com eletrodo seletivo), eletrodo seletivo de
fluoreto combinado, agitador magnético, balança analítica, manta elétrica aquecedora, termômetro, suportes, garras, condensador de Liebig, balão de fundo redondo de 125 mL
com saída lateral (para destilação), alonga para destilação, funil de separação tipo pêra de
125 mL com haste alongada, balões volumétricos de 1000, 200, 100 e 50 mL, pipetas voIAL - 259
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
lumétricas, béqueres de polietileno.
Limpeza da vidraria – Para evitar contaminação da amostra e diminuir o valor do branco, o
balão de destilação deve passar pelo seguinte procedimento de limpeza: lave com solução de
hidróxido de sódio a 10%, a quente e enxágüe com água destilada e deionizada. Coloque no
balão 15 a 20 mL de ácido sulfúrico (1:2) e aqueça até o desprendimento de fumaça (usar a
capela). Esfrie, descarte o ácido, trate o balão novamente com solução de hidróxido de sódio
a 10% e enxágüe bem com água.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Solução de hidróxido de sódio a 10% m/v
Ácido 1,2-diaminociclohexano-N,N,N’N’-tetracético - C14H22N2O8.H2O (Titriplex IV)
Solução-padrão estoque de fluoreto 100 mg/L – Pese 221 mg de fluoreto de sódio anidro,
transfira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água. Estoque
esta solução em frasco de polietileno.
Solução-padrão estoque intermediária de fluoreto 10 mg/L – Prepare, a partir da soluçãopadrão estoque, diluindo com água destilada e desmineralizada. Estoque em frasco de polietileno.
Solução de TISAB – Pese 58 g de cloreto de sódio, transfira para um balão volumétrico de
1000 mL, adicione 57 mL de ácido acético glacial, 4 g de titriplex IV, ajuste o pH desta
solução a 5,0-5,5 com solução de hidróxido de sódio 5 M e complete o volume com água.
Nota: a água utilizada para o preparo de todas as soluções deve ser destilada e deionizada.
Procedimento – Transfira 8 g da amostra previamente homogeneizada, 10 mL de ácido
sulfúrico concentrado, 30 mL de água e algumas pérolas de vidro para um balão de destilação conectado a um condensador de Liebig. Na boca do balão adapte uma rolha pela
qual se introduz um funil de separação (com haste alongada para que o gotejamento seja
lento e próximo à solução) e um termômetro, o qual deve estar mergulhado na solução.
Coloque o balão na manta de aquecimento para fazer a destilação e recolha o destilado
em frasco plástico. Durante a destilação, quando a temperatura atingir 140°C, adicione
água lentamente através do funil de separação para manter a temperatura entre 130 e
140°C. Destile durante 3 horas contadas a partir do momento em que a temperatura
atingiu 140°C, ou até que o volume do destilado esteja próximo de 200 mL. Transfira o
destilado quantitativamente para balão volumétrico de 200 mL, complete o volume com
260 - IAL
Capítulo V - Aditivos
água e em seguida transfira para um frasco de polietileno. Ajuste o aparelho analisador de
íons e, calcule o slope do eletrodo, conforme o recomendado no manual do fabricante. Em
balão volumétrico de 50 mL, pipete uma alíquota adequada da amostra (de tal forma que
a leitura esteja compreendida na curva-padrão) e 15 mL de TISAB. Complete o volume
com água desmineralizada. Transfira para béqueres de polietileno. Faça a leitura da concentração, mantendo as mesmas condições experimentais da curva-padrão.
Teste do eletrodo (cálculo do slope) – Calcule o slope da maneira recomendada no
manual do eletrodo. O slope (tangente de curva log [ F- ] x E), corresponde à variação
do potencial (E) quando a concentração do fluoreto varia 10 vezes.
Curva-padrão – Pipete, em balões volumétricos de 50 mL, alíquotas adequadas da
solução-padrão estoque de fluoreto. As concentrações podem variar de acordo com
a sensibilidade e a faixa linear de trabalho do equipamento. A cada balão adicione
15 mL de TISAB e complete o volume com água deionizada. Transfira as soluçõespadrão para béqueres de polietileno e faça a leitura da concentração, sob agitação não
turbulenta.
Notas
As soluções-padrão devem ser preparadas no momento da leitura.
Lave o eletrodo com água entre cada leitura e enxágüe-o com a próxima solução a ser lida.
Cálculo
c = concentração de fluoretos na solução de leitura, em mg/L
V = volume do destilado, em mL
V1 = volume do balão de leitura, em mL
V2 = alíquota da amostra utilizada para leitura, em mL
m = massa da amostra, em g
Limite de quantificação do equipamento = 0,1 mg/L
Limite de quantificação do método = 5 mg/kg (levando em consideração a diluição da
amostra)
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th, Arlington: A.O.A.C.,
1996, chapter 9. p. 11-15.
IAL - 261
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
COMMITEE ON CODEX SPECIFICATIONS Food Chemicals Codex. 4. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1996. p. 758-760.
147/IV Estabilizantes – Determinação de mono e diglicerídios e glicerol livre
Os mono e diglicerídios são formados por uma mistura de mono, di e triésteres
de glicerol com ácidos graxos comestíveis. Este método determina somente o teor de
monoéster, podendo ser utilizado em produtos puros ou em formulações. Quando
estiver em mistura com gomas estas devem ser separadas por filtração antes da etapa da
extração.
O princípio do método analítico para determinação de mono e diglicerídios e glicerol livre está baseado nas seguintes reações químicas:
O
\\
H2C-O-C-C17H35
|
H-C-OH
+
|
H2C-OH
H5IO6
→
O
\\
H2C-O-C-C17H35
H
|
\
H-C=O
+ C=O + HIO3 + 3H2O
/
H
monoestearato de glicerila
(extrato orgânico)
H2 C-OH
|
H-C-OH
|
H2C-OH
+
H
/
2 H5IO6 → C=O
\
H
H
\
+
C=O + 2 HIO3 + 6 H2O
|
C=O
H
glicerol (extrato aquoso)
Na titulação acontecem as seguintes reações:
H5IO6 + HIO3 + 12KI + 12CH3COOH → 7I2 + 9H2O + 12CH3COOK (amostra)
H5IO6 + 7KI + 7 CH3COOH → 4I2 + 6 H2O + 7 CH3COOK (branco)
2Na2S2O3 + I2 → Na2S4O6 + 2NaI (titulação)
262 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, banho-maria, papel de filtro (se necessário), béquer
de 50 mL, bastão de vidro, proveta de 50 mL, funil de separação tipo pêra de 250 mL, pipetas
graduadas de 5, 10 e 20 mL, pipetas volumétricas de 25 ou 50 mL, frasco Erlenmeyer de
250 mL com tampa, bureta de 25 ou 50 mL e funil de vidro, se necessário.
Reagentes
Tiossulfato de sódio
Acetato de etila
Sulfato de sódio
Ácido acético glacial
Ácido periódico H5IO6
Iodeto de potássio
Amido
Solução de Na2S2O3 0,4 M
Solução de amido 0,5% m/v
Solução de sulfato de sódio a 10% m/v – Dissolva 100 g de Na2SO4 em água suficiente
para 1000 mL.
Solução de ácido acético e periódico – Dissolva 11 g de ácido periódico em 200 mL de água
e complete o volume para 1000 mL com ácido acético.
Solução de iodeto de potássio a 25% m/v – Dissolva 25 g de KI em água suficiente para
100 mL.
Procedimento -- Pese, com precisão, em um béquer de 50 mL, certa quantidade de amostra calculada de acordo com a seguinte fórmula: massa de amostra = 30/% de monoéster
esperado na amostra.
Dissolva a amostra com pequenos volumes de acetato de etila, triturando-a após cada
adição com bastão de vidro. Transfira cada um dos volumes do sobrenadante para um
funil de separação, filtrando se necessário, até a dissolução total dos monoglicerídios
em 50 mL do solvente. Extraia com três porções de 15 mL de Na2SO4 a 10% agitando
vigorosamente após cada adição e colete o extrato aquoso, da camada inferior do funil
de separação, em um frasco Erlenmeyer de 250 mL com tampa. Receba o extrato em
acetato de etila da camada superior, em outro frasco Erlenmeyer. Lave o funil de separação
IAL - 263
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
com duas porções de 5 mL de ácido acético, recebendo-as no frasco Erlenmeyer com
o extrato em acetato de etila. Prepare uma prova em branco com 50 mL de acetato de
etila e 10 mL de ácido acético em um terceiro frasco Erlenmeyer. Adicione 50 mL de
solução de ácido acético-periódico nos três frascos Erlenmeyer, tampe-os, agite-os bem
e coloque-os em banho-maria por 45 minutos no escuro, em temperatura não superior
a 50°C. Após este tempo, retire os respectivos frascos do banho-maria, adicione 10 mL
de solução de KI a 25% em cada um e titule-os com solução de Na2S2O3 0,4 M, usando
amido como indicador.
Nota: no caso de se usar 25 mL de solução de ácido acético-periódico e titular com bureta
de 25 mL, utilize metade da massa calculada acima.
Cálculo
Nota: utilize os fatores 2,68 e 2,99, para expressar o resultado, respectivamente, em
α-monoacetato de glicerila e α-monoestearato de sorbitana
Nota: utilize os fatores 1,52 e 1,21, para expressar o resultado, respectivamente, em
propilenoglicol livre e sorbitol livre
B= mL de Na2S2O3 0,4 M, gastos na prova em branco.
A= mL de Na2S2O3 0,4 M, gastos na titulação da amostra
f = fator da solução de Na2S2O3 0,4 M
P= massa da amostra
Referência bibliográfica
CRAM, D.J.; HAMMOND, G.S. Organic Chemistry, Mc Graw-Hill Book Company
Inc. 1964. p. 546-547.
148/IV Realçador de sabor – Identificação de glutamato de sódio
Material
Pipeta de 1 mL, proveta de 50 mL, béquer de 100 mL, banho-maria, balança analítica e
balão volumétrico de 100 mL.
264 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Reagentes
Ninidrina (tricetohidrindeno hidratado) – Dissolva 200 mg de tricetohidrindeno hidratado
(C9H4O3 H2O) em água até 100 mL. Prepare a solução no dia do uso.
Acetato de sódio
Procedimento – A 1 mL da solução aquosa da amostra diluída em 1:30 (em glutamato de
sódio), adicione 1 mL de ninidrina e 100 mg de acetato de sódio e aqueça em banho-maria
por 10 min. Uma intensa cor violeta azulada é formada.
Referência bibliográfica
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX. Food Chemicals Codex. 4. ed.,
Washington D.C.: National Academic Press, 1996. p. 260.
149/IV Identificação de bromatos pelo método direto
O bromato é identificado direta ou indiretamente em preparados para produtos de
panificação, melhoradores de farinha ou outras formulações de aditivos para panificação.
Material
Balança semi-analítica, agitador magnético, barra magnética, rotavapor, placas para cromatografia em camada delgada de sílica gel 60G, papel de filtro qualitativo, béqueres de 100,
250 e 1000 mL, bastão de vidro, funil de vidro, provetas de 25, 50 e 200 mL, tubo capilar
de vidro para cromatografia, cuba de vidro para cromatografia e pulverizador.
Reagentes
Butanol
Propanol
Álcool
Orto-tolidina
Sulfato de zinco
Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio
Bromato de potássio
Solução de bromato de potássio a 1% m/v.
IAL - 265
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Solução de orto-tolidina a 0,02% em álcool
Solução de ácido clorídrico em álcool na proporção 25:65
Solução de sulfato de zinco 20 g/L.
Solução de hidróxido de sódio 0,4 M
Antiespumante: por exemplo, dimetil silicone
Procedimento - Para amostras sólidas ou em pastas, siga o procedimento: transfira 200 mL
da solução de sulfato de zinco 20 g/L para um béquer de 1000 mL. Agite em agitador magnético com velocidade constante. Adicione aproximadamente 50 g da amostra, mantendo a agitação.
Adicione 50 mL da solução de hidróxido de sódio 0,4 M. Continue agitando por mais 15 minutos.
Filtre em papel de filtro qualitativo. Concentre o filtrado em rotavapor com temperatura não superior
a 70°C. Adicione, se necessário, uma gota de antiespumante ao filtrado. Reduza até um volume inferior a 50 mL. Aplique o concentrado, paralelamente ao padrão, em placa de camada delgada de sílica
gel 60 G, numa cuba previamente saturada com a fase móvel butanol-propanol-água na proporção
de 1:3:1. Revele o cromatograma seqüencialmente com a solução de o-tolidina a 0,02% e ácido clorídrico em álcool na proporção de 25:65. Na presença de bromato aparecerá uma mancha amarela em
Rf 0,64, aproximadamente. Para amostras líquidas, aplique diretamente na placa de camada delgada
e proceda como descrito acima.
Referência bibliográfica
YABIKU, H.Y.; KIMURA, I.A.; DIAS, N. A.; MARSIGLIA, D.A.P.; ZENEBON, O.
Bromato de potássio em farinha de trigo e melhoradores de panificação. Bol. Inst.
Adolfo Lutz, São Paulo, ano 6, n. 1, p. 4-6, 1996.
150/IV Identificação de bromatos pelo método indireto com o reativo fucsina-bissulfito
Após a incineração da amostra, é realizada a identificação do brometo formado pela
decomposição térmica do bromato.
Material
Balança semi-analítica, mufla, cápsula de porcelana, béquer de 50 mL, bastão de vidro,
pipetas graduadas de 1 e 5 mL e agitador magnético com barra magnética
Reagentes
Água oxigenada
Ácido sulfúrico
Fucsina
266 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Ácido sulfúrico 10% m/v
Água oxigenada 30% m/v
Solução de brometo de potássio a 1% m/v
Solução descorada de fucsina a 0,1% m/v – Dissolva 0,1 g de fucsina em pequenas porções
de água, triturando-a com bastão de vidro, até atingir 100 mL. Adicione, com agitação,
bissulfito de sódio em pó até descorar totalmente a solução. Caso a solução não descore
totalmente, filtre em papel de filtro contendo carvão ativado.
Procedimento – Incinere, aproximadamente, 50 g de amostra em uma cápsula de porcelana em mufla a 550°C. Dissolva as cinzas obtidas em volume de ácido sulfúrico a 10%
m/v suficiente para sua dissolução, agitando com bastão de vidro. Filtre, se necessário. Em
seguida, adicione 2 mL de água oxigenada a 30% e 3 mL do reativo fucsina-bissulfito. Agite
e aguarde aproximadamente 5 minutos. O aparecimento de coloração lilás persistente, que
pode aparecer em até 24 horas, indica a presença de brometos formados pela decomposição
térmica do bromato. Faça paralelamente uma prova em branco com água e uma prova com
o padrão de brometo de potássio a 1%.
Referência bibliográfica
YABIKU, H.Y.; KIMURA, I.A.; DIAS, N. A.; MARSIGLIA, D.A.P.; ZENEBON, O.
Bromato de potássio em farinha de trigo e melhoradores de panificação. Bol. Inst. Adolfo
Lutz, São Paulo, ano 6, n. 1, p. 4-6, 1996.
151/IV Identificação de bromatos por método indireto com fluoresceína
Material
Balança semi-analítica, mufla, estufa, cápsula de porcelana, placas para cromatografia em
camada delgada de sílica gel 60 G, papel de filtro qualitativo, béqueres de 100 e 250 mL,
bastão de vidro, funil de vidro, provetas de 25, 50 e 200 mL, tubo capilar de vidro para
cromatografia, cuba de vidro para cromatografia e pulverizador.
Reagentes
Fase móvel: butanol-acetona-hidróxido de amônio (1:3:1)
Solução de ácido acético glacial- água oxigenada a 30% (10:1), recém preparada
Solução-padrão de brometo de potássio a 1% m/v
Solução alcoólica de fluoresceína a 0,01% m/v – Dissolva 0,01g de fluoresceína em álcool
a 50% até completar 100 mL.
IAL - 267
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Incinere, aproximadamente, 50 g da amostra em uma cápsula de
porcelana. Dissolva as cinzas em 10 mL de água. Filtre ou transfira o sobrenadante
para outra cápsula de porcelana, reservando alguns mL para a cromatografia em
camada delgada. Adicione uma gota de solução de fluoresceína a 0,01%, seguida
de uma gota da mistura de ácido acético glacial em água oxigenada e evapore em
banho-maria até à secura. Faça, paralelamente, uma prova em branco utilizando
água. O aparecimento de uma coloração rósea persistente pode indicar a presença
de brometos. Para confirmação, aplique a porção restante do sobrenadante em placa
de camada delgada de sílica gel 60 G com a fase móvel butanol-acetona-hidróxido
de amônio (1:3:1), correndo paralelamente o padrão de brometo de potássio a 1%.
Revele com a mistura de partes iguais das soluções de fluoresceína a 0,01% e ácido
acético em água oxigenada. Coloque em estufa a 105°C, até o aparecimento de
manchas. Na presença de brometo aparecerá uma mancha rósea em Rf aproximado
de 0,65, a qual pode aparecer em até 24 horas.
Referência bibliográfica
YABIKU, H.Y.; KIMURA, I.A.; DIAS, N. A.; MARSIGLIA, D.A.P.; ZENEBON, O.
Bromato de potássio em farinha de trigo e melhoradores de panificação. Bol. Inst. Adolfo
Lutz, São Paulo, ano 6, n. 1, p. 4-6, 1996.
152/IV Determinação de arsênio em aditivos
O método baseia-se, fundamentalmente, na liberação de arsina (um gás de odor
desagradável extremamente venenoso) a qual é absorvida em uma solução de dietilditiocarbamato de prata, formando um complexo de cor vermelha, cuja intensidade pode ser
estimada a olho nu ou espectrofotometricamente. As reações envolvidas são:
As+5 + Sn+2 → As+3 + Sn+4 (redução do As+5 → As+3)
Zn0 + 2H+ → Zn+2 + H2→ (produção de H2 com adição de zinco metálico)
2 As+3 + 3 H2 →2 AsH3 (formação de arsina)
AsH3 + 6 (C2H5)2NCSSAg → 6 Ag + 3 (C2H5)2NCSSH + [(C2H5)2NCSS]3As
(complexo vermelho)
Os metais ou sais de metais, a seguir mencionados, interferem na liberação da
arsina: cromo, cobalto, cobre, mercúrio, molibdênio, níquel, paládio e prata. O antimônio, que forma a estibina, (SbH3) é o elemento que pode produzir interferência
positiva, porque dá cor com o dietilditiocarbamato de prata. A estibina forma um complexo que tem máximo de absorção a 510 nm; entre 535 e 540 nm, a absorbância deste
268 - IAL
Capítulo V - Aditivos
complexo é diminuída de tal maneira que os resultados de dosagem do arsênio não
são alterados de uma maneira significativa. Por outro lado, o antimônio é igualmente
tóxico e indesejável.
Material
Algodão hidrófilo, balança semi-analítica, aparelho para determinação de arsênio, frasco
Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada 24/40, béqueres de 10, 50, 150 e 600 mL,
provetas graduadas de 100 mL, provetas graduadas de 100 mL com tampa, pipetas graduadas de 1, 2, 5 e 10 mL, pipetas volumétricas de 3, 5 e 10 mL, balões volumétricos de 100
e 1000 mL e frasco Kjeldahl de 800 mL.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Água oxigenada a 30%
Ácido clorídrico
Cloreto estanoso
Iodeto de potássio
Acetato de chumbo
Piridina
Dietilditiocarbamato de prata
Trióxido de arsênio
Hidróxido de sódio
Zinco granulado isento de arsênio
IAL - 269
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Figura 2 - Aparelho para determinação de arsênio
Solução-padrão estoque de arsênio – Pese, com precisão, 0,132 g de trióxido de arsênio
finamente pulverizado e seco. Dissolva em 5 mL de solução (1:5) de NaOH. Neutralize
a solução com ácido sulfúrico a 10% e adicione um excesso de 10 mL. Transfira para um
balão volumétrico de 1 L e complete o volume com água recentemente fervida.
Solução-padrão de trabalho de arsênio – No dia do uso, pipete 10 mL da solução-padrão
estoque de arsênio para um balão volumétrico de 1000 mL, adicione 10 mL de ácido sulfúrico a 10% e complete o volume com água recentemente fervida. Esta solução contém 1 µg de
arsênio por mL. Conserve-a por até três dias.
Solução de dietilditiocarbamato de prata 0,5% em piridina – Pese 0,5 g de AgSCSN(C2H5)2
270 - IAL
Capítulo V - Aditivos
em um balão âmbar de 100 mL. Adicione piridina para dissolver e complete o volume.
Conserve esta solução até um mês, em frasco âmbar.
Solução de ácido sulfúrico a 10% m/v – Dilua, com as precauções habituais, 57 mL de
ácido sulfúrico a 1000 mL com água.
Solução de cloreto estanoso em ácido clorídrico - Dissolva 40 g de SnCl2.2H2O em 100
mL de ácido clorídrico concentrado. Conserve esta solução até três meses, em frasco de
vidro.
Solução de iodeto de potássio a 15% m/v - Dissolva 15 g de iodeto de potássio em 100 mL de
água.
Algodão contendo acetato de chumbo – Embeba o algodão hidrófilo em uma solução saturada de acetato de chumbo. Extraia o excesso de solução e seque sobre vidro à temperatura
ambiente.
Procedimento – Instale o aparelho conforme a Figura 2. Introduza no tubo de absorção,
com auxílio de pinça, três tampões de algodão nesta ordem: um hidrófilo, um embebido
em solução saturada de acetato de chumbo e outro hidrófilo. Dependendo da natureza
da amostra, siga um dos seguintes procedimentos: no caso de substâncias orgânicas que,
em meio clorídrico turvam, existe a necessidade da mineralização por via úmida; em caso
contrário (por ex. ácido cítrico, ácido láctico, ácido acético, citrato de cálcio, etc), a mineralização não é necessária. Em presença de sais de ferro (por ex. pirofosfato de ferro, citrato
férrico amoniacal, sacarato de ferro, etc) adicione 1 g de ácido ascórbico à solução de dosagem. O ácido ascórbico reduz e complexa o ferro que interfere na liberação da arsina. Para
matérias-primas solúveis em meio clorídrico, calcule a massa necessária para comparação
com um padrão conhecido de arsênio e dissolva de maneira a se obter sempre um volume
final de (35 + 2) mL.
Mineralização por via úmida – Numa proveta com tampa, adicione 30 mL de água oxigenada e 7 mL de ácido sulfúrico. Homogeneíze e deixe em repouso uma noite. Pese a massa
de amostra necessária (Nota 3) e transfira para o frasco Kjeldahl com auxílio da mistura: água
oxigenada/ácido sulfúrico. Aqueça até que toda a água oxigenada seja consumida (agite, de
vez em quando). Esfrie. Caso a solução ainda esteja escura, adicione mais água oxigenada
e aqueça novamente. Quando houver forte desprendimento de fumaças brancas (SO3) e a
solução não mais escurecer, a mineralização está terminada. Lave 3 vezes o frasco Kjeldahl
com água, aquecendo até reduzir o volume a mais ou menos 5 mL após cada adição (caso a
solução escureça novamente, adicione mais água oxigenada, aqueça e lave novamente com
água (três vezes). Esfrie o frasco e transfira a solução para um frasco Erlenmeyer de 500 mL
IAL - 271
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1ª Edição Digital
de boca esmerilhada. Lave as paredes do frasco Kjedahl e transfira para o frasco Erlenmeyer
com auxílio de água suficiente para completar o volume para 35 mL. Adicione, nesta ordem, nos frascos Erlenmeyer: 10 mL de ácido clorídrico, 2 mL da solução de KI e 0,5 mL
da solução de cloreto estanoso. Conecte os tubos de absorção, agite e deixe repousar por 30
minutos à temperatura ambiente. Pipete 3 mL da solução de dietilditiocarbamato de prata
em piridina nos tubos de absorção (parte superior). Após os 30 minutos, introduza 4 g de
zinco granulado nos frascos Erlenmeyer, conecte rapidamente os tubos de absorção nestes
frascos, agite e deixe a reação ocorrer durante 45 minutos à temperatura ambiente, compreendida entre 25°C e 35°C, com agitações casuais de 10 minutos. A liberação de hidrogênio
deve ser regular e suficiente sem ser excessiva (a adição de uma pequena quantidade de
isopropanol no frasco Enlermeyer pode melhorar e uniformizar a liberação do gás). Após os
45 minutos, compare a intensidade de coloração nos tubos de absorção da amostra, branco
e padrão. A reação segue a Lei de Beer de 0 a 10 µg de arsênio. É possível estabelecer uma
curva-padrão para um comprimento de onda máximo determinado entre 535 e 540 nm,
com um espectrofotômetro ou colorímetro, usando a solução de dietiliditiocarbamato de
prata em piridina como branco. Como a intensidade de coloração é muito instável, é importante que se faça a medida em temperatura constante, não inferior a (25 + 2)°C e logo
após os 45 minutos, tanto para as amostras como para os padrões.
Repetitividade: para comparação visual com os padrões desenvolvidos conjuntamente com
os testes, o limite visual de detecção é de 0,2 mg/kg. Em trabalhos com espectrofotômetro,
a diferença entre os resultados de duas determinações executadas simultaneamente, pelo
mesmo analista, não deve ser maior que 0,2 µg.
Nota 1 : é necessário fazer, conjuntamente com as determinações, uma prova em branco
(com os reagentes) e um padrão de concentração conhecida: prepare, simultaneamente,
padrões de 1, 2, 3, etc, µg de arsênio por pipetagem de 1, 2, 3, etc., mL da solução padrão
de 1 µg/mL e dilua a aproximadamente 35 mL de água.
Nota 2: em presença de íon férricos, o KI é oxidado com liberação de iodo. Adicione um
excesso de cloreto estanoso para uma redução completa. A liberação de hidrogênio da reação
é neste caso catalisada e acelerada.
Nota 3: exemplo de cálculo da massa de amostra a ser pesada: sabe-se por norma que o
corante artificial pode conter no máximo 1 µg de As por g de corante. Na dosagem comparativa usa-se um padrão de 3 µg de Arsênio. Desta maneira, a fórmula que fornece a massa
de amostra a ser pesada será:
272 - IAL
Capítulo V - Aditivos
ma = massa da amostra a ser pesada
pa = padrão para comparação
n = limite de arsênio estabelecido na especificação de cada matéria-prima
Referências bibliográficas
YABIKU, H. Y.; DIAS, N. A.; MARTINS, M.S. Estudo comparativo de métodos
usuais para determinação de arsênio. São Paulo, Rev. Inst. Adolfo Lutz, 49(1), p. 51-55,
1989.
BABKO, A. K.; PILIPENKO, A. T. Photometric analysis. Methods of determining
non-metals. Moscow: Mir Publishers. 1976. 374 p.
COMMITTEE ON FOOD CHEMICALS CODEX Food Chemicals Codex. 4. ed.,
Washington D. C.: National Academic Press, 1996. p. 755-757.
153/IV Determinação de benzo(a)pireno em aromas de fumaça e alimentos defumados
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) representam um importante grupo de compostos químicos, muitos dos quais têm elevado potencial carcinógenico, dentre
estas substâncias, destaca-se o benzo(a)pireno , por ter sido o primeiro hidrocarboneto a ser
identificado e reconhecido como carcinógeno, e ser considerado um indicador da presença
de outros do grupo. São formados principalmente devido à combustão incompleta, à altas
temperaturas, de matérias orgânicas e estão distribuídos no meio ambiente em baixas concentrações; podem ser encontrados em plantas terrestres e aquáticas, solos, sedimentos, águas
e na atmosfera. A contaminação nos alimentos é normalmente resultado da defumação,
contaminação dos solos, poluição do ar e da água, processos de cozimento ou preparação
de alimentos e dos aditivos alimentares. Este método se aplica à determinação de benzo(a)
pireno em aromas de fumaça e alguns alimentos defumados, tais como: bacon, presunto,
lingüiça, lombo, peru, chester, costela de boi, etc. Baseia-se na extração do benzo(a)pireno,
posterior separação e quantificação por CLAE em fase reversa, usando uma coluna analítica
de octadecilsilano (C18) e detector de fluorescência.
Material
Cromatógrafo líquido de alta eficiência, coluna analítica de 4,0 mm x 12,5 cm, Lichrosphere
100 RP-18 (5 µm) ou equivalente, detector de fluorescência, processador e registrador/
integrador de dados, balança analítica, processador de carnes ou equivalente, manta de
aquecimento de 500 mL, rotavapor, membranas filtrantes descartáveis de 0,45 µm de
diâmetro de poro, filtros descartáveis de 0,45 µm de diâmetro de poro, torpedo de nitrogênio,
IAL - 273
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pipetador automático de 100 a 1000 µL com respectiva ponteira, pipetador automático de
1000 e 5000 µL com respectiva ponteira, condensador de bola com junta esmerilhada
24/40, comprimento de 400 mm, funis de separação de 125, 250 e 500 mL com torneiras
de teflon, balão de fundo chato de 250 mL com junta esmerilhada 24/40, coluna de vidro
de 22 cm de comprimento, com reservatório para 60 mL e torneira de teflon, funil de vidro,
frascos de vidro tipo pêra de 400 mL com junta esmerilhada 24/40, funil de Büchner, frasco
concentrador graduado de 10 mL com tampa, seringas de 5 mL, balões volumétricos de 10,
50 e 100 mL e pipetas volumétricas.
Reagentes
Água ultra-pura
Álcool
Metanol grau CLAE
Acetonitrila grau CLAE
1,1,2-tricloro-1,2,2-trifluoretano (TCTFE) grau CLAE
Dimetilsulfóxido (DMSO) grau espectrofotométrico
Ciclohexano grau CLAE
Óxido de alumínio 90, tamanho de partícula 70-230 mesh
Sílica gel 60 , tamanho de partícula 70-230 mesh
Hidróxido de potássio
Solução-estoque – Dissolva 1 mg de benzo(a)pireno (BaP) em 10 mL de ciclohexano e
deixe em ultra-som por 15 minutos.
Solução-intermediária – Pipete 0,5 mL da solução-estoque, leve para um balão de 50 mL e
complete o volume com acetonitrila-metanol (1:1).
Solução de trabalho – Pipete 4 mL da solução intermediária e leve para um balão de 100
mL, completando o volume com acetonitrila-metanol (1:1). Concentração final de benzo(a)
pireno: 0,04 µg/mL.
Alumina desativada – Determine a perda aparente de peso da alumina, por aquecimento ao
rubro com bico de Bünsen de 10 g de alumina em cápsula de porcelana ou platina tarada.
Cubra a cápsula imediatamente e coloque em dessecador para esfriar, depois pese (as pesagens devem ser feitas rapidamente, pois a alumina adsorve imediatamente a água atmosférica). Calcule o conteúdo de água. Descarte a alumina que tenha sido aquecida. Adicione
suficiente quantidade de água para molhar a alumina, desde que para o total de água adicionado, se considere 10% do peso final da alumina desativada. Agite vigorosamente a alumina
por 15 minutos e guarde em vidro âmbar por no mínimo 4 horas antes do uso.
274 - IAL
Capítulo V - Aditivos
Cálculo
Y = quantidade de água presente na alumina
X = quantidade de água a ser adicionada na alumina
M = massa de alumina inicial
Sílica gel desativada – Aqueça porções de sílica gel em frasco Erlenmeyer tarado a 160°C por
16 horas e aqueça também a tampa já tarada em um béquer. Remova o frasco Erlenmeyer
da estufa, tampe imediatamente e esfrie em dessecador. Pese o frasco para determinar o peso
da sílica gel seca. Adicione quantidade suficiente de água à sílica gel, desde que a soma das
adições não ultrapasse 15% do peso final da sílica gel desativada. Imediatamente tampe o
frasco e agite vigorosamente por 15 minutos. Aguarde 4 horas ou mais antes do uso.
Cálculo
X = quantidade de água a ser adicionada na sílica;
M = massa de sílica inicial.
Preparação da coluna cromatográfica – Adicione na coluna de vidro, contendo lã de
vidro na extremidade inferior, 5 g de sílica gel desativada (contendo 15% de água),
5 g de alumina desativada (contendo 10% de água) e 10 g de sulfato de sódio, nesta
ordem, batendo levemente durante cada adição. Lave a coluna com 50 mL de TCTFE. Pare o fluxo quando o nível do líquido alcançar o topo da camada de sulfato
de sódio
Recuperação da coluna cromatográfica – Teste antes do uso. Prepare 2 colunas como
descrito acima (uma coluna para o branco e uma para a recuperação). Adicione 40
mL de TCTFE à uma coluna e à outra adicione 40 mL de TCTFE contaminado
com 2 mL de uma solução de benzo(a)pireno (BaP) 0,25 µg/mL. Deixe o solvente
percolar as colunas e colete separadamente os eluatos em frascos tipo pêra de 400
mL. Repita a eluição da coluna com duas porções de 25 mL de TCTFE. Deixe cada
eluente escoar até o topo da camada de sulfato de sódio antes das próximas adições.
Concentre as soluções eluídas de TCTFE a 5 mL em um rotavapor com banho-maria
a 30°C. Transfira os concentrados para um frasco concentrador graduado de 10 mL,
com pipetador automático ou pipeta tipo Pasteur. Lave cada frasco tipo pêra com 3
porções de 1 mL de TCTFE e transfira para o frasco concentrador respectivo. ColoIAL - 275
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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que os frascos em um banho-maria a 30°C e concentre as soluções à secura sob leve
fluxo de nitrogênio. Adicione 2 mL de acetonitrila-metanol (1:1) e leve ao ultra-som
por 3 minutos. Filtre a solução em membranas de 0,45 µm. Submeta à cromatografia
líquida de alta eficiência. Os cromatogramas dos solventes devem estar livres de picos interferentes e a recuperação para o benzo(a)pireno (BaP) deve ser maior que 90%.
Fase móvel
Solvente A: acetonitrila-metanol (1:1)
Solvente B: água
Filtre os solventes A e B através de membranas de 0,45 µm e degaseifique.
Solventes
para extração – Água saturada com TCTFE e água saturada com ciclohexano. Em um
funil de separação, sature a água com o solvente específico em excesso, agite e descarte a fase
orgânica.
Procedimento – Ajuste o detector de fluorescência para os seguintes comprimentos de
onda: λex = 295 nm e λem = 405 nm. Ajuste a proporção da fase móvel para 80% do solvente
A e 20% do solvente B, o fluxo para 1 mL/min e a temperatura para 35°C. Programe o
gradiente da fase móvel como descrito abaixo:
Tabela 10 – Programação do gradiente da fase móvel
Tempo
(min)
0
20
40
45
65
% Solvente A
(acetonitrila-metanol 1:1)
80
100
100
80
80
% Solvente B
(água)
20
0
0
20
20
Triture a amostra e dissolva 25 g em 500 mL e m um balão de fundo redondo para ebulição,
com algumas pérolas de vidro. Adicione 100 mL de álcool e 4 g de hidróxido de potássio.
Coloque o frasco na manta de aquecimento, adapte o condensador de bolas e deixe digerindo
por 2 horas. Deixe esfriar à temperatura ambiente. Coloque lã de vidro em um funil e umedeça com álcool, passe a solução fria através da lã de vidro e recolha o filtrado em um funil de
separação de 500 mL. Faça lavagens seqüenciais com 90 mL de água saturada com TCTFE,
40 mL de TCTFE e 50 mL de álcool, recolha as soluções no funil de separação de 500 mL.
Feche o funil e então inverta e abra a torneira enquanto agita suavemente o conteúdo por al276 - IAL
Capítulo V - Aditivos
guns segundos para escape. Feche a torneira e extraia agitando o funil por 2 minutos. Deixe as
camadas separarem e então escoe a camada de TCTFE através da coluna cromatográfica (como
preparada anteriormente). Repita as extrações com 2 porções de 40 mL de TCTFE. Deixe cada
extrato percolar a coluna e colete aproximadamente 300 mL em um frasco tipo pêra. Quando
o terceiro extrato atingir o topo da camada de sulfato de sódio, adicione 50 mL de TCTFE
para lavagem da coluna e colete este eluído no frasco. Adicione 10 mL de DMSO à solução no
frasco e evapore o TCTFE em um rotavapor com banho a 30°C, deixando o DMSO. Transfira quantitativamente o concentrado de DMSO para um funil de separação de 125 mL,
usando 5 mL de DMSO em pequenas porções. Lave o frasco com 50 mL e adicione as
lavagens ao funil. Agite o funil para extração por 2 minutos. Depois que as fases se separarem,
descarte a camada inferior para um funil de separação de 250 mL contendo 25 mL de ciclohexano e 90 mL de água saturada com ciclohexano. Repita a extração de ciclohexano no funil
de 125 mL com duas alíquotas de 15 mL de DMSO. Adicione os extratos de DMSO ao funil
de 250 mL, agite vigorosamente por 2 minutos para extração. Depois da separação das fases,
transfira a camada inferior para outro funil de 250 mL contendo 25 mL de ciclohexano e agite
por 2 minutos para extração. Depois da separação das fases, descarte a camada inferior, aquosa.
Combine os dois extratos de ciclohexano no primeiro funil de 250 mL. Lave o segundo funil
de 250 mL com duas alíquotas de 10 mL de ciclohexano e adicione as lavagens ao primeiro
funil de 250 mL. Lave a solução, duas vezes, com suave agitação por 15 segundos com 100 mL
de água saturada com ciclohexano. Descarte a camada aquosa depois de cada lavagem. Coloque 10 g de alumina desativada (10% de água) seguida por 50 g de Na2SO4 em um funil de
Büchner de 60 mL. Lave com 50 mL de ciclohexano e descarte. Passe os extratos combinados
de ciclohexano do funil de separação, através do funil de Büchner para um frasco tipo pêra de
400 mL. Lave o funil de separação com duas alíquotas de 25 mL de ciclohexano, e passe cada
uma através do funil de Büchner para o frasco. Use um rotavapor com banho-maria a 40°C,
até reduzir o volume para cerca de (2-5) mL. Transfira o conteúdo quantitativamente para o
frasco concentrador usando um pipetador automático ou pipeta tipo Pasteur, utilizando 5 mL
ou menos de ciclohexano para lavagem. Leve o conteúdo do tubo à secura em banho-maria a
30°C sob uma suave corrente de nitrogênio. Leve para 2 mL com acetonitrila-metanol (1:1) e
deixe no ultra-som por 3 minutos. Filtre o extrato para um flaconete de 2 mL. Injete 20 µL
do extrato de amostra ou da solução-padrão na coluna Lichrosphere 100 RP-18 (5 µm) ou
equivalente e inicie a programação de gradiente de fase móvel. Entre as injeções, lave o loop de
amostra. Compare os tempos de retenção do pico observado com o padrão de benzo(a)pireno
cromatografado sob as mesmas condições. Injete o padrão a cada 3 amostras. Calcule a quantidade de benzo(a)pireno no extrato de amostra pelo procedimento de padrão externo.
Cálculo
IAL - 277
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Aa = área do pico da amostra de benzo(a)pireno no extrato da amostra
Ap = área do pico de padrão externo de benzo(a)pireno
Mp = massa de padrão externo de benzo(a)pireno na injeção
Finalize o cálculo, levando em consideração as diluições efetuadas e o peso inicial de
amostra.
Referências bibliográficas
YABIKU, H.Y.; MARTINS, M.S.; TAKAHASHI, M.Y. Levels of benzo(a)pyrene and
other polycyclic aromatic hydrocarbons in liquid smoke flavour and some smoked foods.
Food Addit. and Contam., v. 10(4), p. 399-405, 1984.
JOE Jr, F.L.; SALEMME, J.; FAZIO, T. Liquid chromatographic of trace residues of
polynuclear aromatic hydrocarbons in smoked foods J. Assoc. Off. Anal. Chem., v.
67(6), p. 1076-1082, 1982.
Colaboradores:
Iracema de A. Tamura; Maristela Satou Martins e Nelson Aranha Dias.
278 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
CAPÍTULO
VI
ANÁLISE
SENSORIAL
IAL - 279
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
280 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
VI
ANÁLISE SENSORIAL
análise sensorial é realizada em função das respostas transmitidas pelos indivíduos
às várias sensações que se originam de reações fisiológicas e são resultantes de certos
estímulos, gerando a interpretação das propriedades intrínsecas aos produtos. Para
isto é preciso que haja entre as partes, indivíduos e produtos, contato e interação.
O estímulo é medido por processos físicos e químicos e as sensações por efeitos psicológicos.
As sensações produzidas podem dimensionar a intensidade, extensão, duração, qualidade,
gosto ou desgosto em relação ao produto avaliado. Nesta avaliação, os indivíduos, por meio
dos próprios órgãos sensórios, numa percepção somato-sensorial, utilizam os sentidos da
visão, olfato, audição, tato e gosto.
A
Visão
No olho humano, ocorre um fenômeno complexo se um sinal luminoso incide
sobre a capa fotossensível, a retina, provocando impulsos elétricos que, conduzidos pelo
nervo óptico ao cérebro, geram a sensação visual que é, então, percebida e interpretada. O
olho, como órgão fotorreceptor, percebe a luz, o brilho, as cores, as formas, os movimentos
e o espaço. As cores são percebidas pelo indivíduo fisiologicamente normal quando a energia radiante da região visível do espectro (380 a 760) nm atinge a retina. As características
da cor são, essencialmente, o tom ou matiz, a saturação ou grau de pureza e a luminosidade
ou brilho. Na avaliação da acuidade visual de indivíduos, alguns testes podem ser aplicados
como, por exemplo, o de Munsell - Farnsworth 100 Hue Test (GretagMacbeth, 1997).
Olfato
A mucosa do nariz humano possui milhares de receptores nervosos e o bulbo olfativo está ligado no cérebro a um “banco de dados” capaz de armazenar, em nível psíquico, os
odores sentidos pelo indivíduo durante toda a vida. Na percepção do odor, as substâncias
IAL - 281
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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desprendidas e aspiradas são solubilizadas pela secreção aquosa que recobre as terminações
ciliadas, entrando em contato com os receptores nervosos e produzindo impulsos elétricos. Estes, quando chegam ao cérebro, geram informações que, comparadas aos padrões
conhecidos por ele se encaixam como num sistema de “chave-fechadura”. Em média, o ser
humano pode distinguir de 2000 a 4000 impressões olfativas distintas. Para avaliar o poder
de discriminação, certas substâncias químicas comuns ou raras podem ser apresentadas
ao indivíduo para reconhecimento e identificação, como por exemplo: acético, alcoólico,
amoníaco, sulfídrico, pinho, lenhoso, cítrico, caramelo, mentol, eugenol, etc.
Audição
O ouvido humano tem a função de converter uma fraca onda mecânica no ar em estímulos nervosos que são decodificados e interpretados por uma parte do cérebro, o córtex
auditivo, de forma a reconhecer diferentes ruídos. Para avaliar a capacidade de discriminação de indivíduos, algumas características peculiares dos produtos podem ser empregadas
utilizando simultaneamente os sentidos da audição e tato, como por exemplo: a dureza do
pé-de-moleque, a crocância do biscoito ou da batata frita, a mordida da maçã ou da azeitona e o grau de efervescência da bebida carbonatada, cujos sons ou ruídos são reconhecidos
pela quebra e mordida entre os dentes e o borbulhar do alimento.
Tato
É toda sensibilidade cutânea humana. É o reconhecimento da forma e estado dos
corpos por meio do contato direto com a pele. Ao tocar o alimento com as mãos ou com
a boca, o indivíduo facilmente avalia sua textura, mais do que quando utiliza a visão e a
audição. A textura, considerada como o grau da dureza, é definida como a força requerida
para romper uma substância entre os dentes molares (sólidos) ou entre a língua e o palato
(semi-sólidos). Para avaliar o poder de discriminação dos indivíduos, podem ser apresentados para reconhecimento alguns produtos de diferentes graus de dureza, como, por exemplo: a amêndoa (dura), a azeitona (firme), o requeijão (mole), etc.
Gosto
Na boca, a língua é o maior órgão sensório e está recoberta por uma membrana
cuja superfície contém as papilas, onde se localizam as células gustativas ou botões gustativos e os corpúsculos de Krause, com as sensações táteis. O mecanismo de transmissão
da sensação gustativa se ativa quando estimulado por substâncias químicas solúveis que
se difundem pelos poros e alcançam as células receptoras que estão conectadas, de forma
única ou conjuntamente com outras, a uma fibra nervosa que transmite a sensação ao cére282 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
bro. A sensibilidade não se limita apenas à língua, pois outras regiões também respondem
aos estímulos, como o palato duro, amídalas, epiglote, mucosa dos lábios, as bochechas e
superfície inferior da boca. A percepção mais conhecida envolve quatro gostos primários:
doce, salgado, ácido e amargo, sendo citado também o umami. Algumas soluções químicas
em concentrações diferentes são utilizadas para avaliar o poder de discriminação pelo
reconhecimento, como por exemplo: a sacarose, 5,76 g/L (doce); o cloreto de sódio,
1,19 g/L (salgado); a cafeína, 0,195 g/L (amargo); o ácido cítrico, 0,43 g/L (ácido); o
glutamato monossódico, 0,595 g/L (umami) e o sulfato heptahidratado de ferro II, 0,00475
g/L (metálico) (ISO/DIS 3972/1979). O espectro de gostos também pode incluir a presença de gostos secundários (alcalino e metálico) e os elementos sensíveis à química comum
(adstringente, refrescante, ardente, quente e frio). As sensações denominadas “picantes”
também definidas como “ardentes” ou “pungentes”, não são consideradas estímulos puros,
pois se percebe em toda a língua e garganta.
Preparo e apresentação de amostras
Os procedimentos de preparo e apresentação de amostras são etapas críticas e devem ser padronizados segundo o tipo, a espécie ou a variedade de produto. Basicamente,
recomendam-se os seguintes procedimentos:
• Amostra representativa e, se necessário, acompanhada da amostra de referência ou padrão, similar, de mesma procedência, marca e/ou fabricante, que possa servir como
comparação. Sempre na quantidade suficiente para análise e, se for o caso, com medidas
de massa ou peso e volumes bem definidos.
• Modo de preparo adequado da amostra e, de preferência, conforme a orientação do
fabricante nos rótulos. Durante o preparo, determinadas variações físicas devem ser
controladas com utilização de cronômetros, termômetros ou termopares. Prepare todas
as amostras de forma idêntica, estimando tempos mínimos e máximos de espera até a
apresentação. Para todas as unidades de amostras, a porção, a quantidade, o formato e
o tamanho (espessura) devem ser controlados segundo as características do produto.
• Amostras servidas em recipientes próprios ou os comumente utilizados nas refeições
de indivíduos, como, por exemplo, recipientes de vidro, porcelana ou plásticos descartáveis. Se necessário, sirva em bandejas de cor branca ou neutra. Utilize talheres
compatíveis, descartáveis ou não, guardanapos, toalhas absorventes e vasilhames para
o descarte de resíduos. Todos os recipientes devem estar bem limpos, secos e livres de
odores estranhos.
IAL - 283
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
• Antes da apresentação da amostra veriique e controle a temperatura, sendo um importante fator de variação na percepção do odor e do sabor. Melhor avaliar a amostra
na temperatura em que é normalmente consumida. Um grande número de produtos
pode ser avaliado em sua temperatura ambiente. O Quadro 1 indica algumas faixas de
temperaturas usualmente empregadas na avaliação sensorial de alimentos.
• As condições ambientais devem ser controladas antes da análise sensorial levando em
consideração a utilização de cabines individuais, o grau de luminosidade, temperatura
climatizada adequada, ausência de ruídos e odores estranhos.
Quadro 1 – Faixas de temperaturas indicadas para avaliação do odor e sabor em alguns
produtos alimentícios
Produto
Água
Alimentos preparados quentes
Bebida carbonatada
Café
Cerveja
Chá
Leite
Licores destilados
Manteiga e margarina
Maionese
Óleos comestíveis
Pão
Sopa
Sorvete
Vinho
Temperatura (ºC)
20 – 22
35 – 45
06 – 10
68 – 71
04 – 05
68 – 71
07 – 10
20 – 22
20 – 22
20 – 22
40 – 43
20 – 22
68 – 71
10 – 12
20 – 22 ou gelado
Fonte: Instituto Adolfo Lutz (Baseado em ELLIS, 1961).
Formação da equipe sensorial
Uma equipe sensorial efetiva deve ser formada a partir de critérios específicos que
podem influir na percepção do indivíduo que avalia um produto, como os fatores ligados
à fisiologia (receptores sensoriais, sistema nervoso), psicologia (relação estímulo-resposta) e
sociologia (idade, sexo, etnia, hábitos alimentares, grau de instrução). Na escolha de indivíduos que irão compor a equipe sensorial, alguns requisitos devem ser considerados, tais
como:
284 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
• O indivíduo deve estar ciente de que a participação nos testes é espontânea e voluntária. Verifique se cada membro da equipe tem interesse, disponibilidade, pontualidade,
tranqüilidade e vontade de avaliar grande parte das categorias de produtos nos dias
marcados para teste, seleção e treinamento previamente agendados.
• Veriique se o candidato revela boa forma de expressão, habilidade verbal e vocabulário
próprio que possa definir e descrever adequadamente os atributos sensoriais. Deve-se
evitar qualquer tipo de comunicação com os colegas durante os testes, pois a resposta de
cada um é própria, independente e de responsabilidade exclusiva.
• O candidato deve apresentar boas condições de saúde, ausência de gripes e alergias,
comunicando quando houver doenças como diabetes, hipercolesterolemia ou qualquer
outra. Evite o indivíduo que use aparelho dentário corretivo, pois os dentes têm papel
importante na avaliação sensorial. Evite os fumantes, caso contrário, alerte a não fumar
pelo menos uma hora antes dos testes.
• Avalie a acuidade sensorial e o poder de discriminação para cores, textura, odores e gostos primários. Fique atento nos casos de ocorrência de anomalias nos órgãos da visão,
olfato, audição e paladar. A faixa etária recomendável situa-se entre 18 a 50 anos, pois,
após esta idade o indivíduo pode revelar certa dessensibilização dos órgãos sensores.
• Oriente o julgador a não fazer uso de cosméticos e perfumes fortes e a não consumir
alimentos muito picantes nos dias marcados para os testes. Os medicamentos também
podem influenciar na sensibilidade do gosto do indivíduo.
Características sensoriais
Método subjetivo utilizado para avaliar as características sensoriais de alimentos,
bebidas e água. Este método considera as opiniões de indivíduos na interpretação de efeitos
do estímulo sensorial, simples ou múltiplos, segundo as impressões percebidas pelos órgãos
sensórios (visão, olfato, gosto, tato e audição) que irão gerar as interpretações e descrições
das propriedades intrínsecas aos produtos. A forma de definir atributos sensoriais é descrever os componentes relativos às propriedades dos produtos, como os seguintes:
Aparência – Refere-se às propriedades visíveis como o aspecto, cor, transparência, brilho,
opacidade, forma, tamanho, consistência, espessura, grau de efervescência ou carbonatação e as características de superfície. A cor, propriedade capaz de provocar estimulação da
retina por raios luminosos de comprimentos de onda variáveis, tem sua percepção limitada
à fonte de luz, devendo ser avaliada com iluminação adequada como, por exemplo, a luz
IAL - 285
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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do dia, natural ou artificial. Na avaliação, geralmente, são utilizadas cabines especiais de
controle visual de cores. Ela também é definida com maior coerência e uniformidade, por
meio de quadros cromáticos, discos ou dicionários de cor. Na avaliação da aparência e cor,
um quadro com expressões usuais e comuns poderá auxiliar na sua melhor denominação
(Quadro 2).
Odor e aroma – O odor é perceptível pelo órgão olfativo quando certas substâncias
voláteis são aspiradas e o aroma, via retronasal durante a degustação. O julgador deve
aproximar a amostra da narina e dar cheiradas curtas, evitando longas inalações que
cansem o olfato pela adaptação. O cansaço olfativo pode ser amenizado se for cheirada
a pele do próprio pulso ou por outro aroma que neutralize o anterior. Nesta avaliação,
pode-se fazer comparações com padrões de referência conhecidos, que serão identificados e descritos pelos seus odores ou aromas peculiares. No Quadro 3 são citados alguns
termos usuais e comuns para produtos alimentícios.
Textura oral e manual – Refere-se às propriedades reológicas e estruturais (geométricas
e de superfície) dos produtos. Geralmente é percebida por três ou quatro sentidos: os
receptores mecânicos, táteis e, eventualmente, os visuais e auditivos. Relaciona-se com a
sensibilidade térmica e cinestésica. A avaliação da textura é mais complexa nos alimentos
sólidos, como nos ensaios de corte, compressão, relaxação, penetração, cisalhamento,
dobramento, etc. O julgador deve utilizar a pele da mão, da face e/ou da boca (cavidade
bucal e dentes). Quando avaliado pela boca pode ser definido como sensação bucal,
utilizando-se também termos como: adstringente, metálico, quente, frio, etc. Algumas sensações são também nasais, como: pungente, refrescante, etc. Uma listagem de
termos próprios pode ser utilizada para melhor definição das propriedades de textura
(Quadro 2).
Sabor e gosto – É considerada como uma experiência mista, mas unitária de sensações
olfativas, gustativas e táteis percebidas durante a degustação. O sabor é percebido, principalmente, através dos sentidos do gosto e olfato, também influenciado pelos efeitos táteis, térmicos, dolorosos e/ou cinestésicos. O julgador deve tomar uma certa quantidade
da amostra, sem excessos, e proceder à deglutição, tomando o cuidado em evitar a fadiga
sensorial. Entre uma amostra e outra é aconselhável lavagem da cavidade oral com água
filtrada ou a neutralização do paladar ingerindo-se uma maçã, pão ou biscoito tipo cream
craker. O julgador deve evitar sensações fortes de gostos pelo menos 30 minutos antes do
teste, não deve apresentar nenhuma indisposição no organismo. Alguns termos usuais e
comuns para o sabor estão descritos no Quadro 3.
286 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
Quadro 2 – Atributos de aparência, textura e cor comuns a produtos alimentícios
Aparência / Textura
Abaulada
Aderente
Adsorvida
Afilada
Aglomerada
Alongada
Amanteigada
Amassada
Amolecida
Aquosa
Áspera
Avariada
Bastão
Bastonete
Barra
Borbulhante
Borrachenta
Brilhosa
Butirosa
Calcinada
Caldo
Caramelada
Coagulada
Cobertura
Cominuída
Compacta
Comprimida
Com cortes
Com depósito
Com fragmentos
Com furos
Com partículas
Com polpa
Com precipitado
Com riscas
Congelada
Consistente
Cozida
Creme
Cremosa
Cristal
Cristalino
Cristalizada
Crocante
Crosta
Crua
Drágea
Deformada
Derretida
Dessecada
Desintegrada
Depositada
Dura
Efervescente
Elástica
Embolorada
Entremeada
Esfarelenta
Esférica
Esmigalhada
Espessa
Espumante
Exsudato
Fatiada
Fermentada
Fibrosa
Filete
Fina
Firme
Floco
Floculosa
Fluido
Fresca
Friável
Fundida
Gasosa
Gaseificada
Gelatinosa
Gomosa
Gordurosa
Grão
Granulada
Granulosa
Grossa
Grumosa
Grudenta
Heterogênea
Homogênea
Íntegra
Irregular
Lâmina
Limo
Limosa
Líquida
Límpida
Macia
Cor*
Manchada
Massa
Maturada
Mofada
Moída
Mole
Oleosa
Ondulada
Pasta
Pastilha
Pastosa
Pegajosa
Película
Pó
Porosa
Polpa
Precipitada
Prensada
Pulverulenta
Quebradiça
Rachada
Rala
Recheada
Recheio
Repicada
Resíduo
Ressecada
Resistente
Retalhada
Rija
Rodela
Seca
Sedimentada
Semidura
Semente
Sólida
Solta
Suculenta
Tenra
Translúcida
Transparente
Tolete
Turva
Uniforme
Úmida
Untuosa
Viscosa
Xarope
Acromática
Alaranjada
Alaranjado-claro
Alaranjado-escuro
Amarela
Amarelo-alaranjado
Amarelo-âmbar
Amarelo-claro
Amarelo-cinzento
Amarelo-escuro
Amarelo-esverdeado
Amarelo-fosco
Amarelo-ouro
Amarelo-pálido
Amarelo-palha
Amarelo-pardacento
Amarelo-torrado
Âmbar
Âmbar-escuro
Argentada
Azul
Azul-celeste
Azul-claro
Azul-escuro
Azul-esverdeada
Azul-marinho
Azul-piscina
Azul-turquesa
Bege
Branca
Branco-de-giz
Branco-amarelado
Branco-marfim
Branco-pérola
Branco-sujo
Brilhante
Brilho-metálico
Castanha
Cinza
Cinzenta
Cor opaca
Cor uniforme
Cor pálida
Creme
Dourada
Incolor
Marrom
Marrom-amarelado
Marrom-avermelhado
Marrom-acinzentado
Marrom-claro
Marrom-escuro
Marrom-esverdeado
Rosada
Rósea
Róseo-avermelhado
Róseo-claro
Róseo-escuro
Róseo-purpúreo
Róseo-violáceo
Ocre
Parda
Pardacenta
Perolada
Prateada
Preta
Roxa
Verde
Verde-abacate
Verde-acinzentado
Verde-amarelado
Verde-azulado
Verde-bandeira
Verde-claro
Verde-escuro
Verde-esmeralda
Verde-folha
Verde-garrafa
Verde-mar
Verde-musgo
Verde-oliva
Verde-piscina
Vermelha
Vermelho-alaranjado
Vermelho-arroxeado
Vermelho-cereja
Vermelho-pardacento
Vermelho-rosado
Vermelho-rubro
Vermelho-violáceo
Vinho
Violeta
Violeta-avermelhado
Violeta-azulado
Violeta-claro
Violeta-escuro
Fonte: Instituto Adolfo Lutz (Baseado em MELO, 1946).
IAL - 287
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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* Relativa à tonalidade, luminosidade e saturação ou pureza. A cor pode ser primária
(como: azul, vermelho e amarelo); secundária (misturas proporcionais das cores primárias, como: vermelho + amarelo = laranja; amarelo + azul = verde; azul + vermelho = violeta) e terciárias (misturas proporcionais das cores primárias e secundárias,
como: branco + azul = azul claro; preto + branco = cinza; verde + amarelo = verdeamarelado; laranja + azul = marrom; branco + azul + vermelho = lilás; amarelo +
vermelho + pouco preto = bege; verde forte + alaranjado + preto = verde azeitona;
violeta + vermelho + preto = vinho, etc.)
Nota: as definições dos atributos citados podem ser encontradas na literatura, por intermédio de um glossário de termos empregados em análise sensorial.
Exemplos: consistente = propriedade de fluxo detectada pela estimulação dos receptores mecânicos e táteis, especialmente na cavidade oral, e que varia com a textura do
produto; cristalino = relativo à forma e orientação das partículas ou cristais de um produto, como o açúcar cristal; crocante = produto duro que ao ser quebrado produz som
característico, como da batata frita “chips”; efervescente = aquele que desprende gás
carbônico na superfície, observado em bebidas gaseificadas ou carbonatadas; esfarelenta
= que esfarela ou desintegra, como o bolo-de-fubá; fibrosa = propriedade da textura em
relação à percepção da forma e presença de partículas, como fibras do palmito e manga
espada; gomosa = relativa à energia necessária para desintegrar um produto semi-sólido
a fim de que possa ser ingerido, resultado de um fraco grau de dureza e alto grau de coesão, como flocos de aveia bem cozidos. Líquido, ralo, untuoso, viscoso = propriedade
de resistência ao escoamento, como a água (baixa), leite (média-baixa), creme de leite
(média), cuja correspondência pode ser a viscosidade; macio, firme, dura = relativa à
força necessária para obter dada deformação, penetração e/ou cizalhamento, como o
queijo cremoso (macio-baixa resistência); azeitona (firme-média resistência); bala (dura-alta resistência); translúcida = aquela substância que permite a passagem da luz, mas
não permite a distinção de uma imagem distinta; transparente = aquela substância que
permite a passagem da luz e o aparecimento de uma imagem nítida.
288 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
Quadro 3 – Atributos de odor e sabor comuns a alguns produtos alimentícios
Odor e Sabor
Ácido
Acre
Acético
Achocolatado
Açucarado
Adamascado
Adoçado
Adocicado
Adiposo
Adstringente
Adulterado
Afumado
Agradável
Agre
Agridoce
Aguado
Alcalino
Alcoólico
Aliáceo
Alterado
Amargo
Amargoso
Amanteigado
Amendoado
Amiláceo
Amoniacal
Anormal
Ardente
Ardido
Apimentado
Aromático
Atípico
Artificial
Azedo
Azeitonado
Balsâmico
Benzênico
Bouquet
Butírico
Cacau
Café-com-leite
Cafeinado
Caramelado
Característico
Cáustico
Carbonatado
Condimentado
Cúprico
Defumado
Desagradável
Desodorante
Diluído
Doce
Enfumaçado
Enjoativo
Envelhecido
Estragado
Estranho
Etéreo
Fermentado
Ferruginoso
Fétido
Floral
Frutado
Frutoso
Gorduroso
Graxo
Impróprio
Impuro
Inadequado
Inodoro
Irritante
Insípido
Insosso
Insuportável
Horrível
Láctico
Leve
Licoroso
Maresia
Maturado
Medicinal
Melado
Mentolado
Metálico
Mofado
Natural
Normal
Nauseante
Odorífico
Picante
Penetrante
Perfumado
Próprio
Pungente
Putrefato
Pútrido
Rançoso
Refrescante
Remanescente
Repulsivo
Salgado
Salino
Sápido
Saponáceo
Suave
Sulfuroso
Oxidado
Queimado
Velho
Fonte: Instituto Adolfo Lutz (Baseado em MELO, 1946).
Nota: as definições dos atributos citados podem ser encontradas na literatura, por meio de
um glossário de termos empregados em análise sensorial. Exemplos: acre = odor e sabor picante,
irritante e áspero, como o do alho, fósforo e solução de ácido fórmico a 90% (p/v); agre = qualifica
a sensação gustativa com predomínio ácido, onde alguns fatores que contribuem para esta sensação
se relacionam a um processo de fermentação (acético ou láctico); adstringente = sensação
produzida pela contração da mucosa da boca, como por uma solução aquosa diluída de
alguns taninos, como do caqui ou banana verde; alcalino = sensação escorregadia devido à
alcalinidade, como solução de bicarbonato de sódio; azedo = sensação complexa olfativa e/
ou gustativa, geralmente devido à presença de ácidos orgânicos. Entretanto não pode ser
usado como sinônimo de gosto primário ácido e pode ter algumas vezes, uma conotação
hedônica negativa. Bouquet = conjunto de caracteres olfativos específicos de um produto,
como vinho, licores; cúprico = com sabor de cobre, áspero e penetrante; estranho = aquele
odor ou sabor não característico do produto; inodoro = qualifica um produto que não tem
odor; insosso = ou “flat”, produto que não atinge nível sensorial adequado, como sem sal,
IAL - 289
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sem tempero; metálico = sensação de metal na mucosa da boca; pungente = sensação de dor
causada, por exemplo, ao cheirar uma solução de ácido acético (2-5%); sápido = qualifica
um produto que produz sabor. O contrário é insípido = falta de sabor, ou que possui aroma
e sabor típicos, mas em níveis inferiores ao que poderia conter o produto (sinônimo de
insosso).
154/IV Análise das características sensoriais
Procedimento – Para análise das características sensoriais, o julgador deve expressar suas
impressões em relação aos atributos sensoriais e descrevê-los utilizando vocabulário próprio,
conforme modelo na Ficha 1. A reunião de julgadores se dá em torno de uma mesa redonda
confortável, com as condições ambientais controladas, tais como: iluminação, temperatura,
ausência de sons ou ruídos e livre de odores estranhos. Durante o teste, o julgador deve
omitir-se de conversas paralelas. Depois, inicia-se uma conversação, na qual, por consenso,
são definidos os termos ou componentes perceptíveis que melhor definem cada um dos atributos sensoriais e, conseqüentemente, a conclusão do resultado de análise. Recomenda-se
que o número de julgadores selecionados seja no mínimo 3, de preferência número ímpar,
para que, se houver divergência de opiniões, possa haver desempate, prevalecendo o resultado consensual da maioria.
Ficha 1 – Modelo para teste de características sensoriais
Amostra:
Julgador:
Data:
Aparência
Odor e aroma
Textura
Sensação bucal
Sabor e gosto
Comentários
Testes discriminativos
Os testes sensoriais discriminativos ou de diferença são considerados métodos objetivos utilizados em análise sensorial de alimentos, bebidas e água, com os efeitos das opiniões
dos indivíduos minimizados. Medem atributos específicos pela discriminação simples, in290 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
dicando por comparações, se existem ou não diferenças estatísticas entre amostras. Exigem cuidados na padronização do preparo e apresentação das amostras e na formação da
equipe sensorial. Todas as amostras devem ser codificadas com números aleatórios de três
dígitos, casualizadas e apresentadas à equipe pré-selecionada e treinada. Os testes devem
ser conduzidos em cabines individualizadas com controle das condições ambientais, tais
como: iluminação, temperatura, ausência de sons ou ruídos e livre de odores estranhos.
Os testes discriminativos ou de diferença mais empregados em análise sensorial são o
triangular, duo-trio, ordenação, comparação pareada e comparação múltipla ou diferença
do controle.
155/IV Testes discriminativos – Teste triangular
Procedimento – O teste triangular detecta pequenas diferenças entre amostras. São apresentadas simultaneamente três amostras codificadas, sendo duas iguais e uma diferente.
Cabe ao julgador identificar a amostra diferente (Ficha 2). A escolha é forçada. A probabilidade de acertos é p = 1/3. A interpretação do resultado se baseia no número total de
julgamentos versus o número de julgamentos corretos (Quadro 4). Se o número de julgamentos corretos for maior ou igual ao valor tabelado (Tabela 1), conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras no nível de probabilidade correspondente. O número
de julgadores selecionados deve ser de 20 a 40, embora apenas 12 possam ser utilizados
quando as diferenças entre amostras são razoavelmente grandes. As amostras devem ser
apresentadas casualizadas em igual número de vezes nas permutações distintas: AAB, BAA,
ABA, ABB, BBA e BAB.
Ficha 2 – Modelo para teste triangular
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo três amostras codificadas, sendo duas iguais e uma diferente.
Identifique com um círculo a amostra diferente.
__________
__________
__________
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 12995, 1993.
IAL - 291
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Quadro 4 – Modelo de casualização e resultado do teste triangular
Amostra:
Nº de codificação:
Nº
(A) _______/_______
* Correta (C)
Errada (E).
p = nº de julgadores
292 - IAL
Ordem de
apresentação
Nome do julgador
1
2
3
4
5
6
7
p
nº de julgamentos totais
nº de julgamentos corretos
Valor tabelado (nível de
probabilidade)
(B) _______/_______
A
B
A
A
B
B
A
A
A
B
B
B
A
A
B
A
A
B
A
B
B
Resposta
do
Comentários
julgador*
(C) ou (E)
Capítulo VI - Análise sensorial
Tabela 1 – Teste triangular (unilateral, p = 1/3). Número mínimo de julgamentos
corretos para estabelecer significância a vários níveis de probabilidade.
Nº total de
julgamentos
5%
4%
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
60
70
80
90
100
4
5
5
6
6
7
7
8
8
9
9
9
10
10
11
11
12
12
12
13
13
14
14
15
15
15
16
16
17
17
17
18
18
19
19
19
20
20
20
21
21
22
22
22
23
23
27
31
35
38
42
5
5
6
6
7
7
7
8
8
9
9
10
10
11
11
11
12
12
13
13
14
14
14
15
15
16
16
16
17
17
18
18
18
19
19
20
20
20
21
21
22
22
22
23
23
24
27
31
35
39
43
Níveis de probabilidade ( α )
3%
2%
1%
0,5%
5
5
6
6
7
7
8
8
9
9
10
10
10
11
11
12
12
13
13
13
14
14
15
15
16
16
16
17
17
18
18
18
19
19
20
20
20
21
21
22
22
22
23
23
24
24
28
32
36
40
43
5
5
6
6
7
7
8
8
9
9
10
10
11
11
12
12
13
13
13
14
14
15
15
16
16
16
17
17
18
18
19
19
19
20
20
21
21
21
22
22
23
23
23
24
24
25
29
33
36
40
44
5
6
6
7
7
8
8
9
9
10
10
11
11
12
12
13
13
14
14
15
15
15
16
16
17
17
18
18
18
19
19
20
20
21
21
21
22
22
23
23
24
24
24
25
25
26
30
34
38
42
45
5
6
7
7
8
8
9
9
10
10
11
11
12
12
13
13
14
14
15
15
16
16
17
17
17
18
18
19
19
20
20
20
21
21
22
22
23
23
24
24
24
25
25
26
26
26
31
35
39
43
47
0,1%
7
8
8
9
10
10
11
11
12
12
13
13
14
14
15
15
16
16
17
17
18
18
19
19
20
20
21
21
22
22
22
23
23
24
24
25
25
26
26
27
27
27
28
28
33
37
41
45
49
Fonte: ABNT, NBR 12995, 1993.
IAL - 293
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
156/IV Testes discriminativos – Teste duo-trio
Procedimento – O teste duo-trio detecta diferença sensorial entre uma amostra e um
padrão (P). São apresentados simultaneamente o padrão e duas amostras codificadas,
sendo uma delas idêntica ao padrão. Cabe ao julgador identificar a amostra igual ao
padrão (Ficha 3). A escolha é forçada. A probabilidade de acertos é de 50% (p = 1/2).
A interpretação do resultado se baseia no número total de julgamentos versus o número
de julgamentos corretos (Quadro 5). Se o número de julgamentos corretos for maior
ou igual ao valor tabelado (Tabela 2), conclui-se que existe diferença significativa entre
as amostras no nível de probabilidade correspondente. O número de julgadores deve
ser no mínimo de sete julgadores especialistas ou no mínimo de 15 julgadores selecionados. As amostras podem ser apresentadas casualizadas nas permutações: AB, BA
(para P = A) e AB, BA (para P = B).
Ficha 3 – Modelo para teste duo-trio
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo uma amostra padrão (P) e duas amostras codificadas. Uma das amostras
codificadas é igual ao padrão, faça um círculo nesta amostra.
__________
__________
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 13169, 1994.
Quadro 5 – Modelo de casualização e resultado do teste duo-trio
Amostra:
nº de codificação: (P = A) (A)______/ (B)______ (P = B) (A)______/ (B)_____
Nº
Nome do julgador
Ordem de apresentação
1
2
3
4
5
6
p
nº de julgamentos totais
nº de julgamentos corretos
Valor tabelado (nível de probabilidade)
* Correta (C)
294 - IAL
Errada (E)
p = nº de julgadores
A
B
A
B
A
B
B
A
B
A
B
A
P = padrão
Resposta do
julgador*
(C) ou (E)
Comentários
Capítulo VI - Análise sensorial
Tabela 2 – Teste duo-trio (unilateral p = 1/2). Número mínimo de julgamentos corretos
para estabelecer significância a vários níveis de probabilidade.
Nº total de
julgamentos
5%
4%
Níveis de probabilidade (α)
3%
2%
1%
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
50
60
70
80
90
100
7
7
8
9
9
10
10
11
12
12
13
13
14
15
15
16
16
17
18
18
19
19
20
20
21
22
22
23
23
24
24
25
26
26
27
27
28
28
29
30
30
31
32
37
43
48
54
59
7
7
8
9
9
10
11
11
12
12
13
14
14
15
15
16
17
17
18
18
19
20
20
21
21
22
23
23
24
24
25
25
26
27
27
28
28
29
29
30
30
31
32
38
43
49
54
60
7
8
8
9
10
10
11
11
12
13
13
14
15
15
16
16
17
18
18
19
19
20
21
21
22
22
23
23
24
25
25
26
26
27
27
28
29
29
30
30
31
31
33
38
44
49
55
60
7
8
8
9
10
10
11
12
12
13
14
14
15
16
16
17
17
18
19
19
20
20
21
22
22
23
23
24
25
25
26
26
27
27
28
29
29
30
30
31
31
32
34
39
45
50
56
61
7
8
9
10
10
11
12
12
13
14
14
15
15
16
17
17
18
19
19
20
20
21
22
22
23
24
24
25
25
26
26
27
28
28
29
29
30
31
31
32
32
33
34
40
46
51
57
63
0,5%
0,1%
8
9
10
11
11
12
13
13
14
15
15
16
17
17
18
19
19
20
20
21
22
22
23
24
24
25
25
26
27
27
28
28
29
30
30
31
31
32
33
33
34
35
41
47
52
58
64
10
11
12
13
13
14
15
16
16
17
18
18
19
20
20
21
22
22
23
24
24
25
26
26
27
27
28
29
29
30
30
31
32
32
33
34
34
35
36
37
43
49
55
61
66
Fonte: ABNT, NBR 13169, 1994.
IAL - 295
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
157/IV Testes discriminativos – Teste de ordenação
Procedimento – O teste de ordenação avalia três ou mais amostras, simultaneamente,
ordenando-as em relação à intensidade de um atributo específico ou de sua preferência. Não quantifica o grau da diferença ou preferência entre amostras. Este teste pode
ser aplicado para pré-seleção entre grande número de amostras. Uma série de três ou
mais amostras codificadas aleatorizadas é apresentada ao julgador para que ordene em
ordem crescente ou decrescente da intensidade do atributo específico ou mais preferido
(Ficha 4). O resultado é dado pela soma das ordens obtidas dos julgadores a cada uma
das amostras (Quadro 6). A avaliação estatística deve ser feita pelo teste de Friedman
utilizando a tabela de Newell e MacFarlane para verificar se há ou não diferença significativa entre amostras. Se a diferença entre as somas das ordens for maior ou igual ao
valor tabelado, conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras ao nível
de significância correspondente. O número de julgadores deve ser no mínimo de cinco
especialistas ou 15 julgadores selecionados. Para o teste de preferência em laboratório,
utilizam-se 30 ou mais julgadores e, para o teste de consumidor, 100 ou mais. As amostras devem ser apresentadas de forma balanceada ou casualizada.
Ficha 4 – Modelo para teste de ordenação
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo quatro amostras codificadas. Avalie cada uma, colocando-as em
ordem crescente da intensidade do atributo específico.
________
primeira
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 13170 / 1994.
296 - IAL
________
segunda
________
terceira
________
quarta
Capítulo VI - Análise sensorial
Quadro 6 – Modelo de casualização e tabulação de resultado do teste de ordenação
Amostra:
nº de codificação:
(A)______ (B)______ (C)______ (D)______
nº
Nome do julgador
1
2
3
4
5
4
5
6
7
p
Tipos de amostras ou tratamentos
Soma das ordens
nº de julgamentos (p)
nº de amostras ou tratamentos (t)
Valor tabelado (nível de significância)
Ordem de apresentação
A
B
C
D
A
C
B
D
B
A
D
C
B
C
A
D
C
D
B
A
C
A
D
B
D
B
A
C
D
C
B
A
A
B
C
D
(A)
Σ (A)
(B)
Σ(B)
(C)
Σ(C)
Comentários
(D)
Σ(D)
Teste de Friedman – Com o número de amostras ou tratamentos avaliados (t) e o número de julgamentos (p) obtidos, utiliza-se a tabela de Newel e MacFarlane (Tabelas 3 ou
4, respectivamente, para os níveis de significância de 5% e 1%), para obter a diferença
crítica entre os totais de ordenação. Se as diferenças entre as soma das ordens de duas
amostras (Quadro 7) diferirem por um valor maior ou igual ao valor tabelado (crítico),
existe diferença significativa entre elas ao nível testado.
Quadro 7 – Módulos de diferenças entre somas das ordens de amostras
Amostras
Somatória total
Diferenças versus A
Diferenças versus B
Diferenças versus C
(A)
Σ (A)
-
(B)
Σ (B)
Σ (A) - Σ (B)
-
(C)
Σ (C)
Σ (A) - Σ(C)
Σ (B) - Σ(C)
-
(D)
Σ(D)
Σ (A) - Σ(D)
Σ(B) - Σ (D)
Σ (C) - Σ(D)
Nota: para saber quais amostras diferem entre si, primeiro coloque-as em ordem crescente da somatória total e, depois, dê letras diferentes para as que diferirem por um
número maior ou igual ao valor tabelado e letras iguais para as que não diferirem
entre si.
IAL - 297
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tabela 3 – Valores críticos para comparação com os módulos das diferenças entre as somas das ordens do teste de ordenação, a 5% de significância
Nº de
julgamentos
3
4
5
8
11
6
9
12
7
10
13
8
10
14
9
10
15
10
11
15
11
11
16
12
12
17
13
12
18
14
13
18
15
13
19
16
14
19
17
14
20
18
15
20
19
15
21
20
15
21
21
16
22
22
16
22
23
16
23
24
17
23
25
17
24
26
17
24
27
18
25
28
18
25
29
18
26
30
19
26
31
19
27
32
19
27
33
20
27
34
20
28
35
20
28
36
20
29
37
21
29
38
21
29
39
21
30
40
21
30
41
22
31
42
22
31
43
22
31
44
22
32
45
23
32
46
23
32
47
23
33
48
23
33
49
24
33
50
24
34
55
25
35
60
26
37
65
27
38
70
28
40
75
29
41
80
30
42
85
31
44
90
32
45
100
34
47
Fonte: ABNT – NBR 13170, 1994.
298 - IAL
nº de amostras ou tratamentos
5
14
15
17
18
19
20
21
22
23
24
24
25
26
26
27
28
28
29
30
30
31
32
32
33
33
34
34
35
36
36
37
37
38
38
39
39
40
40
41
41
41
42
42
43
43
44
46
48
50
52
53
55
57
58
61
6
17
19
20
22
23
24
25
27
28
29
30
31
32
32
33
34
35
36
37
37
38
39
40
40
41
42
42
43
44
44
45
46
46
47
48
48
49
49
50
51
51
52
52
53
53
54
56
59
61
64
66
68
70
72
76
7
21
22
24
26
27
29
30
32
33
34
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
46
47
48
49
50
51
51
52
53
54
55
55
56
57
57
58
59
60
60
61
62
62
63
64
64
67
70
73
76
79
81
84
86
91
8
24
26
28
30
32
34
35
37
39
40
42
42
44
45
46
47
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
63
64
65
66
67
68
69
69
70
71
72
72
73
74
75
78
82
85
88
91
94
97
100
105
9
27
30
32
34
36
38
40
42
44
46
47
49
50
51
53
54
56
57
58
59
61
62
63
64
65
66
67
68
70
71
72
73
74
75
76
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
85
90
94
97
101
105
108
111
114
121
10
30
34
36
38
41
43
45
48
50
52
53
55
56
59
60
61
63
64
65
67
68
70
71
72
73
75
76
77
78
79
81
82
83
84
85
86
87
89
89
90
91
92
93
94
95
95
101
105
110
114
118
122
125
129
136
11
34
37
40
43
46
48
51
53
55
57
59
61
63
65
66
68
70
71
73
74
76
77
79
80
82
83
85
85
87
89
90
91
92
94
95
96
97
98
99
101
102
103
104
105
106
107
112
117
122
127
131
136
140
144
151
12
37
42
44
47
50
53
56
58
61
63
66
67
69
71
73
75
77
79
80
82
84
85
87
89
90
92
93
95
96
98
99
100
102
103
105
106
107
109
110
111
112
114
115
116
117
118
124
130
135
140
145
150
154
159
167
Capítulo VI - Análise Sensorial
Tabela 4 – Valores críticos para comparação com os módulos das diferenças entre as
somas das ordens do teste de ordenação, a 1% de significância
Nº de
julgamentos
nº de amostras ou tratamentos
4
5
6
7
8
9
10
11
12
5
9
13
6
10
14
7
11
15
8
12
16
9
13
17
10
13
18
11
14
19
12
15
20
13
15
21
14
16
22
15
16
22
16
17
23
17
17
24
18
18
25
19
18
25
20
19
26
21
19
27
22
20
27
23
20
28
24
21
28
25
21
29
26
22
29
27
22
30
28
22
31
29
23
31
30
23
32
31
23
32
32
24
33
33
24
33
34
25
34
35
25
34
36
25
35
37
26
35
38
26
36
39
26
36
40
27
36
41
27
37
42
27
37
43
28
38
44
28
38
45
28
39
46
28
39
48
29
40
50
30
41
60
32
45
70
35
48
80
37
51
100
42
57
Fonte: ABNT, NBR 13170, 1994
3
16
18
19
21
22
23
24
26
27
28
28
30
31
31
32
33
34
35
35
36
37
38
38
39
40
40
41
42
42
43
44
44
45
45
46
47
47
48
48
49
49
50
51
52
57
61
66
73
19
21
23
25
27
28
30
31
32
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
48
49
50
51
52
52
53
54
55
55
56
57
57
58
59
60
60
61
62
63
60
75
80
89
23
25
28
30
32
33
35
37
38
40
41
43
44
45
46
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
66
67
68
69
70
70
71
72
74
75
82
89
95
106
26
29
32
34
36
38
40
42
44
46
48
49
51
52
54
55
56
58
59
60
62
63
64
65
66
67
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
82
83
85
87
95
103
110
123
30
33
36
39
41
44
46
48
50
52
54
56
58
60
61
63
64
66
67
69
70
71
73
74
75
77
78
79
80
82
83
84
85
86
87
88
90
91
92
93
94
95
97
99
108
117
125
140
33
37
40
43
46
49
51
54
56
58
60
63
65
67
69
70
72
74
75
77
79
80
82
83
85
86
87
89
90
92
93
94
95
97
98
99
100
102
103
104
105
106
109
111
121
131
140
157
37
41
45
48
51
54
57
60
62
65
67
70
72
74
76
78
80
82
84
85
87
89
91
92
94
95
97
99
100
102
103
105
106
107
109
110
112
113
114
115
117
118
121
123
135
146
156
174
41
45
49
53
56
59
63
66
68
71
74
77
79
81
84
86
88
90
92
94
96
98
100
101
103
105
107
108
110
112
113
115
117
118
120
121
123
124
126
127
128
130
133
135
148
160
171
191
IAL - 299
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
158/IV Testes discriminativos – Teste de comparação pareada
Procedimento – O teste de comparação pareada pode ser direcional, detectando
pequenas diferenças entre amostras quanto a um atributo específico ou estabelecendo
a existência de uma preferência. Pode ser aplicado para selecionar e treinar julgadores.
Duas amostras são apresentadas simultaneamente. Cabe ao julgador identificar a
amostra codificada que apresenta o atributo específico diferente (Ficha 5) ou a amostra
preferida. Ao julgador deve-se fazer uma pergunta específica relevante, referindo-se à
diferença, diferença direcional ou preferência. Perguntas sobre diferença e preferência
não devem ser combinadas. A escolha é forçada. A probabilidade de acertos é de
50% (p = 1/2). A interpretação do resultado se baseia no número de julgamentos
totais versus o número de julgamentos corretos. Se o número de julgamentos corretos
for maior ou igual ao valor tabelado (Tabela 5, unilateral e bilateral) conclui-se que
existe diferença significativa entre as amostras ao nível de probabilidade correspondente
(Quadro 8). O teste unilateral é utilizado quando a priori se sabe que existe diferença
entre amostras, mas, deseja saber se esta diferença é perceptível sensorialmente. O teste
bilateral é empregado quando não se sabe se existe diferença entre amostras ou na
avaliação da preferência. O número de julgadores selecionados deve ser no mínimo
15, porém com equipe altamente treinada pode-se trabalhar com 8 a 9 julgadores. Ao
julgador deve ser fornecido um ou mais pares de amostras codificadas, apresentadas em
ordem balanceada ou ao acaso nas permutações AB e BA.
Ficha 5 – Modelo para teste de comparação pareada
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo duas amostras codificadas. Uma amostra codificada é mais intensa no
atributo (especificar). Identifique-a com um círculo.
__________
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 13088, 1994.
300 - IAL
__________
Quadro 8 – Modelo de casualização e resultado para comparação pareada
Amostra:
nº de codificação:
nº
(A) _______
Nome do julgador
1
(B) _______
Ordem de
apresentação
A
B
2
B
A
3
A
B
4
B
A
5
A
B
6
B
A
Resposta do
julgador*
(C) ou (E)
Comentários
p
nº de julgamentos totais (p)
nº de julgamentos corretos
Valor tabelado (nível de probabilidade)
* Correta (C)
Errada (E)
p = nº de julgadores ou julgamentos
Tabela 5 – Teste de comparação pareada. Número mínimo de julgamentos corretos
para estabelecer significância em vários níveis de probabilidade.
nº total de
julgamentos
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Níveis de probabilidade (α)
Bilateral (p=1/2), preferência
Unilateral (p=1/2), diferença
5%
1%
0,1%
5%
1%
0,1%
5
6
6
7
7
7
8
8
7
8
8
9
8
9
9
10
9
10
10
10
11
11
9
10
11
10
11
12
10
11
12
11
12
13
10
12
13
12
13
14
11
12
13
12
13
14
12
13
14
13
14
15
12
14
15
13
15
16
13
14
16
14
15
17
13
15
16
15
16
17
14
15
17
15
17
18
15
16
18
16
17
19
15
17
18
17
18
19
16
17
19
17
19
20
16
18
20
18
19
21
17
19
20
18
20
21
18
19
21
19
20
22
18
20
22
20
21
23
19
20
22
20
22
23
19
21
23
21
22
24
20
22
24
21
23
25
20
22
24
IAL - 301
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Níveis de probabilidade (α)
nº total de
Bilateral (p=1/2), preferência
Unilateral (p=1/2), diferença
julgamentos
5%
1%
0,1%
5%
1%
0,1%
31
22
24
25
21
23
25
32
23
24
26
22
24
26
33
23
25
27
22
24
26
34
24
25
27
23
25
27
35
24
26
28
23
25
27
36
25
27
29
24
26
28
37
25
27
29
24
26
29
38
26
28
30
25
27
29
39
27
28
31
26
28
30
40
27
29
31
26
28
30
41
28
30
32
27
29
31
42
28
30
32
27
29
32
43
29
31
33
28
30
32
44
29
31
34
28
31
33
45
30
32
34
29
31
34
46
31
33
35
30
32
34
47
31
33
36
30
32
35
48
32
34
36
31
33
36
49
32
34
37
31
34
36
50
33
35
37
32
34
37
60
39
41
44
37
40
43
70
44
47
50
43
46
49
80
50
52
56
48
51
55
90
55
58
61
54
57
61
100
61
64
67
59
63
66
Fonte: ABNT, NBR 13088, 1994
159/IV Testes discriminativos – Teste de comparação múltipla
Procedimento – O teste de comparação múltipla ou diferença-do-controle avalia, simultaneamente, uma ou mais amostras quanto a um atributo específico, determinando
a diferença e o grau da diferença em relação a um controle (C). Apresenta-se o controle
(C), a amostra-controle codificada e uma ou mais amostras-teste codificadas. Cabe ao
julgador avaliar e dar valores às amostras-teste codificadas em comparação ao controle
através da escala de grau de diferença (Ficha 6) que poderá ser verbal, numérica ou
mista. Para análise dos dados faça correspondência entre os valores verbais e numéricos. Deve-se comunicar ao julgador que uma das amostras pode ser igual ao controle.
A interpretação do resultado (Quadro 9) é realizada por meio da análise de variância
(Quadro 10 – Tabela 6) e teste de comparação múltipla de médias. Quando o interesse
é comparar amostra-teste com a amostra-controle, o teste apropriado é o de Dunnett,
unilateral ou bilateral (Tabelas 7 ou 8). O número de julgadores deve ser no mínimo
7 especialistas ou, 15 treinados. As amostras são geralmente apresentadas em delineamento experimental de blocos completos balanceados ou casualizados.
302 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
Ficha 6 – Modelo para teste de comparação múltipla ou diferença-do-controle
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo uma amostra controle (C) e três amostras codificadas. Compare cada
uma com o controle quanto ao atributo (especificar). Expresse o valor da diferença utilizando
a escala abaixo:
1
nenhuma
2
ligeira
3
moderada
4
muita
5
extrema
valor
_______
_______
_______
_______
_______
_______
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 13526, 1995.
Quadro 9 – Modelo de casualização e resultados do teste de comparação múltipla ou
diferença-do-controle
Amostra:
nº de codificação:
(A = controle codificado) _____
nº
Nome do julgador
1
2
3
4
5
6
p
Soma de valores por amostra
Soma de valores por julgador
Média dos valores por amostra
nº de julgadores ou julgamentos (p)
nº de amostras ou tratamentos (n)
nº de observações (N = n x p)
(B) _____
(C) _____
Ordem de apresentação
A
B
C
A
C
B
B
C
A
B
A
C
C
A
B
C
B
A
Σ am (A)
Σ julg (1)
Σ am (B)
Σ julg (2)
Σ am (C)
Σ julg (3)
Σ am(A)/p Σ am(B)/p Σ am(C)/p
Comentários
Σ total am
Σ total julg
IAL - 303
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Análise de Variância – Utilizando as fórmulas a seguir, realize a ANOVA tomando como
orientação o Quadro 10.
Cálculos
FC = (Σ total am ou julg)2 / N
N=nxp
SQ am = {[Σ am (A)] 2 + [Σ am (B)] 2 + [Σ am (C)] 2 /p} - FC
SQ julg = {[Σjulg (1)] 2 +[Σjulg (2)] 2 +[Σ julg (3)] 2 /n} - FC
SQ tot = Σ (cada valor atribuído às amostras pelos julgadores) 2 - FC
SQ res = SQ tot - (SQ am + SQ julg)
Quadro 10 – Modelo para análise de variância (ANOVA)
FV
Amostra
Julgador
Resíduo
Total
GL
(n – 1)
(p – 1)
(N – 1) – (n – 1) – (p – 1)
SQ
SQ am
SQ julg
SQ res
(N – 1)
SQ tot
QM
SQ am / n – 1
SQ julg / p – 1
SQ res / N – n – p + 1
Fc
QMam / QMres
QMjulg / QMres
-
-
-
FV = fontes de variação; GL = graus de liberdade; SQ = soma dos quadrados; QM = quadrado médio; Fo = valor observado de estatística “F” de Snedecor (Tabela 6); Fc = valor
calculado.
Nota: se Fcam for maior que Fo, existe diferença significativa (p<0,05) entre pelo menos
duas amostras codificadas.
Diferença mínima significativa (DMS) pelo teste de Dunnett – Para verificar qual amostrateste difere da amostra-controle (C) ao nível de significância de 5%, utilize a fórmula:
QM res = quadrado médio do resíduo
n = número de repetições de cada amostra (número de julgadores)
d = valor crítico para teste unilateral ou bilateral de Dunnett (Tabela 7 ou 8)
As amostras que diferirem do controle codificado por uma diferença maior ou igual ao
valor de DMS, são consideradas significativamente diferentes do controle ao nível de significância de 5%. Utilize o teste de Dunnett unilateral (Tabela 7) quando a priori sabe-se
304 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
que existe diferença entre amostras, ou bilateral (Tabela 8) quando não se sabe se existe
diferença entre amostras.
Tabela 6 – Valores de F para o nível de erro α = 5%, segundo número de graus de liberdade
de n1 e n2
n2
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
40
60
120
1
6,61
5,99
5,59
5,32
5,12
4,96
4,84
4,75
4,67
4,60
4,54
4,49
4,45
4,41
4,38
4,35
4,32
4,30
4,28
4,26
4,24
4,23
4,21
4,20
4,18
4,17
4,08
4,00
3,92
2
5,79
5,14
4,74
4,46
4,26
4,10
3,98
3,89
3,81
3,74
3,68
3,63
3,59
3,55
3,52
3,49
3,47
3,44
3,42
3,40
3,39
3,37
3,35
3,34
3,33
3,32
3,23
3,15
3,07
3
5,41
4,76
4,35
4,07
3,86
3,71
3,59
3,49
3,41
3,34
3,29
3,24
3,20
3,16
3,13
3,10
3,07
3,05
3,03
3,01
2,99
2,98
2,96
2,95
2,93
2,92
2,84
2,76
2,68
4
5,19
4,53
4,12
3,84
3,63
3,48
3,36
3,26
3,18
3,11
3,06
3,01
2,96
2,93
2,90
2,87
2,84
2,82
2,80
2,78
2,76
2,74
2,73
2,71
2,70
2,69
2,61
2,53
2,45
5
5,05
4,39
3,97
3,69
3,48
3,33
3,20
3,11
3,03
2,96
2,90
2,85
2,81
2,77
2,74
2,71
2,68
2,66
2,64
2,62
2,60
2,59
2,57
2,56
2,55
2,53
2,45
2,37
2,29
n1
6
4,95
4,28
3,87
3,58
3,37
3,22
3,09
3,00
2,92
2,85
2,79
2,74
2,70
2,66
2,63
2,60
2,57
2,55
2,53
2,51
2,49
2,47
2,46
2,45
2,43
2,42
2,34
2,25
2,17
7
4,88
4,21
3,79
3,50
3,29
3,14
3,01
2,91
2,83
2,76
2,71
2,66
2,61
2,58
2,54
2,51
2,49
2,46
2,44
2,42
2,40
2,39
2,37
2,36
2,35
2,33
2,25
2,17
2,09
8
4,82
4,15
3,73
3,44
3,23
3,07
2,95
2,85
2,77
2,70
2,64
2,59
2,55
2,51
2,48
2,45
2,42
2,40
2,37
2,36
2,34
2,32
2,31
2,29
2,28
2,27
2,18
2,10
2,02
9
4,77
4,10
3,68
3,39
3,18
3,02
2,90
2,80
2,71
2,65
2,59
2,54
2,49
2,46
2,42
2,39
2,37
2,34
2,32
2,30
2,28
2,27
2,25
2,24
2,22
2,21
2,12
2,04
1,96
10
4,74
4,06
3,64
3,35
3,14
2,98
2,85
2,75
2,67
2,60
2,54
2,49
2,45
2,41
2,38
2,35
2,32
2,30
2,27
2,25
2,24
2,22
2,20
2,19
2,18
2,16
2,08
1,99
1,91
11
4,70
4,03
3,60
3,31
3,10
2,94
2,82
2,72
2,63
2,56
2,51
2,45
2,41
2,37
2,34
2,31
2,28
2,26
2,24
2,22
2,20
2,18
2,16
2,15
2,14
2,12
2,04
1,95
1,86
Fonte: ABNT, NBR 13526, 1995.
n1 = graus de liberdade da causa de variação (amostra);
n2 = graus de liberdade do resíduo.
IAL - 305
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tabela 7 – Valores de d para teste de Dunnett, unilateral, nível de erro α = 5%, segundo o número de tratamentos P excluindo o controle, e o número de graus de liberdade
do resíduo n1
n1
1
2
5
2,02
2,44
6
1,94
2,34
7
1,89
2,27
8
1,86
2,22
9
1,83
2,18
10
1,81
2,15
11
1,80
2,13
12
1,78
2,11
13
1,77
2,09
14
1,76
2,08
15
1,75
2,07
16
1,75
2,06
17
1,74
2,05
18
1,73
2,04
19
1,73
2,03
20
1,72
2,03
24
1,71
2,01
30
1,70
1,99
40
1,68
1,97
60
1,67
1,95
120
1,66
1,93
Fonte: ABNT, NBR 13526, 1995.
3
2,68
2,56
2,48
2,42
2,37
2,34
2,31
2,29
2,27
2,25
2,24
2,23
2,22
2,21
2,20
2,19
2,17
2,15
2,13
2,10
2,08
4
2,85
2,71
2,62
2,55
2,50
2,47
2,44
2,41
2,39
2,37
2,36
2,34
2,33
2,32
2,31
2,30
2,28
2,25
2,23
2,21
2,18
P
5
2,98
2,83
2,73
2,66
2,60
2,56
2,53
2,50
2,48
2,46
2,44
2,43
2,42
2,41
2,40
2,39
2,36
2,33
2,31
2,28
2,26
6
3,08
2,92
2,82
2,74
2,68
2,64
2,60
2,58
2,55
2,53
2,51
2,50
2,49
2,48
2,47
2,46
2,43
2,40
2,37
2,35
2,32
7
3,16
3,00
2,89
2,81
2,75
2,70
2,67
2,64
2,61
2,59
2,57
2,56
2,54
2,53
2,52
2,51
2,48
2,45
2,42
2,39
2,37
8
3,24
3,07
2,95
2,87
2,81
2,76
2,72
2,69
2,66
2,64
2,62
2,61
2,59
2,58
2,57
2,56
2,53
2,50
2,47
2,44
2,41
9
3,30
3,12
3,01
2,92
2,86
2,81
2,77
2,74
2,71
2,69
2,67
2,65
2,64
2,62
2,61
2,60
2,57
2,54
2,51
2,48
2,45
Tabela 8 – Valores de d para teste de Dunnett, bilateral, nível de erro α = 5%, segundo
o número de tratamentos P excluindo o controle, e o número de graus de liberdade do
resíduo n1
n1
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
306 - IAL
1
2,57
2,45
2,36
2,31
2,26
2,23
2,20
2,18
2,16
2,14
2,13
2
3,03
2,86
2,75
2,67
2,61
2,57
2,53
2,50
2,48
2,46
2,44
3
3,29
3,10
2,97
2,88
2,81
2,76
2,72
2,68
2,65
2,63
2,61
4
3,48
3,26
3,12
3,02
2,95
2,89
2,84
2,81
2,78
2,75
2,73
P
5
3,62
3,39
3,24
3,13
3,05
2,99
2,94
2,90
2,87
2,84
2,82
6
3,73
3,49
3,33
3,22
3,14
3,07
3,02
2,98
2,94
2,91
2,89
7
3,82
3,57
3,41
3,29
3,20
3,14
3,08
3,04
3,00
2,97
2,95
8
3,90
3,64
3,47
3,35
3,26
3,19
3,14
3,09
3,06
3,02
3,00
9
3,97
3,71
3,53
3,41
3,32
3,24
3,19
3,14
3,10
3,07
3,04
16
2,12
2,42
n1
1
2
17
2,11
2,41
18
2,10
2,40
19
2,09
2,39
20
2,09
2,38
24
2,06
2,35
30
2,04
2,32
40
2,02
2,29
60
2,00
2,27
120
1,98
2,24
Fonte: ABNT, NBR 13526, 1995.
2,59
2,71
3
2,58
2,56
2,55
2,54
2,51
2,47
2,44
2,41
2,38
4
2,69
2,68
2,66
2,65
2,61
2,58
2,54
2,51
2,47
2,80
P
5
2,78
2,76
2,75
2,73
2,70
2,66
2,62
2,58
2,55
2,87
2,92
2,97
3,02
6
2,85
2,83
2,81
2,80
2,76
2,72
2,68
2,64
2,60
7
2,90
2,89
2,87
2,86
2,81
2,77
2,73
2,69
2,65
8
2,95
2,94
2,92
2,90
2,86
2,82
2,77
2,73
2,69
9
3,00
2,98
2,96
2,95
2,90
2,86
2,81
2,77
2,73
160/IV Testes com escalas
Procedimento – Os testes usando escalas indicam o tipo ou a intensidade de uma resposta sensorial. As escalas são classificadas em quatro classes: nominal, ordinal, intervalo e de proporção. A escala nominal especifica somente classes ou categorias, as quais
não possuem nenhuma relação quantitativa entre si como, por exemplo, a escala de
classificação da bebida de café. A escala ordinal especifica as categorias como uma série ordenada, porém sem expressar o tamanho da diferença entre elas, sendo utilizada
nos testes de ordenação. A escala de intervalo assume igualdade de distância (intervalos) entre pontos (categorias) da escala e origem arbitrária. Estas escalas são ancoradas
em vários pontos, geralmente nas extremidades e às vezes no meio da escala, com termos que indicam a magnitude da resposta. Costumam variar de 5 a 15 pontos (5-15)
cm nas escalas não estruturadas). São utilizadas nas avaliações de atributos específicos,
nos testes de perfil de textura, na análise descritiva quantitativa (ADQ) e nos testes de
preferência e aceitação (escala hedônica e de atitude). A escala hedônica é uma escala de intervalo que expressa o grau de gostar ou desgostar de uma amostra pelo consumidor. As escalas de intervalo se classificam em estruturada e não estruturada e em
unipolar e bipolar. Na escala estruturada (numérica e/ou verbal) os intervalos são associados a números e/ou termos descritivos. Na escala não estruturada, linear ou gráfica,
a linha é demarcada por expressões quantitativas nas extremidades ou distantes destas
(0,5-1,25) cm. A escala unipolar apresenta extremidade zero enquanto que a bipolar
revela descrições opostas nas duas extremidades. A escala de proporção envolve a livre
atribuição de números pelos julgadores para indicar as proporções das intensidades sensoriais em relação a uma amostra de referência, fornecendo a relação de proporção entre
o estímulo e a resposta. É utilizada no teste de estimativa da magnitude. Nos testes de
escala, as amostras codificadas e aleatorizadas são apresentadas simultaneamente ou não
ao julgador para que avalie o atributo específico utilizando uma escala pré-definida (Ficha
7). Os resultados obtidos são avaliados estatisticamente segundo o objetivo proposto. GeIAL - 307
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
ralmente, é realizada análise de variância (Quadro 10) e testes de comparação de médias
como, por exemplo, de Tukey (Tabela 9), Ducan ou SNK (Student-Newman-Keuls),
com nível de significância pré-fixado. Escolha o delineamento experimental estatístico
segundo o objetivo. Pode-se optar pelo delineamento experimental de blocos completos
casualizados ou blocos incompletos, se o número de amostras for grande e/ou o atributo
revelar intenso grau de fadiga sensorial. Outros delineamentos experimentais também
conhecidos podem ser empregados. No delineamento de blocos completos casualizados
todos os tratamentos são casualizados dentro de cada bloco. Cada provador avalia todas
as amostras, em uma só sessão de teste. Blocos incompletos casualizados é o delineamento
onde os blocos não contêm todos os tratamentos.
Ficha 7 – Modelo de escala estruturada de 7 pontos (numérica, verbal, bipolar)
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo três amostras codificadas. Avalie cada uma segundo a intensidade de dureza
(atributo de textura), utilizando a escala abaixo:
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
Muito duro
Duro
Levemente duro
Nem duro nem mole
Levemente mole
Mole
Muito mole
________
( )
________
( )
________
( )
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 14141, 1998.
Tabela 9 – Valores de q para teste de Tukey, nível de erro α = 5%, segundo o número de
tratamentos P e graus de liberdade do resíduo n 1
n1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
308 - IAL
P
2
17,97
6,08
4,50
3,93
3,64
3,46
3,34
3,26
3,20
3
26,98
8,33
5,91
5,04
4,60
4,34
4,16
4,04
3,95
4
32,82
9,80
6,82
5,76
5,22
4,90
4,68
4,53
4,41
5
37,08
10,88
7,50
6,29
5,67
5,30
5,06
4,89
4,76
6
40,41
11,74
8,04
6,71
6,03
5,63
5,35
5,17
5,02
7
43,12
12,44
8,48
7,05
6,33
5,90
5,61
5,40
5,24
8
45,40
13,03
8,85
7,35
6,58
6,12
5,82
5,60
5,43
9
47,36
13,54
9,18
7,60
6,80
6,32
6,00
5,77
5,59
10
49,07
13,99
9,45
7,83
6,99
6,49
6,16
5,92
5,74
15
55,36
15,65
10,53
8,66
7,72
7,14
6,76
6,48
6,28
Capítulo VI - Análise Sensorial
n1
2
3
10
3,15
3,88
11
3,11
3,82
12
3,08
3,77
13
3,06
3,73
14
3,03
3,70
15
3,01
3,67
16
3,00
3,65
17
2,98
3,63
18
2,97
3,61
19
2,96
3,59
20
2,95
3,58
24
2,92
3,53
30
2,89
3,49
40
2,80
3,44
60
2,83
3,40
120
2,80
3,36
∞
2,77
3,31
Fonte: DA SILVA (1998).
P
4
4,33
4,26
4,20
4,15
4,11
4,08
4,05
4,02
4,00
3,98
3,96
3,90
3,85
3,79
3,74
3,68
3,63
5
4,65
4,57
4,51
4,45
4,41
4,37
4,33
4,30
4,28
4,25
4,23
4,17
4,10
4,04
3,98
3,92
3,86
6
4,91
4,82
4,75
4,69
4,64
4,59
4,56
4,52
4,49
4,47
4,45
4,37
4,30
4,23
4,16
4,10
4,03
7
5,12
5,03
4,95
4,88
4,83
4,78
4,74
4,70
4,67
4,65
4,62
4,54
4,46
4,39
4,31
4,24
4,17
8
5,30
5,20
5,12
5,05
4,99
4,94
4,90
4,86
4,82
4,79
4,77
4,68
4,60
4,52
4,44
4,36
4,29
9
5,46
5,35
5,27
5,19
5,13
5,08
5,03
4,99
4,96
4,92
4,90
4,81
4,72
4,63
4,55
4,47
4,39
10
5,60
5,49
5,39
5,32
5,25
5,20
5,15
5,11
5,07
5,04
5,01
4,92
4,82
4,73
4,65
4,56
4,47
15
6,11
5,98
5,88
5,79
5,71
5,65
5,59
5,54
5,50
5,46
5,43
5,32
5,21
5,11
5,00
4,90
4,80
Nota: diferença mínima significativa, DMS, utilizando o teste de Tukey
QMres = quadrado médio do resíduo
n = número de julgamentos por tratamento
q = valor crítico tabelado a nº de tratamentos e graus de liberdade do resíduo
Testes sensoriais descritivos
Métodos utilizados em análise sensorial de alimentos, bebidas e água. Descrevem os
componentes ou parâmetros sensoriais e medem a intensidade em que são percebidos. Alguns dos componentes mais empregados em testes descritivos são os observados no Quadro
11 que se referem à aparência, odor e aroma, textura oral e manual, sensações táteis e superficiais, sabor e gosto. Geralmente, a equipe sensorial define previamente os termos relativos
às propriedades mais relevantes do produto e sua seqüência de avaliação. Na análise descritiva o provador também avalia, através de uma escala, o grau de intensidade com que cada
atributo está presente. Os julgadores devem ser treinados a usar a escala de forma consistente
em relação à equipe e às amostras, durante todo período de avaliação. Exige-se cuidado na
padronização do preparo e apresentação de amostras e na formação da equipe sensorial.
As amostras devem ser codificadas com números de três dígitos aleatórios, casualizadas e
apresentadas à equipe treinada e selecionada. As técnicas descritivas mais utilizadas são o
do perfil de sabor, perfil de textura, a análise descritiva quantitativa (ADQ) e o de tempointensidade. As técnicas descritivas de espectro e de perfil livre também têm sido utilizadas.
IAL - 309
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Quadro 11 – Parâmetros ou componentes sensoriais utilizados em análise descritiva
Aparência
Odor e aroma
Tamanho e forma: dimensão, geometria.
Textura superficial: maciez, aspereza.
Interação entre partículas e fragmentos: viscosidade, aglomerado, partícula
solta.
Cor: matiz, croma, uniformidade, profundidade, brilho.
Sensações olfativas: floral, frutado, pútrido, baunilha.
Sensações nasais: frescor, quente, pungente.
Textura manual
Mecânicos de reação à força e pressão: dureza e firmeza; força de compressão
ou extensão ou tensão; elasticidade, volta à posição ou forma original após
compressão.
Geométricos e/ou tamanho, forma e orientação das partículas: áspero, arenoso, floculoso, frisado, nervuras ou com listas.
Presença e absorção de umidade: seco, dessecado, oleoso, untuoso, embebido.
Textura oral
Mecânicos de reação à força e pressão: firmeza; viscosidade; deformação; fraturabilidade.
Geométricos e/ou tamanho, forma e orientação das partículas: arenoso; granuloso, fibroso, floculoso.
Umidade e gordura e/ou presença e absorção de água, óleo e gordura: aguado
ou úmido, suculento, ensopado, untuoso ou besuntado.
Sensações táteis e
superficiais
Mecânicos de reação à força e pressão: densidade, espessura ou grossura, lisa
ou escorregadiça, elasticidade ou expandida, distendida, espalhada, estendida.
Umidade, gordura e/ou presença de absorção de água, óleo ou gordura: aguado ou umedecido, ensopado, oleoso, untuoso ou besuntado, seco ou secura
ou dessecado.
Geométricos e/ou tamanho, forma e orientação das partículas táteis após contato: arenoso, floculoso, espumoso ou escumoso.
De aparência, mudanças visuais durante o uso do produto: polido ou lustroso,
brancura ou pálido, macilento ou emaciado, pontiagudo.
Sabor e gosto
Sensações olfativas: floral, frutado, cacau ou chocolate, pútrido, rançoso.
Sensações gustativas: doce, salgado, ácido, amargo, umami.
Sensações orais: frio, quente, adstringente, metálico, queimado.
Fonte: MEILGAARD et al. 1991
161/IV Testes descritivos – Perfil de sabor
Procedimento – Pelo método perfil de sabor (Arthur D. Little, 1940 em Meilgaard et al,
1987) pode ser realizada descrição completa do odor e aroma, do sabor e das sensações
bucais residuais perceptíveis pelos julgadores, determinando graus de diferenças entre amostras ou suas misturas e impressão global do produto. Os julgadores, com a ajuda do líder
definem os atributos e os materiais de referência. É empregada escala constante de categoria.
Sempre se avalia a amplitude do aroma e sabor, definida como a intensidade geral, ou seja, o
primeiro impacto causado pelo aroma ou sabor. Embora os julgamentos sejam individuais,
após cada avaliação, o líder da equipe discute com seus membros os valores de intensidade
dados a cada atributo. O perfil de aroma e sabor de cada amostra é construído por consen310 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
so. Os resultados são expressos de forma tabular ou gráfica. Em geral não são conduzidas
análises estatísticas dos dados obtidos. A equipe é composta por número de quatro a seis
julgadores treinados. Estes devem manifestar interesse e potencial para trabalhar em grupo,
habilidade para identificar e para discriminar as intensidades de gostos e odores.
162/IV Testes descritivos – Perfil de textura
Procedimento – O método Perfil de Textura (Brandt, 1963; Civille e Szczesniak, 1973;
Civille e Liska, 1975 em Meilgaard et al, 1987) pode fornecer uma descrição completa da
textura, segundo parâmetros mecânicos, geométricos, de gordura e umidade, com definição do grau em que estão presentes e da ordem com que são percebidos desde a primeira
mordida até a mastigação e fases finais de deglutição. Com base nas avaliações são utilizadas
classificações e definições dos termos de textura, bem como referências de intensidade descritos na literatura. Todos os termos descritivos são definidos com o objetivo de reduzir a variabilidade entre julgadores. Dependendo da escala utilizada, o tratamento dos dados pode
ser obtido por consenso da equipe em cada atributo ou análise estatística pela análise de variância (ANOVA), análise m ultivariada (MANOVA) e análise de componentes principais
(ACP). A apresentação dos resultados pode ser tabular ou gráfica. O número de julgadores
pode variar de 6 a 10 e são inicialmente selecionados com base no interesse, disponibilidade
e atitude, por entrevista. Os julgadores são treinados em definição de textura, procedimento
de avaliação e nas escalas de referência, sendo então selecionados pela habilidade de discriminação em atributos de textura.
163/IV Testes descritivos – Análise descritiva quantitativa
Procedimento – O método da Análise descritiva quantitativa (ADQ) desenvolvida por
STONE et al. (1974) é muito utilizado para traçar, de forma a mais completa possível, o
perfil sensorial quanto aos atributos de aparência, odor, textura e sabor. O método identifica
os atributos e os quantifica na ordem de ocorrência. Primeiramente, os atributos são decompostos pela equipe sensorial que busca os termos descritores, seus significados, materiais de
referências adequados e a melhor seqüência de avaliação. Para isto, é muito empregado o método de rede de MOSKOWITZ (1983), onde o julgador descreve as similaridades e diferenças entre pares de amostras (Ficha 8). Os termos gerados são listados por consenso (Ficha
9) permanecendo os citados em maior número de vezes para compor a ficha (Ficha 10).
As escalas não estruturadas, de (9-15) cm, são mais empregadas. Os dados obtidos, normalmente, são submetidos à análise de variância (fontes de variação: julgador (J), tratamento (T),
interação (J*T) e resíduo). Podem ser utilizados outros tratamentos estatísticos, como técnicas de análise multivariada, de acordo com os objetivos do teste. Diferenças entre tratamentos devem ser analisadas utilizando-se testes de comparação de médias, tais como de Tukey
(Tabela 9), de Ducan ou SNK (Student-Newman-Keuls). A ADQ pode ser representada
por gráfico aranha e por análise de componentes principais (ACP), onde a primeira sugere
similaridades e diferenças entre as amostras e a segunda aponta relações existentes entre
IAL - 311
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
elas, evidenciando o que mais as caracterizam. Recomenda-se que o número de julgadores
selecionados seja entre 8 e 25 julgadores treinados. Avalie o desempenho de cada julgador
por testes com duas ou mais amostras diferentes, em pelos menos três repetições. O critério
de seleção é para os julgadores que discriminam amostras com probabilidade (p) menor ou
igual a 0,50 pela ANOVA. Pode haver o retreinamento dos julgadores selecionados. Vários
delineamentos experimentais estatísticos são recomendados, podendo-se optar pelo de blocos completos casualizados ou blocos incompletos casualizados, conforme o caso; estes são
os mais freqüentemente utilizados.
Ficha 8 – Modelo de ficha para o método de rede
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo duas amostras codificadas. Avalie cada uma quanto aos atributos abaixo apontando
suas similaridades e diferenças.
Códigos das amostras: ________ / ________
Similaridades
Aparência:
Odor:
Textura:
Sabor:
312 - IAL
Diferenças
Capítulo VI - Análise sensorial
Ficha 9 – Modelo para listagem consensual de atributos e número de vezes em que foram
citados pelo método de rede
Termos descritivos ou descritores - Atributos
Aparência:
1:
2:
n:
Odor:
1:
2:
n:
1:
2:
n:
1:
2:
n:
Textura:
Sabor:
Número de vezes
Ficha 10 – Modelo de escala não estruturada para análise descritiva quantitativa
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo três amostras codificadas. Avalie cada uma segundo a intensidade do atributo
específico, assinalando com um traço vertical as escalas abaixo:
Aparência:
Atributo 1
_|______________________________________|_
Fraco
Forte
Atributo 2
_|______________________________________|_
Fraco
Forte
Odor:
Atributo 3
_ |______________________________________|_
Fraco
Forte
Atributo 4
_|______________________________________|_
Fraco
Forte
Textura:
Atributo 5
_|______________________________________|_
Pouca
Muita
Atributo 6
_|______________________________________|_
Fraco
Forte
Sabor:
Atributo 7
_ |______________________________________|_
Fraco
Forte
Atributo 8
_|______________________________________|_
Ausente
Forte
Comentário:
Fonte: ABNT, NBR 14140, 1998.
IAL - 313
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Testes afetivos
Método utilizado em análise sensorial de alimentos, bebidas e água. O julgador expressa seu estado emocional ou reação afetiva ao escolher um produto pelo outro. É a forma
usual de se medir a opinião de um grande número de consumidores com respeito as suas
preferências, gostos e opiniões. As escalas mais empregadas são: de intensidade, a hedônica,
do ideal e de atitude ou de intenção. Os julgadores não precisam ser treinados bastando ser
consumidores freqüentes do produto em avaliação. Os testes afetivos em função do local
de aplicação podem ser de laboratório, localização central e uso doméstico. Basicamente,
os testes afetivos podem ser classificados em duas categorias: de preferência (escolha) e de
aceitação (categoria).
164/IV Testes afetivos – Testes de preferência
Procedimento – O indivíduo manifesta sua preferência em relação ao produto que lhe é
oferecido. As escalas mais utilizadas são de ordenação-preferência e comparação pareada.
No teste de ordenação-preferência (Ficha 11) uma série de amostras é apresentada para que
seja ordenada de acordo com a preferência do julgador. Na comparação pareada (Ficha 12)
são apresentados pares de amostras para serem comparadas pelo julgador em relação a sua
preferência.
Ficha 11 – Modelo para teste ordenação-preferência
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo três amostras codiicadas, avalie cada uma na ordem crescente de
sua preferência.
________
(1)
(menos preferida)
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 13170, 1994.
314 - IAL
________
(2)
________
(3)
(mais preferida)
Capítulo VI - Análise sensorial
Ficha 12 – Modelo para teste pareado-preferência
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo duas amostras codificadas, identifique com um círculo a sua amostra
preferida.
__________
__________
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 13088, 1994.
165/IV Testes afetivos – Testes de aceitação por escala hedônica
Procedimento – Com o teste da escala hedônica, o indivíduo expressa o grau de gostar
ou de desgostar de um determinado produto, de forma globalizada ou em relação a um
atributo específico. As escalas mais utilizadas são as de 7 e 9 pontos, que contêm os termos
definidos situados, por exemplo, entre “gostei muitíssimo” e “desgostei muitíssimo” contendo um ponto intermediário com o termo “nem gostei; nem desgostei”. É importante
que as escalas possuam número balanceado de categorias para gosto e desgosto. As amostras
codificadas com algarismos de três dígitos e aleatorizadas são apresentadas ao julgador para
avaliar o quanto gosta ou desgosta de cada uma delas através da escala previamente definida
(Ficha 13). Sua preferência é obtida por inferência. Os dados coletados podem ser avaliados
estatisticamente pela análise de variância, ANOVA (Quadro 10) e comparação das médias
de pares de amostras pelo teste de Tukey (Tabela 9). Se for empregada escala hedônica com
comparação a um padrão de referência, será utilizado o teste de Dunnett. Recomenda-se
que o número de julgadores seja entre 50 e 100. O delineamento experimental a ser utilizado deve ser previamente escolhido, podendo-se optar pelo de blocos completos balanceados
ou casualizados ou blocos incompletos casualizados, conforme a situação.
IAL - 315
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Ficha 13 – Modelo de escala hedônica (estruturada verbal, numérica, bipolar, nove pontos).
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo quatro amostras codificadas. Avalie globalmente cada uma segundo o
grau de gostar ou desgostar, utilizando a escala abaixo.
( 9 ) gostei extremamente
( 8 ) gostei moderadamente
( 7 ) gostei regularmente
( 6 ) gostei ligeiramente
( 5 ) não gostei, nem desgostei
( 4 ) desgostei ligeiramente
( 3 ) desgostei regularmente
( 2 ) desgostei moderadamente
( 1 ) desgostei extremamente
_______
( )
_______
( )
_______
( )
_______
( )
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 14141, 1998.
166/IV Testes afetivos – Testes de aceitação por escala do ideal
Procedimento – Na escala do ideal o indivíduo expressa o quão ideal o produto está em
relação à intensidade de um atributo específico. Geralmente, a escala possui de 3 a 5 pontos,
podendo conter termos opostos como, por exemplo, “muito fraco” a “muito forte” e no centro da escala o termo “ideal”, de tal forma que tenha números iguais de categorias de ambos
os lados. São apresentadas ao julgador amostras codificadas e aleatorizadas para indicar o
quão ideal está certo produto em relação a termos pré-definidos (Ficha 14). Geralmente,
os dados obtidos são avaliados na forma de porcentagem de julgamentos, podendo ser utilizado um limite de 70% de respostas para o termo “ideal”. O resultado também pode ser
avaliado elaborando-se um gráfico de freqüências das respostas através de histogramas ou
comparando-se a distribuição das respostas das amostras avaliadas com uma amostra-padrão
pelo teste Qui-quadrado ou por regressão linear simples. Recomenda-se que o número de
julgadores selecionados esteja entre 50 e 100. O delineamento experimental deverá ser previamente definido, podendo-se optar pelo de blocos completos balanceados ou casualizados
ou blocos incompletos casualizados, conforme a situação.
316 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
Ficha 14 – Modelo de escala do ideal (estruturada verbal, numérica, cinco pontos)
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo três amostras codificadas. Indique o quão ideal está cada amostra
em relação à ....., utilizando a escala abaixo.
( 1 ) muito fraca ( 2 ) fraca
( 3 ) ideal
_______ ( )
( 4 ) forte
_______ ( )
( 5 ) muito forte
_______ ( )
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 14141, 1998.
167/IV Testes afetivos –Testes de escala de atitude ou de intenção
Procedimento – Por meio das escalas de atitude ou de intenção, o indivíduo expressa sua
vontade em consumir, adquirir ou comprar, um produto que lhe é oferecido. As escalas mais
utilizadas são as verbais de 5 a 7 pontos. As amostras codificadas e aleatorizadas podem ser
apresentadas seqüencialmente ao julgador para serem avaliadas através da escala pré-definida (Ficha 15). Os termos definidos podem se situar, por exemplo, entre “provavelmente
compraria” a “provavelmente não compraria” e, no ponto intermediário “talvez compraria,
talvez não compraria”. É importante que a escala possua número balanceado de categorias
entre o ponto intermediário e os extremos. Os dados são avaliados pelas freqüências através
dos gráficos de histogramas. Recomenda-se que o número de julgadores esteja entre 50
a 100. O delineamento experimental deverá ser previamente definido, podendo-se optar
pelo de blocos completos balanceados ou casualizados ou blocos incompletos casualizados,
conforme a situação.
IAL - 317
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1ª Edição Digital
Ficha 15 – Modelo de escala de atitude ou de intenção (estruturada verbal, numérica, bipolar, sete pontos)
Amostra:
Julgador:
Data:
Você está recebendo três amostras codificadas. Avalie cada uma segundo a sua intenção de
consumo, utilizando a escala abaixo.
(7) Comeria sempre
(6) Comeria muito freqüentemente
(5) Comeria freqüentemente
(4) Comeria ocasionalmente
(3) Comeria raramente
(2) Comeria muito raramente
(1) Nunca comeria
_______
( )
_______
( )
_______
( )
Comentários:
Fonte: ABNT, NBR 14141, 1998.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12806: Análise sensorial de alimentos e bebidas. Terminologia. Rio de Janeiro, 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12994: Métodos de
análise sensorial dos alimentos e bebidas. Rio de Janeiro, 1993.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13088: Teste de comparação pareada em análise sensorial de alimentos e bebidas. Rio de
Janeiro, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13169: Teste duo-trio
em análise sensorial. Rio de Janeiro, 1994.
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318 - IAL
Capítulo VI - Análise sensorial
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13526: Teste de comparação múltipla em análise sensorial de alimentos e bebidas. Rio de Janeiro, 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14140: Alimentos e
bebidas. Análise Sensorial. Teste de análise descritiva quantitativa (ADQ). Rio de Janeiro,
1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14141: Escalas utilizadas em análise sensorial de alimentos e bebidas. Rio de Janeiro, 1998.
BRANDT, M.A.; SKINNER, E.Z.; COLEMAN, J.A. Texture profile method. J. Food.
Sci. v. 28, p. 404-409, 1963.
BODYFELT, F.W.; TOBIAS, J.; TROUT, G.M. The sensory evaluation of dairy
products. 1st ed., New York/USA: AVI Book, 1988, 598 p.
CAUL, J.F. he proile method of lavour analysis. Advances in food research.
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DA SILVA, M. A. A. P. Análise sensorial e instrumental de alimentos. Apostila de Disciplina. FEA/UNICAMP, Campinas, SP, 1998.
ELLIS, B. H. A guide book for sensory testing. Continental Can Co., Chicago, III.,
1961, 55 p.
FARIA, E.V.; MORI, E.E.M.; YOTSUYANAGI, K. Técnicas de análise sensorial. Apostila de Curso. LAFISE/ITAL, Campinas, SP, 2000, 103 p.
GRETAGMACBETH (USA). FM Test: Quick Guide to Operation – Munsell Color.
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3972/1979. Sensory analysis: method of investigating sensitivity of taste. Geneva: ISO
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LARMOND, E. Laboratory methods for sensory evaluation of food. Agriculture Canadá, 1987, 73 p.
MEILGAARD, M.; CIVILLE, G. V.; CARR, B. T. Sensory Evaluation Techniques.
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IAL - 319
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
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SHALLENBERGER, R.S. Taste Chemistry. 1 ed., Cambridge/ USA: Chapman & Hall,
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STONE, H.; SIDEL, J.; OLIVER, S.; WOOLSEY, A; SINGLETON, R.C. Sensory
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Colaboradores
Maria Auxiliadora de Brito Rodas e Jussara Carvalho de Moura Della Torre
320 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
CAPÍTULO
VII
AÇÚCARES E
PRODUTOS
CORRELATOS
IAL - 321
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
322 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
VII
AÇÚCARES E PRODUTOS CORRELATOS
N
este capítulo são abordados os métodos de análise para produtos com alto teor de
açúcar, tais como: açúcares reinado, cristal e mascavo, rapadura, melaço, xaropes
de diversos tipos e mel.
Com relação ao poder adoçante dos diferentes açúcares, não existem aparelhos especíicos
para a sua determinação. Para a comparação desta propriedade, recorre-se a provas sensoriais.
O poder adoçante relativo de alguns açúcares e a sua rotação especíica estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Poder adoçante de alguns açúcares e sua rotação especíica
Açúcar
Poder adoçante
relativo
Rotação específica
[ α ]D
Lactose
16
+ 52,5º
Rainose
22
+ 104,0º
Galactose
32
+ 80,2º
Raminose
32
+ 8,3º
Maltose
32
+ 137,0º
Xilose
40
+ 18,8º
Dextrose
74
+ 52,5º
Sacarose
100
+ 66,5º
Açúcar invertido
130
-
Frutose
173
- 92,3º
IAL - 323
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
O açúcar, sem outra designação especíica, é a sacarose obtida da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) ou da beterraba (Beta vulgaris). De acordo com a tecnologia empregada, o açúcar é obtido em diferentes tipos e graus de pureza. As determinações para açúcar
compreendem: sacarose por desvio polarimétrico direto, umidade, cor ICUMSA, cinzas
(018/IV) e, eventualmente, minerais e metais pesados (cap. XXIII) e dióxido de enxofre
(050/IV).
As análises de glicose anidra e outros açúcares em pó mais usuais são as de glicídios
redutores, glicídios não redutores, cinzas (018/IV) e, eventualmente minerais e metais pesados (cap. XXIII).
A determinação quantitativa dos açúcares redutores pode ser efetuada por diferentes
procedimentos, sendo o método de redução das soluções de Fehling o mais empregado.
Xarope, sem outra especiicação, consiste de uma solução de açúcar em água, contendo aproximadamente dois terços de seu peso em sacarose ou de outros tipos de açúcares tais
como: maltose, frutose ou glicose.
Melaço é o líquido que se obtém como resíduo de fabricação do açúcar cristalizado,
do melado ou da reinação do açúcar bruto.
A análise de xaropes de diversos tipos de açúcares e melaço inclui as seguintes determinações: glicídios redutores, glicídios não redutores, graus Brix, umidade, cinzas (018/IV)
e, eventualmente, minerais e metais pesados (cap. XXIII).
Rapadura é o produto sólido obtido pela concentração a quente do caldo de cana
(Saccharum officinarum).
Na análise de rapadura, as determinações incluem: glicídios redutores em glicose,
glicídios não redutores em sacarose, umidade (012/IV), cinzas (018/IV) e, eventualmente,
minerais e metais pesados (cap. XXIII).
O mel consiste basicamente de diferentes açúcares, predominantemente de frutose
e glicose. Contém em menor proporção uma mistura complexa de outros carboidratos,
enzimas, ácidos orgânicos, aminoácidos, minerais e pólen.
As determinações usuais em mel incluem, entre outras, umidade, acidez total, açúcares redutores, sacarose aparente, cinzas (018/IV), sólidos insolúveis em água, hidroximetilfurfural (HMF), atividade diastásica e as diferentes reações que podem fornecer indicações
324 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
sobre a adulteração do mel: reações de Lund, Fiehe e de Lugol.
168/IV Preparação da amostra de açúcares para análise
No caso de amostras em torrões ou grânulos grandes, faça uma homogeneização
quebrando no almofariz com o auxílio de um pistilo.
Para xaropes densos, aqueça a amostra a (40 ± 1)°C, em banho-maria e esfrie à temperatura ambiente, antes de realizar os ensaios.
Mel líquido – Se a amostra estiver livre de cristalização, homogeneíze a amostra cuidadosamente, antes das pesagens. Tome cuidado com possíveis bolhas de ar que possam se
formar prejudicando algumas determinações.
Mel cristalizado – Coloque a amostra em um recipiente fechado em banho-maria a
(40 ± 1)ºC até 20 minutos, agitando ocasionalmente. Resfrie à temperatura ambiente antes
de pesar. Não aqueça o mel que será utilizado para a determinação da atividade diastásica e
do hidroximetilfurfural. Se estiverem presentes matérias estranhas, tais como: cera de abelha, partículas de favos, etc, iltre através de gaze e coloque num funil aquecido na estufa.
169/IV Açúcares – Sacarose por desvio polarimétrico direto
Este método é aplicável a açúcares. A polarização é a porcentagem em massa da sacarose aparente contida em uma solução açucarada, determinada pelo desvio da luz polarizada
ao atravessar esta solução. As rotações na escala são designadas como graus sacarimétricos (ºS) ou desvio polarimétrico [α]D20º. De acordo com a International Commission for
Uniform Methods of Sugar Analysis (ICUMSA), uma solução normal de sacarose quimicamente pura corresponde a 100ºS, sendo a base de calibração do sacarímetro. 100ºS
correspondem a um desvio polarimétrico de (34,620 ± 0,002)ºC, a 20ºC, no λ = 589,2 nm
(lâmpada de sódio).
Material
Polarímetro com leitura em escala em graus sacarimétricos (ºS) ou desvio polarimétrico
(αD20), tubo de vidro para polarímetro (200 ± 0,03) mm, termômetro, béquer de 50 mL,
balão volumétrico de 100 mL, proveta de 50 mL, bastão de vidro, funil de vidro de tamanho
pequeno, papel de iltro qualitativo e vidro de relógio.
IAL - 325
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Creme de alumina
Acetato básico de chumbo
Procedimento – Pese, com precisão, (26,000±0,002)g da amostra totalmente homogeneizada em um béquer de 50 mL. Transira para um balão volumétrico de 100 mL, com
o auxílio de 50 mL de água. Complete o volume com água a 20ºC. Enxugue a haste do
balão volumétrico com papel de iltro e agite. Filtre e cubra o funil com vidro de relógio ao
iniciar a iltração. Despreze os primeiros 25 mL do iltrado. Ajuste o polarímetro, conforme
o manual do equipamento. Lave o tubo polarimétrico com o próprio iltrado e preencha
com a mesma solução, evitando formação de bolhas no seu interior. Proceda a leitura com
a luz monocromática de sódio (λ= 589,2 nm) em % de sacarose ou desvio polarimétrico, à
temperatura constante de (20 ± 0,5)ºC.
Nota: para soluções mais escuras, emprega-se creme de alumina ou acetato de chumbo seco.
No caso deste último, adicione pequena quantidade do sal seco à solução de açúcar após
ter completado o volume e misture. Repita, se necessário, as adições do sal até completar
a precipitação e observe se a solução está sendo clariicada, tomando o cuidado de não se
adicionar excesso do referido sal.
Cálculo
L = leitura no polarímetro [α]D20º
Nota: se a leitura for realizada à temperatura de (20 ± 0,5)ºC não é necessária fazer correção
da polarização. Caso contrário, deve ser feita a correção utilizando a expressão abaixo.
P20 = polarização corrigida a 20ºC
Pt = polarização lida à temperatura do ensaio
t= temperatura da solução
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
326 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 16th ed. Arlington: A.O.A.C.,
(method 925.46) 1995. chapter 44. p. 4.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8869: Açúcar
reinado - determinação de polarização. Rio de Janeiro, 1985.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 157.
170/IV Açúcares – Determinação da cor ICUMSA
Este método é usado para a determinação da cor em açúcares, podendo ser aplicado
em todos os açúcares brancos cristalizados ou em pó. Baseia-se na determinação da absorbância da solução açucarada, no comprimento de onda de 420 nm. A solução é preparada e
iltrada para eliminar a turbidez. A cor ICUMSA é expressa em unidades ICUMSA.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, suporte para a cubeta de 5 a 10 cm de caminho óptico,
refratômetro com escala em graus Brix, balança analítica, pHmetro, agitador magnético
e barra magnética, banho de ultra-som, conjunto de iltração para membranas de
47 mm de polissulfona, bomba de vácuo, membranas iltrantes de ibra de vidro
tipo AP25 e membrana hidrofílica (HA) tipo triton-free de (0,45 μm) e ambas com
diâmetro de 47 mm, espátula metálica, frasco Erlenmeyer de 250 mL, cubetas de
quartzo de 5 cm e 10 cm de percurso óptico, proveta graduada de 100 mL, bastão de
vidro e béqueres de 100 e 250 mL.
Reagentes
Solução de trietanolamina 0,1 M – Pese, com precisão, 7,460 g de trietanolamina e transira
com água para um balão volumétrico de 500 mL. Complete o volume com água.
Solução de ácido clorídrico 0,1 M – Pipete, cuidadosamente, 8,9 mL de ácido clorídrico
para um balão volumétrico de 1000 mL, contendo cerca de 750 mL de água. Complete o
volume com água.
Solução-tampão trietanolamina/ácido clorídrico (tampão TEA/HCl ) – Transira 500 mL
da solução de trietanolamina para um béquer de 1000 mL. Ajuste o pH para 7, colocando
cerca de 420 mL da solução de ácido clorídrico para um volume inal de 920 mL de soluçãoIAL - 327
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
tampão TEA/HCl. Prepare a solução-tampão um dia antes de usar e guarde em refrigerador.
Estabilize a solução à temperatura ambiente antes de usar. Meça o pH e ajuste para 7, se
necessário, com solução de ácido clorídrico. Esta solução é estável por 2 dias, se mantida em
refrigerador a aproximadamente 4ºC.
Procedimento – Ligue, para estabilizar, o pHmetro e faça os ajustes para a operação. Calibre com as soluções-tampão 7 e 4 ou 7 e 10, de acordo com as instruções do fabricante.
Circule água à temperatura constante pelo refratômetro, preferivelmente a 20ºC, por tempo suiciente para equilibrar a temperatura do prisma e da amostra e mantenha a água circulando durante a leitura, observando se a temperatura permanece constante. Ligue e ajuste
o espectrofotômetro conforme as instruções do fabricante, para leituras da absorbância a
420 nm. Pese (50 ± 0,5) g da amostra em um béquer de 250 mL. Adicione (50 ± 0,1) g, ou
(50 ± 0,1) mL da solução-tampão TEA/HCl e agite no agitador magnético até a dissolução
do açúcar. Filtre a solução sob vácuo através das duas membranas, sendo a membrana de
vidro sobreposta à de HA. Transira o iltrado para um béquer e coloque no banho de
ultra-som por 3 minutos. Meça o grau Brix no refratômetro e corrija a temperatura
a 20ºC (Tabela 2) e em seguida multiplique o valor do Brix corrigido a 20ºC pelo
fator de correção 0,989. Obtenha a concentração da sacarose (g/mL) conforme descrito na
Tabela 2. Faça a leitura da absorbância da solução a 420 nm, empregando-se a cubeta de
10 cm para açúcar reinado e de 5 cm para o açúcar cristal. A escolha da cubeta deve ser
tal que a leitura da transmitância da solução esteja dentro da faixa de (25 - 75) %. Utilize
como branco a solução-tampão TEA/HCl. A diferença absoluta entre dois resultados em
duplicata de açúcares com valor de cor ICUMSA abaixo de 50 UI, não deve ser maior que
3 UI. Para açúcares com valor de cor ICUMSA acima de 50 UI, a diferença absoluta entre
dois resultados em duplicata, não deve ser maior que 7 UI.
Cálculo
A = absorbância da solução a 420 nm
b = espessura da cubeta em cm
c = concentração da solução em g/mL
328 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e podutos correlatos
Tabela 2 – Concentração de sacarose (g/mL) em função do grau Brix a 20ºC
%
Grau
Brix
41
Concentração em g/mL
,0
,1
,2
,3
,4
,5
,6
,7
,8
,9
0,4845 0,4855 0,4872 0,4886 0,4900 0,4914 0,4928 0,4942 0,4956 0,4970
42
0,4985 0,4999 0,5013 0,5027 0,5041 0,5055 0,5069 0,5083 0,5097 0,5111
43
0,5126 0,5140 0,5154 0,5168 0,5182 0,5197 0,5211 0,5225 0,5239 0,5254
44
0,5268 0,5282 0,5297 0,5311 0,5325 0,5340 0,5354 0,5368 0,5383 0,5397
45
0,5411 0,5426 0,5440 0,5455 0,5469 0,5484 0,5498 0,5513 0,5527 0,5542
46
0,5556 0,5571 0,5585 0,5600 0,5615 0,5629 0,5644 0,5658 0,5673 0,5688
47
0,5702 0,5717 0,5732 0,5746 0,5761 0,5776 0,5790 0,5805 0,5820 0,5835
48
0,5850 0,5864 0,5879 0,5894 0,5909 0,5924 0,5939 0,5953 0,5968 0,5983
49
0,5998 0,6013 0,6028 0,6043 0,6058 0,6073 0,6088 0,6103 0,6118 0,6133
50
0,6148 0,6163 0,6178 0,6193 0,6208 0,6223 0,6238 0,6254 0,6269 0,6284
51
0,6299 0,6314 0,6329 0,6345 0,6360 0,6375 0,6390 0,6406 0,6421 0,6436
52
0,6451 0,6467 0,6482 0,6497 0,6513 0,6528 0,6543 0,6559 0,6574 0,6590
53
0,6603 0,6621 0,6638 0,6651 0,6667 0,6682 0,6698 0,6713 0,6729 0,6745
54
0,6760 0,6776 0,6791 0,6807 0,6823 0,6838 0,6854 0,6869 0,6885 0,6901
55
0,6916 0,6932 0,6948 0,6954 0,6979 0,6995 0,7011 0,7027 0,7043 0,7058
56
0,7074 0,7090 0,7106 0,7122 0,7138 0,7154 0,7169 0,7185 0,7211 0,7217
57
0,7233 0,7249 0,7265 0,7281 0,7297 0,7313 0,7329 0,7345 0,7362 0,7378
58
0,7394 0,7410 0,7426 0,7442 0,7458 0,7474 0,7491 0,7507 0,7523 0,7539
59
0,7556 0,7572 0,7588 0,7604 0,7621 0,7637 0,7653 0,7670 0,7686 0,7702
60
0,7719 0,7735 0,7752 0,7768 0,7784 0,7801 0,7817 0,7834 0,7850 0,7867
Referências bibliográficas
ICUMSA. Methods Book – Method GS2/3-9. he determination of white sugar solution
colour – Official, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9724: Açúcar – Determinação da cor ICUMSA. Rio de Janeiro, 1987.
171/IV Açúcares – Determinação da umidade por secagem à pressão atmosférica
Este método é aplicável para os diversos tipos de açúcares, inclusive rapadura. Baseiase na determinação da perda de massa por secagem em condições especificadas de temperatura e tempo.
IAL - 329
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, estufa, termômetro, espátula de metal, dessecador com sílica gel e cápsula
de níquel, platina ou de alumínio com fundo chato e tampa.
Procedimento – Pese de 5 a 10 g da amostra totalmente homogeneizada em uma cápsula de fundo
chato com tampa, previamente tarada. Seque em estufa durante 2 horas a (105±2)°C. Remova a
cápsula da estufa, cubra, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações de secagem por 30
minutos e de resfriamento até que o peso entre duas secagens tenha uma diferença ≤ 2 mg.
Cálculo
N = perda de massa em g
P = massa da amostra em g
Referências bibliográficas
ICUMSA. Methods Book – Method GS2/1/3-15. Determination of sugar moisture by loss
on drying official. 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8870: Açúcar
Cristal e refinado, perda por secagem. Rio de Janeiro, 1985.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 16th. ed. Arlington: A.O.A.C.,
(method 925.45 B) 1995. chapter 44. p.2.
172/IV Açúcares – Determinação de anidrido sulfuroso pelo método modificado de
Monier-Williams
Procedimento – Pese (50 ± 1) g de açúcar homogeneizado e transfira para o balão de
destilação e proceda conforme descrito no método 050/IV.
173/IV Méis – Determinação da umidade por refratometria
Aplicável na determinação de umidade em mel e também em xaropes e baseia-se no
método refratométrico de Chataway, revisado por Wedmore, onde utiliza a medida de índice
de refração da amostra para ser convertida em porcentagem de umidade.
330 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
Material
Refratômetro de Abbé ou digital, com escala que permita estimar pelo menos 0,0005 n,
banho-maria, espátula metálica, algodão hidrofílico e frasco de vidro de capacidade de 10
mL com tampa.
Procedimento – Circule água à temperatura constante pelo aparelho, preferivelmente a
20°C, por tempo suiciente para equilibrar a temperatura do prisma e da amostra e mantenha a água circulando durante a leitura, observando se a temperatura permanece constante.
Amostras líquidas – Transira 3 a 4 gotas da amostra para o prisma do refratômetro. Faça a
leitura do índice de refração a 20°C. Se a determinação tiver sido feita a uma temperatura
diferente de 20°C, corrija a leitura do índice de refração para a temperatura padrão de 20°C,
de acordo com a nota de rodapé da tabela. Obtenha a porcentagem de umidade segundo a
Tabela 3.
Amostras cristalizadas – Transira uma pequena porção para um frasco com tampa, feche
bem o frasco e coloque no banho-maria à temperatura de (50 ± 0,2)°C para que todos os
cristais sejam dissolvidos. Esfrie à temperatura ambiente. Em seguida proceda conforme as
amostras líquidas.
Tabela 3 – Relação entre o índice de refração e a porcentagem de água dos méis
Índice de
refração a
20ºC
Umidade
%
Índice de
refração a
20ºC
Umidade
%
Índice de
refração a
20ºC
Umidade
%
Índice de
refração a
20ºC
Umidade
%
1,5044
13,0
1,4961
16,2
1,4880
19,4
1,4800
22,6
1,5038
13,2
1,4956
16,4
1,4875
19,6
1,4795
22,8
1,5033
13,4
1,4951
16,6
1,4870
19,8
1,4790
23,0
1,5028
13,6
1,4946
16,8
1,4865
20,0
1,4785
23,2
1,5023
13,8
1,4940
17,0
1,4860
20,2
1,4780
23,4
1,5018
14,0
1,4935
17,2
1,4855
20,4
1,4775
23,6
1,5012
14,2
1,4930
17,4
1,4850
20,6
1,4770
23,8
1,5007
14,4
1,4925
17,6
1,4845
20,8
1,4765
24,0
1,5002
14,6
1,4920
17,8
1,4840
21,0
1,4760
24,2
1,4997
14,8
1,4915
18,0
1,4835
21,2
1,4755
24,4
1,4992
15,0
1,4910
18,2
1,4830
21,4
1,4750
24,6
1,4987
15,2
1,4905
18,4
1,4825
21,6
1,4745
24,8
1,4982
15,4
1,4900
18,6
1,4820
21,8
1,4740
25,0
1,4976
15,6
1,4895
18,8
1,4815
22,0
-
-
1,4971
15,8
1,4890
19,0
1,4810
22,2
-
-
1,4966
16,0
1,4885
19,2
1,4805
22,4
-
IAL - 331
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Nota: na correção do índice de refração para temperatura diferente de 20°C:
• Adicione 0,00023 ao índice de refração para cada grau acima de 20°C, antes de usar a
Tabela 3.
• Subtraia 0,00023 do índice de refração para cada grau abaixo de 20°C, antes de usar a
Tabela 3.
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 16th. ed. Arlington:
A.O.A.C., (method 969.38 B) 1995. chapter 44. p.20-21.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMAN, C. HARMONISED METHODS OF
THE EUROPEAN HONEY COMMISSION. Apidologie, Paris: Issue Spec. 1997. p.1113.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 160.
174/IV Méis – Determinação da acidez livre, lactônica e total
Este método baseia-se na determinação da acidez livre, lactônica e total. A acidez livre
é a medida obtida da titulação com hidróxido de sódio até o ponto de equivalência. A acidez
lactônica é obtida pela adição de um excesso de hidróxido de sódio que é titulado com ácido
clorídrico. A acidez total é obtida pela somatória entre acidez livre e lactônica.
Material
pHmetro, agitador magnético e barra magnética, balança analítica, espátula metálica,
béqueres de 50 e 250 mL e bureta de 25 mL.
Reagentes
Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,05 N
Solução de ácido clorídrico 0,05 N
Soluções-tampão pH 4 e 7
Procedimento – Ligue e faça a calibração do pHmetro conforme as instruções do fabricante, com as soluções tampão 4 e 7. Pese 10 g da amostra em um béquer de 250 mL e dissolva
332 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
com 75 mL de água. Agite com agitador magnético. Mergulhe o eletrodo na solução e anote
o pH. Titule com solução de hidróxido de sódio 0,05 N até pH 8,5 e anote o volume (V).
Imediatamente, adicione nesta solução 10 mL de solução de hidróxido de sódio 0,05 N e,
sem demora, titule com solução de ácido clorídrico 0,05 N até o pH 8,30 (Va). Titule 75
mL de água com hidróxido de sódio 0,05 N (Vb) até pH 8,5.
Cálculos
Acidez livre
V = n.º de mL da solução de NaOH 0,05 N gasto na titulação
Vb = n.º de mL de solução de NaOH 0,05 N gasto na titulação para o branco
f = fator da solução de NaOH 0,05 N
P = massa da amostra em g
Acidez lactônica
Va= nº de mL de solução de HCl 0,05 N gasto na titulação
f’ = fator da solução de HCl 0,05 N
P = massa da amostra em g
Acidez total em milequivalentes por kg = acidez livre + lactônica
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 16th ed. Arlington:
A.O.A.C., (mothod 962.19) 1995. chapter 44. p. 31.
175/IV Méis – Determinação de hidroximetilfurfural
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, cubeta de quartzo de 1 cm, balança analítica, banho de ultraIAL - 333
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
som, espátula metálica, papel de iltro qualitativo, béqueres de 25 e 50 mL, balão volumétrico de 50 mL, pipetas volumétricas de 0,5 e 5 mL, tubos de ensaio de tamanho médio,
proveta de 25 mL, funil de vidro de tamanho médio e bastão de vidro.
Reagentes
Solução de Carrez I – Dissolva 15 g de ferrocianeto de potássio - K4 [ Fe (CN)6 ] . 3H2O
em água e complete para 100 mL.
Solução de Carrez II – Dissolva 30 g de acetato de zinco – Zn (CH3COO)2 . 2H2O em
água e complete para 100 mL.
Solução de bissulito de sódio - NaHSO3 a 0,2% m/v – Dissolva 0,20 g de bissulito de
sódio em água e dilua a 100 mL. Se necessário, dilua 1+1 com a solução de referência.
Procedimento – Ligue e ajuste o espectrofotômetro conforme as instruções do fabricante,
para leituras das absorbâncias a 284 e 336 nm. Pese, com precisão, cerca de 5 g do mel em
um béquer de 50 mL e transira, no máximo, com 25 mL de água para um balão volumétrico de 50 mL. Adicione 0,5 mL de solução de Carrez I e misture. Adicione 0,5 mL de
solução de Carrez II e misture. Se necessário, adicione uma gota de álcool para suprimir a
espuma. Complete o volume com água. Filtre, descartando os primeiros 10 mL do iltrado.
Pipete 5 mL para cada um dos dois tubos de ensaio. Adicione 5 mL de água em um dos tubos (amostra) e 5 mL de solução de bissulito de sódio 0,2% no outro (referência). Misture
bem em banho de ultra-som por 3 minutos e determine a absorbância da amostra a 284 e
336 nm em cubeta de 1 cm. Se a absorbância for maior que 0,6, dilua a solução de amostra
com água e a solução de referência com solução de bissulito de sódio 0,10%, na mesma
proporção e corrija a absorbância para a diluição.
Nota: não aqueça o mel antes desta determinação.
Cálculos
A284 = leitura da absorbância a 284 nm
A336 = leitura da absorbância a 336 nm
P = massa da amostra em g
5 = massa nominal da amostra
149,7 = (126/16830) x (1000/10) x (1000/5)
334 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
126 = peso molecular do HMF
16830 =absortividade molar do HMF a 284 nm
1000 = conversão de g para mg
10 = diluição de 5 g de mel para 50 mL
1000 = conversão de g para kg
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 16th ed. Arlington: A.O.A.C.,
(method 980.23), 1995. chapter 44. p. 26.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMAN, C. HARMONISED METHODS OF
THE EUROPEAN HONEY COMMISSION Apidologie, Paris: Issue Spec., 1997. p.
25-27.
176/IV Méis – Determinação de açúcares redutores pelo método A
É aplicável na determinação de açúcares redutores em mel, calculados como açúcar
invertido (glicose + frutose) e baseia-se no método modiicado de Lane & Eynon.
Material
Balança analítica, banho-maria, chapa elétrica, espátula metálica, balão de fundo chato de
250 mL, balões volumétricos de 100, 200, 250, 500 e 1000 mL, pipetas volumétricas de 5
e 50 mL, pipeta graduada de 1 mL, buretas de 10 e 25 mL e funil pequeno.
Reagentes
Solução de azul de metileno a 0,2 % m/v -- Dissolva 2 g de azul de metileno em água e
dilua a 1 L.
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio 1 M
Solução-padrão de açúcar invertido (10 g/L) – Pese com precisão 9,5 g de sacarose e transira
para um balão de 1000 mL. Adicione 5 mL de ácido clorídrico e dilua com água até cerca
de 100 mL. Mantenha esta solução acidiicada por vários dias (aproximadamente 7 dias de
12 a 15ºC ou 3 dias de 20 a 25ºC). Complete o volume com água. A solução ácida de açúcar
IAL - 335
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
invertido a 1% permanece estável por vários meses. Pipete 50 mL da solução ácida para um
balão volumétrico de 250 mL. Imediatamente antes de usar e diluir, neutralize com solução de
hidróxido de sódio 1 M. Complete o volume com água, para obter a concentração de 2 g/L.
Soluções de Fehling modiicadas por Soxhlet - Solução A – Dissolva 69,28 g de sulfato
de cobre - CuSO4 . 5H2O - com água em um balão volumétrico de 1 L. Complete o
volume com água. Solução B - Dissolva 346 g de tartarato duplo de sódio e potássio K Na (C4 H4 O6). 4 H2O e 100 g de hidróxido de sódio com água em um balão volumétrico
de 1L. Complete o volume e iltre em papel de iltro qualitativo.
Padronização – Pipete 5 mL da solução A e 5 mL da solução B para um balão de fundo chato de 250 mL. Adicione, com uma bureta de 25 mL, solução-padrão de açúcar invertido,
cerca de 0,5 a 1 mL a menos do volume total necessário para reduzir todo o cobre. Aqueça
a solução até a ebulição. Mantenha em ebulição moderada por 2 minutos. Sem remover da
chapa elétrica, adicione 1 mL da solução de azul de metileno. Complete a titulação, dentro
de um tempo total de ebulição de 3 minutos, adicionando gota a gota a solução de açúcar
invertido, até a descoloração do indicador. Após a redução completa do cobre, o azul de
metileno é reduzido a um composto incolor e a solução retorna à coloração que tinha antes
da adição do indicador. Na padronização, as soluções de Fehling deverão reagir completamente com 0,05 g de açúcar invertido, que corresponde a 25 mL da solução-padrão de
açúcar invertido (2 g/L).
Procedimento – Pese cerca de 2 g da amostra homogeneizada de mel em um béquer de
25 mL. Dissolva com água e transira para um balão volumétrico de 200 mL. Complete
o volume com água. Pipete 50 mL da solução para um balão volumétrico de 100 mL e
complete o volume. Pipete 5 mL da solução A e 5 mL da solução B para um balão de
fundo chato de 250 mL. Adicione 7 mL de água. Na bureta de 25 mL, coloque a solução
de mel diluída e adicione 15 mL no balão de fundo chato. Aqueça a solução e mantenha
em ebulição moderada por 2 minutos. Adicione 1 mL de solução de azul de metileno
enquanto ainda em ebulição e complete a titulação, dentro de um tempo total de ebulição
de 3 minutos, adicionando gota a gota a solução diluída de mel até a descoloração do
indicador. O volume total para completar a titulação deve ser de 35 mL (soma da solução
de Fehling A e B, amostra diluída de mel e água). Anote o volume gasto da solução de mel
(V mL). Repita a titulação, usando 5 mL de cada solução de Fehling, (25 - V mL) de água e
adicione com uma bureta o volume da solução diluída de mel gasto na titulação preliminar
menos 1,5 mL. Aqueça a solução até a ebulição. Adicione 1 mL de solução de azul de
metileno e complete a titulação, dentro de 3 minutos, adicionando gota a gota a solução
diluída de mel até a descoloração do indicador. As titulações em duplicata devem concordar
dentro de 0,1 mL.
336 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
Cálculo
P = massa de amostra em g
V = nº de mL da solução diluída da amostra gasto na titulação
Referências bibliográficas
CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. CAC/VOL III, Suppl. 2. ed. 1. Rome:
FAO/WHO, 1989. p. 7-13.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMAN, C. HARMONISED METHODS OF
THE EUROPEAN HONEY COMMISSION. Apidologie, Paris: Issue Spec., 1997. p.
38-41.
177/IV Méis – Determinação de açúcares redutores pelo método B
Procedimento -- Pese 2 g de amostra de mel homogeneizada e proceda conforme a técnica
descrita nos glicídios redutores em glicose (038/IV).
178/IV Méis – Determinação de sacarose aparente pelo método A
Baseia-se na determinação dos açúcares, após a inversão por hidrólise ácida, pelo
método modiicado de Lane & Eyon.
Material
Balança analítica, banho-maria, chapa elétrica, espátula metálica, papel indicador universal
de pH, balão de fundo chato de 250 mL, balão volumétrico de 100 mL, pipetas volumétricas de 2, 10 e 50 mL, pipeta graduada de 1 mL, buretas de 10 e 25 mL e funil pequeno.
Reagentes
Solução-padrão de açúcar invertido (10 g/L)
Soluções de Fehling, modiicadas por Soxhlet
Solução de azul de metileno 0,2 % m/v
Solução de ácido clorídrico 5 M
Solução de hidróxido de sódio 5 M
IAL - 337
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Pipete 50 mL da solução de mel obtida na determinação de açúcares redutores 176/IV para um balão volumétrico de 100 mL. Adicione 25 mL de água. Aqueça
a 65 ºC em banho-maria. Remova o frasco do banho e adicione 10 mL de solução de ácido
clorídrico. Deixe a solução resfriar naturalmente até a temperatura ambiente. Neutralize
com solução de hidróxido de sódio, usando papel indicador de pH. Complete o volume
com água. Proceda como em 176/IV.
Cálculo
P = massa da amostra em g
V1 = n.º de mL da solução diluída da amostra gasto na titulação
C = n.º de g de açúcar invertido por cento, obtido antes da inversão, açúcares redutores
Referências bibliográficas
CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. CAC/VOL III, Suppl. 2. ed. 1. Rome:
FAO/WHO, 1989, p. 9-13.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMAN, C. HARMONISED METHODS OF
THE EUROPEAN HONEY COMMISSION. Apidologie, Paris: Issue Spec., 1997.
p. 38-41.
179/IV Méis – Determinação de sacarose aparente pelo método B
Procedimento - Pese 2 g de amostra de mel homogeneizado e proceda conforme a técnica
descrita no método 039/IV.
180/IV Méis – Determinação de sólidos insolúveis em água por gravimetria
Material
Balança analítica, estufa, bomba de vácuo, chapa elétrica, termômetro, dessecador com
sílica gel, espátula metálica, béquer de 150 mL, cadinho de vidro (15-40 μm), kitassato de
1000 mL e alonga de iltração.
338 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
Reagentes
Solução alcoólica de loroglucina a 1% m/v
Ácido sulfúrico
Procedimento – Pese cerca de 20 g da amostra homogeneizada de mel. Dissolva em quantidade adequada de água a 80 ºC e misture bem. Filtre sob vácuo através de um cadinho de
vidro previamente tarado a (135 ± 2)ºC e lave com água a 80ºC. Recolha parte do iltrado
em um tubo de ensaio e adicione algumas gotas da solução de loroglucina e de ácido sulfúrico (se houver a formação de névoa esbranquiçada existe ainda açúcar). Continue a lavagem com água a 80°C até que o iltrado esteja livre de açúcares. Seque o cadinho a 135ºC
por 1 hora, resfrie e pese. Retorne para a estufa a 135ºC em um intervalo de 30 min até que
o peso constante seja atingido.
Cálculo
N = massa seca de sólidos insolúveis em g
P = massa da amostra em g
Referências bibliográficas
CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. CAC/VOL III, Suppl. 2. ed. 1. Rome:
FAO/WHO, 1989, p.14-15.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMAN, C. HARMONISED METHODS OF
THE EUROPEAN HONEY COMMISSION. Apidologie, Paris: Issue Spec., 1997. p.
51-52
181/IV Méis – Determinação da atividade diastásica
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, cubeta 1 cm, balança analítica, banho de ultra-som, pHmetro,
espátula metálica, termômetro, cronômetro, banho-maria, frasco Erlenmeyer de 250 mL,
balões volumétricos de 100 e 500 mL, proveta graduada de 50 mL, béquer de 50 mL, pipetas volumétricas de 5, 10 e 20 mL.
IAL - 339
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Acetato de sódio
Ácido acético
Solução de amido – Pese, com precisão, 2 g de amido solúvel anidro (próprio para a
determinação de poder diastásico) e misture com 90 mL de água em um frasco Erlenmeyer
de 250 mL. Rapidamente, leve à ebulição, agitando a solução tanto quanto possível. Reduza
o aquecimento e mantenha em ebulição moderada por 3 minutos, cubra, e deixe resfriar
até a temperatura ambiente. Transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o
volume com água.
Solução-estoque de iodo – Dissolva 8,8 g de iodo ressublimado em (30 - 40) mL de água
contendo 22 g de iodeto de potássio e dilua para 1000 mL com água.
Solução de iodo a 0,00035 M – Dissolva 20 g de iodeto de potássio e 5 mL da soluçãoestoque de iodo em água e dilua para 500 mL. Prepare uma nova solução a cada dois dias.
Solução-tampão de acetato pH 5,3 (1,59 M) – Dissolva 87 g de acetato de sódio em 400
mL de água, adicione cerca de 10,5 mL de ácido acético, transira para um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume com água. Ajuste o pH para 5,3, usando o pHmetro,
com acetato de sódio ou ácido acético, se necessário.
Solução de cloreto de sódio 0,5 M – Dissolva 14,5 g de cloreto de sódio em água, transira
para um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume com água.
Padronização da solução de amido – Pipete 5 mL da solução de amido para um béquer contendo 10 mL de água e misture bem. Pipete 1 mL desta solução para várias provetas de 50
mL, contendo 10 mL da solução de iodo 0,00035 M. Misture bem e determine o volume
de água necessário para a diluição da solução de amido, para se obter uma leitura de absorbância de 0,760 ± 0,02, a 660 nm, utilizando um branco com água. Repita a padronização
a cada nova preparação da solução de amido.
Procedimento – Ligue e ajuste o espectrofotômetro conforme as instruções do fabricante,
para leituras da absorbância a 660 nm. Ligue para estabilizar o pHmetro e faça os ajustes
para a operação. Calibre o pHmetro com as soluções tampão 7 e 4. Pese cerca de 10 g de
amostra de mel em um béquer de 50 mL e dissolva com 15 mL de água, adicione 5 mL
da solução-tampão e transira para um balão volumétrico de 50 mL, contendo 3 mL da
solução de cloreto de sódio 0,5 M e complete o volume com água. É importante que o mel
seja tamponado antes da adição da solução de cloreto de sódio. Pipete 5 mL da solução de
amido num tubo contendo 10 mL desta solução de mel tamponada e coloque em banho
de água a (40 ± 1)ºC por 15 minutos, agite essa solução periodicamente. Em intervalos
340 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
de 5 minutos, pipete alíquotas de 1 mL desta solução e adicione rapidamente 10 mL de
solução de iodo diluída 0,00035 M, em uma proveta de 50 mL. Misture e dilua com água,
se necessário, conforme descrito na padronização do amido. Determine a absorbância a 660
nm. Continue tomando alíquotas de 1 mL em intervalos de 5 minutos, até obter um valor
de absorbância menor que 0,235.
Nota: não aqueça o mel antes desta determinação.
Construa a curva-padrão da absorbância versus o tempo em minutos. Trace uma linha reta,
para determinar o tempo (tx) em que a reação alcançou a absorbância de 0,235. Divida 300
pelo tempo (tx) minutos para obter a atividade diastásica (AD). O resultado é expresso em
unidades de Gothe ou Schade por grama de mel.
Cálculo
tx= o tempo da reação em minutos
Referências bibliográficas
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria nº 001, de 24 de março de 1980, Secretaria de inspeção
de Produto Animal. Diário Oficial, Brasília, 28 de mar. de 1980. Seção I, p. 5561-5572. Aprova as
Normas Higiênico-sanitárias e Técnicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados...
CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. CAC/VOL III, Suppl. 2. ed. 1. Rome:
FAO/WHO, 1989, p. 17-21.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMAN, C. HARMONISED METHODS OF THE
EUROPEAN HONEY COMMISSION. Apidologie, Paris: Issue Spec., 1997, p. 31-34.
182/IV Méis – Reação de Lund
A reação de Lund é aplicável em amostra de mel e indica a presença de albuminóides.
Sua ausência indica fraude.
Material
Balança analítica, espátula metálica, proveta de (50 ± 0,1) mL com tampa, béquer de 25
mL, pipeta volumétrica de 5 mL, funil pequeno e bastão de vidro.
IAL - 341
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Solução de ácido tânico a 0,5% m/v -- Dissolva 0,5 g de ácido tânico em 100 mL de água.
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 2 g da amostra. Transira para uma proveta de 50
mL, com tampa, com o auxílio de 20 mL de água. Adicione 5 mL de solução de ácido tânico
0,5%. Adicione água até completar o volume de 40 mL. Agite para misturar totalmente.
Deixe em repouso por 24 horas. Na presença de mel puro, será formado um precipitado no
fundo da proveta no intervalo de 0,6 a 3,0 mL. Na presença de mel adulterado, não haverá
formação de precipitado ou excederá o volume máximo do referido intervalo.
Referências bibliográficas
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria nº 001, de 24 de março de 1980, Secretaria de Inspeção
de Produto Animal. Diário Oficial, Brasília, 28 de mar. de 1980. Seção I, p. 5561-5572.
Aprova as Normas Higiênico-sanitárias e Técnicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados...
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 163.
183/IV Méis – Reação de Fiehe
A reação de Fiehe com resorcina em meio ácido pode indicar a presença de substâncias produzidas durante o superaquecimento de mel ou a adição de xaropes de açúcares.
Material
Balança analítica, espátula metálica, provetas de 10 e 50 mL, béquer de 50 mL, pipeta
graduada de 1 mL, bastão de vidro e tubo de ensaio pequeno.
Reagentes
Éter
Solução clorídrica de resorcina - Dissolva 0,5 g de resorcina em 50 mL de ácido clorídrico.
Esta solução deverá ser recém-preparada.
Procedimento - Pese 5 g de amostra em um béquer de 50 mL. Adicione 5 mL de éter e
agite vigorosamente. Transira a camada etérea para um tubo de ensaio e adicione 0,5 mL de
solução clorídrica de resorcina e deixe em repouso por 10 minutos. Na presença de glicose
comercial ou de mel superaquecido, aparecerá uma coloração vermelha intensa, indicando
a fraude.
342 - IAL
Capítulo VII - Açúcares e produtos correlatos
Referências Bibliográficas
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria nº 001, de 24 de março de 1980, Secretaria de Inspeção
de Produto Animal. Diário Oficial, Brasília, 28 de mar. de 1980. Seção I, p. 5561-72. Aprova
as Normas Higiênico-sanitárias e Técnicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados...
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3ª ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 164.
0184/IV Méis – Reação de Lugol
A reação com solução de Lugol pesquisa a presença de amido e dextrinas no mel.
Material
Balança analítica, banho-maria, espátula metálica, proveta de 50 mL, béquer de 50 mL,
pipeta graduada de 1 mL e bastão de vidro.
Reagentes
Solução de Lugol - Dissolva 1 g de iodo ressublimado em 10 mL de água contendo 3 g de
iodeto de potássio e dilua para 50 mL com água e armazene a solução em frasco âmbar.
Procedimento – Pese 10 g da amostra em um béquer de 50 mL. Adicione 20 mL de
água e agite. Deixe no banho-maria fervente por 1 hora e em seguida resfrie à temperatura
ambiente. Adicione 0,5 mL da solução de Lugol. Na presença de glicose comercial ou
xaropes de açúcar, a solução icará colorida de marrom-avermelhada a azul. A intensidade
da cor depende da qualidade e da quantidade das dextrinas ou amido, presentes na amostra
fraudada. Faça a mesma prova para um mel puro para comparação.
Referências bibliográficas
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria nº 001, de 24 de março de 1980, Secretaria de Inspeção
de Produto Animal. Diário Oficial, Brasília, 28 de mar. de 1980. Seção I, p. 5561-72. Aprova as
Normas Higiênico-sanitárias e Técnicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados...
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3ª ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 165.
Colaboradores
Cristiane Bonaldi Cano; Letícia Araújo Farah Nagato e Maria Cristina Duran
IAL - 343
Capítulo VIII - Águas
CAPÍTULO
VIII
ÁGUAS
IAL - 345
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
346 - IAL
Capítulo VIII - Águas
VIII
ÁGUAS
água é importante para a manutenção da vida e a sua sanidade e utilização racional
são de impacto para a economia e preservação da saúde da coletividade. A água para
o consumo humano é aquela cujos parâmetros microbiológicos, físico-químicos e
radioativos atendem aos padrões de potabilidade e não oferecem risco à saúde da
população. Essas águas são captadas de mananciais supericiais.
A
De acordo com a origem e tratamento recebido, as características das águas potáveis
variam, sendo de grande importância o conjunto de determinações físico-químicas, a seguir
descritas, que avaliam essas propriedades. Esses referidos ensaios são destinados à veriicação
da qualidade de águas provenientes de poços, minas, água mineral e de abastecimento público.
185/IV Determinação de dureza
A dureza total é deinida como a soma das concentrações de cálcio e magnésio, ambas
expressas como carbonato de cálcio, em miligramas por litro. O ácido etilenodiaminotetracético e seus sais sódicos (EDTA) formam complexos quelados solúveis com certos cátions
metálicos. Uma solução contendo íons de cálcio e magnésio, com uma pequena quantidade
do indicador negro de eriocromo T, em pH (10,0±0,1) torna-se púrpura. Titulando-se essa
solução com EDTA, cálcio e magnésio serão quelados e uma viragem de cor púrpura a azul
indicará o ponto inal.
Material
Pipeta de 50 mL (ou balão volumétrico), pipeta de 2 mL, frasco Erlenmeyer de (250 e
500) mL, buretas de (10 e 25) mL e balões volumétricos de 250 e 1000 mL.
IAL - 347
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Solução-padrão de cálcio – Transira, para um frasco Erlenmeyer de 500 mL, 1 g de carbonato de cálcio previamente aquecido a 105°C por 15 horas. Adicione, por meio de um funil,
ácido clorídrico diluído a 50%, aos poucos, até dissolver todo o carbonato. Adicione 200
mL de água. Aqueça até ebulição para eliminar todo gás carbônico. Esfrie, adicione duas
gotas do indicador vermelho de metila e ajuste para cor alaranjada, adicionando hidróxido
de amõnio 3 M ou ácido clorídrico 50%.Transira a solução para um balão volumétrico de
1000 mL e complete o volume com água. Um mL desta solução equivale a 1 mg de carbonato de cálcio.
Solução-tampão – Dissolva 16,9 g de cloreto de amônio em 143 mL de hidróxido de amônio. Adicione 1,25 g do sal Mg-EDTA e dilua para 250 mL com água destilada.
Nota: Se o sal Mg-EDTA não for disponível, alternativamente, dissolva 1,179 g de EDTA
dissódico e 780 mg de sulfato de magnésio (MgSO₄7H₂O) ou 644 mg de cloreto de magnésio (MgCl₂.6H₂O) em 50 mL de água destilada. Adicione à esta solução 16,9 g de cloreto
de amõnio e 143 mL de hidróxido de amônio concentrado com agitação e dilua para 250
mL com água destilada.
Solução indicadora – Misture, em almofariz, 0,5 g de negro de eriocromo T - sal sódico do
ácido 1-(1-hidroxi-2-naftilazo)-5-nitro-2-naftol-4-sulfônico) - com 100 g de cloreto de sódio. Conserve em frasco com rolha esmerilhada.
Solução de EDTA 0,01 M – Dissolva 3,72 g do sal dissódico do ácido etilenodiaminotetracético dihidratado em água bidestilada e deionizada e complete a 1000 mL.
Padronização – Transfira 50 mL de água destilada e deionizada para um frasco Erlenmeyer
de 250 mL. Adicione 2 mL da solução-tampão e 0,05 g do indicador negro de eriocromo T.
Adicione 20 mL da solução-padrão de cálcio. Titule com a solução de EDTA até viragem da
cor púrpura para azul. Calcule a massa de CaCO3 eqüivalente a 1 mL da solução de EDTA.
Procedimento – Transfira 50 mL da amostra para um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 1 mL da solução-tampão e pequena porção (0,05 g) do indicador negro de eriocromo
T. Titule com a solução de EDTA 0,01 M até que a coloração púrpura passe a azul.
Cálculo
v = nº de mL de solução de EDTA gasto na titulação
A= mg de CaCO3 eqüivalente a 1 mL da solução de EDTA 0,01 M
348 - IAL
Capítulo VIII - Águas
V = n° de mL da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 307-308.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association,1995. chapter 2, p. 2-37.
186/IV Determinação de dureza de carbonatos e de não-carbonatos
Quando a dureza é numericamente maior que a soma da alcalinidade de carbonato e
de bicarbonato, a quantidade de dureza equivalente à alcalinidade total é denominada “dureza de carbonatos”; a quantidade de dureza em excesso à anterior é denominada “dureza de
não-carbonatos”.
D ≤ A - Dureza de carbonatos = D
D > A - Dureza de carbonatos = A
A = alcalinidade de carbonatos + alcalinidade de bicarbonatos
D = dureza total
Calcule a dureza de não-carbonatos subtraindo a dureza de carbonato da dureza total.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 309.
187/IV Determinação da alcalinidade total por método volumétrico com indicador
visual
A alcalinidade total de uma solução é, geralmente, devida aos íons hidroxila, carbonato e bicarbonato dissolvidos na água e a soma das concentrações desses íons é expressa em
carbonato de cálcio. O conteúdo de cloro residual não deve ser superior a 1,8 mg/L, pois
pode destruir o indicador colorimétrico; esse excesso de cloro pode ser eliminado pela adição
de solução de tiossulfato de sódio (1 litro de água com concentração de cloro de 1,8 mg/L
IAL - 349
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
necessita de 1 mL de solução de tiossulfato de sódio contendo 3,2 g/L). A alcalinidade total é
determinada por titulação da amostra de água com solução padronizada de ácido, com pontos inais estabelecidos em pH 4,5 e 8,3. As medidas podem ser realizadas por volumetria,
com emprego de indicadores ácido-base. As reações que se processam são:
H3O+ + OH- ↔ 2H2O
CO3-2 + H3O+ ↔ HCO3- + H2O
HCO3- + H3O+ ↔ H2CO3 + H2O
Material
Pipeta volumétrica de 50 mL, balões volumétricos de 100 e 1000 mL, pipetas, frascos
Erlenmeyer de 250 mL, bureta de 25 mL, pesa-iltro, balança analítica e frasco conta-gotas.
Reagentes
Solução-padrão de carbonato de sódio 0,025 M
Solução-padrão de ácido sulfúrico 0,05 M ou clorídrico 0,1 M – Dilua em um balão volumétrico de 1000 mL, 3 mL de ácido sulfúrico ou 8,3 mL de ácido clorídrico e complete o
volume com água. Coloque a solução ácida na bureta e padronize, por titulação, com 40 mL
de solução de carbonato de sódio 0,025 M.
Padronização da solução de ácido sulfúrico 0,05 M ou ácido clorídrico 0,1 M, utilizando
indicador visual – Em um frasco Erlenmeyer de 250 mL, adicione 40 mL de solução-padrão
de carbonato de sódio e 60 mL de água bidestilada e deionizada. Coloque na bureta o ácido
a ser padronizado (H2SO4 0,05 M ou HCl 0,1 M). Adicione duas gotas de indicador fenolftaleína e acrescente lentamente o ácido até viragem de cor rósea a incolor (formação de
HCO3-). A seguir, adicione 2 gotas de indicador verde de bromocresol ou da mistura de verde
de bromocresol e vermelho de metila. Continue a titulação até viragem de cor azul para verde
(ou verde para amarela, no caso de mistura de indicadores).
Nota: 1 mL da solução ácida = 5 mg de CaCO3
Indicador verde de bromocresol – Pese 100 mg do indicador verde de bromocresol (sal
sódico), transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água
bidestilada e deionizada.
Indicador verde de bromocresol-vermelho de metila – Dissolva 100 mg de verde de bromocresol (sal sódico) e 20 mg de vermelho de metila (sal sódico) em 100 mL de água, ou
350 - IAL
Capítulo VIII - Águas
alternativamente, em 100 mL de álcool a 95% ou álcool isopropílico.
Solução de fenolftaleína – Pese 1 g de fenolftaleína, transira para um balão volumétrico de
100 mL, dissolva com álcool a 95% e complete o volume.
Solução de tiossulfato de sódio – Pese 3,2 g de tiossulfato de sódio, transira para um balão
volumétrico de 1000 mL, dissolva com água destilada e deionizada e complete o volume .
Solução de ácido sulfúrico 0,005 M ou de ácido clorídrico 0,01 M – Transira 100 mL da
solução de ácido sulfúrico 0,05 M ou 100 mL da solução de ácido clorídrico 0,1 M para um
balão de 1000 mL. Complete o volume com água bidestilada e deionizada.
Procedimento – Transira 50 mL da amostra para um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 2 gotas da solução indicadora de fenolftaleína. Se aparecer cor, hidróxidos ou carbonatos estão presentes, e então titule esta solução, sob agitação constante, com solução padronizada 0,005 M de ácido sulfúrico ou 0,01 M de ácido clorídrico até o desaparecimento
da cor rósea. Anote o volume gasto na bureta (alcalinidade referente a íons hidroxila livres).
Adicione 2 gotas do indicador verde de bromocresol (ou da mistura dos indicadores verde
de bromocresol e vermelho de metila) à solução incolor acima obtida. Titule com solução de
ácido sulfúrico 0,005 M (ou ácido clorídrico 0,01 M), até a mudança da cor azul para verde
(ou de verde para amarelada, no caso da mistura dos indicadores). Leia na bureta o volume
total de ácido gasto (alcalinidade total).
Cálculo
v = volume do ácido sulfúrico (ou clorídrico) gasto, em L
M = molaridade da solução de ácido
Va = volume da amostra de água, em L
Nota: a alcalinidade referente a íons hidroxila livres (F) e total (AT) pode ser usada para se
calcular a alcalinidade em termos de hidróxido, carbonato e bicarbonato. A realização deste
cálculo é feita utilizando a tabela 1.
Tabela 1 – Cálculo de alcalinidade da água
Alcalinidade (em mg/L como CaCO3)
Resultado da
titulação
Hidróxidos
Carbonatos
Bicarbonatos
F=0
0
0
AT
IAL - 351
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
F < ½ AT
0
2F
AT – 2 F
F = ½ AT
0
2F
0
F > ½ AT
2 F – AT
2 (AT – F)
0
F = AT
AT
0
0
F = alcalinidade fenolftaleína, AT = alcalinidade total
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association,1995. chapter 2, p. 25-28.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo:IMESP, 1985. p. 307-310.
188/IV Determinação de amônia por método potenciométrico
A presença de amônia nas águas de superfície pode ser resultante da desaminação de
compostos orgânicos que contêm nitrogênio por atividade microbiológica ou pela hidrólise
da uréia. Pode também ter origem durante o tratamento da água, para formar resíduo combinado de cloro (cloraminas). O método potenciométrico é aplicado para a determinação
de amônia em águas de superfícies, domésticas e de resíduos industriais. Interferem nesta
metodologia altas concentrações de íons dissolvidos, porém a cor e turbidez não são interferentes. O eletrodo seletivo para amônia possui uma membrana hidrofóbica gás-permeável,
para separar a amostra da solução interna do eletrodo (cloreto de amônio). Obtém-se NH3
aquosa quando, na solução contendo a mistura de NH3 e NH4+, por mudança de pH com
base forte (aproximadamente 11), os íons NH4+ se convertem em NH3 aquosa.
Material
Potenciômetro, eletrodo seletivo, agitador magnético, balança analítica, béqueres de 150
mL, balões volumétricos de 100 e 1000 mL e pipetas volumétricas.
352 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Reagentes
Cloreto de amônio
Hidróxido de sódio
Tiossulfato de sódio
Tetraborato de sódio
Solução-estoque de cloreto de amônio – Pese 3,819 g de cloreto de amônio, seco a 105°C
por duas horas. Transira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com
água bidestilada e deionizada, livre de amônia. Transira 10 mL desta solução para balão volumétrico de 1000 mL. Complete o volume (cada mL desta solução contém 1 mg de N ou
1,22 mg de NH3).
Soluções-padrão de cloreto de amônio – Prepare, a partir de diluições de uma soluçãoestoque de cloreto de amônio com água, uma série de soluções de concentrações 0,1; 1, 10
e 100 mg/L de NH3.
Curva-padrão – Transira 100 mL de cada solução-padrão para béqueres de 150 mL. Mergulhe o eletrodo no padrão de mais baixa concentração e agite lentamente (para minimizar
as perdas de NH3) com um agitador magnético. Mantenha a agitação à temperatura de 25°C
e adicione aproximadamente 1 mL de NaOH 10 M para elevar o pH até 11. O eletrodo
deve permanecer na solução até que a leitura, em milivolts, permaneça estável. Não adicione
NaOH antes de imergir o eletrodo na solução. Repita o procedimento para todas as soluçõespadrão, aguardando estabilização das leituras. Construa a curva: concentração de amônia, em
mg/L versus potencial, em milivolts, utilizando papel semi-logarítimico.
Procedimento – Transira 100 mL da amostra de água para um béquer de 150 mL e proceda como na curva-padrão. A partir da leitura obtida para amostra, interpole a concentração
de NH3, na curva-padrão previamente construída.
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 1995. chapter 4, p. 78-79.
189/IV Determinação de amônia por método espectrofotométrico
Este método utiliza o reagente de Nessler que reage, quando adicionado a uma solução diluída de amônia, formando um composto de cor amarelada, o qual pode locular após
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certo tempo. A determinação espectrofotométrica deve ser efetuada antes que isto ocorra.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, sistema de destilação, balança analítica, balões volumétricos de
50 e 1000 mL e pipetas volumétricas de 1, 2 e 10 mL.
Reagentes
Cloreto de amônio
Carbonato de sódio
Hidróxido de sódio
Iodeto de mercúrio II
Iodeto de potássio
Dihidrogenofosfato de potássio (KH2PO4)
Monohidrogenofosfato de potássio (K2HPO4.3H2O)
Água bidestilada e deionizada, livre de amônia para preparo de reagentes
Reagente de Nessler: solução A – Pese 100 g de iodeto de mercúrio II e 70 g de iodeto de
potássio, transira para um balão volumétrico de 200 mL, dissolva e complete o volume com
água destilada e deionizada; solução B – Pese 160 g de hidróxido de sódio e dissolva com 500
mL de água destilada e deionizada. Resfrie à temperatura ambiente. Adicione vagarosamente
e sob agitação, a solução A à solução B e dilua para 1000 mL com água bidestilada e deionizada. Manuseie a solução na penumbra e armazene-a em frasco plástico rígido ao abrigo da
luz.
Solução-tampão de fosfato de potássio – Pese 14,3 g de dihidrogenofosfatode potássio e
90,15 g de monohidrogenofosfato de potássio. Transira para um balão volumétrico de 1000
mL e complete o volume com água destilada e deionizada. Esta solução deverá apresentar
pH (7,4 ± 0,2). Conira com medida potenciométrica. Caso não coincida o valor com o
mencionado, acerte, via potenciométrica, pela adição de um dos sais sólidos mencionados,
sob agitação.
Solução-padrão de cloreto de amônio – Pese 0,0785 g de cloreto de amônio e transira para
um balão volumétrico de 1000 mL, completando o volume com água bidestilada e deionizada. Esta solução tem concentração equivalente a 25 mg de NH3/L.
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Capítulo VIII - Águas
Procedimento
Teste qualitativo – Transira 50 mL da amostra de água para uma cápsula de porcelana e
adicione 1 mL do reagente de Nessler, sem agitação. Aguarde 10 minutos e observe o desenvolvimento de coloração amarela, comparando-a com um branco com água bidestilada e
deionizada. Se houver aparecimento de cor amarela, proceda a destilação da amostra.
Destilação da amostra – Transira, para o sistema de destilação, 50 mL de solução saturada
de carbonato de sódio e 500 mL de água destilada. Destile aproximadamente 300 mL e
despreze. Continue a destilação, recolha 50 mL de destilado e adicione 1 mL de reagente de
Nessler. A coloração amarela indica resultado positivo. Continue a destilação até que o teste
seja negativo. Esfrie o sistema e substitua o volume restante do balão por 500 mL da amostra.
Adicione 10 mL da solução-tampão de fosfato de potássio. Proceda a destilação de modo que
o tubo de saída do destilado ique imerso na solução coletora (50 mL de ácido sulfúrico 0,02
M) contida em um Erlenmeyer de 250 mL. A velocidade de destilaçao deverá ser de 6 a 10
mL/min. Colete aproximadamente 180 mL do destilado, transira para um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume. Transira 50 mL do destilado para balão volumétrico,
adicione 1 mL de reagente de Nessler e homogeneíze. Deixe em repouso por 10 minutos e
meça a coloração desenvolvida, em espectrofotômetro a 425 nm e determine a quantidade de
amônia correspondente, usando a curva-padrão previamente estabelecida.
Curva-padrão – A partir de diluições da solução-padrão de cloreto de amônio, prepare uma
série de soluções de concentrações de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mg de NH3/L, transferindo, respectivamente, 1, 2, 3, e 4 mL da solução-mãe para balões volumétricos de 50 mL e completando
o volume com água destilada e deionizada. Adicione a cada balão 1 mL de reagente de Nessler e homogeneíze. Deixe em repouso por 10 minutos e meça a coloração desenvolvida, em
espectrofotômetro, a 425 nm. Construa a curva-padrão.
Cálculo
Determine a concentração de amônia utilizando a curva-padrão estabelecida com soluçõespadrão de cloreto de amônio. Multiplique o resultado por 0,5, pois foi tomada uma alíquota
de 50 mL de um volume de 250 mL contendo 200 mL de distilado de 500 mL da amostra.
Nota: para expressar o resultado em nitrogênio amoniacal, o procedimento será o mesmo,
bastando multiplicar o resultado obtido para amônia por 14/17 (ou 0,824).
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Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER ,ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 1995. chapter 4, p. 75-76.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo:IMESP, 1985. p. 313-315.
190/IV Determinação de cloreto
Íons cloreto podem ser encontrados em águas provenientes de depósitos minerais e
de fontes poluídas, tais como esgotos e resíduos industriais. Em solução com pH entre 6,0 e
7,5, íons cromato são usados para indicar o ponto inal da titulação de íons cloreto com íons
prata. O cloreto de prata é precipitado quantitativamente antes do cromato de prata, de cor
vermelha.
Material
Banho-maria, estufa, dessecador, balança analítica, cápsula de porcelana de 150 mL, buretas
de 10 e 25 mL, bastão de vidro, balões volumétricos de 50 e 1000 mL, pipetas volumétricas
de 25 e 50 mL e bureta de 25 mL.
Reagentes
Cromato de potássio
Cloreto de sódio
Nitrato de prata
Solução-padrão de nitrato de prata 0,0282 M – Pese 4,7909 g de nitrato de prata, transira
para um balão volumétrico de 1000 mL, dissolva e complete o volume com água destilada
e deionizada.
Indicador cromato de potássio 10% m/v – Pese 5 g de cromato de potássio, transira para
um balão volumétrico de 50 mL, dissolva e complete o volume com água destilada e deionizada.
Solução-padrão de cloreto de sódio – Aqueça o cloreto de sódio em estufa a 200°C, por três
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Capítulo VIII - Águas
horas. Resfrie em dessecador, pese 1,6484 g do sal e dilua a 1000 mL, em balão volumétrico,
com água destilada e deionizada. Um mL desta solução corresponde a 1 mg de íon cloreto.
Transira 25 mL de solução de cloreto de sódio para o interior da cápsula de porcelana de
150 mL. Adicione 4 gotas de indicador de cromato de potássio. Adicione o nitrato de prata
pela bureta de 25 mL, lentamente, sob agitação até o aparecimento de um precipitado levemente avermelhado. Anote o volume gasto e calcule a molaridade da solução de nitrato de
prata, usando a fórmula:
M = molaridade da solução de nitrato de prata
v = volume da solução de cloreto de sódio
v1 = volume da solução de nitrato de prata
Procedimento – Pipete 50 mL da amostra para uma cápsula de porcelana de 150 mL.
Aqueça em banho-maria até reduzir o volume a aproximadamente 20 mL. Adicione 4 gotas
do indicador cromato de potássio. Titule com a solução de nitrato de prata em bureta de
10 mL até o aparecimento de uma coloração avermelhada.
Nota: íons brometo e iodeto interferem nessa reação.
Cálculo
M = molaridade do nitrato de prata
v = volume de nitrato de prata gasto na titulação
va = volume da amostra, em mL
Referências bibliográficas
THEROUX, F.R.; ELDRIDGE, E.F.; MALLMANN, W.R. Laboratory Manual for
Chemical and Bacterial Analysis of Water and Sewage. 3.ed. London: McGraw-Hill
Book Company, 1943. p. 15,68,164.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed.. Washington, DC: American Public
Health Association, 1995. chapter 4, p.48-50.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo:IMESP, 1985. p. 320-321.
IAL - 357
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191/V Determinação da cor pelo método de comparação óptica por via instrumental
A presença de cor na água pode ser devida ao seu conteúdo de íons metálicos (geralmente ferro e manganês), plâncton, resíduo industrial, húmus e outros materiais orgânicos e poderá ser expressa como “aparente” ou como “verdadeira”. A aparente é originária dos materiais
dissolvidos e em suspensão. Por sedimentação ou centrifugação dos materiais em suspensão,
pode-se determinar a cor verdadeira. Se a cor aparente é a dos materiais em suspensão, pode-se
determinar a cor verdadeira. Se a cor aparente é a que se quer determinar, proceda à análise da
amostra sem submetê-la à separação de materiais em suspensão (não iltrada). A cor é determinada por comparação visual entre a amostra e soluções coloridas de concentrações conhecidas.
A comparação poderá ser feita por via instrumental, com discos coloridos especiais.
Material
Aparelho comparador visual munido de disco padrão de cor; tubos de cristal próprios para a
leitura ou tubos de Nessler de 50 mL, peças de cristal homogêneo e plunger.
Reagentes
Solução-padrão de cor – Pese 1,246 g de hexacloroplatinato de potássio (K2PtCI6), 1 g de
cloreto cobaltoso CoCI2.6H2O e meça 100 mL de ácido clorídrico. Transira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água bidestilada e deionizada. Esta
solução-estoque apresenta cor equivalente a 500 unidades internacionais. Prepare padrões
contendo cores de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, e 70 unidades, diluindo 0,5;
1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5; 5,0; 6,0 e 7,0 mL da solução-padrão estoque em balões
volumétricos de 50 mL. Proteja estes padrões contra a evaporação e a contaminação quando
não estiverem sendo usados.
Procedimento – Encha um dos tubos com água bidestilada e deionizada, de modo a não
formar bolhas. Mergulhe o plunger no interior do tubo de água de modo a homogeneizar o
conteúdo da coluna. Proceda analogamente com o segundo tubo, utilizando agora a amostra
cuja cor se quer determinar. Leve os tubos ao comparador visual, colocando-os corretamente
em cada presilha do aparelho. Gire o disco até que a cor da amostra coincida com a cor apresentada no disco padrão. Faça a leitura da escala. O resultado é expresso em uH (unidade de
Hazen).
Nota: Caso deseje medir a cor verdadeira, faça a decantação e, se necessário, centrifugue
previamente uma porção da amostra (como opção, pode-se efetuar iltração com papel quantitativo para precipitados inos).
358 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Referências Bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 1995. chapter 2, p. 1-3.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo:IMESP, 1985. p. 322-323.
192/IV Determinação de ferro
Os compostos de ferro, muito abundantes na natureza, são integrantes da composição
química do solo, das rochas e da matéria vegetal. Em condições redutoras, o ferro existe no
estado ferroso. Em águas expostas ao ar ou em condições oxidantes, os íons ferrosos são oxidados ao estado férrico, o qual se hidrolisa formando hidróxido de ferro III insolúvel. O ferro
ocorre em solução aquosa, em estado coloidal que pode ser peptizado por matéria orgânica,
em complexos inorgânicos ou orgânicos ou em partículas em suspensão.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, chapa elétrica, pHmetro, balança analítica, béqueres de 100,
250, 500, 1000 e 2000 mL, balões volumétricos de 50, 100 e 1000 mL, barra magnética,
buretas de 10 mL e 25 mL, frascos Erlenmeyer de 125 e 250 mL, funil de haste longa, lã de
vidro, pipetas volumétricas de 5, 25 e 50 mL, pipetas graduadas de 5 mL, proveta de 100
mL e vidro de relógio.
Nota: recomenda-se não usar espátula metálica
Reagentes
Acetato de sódio
Ácido acético glacial
Ácido clorídrico
Ácido fosfórico
Ácido sulfúrico
1,10-Fenantrolina
Cloreto de hidroxilamina
Oxalato de sódio
Permanganato de potássio
Sulfato ferroso amoniacal
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Zinco em pó
Ácido sulfúrico 0,4 M
Solução de permanganato de potássio 0,02 M
Ácido clorídrico a 50%
Ácido sulfúrico a 50% (para padronização do KMnO4).
Solução-padrão de ferro II – Pese 7 g de sulfato de amônio e ferro Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O,
dissolva em 50 mL de água bidestilada e deionizada, transira para um balão volumétrico de
1000 mL e adicione 5 mL de ácido sulfúrico. Complete o volume com água destilada e deionizada e homogeneíze. Esta solução contém cerca de 1 g de ferro. Pipete 25 mL da soluçãoestoque em frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 70 mL de água bidestilada e deionizada,
0,1 g de zinco em pó. Ferva lentamente, até dissolver todo o zinco, agitando o frasco Erlenmeyer, de tempos em tempos, com movimentos circulares. Se a solução icar turva, adicione,
lentamente, solução de ácido sulfúrico 1 M até a turvação desaparecer. Esfrie, cobrindo o
frasco Erlenmeyer com vidro de relógio. Adicione 1 mL de ácido fosfórico e titule imediatamente com solução-padrão de permanganato de potássio 0,02 M até cor levemente rosada.
A solução original deve estar com concentração ao redor de 0,0178 M em íons de Fe II.
Nota: quando disponível, poderá ser usada a solução-padrão 1000 mg/kg (em Fe) para espectrometria de absorção atômica.
Reagente cloreto de hidroxilamônio (cloridrato de hidroxilamina) – Pese 10 g de cloreto de
hidroxilamônio NH2OH.HCl, transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete
o volume com água destilada e deionizada.
Solução-tampão de acetato de sódio – Dissolva 250 g de acetato de sódio em 150 mL de
água destilada e deionizada em béquer de 1000 mL. Mergulhe um eletrodo de vidro combinado previamente calibrado, conectado a pHmetro, uma barra magnética e, sob agitação,
adicione lentamente 500 mL de ácido acético glacial. Após homogeneização, sob agitação
constante, continue adicionando o ácido acético até o pH icar entre 4,4 e 5,0. Complete o
volume a 1000 mL com água bidestilada e deionizada. Transira para frasco de vidro e guarde
em geladeira, para se evitar a formação de fungos. Retire da geladeira, uma hora antes do uso,
quantidades suicientes recolhidas em béqueres ou frascos pequenos de polietileno e mantidas à temperatura ambiente.
Solução-reagente – Pese 1 g de 1,10-fenantrolina monoidratada C12H8N2.H2O, transira
para um balão volumétrico de 1000 mL com 100 mL de água bidestilada e deionizada,
adicione duas gotas de HCl, dissolva sob agitação e complete o volume com água bidestilada
e deionizada.
360 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Curva-padrão – Pipete 1 mL da solução-estoque com pipeta volumétrica em um balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com água bidestilada e deionizada. Esta
solução contém 10 mg de Fe ou o conirmado pela padronização. Seguindo o mesmo
tratamento dado às amostras, abaixo descrito, prepare soluções-padrão de ferro contendo 0,1; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1,0 mg/L de ferro, a partir da solução-estoque de 10 mg/L.
Com bureta de 10 mL, adicione quantidades de 0; 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0 mL em
balão volumétrico de 50 mL. Complete o volume com água bidestilada e deionizada e
transira para um béquer de 250 mL. Adicione 4 mL de HCl a 50% e 1 mL de solução
de NH2OH.HCl. Ferva até que o volume se reduza a 15 ou 20 mL. Esfrie à temperatura ambiente. Adicione 10 mL do tampão de acetato de sódio, 2 mL de solução de
1,10-fenantrolina. Transira para outro balão volumétrico de 50 mL, lavando as paredes
do béquer e complete o volume com água bidestilada e deionizada. Homogeneíze e
deixe em repouso por 10 a 15 minutos, para o completo desenvolvimento da cor. Meça
a absorbância em espectrofotômetro, utilizando comprimento de onda igual a 510 nm.
Construa o gráico de absorbância em função da concentração da solução-padrão de ferro
(em mg Fe/L).
Procedimento – Agite bem a amostra e transira 50 mL para um béquer de 250 mL. Adicione 4 mL de HCl 50% (v/v) e 1 mL de solução de cloreto de hidroxilamônio10% (m/v).
Ferva até que o volume se reduza a 15 ou 20 mL. Esfrie à temperatura ambiente. Adicione
5 mL de tampão acetato e 2 mL de solução de fenantrolina. Transira para um balão volumétrico de 50 mL, lavando as paredes do béquer e complete o volume com água destilada e deionizada. Homogeneíze e deixe em repouso por 10 a 15 minutos, para o completo
desenvolvimento da cor. Acerte o “zero” do equipamento com a prova em branco. Meça a
absorbância da amostra analisada.
Nota: quando o teor de ferro na amostra for superior a 1 mg/L, dilua, cuidadosamente, uma
alíquota da amostra original até 50 mL e proceda de maneira análoga à descrita no procedimento. Jamais dilua a solução colorida inal.
Cálculo
Obtenha a concentração da amostra diretamente da curva-padrão.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health
Association, 1995. chapter 3, p. 68-70.
IAL - 361
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 319-320.
193/IV Determinação de fluoreto pelo método colorimétrico
O íon luoreto em águas pode ocorrer naturalmente ou proveniente do processo de
luoretação, o qual consiste na adição controlada de compostos de lúor na água de abastecimento público. Quando presente em concentrações adequadas, o lúor produz efeitos benéicos, promovendo a redução da incidência de cáries dentais, porém pode originar a luorose
quando em concentrações acima das recomendadas.
Entre os métodos analíticos sugeridos para a determinação do íon luoreto em
águas, o método potenciométrico com eletrodo íon seletivo é o mais indicado, mas podese também usar o colorimétrico com o reagente de SPADNS. Ambos estão sujeitos a erros
devido à interferência de outros íons presentes. A im de eliminar estas interferências,
pode ser necessária a destilação prévia da amostra; no caso de águas potáveis, onde a concentração destes íons interferentes é pequena, a destilação da amostra, normalmente, não
é necessária.
Tabela 2 – Concentração limite das substâncias que causam interferência na determinação
do íon luoreto
Substância
ou parâmetro
alcalinidade
(CaCO3)
alumínio
cloreto
cloro
cor e turbidez
ferro
hexametafosfato
fosfato
sulfato
Método potenciométrico
mg/L
tipo de erro
7000
+
3
20000
5000
-
200
50000
50000
50000
-
-
Método colorimétrico
mg/L
tipo de erro
5000
0,1*
7000
+
remoção com arsenito de sódio
remoção por destilação
10
1,0
+
16
+
200
-
(*) para leitura imediata, a tolerância aumenta com o tempo: após 2 h, 3 mg/L; depois de 4
h, 30 mg/L
O método colorimétrico utilizando como reagente o SPADNS tem uma faixa analítica de
0 a 1,40 mg/L com desenvolvimento de cor virtualmente instantânea. A determinação da
concentração do íon luoreto é feita por meio da medida de absorbância da amostra. Este
método
baseia-se na reação entre o luoreto e o composto colorido formado entre o zircônio
.
362 - IAL
Capítulo VIII - Águas
e o SPADNS. O luoreto reage com este composto resultando em um complexo sem cor
(ZrF6-2) e liberando o ligante orgânico. Com o aumento da concentração de luoreto, ocorre
um decréscimo na intensidade da cor da solução. Algumas interferências podem ser eliminadas pelo uso de reagentes especíicos, como o arsenito de sódio para eliminação de cloro ou o
aumento do tempo de repouso da amostra após a adição do reagente analítico, no caso especíico do alumínio. Para as demais interferências, tais como: hexametafosfato (1 mg/L), fosfato
(16 mg/L) e sulfato (200 mg/L), é necessária a destilação prévia da amostra.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balões volumétricos de 50, 100, 500 e 1000 mL, bureta de
10 mL, pipetas volumétricas de 5, 10 e 50 mL e proveta de 10 mL.
Reagentes
Fluoreto de sódio anidro
Sal trissódico do ácido 4,5-di-hidróxido-3-(para-sulfo-fenil-azo)- 2,7-naftileno-dissulfônico
– SPADNS
Oxicloreto de zircônio octahidratado
Ácido clorídrico
Arsenito de sódio
Solução-padrão de luoreto 100 mg/L – Pese 221 mg de luoreto de sódio anidro, transira
para um balão volumétrico de 1000 mL e complete com água bidestilada e deionizada. Armazene esta solução (1 mL = 0,1 mg F-) em frasco plástico (polipropileno). Dilua 100 mL da
solução-estoque de luoreto a 1000 mL com água destilada e deionizada, (1 mL = 0,01 mg
F-). A partir desta solução, prepare uma série de padrões de luoreto com concentrações no
intervalo de 0,05 a 1,4 mg F-/L, com volume inal de 100 mL.
Solução de SPADNS – Pese 958 mg de SPADNS, transira para um balão volumétrico de
500 mL e complete com água destilada e deionizada. Esta solução é estável por um ano, se
protegida da luz direta.
Solução de oxicloreto de zircônio – Pese 133 mg de oxicloreto de zircônio, ZrOCl2. 8H2O
e transira para um balão volumétrico de 500 mL, aproximadamente 25 mL de água bidestilada e deionizada e 350 mL de ácido clorídrico. Complete o volume com água destilada e
deionizada.
Solução mistura SPADNS-oxicloreto de zircônio – Misture volumes iguais das soluções de
SPADNS e de oxicloreto de zircônio. Armazene em frasco âmbar, protegido da luz. A solução é estável por 2 anos.
IAL - 363
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Solução de referência – Misture 10 mL da solução de SPADNS e 100 mL de água bidestilada e deionizada. Adicione 10 mL ácido clorídrico diluído (7 mL de ácido clorídrico mais
3 mL de água bidestilada e deionizada). A solução resultante é utilizada para estabelecer o
ponto de referência (zero) de absorbância do instrumento. Esta solução é estável por um ano.
Solução de arsenito de sódio 0,5% (m/v) – Pese 5 g de arsenito de sódio, transira para um
balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada.
Procedimento – Ajuste o equipamento para comprimento de onda igual a 570 nm. Determine o ponto de referência (zero) do espectrofotômetro a partir da solução de referência. Se a
amostra contiver cloro residual, o mesmo deve ser eliminado pela adição de solução de arsenito de sódio. Meça 50 mL da amostra de água a ser analisada. Adicione 1 mL de arsenito de
sódio a 0,5% (se a amostra contiver cloro residual), agite e espere 1 minuto. Adicione 5 mL
da solução SPADNS e 5 mL da solução de oxicloreto de zircônio, ou 10 mL do reagente
SPADNS-oxicloreto de zircônio, e misture bem. Leia as absorbâncias das amostras a 570 nm.
Se o valor de absorbância da amostra não estiver dentro do intervalo da curva-padrão, repita
o procedimento usando uma amostra diluída.
Curva-padrão – Meça porções de 50 mL de soluções-padrão de concentrações no intervalo
de 0,05 a 1,4 mg F-/L. Adicione a cada uma, 5 mL de solução SPADNS e 5 mL de oxicloreto
de zircônio, ou 10 mL do reagente SPADNS-oxicloreto de zircônio e misture. Faça as leituras de absorbância de cada uma das soluções-padrão na mesma temperatura em que serão
lidas as amostras. Construa o gráico de absorbância em função da concentração de luoreto.
Deve-se obter uma reta com coeiciente angular negativo.
Nota: prepare uma nova curva-padrão sempre que alguma das soluções reagentes seja
refeita.
Cálculo
Determine a concentração de luoreto diretamente da curva-padrão.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 325326.
364 - IAL
Capítulo VIII - Águas
194/IV Determinação de fluoreto pelo método potenciométrico
O método potenciométrico com eletrodo de íon seletivo de luoreto é adequado
para concentrações de íon luoreto acima de 0,2 mg/L. A adição de solução-tampão
elimina algumas interferências e, nestes casos, evita-se a destilação prévia. As vantagens
deste método são: alta seletividade, simplicidade e rapidez. O eletrodo de luoreto é um
sensor íon-seletivo. O elemento principal do eletrodo de luoreto, basicamente, é um
monocristal de luoreto de lantânio, através do qual se estabelece um potencial entre a
solução de luoreto interna do eletrodo e a solução cuja concentração do referido íon
pretende-se determinar. O cristal entra em contato com a amostra em uma face e uma
solução interna de referência com a outra face. A cela eletrolítica pode ser representada
por:
Ag/AgCl, Cl- (0,3M), F- (0,001M)/LaF3 / amostra/ eletrodo de referência
O eletrodo de íon luoreto pode ser usado com um eletrodo de referência de calomelano em qualquer pHmetro com precisão de 0,1 mV (milivolt). A atividade do íon depende
da força iônica total, do pH e das espécies complexantes de íon luoreto na solução. A adição
de um tampão adequado permite manter a força iônica uniforme e constante, ajustar o pH
e liberar o íon luoreto dos complexos existentes.
Material
Potenciômetro com eletrodos de referência e de íon seletivo de luoreto, agitador magnético
com barras magnéticas revestidas com teflon, balões volumétricos de 50, 100 e 1000 mL,
béquer de plástico de 100 mL e pipetas volumétricas de 5, 10 e 50 mL.
Reagentes
Fluoreto de sódio anidro
Ácido 1,2-ciclohexilenodinitrilotetracético (CDTA)
Hidróxido de sódio
Solução-padrão de luoreto 1000 mg/L – Pese 2,21 g de luoreto de sódio anidro, transira
para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada. Armazene a solução em frasco plástico. A partir de diluições adequadas da soluçãoestoque, prepare soluções-padrão de trabalho.
Tampão TISSAB (T3) – Num béquer de 2000 mL, coloque, sob agitação, 500 mL de água
deionizada e 18 g de CDTA . Adicione, gota a gota, uma solução de NaOH a 40% até dissolução do sal e, em seguida, 300 g de citrato de sódio dihidratado e 58 g de NaCl . Após a
IAL - 365
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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dissolução dos sais, transira para um balão volumétrico de 1000 mL, acerte o pH em torno
de 6,0 (± 0,2) e complete o volume com água destilada e deionizada. Conirme, novamente,
o pH. Armazene em frasco plástico, sob refrigeração.
Procedimento – Meça 50 mL da amostra e transira para um béquer de plástico de 100 mL.
Adicione, com pipeta volumétrica, 5 mL da solução-tampão T3. Coloque uma barra magnética no béquer e homogeneíze sob agitação magnética. Com o potenciômetro e os eletrodos
calibrados, proceda à leitura das amostras. Faça as leituras das amostras utilizando agitação
magnética constante e velocidade similar à que foi utilizada para a leitura dos padrões.
Curva-padrão – Nos casos em que o equipamento permite a calibração em leituras automáticas em concentração direta, construa a curva interna de calibração, seguindo as instruções expressas no manual do aparelho. Quando o equipamento não permite a calibração em
leituras automáticas em concentração, proceda às leituras em milivolts, utilizando soluções
padrão de 0,2 a 2 mg/L de luoreto. Construa uma curva milivolts x [F-] em papel monolog.
O coeiciente angular da reta (slope), deve estar entre -54 a -60 mV/[F-].
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods fort he
Examination of Water and Wastewater, 19th Ed. Washington, DC: American Public
Health Association,1995. chapter 4, p. 61-62.
195/IV Determinação de nitrato pelo método espectrofotométrico na região do ultravioleta
O íon nitrato geralmente ocorre em pequenas quantidades nas águas supericiais, mas
atinge elevadas concentrações em algumas águas subterrâneas. Este método baseia-se na leitura direta da absorbância da amostra de água, com adição de ácido clorídrico 1,0 M, para
águas de abastecimento e mineral.
A região do espectro eletrônico em que são feitas as medidas de absorbância é muito
sujeita a interferências espectrais. Assim, este ensaio somente é aplicável em águas com baixo
conteúdo em matéria orgânica (águas naturais não contaminadas e águas de abastecimento
público). O uso do ácido clorídrico é para previnir a interferência de concentrações de hidróxido ou carbonato acima de 1000 mg CaCO3/L. Interferentes: máteria orgânica dissolvida,
surfactantes, NO-2 e Cr 6+ , íons inorgânicos não encontrados em águas naturais, tais como
cloreto e clorato.
366 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Método I - Determinação de nitrato na região do ultravioleta a 205 nm
O método baseia-se na leitura direta da absorbância da amostra de água, com adição
de ácido clorídrico 1,0 M, em espectrofotômetro a 205 nm, para águas de abastecimento e
mineral.
Material
Estufa, espectrofotômetro UV/VIS, balões volumétricos de 100 e 1000 mL e pipetas volumétricas de 1, 2, 4, 5 e 7 mL.
Reagentes
Nitrato de potássio
Nitrato de sódio
Ácido clorídrico
Solução ácido clorídrico 1 M – Meça, em proveta de 100 mL, 85 mL de ácido clorídrico e
transira para um balão volumétrico de 1000 mL , completando o volume com água destilada e deionizada.
Solução-estoque de nitrato a 100 mg/L – Pese 0,1631 g de nitrato de potássio, seco a
105°C ou 0,1371 g de nitrato de sódio, seco a 105°C, transira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada.
Procedimento – Transira quantitativamente a amostra de água para um balão volumétrico
seco de 100 mL. Adicione 1 mL de ácido clorídrico 1,0 M e homogeneíze. Leia a absorbância a 205 nm. Determine a quantidade de nitrogênio nítrico correspondente, usando a
curva-padrão previamente estabelecida.
Curva-padrão – A partir da solução-padrão estoque, prepare a curva-padrão transferindo
alíquotas de 1, 2, 3, 4, 5, e 7 mL da solução para balão volumétrico de 100 mL, completando
o volume com água destilada e deionizada. Adicione em cada balão volumétrico 1 mL de
HCl 1,0 M e homogeneíze. Proceda à leitura a 205 nm, obtendo-se soluções de 1, 2, 3, 4, 5
e 7 mg/L de nitrato.
Nota: obtendo-se leitura de absorbância acima de 1, dilua a amostra original como descrito
acima e faça uma nova leitura.
IAL - 367
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 1995. chapter 4, p. 85-86.
Método II - Determinação de nitrato na região do ultravioleta a 220 nm e 275 nm
Este método baseia-se na leitura direta da absorbância da amostra de água, com
adição de ácido clorídrico 1 M, em espectrofotômetro a 220 e 275 nm
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balões volumétricos de 50 e 1000 mL, pipetas volumétricas de
5,10,15,20 e 25 mL
Reagentes
Nitrato de potássio ou nitrato de sódio, com pureza mínima de 99%
Solução de ácido clorídrico 1 M - veja método I
Solução-estoque de nitrato 100 mg/L - veja método I
Solução-padrão intermediária de nitrato 10 mg/L
Procedimento - Transira, quantativamente, a amostra de água para um balão volumétrico de
50 mL. Adicione 1 mL de ácido clorídrico 1 M e homogeneíze. Leia a absorbância a 220 nm
e 275 nm. Determine a quantidade de nitrogênio nítrico correspondente, usando a curvapadrão previamente estabelecida.
Curva-padrão - A partir da solução-padrão intermediária, prepare a curva-padrão transferindo alíquotas de 5, 10, 15, 20 e 25 mL da solução-padrão de nitrato 10 mg/L para balões
volumétricos de 50 mL, completando o volume com água destilada e deionizada. Adicione
a cada balão volumétrico 1 mL de HCl 1 M e homogeneíze. As soluções preparadas apresentarão concentrações de 1, 2, 3, 4 e 5 mg NO-3 /L, respectivamente,
Medidas espectrofotométricas - Leia a absorbância no comprimento de onda 220 nm para
relacionar com a concentração de nitrato e a 275 nm para determinar a interferência devida
à matéria orgânica dissolvida.
368 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Cálculo
Para amostras e padrões, multiplique por 2 a leitura de absorbância em 275 nm e subtraia
pela absorbância obtida em 220 nm. Usando também as absorbâncias corrigidas (Acorrigida
= A220 - 2xA275), obtenha as concentrações das amostras diretamente a partir da curva-padrão
(A x concentração). Se a concentração de nitrato da amostra for maior que 5 mg/L, proceda
a diluição da amostra original com água destilada e deionizada, adicione 1 mL de HCl a 50
mL da amostra diluída e repita a leitura. Neste caso, o resultado deverá ser multiplicado pelo
fator da diluição.
Nota: se o valor da correção ( 2xA275) for maior que 10% do valor da leitura da absorbância
em 220 nm, este método não poderá ser utilizado.
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 1995. chapter 4, p. 85-86.
196/IV Determinação de nitrato pelo método espectrofotométrico com desenvolvimento de cor
O método baseia-se na reação de íons nitrato com ácido fenol dissulfônico e posterior
alcalinização com hidróxido de sódio, obtendo-se um composto amarelo. Este composto é
o sal sódico do ácido pícrico formado pela nitração do fenol, cuja coloração é medida em
espectrofotômetro.
C6 H3 (OH)(SO3 H)2 + 3 HNO3 ↔ C6H2 (OH)(NO2 )3 + 2 H2 SO4 + H2O
C6H2 (OH)(NO2 )3 + NaOH ↔ C6H2(NO2 )3ONa + H2O
Os íons cloreto interferem no processo porque formam HCl com o excesso de H2SO4 contido na mistura ácido fenol dissulfônico/ácido sulfúrico e o HCl reage com o HNO3 formado:
6 HCl + 2HNO3 ↔ 2 NO + 4 H2O + 3 Cl2
IAL - 369
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Acima da concentração de 5x10-4 M, os íons cloreto podem ser precipitados com
Ag2
SO4 e separados previamente. Abaixo dessa concentração a interferência permanece, com
diminuição da concentração de nitrato medida, mas com efeito signiicativo baixo, pois a
tolerância legal de nitrato em águas é da ordem de 10 mg/L.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, banho-maria, balança analítica, placa aquecedora, béquer de
100 mL, balões volumétricos de 50, 100, 500 e 1000 mL, pipeta graduada de 10 mL, pipetas volumétricas de 10 e 50 mL, bureta de 25 mL, cápsula de porcelana de 150 mL e bastão
de vidro.
Reagentes
Nitrato de potássio
Nitrato de sódio
Ácido sulfúrico
Fenol
Hidróxido de sódio
Sulfato de prata
Sulfato de alumínio e potássio
Hidróxido de amônio
Solução-padrão estoque de nitrato a 100 mg/L – Pese 0,1631 g de nitrato de potássio, seco
a 105°C ou 0,1371 g de nitrato de sódio, seco a 105°C. Transira para um balão volumétrico
de 1000 mL, dissolva e complete o volume com água destilada e deionizada.
Nota: 1 mL desta solução corresponde a 0,1 mg de nitrato.
Solução de ácido fenoldissulfônico – Pese 25 g de fenol e transira para um béquer com
225 mL de ácido sulfúrico. Aqueça em placa aquecedora a 100°C por duas horas, em capela. Resfrie, transira para um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com ácido
sulfúrico.
Solução hidróxido de sódio a 50% m/v – Pese 50 g de hidróxido de sódio, transira para um
balão de 100 mL, dissolva e complete o volume com água destilada e deionizada. Transira a
solução para um frasco limpo de plástico.
Solução de sulfato de prata (para amostras com cloretos) – Pese 0,4397 g de sulfato de prata,
transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água destilada e
deionizada.
370 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Nota: 1 mL desta solução reage com 1 mg de íons cloreto.
Creme de alumina (para amostras turvas) – Prepare uma solução saturada de sulfato duplo
de alumínio e potássio. Alcalinize com hidróxido de amônio até pH 10. Agite e deixe o precipitado sedimentar. Lave com água por decantação até que a água de lavagem não dê reação
para sulfatos. Decante o líquido sobrenadante.
Procedimento – Transira 50 mL da amostra para uma cápsula de porcelana de 150 mL.
Evapore até a secura, em banho-maria. Adicione 1 mL da solução de ácido fenoldissulfônico.
Misture, com um bastão de vidro, o ácido e o resíduo eventualmente presente nas paredes
da cápsula. Lave com pequena porção (10 mL) de água destilada e deionizada e adicione 3 a
5 mL de solução de hidróxido de sódio a 50% sob agitação, até obter uma cor amarela estável. Transira para um balão volumétrico de 50 mL, lavando a cápsula (quando a tonalidade
amarela for muito intensa, faça diluições maiores, a partir da amostra original). Complete o
volume com água bidestilada e deionizada, iltre se necessário, homogeneíze, aguarde 15 minutos e meça a absorbância em espectrofotômetro, a 410 nm, utilizando como branco água
destilada e deionizada, preparado nas mesmas condições da amostra. Determine a quantidade de nitrato correspondente, usando a curva-padrão previamente estabelecida.
notas
Se a amostra contiver cloretos acima de 30 mg/L, precipite-os em pH 1 (acidule com ácido
sulfúrico), usando uma alíquota conveniente de solução de sulfato de prata.
Quando a amostra se apresentar excessivamente turva, clariique-a com uma ponta de espátula de solução de creme de alumina.
Curva-padrão – A partir da solução-estoque, prepare soluções-padrão de nitrato no intervalo
de 0 a 7 mg NO3-/L. Com bureta de 25 mL, adicione quantidades de 0 (branco), 1, 2, 3, 4,
5, e 7 mL, respectivamente, em cápsulas de 150 mL. Evapore até a secura em banho-maria.
Adicione em cada uma das cápsulas, 1 mL da solução de ácido fenoldissulfônico, misture
bem com bastão de vidro a mistura e o eventual resíduo nas paredes das cápsulas. Lave com
pequena porção (cerca de 10 mL) de água destilada e deionizada e adicione 5 mL de solução
de hidróxido de sódio a 50%. Misture bem com bastão de vidro até obter cor amarela estável.
Transira para um balão volumétrico de 100 mL, lavando as cápsulas e os bastões com água destilada e deionizada. Complete o volume, agite bem, aguarde 15 minutos e meça a absorbância
em espectrofotômetro, utilizando comprimento de onda de 410 nm. Construa o gráico de
absorbância em função da concentração da solução-padrão de nitrato (em mg NO3-/L).
IAL - 371
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
Determine a quantidade de nitrogênio nítrico (NO3-) correspondente, usando a curva-padrão pré-estabelecida.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS,
ASSOCIATION WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater, 11th ed. Washington, DC: American Public
Health Association,1960, p. 175.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS,
ASSOCIATION WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public
Health Association,1995. chapter 4, p. 85-86.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 317-319.
197/IV Determinação de nitrito pelo método espectrofotométrico com desenvolvimento de cor
O íon nitrito corresponde a um estágio intermediário de oxidação do nitrogênio.
Forma-se tanto pela oxidação da amônia como pela redução do nitrato. Tais oxidações
e reduções podem ocorrer em estações de tratamento de esgotos, em sistemas de distribuição de água e em águas naturais. O nitrito pode ainda ser proveniente de aditivos
inibidores da corrosão em instalações industriais. O íon nitrito (NO2-) é determinado
por meio da formação de uma cor vermelho-púrpura produzida em pH (2,0 - 2,5) pela
reação de diazotação da sulfanilamida com dihidrocloreto de N-(1-naftil)etilenodiamina.
Na estocagem da amostra de água para a determinação de íons nitrito, nunca use ácido
para a sua preservação. A determinação deve ser efetuada na amostra recém-coletada, de
modo a prevenir a conversão bacteriana de NO2- para NO3- ou NH3. Para tempos de
espera de 1 a 2 dias, conserve a 4°C.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, estufa, pesa-iltro, balões volumétricos de 50,
250 e 1000 mL, bureta de 10 mL, bastões de vidro, béquer de 100 mL, dessecador, pipetas
volumétricas de 2 e 50 mL e pipetas graduadas de 10 mL.
372 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Reagentes
Nitrito de sódio com pureza mínima de 99%, armazenado em dessecador
Nitrito de potássio com pureza mínima de 99%, armazenado em dessecador
Ácido fosfórico
Sulfanilamida
Dihidrocloreto de N-(1-naftil)etilenodiamina
Oxalato de sódio anidro, grau padrão primário
Ácido sulfúrico
Permanganato de potássio
Solução-padrão de íons nitrito (100 mg/L) – Em um béquer de 100 mL, pese exatamente
0,15 g de nitrito de sódio ou 0,1848 g de nitrito de potássio puros, previamente secos por 2
horas em estufa a 105°C e resfriados em dessecador por uma hora. Transira, cuidadosamente, para um balão volumétrico de 1000 mL com água bidestilada e deionizada e complete o
volume. Homogeneíze.
Nota: utilize sempre solução recém-preparada. Esta solução tem validade de 30 dias, desde
que mantida sob refrigeração.
Solução de oxalato de sódio 0,025 M – Dissolva 3,350 g de oxalato de sódio em água destilada e deonizada, transira para balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume.
Solução de permanganato de potássio 0,01 M – Dissolva 1,6 g de permanganato de potássio
em 1 litro de água destilada e deionizada. Armazene a solução em um frasco âmbar (rolha
de vidro), por uma semana. Cuidadosamente, de modo a não ressuspender o sedimento,
decante ou pipete o sobrenadante para outro frasco âmbar (rolha de vidro). Padronize esta
solução, freqüentemente, pelo seguinte procedimento (em triplicata): em Erlenmeyer de 250
mL, pese 0,200 g de oxalato de sódio anidro, adicione 100 mL de água destilada e deionizada
e agite até dissolver o sal. Adicione 10 mL de solução aquosa de ácido sulfúrico 1:1 e aqueça
a 90-95º C. Titule, sob agitação e rapidamente, com a solução de permanganto de potássio
preparada até que uma leve colaração rósea persista por, no mínimo, 1 minuto. Durante a
titulação, não permita que a temperatura ique abaixo de 85º C (se necessário, aqueça o Erlenmeyer durante a titulaçao). Faça um branco com água destilada e ácido sulfúrico (1:1). A
molaridade da solução de KMnO₄ é calculada por meio da média de três titulações a partir
da seguinte equação:
IAL - 373
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
M= Molaridade da solução de KMnO₄
m= Massa de Na₂C₂O₄
Va= volume da solução de KMnO₄ gasto na titulação do oxalato de sódio, em mL
vb= volume da solução de KMnO₄ gasto na titulação do branco, em mL
Padronização da solução de nitrito – Pipe, na ordem, em um Erlenmeyer de boca esmerilhada com tampa: 50 mL de solução de KMnO₄ 0,01 M, 5 mL de H₂SO₄ concentrado e 50
mL da solução de nitrito a ser padronizada (quando da adição da solução de nitrito, submerja
a ponta da pipeta dentro da solução acidulada de KMnO₄). Com o frasco tampado, agite
suavemente e aqueça a (70-80)º C em placa aquecedora. Faça a descoloração da solução pela
adição de porções de 10 mL de solução-padrão de 0,025 M de Na₂C₂O₄. Titule o excesso de
Na₂C₂O₄ adicionado com solução 0,01 M de KMnO₄ até o surgimento de coloração rósea
fraca e persistente. Conduza uma titulação do branco (50 mL de água destilada e deionizada). Calcule a concentração da solução de nitrito por meio da seguinte equação:
A= mg NO₂ – N/mL na solução estoque de NaNO₂ ou KNO₂
B= molaridade da solução de KMnO₄
C= volume total em mL da solução de KMnO₄
D= molaridade da solução de Na₂C₂O₄
E= volume total em mL da solução de Na₂C₂O₄
F= volume em mL da solução de NaNO₂ ou KNO₂
Reagente de N-(1-naftil)etilenodiamina – Em balão volumétrico de 250 mL, adicione um
pouco de água destilada e deionizada, 25 mL de ácido fosfórico a 85%, 2,5 g de sulfanilamida e dissolva completamente. Adicione 0,25g de N-(1-naftil)etilenodiamina, e homogeneíze
para dissolver completamente. Complete o volume com água destilada e deionizada. Homogeneíze novamente.
Nota: guarde a solução em frasco escuro, sob refrigeração. A solução tem validade de 1 mês.
Procedimento – Transfira 50 mL da amostra para um balão volumétrico, adicione 2 mL do
reagente de cor e faça um branco nas mesmas condições da amostra, utilizando água destilada e deionizada. Aguarde de 30 a 45 minutos. Meça a absorbância da coloração vermelha
desenvolvida a 543 nm, em espectrofotômetro.
Curva-padrão – Pipete 10 mL da solução-estoque num balão volumétrico de 100 mL, e
complete o volume com água destilada e deionizada (1 mL desta solução de NaNO2 contém
0,1 mg de NO2-). A partir desta solução de uso, prepare uma série de soluções de concentrações no intervalo de 0,0 a 0,5 mg/L em nitrito. Com bureta de 10 mL, adicione quantidades
374 - IAL
Capítulo VIII - Águas
de 0,0, 1, 2, 3, 4 e 5 mL em balão volumétrico de 100 mL, complete o volume com água
destilada e deionizada e adicione 4 mL do reagente de cor. Aguarde de 30 a 45 minutos.
Meça a absorbância em espectrofotômetro, utilizando comprimento de onda igual a 543
nm. Construa o gráico de absorbância em função da concentração da solução-padrão de
nitrito (em mg NO2-/L).
Nota: prepare a curva-padrão a cada troca da solução reagente de cor.
Cálculo
Determine a quantidade de íons nitrito correspondente, usando a curva-padrão, previamente estabelecida.
Nota: caso a cor apresente intensidade acima daquela de concentrações usadas para a curvapadrão, repita o procedimento, diluindo a amostra, ou utilize balões volumétricos de maior
volume para a leitura inal, e considere as diluições no cálculo inal. Deverá ser respeitada a
faixa de aplicabilidade do método.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public
Health Association, 1995. chapter 4, p.83-84.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 316-317.
198/IV Determinação de nitrogênio albuminóide
O nitrogênio albuminóide origina-se de grupos amino de proteínas, polipeptídios ou
aminoácidos. Estes materiais são constituintes importantes da poluição orgânica na fonte.
Após a destilação do nitrogênio amoniacal, a adição de uma solução alcalina de permanganato de potássio produz desprendimento de amônia adicional, que corresponde ao nitrogênio
albuminóide.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, estufa, sistema de destilação, proveta de
50 mL balões volumétricos de 50 e 100 mL e pipeta de 1 mL.
IAL - 375
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Permanganato de potássio
Hidróxido de sódio
Solução-padrão estoque de cloreto de amônio – Pese, com precisão, 3,141 g de cloreto de
amônio, previamente seco a 105°C. Transira para um balão volumétrico de 1000 mL e
complete o volume com água bidestilada e deionizada. Cada mL desta solução contém
1 mg de NH3.
Soluções-padrão de cloreto de amônio – Prepare, a partir de diluições de uma soluçãoestoque de cloreto de amônio com água, uma série de soluções de concentrações 0,5; 1,0; 1,5
e 2,0 mg/L de NH3.
Solução alcalina de permanganato de potássio – Pese 16 g de permanganato de potássio,
transira para um béquer de 3000 mL, acrescente 1200 mL de água bidestilada e deionizada (fervida por 10 minutos). Adicione 800 mL de solução de NaOH a 36%, clariicada por decantação. Adicione água destilada e deionizada até completar 2500 mL. Aqueça
até reduzir o volume a 2000 mL. Guarde a solução em frasco plástico rígido e ao abrigo
da luz. Determine, numa prova em branco, o nitrogênio amoniacal correspondente a
50 mL da solução e use este resultado para as correções nas determinações.
Reagente de Nessler: Solução A – Pese 100 g de iodeto de mercúrio II, 70 g de iodeto de
potássio, transira para um balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com água
destilada e deionizada. Solução B – Pese 160 g de hidróxido de sódio, transira para um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume com água destilada e deionizada. Resfrie
à temperatura ambiente. Adicione vagarosamente e sob agitação, a solução A à solução B e
dilua para 1000 mL com água destilada e deionizada. Manuseie a solução na penumbra e
armazene em frasco plástico rígido ao abrigo da luz.
Procedimento – Ao resíduo da destilação resultante da determinação de amônia (ou nitrogênio amoniacal) conforme método 189/IV, adicione 50 mL da solução alcalina de permanganato de potássio. Adapte novamente o balão ao sistema refrigerante e destile. Receba
100 mL do destilado em um balão volumétrico. Transira 50 mL para um balão volumétrico,
adicione 1 mL do reagente de Nessler, homogeneíze, meça a coloração amarela desenvolvida,
segundo procedimento descrito em 189/IV e determine a quantidade correspondente de
nitrogênio albuminóide.
Cálculo
Determine a concentração de nitrogênio albuminóide utilizando a curva-padrão pré-esta376 - IAL
Capítulo VIII - Águas
belecida com soluções-padrão de cloreto de amônio. Multiplique o resultado pelo fator 0,2,
correspondente à alíquota de 50 mL tomada de um balão volumétrico de 100 mL contendo
o destilado de 500 mL da amostra.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 315-316.
199/IV Determinação do oxigênio consumido em meio ácido
A determinação de oxigênio consumido indica a quantidade de substâncias oxidáveis
presentes na água. No método analítico proposto, a amostra é oxidada com íons permanganato em meio ácido. Após a adição de excesso de íons oxalato, titula-se novamente com
solução de permanganato.
Material
Banho-maria, balança analítica, pipeta volumétrica de 100 mL, frasco Erlenmeyer
de 300 mL, pipeta volumétrica de 5 mL, buretas de 10 e 25 mL, balão volumétrico de
1000 mL e béquer de 200 mL.
Reagentes
Permanganato de potássio
Ácido sulfúrico
Oxalato de sódio
Solução de permanganato de potássio a 0,0025 M – Pese 4 g de permanganato de potássio
e dilua com aproximadamente 1100 mL de água destilada e deionizada. Aqueça a solução
até reduzir o volume a aproximadamente 1000 mL. Esfrie à temperatura ambiente. Filtre,
a vácuo, em placa de porcelana porosa, previamente puriicada com ácido sulfúrico e exaustivamente lavada com água destilada e deionizada. Recolha o iltrado em balão volumétrico
de 1000 mL, complete cuidadosamente o volume com água destilada e deionizada. Deixe a
solução em repouso por uma semana, em frasco âmbar e dilua 100 mL desta solução com
água destilada e deionizada, completando o volume até 1000 mL em balão volumétrico.
Padronização – Pese quantitativamente massas de oxalato de sódio, em torno de 0,01 g, secas
em estufa a 100°C por duas horas. Transira para um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 200 mL de água destilada e deionizada e 5 mL de ácido sulfúrico a 25% v/v. Leve ao
banho-maria e aqueça entre (60–70)°C. Titule com a solução de permanganato de potássio
IAL - 377
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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até a primeira coloração rósea.
Nota: nas primeiras gotas há uma viragem aparente; retorne então ao banho-maria até a descoloração completa e prossiga normalmente a titulação. Faça ao menos duas provas e calcule
a molaridade média.
Cálculo
2 MnO4- + 16 H+ + 5 C2O4-- ↔ 2 Mn++ + 10 CO2 + 8 H2O
m = massa de oxalato de sódio empregada, em gramas
v = volume da solução de KMnO4 gasto na titulação, em L
Solução aquosa de ácido sulfúrico 25% v/v – Dilua 25 mL de ácido sulfúrico concentrado
em água destilada e deionizada, lentamente, deixando esfriar e completando o volume até
100 mL.
Solução de oxalato de sódio 0,00625 M – Pese 8,375 g de oxalato de sódio, transira para
um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada.
Transira 100 mL desta solução para balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume
com a mesma água.
Procedimento – Transira 100 mL da amostra para um frasco Erlenmeyer de 300 mL. Adicione 5 mL de ácido sulfúrico a 25% v/v. Adicione, com uma bureta, 5 mL de permanganato de potássio 0,0025 M. Aqueça em banho-maria por 30 minutos. Havendo descoloração
da solução, adicione mais 10 mL da solução de permanganato. Caso descore novamente,
repita o teste com a amostra diluída a 100 mL. Adicione, com uma bureta, uma quantidade
de oxalato de sódio 0,00625 M exatamente igual a do total da solução de permanganato de
potássio empregada. Leve ao banho-maria até descorar. Titule com solução de permanganato
de potássio até coloração rósea.
Cálculo
O oxigênio consumido pela amostra (em mg/L) corresponde exatamente ao no de mL de
permanganato de potássio 0,0025 M gasto na titulação da amostra.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for
378 - IAL
Capítulo VIII - Águas
the Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public
Health Association, 1995. chapter 4, p.100 -101.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 311-313.
200/IV Determinação de sódio e potássio
Os íons de sódio estão presentes nas águas naturais, em concentrações que podem
variar de menos de 1 mg/L a mais de 500 mg/L. Os íons de potássio também podem ocorrer
naturalmente nas águas, sendo que sua concentração raramente excede 20 mg/L.
Quantidades traços de íons sódio e potássio podem ser determinadas por fotometria
de emissão de chama sendo que o sódio emite luz no comprimento de onda de 589 nm e o
potássio no comprimento de onda de 766,5 nm. A amostra é aspirada e dispersa numa chama de gás na forma de spray e a excitação é conduzida sob condições controladas e reprodutíveis. A linha espectral de interesse é isolada com o uso de iltros ou sistema óptico adequado.
A intensidade da luz a 589 nm e a 766,5 nm é proporcional à concentração de íons sódio ou
de potássio na amostra.
Material
Fotômetro de chama com iltros para sódio e potássio ou sistema óptico equivalente, bomba
de vácuo, dessecador, estufa, balança analítica, balões volumétricos de 100 e 1000 mL, béquer de 50 mL e pipeta volumétrica de 10 mL.
Reagentes
Solução-padrão estoque de íons sódio – Pese 2,5421 g de cloreto de sódio, seco em estufa
a 200°C por 3 horas e resfriado à temperatura ambiente, em dessecador. Transira para um
balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada.
Nota: 1 mL desta solução corresponde a 1 mg de íons sódio.
Solução-padrão estoque de íons potássio – Pese 1,9067 g de cloreto de potássio, seco em
estufa a 200°C por 3 horas e resfriado à temperatura ambiente, em dessecador, transira para
um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada.
IAL - 379
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Nota: 1mL desta solução corresponde a 1 mg de íons potássio.
Soluções-padrão de íons sódio/potássio – A partir da solução-padrão estoque, prepare uma
solução de concentração intermediária, diluindo 10 mL para um volume inal de 100 mL
com água destilada e deionizada. Use volumes adequados desta solução de concentração intermediária para preparar soluções-padrão na faixa de 0,1 a 10 mg de sódio/L ou de 0,1 a 10
mg de íons potássio/L, utilizando sempre água bidestilada e deionizada.
Nota: 1 mL corresponde a 0,1 mg de íons Na ou de K.
Procedimento – Ajuste o comprimento de onda para 589 nm para íons sódio ou a 766,5
nm para íons potássio ou coloque os iltros adequados para a determinação de sódio e potássio (ou siga as instruções do fabricante para o ajuste do aparelho). Zere a escala de medida
com água destilada e deionizada. Agite bem a amostra e transira cerca de 40 mL para um béquer seco e limpo. Com o fotômetro já calibrado e zerado, faça a leitura das amostras. Sempre
cheque o zero da escala do aparelho com água bidestilada e deionizada, entre as medidas.
Curva-padrão – Conirme o zero da escala do aparelho com água destilada e deionizada.
Faça a leitura das soluções-padrão, iniciando com a solução mais diluída. Após a leitura de
cada amostra, cheque o zero da escala do aparelho com água destilada e deionizada. Repita a
operação de leitura com os padrões de calibração, o número de vezes necessário para garantir
que o valor médio obtido para a solução-padrão seja coniável e reprodutível. Construa o
gráico de intensidade de emissão em função da concentração de íons sódio (mg Na/L) ou
de íons potássio (mg K/L).
Cálculo
A partir da curva-padrão e dos resultados obtidos para cada amostra, determine o valor da
concentração de íons sódio (mg Na/L) ou de íons potássio (mg K/L) nas amostras analisadas.
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 1995. chapter 3, p.83, 96-98.
201/IV Determinação do pH
A uma dada temperatura, a acidez ou a alcalinidade de uma solução é indicada pelo
valor do pH ou pela atividade do íon hidrogênio. O pH é deinido como o co-logarítmo
380 - IAL
Capítulo VIII - Águas
da atividade do íon hidrogênio (- log aH+); para soluções diluídas, a atividade do íon H+ é
praticamente igual à concentração molar e expressa a acidez do meio. O valor do pH para
água pura, a 25°C, é igual a 7. Como resultado da presença de ácidos ou bases e também da
hidrólise de sais dissolvidos, o valor do pH pode apresentar valores abaixo de 7 (meio ácido)
ou acima de 7 (meio básico). Para efeitos práticos em análises de água, basta determinar o pH
até segunda casa decimal.
A medida do pH baseia-se na determinação da atividade dos íons hidrogênio por
meio da medida potenciométrica usando um eletrodo de vidro e um de referência ou um
eletrodo de vidro combinado. A força eletromotriz medida com o sistema do eletrodo de vidro combinado varia linearmente com o pH. O instrumento de medida de pH é, incluindo
o eletrodo combinado, calibrado com soluções-tampão de pH conhecido.
Material
pHmetro com compensador de temperatura, eletrodo de vidro combinado, agitador magnético com barra magnética, béqueres de 50 e 150 mL, balão volumétrico de 500 mL, cápsula de porcelana e dessecador com agente dessecante.
Reagentes
Solução-tampão – Podem ser adquiridas, no comércio, soluções-tampão certiicadas.
Em geral são fornecidas em três valores de pH: 4, 7 e 10 (ou próximo destes). Essas
soluções também podem ser preparadas no laboratório. A calibração do aparelho com
o uso de eletrodo de vidro combinado deve ser efetuada como indicado no manual do
aparelho.
Solução-tampão de biftalato pH 4 (25°C) – Pese 5,06 g de biftalato ácido de potássio, previamente seco a 110°C por 2 horas. Dissolva em água destilada e deionizada, transira para
um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume.
Solução-tampão de fosfato pH 6,86 (25°C) – Seque, separadamente, cerca de 2,5 g de fosfato diácido de potássio e de fosfato ácido dissódico por duas horas a (110–130)°C e deixe
esfriar em dessecador. Pese 1,694 g de fosfato diácido de potássio e 1,767 g de fosfato ácido
dissódico e dissolva em água destilada e deionizada. Transira para um balão volumétrico de
500 mL e complete o volume com água destilada e deionizada.
Solução-tampão de borato pH 9,18 (25°C) – Pese 1,9 g de borato de sódio decahidratado;
dissolva em água destilada e deionizada. Transira para um balão volumétrico de 500 mL
com água destilada e deionizada.
IAL - 381
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Nota: as soluções-tampão acima mencionadas devem ser mantidas em geladeira a cerca
de 4°C, a im de se evitar contaminação por fungos. Pelo menos uma hora antes do uso
das mesmas, retire dos frascos de solução-estoque cerca de 20-30 mL que são transferidos a béqueres de 50 mL limpos e secos, de diâmetro suiciente para mergulhar o eletrodo de vidro combinado em seu interior. Lave o béquer com alguns mL do tampão,
preencha com a solução, feche imediatamente e deixe sobre a bancada por uma hora
pelo menos, para que a temperatura da solução atinja a temperatura ambiente. Após o
uso no ensaio, descarte a solução.
Procedimento – Lave o eletrodo de vidro com água destilada e deionizada. Seque
delicadamente com papel absorvente ino. Coloque o eletrodo na solução-tampão de
fosfato preparada (béquer de 50 mL) com agitação suave e constante. Leia a temperatura da solução e veriique o valor do pH do tampão para esta temperatura (tabela
3). Retire o eletrodo da solução e lave com água destilada e deionizada. Veriique a
linearidade do eletrodo com o segundo tampão. Para efeito de ajuste de aparelhagem,
escolha o tampão de biftalato se as amostras apresentarem pH < 7 ou o tampão de borato se apresentarem pH > 7. Proceda de maneira semelhante ao descrito para tampão
de fosfato. As amostras não requerem nenhuma preparação especial. Transira cerca de
50 mL de amostra para um béquer de 100 mL. Lave o eletrodo e o compensador de
temperatura com água bidestilada e deionizada, seque suavemente e coloque-os dentro
do béquer com a amostra com agitação laminar. Espere a leitura icar constante e anote
o valor de pH da amostra
Tabela 3 – Valores de pH de soluções-tampão em relação à temperatura da solução
t
(°C)
15
20
25
30
35
Biftalato de
potássioo
3,999
4,002
4,008
4,015
4,024
Valores de pH de soluções-tampão padrão
Fosfato diácido de potássio e fosfato ácido
dissódico (1:1)
6,900
6,881
6,865
6,853
6,844
Borato de
sódio
9,276
9,225
9,180
9,139
9,102
38
40
4,030
4,035
6,840
6,838
9,081
9,068
Fonte: MIDGLEY, D.; TORRANCE, K. Potenciometric water analysis. 2nd ed. New York:
Hohb Wiley & Sons, 1991. p. 168.
382 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public Health
Association, 1995. chapter 4, p. 65-69.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 310.
202/IV Determinação de sólidos totais secos a (103-105)°C
Os termos sólidos, sólidos suspensos e sólidos dissolvidos vêm substituir os antigos
termos resíduo não iltrável e resíduo iltrável. O termo sólido se refere à matéria suspensa ou
dissolvida na água. A designação de sólidos totais é aplicada para o resíduo material deixado
no recipiente após a evaporação de uma amostra de água e a subseqüente secagem completa
a uma temperatura deinida, normalmente 105°C. Os sólidos totais incluem: sólidos totais
suspensos, que é a porção dos sólidos totais retidos por um iltro de porosidade igual a 2,0 μm,
e sólidos totais dissolvidos, que é a porção que passa através do iltro.
Os sólidos dissolvidos ou em suspensão, diferenciam-se em ixos e voláteis. “Sólidos
ixos” é o termo aplicado ao produto da calcinação do resíduo total, da matéria suspensa ou
dissolvida, por um tempo especiico a uma determinada temperatura, por exemplo: 2 horas
e 500°C. A perda de peso durante a calcinação é denominada “sólidos voláteis”. As determinações de sólidos ixos e voláteis não distinguem precisamente entre a matéria orgânica e a
inorgânica, pois a perda por calcinação não é exclusiva de material orgânico, podendo ocorrer
a decomposição ou volatilização de alguns sais minerais.
Sólidos totais são matérias suspensas ou dissolvidas presentes numa amostra de água.
Este termo é aplicado ao resíduo de material deixado no recipiente após a evaporação de uma
amostra e sua subseqüente secagem completa a uma temperatura deinida.
Os sólidos totais são determinados pela veriicação da massa do resíduo de uma amostra de água, após evaporação e secagem até peso constante, a (103-105)°C.
Material
Banho-maria, estufa, balança analítica, pinça metálica, cápsula de porcelana ou platina, balão volumétrico ou pipeta volumétrica de 100 mL e dessecador com sílica-gel.
Procedimento – Aqueça, em uma estufa, uma cápsula limpa de platina ou porcelana a (103105)°C, por no mínimo 3 horas. Retire da estufa, transferindo para um dessecador, até a
IAL - 383
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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temperatura ambiente e pese. Meça 100 mL da amostra de água não iltrada em um balão
volumétrico e transira quantitativamente para a cápsula já pesada. Evapore até secagem
em um banho-maria ou numa chapa de aquecimento, evitando que a amostra entre em
ebulição. Coloque a cápsula em uma estufa a (103 - 105)°C por 3 horas. Transira a cápsula
para um dessecador, deixando atingir o equilíbrio térmico com o ambiente e pese. Repita
as operações até obter peso constante ou até que a diferença de peso seja menor do que 4%
da medida anterior. As determinações devem ser feitas em duplicata e os resultados devem
concordar em 5% entre as medidas.
Cálculo
A = massa (resíduo seco + cápsula) mg
B = massa da cápsula mg
v = volume da amostra em L
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 304.
203/IV Determinação de sólidos dissolvidos, secos a 180°C, pelo método gravimétrico
Os sólidos totais dissolvidos são os materiais que passam através de um iltro sinterizado padrão e que posteriormente são evaporados e secos à uma determinada temperatura por um
determinado período de tempo. A amostra de água é iltrada em iltro de vidro de porosidade
igual a 2 μm, ou através de papel de iltro quantitativo para precipitados inos, evaporada e
seca em estufa a 180°C, até peso constante. O aumento de peso do recipiente utilizado para
a realização da evaporação corresponde aos sólidos totais dissolvidos.
Material
Banho-maria ou chapa aquecedora, estufa, balança analítica, pinça metálica, agitador magnético com barra magnética, bomba de vácuo ou trompa de vácuo, cápsulas de porcelana ou
platina, balão volumétrico de 100 mL, dessecador com sílica-gel e sistema de iltração a vácuo
com iltro de vidro sinterizado de porosidade de 2 μm.
Procedimento – Monte o sistema de iltração, aplique vácuo e lave o iltro com três volumes
sucessivos de 20 mL de água destilada e deionizada. Continue a sucção para remover todos
os traços de água. Descarte as águas de lavagem. Agite a amostra com agitador magnético,
transira quantitativamente 100 mL da amostra medida em balão volumétrico e iltre sob
384 - IAL
Capítulo VIII - Águas
vácuo. Lave com três volumes de 10 mL de água destilada e deionizada, esperando a completa drenagem entre as lavagens e continue a sucção por cerca de 3 minutos após a iltração.
A amostra iltrada mais os três volumes de 10 mL de água destilada e deionizada compõem
a amostra para a análise. Aqueça, em estufa, uma cápsula limpa de platina ou porcelana a
(180 ± 2)°C, por 3 horas. Retire da estufa e coloque em um dessecador para esfriar, deixando atingir o equilíbrio térmico com o ambiente. Pese e coloque a amostra de água iltrada
juntamente com as três porções de 10 mL de água destilada e deionizada utilizadas na lavagem do iltro, em uma cápsula de porcelana ou platina, previamente pesada. Evapore até
secagem em banho-maria ou em uma chapa aquecedora evitando que a amostra entre em
ebulição. Coloque a cápsula em uma estufa a (180 ± 2)°C por 3 horas. Transira a cápsula
para um dessecador, deixando atingir o equilíbrio térmico com o ambiente onde se encontra a balança e pese. Repita as operações dos itens anteriores até obter peso constante ou até
que a diferença de peso seja menor do que 4% da medida anterior. As determinações devem
ser feitas em duplicata e os resultados devem concordar dentro de 5% entre suas medidas.
Cálculo
A = peso (resíduo seco + cápsula) mg
B = peso da cápsula mg
v = volume da amostra, em mL
204/IV Determinação de sólidos dissolvidos, secos a 180°C, pelo método condutivimétrico
A condutivida de elétrica proporciona uma indicação da quantidade de sólidos totais
dissolvidos presentes em uma amostra de água. Seu valor depende da concentração e do grau
de dissociação dos íons, bem como da temperatura e da velocidade de migração dos íons no
campo elétrico. A cela de condutividade não é seletiva, mede a soma total das concentrações
dos eletrólitos dissolvidos na solução. Nenhuma conclusão pode ser fornecida sobre o tipo de
íons presentes. O valor da concentração dos sólidos totais dissolvidos é estimado a partir de
um eletrólito padrão como NaCl ou KCl.
Material
Condutivímetro com cela de condutividade, compensador de temperatura, béquer de
150 mL e termômetro (na ausência de compensador de temperatura).
IAL - 385
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Reagentes
Solução-padrão de NaCl 1000 mg/L – Pese 1000 mg de cloreto de sódio seco a 200°C por 3
horas e resfriado em dessecador, transira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete
o volume com água destilada e deionizada.
Procedimento – Calibre o equipamento com solução-padrão de cloreto de sódio. Em um
béquer de 150 mL, coloque cerca de 100 mL de amostra de água homogeneizada. Insira a
cela de condutividade na amostra, agite-a verticalmente para eliminar as bolhas de ar que
possam estar presentes. Deixe a cela imersa e em repouso até o aparelho estabilizar-se. Faça a
leitura, lave a cela com água deionizada antes e depois de cada leitura.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: American Public Health
Association,1995. chapter 2, p. 53,55.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 304-305.
205/IV Determinação da turbidez pelo método nefelométrico
A turbidez é a expressão usada para descrever a propriedade óptica referente ao espalhamento e a absorção da luz quando esta passa através de uma amostra. Esta propriedade é uma
característica decorrente da presença de materiais suspensos, tais como areia, poeira, matéria
orgânica e inorgânica, plâncton e organismos microscópicos. A presença destes sólidos suspensos, inamente divididos e geralmente em estado coloidal, impede a passagem da luz através
da amostra de água. A correlação da turbidez com a concentração de matéria suspensa é difícil
porque o tamanho, a forma e o índice de refração das partículas também afetam a propriedade
de espalhamento da luz. A turbidez pode ser determinada para qualquer amostra livre de detritos e sedimentos, usando-se uma escala arbitrária em unidades de turbidez. O método compara
a intensidade de luz espalhada pela amostra com a de uma amostra-padrão de referência, sob
condições deinidas. A nefelometria envolve a medida da luz espalhada numa direção especíica,
normalmente a 90° da trajetória do raio incidente. O polímero de formazina é usado como suspensão-padrão de referência de turbidez. As paredes da cubeta contendo a amostra, assim como
as janelas sujas do equipamento, a presença de bolhas de ar na amostra e vibrações que possam
perturbar a superfície da amostra, fornecem resultados falsos. A “cor verdadeira”, que é a cor da
água devido às substâncias dissolvidas que absorvem luz, causa medidas menores de turbidez.
386 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Material
Turbidímetro, balança analítica, cubetas de vidro, balões volumétricos de 100 e 1000 mL,
pipetas volumétricas de 5 e 10 mL, sistema de iltração completo e iltro de membrana com
porosidade 0,2 μm.
Reagentes
Água livre de turbidez – Passe água através de uma membrana de iltro de porosidade igual a
0,2 μm. O iltro de membrana convencional usado para exames bacteriológicos não é satisfatório. Lave o frasco coletor duas vezes com a água iltrada e descarte os próximos 200 mL.
O método é satisfatório para se medir turbidez até 0,02 UT.
Suspensão-estoque de turbidez: Solução I – Pese 1000 mg de sulfato de hidrazina, transira
para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água destilada e deionizada. Solução II – Pese 10 g de hexametilenotetramina, transira para um balão volumétrico de
100 mL e complete o volume com água bidestilada e deionizada. Em um balão volumétrico
de 100 mL, misture 5 mL da solução I e 5 mL da solução II. Deixe em repouso por 24 horas
a (25 ± 3)°C. Complete o volume com água destilada e deionizada e misture. A turbidez
desta solução é de 400 UT (unidades de turbidez).
Nota: prepare as soluções e suspensão, mensalmente.
Suspensão-padrão de turbidez 40 UT Com uma pipeta volumétrica, transira 10 mL da
suspensão-padrão de polímero de formazina (400 UT) para um balão volumétrico de 100
mL. Complete o volume com água destilada e deionizada livre de turbidez e misture. Prepare
esta suspensão semanalmente.
Suspensão-padrão de turbidez menor que 40 UT A partir da suspensão-padrão de turbidez
de 40 UT, utilizando-se pipeta e balão volumétrico de 100 mL, prepare diariamente soluções
diluídas de acordo com a necessidade (Tabela 4).
Nota: alternativamente, use padrões disponíveis no comércio, tais como estireno-divinilbenzeno ou outros que sejam equivalentes à suspensão de polímero de formazina, recentemente
preparada.
IAL - 387
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tabela 4 – Dados referentes ao preparo de suspensões diluídas de turbidez (em balões volumétricos de 100 mL)
Padrão de turbidez
UT requerido
0,05
0,1
0,5
1,0
1,5
2,0
4,0
6,0
10
20
30
40
Volume de suspensão necessário
( mL)
Suspensão de 2 UT Suspensão de 40 UT
utilizada
utilizada
2,5
5,0
25
50
75
100
-
10
15
25
50
75
100
Volume de água
livre de turbidez
(mL)
97,5
95
75
50
25
0
90
85
75
50
25
0
Procedimento – Agite a amostra, procurando evitar a formação de bolhas antes da realização
da medida de turbidez. Deixe repousar para eliminar as bolhas de ar e transira uma quantidade de amostra para a cubeta do turbidímetro. Quando possível, coloque a cubeta com
a amostra num banho de ultra-som por 1 a 2 segundos, para eliminar qualquer bolha de ar.
Dilua as amostras com 1 ou mais volumes de água livre de turbidez até que a turbidez das
amostras se enquadre na faixa de 30 a 40 UT. Limpe bem as paredes da cubeta contendo a
amostra e coloque-a no turbidímetro. Leia a turbidez diretamente na escala do aparelho ou a
partir de uma curva-padrão adequada.
Curva-padrão – Nos instrumentos pré-calibrados, veriique a escala de calibração com o
uso de padrões apropriados. Leia ao menos um padrão em cada faixa de leitura disponível
no aparelho utilizado. Na ausência de uma escala pré-calibrada, prepare curvas de calibração
para cada faixa de leitura do instrumento com as suspensões-padrão de turbidez listadas na
Tabela 4. Essas suspensões-padrão não devem ser agitadas.
Cálculo
Determine a turbidez, com a curva-padrão previamente estabelecida.
388 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public Health
Association,1995. chapter 2, p. 8,11.
206/IV Determinação da turbidez pelo método turbidimétrico
Material
Turbidímetro Hellige
Procedimento – Escolha a faixa de turbidez apropriada e selecione o iltro adequado a esta
posição. Limpe e seque cuidadosamente a cela do turbidímetro de altura própria para a faixa
de turbidez escolhida. Encha a cela até a marca com a amostra. Limpe o plunger e mergulhe
no líquido que preenche a cela, cuidadosamente para evitar bolhas. Limpe o exterior da cela e
coloque na plataforma espelhada. Feche a porta do aparelho e ligue a luz. Balanceie imediatamente a intensidade da luz do feixe central com a intensidade do fundo. Leia a escala graduada sobre o disco do botão quando o brilho dos dois campos estiver balanceado. Determine a
turbidez da amostra, por meio do gráico apropriado à faixa de operação utilizada.
Nota: estes gráicos acompanham o aparelho e variam segundo a turbidez da amostra, o iltro
utilizado e a altura da cela.
Curva-padrão – Ao se trocar a lâmpada do aparelho, é necessária uma nova calibração e a
elaboração de um novo gráico para cada faixa de turbidez. A solução-padrão para a construção da curva consiste de um “kit de calibração de turbidez”, contendo 500 mL de uma
suspensão-padrão estoque de sílica (SiO2) equivalente a 200 mg/L e papéis de gráico em
branco impressos especialmente para trabalhar com as cinco faixas de turbidez.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION WATER, ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: American Public
Health Association,1995. chapter 2, p. 8, 11.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Méodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 303-304.
IAL - 389
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
207/IV Determinação de resíduos de pesticidas e bifenilas policloradas pelo método
multiresíduo
Este método determina resíduos de pesticidas e PCBs em água, referentes aos princípios ativos constantes da Tabela 5. O método baseia-se na extração dos referidos princípios
ativos na amostra de água com uma mistura dos solventes diclorometano e n-hexano e cuja
detecção e quantiicação são realizadas por cromatograia em fase gasosa com os detectores de
captura de elétrons (ECD) e fotométrico de chama (FPD) ou seletivo de nitrogênio e fósforo
(NPD).
Tabela 5 – Distribuição de pesticidas e bifenilas policloradas-PCBs
(a)
Pesticidas
Aldrin
Lambda-cialotrina
Cipermetrina
DDT total (op’DDT, pp’DDT, op’DDE,
pp’DDE, op’DDD, pp’DDD)
Dieldrin
Deltametrina
Dodecacloro
Endrin
(a)
Endosulfam(alfa, beta e sulfato de
endosulfam)
HCH total (alfa, beta e gama)
Heptacloro
Heptacloro epóxido
Hexaclorobenzeno
BifenilasPolicloradas-PCBs congêneres
PCB 28
PCB 52
PCB 101
390 - IAL
(b)
Pesticidas
Azinfós etílico
Azinfós metílico
Carbofenotiona
Clorfenvinfós
Clorpirifós-etílico
Clorpirifós-metílico
Diazinona
Diclorvos
(b)
Dimetoato
Dissulfotona
Etiona
Etoprofós
Etrinfós
Fenamifós
Fentiona
Fentoato
Folpete
Forato
Malationa
Capítulo VIII - Águas
PCB138
PCB153
PCB180
-
Metamidofós
Metidationa
Mevinfós
Ometoato
Parationa-etílica
Parationa-metílica
Pirimifós-etílico
Pirimifós-metílico
Profenofós
Pirazofós
Terbufós
Triazofós
(a) Cromatograia a gás com detector de captura de elétrons (ECD).
(b) Cromatograia a gás com detector fotométrico de chama (FPD) ou de nitrogênio e fósforo (NPD).
Material
Cromatógrafo a gás com detectores de captura de elétrons (ECD) e fotométrico de chama
(FPD) ou de nitrogênio e fósforo (NPD), capela de exaustão para solventes, rotavapor,
estufa, aparelho extrator de Soxhlet, funis de separação de 2000 mL, balões volumétricos
de diferentes capacidades, pipetas volumétricas de diferentes capacidades, pipetas Pasteur,
frasco Erlenmeyer com tampa, tubos graduados de 10 mL com tampa, funis analíticos,
provetas 100 e 1000 mL, béqueres de 2000 mL, coluna cromatográica de vidro de 15 mm
de diâmetro por 30 cm de altura com torneira de teflon e reservatório de 300 mL, tubo de
vidro com tampa e batoque de teflon, vials de vidro com tampas e septos de teflon para injetor
automático
Reagentes
n-Hexano, grau resíduo
Isoctano, grau resíduo
Algodão tratado
Sulfato de sódio anidro granulado, grau resíduo
Cloreto de sódio
Água tratada – Transira 1000 mL de água destilada para um funil de separação de 2000 mL
e extraia três vezes com 60 mL da mistura de diclorometano:n-hexano (1:1). Despreze a fase
IAL - 391
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
orgânica e armazene a água.
Sílica gel 60, 70-230 mesh
Nota: Faça, previamente, brancos de cada r eagente para certiicar-se de que não possuem
interferentes para a análise.
Solução-padrão dos princípios ativos – Pese 0,010 g de cada padrão analítico em béquer
de 10 mL e transira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL. Complete
o volume com isoctano. Transira para um frasco de vidro com tampa e batoque de teflon.
Os frascos devem conter uma etiqueta com dados de procedência, identidade, concentração,
estabilidade, data de preparação, prazo de validade e temperatura de armazenamento. Faça
diluições necessárias com n-hexano em 5 níveis (1/2 LQ, 1 LQ, 2 LQ, 5 LQ e 10 LQ) para
veriicação da faixa de linearidade do detector e construção da curva-padrão.
Nota: LQ – Limite de quantiicação: menor concentração do analito na amostra que pode
ser quantiicada com precisão e exatidão aceitáveis, sob determinadas condições experimentais adotadas.
Diclorometano:n-hexano (1:4) – Transira 200 mL de diclorometano para balão volumétrico de 1000 mL. Adicione n-hexano. Misture bem e complete o volume com n-hexano.
Diclorometano:n-hexano (1:1) – Transira 500 mL de diclorometano para balão volumétrico
de 1000 mL. Adicione n-hexano. Misture bem e complete o volume com n-hexano.
Sílica gel ativada – Calcine quantidade suiciente de sílica gel 60-70-230 mesh a 450°C durante 4 horas. Deixe em dessecador até temperatura ambiente. Armazene em frasco de vidro
com tampa e batoque de teflon. Ative a sílica gel calcinada por 5 horas a 135°C de 2 em 2
dias. Armazene-a em dessecador.
Sílica gel desativada a 10% – Pese 13,5 g de sílica gel ativada em frasco Erlenmeyer com
tampa. Adicione 1,5 g de água tratada. Homogeneíze.
Solução saturada de cloreto de sódio – Em um béquer de 100 mL, adicione água e cloreto
de sódio até que a solução ique saturada. Transira para frasco de vidro com tampa e batoque
de teflon.
Algodão tratado – Coloque, em frasco de Soxhlet, algodão e extraia com 200 mL de nhexano, no mínimo por cinco horas. Coloque em béquer e seque em estufa. Armazene em
frasco de vidro com tampa.
392 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Procedimento
Extração – Transira 1000 mL da amostra homogeneizada para um funil de separação de
2000 mL. Extraia com 60 mL da mistura diclorometano:n-hexano (1:4) para análise dos
pesticidas do item (a) da Tabela 5, exceto lambda-cialotrina, cipermetrina, deltametrina,
sulfato de endosulfam e/ou com 60 mL da mistura diclorometano:n-hexano (1:1) para
análise dos pesticidas: lambda-cialotrina, cipermetrina, deltametrina, sulfato de endosulfam e
todos os pesticidas do item (b) da Tabela 5. Quando analisar todos os pesticidas da Tabela 5,
extraia com 60 mL da mistura diclorometano:n-hexano (1:1). Adicione, aproximadamente,
10 mL de solução saturada de cloreto de sódio. Tampe o funil. Inverta e abra a torneira para
o escape de vapores de solventes. Agite. Deixe em repouso para separação das fases. Recolha
a fase aquosa em béquer de 2000 mL. Passe a fase orgânica sobre sulfato de sódio anidro
granulado através de um funil com algodão tratado e recolha em balão de fundo chato de
300 mL. Transira a fase aquosa para funil de separação e extraia, como descrito, mais duas
vezes. Os extratos recolhidos são evaporados em rotavapor até quase à secura. Adicione, aproximadamente, 5 mL de n-hexano e concentre novamente para eliminar o diclorometano.
Transira, quantitativamente, para tubo de vidro graduado com uma pipeta Pasteur. Complete o volume a 5 mL com n-hexano, lavando as paredes do balão. Injete nos respectivos
cromatógrafos.
Puriicação – Quando o extrato não estiver limpo, isto é, com muitos interferentes, puriique-o em coluna cromatográica com 15 g de sílica gel desativada a 10% com água, eluíndo com 200 mL da mistura de diclorometano:n-hexano (1:4) e com 200 mL da mistura
diclorometano:n-hexano (1:1). Recolha o eluído em balão de fundo chato de boca esmerilhada de 300 mL e concentre em rotavapor. Adicione, aproximadamente, 5 mL de n-hexano
e concentre novamente para eliminar o diclorometano. Transira, quantitativamente, para
tubo de vidro graduado com uma pipeta Pasteur. Complete o volume a 5 mL com n-hexano, lavando as paredes do balão.Transira uma alíquota para um vial e injete nos respectivos
cromatógrafos.
Análise da amostra-testemunha e estudos de recuperação – Realize análise da testemunha e
estudos de recuperação com cinco repetições em pelo menos dois níveis: 1LQ e 10 LQ.
Condições cromatográicas para a análise dos princípios ativos dos pesticidas do item (a) da
Tabela 5:
Cromatógrafo a gás, com detector de captura de eletrons (ECD), equipado com workstation.
Coluna capilar – fase estacionária 5% de fenilmetil siloxano (30 m x 0,32 mm x 0,25 μm
de ilme)
Temperatura do detector – 320°C
Temperatura do forno: 60°C (1 min), (60-220)°C (10°C/min), (220-280)°C
IAL - 393
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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(3°C/min), 280°C (17 min) - tempo: 60 min.
Fluxo do gás de arraste-nitrogênio - 1 mL/min.
Temperatura do injetor - 240°C
Modo de injeção - splitless
Condições cromatográicas para a análise dos princípios ativos dos pesticidas do item (b) da
Tabela 5:
Cromatógrafo a gás, com dector fotométrico de chama (FPD) ou de nitrogênio e fósforo
(NPD)
Coluna megabore - fase estacionária 5% de fenilmetil siloxano (30 m x 0,53 mm x 2,65 μm
de ilme)
Temperatura do detector - 280°C
Temperatura do forno: (50 - 150)°C (30°C/min), (150 - 240)°C (10°C/min).
Fluxo do gás de arraste - nitrogênio – 18 mL/min.
Fluxo de Hidrogênio -75 mL/min .
Fluxo de ar sintético -100 mL/min.
Temperatura do injetor - 240°C
Modo de injeção - splitless
Curva-padrão – Injete as soluções de trabalho com diferentes concentrações por duas ou três
vezes ou até que haja repetitividade dos cromatogramas. Construa a curva-padrão dentro da
faixa de linearidade do detector.
Determinação – A análise qualitativa é feita por padronização externa, por meio de comparação do tempo de retenção dos respectivos princípios ativos e a conirmação em coluna de
diferente polaridade ou por detector seletivo de massa.
Cálculo
A análise quantitativa é feita por meio da curva-padrão com padronização externa, por comparação de área, levando em consideração o fator de diluição e a quantidade da amostra. O
resultado deve ser expresso em μg do princípio ativo por litro de amostra (μg/L).
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Method for
the Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington D.C.: A.P.H.A., 1995.
chapter 6, p. 114-128. (com modiicações).
STEIWANDTER, H. Contributions to sílica gel application in pesticide residue analysis.
III. An on-line method for extracting and isolating chlorinated hidrocarbon pesticides and
394 - IAL
Capítulo VIII - Águas
polychlorinated biphenyls (PCBs) from milk and dairy products. Fresenius Z. Anal. Chem.,
v. 312, p. 342-345, 1982.
208/IV Determinação de arsênio total por espectrometria de absorção atômica com
gerador de hidretos
Este método é aplicável à determinação de arsênio total em água para o consumo
humano. O arsênio está na forma de arsenato (As5+) e, no caso de poço profundo, algum
arsenito (As3+) pode estar presente. Espécies metiladas (ácidos monometilarsônico e dimetilarsínico) raramente estão presentes em águas de consumo. O arsênio orgânico é oxidado
a arsênio inorgânico com K2S2O8/HCl sob aquecimento e este é pré-reduzido a As3+ com
KI/HCl. O As3+ é transformado em AsH3 com NaBH4, no gerador de hidretos e depois é
reduzido ao estado elementar em cela de quartzo aquecida a 900oC e determinado por espectrometria de absorção atômica.
Material
Espectrômetro de absorção atômica acoplado a sistema de geração de hidretos com injeção
em luxo, chapa aquecedora, lâmpada de catodo oco ou de descarga sem eletrodo de arsênio,
balões volumétricos, pipetadores automáticos com volumes ajustáveis, pipetas volumétricas
e béqueres
Reagentes
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Nota: antes de usar o ácido, borbulhe um gás inerte (por exemplo, argônio ou nitrogênio)
ao frasco do reagente por aproximadamente três horas, para eliminar o Cl2 dissolvido, pois
interfere na reação, oxidando o hidreto formado.
Ácido nítrico para análise de traços de metais.
Solução de iodeto de potássio a 10% m/v .
Solução de ácido L(+)-ácido ascórbico a 10% m/v.
Solução de perssulfato de potássio a 4%.
Solução-padrão estoque de arsênio para absorção atômica - 1 000 mg/L, com certiicado de
análise e incerteza associada.
IAL - 395
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Solução de boridreto de sódio a 0,5% m/v em NaOH a 0,5% m/v – Pese 0,5 g de NaHB4 e
dissolva em 100 mL de solução a 0,5% de NaOH.
Solução-padrão estoque intermediária de arsênio 10 mg/L – Pipete 1 mL da solução-padrão
estoque (1000 mg/L) em um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com solução de ácido nítrico a 2%.
Solução-padrão intermediária de arsênio 50 μg/L – Pipete 0,5 mL da solução-padrão estoque intermediária de arsênio 10 mg/L em um balão volumétrico de 100 mL e complete o
volume com água destilada e deionizada. Prepare no dia do ensaio.
Notas
Conserve todas as soluções-padrão estoque em frascos de polietileno.
Utilize água destilada e deionizada para preparar todos os reagentes.
Procedimento
Otimize os parâmetros instrumentais segundo o manual de instruções do fabricante.
Colete as amostras de água em frasco de polietileno contendo ácido nítrico, de forma
que a concentração inal do ácido seja 0,2% e estoque sob refrigeração até a análise.
Se a amostra estiver límpida, faça a pré-redução e a determinação. Se amostra contiver
particulados ou matéria orgânica é necessário que ela seja previamente digerida antes
da pré-redução.
Curva-padrão – Prepare as soluções-padrão de trabalho a partir da solução-padrão intermediária de 50 μg/L com 5 pontos, compreendendo a faixa linear de trabalho para o elemento.
É recomendável que um dos pontos da curva-padrão seja o limite máximo estabelecido pela
legislação. Faça o branco da curva-padrão. Em seguida, proceda à pré-redução.
Pré-redução das soluções-padrão de trabalho – Aos balões contendo os padrões, adicione
alíquotas de HCl, da solução de KI e da solução de ácido ascórbico, de tal maneira que as
concentrações desses reagentes na solução inal sejam: 10%, 0,5% e 0,5%, respectivamente.
Aguarde uma hora, complete o volume dos balões com água destilada e deionizada e efetue
a determinação. Prepare as soluções-padrão no dia do ensaio.
Digestão da amostra – Pipete uma alíquota de 25 mL da amostra previamente acidiicada
(pH<2) com HNO3 em béquer de 150 mL, adicione 8 mL de K2S2O8 e aqueça a 95°C, em
banho-maria, até que o volume seja reduzido a aproximadamente 10 mL. Adicione 12,5 mL
de HCl, tampe o béquer com vidro de relógio e continue o aquecimento a 95°C por cerca
de uma hora. Descubra o béquer e faça a redução do volume até aproximadamente 10 mL.
Transira para um balão volumétrico de 25 mL com água destilada e deionizada e proceda à
pré-redução.
396 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Pré-redução da amostra – Em balão volumétrico, pipete um volume adequado da amostra
original ou a amostra digerida, conforme o caso, de tal maneira que a leitura esteja na faixa
linear da curva-padrão e execute o mesmo procedimento da pré-redução das soluções-padrão
de trabalho.
Determinação – Depois de determinar a curva-padrão pela leitura das soluções-padrão previamente preparadas, faça a leitura das amostras. Analise um ponto intermediário da curvapadrão após a leitura de dez amostras para veriicar se o equipamento está mantendo a
calibração. Se a leitura tiver uma variação maior que a estabelecida pelo laboratório, faça a
recalibração.
Nota: caso a leitura da amostra ique fora da faixa linear da curva-padrão, não dilua a amostra. Tome uma alíquota menor e reinicie a análise a partir da digestão ou da pré-redução, de
acordo com o tipo de amostra.
Cálculo
L = leitura no equipamento, em μg/L
v1 = volume do balão utilizado na pré-redução, em mL
v2 = volume de amostra utilizada na pré-redução, em mL
Referência bibliográfica
NYGAARD, D. D.; LOWRY, J.H. Sample digestion procedures for simultaneous determination of arsenic, antimony, and selenium by Inductively Coupled Argon Plasma Emission
Spectrometry with Hydride Generation. Anal. Chem. v. 54, p. 803-807, 1982.
209/IV Determinação de metais totais por espectrometria de emissão atômica com
plasma de argônio indutivamente acoplado
Este método é aplicável à determinação de metais totais (prata, alumínio, bário, cálcio, cobre, cromo, ferro, potássio, magnésio, manganês, sódio, fósforo e zinco) em água para
consumo humano. Os metais são determinados usando a técnica de espectrometria de emissão atômica por plasma de argônio indutivamente acoplado (ICP OES).
IAL - 397
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Material
Espectrômetro de emissão atômica com plasma de argônio indutivamente acoplado (ICP
OES), balões volumétricos, pipetadores automáticos com volumes ajustáveis, pipetas volumétricas, béquer, frascos de polietileno.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Soluções-padrão estoque monoelementares de 1000 mg/L de: alumínio, prata, bário, cromo,
cobre e manganês para análise espectrométrica, com certiicado de análise e incerteza associada.
Soluções-padrão estoque monoelementares de 10000 mg/L de: cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e zinco para análise espectrométrica, com certiicado de análise e incerteza
associada.
Nota: a solução-padrão de prata deve ser preparada separadamente da solução-padrão multielementar, pois este metal forma precipitado com haletos. Recomenda-se que as soluções
para a construção da curva-padrão da prata sejam preparadas no dia do ensaio.
Procedimento
Otimize os parâmetros instrumentais segundo o manual de instruções do fabricante.
Curva-padrão – Prepare as soluções-padrão multi-elementares de trabalho para a construção
da curva-padrão com seis pontos, incluindo o branco, a partir de uma solução-padrão intermediária, levando em consideração a sensibilidade do equipamento e a faixa linear de trabalho para cada elemento. As soluções são preparadas em ácido nítrico a 0,2% v/v e conservadas
em frascos de polietileno. É recomendável que o ponto intermediário da curva-padrão compreenda o limite estabelecido pela legislação, para cada elemento.
Determinação – Zere o equipamento com solução de ácido nítrico a 0,2% v/v. Estabeleça as
curvas-padrão para cada elemento a ser determinado usando regressão não linear. Veriique
a calibração após analisar um número de amostras, utilizando uma das soluções-padrão da
curva. Se a leitura apresentar uma variação maior que a estabelecida pelo laboratório, deve-se
recalibrar. Se necessário, dilua a amostra para que a leitura ique inserida na faixa linear da
curva-padrão. A diluição também deve ser feita com ácido nítrico a 0,2% v/v.
398 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Cálculo
Como o metal é determinado diretamente na amostra de água, o valor lido no equipamento
é o próprio valor da concentração, a não ser que alguma diluição ou pré-concentração tenha
sido necessária. Nesse caso, deve-se dividir ou multiplicar o valor da leitura obtida pelo fator
de diluição ou da pré-concentração.
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: A.P.H.A., 1995. chapter
3, p. 5, 34-39.
210/IV Determinação de metais totais por espectrometria de absorção atômica com
chama
O método é aplicável à determinação de bário, cálcio, cádmio, chumbo, cromo, cobre, ferro, magnésio, manganês, sódio, potássio e zinco em águas, com exceção de água de
eluentes e água do mar. Íons de metais em água podem ser determinados diretamente por
espectrometria de absorção atômica com chama, dependendo da concentração do elemento
na amostra. Para a determinação de alguns elementos é necessária a pré-concentração da
amostra.
Material
Espectrômetro de absorção atômica com chama equipado com corretor de background e
lâmpada de catodo oco do elemento a ser determinado, chapa aquecedora, balões volumétricos, pipetador automático com volume ajustável e béqueres.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Soluções-padrão estoque de 1000 mg/L dos seguintes elementos: bário, cálcio, cádmio, chumbo, cromo, cobre, ferro, magnésio, manganês, sódio, potássio e zinco para
uso em absorção atômica, com certiicado de análise e incerteza associada.
Procedimento
Opere o equipamento de acordo com o manual de instruções do fabricante. Ajuste o
queimador, a chama e a nebulização para obtenção de máxima absorbância, utilizando
IAL - 399
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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uma solução-padrão da curva. Para a determinação de elementos tais como: bário, cádmio, chumbo, cromo e manganês, devido à baixa sensibilidade da técnica, é necessário
pré-concentrar a amostra. Os outros elementos também podem ser lidos nessa solução
da amostra pré-concentrada. As amostras de água que apresentam resíduo devem ser digeridas conforme o procedimento da digestão/pré-concentração. Os elementos: cobre,
ferro e zinco podem ser lidos diretamente na solução original da amostra ou, então, na
solução da amostra pré-concentrada.
Digestão/pré-concentração da amostra – Colete a amostra conforme procedimento recomendado no cap. III e transira 250 mL da amostra homogeneizada para um béquer
ou outro volume dependendo da concentração esperada do analito e do limite de detecção do método. Adicione 5 mL de ácido nítrico. Leve à ebulição lenta e evapore sobre chapa aquecedora até o volume aproximado de 10 mL ou antes que a precipitação
ocorra. Adicione 2 mL de ácido nítrico e cubra com vidro de relógio para reluxar sobre
as paredes do béquer. Continue aquecendo até que a solução ique clara e límpida. Se
necessário, repita a adição de ácido nítrico. Reduza o volume ao mínimo, sem deixar
secar a amostra durante o tratamento. Transira, quantitativamente, para um balão volumétrico de 25 mL com água destilada e deionizada. Faça a determinação dos metais
nessa solução. Prepare a amostra em triplicata e o branco dos reagentes, submetido às
mesmas condições de análise.
Para a determinação de íons sódio e potássio, adicione um outro metal alcalino para
evitar a interferência de ionização na chama. No caso da determinação de íons de potássio, adicione solução de cloreto de sódio à amostra, ao branco e às soluções-padrão
de tal forma que a concentração inal seja 0,1% em íon sódio. Na determinação de íons
sódio, adicione solução de cloreto de potássio para que a concentração inal seja 0,1%
em íon potássio. As soluções de cloretos de sódio e de potássio podem ser substituídas
por solução de césio de tal forma que a concentração inal em césio seja 0,1%.
Para a determinação de íons cálcio e magnésio, adicione à amostra, ao branco e às
soluções-padrão uma solução de íons lantânio, de tal forma que a concentração inal
seja 1% em lantânio.
Curva-padrão – Prepare as soluções-padrão da curva a partir da solução-padrão estoque, levando em consideração a sensibilidade do equipamento e a faixa linear de trabalho para cada elemento. As soluções-padrão de trabalho devem ser preparadas em ácido
nítrico a 0,2% e conservadas em frascos de polietileno.
Zere o equipamento com o branco e faça a leitura das absorbâncias das soluções-padrão.
Estabeleça as curvas-padrão para cada elemento a ser determinado usando regressão linear. Em seguida, faça a leitura das amostras. Se necessário, dilua a solução da amostra
400 - IAL
Capítulo VIII - Águas
para que a leitura da absorbância ique inserida na faixa linear da curva-padrão.
Cálculo
A partir da curva-padrão, obtenha a absortividade (coeiciente angular da curva absorbância versus concentração) para cada elemento.
Aa = absorbância da amostra
Ab = absorbância do branco da amostra
A = absortividade, obtida a partir da curva-padrão
v = volume do balão no qual a amostra foi transferida após dissolução, em mL
d = fator de diluição da amostra, quando necessária
v1 = volume da amostra original, em mL
m = massa da amostra original, em g
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods Association Of Official Analytical Chemists. Arlington: AOAC, (method 973.53),
16th ed., chapter 11, 1995 p. 19.
PERKIN ELMER. Analytical methods for atomic absorption spectroscopy.
Norwalk, U.S.A, 1996.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS,
ASSOCIATION WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: APHA, 1995,
chapter 3, p. 3-9, 13-15.
211/IV Determinação de mercúrio total por espectrometria de absorção atômica
com gerador de vapor frio
Este método é aplicável à determinação de mercúrio total em água. O mercúrio
orgânico é oxidado a mercúrio inorgânico com a mistura de KMnO4 /K2S2O8 com
aquecimento e reduzido ao estado elementar com cloreto estanoso. O mercúrio é determinado por espectrometria de absorção atômica com gerador de vapor frio, utilizandose sistema de injeção em luxo e amalgamador.
IAL - 401
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Espectrômetro de absorção atômica acoplado ao gerador de vapor frio com sistema
de injeção em luxo e amalgamador, chapa aquecedora, lâmpada de catodo oco ou de
descarga sem eletrodo de mercúrio, balões volumétricos, pipetadores automáticos com
volumes ajustáveis, pipetas volumétricas e béqueres.
Reagentes
Ácido nítrico isento de mercúrio
Ácido sulfúrico isento de mercúrio
Ácido clorídrico isento de mercúrio
Ácido clorídrico 5% v/v
Permanganato de potássio isento de mercúrio
Solução-padrão estoque de mercúrio 1000 mg/L com certiicado de análise e incerteza
associada.
Solução-padrão estoque intermediária 10 mg/L de mercúrio – Pipete 1 mL da soluçãopadrão estoque 1000 mg/L em um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume
com solução contendo os ácidos ácido sulfúrico a 2% e nítrico a 2%.
Solução-padrão intermediária de trabalho de mercúrio 50 μg/L – Pipete 0,5 mL da solução-padrão intermediária (10 mg/L) em um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com solução de ácido sulfúrico e nítrico a 2%. Prepare no dia do ensaio.
Solução de cloreto estanoso a 5% em HCl 5% – Pese 5 g de SnCl2 em béquer, adicione 5 mL de HCl e aqueça para dissolver o cloreto estanoso. Adicione água destilada e
deionizada até completar 100 mL, com agitação constante.
Solução de permanganato de potássio a 5% m/v – Pese 5 g de KMnO4 em béquer, dissolva em 100 mL de água destilada e deionizada. Guarde em frasco protegido da luz.
Solução de persulfato de potássio a 5% m/v – Pese 5 g de K2S2O8 em béquer e dissolva
em 100 mL de água destilada e deionizada.
Solução de cloridrato de hidroxilamina a 5% m/v – Pese 5 g de NH2OHCl e dissolva
em 100 mL de água destilada e deionizada.
Nota: Armazene todas as soluções-padrão estoque em frascos de polietileno.
402 - IAL
Capítulo VIII - Águas
Procedimento
Os parâmetros instrumentais devem ser otimizados segundo o manual de instruções
do fabricante. As amostras de água devem ser coletadas em frasco de polietileno contendo ácido nítrico e cloreto de sódio, de forma que a concentração inal, tanto de NaCl
quanto de HNO3, sejam 2% e estocadas sob refrigeração até a análise. Se a amostra
apresentar particulados ou matéria orgânica é necessário que seja digerida.
Digestão da amostra – Pipete uma alíquota de 25 mL da amostra em béquer de 150
mL. Lentamente, adicione 1,3 mL de H2SO4 e 0,6 mL de HNO3 e misture. Adicione
3,5 mL de KMnO4 a 5% e aguarde por cerca de 15 minutos. Adicione 2 mL de K2S2O8
e aqueça a 95°C em banho-maria por 2 horas e resfrie. Se necessário, elimine o excesso
de permanganato com algumas gotas de solução de hidroxilamina a 5%. Transira para
um balão volumétrico de 25 mL com água destilada e deionizada. Se a amostra estiver
límpida, faça a leitura diretamente sem digestão prévia.
Curva-padrão
A partir da solução-padrão intermediária de trabalho de mercúrio (50 μg/L), prepare 6
concentrações para a curva compreendendo a faixa linear de trabalho, de acordo com a
sensibilidade do equipamento. As soluções-padrão são preparadas em meio ácido sulfúrico a 2% e nítrico a 2%. Estas soluções-padrão devem ser preparadas no dia do ensaio.
Nota: é recomendável que um dos pontos da curva-padrão seja o limite estabelecido
pela legislação.
Determinação – Zere o equipamento com solução de H2SO4/HNO3 a 2% e faça a
leitura das soluções-padrão. Depois de completar a calibração, as amostras podem ser
analisadas. Se necessário, dilua as amostras para que as leituras iquem compreendidas
na faixa linear da curva-padrão. Veriique a calibração, analisando um ponto intermediário da curva-padrão. Se a leitura tiver uma variação maior que a estabelecida pelo
laboratório, recalibre.
IAL - 403
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
Como o metal é determinado diretamente na água coletada, o valor lido no equipamento
é o próprio valor da concentração, a não ser que alguma diluição tenha sido necessária.
Nesse caso, deve-se multiplicar o valor da leitura obtida pela diluição efetuada.
Referência bibliográfica
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods
for the Examination of Water and Wastewater, 19th ed. Washington, DC: APHA, 1995,
chapter 3, p. 18-19.
212/IV Determinação de metais totais por espectrometria de absorção atômica
com forno de grafite
Este método é aplicável à determinação de metais totais (antimônio, cádmio,
chumbo, cromo e alumínio), em níveis de traços (μg/L) em águas para consumo. Os
metais são determinados usando a técnica de espectrometria de absorção atômica com
forno de graite (ETAAS).
Material
Espectrômetro de absorção atômica com forno de graite e corretor de fundo (Background), lâmpadas de catodo oco ou de descarga sem eletrodo do elemento a ser analisado, balões volumétricos, pipetadores automáticos com volumes ajustáveis, pipetas volumétricas, béqueres e balões volumétricos de polimetilpenteno ou polipropileno para
a determinação de íons alumínio.
Reagentes
Ácido nítrico para a análise de traços de metais
Soluções-padrão estoque de 1000 mg/L de: alumínio, antimônio, cádmio, chumbo e
cromo para uso em absorção atômica com certiicado de análise e incerteza associada.
Soluções de modificadores químicos:
a) Mistura de dihidrogenofosfato de amônio a 0,5% m/v e nitrato de magnésio a 0,03%
m/v, para as determinações de chumbo e cádmio – Pese cerca de 0,5 g de NH4H2PO4 e
404 - IAL
0,052 g de Mg(NO3)2.6H2O em béqueres. Dissolva os sais com água destilada e deionizada e transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume.
b) Solução de nitrato de magnésio a 0,15% m/v, para as determinações de antimônio,
alumínio e cromo – Pese cerca de 0,259 g de Mg(NO3)2.6H2O em um béquer. Dissolva com água destilada e deionizada e transira para um balão volumétrico de 100 mL
e complete o volume.
Procedimento - Os parâmetros instrumentais devem ser otimizados segundo o manual de instruções do fabricante. Zere o equipamento com solução de ácido nítrico 0,2%
v/v. Estabeleça a curva-padrão para cada elemento a ser determinado usando regressão
linear. Recalibre após o número de leituras deinido pelo laboratório. Caso necessário,
dilua a amostra para que a leitura ique inserida na faixa linear da curva-padrão.
Curva-padrão – Prepare as soluções-padrão de trabalho para a curva com seis pontos a
partir da uma solução-padrão intermediária, levando em consideração a sensibilidade
do equipamento e a faixa linear de trabalho para o elemento. As soluções são preparadas em ácido nítrico a 0,2% v/v, no dia do ensaio.
Nota: é recomendável que a curva-padrão compreenda o limite estabelecido pela legislação
Cálculo
Como o metal é determinado diretamente na água coletada, o valor lido no equipamento
é o próprio valor da concentração, a não ser que alguma diluição tenha sido necessária.
Neste caso, deve-se multiplicar o valor da leitura obtida pelo fator da diluição.
Referências bibliográficas
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, AMERICAN WATER WORKS
ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods
for the Examination of Water and Wastewater. 19th ed. Washington, DC: APHA,
1995, chapter 3, p. 22-27.
PERKIN ELMER. The THGA Graphite Furnace: Techniques and Recommended
Conditions for Atomic Spectroscopy. Norwalk, U.S.A., 1991.
213/IV Identificação de cianeto – Prova de Pertusi-Gastaldi
IAL - 405
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Material
Pipetas graduadas de 1 mL e placa de toque.
Reagentes
Solução de acetato de cobre 30% m/v
Solução saturada de acetato de benzidina em ácido acético a 10% m/v
Procedimento – Em uma placa de toque, coloque uma gota de acetato de cobre a
30% m/v, cinco gotas da solução saturada de acetato de benzidina em ácido acético a
10% e 0,5 mL da amostra. Em presença de íons cianeto, aparecerá uma coloração azul
característica.
Nota: os oxidantes e os ânions que complexam com o cobre (I) também reagem nesta
prova. São interferentes: iodetos, sulfetos, etc
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
327-328.
214/IV Determinação de sulfatos
Material
Béquer de 400 mL, balões volumétricos de 500 e 1000 mL, pipetas volujmétricas de
1, 2 e 5 mL, proveta de 10 mL, iltro, iltro de papel Whatman nº 40, cápsula de porcelana de 250 mL, bico de Bünsen, banho-maria e mula.
Reagentes
Solução de ácido clorídrico (1+1)
Indicador metilorange
Solução de cloreto de bário – Dissolva 100 g de cloreto de bário em água bidestilada e
deionizada. Complete o volume até 1000 mL com água bidestilada e deionizada. Filtre
a solução antes de usar.
Nota: 1 mL desta solução precipita aproximadamente 40 mg de íon sulfato.
406 - IAL
Solução de nitrato de prata – Pese 8,5 g de nitrato de prata, transira para um balão de
500 mL, adicione 0,5 mL de ácido nítrico e complete o volume com água bidestilada
e deionizada.
Procedimento
Preparação da amostra – Se a amostra contiver sílica em concentração superior a
25 mg/L, remova-a evaporando a amostra em banho-maria, até próximo da secura.
Junte 1 mL de solução de ácido clorídrico (1+1), gire a cápsula para que o ácido
entre em contato com o resíduo contido nos lados internos da cápsula e continue
a evaporação até a secura. Adicione 20 mL de água bidestilada e deionizada e reserve. Se a amostra contiver matéria orgânica, evapore e leve diretamente ao bico
de Bünsen, junte 2 mL de água bidestilada e deionizada e 1 mL de solução de
ácido clorídrico (1+1). Evapore novamente até secura, em banho-maria, junte 2
mL de água quente e iltre. Lave a sílica insolubilizada com várias porções de água
bidestilada e deionizada quente e reserve. Se a amostra for turva, clariique-a por
decantação ou iltração. Em se tratando de águas contendo íons sulfato em concentração menor que 200 mg/L, o volume da amostra usado para esta determinação
não deve exceder 150 mL.
Determinação de íons sulfato – Transira, 200 mL da amostra para um béquer de
400 mL. Evapore até aproximadamente 20 mL. Ajuste o pH para 4,4, com adição
de ácido clorídrico (1+1), usando metilorange como indicador. Adicione mais 1
mL de solução ácido clorídrico (1+1). Aqueça a solução até a ebulição, agitando
suavemente. Adicione solução de cloreto de bário, quente, até que a precipitação
esteja completa. Junte mais 2 mL da solução de cloreto de bário. Deixe o precipitado digerir em banho-maria a (80–90)°C, preferivelmente durante a noite, porém
nunca menos que 2 horas. Junte pedaços de papel de iltro Whatman nº 40 ao
precipitado contido no béquer. Filtre em papel Whatman nº 40, lave o precipitado
no iltro com porções de água bidestilada e deionizada quente até que as águas de
lavagem estejam livres de íon cloreto. Faça o teste com solução de nitrato de prata.
Seque o papel de iltro em estufa 105°C e transira para uma cápsula de porcelana
de 250 mL tarada, previamente aquecida em mula a 550°C, durante uma hora.
Esfrie em dessecador e pese.
Cálculo
N x 5 x 1000 = mg de sulfato de bário por 1000 mL da amostra
N = massa, em gramas, do resíduo.
IAL - 407
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985,
p.329-330.
Colaboradores
Maria Anita Scorsafava; Jaim Lichtig; Berenice Mandel Brígido; Cristina Eico Yokosawa; Francisco
Lopes Dias Jr.; Isaura Akemi Okada; Joel Batista da Silva; Liliana Brancacio Bacetti; Maria Cristina
Duran; Maria de Lourdes Burini Arine; Maria do Rosário Vigeta Lopes; Roberto Carlos Fernandes
Barsotti; Rute Dal Col; Tereza Atsuko Kussumi; Valéria Pereira da Silva Freitas; Paulo Tiglea; Alice
Momoyo Ata Sakuma; Carmen Silvia Kira; Franca Durante de Maio; Heloísa Helena Barretto de
Toledo; Janete Alaburda; Kátia Regina Marton de Freitas Martins; Linda Nishihara; Maria de Fátima
Henriques Carvalho; Maria de Lourdes Paixão da Silva; Marina Miyuki Okada; Rosângela Aguilar da
Silva; Sônia Otero Bio Rocha; Teresa Marilene Bronharo e Vera Regina Rossi Lemes
408 - IAL
Capítulo VIII - Águas
CAPÍTULO
IX
BEBIDAS
ALCOÓLICAS
IAL - 409
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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410 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
IX
BEBIDAS ALCOÓLICAS
stão incluídos neste capítulo os métodos de análise para: aguardentes de cana, de
melaço, de frutas, arac, bagaceira, conhaque, pisco, rum, tequila, tiquira e uísques.
As determinações efetuadas nas bebidas alcoólicas destilo-retiicadas são as mesmas
que se fazem nas alcoólicas fermento-destiladas. As determinações usuais efetuadas
nestes produtos são, entre outras, densidade, grau alcoólico, extrato seco (ou resíduo seco),
glicídios totais, cinzas, acidez total, acidez volátil, metanol, componentes secundários: ésteres, aldeídos, furfural e álcoois superiores, além de carbamato de etila ou uretana, cobre e
outros contaminantes inorgânicos (cap. XXIII).
E
215/IV Bebidas fermento-destiladas – Densidade relativa a 20°C/20ºC com picnômetro
A densidade em relação à água pura é uma ferramenta utilizada para determinar a %
de álcool em soluções hidroalcoólicas, a uma dada temperatura. Pode ser medida por vários
aparelhos, sendo os seguintes os mais usados: picnômetro, densímetro de leitura direta e
hidrômetro calibrado.
O método com picnômetro consiste na medida da massa de um volume conhecido de
líquido num recipiente denominado picnômetro. O mesmo é calibrado em relação à massa da
água pura a 20 ºC. Da relação destas massas e volumes resulta a densidade relativa à água.
IAL - 411
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Material
Balança analítica, termômetro, dessecador e picnômetros de 25, 50 ou 100 mL
Reagentes
Álcool
Éter
Procedimento – Lave o picnômetro, enxágüe com álcool e, posteriormente, com éter.
Deixe secar naturalmente e pese. Encha o picnômetro com água a 20°C e pese. Lave e seque
o picnômetro e proceda da mesma forma com a amostra.
Cálculo
m am = massa do picnômetro com a amostra
m p = massa do picnômetro vazio
m H O = massa do picnômetro com a água
2
Nota: a densidade relativa a 20°C é expressa no mínimo com quatro casas decimais.
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 945.06) Gaithersburg:
A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 26. p. 2.
216/IV Bebidas fermento-destiladas – Densidade relativa a 20°C/20°C com densímetro de leitura direta
A densidade a 20°C é determinada pela medida da freqüência da oscilação do tubo
em U do densímetro preenchido com a amostra, comparada com as freqüências de oscilação quando preenchido com água pura ou com padrões determinados.
Material
Densímetro automático digital de leitura direta com injetor automático, opcional, e seringas
de 10 a 15 mL.
412 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Procedimento – Proceda a calibração do equipamento conforme as instruções do fabricante, utilizando água como referência, ixando a temperatura a
(20 + 0,01)°C. Certiique-se que o tubo em U esteja completamente cheio com água, sem a
presença de bolhas. Retire a água, seque o tubo e injete a amostra livre de qualquer partícula
no densímetro (iltre, se necessário). Veriique se não há formação de bolhas e faça a leitura
direta da densidade.
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods
of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 982.10)
Gaithersburg: A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 26. p. 4-5.
217/IV Bebidas fermento-destiladas – Álcool em volume a 20°C ou grau alcoólico real
Este método é aplicável para a determinação da porcentagem de álcool em volume a
20°C em bebidas alcoólicas. A graduação alcoólica (% em volume) é obtida pela tabela de
conversão da densidade relativa a 20°C/20°C determinada no destilado alcoólico da amostra. Algumas amostras não requerem destilação, como, por exemplo, bebidas destiladas,
destilo-retiicadas e misturas água-álcool.
Material
Conjunto de destilação (ou equipamento destilador por arraste de vapor), chapa de
aquecimento, termômetro, balão volumétrico de 100 ou 250 mL, frasco Erlenmeyer de
500 mL com junta esmerilhada, condensador de serpentina ou de Liebig (maior ou igual
a 40 cm de comprimento), conexão com bola de segurança e junta esmerilhada, funil e
pérolas de vidro.
Procedimento – Ajuste a temperatura da amostra a 20°C e meça 100 ou 250 mL em um
balão volumétrico. Transira a amostra para um frasco Erlenmeyer de 500 mL, lave o balão
volumétrico com água, aproximadamente 4 vezes e junte ao conteúdo do frasco Erlenmeyer. Conecte o frasco de destilação ao condensador, intercalando uma conexão intermediária com bola de segurança, aqueça e destile. Alternativamente, transira a amostra para o
conjunto de destilação e proceda conforme as instruções de uso do equipamento. Amostras
que contenham açúcar, como aguardente de cana adoçada e aguardente composta, precisam
ser destiladas. Bebidas fermento-destiladas e retiicadas como aguardentes, uísques, vodca
e gim não têm necessidade de serem destiladas para a determinação de graduação alcoólica. Recolha o destilado no balão volumétrico de 100 ou 250 mL, anteriormente usado, já
contendo 10 mL de água e imerso em banho de água e gelo. Destile cerca de ¾ do volume
IAL - 413
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
inicial. Adicione água até quase completar o volume. Ajuste a temperatura a 20°C, mergulhando o balão volumétrico em banho de água e gelo. Complete o volume com água a
20°C e agite. Determine a densidade relativa do destilado a 20°C, com o uso de picnômetro
ou densímetro digital automático ou outro aparelho como hidrômetro ou densímetro calibrado. Obtenha a graduação alcoólica do destilado alcoólico a 20°C utilizando a Tabela 1,
referente à conversão de densidade em porcentagem de álcool em volume. O resultado será
expresso em % de álcool em volume.
TABELA 1 – Porcentagem de álcool em volume a 20°C (% v/v) correspondente à densidade
relativa
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
1,00000
0,0
0,99632
2,5
0,99281
5,0
0,98956
7,5
0,99985
0,1
0,99618
2,6
0,99268
5,1
0,98944
7,6
0,99970
0,2
0,99603
2,7
0,99255
5,2
0,98931
7,7
0,99955
0,3
0,99589
2,8
0,99241
5,3
0,98919
7,8
0,99939
0,4
0,99574
2,9
0,99228
5,4
0,98906
7,9
0,99924
0,5
0,99560
3,0
0,99215
5,5
0,98893
8,0
0,99910
0,6
0,99546
3,1
0,99201
5,6
0,98881
8,1
0,99895
0,7
0,99531
3,2
0,99188
5,7
0,98869
8,2
0,99880
0,8
0,99517
3,3
0,99174
5,8
0,98857
8,3
0,99866
0,9
0,99503
3,4
0,99161
5,9
0,98845
8,4
0,99851
1,0
0,99489
3,5
0,99148
6,0
0,98833
8,5
0,99836
1,1
0,99475
3,6
0,99135
6,1
0,98820
8,6
0,99821
1,2
0,99461
3,7
0,99122
6,2
0,98807
8,7
0,99807
1,3
0,99447
3,8
0,99109
6,3
0,98794
8,8
0,99792
1,4
0,99433
3,9
0,99096
6,4
0,98782
8,9
0,99777
1,5
0,99419
4,0
0,99083
6,5
0,98770
9,0
0,99763
1,6
0,99405
4,1
0,99070
6,6
0,98758
9,1
0,99748
1,7
0,99391
4,2
0,99057
6,7
0,98746
9,2
0,99733
1,8
0,99377
4,3
0,99045
6,8
0,98734
9,3
0,99719
1,9
0,99363
4,4
0,99032
6,9
0,98722
9,4
0,99704
2,0
0,99349
4,5
0,99020
7,0
0,98710
9,5
0,99689
2,1
0,99336
4,6
0,99007
7,1
0,98698
9,6
0,99675
2,2
0,99322
4,7
0,98994
7,2
0,98686
9,7
0,99661
2,3
0,99308
4,8
0,98981
7,3
0,98674
9,8
0,99646
2,4
0,99295
4,9
0,98969
7,4
0,98662
9,9
414 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
0,98650
10,0
0,98239
13,5
0,97851
17,0
0,97478
20,5
0,98637
10,1
0,98227
13,6
0,97840
17,1
0,97467
20,6
0,98626
10,2
0,98216
13,7
0,97829
17,2
0,97456
20,7
0,98614
10,3
0,98204
13,8
0,97818
17,3
0,97445
20,8
0,98602
10,4
0,98193
13,9
0,97807
17,4
0,97435
20,9
0,98590
10,5
0,98182
14,0
0,97797
17,5
0,97424
21,0
0,98578
10,6
0,98171
14,1
0,97786
17,6
0,97414
21,1
0,98566
10,7
0,98159
14,2
0,97775
17,7
0,97404
21,2
0,98554
10,8
0,98148
14,3
0,97764
17,8
0,97393
21,3
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20,4
0,97107
23,9
IAL - 415
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
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37,9
416 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
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51,9
IAL - 417
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
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0,90091
64,3
0,92393
53,9
0,91651
57,4
0,90873
60,9
0,90067
64,4
0,92372
54,0
0,91629
57,5
0,90851
61,0
0,90043
64,5
0,92351
54,1
0,91607
57,6
0,90828
61,1
0,90020
64,6
0,92330
54,2
0,91586
57,7
0,90805
61,2
0,89997
64,7
0,92309
54,3
0,91564
57,8
0,90782
61,3
0,89973
64,8
0,92288
54,4
0,91543
57,9
0,90759
61,4
0,89950
64,9
0,92267
54,5
0,91521
58,0
0,90736
61,5
0,89926
65,0
0,92247
54,6
0,91499
58,1
0,90714
61,6
0,89902
65,1
0,92226
54,7
0,91477
58,2
0,90691
61,7
0,89879
65,2
0,92205
54,8
0,91455
58,3
0,90666
61,8
0,89855
65,3
0,92184
54,9
0,91433
58,4
0,90645
61,9
0,89831
65,4
0,92163
55,0
0,91410
58,5
0,90622
62,0
0,89807
65,5
0,92142
55,1
0,91388
58,6
0,90599
62,1
0,89784
65,6
0,92121
55,2
0,91366
58,7
0,90576
62,2
0,89760
65,7
0,92099
55,3
0,91344
58,8
0,90553
62,3
0,89736
65,8
0,92078
55,4
0,91322
58,9
0,90530
62,4
0,89713
65,9
418 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
D
20°C/20°C
% v/v
0,89689
66,0
0,89401
67,2
0,89109
68,4
0,88814
69,6
0,89665
66,1
0,89376
67,3
0,89085
68,5
0,88789
69,7
0,89641
66,2
0,89352
67,4
0,89061
68,6
0,88765
69,8
0,89617
66,3
0,89328
67,5
0,89036
68,7
0,88740
69,9
0,89593
66,4
0,89304
67,6
0,89012
68,8
0,88715
70,0
0,89569
66,5
0,89280
67,7
0,88987
68,9
0,87437
75,0
0,89545
66,6
0,89255
67,8
0,88963
69,0
0,86082
80,0
0,89521
66,7
0,89231
67,9
0,88938
69,1
0,84639
85,0
0,89497
66,8
0,89207
68,0
0,88913
69,2
0,83071
90,0
0,89473
66,9
0,89183
68,1
0,88889
69,3
0,81288
95,0
0,89449
67,0
0,89158
68,2
0,88864
69,4
0,79074
100,0
0,89425
67,1
0,89134
68,3
0,88839
69,5
-
-
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 942.06) Gaithersburg:
A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 26. p. 2-3.
BRASIL, Leis, Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
218/IV Bebidas fermento-destiladas – Extrato seco ou resíduo seco
Este método é aplicado à amostras de bebidas alcoólicas e baseia-se na pesagem do
resíduo após a evaporação da água e álcool por aquecimento.
Material
Banho-maria, estufa, cápsula metálica de fundo chato de 25 ou 50 mL ou cápsula de
porcelana, dessecador, pipeta volumétrica de 20 ou 25 mL.
Procedimento – Pipete 20 ou 25 mL da amostra para uma cápsula, previamente seca em
estufa, resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesada. Evapore lentamente em
banho-maria até a secura. Seque em estufa (100 ± 5)°C por 30 min. Resfrie em dessecador
por 30 min e pese.
IAL - 419
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
N = massa de resíduo seco em g (massa da cápsula com o extrato menos a tara da cápsula)
V = volume da amostra em mL
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 920.47) Gaithersburg:
A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 26. p. 6.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
219IV Bebidas fermento-destiladas – Glicídios totais, em sacarose
É aplicado em bebidas alcoólicas destiladas que contenham açúcar adicionado, por
exemplo, aguardente de cana adoçada.
Material
Chapa de aquecimento, banho-maria, balança analítica, balão volumétrico de 100 mL, cápsula de porcelana de 100 ou 200 mL, funil, pipeta volumétrica de 50 mL, balão de fundo
chato de 250 mL e bureta de 25 mL.
Reagentes
Ácido clorídrico
Carbonato de sódio anidro
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Transira com o auxílio de uma pipeta, 50 mL da amostra para uma
cápsula de porcelana de 200 mL. Evapore em banho-maria até eliminar todo o álcool.
Esfrie. Transira para um balão volumétrico de 100 mL, lavando a cápsula com 40 mL de
água. Adicione 0,5 mL de HCI. Aqueça em banho-maria por 20 minutos. Esfrie. Neutralize
com carbonato de sódio. Complete o volume com água. Nesta solução, determine glicídios
totais, conforme a técnica descrita em 040/IV.
420 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. V. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3ª ed. São Paulo. 1985. p. 344.
220/IV Bebidas fermento-destiladas – Componentes secundários
O destilado alcoólico pode ser considerado como uma solução de álcool e água, contendo pequenas quantidades de componentes secundários menores que 1% e que variam
conforme a composição de cada tipo de bebida alcoólica. Os componentes secundários
não-álcool, ou substâncias voláteis não-álcool ou coeiciente de congêneres, constituem
a soma de acidez volátil, aldeídos, ésteres, álcoois superiores expressos pela somatória dos
mesmos, e furfural; todos expressos em mg/100 mL de álcool anidro. A análise por cromatograia a gás é empregada para a determinação dos congêneres voláteis não-álcool. Métodos alternativos que utilizam técnicas de espectrofotometria e titulação ainda são citados
na literatura.
221/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de acidez total
Este método baseia-se na titulação de neutralização dos ácidos com solução padronizada de álcali, com o uso de indicador fenolftaleína ou com o pHmetro até o ponto de
eqüivalência. A acidez total é expressa em g de ácido acético por 100 mL de amostra.
Material
pHmetro, agitador magnético, barra magnética, béquer de 250 ou 500 mL, frasco
Erlenmeyer de 500 mL, pipeta volumétrica de 50 ou 100 mL, bureta de 10 mL e pipeta
graduada de 1 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M (ou 0,05 M) padronizada
Solução de fenolftaleína
Procedimento – Transira 50 ou 100 mL da amostra, para um frasco Erlenmeyer de
500 mL. Adicione 0,5 mL do indicador fenolftaleína. Titule com solução de hidróxido
de sódio até coloração rósea ou transira a amostra para um béquer e titule com solução de
hidróxido de sódio até ponto de viragem pH 8,2 - 8,4, utilizando o pHmetro.
IAL - 421
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
n = volume gasto na titulação da solução de hidróxido de sódio, em mL
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio
PM = peso molecular do ácido acético (60g)
V = volume tomado da amostra, em mL
Nota: para amostras com baixo valor de acidez (bebidas destilo-retiicadas e álcool etílico)
utilize solução de hidróxido de sódio em menor concentração (0,01 M).
Referência bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria n° 76, de 27 de nov 86, do Ministério da Agricultura.
Diário Oicial, Brasília, 03-12-86. Seção I, p. 18.152-18173.
222/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de acidez fixa
A acidez ixa é obtida por evaporação da amostra seguida de uma titulação dos ácidos
residuais com álcali.
Material
Banho-maria, pHmetro, agitador magnético, barra magnética, cápsula de porcelana de 50
ou 100 mL, pipeta volumétrica de 50 ou 100 mL, béquer de 250 ou 500 mL ou frasco
Erlenmeyer de 250 ou 500 mL, bureta de 10 mL e pipeta graduada de 1 mL .
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 ou 0,05 M padronizada
Solução de fenolftaleína
Procedimento – Pipete 50 mL da amostra para a cápsula de porcelana e evapore em
banho-maria. Adicione água cuidadosamente pelas paredes da cápsula, lavando o resíduo
e continue a evaporação até quase total secura. Transira esse resíduo com 100 mL de água
para um frasco Erlenmeyer ou béquer e titule com solução de hidróxido de sódio, como
descrito na determinação de acidez total 221/IV.
422 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Cálculo
n = volume gasto na titulação da solução de hidróxido de sódio, em mL
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio
PM = peso molecular do ácido acético (60 g)
V = volume tomado da amostra, em mL
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 346.
223/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de ácidos voláteis por diferença
O cálculo da acidez volátil é feito por diferença entre a acidez total e a acidez ixa. O
resultado é expresso em g de ácido acético por 100 mL de amostra, em g ou mg de ácido
acético por 100 mL de álcool anidro.
Cálculos
At - Af = ácidos voláteis, em g de ácido acético por 100 mL de amostra
At = ácidos totais
Af = ácidos ixos
Av = ácidos voláteis
G = graduação alcoólica
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p.
349-350.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria nº 76, de 27 de nov 86, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 03-12-86. Seção l, p. 18152-18173.
IAL - 423
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
224/IV Bebidas fermento-destiladas – Ésteres totais
Este método é aplicável em bebidas alcoólicas destiladas. Baseia-se na saponiicação
dos ésteres com hidróxido de sódio.
Material
Chapa elétrica de aquecimento, frasco Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada, pipeta volumétrica de 100 mL, buretas de 10 ou de 25 mL, condensador de reluxo (de Graham
com 60 cm de altura).
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 N
Solução de ácido sulfúrico 0,1 N
Solução de fenolftaleína
Procedimento – Pipete 100 mL do destilado da amostra para um frasco Erlenmeyer de 500
mL e neutralize com solução de hidróxido de sódio usando como indicador a fenolftaleína.
Adicione, exatamente, um excesso de 10 mL de solução de hidróxido de sódio. Adapte o
frasco a um condensador de reluxo. Deixe em reluxo por 1 hora em banho-maria (ou chapa elétrica) ou substitua o reluxo por vedação do frasco e permaneça em repouso por 12
horas. No caso da coloração rósea desaparecer, esfrie, adicione mais 10 mL de hidróxido de
sódio e deixe em reluxo por mais 30 minutos. Resfrie rapidamente e adicione 10 mL ácido
sulfúrico ou 20 mL, se houve adição de mais solução de hidróxido de sódio. Titule o excesso
de ácido sulfúrico com solução de hidróxido de sódio, até a coloração rósea.
Cálculos
Os ésteres são expressos em mg de acetato de etila por 100 mL da amostra ou em mg de
acetato de etila por 100 mL de álcool anidro.
B = volume de solução de hidróxido de sódio adicionado (10 ou 20 mL) mais volume de
hidróxido de sódio gasto na titulação, multiplicado pelo fator da solução.
C = volume em mL de ácido sulfúrico adicionado, multiplicado pelo respectivo fator da solução
N = normalidade das soluções (0,1 N)
V = volume da amostra usado na titulação, em mL
PM = peso molecular do acetato de etila = 88 g
424 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Para expressar o resultado em mg por 100 mL de álcool anidro:
E = mg de ésteres em acetato de etila por 100 mL de amostra
G = graduação alcoólica da amostra
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 350.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria nº 76, de 27 de nov de 86, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3-12-86. Seção l, p.18152-18173.
225/IV Bebidas fermento-destiladas – Aldeídos totais
Este método é aplicável para bebidas destiladas e se baseia na reação de bissulito com
aldeídos da amostra, formando compostos bissulfíticos. O excesso de bissulito é titulado
com solução de iodo na presença de amido. A reação é reversível e pode liberar o composto
carbonílico, sob a ação de ácidos ou de bases. Após a adição de uma solução alcalina, o bissulito que estava ligado ao aldeído é liberado e dosado com a solução de iodo.
Material
Balanças analítica e semi-analítica, agitador magnético, pHmetro, buretas de 10 mL e
25 mL, pipetas volumétricas de 5, 10 e 50 mL, balão volumétrico de 1000 mL e frasco
Erlenmeyer de 500 mL com tampa.
Reagentes
Solução diluída de ácido clorídrico
Solução de iodo 0,025 M
Solução de amido a 1% m/v
Solução diluída de hidróxido de sódio
Solução A – Pese 15 g de metabissulito de potássio (K2S2O5) e dissolva em um balão
volumétrico de 1000 mL com água e 70 mL de ácido clorídrico. Complete o volume.
Solução B – Pese 200 g de fosfato trissódico (Na3PO4.12H2O) e 4,5 g de EDTA (etileno
IAL - 425
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
diaminotetracetato dissódico). Dissolva em balão volumétrico de 1000 mL com água e
complete o volume.
Solução C – Meça 250 mL de ácido clorídrico. Dilua em água a 1000 mL em um balão
volumétrico.
Solução D – Pese 100 g de ácido bórico e 170 g de hidróxido de sódio. Dissolva os reagentes
em água e dilua a 1000 mL em um balão volumétrico.
Procedimento – Coloque 300 mL de água e 10 mL da solução A em um frasco Erlenmeyer
de 500 mL com tampa. Pipete 50 mL do destilado da amostra e adicione à solução do
frasco. Feche o frasco, agite e deixe em repouso por 15 minutos. Adicione 10 mL da solução
B. O pH deve estar entre 7,0 e 7,2. Caso contrário, ajuste adicionando solução de ácido
clorídrico ou de hidróxido de sódio diluida à solução A e comece a análise novamente
usando nova tomada de amostra. Feche o frasco, agite e deixe em repouso por 15 minutos.
Acrescente 10 mL da solução C (quando for feita análise em série, faça a determinação
completa da primeira amostra antes de adicionar ácido na próxima) e 4 mL de solução de
amido. Agite e adicione, com auxílio de uma bureta, solução de iodo 0,025 M até viragem
para azul, sem excesso. Junte 10 mL da solução D e titule imediatamente o SO2 liberado
com solução de iodo 0,025 M até o aparecimento de cor azulada, agitando lentamente. O
pH da solução inal deve estar entre 8,8 e 9,5. Se necessário ajuste, adicionando solução de
ácido clorídrico ou de hidróxido de sódio à solução D e reinicie a análise com nova tomada
de amostra.
Cálculos
Os aldeídos são expressos em mg de aldeído acético por 100 mL da amostra ou em mg de
aldeído acético por 100 mL de álcool anidro.
n = volume gasto da solução de iodo, em mL
M = molaridade da solução de iodo
PM = peso molecular do aldeído acético = 44 g
V = volume de amostra, em mL
Para expressar o resultado em mg por 100 mL de álcool anidro:
426 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
A = mg de aldeído acético por 100 mL de amostra
G = graduação alcoólica da amostra
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods
of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 972.08)
Gaithersburg: A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 26. p. 10.
226/IV Bebidas fermento-destiladas – Furfural
O método de Hewitt´s tem sido comumente aplicado para a determinação de furfural em bebidas alcoólicas destiladas e é baseado no desenvolvimento de coloração rósea,
pela reação do furfural e anilina em meio ácido. A determinação de furfural é feita com o
destilado da amostra corrigido a 50% de álcool em volume.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, cubeta de 10 mm, termômetro, tubos de
ensaio 15 x 150 mm, pipetas volumétricas de 1, 2, 5 e 10 mL, pipetas graduadas de 1 e 5
mL e balões volumétricos de 100 e 1 000 mL.
Reagentes
Furfural
Anilina pura (redestilada)
Álcool
Solução de álcool a 50%
Ácido acético glacial
Solução de álcool a 90%
Solução-padrão de furfural (C4H3O.CHO) – Pese exatamente 1 g de furfural redestilado e diluído a 100 mL com álcool em um balão volumétrico de 100 mL. Dilua 1 mL desta solução a
1000 mL com solução de álcool a 50% em um balão volumétrico (0,01 mg/mL).
Curva-padrão – Pipete para tubos de ensaio 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0 mL da solução-padrão
de furfural (0,01 mg/mL). Dilua em solução de álcool a 50% até o volume de 10 mL. Faça um
branco com 10 mL de solução de álcool a 50%. Adicione em cada tubo 4 gotas de anilina e 1
mL de ácido acético glacial. Agite e coloque em banho de água a 15°C por 15 minutos. Faça a
leitura das absorbâncias no espectrofotômetro, a 520 nm. Construa a curva-padrão, colocando
IAL - 427
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
nas abscissas mg de furfural por 100 mL e nas ordenadas as leituras obtidas em absorbância.
Procedimento – Corrija a graduação do destilado da amostra de modo a obter uma graduação alcoólica de 50% (v/v), conforme a tabela 2 (volume de álcool etílico a 90% v/v a adicionar para obtenção de uma solução com graduação alcoólica de 50% v/v), ou conforme a
Tabela 3 (volume de água a ser adicionado para obtenção de uma solução com graduação
alcoólica de 50% v/v). Pipete 10 mL da solução da amostra cuja graduação alcoólica já
tenha sido corrigida a 50% para um tubo de ensaio, como na preparação da curva-padrão.
Prepare o branco, utilizando álcool a 50%. Faça a leitura da absorbância da amostra a 520
mm.
Nota: para obtenção da solução de álcool a 90% v/v, utilize a Tabela 4.
Cálculo
Furfural é expresso em mg por 100 mL de álcool anidro pela fórmula:
A = concentração de furfural obtida pela curva-padrão
Vf = volume inal a 20°C da amostra destilada e ajustada a 50%, obtido na Tabela 2 ou 3
G = grau alcoólico da amostra
428 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
ABELA 2 – Volume de álcool etílico a 90 % v/v a adicionar em 100 mL do destilado
para obtenção de uma graduação alcoólica de 50 % (v/v)
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
30,0
47,7
145,9
33,1
40,5
139,1
30,1
47,5
145,7
33,2
40,2
138,8
30,2
47,3
145,5
33,3
40,0
138,6
30,3
47,1
145,3
33,1
40,5
139,1
30,4
46,8
145,0
33,2
40,2
138,8
30,5
46,6
144,8
33,3
40,0
138,6
30,6
46,4
144,6
33,1
40,5
139,1
30,7
46,2
144,4
33,2
40,2
138,8
30,8
45,9
144,2
33,3
40,0
138,6
30,9
45,6
143,9
33,4
39,8
138,4
31,0
45,4
143,7
33,5
39,6
138,1
31,1
45,2
143,5
33,6
39,3
137,9
31,2
45,0
143,3
33,7
39,1
137,7
31,3
44,7
143,0
33,8
38,9
137,5
31,4
44,5
142,8
33,9
38,7
137,3
31,5
44,3
142,6
34,0
38,4
137,0
31,6
44,0
142,3
34,1
38,1
136,8
31,7
43,8
142,1
34,2
37,9
136,6
31,8
43,6
141,9
34,3
37,7
136,4
31,9
43,4
141,7
34,4
37,5
136,2
32,0
43,1
141,5
34,5
37,2
135,9
32,1
42,9
141,2
34,6
37,0
135,7
32,2
42,7
141,0
34,7
36,7
135,5
32,3
42,5
140,8
34,8
36,5
135,3
32,4
42,2
140,6
34,9
36,3
135,1
32,5
42,0
140,4
35,0
36,0
134,7
32,6
41,7
140,2
35,1
35,7
134,5
32,7
41,5
140,0
35,2
35,5
134,3
32,8
41,2
139,8
35,3
35,3
134,1
32,9
40,9
139,5
35,4
35,0
133,8
33,0
40,7
139,3
35,5
34,8
133,6
IAL - 429
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
35,6
34,6
133,4
39,0
26,5
125,6
35,7
34,3
133,2
39,1
26,3
125,4
35,8
34,0
132,9
39,2
26,1
125,2
35,9
33,8
132,7
39,3
25,8
124,9
36,0
33,6
132,5
39,4
25,6
124,7
36,1
33,4
132,3
39,5
25,3
124,5
36,2
33,1
132,0
39,6
25,1
124,3
36,3
32,9
131,8
39,7
24,8
124,0
36,4
32,7
131,6
39,8
24,6
123,0
36,5
32,4
131,4
39,9
24,3
123,5
36,6
32,2
131,2
40,0
24,1
123,4
36,7
32,0
131,0
40,1
23,9
123,1
36,8
31,7
130,7
40,2
23,7
122,9
36,9
31,5
130,5
40,3
23,5
122,7
37,0
31,3
130,3
40,4
23,3
122,5
37,1
31,0
130,0
40,5
23,0
122,3
37,2
30,7
129,8
40,6
22,8
122,1
37,3
30,5
129,6
40,7
22,5
121,8
37,4
30,3
129,4
40,8
22,2
121,5
37,5
30,0
129,1
40,9
22,0
121,3
37,6
29,8
128,9
41,0
21,8
121,1
37,7
29,5
128,6
41,1
21,5
120,8
37,8
29,3
128,4
41,2
21,3
120,6
37,9
29,1
128,2
41,3
21,0
120,3
38,0
28,9
128,0
41,4
20,7
120,1
38,1
28,7
127,8
41,5
20,5
119,9
38,2
28,5
127,6
41,6
20,3
119,7
38,3
28,3
127,4
41,7
20,0
119,4
38,4
28,0
127,1
41,8
19,8
119,2
38,5
27,8
126,9
41,9
19,5
118,9
38,6
27,5
126,6
42,0
19,3
118,7
38,7
27,2
126,3
42,1
19,0
118,4
38,8
27,0
126,1
42,2
18,7
118,2
38,9
26,8
125,9
42,3
18,5
118,0
430 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
42,4
18,3
117,8
45,8
10,1
109,8
42,5
18,1
117,6
45,9
9,9
109,6
42,6
17,9
117,4
46,0
9,7
109,4
42,7
17,7
117,2
46,1
9,4
109,1
42,8
17,4
116,9
46,2
9,1
108,8
42,9
17,2
116,7
46,3
8,9
108,6
43,0
16,9
116,4
46,4
8,7
108,4
43,1
16,7
116,2
46,5
8,5
108,2
43,2
16,5
116,0
46,6
8,2
107,9
43,3
16,2
115,7
46,7
7,9
107,7
43,4
15,9
115,5
46,8
7,7
107,5
43,5
15,7
115,2
46,9
7,5
107,3
43,6
15,5
115,0
47,0
7,3
107,1
43,7
15,2
114,7
47,1
7,1
106,9
43,8
14,9
114,5
47,2
6,8
106,6
43,9
14,7
114,3
47,3
6,6
106,4
44,0
14,5
114,1
47,4
6,4
106,2
44,1
14,2
113,8
47,5
6,1
105,9
44,2
13,9
113,5
47,6
5,9
105,7
44,3
13,7
113,3
47,7
5,7
105,5
44,4
13,5
113,1
47,8
5,4
105,2
44,5
13,3
112,9
47,9
5,1
104,9
44,6
13,1
112,7
48,0
4,9
104,7
44,7
12,8
112,4
48,1
4,6
104,4
44,8
12,6
112,2
48,2
4,4
104,2
44,9
12,4
112,0
48,3
4,1
103,9
45,0
12,1
111,8
48,4
3,9
103,7
45,1
11,9
111,6
48,5
3,6
103,5
45,2
11,7
111,4
48,6
3,3
103,2
45,3
11,4
111,1
48,7
3,1
103,0
45,4
11,1
110,8
48,8
2,8
102,7
45,5
10,9
110,6
48,9
2,6
102,5
45,6
10,7
110,4
49,0
2,4
102,3
45,7
10,4
110,1
49,1
2,1
102,0
IAL - 431
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de
álcool 90º a
adicionar
Volume da
mistura
49,2
1,9
101,8
49,6
0,9
100,9
49,3
1,7
101,6
49,7
0,7
100,7
49,4
1,5
101,4
49,8
0,4
100,4
49,5
1,2
101,2
49,9
0,2
100,2
TABELA 3 – Volume de água a ser adicionado a 100 mL de uma solução alcoólica para
obtenção de uma graduação alcoólica de 50 % v/v
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
50,1
0,21
100,2
52,4
4,96
104,7
50,2
0,41
100,4
52,5
5,16
104,9
50,3
0,62
100,6
52,6
5,37
105,1
50,4
0,82
100,8
52,7
5,58
105,3
50,5
1,03
101,0
52,8
5,79
105,5
50,6
1,24
101,1
52,9
5,99
105,7
50,7
1,44
101,3
53,0
6,20
105,9
50,8
1,65
101,5
53,1
6,41
106,1
50,9
1,85
101,7
53,2
6,62
106,3
51,0
2,06
101,9
53,3
6,82
106,5
51,1
2,27
102,1
53,4
7,03
106,7
51,2
2,47
102,3
53,5
7,24
106,9
51,3
2,68
102,5
53,6
7,45
107,1
51,4
2,89
102,7
53,7
7,66
107,3
51,5
3,09
102,9
53,8
7,86
107,5
51,6
3,30
103,1
53,9
8,07
107,7
51,7
3,51
103,3
54,0
8,28
107,9
51,8
3,72
103,5
54,1
8,49
108,1
51,9
3,92
103,7
54,2
8,70
108,3
52,0
4,13
103,9
54,3
8,90
108,5
52,1
4,34
104,1
54,4
9,11
108,7
52,2
4,54
104,3
54,5
9,32
108,9
52,3
4,75
104,5
54,6
9,53
109,1
432 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
54,7
9,74
109,3
58,1
16,81
116,1
54,8
9,94
109,5
58,2
17,02
116,3
54,9
10,13
109,7
58,3
17,22
116,5
55,0
10,37
109,9
58,4
17,43
116,7
55,1
10,78
110,1
58,5
17,64
116,9
55,2
10,86
110,3
58,6
17,85
117,1
55,3
10,98
110,5
58,7
18,06
117,3
55,4
11,19
110,7
58,8
18,26
117,5
55,5
11,40
110,9
58,9
18,47
117,7
55,6
11,61
111,1
59,0
18,68
117,9
55,7
11,81
111,3
59,1
18,89
118,1
55,8
12,02
111,5
59,2
19,10
118,3
55,9
12,23
111,7
59,3
19,30
118,5
56,0
12,44
111,9
59,4
19,51
118,7
56,1
12,65
112,1
59,5
19,72
118,9
56,2
12,85
112,3
59,6
19,93
119,1
56,3
13,06
112,5
59,7
20,14
119,3
56,4
13,27
112,7
59,8
20,34
119,5
56,5
13,48
112,9
59,9
20,55
119,7
56,6
13,69
113,1
60,0
20,76
119,9
56,7
13,90
113,3
60,1
20,97
120,1
56,8
14,10
113,5
60,2
21,18
120,3
56,9
14,31
113,7
60,3
21,39
120,5
57,0
14,52
113,9
60,4
21,60
120,7
57,1
14,73
114,1
60,5
21,80
120,9
57,2
14,94
114,3
60,6
22,01
121,1
57,3
15,14
114,5
60,7
22,22
121,3
57,4
15,35
114,7
60,8
22,43
121,5
57,5
15,56
114,9
60,9
22,64
121,7
57,6
15,77
115,1
61,0
22,85
121,9
57,7
15,98
115,3
61,1
23,06
122,1
57,8
16,18
115,5
61,2
23,27
122,3
57,9
16,39
115,7
61,3
23,48
122,5
58,0
16,60
115,9
61,4
23,69
122,7
IAL - 433
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
61,5
23,90
122,9
64,9
31,02
129,7
61,6
24,11
123,1
65,0
31,23
129,9
61,7
24,32
123,3
65,1
31,44
130,1
61,8
24,53
123,5
65,2
31,63
130,3
61,9
24,74
123,7
65,3
31,86
130,5
62,0
24,95
123,9
65,4
32,07
130,7
62,1
25,16
124,1
65,5
32,28
130,9
62,2
25,37
124,3
65,6
32,49
131,1
62,3
25,58
124,5
65,7
32,70
131,3
62,4
25,79
124,7
65,8
32,91
131,5
62,5
25,99
124,9
65,9
33,12
131,7
62,6
26,20
125,1
66,0
33,33
131,9
62,7
26,41
125,3
66,1
33,54
132,1
62,8
26,62
125,5
66,2
33,75
132,3
62,9
26,83
125,7
66,3
33,96
132,5
63,0
27,04
125,9
66,4
34,17
132,7
63,1
27,25
126,1
66,5
34,38
132,9
63,2
27,46
126,3
66,6
34,60
133,1
63,3
27,67
126,5
66,7
34,81
133,3
63,4
27,88
126,7
66,8
35,02
133,5
63,5
28,09
126,9
66,9
35,23
133,7
63,6
28,30
127,1
67,0
35,44
133,9
63,7
28,51
127,3
67,1
35,65
134,1
63,8
28,72
127,5
67,2
35,86
134,3
63,9
28,93
127,7
67,3
36,07
134,5
64,0
29,14
127,9
67,4
36,28
134,7
64,1
29,35
128,1
67,5
36,49
134,9
64,2
29,56
128,3
67,6
36,71
135,1
64,3
29,77
128,5
67,7
36,92
135,3
64,4
29,98
128,7
67,8
37,13
135,5
64,5
30,18
128,9
67,9
37,34
135,7
64,6
30,39
129,1
68,0
37,55
135,9
64,7
30,60
129,3
68,1
37,76
136,1
64,8
30,81
129,5
68,2
37,97
136,3
434 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
Graduação
alcoólica
mL de água
a adicionar
Volume da
mistura
68,3
38,18
136,5
71,7
45,37
143,3
68,4
38,39
136,7
71,8
45,58
143,5
68,5
38,60
136,9
71,9
45,79
143,7
68,6
38,82
137,1
72,0
46,00
143,9
68,7
39,03
137,3
72,1
46,21
144,1
68,8
39,24
137,5
72,2
46,43
144,3
68,9
39,45
137,7
72,3
46,64
144,5
69,0
39,66
137,9
72,4
46,85
144,7
69,1
39,87
138,1
72,5
47,06
144,9
69,2
40,08
138,3
72,6
47,28
145,1
69,3
40,30
138,5
72,7
47,49
145,3
69,4
40,51
138,7
72,8
47,70
145,5
69,5
40,72
138,9
72,9
47,92
145,7
69,6
40,93
139,1
73,0
48,13
145,9
69,7
41,14
139,3
73,1
48,34
146,1
69,8
41,36
139,5
73,2
48,55
146,3
69,9
41,57
139,7
73,3
48,77
146,5
70,0
41,78
139,9
73,4
48,98
146,7
70,1
41,99
140,1
73,5
49,19
146,9
70,2
42,20
140,3
73,6
49,40
147,1
70,3
42,41
140,5
73,7
49,61
147,3
70,4
42,62
140,7
73,8
49,83
147,5
70,5
42,83
140,9
73,9
50,04
147,7
70,6
43,05
141,1
74,0
50,25
147,9
70,7
43,26
141,3
74,1
50,46
148,1
70,8
43,47
141,5
74,2
50,68
148,3
70,9
43,68
141,7
74,3
50,89
148,5
71,0
43,89
141,9
74,4
51,10
148,7
71,1
44,10
142,1
74,5
51,31
148,9
71,2
44,31
142,3
74,6
51,53
149,1
71,3
44,52
142,5
74,7
51,74
149,3
71,4
44,73
142,7
74,8
51,95
149,5
71,5
44,94
142,9
74,9
52,17
149,7
71,6
45,16
143,1
75,0
52,38
149,9
IAL - 435
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
TABELA 4 – Volume de água a adicionar a 100 mL de álcool de 90,5 a 100 % em
volume para obtenção de álcool a 90 % v/v
Grau Alcoólico Real
% em volume
Volume de água
a adicionar (mL)
100,0
13,2
99,5
12,5
99,0
11,8
98,5
11,1
98,0
10,4
97,5
9,7
97,0
9,0
96,5
8,3
96,0
7,7
95,5
7,0
95,0
6,4
94,5
5,7
94,0
5,1
93,5
4,4
93,0
3,8
92,5
3,1
92,0
2,5
91,5
1,8
91,0
1,2
90,5
0,5
Referência bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria nº 76, de 27 de nov de 86, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3-12-86. Seção I. p. 18152-18174.
227/IV Bebidas fermento-destiladas – Metanol
Este método é aplicável em bebidas alcoólicas e se baseia numa reação de oxidação do metanol pelo permanganato de potássio, formando formaldeído, que reage com
o sal do ácido cromotrópico, conferindo cor.
Material
Banho-maria, espectrofotômetro UV/VIS, termômetro, cubeta de 10 mm, pipetas volumétricas
de 1, 2, e 5 mL, pipeta graduada de 10 mL e balões volumétricos de 50 e 100 mL.
436 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Reagentes
Ácido sulfúrico
Álcool grau espectrofotométrico
Metanol grau espectrofotométrico
Isopropanol grau espectrofotométrico
Sulito de sódio ou bissulito de sódio
Solução de permanganato de potássio a 3% em solução de acido fosfórico a 15% – Pipete
15 mL de ácido fosfórico (85%, d = 1,69) e dilua com água, acrescente 3 g de KMnO4 e
complete o volume a 100 mL num balão volumétrico.
Solução do sal dissódico dihidratado do ácido cromotrópico (C10H6 Na2O8S2.2H2O) a 5% –
Dissolva 5 g do sal em 100 mL de água. Se a solução não estiver clara, iltre. A solução deve ser
preparada semanalmente. O sal ou o ácido podem ser usados.
Puriicação do ácido cromotrópico – Se a leitura da absorbân cia do branco for maior que 0,05,
puriique o reagente dissolvendo 10 g de ácido cromotrópico ou seu sal sódico em 25 mL de
água. Adicione 2 mL de ácido sulfúrico à solução aquosa de sal para a conversão para ácido
livre. Adicione 50 mL de metanol. Aqueça até a ebulição, e iltre. Adicione 100 mL de isopropanol para precipitar o ácido cromotrópico livre (adicione mais isopropanol para aumentar o
rendimento do ácido puriicado).
Preparação da amostra – Utilize o destilado da amostra, o qual foi obtido para a determinação
da graduação alcoólica e dilua para uma concentração de álcool etílico de 5 a 6% em volume.
Prepare um branco de álcool etílico a 5,5%. Uma solução padrão contendo 0,025% de
metanol em solução de álcool etílico a 5,5% deve ser preparada (v/v). Se a concentração
de metanol (em volume) na amostra for maior ou igual a 0,05%, dilua aproximadamente
à concentração de 0,025% de metanol com álcool etílico a 5,5% (v/v). Para amostras que
contenham concentração de metanol menor ou igual a 0,05% utilize uma quantidade maior
de amostra e destile novamente, recolhendo o destilado em um balão de menor volume do que
o inicial, de modo a realizar uma concentração da mesma.
Procedimento – Pipete 2 mL da solução de permanganato de potássio para um balão
volumétrico de 50 mL. Resfrie em banho de gelo. Adicione 1 mL da solução da amostra
diluída e deixe por 30 minutos em banho de gelo. Descore com um pouco de bissulito de
sódio e adicione 1 mL da solução de ácido cromotrópico. Adicione lentamente 15 mL de
ácido sulfúrico com agitação e coloque em banho de água quente (60-75°C) por 15 minutos.
Resfrie e complete o volume com água à temperatura ambiente. Faça a leitura da absorbância
IAL - 437
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
a 575 nm contra um branco de álcool a 5,5% tratado da mesma forma que a amostra. Trate a
solução-padrão de 0,025% de metanol (em álcool a 5,5%) da mesma maneira que a amostra e
faça a leitura da absorbância Ap. A diferença entre as temperaturas do padrão e da amostra não
deve ser maior que 1°C, pois a temperatura afeta a leitura da absorbância. Se a cor da amostra
for muito intensa, dilua com o branco preparado como acima, até no máximo três vezes.
Cálculo
A = absorbância da amostra
f = fator de diluição da amostra
Ap = absorbância da solução padrão
G = graduação alcoólica
Referência bibliográfica:
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods
of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 958.04)
Gaithersburg: A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 26. p. 15.
228/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de metanol e componentes secundários
Este método é utilizado para determinar as concentrações de metanol e componentes
secundários em bebidas alcoólicas por cromatograia em fase gasosa. As bebidas alcoólicas destiladas como aguardente, whisky, conhaque, vodca, rum e tequila, não requerem destilação
prévia, entretanto, as que apresentarem resíduo seco superior a 0,4 g/100 mL devem ser destiladas antes de serem analisadas.
Material
Balança analítica, cromatógrafo a gás com controle de programação de temperatura de coluna, provido de detector de ionização de chama (FID). Colunas cromatográicas que podem ser utilizadas nesta análise: coluna empacotada: fase estacionária: 1) Carbowax 20M 5%
ou similar; suporte: Carbopack B, 80/120 mesh; comprimento: 2 m; diâmetro interno: 2
mm; coluna capilar de sílica fundida: fase estacionária Carbowax ou similar; comprimento:
60 m; diâmetro interno: 0,25 mm; espessura do ilme: 0,25 μm.: 2) Coluna megabore: fase es438 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
tacionária Carbowax ou similar, comprimento 30 m, diâmetro interno 0,53 mm; ou qualquer
outra coluna que permita a separação dos compostos de interesse com satisfatórias eiciência e
resolução. Gases de arraste: nitrogênio (pureza 99,999% para coluna empacotada) e hidrogênio (pureza 99,999% para colunas capilar e megabore). Gases auxiliares para FID: hidrogênio
(pureza 99,999%), nitrogênio (pureza 99,999%) e ar sintético (pureza 99,999%).Microsseringa de 10 μL, graduada em 0,1 μL, pipetas graduadas de 1 e 10 mL, balões volumétricos de
10 e 100 mL, proveta de 100 mL e funil.
Reagentes
Álcool absoluto
Acetaldeído
Metanol
Acetato de etila
n-Propanol
Isobutanol
n-Butanol
2-Metilbutanol
3-Metilbutanol
3-Pentanol (padrão interno)
Nota: o álcool absoluto e todos os padrões devem ter grau cromatográico. Acetaldeído deve ser
estocado no escuro à temperatura de freezer e os demais devem ser estocados sob refrigeração.
Solução-padrão estoque A – Tare um balão volumétrico de 100 mL e adicione 20 a 40 mL de
álcool etílico absoluto. Pese cada padrão individualmente, conforme tabela abaixo. Complete o
volume com álcool e pese. Agite a mistura para homogeneizar. Anote as massas de cada padrão
adicionado e a massa total da solução.
Padrão
acetaldeído
metanol
acetato de etila
n-propanol
isobutanol
n-butanol
2-metilbutanol
3-metilbutanol
V (mL)
0,8
2,0
2,0
1,5
2,5
0,5
1,0
2,5
IAL - 439
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Solução-padrão interno estoque B – Pese 2,5 mL de 3-pentanol em um balão volumétrico
de 100 mL tarado, contendo 20 a 40 mL de álcool. Complete com álcool e pese. Agite para
homogeneizar. Anote as massas do frasco vazio, do padrão interno e da solução total.
Solução de álcool etílico a 40% v/v – Transira 40 mL de álcool para uma proveta ou balão
volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão de trabalho C – Transira 1 mL da solução A e 1 mL da solução B para um
balão volumétrico de 100 mL tarado, contendo 20 a 40 mL de álcool etílico a 40% v/v. Pese
após cada adição. Complete o volume com álcool a 40% e agite para homogeneizar. Anote
as massas do frasco vazio, de cada solução adicionada e da solução total.
Solução D – Prepare esta solução utilizando a solução-padrão estoque A. Pipete 1 mL da
solução A para um balão volumétrico de 100 mL tarado, contendo 20 a 40 mL de álcool a
40% v/v e pese. Complete o volume com álcool a 40% v/v e pese. Agite. Anote as massas
do frasco vazio, da solução A e da solução total.
Solução-padrão interno de trabalho E – Pipete 10 mL da solução-padrão interno estoque - B
para um balão volumétrico de 100 mL tarado, contendo 20 a 40 mL de álcool a 40% v/v e
pese. Complete o volume com álcool a 40% v/v e pese novamente. Agite vigorosamente para
homogeneizar. Anote as massas do frasco vazio, da solução adicionada e da solução total.
Todas as soluções devem ser estocadas à temperatura de 4 a 8°C. As soluções C e E devem
ser preparadas mensalmente, as soluções A e B a cada 6 meses, e a solução D deve ser preparada sempre que houver interesse em checar os resultados. Os rótulos dos frascos devem
conter informações quanto à identiicação das soluções e as datas de preparação.
Procedimento
Preparação da amostra: pese em um balão volumétrico de 10 mL, tarado, 9 mL da amostra;
em seguida, adicione 1 mL da solução-padrão interno de trabalho (E) e pese. Agite. Anote
as respectivas massas.
Solução D adicionada de padrão interno (de controle de qualidade de trabalho): pese em
um balão volumétrico de 10 mL, tarado, 9 mL da solução D; em seguida, adicione 1 mL da
solução de padrão interno de trabalho (E) e pese. Agite. Anote as respectivas massas.
Análise cromatográfica
Condições de operação do cromatógrafo a gás:
a) coluna empacotada:
Programação da temperatura do forno: temperatura inicial: 70°C por 4min; 6°C por min
440 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
até 118°C (por 1 min); 5°C por min até 160°C (por 10 min).
Temperatura do injetor: 200°C
Temperatura do detector: 250°C
Vazão do Gás de arraste (N2): 30 mL/ min
Vazão do H2 (chama): 20 mL/ min
Vazão do Ar: 175 mL/ min
b) coluna capilar:
Programação da temperatura do forno: temperatura inicial: 40°C por 4 min; 15°C por min
até 60ºC (por 5 min); 30°C por min até 170°C (por 10 min).
Temperatura do injetor: 200°C
Temperatura do detector: 250°C
Vazão do Gás de arraste (H2): 1 mL/ min
Vazão do H2 (chama): 20 mL/ min
Vazão do Ar: 175mL/ min
Vazão do N2 (make-up): 25 a 30 mL/min
Razão de divisão: 1:100 split
Injete 1,0 μL da solução-padrão de trabalho C no cromatógrafo e identiique os picos dos
componentes pelos respectivos tempos de retenção. Repita a injeção no mínimo quatro
vezes.
Amostra – Injete 1 μL da solução da amostra e identiique os picos dos componentes secundários, seguindo exatamente as mesmas condições. Repita a injeção no mínimo quatro
vezes.
Quando houver interesse, injete 1 μL da solução de controle de qualidade de trabalho D
(adicionada de padrão interno).
Cálculos
Cálculo utilizando software que acompanha o cromatógrafo: siga as instruções do manual
do equipamento para cálculos com padronização interna.
Cálculos manuais: cálculo dos fatores de correção. Os fatores de correção são obtidos a partir
dos cromatogramas gerados pela solução-padrão de trabalho - C para cada componente
secundário.
IAL - 441
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
API = área do pico do padrão interno do cromatograma da solução C
Acomp = área do pico de cada composto do cromatograma da solução C
CPI = concentração do padrão interno (mg/100 g) na solução C
Ccomp = concentração do composto (mg/100 g) na solução C
A concentração de cada composto é calculada a partir do cromatograma da amostra e é
expressa em mg por 100 g:
AcompA
APIA
FCcomp
CPIA
= área do pico do composto do cromatograma da amostra
= área do pico do padrão interno do cromatograma da amostra
= fator de correção do composto obtido a partir da solução C
= concentração do padrão interno na solução da amostra (mg por 100 g)
Cálculo da concentração de cada composto, expressa em mg por 100 mL de álcool anidro:
C = concentração do composto (mg/100 mL de álcool anidro)
Ccomp = concentração do composto, expressa em mg/100 g
dabs = densidade absoluta da amostra
G = graduação alcoólica da amostra, em % v/v
Referências bibliográficas
MARTIN, G.E.; BURGGRAFF, J.M.; DYER, R.H.; BUSCEMI. P.C. Gas-liquid
chromatography determination of congeners in alcohol products, Journal of the A.O.A.C.,
v. 64, p. 186-190, 1981.
NAGATO, L.A.F.; DURAN, M.C.; CARUSO, M.S.F.; BARSOTTI, R.C.F.; BADOLATO, E.S.G. Monitoramento da autenticidade de amostras de bebidas alcoólicas enviadas
ao Instituto Adolfo Lutz em São Paulo. Rev. Ciênc. Tecnol. Alimentos, Campinas, v. 21,
n.1, p. 39-42, 2001.
442 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
229/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de carbamato de etila ou uretana
por cromatografia a gás e detecção por espectrometria de massa
Este método é utilizado para a determinação de carbamato de etila em bebidas destiladas. A identiicação é feita pela comparação dos tempos de retenção dos picos da amostra
e do padrão, injetados nas mesmas condições, além da veriicação da presença dos íons de
razão massa/carga 74 e 89. A quantiicação de carbamato de etila em amostras de bebidas
destiladas é feita pelo método de monitoramento seletivo de íons (SIM) para o fragmento
de massa m/e 62, calculando-se a concentração de carbamato de etila pelo método de padronização interna, sendo o carbamato de n-propila empregado como padrão interno.
Material
Balança analítica, cromatógrafo a gás acoplado ao detetor de massa (analisador de massa
quadrupolo), gás de arraste hélio (pureza 99,999%), nitrogênio comum para secagem,
pipetas de 0,1, 0,2 e 0,5 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, e 5 mL, vials de 1 ou 2 mL com
fundo cônico, balões volumétricos de 50 e 100 mL e frascos de vidro ou balões volumétricos
de 25 mL.
Reagentes
Metanol - grau cromatográico
Carbamato de etila - pureza 99%
Carbamato de n-propila (padrão interno) - pureza 99%
Metanol grau cromatográico
Soluções-padrão de carbamato de etila e de n-propila – Prepare, em metanol, soluções de
carbamato de etila e de n-propila, no mínimo, em três concentrações (100, 300 e 500 μg/
kg) de carbamato de etila e concentração ao redor de 300 μg/kg para o carbamato de npropila (padrão-interno)
Procedimento – Pese aproximadamente 20 g de amostra e adicione solução-padrão interno
de carbamato de n-propila na concentração aproximada de 300 μg/kg em relação à massa
de amostra e agite. Pipete 0,2 mL desta solução para um frasco de vidro (vial) e evapore
cuidadosamente com nitrogênio comum em banho de água à temperatura de 35°C, não
deixando secar totalmente. Adicione 0,2 mL de metanol ao frasco e homogeneíze. Este
mesmo procedimento é aplicado para as soluções-padrão. Injete 1 μL das soluções-padrão
no cromatógrafo, modo splitless, monitoramento do íon 62/SIM e 1 μL das soluções da
amostra, no mínimo, em triplicata.
IAL - 443
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Condições de operação do cromatógrafo a gás acoplado ao detector de massa – coluna
capilar DBwax - 30 m x 0,25 mm (J&W Scientiic), espessura do ilme 0,25 μm;
programação da temperatura da coluna: de 50 a 90°C a 30°C/min, estável por 3 min,
de 90 a 147°C a 5°C/min e até 220°C a 20°C/min, icando nesta temperatura por 5
min. Tempo total da corrida de 25 min; gás de arraste hélio - 50 kPa; temperatura do
injetor a 220°C; temperatura da interface a 250ºC; fonte de íons a 250°C; sistema de
ionização: impacto de elétrons a 70 eV; analisador de massa quadrupolo; injeção sem
divisão da amostra de 1 min (splitless); tempo de espera de corrida do cromatograma
para ser ligado o detector de massa de 9 min.
Cálculo
A quantiicação de carbamato de etila em amostras de bebidas destiladas é feita pelo
método de monitoramento seletivo de íons (SIM) para o fragmento de massa m/e
62, calculando-se a concentração de carbamato de etila pelo método de padronização
interna, sendo o carbamato de n-propila empregado como padrão interno.
Referência bibliográfica
NAGATO, L. A. F., SILVA, O. A., YONAMINE, M., PENTEADO, M. De V. C.
Quantitation of ethyl carbamate (EC) by gas chromatography and mass spectrometric
detection in distilled spirits. Alimentaria, Madrid, n. 311, p. 31-36, 2000.
230/IV Bebidas fermento-destiladas – Determinação de cobre
Este método aplica-se à determinação de cobre em bebidas fermento-destiladas,
utilizando-se a técnica de espectrometria de absorção atômica, pelo método de adição
de padrão.
Material
Espectrômetro de absorção atômica, balões volumétricos de 50 e 200 mL e pipetas
volumétricas de 1, 2, 5 e 10 mL
Reagentes
Solução de álcool a 8%
Solução padrão de cobre a 1000 mg/L
444 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Solução-Padrão de cobre a 5 mg/L – Pipete 1 mL da solução-padrão de cobre 1000
mg/L em um balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com água.
Procedimento – Preparação da curva padrão: em 4 balões volumétricos de 50 mL
contendo 10 mL da amostra em cada um, adicione, respectivamente, alíquotas de 2,
5, e 10 mL da solução-padrão de 5 mg/L de cobre, sendo que, em um dos balões não
adicione a solução padrão. Complete o volume com água. A concentração inal de
cobre em cada balão será, respectivamente, 0; 0,2; 0,5; e 1 mg/L. Zere o equipamento
com a solução de álcool etílico a 8% em água. Leia a absorbância destas soluções em
324,8 nm, usando chama oxidante ar/acetileno. Construa um gráico de absorbância x
concentração. Prolongue a reta de modo a cortar o eixo das abscissas. O ponto de intersecção na abscissa corresponde à concentração de cobre na amostra diluída (Figura
1). Multiplique este valor por 5 para obter a concentração de cobre na amostra (mg
de Cu/L). Caso o equipamento apresente recurso de programação para o método de
adição de padrão, utilize-o para estabelecer a curva de calibração. Consulte o manual
do equipamento para efetuar a programação.
Figura 1 - Cálculo da concentração de cobre.
Referência Bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 967.08) Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 26. p. 6-7.
Bebidas fermentadas
Estão incluídos neste capítulo os vinhos de mesa, vinhos espumantes, licorosos,
compostos, fermentado de cana, fermentado de frutas, hidromel, iltrado doce, mistela,
jeropiga, saquê, sidra e cerveja. Com exceção desta última, todas as outras bebidas alcoólicas
fermentadas são analisadas, em alguns aspectos, da mesma maneira que o vinho. Na análise
destes produtos, as determinações usuais são, entre outras, exame preliminar, densidade
IAL - 445
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
relativa, álcool em volume, pH, acidez total, volátil, acidez ixa, extrato seco, açúcares
redutores em glicose, açúcares não redutores em sacarose, sulfatos, extrato seco reduzido,
relação álcool em peso/extrato seco reduzido, cinzas (018/IV), alcalinidade das cinzas,
cloretos, dióxido de enxofre, taninos, metanol, corantes artiiciais (051/IV), minerais e
contaminantes inorgânicos (cap. XXIII).
Vinhos
231IV Bebidas fermentadas – Exame preliminar de vinhos
O exame físico da amostra, antes e no momento da abertura da embalagem, é importante especialmente no caso dos vinhos e seus derivados, pois estes são susceptíveis à
modiicações provenientes de causas diversas.
Procedimento – Antes da abertura da embalagem, observe: aparência - se o produto apresenta o aspecto límpido ou turvo, se há presença de depósito ou não; cor - se o produto apresenta tonalidade própria ou imprópria; condições da embalagem - estado da embalagem,
vazamentos e sistema de vedação; formação de gás. No momento da abertura da embalagem, veriique: aparência - se apresenta carbonatação conforme a característica do produto
ou se há presença de gás devido a alguma anormalidade; odor - se típico (vinoso), estranho
ou alterado (acético); sabor - caso seja necessário por degustação, avalie se o produto é seco,
doce, próprio, estranho ou alterado (acético).
Referência Bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
232/IV Bebidas fermentadas – Preparação da amostra de vinhos
Determine imediatamente, após a abertura da embalagem, os compostos que são
sujeitos à alteração, tais como álcool e ácidos voláteis. Filtre, se necessário. Nos casos de
bebidas gaseiicadas, elimine o CO2, utilizando um agitador magnético ou banho de ultrasom.
233/IV Vinhos -– Álcool em volume ou grau alcoólico
Este método aplica-se a amostras de bebidas fermentadas. Baseia-se na destilação do
álcool da amostra e posterior quantiicação pela medida da densidade relativa do destilado
a 20°C.
446 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Material
Conjunto de destilação ou equipamento destilador por arraste de vapor, chapa aquecedora, condensador de serpentina 40 cm, conexão com bola de segurança, balão
volumétrico de 100 mL, funil, bastão de vidro, pérolas de vidro e termômetro.
Procedimento: Ajuste a temperatura da amostra a 20oC e meça 100 mL em um balão
volumétrico. Transira para o recipiente do aparelho destilador (adicione pérolas de
vidro) ou para o borbulhador do aparelho de arraste a vapor, com auxílio do bastão
de vidro. Lave o balão volumétrico 4 vezes com água destilada e destile a amostra.
Recolha o destilado no próprio balão volumétrico inicialmente usado, em pelo
menos ¾ do volume tomado de amostra. Complete o volume com água destilada.
Determine a densidade relativa à 20ºC/20ºC e obtenha a graduação alcoólica a partir
da Tabela 1. Se necessário, especialmente nos vinhos novos, adicione uma pequena
quantidade de material anti-espumante, para prevenir a formação de espuma durante
a destilação. No caso de vinhos que contenham uma quantidade elevada de ácido
acético, neutralize exatamente com solução de hidróxido de sódio 0,1 N (volume
calculado a partir da determinação de acidez), antes de proceder à destilação. A
neutralização é desnecessária em vinhos que apresentam sabor e odor normais.
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods
of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 920.57)
Gaithersburg: A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 28. p. 1.
BRASIL, Leis, Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
234/IV Vinhos – Álcool em peso
Aplicável para se determinar a porcentagem de álcool em peso em bebidas alcoólicas
fermentadas. Considera-se como álcool em peso, por 100 mL, o resultado da multiplicação
da graduação alcoólica em volume, por 0,79 (densidade aproximada do álcool absoluto a
20oC).
IAL - 447
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Cálculo
A x 0,79 = Álcool em peso por cento m/v
A = nº de mL de álcool em volume por cento
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 366.
235/IV Vinhos – Acidez total
Este método basea-se na titulação de neutralização dos ácidos com solução padronizada de álcali, com uso de indicador fenoftaleína para soluções claras de vinho e outras
bebidas álcoolicas fermentadas ou com o pHmetro para soluções escuras.
Material
pHmetro, agitador magnético, barra magnética, pipeta volumétrica de 10 mL, frasco
Erlenmeyer de 500 mL, béquer de 250 mL, bureta de 10 mL e pipeta graduada de 1 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 N ou 0,05 N
Solução de fenolftaleína
Procedimento - Pipete 10 mL da amostra descarbonatada em um frasco Erlenmeyer de
500 mL contendo 100 mL de água. Adicione 0,5 mL de fenoftaleína e titule com solução
de hidróxido de sódio padronizada, até coloração rósea persistente ou transira a amostra
para um béquer e titule até o ponto de viragem (pH 8,2-8,4), utilizando o pHmetro.
Cálculo
n = volume em mL de solução de hidróxido de sódio gasto na titulação
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio
N = normalidade da solução de hidróxido de sódio
V = volume da amostra
448 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Nota: a unidade de acidez é expressa em meq/L, para atender a legislação brasileira.
Referências bibliográficas
BRASIL, Leis, Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 03 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p.361.
236/IV Vinhos – Acidez volátil
Método utilizado para determinar a acidez volátil titulável de vinhos e outras bebidas
fermentadas por volumetria, após a destilação por arraste de vapor.
Material
Chapa elétrica de aquecimento, pipeta volumétrica de 10 mL, aparelho de destilação de
Cazenave-Ferré ou conjunto similar, gerador de vapor, frascos Erlenmeyer de 250 e 500 mL,
refrigerante de Liebig ou de serpentina, bureta de 10 mL e pipeta de 1 mL.
Reagentes – Os mesmos indicados no método 235/IV – acidez total.
Procedimento – Transira, com pipeta volumétrica, 10 mL da amostra no borbulador e 250 mL
de água isenta de CO2 no aparelho gerador de vapor de Cazenave-Ferré ou transira a amostra
para um conjunto similar de destilação por arraste de vapor. Conecte o condensador. Aqueça o
aparelho de Cazenave-Ferré em chapa elétrica e leve à ebulição com a torneira de vapor aberta, a
im de eliminar o ar do conjunto e, eventualmente, o gás carbônico da água destilada. Em seguida,
feche a torneira, para que o vapor de água borbulhe na amostra arrastando os ácidos voláteis.
Recolha no mínimo 100 mL do destilado em um frasco Erlenmeyer de 250 mL, contendo 20 mL
de água destilada. Adicione 1 mL de solução de indicador fenolftaleína. Titule rapidamente com
solução de hidróxido de sódio padronizada, até coloração rósea persistente por 30 s.
Cálculo – Usar fórmula do método 235/IV
Nota: faça a correção da acidez volátil para amostras com anidrido sulfuroso.
Referências bibliográicas – indicadas no método 235/IV
237/IV Vinhos – Acidez fixa
Este método é aplicável a vinhos e outras bebidas fermentadas. A acidez ixa é expressa, em meq/L, pela diferença entre a acidez total e a acidez volátil.
IAL - 449
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Cálculo
At - Av = acidez ixa, em meq/L
At = acidez total, em meq/L
Av = acidez volátil, em meq/L
Referências Bibliográficas
BRASIL, Leis, Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de novembro de 1986, do Ministério
da Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 03 de dez. 1986. Seção I, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz . v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 361.
238/IV Vinhos - Extrato seco
Método A - aplicável a vinhos secos e outras bebidas fermentadas com extrato seco menor
que 3 g/100 mL. O método avalia o resíduo seco (sólidos totais) da bebida, por evaporação
e secagem em estufa.
Material
Cápsula de metal com fundo chato, com aproximadamente 8,5 cm de diâmetro, estufa, banho-maria, balança analítica, pipeta volumétrica de 20 ou 25 mL, dessecador e temômetro.
Procedimento – Transira, com o auxílio de uma pipeta, 20 ou 25 mL da amostra para uma
cápsula metálica de fundo chato, previamente aquecida em estufa a (100 ± 5)ºC, por uma
hora, resfriada em dessecador e pesada. Evapore em banho-maria fervente até que o resíduo
esteja aparentemente seco, ou até uma consistência xaroposa. Aqueça o resíduo em estufa
a (100 ± 5)ºC, por 1 hora. Resfrie em dessecador e pese. Repita as operações em estufa e
dessecador até peso constante.
Cálculo
N = massa, em g de resíduo
v = volume da amostra, em mL
Referências Bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 361.
450 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods
of analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 920.62)
Gaithersburg: A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 28. p. 4.
Método B – este método é aplicável a vinhos doces e outras bebidas fermentadas cujo
conteúdo de extrato seco seja de (3 - 6)g/100 mL. Em amostras doces, o resultado de extrato
seco pelo método gravimétrico, por secagem da amostra, pode apresentar erros, devido
à alta temperatura utilizada e conseqüentemente queima do resíduo. O método avalia
indiretamente o extrato seco pela medida da densidade relativa da amostra e do destilado
alcoólico. O extrato seco total por litro é obtido mediante a fórmula de Tabarié.
Material
Balança analítica e picnômetro
Procedimento – determine a densidade relativa a 20°C/20ºC diretamente da amostra de
vinho. Determine a densidade relativa do destilado da amostra a 20°C/20°C (obtida na
análise do grau alcoólico).
Cálculo
De = dvc - dd + 1,0000
De = densidade relativa a 20°C/20°C do vinho sem álcool
dvc = densidade relativa a 20°C/20ºC do vinho corrigida em função da acidez volátil
dd = densidade relativa a 20°C/20ºC do destilado alcoólico do vinho
Nota: antes de fazer o cálculo acima, a densidade da amostra deve ser corrigida em função
da acidez volátil segundo a fórmula:
dvc = dv - (0,0000086 x A)
A = acidez volátil, em meq/L
dv = densidade relativa a 20/20ºC do vinho
Como resultado de De (até a terceira casa decimal), faça a leitura do extrato seco total (g/L)
correspondente na Tabela 5. Some a este resultado o valor que corresponde à quarta casa
decimal da densidade, descrito na Tabela de Ajuste.
IAL - 451
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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TABELA 5 – Teor do extrato seco total (g/L) a partir da densidade relativa a 20ºC da
mostra sem álcool (De)
Densidade
até a 2a. casa
decimal
3ª casa decimal da densidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Gramas de extrato por litro
1,00
0
2,6
5,1
7,7
10,3
12,9
15,4
18,0
20,6
23,2
1,01
25,8
28,4
31,0
33,6
36,2
38,8
41,3
43,9
46,5
49,1
1,02
51,7
54,3
56,9
59,5
62,1
64,7
67,3
69,9
72,5
75,1
1,03
77,7
80,3
82,9
85,5
88,1
90,7
93,3
95,9
98,5
101,1
1,04
103,7
106,3
109,9
111,6
114,2
116,8
119,4
122,0
124,6
127,2
1,05
129,8
132,4
135,0
137,6
140,3
142,9
145,5
148,1
150,7
153,3
1,06
155,9
158,6
161,2
163,8
166,4
169,0
171,6
174,3
176,9
179,5
1,07
182,1
184,8
187,4
190,0
192,6
195,2
197,8
200,5
203,1
205,8
1,08
208,4
211,0
213,6
216,2
218,9
221,5
224,1
226,8
229,4
232,0
1,09
234,7
237,3
239,9
242,5
245,2
247,8
250,4
253,1
255,7
258,4
1,10
261,0
263,6
266,3
268,9
271,5
274,2
276,8
279,5
282,1
284,8
1,11
287,4
290,0
292,7
295,3
298,0
300,6
303,3
305,9
308,6
311,2
1,12
313,9
316,5
319,2
321,8
324,5
327,1
329,8
332,4
335,1
337,8
1,13
340,4
343,0
345,7
348,3
351,0
353,7
356,3
359,0
361,6
364,3
1,14
366,9
369,6
372,3
375,0
377,6
380,3
382,9
385,6
388,3
390,9
1,15
393,6
396,2
398,9
401,6
404,3
406,9
409,6
412,3
415,0
417,6
1,16
420,3
423,0
425,7
428,3
431,0
433,7
436,4
439,0
441,7
444,4
1,17
447,1
449,8
452,4
455,2
457,8
460,5
463,2
465,9
468,6
471,3
1,18
473,9
476,6
479,3
482,0
484,4
487,4
490,1
492,8
495,5
498,2
1,19
500,9
503,5
506,2
508,9
511,6
514,3
517,0
519,7
522,4
525,1
1,20
527,8
-
-
-
-
-
-
-
-
-
TABELA DE AJUSTE
4ª casa
decimal da
densidade
Gramas de
extrato/L
4ª casa
decimal da
densidade
Gramas de
extrato/L
4ª casa
decimal da
densidade
Gramas
de
extrato/L
1
0,3
4
1,0
7
1,8
2
0,5
5
1,3
8
2,1
3
0,8
6
1,6
9
2,3
452 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Referência Bibliográfica
OFFICE INTERNATIONAL DE LA VIGNE ET DU VIN. Recueil des methodes
internationales d’analyse des vins et des môuts, Paris: O.I.V., 1990. 85-89.
239/IV Bebidas fermentadas – Açúcares redutores em glicose
Este método volumétrico, aplicável a bebidas fermentadas, envolve a redução completa de um volume conhecido da solução de cobre (Solução de Fehling) por um volume de
solução clariicada de açúcares redutores.
Material
Banho-maria, pipeta volumétrica de 50 mL, balão volumétrico de 100 mL, béquer de 150
mL, balão de fundo chato de 250 mL, chapa aquecedora, funil, papel de iltro e bureta de
10 ou 25 mL
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Solução saturada de acetato neutro de chumbo
Soluções A e B de Fehling tituladas (Apêndice I)
Oxalato de potássio ou de sódio, anidros
Carvão ativo
Procedimento –Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 50 mL da amostra para
um béquer de 150 mL (para amostras com alto teor de açúcares, tome alíquotas menores).
Neutralize exatamente com solução de hidróxido de sódio 0,1 M (o volume para a neutralização é calculado do resultado da acidez total). Evapore em banho-maria até eliminar todo
o álcool. Resfrie e transira com água para um balão volumétrico de 100 mL. Se necessário,
adicione 1 mL da solução de acetato neutro de chumbo o suiciente para clariicar. Pode
ser usada uma pequena quantidade de carvão ativo, para amostras escuras, suiciente para
clarear a amostra. Misture, complete o volume com água e iltre, desprezando os primeiros
mL do iltrado. Adicione ao iltrado oxalato de potássio ou de sódio anidros para precipitar
o excesso de chumbo. Misture e iltre, descartando os primeiros mL iltrados e proceda
conforme o método 038/IV.
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3 ed. São Paulo: IMESP 1985. p. 364.
IAL - 453
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
240/IV Bebidas fermentadas – Açúcares não redutores, em sacarose
Material
Banho-maria, chapa aquecedora, pipeta volumétrica de 25 ou 50 mL, balão volumétrico de
100 mL, bureta de 10 ou 25 mL, balão de fundo chato de 250 mL, funil e papel de iltro.
Reagentes
Carbonato de sódio anidro
Ácido clorídrico
Solução saturada de acetato neutro de chumbo
Soluções A e B de Fehling tituladas (Apêndice I)
Carvão ativo
Oxalato de potássio ou de sódio
Procedimento – Pipete 25 ou 50 mL da amostra em um balão volumétrico de 100 mL.
Adicione 1 mL de ácido clorídrico e aqueça em banho-maria por 1 hora aproximadamente,
para hidrólise ácida da sacarose. Se necessário, clariique a amostra e proceda conforme o
método 240/IV. Continue a determinação dos açúcares não redutores, em sacarose, seguindo a técnica indicada em glicídios não redutores em sacarose (039/IV).
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 364.
241/IV Bebidas fermentadas – Sulfatos pelo método aproximativo de Marty
Este método semi-quantitativo é aplicável a vinhos e outras bebidas fermentadas.
O método estima o conteúdo de sulfatos, por intermédio do tratamento da amostra com
quantidades conhecidas de cloreto de bário. O precipitado de sulfato de bário formado é
então separado por iltração. No iltrado, os sulfatos ou o cloreto de bário residuais são precipitados com a adição de cloreto de bário e ácido sulfúrico, respectivamente.
Material
Banho-maria, papel de iltro, tubos de ensaio, pipeta volumétrica de 10 mL, pipetas
graduadas de 1, 5 e 10 mL e funil.
Reagentes
Ácido clorídrico
454 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Licor de Marty: 2,804 g BaCl2.2H2O + 10 mL HCl, diluídos a 1000 mL com água
Solução de cloreto de bário a 10% m/v
Solução de ácido sulfúrico 0,5 M
Procedimento – Pipete 10 mL da amostra em 3 tubos de ensaio (A, B e C) e aqueça em
banho-maria fervente durante 30 minutos para eliminação do ácido acético. Adicione no
tubo de ensaio A, 3,5 mL, no tubo B, 5 mL e no tubo C, 7,5 mL do Licor de Marty. Agite
e leve ao banho-maria em ebulição durante 5 minutos, resfrie e iltre. Divida o líquido iltrado de cada tubo em 2 volumes iguais nos tubos: a e a’, b e b’, c e c’. Adicione num dos
tubos 1mL da solução de cloreto de bário a 10% e, no outro, 1 mL de solução de ácido
sulfúrico 0,5 M.
Cálculo
Observe os tubos de ensaio da seguinte forma:
TUBOS
a
A
a’
b
B
b’
c
C
c’
Turvo com H2SO4
Límpido com BaCl2
Límpido com H2SO4
Turvo com BaCl2
Turvo com H2SO4
Límpido comBaCl2
Límpido com H2SO4
Turvo com BaCl2
Turvo com H2SO4
Límpido com BaCl2
Límpido com H2SO4
Turvo com BaCl2
K2SO4 (g/L)
Menos de 0,7
Mais de 0,7
Menos de 1,0
Mais de 1,0
Menos de 1,5
Mais de 1,5
Referências bibliográficas
BRASIL, Leis,Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oficial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 364365.
IAL - 455
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
242/IV Bebidas fermentadas – Extrato seco reduzido
Este cálculo é aplicado para vinhos de mesa tintos e brancos. O extrato seco reduzido
é obtido pelo valor do extrato seco total diminuído dos açúcares totais que excedem 1 g/L e
do sulfato de potássio que exceda 1 g/L.
Cálculo
ES – (A – 1) – (S – 1) = extrato seco reduzido, em g/L
ES = extrato seco total (g/L)
A = açúcares totais, em g/L
S = sulfatos totais em g/L (despreze esse termo, quando o teor de sulfatos for menor que 1 g/L)
Referência Bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Portaria nº 76 de 26 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez de 1986. Seção I, p. 18152-18173.
243/IV Vinhos – Relação entre álcool em peso e extrato seco reduzido
Este cálculo é aplicado para vinhos de mesa, tintos e brancos. A relação álcool em
peso/extrato seco reduzido é obtida pela divisão do valor de álcool em peso pelo teor de
extrato seco reduzido.
Cálculo
G = graduação alcoólica da amostra de vinho de mesa, em % v/v
ESR = extrato seco reduzido em g/L
Referência Bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Portaria nº 76 de 26 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez de 1986. Seção I, p. 18152-18173.
244/IV Bebidas fermentadas – Metanol
Este método é realizado por cromatograia a gás utilizando padrão interno. É aplicável tanto à amostras de bebidas fermentadas como outros tipos de bebidas alcoólicas.
Procedimento – Destile a amostra volumetricamente ou utilize a amostra destilada obtida
456 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
do procedimento de análise de grau alcoólico. Pese e adicione a solução de padrão interno e
proceda como na determinação de metanol e componentes secundários, por cromatograia
gasosa (228/IV).
Cervejas
A análise de cerveja inclui, entre outras, as determinações da densidade, grau alcoólico, acidez, teor de gás carbônico, extrato real, extrato aparente e extrato primitivo.
245/IV Cervejas – Preparação da amostra
Todas as determinações são realizadas na amostra descarbonatada. Para remover o
CO2 transira a amostra para um béquer de 500 mL e agite com um bastão ou banho de
ultra-som. Mantenha a temperatura da cerveja a (20-25)ºC. Se necessário, remova algum
material em suspensão iltrando a cerveja descarbonatda através de um iltro seco.
246/IV Cervejas – Álcool em volume a 20ºC
Este método é utilizado para determinar o teor de álcool em volume em amostras de
cerveja. A graduação alcoólica é obtida pela Tabela 6, de conversão da densidade relativa da
amostra destilada.
Material
Conjunto de destilação, chapa de aquecimento, termômetro, balança analítica, balão volumétrico de 100 mL, funil de vidro e pérolas de vidro.
Procedimento – Transira 100 mL da amostra para o conjunto de destilação; se necessário, adicione 1 ou 2 gotas de material antiespumante, para prevenir a formação de espuma
durante a destilação. Recolha o destilado em um balão volumétrico de 100 mL, contendo
10 mL de água. Destile até aproximadamente ¾ do volume inicial, complete o volume
com água e homogeneíze bem. Determine a densidade relativa desta solução a 20ºC pelo
picnômetro ou pelo densímetro digital automático. Utilize a Tabela 1 para a conversão em
porcentagem de álcool em volume.
Referência Bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p.18152-18173.
IAL - 457
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
247/IV Cervejas – Álcool em peso
Este método é utilizado para determinar o teor de álcool em peso em amostras de
cerveja. A graduação alcoólica é obtida a partir da conversão da densidade relativa da amostra destilada em porcentagem de álcool em peso, por meio de tabela.
Procedimento – Converta o valor da densidade relativa obtida em 247/IV, em peso,
utilizando a Tabela 6.
TABELA 6 – Conversão da densidade relativa a 20ºC/20ºC em porcentagem de álcool em peso
Densidade
Relativa
Álcool
%
Densidade
Relativa
Álcool
%
Densidade
Relativa
Álcool
%
Densidade
Relativa
Álcool
%
1,00000
0,00
0,99777
1,20
0,99561
2,40
0,99354
3,60
0,99991
0,05
0,99768
1,25
0,99553
2,45
0,99346
3,65
0,99981
0,10
0,99759
1,30
0,99544
2,50
0,99337
3,70
0,99972
0,15
0,99750
1,35
0,99535
2,55
0,99329
3,75
0,99963
0,20
0,99741
1,40
0,99526
2,60
0,99320
3,80
0,99953
0,25
0,99732
1,45
0,99517
2,65
0,99312
3,85
0,99944
0,30
0,99723
1,50
0,99509
2,70
0,99303
3,90
0,99935
0,35
0,99714
1,55
0,99500
2,75
0,99295
3,95
0,99925
0,40
0,99705
1,60
0,99491
2,80
0,99286
4,00
0,99916
0,45
0,99695
1,65
0,99482
2,85
0,99278
4,05
0,99907
0,50
0,99686
1,70
0,99473
2,90
0,99270
4,10
0,99897
0,55
0,99676
1,75
0,99464
2,95
0,99262
4,15
0,99888
0,60
0,99668
1,80
0,99456
3,00
0,99253
4,20
0,99879
0,65
0,99659
1,85
0,99447
3,05
0,99245
4,25
0,99869
0,70
0,99650
1,90
0,99439
3,10
0,99237
4,30
0,99860
0,75
0,99641
1,95
0,99430
3,15
0,99229
4,35
0,99851
0,80
0,99632
2,00
0,99422
3,20
0,99221
4,40
0,99841
0,85
0,99623
2,05
0,99413
3,25
0,99212
4,45
0,99832
0,90
0,99614
2,10
0,99405
3,30
0,99204
4,50
0,99823
0,95
0,99606
2,15
0,99396
3,35
0,99196
4,55
0,99813
1,00
0,99597
2,20
0,99388
3,40
0,99188
4,60
0,99804
1,05
0,99588
2,25
0,99379
3,45
0,99179
4,65
0,99795
1,10
0,99579
2,30
0,99371
3,50
0,99171
4,70
0,99786
1,15
0,99570
2,35
0,99362
3,55
0,99163
4,75
458 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Densidade
Relativa
Álcool
%
Densidade
Relativa
Álcool
%
Densidade
Relativa
Álcool
%
Densidade
Relativa
Álcool
%
0,99155
4,80
0,99018
5,65
0,98884
6,50
0,98762
7,30
0,99147
4,85
0,99010
5,70
0,98877
6,55
0,98755
7,35
0,99138
4,90
0,99002
5,75
0,98869
6,60
0,98747
7,40
0,99130
4,95
0,98994
5,80
0,98861
6,65
0,98740
7,45
0,99122
5,00
0,98986
5,85
0,98854
6,70
0,98732
7,50
0,99114
5,05
0,98978
5,90
0,98846
6,75
0,98725
7,55
0,99106
5,10
0,98970
5,95
0,98838
6,80
0,98717
7,60
0,99098
5,15
0,98962
6,00
0,98830
6,85
0,98710
7,65
0,99090
5,20
0,98954
6,05
0,98823
6,90
0,98702
7,70
0,99082
5,25
0,98946
6,10
0,98815
6,95
0,98695
7,75
0,99074
5,30
0,98938
6,15
0,98807
7,00
0,98687
7,80
0,99066
5,35
0,98931
6,20
0,98800
7,05
0,98680
7,85
0,99058
5,40
0,98923
6,25
0,98792
7,10
0,98672
7,90
0,99050
5,45
0,98915
6,30
0,98785
7,15
0,98664
7,95
0,99042
5,50
0,98908
6,35
0,98777
7,20
0,98657
8,00
0,99034
5,55
0,98900
6,40
0,98770
7,25
-
-
0,99026
5,60
0,98892
6,45
-
-
-
-
Referências Bibliográficas
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oicial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
368-370.
248/IV Cervejas – Extrato real pelo método 1
A determinação do extrato real por este método está baseada na pesagem do resíduo seco de um certo volume de amostra submetido à evaporação.
Material
Balança analítica, banho-maria, estufa ou estufa a vácuo, cápsula de níquel de 7 cm de
diâmetro e 2 cm de altura e pipeta volumétrica de 20 mL
Procedimento – Transira, com auxílio de uma pipeta, 20 mL de amostra descarbonatada, para uma cápsula de níquel previamente aquecida em estufa a (100 ± 5)ºC por 1 hora,
IAL - 459
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
resfriada em dessecador e pesada. Aqueça em banho-maria até a secagem. Leve à estufa
a (100 ± 5)ºC por 1 hora, resfrie à temperatura ambiente em dessecador e pese.
Cálculo
100 x P = extrato real % m/v
V
P = massa do resíduo, em g
V = volume da amostra, em mL
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
371-372.
249/IV Cervejas – Extrato real pelo método 2
Nste método, a porcentagem de extrato real é obtida pela conversão do valor
da densidade relativa do resíduo de destilação, com auxílio da Tabela 7.
Material
Balança analítica, destilador, picnômetro, balão volumétrico de 100 mL, balão de
destilação de 500 mL e funil de vidro
Procedimento – Este ensaio pode ser realizado utilizando-se o resíduo da destilação de
100 mL de amostra devidamente pesado. Transira o resíduo para um balão volumétrico de 100 mL com água e acerte para a mesma massa inicial. Determine a densidade
relativa a 20ºC /20ºC utilizando picnômetro ou densímetro automático digital. Converta o valor da densidade relativa para extrato real utilizando a Tabela 7.
460 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
TABELA 7 – Conversão da densidade relativa a 20ºC/20 ºC em porcentagem de
extrato
Densidade
Relativa
a
20ºC/20ºC
g Extrato
em 100 g de
solução
Densidade
Relativa
a
20/20ºC
g Extrato
em 100 g
de solução
Densidade
Relativa
a
20ºC/20ºC
g Extrato
em 100 g de
solução
1,00000
0,00
1,00605
1,55
1,01213
3,10
1,00020
0,05
1,00624
1,60
1,01233
3,15
1,00039
0,10
1,00644
1,65
1,01253
3,20
1,00059
0,15
1,00663
1,70
1,01273
3,25
1,00078
0,20
1,00683
1,75
1,01292
3,30
1,00098
0,25
1,00702
1,80
1,01312
3,35
1,00117
0,30
1,00722
1,85
1,01332
3,40
1,00137
0,35
1,00742
1,90
1,01352
3,45
1,00156
0,40
1,00761
1,95
1,01371
3,50
1,00176
0,45
1,00781
2,00
1,01391
3,55
1,00195
0,50
1,00799
2,05
1,01411
3,60
1,00214
0,55
1,00820
2,10
1,01431
3,65
1,00234
0,60
1,00840
2,15
1,00451
3,70
1,00254
0,65
1,00859
2,20
1,01471
3,75
1,00273
0,70
1,00879
2,25
1,01490
3,80
1,00293
0,75
1,00897
2,30
1,01510
3,85
1,00312
0,80
1,00918
2,35
1,01530
3,90
1,00332
0,85
1,00938
2,40
1,01550
3,95
1,00351
0,90
1,00957
2,45
1,01570
4,00
1,00371
0,95
1,00977
2,50
1,01590
4,05
1,00390
1,00
1,00997
2,55
1,01609
4,10
1,00410
1,05
1,01016
2,60
1,01629
4,15
1,00429
1,10
1,01036
2,65
1,01649
4,20
1,00449
1,15
1,01056
2,70
1,01669
4,25
1,00468
1,20
1,01075
2,75
1,01689
4,30
1,00488
1,25
1,01095
2,80
1,01709
4,35
1,00507
1,30
1,01115
2,85
1,01729
4,40
1,00527
1,35
1,01134
2,90
1,01749
4,45
1,00546
1,40
1,01154
2,95
1,01769
4,50
1,00566
1,45
1,01174
3,00
1,01789
4,55
1,00585
1,50
1,01194
3,05
1,01808
4,60
IAL - 461
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Densidade
Relativa
a
20ºC/20ºC
g Extrato
em 100 g
de solução
Densidade
Relativa
a
20/20ºC
g Extrato
em 100 g
de solução
Densidade
Relativa
a
20ºC/20ºC
g Extrato
em 100 g de
solução
1,01828
4,65
1,02511
6,35
1,03201
8,05
1,01848
4,70
1,02531
6,40
1,03221
8,10
1,01868
4,75
1,02551
6,45
1,03242
8,15
1,01888
4,80
1,02571
6,50
1,03262
8,20
1,01908
4,85
1,02592
6,55
1,03263
8,25
1,01928
4,90
1,02612
6,60
1,03283
8,30
1,01948
4,95
1,02632
6,65
1,03324
8,35
1,01969
5,00
1,02652
6,70
1,03344
8,40
1,01988
5,05
1,02672
6,75
1,03365
8,45
1,02008
5,10
1,02693
6,80
1,03385
8,50
1,02028
5,15
1,02713
6,85
1,03406
8,55
1,02048
5,20
1,02733
6,90
1,03426
8,60
1,02068
5,25
1,02753
6,95
1,03447
8,65
1,02088
5,30
1,02774
7,00
1,03467
8,70
1,02108
5,35
1,02794
7,05
1,03488
8,75
1,02128
5,40
1,02814
7,10
1,03503
8,80
1,02148
5,45
1,02835
7,15
1,03529
8,85
1,02169
5,50
1,02855
7,20
1,03549
8,90
1,02189
5,55
1,02875
7,25
1,03570
8,95
1,02209
5,60
1,02896
7,30
1,03591
9,00
1,02229
5,65
1,02916
7,35
1,03611
9,05
1,02249
5,70
1,02936
7,40
1,03632
9,10
1,02269
5,75
1,02956
7,45
1,03652
9,15
1,02289
5,80
1,02977
7,50
1,03673
9,20
1,02309
5,85
1,02997
7,55
1,03693
9,25
1,02329
5,90
1,03018
7,60
1,03714
9,30
1,02349
5,95
1,03038
7,65
1,03735
9,35
1,02370
6,00
1,03058
7,70
1,03755
9,40
1,02390
6,05
1,03079
7,75
1,03776
9,45
1,02410
6,10
1,03099
7,80
1,03796
9,50
1,02430
6,15
1,03119
7,85
1,03817
9,55
1,02450
6,20
1,03140
7,90
1,03838
9,60
1,02470
6,25
1,03160
7,95
1,03858
9,65
1,02490
6,30
1,03181
8,00
1,03879
9,70
462 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
Densidade
Relativa
a
20ºC/20ºC
g Extrato
em 100 g
de solução
Densidade
Relativa
a
20/20ºC
g Extrato
em 100 g
de solução
Densidade
Relativa
a
20ºC/20ºC
g Extrato
em 100 g de
solução
1,03909
9,75
1,03941
9,85
1,03982
9,95
1,03929
9,80
1,03962
9,90
1,04003
10,00
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 945.09) Gaithersburg:
A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 27. p. 4.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oficial, Brasília, 3 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 372
250/IV Cervejas – Extrato aparente
Este método é utilizado para determinar o extrato aparente em amostras de cerveja. Esta determinação baseia-se na conversão do valor de densidade relativa diretamente da
amostra em % de extrato aparente, por intermédio da Tabela 7.
Material
Balança analítica, picnômetro, frasco Erlenmeyer de 100 mL e funil de vidro
Procedimento iltre aproximadamente 100 mL de amostra descarbonatada e determine a
densidade relativa a 20/20ºC do iltrado. Converta o valor da densidade relativa em extrato
aparente utilizando a Tabela 7.
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 945.09) Gaithersburg:
A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 27. p. 4.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oficial, Brasília, 03 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 375.
IAL - 463
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
251/IV Cervejas – Extrato primitivo ou original
Este método é utilizado para determinar o extrato primitivo em amostras de cerveja.
O extrato primitivo é obtido por meio de cálculo envolvendo os valores de teor alcoólico e
extrato real segundo a fórmula de Balling.
Cálculo
Calcule o extrato primitivo segundo a seguinte fórmula e considere o resultado até a primeira
casa decimal:
P =% de álcool em peso
Er =% de extrato real
Referências Bibliográficas
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria nº 76 de 27 de nov de 1986, do Ministério da
Agricultura. Diário Oficial, Brasília, 03 de dez 1986. Seção I, p. 18152-18173.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 935.20) Gaithersburg:
A.O.A.C., 2005, Revision 1, 2006, chapter 27. p. 4.
Bebidas alcoólicas por mistura
Estão incluídos neste ítem: licor, bebida alcóolica mista ou coquetel, batida, aperitivos
e amargos (bitter, fernet, ferroquina) e aguardente composta.
A análise destes produtos inclui as seguintes determinações: álcool em volume, densidade, resíduo seco, glicídios totais em sacarose, acidez total, cinzas, componentes secundáros,
metanol, pesquisa de corantes orgânicos artiiciais, cobre e eventualmente contaminantes
inorgânicos. Essas determinações já estão descritas nos métodos de análise para bebidas alcóolicas destiladas e de determinações gerais.
Colaboradores
Letícia Araújo Farah Nagato; Miriam Solange Fernandes Caruso; Maria Cristina Duran;
Maria de Fátima Henriques Carvalho e Cristiane Bonaldi Cano
464 - IAL
Capítulo IX - Bebidas Alcoólicas
CAPÍTULO
X
BEBIDAS NÃO
ALCOÓLICAS
IAL - 465
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
466 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
X
BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS
E
ste capítulo descreve os métodos para análise de refrigerantes, refrescos, bebidas
dietéticas e de baixa caloria, preparados sólidos para refrescos, xaropes, repositores
hidroeletrolíticos e energéticos.
As determinações realizadas para refrigerantes, refrescos e bebidas dietéticas e de baixa
caloria são: dióxido de carbono (em refrigerantes), acidez total, pH, densidade (011/IV), resíduo seco, glicídios totais em sacarose, cinzas (018/IV), corantes orgânicos artiiciais, cafeína,
tanino, quinina, sacarina, ciclamato e outros edulcorantes, ácido benzóico e outros aditivos.
No caso de refrigerantes, dose primeiramente o teor de CO2 conforme 252//IV e descarbonate a amostra com agitador magnético ou ultra-som, antes de qualquer determinação.
Os preparados sólidos para refrescos incluem as seguintes determinações: substâncias
voláteis a 105ºC (012/IV), acidez total, glicídios totais em sacarose, cinzas (018/IV), corantes orgânicos artiiciais, cafeína, sacarina, ciclamato e outros aditivos.
No caso dos xaropes, devem ser realizadas as seguintes determinações: graus Brix,
acidez total, pH, glicídios redutores em glicose, glicídios não redutores em sacarose, cinzas
(018/IV) e corantes orgânicos artiiciais.
Os repositores hidroeletrolíticos e energéticos incluem as seguintes determinações:
resíduo seco a 105ºC, acidez titulável, pH, glicídios redutores em glicose, glicídios não
redutores em sacarose, cinzas (018/IV), corantes orgânicos artiiciais e outros aditivos, minerais (cap. XXIII) e vitaminas (cap. XIX).
IAL - 467
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
252/IV Determinação de dióxido de carbono em refrigerantes
Este método é aplicável à amostras de bebidas gaseiicadas e baseia-se na medida da
pressão gasosa versus a temperatura.
Material
Termômetro, aparelho dosador de volume de CO2 com adaptador, manômetro com agulha
de aço inoxidável ou equipamento dosador de gás carbônico de leitura digital direta.
Procedimento – Calibre o manômetro conforme as instruções do fabricante. Coloque o
adaptador na garrafa ajustando-o devidamente sobre a tampa metálica, a im de evitar vazamento. Regule o anel perfurado pelo qual passará a agulha de aço inoxidável, de modo a
permitir sua passagem sem muita resistência ou folga. Golpeie o manômetro fazendo com
que a agulha de aço inoxidável perfure e atravesse a tampa metálica. Abra a válvula de fuga
ou escape, localizada na parte inferior do manômetro, até que a agulha retorne ao zero, fechando-a imediatamente. Agite vigorosamente com movimentos verticais até que não haja
mais variação do valor indicado no manômetro. Normalmente, cerca de 6 a 10 movimentos
são suicientes para essa operação. Faça a leitura da pressão. Retire a tampa metálica e determine a temperatura da bebida. Com os valores de pressão e temperatura determinados, use
a tabela fornecida pelo fabricante do manômetro e determine o volume do gás na bebida
testada. Com o equipamento dosador de gás carbônico, leia diretamente a porcentagem em
volume de gás carbônico.
Referência bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria no 76 de 27-11-86, do Ministério da Agricultura.
Diário Oicial, Brasília, 3-12-86. Seção I, p. 18152-18173. Métodos analíticos.
253/IV Determinação da acidez total
Material
pHmetro, agitador magnético, barra magnética, balança analítica, béquer de 250 mL, pipeta
volumétrica de 10 mL, bureta de 10 ou 25 mL, proveta de 100 mL.
Reagentes
Soluções-tampão pH = 4,0 e 7,0
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
468 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
Procedimento – Calibre o pHmetro usando as duas soluções-tampão, conforme as instruções do fabricante. Para refrigerantes e refrescos, pipete 10 mL da amostra em um béquer e
adicione 100 mL de água. Mergulhe o eletrodo na solução e titule com hidróxido de sódio
0,1 M até pH 8,2-8,4. Para amostras sólidas, pese aproximadamente 1 g e para xaropes,
cerca de 5 g.
Cálculo
V = volume gasto de hidróxido de sódio 0,1 M
f = fator de correção do hidróxido de sódio 0,1 M
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
A = volume da amostra em mL ou massa em g
Nota: para expressar o resultado em % do ácido orgânico correspondente, proceda como
descrito no método de determinação de ácidos orgânicos (312IV).
Referências Bibliográficas
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria no 76 de 27-11-86, do Ministério da Agricultura.
Diário Oicial, Brasília, 3-12-86. Seção I, p. 18152-18173. Métodos analíticos.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, p. 332.
1985.
254/IV Determinação de cafeína por método espectrofotométrico
Este método é aplicável a refrigerantes e refrescos que contenham cafeína
(trimetilxantina), natural ou adicionada, e baseia-se na extração com clorofórmio em meio
alcalino e determinação por espectrofotometria na região do ultravioleta.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, cubeta de quartzo de 10 mm, balança analítica, algodão hidróilo, funil de separação de 250 mL, béquer de 100 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 3, 4, 5,
10 e 20 mL, proveta de 50 mL e balões volumétricos de 50 e 100 mL.
IAL - 469
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Cafeína com pureza mínima de 99%
Clorofórmio, grau espectrofotométrico
Solução redutora – Pese 5 g de sulito de sódio e 5 g de tiocianato de potássio, dissolva em
água e dilua a 10 mL em balão volumétrico.
Solução de hidróxido de sódio a 25% m/v
Solução de permanganato de potássio a 1,5% m/v
Solução de ácido fosfórico -- Dilua 15 mL de ácido fosfórico (d=1,69g/cm3) em 85 mL de
água
Sulfato de sódio anidro
Solução-padrão de cafeína – Pese 100 mg de cafeína, dissolva e dilua em clorofórmio num
balão volumétrico de 100 mL. Pipete 10 mL da solução-estoque de cafeína e dilua a 100 mL
com clorofórmio. Esta solução contém 0,1 mg de cafeína por mL de clorofórmio.
Procedimento – Pipete de 20 a 50 mL da amostra descarbonatada para um funil de separação. Junte 10 mL da solução de permanganato de potássio a 1,5 % e agite. Após 5 minutos,
junte 20 mL da solução redutora com agitação contínua. Adicione 2 mL da solução de
ácido fosfórico e agite. Adicione 2 mL da solução de hidróxido de sódio a 25 % e agite. Extraia a cafeína com três porções de 30 mL de clorofórmio. Após a separação, retire a camada
inferior e iltre-a em sulfato de sódio anidro e algodão e recolha os iltrados em um mesmo
balão volumétrico de 100 mL. Lave a haste do funil de separação e o iltro com porções de
2 mL de clorofórmio, após cada extração. Complete o volume com clorofórmio. Determine
a absorbância a 276 nm, usando clorofórmio como branco. Para amostras com alto teor de
cafeína, faça uma diluição pipetando uma alíquota de 10 mL para balão volumétrico de
50 mL, complete o volume com clorofórmio e faça a leitura da absorbância a 276 nm.
Curva-padrão – Pipete 1, 2, 3, 4, 5 e 6 mL da solução-padrão de cafeína para balões volumétricos de 50 mL e complete o volume com clorofórmio. Estas soluções contêm, respectivamente, 0,2; 0,4; 0,6; 0,8; 1 e 1,2 mg de cafeína por 100 mL de clorofórmio. Determine
a absorbância dessas soluções a 276 nm, usando clorofórmio como branco. Trace a curvapadrão, registrando os valores de absorbância nas ordenadas e as concentrações de cafeína
em mg/100 mL de clorofórmio nas abcissas.
470 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
Cálculo
Calcule a concentração de cafeína na amostra usando a curva-padrão.
C = concentração de cafeína na amostra correspondente à leitura da curva-padrão
A = volume da amostra, em mL
f = fator de diluição para o caso de amostra com alto teor de cafeína.
Referência Bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 962.13) Arlington:
A.O.A.C., 1995. chapter 29. p. 3.
255/IV Determinação de tanino
Este método é aplicável a refrigerantes e refrescos e envolve a redução do reagente
Folin-Dennis, em meio básico, pelo tanino presente na amostra, produzindo uma coloração
azul intensa que é medida na região do visível. O resultado é expresso em ácido tânico.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, cubeta de 10 mm, balança analítica, lã de vidro, chapa de
aquecimento, balões volumétricos de 100, 500 e 1000 mL, balão de 1000 mL com junta
esmerilhada, condensador de reluxo, pipetas volumétricas de 1, 2, 3, 4, 5 e 10 mL e proveta
de 50 mL.
Reagentes
Reagente Folin-Dennis – Adicione 100 g de tungstato de sódio hidratado, 20 g de ácido
fosfomolíbdico e 50 mL de ácido fosfórico em 750 mL de água. Reluxe por 2 horas, esfrie
e dilua para 1000 mL em um balão volumétrico.
Solução saturada de carbonato de sódio – Pese 35 g de carbonato de sódio anidro e dissolva
em 100 mL de água a (70-80)ºC, resfrie por uma noite e semeie a solução super-saturada
com cristal de carbonato de sódio decahidratado (Na2CO3.10H2O). Após a cristalização,
iltre através de lã de vidro.
IAL - 471
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Solução-padrão recém-preparada de ácido tânico – Dissolva 100 mg de ácido tânico em um
balão volumétrico de 1000 mL com água. Esta solução tem uma concentração de 0,1 mg
de ácido tânico por mL.
Procedimento – Pipete 5 mL da amostra para um balão volumétrico de 100 mL contendo
75 mL de água. Adicione 5 mL do reagente Folin-Dennis,10 mL da solução saturada de
carbonato de sódio e complete com água. A solução deve ser iltrada no caso de turvação.
Agite bem e faça a leitura a 760 nm após 30 minutos, usando um branco preparado da
mesma forma com água em lugar da amostra.
Preparação da curva-padrão – Pipete alíquotas de 1 a 10 mL de solução-padrão de ácido
tânico em balões volumétricos de 100 mL, contendo 75 mL de água. Adicione 5 mL do
reagente Folin-Dennis, 10 mL da solução saturada de carbonato de sódio e complete com
água. Agite bem e faça a leitura após 30 minutos a 760 nm, contra o branco. Trace a curvapadrão, registrando os valores de absorbância nas ordenadas e as concentrações de ácido
tânico em mg/100 mL, nas abcissas.
Cálculo
C = concentração de ácido tânico na amostra correspondente à leitura da curva-padrão.
A = volume da amostra em mL.
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 952.03) Arlington:
A.O.A.C., 1995. chapter 29. p. 16-17.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria n° 76 de 27-11-1986, do Ministério da Agricultura.
Diário Oicial, Brasília, 03-12-1986. Seção I, p.18152-18173. Métodos Analíticos.
472 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
256/IV Determinação de quinina pelo método espetrofotométrico
Baeia-se na determinação espectrofotométrica da quinina, em meio ácido, na região
do ultravioleta e é aplicável à análise de água tônica
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, cubeta de quartzo de 10 mm, banho-maria, balão volumétrico
de 100 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 3, 4, 5 e 25 mL.
Reagentes
Solução de ácido clorídrico 0,1 M
Solução de hidróxido de sódio 0,5 M
Solução-padrão de cloridrato de quinina – Dissolva 100 mg de cloridrato de quinina anidro
em 10 mL de HCl 0,1 M ou 100 mg de cloridrato de quinina em 20 mL de NaOH a 0,5 M
e complete o volume com água a 100 mL (1 mg de cloridrato de quinina equivale a 0,817
mg de quinina anidra).
Procedimento – Pipete 25 mL da amostra descarbonatada em balão volumétrico de 100 mL
e complete o volume com solução de HCI 0,1 M. Determine a absorbância da amostra a
347,5 nm, usando a solução de HCI 0,1 M como branco.
Preparação da curva-padrão – Pipete alíquotas de 1, 2, 3, 4 e 5 mL da solução-padrão em
balões volumétricos de 100 mL. Complete os volumes com solução de HCl 0,1 M. Leia
as absorbâncias dos padrões a 347,5 nm, usando solução de HCl 0,1 M como branco.
Construa um gráico da absorbância versus concentração de cloridrato de quinina em
mg/100 mL.
Cálculo
C = concentração de cloridrato de quinina na amostra correspondente à leitura na curvapadrão
A = volume da amostra em mL.
IAL - 473
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência Bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria n° 76 de 27-11-1986, do Ministério da Agricultura.
Diário Oicial, Brasília, 03-12-1986.Seção I, p.18152-18173. Métodos Analíticos.
257/IV Determinação de acessulfame-K, sacarina e aspartame, ácidos benzóico e sórbico e cafeína por cromatografia líquida de alta eficiência
Aplicável às amostras de refrigerante dietético ou de baixa caloria.
Material
Cromatógrafo a líquido de alta eiciência (CLAE) equipado com detector UV/VIS, coluna
ODS em fase reversa (tamanho de 15 x 4,5 cm com 5 μ de partículas), injetor manual com
capacidade de 20 μL (ou automático), software para controlar o equipamento e efetuar a
análise dos dados, equipamento para obtenção de água ultra-pura (tipo Milli-Q), banho de
ultra-som, membrana de iltração Hv com diâmetro de 47 cm com porosidade de 0,45 μ,
unidade iltrante do tipo Millex com poro de 0,45 μ, potenciômetro com escala graduada
em ≤ 0,1 unidades de pH, agitador magnético, barra magnética, balança analítica, balões
volumétricos de 10, 25, 50 e 100 mL, funil, bastão de vidro, conjunto de iltração de solventes, seringa de 50 μL, vials de 1 e 2 mL, pipetas volumétricas de 5 e 10 mL, frascos de
1000 mL para armazenamento e descarte de fase móvel e béqueres de 100, 500 mL e
1000 mL.
Reagentes
Sacarina com pureza miníma de 95%
Acessulfame-K com pureza miníma de 95%
Cafeína com pureza miníma de 95%
Ácido benzóico com pureza miníma de 95%
Ácido sórbico com pureza miníma de 95%
Aspartame com pureza miníma de 95%
Ácido fosfórico
Fosfato dibásico de potássio
Acetonitrila grau cromatográico
Metanol grau cromatográico
Soluções-padrão estoque a 0,1 g/100 mL – Para os padrões de sacarina, acessulfame-K,
cafeína e ácido sórbico, pese 0,1 g , dissolva com água ultra-pura e complete o volume de
100 mL com o mesmo solvente. Para o aspartame e o ácido benzóico, pese 0,1 g, dissolva
em 40 mL de metanol e complete o volume de 100 mL com água ultra-pura.
474 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
Solução-padrão de trabalho – Pipete 5 mL de cada uma das soluções-padrão estoque para
um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água ultra-pura. Filtre em
unidade iltrante (tipo Millex com poros 0,45 μ) em vials de 2 mL. Desgaseiique no ultrasom.
Solução-tampão – Dissolva fosfato dibásico de potássio em 1 litro de água ultra-pura
(Milli-Q) na concentração de 0,03 M e acerte o pH para 5 com uma solução a 10% de
ácido fosfórico. Quando o refrigerante contiver cafeína e ácido benzóico, acerte o pH desta
solução para 4,8, para uma melhor separação na coluna cromatográica.
Fase móvel – Misture 900 mL de solução-tampão de fosfato 0,03 M com 100 mL de
acetonitrila. Utilize o agitador magnético para uma melhor homogeinização. Filtre a fase
móvel em membrana Hv.
Procedimento – Ajuste o cromatógrafo às condições do método conforme as instruções
do fabricante, passando a fase móvel primeiramente. Vazão de luxo de 1,0 mL/min; temperatura ambiente, volume de injeção 20 μL, comprimento de onda: λ 230 nm (para o
aspartame utilize λ 214 nm). Injete a solução-padrão e as soluções diluídas da amostra, no
mínimo, em triplicata. Quantiique as áreas dos picos dos analitos.
Notas: Alternativamente à quantiicação por padronização externa, pode-se usar também a
curva-padrão.
Os padrões podem ser injetados numa única solução, ou separadamente, conforme a melhor conveniência.
Cálculo
Aa = área do pico do analito da amostra
Cp = concentração do analito na solução dos padrões
Ap = área do pico do analito na solução dos padrões
Fd = fator de diluição da amostra
Referências bibliográficas
TYLER, T. A. Liquid chromatographic determination of sodium saccharin, caffeine, aspartame and sodium benzoate in cola beverages. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v. 67, n.
4, p. 745-747, 1984.
IAL - 475
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
LAWRENCE, J. F.; CHARBONNEAU, C. F. Determination of seven artiicial
sweeteners in diet food preparations by reverse-phase liquid chromatography with
absorbance detection. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v. 71, n. 5, p. 934-937, 1988.
NAGATO, L. A. F.; CANO, C. B.; BARSOTTI, R. C. F. Efeito do pH na análise simultânea de edulcorantes, conservadores e cafeína por cromatograia líquida em refrigerantes
dietéticos e de baixa caloria. Anais do IV Brazilian Meeting on Chemistry of Food and
Beverages, Campinas, p. 56, 2002.
258/IV Determinação de ciclohexilsulfamato (sais de ciclamato) em bebidas dietéticas
e de baixa caloria pelo método gravimétrico
O método é aplicável às soluções aquosas e bebidas carbonatadas límpidas e baseia-se
na formação de precipitado de sulfato de bário, que é separado, incinerado e quantiicado
por gravimetria.
Material
Estufa, mula, bomba de vácuo, banho-maria, cadinho de Gooch, balança analítica, dessecador, ibra de óxido de alumínio ou papel de ibra de vidro, alonga de vidro para conexão
do cadinho de Gooch, béquer de 250 mL, kitassato de 500 mL, pipeta volumétrica de
100 mL, vidro de relógio e pipeta graduada de 10 mL e bastão de vidro.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de cloreto de bário a 10% m/v
Solução de nitrito de sódio a 10% m/v
Procedimento – Pipete 100 mL ou um volume de amostra que contenha de 10 a 300
mg de ciclamato de sódio ou de cálcio. Adicione 10 mL de HCl e 10 mL de solução
de BaCl2 a 10%. Agite e deixe em repouso por 30 minutos. Se houver formação de
precipitado, iltre e lave com água. Ao iltrado ou à solução límpida, adicione 10 mL
de solução de NaNO2 a 10%. Agite, cubra com um vidro de relógio e aqueça em
banho-maria por pelo menos duas horas. Agite em intervalos de meia hora. Remova
do banho-maria e deixe em repouso por uma noite. Filtre o precipitado em cadinho de
Gooch, contendo ibra de óxido de alumínio ou papel de ibra de vidro, previamente
tarado em mula, lave e seque em estufa a 100ºC. Incinere em mula a 550ºC. Resfrie
em dessecador, pese o precipitado de sulfato de bário e determine a quantidade de ciclamato presente na amostra.
476 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
Cálculo
N = massa de sulfato de bário, em g
A = volume da amostra em mL
Calcule o teor de ciclamato conforme os valores a seguir:
Massa do sulfato de bário (%) x 0,8621 = ciclamato de sódio por cento m/v
Massa do sulfato de bário (%) x 0,9266 = ciclamato de cálcio.2 H2O por cento m/v
Massa do sulfato de bário (%) x 0,7679 = ácido ciclâmico por cento m/v
Referência Bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists (method 957.10) Arlington:
A.O.A.C., 1995. chapter 29. p. 44.
259/IV Determinação do resíduo seco pelo método gravimétrico
Procedimento – Pipete 10 mL da amostra homogeneizada e descarbonatada, em cápsula
tarada. Leve a cápsula ao banho-maria fervente e evapore até a secura. Coloque em estufa a
105 ºC, por meia hora aproximadamente, e proceda como descrito no método 015/IV.
Referências bibliográficas
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria n° 76 de 27-11-1986, do Ministério da Agricultura.
Diário Oicial, Brasília, 03-12-1986.Seção I, p.18152-18173. Métodos Analíticos.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
333.
260/IV Determinação de glicídios redutores em glicose
Procedimento – Pipete 10 mL da amostra homogeneizada num balão volumétrico de
100 mL e complete o volume com água e proceda conforme 038/IV.
IAL - 477
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
333.
261/IV Determinação de glicídios não redutores em sacarose
Procedimento – Pipete 10 mL da amostra homogeneizada e descarbonatada em um balão
volumétrico de 100 mL. Para amostras de pós para refrescos e xaropes artiiciais, pese de 1 a
3 g, conforme a concentração de açúcares na amostra. Coloque o balão com a amostra em
banho-maria por 1 hora e proceda conforme 039/IV.
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
334.
262/IV Corantes orgânicos artificiais – Análise qualitativa
Material
Banho-maria, capela de segurança para solventes, lã branca pura (20 cm), régua de 20 cm,
papel Whatman nº 1 (20 x 20) cm, béqueres de 25 e 100 mL, bastão de vidro, capilar de
vidro e cuba de vidro (21 x 21 x 10) cm.
Reagentes
Ácido clorídrico
Hidróxido de amônio
Padrões de corantes orgânicos artiiciais a 0,1 % m/v
Procedimento – Pipete 10 mL ou pese 10 g da amostra homogeneizada em um béquer de
100 mL; no caso de amostras em pó, dissolva 10 g em 20 mL de água, adicione o pedaço de
lã pura e misture bem. Acrescente 0,5 mL de ácido clorídrico e coloque o béquer em banhomaria fervente. Quando o corante artiicial da amostra icar impregnado na lã, retire e lave-a
com água corrente. Coloque-a em um béquer de 25 mL e adicione 0,5 mL de hidróxido de
478 - IAL
Capítulo X - Bebidas Não Alcoólicas
amônio. Em seguida, adicione 10 mL de água e coloque em banho-maria até que a solução
adquira uma coloração igual à da lã. Retire a lã e reduza o líquido à metade por evaporação.
Aplique, com capilar, as soluções dos padrões de corantes e a solução da amostra assim obtida, no papel de cromatograia, e coloque-o na cuba com o solvente mais adequado para a
separação dos corantes, seguindo o procedimento descrito no método 086/IV. Compare o
aparecimento das manchas da amostra quanto à cor e aos fatores de resolução (Rf ) com os
respectivos padrões de corantes orgânicos artiiciais.
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
406.
Colaboradores
Cristiane Bonaldi Cano, Leticia Araujo Farah Nagato, Miriam Solange Fernandes Caruso e
Maria Cristina Duran
IAL - 479
Capítulo XI - Cacau e Chocolate
CAPÍTULO
XI
CACAU E
CHOCOLATE
IAL - 481
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
482 - IAL
Capítulo XI - Cacau e Chocolate
XI
CACAU E CHOCOLATE
Cacau
O
s principais componentes do cacau são: açúcares, amido, lipídios (manteiga
de cacau), protídios, teobromina, cafeína, taninos, corantes naturais (antocianinas) e substâncias inorgânicas (sais de potássio e fósforo). As principais
determinações a serem realizadas no cacau são: umidade (012/IV), cinzas
(018/IV), glicidios redutores em glicose (038/IV), glicídios não-redutores em sacarose
(039/IV), lipídios (032/IV), protídios (036/IV) ou (037/IV), ibra alimentar (045/IV e
046/IV) e teobromina (101/IV).
Chocolate e produtos à base de chocolate
Chocolates são produtos à base de cacau contendo açúcar, aromatizantes, estabilizantes e conservadores. As determinações mais usuais são: umidade (012/IV), cinzas
(018/IV), glicídios redutores em glicose (038/IV), glicídios não-redutores em sacarose
(039/IV), ibra alimentar (045/IV e 046/IV), lipídios (032/IV) e protídios (036/IV
ou 037/IV), além da análise cromatográica em fase gasosa dos lipídios extraídos, para
a pesquisa de gorduras estranhas à manteiga de cacau. Nesta classe de produtos estão
incluídos os bombons, pós ou misturas achocolatadas e doces variados, cujo principal
componente é o cacau. As determinações mais usuais incluem aquelas relacionadas
para os chocolates, além da pesquisa de corantes artiiciais (051/IV) que podem estar
presentes.
263/IV Determinação de lipídios com hidrólise prévia
Este método refere-se à determinação dos lipídios em produtos à base de chocolate com alto teor de sacarose, tais como: chocolate em pó, mistura achocolatada e
bombons. O princípio do método baseia-se na hidrólise prévia da amostra, extração e
IAL - 483
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
quantiicação do resíduo obtido após a remoção do solvente.
Material
Chapa elétrica, balança analítica, estufa, dessecador, frasco Erlenmeyer de 250 mL
com boca esmerilhada 24/40, balão de fundo chato de 250 mL com boca esmerilhada
24/40, vidro de relógio, funil, pérolas de vidro ou cacos de porcelana, bastão de vidro,
extrator Soxhlet, condensador de reluxo longo com extremidade inferior 24/40,
condensador de reluxo de bolas adaptável ao Soxhlet, cartucho de extração, papel de
iltro e algodão.
Reagentes
Solução de ácido clorídrico 3 M
Éter de petróleo
Areia diatomácia
Procedimento – Pese 10 g de amostra previamente homogeneizada. Transira para
um frasco Erlenmeyer de 250 mL com boca esmerilhada 24/40. Adicione 100 mL
da solução de ácido clorídrico 3 M e algumas pérolas de vidro ou cacos de porcelana.
Leve a reluxo por cerca de uma hora sob aquecimento. Resfrie e adicione (1-2) g de
areia diatomácia (auxiliar de iltração). Filtre em papel de iltro duplo, previamente
umedecido. Lave o resíduo com água fria até a obtenção de um iltrado neutro. Observe
se o iltrado não apresenta vestígios de óleos ou gorduras. Coloque o papel de iltro
duplo contendo o resíduo sobre o vidro de relógio e leve à estufa a 50ºC por uma hora.
Transira para um cartucho de extração, cobrindo-o com um chumaço de algodão.
Tare um balão de fundo chato de 250 mL e acople ao extrator. Coloque o cartucho
no extrator de Soxhlet, adicione éter de petróleo e mantenha sob extração contínua
e aquecimento por seis horas. Retire o cartucho e remova o solvente por destilação.
Seque o resíduo e mantenha o balão com o extrato em estufa a 105ºC por cerca de
duas horas. Esfrie em dessecador e pese. Repita as operações de secagem e pesagem até
peso constante.
Cálculo
N = nº de g de lipídios extraídos
P = nº de g da amostra
484 - IAL
Capítulo XI - Cacau e Chocolate
Referência bibliográfica
U.K. FEEDING STUFFS (SAMPLING AND ANALYSIS) REGULATIONS. he
determination of oil in feeding stuffs nº 1119. 1982, appendix I. p. 9-11.
264/IV Pesquisa de gorduras estranhas em chocolate
A composição dos lipídios do chocolate pode indicar a adição de gorduras estranhas à manteiga de cacau. A alteração na composição de ácidos graxos ou a presença de
determinados ácidos graxos, ausentes na manteiga de cacau, pode evidenciar uma adulteração. Por exemplo, a presença de ácidos graxos trans pode indicar adição de gordura
vegetal parcialmente hidrogenada ao chocolate. Por este método, parte dos lipídios da
amostra extraídos pelo método de Soxhlet são transformados em ésteres metílicos de
ácidos graxos, preparados conforme os métodos 054/IV, 055/IV ou 056/IV, separados
e quantiicados por cromatograia em fase gasosa.
Material
Seringa de capacidade máxima de 10 μL, graduada em 0,1 μL, balões volumétricos de
25 e 100 mL, laconete (vial) de 1,5 mL, balança analítica, agitador do tipo vortex,
cromatógrafo a gás com detector de ionização de chama, integrador ou computador,
sistema de injeção do tipo split, coluna capilar de sílica fundida com fases estacionárias de ciano
propil siloxana ou equivalente (por ex: SP2340 com 60 m de comprimento, diâmetro interno
de 0,25 mm e espessura do ilme de 0,25 μm, CP-Sil 88 com (50-100) m de comprimento,
diâmetro interno de 0,25 mm e espessura do ilme de 0,20 μm).
Reagentes
Mistura de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos variando de C4 a C24 – Dilua, com
n-hexano, o conteúdo da ampola contendo 100 mg da mistura de padrões, em balão
volumétrico de 25 mL. Distribua em vials de 1,5 mL e armazene em freezer. Esta solução será utilizada para identiicar os ésteres metílicos de ácidos graxos. Determine os fatores de correção da resposta de cada componente no detector de ionização de chama.
n-Hexano, grau CLAE
Gás de arraste para DIC: hidrogênio (pureza 99,999%)
Gases auxiliares para DIC: nitrogênio (pureza 99,999%) e ar seco (livre de
hidrocarbonetos).
IAL - 485
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Extraia os lipídios da amostra de chocolate. Prepare os ésteres metílicos de acordo com um dos métodos 054/IV, 055/IV ou 056/IV. Estabeleça as
seguintes condições cromatográicas: gás de arraste hidrogênio, velocidade linear entre
(15 - 25) mL/min; programação da temperatura da coluna 60ºC (2 minutos), 1ª rampa
de 15ºC/min até 135ºC (1 minuto), 2ª rampa de 3ºC/min até 215ºC (5 minutos);
temperatura do injetor 220ºC; temperatura do detector 220ºC, razão de divisão da
amostra 1:50. Analise uma mistura de padrões de referência de ésteres metílicos de
ácidos graxos de composição conhecida nas mesmas condições empregadas na análise
da amostra e determine o tempo de retenção (ou distância de retenção) para cada éster
metílico. Faça a identiicação por comparação dos tempos de retenção da amostra e dos
padrões.
Cálculo
Calcule a porcentagem de área de cada componente, em relação à soma das áreas
de todos os picos. O resultado será expresso como porcentagem de ésteres metílicos
(método de normalização de área ou normalização de área corrigida 343/IV). Veriique
se há gorduras estranhas no chocolate comparando o peril cromatográico de ácidos
graxos com o da manteiga de cacau.
AAgi = área do pico correspondente ao componente
∑A = soma das áreas de todos os picos
Referências bibliográficas
AMERICAN OIL CHEMISTS´ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists´ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 2-66: Preparation of methyl esters of long chain
fatty acids).
AMERICAN OIL CHEMISTS´ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists´ Society. 4th ed. Champaign, USA,
A.O.C.S., 1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 1-62: Fatty acid composition by gas
chromatography).
AMERICAN OIL CHEMISTS´ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists´ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
486 - IAL
Capítulo XI - Cacau e Chocolate
1995 (A.O.C.S. Official Method Ce 1d-91: Determination of fatty acids in edible oils
and fats by capillary GLC).
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4thed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1997 (A.O.C.S. Official Method Ce 1f-96 Determination of cis and trans fatty acids in
hydrogenated and refined oils and fats by capillary GLC).
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 177-178.
Colaboradores
Deise Aparecida Pinatti Marsiglia, Maria Lima Garbelotti, Cláudio de Flora e Sabria Aued
Pimentel
IAL - 487
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
CAPÍTULO
XII
CAFÉ, CHÁ E
DERIVADOS
IAL - 489
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
490 - IAL
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
XII
CAFÉ, CHÁ E DERIVADOS
C
afé é o nome dado às sementes de diferentes variedades de Coffea (C. arábica, C.
robusta). Quando apenas livres do endosperma, os grãos constituem o chamado
café verde. Seus constituintes mais importantes são: óleos, celulose, água e açúcares
redutores. Quando seus grãos são torrados, os açúcares sofrem caramelização, a
umidade diminui e desenvolve-se o odor característico de café.
A análise do café inclui as determinações de umidade por Karl Fisher (014/IV), cinzas
(018/IV), cinzas insolúveis em ácido clorídrico (024/IV), extrato etéreo (032/IV), extrato
aquoso e cafeína. Como avaliação preliminar do teor de umidade, pode-se recorrer à determinação por aquecimento direto a 105°C (012/IV).
Eventualmente, para ins de informação nutricional, as determinações de resíduo seco,
cinzas, lipídios, protídios, carboidratos por diferença e minerais (cap. XXIII), podem ser
realizadas na infusão do café, preparada conforme indicações na embalagem.
265/IV Café – Extrato aquoso
A determinação do extrato aquoso indica a quantidade de extrato solúvel do café e
representa um dado valioso, principalmente quando temos misturas de outras substâncias no
café. O método é aplicável à amostras em pó provenientes de café em grãos torrados e café
torrado e moído. O método consiste de uma extração a quente (ebulição) com água.
IAL - 491
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, chapa de aquecimento com refrigerador de reluxo, estufa, dessecador com sílica gel, espátula, pinça, béqueres de 50 e 100 mL, frasco
Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada, frasco Erlenmeyer de 500 mL, balão volumétrico de 500 mL, funil de vidro de 10 cm e pipeta volumétrica de 50 mL.
Procedimento – Pese 2 g da amostra em béquer de 50 mL. Transira para um frasco
Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada com auxilio de 200 mL de água quente.
Adapte o refrigerador de reluxo ao frasco e deixe em ebulição por uma hora. Transira a
solução ainda quente para um balão volumétrico de 500 mL. Lave o frasco com 100 mL de
água quente e transira esta água para o balão. Resfrie o balão e complete o volume com água.
Filtre para um frasco Erlenmeyer de 500 mL. Pipete 50 mL do iltrado e transira para um
béquer de 100 mL, previamente tarado em estufa a 105°C. Evapore em banho-maria até a
secagem. Aqueça em estufa a 105°C por uma hora, resfrie em dessecador e pese.
Cálculo
N = nº de g do extrato aquoso
P= nº de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOFLO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v 1: Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed. 1985. p. 190.
266/IV Café – Determinação de cafeína pelo método espectrofotométrico
A cafeína pode ser determinada por vários métodos, sendo comum a todos eles a
necessidade de uma extração e puriicação inicial. A partir desta extração, a dosagem poderá
ser feita por espectrofotometria na região ultravioleta ou por cromatograia líquida de alta
resolução. Os métodos espectrofotométricos baseados na absorção característica da cafeína a
274 nm são os mais recomendáveis para a rotina. A etapa precedente à quantiicação é realizada por extração ácida, ou seja, pela carbonização seletiva da matéria orgânica da amostra
com ácido sulfúrico para a liberação da cafeína, seguida de sua extração com clorofórmio. A
cafeína extraída é quantiicada por espectrofotometria na região ultravioleta a 274 nm.
492 - IAL
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
Material
Balança analítica, estufa, banho-maria, rotavapor, espectrofotômetro UV/VIS, dessecador
com sílica gel, espátula, pinça, béquer de 100 mL, pipeta graduada de 5 mL, funil de separação de 500 mL, funis de vidro de 7 e 10 cm, balão de fundo chato de 300 mL com junta
esmerilhada, balões volumétricos de 100 e 1000 mL e bureta de 10 mL.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Clorofórmio
Cafeína anidra
Procedimento - Pese 1 g de amostra em béquer de 100 mL. Adicione cuidadosamente, evitando a formação de grumos, com auxilio de um bastão de vidro, 4 mL de ácido sulfúrico.
Homogeneíze. Aqueça em banho-maria por 15 minutos, agitando ocasionalmente. Adicione, com cuidado, 50 mL de água quente. Aqueça em banho-maria por mais 15 minutos.
Filtre a quente para um funil de separação de 500 mL através de papel de iltro umedecido
com água. Lave o béquer e o iltro com 3 porções de 10 mL de água quente acidulada com
o ácido sulfúrico. Receba o iltrado e as águas de lavagem no funil de separação. Deixe o
iltrado esfriar. Adicione 30 mL de clorofórmio e agite por dois minutos. Espere separar as
camadas. Decante a camada do clorofórmio (inferior) através de papel de iltro umedecido
com clorofórmio, para um balão de fundo chato de 300 mL. Repita a extração com mais três
porções de 30 mL de clorofórmio. Evapore o extrato de clorofórmio obtido, em rotavapor.
Dissolva o resíduo com água quente, iltrando para um balão volumétrico de 1000 mL.
Deixe esfriar. Complete o volume com água e homogeneíze. Meça a absorbância a 274 nm,
em espectrofotômetro. Determine a quantidade de cafeína correspondente, usando curvapadrão previamente estabelecida.
Nota: no caso de café torrado e moído descafeinado, a diluição inal será para um balão volumétrico de 200 mL.
Curva-padrão – Seque a cafeína em estufa a 105°C durante uma hora. Resfrie em dessecador. Prepare uma solução-estoque de cafeína com 10 mg/100 mL de água. Com auxílio de
bureta de 10 mL, transira alíquotas de 2, 3, 5, 7, 8, 10 e 15 mL para balões volumétricos
de 100 mL. Complete o volume com água e homogeneíze. Meça a absorbância a 274 nm,
usando um branco de água para calibração do espectrofotômetro. Com os valores obtidos,
construa a curva-padrão por regressão linear dos valores de absorbância obtidos (eixo y) e das
concentrações de cafeína (eixo x) expressa em mg/100 mL. Utilize nos cálculos os valores dos
coeicientes linear e angular da reta (absortividade considerando o caminho óptico da cubeta
de 1 cm).
IAL - 493
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
A = absorbância da amostra
b = coeiciente linear da reta obtida na curva-padrão
a = absortividade (coeiciente angular da reta obtida na curva-padrão)
v = volume em mL da diluição do resíduo de cafeína
P = massa da amostra em g
Referências Bibliográficas
CORTES, F.F. Nota sobre um novo processo de doseamento de cafeína no café. Rev.
Soc. Bras. Quim., v. 4, p. 105, 1933 (Nota prévia).
INSTITUTO ADOFLO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IMESP. 3.ed 1985. p. 190192.
Infusão do café
A infusão do café consiste na bebida preparada a partir do pó de café torrado e moído
em água fervente seguida de iltração, cujas proporções seguem geralmente as instruções de
modo de preparo descritas na embalagem.
A análise da infusão do café iltrado inclui as determinações de resíduo seco, cinzas,
lipídios, protídios, descritos neste capítulo, carboidratos por diferença e eventualmente minerais (cap. XXIII).
Nota: na infusão, o teor de nitrogênio procedente da cafeína não é signiicativo, podendo não
ser descontado do teor de nitrogênio total, para ins do cálculo do teor de proteína.
267/IV Infusão do café – Determinação do resíduo seco
Procedimento – Prepare a infusão aquosa do café conforme modo de preparo descrito na
embalagem. Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 20 mL da infusão para uma
cápsula de porcelana, previamente tarada em estufa e proceda como em 015/IV.
494 - IAL
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
268/IV Infusão do café – Determinação de cinzas
Procedimento - Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 20 mL da infusão para
uma cápsula de porcelana, previamente tarada em mula a 550°C e proceda como em 018/
IV.
269IV Infusão do café – Determinação de lipídios
Material
Estufa, rotavapor, dessecador com sílica gel, pinça, pipeta volumétrica de 50 mL, funil de
separação de 500 mL, proveta de 100 mL, funis de vidro de 7 e 10 cm e balão de fundo chato
de 300 mL com boca esmerilhada.
Reagentes
Clorofórnio
Metanol
Sulfato de sódio anidro
Procedimento – Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 50 mL da infusão para
um funil de separação de 500 mL. Adicione 100 mL de clorofórmio e 100 mL de metanol.
Agite o funil de separação por cinco minutos. Espere separar as camadas. Decante a camada
do clorofórmio (inferior) e iltre através de papel de iltro contendo sulfato de sódio anidro,
para um balão de fundo chato com boca esmerilhada de 300 mL tarado a 105°C. Lave o papel
de iltro com clorofórmio. Evapore o solvente num rotavapor e proceda como em 353/IV.
270IV Infusão do café – Determinação de protídios
Procedimento – Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 20 mL da infusão diretamente para o balão de Kjeldahl e proceda como em 036/IV ou 037/IV.
Café solúvel
Café solúvel ou extrato de café desidratado é o produto obtido da desidratação ou
secagem apropriada do extrato aquoso do café (Coffea arábica e outras espécies do gênero
Coffea) torrado e moído, apresentando-se na forma de pó ou granulado. O produto tende a
ser higroscópico, devendo ser mantido em recipiente hermeticamente fechado.
IAL - 495
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
A análise do café solúvel inclui as determinações de umidade por Karl Fischer (014/
IV) ou como avaliação preliminar, por aquecimento direto a vácuo a 70°C (013/IV), cinzas
(018/IV), pH, cafeína e glicídios redutores e não redutores em glicose, descritos neste capítulo.
Caso seja necessário para ins de informação nutricional, podem ser realizadas as determinações de resíduo seco, cinzas, lipídios, protídios, carboidratos por diferença e eventualmente minerais (cap. XXIII), no café solúvel preparado conforme indicações da embalagem.
271/IV Café solúvel – Determinação do pH
Procedimento – Prepare uma solução aquosa a 2% m/v da amostra de café solúvel e proceda
como em 017/IV.
272/IV Café solúvel – Determinação de cafeína
Procedimento – Pese 0,5 g da amostra e proceda como em 266/IV para cafeína em café
torrado e moído. No caso do café solúvel descafeinado, faça a diluição do resíduo do extrato
clorofórmico para um balão de 200 mL.
273/IV Café solúvel – Determinação de glicídios redutores e não redutores em glicose
Os métodos de determinação de glicídios estão baseados nas propriedades físicas das
suas soluções ou no poder redutor dos glicídios mais simples. O método gravimétrico resume-se em pesar uma quantidade de óxido de cobre I precipitado de uma solução de cobre II
por um volume conhecido da solução de glicídios redutores. O peso do precipitado (Cu2O)
é convertido em glicose de acordo com a Tabela 1.
Material
Balança analítica, chapa de aquecimento com refrigerador de reluxo, chapa elétrica, estufa, bomba de vácuo, dessecador com sílica gel, espátula, pinça, béquer
de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada, frasco Erlenmeyer de 300 mL, balão volumétrico de 250 mL, balão de fundo chato de 250
mL, funil de vidro de 10 cm, bureta de 25 mL, pipeta graduada de 5 mL, pipeta volumétrica de 25 mL, proveta de 100 mL, cadinho de vidro com placa porosa
nº 4 e kitassato.
496 - IAL
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
Reagentes
Ácido clorídrico
Hidróxido de sódio a 40% m/v
Ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Acetato de zinco a 12% m/v
Soluções de Fehling A e B (Apêndice I)
Procedimento - Pese 2 g de amostra em béquer de 100 mL. Transira para um frasco
Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada com auxílio de 100 mL de água. Adicione
5 mL de ácido clorídrico. Coloque em chapa de aquecimento e adapte o refrigerador de
reluxo ao frasco e deixe em ebulição por três horas. Espere esfriar a solução e adicione
hidróxido de sódio a 40%, elevando o pH próximo de 6,5, acompanhando com auxílio de
papel indicador. Transira quantativamente para balão volumétrico de 250 mL com auxilio
de água. Adicione 5 mL de ferrocianeto de potássio a 6% e 5 mL de acetato de zinco a
12%. Complete o volume, agite, deixe 15 minutos em repouso e iltre. Veriique o pH e, se
necessário, adicione mais algumas gotas de hidróxido de sódio a 40%, até que a solução se
torne alcalina, com pH próximo de 9 e iltre novamente a solução. Em um balão de fundo
chato de 250 mL, adicione 25 mL da solução de Fehling A e 25 mL da solução de Fehling B
e 30 mL de água. Leve para aquecer na chapa elétrica até entrar em ebulição. Adicione 20 mL
do iltrado por intermédio de uma bureta. Deixe em ebulição por dois minutos, para formar
o precipitado de óxido de cobre I. A solução deve permanecer azul demonstrando que os
reagentes estão em excesso em relação à quantidade de glicose presente na amostra. Filtre a
solução quente através de cadinho de placa porosa nº 4, tarado em estufa a 105°C acoplado
ao kitassato, com auxílio de bomba de vácuo. Lave o balão com água quente, até completa
remoção do precipitado. Caso o resíduo de óxido de cobre I (Cu2O) ique retido nas paredes
do balão, coloque algumas pérolas de vidro ou cacos de porcelana e deixe ferver com um
pouco de água, agitando vigorosamente em movimento circular. Filtre para o cadinho,
tomando cuidado para não verter as pérolas de vidro ou cacos de porcelana no cadinho.
Seque o cadinho em estufa a 105°C durante uma hora, esfrie em dessecador e pese.
Cálculo
Veriique, na Tabela 1 de conversão, a quantidade de glicose em mg correspondente à massa
obtida de óxido de cobre I em mg. Caso não encontre o valor exato, faça uma regra de três.
IAL - 497
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
A = volume em mL da solução de P g da amostra
a = massa de glicose em g obtida na Tabela 1
P = massa da amostra em g
V = volume em mL da solução da amostra usado na titulação
Tabela 1 – Conversão de mg de óxido de cobre I em mg de glicose
Cu2O
Glicose
11.3
4.6
12.4
5.1
13.5
5.6
14.6
6.0
15.8
6.5
16.9
7.0
18.0
7.5
19.1
8.0
20.3
8.5
21.4
8.9
22.5
9.4
23.6
9.9
Cu2O
Glicose
24.8
10.4
25.9
10.9
27.0
11.4
28.1
11.9
29.3
12.3
30.4
12.8
31.5
13.3
32.6
13.8
33.8
14.3
34.9
14.8
36.0
15.3
37.2
15.7
Cu2O
Glicose
38.3
16.2
39.4
16.7
40.5
17.2
41.7
17.7
42.8
18.2
43.9
18.7
45.0
19.2
46.2
19.7
47.3
20.1
48.4
20.6
49.5
21.1
50.7
21.6
Cu2O
Glicose
51.8
22.1
52.9
26.6
54.0
23.1
55.2
23.6
56.3
24.1
57.4
24.6
58.5
25.1
59.7
25.6
60.8
26.1
61.9
26.5
63.0
27.0
64.2
27.5
Cu2O
Glicose
65.3
28.0
66.4
28.5
67.6
29.0
68.7
29.5
69.8
30.0
70.9
30.5
72.1
31.0
73.2
31.5
74.3
32.0
75.4
32.5
76.6
33.0
77.7
33.5
Cu2O
Glicose
78.8
34.0
79.9
34.5
81.1
35.0
82.2
35.5
83.3
36.0
84.4
36.5
85.6
37.0
86.7
37.5
87.8
38.0
88.9
38.5
90.1
39.0
91.2
39.5
Cu2O
Glicose
92.3
40.0
93.4
40.5
94.6
41.0
95.7
41.5
96.8
42.0
97.9
42.5
99.1
43.0
100.2
43.5
101.3
44.0
102.5
44.5
103.6
45.0
104.7
45.5
Cu2O
Glicose
105.8
46.0
107.0
46.5
108.1
47.0
109.2
47.5
110.3
48.0
111.5
48.5
112.6
49.0
113.7
49.5
114.8
50.0
116.0
50.6
117.1
51.1
118.2
51.6
Cu2O
Glicose
119.3
52.1
120.5
52.6
121.6
53.1
122.7
53.6
123.8
54.1
125.0
54.6
126.1
55.1
127.2
55.6
128.3
56.1
129.5
56.7
130.6
57.2
131.7
57.7
Cu2O
Glicose
132.8
58.2
134.0
58.7
135.1
59.2
136.2
59.7
137.4
60.2
138.5
60.7
139.6
61.3
140.7
61.8
141.9
62.3
143.0
62.8
144.1
63.3
145.2
63.8
Cu2O
Glicose
146.4
64.3
147.5
64.9
148.6
65.4
149.7
65.9
150.9
66.4
152.0
66.9
153.1
67.4
154.2
68.0
155.4
68.5
156.5
69.0
157.6
69.5
158.7
70.0
Cu2O
Glicose
159.9
70.5
161.0
71.1
162.1
71.6
163.2
72.1
164.4
72.6
165.5
73.1
166.6
73.7
167.8
74.2
168.9
74.7
170.0
75.2
171.1
75.7
172.3
76.3
Cu2O
Glicose
173.4
76.8
174.5
77.3
175.6
77.8
176.8
78.3
177.9
78.9
179.0
79.4
180.1
79.9
181.3
80.4
182.4
81.0
183.5
81.5
184.6
82.0
185.8
82.5
Cu2O
Glicose
186.9
83.1
188.0
83.6
189.1
84.1
190.3
84.6
191.4
85.2
192.5
85.7
193.6
86.2
194.8
86.7
195.9
87.3
197.0
87.8
198.1
88.3
199.3
88.9
Cu2O
Glicose
200.4
89.4
201.5
89.9
202.7
90.4
203.8
91.0
204.9
91.5
206.0
92.0
207.2
92.6
208.3
93.1
209.4
93.6
210.5
94.2
211.7
94.7
212.8
95.2
Cu2O
Glicose
213.9
95.7
215.0
96.3
216.2
96.8
217.3
97.3
218.4
97.9
219.5
98.4
220.7
98.9
221.8
99.5
222.9
100.0
224.0
100.5
225.2
101.1
226.3
101.6
498 - IAL
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
Cu2O
Glicose
227.4
102.2
228.5
102.7
229.7
103.2
230.8
103.8
231.9
104.3
233.0
1104.8
234.2
105.4
235.3
105.9
236.4
106.5
237.6
107.0
238.7
107.5
239.8
108.1
Cu2O
Glicose
240.9
108.6
242.1
109.2
243.1
109.7
244.3
110.2
245.4
110.8
246.6
111.3
247.7
111.9
248.8
112.4
249.9
112.9
251.1
113.5
252.2
114.0
253.3
114.6
Cu2O
Glicose
254.4
115.1
255.6
115.7
256.7
116.2
257.8
116.7
258.9
117.3
260.1
117.8
261.2
118.4
262.3
118.9
263.4
119.5
264.6
120.0
265.7
120.6
266.8
121.1
Cu2O
Glicose
268.0
121.7
269.1
122.2
270.2
122.7
271.3
123.3
272.5
123.8
273.6
124.4
274.7
124.9
275.8
125.5
277.0
126.0
278.1
126.6
279.2
127.1
280.3
127.7
Cu2O
Glicose
281.5
128.2
282.6
128.8
283.7
129.3
284.8
129.9
286.0
130.4
287.1
131.0
288.2
131.6
289.3
132.1
290.5
132.7
291.6
133.2
292.7
133.8
293.8
134.3
Cu2O
Glicose
295.0
134.9
296.1
135.4
297.2
136.0
298.3
136.5
299.5
137.1
300.6
137.7
301.7
138.2
302.9
138.8
304.0
139.3
305.1
139.9
306.2
140.4
307.4
141.0
Cu2O
Glicose
308.5
141.6
309.6
142.1
310.7
142.7
311.9
143.2
313.0
143.8
314.1
144.4
315.2
144.9
316.4
145.5
317.5
146.0
318.0
6146.6
319.7
147.2
320.9
147.7
Cu2O
Glicose
322.0
148.3
323.1
148.8
324.2
149.4
325.4
150.0
326.5
150.5
327.6
151.1
328.7
151.7
329.9
152.2
331.0
152.8
332.1
153.4
333.3
153.9
334.4
154.5
Cu2O
Glicose
335.5
155.1
336.6
155.6
337.8
156.2
338.9
156.8
340.0
157.3
341.1
157.9
342.3
158.5
343.4
159.0
344.5
159.6
345.6
160.2
346.8
160.7
347.9
161.3
Cu2O
Glicose
349.0
161.9
350.1
162.5
351.3
163.0
352.4
163.6
353.5
164.2
354.6
164.7
355.8
165.3
356.9
165.9
358.0
0166.5
359.1
167.0
360.3
167.6
361.4
168.2
Cu2O
Glicose
362.5
168.8
363.6
169.3
364.8
169.9
365.9
170.5
367.0
171.1
368.2
171.6
369.3
172.2
370.4
172.8
371.5
173.4
372.7
173.9
373.8
174.5
374.9
175.1
Cu2O
Glicose
376.0
175.7
377.2
176.3
378.3
176.8
379.4
177.4
380.5
178.0
381.7
178.6
382.8
179.2
383.9
179.7
385.0
180.3
386.2
180.9
387.3
181.5
388.4
182.1
Cu2O
Glicose
389.5
182.7
390.7
183.2
391.8
183.8
392.9
184.4
394.0
185.0
395.2
185.6
396.3
186.2
397.4
186.8
398.5
187.3
399.7
187.9
400.8
188.5
401.9
189.1
Cu2O
Glicose
403.1
189.7
404.2
190.3
405.3
190.9
406.4
191.5
407.6
192.0
408.7
192.6
409.8
193.2
410.9
193.8
412.0
1194.4
413.2
195.0
414.3
195.6
415.4
196.2
Cu2O
Glicose
416.6
196.8
417.7
197.4
418.8
198.0
419.9
198.5
421.1
199.1
422.2
199.7
423.3
200.3
424.4
200.9
425.6
201.5
426.7
202.1
427.8
202.7
428.9
203.3
Cu2O
Glicose
430.1
203.9
431.2
204.5
432.3
205.1
433.5
205.7
434.6
206.3
435.7
206.9
436.8
207.5
438.0
208.1
439.1
208.7
440.0
2209.3
441.0
3209.9
442.5
210.5
Cu2O
Glicose
443.6
211.1
444.7
211.7
445.8
212.3
447.0
212.9
448.1
213.5
449.2
214.1
450.3
214.7
451.5
215.3
452.6
215.9
453.7
216.5
454.8
217.1
456.0
217.8
Cu2O
Glicose
457.1
218.4
458.2
219.0
459.3
219.6
460.5
220.2
461.6
220.8
462.7
221.4
463.0
8222.0
465.0
222.6
466.1
223.3
467.2
223.9
468.4
224.5
469.5
225.1
Cu2O
Glicose
470.6
225.7
471.7
226.3
472.9
227.0
474.0
227.6
475.1
228.2
476.2
228.8
477.4
229.5
478.5
230.1
479.6
230.7
480.7
231.4
481.9
232.0
483.0
232.7
Cu2O
Glicose
484.1
233.3
485.2
234.0
486.4
234.7
487.5
235.3
488.6
236.1
489.7
236.9
Fonte: A.O.A.C. Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists – 1995 – Appendix C, p. 57-65
IAL - 499
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists. (method 44.115) 16 th
ed. Arlington: A.O.A.C., 1995. chapter 44. p. 8.
Café solúvel preparado
O café solúvel preparado consiste na bebida preparada a partir do café solúvel
(em pó ou granulado) dissolvido em água, cujas proporções seguem geralmente as instruções de modo de preparo descritas na embalagem. A análise do café solúvel preparado inclui as determinações de resíduo seco, cinzas, lipídios, protídios, carboidratos
por diferença e eventualmente minerais (cap. XXIII). A determinação de resíduo seco
deve ser realizada na bebida preparada conforme indicações na embalagem e as demais
determinações no produto tal qual se apresenta (pó ou granulado), sendo que os resultados devem ser convertidos para a bebida preparada, considerando a proporção entre
água e café solúvel indicados para a porção, na rotulagem.
274/IV Café solúvel preparado – Determinação do resíduo seco
Procedimento – Prepare a solução aquosa de café solúvel, cujas proporções seguem as
instruções de modo de preparo descrito na embalagem. Transira, com auxílio de uma
pipeta volumétrica, 20 mL da solução para uma cápsula de porcelana, previamente
tarada e proceda como em 015/IV.
Chá
Chá é o produto constituído de partes de vegetais, inteiras, fragmentadas ou
moídas, obtido por processo tecnológico apropriado à cada espécie, utilizado exclusivamente na preparação de bebida alimentícia por infusão ou decocção em água potável,
não podendo ter inalidade farmacoterapêutica.
A análise do chá inclui entre as principais determinações, umidade por aquecimento direto a 105°C (012/IV), cinzas (018/IV), cinzas insolúveis em ácido clorídrico
(024/IV), extrato aquoso (265/IV), cafeína (266/IV) e óleos essenciais (503/IV).
500 - IAL
Capítulo XII - Café, Chá e Derivados
Caso seja necessário para ins de informação nutricional, podem ser realizadas na
infusão do chá as determinações de resíduo seco, cinzas, lipídios, protídios e descritos
neste capítulo, carboidratos por diferença e, eventualmete, minerais (cap. XXIII).
Infusão do chá
A infusão do chá consiste na bebida preparada a partir da decocção do chá em
água fervente, seguida de iltração, conforme as instruções de modo de preparo descritas
na embalagem.
As determinações realizadas na infusão do chá, seguem os mesmos procedimentos descritos para infusão de café.
Mate
Erva mate ou simplesmente mate é o produto constituído pelas folhas e ramos
das variedades de Ilex paraguariensis, na forma inteira ou moída, obtido por tecnologia
apropriada. Quando as folhas são secas e tostadas, constituem o mate queimado ou
simplesmente mate e quando não são denominadas mate verde.
As determinações usuais entre outras incluem: umidade por aquecimento direto a 105°C (012/IV), cinzas (018/IV), cinzas insolúveis em ácido clorídrico (024/
IV),extrato aquoso (265/IV) e cafeína (266/IV). Caso seja necessário para ins de informação nutricional, podem ser realizadas na infusão do mate as determinações de
resíduo seco, cinzas, lipídios, protídios, carboidratos por diferença e eventualmente
minerais (cap. XXIII).
275/IV Mate – Determinação de cafeína
Procedimento – Pese 2 g da amostra e proceda como em determinação de cafeína em
café torrado e moído (266/IV).
Infusão do mate
A infusão do mate consiste na bebida preparada a partir do mate em água fervente seguida de iltração, conforme as instruções de modo de preparo descritas na
embalagem. As determinações realizadas na infusão do mate seguem os mesmos procedimentos descritos para infusão do café.
Mate solúvel
IAL - 501
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
CAPÍTULO
XIII
CARNES E
PRODUTOS
CÁRNEOS
IAL - 503
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
504 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
XIII
CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS
Carnes
enominam-se carnes as partes musculares comestíveis das diferentes espécies
de animais de açougue, manipuladas em condições higiênicas e provenientes
de animais que ao abate se apresentam em boas condições de saúde, certiicados por médico veterinário responsável pelo serviço de inspeção. As carnes
frescas ou in natura deverão ser entregues ao consumo conservadas sob refrigeração, sendo avaliadas quanto à sua segurança higiênico-sanitária, classiicação, presença de conservadores, características físico-químicas, microscópicas, microbiológicas e sensoriais.
D
A composição da carne depende da espécie animal, raça, sexo, maturidade, regime
alimentar e localização anatômica do músculo, entre outras características. Em geral, a
carne contém aproximadamente 75% de seu peso em água (com variação de 65 a 80%).
As proteínas representam 19% (com variação de 16 a 22%) e são um dos componentes
mais importantes no aspecto nutricional. As substâncias nitrogenadas não protéicas (ATP,
ADP, IMP, NAD, NADP, creatina, aminoácidos livres etc.) totalizam 1,5%. O conteúdo lipídico da carne é muito variável, entre 1,5 e 13%. O teor de carboidratos é baixo,
variando de 0,5 a 1,3% do peso. Além disso, as carnes contêm numerosos compostos
inorgânicos que, somados, totalizam 1%.
As determinações de umidade (012/IV), proteínas (036/IV ou 037/IV), carboidratos (041/IV), cinzas (018/IV), gorduras (032/IV), gorduras saturadas (053/
IV), sódio (cap. XXIII) e colesterol são procedentes em estudos nutricionais, composição para formulações e rotulagem. Eventualmente, pode tornar-se pertinente determinar o valor de pH (017/IV), a presença de aditivos como: fosfatos
(031/IV), corantes artiiciais (051/IV) e nitritos, bem como a presença de resíduos de
pesticidas (cap. XX), hormônios e antibióticos, a pesquisa de substâncias anti-oxidantes,
IAL - 505
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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como sulitos, utilizados para mascarar processos de alteração que a carne sofre durante
a estocagem (deterioração) e de contaminantes inorgânicos como arsênio, estanho e
chumbo (cap. XXIII).
As carnes e seus derivados estão sujeitos a alterações por reações químicas, físicas e
microbiológicas. As alterações físicas e químicas decorrem principalmente da modiicação e/ou degradação de proteínas e lipídios, que é provocada tanto pela ação de agentes
naturais, por exemplo, o oxigênio, como por enzimas hidrolíticas endógenas naturalmente presentes na carne e ainda por outras substâncias (enzimas, peptídios, aminas etc.)
produzidas por microrganismos. A decomposição dos aminoácidos sulfurados da carne,
com desprendimento de compostos de enxofre, poderá ser avaliada qualitativamente pela
reação de Éber para gás sulfídrico (004/IV). A reação de Éber para amônia (005/IV)
poderá ser utilizada para evidenciar o início das alterações deteriorativas das carnes. Além
da ação enzimática, a deterioração também pode resultar de reações oxidativas, como,
por exemplo, a oxidação lipídica, que é uma alteração dependente da disponibilidade de
oxigênio, da temperatura de armazenamento e da composição do músculo, evidenciada
qualitativamente pela reação de Kreis (279/IV). As condições higiênico-sanitárias dos
estabelecimentos processadores, manipuladores, distribuidores e comerciais também são
fatores de destaque na determinação da aceitabilidade das carnes, pois estas oferecem condições favoráveis para o crescimento de bactérias, sendo importantes tanto as deteriorativas como as patogênicas, que podem chegar ao produto pela inadequada manipulação.
Portanto, todos esses aspectos poderão comprometer as características sensoriais, assim
como a qualidade nutricional e microbiológica das carnes.
Preparo da Amostra
Retire porções de várias regiões da peça, sem grandes vasos, ossos, peles, tecidos
adiposos e aponevroses, tendo, entretanto, o cuidado de não descaracterizar a amostragem. Homogeneíze passando o material três vezes em moedor de carne, utilizando disco
de 3 mm de diâmetro. Misture bem após cada moagem. Alternativamente, utilize um
processador de alimentos para o preparo da amostra. Particular atenção deve ser dada a
certos tipos e/ou cortes de carne, para assegurar distribuição uniforme de gordura e tecido
conjuntivo na moagem, sempre objetivando que a amostragem represente realmente a
peça inicial ou amostra recebida. A cada intervalo, reincorpore com auxílio de espátula a
gordura aderida à superfície do equipamento e o tecido conjuntivo preso nas facas. Utilize
amostra representativa com peso de 200 g. Coloque a amostra em frasco hermeticamente fechado. De preferência, comece imediatamente todas as determinações. Se houver
alguma interrupção, mantenha a amostra sob refrigeração para inibir a decomposição.
Guarde a 5°C por até 24 h ou congele a amostra a -18°C. No momento da pesagem, ho506 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
mogeneíze reincorporando a possível separação de líquido, gelatina ou gordura.
Características Sensoriais
O exame sensorial da aparência, textura, odor e sabor é de grande importância, pois
são essas características as que mais se alteram no início da deterioração das carnes.
Aparência – Própria de cada espécie, uniforme, sem acúmulo sangüíneo, sem corpos estranhos e sem presença de limo na superfície. A gordura deve ser de uma tonalidade que
varia de branca a amarela e não deve apresentar pontos hemorrágicos. A cor das carnes
deve ser uniforme, sem manchas escuras ou claras, variando nas espécies bovina e bubalina, do vermelho-escuro ou pardacento ao vermelho-cereja ou claro; na espécie suína,
a superfície de corte deverá apresentar-se com uma aparência marmórea (em diferentes
níveis ou intensidades), sem lacidez e não exsudativa, apresentando matizes de vermelhorosado-escuro (carne suína escura, irme e seca – Tipo DFD) ou vermelho-róseo (carne
suína fresca) a róseo-pálido ou esbranquiçado (carne suína pálida, mole e exsudativa –
Tipo PSE). Nos eqüinos e muares, seu tom é vermelho-escuro, enquanto nas aves varia
de amarelo-avermelhado ao amarelo-esbranquiçado. Essas colorações podem também ser
relacionadas ao frescor e ao tempo de exposição do corte ao ambiente, pois à medida que
o corte envelhece há escurecimento da superfície, que se torna progressivamente escura
ou acinzentada, podendo apresentar iridicência ou colorações esverdeada e azulada, pela
ação de microrganismos.
Textura – A textura da carne normalmente é irme, compacta, elástica e ligeiramente
úmida. A gordura deve mostrar-se irme ao tato. No início da putrefação, a superfície
torna-se viscosa ou limosa e a carne perde a irmeza.
Odor – As carnes frescas devem apresentar um odor suave, agradável e característico de
cada espécie, tornando-se amoniacal, sulfídrico e depois pútrido, quando em estado de
deterioração. A gordura também deve ter odor suave e característico, sendo indicativos
de alteração os odores modiicados ou o odor a ranço. O odor da carne suína tende a ser
mais intenso em animais inteiros (odor espermático), sendo mais perceptível quando a
carne é aquecida (276/IV), o que facilita o desprendimento e, portanto, a percepção dos
odores impróprios ou alterados.
Sabor – Suave e característico, próprio de cada espécie. O sabor varia consideravelmente
segundo a espécie, raça, idade e regime alimentar do animal. Um complexo conjunto de
substâncias químicas é responsável pelo sabor da carne.
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276/IV Prova de cocção
A prova de cocção auxilia na determinação das alterações das características sensoriais
de aparência, odor, textura e sabor, sendo utilizada para carne fresca, carne cozida e produtos
cárneos. O aquecimento da amostra facilita o desprendimento de vapores e, portanto, a percepção de odores impróprios ou alterados. Fundamenta-se na observação das modiicações de
textura, odor e sabor ocorridas nos alimentos em início de decomposição, ressaltadas quando
a amostra é submetida ao aquecimento.
Material
Bico de Bünsen, chapa aquecedora ou banho-maria, balança semi-analítica, béquer de
250 mL e vidro de relógio.
Procedimento – Utilize amostra moída devidamente homogeneizada. Em um béquer de
250 mL, coloque aproximadamente 20 g de amostra, cubra com água e tampe com vidro
de relógio. Aqueça até o início dos primeiros vapores, destampe e perceba o odor dos vapores produzidos. O odor amoniacal ou sulfídrico é facilmente identiicado. Ferva por mais 5
minutos e observe as características da carne e do caldo. O sabor deve ser próprio e a textura
irme.
Referência bibliográfica
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório
Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oficiais para controle de produtos de origem
animal e seus ingredientes. II – Métodos físicos e químicos. Brasília (DF), 1981. cap. I, p. 2.
277/IV Prova para sulfito com verde de malaquita
Baseia-se na mudança de cor do corante orgânico verde de malaquita na presença de
anidrido sulfuroso e de sulitos.
Material
Balança semi-analítica, espátula, cápsula de porcelana e pipeta graduada de 1 mL.
Reagente
Solução de verde malaquita a 0,02% m/v
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Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Procedimento – Pese 3,5 g da amostra em cápsula de porcelana. Acrescente 0,5 mL da
solução de verde malaquita. Misture com o auxílio de espátula por 1 a 2 minutos. A presença
de sulito na amostra descora a solução de verde malaquita. Na ausência de sulito, a amostra
adquire uma coloração verde azulada.
Nota: esta reação também é positiva para outros agentes redutores. No caso de positividade
realize teste conirmatório (049/IV) ou (050/IV).
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 268-269.
278/IV Prova para nitritos
Nitritos de sódio ou de potássio são conservadores usados em produtos cárneos. Estão
relacionados com a obtenção de cor e sabor e com as atividades antioxidante e antimicrobiana, contudo, proibidos em carnes frescas e congeladas. Demonstrou-se que os nitritos reagem
com certas aminas formando as nitrosaminas, substâncias potencialmente cancerígenas. No
organismo infantil, os nitritos interagem com a hemoglobina afetando o transporte de oxigênio, resultando em condição patológica denominada metemoglobinemia. A determinação
qualitativa da presença dos nitritos em carnes frescas ou congeladas é feita pela reação de
Griess-Ilosvay. Baseia-se na reação de diazotação dos nitritos com ácido sulfanílico e copulação com cloridrato de alfa-naftilamina em meio ácido, formando o ácido alfa-naftilamino-pazobenzeno-p-sulfônico, de coloração rósea.
Material
Tubos de ensaio de 25 mL, papel de iltro qualitativo e pipetas graduadas de 1 e 10 mL.
Reagentes
Solução de ácido sulfanílico – Pese 0,5 g de ácido sulfanílico e dissolva em 150 mL de solução
aquosa de ácido acético (1+4).
Solução de cloridrato de alfa-naftilamina – Dissolva 0,4 g de cloridrato de alfa-naftilamina
em 150 mL de ácido acético (1+4). Se não dissolver bem, aqueça, deixe em repouso e decante
ou iltre em algodão.
IAL - 509
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Procedimento – Faça um macerado da amostra com água e iltre. Em um tubo de ensaio,
pipete 10 mL do iltrado, adicione 1 mL da solução de ácido sulfanílico e agite. Adicione 1
mL de cloridrato de alfa-naftilamina e agite fortemente. Em presença de nitritos, haverá formação de coloração rósea mais ou menos intensa, dependendo da quantidade de nitrito que
foi adicionada.
Nota: amostras que possuem nitrito em excesso produzem com o reativo de Griess-IIosvay
uma coloração vermelha fugaz, que passa a amarela-parda como se fosse prova negativa.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.100-101.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oficiais para controle de produtos de
origem animal e seus ingredientes. II – Métodos físicos e químicos. Brasília (DF),1981. cap. I,
p. 5-6.
Produtos cárneos
Os produtos cárneos são preparados com carnes de animais de açougue, sadios e abatidos sob inspeção sanitária, ou outros tecidos animais comestíveis, submetidos a processos
tecnológicos adequados, crus ou cozidos. Os produtos são classiicados segundo a forma, o
tamanho, o sistema de acondicionamento, o processo ou a técnica de fabricação e condimentação. As características sensoriais de aparência devem ser próprias e a superfície deve
apresentar-se com características típicas para cada produto. Modiicações como superfície
úmida, limosa, sebosa, pegajosa ou viscosa indicam alteração. O invólucro não deve estar daniicado. O produto deve traduzir a utilização de tecnologia adequada para a sua elaboração.
A coloração deve ser uniforme e característica, rósea no produto curado cozido e avermelhada
no curado cru, sem manchas ou alterações (esverdeada ou pardacenta) da cor característica. A
consistência deve ser própria, com maior ou menor irmeza conforme o tipo de produto. O
odor e o sabor devem ser característicos e a parte gordurosa não deve apresentar-se com odor
ou sabor a ranço. As determinações usuais são, entre outras, pH (017/IV), umidade (012/
IV), proteínas (036/IV ou 037/IV), carboidratos (041/IV), cinzas (018/IV), gorduras (032/
IV), gorduras saturadas (053/IV), colesterol, sódio (cap. XXIII), cloretos em cloreto de
sódio (028/IV ou 029/IV), corantes artiiciais (051/IV), reação de Éber para amônia (005/
IV), prova de rancidez nas partes gordurosas, amido, hidroxiprolina, prova para formaldeído,
conservadores nitritos e nitratos e proteínas de soja.
279/IV Reação de Kreis
510 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
A prova para ranço na gordura pela reação de Kreis é válida para produtos cárneos e
partes gordurosas de carnes. Rancidez é o nome que se dá às alterações no odor e no sabor
dos óleos e gorduras. A loroglucina reage em meio ácido com os produtos de oxidação dos
triglicerídios, resultando em composto de condensação de coloração rósea ou vermelha, cuja
intensidade é proporcional à oxidação.
Material
Rotavapor, balança semi-analítica, papel de iltro, frasco Erlenmeyer de 500 mL com boca
esmerilhada e tampa, balão de fundo chato de 300 mL com boca esmerilhada, proveta de
150 mL, proveta de 50 mL com boca esmerilhada e tampa, pipeta de 5 mL, funil e papel de
iltro qualitativo.
Reagentes
Éter
Ácido clorídrico
Solução de loroglucina em éter a 0,1% m/v
Procedimento – Separe cerca de 30 g das partes gordurosas da carne ou 100 g do produto cárneo previamente triturado. Transira para um frasco Erlenmeyer de 500 mL.
Adicione de 100 a 150 mL de éter e deixe em contato, ao abrigo da luz e calor, por uma
noite. Filtre a mistura através de papel de iltro para um balão de fundo chato de 300 mL.
Evapore o iltrado em rotavapor sob vácuo à temperatura máxima de 40oC. Transira, com
auxílio de uma pipeta, 5 mL da gordura fundida (resíduo do balão) para uma proveta
de 50 mL. Adicione 5 mL de ácido clorídrico, tampe e agite por 30 segundos. Adicione
5 mL de solução de loroglucina, tampe e agite novamente por 30 segundos. Deixe em
repouso por 10 minutos. Na presença de ranço, a camada inferior apresentará uma coloração rósea ou vermelha.
Nota: se a intensidade da coloração for fraca, compare a camada inferior com uma
solução de permanganato de potássio a 0,0012% (3,8 mL de uma solução 0,002 M
diluída para 100 mL). Se a intensidade for a mesma, ou inferior, pode-se deixar de
levar em consideração o resultado, contanto que as características sensoriais do produto
sejam satisfatórias.
IAL - 511
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 260.
280/IV Prova para formaldeído
O formaldeído é considerado uma substância conservante de material biológico. Sua
adição é proibida em alimentos. A loroglucina reage com o formaldeído em meio alcalino
produzindo o derivado hidroximetilado, de coloração salmão fugaz.
Material
Balança semi-analítica, aquecedor elétrico, condensador de Liebig, balão de Kjeldahl de
600 mL, proveta de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 200 mL, tubos de ensaio, pipetas graduadas de 1, 2 e 5 mL.
Reagentes
Solução de ácido fosfórico a 20% v/v
Solução de loroglucina (C6H6O3) a 1% m/v
Solução de hidróxido de sódio a 10% m/v
Procedimento – Pese cerca de 10 g da amostra, previamente triturada e homogeneizada em
béquer. Transira para balão de Kjeldahl com auxílio de 80 mL de solução de ácido fosfórico
a 20%. Ligue o balão ao conjunto de destilação de Liebig. Aqueça até ebulição e destile
cerca de 40 mL em frasco Erlenmeyer de 200 mL. Coloque em tubo de ensaio 5 mL do
destilado, adicione 1 mL da solução de loroglucina a 1% e 2 mL da solução de hidróxido
de sódio a 10%. Na presença de formaldeído, aparecerá a coloração salmão fugaz e na sua
ausência, a cor violeta. Observe a cor imediatamente após a adição dos reagentes.
Nota: esta metodologia não se aplica a produtos com características de ranço e produtos
defumados.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 271272.
512 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
281/IV Determinação espectrofotométrica de amido
A adição de amido é permitida em algumas classes de salsichas, mortadelas e outros
produtos cárneos, respeitados os limites estabelecidos pela legislação vigente, especíicos para
cada classe de produto. Além do amido, que é um extensor utilizado para reduzir custos do
produto inal e auxiliar na retenção de água, outros ingredientes são empregados na elaboração, tais como: carne, sangue, vísceras comestíveis, gordura, proteínas de soja, aditivos e
condimentos. Alguns deles estão presentes em grandes quantidades, podendo acarretar interferência na extração e dosagem do amido; outros contêm teores consideráveis de açúcares
simples e de amido em sua composição, superestimando o valor real. O método baseia-se
na determinação espectrofotométrica a 500 nm do composto colorido formado pela reação
entre os reativos de Somogyi-Nelson e a glicose proveniente da hidrólise do amido. Com
o objetivo de minimizar interferências (gorduras, proteínas e açúcares simples) e aumentar
a eiciência das determinações, procede-se a uma extração prévia da amostra com éter de
petróleo e álcool, para posterior hidrólise ácida e clariicação com reagentes Carrez. Esse
método, assim como o de Fehling, baseia-se na redução do cátion Cu++ a Cu+, e na oxidação
do açúcar a ácido orgânico. O Cu+ é complexado com arsenomolibdato (reativo de Nelson),
que possui um agente cromóforo, originando um complexo estável de coloração azul. A
intensidade dessa coloração é proporcional à quantidade de açúcares redutores.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, centrífuga, balança analítica, estufa, chapa de aquecimento
com aparelho de reluxo acoplado, papel indicador de pH, banho-maria, dessecador, papel de iltro, termômetro, béqueres de 500 e 1000 mL, balões volumétricos de 100, 250
e 1000 mL, tubos de centrífuga de 15 mL, pipetas graduadas de 5 e 10 mL, pipeta volumétrica de 1 mL, frasco Erlenmeyer de 500 mL com boca esmerilhada, tubos de Folin-Wu
de 25 mL (Figura 1), cubeta de vidro com caminho óptico de 10 mm, bureta de 10 mL e
proveta de 25 mL.
Figura 1 –Tubo de Folin-Wu de 25 mL.
IAL - 513
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Reagentes
Álcool
Éter de petróleo
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio 40% m/v
Ácido sulfúrico (D = 1,84 g/mL)
Reativo A – Dissolva 25 g de carbonato de sódio, 25 g de tartarato duplo de sódio e
potássio, 20 g de bicarbonato de sódio e 200 g de sulfato de sódio anidro em 800 mL de
água. Transira para balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água.
Reativo B – Dissolva, em água, 15 g de sulfato de cobre penta-hidratado. Transira para
um balão volumétrico de 100 mL. Adicione duas gotas de ácido sulfúrico (D = 1,84 g/mL)
e complete o volume com água.
Reativo de Somogyi ou reativo cúprico – Adicione 1 mL do reativo B a 25 mL do reativo
A em proveta no momento da análise.
Reativo de Nelson – Dissolva 25 g de molibdato de amônio em 450 mL de água. Adicione 21 mL de ácido sulfúrico e agite. Adicione 2 g de arseniato de sódio hepta-hidratado,
dissolvido em 25 mL de água. Deixe em banho a 37oC, por um período de 24 a 48 h.
Solução de acetato de zinco di-hidratado a 12% m/v – Pese 120 g de Zn(CH3COO)2.2H2O,
dissolva em 30 mL de ácido acético glacial e 600 mL de água. Transira para um balão
volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água.
Solução de ferrocianeto de potássio tri-hidratado a 6% m/v – Pese 60 g de K4Fe(CN)6.3H2O
e dissolva em 800 mL de água. Transira para balão volumétrico de 1000 mL e complete
o volume com água.
Solução-padrão de glicose a 250 μg/mL – Seque uma quantidade arbitrária de glicose
anidra em estufa a 80ºC, por 2h. Deixe esfriar em dessecador. Pese 250 mg, transira
quantitativamente para balão de 1000 mL com água, complete o volume e homogeneíze.
A concentração dessa solução-estoque é 250 mg/L ou 250 μg/mL.
Procedimento – Pese 1 g da amostra homogeneizada, em tubo de centrífuga. Adicione
10 mL de solução álcool-éter de petróleo (1:3), agite com a ajuda de uma ina haste
de ferro e centrifugue a 2500 rpm, por 5 minutos. Despreze o sobrenadante e repita o
514 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
procedimento anterior. Adicione 10 mL de álcool a 80% v/v a 80oC ao resíduo, agite com
ina haste de ferro e centrifugue a 2500 rpm por 5 minutos. Despreze o sobrenadante e
repita a extração alcoólica. Seque o resíduo em estufa a 70oC, por 20 minutos. Transira
o resíduo obtido no tubo de centrífuga, com auxílio de 100 mL de água, para um frasco
Erlenmeyer de 500 mL com boca esmerilhada. Adicione 5 mL de ácido clorídrico.
Hidrolise em reluxo por 90 minutos. Esfrie e neutralize o hidrolisado com solução de
hidróxido de sódio a 40% até pH ± 7 (volume gasto aproximado 6 mL), veriicando
com papel indicador de pH. Transira para um balão volumétrico de 250 mL e clariique
adicionando 5 mL de solução de acetato de zinco e 5 mL de solução de ferrocianeto de
potássio (reagentes Carrez). Complete o volume, tampe e agite com vigor. Deixe em
repouso por 15 minutos, agitando vigorosamente varias vezes nesse período. Filtre para
um frasco Erlenmeyer e reprecipite com hidróxido de sódio a 40% até pH ± 11 (gasto
aproximado 0, 5 mL). Filtre, transira 1 mL do iltrado para tubo de Folin-Wu e adicione
1 mL de reativo de Somogyi ou reativo cúprico, deixe imerso em banho-maria fervente
por 20 minutos. (Veriique se após 20 minutos de fervura a tonalidade azulada permanece
nos tubos; caso contrário, dilua a amostra e proceda novamente à reação com reativo
cúprico.) Esfrie, adicione 1 mL de reativo de Nelson e complete o volume com água até
a primeira marca do tubo de Folin-Wu (12,5 mL) e homogeneíze. Proceda às leituras de
absorbância das soluções contra o branco de reagentes, no comprimento de onda
500 nm.
Nota: caso as soluções estejam concentradas, isto é, a absorbância obtida ultrapasse o
maior valor da curva-padrão, dilua a amostra e repita a reação colorimétrica com os reativos de Somogyi-Nelson, ou repita a reação completando o volume para a segunda
marca do tubo de Folin-Wu (25 mL). Neste caso, o resultado inal (% de amido) deverá
ser duplicado.
Curva-padrão – Transira alíquotas de 0 (branco); 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1 mL da soluçãopadrão estoque de glicose para tubos de Folin-Wu. Adicione 1 mL de reativo de Somogyi
ou reativo cúprico, deixe imerso em banho-maria fervente por 20 minutos. Esfrie,
adicione 1 mL de reativo de Nelson, complete o volume com água até a primeira marca
do tubo de Folin-Wu (12,5 mL) e homogeneíze. Proceda às leituras de absorbância das
soluções contra o branco, no comprimento de onda 500 nm. Proceda à regressão linear
dos valores de absorbância obtidos (eixo y) e das concentrações de glicose de 4, 8, 12, 16
e 20 μg/mL (eixo x). Utilize nos cálculos os valores dos coeicientes linear e angular da reta
(absortividade, considerando o caminho óptico da cubeta de 1 cm).
Cálculos
IAL - 515
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Glicose (%) x 0,9 = amido por cento m/m
A = absorbância da amostra
b = coeiciente linear da curva-padrão de glicose
a = absortividade (coeiciente angular da curva-padrão de glicose)
p = massa (g) da amostra
0,3125 = fator de diluição
0,9 = fator de conversão de glicose para amido
Referência bibliográfica
AUED, S.; CARVALHO; J. B. de; T AVARES, M.; ZANELATTO, A. M.; BACETTI,
L. B. Determinação de amido em salsichas: comparação entre os métodos de Fehling
e de Somogyi-Nelson e avaliação de metodologia para extração do amido. Rev. Inst.
Adolfo Lutz, v. 50, n. 1/2, p. 251-256, 1990.
282/IV Determinação espectrofotométrica de hidroxiprolina
Método de referência para determinação do aminoácido hidroxiprolina em carnes
e produtos cárneos, expresso em % m/m. A hidroxiprolina é quantitativamente determinada como medida das proteínas colágenas de carnes e produtos cárneos. O tecido
conjuntivo colagenoso contém 12,5% de hidroxiprolina quando o fator 6,25 (conversão
nitrogênio para proteína) é utilizado, ou 14% quando o fator é 5,55. A amostra é hidrolisada com solução de ácido clorídrico em constante ebulição sob reluxo, a solução é
iltrada e diluída. A hidroxiprolina é oxidada com cloramina T. A cor vermelha púrpura
que se desenvolve após a adição de 4-dimetilaminobenzaldeído é medida espectrofotometricamente a 558 nm.
Material
Processador de alimentos, chapa elétrica equipada com condensador resfriado com
água para reluxo, balança analítica, banho-maria com temperatura termostaticamente
controlada a (60 ± 0,5)oC, espectrofotômetro UV/VIS, cubeta de vidro de caminho
óptico de 10 mm, papel de iltro qualitativo de diâmetro 12,5 cm, pHmetro, frascos
Erlenmeyer com boca esmerilhada de 100, 250 e 500 mL, tubos de ensaio com tampa
de 10 mL, balões volumétricos de 50, 100, 500 e 1000 mL e pipetas volumétricas de 1,
2, 5, 10 e 20 mL.
516 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Reagentes
Ácido clorídrico 6 M – Misture volumes iguais de HCl e água.
Solução-padrão estoque de hidroxiprolina a 600 μg/mL – Dissolva 60 mg de hidroxiprolina
em água. Transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
A solução é estável cerca de 2 meses a 4oC. Opção: dissolva 120 mg em balão de 200 mL
e complete o volume com água.
Solução-padrão intermediária de hidroxiprolina a 6 μg/mL – Pipete 5 mL da soluçãoestoque em balão volumétrico de 500 mL. Complete o volume com água. Prepare a
solução no dia de seu uso.
Solução-padrão de trabalho de hidroxiprolina – Pipete 5, 10, 20 e 30 mL da solução intermediária em balão volumétrico de 50 mL. Complete o volume com água. Essas soluçõespadrão de trabalho revelam concentrações de hidroxiprolina de 0,6; 1,2; 2,4 e 3,6 μg/mL,
respectivamente. Prepare as soluções no dia de seu uso.
Solução-tampão (pH 6) – Dissolva 30 g de ácido cítrico mono-hidratado (C6H8O7.H2O),
15 g de hidróxido de sódio e 90 g de acetato de sódio tri-hidratado (CH3COONa⋅3H2O)
em cerca de 500 mL de água. Transira a solução para balão volumétrico de 1000 mL.
Adicione 290 mL de 1-propanol. Determine o pH e ajuste, se necessário, com ácido ou
base. Complete o volume. A solução é estável por cerca de 2 meses a 4oC e em frasco
escuro.
Solução oxidante – Dissolva 1,41 g do reagente cloramina T em 100 mL da solução tampão pH 6. A solução é estável 1 semana a 4oC, em frasco escuro.
Reagente de cor – Dissolva 10 g de 4-dimetilaminobenzaldeído em 35 mL de ácido
perclórico a 60% m/m. Adicione vagarosamente, com agitação, 65 mL de 2-propanol.
Prepare a solução no dia de seu uso.
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 4 g da amostra em duplicata em frascos
Erlenmeyer de 250 ou 500 mL. A amostra não deve aderir às paredes laterais. Adicione
30 mL de HCl 6 M e algumas pérolas de vidro (ou cacos de porcelana) a cada frasco.
Aqueça à fervura branda por 8 horas sob reluxo. Transira quantitativamente o hidrolisado para balão volumétrico de 500 mL com água. Complete o volume e agite. Filtre a
solução através de papel de iltro, em frasco Erlenmeyer de 500 mL. O iltrado é estável ao
menos por 2 semanas a 4oC. Dilua o iltrado com água em balão volumétrico, de modo
IAL - 517
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
que a concentração de hidroxiprolina da diluição inal esteja na faixa de 0,6 a 3,6 μg/mL.
A diluição de 5 mL do iltrado para 50 mL é usualmente satisfatória. Pipete 2 mL da diluição inal de cada amostra em tubos de ensaio. A cada tubo, adicione 1 mL da solução
oxidante. Agite os tubos e deixe por (20 ± 2) minutos à temperatura ambiente. Adicione
1 mL do reagente de cor e misture vigorosamente. Feche cada tubo com tampa ou papel
alumínio. Imediatamente, coloque os tubos em banho de água a (60 ± 0,5)oC por exatamente 15 minutos. Resfrie os tubos em água corrente por 3 minutos. Meça a absorbância
das soluções contra o branco de reagentes a (558 ± 2) nm.
Curva-padrão – Prepare a curva-padrão para cada série de medições. Transira 2 mL de
água (branco) e 2 mL de cada solução-padrão de trabalho aos tubos de ensaio e proceda
à adição da solução oxidante e do reagente de cor conforme procedimento da amostra.
Construa a curva com absorbância no eixo y e concentrações de hidroxiprolina 0,3; 0,6;
1,2 e 1,8 μg/mL no eixo x. Calcule os coeicientes linear e angular da reta (absortividade,
considerando o caminho óptico da cubeta de 1 cm).
Cálculos
A = absorbância do iltrado da amostra diluída 10 vezes (5 mL em 50 mL)
b = coeiciente linear da reta obtida na curva-padrão
a = absortividade, coeiciente angular da reta obtida na curva-padrão
p = peso da amostra (g)
H x 8 = tecido colagenoso (B) em g/100 g
Nota: tecido conjuntivo colagenoso contém 12,5% de hidroxiprolina se o fator de
conversão de nitrogênio para proteína for de 6,25.
% proteína total = teor de nitrogênio da amostra em g/100 g x 6,25
Notas
O cálculo é diferente em alguns países, com base nos diferentes fatores de conversão de
nitrogênio e de hidroxiprolina.
O limite de quantiicação do método é de 0,030 μg/mL de hidroxiprolina na alíquota de
análise (com desvio-padrão relativo de 6,5%) e de 0,0075 g/100 g de hidroxiprolina na
amostra (Della Torre et al. 2004).
518 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method 990.26).
Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 39. p.13-5.
DELLA TORRE, LICHTIG. J.; BERAQUET, N.J. Validação do método espectrofométrico para quantiicação do aminoácido hidroxiprolina em conservas de carne. Rev.
Inst. Adolfo Lutz, 63(1), 2004 (no prelo).
283/IV Determinação espectrofotométrica de nitritos
Baseia-se nas reações de diazotação de nitritos com ácido sulfanílico e copulação
com cloridrato de alfa-naftilamina em meio ácido, formando o ácido alfa-naftilamino-pazobenzeno-p-sulfônico de coloração rósea. O produto resultante é determinado espectrofotometricamente a 540 nm.
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, banho-maria, balão volumétrico âmbar de
50 mL, balões volumétricos de 100, 200, 250 e 1000 mL, provetas de 25 e 50 mL, béqueres
de 100 e 200 mL, frasco Erlenmeyer de 250 ou de 500 mL, funil, papel de iltro qualitativo,
pipeta graduada de 5 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10 e 20 mL.
Reagentes
Utilize preferencialmente água deionizada isenta de nitritos e/ou nitratos no preparo dos
reagentes e na realização da análise.
Solução de tetraborato de sódio deca-hidratado a 5% m/v – Dissolva 50 g de
Na2B4O7.10H2O em água e complete o volume até 1000 mL.
Solução de ferrocianeto de potássio tri-hidratado a 15% m/v – Dissolva 150 g de
K4Fe(CN)6.3H2O em água e complete o volume até 1000 mL.
Solução de acetato de zinco diidratado a 30% m/v ou sulfato de zinco hepta-hidratado a 30%
m/v – Dissolva 300 g de Zn(CH3COO)2.2H2O em 30 mL de ácido acético glacial e 500 mL de
água (aqueça brandamente, se necessário) e complete o volume até 1000 mL. Alternativamente,
dissolva 300 g de ZnSO4.7H2O em água e complete o volume até 1000 mL.
IAL - 519
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagente sulfanilamida a 0,5% m/v – Dissolva 1,25 g de C6H8N2O2 em 250 mL de solução de ácido clorídrico (1+1). Aqueça brandamente, se necessário. A solução é estável
por 1 a 2 meses.
Reagente NED a 0,5% m/v – Dissolva 0,5 g de cloreto de alfa-naftiletilenodiamina
(C12H16Cl2N2) em 100 mL de água. Aqueça brandamente, se necessário. Estoque em
frasco âmbar sob refrigeração. A solução é estável por uma semana e deverá ser desprezada
quando apresentar alteração da coloração.
Solução-padrão de nitrito de sódio (NaNO2) a 0,2 g/L – Pese 200 mg de nitrito de sódio, previamente seco por 1 hora a 105°C, dissolva em água e dilua para 1000 mL. Essa
solução-padrão estoque é estável por 2 semanas, se mantida a 4°C.
Solução-padrão de trabalho a 8 μg/mL – Pipete 10 mL da solução-padrão estoque de
nitrito de sódio em um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com água.
Procedimento – Pese 10 g de amostra triturada e homogeneizada em um béquer de
200 mL. Adicione 5 mL de solução de tetraborato de sódio, misture com bastão de vidro
e acrescente cerca de 50 mL de água quente (80oC). Deixe em banho-maria por 15 minutos, agitando freqüentemente com a baqueta. Proceda da mesma forma com um branco
de reagentes sem a adição da amostra. Com auxílio do bastão de vidro e de um funil,
transira o conteúdo quantitativamente para balão volumétrico de 200 mL. Lave bem o
béquer com aproximadamente 50 mL de água. Deixe esfriar e adicione 5 mL de solução
de ferrocianeto de potássio e 5 mL de solução de acetato de zinco (ou como alternativa,
sulfato de zinco). Agite por rotação após a adição de cada reagente e complete o volume
com água. Agite com vigor. Deixe em repouso por 15 minutos, agitando vigorosamente
várias vezes nesse período. Filtre em papel de iltro qualitativo para um frasco Erlenmeyer
de 250 mL. Pipete 10 mL do branco de reagentes e das amostras, respectivamente, para
balões volumétricos âmbar de 50 mL. Adicione 5 mL de reagente sulfanilamida, deixe
reagir por 5 minutos e adicione 3 mL de reagente NED, agitando após cada adição.
Complete o volume com água e homogeneíze. Deixe em repouso por 15 minutos e faça
a leitura da absorbância a 540 nm contra o branco de reagentes.
Curva-padrão – Pipete alíquotas de 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 mL da solução-padrão de trabalho de nitrito de sódio (8 μg/mL) para balões volumétricos de 50 mL. Adicione, a cada um, 5 mL de reagente sulfanilamida, misture por rotação e após 5 minutos, adicione 3 mL de reagente NED. Complete o volume e homogeneíze. Deixe
a cor desenvolver por 15 minutos e determine a absorbância a 540 nm contra branco de reagentes. Construa a curva com os valores de absorbância no eixo y e de concentração de nitrito de sódio 0,16; 0,32; 0,48; 0,64; 0,80; 0,96 e 1,12 μg/mL no
eixo x. Calcule os coeicientes linear e angular da reta (absortividade, considerando o
caminho óptico da cubeta de 1 cm).
520 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Cálculo
A = absorbância da amostra
b = coeiciente linear da reta obtida na curva-padrão
a = absortividade (coeiciente angular da reta obtida na curva-padrão)
p = massa da amostra em gramas
1000 = fator de diluição
Nota: o limite de quantiicação do método é de 0,032 μg/mL de NaNO2 (ou 0,021 μg/
mL de NO2-) na alíquota de análise, com desvio padrão relativo de 3,7% (TAKEMOTO
et al., 1999).
Referências bibliográficas
BRASIL. Instrução Normativa n. 20, de 21 jul. 1999. Secretaria de Defesa Agropecuária,
do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Oicializa os Métodos Analíticos Físicoquímicos para Controle de Produtos Cárneos e seus Ingredientes – Sal e Salmoura.
Diário Oficial, Brasília (DF), n.173, 9 set. 1999. Seção 1, p.30-31.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 97-98.
TAKEMOTO, E.; DELLA TORRE, J. C. de M.; LICHTIG, J. Nitrato em espinafre:
validações de métodos colorimétricos. In: III SIMPÓSIO LATINO AMERICANO
DE CIÊNCIA DE ALIMENTOS (SLACA), 1999. Resumos... Campinas: FEA-UNICAMP, 1999. p. 5.
284/IV Determinação espectrofotométrica de nitratos
O nitrato é reduzido a nitrito em coluna de cádmio metálico em meio alcalino. A
reação baseia-se na diazotação dos nitritos com ácido sulfanílico e copulação com cloridrato de alfa-naftilamina em meio ácido, formando o ácido alfa-naftilamino-p-azobenzeno-p-sulfônico de coloração rósea. O produto resultante é determinado espectrofotometricamente a 540 nm.
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, banho-maria, coluna de cádmio, balões
volumétricos âmbar de 50 mL, balões volumétricos de 100, 200, 250 e 1000 mL, provetas
IAL - 521
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
de 25 e 50 mL, béqueres de 100 e 200 mL, frasco Erlenmeyer de 250 ou de 500 mL,
funil, papel de iltro qualitativo, pipeta graduada de 5 mL e pipetas volumétricas de 1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 10 e 20 mL.
Reagentes
Utilize preferencialmente água deionizada isenta de nitritos e/ou nitratos no preparo dos
reagentes e na realização da análise.
Solução de tetraborato de sódio deca-hidratado a 5% m/v – Dissolva 50 g de
Na2B4O7.10H2O em água e complete o volume até 1000 mL.
Solução de ferrocianeto de potássio tri-hidratado a 15% m/v – Dissolva 150 g de
K4Fe(CN)6.3H2O em água e complete o volume até 1000 mL.
Solução de acetato de zinco di-hidratado a 30% m/v ou sulfato de zinco hepta-hidratado a 30%
m/v – Dissolva 300 g de Zn(CH3COO)2.2H2O em 30 mL de ácido acético glacial e 500 mL de
água (aqueça brandamente se necessário), complete o volume até 1000 mL. Alternativamente,
dissolva 300 g de ZnSO4.7H2O em água e complete o volume até 1000 mL.
Solução de EDTA a 5% m/v – Pese 5 g de C10H14N2Na2O8.2H2O, dissolva com água e
complete o volume de 100 mL. Guarde em frasco de polietileno.
Reagente sulfanilamida a 0,5% m/v – Dissolva 1,25 g de C6H8N2O2 em 250 mL de
solução de ácido clorídrico (1+1). Aqueça brandamente se necessário. A solução é estável
por 1 a 2 meses.
Reagente NED a 0,5% m/v – Dissolva 0,5 g de cloreto de alfa-naftiletilenodiamina
(C12H16Cl2N2) em 100 mL de água. Aqueça brandamente, se necessário. Estoque em
frasco âmbar sob refrigeração. A solução deve ser desprezada quando apresentar alteração
da coloração (estável por uma semana).
Solução-tampão pH (9,6-9,7) – Dilua 20 mL de ácido clorídrico em 700 mL de água.
Adicione 50 mL de hidróxido de amônio. Veriique o pH e ajuste para (9,6-9,7) com
HCl ou NH4OH, se necessário. Complete o volume até 1000 mL e misture.
Solução-tampão pH (9,6-9,7) diluída (1+9) – Dilua 100 mL da solução-tampão pH
(9,6-9,7) em balão de 1000 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão de nitrito de sódio (NaNO2) a 200 mg/L – Pese 200 mg de nitrito de
522 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
sódio, previamente seco por 1 hora a 105°C, dissolva em água e dilua para 1000 mL. Essa
solução-padrão estoque é estável ao menos por 2 semanas, se mantida a 4°C.
Solução-padrão de trabalho a 8 μg/mL – Transira 10 mL da solução-padrão estoque para
um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão de nitrato de sódio (NaNO3) – Desseque o nitrato de sódio por 1 hora a
105°C. Pese, com precisão, 0,1 g e dissolva em água. Adicione 50 mL da solução-tampão
pH (9,6-9,7) e complete para balão de 100 mL com água. Essa solução-padrão é estável
ao menos por duas semanas, se mantida a 4°C.
Solução-padrão de trabalho de nitrato de sódio a 10 μg/mL – Dilua 1 mL em balão de
100 mL com água. A solução-padrão de nitrato de sódio de trabalho deve ser preparada
no momento da análise.
Preparação da coluna de cádmio (Figura 2) – Estire um tubo de vidro de 1,5 cm de diâmetro e 15 cm de altura (coluna). Compacte um pequeno chumaço de lã de vidro na
extremidade ailada da coluna, acrescente uma camada de 1 cm de areia tratada.
Preparação do cádmio esponjoso: prepare 500 mL de solução de sulfato de cádmio a 20%.
Adicione 5 barras de zinco metálico, deixando-as totalmente imersas na solução. À medida que o cádmio esponjoso for se depositando nas barras, retire utilizando bastão de vidro
ou material plástico e transira para um béquer contendo água em quantidade suiciente
para cobrir todo o cádmio. Transira aproximadamente 200 mL de água e o cádmio para
um copo de liquidiicador (de material plástico ou vidro), homogeneíze e em seguida passe em peneira mesh 20 ou 40, recolhendo em outro béquer, mantendo o cádmio sempre
coberto com água. O cádmio triturado e peneirado é posto a decantar completamente.
Remova a água sobrenadante e inicie o tratamento do resíduo (cádmio esponjoso) da
seguinte maneira: cubra todo o cádmio com ácido clorídrico 2 M; deixe em contato
(repouso) por 2 minutos, remova o ácido clorídrico sobrenadante; lave o cádmio com
água até pH neutro; adicione ácido clorídrico 0,1 M até cobrir todo o cádmio, deixe em
repouso por 15 minutos e remova o ácido clorídrico sobrenadante; lave o cádmio com
água até pH neutro; decante e remova a água sobrenadante, adicione solução-tampão pH
(9,6-9,7) (1+9) deixando em contato por, no mínimo, 15 minutos.
Decorrido esse tempo, o cádmio está pronto para ser compactado na coluna de vidro
previamente preparada com lã de vidro e areia na extremidade. Transira o cádmio em
pequenas porções com o auxílio de água, evitando sua exposição ao ar, até atingir uma
altura de 10 cm. Adapte ao topo da coluna um funil de separação de 100 mL, com haste
de 10 mm de diâmetro e 25 cm de comprimento com uma rolha de silicone, prevenindo
a entrada de ar na coluna. Dessa forma, permite-se o controle do luxo. Mantenha a coluna sempre com água.
IAL - 523
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Figura 2.– Funil de separação acoplado à coluna de cádmio.
Regeneração ou ativação da coluna – A atividade da coluna de cádmio decresce depois de
24 horas, quando este é mantido em água. Regenere a coluna no começo de cada dia de
utilização e após duas (uma duplicata) reduções (passagens) de amostras. Passe as soluções
na coluna com luxo de 10 mL/min respeitando a seguinte ordem: 25 mL de ácido
clorídrico 0,1 M, 50 mL de água e 25 mL de solução-tampão diluída (1+9).
Procedimento – Pese 10 g de amostra triturada e homogeneizada em béquer de 200 mL.
Adicione 5 mL de solução de tetraborato de sódio, misture com baqueta de vidro e
acrescente cerca de 50 mL de água quente (80oC). Deixe em banho-maria por 15
minutos, agitando freqüentemente com a baqueta. Proceda da mesma forma para o
branco de reagentes sem a adição da amostra. Com auxílio da baqueta e de um funil,
transira o conteúdo quantitativamente para balão volumétrico de 200 mL. Lave bem
o béquer com aproximadamente 50 mL de água. Deixe esfriar e adicione 5 mL de solução
de ferrocianeto de potássio e 5 mL de solução de acetato de zinco (ou como alternativa,
sulfato de zinco). Agite por rotação após a adição de cada reagente e complete o volume
com água. Agite com vigor. Deixe em repouso por 15 minutos, agitando vigorosamente
várias vezes nesse período. Filtre em papel de iltro qualitativo para frasco Erlenmeyer
de 250 mL. Transira uma alíquota de 20 mL do iltrado (primeiramente do branco
de reagentes e na seqüência, as amostras) para béquer de 100 mL. Adicione 5 mL da
solução-tampão pH (9,6-9,7). Se turvar, adicione 2 mL de solução de EDTA 5%.
Passe pela coluna de cádmio a um luxo que não exceda 6 mL/minuto, recolhendo
diretamente em balão volumétrico de 100 mL. Lave as paredes do béquer no mínimo três
vezes consecutivas com aproximadamente 15 mL de água, passando seqüencialmente
pela coluna de cádmio. Continue a passagem de água pela coluna até completar o
volume de 100 mL no balão volumétrico. Pipete 10 mL (do branco de reagentes e das
amostras), respectivamente, para balões volumétricos de 50 mL. Adicione 5 mL de
reagente sulfanilamida, agite por rotação, após 5 minutos adicione 3 mL de reagente
NED, complete o volume com água, misture e deixe desenvolver a cor por 15 minutos.
524 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Determine a absorbância a 540 nm contra o branco de reagentes (passado pela coluna).
O resultado refere-se ao teor de nitrito de sódio total. Desconte o valor de nitrito
de sódio presente na amostra (reação colorimétrica do iltrado antes de passá-lo pela
coluna de cádmio).
Eiciência ou controle da capacidade redutora da coluna – A eiciência da coluna pode
ser testada passando solução-padrão de nitrato de sódio e determinando a quantidade de
nitrito formado. Misture, em um béquer de 100 mL, uma alíquota de 20 mL da soluçãopadrão de trabalho de nitrato de sódio (10 μg/mL) e 5 mL da solução-tampão pH (9,69,7). Passe pela coluna de cádmio a um luxo que não exceda 6 mL/minuto, recolhendo
diretamente em balão volumétrico de 100 mL. Lave as paredes do béquer no mínimo
três vezes consecutivas com aproximadamente 15 mL de água, passando seqüencialmente
pela coluna de cádmio. Continue a passagem de água pela coluna até completar o volume
de 100 mL no balão volumétrico. Pipete 10 mL para um balão volumétrico de 50 mL.
Adicione 5 mL de reagente sulfamilamida, agite por rotação; após 5 minutos, adicione
3 mL de reagente NED e complete o volume com água. Após 15 minutos faça a leitura a
540 nm contra o branco de reagentes (passado pela coluna). Se a recuperação for inferior
a 90%, isto é, a concentração de nitrato calculado menor que 90% do valor teórico
esperado, regenere a coluna de cádmio.
Curva-padrão de nitrito de sódio – Pipete alíquotas de 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 mL da soluçãopadrão de trabalho de nitrito de sódio (8 μg/mL) para balões volumétricos de 50 mL.
Adicione, a cada um, 5 mL de reagente sulfanilamida, misture por rotação e, após 5
minutos, adicione 3 mL de reagente NED. Complete o volume e homogeneíze. Deixe
desenvolver a cor por 15 minutos e determine a absorbância a 540 nm contra o branco
de reagentes. Construa a curva com os valores de absorbância no eixo y e de concentração
de nitrito de sódio 0,16; 0,32; 0,48; 0,64; 0,80; 0,96 e 1,12 μg/mL no eixo x. Calcule
os coeicientes linear e angular da reta (absortividade, considerando o caminho óptico da
cubeta de 1 cm).
Cálculos
Nitrato de sódio (em NaNO2) = nitrito de sódio total - nitrito de sódio
Nitrato de sódio (em NaNO3) = (nitrito de sódio total - nitrito de sódio) x 1,231
A = absorbância da amostra
b = coeiciente linear da curva padrão de nitrito de sódio
IAL - 525
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
a = absortividade, coeiciente angular da curva-padrão de nitrito de sódio
p = massa da amostra em g
5000 = fator de diluição da amostra para cálculo do nitrito de sódio total
1,231 = fator de conversão de nitritos em nitratos
1000 = fator de diluição da amostra para cálculo do nitrito de sódio
A = absorbância do padrão nitrato de sódio
b = coeiciente linear da curva-padrão de nitrito de sódio
a = absortividade, coeiciente angular da curva-padrão de nitrito de sódio
p = massa nitrato de sódio padrão em g
30,8 = fator (diluição e conversão NaNO3 / NaNO2)
Nota: o limite de quantiicação do método é de 0,032 μg/mL de NaNO2 (ou 0,021 μg/
mL de NO2-) na alíquota de análise, com desvio padrão relativo de 3,7% (TAKEMOTO
et al., 1999).
Referências bibliográficas
BRASIL. Instrução Normativa n. 20, de 21 jul. 1999. Secretaria de Defesa Agropecuária,
do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Oicializa os Métodos Analíticos FísicoQuímicos para Controle de Produtos Cárneos e seus Ingredientes – Sal e Salmoura. Diário
Oficial, Brasília (DF), n.173, 9 set. 1999. Seção 1, p.30.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 98100.
TAKEMOTO, E.; DELLA TORRE, J. C. de M.; LICHTIG, J. Nitrato em espinafre:
validações de métodos colorimétricos. In: III SIMPÓSIO LATINO AMERICANO
DE CIÊNCIA DE ALIMENTOS (SLACA), 1999. Resumos... Campinas: FEA-Unicamp, 1999. p.5.
285IV Determinação de proteínas de soja pelo método ELISA
As proteínas de soja são ingredientes utilizados na elaboração de alimentos como
fonte protéica e como extensor em produtos cárneos. As amostras de produtos cárneos
526 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
crus ou processados termicamente são maceradas e extraídas com solventes orgânicos. O
resíduo desta extração, denominado pó de acetona, é solubilizado a quente em solução
aquosa de uréia. Após diluição, as proteínas de soja renaturadas são analisadas pelo método ELISA, utilizando anticorpos comercialmente disponíveis. Na quantiicação de proteínas de soja, o método ELISA é um imuno-ensaio competitivo indireto em que o analito
proteína de soja (antígeno) reage com volume ixo de anticorpo anti-proteína de soja (antissoro produzido em coelho) em excesso. O anticorpo não reagente é determinado pela
ligação em placa de imunoensaio previamente sensibilizada com o antígeno. O anticorpo
capturado é determinado pela adição de um segundo anticorpo (produzido em cabra para
globulinas de soro de coelho) ligado covalentemente a uma enzima (conjugado). A reação
é evidenciada pelo desenvolvimento de cor com a adição de substrato. Etapas de lavagem
são incorporadas após cada estágio de interação, para remover material não reagente (Figura 3). A amostra é geralmente analisada em diluições seriadas na razão 3. A resposta
é comparada a uma curva-padrão de proteína de soja. O ELISA é semi-quantitativo na
determinação de proteínas de soja em produtos cárneos crus e processados termicamente,
podendo ser quantitativo quando o teor de protídios da proteína de soja adicionado é
conhecido e, especialmente, se a proteína de soja (texturizada, concentrada ou isolada)
está disponível para calibração.
Material
Lavadora e leitora de placas de ELISA; pipeta digital de 8 ou 12 canais, pipetas
monocanais de (5-50) μL, (50 -200) μL e (100 -1000) μL com ponteiras, reservatórios
de reagentes para cada solução; triturador de amostras, homogeneizador Ultra-Turrax ou
Diax 900 (Heidolph) ou equivalente; papel de iltro Whatman n° 541; tubos de vidro
pirex graduados de 10 mL com tampas de plástico; banho-maria; placas de imunoensaio
de poliestireno fundo chato de 96 cavidades (equivalente Nunc Maxisorp 442404);
microtubos plásticos de 1 mL com tiras de tampas e suporte (8 x 12 ileiras) para diluição
serial e pré-incubação; caixas plásticas com tampa para colocar placas de ELISA; balões
volumétricos de 10, 25 e 50 mL; funil de vidro de 7 cm; almofariz; balança analítica;
pHmetro; estufa; cronômetro e papel gráico semi-log (linear/4 ciclos log).
Reagentes
Acetona
Uréia
2-Mercaptoetanol
Azida sódica (NaN3)
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Advertência: a azida sódica é material tóxico. Evite contato com a pele e os olhos e impeça
a aspiração do pó.
Clorofórmio-metanol – 2:1 (v/v).
Álcool-água (acidiicado) – 80+20 (v/v), acidiicado com 2 gotas de HCl/L.
Tampão Tris-HCl a 0,25 M – Pese 30,3 g de tris (hidroximetil) amino metano em um
litro de água e ajuste ao pH 8,6 com HCl.
Proteina de soja padrão – Utilize como padrão, o concentrado de proteína de soja (Loders
CroKlaan B.V., Holanda) ou pó de acetona de soja (equivalente Sigma S7756) ou isolado
protéico de soja Supro 500E (Protein Technologies International, USA) na preparação da
solução de sensibilização.
Solução de sensibilização (50 vezes concentrada) – Misture, em balão volumétrico
de 50 mL, 4,5 mL de Na2CO3 0,2 M, 8 mL de NaHCO3 0,2 M, 625 μL da soluçãopadrão de proteína de soja preparada no item procedimento (b) e água até completar o
volume. Mantenha esta solução-padrão a (2-8)°C por 16 horas.
Nota: o valor 625 μL da solução-padrão foi calculado para corresponder a 2,5 mg de
proteína de soja no pó de acetona, uma vez que a solução-padrão descrita no item (b) do
procedimento contém 100 mg/25 mL.
Solução de sensibilização de trabalho – Misture, em um balão volumétrico de 50 mL, 4,5 mL
Na2CO3 0,2 M, 8 mL NaHCO3 0,2 M e água para completar o volume. Homogeneíze e retire
1 mL desta solução, repondo o volume da solução com 1 mL da solução de sensibilização
50 vezes concentrada.
Solução-tampão salina de fosfato TFS pH 7,1 – Misture, em um balão volumétrico de
1000 mL, 85 g de NaCl, 10,7 g de Na2HPO4, 3,9 g de NaH2PO4.2H2O, 5 g de NaN3
e água até completar o volume para 1000 mL.
Solução-tampão de trabalho TFST– Misture 100 mL da solução-tampão TFS, 1,5 mL de
Tween 20 e 900 mL de água.
Soluções imunorreagentes
Solução anticorpo-positivo – Dilua, em um balão volumétrico de 50 mL, B μL de antissoro de coelho para proteína de soja (equivalente Sigma-Aldrich S-2519), conservado a
-20°C, e complete o volume com solução-tampão TFST.
528 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Solução anticorpo-negativo – Em um balão volumétrico de 50 mL, pipete B μL de soro
normal de coelho e complete o volume com solução-tampão TFST.
Solução conjugado – Em um balão volumétrico de 25 mL, pipete C μL de IgG anticoelho produzido em cabra conjugado à fosfatase alcalina (equivalente Sigma-Aldrich
A-7539), conservado a (2 – 8)°C e complete o volume com solução-tampão TFST.
Nota: as quantidades de anticorpo e conjugado que devem ser adicionadas, dependem
das propriedades dos imunorreagentes recebidos. Calcule B e C como descrito no item
padronização.
Solução-substrato de fosfatase em meio tampão – Misture, em um balão volumétrico
de 25 mL, 2,25 mL de Na2CO3 0,2 M, 4 mL de NaHCO3 0,2 M, 25 μL MgCl2.6H2O
0,5 M, 25 mg p-nitrofenil fosfato (5 tabletes de 5 mg cada, equivalente Sigma 104-105,
guarde no escuro a temperatura menor que 0oC) e complete o volume com água.
Padronização
(A) Anticorpo-positivo e anticorpo-negativo – Teste novos lotes nas placas ELISA sensibilizadas e lavadas (itens (c) e (d) do procedimento). Prepare séries de diluições (no
intervalo 100 - 100000) de anticorpo positivo (ileiras A-D) e anticorpo negativo (ileiras
E-H) em TFST, pré-incube sem proteína de soja, e então proceda como descrito nos
itens (h) e (k) do procedimento. Use a curva de diluição do antissoro para obter o título
do anticorpo positivo. Calcule o valor B, isto é, se o título for 1 em 3000, então B = 2 x
(1/3000) x 50000 μL = cerca de 30 μL. Teste também o anticorpo em produto cárneo
padrão contendo concentração conhecida de proteína de soja e também contra materiais
com potencial para reações cruzadas.
(B) Conjugado – Teste novos lotes de conjugado sobre uma placa ELISA (sensibilizada e
lavada, itens (c) e (d) do procedimento). Prepare anticorpo positivo como para BP (item
(f ) do procedimento) e pré-incube essa solução com TFST separadamente (item (g) do procedimento). Incube na placa (item (h) do procedimento) nas ileiras A-D (anticorpo positivo) e ileiras E-H (TFST). Use conjugado a várias diluições (ou seja, no intervalo 500-5000)
no item (i) do procedimento e então siga (j) e (k). Calcule o valor de C (ou seja, C=15) de
tal forma que o conjugado positivo seja > 1,000 e conjugado negativo < 0,050.
(C) Placa ELISA – Teste lotes de placas para avaliar a variabilidade entre placas. A placa
padrão em protocolo utiliza, nas determinações, somente as cavidades (B – G) (2-11) em
razão de uma possível variação das cavidades externas.
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Procedimentos
(a) Preparação do pó de acetona – Pese, separadamente, 20 g da proteína de soja padrão e
20g da amostra previamente triturada e macere (no Ultra-Turrax ou Diax 900) com solventes orgânicos, iltrando o resíduo a cada estágio para re-extração, na seguinte seqüência:
200 mL clorofórmio-metanol (3 vezes), 200 mL álcool acidiicado (3 vezes) e 200 mL
acetona (3 vezes). Seque o resíduo ao ar, de um dia para o outro, e homogeneíze em almofariz; o produto inal denomina-se pó de acetona. Proceda a análise da proteína total pelo
método Kjeldahl (N x 6,25), utilizando o resultado para calcular a massa da amostra de pó
de acetona do item (b) do procedimento.
(b) Solubilização de amostras e padrão – Pese, separadamente, em tubos pirex graduados
de 10 mL, o pó de acetona da proteína de soja padrão (97-103 mg de proteína) e o pó de
acetona de cada amostra de produto cárneo (95-105 mg de proteína). Adicione a cada um
dos tubos na ordem: 2 mL de tampão Tris-HCl, 6 g de uréia, 2 mL de água, 200 μL de
2-mercaptoetanol e água para 10 mL. Tampe, misture e aqueça imergindo até o nível de
10 mL em banho de água fervente por (60 ± 1) min. Resfrie por (3 - 5) minutos e transira
quantitativamente para um balão volumétrico de 25 mL com água, assegurando a ressolubilização da uréia cristalizada. Mantenha as soluções de amostras e padrão por
16 h a (2 - 8)oC. A solução-padrão de proteína de soja está pronta para ser utilizada no item
reagentes (solução de sensibilização) e no item procedimento (e). As soluções de amostras
serão utilizadas no item (e) do procedimento.
(c) Sensibilização das placas ELISA – Utilizando pipeta multicanal, transira 200 μL de
solução de sensibilização de trabalho (item reagente) a cada cavidade na placa de ELISA.
Coloque a placa tampada em caixa plástica, feche e incube a 37oC por (16 ± 1) hora.
(d) Lavagem e estocagem das placas ELISA – Lave as placas de ELISA utilizando um procedimento padronizado. Com um sistema automático de lavagem estabeleça um ciclo de
5 vezes, em que cada ileira de cavidades é sucessivamente esvaziada e enchida com TFST
por 5 vezes e inalmente as cavidades são esvaziadas. Segundo o procedimento de lavagem
manual, a primeira ileira é esvaziada e enchida com TFST por 5 vezes antes de inalmente
ser esvaziada; a seqüência é repetida para as ileiras sucessivas. Um ciclo de lavagem de 10
vezes inclui primeiramente uma lavagem de 5 vezes, seguida por um segundo ciclo de mais
5 lavagens. Se a placa ELISA sensibilizada não for utilizada imediatamente, remova a placa
da estufa no inal das 16 horas e lave 5 vezes. Uma lavagem eiciente é parte essencial do
método. A placa lavada pode ser enxugada e estocada. Use tecido absorvente para secar os
lados da placa, inverta a placa para remover algum líquido remanescente nas cavidades, e
então seque a parte de cima da placa. Idealmente, a superfície interna das cavidades incluindo a base deve permanecer intocada durante o processo de lavagem e secagem. Coloque a
placa tampada com a parte de cima voltada para baixo em caixa plástica, feche e estoque em
freezer (-20oC).
530 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
(e) Diluição serial das soluções de amostras e padrão – Assegure a ambientação da temperatura das soluções de amostras e padrão solubilizadas (procedimento b), retirando da refrigeração com (45 - 60) minutos de antecedência. Transira alíquotas de 750 μL de cada uma
dessas soluções a balões volumétricos de 10 mL, dilua ao volume com TFST e misture por
repetidas inversões. Encha com microtubos o suporte (8x12) e pipete 600 μL das soluções
de amostras e padrões diluídos, cada um dentro do seu tubo correspondente, como deinido
na Tabela 1 (padrão S1 em triplicata e amostras T1-Z1 em duplicata). A Tabela 1 ilustra o
modelo padrão de tubos que corresponde às cavidades na placa de ELISA. Todos os outros
tubos devem receber 400 μL de TFST; faça essa transferência utilizando pipeta multicanal
(duas porções de 200 μL). Conduza a diluição serial de cada amostra, em duplicata, pelo uso
de pipeta multicanal para misturar alíquotas de 600 μL (recolha 200 μL e reponha 3 vezes)
e, então, transira 200 μL ao tubo adjacente que já contém 400 μL de TFST. Misture como
descrito e repita a diluição, descartando a alíquota de 200 μL do último tubo. Desta mistura
resulta uma diluição serial 1:3; normalmente use soluções de amostra não diluída, 3 vezes
diluídas e 9 vezes diluídas para o ensaio quando o teor de proteína de soja na amostra é
desconhecido ou baixo (0 - 11 g de proteína/100 g de proteína total). Escolha maiores
diluições se os teores são altos (3, 9, 27 vezes se 11- 33 g/100 g; 9, 27, 81 vezes para
33 -100 g/100 g), ou quando o ELISA já tenha demonstrado que as soluções de amostras
são muitas concentradas. Dilua as soluções-padrão similarmente, preparando para o ensaio 7
diluições seriais (de solução não diluída a diluição de 729 vezes, cada uma em triplicata).
Tabela 1 – Modelo padrão recomendado para os microtubos (pré-incubação) e cavidades correspondentes na placa de ELISA, no ensaio com 7 amostras*.
Linhas
Colunas
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
A
BS
S1
S1
S1
00
00
00
00
00
00
00
00
B
BS
S2
S2
S2
T1
U1
V1
W1
X1
Y1
Z1
00
C
BS
S3
S3
S3
T2
U2
V2
W2
X2
Y2
Z2
00
D
BC
S4
S4
S4
T3
U3
V3
W3
X3
Y3
Z3
00
E
BC
S5
S5
S5
T1
U1
V1
W1
X1
Y1
Z1
00
F
BC
S6
S6
S6
T2
U2
V2
W2
X2
Y2
Z2
00
G
BP
S7
S7
S7
T3
U3
V3
W3
X3
Y3
Z3
00
H
BP
BP
BN
BN
BN
00
00
00
00
00
00
00
* As 96 posições estão arranjadas em 12 colunas (1-12) e 8 linhas (A-H). Cada amostra
é analisada a 3 diluições (em duplicata); padrão a 7 diluições (em triplicata), e 4 brancos
em triplicata. BS, branco substrato; BC, branco conjugado; BP, branco anticorpo positivo; BN, branco anticorpo negativo; 00, não usado; S1-S7, padrão (1-7 indica 7 diluições
seriais); T-Z, 7 amostras (1-3 indica 3 diluições seriais).
IAL - 531
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
(f ) Brancos – Quatro tipos de brancos são usados, cada um em triplicata: substrato (BS),
conjugado (BC), anticorpo positivo (BP) e anticorpo negativo (BN). Adicione 400 μL
de TFST a todos eles. Aos tubos BS e BC, acrescente 2 porções de 200 μL de TFST;
aos tubos BP, solução de anticorpo positivo (2 x 200 μL); e, aos tubos BN, a solução de
anticorpo negativo (2 x 200 μL). Idealmente, as leituras inais de absorbância (k) correspondentes a esses brancos devem apresentar os seguintes valores: BS < 0,010; BC < 0,050;
BP > 1,000; BN > 0,200.
(g) Pré-incubação com soro anti-proteína de soja – Utilizando pipeta multicanal, adicione solução de anticorpo positivo (2 x 200 μL) aos tubos de amostras e padrões. Coloque
TFST (2 x 200 μL) nos tubos externos restantes (00 na Tabela 1). Feche cuidadosamente
com as tiras plásticas que vedam os microtubos. Inverta o suporte de microtubos três ou
mais vezes para misturar e coloque na estufa a 37oC por (30 ± 1) minutos.
(h) Etapa anticorpo – Nos últimos 10 min da etapa de pré-incubação (g), lave a placa
de ELISA já à temperatura ambiente, cerca de (45 - 60) minutos, utilizando um ciclo
de 5 vezes. Remova o suporte de microtubos da estufa no tempo estipulado e inverta 3
vezes para misturar. Retire cuidadosamente as tiras plásticas vedadoras. Utilizando pipeta
multicanal, transira alíquotas de 200 μL de cada solução para as cavidades na placa de
ELISA na posição correspondente (Tabela 1). Coloque a placa tampada na caixa plástica,
feche e incube a (120 ± 2) min a 37oC.
(i) Etapa conjugado – Remova a placa ELISA da estufa, lave 10 vezes e enxugue como
em (d). Adicione 200 μL de TFST na cavidade do branco substrato (BS). Com auxílio
da multicanal adicione solução de conjugado a todas as outras cavidades (exceto BS) na
mesma ordem de adição utilizada na etapa do anticorpo (h). Coloque a placa tampada na
caixa plástica, feche e incube a (120 ± 2) minutos a 37oC.
(j) Etapa substrato – Remova a placa da estufa, lave 10 vezes e enxugue. Utilizando
multicanal, adicione 200 μL da solução de substrato a cada cavidade da placa na mesma
ordem da etapa (h). Então, coloque a placa tampada na caixa plástica, feche e incube por
(30 ± 0,25) minutos a 37oC.
(k) Reação enzimática e medição da cor – Remova a placa ELISA da estufa e com ajuda da
multicanal adicione alíquotas de 50 μL de solução de 0,2 M de NaOH a todas as cavidades
da placa, na mesma ordem da etapa do anticorpo. Proceda à leitura da absorbância a (405 410) nm da solução de cada cavidade, usando leitora de ELISA ou equivalente; essa leitura
deve ser realizada entre 5 e 60 minutos após a adição da solução de NaOH.
532 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Cálculos
Para cada placa, construa uma curva-padrão (Figura 4) do log da concentração de
proteína de soja padrão como pó de acetona (N x 6,25) nas 7 diluições seriais versus a
correspondente absorbância (média de 3 leituras). Calcule a concentração de proteína total
(N x 6,25) em cada diluição de cada solução de amostra. De cada média de absorbância,
leia na curva a concentração de proteína de soja correspondente em cada diluição da
amostra. Calcule a massa de proteína de soja por 100 g de proteína total para as 3 diluições
correspondentes a cada amostra de pó de acetona. Se todos os 3 valores corresponderem
à porção central da curva de calibração (isto é, S2 a S6), utilize a média como resultado
inal. As absorbâncias muito baixas implicam que as soluções utilizadas estavam muito
concentradas e um maior número de diluições seriais deve ser utilizado para um segundo
procedimento de ELISA. Os resultados também podem ser calculados em termos de
massa de proteína de soja por 100 g de amostra como recebida ou em termos de peso
do ingrediente de soja (proteínas isoladas contêm 88% de proteína, concentradas 68%
e texturizadas 50%, base seca, teores mínimos estabelecidos pela legislação vigente) por
100 g de amostra como recebida. Note que as três maneiras de deinir os teores de soja na
amostra são diferentes e devem ser consideradas com cuidado.
IAL - 533
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Figura 3 – Procedimento esquemático ilustrando as etapas individuais do método ELISA para
determinação de proteína de soja.
534 - IAL
Capítulo XIII - Carnes e Produtos Cárneos
Figura 4 – Curva-padrão evidenciando a relação entre absorbância e concentração de proteína
de soja da solução padrão pelo método ELISA.
O limite de quantiicação do método é de 0,41 μg/mL de proteína de soja na alíquota de análise
(com desvio-padrão relativo de 2,4%) e de 0,14 g/100 g de proteína de soja na amostra. A curvapadrão abrange de 0,41 μg/mL a 300 μg/mL de proteína de soja, limite superior com desvio
padrão relativo de 5,8% (DELLA TORRE et al., 2003).
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis
of the Association of Official Analytical Chemists (method 988.10). Arlington: A.O.A.C.,
1995. chapter 39. p. 16-19.
DELLA TORRE; J. C. M.; BARBOSA, S.F.C.; FERRACIOLI, V. R.; ZENEBON, O.;
LICHTIG, J.; BERAQUET, N. J. Quantitative determination of comercial soy proteins
in emulsion -type meat products by official ELISA procedure. In: 49th INTERNATIONAL
CONGRESS OF MEAT SCIENCE AND TECHNOLOGY – ICoMST, 2003. Proceedings…
Campinas: CTC-ITAL, 2003. p. 405-406.
Colaboradores
Jussara Carvalho de Moura Della Torre, Regina S. Minazzi Rodrigues, Emy Takemoto,
Sônia França Correia Barbosa e Jaim Lichtig
IAL - 535
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
CAPÍTULO
XIV
EMBALAGENS E
EQUIPAMENTOS EM
CONTATO COM
ALIMENTOS
IAL - 537
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
538 - IAL
XIV
EMBALAGENS E EQUIPAMENTOS EM
CONTATO COM ALIMENTOS
qualidade dos produtos alimentícios depende diretamente de fatores de natureza química, física e biológica, que atuam sobre o alimento durante o período de
tempo entre sua produção e seu consumo, que é denominado vida-de-prateleira
do alimento. Neste contexto, a embalagem é de importância fundamental.
A
Uma das principais funções da embalagem é entregar ao consumidor um alimento
com o mesmo nível de qualidade dos produtos frescos ou recém-preparados, devido à sua
capacidade de protegê-los contra agentes deteriorantes, infectantes e sujidades. Ela atua
como uma barreira física de proteção para o produto contra o contato direto com o meio
ambiente, evitando contaminações, manuseio inadequado, falta de higiene e perda das
características próprias do produto.
Uma boa embalagem deve também ser resistente ao produto nela contido durante
o processamento e/ou armazenamento, não cedendo elementos de sua composição ao
alimento, sejam estes nocivos ou não ao homem ou ao próprio alimento.
O critério usado para garantir a segurança de produtos alimentícios embalados está
relacionado com as interações embalagem/produto durante o período de tempo anterior
ao uso inal pelo consumidor.
À medida que os alimentos embalados passaram a ter uma maior importância na
dieta de grande parte das populações, a ênfase dada aos problemas toxicológicos advindos
da interação da embalagem com o alimento foi aumentada.
Na s quatro últimas décadas, a comunidade cientíica internacional tem voltado
IAL - 539
Métodos Físico-Químicos para AnáliseCapítulo
de Alimentos
4ª Edição
XIV -- Embalagens
e Equipamentos em Contato com Alimentos
1ª Edição Digital
sua atenção para os aspectos toxicológicos decorrentes da utilização de materiais de síntese
química em embalagens de alimentos, surgindo a necessidade de estabelecer uma legislação especíica para controlar estes produtos.
A embalagem pode contaminar o alimento por meio da cessão de elementos de sua
composição como monômeros, aditivos, corantes, tintas de impressão e vernizes, entre
outros.
A migração de componentes da embalagem pode ser tão pequena que não se observará resposta biológica nos organismos expostos a curto prazo. Entretanto, após longos
períodos de ingestão de alimentos contaminados, manifestações tóxicas sutis e de difícil
detecção poderão ocorrer.
A maioria dos testes efetuados em embalagens para alimentos são denominados
provas de cessão ou testes de migração. Provas de cessão ou testes de migração são determinações cuja inalidade é avaliar a quantidade de substâncias passíveis de migrar da
embalagem para o alimento. A importância destas determinações prende-se ao fato de
que estes migrantes, além de potencialmente tóxicos ao homem, podem alterar as características do alimento.
Na medida do possível, estas provas tentam simular as condições a que tanto a
embalagem quanto o alimento serão submetidas, em função do tipo de alimento, tempo
de contato e temperatura.
Estes ensaios deveriam ser feitos colocando-se a embalagem em contato com o
alimento que se pretende embalar. Entretanto, isto se torna impraticável, uma vez que a
concentração de migrantes é normalmente baixa e a complexidade química da maioria
dos alimentos iria interferir em sua dosagem.
Devido a esta impossibilidade, recorreu-se ao uso de solventes simulantes de alimentos, que tentam reproduzir o pH, o teor de gordura dos alimentos e sua eventual
graduação alcoólica.
Os estudos de migração devem avaliar de forma qualitativa e quantitativa a substância química que migrou da embalagem para o alimento.
As embalagens que têm interesse do ponto de vista de saúde pública são as primárias, isto é, aquelas que tem contato direto com o alimento, podendo interagir com ele.
540 - IAL
Terminologia
Embalagem para alimentos – Artigo que está em contato direto com alimentos,
destinado a contê-los, desde sua fabricação até sua entrega ao consumidor, com a inalidade de protegê-los de agentes externos, de alterações e de contaminações, assim como
de adulterações.
Equipamento para alimentos – Artigo em contato direto com alimentos, que se
utiliza durante a elaboração, fracionamento, armazenamento, comercialização e consumo
de alimentos. Estão incluídos nesta classiicação: recipientes, máquinas, correias transportadoras, tubulações, aparelhagens, acessórios, válvulas, utensílios e similares.
Revestimento – Substância ou produto aplicado sobre a superfície de embalagens
ou equipamentos para alimentos com a inalidade de protegê-los e prolongar sua vida
útil.
Migração – Transferência de componentes do material em contato com alimentos
para estes produtos, devido a fenômenos físico-químicos.
Migração total ou global – Quantidade de componentes transferida dos materiais
em contato com alimentos ou seus simulantes, nas condições usuais de emprego, elaboração e armazenamento ou nas condições equivalentes de ensaio.
Migração específica – Quantidade de um componente não polimérico particular de
interesse toxicológico transferida dos materiais em contato com alimentos para os alimentos ou seus simulantes, nas condições equivalentes de ensaio.
Limite de migração total ou global – Quantidade máxima admissível de componentes de material em contato com alimentos transferida aos simulantes sob as condições de
ensaio.
Limite de migração específica – Quantidade máxima admissível de um componente
especíico do material em contato com alimentos transferida aos simulantes nas condições de ensaio.
Limite de composição – Quantidade máxima permitida de um componente particular de interesse toxicológico no material em contato com alimentos.
Simulante – Produto que imita o comportamento de um grupo de alimentos que
IAL - 541
Métodos Físico-Químicos para AnáliseCapítulo
de Alimentos
4ª Edição
XIV -- Embalagens
e Equipamentos em Contato com Alimentos
1ª Edição Digital
tem características semelhantes.
Vidros – Materiais sólidos que possuem uma estrutura atômica molecular não cristalina obtidos, de modo geral, pelo resfriamento de uma massa fundida em condições
controladas que impeçam sua cristalização. Podem ser incolores ou coloridos. São identiicados os seguintes tipos de vidro:
• Vidro borossilicato
• Vidro sódio-cálcico
• Cristal (com teor mínimo de 10% de um ou mais dos seguintes metais: chumbo,
bário, potássio, zinco, expressos como óxido).
Esmaltes vitrificados – Materiais vítreos que correspondem à deinição anterior e
que se utilizam como revestimento de embalagens e equipamentos de cerâmica porosa,
vermelha ou branca, de vidro ou de metal (como porcelana, louça e artigos esmaltados ou
vitriicados em geral), com a inalidade de impermeabilizar, proteger ou decorar.
Embalagens de vidro retornáveis – Embalagens que podem ser utilizadas várias vezes, somente para conter alimentos, sofrendo um processo industrial de higienização,
antes de cada reutilização.
ção.
Embalagens de vidro não retornáveis – Embalagens de vidro de uma única utiliza-
Embalagens metálicas – Embalagens compostas exclusivamente de materiais metálicos ferrosos ou não ferrosos; de materiais ferrosos ou não ferrosos revestidos exclusivamente com revestimentos metálicos; de materiais ferrosos ou não ferrosos apresentando
ou não revestimentos metálicos e revestidos em uma ou em ambas as faces por revestimentos poliméricos ou submetidas a uma operação de lubriicação.
Embalagens celulósicas – São embalagens elaboradas ou revestidas com papel ou
cartão, ou compostas por vários tipos de materiais, desde que a face em contato com
alimento seja celulósica, inclusive aquelas que são revestidas ou tratadas supericialmente
com parainas, resinas poliméricas e outras.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 91, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 13 de junho de 2001. Seção 1, p.60-61.Critérios gerais
para embalagens e equipamentos em contato com alimentos.
286/IV Embalagens e equipamentos – Classificação dos alimentos
Do ponto de vista de interação com as embalagens e equipamentos plásticos, os
542 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
alimentos são classiicados da seguinte forma:
Tipo I – Alimentos aquosos não ácidos (pH superior a 5)
Exemplos de alimentos enquadrados neste tipo: água, infusões de café e chá; cervejas ; leite desnatado; sucos de frutas não ácidas; bebidas contendo menos de 5% de álcool; mel;
sorvetes sem substâncias gordurosas; geléias de frutas não ácidas; ovos sem casca etc.
Tipo II – Alimentos aquosos ácidos (pH inferior ou igual a 5)
Exemplos de alimentos enquadrados neste tipo: sucos de frutas ácidas; geléias de frutas
ácidas; doces de frutas cítricas; tomates, extratos e concentrados de tomate; sorvetes de
frutas ácidas; leites fermentados, inclusive os que contêm frutas; molhos; vinagre etc.
Tipo III – a. Alimentos aquosos não ácidos contendo óleo ou gordura
b. Alimentos aquosos ácidos contendo óleo ou gordura
Exemplos de alimentos enquadrados neste tipo: carnes frescas de animais e de aves gordurosas; presunto e semelhantes; carnes enlatadas; pastas de carne e outras conservas de
carne; embutidos de carnes frescas, curados, defumados, cozidos; peixes gordurosos e
derivados; leite integral; maionese; sorvetes ricos em gordura; óleos e gorduras emulsionados; bebidas a base de cacau etc.
Tipo IV – Alimentos oleosos ou gordurosos
Exemplos de alimentos enquadrados neste tipo: óleos; gorduras; manteiga; margarina;
chocolates etc.
Tipo V – Alimentos alcoólicos (conteúdo em álcool superior a 5% v/v)
Exemplos de alimentos enquadrados neste tipo: vinhos; licores; aguardentes; cervejas e
sidras e outras bebidas contendo mais que 5% de álcool; alimentos conservados em meio
alcoólico etc.
Tipo VI – Alimentos sólidos secos ou de ação extrativa pouco signiicativa.
Exemplos de alimentos enquadrados neste tipo: cereais; cereais inlados; farinhas; massas
alimentícias; pães; biscoitos e outros produtos forneados não gordurosos; hortaliças e outros vegetais frescos; frutas secas; leite em pó; café em grão ou em pó, especiarias; caldos
para sopas desidratados; sal etc.
IAL - 543
Métodos Físico-Químicos para AnáliseCapítulo
de Alimentos
4ª Edição
XIV -- Embalagens
e Equipamentos em Contato com Alimentos
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21-34. Disposições
gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
287/IV Embalagens e equipamentos – Seleção dos simulantes de alimentos
Com a inalidade de realizar os ensaios de migração em embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos, são deinidos os seguintes simulantes de
alimentos:
• Simulante A – Água
• Simulante B – Solução de ácido acético a 3% (v/v) em água
• Simulante C – Solução de álcool em água a 15% ou na concentração mais próxima
da real de uso.
• Simulante D – Óleo de oliva reinado; n-heptano
Nota: o n-heptano é indicado como simulante alternativo. O comportamento do n-heptano como solvente simulante de alimentos oleosos está sendo questionado. A tendência
geral é o uso de óleos vegetais (azeite de oliva, óleo de girassol ou soja), pois os mesmos são
excelentes simulantes de alimentos oleosos, apesar do método correspondente ser mais
complexo que o anterior.
Tabela 1 – Tipos de alimentos e seus respectivos simulantes
Alimento
Simulante
Tipo I
A
Tipo II
B
Tipo III a
A,D
Tipo III b
B,D
Tipo IV
D
Tipo V
C
Tipo VI
Nenhum, ou ocasionalmente A,B,C ou D, dependendo do tipo de
alimento
544 - IAL
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21- 34. Disposições gerais
para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
288/IV Embalagens e equipamentos – Condições dos ensaios de migração
a) Nos ensaios de migração, o contato dos materiais de embalagem com os simulantes, nas condições de tempo e temperatura selecionados de acordo com a Tabela 2,
será realizado de maneira a reproduzir as condições normais ou previsíveis de elaboração, fracionamento, armazenamento, distribuição, comercialização e consumo
do alimento.
b) Se uma embalagem ou equipamento é utilizado sucessivamente em várias condições
de contato da Tabela 2, os ensaios de migração serão realizados submetendo-se as
amostras sucessivamente a estas condições de teste, usando-se o mesmo simulante.
c) Para um determinado tempo de contato, se o material passa nos ensaios de migração
a uma determinada temperatura, não é necessário efetuar o teste a uma temperatura
mais baixa.
d) Para uma determinada temperatura de contato, se o material passa nos ensaios de
migração a um determinado tempo de contato, não é necessário efetuar o teste a um
tempo menor.
e) Sempre que as condições de temperatura e tempo de contato não se enquadrem nas
condições impostas na Tabela 2, deverão ser seguidas as condições que se aproximem
das reais de uso.
f) Para manter as amostras às temperaturas selecionadas, podem ser utilizados, dependendo do caso, congelador, refrigerador, banho-maria, estufa, autoclave ou forno de
microondas.
g) elaboração – Condições que se veriicam em períodos relativamente curtos, tais como:
pasteurização, esterilização, acondicionamento a quente etc.
h) armazenamento – Contato prolongado durante o armazenamento à temperatura ambiente ou de refrigeração.
IAL - 545
Métodos Físico-Químicos para AnáliseCapítulo
de Alimentos
4ª Edição
XIV -- Embalagens
e Equipamentos em Contato com Alimentos
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i) consumo – Aquecimento do alimento na própria embalagem antes da ingestão; utilização de utensílios domésticos de plástico em contato com alimentos.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21-34. Disposições
gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
289/IV Embalagens plásticas – Preparo das amostras
Procedimento – Sempre que possível, utilize uma área fácil de calcular (retângulo, círculo, cilindro etc.). Prepare um número de amostras tal que a superfície de contato esteja
em torno de 600 cm2. Lave as amostras primeiramente em jato de água corrente e depois
com água. Seque as amostras. Devido à grande diversiicação de materiais empregados
para a fabricação de embalagens, cada um deles deverá ter um tratamento prévio especial,
conforme descrito abaixo:
a) Embalagem final (rígida, semi-rígida ou flexível) – Coloque o simulante à temperatura selecionada. Cubra ou lacre o recipiente e deixe à temperatura de teste durante o tempo indicado.
b) Material plástico genérico (filme flexível, corpos rígidos, revestimentos poliméricos etc.)
– Prepare amostras com uma superfície de contato de aproximadamente 600 cm2 (somatória de todas as superfícies postas em contato). Coloque em um béquer com um
volume de simulante de tal forma que a relação área de material em contato/volume
ique compreendida entre (2 e 0,5) cm2/mL, na temperatura selecionada; cubra o béquer com um vidro de relógio ou similar e deixe em contato na temperatura de ensaio
pelo tempo indicado.
c) Elementos de vedação (tampas, rolhas, guarnições e outros objetos de área pequena (por
exemplo: palitos de pirulito, colheres para sorvetes etc., de um único uso) – Coloque2 um
número suiciente (n) de amostras de modo que a área seja em torno de 600 cm em
um béquer com um volume simulante de tal forma que a relação área de amostras/
volume de simulante esteja compreendida entre (2 e 0,5) cm2/mL, à temperatura selecionada. Cubra o béquer e deixe à temperatura de ensaio durante o tempo indicado.
d) Filme composto semi-rígido – Corte um retângulo do ilme no tamanho de (15 x 20)
cm. Construa com ele uma caixa. Lave a caixa com um jato de água corrente e, depois
com água. Seque. Coloque o solvente simulante adequado e cubra com placa de vidro.
Na impossibilidade de construir uma caixa, corte um quadrado de (8 x 8) cm do material, lave com jato de água corrente e, depois, com água. Seque. Coloque o solvente
simulante em um copo de vidro com a borda recoberta por ita vedante. Cubra esse
copo com a amostra cortada na forma de um quadrado de (8 x 8) cm e adapte esse
conjunto ao dispositivo especial descrito na igura 1. Faça um branco substituindo a
546 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
amostra por placa de vidro, para veriicar se houve migração dos elementos da ita de
vedação para o solvente.
Figura 1 – Dispositivo para análise de uma face da embalagem
e) Materiais e artigos compostos por duas ou mais camadas plásticas – Neste caso o teste é realizado de tal modo que o simulante ique em contato somente com as partes da amostra que durante seu uso real estejam em contato direto com os alimentos. Coloque o
solvente simulante em um copo de vidro com a borda recoberta por ita vedante. Cubra
esse copo com a amostra cortada na forma de um quadrado de (8 x 8) cm e adapte esse
conjunto ao dispositivo especial descrito na Figura 1. Faça um branco substituindo a
amostra por placa de vidro, para veriicar se houve migração dos elementos da ita de
vedação para o solvente.
f) Equipamentos destinados a entrar em contato com alimentos (utensílios, partes de maquinaria etc.) – Proceda de acordo com a, b, ou c, dependendo das condições reais de
uso.
Nota: quando o material a ser analisado for um verniz ou esmalte sintético, este deve ser
aplicado para seu ensaio sobre placas de vidro esmerilhado.
IAL - 547
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tabela 2 – Condições de ensaio
CONDIÇÕES DE
CONTATO NO
USO REAL
CONDIÇÕES DE ENSAIO
Simulante A
Simulante B
Simulante C
Água
Ácido acético
a 3%
Álcool a 15%
Simulante D
Heptano **
Azeite de oliva
*
A. Conservação (contato prolongado, t > 24 h)
T < 5°C
5°C/10 dias
5°C/10 dias
5°C/10 dias
5°C/30 min
5°C/10 dias
5°C < T < 40°C
40°C/10 dias
40°C/10 dias
40°C /10 dias
20°C/30 min
40°C/10 dias
20°C/15 min
40°C/24 h
20°C/15 min
40°C/2 h
40°C/15 min
80°C/2 h
B. Contato breve (2 h < t < 24 h)
à temperatura
ambiente
40°C/24 h
40°C/24 h
40°C/24 h
C. Contato momentâneo (t < 2 h)
à temperatura
ambiente
40°C/2 h
40°C/2 h
40°C/2 h
D. Elaboração
40°C < T < 80°C
80°C/2 h
80°C/2 h
80°C/2h
80°C < T < 100°C
100°C/30 min
100°C/30 min
–
50°C/15 min
100°C/30 min
T > 100°C
120°C/30 min
120°C/30 min
–
60°C/15 min
120°C/30 min
* Os resultados obtidos com azeite de oliva devem ser divididos pelos fatores de redução
especiicados de acordo com a Tabela 2 (Classiicação dos alimentos em função dos simulantes), constante no anexo I da Resolução 105 da ANVISA.
** Os resultados obtidos com n-heptano devem ser divididos por 5.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21-34. Disposições gerais
para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
290/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração total com simulantes
aquosos e n-heptano
No Brasil e nos outros Estados-Parte do Mercosul, o limite máximo permitido de
548 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
migração total ou global é de 8 mg/dm2 ou 50 mg/kg.
Material
Béqueres, vidros de relógio, provetas, dessecadores com cloreto de cálcio anidro, cápsulas
de porcelana, banho-maria, estufa com temperatura regulável e refrigerador.
Solventes
Conforme o tipo de alimento a ser embalado, utilize o solvente correspondente descrito
na Tabela 1.
Procedimento – Após preparação das amostras de acordo com o indicado em 289/IV,
acondicione as mesmas conforme Tabela 2. Em todos os casos, efetue uma prova em
branco, com um volume igual do simulante utilizado na prova original. Transcorrido o
tempo dos ensaios de migração, retire as amostras do béquer nos casos (b), (c) e (d), ou
verta o simulante em um béquer no caso (a) e (d). Retire as amostras, lave e escorra com
o mesmo simulante utilizado, que se incorpora ao simulante do teste. Após os ensaios
de migração, o simulante não deve apresentar coloração visível nem odores estranhos.
Evapore o simulante até reduzi-lo a um volume menor. Transira quantitativamente para
uma cápsula tarada e prossiga com a evaporação em banho-maria e em seguida em estufa a (100 ± 5)°C até a secura. Resfrie a cápsula em dessecador e repita a operação até
peso constante. Proceda da mesma maneira para a prova em branco e subtraia o peso do
resíduo obtido anteriormente do da prova em branco, obtendo-se assim o resíduo seco do
ensaio de migração, que será usado no cálculo da migração total.
IAL - 549
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculos
No caso de embalagens e equipamentos com capacidade superior ou igual a 250 mL, calcule a migração total (Q) com a fórmula:
R = massa do resíduo seco em mg
A = área total de contato da amostra com simulante, em dm²
S/V = relação área/massa de água correspondente ao volume de contato real entre o
material plástico e o alimento, em dm²/kg de água
Quando o ensaio de migração é efetuado em material plástico genérico e não na embalagem inal, utilize a relação S/V real. Caso não se conheça esta relação, pode ser usada
uma relação S/V = 6 dm²/L.
Quando nos testes se usa a embalagem inal, então A = S e a fórmula se reduz a:
R = massa do resíduo seco, em mg
V = massa de água correspondente ao volume da embalagem em kg
A migração (Q’) pode ser expressa também em mg/dm², mediante a fórmula:
R = massa do resíduo seco, em mg
A = área total de contato da amostra com o simulante em dm²
No caso do ensaio de migração das amostras referentes ao item 289/IV (c), a migração
Q é calculada de acordo com a fórmula:
R = massa do resíduo seco, em mg
N = número de amostras analisadas
V = massa de água correspondente ao volume do recipiente no qual serão
usados os elementos de vedação ou outros objetos, em kg.
550 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
Notas
No caso de n-heptano, o volume do mesmo deverá ser reduzido em destilador rotatório, com a recuperação deste solvente. As últimas porções são transferidas para uma
cápsula tarada e prossegue-se como descrito anteriormente.
As tolerâncias analíticas são as seguintes: 5 mg/kg ou 0,8 mg/dm², nos ensaios de
migração total, dependendo da forma de expressão dos resultados.
Quando uma embalagem ou equipamento se destina a entrar em contato repetidas
vezes com alimentos, com exceção das embalagens retornáveis que são objeto de uma
norma especíica, os ensaios de migração deverão ser efetuados três vezes sobre uma
mesma amostra, usando-se a cada vez quantidades novas de simulante. A aprovação deste tipo de embalagem ou equipamento dependerá do nível de migração total
determinado no terceiro ensaio de migração. O resultado inal será o nível obtido
na terceira prova, porém nos três ensaios o limite de migração total não poderá ser
excedido.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21-34. Disposições
gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
291/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração total com n-heptano
após extração com clorofórmio
No caso do simulante utilizado ser n-heptano, o valor do resíduo seco deve ser
dividido por 5. Se o valor da migração global correspondente for superior ao limite
estabelecido, submete-se o resíduo seco a uma extração com clorofórmio.
Procedimento – Adicione ao resíduo seco, na mesma cápsula, 50 mL de clorofórmio.
Aqueça cuidadosamente e iltre em papel Whatman nº 41. Lave o papel de iltro com
o mesmo solvente e recolha o iltrado em uma cápsula tarada. Evapore o solvente e
seque em estufa a (100 ± 5)°C. Resfrie em dessecador e pese o novo resíduo seco. Este
resultado deve ser dividido por 5 para ser usado no cálculo inal.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Diário Oficial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I,
p. 21- 34. Disposições gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
IAL - 551
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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292/IV Embalagens plásticas – Determinação de metais em corantes e pigmentos
Este método se aplica à determinação de metais em corantes e pigmentos em
embalagens e equipamentos plásticos. Nos extratos, são determinados os metais utilizando-se a espectrometria de absorção atômica de acordo com o detalhado a seguir:
chumbo, selênio, cádmio e zinco (com chama de ar-acetileno); bário: com chama nitroso-acetileno; mercúrio: com vapor frio; arsênio: com geração de hidretos.
Material
Béqueres, funis, balões volumétricos de 50 mL, provetas, balança analítica e espectrômetro de absorção atômica e mesa agitadora.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 1 M para arsênio
Solução de ácido nítrico 1 M para chumbo
Solução de ácido clorídrico 0,1 M para bário, cádmio, zinco, mercúrio e selênio
Procedimento – Pese 2 g de amostra em um béquer de 150 mL. Adicione 30 mL
das soluções de extração descritas em reagentes, dependendo do metal a ser analisado. Agite em mesa agitadora durante duas horas à temperatura ambiente. Deixe decantar por uma hora e iltre utilizando papel de iltro umedecido com
2 mL da solução de mesma concentração utilizada para a extração, recolhendo o iltrado em um balão volumétrico de 50 mL. Complete o volume com as soluções de
extração. Nos extratos, determine os metais utilizando a espectrometria de absorção
atômica.
Nota: poderão ser usados métodos colorimétricos recomendados pela Association of
Official Analytical Chemists (A.O.A.C.), quando o laboratório não dispuser de espectrômetro de absorção atômica.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Diário Oficial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I,
p. 21-34. Disposições gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato
com alimentos.
552 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
293/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração de corantes e pigmentos
Procedimento – Compare visualmente, com os brancos respectivos, os extratos obtidos nos ensaios de migração total das embalagens e equipamentos plásticos coloridos,
realizados com os simulantes correspondentes, nas temperaturas e tempos de contato
detalhados na Tabela 2. Nestas condições, não devem existir diferenças veriicadas visualmente entre a coloração do extrato e do seu branco.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21- 34. Disposições
gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
294/IV Embalagens plásticas – Determinação da migração específica de metais
e outros elementos
Sempre que a formulação da embalagem apresentar metais e outros elementos
com limites de migração constantes na legislação deve-se realizar este ensaio.
Procedimento – Determine as concentrações de metais e outros elementos em extratos obtidos como os descritos nos ensaios de migração total das embalagens e equipamentos plásticos coloridos, realizados com os simulantes correspondentes nas temperaturas e tempos de contato detalhados na Tabela 2. A determinação é efetuada por
espectrometria de absorção atômica ou, alternativamente, pelas técnicas colorimétricas
recomendadas pela Association of Official Analytical Chemists (A.O.A.C.). Os elementos
a determinar nos extratos acima mencionados são: antimônio (Sb), arsênio (As), bário
(Ba), boro (B), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobre (Cu), cromo (Cr), estanho (Sn),
lúor (F), mercúrio (Hg), prata (Ag) e zinco (Zn). Esses elementos não devem migrar
em quantidades superiores aos limites estabelecidos na legislação vigente correspondente a contaminantes em alimentos.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 105, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de maio de 1999, Seção I, p. 21-34. Disposições
gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos.
IAL - 553
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
295/IV Embalagens de vidro e cerâmica – Determinação da migração global
Este método se aplica a embalagens e equipamentos de vidro ou cerâmica esmaltada
ou vitriicada que entram em contato direto com alimentos durante sua produção, elaboração, fracionamento, armazenamento, distribuição, comercialização e consumo. As embalagens e equipamentos a que se refere este método estão destinados a entrar em contato com
alimentos por períodos prolongados ou breves e repetidos. Engloba as embalagens assim
como os equipamentos de uso industrial e utensílios empregados para uso doméstico. Podem ser utilizadas, para contato com alimentos, as embalagens e equipamentos fabricados
somente com os seguintes tipos de vidro: borossilicato, sódio-cálcico e cristal.
Os limites de migração total estabelecido são: 50 mg de resíduo/kg de água ou
8 mg/dm2. As tolerâncias analíticas são: 5 mg/kg de água ou 0,8 mg/dm2.
Material
Proveta, placas de Petri ou vidros de relógio, autoclave, banho-maria, cápsula de platina com capacidade de 100 mL, estufa, balança analítica e dessecador.
Reagente
Detergente comercial
Procedimento
Preparação das amostras – Os objetos submetidos a ensaio devem estar limpos e isentos
de gordura. Devem ser lavados com uma solução diluída e morna de um detergente
comercial, devendo ser enxaguados a seguir com água corrente e depois pelo menos
duas vezes com água, ou imersos em água, em repouso, durante pelo menos 30 minutos. O número de amostras deve ser tal que a quantidade de líquido simulante não seja
inferior a 250 mL. Em todos os casos devem ser realizadas provas em branco, com uma
quantidade de água igual à empregada no ensaio.
Determinação da migração global – Coloque em cada um dos objetos um volume
de água correspondente a 90% de sua capacidade e anote o volume usado. Cubra as
amostras com uma placa de Petri ou um vidro de relógio. Estes materiais devem ser
submetidos, pelo menos 3 vezes, a uma hora de autoclavagem a (121 ± 1)°C. Coloque
as amostras em uma autoclave nas seguintes condições:
• 20 minutos para atingir 100°C
• 10 minutos para que o vapor lua livremente
• 2 minutos para atingir 121°C
• 30 minutos estabilizados em 121°C
• 42 ± 4 minutos para resfriamento
• 15 minutos de esfriamento no ar
554 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
Retire as amostras da autoclave e coloque em um banho de água a 80°C, esfriado com
água corrente durante (10-20) minutos, até alcançar a temperatura ambiente. Transira
o conteúdo dos recipientes em teste, fração por fração, para uma cápsula de platina
com capacidade aproximada de 100 mL, previamente seca em estufa a 150°C e pesada
em balança analítica. Evapore o conteúdo das cápsulas em banho-maria até a secura.
Depois da evaporação, coloque as cápsulas durante 1 hora em estufa a (150 ± 5)°C.
Esfrie as cápsulas em dessecador e pese novamente em balança analítica. O resultado da
pesagem menos a correspondente prova em branco é o resíduo seco.
Cálculos
O resultado, denominado migração total, pode ser expresso de acordo com as seguintes
equações:
R = massa do resíduo seco em mg
S = área da amostra de vidro ensaiada em dm²
V = massa de água correspondente ao volume da embalagem em kg
Q = migração total, em mg/kg de água
Q’= migração total em mg/dm²
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. – Portaria Nº 27, da Secretaria de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 20 de março de 1996, Seção I, p. 4691-4692.
Embalagens e equipamentos de vidro e cerâmica destinados a entrar em contato com
alimentos.
296/IV Embalagens de vidro e cerâmica – Determinação da migração específica de
metais pesados
O ensaio de migração especíica de metais pesados se aplica também aos objetos
de vidro decorados na superfície de contato com os alimentos. Estes ensaios devem ser
efetuados com proteção da luz. Os limites de migração especíica de metais pesados são
estabelecidos de acordo com as seguintes categorias:
Categoria 1: objetos que não possam ser preenchidos e objetos que possam ser preenchidos, cuja profundidade interna entre o ponto mais baixo e o ponto mais horizontal
que passa pela borda superior seja inferior ou igual a 25 mm:
• chumbo: 0,8 mg/dm²
• cádmio: 0,07 mg/dm²
IAL - 555
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Categoria 2: todos os demais objetos que possam ser preenchidos:
• chumbo: 4,0 mg/kg
• cádmio: 0,3 mg/kg
Categoria 3: utensílios de cozinha, embalagens e recipientes de armazenamento que
tenham capacidade superior a 3 litros:
• chumbo: 1,3 mg/kg
• cádmio: 0,1 mg/kg
Material
Estufa, proveta, vidro de relógio, termômetro e espectrômetro de absorção atômica.
Reagente
Ácido acético a 4% v/v
Procedimento
Preparação das amostras – Limpe e desengordure os objetos submetidos ao ensaio com
uma solução diluída e morna de um detergente comercial. Enxágüe a seguir com bastante água corrente e depois com água destilada ou desmineralizada. Despreze as águas
de enxaguadura e inverta os recipientes sobre um tecido limpo e não felpudo.
Determinação da migração especíica – Coloque os recipientes vazios durante 45 minutos em uma estufa a (80 ± 2)°C. Coloque solução de ácido acético a 4%, previamente aquecido a 80°C, até 90% da capacidade do recipiente. Anote o volume de ácido
usado e cubra com vidro de relógio. Deixe os recipientes em estufa, regulada a (80 ± 2)°C
durante (120 ± 2) minutos. Retire os recipientes da estufa e leve à temperatura ambiente
o mais rápido possível, protegendo-os da luz.
Determinação da migração de chumbo e cádmio – Utilize a espectrofotometria de
absorção atômica para determinar as quantidades de metais liberadas pela amostra, expressando os resultados em mg/kg ou em mg/dm² de área de amostra em contato com
o líquido de ensaio, efetuando uma prova em branco em paralelo.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 27, da Secretaria de Vigilância Sanitária.
Diário Oicial, Brasília, 20 de março de 1996, Seção I, p. 4691- 4692. Embalagens e
equipamentos de vidro e cerâmica destinados a entrar em contato com alimentos.
556 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
297/IV Embalagens metálicas – Determinação da migração global
Este método se aplica às embalagens, tampas e equipamentos elaborados com
materiais metálicos, revestidos ou não, que entram em contato com alimentos e suas
matérias-primas durante sua produção, elaboração, transporte, distribuição e armazenamento. Os limites de migração total estabelecidos são 50 mg/kg ou 8 mg/dm2, de acordo
com a forma de expressão dos resultados. As tolerâncias analíticas são as seguintes: 5 mg/
kg ou 0,8 mg/dm2, de acordo com a forma de expressão dos resultados.
Material
Provetas de 50 mL, cápsulas de porcelana, banho-maria, funil, papel de iltro quantitativo, estufa, balança analítica e dessecador.
Reagentes
Solventes simulantes como descrito na Tabela 1
Clorofórmio
Procedimento – O procedimento de ensaio é o mesmo descrito em 286/IV, 287/IV,
288/IV, 289IV e 290/IV, com a ressalva que o verniz ou esmalte deve ser aplicado sobre
o substrato metálico para o qual se destina.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 20, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 26 de março de 2007, Seção I, p.55-56. Disposições sobre
embalagens e equipamentos metálicos em contato com alimentos.
298/IV Embalagens metálicas – Resíduo solúvel em clorofórmio corrigido
Caso o resultado encontrado no ensaio de migração total seja superior ao limite
estabelecido, efetue a extração com clorofórmio para correção por migração de metais.
Procedimento – Adicione 50 mL de clorofórmio ao resíduo proveniente do ensaio de migração total e aqueça em banho-maria até completa dissolução. Esfrie e iltre em papel de iltro quantitativo em uma cápsula tarada, evaporando
completamente. Seque em estufa e pese, repetindo o procedimento até massa
constante. Paralelamente efetue um ensaio em branco, para obter a massa do
resíduo corrigido (R´).
Cálculo
Quando o ensaio de migração for efetuado com material metálico genérico, deve-se utiIAL - 557
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
lizar a seguinte fórmula:
R´ = massa do resíduo corrigido em mg
A = área total da amostra em contato com o simulante em dm2
S/V = relação área / massa de água correspondente ao volume de contato real do material
e o alimento em dm2/kg de água
Quando o ensaio de migração for efetuado com a embalagem inal ou com tampas, então
A = S e a fórmula se reduz a:
R´= massa do resíduo corrigido em mg
V = massa de água correspondente ao volume de embalagem em kg.
2
A migração (Q´) pode também ser expressa em mg/dm , mediante a seguinte fórmula:
R´= massa do resíduo corrigido em mg
2
A = área total de contato entre a amostra e o simulante em dm
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 20, da Agência Nacional de de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 26 de março de 2007, Seção I, p.55- 56. Disposições sobre
embalagens e equipamentos metálicos em contato com alimentos.
299/IV Embalagens metálicas – Resíduo solúvel em clorofórmio corrigido para zinco
Este método se aplica para vernizes que contenham óxido de zinco, se a migração
total excede os limites estabelecidos. O método se baseia na determinação gravimétrica
do resíduo solúvel.
Material
Mula ou maçarico tipo Meker, cápsula de platina, balança analítica e dessecador.
Procedimento – Calcine o resíduo obtido em cápsula de platina por aquecimento em
maçarico tipo Meker ou mula à temperatura equivalente para destruir a matéria orgânica. Deixe ao rubro por aproximadamente 1 minuto. Esfrie ao ar durante 3 minutos,
e coloque em dessecador durante 30 minutos e pese com precisão de 0,1 mg. Esta cinza
558 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
é analisada para determinação de zinco de acordo com o método da A.O.A.C. ou outro
equivalente.
Cálculo
Expresse o conteúdo de zinco na cinza como oleato de zinco, e subtraia a quantidade de
resíduo solúvel em clorofórmio ( R´), para obter o valor de resíduo solúvel em clorofórmio corrigido para zinco (R”). Este R” substitui o R´ nas equações anteriores.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 20, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial, Brasília, 26 de março de 2007, Seção I, p.55-56. Disposições sobre
embalagens e equipamentos metálicos em contato com alimentos.
300/IV Embalagens metálicas – Determinação da migração específica de metais em
embalagens de folhas de flandres
Material
Banho-maria termostatizado ou autoclave, espectrômetro de absorção atômica, estufa e
béqueres.
Reagentes
Solução aquosa contendo 3% de cloreto de sódio, 10% de sacarose e 1% de ácido tartárico.
Solução aquosa de álcool a 8% contendo 0,5% de ácido tartárico.
Procedimento – Para a realização dos ensaios de migração especíica de metais, os alimentos são classiicados e ixados os respectivos simulantes da seguinte forma:
Tipo A – Alimentos aquosos ácidos e não ácidos, esterilizados na embalagem por ação
do calor, que podem conter sal e/ou açúcar e incluir emulsões óleo/água, ou baixo teor
de gordura.
Estes produtos devem ser ensaiados com uma solução aquosa contendo 3% de cloreto
de sódio, 10% de sacarose e 1% de ácido tartárico, com a qual se completa o volume da
embalagem. Deve-se manter a embalagem fechada, contendo a solução, em banho de
água por 2 horas a 100°C ou em autoclave durante 30 minutos a 120°C.
Tipo B – Alimentos de composição similar aos do tipo A, que não sofram tratamento
térmico. Estes alimentos devem ser ensaiados com o mesmo simulante que os do tipo A,
IAL - 559
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
mantendo as embalagens durante 24 horas a 80°C.
Tipo C – Alimentos (bebidas) com conteúdo de álcool superior a 4%. Estes produtos devem ser ensaiados com solução aquosa de álcool a 8%, contendo 0,5% de ácido tartárico,
mantendo-se a embalagem durante 48 horas a 40°C.
Notas
Em todos os casos, o espaço livre bruto de embalagem no ensaio não deve ser superior a
(6-7)% de seu volume total. O fecho hermético deve ser feito depois do acondicionamento, com a solução aquecida a 80°C.
No caso de ensaio de tampas para embalagens de vidro, deve-se adotar o mesmo procedimento, utilizando-se a embalagem correspondente em posição invertida, de modo a permitir o contato do material em ensaio com o simulante. Quando se tratar de alimentos
tipo A, as condições de extração devem ser em banho de água por duas horas a 100°C.
Para equipamentos metálicos devem ser empregadas as condições reais de uso.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 20, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 26 de março de 2007, Seção I, p.55- 56. Disposições sobre
embalagens e equipamentos metálicos em contato com alimentos.
301/IV Embalagens celulósicas – Determinação da migração global
Esta metodologia se aplica a embalagens e equipamentos celulósicos destinados
a entrar em contato com alimentos e matérias-primas para alimentos, inclusive aqueles
materiais celulósicos revestidos ou tratados supericialmente com parainas, resinas poliméricas e outros. Aplica-se também às embalagens e equipamentos de uso doméstico,
elaborados ou revestidos com papel e cartão, ou embalagens compostas por vários tipos
de materiais, sempre que a face em contato com alimentos seja celulósica. Excluem-se
aquelas embalagens e equipamentos celulósicos destinados a entrar em contato com alimentos que necessariamente são descascados para seu consumo (por exemplo: frutas cítricas, nozes com cascas, cocos, abacaxis, melões etc.) sempre e quando se assegure que
não modiiquem as características organoléticas do alimento e não cedam substâncias
prejudiciais para a saúde. Não se aplica a embalagens secundárias fabricadas com papel,
560 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
cartão ou cartolina, sempre que se assegure que não entrem em contato com alimentos.
Este método se baseia na quantiicação gravimétrica do resíduo total extraído do
material celulósico após contato com simulantes de alimentos, sob condições reais de
emprego do material. O limite de migração total para embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos, com as correções indicadas, é de 8 mg/dm2.
Material
Frascos Erlenmeyer, cápsula de platina ou de vidro borosilicato, estufa, béqueres, chapa
de aquecimento, balança analítica, dessecador, congelador, refrigerador, banho-maria e
autoclave ou forno de microondas.
Reagentes
Água destilada e desmineralizada
n-Heptano
Solução aquosa de ácido acético a 3% v/v
Solução alcoólica a 15% v/v ou na concentração mais próxima do alimento, preparada a
partir de álcool diluído com água destilada e desmineralizada.
Clorofórmio
Notas
Veriique o descrito em 287/IV.
As análises devem ser efetuadas em quadruplicata, acompanhadas pela análise de um
branco.
Para os ensaios de migração devem ser utilizados os simulantes descritos na Tabela 1,
exceto o simulante D que será o n-heptano.
O contato dos materiais celulósicos com os simulantes, nas condições de tempo e temperatura selecionadas na Tabela 3, será realizado de maneira a que reproduza as condições
normais e previsíveis de uso na elaboração, fracionamento, armazenamento, distribuição,
comercialização e consumo dos alimentos.
Procedimento – Coloque o simulante escolhido em uma relação de 0,3 mL/cm2 de
superfície analisada, na temperatura selecionada segundo a Tabela 3, cubra ou feche o
recipiente e deixe na temperatura de ensaio pelo tempo indicado. No inal do período de
contato, deixe atingir a temperatura ambiente, junte o solvente de cada uma das embalagens ou equipamentos utilizados em cada ensaio em um frasco Erlenmeyer ou béquer
limpo. Lave as amostras com uma pequena quantidade de solvente limpo e agregue os
líquidos de lavagem ao recipiente Evapore o solvente até aproximadamente 100 mL e
transira para uma cápsula tarada de platina ou vidro borossilicato. Lave o frasco Erlenmeyer ou béquer três vezes com pequenas porções do solvente utilizado, agregando os
líquidos de lavagem à cápsula. Evapore o conteúdo da cápsula até poucos mL, evitando
IAL - 561
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
perdas, em uma chapa de aquecimento. Os últimos mL devem ser evaporados em estufa
a 105°C. Esfrie a cápsula em dessecador por 30 minutos e pese o resíduo com precisão
de 0,1 mg.
Cálculo
Calcule a migração total em mg/dm² de superfície da embalagem analisada segundo o
cálculo do procedimento 290/IV.
Quando a migração total exceder o limite estabelecido, prosseguir com a extração do
resíduo solúvel em clorofórmio, segundo o procedimento 291/IV .
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 177, da Secretaria de Vigilância Sanitária.
Diário Oicial, Brasília, 08 de março de 1999, Seção I, p. 9-14. Disposições gerais para
embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos.
302/IV Embalagens celulósicas – Extração em materiais com pigmentos minerais
Sempre que a embalagem, equipamento ou material não permitir a realização da
extração segundo 301/IV, no caso de materiais sem impressão e sem revestimento com
pigmentos minerais (sem coating), realizar a extração segundo este método.
Material
Banho-maria termostatizado, com temperatura variando de [(20-50)±1]ºC, com capacidade para que um béquer de 800 mL ique parcialmente submerso, balança analítica,
pinças, chapas de aquecimento, estufa, mula, clipes para papel nº 2, béquer de 800 mL
com vidro de relógio, cápsula de 250 mL, cinco telas quadradas de pelo menos 40 cm2
cada uma, de aço inoxidável nº 316, suporte para conter várias amostras e arame capaz de
sustentar o sistema de ixação das amostras.
Reagentes
Solventes simulantes como descrito na Tabela 1.
Procedimento – Para cada um dos ensaios de extração, corte precisamente oito amostras
quadradas, iguais às telas, de 40 cm2, no mínimo. Monte cuidadosamente as oito amostras e as telas metálicas em forma de sanduíche, de modo a que o lado de contato com
o alimento de cada amostra ique sempre em contato com a tela, como descrito: tela,
amostra, amostra, tela, amostra, amostra, tela, etc. Prenda o sanduíche cuidadosamente
com um clipe de papel nº 2, deixando um espaço suiciente no topo para poder atravessar
562 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
o arame. Coloque todo o conjunto em um béquer de 800 mL, contendo 100 mL do
solvente simulante apropriado, em um banho-maria com a temperatura desejada, cubra
com um vidro de relógio e deixe o tempo necessário. Depois do acondicionamento, usando as pinças, cuidadosamente, retire o sanduíche, prenda no suporte e deixe escorrendo
sobre o próprio solvente simulante utilizado no teste. Quando o solvente já tiver escorrido, transira o mesmo para uma cápsula de 250 mL tarada. Lave o béquer de 800 mL três
vezes usando não mais que 50 mL do solvente utilizado no ensaio.
Cálculo
Determine o resíduo não volátil total extraído como descrito no cálculo do procedimento 290/IV.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 177, da Secretaria de Vigilância Sanitária.
Diário Oicial, Brasília, 08 de março de 1999, Seção I, p. 9-14. Disposições gerais para
embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos.
303/IV Embalagens celulósicas – Extração em materiais revestidos ou tratados superficialmente com parafinas e/ou laminados
Material
Dispositivo que permita a ixação da amostra de forma que o contato com o simulante
seja apenas no lado de interesse, como por exemplo a Figura 1, ou a cela descrita no Official Methods of Analysis Official Analytical Chemists, 13th ed. (1980) Sec. 21010 - 21015,
copos de vidro com borda recoberta por uma ita de teflon, béqueres.
Reagentes
Solvente simulante como descrito na Tabela 1
Procedimento – Corte a amostra nas dimensões compatíveis com os dispositivos
empregados. O número de amostras para cada determinação deve ter uma área total
de contato de pelo menos 600 cm2. Coloque os solventes simulantes em um número
adequado de copos de vidro com borda recoberta por ita teflon, de modo que no
total se utilize um volume de 100 mL e se mantenha a relação área/volume em cada
um dos copos. Coloque a amostra sobre o copo e adapte o conjunto no dispositivo
IAL - 563
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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de ixação (Figura 1). Inverta o dispositivo para que haja contato do solvente com
a amostra. Faça um branco substituindo a amostra por placa de vidro para veriicar
se houve migração dos elementos da ita de vedação para o solvente. Deixe em contato pelo tempo e temperatura estipulados na Tabela 3. Inverta o dispositivo para a
posição normal e deixe transcorrer o tempo necessário. Retire as amostras e junte as
alíquotas de solvente em um béquer tarado. Lave os copos de vidro com não mais
de 20 mL por copo com o solvente utilizado no teste. Evapore o solvente em chapa
de aquecimento até aproximadamente 5 mL, que devem ser totalmente evaporados
em uma estufa a aproximadamente 105°C. Esfrie o béquer em dessecador por 30
minutos e pese o resíduo em uma balança analítica. Subtraia o peso obtido no teste
do branco obtendo um resíduo total (R). O peso do branco deve ser < 1,0 mg/100
mL e < 30% do peso do resíduo total.
Cálculo
Calcule a migração total em mg/cm2 de amostra, de acordo com o descrito no procedimento 290/IV.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 177, da Secretaria de Vigilância Sanitária.
Diário Oicial, Brasília, 08 de março de 1999, Seção I, p. 9-14. Disposições gerais para
embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos.
304/IV Embalagens celulósicas – Determinação do resíduo solúvel em clorofórmio
Quando a migração total exceder o limite estabelecido no procedimento 290/IV,
prossiga com a extração do resíduo solúvel em clorofórmio.
Material
Provetas, cápsulas de platina ou porcelana, funil de vidro, papel de iltro Whatman nº 41,
béqueres, chapa de aquecimento, estufa, balança analítica e dessecador.
Reagente
Clorofórmio
Procedimento – Adicione 50 mL de clorofórmio ao resíduo total (R) obtido no procedimento 301/IV. Aqueça cuidadosamente e iltre em papel de iltro Whatman nº 41 (ou
564 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
equivalente) utilizando um funil de vidro. Colete o iltrado em uma cápsula de porcelana
ou platina limpa e tarada. Lave o béquer e o papel de iltro com uma segunda porção de
clorofórmio e junte ao iltrado original. Evapore até poucos mL em uma chapa de aquecimento. Os últimos mL devem ser evaporados em uma estufa a 105°C. Esfrie a cápsula em
dessecador por 30 minutos e pese com precisão de 0,1 mg para obter o resíduo solúvel em
clorofórmio (R’). Este resíduo R’ deve substituir o R nas equações descritas em 306/IV.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 177, da Secretaria de Vigilância Sanitária.
Diário Oicial, Brasília, 08 de março de 1999, Seção I, p. 9 a 14. Disposições gerais para
embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos.
305/IV Embalagens celulósicas – Determinação do resíduo solúvel em clorofórmio
corrigido para zinco
Quando a migração total calculada com o resíduo solúvel em clorofórmio (R’)
exceder o limite estabelecido, proceda a correção para o zinco. O método se baseia na
análise gravimétrica para determinação de zinco.
Material
Cápsula de platina, mula ou bico tipo Meker, dessecador e balança analítica.
Procedimento – Calcine o resíduo solúvel em clorofórmio obtido em cápsula de platina
por aquecimento em bico tipo Meker ou em mula à temperatura equivalente para destruir a matéria orgânica. Deixe ao rubro por aproximadamente um minuto. Esfrie ao ar
durante 3 minutos e posteriormente em dessecador por 30 minutos. Pese e determine o
teor de zinco na cinza de acordo com o método A.O.A.C. ou outro equivalente.
Cálculo
Expresse o conteúdo de zinco na cinza, como oleato de zinco e subtraia esta quantidade do
resíduo solúvel em clorofórmio (R’), para obter o valor do resíduo solúvel em clorofórmio
corrigido para zinco (R’’) Este R’’ substitui o R’ nas equações apresentadas em 306/IV.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 177, da Secretaria de Vigilância Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 08 de março de 1999, Seção I, p. 9-14. Disposições gerais para embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos.
306/IV Embalagens celulósicas – Determinação do resíduo solúvel em clorofórmio
corrigido para ceras, vaselinas e óleos minerais.
IAL - 565
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
A correção para ceras, vaselinas e óleos minerais é necessária no caso em que estas
substâncias façam parte da composição da amostra.
Material
Coluna cromatográica padrão de 100 mm de diâmetro interno por 60 cm ou bureta padrão de 50 mL com diâmetro interno de (10-11) mm com uma válvula reguladora de vidro,
resina de perluorcarbono ou equivalente. A coluna (ou bureta) pode ser opcionalmente
equipada com disco de vidro sinterizado e o topo da coluna pode ser opcionalmente ajustado com reserva de 100 mL de solvente, lã de vidro ina, areia ina, proveta, béquer, estufa,
chapa de aquecimento, dessecador, balança analítica, pipetas e balões volumétricos.
Reagentes
n-Heptano
Sulfato de sódio anidro
Óxido de alumínio grau cromatográico de (80-200) mesh
Procedimento
Preparação da coluna – Coloque uma pequena porção de lã de vidro ina no fundo da
coluna (ou bureta), se esta não estiver equipada com disco de vidro sinterizado. Coloque
uma camada de (15-20) mm de areia ina. Meça 15 mm de óxido de alumínio grau cromatográico de (80-200) mesh num cilindro graduado (para medir, bata cuidadosamente
o cilindro para acomodar o óxido de alumínio). Transira o óxido de alumínio para a coluna cromatográica, batendo levemente durante e depois da transferência. Coloque sobre
a camada de óxido de alumínio uma camada de (10-15) mm de sulfato de sódio anidro e
no topo coloque uma porção de lã de vidro, de (6-10) mm. Adicione 25 mL de heptano
na coluna com a válvula reguladora aberta para permitir que o heptano passe através da
coluna até o nível do líquido atingir o topo da coluna e então feche a válvula.
Procedimento para o resíduo solúvel em clorofórmio pesando 0,5 g ou menos – Dissolva o
resíduo solúvel em clorofórmio obtido no procedimento 304/IV, adicionando 20 mL
de heptano e agitando se necessário. Aqueça cuidadosamente a té dissolver o resíduo. O
heptano pode ser adicionado até 50 mL para auxiliar a dissolução do resíduo. Esfrie até
a temperatura ambiente (se a solução se tornar turva, usar o procedimento descrito em
305/IV). Transira o heptano para a coluna. Enxágüe o frasco com 10 mL de heptano e
adicione à coluna. Deixe o líquido passar pela coluna, gotejando em torno de 2 mL/min
e colete a amostra eluída em béquer limpo e tarado. Quando o nível do líquido alcançar o
topo da coluna, feche a válvula reguladora temporariamente. Enxágüe o frasco que continha a amostra com (10-15) mL de heptano e adicione à coluna. Elua a coluna com mais
heptano, coletando no total aproximadamente 100 mL de solvente. Evapore em chapa de
aquecimento o heptano eluído da coluna até aproximadamente 5 mL. Seque o restante
566 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
em estufa a 105°C por 30 minutos. Esfrie o frasco em dessecador por 30 minutos e pese o
resíduo com precisão de 0,1 mg.
Cálculo
Subtraia o peso obtido do peso do resíduo solúvel em clorofórmio (R’) para obter o
resíduo corrigido para cera, vaselina e óleos minerais (RR’). Este RR’ substitui o R’ nas
equações apresentadas em 306/IV.
Procedimento para o resíduo solúvel em clorofórmio pesando mais que 0,5 g – Dissolva o
resíduo solúvel em clorofórmio seguindo o mesmo procedimento descrito para o resíduo
solúvel em clorofórmio pesando 0,5 g ou menos usando uma maior quantidade de heptano. Transira a solução de heptano para um balão volumétrico de tamanho apropriado
e ajuste o volume com adição de heptano (exemplo: balão volumétrico de 250 mL para
2,5 g de resíduo). Pipete uma alíquota de 50 mL calculada para conter (0,1-0,5) g de
resíduo solúvel em clorofórmio e analise cromatograicamente como descrito no procedimento para o resíduo solúvel em clorofórmio pesando 0,5 g ou menos.
Neste caso, o resíduo seco pesado de heptano deve ser multiplicado pelo fator de diluição para obter o peso do resíduo de cera, vaselina e óleo mineral a ser subtraído do
peso do resíduo solúvel em clorofórmio (R’) para obter a correção de resíduo solúvel em
clorofórmio para cera, vaselina e óleo mineral (RR’). Este RR’ substitui R’ na equação
apresentada em 306/IV. No caso do extrato solúvel em clorofórmio que contenha ceras
de alto ponto de fusão (ponto de fusão maior que 77°C), pode ser necessária uma diluição
da solução de heptano, em que uma alíquota de 50 mL possa conter somente (0,1-0,2) g
de resíduo solúvel em clorofórmio.
Cálculos
No caso do solvente simulante utilizado ser água, soluções de ácido acético ou soluções
alcoólicas, a migração total é calculada de acordo com a seguinte fórmula:
R = massa do resíduo total em mg
S = superfície de amostra testada em cm²
No caso do solvente simulante utilizado ser n-heptano, a migração total é calculada da
seguinte maneira:
R = massa do resíduo total, em mg
IAL - 567
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
S = superfície da amostra testada, em cm²
F = 5, que corresponde ao fator de correção devido à relação de maior extração do nheptano quando comparada com a extração, nas mesmas condições, de um alimento
oleoso ou gorduroso
Nota: R’, R’’ e RR’ substituem R na equação quando for necessário.
Tabela 3 – Condições para os ensaios de migração
CONDIÇÕES
DE CONTATO
REAL DE USO
CONDIÇÕES DE ENSAIO
Simulante A
Simulante B
Simulante C
Ácido Acético
Álcool a 15%
a 3% (m/v)
(v/v)
A . Contato prolongado t >24h
Água
Simulante D
n-heptano*
T< 5ºC
20°C/48 h
20°C/48 h
20ºC/48 h
20°C/30 min
5°C<T< 40°C
50°C/24 h
50°C/24 h
50°C/24 h
20°C/30 min
40°C/24 h
40°C/24 h
20°C/15 min
B. Contato breve ( 2h < t < 24 h)
à temperatura
ambiente
40°C/24 h
C. Contato momentâneo (t < 2 h)
à temperatura
ambiente
40°C/2 h
40°C/2 h
40°C/2 h
20°C/15 min
65°C/2h
40°C/30 min
D. Elaboração
40°C<T≤80ºC
65ºC/2 h
65°C/2 h
80°C<T≤100°C
100°C/30 min
100°C/30 min
–
50°C/30 min
T>100°C
120°C/2 h
120°C/2 h
–
65°C/2 h
–
50°C/15 min
E. Envasado a quente
T>70°C
à T de ebulição e
esfriar a 38°C
à T de ebulição e
esfriar a 38°C
*No caso de material celulósico revestido com paraina não é necessário o ensaio de migração total com
o simulante n-heptano.
568 - IAL
Capítulo XIV - Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Portaria Nº 177, da Secretaria de Vigilância Sanitária.
Diário Oicial, Brasília, 08 de março de 1999, Seção I, p. 9-14. Disposições gerais para
embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos.
307/IV Embalagens elastoméricas – Determinação de ditiocarbamatos, tiouramas e
xantogenatos
As embalagens, equipamentos e acessórios elaborados com material elastomérico devem ser analisadas da mesma forma que as embalagens plásticas, atendendo aos ensaios de
migração total e especíica, utilizando-se os mesmos solventes simulantes e a mesma tabela de
temperatura e tempo de contato. Uma análise adicional importante é a determinação especíica de agentes de vulcanização (ditiocarbamatos, tiouramas e xantogenatos), devido à sua
toxicidade.
Material
Pipeta de 100 mL, béquer de 400 mL, trompa de vácuo, balão volumétrico de 25 mL,
manta aquecedora, proveta de 10 mL, espectrofotômetro UV/VIS e aparelhagem montada como segue: balão de 3 gargalos, ligado, em série, a 2 retentores. Num dos gargalos
é inserido um tubo de vidro para passagem de ar, no central, um funil de separação para
alimentação e, no outro, um refrigerante ligado, com um tubo em U, a um retentor
contendo, sobre esferas de vidro, 10 mL de solução de hidróxido de sódio a 6,5% (para
retenção de eventual gás sulfídrico formado). O retentor é ligado inalmente a um outro,
munido de válvula de recolhimento, contendo, sobre esferas de vidro, 15 mL de reagente
colorimétrico. Neste último retentor é aplicado um pequeno vácuo que permite um luxo
constante de ar (Figura 2).
Figura 2 – Aparelho para a determinação de sulfeto de carbono
IAL - 569
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio a 6,5%
Cloreto estanoso
Ácido clorídrico a 37%
Sulfeto de carbono
Reagente colorimétrico – Pese 12 mg de acetato de cobre monoidratado e 25 g de dietanolamina,
transira para um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com álcool.
Procedimento – Coloque no balão de três gargalos 100 mL da solução proveniente da
prova de cessão. Adicione 2 g de cloreto estanoso e aplique o vácuo. Aqueça o balão por
meio de uma manta aquecedora. Paralelamente, leve à ebulição um béquer contendo
uma solução de ácido clorídrico diluído (25 mL de ácido clorídrico a 37% em 200 mL
de água). Coloque por meio de um funil de separação no balão. Recolha o sulfeto de
carbono desenvolvido, após ter passado pelo retentor contendo solução de hidróxido de
sódio a 6,5%, no segundo retentor, sobre o reagente colorimétrico. Interrompa o vácuo e
o aquecimento após 45 minutos. Recolha o líquido amarelo, através da válvula, em balão
volumétrico de 25 mL. Lave o retentor com 5 mL de álcool. Complete o volume com álcool. Faça a leitura em espectrofotômetro a 435 nm, em cela de um cm de caminho ótico.
Como branco, utilize uma solução preparada com 25 mL de reagente colorimétrico e 10
mL de álcool. Como referência, use uma curva-padrão de sulfeto de carbono. Expresse os
resultados em sulfeto de carbono.
Curva-padrão de sulfeto de carbono – Prepare soluções contendo, em 10 mL, quantidades de sulfeto de carbono compreendidas entre (0-0,5) mg. Adicione a cada uma delas 15
mL de reagente colorimétrico e efetue, após 15 minutos, leitura no espectrofotômetro a
435 nm, em cela de 1 cm de caminho ótico. Faça um branco com 10 mL de álcool e 15
mL de reagente colorimétrico. Construa um gráico no qual igure, na abcissa, a quantidade de sulfeto de carbono e, na ordenada, os respectivos valores de absorbância.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos etc. - Resolução Nº 123, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Diário Oicial, Brasília, 26 de junho de 2001. Disposições gerais para embalagens e equipamentos elastoméricos em contato com alimentos.
Colaboradores
Lúcia Tieco Fukushima Murata, Maria Cecília Depieri Nunes, Maria Rosa da Silva de
Alcântara, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Eduardo Masselli Bernardo.
570 - IAL
CapítuloCapítulo
XIV - Embalagens
e Equipamentos
em Contato
com Alimentos
XV - Conservas
Vegetais, Frutas
e Produtos
de Frutas
CAPÍTULO
XV
CONSERVAS
VEGETAIS, FRUTAS
E PRODUTOS DE
FRUTAS
IAL - 571
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
572 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
XV
CONSERVAS VEGETAIS, FRUTAS E
PRODUTOS DE FRUTAS
Conservas vegetais
stão incluídos neste capítulo as conservas de hortaliças (verduras, legumes,
raízes, tubérculos e rizomas), de cogumelo, os picles e extratos e purês de tomate. Hortaliça é a planta herbácea, da qual uma ou mais partes são utilizadas
como alimento, na sua forma natural. Entende-se por hortaliça, tubérculos,
raízes, rizomas, bulbos, talos, brotos, folhas, inflorescências, pecíolos, frutos, sementes
e cogumelos comestíveis cultivados. Hortaliça em conserva é o produto preparado com
as partes comestíveis das hortaliças, envasadas praticamente cruas, reidratadas ou précozidas, imersas ou não em líquido de cobertura apropriado, submetidas a adequado
processamento tecnológico antes ou depois de fechadas hermeticamente nos recipientes
utilizados a fim de evitar a sua alteração. Muitas vezes, nestes produtos, é determinado
o porcentual de sólidos drenados em relação ao peso total conforme o método 003/
IV. No caso do palmito, pimentão e alcachofra, deve ser determinado o pH (017/IV),
para atender ao regulamento técnico específico e a pesquisa de ácido cítrico (059/IV).
Na parte sólida, moída e homogeneizada, são determinadas cinzas (018/IV) e cloretos
(028/IV) ou (029/IV).
E
Verdura é a parte geralmente verde das hortaliças, utilizada como alimento no
seu estado natural. Legume é o fruto ou a semente de diferentes espécies de plantas,
principalmente das leguminosas, utilizado como alimento.
Raiz, tubérculo e rizoma são partes subterrâneas desenvolvidas de determinadas plantas,
utilizadas como alimento, por exemplo: tubérculo (batata), rizoma (araruta), raiz (cenoura).
IAL - 573
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Extrato de tomate é o produto resultante da concentração da polpa de frutos maduros e sãos do tomateiro (Solanum lycopersicum) por processo tecnológico adequado.
Será classificado como purê de tomate se apresentar um teor de substância seca menos
cloreto de sódio, de no mínimo 9% m/m e como extrato de tomate, de no mínimo
18% m/m. Nesses produtos, são determinados o resíduo seco de acordo com o método
015/IV, usando preferencialmente estufa a vácuo a 70°C, cinzas conforme 018/IV e
pesquisados os corantes artificiais como em 051/IV. Eventualmente, determina-se a
sacarose conforme o método 039/IV. Nos cogumelos em conserva é efetuada a determinação de dióxido de enxofre pelo método 050/IV.
Picles é o produto preparado com as partes comestíveis de frutas e hortaliças,
com ou sem casca, submetidos ou não a processo fermentativo natural. No mesmo
é determinada a acidez, expressa em ácido acético, eventualmente, o teor de cloretos
conforme o método 028/IV ou 029/IV e sólidos solúveis como em 015/IV.
Preparo das amostras de conservas vegetais
Hortaliças em conserva e picles – Os caroços e as sementes devem ser removidos sem partilos. Homogeneíze a amostra com trituradores, com qualquer equipamento mecânico
adequado ou em almofariz. As amostras enviadas em embalagens grandes devem ser
homogeneizadas e retiradas algumas porções para trituração.
Palmito, pimentão e alcachofra em conserva – Utilize para a determinação do pH e pesquisa do ácido cítrico, o líquido de cobertura do produto separado por drenagem,
conforme descrito em 003/IV.
Extrato, purê e polpa de tomate – Homogeneíze totalmente a amostra por agitação.
Frutas e derivados
Também são abordados neste capítulo os produtos de frutas, tais como: frutas
secas, cristalizadas e glaceadas, liofilizadas, doces de frutas em calda e compotas, geléias
de frutas, doces em massa, sucos de frutas, polpas, néctares e coco e seus derivados
(água de coco, leite de coco). Algumas das definições contidas na legislação específica
estão descritas abaixo:
Frutas secas – Produtos obtidos pela perda parcial da água das frutas, inteiras ou em
pedaços, por processos tecnológicos adequados.
574 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
Frutas liofilizadas - produtos obtidos pela desidratação quase completa das frutas, inteiras ou em pedaços, pelo processo de liofilização.
Frutas cristalizadas e glaceadas – Produtos preparados com frutas, nas quais se substitui
parte da água de constituição por açúcar, com tecnologia adequada, recobrindo-as ou
não com uma camada de sacarose.
As determinações realizadas em frutas secas, liofilizadas e cristalizadas incluem:
umidade, acidez titulável, acidez em ácidos orgânicos, glicídios redutores em glicose (038/IV), glicídios não redutores em sacarose (039/IV) cinzas (018/IV), fibra alimentar (045/IV e 046/IV) dióxido de enxofre (050/IV), minerais e metais pesados
(cap. XXIII).
Geléias de frutas – Produtos preparados a partir de frutas e/ou sucos, misturados com
açúcar, com adição de pectina, ácidos e outros ingredientes permitidos, podendo apresentar frutas inteiras, partes e/ou pedaços sob variadas formas. Esta mistura será convenientemente processada até se obter uma concentração e consistência semi-sólida
adequadas. As determinações usuais neste produto são: sólidos totais, sólidos solúveis
em graus Brix, sólidos insolúveis em água, pH, acidez titulável, acidez em ácidos orgânicos, glicídios redutores em glicose (038/IV), glicídios não redutores em sacarose
(039/IV), cinzas (018/IV), protídios (036/IV ou 037/IV), fibra alimentar (045/IV e
046/IV), corantes orgânicos artificiais (051/IV), além da pesquisa de outros aditivos e,
eventualmente, minerais e metais pesados (cap. XXIII).
Doces em massa ou pasta – Produtos resultantes do processamento das partes comestíveis
desintegradas de vegetais, com açúcar e outros ingredientes e aditivos permitidos, até se
obter uma concentração e consistência adequadas. Na análise destes produtos, as determinações usuais são: sólidos totais, sólidos solúveis em graus Brix, sólidos insolúveis em
água , pH (017/IV), acidez titulável, acidez em ácidos orgânicos, glicídios redutores em
glicose (038/IV), glicídios não redutores em sacarose (039/IV), cinzas (018/IV), protídios
(036/IV ou 037/IV), lipídios (para produtos que contenham este nutriente) (032/IV,
033/IV ou 034/IV), fibra alimentar (045/IV e 046/IV), corantes orgânicos artificiais
(051/IV) e, eventualmente, minerais e metais pesados (cap. XXIII).
Frutas em conserva – Produtos preparados com frutas frescas, congeladas ou previamente preservadas, inteiras ou em pedaços, envasadas praticamente cruas ou pré-cozidas,
imersas ou não em líquido de cobertura ou calda, podendo conter opcionalmente outros ingredientes e, finalmente, submetidos a tratamento adequado. Nestes produtos
as análises usuais incluem, no líquido de cobertura: sólidos solúveis em graus Brix, pH
IAL - 575
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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(017/IV), acidez titulável, acidez em ácidos orgânicos, glicídios redutores em glicose
(038/IV), glicídios não redutores em sacarose (039/IV), cinzas (018/IV), fibra alimentar
(na parte sólida) (045/IV e 046/IV), corantes orgânicos artificiais (051/IV), peso drenado
(003/IV), e eventualmente, minerais e metais pesados (cap. XXIII).
Sucos de frutas – Líquidos límpidos ou turvos, não fermentados, extraídos das frutas sãs
e maduras, por processo tecnológico adequado, que garanta sua composição essencial.
Néctares de frutas – Produtos não fermentados, não gaseificados, destinados ao consumo direto, obtidos pela dissolução em água potável de partes comestíveis de frutas sãs
e maduras ou de sucos e polpas, adicionados de ácidos e de açúcares.
Polpas congeladas de frutas – Produtos extraídos das frutas sãs e maduras, por processos
tecnológicos adequados e conservados à temperatura de congelamento.
Água de coco – Bebida obtida da parte líquida do fruto do coqueiro (Cocos nucifera L.)
por meio de processo tecnológico adequado.
As determinações usuais na análise de sucos de frutas integrais e concentrados, néctares, polpas e água de coco são: sólidos solúveis em graus Brix, relação Brix/acidez (para sucos integrais), pH (017/IV), acidez titulável, acidez em ácidos orgânicos,
glicídios redutores em glicose (038/IV) glicídios não redutores em sacarose (039/IV),
cinzas (018/IV), dióxido de enxofre (050/IV), corantes orgânicos artificiais (051/IV),
eventualmente, conservadores (cap. V), vitamina C (365/IV ou 366/IV), minerais e
metais pesados (cap. XXIII).
Coco ralado – Produto obtido do endosperma do fruto do coqueiro (Cocos nucifera L.),
por processo tecnológico adequado, podendo ser parcialmente desengordurado ou não. A
análise do coco inclui as determinações de umidade (012/IV) lipídios (032/IV ou 034/
IV), acidez titulável, glicídios redutores em glicose e glicídios não redutores em sacarose
descritos neste capítulo. Podem ser realizadas também as determinações de cinzas (018/
IV), proteínas (036/IV ou 037/IV), fibra alimentar (045/IV e 046/IV), carboidratos por
diferença, gorduras saturadas (053/IV) e, eventualmente, minerais (cap. XXIII).
Leite de coco – Emulsão aquosa procedente do endosperma de cocos maduros e sãos. As
análises do leite de coco incluem as determinações de umidade (013/IV), acidez titulável,
lipídios, glicídios redutores em glicose e glicídios não redutores em sacarose descritos
neste capítulo. Podem ser realizadas também as determinações de cinzas (018/IV),
proteínas (036/IV ou 037/IV), fibra alimentar (045/IV e 046/IV), carboidratos por
diferença, gorduras saturadas (053/IV) e, eventualmente, minerais (cap. XXIII).
576 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
Preparo das amostras de produtos de frutas
Sucos, néctares de frutas e água de coco – Homogeneíze totalmente a amostra por agitação.
Geléias, doce em massa ou pasta e frutas cristalizadas – Homogeneíze totalmente a amostra no multiprocessador.
Frutas secas e liofilizadas – Os caroços e sementes devem ser removidos sem parti-los.
Homogeneíze a amostra em multiprocessador ou com qualquer equipamento mecânico adequado ou em almofariz. Complete a operação o mais rápido possível, para evitar
ganho de umidade. No caso de frutas secas, processe três vezes em moedor, misturando
completamente após cada trituração. As amostras enviadas em embalagens grandes devem ser misturadas e retiradas algumas porções para trituração.
Frutas em conserva – Utilize para a análise o líquido de cobertura do produto separado
por drenagem conforme descrito na técnica de sólidos drenados em relação ao peso
total.
Polpas de frutas congeladas – Descongele a amostra até à temperatura ambiente. Homogeneíze totalmente as amostras em liqüidificador. O descongelamento deve ser o mais
rápido possível, sem alterar ou degradar as características do produto, pois algumas
frutas se oxidam rapidamente e suas cores devem ser observadas enquanto ainda congeladas.
Mantenha sempre as amostras em refrigerador depois de abertas.
Coco ralado – Homogeneíze totalmente a amostra, com auxilio de uma espátula.
Leite de coco em emulsão – Cada garrafa antes de ser aberta deve ser colocada em banho-maria termostatizado a 40°C durante 20 minutos. Posteriormente, após agitação
manual, transfere-se o conteúdo da garrafa para um béquer de 300 mL, que deve ser
mantido a 40°C e sob agitação, com auxilio de um agitador magnético provido de
aquecimento por cerca de 10 minutos.
308/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação do peso das frutas drenadas
É aplicável em frutas em conserva que contenham líquido de cobertura. Baseia-se
na determinação do peso das frutas em relação ao peso total e é realizada por drenagem.
IAL - 577
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Material
Tamis no 8, balança semi-analítica, béquer de 800 mL, espátula metálica e bastão de
vidro.
Procedimento – Abra a embalagem do produto e pese. Transfira o conteúdo total da
amostra para tamis n° 8. Inverta cuidadosamente as frutas que ficarem com suas cavidades para cima. Produtos de frutas mais macias devem ser drenados através de tamis
inclinado, sem outra manipulação. Drene por dois minutos. Pese o recipiente vazio.
Coloque no recipíente o produto sólido e pese novamente.
Cálculo
P2 = massa do recipiente e da parte sólida em g
P1 = massa do recipiente vazio em g
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p.180.
309/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da umidade em frutas secas
em estufa a vácuo
Este método também é aplicável em frutas desidratadas e cristalizadas. Baseia-se
na perda de massa por secagem sob pressão reduzida à temperatura de 70°C.
Material
Balança analítica, estufa a vácuo, espátula de metal, dessecador com sílica gel e cápsula
de níquel, platina ou alumínio de aproximadamente 8,5 cm de diâmetro, de fundo
chato com tampa.
Procedimento – Espalhe uniformemente de (5-10) g da amostra homogeneizada, em
cápsula metálica com tampa, previamente tarada e pese. Seque por 6 horas a (70 ± 2)°C
sob pressão reduzida, ≤ 100 mm Hg (13,3 kPa), sem tampa. Recoloque a tampa, res578 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
frie a cápsula em dessecador e pese. As determinações em duplicata devem concordar
dentro de 0,2%.
Cálculo
N = perda de peso em g
P = massa da amostra em g
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method 934.06).
Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 37. p. 4.
310/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da acidez titulável por volumetria com indicador
Este método é aplicável em soluções claras ou levemente coloridas nos diversos
tipos de produtos de frutas. O método baseia-se na titulação com hidróxido de sódio
até o ponto de viragem com o indicador fenolftaleína.
Material
Balança analítica, espátula metálica, pisseta plástica, frasco Erlenmeyer de 250 mL, bureta
de 25 mL, pipetas volumétricas de 10 e 20 mL e pipeta graduada de 1 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Solução de fenolftaleína
Procedimento – Pese (5-10) g ou pipete de (10-20) mL da amostra homogeneizada em
frasco Erlenmeyer, dilua com aproximadamente 100 mL de água e adicione 0,3 mL de
solução de fenolftaleína para cada 100 mL da solução a ser titulada. Titule com solução
de hidróxido de sódio 0,1 M sob agitação constante, até coloração rósea persistente por
30 segundos.
IAL - 579
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Cálculo
V = n° de mL da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio
P = massa da amostra em g ou volume pipetado em mL
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method 942.15 A).
Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 37. p. 10.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p.183.
311/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da acidez titulável por volumetria potenciométrica
Este método é aplicável em soluções escuras ou fortemente coloridas. O método
baseia-se na titulação potenciométrica da amostra com solução de hidróxido de sódio
onde se determina o ponto de equivalência pela medida do pH da solução.
Material
pHmetro, balança analítica, agitador magnético, espátula metálica, bureta de 25 mL,
pipetas volumétricas de 10 e 20 mL e béquer de 300 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Soluções-tampão de pH 4, 7 e 10.
Procedimento – Calibre o potenciômetro com as soluções-tampão de 7 e 4 ou 7 e
10 de acordo com as instruções do fabricante. Pese (5-10) g ou pipete de (10 -20) mL da
amostra homogeneizada em um béquer de 300 mL, dilua com 100 mL de água, agite
moderadamente e mergulhe o eletrodo na solução. Titule com a solução de hidróxido
de sódio 0,1 M até uma faixa de pH (8,2-8,4). Calcule conforme 317/IV.
580 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method 942.15 B).
Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 37. p. 11.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. Portaria n o 76 de 27-11-86, do Ministério da
Agricultura. Diário Oficial, Brasília, 03-12-86. Seção I, p. 18152-18173.
312/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação da acidez titulável em ácido
orgânico
Este método é aplicável aos diversos produtos de frutas pela determinação da
acidez, expressa em g de ácido orgânico por cento, considerando o respectivo ácido
predominante na amostra, ou conforme determina o padrão de identidade e qualidade
do produto analisado.
Cálculo
V = volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação em mL
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
P = massa da amostra em g ou volume pipetado em mL
PM = peso molecular do ácido correspondente em g
n = número de hidrogênios ionizáveis (Tabela 1)
F = fator de correção da solução de hidróxido de sódio
Tabela 1 – Número de H+ dos ácidos orgânicos
Ácidos orgânicos
ácido cítrico
ácido tartárico
ácido málico
ácido láctico
ácido acético
PM (g)
192
150
134
90
60
n
3
2
2
1
1
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.183.
IAL - 581
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria no 76 de 27-11-86, do Ministério da Agricultura.
Diário Oficial, Brasília, 03-12-86. Seção I, p. 18152-18173.
313/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação de sólidos totais
Aplicável a diversos tipos de produtos cuja concentração de açúcares é elevada,
como geléia, doce em massa, doces cremosos nos quais precise ser evitada a decomposição da amostra. Baseia-se na perda de massa por secagem sob pressão reduzida a
70°C.
Material
Balança analítica, estufa a vácuo, espátula de metal, dessecador com sílica gel, cápsula
de níquel, platina ou de alumínio, aproximadamente 8,5 cm de diâmetro e de fundo
chato com tampa.
Procedimento – Espalhe uniformemente de (5-10) g da amostra homogeneizada, em
cápsula metálica com tampa, previamente tarada e pese. Seque por 6 horas a (70 ± 2)°C,
sob pressão reduzida ≤ 100 mm Hg (13,3 kPa) sem tampa. Recoloque a tampa, resfrie a
cápsula em dessecador e pese. As determinações em duplicata devem concordar dentro
de 0,2%.
Cálculo
N = massa de matéria seca em g
P = massa da amostra em g
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official
Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method
920.151). Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 37. p. 5.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p.183.
582 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
314/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação de sólidos insolúveis em água
É aplicável aos diversos tipos de produtos de frutas. O método baseia-se na determinação de matérias insolúveis em água, filtradas sob condições específicas. O resultado é expresso em porcentagem de massa em g.
Material
Balança analítica, dessecador, espátula metálica, bomba de vácuo, funil de Büchner, papel
de filtro qualitativo de 12,5 cm de diâmetro (Whatman n°4 ou equivalente), estufa,
béqueres de 100 e 400 mL, bastão de vidro, Kitassato de 1000 mL e vidro de relógio
ou placa de Petri.
Procedimento – Para a filtração em Büchner, prepare o meio filtrante consistindo
de papel de filtro. Lave o meio filtrante com água quente e seque por uma hora a
(105 ± 2)°C, em placa de Petri aberta ou vidro de relógio. Resfrie o conteúdo, tampado,
por uma hora em dessecador e pese. Pese de (25-50) g da amostra homogeneizada
em um béquer. Transfira para um béquer de 400 mL e dilua até a marca de 200 mL
com água quente, misture e ferva moderadamente por (15-20) minutos, substituindo
ocasionalmente a água evaporada. Filtre no papel preparado sob vácuo no funil de
Büchner e mantenha com porções de amostra. Lave com cerca de 800 mL de água
quente. Remova o excesso de água do meio filtrante por sucção no Büchner. Transfira o
meio filtrante com todos os sólidos insolúveis em água para a placa de Petri ou vidro de
relógio, seque por uma hora a (105 ± 2)°C e resfrie por uma hora em dessecador e pese.
Cálculo
N = n° de gramas do resíduo
P = massa da amostra em g
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.184.
315/IV Frutas e produtos de frutas – Determinação de sólidos solúveis por refratometria
Aplicável em amostras de produtos de frutas com ou sem a presença de sólidos
insolúveis. A determinação de sólidos solúveis pode ser estimada pela medida de seu
índice de refração por comparação com tabelas de referência.
IAL - 583
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Refratômetro de Abbé, com escala graduada de Brix, em pelo menos 0,5%, banho
termostatizado com circulação de água (20 ± 0,2)ºC (opcional), algodão, espátula metálica, bastão de vidro e béquer de 25 mL.
Reagente
Álcool
Procedimento – Ajuste o refratômetro para a leitura de n em 1,3330 com água a 20°C,
de acordo com as instruções do fabricante. Transfira de 3 a 4 gotas da amostra homogeneizada para o prisma do refratômetro. Circule água à temperatura constante pelo
equipamento, de preferência a 20°C, no tempo suficiente para equilibrar a temperatura
do prisma e da amostra e mantenha a água circulando durante a leitura, observando
se a temperatura permanece constante. Após um minuto, leia diretamente na escala os
graus Brix. Se a determinação for realizada à temperatura ambiente, diferente de 20°C,
corrija a leitura em relação à temperatura segundo a Tabela 2. Se as partículas sólidas
da amostra prejudicarem a nitidez da leitura, filtre em papel de filtro ou em pedaço de
algodão.
Tabela 2 – Correção para obter o valor real do grau Brix em relação à temperatura
Temperatura
ºC
Subtraia da leitura obtida
Temperatura
ºC
Adicione à leitura obtida
-
-
21
0,08
-
-
22
0,16
13
0,54
23
0,24
14
0,46
24
0,32
15
0,39
25
0,40
16
0,31
26
0,48
17
0,23
27
0,56
18
0,16
28
0,64
19
0,08
29
0,73
20
0,00
30
0,81
Nota: para sucos de frutas cítricas, corrija o Brix obtido, em relação à acidez da amostra
calculada em ácido cítrico, a partir da concentração de 1%, conforme a Tabela 3.
584 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
Tabela 3 – Correção do valor dos graus Brix em relação ao ácido cítrico contido na
amostra
Ácido cítrico anidro
(porcentagem em massa)
Adicione ao valor da leitura em graus Brix
1,0
0,20
1,2
0,24
1,4
0,28
1,6
0,32
1,8
0,36
2,0
0,39
2,2
0,43
2,4
0,47
2,6
0,51
2,8
0,54
3,0
0,58
3,2
0,62
3,4
0,66
3,6
0,70
3,8
0,74
4,0
0,78
4,2
0,81
4,4
0,85
4,6
0,89
4,8
0,93
5,0
0,97
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p.181-182.
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria no 76 de 27-11-86, do Ministério da Agricultura. Diário Oficial, Brasília, 03-12-86. Seção I, p. 18152-18173.
IAL - 585
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
316/IV Frutas e produtos de frutas – Relação Brix/acidez total para sucos
É aplicada para sucos de frutas integrais e polpas de frutas. Este método baseia-se
no calculo da relação Brix por acidez expressa em ácido orgânico. Esta relação é utilizada como uma indicação do grau de maturação da matéria prima.
Cálculo
Referência bibliográfica
BRASIL, Leis, Decretos, etc. - Portaria no 76 de 27-11-86, do Ministério da Agricultura.
Diário Oficial, Brasília, 03-12-86. Seção I, p. 18152-18173.
317/IV Coco ralado – Determinação da acidez titulável
É aplicável para amostras de coco ralado e leite de coco.
Material
Balança analítica, espátula metálica, pisseta plástica, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 10 mL e pipeta graduada de 1 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 N
Solução de fenolftaleína
Procedimento – Pese 5 g de amostra homogeneizada em frasco Erlenmeyer, dilua com
aproximadamente 50 mL de água, tampe o frasco e deixe em contato por 30 minutos.
Adicione 4 gotas de fenolftaleína. Titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 N, sob
agitação constante, até coloração rósea persistente por 30 segundos.
586 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
Cálculo
v = nº de mL da solução de hidróxido de sódio 0,1 N gasto na titulação
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 0,1 N
P = nº de g da amostra
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
25-26.
318/IV Coco ralado – Determinação de glicídios redutores em glicose
Material
Balança analítica, chapa de aquecimento, espátula de metal, béquer de 100 mL, pisseta plástica, funil de vidro de 7 cm, proveta de 50 mL, balão volumétrico de 100 mL,
frasco Erlenmeyer de 125 mL, balão de fundo chato de 250 mL, pipetador automático
de 5 mL ou pipeta graduada de 5 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, bureta de 10 mL
e papel indicador de pH.
Reagentes
Solução de acetato de zinco a 12% m/v
Solução de ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese 2 g da amostra homogeneizada em béquer de 100 mL. Transfira para um balão volumétrico de 100 mL, com auxílio de 50 mL de água. Deixe em
contato por 30 minutos. Adicione 5 mL da solução de acetato de zinco e 5 mL de
ferrocianeto de potássio, agitando brandamente o balão após cada adição. Complete o
volume com água, agite e deixe em repouso por 15 minutos. Filtre em papel de filtro
seco para o frasco Erlenmeyer. Verifique o pH da solução. Caso esteja ácido, adicione
algumas gotas de hidróxido de sódio até que a solução se torne alcalina, pH próximo
IAL - 587
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
de 9 e filtre novamente para outro frasco Erlenmeyer. Transfira o filtrado para a bureta.
Coloque num balão de fundo chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada
uma das soluções de Fehling A e B, adicionando 40 mL de água. Aqueça até ebulição.
Adicione, às gotas, a solução da bureta sobre a solução do balão em ebulição, agitando
sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão deverá ficar um
resíduo vermelho de óxido de cobre I - Cu2O).
Cálculo
A = nº de mL da solução de P g da amostra
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL da solução de Fehling
P = massa da amostra em g
v = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method 958.06).
Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 39. p. 21.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 49-50.
319/IV Coco ralado – Determinação de glicídios não redutores em sacarose
Material
Balança analítica, chapa de aquecimento, banho-maria, espátula de metal, béquer de
100 mL, pisseta plástica, funil de vidro de 7 cm, proveta de 50 mL, balão volumétrico
de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, balão de fundo chato de 250 mL, pipetador
automático de 5 mL ou pipeta graduada de 5 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, bureta
de 10 mL e papel indicador de pH.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de acetato de zinco a 12% m/v
588 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
Solução de ferrocianeto de potássio a 6% m/v
Solução de hidróxido de sódio a 40% m/v
Soluções de Fehling A e B tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese 2 g da amostra homogeneizada em béquer de 100 mL. Transfira
para um balão volumétrico de 100 mL, com auxílio de 50 mL de água. Adicione 1 mL
de ácido clorídrico. Deixe em banho-maria por 30 minutos. Esfrie o balão. Adicione
hidróxido de sódio para elevar o pH próximo de 6,5 com auxílio de papel indicador. Adicione 5 mL de acetato de zinco e 5 mL de ferrocianeto de potássio, agitando
brandamente o balão após cada adição. Complete o volume com água, agite e deixe
em repouso por 15 minutos. Filtre em papel de filtro seco para o frasco Erlenmeyer.
Verifique o pH da solução e adicione mais algumas gotas de hidróxido de sódio até
que a solução se torne alcalina, com pH próximo de 9 e filtre novamente para outro
frasco Erlenmeyer. Transfira o filtrado para a bureta. Coloque num balão de fundo
chato de 250 mL, com auxílio de pipetas de 10 mL, cada uma das soluções de Fehling
A e B, adicionando 40 mL de água. Aqueça até ebulição. Adicione, às gotas, a solução
da bureta sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre, até que esta solução
passe de azul a incolor (no fundo do balão deverá ficar um resíduo vermelho de óxido
de cobre I - Cu2O).
Cálculo
A = nº de mL da solução de P g da amostra
a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL da solução de Fehling
P = massa da amostra em g
v = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação
B = nº de g de glicose por cento, obtido em glicídios redutores em 323/IV
Referências Bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, (method 958.06).
Arlington: A.O.A.C.,1995. chapter 39. p. 21.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
50-51.
IAL - 589
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
320/IV Leite de coco – Determinação da acidez titulável
Procedimento – Pipete 5 mL da amostra homogeneizada e proceda conforme 317/IV.
Nota: no caso do leite de coco, a acidez deve ser expressa em v/v. Se for necessário
expressar a acidez em v/m, coloque o nº de g correspondente ao volume pipetado da
amostra.
Referência Bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
25-26.
321/IV Leite de coco – Determinação de lipídios pelo método de Soxhlet
Material
Pipeta automática ou volumétrica de 5 mL, papel de filtro 12 cm, algodão e estufa.
Procedimento – Pipete 5 mL da amostra e esgote o volume em uma porção de algodão
sobre um papel de filtro duplo. Coloque para secar em estufa a 105°C durante uma
hora, faça o cartucho e proceda conforme 032/IV.
322/IV Leite de coco – Determinação de lipídios pelo método de Gerber
Material
Butirômetro especial para creme (escala de 0 a 40%), pipeta automática ou volumétrica
de 5 mL, pipetas graduadas de 1, 5 e 10 mL, termômetro de (0-100)°C, termocentrífuga de Gerber ou centrífuga de Gerber e banho-maria.
Reagentes
Ácido sulfúrico
Álcool isoamílico
Procedimento – Em um butirômetro de creme, transfira 2 mL de água e 7 mL de
ácido sulfúrico. Adicione, lentamente, 5 mL da amostra, evitando que se queime ao
contato com o ácido. Junte 1 mL de álcool isoamílico. Estas adições devem ser feitas
590 - IAL
Capítulo XV - Conservas Vegetais, Frutas e Produtos de Frutas
sem molhar internamente o gargalo do butirômetro, se isto acontecer, limpe cuidadosamente com papel absorvente. Complete o volume do butirômetro com água até próximo ao gargalo. Arrolhe o butirômetro, envolva-o em uma flanela e agite até completa
dissolução. Centrifugue a (1200 ± 100) rpm durante 15 minutos, quando for usada a
termocentrífuga. No caso de usar a centrífuga de Gerber, centrifugue por 5 minutos a
1200 rpm, leve para um banho-maria a (63 ± 2)°C por 2 a 3 minutos com a rolha para
baixo, centrifugue novamente a 1200 rpm por mais 15 minutos. Retire o butirômetro
da termocentrífuga ou da centrífuga de Gerber na posição vertical (rolha para baixo).
Maneje a rolha colocando a camada amarelo-clara transparente (lipídios) dentro da
haste graduada do butirômetro. O valor obtido na escala corresponde diretamente a
porcentagem de lipídios, sendo realizada a leitura no menisco inferior.
Referência bibliográfica
SILVA, P.H.F.; PEREIRA, D.B.C.; OLIVEIRA, L.L.; COSTA JUNIOR, C.G.
Físico - Química do Leite e Derivados Métodos Analíticos. Juiz de Fora: Oficina de
Impressão Gráfica e Editora Ltda, 1997. p. 77-79.
323/IV Leite de coco – Determinação de glicídios redutores em glicose
Procedimento – Pipete 5 mL de amostra homogeneizada e proceda conforme 038/IV
324/IV Leite de coco – Determinação de glicídios não redutores em sacarose
Procedimento – Pipete 5 mL de amostra homogeneizada e proceda conforme 039/IV.
Colaboradores
Cristiane Bonaldi Cano, Letícia Araújo Farah Nagato, Márcia Regina Pennacino do Amaral
Mello, Maria Cristina Duran e Mário Tavares
IAL - 591
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
CAPÍTULO
XVI
ÓLEOS E
GORDURAS
IAL - 593
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
594 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
XVI
ÓLEOS E GORDURAS
s determinações feitas na análise de óleos e gorduras são geralmente as dos
chamados índices, que são expressões de suas propriedades físicas ou químicas
dos mesmos e não as porcentagens dos seus constituintes. Assim, são determinados os índices de iodo, saponiicação, peróxidos e as constantes físicas como
o ponto de fusão e o índice de refração. São estes índices que, juntamente com as reações
características, servem para identiicação e avaliação da maioria dos óleos e gorduras, sendo o resultado da análise baseado neste conjunto de dados.
A
Os métodos de cromatograia em fase gasosa são, desde há muito tempo, aplicados
para o conhecimento da composição dos ácidos graxos destes compostos.
325/IV Determinação da acidez
A determinação da acidez pode fornecer um dado importante na avaliação do estado de conservação do óleo. Um processo de decomposição, seja por hidrólise, oxidação
ou fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons hidrogênio. A decomposição dos glicerídios é acelerada por aquecimento e pela luz, sendo a rancidez quase sempre
acompanhada pela formação de ácidos graxos livres. Estes são freqüentemente expressos
em termos de índice de acidez, podendo sê-lo também em mL de solução normal por
cento ou em g do componente ácido principal, geralmente o ácido oléico. Os regulamentos técnicos costumam adotar esta última forma de expressão da acidez. O índice de
acidez é deinido como o número de mg de hidróxido de potássio necessário para neutralizar um grama da amostra. O método é aplicável a óleos brutos e reinados, vegetais e
animais, e gorduras animais. Os métodos que avaliam a acidez titulável resumem-se em
titular, com soluções de álcali-padrão, a acidez do produto ou soluções aquosas/alcoólicas
do produto, assim como os ácidos graxos obtidos dos lipídios.
IAL - 595
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, frasco Erlenmeyer de 125 mL, proveta de 50 mL e bureta de 10 mL.
Reagentes
Solução de éter-álcool (2:1) neutra
Solução fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M ou 0,01 M
Procedimento – As amostras devem estar bem homogêneas e completamente líquidas.
Pese 2 g da amostra em frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 25 mL de solução de
éter-álcool (2:1) neutra. Adicione duas gotas do indicador fenolftaleína. Titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 M ou 0,01 M até o aparecimento da coloração rósea, a
qual deverá persistir por 30 segundos.
Cálculos
v = nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de hidróxido de sódio
P = nº de g da amostra
Notas
Para converter o índice de acidez em solução molar, divida o resultado por 1,78. Para
expressar o índice de acidez como acidez em ácido oléico, divida o resultado por 1,99.
Para transformar a acidez em ácido oléico em acidez em solução normal, divida o resultado por 3,55.
No caso de produtos com baixo teor de ácidos graxos, por exemplo, óleos e gorduras
reinados, use solução de NaOH 0,01 M para a titulação.
596 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1.:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
245-246.
326/IV Determinação do índice de peróxido
Este método determina todas as substâncias, em termos de miliequivalentes de
peróxido por 1000 g de amostra, que oxidam o iodeto de potássio nas condições do teste.
Estas substâncias são geralmente consideradas como peróxidos ou outros produtos similares resultantes da oxidação da gordura. É aplicável a todos os óleos e gorduras normais,
incluindo margarina e creme vegetal, porém é suceptível e portanto qualquer variação no
procedimento do teste pode alterar o resultado da análise.
Material
Balança analítica, frasco Erlenmeyer de 125 ou 250 mL com tampa esmerilhada, proveta
de 50 mL, pipeta graduada de 1 mL, bureta de 10 mL com sub-divisões de 0,05 mL.
Reagentes
Ácido acético
Clorofórmio
Solução de tiossulfato de sódio 0,1 N ou 0,01 N
Amido solúvel
Iodeto de potássio
Solução de ácido acético-clorofórmio (3:2) v/v
Solução saturada de iodeto de potássio – Pese 30 g de iodeto de potássio e adicione 21 mL
de água. Conserve a solução em frasco âmbar e utilize no mesmo dia da sua preparação.
Solução de amido 1% m/v
Procedimentos
Óleos e gorduras normais – Pese (5 ± 0,05) g da amostra em um frasco Erlenmeyer de
250 mL (ou 125 mL) . Adicione 30 mL da solução ácido acético-clorofórmio 3:2 e agiIAL - 597
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
te até a dissolução da amostra. Adicione 0,5 mL da solução saturada de KI e deixe em
repouso ao abrigo da luz por exatamente um minuto. Acrescente 30 mL de água e titule
com solução de tiossulfato de sódio 0,1 N ou 0,01 N, com constante agitação. Continue
a titulação até que a coloração amarela tenha quase desaparecida. Adicione 0,5 mL de
solução de amido indicadora e continue a titulação até o completo desaparecimento da
coloração azul. Prepare uma prova em branco, nas mesmas condições e titule.
Margarina e creme vegetal – Funda a amostra, com constante agitação, em placa aquecedora ou em estufa a (60-70)°C. Evite aquecimento excessivo, particularmente prolongado
à temperatura acima de 40ºC. Uma vez completamente fundida, remova a amostra da
placa até que a camada aquosa se separe. Decante o óleo e iltre em papel Whatman nº 4
ou equivalente. A amostra deve estar clara e brilhante. Proceda a determinação conforme
o descrito para óleos e gorduras normais.
Nota: se o volume gasto na titulação da amostra for menor que 0,5 mL, usando solução de
tiossulfato de sódio 0,1 N, repita a determinação com solução 0,01 N. No caso do branco,
o volume gasto não deve exceder a 0,1 mL da solução de tiossulfato de sódio 0,1 N.
Cálculo
A = nº de mL da solução de tiossulfato de sódio 0,1 (ou 0,01 N) gasto na titulação da
amostra
B = nº de mL da solução de tiossulfato de sódio 0,1 (ou 0,01 N) gasto na titulação do
branco
N = normalidade da solução de tiossulfato de sódio
f = fator da solução de tiossulfato de sódio.
P = nº de g da amostra
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS´ SOCIETY. Official methods and recommended
praticces of the American Oil Chemists` Society. 4th ed. Champaign, USA, AOCS,
1990. [AOCS Oicial method Cd 8-53].
327/IV Determinação do índice de refração
O índice de refração é característico para cada tipo de óleo, dentro de certos limites.
Está relacionado com o grau de saturação das ligações, mas é afetado por outros fatores
tais como: teor de ácidos graxos livres, oxidação e tratamento térmico. Este método é
aplicável a todos os óleos normais e gorduras líquidas.
598 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Material
Refratômetro de Abbé equipado com escala-padrão e algodão.
Reagente
Éter de petróleo ou outro solvente.
Procedimento
Ajuste da aparelhagem – Ajuste previamente o refratômetro de Abbé com água. Faça circular uma corrente de água a 40°C pelo aparelho. Deixe estabilizar a temperatura. Ajuste
a 40°C para óleos e a 60°C para amostras com ponto de fusão mais alto. A temperatura
do refratômetro deve ser controlada a ± 0,1°C e, para isto, é preferível usar banho de água
controlado termostaticamente e com circulação de água. O instrumento é calibrado seguindo as instruções do fabricante, com líquido de pureza e índice de refração conhecidos
ou, em alguns casos, é satisfatório usar um prisma de vidro de índice de refração teórico
de 1,333 à 20 °C. Se o refratômetro for equipado com um compensador, uma lâmpada
elétrica como a de vapor de sódio, torna-se necessária.
Tratamento da amostra – Funda a amostra, caso não esteja líquida. Filtre para remover
quaisquer impurezas e traços de umidade. A amostra deve estar completamente seca.
Certiique-se que os prismas estejam limpos e completamente secos e então coloque no
prisma inferior algumas gotas da amostra. Feche os prismas e trave irmemente. Deixe por
1 a 2 minutos até que a amostra atinja a temperatura do aparelho. Ajuste o instrumento
e a luz para obter a leitura mais distinta possível e, então, determine o índice de refração.
A leitura na escala dará diretamente o índice de refração absoluto a 40°C, com quatro
casas decimais. Realize pelo menos três leituras e calcule a média. A variação das leituras
deve ser igual a 0,0002. Limpe os prismas entre as leituras com algodão umedecido com
solvente e deixe secar.
Cálculo para correção da temperatura
R’+ K (T’- T) = R
R = leitura à temperatura T (°C)
R’= leitura à temperatura T’ (°C)
T = temperatura padrão (°C)
T’ = temperatura na qual a leitura de R’ foi feita (°C)
K = 0,000365 para gorduras e 0,0003885 para óleos
IAL - 599
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 247.
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1990. [A.O.C.S. Oicial method Cc 7-25].
328/IV Determinação do índice de saponificação
O índice de saponiicação é a quantidade de álcali necessário para saponiicar uma
quantidade deinida de amostra. Este método é aplicável a todos os óleos e gorduras e
expressa o número de miligramas de hidróxido de potássio necessário para saponiicar
um grama de amostra.
Material
Frascos Erlenmeyer de 250 mL, condensador de água e banho-maria ou chapa aquecedora com controle de temperatura.
Reagentes
Solução de ácido clorídrico 0,5 M
Hidróxido de potássio
Solução de fenolftaleína
Álcool
Solução alcoólica de hidróxido de potássio a 4% m/v
Procedimento – Funda a amostra, se não estiver completamente líquida. Filtre em papel
de iltro para remover impurezas e traços de umidade. A amostra deve estar completamente seca. Pese uma quantidade de amostra, de tal modo que sua titulação corresponda
de 45 a 55% da titulação do branco. Esta massa normalmente é de (4-5) g. Adicione
50 mL da solução alcoólica de KOH. Prepare um branco e proceda ao andamento analítico,
simultaneamente com a amostra. Conecte o condensador e deixe ferver suavemente até
a completa saponiicação da amostra (aproximadamente uma hora, para amostras normais). Após o resfriamento do frasco, lave a parte interna do condensador com um pouco
de água. Desconecte do condensador, adicione 1 mL do indicador e titule com a solução
600 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
de ácido clorídrico 0,5 M até o desaparecimento da cor rósea.
Cálculo
A = volume gasto na titulação da amostra
B = volume gasto na titulação do branco
f = fator da solução de HCl 0,5 M
P = nº de g da amostra
Nota: algumas amostras são mais difíceis de serem saponiicadas, requerendo mais de 1
hora de saponiicação.
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA. A.O.C.S.,
1990. [A.O.C.S. Oicial method Cd 3-25].
329/IV Determinação do índice de iodo pelo método de Wijs
O índice de iodo de um óleo ou gordura é a medida do seu grau de insaturação e é
expresso em termos do número de centigramas de iodo absorvido por grama da amostra
(% iodo absorvido). O método de Wijs é aplicável a todos os óleos e gorduras normais
que não contenham ligações duplas conjugadas. Cada óleo possui um intervalo característico do valor do índice de iodo. A ixação do iodo ou de outros halogênios se dá nas
ligações etilênicas dos ácidos graxos.
Material
Balança analítica, agitador magnético, estufa, cronômetro, papel de iltro qualitativo,
frasco Erlenmeyer de 500 mL com tampa esmerilhada, proveta de 50 mL, pipetas volumétricas de 2, 5, 20 e 25 mL e bureta de 50 mL.
Reagentes
Ácido clorídrico
Iodo
Tetracloreto de carbono
IAL - 601
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Tiossulfato de sódio (Na2S2O3.5H2O)
Amido solúvel
Iodeto de potássio
Solução de Wijs
Solução de iodeto de potássio a 15% m/v
Solução de indicador de amido a 1% m/v.
Solução de tiossulfato de sódio a 0,1 M
Procedimento – Funda a amostra, caso não esteja no estado líquido (a temperatura da
fusão não deverá exceder o ponto de fusão da amostra em 10oC). Filtre através de papel de
iltro para remover algumas impurezas sólidas e traços de umidade. Pese aproximadamente
0,25 g em frasco Erlenmeyer de 500 mL com tampa e adicione 10 mL de tetracloreto de
carbono. Transira com auxílio de bureta, 25 mL de solução de Wijs no frasco Erlenmeyer
que contém a amostra. Tampe e agite cuidadosamente com movimento de rotação,
assegurando perfeita homogeneização. Deixe em repouso ao abrigo da luz e à temperatura
ambiente, por 30 minutos. Adicione 10 mL da solução de iodeto de potássio a 15% e 100
mL de água recentemente fervida e fria. Titule com solução tiossulfato de sódio 0,1 M até
o aparecimento de uma fraca coloração amarela. Adicione 1 a 2 mL de solução indicadora
de amido 1% e continue a titulação até o completo desaparecimento da cor azul. Prepare
uma determinação em branco e proceda da mesma maneira que a amostra.
Cálculo
M = molaridade da solução de Na2S2O3
VB = mL gasto na titulação do branco
VA = mL gasto na titulação da amostra
P = nº g da amostra
Notas
Quando o índice de iodo for determinado em material contendo sistemas de duplas
ligações conjugadas, o resultado não é uma medida do total de insaturação, mas um valor
empírico indicativo da sua quantidade na molécula.
Por ser de difícil preparação, recomenda-se a aquisição no comércio do reagente de Wijs.
Armazene as soluções de Wijs em frasco âmbar, à temperatura ambiente e ao abrigo da luz
e da umidade.
Devido à toxicidade, o tetracloreto de carbono está sendo substituído por ciclohexano.
Se o óleo apresentar um índice de iodo superior a 100, como por exemplo, os óleos de origem marinha, o tempo de reação com a solução de Wijs deverá ser maior que 30 minutos.
602 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.,
1995 [A.O.C.S. Recommended Practice Cd 1 – 25].
330/IV Determinação do índice de iodo por cálculo
O índice de iodo determinado por cálculo aplica-se à análise de triglicerídios e de
ácidos graxos livres e seus produtos hidrogenados. Este método determina o índice de
iodo de óleos comestíveis diretamente da composição de ácidos graxos insaturados obtidos a partir da análise por cromatograia em fase gasosa.
Procedimento – Determine a composição de ácidos graxos da amostra a ser analisada por
cromatograia em fase gasosa (344/IV).
Cálculos
(% ácido palmitoléico x 0,950) + (% ácido oléico x 0,860) + (% ácido linoléico x 1,732)
+ (% ácido linolênico x 2,616) + (% ácido gadoléico x 0,785) + (% ácido erúcico x 0,723)
= índice de iodo dos triglicerídios
(% ácido palmitoléico x 0,990) + (% ácido oléico x 0,8986) + (% ácido linoléico x 1,810)
+ ( % ácido linolênico x 2,735) + (ácido gadoléico x 0,8175) + (% ácido erúcico x 0,7497)
= indice de iodo dos ácidos graxos livres
Nota: para óleos com conteúdo de matéria insaponiicável superior a 0,5% (ex.: óleos de
peixe), o resultado tende a ser inferior ao determinado pelo método de Wijs.
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.
1995. [A.O.C.S. Recommended Practice Cd 1c-85].
331/IV Determinação do índice de Bellier
Na análise dos óleos, a determinação do índice de Bellier é utilizada para a identiIAL - 603
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
icação do azeite de oliva.
Material
Chapa aquecedora, termômetro com divisões de décimos de grau, pipetas de 2, 5 e 50 mL,
frasco Erlenmeyer de 125 mL e refrigerante de reluxo.
Reagentes
Solução alcoólica de hidróxido de potássio a 8% m/v
Ácido acético (1+3)
Álcool a 70% v/v
Procedimento – Transira lentamente, com o auxílio de uma pipeta, 1 mL da amostra
para um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione 5 mL da solução alcoólica de hidróxido
de potássio a 8%. Adapte ao frasco Erlenmeyer um refrigerante de reluxo. Aqueça em
chapa aqquecedora por 10 minutos. Esfrie até (25-30)°C. Adicione 50 mL de álcool a
70%. Agite e adicione 1,5 mL de ácido acético (1+3). Agite e adapte ao frasco um termômetro de 50oC, dividido em décimos de grau, de maneira que o bulbo do termômetro
mergulhe no líquido. Se houver turvação, aqueça lentamente até cerca de 10oC acima
do índice suposto. Resfrie o frasco, gradualmente e agitando sempre em um banho de
água da seguinte maneira: mergulhe sucessivamente o frasco durante 10 segundos, retire
e agite por 10 a 20 segundos. A temperatura deve baixar lentamente.Tome, como índice
de Bellier, a temperatura na qual nota-se o início da turvação.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3ª ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 255.
332/IV Determinação do ponto de fusão
Os óleos e gorduras naturais, de origem vegetal e animal, são misturas de glicerídios e de outras substâncias e consistem de inúmeros componentes. Estas substâncias não
exibem um ponto de fusão deinido e nem preciso. Portanto, o termo “ponto de fusão”
não implica nas mesmas características das substâncias puras de natureza deinitivamente cristalina. As gorduras passam por um estágio de amolecimento gradual antes de se
tornarem completamente liquefeitas. O ponto de fusão deve ser deinido por condições
especíicas do método pelo qual é determinado e, neste caso, é a temperatura na qual a
amostra torna-se perfeitamente clara e líquida. O método do tubo capilar é aplicável para
604 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
todas as gorduras animais e vegetais normais.
Material
Aparelho para determinação do ponto de fusão, tubos de ponto de fusão, tubos capilares
de vidro, termômetro com a especiicação da A.O.C.S. : H 6-40 ou 7-45, béquer de 600
mL, papel de iltro e funil de vidro.
Procedimento – Funda a amostra e iltre em papel de iltro para remover qualquer impureza e resíduo inal de mistura. A amostra deve estar absolutamente seca. Mergulhe
completamente pelo menos 3 tubos capilares limpos na amostra liquefeita, de maneira
que a gordura ique a uma altura de 10 mm. Funda o inal do tubo (onde a amostra está
localizada) numa chama pequena, mas não queime a gordura. Coloque os tubos num
béquer e deixe em refrigerador entre (4 - 10)°C durante 16 horas. Remova os tubos do
refrigerador e prenda-os com uma rolha de borracha ou de qualquer outra maneira ao termômetro, de modo que as extremidades inferiores dos tubos de fusão estejam no fundo
junto com o bulbo de mercúrio do termômetro. Mergulhe o termômetro num béquer de
600 mL, contendo água até a metade de seu volume. O fundo do termômetro deve estar
imerso a 30 mm na água. Ajuste a temperatura inicial do banho de (8 - 10)°C abaixo do
ponto de fusão da amostra no início do teste. Agite o banho de água com um pequeno
luxo de ar ou com outros métodos adequados e forneça calor de maneira que aumente
a temperatura na faixa de 0,5°C por minuto. As gorduras passam normalmente por um
estágio de opalescência antes da completa fusão. O aquecimento é contínuo até que os
tubos estejam completamente claros. Observe a temperatura na qual cada tubo se torna
claro e calcule a média de todos os tubos. Esta deve estar dentro de 0,5°C. Considere esta
média como o ponto de fusão.
Nota: as amostras devem estar completamente liquefeitas quando os tubos forem colocados no refrigerador. É uma boa prática passar o fundo dos tubos que contêm a amostra
momentaneamente por uma chama, antes de serem levados ao refrigerador.
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
praticces of the American Oil Chemists’Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.
1990. [A.O.C.S. Oicial method Cc 1-25].
333/IV Reação de Kreis
Chama-se rancidez a alteração no odor e sabor dos óleos e gorduras, provocada pela
IAL - 605
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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ação do ar (rancidez oxidativa) ou de microrganismos (rancidez cetônica). O método é
válido para óleos normais e gorduras líquidas. A loroglucina reage em meio ácido com
os triglicerídios oxidados, dando uma coloração rósea ou vermelha, cuja intensidade aumenta com a deterioração devido, provavelmente, à presença de aldeído malônico ou de
aldeído epidrínico.
Material
Pipeta de 5 mL, provetas de 10 mL e proveta de 50 mL com boca esmerilhada.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de loroglucina em éter a 0,1% m/v
Procedimento –Transira, com auxílio de uma pipeta, 5 mL de substância fundida para
uma proveta de 50 mL com boca esmerilhada. Adicione 5 mL de ácido clorídrico e agite
por 30 segundos. Adicione 5 mL de uma solução de loroglucina a 0,1% em éter. Agite
novamente por 30 segundos e deixe em repouso por 10 minutos. Na presença de substâncias rançosas, a camada inferior apresentará uma coloração rósea ou vermelha.
Nota: se a intensidade da coloração for fraca, compare a camada inferior com uma quantidade análoga de solução de permanganato de potássio a 0,0012% (transira 3,8 mL de
uma solução 0,01 M para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com
água). Se a intensidade for a mesma ou inferior, o resultado pode deixar de ser levado em
consideração, caso os caracteres sensoriais do produto forem satisfatórios.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 260.
334/IV Determinação da umidade e matéria volátil
A determinação da umidade e matéria volátil é um dos parâmetros legais para a
avaliação da qualidade de óleos e gorduras, sendo realizada por aquecimento direto a
105°C.
Procedimento – Faça a determinação conforme método 012/IV alterando os intervalos
606 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
de tempo de pesagem de três para uma hora, até peso constante.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p .22.
335/IV Determinação de impurezas insolúveis em éter
Este método, aplicável para todos os tipos de gorduras e óleos, determina sujidades
e/ou outras substâncias estranhas insolúveis em éter de petróleo.
Material
Banho-maria, estufa, dessecador, proveta de 50 mL e cadinho de Gooch.
Reagente
Éter de petróleo
Procedimento – Use o resíduo resultante da determinação da umidade e matéria volátil.
Adicione 50 mL de éter de petróleo no resíduo e aqueça em banho-maria para dissolver
a gordura. Filtre em cadinho de Gooch com ajuda de vácuo. Lave com cinco porções
de 10 mL de éter de petróleo a quente, permitindo que cada porção escoe primeiro
para depois adicionar a outra porção. Lave completamente com éter de petróleo. Seque o
cadinho e aqueça até peso constante em estufa a (101 ± 1)°C. Esfrie em dessecador até a
temperatura ambiente e pese.
Cálculo
p = massa das impurezas insolúveis no éter de petróleo
P = massa da amostra seca
Referências bibliográficas
AMERICAN OIL CHEMISTS` SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.
1996. [A.O.C.S. Oicial method Ca 3a-46].
IAL - 607
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
262.
336/IV Determinação de resíduo por incineração (cinzas)
Este método determina o resíduo remanescente depois de incineração sob condições especíicas de teste. Aplicável para gorduras animais e óleos vegetais e marinhos.
Fundamenta-se na perda de peso que ocorre quando o produto é incinerado a 550°C,
com destruição da matéria orgânica sem apreciável decomposição dos constituintes do
resíduo mineral ou perda por volatilização.
Material
Cápsula de porcelana de 50 mL ou cápsula de platina de 100 mL, bico de Bünsen, tela de
amianto, tripé, balança analítica, mula, papel de iltro e dessecador.
Procedimento – Coloque o papel de iltro contendo os insolúveis totais em éter obtido
conforme 335/IV em uma cápsula de porcelana de 50 mL ou cápsula de platina de 100
mL, previamente aquecida em mula a 550°C por 1 hora, resfriada em dessecador até a
temperatura ambiente e pesada. Carbonize em bico de Bünsen com chama baixa. Incinere em mula a 550°C. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita as
operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Nota: a combustão da amostra deve ser feita em capela, com exaustão forçada.
Cálculo
p = nº de g de resíduo
P = nº g da amostra
Referências bibliográficas
AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. Official methods and recommended
praticces of the American Oil Chemists`Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.
608 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
1990. [A.O.C.S. Oicial method Ca 11-55]
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p. 263.
337/IV Determinação da densidade relativa
Este método determina a razão da massa da amostra em relação à da água por unidade de volume a 25°C e é aplicável a todos os óleos e gorduras líquidas.
Material
Picnômetro com junta esmerilhada de 50 mL, banho-maria mantido à temperatura de
(25 ± 0,1)°C e termômetro com subdivisão de 0,1°C.
Procedimento – Funda a amostra, iltre com papel de iltro para remover as impurezas
e traços de umidade. Aqueça à temperatura de (20-23)°C. Encha o recipiente do picnômetro, adicionando a amostra cuidadosamente pelas paredes para prevenir a formação de
bolhas de ar. Tampe e coloque em banho-maria na temperatura de (25 ± 0,1)°C. Conserve o conjunto imerso na água e espere atingir a temperatura acima especiicada por
30 minutos. Remova com cuidado o óleo que tenha escorrido pela lateral do recipiente.
Retire do banho e seque, evitando o manuseio excessivo. Pese e calcule a densidade.
Cálculo
A = massa do recipiente contendo óleo
B = massa do recipiente vazio
C = massa da água à temperatura de 25ºC
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS´ SOCIETY. Official methods and recommended
praticces of the American Oil Chemists` Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.
1990. [A.O.C.S. Oicial method Cc 10a-25].
338/IV Teste do frio
IAL - 609
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Este método mede a resistência da amostra à cristalização e é comumente usado
também como índice de “winterização” e veriicação da remoção da estearina no processo. É aplicável a todos os óleos vegetais normais, reinados e em gordura animal isenta de
umidade.
Material
Banho-maria a 25°C, banho de gelo a 0°C, frasco especial para óleo de 115 mL, funil e
papel de iltro.
Procedimento – Filtre uma quantidade suiciente da amostra (200-300) mL diretamente
com papel de iltro. Aqueça a porção iltrada. Agite a amostra continuamente durante o
aquecimento e remova do calor quando a temperatura atingir 130°C. Abasteça um frasco
especial para óleo completamente até o gargalo com a amostra e tampe hermeticamente.
Coloque o frasco num banho de água a 25°C e vede o banho com paraina. Mergulhe o
frasco contendo a amostra em banho de gelo, de modo que o conjunto ique coberto com
água e gelo. Reabasteça com gelo freqüentemente, se necessário, para manter o banho
solidamente empacotado, caso contrário, a temperatura poderá subir acima de 0°C. É
essencial que a temperatura do banho se mantenha a 0°C. Ao inal de cinco horas e meia,
remova o frasco do banho e examine rigorosamente os cristais de gordura ou turvação
formada. Não confundir cristais com pequenas bolhas de ar. Para o teste ser positivo, a
amostra precisa estar completamente clara, límpida e brilhante.
Notas
A inalidade do tratamento a quente é remover traços de impurezas, umidade e destruir
algum núcleo de cristais.
Recomenda-se utilizar um fundo preto iluminado para melhor visualização do resultado
do teste, devendo a amostra icar a uma distância de 2 metros.
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended pracctices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S. 1990.
[A.O.C.S. Oicial method Ce 11-53].
339/IV Determinação de matéria insaponificável
610 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Matéria insaponiicável inclui aquelas substâncias que freqüentemente se encontram dissolvidas nas gorduras e óleos e que não podem ser saponiicadas por tratamento
usual com soda, mas são solúveis em solventes normais para gorduras e óleos. Incluem-se
neste grupo de componentes, álcoois alifáticos de alto peso molecular, esteróis, pigmentos
e hidrocarbonetos. O método é aplicável para gorduras e óleos animais e vegetais, não
sendo adequado para gorduras e óleos contendo quantidade excessiva de matéria insaponiicável, como os óleos marinhos. Este método também não é aplicável para alimentos
com elevado teor de gordura.
Material
Extrator de gordura de capacidade de 200 mL com tampa de vidro, frascos Erlenmeyer
ou Soxhlet de 100 a 200 mL, funil de separação de 500 mL, sifão de vidro e balança
analítica.
Reagentes
Álcool a 95% v/v
Álcool a 10% v/v
Solução de hidróxido de potássio a 50% m/v
Éter de petróleo
Solução de hidróxido de sódio 0,02 M
Solução de fenolftaleína
Procedimento – Pese cerca de 5 g de amostra bem misturada em um frasco Erlenmeyer
ou Soxhlet. Adicione 30 mL de álcool a 95% e 5 mL de KOH a 50%. Aqueça e deixe
em reluxo por 1 hora ou até completa saponiicação. Transira para o funil de separação,
ainda quente, usando um total de 40 mL de álcool 95%. Complete a transferência com
água quente e depois fria até um volume total de 80 mL. Lave ainda o frasco com um
volume de 5 mL de éter de petróleo e transira para o funil. Esfrie até à temperatura ambiente e
adicione 50 mL de éter de petróleo. Insira a tampa e agite vigorosamente por um minuto até o
total clareamento das duas camadas. Use sifão de vidro para remover completamente a camada superior sem incluir qualquer porção da camada inferior. Receba as frações de éter
de petróleo em um funil de separação de 500 mL. Repita a extração pelo menos seis vezes,
usando porções de 50 mL de éter de petróleo, agitando vigorosamente em cada extração.
Lave os extratos combinados no funil de separação três vezes, usando 25 mL de álcool
a 10%, agitando vigorosamente e retirando a camada alcoólica depois de cada extração.
Evite remover qualquer parte da camada de éter de petróleo. Transira o extrato de éter
de petróleo para um béquer tarado e evapore até a secagem em banho de água. Depois de
IAL - 611
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
todo o solvente ter sido evaporado, complete a secagem em estufa a vácuo à temperatura
de (75-80)ºC e pressão interna de 200 mm de Hg. Esfrie em dessecador e pese. Depois
da pesagem, dissolva o resíduo em 50 mL de álcool a 95% a 50 ºC previamente neutralizado contendo fenolftaleína como indicador. Titule com NaOH 0,02 M até o ponto de
viragem. Corrija a massa do resíduo para ácidos graxos livres contidos, usando a seguinte
relação: 1 mL de 0,02 M de NaOH é equivalente a 0,0056 g de ácido oléico. Faça um
branco sem a presença de óleo ou gordura e proceda da mesma maneira que a amostra.
Cálculo
A = massa do resíduo obtido após secagem a vácuo
B = massa de ácido graxo determinado por titulação
C = massa do branco.
P = nº de gramas da amostra
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA,. A.O.C.S.
1990. [A.O.C.S. Oicial method Ca 6a-40].
340/IV Prova de Halphen-Gastaldi
Esta prova é considerada especíica para a presença de estruturas ciclopropênicas
contidas no ácido estercúlico ou ácidos de estruturas similares. Detecta, qualitativamente,
a presença de óleo de semente de algodão em óleos e gorduras animais ou vegetais.
Material
Pipeta de 5 mL, tubo de ensaio, banho-maria e proveta de 10 mL.
Reagentes
Solução de enxofre em sulfeto de carbono a 1% m/v
Piridina.
Procedimento – Transira 5 mL da amostra para um tubo de ensaio. Adicione 5 mL de
612 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
uma solução de enxofre em sulfeto de carbono a 1% e uma gota de piridina. Adapte ao
tubo de ensaio um tubo de segurança. Mergulhe o tubo em banho-maria durante 15
minutos. Recolha o sulfeto de carbono destilado em um béquer com água. Na presença
de óleo de semente de algodão, aparecerá uma coloração vermelha ou vermelho-cereja. A
intensidade de cor depende da quantidade de óleo de semente de algodão presente.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
264-265.
341/IV Prova de Holde
Este método detecta, qualitativamente, a presença de óleo de amendoim em óleos
e gorduras animais ou vegetais.
Material
Pipetas de 1 e 5 mL, tubo de ensaio graduado e bico de Bünsen.
Reagentes
Solução alcoólica de hidróxido de potássio a 3,3% (álcool a 90%) m/v
Álcool
Procedimento – Transira 0,65 mL da amostra para um tubo de ensaio graduado. Adicione 5 mL de solução alcoólica de hidróxido de potássio a 3,3% (álcool a 90%). Aqueça
até a ebulição e saponiique durante dois minutos. Esfrie e adicione uma quantidade de
álcool a 90% equivalente ao evaporado. Coloque em banho a 18°C, por 10 minutos. Na
presença de óleo de amendoim, aparecerá uma turvação ou um precipitado gelatinoso,
dependendo da quantidade de óleo de amendoim presente.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p. 265
IAL - 613
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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342/IV Prova de Villavecchia-Fabris
Este método detecta, qualitativamente, a presença de óleo de sésamo (gergelim) em
óleos e gorduras animais ou vegetais.
Material
Pipetas de 1 e 5 mL, proveta de 10 mL e tubo de ensaio.
Reagentes
Solução alcoólica de furfural puriicado a 1% (álcool a 95%) m/v
Ácido clorídrico
Procedimento – Transira 5 mL da amostra para um tubo de ensaio (se a amostra for
muito espessa, adicione 5 mL de éter de petróleo). Adicione 0,2 mL da solução alcoólica
de furfural a 1% (álcool a 95%) e 5 mL de ácido clorídrico. Agite o tubo durante 30
segundos. Deixe em repouso até separação das camadas. Na presença de óleo de sésamo
(gergelim), a camada ácida apresentará uma coloração vermelha persistente.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v 1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3 ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 265.
343/IV Determinação da extinção específica por absorção na região do ultravioleta.
Este método descreve o procedimento para o exame espectrofotométrico de
azeite de oliva e outros óleos e gorduras na região do ultravioleta. A análise espectrofotométrica na região do ultravioleta pode fornecer informações sobre a qualidade
de um óleo, seu estado de conservação e alterações causadas pelo processamento.
A absorção em 232 e 270 nm, comprimentos de onda especiicados no método, é
devida à presença de sistemas dienos e trienos conjugados, respectivamente. Estes
compostos são formados por oxidação e/ou reino do óleo. Azeites de oliva virgem de
boa qualidade e armazenados sob condições adequadas contêm poucos produtos de
oxidação os quais absorvem próximo a 232 nm. Em alguns casos particulares, azeites
de oliva virgem alterados podem exibir características espectrais próximas dos óleos
reinados.
614 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Neste método, o óleo ou gordura em questão é dissolvido em solvente apropriado
e a extinção da solução é determinada nos comprimentos de onda especiicados, usando
como referência o solvente puro. Estas absorções são expressas como extinções especíicas
(a absorbância de uma solução a 1% do óleo no solvente especiicado, numa espessura de 1 cm), convencionalmente indicadas por K.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS com leituras individuais para cada comprimento de onda,
cubetas de quartzo com caminho óptico de 1 cm, balões volumétricos de 25 mL, colunas
de vidro cromatográicas com comprimento de 450 mm, diâmetro interno de 35 mm,
provida de tubo de descarga com 10 mm de diâmetro aproximadamente e mula.
Reagentes
Ciclohexano ou isoctano, grau espectrofotométrico
Alumina básica
Hexano, grau cromatográico
Azeite de oliva virgem
Óleo de amendoim reinado
Preparação da alumina – Coloque alumina, previamente dessecada em mula a (380 400)oC por 3 horas, em um frasco hermeticamente fechado. Adicione água na proporção
de 5 mL para 100 g de alumina. Feche o frasco de imediato e agite repetidamente. Deixe
em repouso por pelo menos 12 horas antes de usar.
Veriicação da atividade da alumina – Prepare a coluna cromatográica com 30 g de alumina. Passe através da coluna uma mistura consistindo de 95% de azeite de oliva virgem
(k < 0,18 a 268 nm) e 5% de óleo de amendoim reinado (k > 4 a 268 nm). Se após a passagem através da coluna a mistura apresentar uma extinção especíica maior que 0,11 a 268
nm, a alumina é aceitável. Caso contrário, o nível de hidratação deve ser aumentado.
Procedimento – A amostra a ser analisada deve estar perfeitamente homogênea e livre de
impurezas. Óleos líquidos à temperatura ambiente devem ser iltrados através de papel de
iltro à temperatura de aproximadamente 30°C. Gorduras sólidas devem ser homogeneizadas e iltradas à temperatura não superior a 10°C acima do ponto de fusão. Pese aproximadamente 0,25 g da amostra em um balão volumétrico de 25 mL. Dissolva e complete
o volume com ciclohexano ou isoctano e homogeneíze (solução A). A solução resultante
IAL - 615
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
deve ser perfeitamente límpida. Se ocorrer opalescência ou turbidez, iltre rapidamente
através de papel de iltro. Transira 5 mL desta solução e dilua a 25 mL com o ciclohexano ou isoctano em balão volumétrico (solução B). Encha uma cubeta com a solução A e
meça a absorbância a 270 nm, usando o mesmo solvente como referência, em espectrofotômetro previamente calibrado. Procedendo da mesma maneira, meça a absorbância da
solução B a 232 nm. Os valores de absorbância obtidos devem estar compreendidos na
faixa de 0,1 a 0,8. Quando o valor obtido da extinção especíica a 270 nm for superior
ao limite máximo legal estabelecido para a classiicação do azeite, torna-se necessária a
puriicação por coluna cromatográica com alumina ativada, como segue: transira 30 g
de alumina previamente ativada em suspensão com hexano para coluna cromatográica.
Remova o excesso de hexano deixando o nível do solvente a 1 cm da alumina. Dissolva
10 g de óleo em 100 mL de hexano homogeneizado e livre de impurezas, conforme já
descrito neste procedimento e passe esta solução pela coluna. Colete o eluato e evapore
todo o solvente sob vácuo e proceda como descrito anteriormente.
Cálculo
Kλ = extinção especíica no comprimento de onda λ
Aλ = absorbância medida no comprimento de onda λ
c =concentração da solução em g/100 mL
l = caminho óptico da cubeta em cm
Nota: a análise espectrofotométrica do azeite de oliva inclui a determinação da variação
da extinção especíica:
ΔK = Extinção especíica no comprimento de onda para a máxima absorção em torno de
270 nm
Referência bibliográfica
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists ’Society. 4th ed. Champaign, USA, A.O.C.S.
1990. [A.O.C.S. Oicial method Ch 5-91].
616 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
344/IV Análise por cromatografia em fase gasosa dos ésteres metílicos de ácidos
graxos
A determinação da composição de ácidos graxos a partir da análise dos ésteres
metílicos auxilia no estudo de fraudes e na avaliação do conteúdo nutricional de óleos
e gorduras de origem vegetal ou animal. Por este método, os ésteres metílicos de ácidos
graxos são separados, identiicados e quantiicados por cromatograia em fase gasosa. O
método é aplicável para a determinação de ésteres metílicos de ácidos graxos contendo de
4 a 24 átomos de carbono, obtidos a partir de ácidos graxos de óleos e gorduras.
Material
Cromatógrafo a gás com sistema de injeção para coluna capilar (com capacidade de divisão da amostra) e coluna empacotada (com o menor volume morto possível), forno com
variação máxima de 1ºC para colunas empacotadas, 0,1ºC para colunas capilares e com
temperatura programável (fundamental para análise de ésteres metílicos de ácidos graxos
com menos de 16 átomos de carbono na molécula); detector de ionização de chama
(DIC); seringa de 10 μL graduada em 0,1 μL e registrador ou integrador ou computador.
Coluna empacotada
A coluna deve ser construída com um material inerte às substâncias que serão analisadas,
isto é, vidro ou aço inox. Deve possuir comprimento de (1-3) m e diâmetro interno de
(2-4) mm.
Suporte de empacotamento – São empregadas, normalmente, terras diatomáceas que
sofreram lavagem ácida e silanização. O tamanho das partículas deve estar compreendido na faixa de (60-120) e (125-250) mesh, sendo que a variação entre elas não deve
ser superior a 25 μm.
Fase estacionária – Pode ser empregado um líquido viscoso polar de poliésteres, isto é,
polisuccinato de dietileno glicol (DEGS), polisuccinato de butanediol, poliadipato de
etileno glicol. A fase estacionária deve corresponder de (5-20)% do empacotamento da
coluna.
Condicionamento de uma coluna nova – Desconecte a coluna do lado do detector e
gradativamente aqueça o forno a aproximadamente 10ºC acima da temperatura de operação, sempre passando o gás de arraste. Mantenha esta temperatura, passando pela coluna o gás de arraste com luxo de (20 - 60) mL/min por aproximadamente 16 horas e
por mais 2 horas a 20ºC acima da temperatura de operação. Cuidado para não exceder a
IAL - 617
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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temperatura máxima recomendada pelo fabricante.
Coluna capilar
Tubo – O tubo da coluna é feito de material inerte, normalmente sílica fundida. O diâmetro interno pode variar de (0,2-0,8) mm. A superfície interna do tubo sofre um tratamento apropriado, antes de ser depositada a fase estacionária. O comprimento da coluna
varia normalmente de (25 - 100) m.
Fase estacionária – As fases estacionárias são ilmes de polietileno glicol, polisuccinato de butanediol, ciano propil siloxanos, entre outras. A espessura do ilme pode variar de (0,1 - 0,25) μm.
Instalação e condicionamento da coluna – Tome os devidos cuidados na instalação das
colunas nos fornos, ajustando as conecções para evitar vazamento dos gases ou quebra da
coluna e reduzindo os espaços mortos. Condicione a coluna sempre passando o gás de
arraste e programe o aquecimento da temperatura do forno a 3ºC/min a partir da temperatura ambiente até 10ºC abaixo da temperatura de decomposição da fase estacionária
(veriique as recomendações do fabricante). Mantenha esta temperatura por 1 hora até
estabilizar a linha de base.
Reagentes
Gás de arraste para DIC: hidrogênio (coluna capilar), nitrogênio, hélio ou argônio (pureza 99,999%).
Gases auxiliares para o DIC: nitrogênio, hidrogênio (pureza 99,999 %) e ar super seco
(livre de hidrocarbonetos).
n-Hexano grau cromatográico.
Padrões de referência: mistura de ésteres metílicos de ácidos graxos ou padrões individuais de ésteres metílicos (ampolas seladas com mg dos padrões) ou um óleo de composição
conhecida, de preferência similar ao óleo ou gordura a ser analisado.
Soluções-padrão de referência – Dissolva o conteúdo da ampola (mg) dos padrões de
referência em n-hexano e transira para um balão volumétrico de 100 mL ou de outro
volume apropriado. Complete o volume com o mesmo solvente.
Procedimentos
Condições otimizadas de operação – Para coluna empacotada, considere as seguintes variáveis: tamanho e diâmetro interno da coluna, temperatura da coluna, luxo do gás de
arraste [proporção ideal: nitrogênio, hidrogênio e ar sintético 1:1:10 (exemplo: N2 (gás
de arraste) 30 mL/min, H2 30 mL/min e ar sintético 300 mL/min)], resolução requerida,
618 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
tamanho da amostra para análise. O tamanho da amostra escolhido deve situar-se dentro
da faixa linear de resposta do detector.
Para coluna capilar considere as mesmas variáveis citadas para a coluna empacotada. A
eiciência (número de pratos teóricos) obtida para cada componente separado por uma
coluna capilar deve ser ao redor de 100000 ou no mínimo 3000 pratos por metro de
coluna.
Dependendo do tipo de amostra e da coluna disponível deve-se otimizar as condições de
análise para se obter a melhor eiciência e resolução dos componentes. Para a análise de
ésteres metílicos de ácidos graxos de óleos vegetais, recomenda-se, por exemplo,as condições do método Method Ce 1h-05 ou a descrita abaixo:
Coluna de fase estacionária ciano propil siloxona de 50 a 100 m, com 0,25 μm de espessura do ilme e 0,25 mm de diâmetro interno.
Gás de arraste, hidrogênio, velocidade linear entre (15 - 25)mL/min, razão de divisão da
amostra 1:50.
Exemplo: coluna de 50 m
Temperatura programada da coluna de 80 a 220ºC, sendo a velocidade de aquecimento
de 5ºC por minuto. Mantenha a 220ºC por 10 minutos.
Temperatura do injetor: 230ºC
Temperatura do detector: 240ºC
Determinação da eiciência e resolução – Analise uma mistura de ésteres metílicos dos
ácidos esteárico e oléico com proporções equivalentes dos dois compostos. Calcule o número de pratos teóricos n (eiciência) e a resolução pelas fórmulas:
dR1 = distância de retenção, medida em mm, do início da injeção ao máximo do pico
do metil estearato.
w1 e w2 = larguras dos picos do metil estearato e oleato, respectivamente
Δ = distância entre os máximos dos picos do metil estearato e metil oleato
As condições de análise que devem ser escolhidas são as que produzirem:
n = 3000 pratos teóricos por metro de coluna (no mínimo) para o estearato de metila
R = 1,25 (no mínimo)
IAL - 619
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Nota: deve-se trabalhar com temperatura do forno da coluna programável na análise de
amostras contendo ácidos graxos com pesos moleculares muito diferentes. Diversos equipamentos possuem softwares que calculam os parâmetros de desempenho da coluna,
auxiliando na seleção rápida da melhor condição de análise.
Determinação dos ésteres metílicos – Prepare a amostra como descrito em um dos procedimentos a seguir: 054/IV, 055/IV ou 056/IV. Injete no cromatógrafo de 0,1 a 2 μL
da solução de ésteres metílicos de ácidos graxos de padrões puros ou obtidas conforme
descrito acima. Analise a mistura de padrões de referência de ésteres metílicos de ácidos
graxos de composição conhecida nas mesmas condições empregadas na análise da amostra e determine o tempo de retenção (ou distância de retenção) para cada éster metílico.
Construa o gráico do logaritmo do tempo de retenção em função do número de átomos
de carbono dos ácidos graxos. Em condições isotérmicas de análise, o gráico para ésteres
de séries homólogas e cadeia linear, deve ser uma reta. As retas são praticamente paralelas
para diferentes séries homólogas. Empregando-se os gráicos obtidos como descrito acima,
pode-se identiicar um éster de ácido graxo de uma série homóloga por interpolação.
Na prática utiliza-se o cálculo de ECN, isto é, número equivalente de carbono, para identiicação de ácidos graxos de uma série homóloga.
Os valores de ECN são calculados a partir dos valores dos tempos de retenção dos compostos.
Agi = ácido graxo a ser identiicado
n e n+i = número de átomos de carbono de padrões homólogos de cadeia reta, eluídos
antes e depois do ácido graxo a ser identiicado.
t’Agi = tAgi - t0
t’Agi = tempo de retenção corrigido
tAgi = tempo de retenção da substância a ser identiicada
t0 = tempo de retenção de uma substância não retida. (Ex: butano, pentano em colunas
polares).
t’Agn + t’Agn+i = tempos de retenção corrigidos de padrões homólogos de cadeia reta, eluídos
antes e depois do ácido graxo a ser identiicado.
(“i”normalmente é igual a múltiplos de 2)
620 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Com determinada programação de temperatura (aumento linear de temperatura) a equação é simpliicada para:
Cálculos
Normalização
Exceto em casos excepcionais, assuma que todos os componentes da amostra estejam representados no cromatograma. Desta forma a soma das áreas de todos os picos representará 100% dos constituintes (eluição total). Se o equipamento incluir um computador ou
integrador, utilize seus recursos para o cálculo. Caso contrário, determine a área de cada
pico multiplicando a altura pela largura na meia altura. Quando necessário, considere
as várias atenuações utilizadas durante o registro dos cromatogramas. De uma maneira
geral, quando não estão presentes quantidades signiicativas de componentes com menos
de 12 átomos de carbono, calcule a porcentagem de área do pico correspondente ao constituinte, em relação à soma das áreas de todos os picos. O resultado será expresso como
porcentagem de área do componente (éster metílico).
AAgi = área do pico correspondente ao componente “i”
Σ A = soma das áreas de todos os picos.
Normalização com fatores de correção
Os fatores de correção da resposta do detector são determinados quando estão presentes
na amostra ácidos graxos com menos de 12 átomos de carbono e/ou ácidos graxos com
grupos secundários ou, ainda, quando se utiliza um detector de condutividade térmica.
Estes fatores devem ser usados para converter as porcentagens de área dos picos em porcentagem de massa dos componentes. Determine os fatores de correção com a ajuda de
um cromatograma obtido da análise da mistura de padrões de ésteres metílicos, de composição conhecida, nas mesmas condições de análise da amostra.
IAL - 621
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Para a mistura padrão:
Agi
MAgi = massa do componente “i” na mistura padrão.
ΣM = massa total dos vários componentes na mistura padrão
Do cromatograma da mistura padrão, calcule:
Agi
AAgi = área do pico correspondente ao componente “i”
Σ A = soma da área de todos os picos.
Agi
Agi
Geralmente os fatores de correção são calculados com relação ao KC16 (éster metílico do
ácido palmítico). Assim os fatores relativos são:
Agi
Expresse o resultado em % de massa (m/m) do componente (éster metílico):
Agi
Agi
Agi
Agi
Pode ser feito o cálculo teórico dos fatores de correção do detector de ionização de chama
(DIC):
622 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
KAgi = fator de resposta para o ácido graxo “i”
M Agi = massa molecular do éster metílico de ácido graxo “i”
n Agi = número de átomos de carbono do éster metílico do ácidos graxo “i”
Ac = massa atômica do carbono (12,01)
Pesos atômicos utilizados no cálculo:
Carbono = 12,01; Hidrogênio = 1,0079; Oxigênio = 15,994.
Fator relativo de resposta do DIC para cada componente com relação ao C16:0:
C
K’Ag i = fator relativo de correção, para o ácido graxo “i”
K C16 = fator de resposta do DIC para o C16:0
KAgi = fator de resposta do DIC para o ácido graxo “i”
A determinação dos fatores de correção de resposta do DIC é especialmente importante
para os ácidos graxos de baixo peso molecular (C4:0; C6:0), como por exemplo, para os
derivados de gordura de leite e para os de alto peso molecular, como os de óleos de peixe,
pois nestes casos os fatores relativos desviam de forma considerável da unidade.
Cálculo com padrão interno (PI)
Empregue o método de padronização interna para determinar o valor absoluto de um ácido
graxo na amostra ou na quantiicação de ácidos graxos com baixo peso molecular (4 a 6 átomos de carbono) juntamente com ácidos graxos de alto peso molecular (16 a 24 átomos de
carbono) na mesma amostra. Ésteres metílicos de ácidos graxos com número ímpar de carbonos são freqüentemente usados como padrão interno (Ex: C5:0; C11:0; C13:0; C19:0 ou C23:0).
Expresse o resultado em % de massa do componente (éster metílico):
IAL - 623
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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M = massa em miligramas da amostra
API = área do PI
MPI = massa em miligramas do PI
AAGi = área correspondente ao componente i
KAgi = fator de correção da resposta do DIC para o ácido graxo i (relativo a KC16)
KPI = fator de correção da resposta do DIC para o PI (relativo a KC16)
Nota: quando o resultado for expresso em gramas de ácidos graxos por 100 g de óleo,
deve-se multiplicar pelo fator 0,956.
Referências bibliográficas
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA: A.O.C.S.,
1995 (A.O.C.S. Oicial Method Ce 2-66: Preparation of methyl esters of long chain
fatty acids).
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, USA: A.O.C.S.,
1995 (A.O.C.S. Oicial Method Ce 1-62: Fatty acid composition by gas chromatography).
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended
practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign , USA: A.O.C.S.,
1995 (A.O.C.S. Oicial Method Ce 1d-91 Determination of fatty acids in edible oils
and fats by capillary GLC).
AMERICAN OIL CHEMISTS’ SOCIETY. Official methods and recommended practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign , USA: A.O.C.S.,
1997 (A.O.C.S. Oicial Method Ce 1f-96 Determination of cis and trans fatty acids in
hydrogenated and reined oils and fats by capillary GLC).
INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. IS0 5508: Animal and
vegetable fats and oils – Analysis by gas chromatography of methyl esters of fatty acids.
ISO 5508. 1990E
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
266.
624 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
345/IV Determinação de tocoferóis e tocotrienóis por cromatografia líquida de alta
eficiência
Este método quantiica tocoferóis (alfa, beta, gama e delta) e tocotrienóis em óleos vegetais
ou gorduras. Baseia-se na dissolução da amostra em solvente orgânico e injeção direta em
cromatógrafo a líquido para a separação e quantiicação dos tocoferóis e tocotrienóis.
Material
Sistema de cromatograia a líquido de alta eiciência (CLAE) composto de: bomba de
alta pressão, dispositivo para injeção da amostra, detector de luorescência ajustado para
os comprimentos de onda de 290 nm de excitação e 330 nm de emissão (na indisponibilidade de detector de luorescência, utilize o de UV ajustado em 292 nm), coluna
analítica de CLAE (250mm x 4mm) empacotada com micropartículas de sílica de 5 μm,
pré-coluna de sílica; espectrofotômetro UV/VIS; rotavapor; balões volumétricos âmbar
de 25, 50 e 100 mL; pipetas volumétricas de 10 mL e pipetas automáticas (20 a 200 μL
e 200 a 1000 μL).
Reagentes
Padrões de α, β, γ, δ - tocoferóis de alta pureza (superior a 95%).
Metanol.
n-Hexano.
Isopropanol
Fase móvel para CLAE – Hexano - isopropanol (99,5:0,5).
Nitrogênio seco
Nota: todos os solventes devem ser grau CLAE
Solução-padrão estoque de α-tocoferol – Pese cerca de 10 mg do padrão em um balão
volumétrico âmbar 100 mL e complete o volume com n-hexano. Pipete 10 mL desta solução para um frasco âmbar e remova o solvente num rotavapor. A temperatura não deve
exceder a 40oC. Retire o frasco e remova o solvente residual com nitrogênio. Adicione 10
mL de metanol, com pipeta volumétrica, e agite para dissolver o tocoferol. Meça a absorbância desta solução a 292 nm e calcule a concentração (como μg/mL de α-tocoferol)
dividindo-se o valor da absorbância lida por 0,0076.
IAL - 625
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Soluções-padrão estoque de β, γ, δ-tocoferóis – Prepare a solução-estoque para cada
um dos padrões de β, γ, δ-tocoferol e proceda como descrito para a solução-padrão de
α-tocoferol. Meça a absorbância de cada uma das soluções nos comprimentos de onda
indicados abaixo e utilize os respectivos fatores para o cálculo da concentração e pureza.
296 nm β-tocoferol = 0,0089
298 nm γ-tocoferol = 0,0091
298 nm δ-tocoferol = 0,0087
Notas
Os fatores citados são derivados dos valores da absorção especíica dos tocoferóis nos respectivos comprimentos de onda.
Estoque as soluções-padrão em frasco de vidro âmbar, ao abrigo da luz e sob refrigeração
pelo período de uma semana.
Solução de trabalho de mistura de tocoferóis – Combine volumes apropriados das soluções-padrão estoque para obter soluções de trabalho com concentrações dos tocoferóis
entre 1 e 5 μg/mL. Escolha no mínimo cinco pontos para a curva de calibração. Utilize
n-hexano nas diluições.
Nota: Quando utilizar detector UV prepare uma solução mais concentrada dos padrões.
Procedimentos
Otimização dos parâmetros analíticos – Condicione a coluna, se necessário. Ajuste o luxo da fase móvel [n-hexano/isopropanol (99,5:0,5 v/v)] em 1 mL/min e deixe pelo menos
30 min. Injete cerca de 20 μL da mistura dos padrões de tocoferóis e, se necessário, ajuste
a proporção de isopropanol da fase móvel e o luxo. O luxo da fase móvel adequado deve
estar entre (0,7 - 1,5)mL/min. O tempo de retenção do α-tocoferol não deve ser menor
que 5 minutos. O Fator de resolução (R) para o β e γ-tocoferol não deve ser menor que
1,0. Fator de resolução (R) é calculado por:
Rd1 = distância de retenção do γ-tocoferol
Rd2 = distância de retenção do β-tocoferol
W1 = largura da base do pico do γ-tocoferol
W2 = largura da base do pico do β-tocoferol
626 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
Preparação da amostra – A amostra líquida de óleo deve ser homogeneizada (não iltre).
Para amostra sólida, transira uma certa quantidade representativa (não menos que 10%
do peso total da amostra) para um béquer e homogeneíze cuidadosamente. Faça a fusão
em um banho-maria onde a temperatura não exceda a 40oC. O preparo da amostra deve
ser feito na ausência de luz. Pese com precisão, entre 0,2 e 0,5 g da amostra de óleo e
transira para um balão volumétrico de 25 mL com n-hexano. Agite para dissolver e complete o volume com o mesmo solvente. Quando utilizar um detector de luorescência,
podem ser necessárias algumas diluições para a obtenção de um cromatograma adequado.
A amostra deve estar protegida da luz durante os procedimentos de preparo e deve ser
analisada no mesmo dia.
Determinação de tocoferóis na amostra – Injete 20 μL da amostra e identiique os tocoferóis (e tocotrienóis) presentes por comparação com os tempos de retenção dos padrões.
Registre as áreas dos picos dos tocoferóis e dos tocotrienóis. Faça duas determinações sucessivas para cada tocoferol, usando alíquotas-teste preparadas recentemente. O resultado
inal deve ser a média de duas determinações obedecendo a exigência da repetitividade
(vide resultados estatísticos do estudo colaborativo do método IUPAC 2432).
Curva de calibração – Injete cerca de 20 μL das soluções de mistura dos padrões de
tocoferóis. Repita a injeção e veriique se os cromatogramas obtidos são reprodutíveis.
Construa as curvas de calibração pelo método de padronização externa.
Cálculos
A quantiicação dos tocoferóis é feita por padronização externa. Os teores dos tocoferóis
são calculados a partir de curvas de calibração construídas pelos softwares dos equipamentos ou em planilhas de cálculo (ex: excel). Para a construção da curva utilize no mínimo
cinco pontos, isto é, no mínimo cinco níveis de concentração de cada padrão. As curvas
obtidas relacionam a concentração dos padrões e a resposta do detector (área).
O teor de α-tocoferol presente em uma amostra, em μg/g, é dado por:
C = concentração do padrão de α-tocoferol (μg/mL)
A = medida da área do pico obtido pelo padrão de α-tocoferol
a = medida do área do pico obtida pela amostra de α-tocoferol
m = massa da amostra
D = fator da diluição
Os teores de β, γ e δ-tocoferóis da amostra são calculados como o procedimento anterior
usando os dados do cromatograma do correspondente padrão de tocoferol.
IAL - 627
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Nota: os tocotrienóis contidos na amostra podem ser estimados usando os valores de C
e A para o correspondente tocoferol. De acordo com a literatura a intensidade da luorescência para os tocoferóis é a mesma do correspondente tocotrienol e a absorbância no
UV é similar.
Referência bibliográfica
INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED CHEMISTRY. IUPAC
2432: Determination of tocopherols and tocotrienols in vegetable oils and fats by high
performance liquid chromatography. Pure & Appl. Chem., v. 60, n. 6. p. 887-892,
346/IV Determinação de tocoferóis e tocotrienóis por cromatografia líquida de alta
eficiência em produtos processados contendo ésteres de tocoferóis.
Produtos processados contendo ésteres de tocoferóis, como por exemplo, margarinas, são saponiicados e a matéria insaponiicável obtida é dissolvida em solvente orgânico
e injetada em cromatógrafo a líquido para a separação e quantiicação dos tocoferóis e
tocotrienóis.
Material
Balança analítica, banho-maria, rotavapor, balões âmbar de fundo chato de 50 e 100 mL
com boca esmerilhada, funis de separação âmbar de 250 mL, iltros de vidro, provetas de
10 e 50 mL, papel de iltro e balão volumétrico de 50 mL.
Reagentes
Álcool aproximadamente 95%
Ácool absoluto a 99%
Pirogalol
Solução de KOH a 60% m/v
Éter etílico livre de peróxidos (contendo 0,1% m/m de pirogalol)
HCl 0,01 M
Sulfato de sódio anidro
Procedimento – Pese cerca de 2 g da amostra em balão de fundo chato âmbar de 100 mL.
Adicione aproximadamente 8 mL de álcool 95%, para dissolver completamente a amostra.
Agite levemente o frasco. Adicione 100 mg de pirogalol e agite para dissolver. Puriique
com nitrogênio, adicione 4 mL de solução aquosa de KOH 60%. Passe nitrogênio e
628 - IAL
Capítulo XVI - Óleos e Gorduras
tampe o frasco. Coloque o frasco em um banho-maria à temperatura de 26°C e agite
vigorosamente por 10 minutos. Todas as operações devem ser realizadas na ausência de
luz direta (use frascos de vidro âmbar ou os envolvam com papel alumínio). Adicione 50
mL de água ao frasco e transira o conteúdo quantitativamente para um funil de separação de 250 mL. Lave o frasco com 50 mL de éter etílico livre de peróxidos e transira as
“lavagens” para o funil. Agite vigorosamente o funil de separação por 1 minuto, abrindo a
tampa ocasionalmente para liberar a pressão formada. Deixe em repouso para que ocorra
a separação das camadas. Retire a camada aquosa (camada inferior). Faça mais quatro
extrações da camada aquosa com 30 mL de éter etílico isento de peróxidos e combine
os extratos etéreos em outro funil de separação. Lave o extrato etéreo combinado com
50 mL de água (agitando cuidadosamente para evitar formação de emulsão) e a seguir
com 30 mL de HCl 0,01 M. Separe as fases. Despreze a fase aquosa. Filtre a fração etérea
passando por cerca de 3 g de Na2SO4 anidro, com a ajuda de um funil e papel de iltro.
Colete o iltrado em balão de fundo chato âmbar para adaptar em um rotavapor. Remova
o éter sob pressão reduzida, não excedendo a temperatura de 40°C. Se o resíduo líquido
permanecer no frasco, adicione álcool absoluto 99% e evapore até à secura. Lave as paredes do frasco com n-hexano e transira o conteúdo quantitativamente para um balão
volumétrico de 50 mL. Complete o volume. Dilua adequadamente a amostra e proceda
conforme 345/IV.
Referência bibliográfica
INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED CHEMISTRY. IUPAC
2432: Determination of tocopherols and tocotrienols in vegetable oils and fats by high
performance liquid chromatography. Pure & Appl. Chem., v. 60, n. 6. p. 887-892,
1988.
Colaboradores
Emy Takemoto, Mário Tavares, Miriam Solange Fernandes Caruso, Regina Sorrentino Minazzi
Rodrigues e Sabria Aued Pimentel
IAL - 629
Capítulo XVII - Ovos e Produtos de Ovos
CAPÍTULO
XVII
OVOS E
PRODUTOS
DE OVOS
IAL - 631
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
632 - IAL
Capítulo XVII - Ovos e Produtos de Ovos
XVII
OVOS E PRODUTOS DE OVOS
vos, sem outra designação, são ovos de galinha, entregues ao consumo e,
como tal, devem ser inspecionados em relação à classiicação e às suas características. A composição média em peso consiste de 57 por cento de
clara, 32 por cento de gema e 11 por cento de casca. A análise de cada uma
das duas partes (clara e gema) abrange as determinações de água, lipídios, nitrogênio,
cinzas, fósforo em fosfato de sódio, colesterol, lecitina, pH e densidade, dando idéia da
composição das mesmas. Do ponto de vista de controle, é interessante a análise eletroforética das proteínas que diferencia ovos de origem diversa (pata, galinha, etc.)
O
Ovo desidratado
Na análise deste produto, além das determinações de umidade (012/IV),
protídios (036/IV ou 037/IV), cinzas (018/IV), fosfatos (031/IV), colesterol
(421/IV), é importante examinar a solubilidade, arsênio e chumbo (cap. XXIII).
347/IV Prova de solubilidade
Material
Tubo de centrífuga de 25 mL, centrífuga, estufa e dessecador com sílica gel.
Procedimento – Pese 1 g da amostra em um tubo de centrífuga previamente aquecido
em estufa a 100ºC, resfriado em dessecador e pesado. Adicione 10 mL de água. Homogeneíze bem. Deixe em repouso por três horas. Aqueça em banho de água a 50ºC
por meia hora. Centrifugue e decante. Aqueça o tubo com o resíduo em estufa a 70ºC,
resfrie em dessecador e pese.
IAL - 633
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
N = diferença entre o nº de g da amostra e o nº de g do resíduo
P = nº de g da amostra
Maionese
A análise de maionese inclui, entre outras, as determinações de umidade (012/IV),
acidez titulável (016/IV), colesterol (421/IV), amido (043/IV), cinzas (018/IV), cloretos
em cloreto de sódio (028/IV ou 029/IV), e o exame dos aditivos: corantes, conservadores e emulsiicantes (cap. V). Uma extração do óleo presente no produto poderá ser
feita com éter, de uma alíquota da amostra misturada a um excesso de sulfato de sódio
anidro. Uma vez obtido o óleo, por remoção do solvente, pode-se determinar o índice de
iodo, índice de saponiicação, e fazer a prova de rancidez, seguindo as técnicas usadas na
análise de óleos (cap. XVI).
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: I MESP,
3. ed., 1985. p. 279.
348/IV Determinação dos sólidos da gema do ovo
A dosagem de sólidos da gema do ovo em maionese é difícil; neste caso, determina-se o fósforo orgânico, extraindo-se a amostra com um solvente orgânico.
Material
Balão de fundo chato, condensador de vidro para reluxo, iltro de vidro, papel de iltro,
cápsula de porcelana, banho-maria, mula e balão volumétrico de 100 mL.
Reagente
Metanol
Solução de ácido clorídrico (1+2)
634 - IAL
Capítulo XVII - Ovos e Produtos de Ovos
Procedimento – Pese 5 g da amostra em um balão de fundo chato. Reluxe durante seis
horas com metanol. Filtre. Lave o iltro com pequenas porções de metanol. Recolha
os iltrados em cápsula de porcelana e evapore em banho-maria. Incinere em mula a
550ºC. Dissolva as cinzas em ácido clorídrico (1+2), transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Determine os fosfatos, em anidrido
fosfórico, por espectrofotometria, conforme (031/IV).
Cálculo
A x 56 = sólidos da gema do ovo, por cento m/m
A = fosfatos, em anidrido fosfórico, calculados como em 031/IV.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 278-280.
Colaborador
Odair Zenebon
IAL - 635
Capítulo XVIII - Pescado e Derivados
CAPÍTULO
XVIII
PESCADO E
DERIVADOS
IAL - 637
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
638 - IAL
Capítulo XVIII - Pescado e Derivados
XVIII
PESCADO E DERIVADOS
escado é todo animal que vive normalmente em água doce ou salgada e que
serve para alimentação. Pescado fresco é aquele que não sofreu qualquer processo de conservação, exceto pelo resfriamento, e que mantém seus caracteres
sensoriais essenciais inalterados. O pescado será designado pela espécie animal
a que pertence ou pelo seu nome comum, por exemplo: sardinha, tainha, camarão, siri,
polvo, lula, marisco. Várias são as determinações que podem avaliar o grau de conservação do produto, como a eletrométrica do pH, a de bases voláteis totais e a de histamina
por espectrofluorimetria, alem da reação de Éber para gás sulfídrico. Outras determinações relacionam-se à composição química do pescado, como a de lipídios totais.
P
349/IV Reação de Éber para gás sulfídrico
A decomposição bacteriana dos aminoácidos sulfurados da carne de pescado libera enxofre, o qual em meio ácido transforma-se em gás sulfídrico (H2S). A reação de
Éber é indicada para avaliar o estado de conservação do pescado fresco e de produtos
relacionados em geral, como o pescado curado. Fundamenta-se na combinação do gás
sulfídrico com solução de acetato de chumbo, produzindo enegrecimento do papel de
filtro previamente tratado com a referida solução-reagente. Esta prova não se aplica no
caso de produtos condimentados e em conservas de pescado que foram processadas em
alta temperatura e baixa pressão.
Para a realização da reação de Éber para gás sulfídrico, proceda como em 004/IV.
IAL - 639
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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350/IV Determinação do pH
A determinação de acidez pode fornecer um dado valioso na apreciação do estado de conservação de pescados e derivados. Um processo de decomposição, seja por
hidrólise, oxidação ou fermentação, altera quase sempre o pH. A medida do pH em
pescado e derivados é um dado indicativo do estado de conservação, entretanto para a
avaliação mais segura torna-se também necessária a realização das análises microbiológica, química e sensorial.
Para a determinação eletrométrica do pH de pescados, proceda como em 017/IV.
351/IV Determinação de bases voláteis totais
A deterioração do pescado estocado sob refrigeração é devida à ação enzimática
e bacteriana e resulta na produção de vários compostos, sendo os mais freqüentes: trimetilamina, dimetilamina, amônia e ácidos voláteis. A porcentagem de bases voláteis
pode ser uma indicação do grau de conservação do pescado, dependendo da espécie.
Normalmente, para espécies como cações, raias, siris, o valor de BVT é elevado sem
que, necessariamente, estejam deterioradas.
Neste método, a amônia e as aminas voláteis são destiladas por arraste de vapor,
em meio levemente alcalino e quantificadas por volumetria de neutralização.
Material
Vidro de relógio, balão de Kjeldahl de 800 mL, proveta de 300 mL, condensador de
Liebig, frasco Erlenmeyer de 500 mL e bureta de 15 mL.
Reagentes
Ácido sulfúrico 0,05 M
Hidróxido de sódio 0,1 M
Óxido de magnésio
Silicone antiespumante
Solução alcoólica de vermelho de metila a 0,2% m/v
Procedimento – Prepare a amostra do peixe, tirando as espinhas e vísceras. Moa a carne e homogeneíze. Pese de 5 a 10 g da amostra (para camarões, siris e cação, pese 5 g
e, para outras espécies de pescados pese 10 g), transfira para um balão de destilação de
Kjeldahl, junte 300 mL de água, 1 a 2 g de óxido de magnésio e umas gotas de silicone
antiespumante. Ligue o balão ao conjunto de destilação. Mergulhe a extremidade afunilada do condensador em 15 mL de ácido sulfúrico 0,05 M contido no frasco Erlenmeyer
de 500 mL. Adicione três gotas do indicador vermelho de metila, aqueça até ebulição
e destile por 25 minutos. Titule o excesso de ácido sulfúrico 0,05 M com solução de
640 - IAL
Capítulo XVIII - Pescado e Derivados
hidróxido de sódio 0,1 M, até viragem do indicador da cor vermelha para amarela.
Cálculo
V = diferença entre o nº de mL de ácido sulfúrico 0,05 M adicionado e o nº de mL de
solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação.
P = nº de g da amostra.
Nota: o resultado deverá ser expresso em mg por cento.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP. 1985. p.
274-275.
352/IV Determinação de histamina por espectrofluorimetria
Entre as aminas biogênicas encontradas nos alimentos, a histamina destaca-se por
poder causar intoxicações alimentares, especialmente veiculadas em peixes da família
Scombridae, como o atum. O principal meio de sua formação é por atividade bacteriana. A enzima histidina descarboxilase de determinadas bactérias age sobre o aminoácido histidina encontrado em espécies de peixes de carne escura, formando a histamina.
O nível de histamina nos alimentos é proporcional à quantidade formada nos tecidos
do pescado, a qual está relacionada à concentração de bactérias descarboxiladoras da
histidina. O método fluorimétrico baseia-se na reação da histamina com o o-ftalaldeído
(OPT), formando um composto fluorescente. A homogeneização e extração da substância no produto são feitas com metanol, a purificação por resina de troca iônica e o
acoplamento com OPT é efetuado em meio alcalino, adicionando-se ácido fosfórico.
A determinação fluorimétrica é feita com excitação a 350 nm e emissão a 444 nm.
Material
Espectrofotômetro de fluorescência, agitador mecânico, pipetas volumétricas de
(1 - 5) mL, frasco Erlenmeyer de polipropileno de 100 mL, balão volumétrico de polipropileno de 100 mL, balão volumétrico de 50 mL, banho-maria, multiprocessador,
IAL - 641
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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papel de filtro, tubo cromatográfico de polipropileno de (200 x 7) mm, com controle
de escoamento à razão de 3 mL/minuto, ajustando a altura da coluna ao tubo de saída.
Este tubo deverá ser preparado da seguinte forma: coloque lã de vidro no tubo cromatográfico de modo a vedar a base e logo a seguir adicione a resina de troca iônica (pasta
semifluída), formando uma camada de 8 cm. Adicione água e conserve-a sempre acima
do nível da resina.
Nota: nunca regenere a resina na coluna, quando for necessário melhor usar um béquer;
sempre lave a coluna com 10 mL de água antes da aplicação de cada amostra.
Reagentes
Resina de troca iônica (Bio-Rad AG 1-X8, 50-100 mesh ou Dowex 1-X8, 50-100 mesh)
– Essa resina deverá ser convertida para a forma alcalina, adicionando-se em um béquer, 15 mL de hidróxido de sódio 2 M/grama de resina. Agite vagarosamente com
uma bastão de vidro e deixe descansar por 30 minutos. Decante a parte líquida. Lave a
resina com água, filtre e lave novamente. Preencha o tubo com a resina já convertida.
Prepare a resina semanalmente e mantenha em água.
Solução de ácido fosfórico 1,78 M – Dilua 243,6 mL de ácido fosfórico para 1 L de
água. Padronize 500 mL do ácido com solução de hidróxido de sódio 1 M, usando
fenolftaleína como indicador. Ajuste a concentração, se necessário.
Solução de aldeido dicarboxi-o-ftálico (OPT) a 0,1% em metanol – Dissolva 100 mg
de OPT em metanol e complete o volume em balão volumétrico de 100 mL com metanol. A validade desta solução é de uma semana, quando conservada em frasco âmbar
sob refrigeração.
Soluções de hidróxido de sódio 1 M e 2 M.
Solução-padrão estoque de histamina 1 mg/mL – Pese, com precisão, 169,1 mg de
histamina.2HCl (98% de pureza) e dissolva em 100 mL de ácido clorídrico 0,1 M. A
validade desta solução é de uma semana sob refrigeração.
Solução-padrão intermediária de histamina 10 µg/mL – Transfira 1 mL da soluçãopadrão estoque de histamina para um balão volumétrico de 100 mL e complete o
volume com ácido clorídrico 0,1 M. A validade desta solução é de uma semana sob
refrigeração.
Soluções-padrão de histamina em diferentes concentrações – A partir da solução interme642 - IAL
Capítulo XVIII - Pescado e Derivados
diária de histamina a 10 μg/mL, prepare soluções contendo respectivamente 0,5 μg/5 mL,
1 μg/5 mL e 1,5 μg/5 mL , diluindo respectivamente 1, 2 e 3 mL da solução intermediária com 100 mL de ácido clorídrico 0,1 M. A validade destas soluções é de um dia.
Procedimento
Preparação da amostra – Para amostras de peixes congelados, deixe à temperatura ambiente e drene o líquido. Limpe, retirando escamas, espinha, cauda, cabeça, nadadeiras
e vísceras. No caso de peixes pequenos (menores de 15 cm), use de cinco a dez unidades
e para os grandes, três unidades. Corte os peixes transversalmente, subdividindo-os
em partes de aproximadamente 2,5 cm. Moa em processador e homogeneíze a massa
obtida da carne do pescado.
Pese 10 g da amostra, adicione 50 mL de metanol e homogeneíze em agitador
mecânico por dois minutos. Transfira para um balão volumétrico de polipropileno de 100 mL, lavando com metanol e aqueça a 60ºC, por 15 minutos, em banho-maria. Esfrie à temperatura ambiente, complete o volume com metanol e filtre através de papel de filtro utilizando funil de polipropileno. Esta solução poderá
ser conservada na geladeira por várias semanas. Passe (4 – 5)mL de água na coluna e descarte o eluato. Com uma pipeta volumétrica adicione 1 mL do extrato da
amostra seguido da adição de (4 - 5)mL de água. Imediatamente ao início do escoamento do líquido pela coluna, colete o filtrado em um balão volumétrico de
50 mL contendo 5 mL de HCl 1 M. Lave a coluna várias vezes com água até perfazer
35 mL do filtrado total coletado, complete o volume para 50 mL e conserve em
geladeira. Pipete 5 mL do filtrado em um frasco Erlenmeyer de 50 mL, adicione
10 mL de HCl 0,1 M e agite. Pipete 3 mL de NaOH 1 M, agite, adicione 1 mL
do reagente OPT e agite (é importante agitar ao menos uma vez durante a reação
com OPT). Após 4 minutos, adicione 3 mL de ácido fosfórico 1,78 M, homogeneíze a solução e meça a fluorescência com excitação a 350 nm e emissão a 444 nm.
Zere, previamente, o aparelho com água. Prepare o branco da mesma maneira, usando
5 mL de HCL 0,1 M no lugar da solução da amostra e faça a leitura no prazo de
uma hora e meia.
Curva-padrão – Pipete, em duplicata, 5 mL de cada solução-padrão em um frasco
Erlenmeyer de polipropileno de 50 mL, adicione 10 mL de HCl 0,1 M, agite, 3 mL de
NaOH 1 M, agite e 1 mL do reagente OPT, agite. Acrescente, após 4 minutos, 3 mL de
ácido fosfórico 1,78 M, homogeneíze cada solução e faça as leituras das fluorescências
obtidas. Prepare o branco usando 5 mL de HCl 0,1 M no lugar da solução-padrão.
Zere o aparelho com água. A leitura deve ser feita no prazo de uma hora e meia, com
IAL - 643
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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excitação de 350 nm e emissão de 444 nm. A curva deve ser construída em μg histamina
por 5 mL de alíquota, corrigindo os valores do branco.
Cálculo
Is = fluorecência da amostra
b = coeficiente linear da reta obtida na curva-padrão
P = massa da amostra em g
a = coeficiente angular da reta obtida da curva-padrão
1000 = fator de diluição (amostra diluída em balão de 100 mL e alíquota de 1 mL em
balão volumétrico de 50 mL)
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association Official of Analytical Chemists International. 17th ed.
Arlington: A.O.A.C. Int., 2000. Chapter 35 (method 977.13).
353/IV Determinação de lipídios totais pelo método de Bligh-Dyer modificado
A fração gordurosa do pescado é constituída de uma mistura complexa de lipídios neutros (triglicerídios), lipídios polares (fosfolipídios) e componentes menores
(esteróis, ácidos graxos livres, etc.). Os métodos clássicos para a extração de gordura
de alimentos, como o de Soxhlet, que usa hexano, éter etílico ou de petróleo, não são
adequados para o pescado. Assim sendo, foram testados outros métodos, como os de
Bligh-Dyer e de Folch, que empregam clorofórmio, metanol e água, e têm sido recomendados por serem exatos e reprodutíveis para a determinação de lipídios totais em
alimentos com alto teor de água, como os peixes.
Material
Capela química, balança analítica, béquer de 500 mL, agitador mecânico, estufa, rotavapor, dessecador, funil de vidro, funil de separação de 500 mL, balão de fundo chato
com boca esmerilhada de 300 mL e papel de filtro.
644 - IAL
Capítulo XVIII - Pescado e Derivados
Reagentes
Clorofórmio
Metanol
Sulfato de sódio anidro
Procedimento – Pese 50 g da amostra homogeneizada e transfira para um béquer de
500 mL. Adicione 50 mL de clorofórmio e 100 mL de metanol. Adicione novamente
50 mL de clorofórmio e 50 mL de água. Agite, com o auxílio de um agitador mecânico,
por 15 minutos, em capela química. Filtre o material homogeneizado, utilizando funil
de vidro com papel de filtro contendo sulfato de sódio anidro, para um funil de separação de 500 mL. Após completa separação e clarificação, recolha a camada de clorofórmio (inferior) em balão de fundo chato com boca esmerilhada de 300 mL, previamente
tarado. Evapore num rotavapor até a completa remoção do solvente. Transfira o balão
para uma estufa a 105°C por 1 hora. Esfrie em dessecador e pese. Repita as operações
de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
P = massa da amostra em g
N = (massa do balão + massa óleo) - massa do balão
Notas
Teste o funil de separação com clorofórmio, antes de usar, para assegurar que não haja
vazamento.
Para a análise dos ácidos graxos na gordura extraída, não utilize a estufa para a secagem.
Após a remoção do solvente no rotavapor, complete a secagem com nitrogênio seco.
Referência bibliográfica
BLIGH, E.G.; DYER, W.J. A rapid method of total lipid extraction and purification.
Can. J. Biochem. Physiol, v. 37, n. 8, p. 911-917, 1959.
IAL - 645
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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354/IV Determinação de lipídios totais pelo método de Folch
Material
Balança analítica, blender, chapa de aquecimento, estufa, funil de separação de 500
mL, balão volumétrico de 250 mL, funil de vidro, provetas de 100 e 200 mL, béquer
de 50 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, dessecador com sílica seca e papel de filtro
comum.
Reagentes
Solução de clorofórmio-metanol 2:1 v/v
Solução de cloreto de potássio a 0,74% m/v
Sulfato de sódio anidro
Clorofórmio
Procedimento – Pese (10,0 ± 0,5) g de amostra homogeneizada no copo do blender.
Adicione 200 mL de clorofórmio-metanol (2:1) e bata por 3 minutos no blender. Filtre,
cuidadosamente, para o funil de separação, usando papel de filtro comum. Re-extraia
com 100 mL de clorofórmio-metanol (2:1). Filtre novamente. Lave o copo e a tampa
com clorofórmio (± 30 mL) e transfira diretamente para o funil. Adicione, ao funil de
separação, 66 mL de KCl a 0,74%. Agite por 1 minuto e deixe separar as fases. Filtre a
fase de clorofórmio (fase inferior) para um balão volumétrico de 250 mL, usando sulfato de sódio anidro no papel de filtro. Lave o funil de separação e o papel de filtro com
clorofórmio. Complete o volume com clorofórmio e transfira uma alíquota de 10 mL para
um béquer de 50 mL tarado. Seque em chapa de aquecimento a 60oC. Seque em estufa a
100oC por 30 minutos, esfrie em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Nota: teste o funil de separação com clorofórmio, antes de usar, para assegurar que não
haja vazamento.
Cálculo
P = nº de g da amostra na alíquota
p1 = massa do béquer
p2 = massa do béquer mais óleo
646 - IAL
Capítulo XVIII - Pescado e Derivados
Referência bibliográfica
FOLCH, J.; LEES, M.; STANLEY, G.H.S. A simple method for the isolation and
purification of total lipids from animal tissues. J. Biol. Chem., v. 226, p. 497509,1957.
Conservas de pescado
Conserva de pescado é o produto preparado com pescado limpo, cru, cozido ou
curado, adicionado de outras substâncias alimentícias e submetido a processos físicos
e químicos apropriados a cada espécie. As conservas de pescado serão designadas pela
espécie de pescado a que pertencem e o modo de apresentação. Na análise das conservas
de pescado faz-se uso de todas as análises já descritas para pescado, além destas, outras como umidade (012/IV), amido (043/IV), protídios (036/IV ou 037/IV), cinzas
(018/IV) e cloretos (028/IV ou 029/IV). Nas conservas de pescado em óleos, podem ainda ser realizadas, a reação de Kreis (333/IV), a acidez em ácido oléico (325/IV) e
a identificação do óleo de cobertura por cromatografia em fase gasosa (344/IV).
Colaboradores
Mário Tavares e Rosymaura Baena Moreno
IAL - 647
Capítulo XIX - Vitaminas
CAPÍTULO
XIX
VITAMINAS
IAL - 649
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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650 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
XIX
VITAMINAS
355/IV Determinação de carotenóides em produtos naturais
Os carotenóides, pró-vitamina A, amplamente distribuídos nos vegetais e animais,
representam um grupo de pigmentos naturais lipossolúveis com tonalidades que variam
do amarelo ao vermelho. Na sua maioria, estes pigmentos são tetraterpenos constituídos
por oito unidades de isopreno (C5H8), com duplas ligações conjugadas que compõem o
sistema cromóforo. As principais fontes de carotenóides no reino vegetal são: cenouras,
frutas e verduras. Nos alimentos, além de contribuírem com a cor, alguns pigmentos
carotenóides atuam como pró-vitamina A. Os principais carotenóides (α e β carotenos),
precursores da vitamina A em produtos naturais, são determinados por cromatograia em
coluna e por espectrofotometria UV/VIS. O método apresentado baseia-se na extração
com solventes orgânicos, saponiicação e separação dos carotenóides por cromatograia
em coluna. Os carotenóides alfa e beta são identiicados pela posição relativa dos pigmentos na coluna e pelos espectros de absorção na região UV/VIS.
Material
Balança analítica, rotavapor, cilindro de nitrogênio, trompa d’água, lã de vidro, liqüidiicador com copo de vidro (ou agitador mecânico), espectrofotômetro UV/ VIS, papel de
alumínio, papel de iltro, coluna cromatográica de vidro de (2,5 x 50) cm de altura ou
2 x 25 cm, kitassatos de 500 e 250 mL, frascos Erlenmeyer com tampa de 500, 250, 100
e 50 mL, béqueres de 250 e 100 mL, bastão de vidro, funil de vidro, balões volumétricos
de 50 e 100 mL, funil de separação com torneira de teflon de 500 mL, funil de Büchner
e proveta 100 mL.
IAL - 651
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Óxido de magnésio para cromatograia em coluna
Celite
Éter de petróleo com faixa de destilação (30-60)°C
Hidróxido de potássio
Metanol
Acetona
Sulfato de sódio anidro
Solução de hidróxido de potássio a 10% m/v – Pese 10 g de hidróxido de potássio,
dissolva em metanol e complete a 100 mL.
Fase estacionária – Pese o óxido de magnésio e a celite na proporção (1:2). Transira para
um frasco fechado. Agite bem para homogeneizar, antes do empacotamento da coluna
cromatográica.
Procedimento – Adapte a coluna a um kitassato de 500 mL, coloque um pouco de lã de
vidro na parte inferior da coluna e adicione aos poucos a mistura preparada com óxido de
magnésio-celite (1:1), com auxílio da trompa d′água, até aproximadamente 10 a 15 cm.
O empacotamento deve icar uniforme, sem sulcos ou falhas e não muito compactado.
Triture e homogeneíze 500 g da amostra e pese aproximadamente 10 g. Extraia os pigmentos com acetona resfriada com auxílio do liqüidiicador ou agitador mecânico. Filtre
através de um funil de Büchner. Repita esta operação até o resíduo icar incolor. Junte
todos os extratos de acetona contendo os carotenóides e armazene sob a proteção da luz.
Coloque 100 mL de éter de petróleo no funil de separação. Adicione, aos poucos, a solução de acetona contendo os pigmentos extraídos, acrescentando água após cada adição.
Agite, e após a separação das duas fases, descarte a camada aquosa com acetona (inferior).
Repita esta operação lentamente, evitando emulsões, até a eliminação da acetona. Os
pigmentos são transferidos para a fase etérea. Lave mais quatro ou cinco vezes a fase etérea
para eliminar totalmente algum resíduo de acetona. Recolha a fase etérea em um frasco
Erlenmeyer com tampa de 500 mL e guarde para a saponiicação, protegendo da luz.
Saponiique os pigmentos com adição de uma solução de KOH a 10% em metanol na
proporção de 1:1 em relação ao volume do extrato de éter de petróleo. Agite e deixe esta
mistura em repouso por aproximadamente 12 horas à temperatura ambiente. Elimine
os resíduos de KOH com sucessivas lavagens com água em funil de separação. Adicione
pequena porção de sulfato de sódio anidro para retirar a água residual da amostra.
Cromatograia em coluna – Evapore a solução anterior em rotavapor, até aproximada652 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
mente 20 mL à temperatura de 35°C ou sob corrente de nitrogênio. Na coluna, previamente compactada e conectada à trompa d’água, adicione éter de petróleo para umedecê-la evitando ressecamento. Junte a amostra e observe as separações das frações de
carotenóides. Continue adicionando éter de petróleo até a nítida separação das frações,
atingindo assim o im da coluna. A 1a fração separada é o α-caroteno, de cor amarela
clara, podendo também ser separada com o uso de uma solução de 2% de acetona em
éter de petróleo. A 2a fração separada é o β-caroteno, de cor alaranjada, podendo também
ser separada com o uso de uma solução a 5% de acetona em éter de petróleo Essas duas
frações são as que possuem maior atividade de vitamina A e de maior interesse. Recolha,
separadamente, as frações. Se na separação for utilizada acetona, ela deverá ser retirada
com sucessivas lavagens com água no funil de separação. Adicione pequena porção de
sulfato de sódio anidro. As fases etéreas são evaporadas, completadas a um determinado
volume com solvente e as absorbâncias lidas no espectrofotômetro UV/VIS. Na 1a fase,
o α- caroteno é identiicado e quantiicado por espectrofotometria na região do visível,
cujo espectro característico apresenta três picos máximos de absorção, respectivamente
em: 421, 443 e 472 nm. Na 2a fase etérea, o β-caroteno é identiicado e quantiicado por
espectrofotometria na região do visível, cujo espectro característico apresenta três picos
máximos de absorção em: 425, 448 e 475 nm.
Cálculo
A = absorbância máxima obtida no espectro de absorção
V = volume do solvente no qual se encontra dissolvido o carotenóide (mL)
P = massa da amostra integral (g)
Nota: a absortividade do α-caroteno em éter de petróleo no λ = 444 nm corresponde a
2800 e a do β-caroteno no λ = 453 nm corresponde a 2592.
Referências bibliográficas
DAVIES, B.H. Carotenoids. In: GOODWIN, T.W. Chemistry and biochemistry of
plants pigments. 2. ed., v. 2, London: Academic Press, 1976. p. 38-165.
RODRIGUES, R.S.M. Carotenóides com atividade pró-vitamínica A de hortaliças
IAL - 653
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
folhosas e suas alterações com o cozimento. 1988. 140 f. Tese (Mestre em Ciência dos
Alimentos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
RODRIGUEZ-AMAYA, D.B.; RAYMUNDO, L.C.; LEE, T.C.; SIMPSON, K.L.;
CHICHESTER, C.O. Carotenoid pigment changes in ripening Momordica charantia
fruits. Ann. Bot., London, v. 40, p. 615-624. 1976.
RODRIGUEZ-AMAYA, D.B. A guide to caratenoid analysis in foods. Washington,
D.C.: ILSI Press International Life Sciences Institute, 1999. 64 p.
356/IV Determinação de ß-caroteno em massas alimentícias
Os carotenóides são importantes do ponto de vista nutricional, porque alguns deles,
além da função de corante, podem converter-se em vitamina A. O ß-caroteno e o ß-apo-8carotenal são os que demonstram maior atividade provitamínica A. Nas massas alimentícias
brasileiras, tais como, o macarrão, cujo conteúdo natural de carotenóides é insuiciente, tecnicamente é recomendável adicionar ß-caroteno. Há muitos anos, os fabricantes brasileiros
de massas alimentícias vêm utilizando esta prática como alternativa para o enriquecimento
com ovos. O método analítico apresentado consiste na extração do ß-caroteno com solvente
orgânico, remoção dos ácidos graxos e outros interferentes por saponiicação, identiicação e
quantiicação por espectrofotometria de absorção na região UV/VIS.
Material
Liqüidiicador, balança analítica, chapa elétrica com agitador, cilindro de nitrogênio, espectrofotômetro UV/VIS, papel de iltro, papel de alumínio, balão de fundo chato com
junta esmerilhada 24/40 de 250 ou 300 mL, condensador de bola, funis de separação de
cor âmbar com torneira de teflon de 250 e 500 mL, béqueres de 25, 250, 400 e 500 mL,
balões volumétricos de 50 e 100 mL, funil de vidro e bastão de vidro.
Reagentes
Álcool isento de aldeídos e peróxidos
Glicerina
Éter de petróleo com faixa de destilação (30-60)°C
Sulfato de sódio anidro
Solução de hidróxido de potássio a 30% m/v – Pese 30 g de hidróxido de potássio,
dissolva em água destilada e complete o volume a 100 mL.
654 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Solução alcoólica de fenolftaleína a 1% m/v - Pese 1 g de fenolftaleína, dissolva em álcool
e complete o volume a 100 mL.
Procedimento – Pese 5 g de amostra, previamente triturada e homogeneizada, em um
balão de fundo chato com junta esmerilhada 24/40 de 250 mL ou de 300 mL. Coloque
10 mL de glicerina e agite. Adicione 50 mL de álcool isento de aldeídos e peróxidos, 10
mL de hidróxido de potássio a 30% e aqueça em reluxo, mais ou menos a 40°C, por 30
minutos. Esfrie e transira a solução para um funil de separação de 250 mL e extraia o
ß-caroteno com duas porções consecutivas de 25 mL de éter de petróleo. Reúna os extratos etéreos em um segundo funil de separação de 500 mL e lave com porções de 50 mL
de água, agitando suavemente até que a fase aquosa não dê coloração rósea, pela adição de
algumas gotas da solução indicadora de fenolftaleína. Filtre em funil de vidro contendo
sulfato de sódio anidro para um balão volumétrico de 50 mL e complete o volume com
éter de petróleo. Determine a absorbância em espectrofotômetro a 450 nm, usando éter
de petróleo como branco.
Nota: se outras substâncias estiverem presentes na amostra, passíveis de extração com o
ß-caroteno, há necessidade de separá-las por cromatograia em papel, utilizando uma
alíquota do extrato etéreo e uma solução de acetona a 2% em éter de petróleo como fase
móvel. O ß-caroteno migra com o solvente apresentando um Rf maior que as demais
substâncias interferentes.
Cálculo
A = absorbância a 450 nm obtida no espectro de absorção
C = quantidade da amostra em 100 mL de éter de petróleo.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, v.1,
Métodos químicos e físicos de alimentos. 3. ed., São Paulo: IMESP, p. 382-383. 1985.
LA ASSOCIACIÓN DE QUÍMICOS DE VITAMINAS, INC. Métodos de Análisis
de Vitaminas. Tradução de M.ª Soledad G. Chamarro y Cláudio Fernández Heredia.
3. ed. Leon, Esp.: Editorial Academia, 1969. p. 91-114. Titulo original: Methods of
Vitamin Assay.
IAL - 655
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
PEREIRA,M.R. Beta-caroteno em macarrão fortiicado e avaliação da metodologia
analítica. 1997. 95 f. Tese (Mestre em Ciência da Nutrição) - Faculdade de Engenharia
de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP.
357/IV Determinação de vitamina A em alimentos
A vitamina A, além de ser essencial na manutenção do crescimento normal das
células e na diferenciação dos tecidos epitelial e ósseo, também está relacionada com a
isiologia da visão. Sua deiciência pode causar xeroftalmia (cegueira noturna). Há indicação de que esta vitamina inluencie elementos especíicos do sistema imune. Por outro
lado, convém salientar que quantidades excessivas têm efeito tóxico no organismo. No
estado natural, esta vitamina é encontrada somente nos animais, sendo isolada da fração
insaponiicável de lipídios. A fonte mais rica de vitamina A é o fígado de peixes, sendo
que determinados tecidos podem conter quantidades signiicativas. Basicamente, a molécula de vitamina A é um álcool, o retinol, que está presente nos alimentos e tecidos como
ésteres combinados com ácidos graxos de cadeia longa, como o ácido palmítico.
Este método baseia-se na medida da coloração azul instável, resultante da reação da
vitamina A com o tricloreto de antimônio (reagente Carr Price) e é válido para a determinação de vitamina A em alimentos, enriquecidos ou não, rações e misturas vitamínicas
(premix). Não é aplicável para produtos contendo pró-vitamina A (carotenos). A análise
compreende as seguintes etapas: conversão dos ésteres de vitamina A à forma alcoólica
correspondente por saponiicação, extração e determinação colorimétrica.
Material
Colorímetro com faixa de leitura de 500 a 700 nm, cilindro de nitrogênio, placa aquecedora
com agitador, tubos de colorímetro, balança analítica, balão com boca esmerilhada de 250
mL, condensador de reluxo, balões volumétricos de cor âmbar de 50 e de 100 mL, funis
de separação de cor âmbar de 250 e de 500 mL, pipetas graduadas de 5 e 10 mL, pipetas
volumétricas de 5 e 10 mL, funis de vidro de 5 cm de diâmetro e bastão de vidro.
Reagentes
Álcool isento de aldeídos e peróxidos
Álcool
Glicerina
Éter de petróleo (30-60)°C
Anidrido acético
Sulfato de sódio anidro
Clorofórmio
Solução de hidróxido de potássio 30% m/v.
Solução de fenolftaleína
656 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Ácido clorídrico, álcool comercial ou clorofórmio comercial – Para descontaminação da
vidraria que entrou em contato com reagente Carr-Price.
Solução-padrão de vitamina A – Pese certa quantidade do padrão retinol necessária para
preparar uma solução que contenha de 8 a 15 unidades internacionais (UI) de vitamina
A, em álcool isopropílico. Na disponibilidade do padrão de acetato de vitamina A, pese
com precisão 0,1 g e saponiique de acordo com o procedimento abaixo descrito. Extraia
o saponiicado com três alíquotas de éter de petróleo, respectivamente de 40, 30 e 30 mL
e lave com água para eliminar o excesso de hidróxido de potássio, veriicando pela reação
negativa com fenolftaleína. Colete as fases em balão volumétrico de 100 mL e complete
o volume com éter de petróleo. Pipete uma alíquota de volume conhecido e evapore sob
corrente de nitrogênio. Dissolva o resíduo em quantidade suiciente de álcool isopropílico
para se obter concentração inal entre 8 e 15 UI de vitamina A por mL.
Nota: prepare esta solução sempre no dia da análise.
Reagente de Carr-Price – Dissolva 25 g de tricloreto de antimônio com clorofórmio e
transira para um balão volumétrico de 100 mL, completando o volume com o mesmo
solvente. Deixe esta solução em repouso de um dia para outro, em frasco de cor âmbar,
bem fechado e sob refrigeração. Este reagente é estável por dois meses.
Procedimento
Preparação da amostra – Para alimentos secos e misturas vitamínicas (premix), colete de
600 a 800 g do total da amostra. Armazene em frasco bem fechado, em local seco e escuro
e no período máximo de uma semana. As amostras líquidas devem ser conservadas sob
refrigeração à temperatura até 8°C. Antes de iniciar a análise, deixe a amostra à temperatura ambiente e homogeneíze bem. Margarina, manteiga e creme vegetal devem ser
armazenadas em refrigerador. Não exponha a amostra à luz e ao calor. Antes de iniciar a
análise amoleça a amostra, corte-a e tome pequenas partes ao acaso. Não misture e nem
agite a amostra, pois isto causará a separação da água, que é um processo irreversível. Para
guardá-la, embrulhe sem homogeneizar e refrigere.
Saponificação da amostra – Adicione, diretamente em um balão de boca esmerilhada de
250 mL, uma quantidade de amostra que contenha até 50 UI de vitamina A. Adicione
10 mL de glicerina e agite. Adicione 50 mL de álcool e 10 mL de solução aquosa de
hidróxido de potássio a 30%. Aqueça em placa aquecedora, sob reluxo e com agitação
por 30 minutos. Esfrie e transira a solução para o funil de separação âmbar de 250 mL.
Extraia a vitamina A com duas porções de éter de petróleo, respectivamente, 30 e 20 mL
ou, se necessário, com três porções, respectivamente, 40, 30 e 20 mL. Transira os extratos
IAL - 657
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
etéreos para um segundo funil de separação âmbar de 500 mL e lave com porções de
50 mL de água, agitando suavemente, até que a fase aquosa não apresente mais reação
alcalina pela adição de 2-3 gotas de fenolftaleína. Filtre com sulfato de sódio anidro para
um balão volumétrico de 50 ou 100 mL e complete o volume com éter de petróleo (solução A). Ajuste o colorímetro ou o espectrofotômetro para 100% de transmitância ou zero
de absorbância a 620 nm, usando água na cubeta ou no tubo do colorímetro. Transira
uma alíquota da solução A correspondente a 10-50 UI de vitamina A para um tubo do
colorímetro e evapore sob nitrogênio até secagem. Dissolva o resíduo da evaporação com
3 mL de clorofórmio, adicione 4 gotas de anidrido acético e 7 mL do reagente de CarrPrice. No período de até 15 segundos após a adição do reagente Carr-Price, meça a 620
nm a absorbância da coloração desenvolvida, usando a água como referência.
Curva-padrão – Transira, individualmente, cinco alíquotas da solução-padrão, contendo
concentrações de 10 a 50 UI de vitamina A com incrementos de 10 UI para um tubo do
colorímetro e siga como em procedimento da amostra. Com os dados obtidos construa
uma curva-padrão.
Cálculo
Determine a quantidade de vitamina A correspondente, utilizando a curva-padrão previamente estabelecida. Use a tabela abaixo para a conversão de UI em μg de vitamina A e
derivados e de beta-caroteno.
1 UI de vitamina A
0,3 μg de acetato de vitamina A
1 UI de vitamina A
0,54 μg de palmitato de vitamina A
1 UI de vitamina A
1,8 μg de beta-caroteno
1 μg de palmitato de vitamina A
0,55 μg de acetato de vitamina A
1 UI de vitamina A
0,3 μg de equivalente em retinol (ER)*
*1 equivalente em retinol (ER) = 1 μg de retinol
358/IV Determinação de vitamina A em matéria-prima
Este método baseia-se na determinação da vitamina A por espectrofotometria de
absorção na região do ultravioleta.
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, cubetas de quartzo, placa aquecedora com
agitador magnético, cilindro de nitrogênio, balões volumétricos cor âmbar de 100 mL,
balão redondo de 250 mL com fundo chato e boca esmerilhada adaptável a um refrigerante para reluxo, condensador de reluxo, pipetas graduadas e volumétricas de vários
658 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
volumes, funis de vidro de 5 cm de diâmetro e bastão de vidro.
Reagentes
Glicerina
Solução de hidróxido de potássio 30% m/v
Álcool isento de aldeídos e peróxidos
Éter de petróleo (30-60)°C
Solução de fenolftaleína
Sulfato de sódio anidro
Álcool isopropílico
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 0,1 g da amostra e saponiique como descrito no procedimento 357/IV. Extraia com três porções, respectivamente, 40, 30 e 30 mL
de éter de petróleo e lave os extratos etéreos com água até que a água da lavagem não apresente reação alcalina com 2-3 gotas de fenolftaleína. Filtre em iltro com sulfato de sódio
anidro e transira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL. Complete
o volume com éter de petróleo. Retire uma alíquota de volume conhecido desta solução
e evapore sob nitrogênio. Dissolva o resíduo em quantidade suiciente de álcool isopropílico para se obter uma solução com concentração de 8 a 15 UI de vitamina A por mL.
Determine a absorbância a 325 nm, que é o comprimento de onda de máxima absorção
da vitamina A e também a 310 e 334 nm, para efetuar a correção de outras substâncias
que possam interferir na determinação. Utilize álcool isopropílico como branco.
Cálculos
A = Absorbância
L = espessura da cubeta em cm
C = quantidade da amostra em gramas contida em 1000 mL da solução em isopropanol
5700 = fator de conversão de unidades espectrofotométricas em gravimétricas
0,3 = fator de conversão de g em UI
Referências bibliográficas
CARR, F.H.; PRICE, E.A. Colour reactions attributed to vitamin A. Biochem. J., v.
20, p. 497-501. 1926.
IAL - 659
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
INSTITUTO ADOLFO LUTZ, Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, p. 381-382, 1985.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990. p. 1045-1047 (method 924.29).
BALL, G.M.F. Fat-soluble vitamin assays in food analysis A Comprehensive Review.
London: Elsevier Applied Science, 1988. 326 p.
359/IV Determinação de vitamina B1 em alimentos
A vitamina B1, também conhecida como tiamina, é encontrada em alimentos naturais e em outros materiais biológicos. As leveduras, os germes de cereais e as nozes são
ricos em vitamina B1. Este método fundamenta-se na quantiicação da luorescência produzida em condições padronizadas, do composto tiocromo que é originário da oxidação
da tiamina com solução alcalina de ferricianeto de potássio. Nos produtos naturais, a
extração da vitamina B1 somente é possível após a hidrólise ácida e enzimática, que transforma a forma combinada da vitamina em tiamina livre.
Material
Espectrofotômetro de luorescência, estufa, banho-maria, liqüidiicador, papel de iltro
qualitativo, papel indicador de pH, funil de separação tipo pêra de 125 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 5 e 10 mL, pipetas graduadas de 1, 2, 5 e 10 mL, frascos Erlenmeyer de
125 e 250 mL, tubos de ensaio de 20 cm, balões volumétricos de 25, 100, 200 e 1000 mL,
provetas de 100 e 200 mL, béqueres de 25, 50, 100 e 200 mL, funil de vidro, pesa-iltro
de 25 mL com tampa e dessecador com sílica gel.
Reagentes
Vitamina B1 padrão
Álcool metílico
Álcool isobutílico
Sulfato de sódio anidro
Álcool (isento de aldeídos e peróxidos) – Trate o álcool com zinco e hidróxido de sódio e destile.
Solução de ferricianeto de potássio a 1% m/v
Solução de hidróxido de sódio a 30% m/v
Solução de ácido sulfúrico 0,05 M
Solução de acetato de sódio – Em um béquer de 100 mL, pese 34,5 g de acetato de sódio
e dissolva em aproximadamente 50 mL de água. Transira para um balão volumétrico de
100 mL e complete o volume com água.
660 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Solução de diastase – Pese, com precisão, 0,3 g de diastase e complete o volume de 5 mL
com solução de acetato de sódio.
Solução-padrão de vitamina B1 (5 μg/mL) – Pese, com precisão, cerca de 50 mg de vitamina B1, previamente seca em estufa a 110°C, durante 2 horas até peso constante. Faça
diluições sucessivas de modo que a última solução contenha cerca de 5 μg de vitamina B1
por mL. Conserve em geladeira.
Procedimentos
Produtos enriquecidos – Prepare as soluções dos produtos a analisar de modo que a solução
inal contenha (2,5-5) μg de vitamina B1 por mL. Adicione 10 mL de solução de ácido
sulfúrico 0,05 M para melhor dissolução. Complete o volume com água. Selecione dois
funis de separação: A, para análise e P, para o padrão. Adicione, seqüencialmente: 10 mL
de água aos funis A e P, 2 mL de álcool metílico aos funis A e P, 1 mL da solução da amostra ao funil A, 1 mL da solução-padrão ao funil P, 1 mL da solução de ferricianeto de
potássio a 1% aos funis A e P e 1 ml da solução de hidróxido de sódio a 30% aos funis A
e P. Agite levemente e espere dois minutos. Extraia o tiocromo formado, adicionando 10
mL de álcool isobutílico em cada funil. Agite fortemente cerca de um minuto e meio e
deixe em repouso durante um a dois minutos. Elimine a camada aquosa. Passe a camada
alcoólica para tubos de ensaio limpos, secos e marcados A e P. Coloque cerca de 200 mg
de sulfato de sódio anidro em cada tubo de ensaio. Pipete 5 mL para balões volumétricos
de 25 mL, limpos e secos (A e P). Pipete 5 mL de álcool isobutílico para balão volumétrico
de 25 mL, limpo e seco e marcado B (branco). Complete o volume e homogeneíze com álcool destilado, livre de aldeídos e substâncias luorescentes. Leia em espectrofotômetro de
luorescência, ajustando o 100% da escala com a solução-padrão de 5 μg/mL de vitamina
B1 ou conforme especiicações do fabricante do aparelho e o zero com o branco. Use luz
de excitação de 365 nm e de emissão de 435 nm.
Produtos naturais – Pese uma quantidade suiciente da amostra ou meça um volume, tal
que a solução inal contenha até 5 μg de vitamina B1 por mL. Transira para um frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 150 mL de solução de ácido sulfúrico 0,05 M (para
amostra de levedura, adicione água), misture, deixe em banho-maria em ebulição durante
30 minutos e agite de vez em quando. Retire do banho-maria e deixe esfriar à temperatura
ambiente. Adicione 5 mL da suspensão de diastase preparada recentemente, ajuste o pH
na faixa de 4,5 a 5,0, com a solução de acetato de sódio. Incube a amostra a (45-50)°C
em banho-maria, durante duas horas. Esfrie à temperatura ambiente e transira para um
balão volumétrico de 100 ou 200 mL e complete o volume com ácido sulfúrico 0,05
M (para amostra de levedura, complete com água). Agite, iltre e recolha em um frasco
Erlenmeyer de 125 mL. Em seguida, proceda com em produtos enriquecidos.
Nota: a vitamina B1 é sensível à luz, portanto evite a claridade durante a análise. Determine, periodicamente, o teor da vitamina B1 padrão.
IAL - 661
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
La = leitura da amostra
P = n°de μ/mL do padrão
A = n° de mL da solução de M g ou mL da amostra
M = massa ou volume da amostra
ou, simpliicando:
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: v. 1: Métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 383-385.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990. p. 1045-1047 (method 924.29).
STROHECKER, R.; HENNING, H. Vitamin Assay. Tested Methods. Tradução de
D.D. Libman. 1 ed. Germany: Verlag Chemie GMBH, 1966. p. 65-90. Titulo Original:
Vitamin-Bestimmungen, Er probte Methoden.
LA ASSOCIACIÓN DE QUÍMICOS DE VITAMINAS, INC. Métodos de Análisis
de Vitaminas. Tradução de M.ª Soledad G. Chamarro y Cláudio Fernández Heredia.
3. ed. Leon, Esp.: Editorial Academia, 1969. p. 115-135. Titulo original: Methods of
Vitamin Assay.
360/IV Determinação da vitamina B12 em matéria-prima
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS com registrador, termômetro, béqueres de
10, 25 e 50 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 3, 4, 5 e 10 mL, balões volumétricos de 25,
50, 100, 200 e 1000 mL, dessecador com sílica gel e pesa-iltro com tampa de 25 mL.
662 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Reagentes
Vitamina B12 padrão
Sílica gel com indicador de umidade
Procedimento – Dilua, em água, uma quantidade da amostra de maneira que a concentração de vitamina B12 esteja na faixa de concentração de (20-40) μg/mL. Faça a leitura
da absorbância no espectrofotômetro UV/VIS nos comprimentos de onda: 361 nm (se
o princípio ativo for cianocobalamina), 351 nm (hidroxicobalamina) e 550 nm (mistura
das vitaminas: B1, B6 e B12).
Notas
A vitamina B12 (cianocobalamina) deverá conter, no mínimo, 96% de pureza e no máximo
100,5%, calculado em relação à matéria seca.
O método não é aplicável para mistura de vitamina B12 com vitamina B2, pois há
interferência da cor amarela da vitamina B2.
Cálculos
Mistura de vitaminas (leitura em 550 nm):
Apenas cianocobalamina (leitura em 361 nm):
Apenas hidroxicobalamina (leitura em 351 nm):
IAL - 663
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográficas
FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3. ed. São Paulo: Organização Andrei Editoria S.A.,
1997. p. 198-200.
STROHECKER, R.; HENNING, H.M. Vitamin Assay. Tested Methods. Tradução
de D.D.Libman. 1. ed. Germany: Verlag Chemie. GMBH, 1966. p.151-172. Título
Original: Vitamin-Bestmmungen, Er probte Methoden.
THE MERCK INDEX. 8. ed. Rahway, U.S.A.: MERCK & CO., 1968. p. 97, 547, 1112-1113.
KUTSKY R.J. Handbook of Vitamins e Hormones. Paris: Van Nostrand Reinhold
Company.1973. p. 62-70.
361/IV Doseamento microbiológico de vitamina B12
Material
Balança analítica, espectrofotômetro UV/VIS, placas de Petri estéreis, pipetas de 1, 5, 10
e 25 mL, pipetas micrométricas, bastões de vidro, béqueres de 10, 20, 30, 50, 100, 200,
250 e 500 mL, termômetro, tubos de ensaio para meios de cultura, frascos Erlenmeyer
de 30, 50, 100, 250 e 500 mL, pinça anatômica reta, discos de papel para dosagem de
antibiótico, papel de pH, almofariz com pistilo e papel de iltro.
Reagentes
Solução salina – Pese 20 g de cloreto de amônio, 4 g de nitrato de amônio, 8 g de sulfato de
sódio, 4 g de fosfato de potássio monobásico, 12 g de fosfato de potássio dibásico e 0,823 g
de sulfato de magnésio. Adicione 1000 mL de água. Aqueça até a dissolução dos sais. Distribua em frasco Erlenmeyer de 500 mL e esterilize a 121°C, durante 20 minutos.
Solução-tampão de fosfato (pH=3) – Pese 9,7 g de fosfato de potássio monobásico e
transira para um balão volumétrico de 1000 mL. Adicione 50 mL de solução de ácido
fosfórico a 1% e complete o volume com água.
Solução-padrão estoque de vitamina B12 – Pese 100 mg de vitamina B12, previamente dessecada. Transira para um balão volumétrico de 100 mL. Ajuste o volume com a soluçãotampão de fosfato. Dilua esta solução adequadamente de tal modo que a concentração da
vitamina seja aproximadamente 50 μg/mL. Determine a concentração de vitamina B12
por meio da leitura da absorbância a 361 nm, utilizando a relação: 1 μg/mL de vitamina
B12 = Absorbância 0,0207
664 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Microorganismos: Escherichia coli 313-3, Mutantie ou 113 ATCC
Meio para manutenção do germe – Pese 5 g de agar, 1,5 g de peptona, 0,375 g de extrato
de carne, 0,75 g de extrato de levedura, 1 g de hidrolizado de caseína, 0,25 g de glicose e
adicione 250 mL de água. Aqueça a mistura até a dissolução e iltre. Distribua em tubos
de ensaio e autoclave a 121°C, por 15 minutos. Deixe solidiicar com os tubos inclinados.
Meio para doseamento – Pese 6 g de glicose, 15 g de agar e adicione 1000 mL de água.
Aqueça a mistura até dissolução. Distribua em frasco Erlenmeyer de 500 mL e esterilize
a 121ºC, durante 15 minutos.
Procedimento – Prepare duas soluções da amostra de tal modo que a mais concentrada
tenha no máximo 1 μg/mL e a menos concentrada, no mínimo, 0,5 μg/mL de vitamina
B12. Utilize a solução-tampão de fosfato como diluente. Repique o microrganismo assepticamente nos tubos contendo o meio de manutenção do germe. Incube por 24 horas
a 37°C. Lave o tubo onde houve crescimento intenso de microrganismos com 5 mL de
água estéril para obter uma suspensão do germe que apresente leitura espectrofotométrica de 10% de transmitância no comprimento de onda 650 nm. Auxilie a retirada do
germe com alça de níquel-cromo até descolamento total das colônias. Funda o meio de
doseamento e adicione a solução salina na proporção de 1:3 de meio. Esfrie este meio até
a temperatura de (48-50)°C e inocule com a suspensão do germe. Para cada 100 mL de
meio preparado, inocule 2 mL de suspensão. Homogeneíze bem e distribua em placas de
Petri estéreis (10 a 15 mL por placa). Deixe solidiicar. Prepare duas soluções-padrão de
vitamina B12 a partir da solução-padrão estoque de vitamina B12 de concentrações rigorosamente determinadas, semelhantes às concentrações das amostras. Com o auxílio de
uma pinça anatômica reta, coloque quatro discos de papel para dosagem de antibiótico
na placa preparada e marcada, sendo o primeiro disco na posição do eixo inferior, outro
no eixo superior, um à direita e outro à esquerda. Com uma pinça anatômica reta, molhe
o disco de papel na solução-padrão de concentração baixa (aproximadamente, 0,5 μg/
mL), eliminando o excesso de líquido com duas batidas rápidas sobre a borda do béquer
com a solução. Coloque os discos em todas as placas, na posição inferior do eixo. Em
seguida, faça o mesmo procedimento com a solução-padrão de concentração mais alta
(aproximadamente 1 μg/mL) na posição superior do eixo. Em seguida, proceda de forma
semelhante com a amostra de concentração mais baixa (aproximadamente 0,5 μg/mL).
Repita o processo com as soluções das amostras nos discos à direita e à esquerda. Deixe
em repouso por 30 minutos à temperatura ambiente antes de incubar a 37°C, por 24
horas. Após o período de incubação, faça a leitura no aparelho medidor de halos.
IAL - 665
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
Os cálculos devem ser efetuados, relacionando-se o tamanho dos halos formados nos discos para análise de antibióticos dos padrões com os halos dos discos das amostras e suas
respectivas concentrações.
Aa = média das leituras da amostra de maior concentração
Pa = média das leituras do padrão de maior concentração
Ab = média das leituras da amostra de menor concentração
Pb = média das leituras do padrão de menor concentração
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed. 1985.
p. 401-404.
362/IV Determinação de vitamina B2 em alimentos
A Ribolavina ou vitamina B2 é um pigmento amarelo-esverdeado amplamente
distribuído nas células vegetais e animais. Este método é aplicado para cereais e alimentos
enriquecidos. A ribolavina apresenta luorescência amarelo-esverdeada sob luz ultravioleta. Num intervalo de pH 3-5, a luorescência depende exclusivamente da concentração
de ribolavina. Esta vitamina, por ser de decomposição muito fácil à luz, não é usada
como padrão. Usa-se uma solução de luoresceína que apresente maior estabilidade à luz
e, dependendo da diluição, sua luorescência é semelhante à da vitamina B2, com um
fator de correção.
666 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Material
Espectrofotômetro de luorescência, banho-maria, balança analítica, papel de iltro qualitativo, liqüidiicador ou blender, papel indicador de pH, pipetas volumétricas de 1, 2, 5
e 10 mL, pipetas graduadas de 1, 2, 5 e 10 mL, balões volumétricos de 25, 50, 100, 200,
250, 500 e 1000 mL, frascos Erlenmeyer de 125 e 250 mL, béqueres de 25, 100, 200,
250 e 500 mL, provetas de 50, 100 e 200 mL, funil de vidro e pesa-iltro de 25 mL com
tampa.
Reagentes
Ribolavina padrão
Fluoresceína
Ditionito de sódio
Sílica gel com indicador de umidade
Ácido acético glacial
Solução de hidróxido de sódio a 30% m/v
Solução de ácido sulfúrico 0,05 M
Solução de ácido acético a 5% v/v
Solução de acetato de sódio – Pese 34,5 g de acetato de sódio e dissolva em água. Transira
para balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Solução de diastase – Para a análise de cada amostra, pese 0,3 g de diastase e complete
com 5 mL da solução aquosa de acetato de sódio.
Solução de Ribolavina (A) – Pese 25 mg de Vitamina B2, previamente seca em estufa
110°C durante 2 horas. Transira para um balão volumétrico de 1000 mL com ajuda de
750 mL de água, adicione 1,4 mL de ácido acético glacial, agite e coloque em banho-maria a 50°C até dissolução completa. Complete o volume com água. Guarde em geladeira.
(1 mL desta solução contém 25 μg de vitamina B2 ).
Solução-estoque de luoresceína (B) – Pese 50 mg de luoresceína, transira para um balão
volumétrico de 1000 mL com ajuda de 250 mL de água. Adicione 2 mL de solução de
hidróxido de sódio a 30%, caso a luoresceína não seja solúvel. Complete o volume com
água. Guarde em geladeira. (1 mL dessa solução contém 50 μg de luoresceína).
Solução de trabalho de luoresceína (C) – Faça diluições da solução (B) em um balão
volumétrico e complete o volume com água, de modo a obter uma solução aproximadamente 0,15 μg de luoresceína por mL.
Fator de correção da solução de trabalho de luoresceína – Determine o fator de correção
da luoresceína, fazendo algumas diluições de vitamina B2 (solução A), da seguinte maIAL - 667
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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neira: pipete 4 mL da solução A e dilua até 100 mL com água. Pipete 10 mL desta nova
solução para um balão volumétrico de 100 mL e complete com água (solução D). Um
mL desta solução contém 0,1 μg de vitamina B2. Ajuste o zero do espectrofotômetro de
luorescência usando água e o 100 do aparelho com solução de luoresceína de trabalho
(C). Faça a leitura da solução da vitamina B2 (solução D), usando a luz de excitação de
440 nm e de emissão de 530 nm.
Calcule o fator de correção usando a fórmula:
L = leitura da ribolavina.
Procedimento
Produtos enriquecidos – Pese uma quantidade suiciente da amostra para obter, na solução
inal, no máximo 0,1 μg de vitamina B2 por mL. Adicione 10 mL de solução de ácido acético
a 5%, aqueça em banho-maria entre (40-50)°C durante 15 minutos. Esfrie e complete o
volume com a solução de ácido acético a 5%. Determine a luorescência desta solução em
espectrofotômetro de luorescência, usando luz de excitação de 430 nm e de emissão de
530 nm. Acerte o 100 da escala do aparelho com a solução de trabalho de luoresceína e
o zero com água. Após a leitura, adicione aproximadamente 20 mg de ditionito de sódio
para a destruição da vitamina B2. Leia novamente no espectrofotômetro de luorescência.
Considere como leitura da amostra (La), a diferença entre estas duas leituras.
Alimentos naturais – Pese uma quantidade suiciente da amostra, tal que a solução inal
tenha 0,1 μg de vitamina B2 por mL. Transira para um frasco Erlenmeyer de 250 mL,
adicione 150 mL de ácido sulfúrico 0,05 M (para amostra de levedura, use água). Misture
e deixe em banho-maria à temperatura de ebulição, durante 30 minutos, agitando de
vez em quando. Deixe esfriar à temperatura ambiente e adicione 5 mL de suspensão
de diastase preparada recentemente. Ajuste o pH na faixa de 4,5 a 5,0, com solução
de acetato de sódio e incube a (40–50)°C em banho-maria, durante duas horas. Retire
e esfrie à temperatura ambiente, transira para balão de 100 ou 200 mL e complete o
volume com ácido sulfúrico 0,05 M (para levedura, complete com água). Filtre em frasco
Erlenmeyer de 125 mL. Faça diluição com solução aquosa de ácido acético a 5% de tal
modo que a solução inal tenha no máximo 0,1 μg de vitamina B2 por mL. Determine a
luorescência desta solução em espectrofotômetro usando a luz de excitação 440 nm e emissão
de 530 nm. Acerte o 100 da escala do aparelho com a solução de trabalho de luoresceína e
o zero com água. Após a leitura, adicione aproximadamente 20 mg de ditionito de sódio,
668 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
para a destruição da vitamina B2. Leia novamente no espectrofotômetro de luorescência.
Considere como leitura da amostra (La), a diferença entre estas duas leituras.
Nota: a vitamina B2 é sensível à luz, evite claridade durante a análise.
Cálculo
La = leitura da amostra
F = fator da luoresceína
A = diluição da amostra
M = massa ou volume da mostra
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: v1,
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo., 1985. p. 357-385.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990. p. 1053-1054 (method 924.29).
LA ASSOCIACIÓN DE QUÍMICOS DE VITAMINAS, INC. Métodos de Análisis
de Vitaminas. Tradução de M.ª Soledad G. Chamarro y Cláudio Fernández Heredia.
3. ed. Leon, Esp.: Editorial Academia, 1969. p. 137-157. Titulo original: Methods of
Vitamin Assay.
STROHECKER, R; HENNING, H.M. Vitamin Assay. Tested Methods. Tradução
de D.D.Libman. 1. ed. Germany: Verlag Chemie. GMBH, 1966. p. 68-122. Título
Original: Vitamin-Bestmmungen, Er probte Methoden.
363/IV Determinação de vitamina B6 em matéria-prima
A Vitamina B6 é encontrada em grande número de alimentos de origem animal e
vegetal. Na maioria das vezes, está associada às proteínas e ao amido; raras vezes na forma
livre. A vitamina B6 pode ser encontrada em três formas: piridoxina, piridoxal e piridoxamina. Os métodos de análise não são especíicos para nenhuma das formas e o resultado
em conjunto é expresso como Vitamina B6.
IAL - 669
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Balança analítica, pesa-iltro, frasco Erlenmeyer de 250 mL, funil de vidro, proveta
graduada de 50 mL, pipeta volumétrica de 5 mL, banho-maria, bureta de 25 mL,
dessecador e bastão de vidro.
Reagentes
Ácido perclórico 0,1 M
Solução de acetato de mercúrio 6% m/v
Ácido acético glacial
Violeta cristal
Sílica gel com indicador de umidade
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 0,4 g da amostra da matéria prima e transira quantitativamente para um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Dissolva com 40 mL de
ácido acético e 5 mL de acetato de mercúrio a 6% em ácido acético. Se necessário, aqueça
em banho-maria até completar a dissolução. Resfrie e titule com ácido perclórico 0,1 M,
usando como indicador violeta cristal. Faça um branco com procedimento idêntico ao
exposto, mas sem a amostra.
Cálculo
Calcule o teor em porcentagem de vitamina B6 na matéria prima analisada, considerando
que cada mL de HClO4 gasto na titulação equivale a 20,56 mg de vitamina B6 (C8H11NO3.
HCl).
Nota: nas matérias primas, o teor de vitamina B6 deverá ser no mínimo 98% e no máximo
100,5%, após dessecação em estufa a vácuo com sílica gel indicadora de umidade.
Referência bibliográfica
FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3. ed. São Paulo: Organização Andrei Editora S.A., 1977. p. 323.
364/IV Determinação de vitamina C com iodato de potássio
Este método é aplicado para a determinação de vitamina C ou ácido L-ascórbico,
em alimentos in natura ou enriquecidos, quando a quantidade da referida vitamina for
maior que 5 mg e baseia-se na oxidação do ácido ascórbico pelo iodato de potássio.
670 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Tabela de Conversão
1,0 g de ácido ascórbico
1,214 g de ascorbato de sódio
1,0 g de ascorbato de sódio
0,889 g de ácido ascórbico
1,0 UI (Unidade Internacional)
0,05 mg de ácido ascórbico
Material
Papel de iltro qualitativo, dessecador, estufa, balança analítica, béqueres de 50 e 250 mL,
frasco Erlenmeyer de 300 mL, pipetas graduadas de 1 e 10 mL, pipeta volumétrica de 10
mL, buretas de 10 e 25 mL, balões volumétricos de 100 e 1000 mL, funil de vidro, bastão
de vidro e proveta de 50 mL.
Reagentes
Solução de ácido sulfúrico a 20% v/v
Solução de iodeto de potássio a 10%, m/v
Solução de amido a 1%, m/v
Solução de iodato de potássio 0,02 M – Seque 5 g de iodato de potássio em estufa a 110oC
e esfrie. Pese 3,5668 g, transira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete com
água (1 mL iodato de potássio 0,02 M = 8,806 mg de ácido ascórbico).
Solução-padrão de iodato de potássio 0,002 M – Pipete 10 mL da solução de iodato de
potássio 0,02 M e dilua até 100 mL com água em balão volumétrico (1 mL de iodato de
potássio 0,002 M equivale a 0,8806 mg de ácido ascórbico).
Procedimento – Homogeneíze a amostra e pese uma quantidade que contenha ao redor
de 5 mg de ácido ascórbico. Transira para um frasco Erlenmeyer de 300 mL com auxilio
de aproximadamente 50 mL de água. Adicione 10 mL de solução de ácido sulfúrico a
20%. Homogeneíze e, se necessário, iltre para outro frasco Erlenmeyer, lavando o iltro
com água e logo após com 10 mL da solução de ácido sulfúrico a 20%. Adicione 1 mL
da solução de iodeto de potássio a 10% e 1 mL da solução de amido a 1%. Titule com
solução de iodato de potássio até coloração azul. Dependendo da quantidade de vitamina
C contida na amostra, utilize solução de iodato de potássio 0,02 M ou 0,002 M. Analise
sempre a amostra em duplicata e faça uma prova em branco.
Cálculo
V = volume de iodato gasto na titulação
IAL - 671
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
F = 8,806 ou 0,8806, respectivamente para KIO3 0,02 M ou 0,002 M
P = n° de g ou mL da amostra
Referências bibliográficas
FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3. ed. São Paulo: Organização Andrei Editora S.A.,
1977. p. 82-83.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: v. 1
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 393.
365/IV Determinação de vitamina C pelo método de Tillmans
Este método é usado para amostras com baixo teor de vitamina C, por exemplo,
sucos de frutas. Baseia-se na redução do corante sal sódico de 2,6-diclorofenol indofenol
por uma solução ácida de vitamina C.
Material
Microbureta, dessecador, balança analítica, papel de iltro, pipetas volumétricas de 1, 4
e 10 mL, pipetas graduadas de 5 e 10 mL, provetas de 50,100, 200 e 500 mL, frasco
Erlenmeyer de 250 mL, balões volumétricos de 100 e 200 mL, funil de vidro e bastão de
vidro.
Reagentes
Ácido ascórbico
Sal sódico do 2,6-diclorofenol indofenol
Solução índigo carmim a 0,5%
Solução ácida – Dissolva 15 g de ácido metafosfórico em 40 mL de ácido acético. Adicione
450 mL de água, agite e iltre.
Solução-padrão de vitamina C – Pese 100 mg de vitamina C, previamente dessecada,
dissolva em 100 mL de solução ácida em balão volumétrico. Dilua 10 vezes com a mesma
solução ácida.
Solução de Tillmans – Dissolva 42 mg de bicarbonato de sódio em 50 mL de água. Adicione 50 mg de 2,6-diclorofenol indofenol. Agite até a dissolução do corante. Dilua até
200 mL com água em balão volumétrico e iltre.
Padronização da solução de Tillmans – Em um frasco Erlenmeyer de 250 mL, pipete 4
mL da solução diluída da vitamina C e 6 mL da solução ácida. Adicione 50 mL de água e
672 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
titule com solução de Tillmans até obter uma coloração ligeiramente rosada e estável por
15 segundos. Faça um branco, substituindo a solução de vitamina C por solução ácida
e desconte no cálculo do fator. Calcule o fator (F) da solução de Tillmans conforme a
relação:
Nota: armazene a solução de Tillmans em frasco escuro e na geladeira. Toda vez que usar,
padronize com solução recém-preparada de vitamina C.
Procedimento
Polpas e Sucos de Frutas – Esprema a polpa da fruta e iltre através de tecido ino, limpo
e seco ou em papel de iltro. Utilize, no mínimo, 10 mL do iltrado e adicione igual volume de solução ácida. Agite, iltre e titule uma alíquota de 10 mL do iltrado conforme
descrito na padronização da solução de Tillmans. Faça um branco constituído de 10 mL
da solução ácida e com volume de água igual ao da solução do corante gasto na titulação
da amostra e titule.
Os íons Fe2+, Sn 2+ e Cu2+ presentes na amostra a ser analisada, interferem neste método.
Nestes casos, previamente à determinação da vitamina C veriique a presença dos
interferentes, procedendo como descrito: adicione duas gotas da solução de azul de
metileno 0,05% a 10 mL da mistura 1:1 constituída da amostra de suco e do reagente
ácido. O desaparecimento da cor do azul de metileno em 5 a 10 segundos indica a presença
das substâncias interferentes. Pode-se também veriicar a presença dos íons interferentes,
adicionando-se a 10 mL da amostra o mesmo volume da solução de HCl (1+3) e cinco
gotas de índigo carmim a 0,05%. O desaparecimento da cor em 5-10 segundos indica a
presença de substâncias redutoras.
Cálculo
V = volume da solução de Tillmans gasto na titulação
F = fator da solução de Tillmans
A = mL da amostra utilizada
IAL - 673
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: v. 1,
Métodos Químicos e Físicos para Análises de Alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
394-395.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990. p. 1058-1059 (method 967.21).
366/IV Determinação espectrofotométrica de vitamina C por redução de íons cúpricos
Este método é aplicável para a quantiicação de ácido ascórbico (vitamina C), em
baixas concentrações em alimentos pigmentados, naturais e industrializados.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS com cubetas de 1 cm de espessura, liqüidiicador, agitador
mecânico, balança analítica, béqueres de 50 e 100 mL, pipetas graduadas de 1, 2, 5
e 10 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 5 e 10 mL, provetas de 50 e 100 mL, balões
volumétricos de 50 e 100 mL, funil de vidro, provetas de 25 e 50 mL com tampa, frasco
Erlenmeyer de 250 mL com tampa e frasco Erlenmeyer de 25 mL.
Reagentes
Acetato de sódio
2,2’-Biquinoleína (cuproína)
Tolueno
Álcool isoamílico
Ácido sulfúrico
Ácido ascórbico padrão
Uréia
Clorofórmio
Álcool
Acetato de cobre (II) mono-hidratado
Solução de ácido metafosfórico a 5% m/v
Solução A (Branco) – Pipete 2 mL da solução de ácido metafosfórico a 5%, transira para
um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
674 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Solução-tampão de acetato de sódio e ácido acético 1 M, pH = 4,6 com 1,5% de uréia –
Pese 13,6 g de acetato de sódio (no caso de se usar o acetato de sódio anidro, pese 8,2 g) e
dissolva em 100 mL de água (solução I). Meça 6 mL de ácido acético, transira para um
balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água (solução II). Misture as
soluções I e II, adicione 3 g de uréia e meça o pH.
Solução 2,2’-biquinoleína (cuproína) a 0,4% em tolueno m/v.
Solução de acetato de cobre (II) a 0,075% em álcool isoamílico m/v
Reagente de complexação (Solução C) – Transira 95 mL da solução de acetato de cobre II 0,075% em álcool isoamílico para um balão volumétrico de 100 mL e complete
o volume com 5 mL de solução de cuproína 0,4% em tolueno. Esta solução deverá ser
recém-preparada.
Solução de ácido sulfúrico 0,05 M.
Solução-padrão I de ácido ascórbico a 1 mg/mL – Pese 0,1 g de ácido ascórbico padrão e
dissolva em um balão de 100 mL com água.
Solução-padrão II a 20 μg/mL – Transira 2 mL da solução de ácido ascórbico de concentração de 1 mg/mL (Padrão I) para um balão volumétrico de 100 mL e adicione 2 mL da
solução de ácido metafosfórico a 5% e complete o volume com água.
Nota: proteja as soluções de ácido ascórbico da luz.
Procedimentos
Amostras líquidas – Pese 50 g da amostra, transira para um liqüidiicador e adicione 100 mL
da solução de ácido metafosfórico a 5%. Agite, na velocidade máxima durante 1 a 3 minutos. Dependendo da concentração de vitamina C na amostra, transira 5 a 20 g do extrato
para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. Agite e retire uma
alíquota de 30 mL da solução e descarte. Adicione ao balão 5 mL de clorofórmio e agite
durante 1 minuto. Deixe em repouso para que as camadas se separem.
Amostras sólidas – Pese de uma a quatro gramas da amostra e transira para um frasco
Erlenmeyer juntamente com 10 mL da solução de ácido metafosfórico a 5% e 10 mL
de ácido sulfúrico 0,05 M. Agite, em agitador mecânico, por 30 minutos. Transira 10 g
do homogeneizado para um balão volumétrico de 50 mL e complete o volume com água.
Agite e retire 10 mL da solução e descarte. Adicione 5 mL de clorofórmio ao balão e agite
durante 1 minuto. Deixe em repouso para que as camadas se separem. Pipete 5 mL da camada aquosa límpida para os tubos de reação (provetas de 25 mL com tampa). Adicione
1 mL da solução-tampão e 5 mL da solução complexante. Agite fortemente durante 90
IAL - 675
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
segundos e deixe as camadas se separarem. Retire 3 mL da parte superior (álcool isoamílico) e transira para um frasco Erlenmeyer de 25 mL. Adicione 0,5 mL de álcool e agite
levemente. Prepare um branco, pipetando 5 mL da solução A diretamente no tubo de
reação e prossiga como o tratamento da amostra. Leia as absorbâncias das amostras a
545 nm, usando o branco como referência.
Nota: todos os solventes utilizados na preparação das soluções devem ser de alto grau de
pureza, pois os contaminantes de caráter redutor interferem na reação.
Curva-padrão – Pipete, diretamente, nos tubos de reação (ou provetas de 25 mL com
tampa), alíquotas de 0,5, 1,0, 1,5, 2,0 e 2,5 mL da solução-padrão II correspondente,
respectivamente, a 10, 20, 30, 40 e 50 μg de ácido ascórbico e complete até 5 mL com
a solução A. Adicione 1 mL da solução-tampão e 5 mL da solução complexante. Agite
fortemente durante 90 segundos. Deixe as camadas se separarem. Retire 3 mL da parte
superior (álcool isoamílico) e transira para um frasco Erlenmeyer de 25 mL. Adicione
0,5 mL de álcool. Agite suavemente. Repita o mesmo procedimento com o branco constituído de 5 mL da solução A e sem a adição dos padrões. Faça a leitura das absorbâncias
a 545 nm, usando o branco como referência. Construa a curva-padrão.
Cálculo
A = μg de vitamina C determinada na curva-padrão
B = gramas de amostra contida nos 5 mL do tubo de reação
Referências bibliográficas
BADOLATO, M.I.C.B.; SABINO, M; LAMARDO, L.C.A.; ANTUNES, J.L.F. Estudo
comparativo de métodos analíticos para determinação de ácido ascórbico em sucos de
frutas naturais e industrializados.Ciênc.Tecnol. Aliment.,Campinas,
v. 16. n. 3, p. 206-210, 1996.
CONTRERAS-GUZMÁN, E.; STRONG III,F.C.; GUERNELLI, O. Determinação
de ácido ascórbico (vitamina C), por redução de ions cúpricos. Química Nova, v. 7, n.
2, p. 60-64, 1984.
676 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
367/IV Determinação de vitamina E (tocoferóis totais)
A vitamina E é essencialmente uma vitamina lipossolúvel e age como antioxidante
na estabilização de lipídios insaturados. Esta vitamina inclui oito compostos que ocorrem
naturalmente e estão distribuídos em duas classes designadas como tocoferóis e tocotrienóis com diferentes atividades biológicas. O d-α-tocoferol (5,7,8-trimetiltocol) apresenta
a maior atividade biológica e é a forma mais disponível de vitamina E em alimentos. As
melhores fontes de vitamina E são os óleos de sementes vegetais, tais como: soja, milho,
girassol, nozes, grãos integrais e o gérmen de trigo. Muitos alimentos são adicionados de
vitamina E, por exemplo, margarinas, molhos para salada, entre outros.
Nos alimentos naturais, este método determina tocoferóis totais e nos enriquecidos, o α-tocoferol. Baseia-se na redução de íons ferro (III) e posterior quelação do ferro
(II) com α-α′-dipiridila para determinação de tocoferóis e tocotrienóis. Alguns cuidados
devem ser tomados nesta análise, tais como: usar solventes puros e sem contaminação
com oxidantes e redutores, observar rigorosamente o tempo de reação e evitar a exposição
à luz. Previamente à reação colorimétrica, a amostra deve ser saponiicada para eliminar
os lipídios presentes, liberar os tocoferóis e hidrolisar os ésteres de tocoferóis.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS ou colorímetro (400 a 600 nm) e respectivos tubos, cubetas
de vidro (se usar espectrofotômetro), placa aquecedora com agitadores magnéticos, balança analítica, cronômetro, cilindro de nitrogênio, balão de 250 mL com boca esmerilhada
adaptável a um refrigerante de reluxo, condensador de reluxo, funis de separação âmbar
de 250 e 500 mL, funis de vidro com 5 cm de diâmetro, balões volumétricos âmbar de
25, 50 ou 100 mL, provetas de 50 mL, pipetas graduadas de 5 e 10 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 5 e 10 mL, bastões de vidro e papel de iltro Whatman nº 4.
Reagentes
Álcool, isento de substâncias oxidantes
Éter de petróleo (30-60)°C
Solução alcoólica de cloreto de ferro III a 0,25% m/v (recém-preparada)
Solução alcoólica de α-α‘-dipiridila a 0,6% m/v
Solução de EDTA a 0,35% m/v
Solução de fenolftaleína
Ácido pirogálico
Hidróxido de potássio em lentilhas
Sulfato de sódio anidro
dl-α-Tocoferol
Álcool absoluto
IAL - 677
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Solução-padrão de dl-α-tocoferol – Pese 100 mg de dl-α-tocoferol, transira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com álcool absoluto.
Retire uma alíquota e dilua em álcool absoluto para se obter uma concentração de 80 μg/
mL. Conserve esta solução sob refrigeração a 5°C. Determine a absorbância a 292 nm
(máxima absorção) e calcule a concentração de vitamina E com a fórmula:
A = Absorbância
P = massa em gramas da amostra em 100 mL de etanol
Solução alcoólica de cloreto de ferro III 0,25% m/v
Solução alcoólica de α-α′dipiridila 0,6% m/v. Armazene esta solução em frasco âmbar
ou opaco, a 5°C.
Procedimentos
Alimentos sólidos, rações e premix devem ser homogeneizados e armazenados em local
com baixa umidade e sob a proteção da luz. A amostras líquidas devem ser conservadas
sob refrigeração à temperatura menor que 8°C, em frasco hermético. Antes de iniciar a
análise, deixe estabilizar à temperatura ambiente. As gorduras necessitam de aquecimento
prévio e homogeneização, antes da retirada da amostra para análise.
Saponificação da amostra – Pese diretamente em um balão de 250 mL com boca esmerilhada, uma quantidade de amostra que contenha de 1 a 10 mg de vitamina E. Adicione
50 mL de álcool e 100 mg de ácido pirogálico. Aqueça com reluxo em placa aquecedora,
sob agitação, por 20 minutos. Após 1 minuto de aquecimento, adicione, pelo condensador, 1 g de pastilhas de hidróxido de potássio (uma pastilha por vez). Depois de 20
minutos de reluxo, esfrie em banho de gelo e lave o aparelho de reluxo com pequenas
quantidades de água. Transira a amostra saponiicada quantitativamente para um funil
de separação âmbar de 250 mL e extraia a vitamina E com duas porções consecutivas de
30 e 20 mL ou três de 40, 30 e 20 mL. Transira quantitativamente com água, os extratos
etéreos para um funil de separação de cor âmbar de 500 mL. Lave os extratos etéreos com
alíquotas de 50 mL de água, agitando suavemente, até que a fase aquosa não apresente
mais coloração rósea pela adição de algumas gotas de solução alcoólica de fenolftaleína.
Filtre, em funil contendo sulfato de sódio anidro, para balão volumétrico de 50 ou 100 mL
e complete o volume com éter de petróleo. Evapore até a secura, sob nitrogênio, o solvente
678 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
de um volume do extrato etéreo que contenha entre 10 e 100 μg de vitamina E. Dissolva
o resíduo em 7 mL de álcool, ao abrigo da luz. Adicione 1 mL de α-α′-dipiridila e 1 mL
de solução de cloreto de ferro III. Cronometre 2 minutos e 30 segundos e adicione 1 mL
da solução de EDTA. Espere mais 2 minutos e 30 segundos e determine a absorbância
a 520 nm. Acerte previamente o 100% de transmitância do aparelho com um branco
preparado com os referidos reagentes e nas mesmas proporções. Determine a quantidade
de vitamina E correspondente, usando a curva-padrão.
Curva-padrão – Pipete, em tubos do colorímetro, volumes da solução-padrão de
α-tocoferol que contenham em cada tubo, aproximadamente de 20-100 μg de α-tocoferol,
em incrementos crescentes de 20 μg. Adicione a cada tubo 1 mL da solução alcoólica de
α-α′dipiridila e uma quantidade de álcool tal que atinja o volume total da mistura de
7 mL. Proteja os tubos da luz e adicione em cada um deles 1 mL da solução de cloreto
de ferro III. Espere 2 minutos e 30 segundos e leia a absorbância no colorímetro ou no
espectrofotômetro, utilizando o comprimento de onda 520 nm. Acerte o 100% da transmitância do aparelho com o branco.
Cálculo
Determine a quantidade de vitamina E correspondente usando a curva-padrão estabelecida.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz:
v. 1, Métodos Químicos e Físicos para Análises de Alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p. 395-396.
368/IV Determinação de vitamina E em matéria-prima
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, placa aquecedora com agitação, balança analítica, cilindro
de nitrogênio, balão de 250 mL com boca esmerilhada adaptável a um refrigerante de
reluxo, condensador de reluxo, funis de separação âmbar de 250 e 500 mL, funis de vidro
com 5 cm de diâmetro, balões volumétricos âmbar de 25, 50 ou 100 mL, provetas de 50 mL,
pipetas volumétricas de 1, 2, 5 e 10 mL e papel de iltro Whatman n° 1.
Reagentes
Álcool isento de substâncias oxidantes
Éter de petróleo (30-60)°C
IAL - 679
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Hidróxido de potássio em lentilhas
Sulfato de sódio anidro
Procedimento – Pese 0,1 g da amostra e saponiique conforme descrito no método 367/
IV. Extraia a vitamina com três porções consecutivas de 40, 30 e 30 mL de éter de
petróleo. Lave os extratos com água até reação incolor pela adição de algumas gotas do
indicador fenolftaleína. Filtre, em funil com papel de iltro contendo sulfato de sódio
anidro, transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com éter
de petróleo. Tome uma alíquota e evapore o éter de petróleo sob nitrogênio. Dissolva o
resíduo em álcool e transira quantitativamente para um balão volumétrico e complete o
volume com o mesmo solvente. Determine a absorbância da amostra no comprimento de
onda 292 ou 289 nm, conforme o máximo de absorção no espectro obtido.
Cálculos
Para absorbância máxima a 292 nm:
Para absorbância máxima a 289 nm:
L = leitura da absorbância
P = massa em gramas da amostra
Referências bibliográficas
BALL, G.M.F. Fat-soluble assays in food analysis. A Comprehensive Review. London:
Elsevier Applied Science. 1988. 326 p.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990. p. 1071-1074 (method 971.30).
369/IV Determinação de niacina e nicotinamida
A niacina, também denominada de ácido nicotínico, vitamina PP ou vitamina B3,
é uma das vitaminas importantes do complexo B para a nutrição humana e animal. A
680 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
niacina faz parte de duas coenzimas conhecidas, a coenzima I e a coenzima II, que são
essenciais para um grande número de sistemas enzimáticos. A nicotinamida, amida do
ácido nicotínico, também é biologicamente ativa. Essas vitaminas são encontradas em
carnes, pescados, leveduras e cereais. Nos produtos naturais, a niacina está ligada a outros
compostos químicos, havendo a necessidade de ser liberada por hidrólise química ou enzimática, antes da determinação analítica. Este método baseia-se na reação entre a niacina
e o bromocianogênio (CNBr) , resultando um composto pirinídio que em contato com
o ácido sulfanílico, forma um complexo amarelo com máximo de absorção em 450 ou
470 nm.
Material
Autoclave, chapa elétrica, espectrofotômetro ou colorímetro, balança analítica, frascos
Erlenmeyer de 50 e 250 mL com tampa, pipetas de 1, 2, 5, 10 e 20 mL, balões volumétricos de 50, 100 e 200 mL, béqueres de 250 e 400 mL, bastão de vidro e almofariz com
pistilo.
Reagentes
Ácido nicotínico padrão
Hidrogenofosfato de sódio (Na2HPO4. 7 H2O)
Diidrogenofosfato de potássio (KH2PO4)
Cianeto de potássio
Solução saturada de bromo
Ácido sulfanílico
Hidróxido de amônio
Ácido clorídrico
Ácido sulfúrico
Álcool
Hidróxido de sódio
Hidróxido de cálcio
Sulfato de amônio
Solução de ácido sulfúrico 0,05 M
Solução de cianeto de potássio a 5% m/v
Solução-estoque de ácido nicotínico – Dissolva 50 mg de ácido nicotínico, padrão de
referência, previamente seco e guardado no escuro em dessecador sobre pentóxido de
fósforo, em álcool a 25% e dilua até 500 mL. Guarde em geladeira. 1 mL desta solução
contém 100 μg de ácido nicotínico.
IAL - 681
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Solução-padrão I de ácido nicotínico a 10 μg /mL – Separe uma pequena porção da
solução-estoque e deixe atingir a temperatura ambiente. Dilua 10 mL desta solução até
100 mL com água.
Solução-padrão II de ácido nicotínico a 4 μg /mL – Transira uma pequena porção da
solução-estoque e deixe atingir a temperatura ambiente. Dilua 2 mL desta solução até 50
mL com água.
Solução de hidróxido de amônio diluída – Dilua 5 mL de NH4OH a 250 mL com
água.
Solução de ácido clorídrico diluído – Dilua 1 mL de ácido clorídrico em 5 mL de água.
Solução-tampão de fosfato (pH = 8) – Dissolva 60 g de hidrogenofosfato de sódio e 10 g
de diidrogenofosfato de potássio em água morna e dilua até 200 mL.
Solução saturada de bromo – Misture, em capela química, 25 g de bromo com 284 mL
de água fria. Agite e use no dia seguinte. Guarde a solução na geladeira.
Solução de bromocianogênio a 10% – Coloque aproximadamente 30 mL da solução
saturada de bromo em um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Junte, gota a gota, com uma
bureta, solução de cianeto de potássio a 5% até desaparecimento da cor amarela. Prepare
esta solução em capela química.
Notas
Alternativamente, aqueça 370 mL de água a 40°C e adicione 40 g de bromocianogênio
(disponível comercialmente). Agite até dissolver, esfrie e dilua a 400 mL. Guarde em refrigerador com a informação sobre a toxicidade deste reagente.
O cianeto de potássio e o bromocianogênio são reagentes extremamente tóxicos; trabalhe
na capela, com luvas e máscara.
Solução de ácido sulfanílico a 10% – Adicione hidróxido de amônio em porções de 1 mL
a uma mistura de 20 g de ácido sulfanílico e 170 mL de água, até que o ácido sulfanílico
se dissolva. Ajuste o pH a 4,5 com ácido clorídrico 1+5, usando papel indicador universal
de pH. Dilua a 200 mL com água. A solução deverá icar quase incolor. Use esta solução
em preparações farmacêuticas, rações e alimentos não cereais.
Solução de ácido sulfanílico a 55% – Adicione 27 mL de água e 27 mL de amônia a 55 g
de ácido sulfanílico. Agite até dissolução, amornando se necessário. Ajuste o pH a 7 com
682 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
algumas gotas de amônia ou de ácido clorídrico 5 M, usando papel indicador universal e
dilua até 100 mL. Guarde no escuro. Use esta solução em produtos cereais (trigo, milho,
arroz, aveia).
Procedimento – Ajuste o colorímetro/espectrofotômetro para 100% de transmitância e/
ou zero de absorbância a 450 nm para preparados farmacêuticos, rações e alimentos não
cereais ou 470 nm para produtos cereais, usando um branco preparado simultaneamente
com os reagentes nas mesmas proporções das amostras.
Rações e alimentos não cereais – Pese ao redor de 28,35 g da amostra em frasco Erlenmeyer,
adicione 200 mL de ácido sulfúrico 0,05 M. Misture e aqueça durante 30 minutos,
em autoclave a 15 libras de pressão. Esfrie, ajuste o pH a 4,5 com hidróxido de sódio
10 M, usando como indicador verde de bromocresol, dilua até 250 mL com água e
iltre. Pese 17 g de sulfato de amônio e transira para um balão volumétrico de 50 mL,
pipete uma alíquota de 40 mL da solução da amostra, dilua até a marca com água e agite
vigorosamente. Filtre, misture bem e use uma alíquota de 1 mL para desenvolvimento da
cor. Em caso de amostras contendo 16 mg de ácido nicotínico por 454 g, a solução inal
contém 3,2 μg de ácido nicotínico por mL. Pipete uma alíquota de 40 mL da soluçãopadrão II de ácido nicotínico (4 μg/mL) sobre 17 g de sulfato de amônio em um balão
volumétrico de 50 mL e dilua com água. Este padrão contém 3,2 μg/mL. Proceda a
reação como para alimentos não cereais e rações.
Produtos cereais (aveia, milho, trigo, arroz) – Faça um branco dos reagentes e cinco
diluições da solução-padrão I como descrito a seguir: coloque 1,5 g de hidróxido de
cálcio em seis frascos Erlenmeyer de 250 mL, pipete respectivamente, 0, 5, 10, 15,
20 e 25 mL da solução padrão I (10 μg/mL). Pese, cuidadosamente cerca de 2,5 g
da amostra contendo aproximadamente 100 μg de ácido nicotínico e transira para
outro frasco contendo 1,5 g de hidróxido de cálcio. Adicione água em todos os frascos em torno de 90 mL, autoclave durante 2 horas sob pressão de 15 libras. Misture
bem enquanto ainda quente. Esfrie, transira para balões volumétricos de 100 mL e
dilua. Se necessário, guarde em geladeira por alguns dias. Transira aproximadamente
50 mL do sobrenadante de cada balão para tubos de centrífuga, coloque em banho de
gelo por 15 minutos ou em geladeira por 2 horas. Centrifugue durante 15 minutos e
pipete 20 mL do sobrenadante de cada tubo para tubos de centrífuga contendo 8 g de
sulfato de amônio e 2 mL de solução-tampão de fosfato. Agite para dissolver e aqueça
a (55-60)°C. Centrifugue por mais cinco minutos. Filtre em papel de iltro qualitativo,
reiltrando, se necessário, até obter solução incolor. Proceda a reação como o descrito
para produtos cereais.
IAL - 683
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento analítico para alimentos não cereais e rações – Adicione à solução de ácido
sulfanílico, solução de bromocianogênio, em capela, com buretas ou pipetas automáticas.
O cianeto de potássio e o bromocianogênio são reagentes extremamente tóxicos. Trabalhe
na capela, com luvas e máscara. Use a solução-padrão II de ácido nicotínico (4 μg/mL) e
prepare os tubos como segue:
Branco do padrão
Solução-padrão
1,0 mL da solução-padrão
1,0 mL da solução-padrão
5,0 mL de água
5,0 mL de bromocianogênio
0,5 mL de hidr. de amônio diluído
0,5 mL de hidr. de amônio diluído
2,0 mL de ácido sulfanílico a 10%
2,0 mL de ácido sulfanílico a 10%
0,5 mL de ac. clorídrico diluído
0,5 mL de água
Branco da amostra
Solução da amostra
1,0 mL da solução da amostra
1,0 mL da solução da amostra
5,0 mL de água
5,0 mL de bromocianogênio
0,5 mL de hidr. de amônio diluído
0,5 mL de hidr. de amônio diluído
2,0 mL de ácido sulfanílico a 10%
2,0 mL de ácido sulfanílico a 10%
0,5 mL de ac. clorídrico diluído
0,5 mL água
Prepare, separadamente, um branco para cada amostra. Pipete a solução-padrão e a
solução da amostra para os respectivos tubos (no caso do branco do padrão ou do branco
da amostra, adicione água). Adicione todas as soluções subseqüentes num só tubo e faça
a leitura da cor antes de passar para o outro tubo, começando com o branco padrão e a
solução-padrão; agite o tubo no vortex para homogeneizar o líquido, adicione ácido sulfanílico e agite novamente. Imediatamente adicione 0,5 mL de ácido clorídrico diluído e
misture. Coloque no colorímetro e, com o branco, ajuste o zero de absorção do aparelho,
usando o comprimento de onda 450 nm, dentro de aproximadamente 30 segundos após
a adição da solução de ácido sulfanílico. Leia imediatamente a absorbância da soluçãopadrão no comprimento de onda de 450 nm (a cor alcança o máximo de intensidade em
1 minuto e, após a adição do ácido sulfanílico, permanece no máximo por 2 minutos).
A seguir, leia a absorbância de cada amostra com o respectivo branco, usando este para
ixar o zero de absorção do aparelho. A concentração de ácido nicotínico é proporcional
à absorção, se o padrão e a solução da amostra tiverem aproximadamente a mesma concentração.
684 - IAL
Capítulo XIX - Vitaminas
Procedimento analítico para cereais – Selecione um tubo adicional para o branco do padrão,
para cada série de determinações, mas não adicione bromocianogênio. Prepare os tubos
da seguinte maneira:
Branco dos reagentes
5 mL de água (em tubos em pé no banho de gelo)
10 mL de bromocianogênio e vedando o tubo
Aguarde 30 min. em banho de gelo
1 mL de ácido sulfanílico a 55%
Branco do padrão
5 mL de solução-padrão
10 mL de água
Aguarde 30 min. em banho de gelo
1 mL de ácido sulfanílico a 55%
Branco da amostra
5 mL de solução da amostra
10 mL de água
Aguarde 30 min. em banho de gelo
1 mL de ácido sulfanílico a 55%
Solução-padrão
Solução da amostra
5 mL de padrão
10 mL de bromocianogênio e vedando tubo
Aguarde 30 min. em banho de gelo
1 mL de ácido sulfanílico a 55%
5 mL de solução da amostra
10 mL de bromocianogênio e vedando tubo
Aguarde 30 min. em banho de gelo
1 mL de ácido sulfanílico a 55%
Com o comprimento de onda a 470 nm, ixe a 100% de transmitância, com o branco
dos padrões e leia a transmitância dos outros tubos, de 12 a 15 minutos após a adição
do ácido sulfanílico. Lance em gráico a absorção dos padrões, menos a do branco dos
reagentes, contra a concentração do ácido nicotínico, em μg/mL. Neste gráico, determine
a concentração correspondente à absorbância da amostra, tendo esta leitura sido feita
após a ixação dos 100% de transmitância do aparelho com o branco da amostra.
IAL - 685
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz:
v. 1, Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
p. 397-401.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990. p. 1054-1057 (method 961.14).
STROHECKER, R.; HENNING, H.M. Vitamin Assay. Tested Methods. Tradução de
D.D.Libman. 1. ed. Germany: Verlag Chemie. GMBH, 1966.
p. 189-201. Título Original: Vitamin-Bestmmungen, Er probte Methoden.
Colaboradores
Myrna Sabino, Leda C. A. Lamardo, Everaldo de Cerqueira, Sandra A. Navas e
Emiko I. Inomata
686 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
CAPÍTULO
XX
RESÍDUOS DE
PESTICIDAS
IAL - 687
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
688 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
XX
RESÍDUOS DE PESTICIDAS
esticidas ou agrotóxicos e ains são deinidos no Decreto nº 4074, de 04 de
janeiro de 2002, do Ministério da Agricultura como: produtos e agentes de processos físicos, químicos e biológicos, destinados ao uso nos setores de produção,
no armazenamento e beneiciamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na
proteção de lorestas, nativas ou plantadas e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos,
hídricos e industriais, cuja inalidade seja alterar a composição da lora ou da fauna, a im de
preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e
produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento. Podem ser classiicados quanto à sua ação como inseticidas, fungicidas, herbicidas,
raticidas, acaricidas e outros e quanto ao grupo químico a que pertencem como organoclorados, organofosforados, carbamatos, ditiocarbamatos, piretróides e outros.
P
Cronologicamente, segundo seu aparecimento e desenvolvimento, os pesticidas
podem ser classiicados de acordo com uma sucessão de gerações, sendo que na primeira
geração temos os inorgânicos, orgânicos vegetais, minerais e na segunda geração, os orgânicos sintéticos: organoclorados, organofosforados, carbamatos e piretróides. Na terceira
geração, temos os microbianos e os feromônios sexuais, na quarta, temos os hormônios
juvenis e na quinta, os anti-hormônios vegetais e microrganismos.
Do ponto de vista toxicológico, os pesticidas podem ser classiicados em extremamente, altamente, moderadamente ou pouco tóxicos, de acordo com a dose letal (DL50)
oral e dérmica para ratos e outros indicadores relacionados a danos na córnea, lesões na pele
e concentração letal inalatória (CL50) para ratos, segundo a Portaria nº 3 do Ministério da
Saúde, de 16 de janeiro de 1992.
IAL - 689
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Durante o registro de pesticidas, são estabelecidos os limites máximos de resíduos,
conhecidos como LMR. A resolução n° 165, de 29 de agosto de 2003, do Ministério da
Saúde, contém os índices das monograias dos ingredientes ativos dos agrotóxicos com
emprego autorizado, com os respectivos LMR para cada binômio pesticida/cultura. As
atualizações são publicadas pela ANVISA/MS.
O uso de pesticidas em lavouras cujos produtos são destinados ao consumo humano ou animal pode conduzir a resíduos após a colheita. Os alimentos ainda podem conter
resíduos remanescentes de utilização durante o armazenamento e transporte. Por outro
lado, os pesticidas podem se mover do local de aplicação e se transportar para outro lugar
no meio ambiente e podem ser transferidos para a cadeia alimentar.
A capacidade de um pesticida persistir por um certo período de tempo pode ser
desejável e tem sido reconhecido como importante em algumas situações para o controle
bem sucedido de pestes e doenças. Todavia, a presença de resíduos de pesticidas nos alimentos e no meio ambiente preocupa o consumidor e as autoridades competentes, já que pode
oferecer riscos para a saúde humana e ambiental. A população rural corre risco de exposição
aguda, se não forem tomados os devidos cuidados na aplicação dos produtos e o consumidor pode estar sob risco de exposição crônica a pesticidas se estiver ingerindo alimentos
contendo resíduos de pesticidas acima dos LMR. Devido à possibilidade da presença de
vários pesticidas ou seus metabólitos, ou outros componentes contaminantes sejam de origem sintética ou natural, torna-se impossível especiicar um único procedimento analítico
que determine satisfatoriamente o resíduo de um pesticida particular em qualquer substrato. É necessário usar um procedimento validado para a situação ou adaptar e validar um
procedimento aceitável para circunstâncias particulares envolvidas, tais como a natureza da
amostra e do resíduo e as interferências a serem encontradas. Além disso, algum método de
conirmação da identiicação do resíduo do pesticida é necessário como, a utilização de fase
estacionária de diferente polaridade ou detector seletivo de massa.
Os sistemas de análise de multi-detecção, baseados no uso da cromatograia a gás,
cromatograia a líquido de alta eiciência com detectores especíicos, têm a grande vantagem de proporcionarem evidências de identidade e meios de medir um ou mais pesticidas
de uma ampla gama de resíduos.
O controle de resíduos de pesticidas em alimentos é necessário, tanto para a proteção direta do consumidor como em relação à aceitabilidade da mercadoria no comércio.
Seus resultados podem ser usados para introduzir medidas corretivas de prevenção de
risco à saúde.
690 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Devido ao grande número de métodos, apresentamos nesse capítulo os principais,
incluindo os multi-resíduos.
370/IV Método multi-resíduo para determinação de pesticidas em frutas e vegetais
As amostras são trituradas em blender e homogeneizadas e os pesticidas são extraídos com acetona e uma mistura de diclorometano e n-hexano. A determinação é feita por
cromatograia a gás com detectores de captura de elétrons, fotométrico de chama ou de
nitrogênio e fósforo e cromatograia a líquido de alta eiciência com detector ultravioleta
ou luorescência ou CG/MS.
A determinação de resíduos de pesticidas em frutas e vegetais está distribuída conforme a Tabela 1.
Tabela 1 -- Distribuição de pesticidas para inalidade analítica
(a)
Aldrin
Aletrina
Azoxistrobina
Bifentrina
Bioaletrina
Captana
Clorotalonil
Cilutrina
Lambda-cialotrina
Cipermetrina
DDT total (op’DDT, pp’DDT, op’ DDE
pp’DDE, op’DDD, pp’DDD)
Deltametrina
Dicofol
Dieldrin
Dodecacloro
Endosulfam (alfa, beta e sulfato)
Endrin
Esfenvalerato
Fenpropatrina
Fenvalerato
HCH total (alfa, beta, gama)
(b)
Acefato
Azinfós-etílico
Azinfós-metílico
Carbofenotiona
Clorfenvinfós
Clorpirifós
Clorpirifós-metilico
Diazinona
Diclorvos
Dimetoato
(c)
Aldicarbe
Carbaril
Carbendazim
Carbofurano
Tiabendazol
Disulfotona
Etiona
Etoprofós
Etrinfós
Fenamifós
Fenitrotiona
Fentiona
Fentoato
Folpete
Forato
Fosfamidona
IAL - 691
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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(a)
Heptacloro
Heptacloro epóxido
Hexaclorobenzeno
Imazalil
Iprodiona
Permetrina
Procimidona
Procloraz
Propargito
Tetradifona
Triluralina
Vinclozolina
(b)
Malationa
Metamidofós
Metidationa
Mevinfós
Ometoato
Parationa-etílica
Parationa-metílica
Pirimifós-etílico
Pirimifós-metílico
Profenofós
Pirazofós
Terbufós
Triazofós
Triclorfom
(c)
a) Cromatograia a gás com detector de captura de elétrons (ECD).
b) Cromatograia a gás com detector fotométrico de chama (FPD) ou de nitrogênio e
fósforo (NPD).
c) Cromatograia a líquido de alta eiciência com detector UV ou luorescência.
Material
Cromatógrafo a gás com detectores: ECD, FPD ou NPD, cromatógrafo a líquido de
alta eiciência com detector UV ou luorescência, capela de exaustão para solventes,
centrífuga, rotavapor, blender, balança analítica, balança semi-analítica, estufa, refrigerador, freezer, bomba de vácuo, ultra-turrax, sistema de puriicação de água para CLAE,
balões volumétricos de diferentes capacidades, balões de fundo chato de 125 e 300 mL
com boca esmerilhada 24/40, frascos de nalgene, pipetas volumétricas de diferentes
capacidades, pipetas graduadas de diferentes capacidades, pipetas Pasteur, funis de
Büchner, kitassatos, funis analíticos, béqueres, provetas, tubos graduados com tampa
de 10 mL, seringas hipodérmicas de vidro de 5 mL, frascos de vidro com tampa de
100 mL com tampa e batoque de teflon, tubos graduados com tampa e septo de teflon
para injetor automático, coluna de extração em fase sólida (SPE-diol de 500 mg, 3 mL)
e coluna de extração em fase sólida (SPE-silica amino propil de 500 mg, 3 mL).
Reagentes
Acetona grau resíduo
Acetonitrila para CLAE
692 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Água puriicada para CLAE
Diclorometano grau resíduo
Dihidrogenofosfato de Potássio
Ácido fosfórico
Algodão tratado
n-Hexano grau resíduo
Álcool metílico para CLAE
Hidróxido de sódio
Isooctano
Padrões analíticos de pesticidas de alta pureza com certiicado
Tolueno grau resíduo
Nota: faça, previamente, brancos de cada reagente para certiicar-se de que não possuem interferentes para a análise.
Soluções-padrão estoque – Pese, com precisão, 0,01 g (ou conforme requerido pelo
método), do padrão de pesticida em pesa-iltro ou béquer de 10 mL. Dissolva com uma
pequena quantidade de isooctano (padrões de pesticidas item a e b da Tabela 1), acetonitrila (aldicarbe, carbofurano e carbaril) ou álcool metílico (carbendazim e tiabendazol). Transira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL. Complete o
volume com isooctano, acetonitrila ou álcool metílico, conforme a classe do princípio
ativo preparado. Transira para frasco de vidro com tampa e batoque de telon. Todo
frasco deve conter uma etiqueta com dados de procedência, identidade, concentração,
estabilidade, data de preparação, prazo de validade, temperatura de armazenamento.
Armazene em freezer. Esta é a solução a partir da qual serão preparadas as soluçõespadrão intermediárias.
Soluções-padrão intermediárias – A partir da solução-padrão estoque, prepare misturas
de padrões de pesticidas e pipete 0,1 mL, 0,2 mL ou a quantidade necessária para obter
a concentração desejada de cada princípio ativo, para um balão volumétrico de 10 mL.
Complete o volume com n-hexano (pesticidas do item a e b da Tabela 1) ou acetonitrila (aldicarbe, carbaril, carbofurano) ou álcool metílico (carbendazim e tiabendazol).
Transira para um frasco, cole etiqueta e armazene em refrigerador.
Soluções-padrão de trabalho – A partir das soluções intermediárias, pipete 0,1 mL e/ou a
quantidade necessária para obter a concentração desejada, para um balão volumétrico
de 10 mL. Adicione solvente apropriado e complete o volume. Transira para um frasco
de armazenamento, cole etiqueta e guarde em congelador.
Para os pesticidas dos itens a e b da Tabela 1, as diluições são feitas com n-hexano.
Para aldicarbe, carbofurano, carbaril, carbendazim e tiabendazol, as diluições são feitas
na fase móvel. A concentração deve ser adequada à faixa de linearidade do detector do
cromatógrafo e metodologia utilizada. Prepare as soluções de trabalho em cinco níveis
de concentração (1/2 LQ, 1 LQ, 2 LQ, 5 LQ, 10 LQ) para a construção da curvapadrão.
IAL - 693
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Nota: Limite de quantiicação (LQ) – Menor concentração do analito na amostra que
pode ser quantiicada com precisão e exatidão aceitáveis, sob determinadas condições
experimentais adotadas.
Diclorometano-n-hexano 1:1 (v:v) – Transira 500 mL de diclorometano para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com n-hexano.
Fase móvel para análise de resíduos de aldicarbe, carbofurano e carbaril – Água puriicada para CLAE e acetonitrila 65:35 (v:v) – Transira 350 mL de acetonitrila para um
balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água puriicada para CLAE.
Fase móvel para análise de resíduos de carbendazim e tiabendazol (solução de KH2PO4
a 0,1% e álcool metílico 30:70) – Transira 300 mL da solução KH2PO4 a 0,1% para
balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com álcool metílico. Misture bem,
homogeneíze em ultra-som e iltre em membrana de 0,45 μm
Isoctano-tolueno 9:1(v/v) – Transira 90 mL de isoctano para um balão volumétrico de
100 mL e complete o volume com tolueno.
Solução KH2PO4 0,1% – Pese 1 g de KH2PO4 em béquer de 10 mL e dissolva com água
puriicada para CLAE. Transira quantitativamente para um balão volumétrico de 1000 mL,
lavando o béquer com pequenas quantidades de água puriicada para CLAE.
Tratamento do algodão – Coloque, em frasco de Soxhlet, o algodão e extraia com 200 mL
de n-hexano por pelo menos cinco horas. Coloque em béquer e seque em estufa. Armazene
em frasco de vidro com tampa.
Procedimentos
A seleção das partes de um material vegetal que devem ser analisadas depende do
objetivo da análise e da natureza de amostra. Deve-se amostrar o produto de acordo
com as normas do Joint FAO/WHO Food Standards Programme Codex Alimentarius
Commission.
Preparação da amostra
Materiais moídos, grãos e pequenas frutas – Simples mistura.
Frutas, legumes e outros produtos vegetais – A redução das amostras deve ser realizada
por corte manual. Quarteie antes de misturar. Pique, triture, moa em liqüidiicador
com copo de vidro ou aço inox.
694 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Verduras – Retire as folhas aleatoriamente.
Porções selecionadas – Quarteie e misture a quantidade total das porções selecionadas
a im de obter um material homogêneo. Coloque aproximadamente 1 kg em frasco
de vidro com tampa de vidro ou com batoque de telon. Armazene em geladeira para
análise imediata ou em freezer caso não seja realizada imediatamente.
Extração – Pese 30 g da amostra em frasco de nalgene. Adicione 30 mL de acetona e agite no ultra-turrax por 30 segundos. Adicione 60 mL de uma mistura de
diclorometano-n-hexano 1:1 (v/v) e agite novamente em ultra-turrax por 30 segundos. Centrifugue por 20 minutos ou iltre em funil de vidro com algodão tratado para uma proveta de 100 mL. Para analisar resíduos de pesticidas do item a da
Tabela 1, prossiga a partir do extrato orgânico como indicado no item 1. Para analisar
os resíduos de pesticidas do item b da Tabela 1 prosiga como indicado no item 2. Para
analisar resíduos de aldicarbe, carbofurano e carbaril prossiga como indicado no item 3.
Para analisar resíduos de carbendazim e tiabendazol prossiga como indicado no item 4.
1. Resíduos dos pesticidas do item a – Pipete 0,2 mL do extrato orgânico para vial.
Concentre até quase à secura, ressuspendendo em n-hexano, completando o volume a
1 mL. Injete 2 μL em cromatógrafo a gás.
2. Resíduos dos pesticidas do item b – Pipete 5 mL do extrato orgânico para um tubo
graduado. Concentre até quase à secura e ressuspenda em isoctano-tolueno 9:1 (v/v),
a 1 mL. Injete 2 μL em cromatógrafo a gás.
3. Resíduos de aldicarbe, carbofurano e carbaril – Do extrato, transira uma alíquota
de 10 mL para um balão de 25 mL, concentre em rotavapor até quase à secura e ressuspenda em diclometano, completando o volume a 2 mL. Condicione uma coluna de
extração em fase sólida (SPE– sílica aminopropil de 500 mg, 3 mL).Transira a amostra.
Elua com 4 mL de diclorometano com 1% de álcool metílico em tubo de vidro. Concentre à secura e ressuspenda na fase móvel. Filtre em membrana de 0,45 μm através de
uma seringa de vidro de 5 mL. Recolha em tubo de vidro com tampa. Transira para o
vial e injete 40 μL em cromatógrafo a líquido de alta eiciência.
4. Resíduos de carbendazim e tiabendazol – Do extrato, transira uma alíquota de 10
mL para um balão de 25 mL e concentre em rotavapor até quase a secura e ressuspenda em álcool metílico, completando o volume a 2 mL. Condicione uma coluna de
extração em fase sólida (SPE – diol de 500 mg, 3 mL) com 5 mL de álcool metílico.
Transira a amostra. Lave com 2 mL de álcool metílico e descarte o eluato. Elua com
4 mL da solução de H3PO4 0,1 M/L e recolha em tubo de vidro. Adicione 100 μL de
NaOH 1 M/L. Filtre em membrana de 0,45 μm através de uma seringa de vidro de
5 mL. Recolha em tubo de vidro com tampa. Transira para o vial e injete 40 μL em
cromatógrafo a líquido de alta eiciência.
IAL - 695
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Análise da testemunha e estudos de recuperação – Para cada matriz a ser analisada, realize
a análise em triplicata da testemunha e estudos de recuperações com 5 repetições em
pelo menos dois níveis: 1 LQ e 10 LQ.
Condições cromatográficas
Pesticidas do item a: cromatógrafo a gás, com ECD, equipado com workstation, coluna capilar, fase estacionária: 5% de fenil metil siloxano (30 m
x 0,32 mm x 0,25 μm de ilme), temperatura do detector: 320°C, temperatura do forno: 60°C (1 min), (60 - 220)°C (10°C/min), (220 - 280)°C
(3°C/min.), 280°C (17 min) – tempo total: 60 min, luxo do gás de arraste: nitrogênio:
1 mL/min, temperatura do injetor: 240oC, modo de injeção: splitless.
Pesticidas do item b: cromatógrafo a gás, com FPD, coluna megabore: fase estacionária: 5% de fenil metil siloxano (30 m x 0,53 mm x 2,65 μm de ilme), temperatura
do detector: 280°C, temperatura do forno: (50 - 150)°C (30°C/min), (150 - 240)°C
(10°C/min), luxo do gás de arraste: nitrogênio: 18 mL/min, luxo de hidrogênio: 75
mL/min, luxo de ar sintético: 100 mL/min, temperatura do injetor: 240oC, modo de
injeção: splitless.
Aldicarbe, carbofurano e carbaril: cromatógrafo a líquido de alta eiciência, detector de UV (λ : 195 nm-aldicarbe e carbofurano e 210 nm - carbaril), coluna: aço inox, 125 mm x 4 mm, fase estacionária; Spherisorb ODS-2,5 μm, fase móvel: água puriicada para CLAE-acetonitrila
65:35 v:v, luxo da fase móvel: 0,75 mL/min, temperatura: 30°C.
Carbendazim e tiabendazol: cromatógrafo a líquido de alta eficiência, detector de
UV (λ : 285 nm), coluna: aço inox, 125 mm x 4 mm, fase estacionária: Spherisorb
ODS-2,5 μm, fase móvel: solução de KH 2PO 4 a 0,1% álcool metílico 30:70 v:v,
fluxo da fase móvel: 0,60 mL/min, temperatura: 25°C.
Curva-padrão – Injete as soluções de trabalho com no mínimo cinco diferentes concentrações por duas ou três vezes ou até que haja repetitibilidade dos cromatogramas.
Construa a curva–padrão dentro da faixa de linearidade do detector.
Quantificação – A quantiicação dos pesticidas do item a é feita por cromatograia a
gás com detector de captura de elétrons e a dos pesticidas do item b por cromatograia
a gás com detector fotométrico de chama (FPD) ou detector de nitrogênio e fósforo.
Aldicarbe, carbofurano, carbaril, carbendazim e tiabendazol são quantiicados por cromatograia a líquido de alta eiciência com detector ultravioleta ou de luorescência. A
análise qualitativa é feita por padronização externa, por meio da comparação do tempo
de retenção dos respectivos princípios ativos e a conirmação em coluna de diferente
polaridade ou por detector seletivo de massa.
696 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Cálculo
A análise quantitativa é feita por meio da curva-padrão, por comparação de área, levando em consideração o fator de diluição e a quantidade de amostra. O resultado deve ser
expresso em miligrama do princípio ativo por quilograma da amostra (mg/Kg).
Figura1 - Esquema do método multi-resíduo para determinação de resíduos de pesticidas em frutas e vegetais
IAL - 697
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Referências bibliográficas
ANALYTICAL METHODS FOR PESTICIDE RESIDUES IN FOODSTUFFS, 6th
ed. Inspectorate for Health Protection, Ministry of Public Health, Welfare and Sports,
he Hague/Rijswijk, he Netherlands, 1996 (Part 1 – Multiresidue methods)
HIEMSTRA, M.; JOOSTEN J.A.; KOK, A. Fully automated Automated solid-phase extraction clean-up and on-line liquid chromatographic determination of
benzimidazole fungicides in fruit and vegetables. J. A.O.A.C. Int., p. 78, 1267-1274,1995.
KOK, A. AND ; HIEMSTRA, M. Optimization, automation, and validation of the
solid-phase extraction clean-up and on-line liquid chromatographic determination of Nmethylcarbamate pesticides in fruits and vegetables. J. A.O.A.C. Int., 75, 1063-1074,
1992.
JOINT FAO/WHO FOOD STANDARDS PROGRAMME CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. Portion of commodities to wich Codex Maximum Residue
Limits apply and which is analyzed, v .2, Section 4, p. 391-404,1993.
371/IV Método multirresíduo para determinação de pesticidas e bifenilas policloradas em produtos gordurosos
Este método aplica-se à determinação de resíduos dos pesticidas: lambdacialotrina,
cipermetrina, DDT total (op’DDT, pp’DDT, pp’DDE, pp’DDD), dieldrin, deltametrina, endosulfam total (alfa, beta e sulfato de endosulfan), endrin, HCH total (alfa,
beta e gama HCH), heptacloro, heptacloro epóxido, hexaclorobenzeno, mirex, bifenilas
policloradas policloradas (PCBs congêneres: 28, 52, 101, 138, 153, 180) em produtos
gordurosos como: leite, ovo, manteiga, carnes (frango, peixe), etc. Os pesticidas são extraídos com uma mistura de solventes, a puriicação é feita em uma única etapa em coluna
de sílica gel e a determinação qualitativa e quantitativa é feita por cromatograia a gás com
detector de captura de elétrons.
Material
Cromatógrafo a gás com detector de captura de elétrons, rotavapor, estufa, mula, aparelho de Soxhlet, balões volumétricos de diferentes capacidades, pipetas volumétricas, pipetas Pasteur, coluna cromatográica de vidro de 15 mm de diâmetro por 30 cm de altura,
com reservatório de 300 mL e torneira de teflon, provetas de diferentes capacidades, balões
de fundo chato de 300 mL com boca esmerilhada, tubos graduados de 10 mL, dessecador,
frasco Erlenmeyer com tampa, almofariz com pistilo, vials de vidro com tampa e septos de
telon para injetor automático.
698 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Reagentes
n-Hexano grau resíduo
Diclorometano grau residuo
Sulfato de sódio anidro granulado grau resíduo
Sílica Gel 60, 70-230 mesh
Nota: faça previamente um branco de cada reagente para certiicar-se de que não possuem
interferentes para a análise.
Solução-padrão – Pese, com precisão, 0,010 g de cada padrão analítico em béquer, transira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com
isoctano. Transira para frasco de vidro com tampa e batoque de teflon. Todo frasco deve
conter uma etiqueta com dados de procedência, identidade, concentração, estabilidade,
data de preparação, prazo de validade e temperatura de armazenamento. Prepare soluções
intermediárias com n-hexano. Faça diluições necessárias com n-hexano em cinco níveis
(1/2 LQ, 1 LQ, 2 LQ, 5 LQ e 10 LQ) para construção da curva-padrão dentro da faixa
de linearidade do detector.
Nota: Limite de quantiicação (LQ) – Menor concentração do analito na amostra que
pode ser quantiicada com precisão e exatidão aceitáveis, sob determinadas condições
experimentais adotadas.
Diclorometano-n-hexano 1:4 (v/v) – Transira 200 mL de diclorometano para um balão
volumétrico de 1000 mL. Adicione n-hexano. Misture bem e complete o volume com
n-hexano.
Diclorometano-n-hexano 1:1 (v/v) – Transira 500 mL de diclorometano para um balão
volumétrico de 1000 mL. Adicione n-hexano. Misture bem e complete o volume com
n-hexano.
Sílica gel ativada – Calcine quantidade suiciente de sílica gel a 450°C durante 4 horas.
Deixe em dessecador até temperatura ambiente. Armazene em frasco de vidro com tampa
e batoque de teflon. Ative a sílica gel calcinada por 5 horas a 135°C de dois em dois dias.
Armazene em dessecador.
Sílica gel desativada a 10% – Pese 13,5 g de sílica gel ativada em frasco Erlenmeyer com
tampa. Adicione 1,5 g de água tratada e homogeneíze.
Água tratada – Transira água para um funil de separação de 1000 mL e extraia três vezes com 60 mL da mistura diclorometano-n-hexano 1:1 v/v. Despreze a fase orgânica e
armazene a água.
Algodão tratado – Coloque, em frasco de Soxhlet, o algodão e extraia com 200 mL de
n-hexano por pelo menos cinco horas. Coloque em béquer e seque em estufa. Armazene
em frasco de vidro com tampa.
IAL - 699
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Preparação da Amostra
Leite – Homogeneíze a amostra, pese 10 g, transira para um almofariz contendo 15 g de
sílica gel calcinada e macere até resultar em pó.
Ovos – Homogeneíze a amostra (claras e gemas). Pese 5 g desta mistura e 5 g de água
tratada, transira para um almofariz contendo 15 g de sílica gel calcinada e macere até
resultar em pó.
Manteiga, carnes e outros produtos gordurosos – Homogeneíze a amostra, extraia a gordura
por reluxo em Soxhlet com 200 mL de n-hexano. Pese 2 g de gordura e dilua com nhexano em balão volumétrico de 25 mL.
Procedimento – Transira para uma coluna cromatográica 15 g de sílica gel desativada a 10%. Adicione aproximadamente 1 g de sulfato de sódio anidro e posteriormente a mistura com a sílica de leite ou ovo ou uma alíquota de 5 mL da solução de gordura diluída, equivalente a 0,4 g. Empacote muito bem. Elua com
200 mL da mistura de n-hexano-diclorometano na proporção de 4:1 (v/v) e em
seguida, com 200 mL da mistura de n-hexano-diclorometano na proporção de
1:1 (v/v). Recolha os dois eluatos em balões de fundo chato de 350 mL e concentre em rotavapor à 40ºC, até quase a secura. Adicione aproximadamente 5 mL de
n-hexano e concentre novamente até que todo o diclorometano seja evaporado.
Transira quantitativamente para um tubo graduado, completando o volume para
5 mL com n-hexano. Identiique e quantiique em cromatógrafo a gás com detector de
captura de elétrons.
Condições cromatográficas – Cromatógrafo a gás com ECD equipado com workstation,
coluna capilar (30 m x 0,32 mm x 0,25 μm de ilme) : fase estacionária: 5% de fenil metil
siloxano, temperatura do detector: 320°C, temperatura do forno: 60°C (1min ); (60220)°C (10°C/min.), 220-280°C (3°C/min), 280°C (17 min) – tempo total: 60 min.;
luxo do gás de arraste: nitrogênio: 1 mL/min, temperatura do injetor: 240°C, modo de
injeção: splitless.
Curva-padrão – Injete as soluções de trabalho com diferentes concentrações por duas ou
três vezes ou até que haja repetitibilidade dos cromatogramas. Construa a curva-padrão
dentro da faixa de linearidade do detector.
Análise da testemunha e estudos de recuperação – Para cada matriz a ser analisada, realize
análise da testemunha e estudos de recuperações com 5 repetições em pelo menos dois
níveis: 1 LQ e 10 LQ.
700 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Cálculo
A análise quantitativa é feita por meio da curva-padrão com padronização externa, por
comparação de área, levando em consideração o fator de diluição e quantidade de amostra. A análise qualitativa é feita por padronização externa, por meio da comparação do
tempo de retenção dos princípios ativos e a conirmação em coluna de diferente polaridade ou por detector seletivo de massa. O resultado deve ser expresso em miligramas do
princípio ativo por quilograma da amostra (mg/Kg).
Referência bibliográfica
STEIWANDTER, H. – Contributions to sílica gel application in pesticide residue analysis. III. An on-line method for extracting and isolating chlorinated hidrocarbon pesticides
and polychlorinated biphenyls (PCBs) from milk and dairy products. Fresenius Z. Anal.
Chem., 312: 342-345, 1982.
372/IV Método para determinação de ditiocarbamatos em frutas e vegetais
Este método aplica-se à determinação de resíduos de ditiocarbamatos em frutas e
vegetais. Consiste na decomposição de ditiocarbamatos em meio de solução de cloreto
estanoso e ácido clorídrico, gerando o CS2, que, após puriicação, é coletado em uma
solução de acetato de cobre e dietanolamina. Dois complexos cúpricos [cúprico-N-Nbis(2-hidroxietil)] são formados e medidos em conjunto por espectrofotometria na região
de absorção no visível, no comprimento de onda de 435 nm, usando como referência um
branco dos reagentes.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS com cubetas de 1 cm; balança analítica; balança semi-analítica; manta de aquecimento para balão de 1000 mL com 3 bocas; sistema de puriicação de
água; aparelho de destilação e decomposição constituído de: um balão de 1000 mL com
3 bocas, um destilador, um funil de separação, condensador, tubos lavadores de gases e
conexões apropriadas (Figura 1); pipetas volumétricas de diferentes capacidades, balões
volumétricos de diferentes capacidades, béqueres e provetas.
Reagentes
Álcool
Dissulfeto de carbono com alto teor de pureza (D = 1,266 g/mL)
Hidróxido de sódio
Ácido clorídrico
Acetato de chumbo
Acetato de cobre
Dietanolamina
IAL - 701
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cloreto estanoso di-hidratado
Lactose
Mancozebe - padrão analítico certiicado
Nitrogênio comum
Água destilada e desmineralizada
Nota: faça previamente brancos de cada reagente para certiicar-se de que não possuem
interferentes na análise.
Solução R1 - acetato de chumbo – Dissolva 30 g de acetato de chumbo em água com
aquecimento. Esfrie e transira quantitativamente para um balão volumétrico de 100 mL
e complete o volume com água.
Solução R2 - acetato de cobre – Dissolva 0,4 g de acetato de cobre mono-hidratado
[Cu(CH3COO)2.H2O] em 200 mL de álcool etílico com leve aquecimento. Esfrie e
transira para um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com álcool.
Solução R3 – Dilua 25 mL da solução R2 em um balão volumétrico de 100 mL com álcool.
Solução R4 - reagente de cor – Adicione 100 mL de álcool, 30 mL da solução R3 e 25 g de
dietanolamina em balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com álcool.
Solução R5 - cloreto estanoso – Dissolva 40 g de cloreto estanoso dihidratado
(SnCl2. 2H2O) em ácido clorídrico e transira para um balão volumétrico de 100 mL.
Complete o volume com ácido clorídrico.
Solução R6 – Transira cuidadosamente 20 mL da solução R5 e 20 mL de ácido clorídrico
concentrado para um balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com água.
Solução R7 - Hidróxido de sódio – Pese 10 g de hidróxido de sódio e dissolva em água.
Transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão em lactose para estudos de recuperação – Pese, em balão de rotavapor,
quantidade suiciente de padrão para a realização das recuperações, adicione lactose, de
maneira a obter a concentração desejada. Misture com cuidado até perfeita homogeneização, girando o balão durante 4 horas em rotavapor.
Solução-padrão mãe CL1 – Em um balão de 50 mL contendo 40 mL de álcool, pese 1 mL
de dissulfeto de carbono (D = 1,266 g/mL) e complete o volume com álcool.
702 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Solução-padrão intermediária CL2 – Dilua 5 mL da solução CL1 em um balão volumétrico de 50 mL e complete o volume com álcool
.
Solução-padrão intermediária CL3 – Transira 5 mL da solução CL2 para um balão volumétrico de 250 mL e complete o volume com álcool, obtendo-se assim uma concentração de 50,64 μg/mL de dissulfeto de carbono.
Soluções-padrão de trabalho – Em um balão volumétrico de 25 mL, contendo 15 mL da
solução R4 (reagente de cor), pipete 0,2; 0,4; 1,0; 1,5; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0; 7,0 e 8,0 mL
da solução-padrão intermediária CL3 e complete o volume com álcool etílico, resultando,
respectivamente, nas concentrações de 0,4; 0,8; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0; 10,0; 12,0; 14,0 e 16,0
μg, CS2 por mL.
Solução-branco de reagentes – Transira 15 mL da solução R4 para um balão volumétrico
de 25 mL e complete o volume com álcool.
Procedimento – Quarteie e corte a amostra em pedaços pequenos. Homogeneíze e armazene em frasco de vidro com tampa, no freezer. Monte o aparelho de destilação e decomposição, conforme Figura 1. Transira 300 g da amostra para o frasco com três bocas
do conjunto de destilação. Conecte o condensador na boca central e nas laterais, o tubo
de nitrogênio e o funil de separação contendo 240 mL da solução R6. No condensador
(boca central do balão de 3 bocas) conecte, em seqüência, três tubos lavadores de gases,
adicionando a cada tubo respectivamente: 10 mL da solução R1, 10 mL da solução R7 e
15 mL da solução R3. Abra o luxo de nitrogênio brandamente. Aqueça o frasco rapidamente até a ebulição por 60 minutos. Após o término, desligue o luxo de nitrogênio e
desconecte o terceiro tubo. Transira para um balão volumétrico de 25 mL, completando
o volume com álcool. Meça a absorbância a 435 nm em espectrofotômetro, contra o
branco de reagentes.
Análise da testemunha e estudos de recuperação – Para cada matriz a ser analisada, realize
análise da testemunha e estudos de recuperação com 5 repetições em pelo menos dois
níveis: 1 LQ e 10 LQ.
Nota: Limite de quantiicação (LQ) – Menor concentração do analito na amostra que
pode ser quantiicada com precisão e exatidão aceitáveis, sob determinadas condições
experimentais adotadas.
Curva-padrão – Meça a absorbância de todas as soluções de trabalho em espectrofotômetro, a
435 nm contra o branco de reagentes. Trace a curva absorbância versus concentração de CS2.
IAL - 703
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Figura 1 – Aparelho de destilação e decomposição para determinação de ditiocarbamatos
em frutas e vegetais.
Cálculo
O resíduo, em mg/kg, de CS2 é calculado por padronização externa com a curva de calibração, levando em consideração o fator de diluição e a quantidade de amostra.
Fatores de conversão do CS2 para alguns ditiocarbamatos:
Ditiocarbamatos
Mancozebe
Manebe
Zinebe
Tiram
Fator de conversão
1,776
1,742
1,810
1,578
O resultado deve ser expresso em miligramas do princípio ativo ou de CS2 por quilograma
da amostra (mg/Kg).
704 - IAL
Capítulo XX - Resíduos de Pesticidas
Referências bibliográficas
KEPPEL, G.E. Modiication of the carbon dissulide evolution method for dithiocarbamate residues. J. Assoc. Of. Anal. Chem. v. 52, p. 162-169, 1969.
KEPPEL, G.E. Collaborative study of the determination of dithiocarbamate residues
by a modiied carbon dissulide evolution method. J. Assoc. Of. Anal. Chem. v. 54, p.
528-532, 1971.
THEIR H.; ZEUMER, H. editors. Multiresidue method SIS. Ditiocarbamate and thiuram disulide fungicides photometric determination. In: Manual of Pesticide Residue
Analysis. Deutsche. Forschungsgemeinschaft, Pesticides Comm. Weinhein; Verlag,
1987. v. 1 p. 353-360.
Colaboradores
Heloísa Helena Barretto de Toledo, Sônia Bio Rocha, Tereza Atsuko Kussumi e
Vera Regina Rossi Lemes
IAL - 705
Capítulo XXI - Fermentos
CAPÍTULO
XXI
FERMENTOS
IAL - 707
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
708 - IAL
Capítulo XXI - Fermentos
XXI
FERMENTOS
Fermentos biológicos
O
s fermentos biológicos são preparações à base de leveduras de uso tecnológico,
capazes de produzir fermentação em massas. Do ponto de vista analítico, são
de interesse as determinações de umidade (012/IV), protídios (036/IV ou
037/IV), cinzas ou resíduo mineral ixo (018/IV), amido e poder fermentativo.
373/IV Fermentos biológicos – Determinação de amido
Material
Béquer de 100 mL, proveta de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 300 mL, autoclave, balão
volumétrico de 200 mL e bastão de vidro.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 10% m/v
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese 5 g da amostra em um béquer de 100 mL. Adicione 50 mL de
água. Homogeneíze com um bastão de vidro e iltre. Lave o béquer e o bastão. Lave
bem o resíduo a im de retirar todos os solúveis em água. Transira o papel de iltro
com o resíduo para um frasco Erlenmeyer de 300 mL com auxílio de 150 mL de água.
IAL - 709
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Adicione 5 mL de ácido clorídrico. A solução deverá icar fortemente ácida. Aqueça em
autoclave a 1 atm por uma hora. Neutralize com solução de hidróxido de sódio a 10%.
Transira para um balão volumétrico de 200 mL. Complete o volume com água e titule
com soluções de Fehling, seguindo a técnica descrita em 043/IV.
Cálculo
A = n° de mL da solução P da amostra
a = n° de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling
P = n° de g da amostra
V = n° de mL gasto da solução
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 139-140.
374/IV Fermentos biológicos – Poder fermentativo
Este método destina-se a medir a capacidade de produção de CO2 de fermentos
biológicos nas CNTP e baseia-se na liberação do CO2 pela Saccharomyces cerevisae na
presença de sacarose (substrato), num sistema fechado.
Material
Banho-maria, balança analítica, aparelho de Hayduck-Nagel adaptado (Figura 1), frasco
Erlenmeyer de 1000 mL, béqueres de 10 e 50 mL e proveta de 500 mL.
710 - IAL
Capítulo XXI - Fermentos
Figura 1 - Aparelho de Hayduck-Nagel adaptado
Reagentes
Solução de sacarose a 10% m/v
Fosfato ácido de potássio - K2HPO4
Fosfato ácido de amônio - (NH4)2HPO4
Sulfato de magnésio - MgSO4
Sulfato de cálcio - CaSO4
Gasolina
Procedimento – No aparelho de Hayduck-Nagel, coloque 2 mL de gasolina no tubo de segurança C, acrescente água até nivelar a escala, utilizando a torneira F. Feche as torneiras E e F. Pese 10 g
da amostra, 2 g de fosfato ácido de potássio, 1 g de fosfato ácido de amônio, 0,25 g de sulfato de
magnésio e 0,2 g de sulfato de cálcio. Transira para o frasco Erlenmeyer de 1000 mL a amostra e
os reagentes. Adicione 400 mL da solução de sacarose a 10%. Adapte o frasco Erlenmeyer imediatamente ao aparelho de Hayduck-Nagel, mergulhando-o em banho-maria a 30°C. A partir deste
momento, marque duas horas de reação. Anote a temperatura e a pressão atmosférica ambiente.
Inicie as leituras assim que houver a formação de CO2, indicado pela presença de espuma. Efetue
a medida do volume de gás produzido abrindo a torneira E e mantendo fechada a torneira F. Leia
o deslocamento da coluna de água no tubo C. Feche a torneira A, abra a torneira B e acrescente
água até nivelar a escala. Repita a operação de leitura até completar duas horas.
IAL - 711
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
P1= pressão atmosférica nas CNTP (760 mm Hg)
T1= temperatura absoluta (273°K)
P2= pressão atmosférica ambiente
T2= temperatura ambiente (°K)
V2= volume medido no experimento
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 139-141.
Fermentos Químicos
Fermento químico é o produto constituído de uma substância ou mistura de substâncias químicas que, pela inluência do calor e/ou umidade, produz desprendimento gasoso capaz de expandir massas elaboradas com farinhas ou féculas, aumentando o volume
e a porosidade. O parâmetro mais importante a ser avaliado nos fermentos químicos é o
dióxido de carbono total, que pode ser determinado por método gasométrico ou gravimétrico.
375/IV Fermentos químicos – Determinação de CO2 total pelo método gasométrico 1
O método baseia-se na medida do volume de dióxido de carbono total produzido
pela amostra devido à adição de ácido.
Material
Aparelho de Chittick composto de: balão de 250 mL, com fundo redondo e boca larga,
munido de rolha de borracha com 2 orifícios (A); tubo em U (B) munido com uma
torneira (C); tubo medidor de gás, graduado em mL, com traço zero colocado a 25 cm
abaixo da extremidade superior; o intervalo graduado abrange 25 divisões acima de zero,
até 200 abaixo de zero (D); bulbo nivelador de 300 mL de capacidade (E) e bureta de
25 mL com ponta curva e alongada (F).
712 - IAL
Capítulo XXI - Fermentos
Figura 2 – Aparelho de Chittick
Reagentes
Ácido sulfúrico (1+5) ou ácido clorídrico (1+2)
Solução de deslocamento – Pese 100 g de cloreto de sódio e dissolva em 350 mL de água.
Adicione 1 g de bicarbonato de sódio e 2 mL de indicador alaranjado de metila a 0,5%.
Agite e adicione, às gotas, ácido sulfúrico (1+5) ou ácido clorídrico (1+2) até coloração
rósea. Agite até que todo o dióxido de carbono tenha sido desprendido.
Procedimento – No aparelho de Chittick, ligue a bureta F ao balão A por um dos orifícios da rolha de borracha. Ligue o tubo em U ao balão A por meio de um tubo de vidro,
tendo como intermediário um tubo de borracha, a im de permitir que o balão A possa
ser agitado. Ligue o bulbo nivelador ao medidor de gás por meio de um tubo longo de
borracha. Pese de (1 - 2) g da amostra de fermento químico ou 10 g da farinha de trigo
com fermento no balão A seco. Adapte o balão ao aparelho, abra a torneira C e feche a
torneira F. Coloque a solução de deslocamento no bulbo E e ajuste o nível do tubo D a
10 mL acima do traço zero, manejando o bulbo nivelador. Estes 10 mL são praticamente
iguais ao volume de ácido a ser usado na decomposição. Deixe o aparelho em repouso
por cerca de 5 minutos, para igualar a pressão e a temperatura interna do aparelho às
IAL - 713
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
condições ambientais. Feche a torneira C. Abaixe um pouco o bulbo E para que reduza a
pressão dentro do aparelho e o nível no tubo D esteja a 10 mL acima do zero. Veriique
se não há vazamento pelas conexões. Adicione, lentamente ao balão A, 10 mL de ácido
sulfúrico (1+5) contido na bureta F. Deixe cerca de 2 min em repouso e agite o balão A
vigorosamente. Deixe o aparelho em repouso por 5 minutos. Leia o volume de CO2 produzido no tubo D. Anote a temperatura e a pressão ambiente.
Cálculo
P = pressão ambiente em mm de mercúrio
V = n° de mL de dióxido de carbono desprendido
T = temperatura ambiente em graus Kelvin
A = massa da amostra, em gramas
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 147-149.
376/IV Fermentos químicos – Determinação de CO2 total pelo método gasométrico 2
Material
Aparelho de Schroedter, balança analítica e proveta de 50 mL.
Figura 3 - Aparelho de Schroedter
714 - IAL
Capítulo XXII - Sal
CAPÍTULO
XXII
SAL
IAL - 717
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
718 - IAL
Capítulo XXII - Sal
XXII
SAL
sal para o consumo humano pode ser avaliado por meio do exame físico-químico que além de determinar seu principal componente, o cloreto de sódio, inclui
a determinação de umidade, substâncias insolúveis em água, sulfatos, cálcio e
magnésio. A concentração de íons cálcio, magnésio e sulfatos é indicativa da qualidade do sal; quanto menor seus teores, mais puro será o sal. Um sal reinado deve conter no
máximo 0,07% de cálcio, 0,5% de magnésio e 0,21% de sulfatos. O cloreto de sódio puro
não é higroscópico. O que torna o sal úmido é a presença do cloreto de magnésio, cloreto
de cálcio e sulfatos de magnésio e cálcio.
O
No exame microscópico é tolerada a presença de areia e fragmentos de conchas até o
limite dos insolúveis estabelecidos em seu padrão de identidade e qualidade.
O exame microbiológico não é signiicativo, uma vez que o sal é por excelência um
conservador natural.
Assim, na análise de sal, as determinações usuais são: granulometria, a perda por
dessecação (umidade), substâncias insolúveis em água, cloretos, turbidez, cálcio, magnésio
e sulfatos.
Há muitos anos o sal é utilizado como veículo para garantir o suprimento adequado
de iodo à população, que deve ser obrigatoriamente adicionado na proporção estabelecida
pelo Ministério da Saúde. No Brasil, essa adição é normalmente realizada utilizando-se o
iodato de potássio. Essa prática visa minimizar a ocorrência de distúrbios causados pela deiciência de iodo, entre eles, o bócio. Desta forma, a determinação do iodo no sal destinado
ao consumo humano é prática rotineira.
IAL - 719
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
As determinações analíticas necessárias para comprovação do padrão de identidade e
qualidade do sal podem, eventualmente, incluir pesquisa de outros contaminantes, orgânicos ou minerais, estranhos à sua composição normal.
377/IV Determinação da granulometria
Este é um paradigma importante no que se refere à classiicação do sal. O sal grosso
não tem especiicações granulométricas, enquanto que os demais tipos de sal (peneirado,
triturado, moído, reinado) são classiicados conforme especiicações estabelecidas por legislação.
Material
Tamis n° 4 (4,76 mm de abertura), para sal peneirado; tamis n° 7 (2,83 mm de abertura),
para sal triturado; tamis n° 18 (1,00 mm de abertura), para sal moído; tamis n° 20 (0,84
mm de abertura) e tamis n°140 (0,105 mm de abertura), para sal reinado e balança semianalítica.
Procedimento – Pese 1000 g da amostra e passe pelo tamis próprio para cada tipo de sal.
Pese os cristais retidos no tamis.
Cálculo
N = n° de g da amostra retida no tamis
P = n° de g da amostra
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 284.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5734: peneiras para
ensaio com telas de tecido metálico. Rio de Janeiro, 1989.
720 - IAL
Capítulo XXII - Sal
Preparo da amostra
Para as determinações analíticas do sal faz-se necessária a homogeneização da amostra, passando-a por tamis n° 4. Se necessário, triture os cristais retidos pelo tamis e misture novamente à amostra. Homogeneíze e transira para um frasco com rolha esmerilhada.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 285.
378/IV Determinação da umidade
É um indicador da pureza do sal, já que este produto tem, em sua composição, sais
higroscópicos de magnésio e de cálcio. Um sal reinado deve ser submetido a um processo
adequado de secagem para a sua avaliação.
Procedimento – Deverá ser seguida a técnica indicada em 012/IV, usando 5 g da amostra
e estufa a 150°C.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 284.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p. 186-194.
379/IV Determinação de insolúveis totais em água
Esta determinação avalia o teor de impurezas totais, como partículas de carvão, areia,
fragmentos de conchas e outras, que não tenham sido eliminadas totalmente pela reinação.
Quanto menor o seu teor, melhor a qualidade do sal.
IAL - 721
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Béqueres de 150 e 600 mL, proveta de 500 mL, cadinho de Gooch de 30 mL previamente
preparado com camada de ibra de óxido de alumínio, bomba de vácuo, frasco Kitassato
com alonga e anel de borracha, estufa, dessecador contendo sílica gel, mula e balança analítica.
Procedimento – Pese 50 g da amostra em um béquer de 150 mL e transira para um
outro de 600 mL, com auxílio de 300 mL de água. Agite até dissolver. Filtre em cadinho
de Gooch com camada de ibra de óxido de alumínio (previamente aquecido em mula a
550°C, resfriado em dessecador até a temperatura ambiente e pesado). Lave o béquer e o
cadinho com água, com porções de 20 mL, até que o iltrado não mostre mais opalescência
ao adicionar-se uma gota de solução de nitrato de prata 0,1 M. Aqueça o cadinho de Gooch
com o resíduo em estufa a 105°C por 2 horas. Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e resfriamento
até peso constante.
Cálculo
N = n° de g de insolúveis totais em água
P = n° de g da amostra
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:
Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
284.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p.186-194.
722 - IAL
Capítulo XXII - Sal
380/IV Determinação de insolúveis inorgânicos em água
Esta determinação avalia o teor das impurezas inorgânicas do sal, para veriicação de
sua qualidade.
Material
Balança analítica, mula, cadinho de Gooch e dessecador com sílica gel
Procedimento – Coloque o cadinho de Gooch com os insolúveis totais em água, obtidos
em 379IV, na mula a 550ºC, por 30 minutos. Resfrie em dessecador até a temperatura
ambiente. Pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = n° de g de insolúveis inorgânicos em água
P = n° de g da amostra
381/IV Determinação de cloretos em cloreto de sódio
Este é um parâmetro físico-químico muito importante numa análise de sal, pois o
teor encontrado é classiicatório para o produto. Quando a análise é rotineira, o cloreto de
sódio pode ser dosado diretamente pelo método argentométrico de Mohr, conhecido por
sua exatidão e rapidez.
Material
Balão volumétrico de 500 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, proveta de 50 mL, frasco
Erlenmeyer de 250 mL, bureta de 25 mL e balança analítica.
Reagentes
Solução de cromato de potássio a 10% m/v
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Procedimento – Pese 5 g da amostra, transira para um balão volumétrico de 500 mL,
com auxílio de 200 mL de água, deixe em repouso no mínimo 2 horas, complete o volume
e agite. Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 10 mL dessa solução para um
frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 50 mL de água e 2 gotas de solução de cromato de
potássio a 10%. Titule com solução de nitrato de prata 0,1 M.
IAL - 723
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
V = n° de mL de solução de nitrato de prata 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de nitrato de prata 0,1 M
P = n° de g da amostra usado na titulação
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 286.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p. 186-194.
382/IV Determinação de iodo adicionado na forma de iodeto
O sal, para consumo humano, deverá conter uma pequena quantidade de iodo, em
forma de iodeto ou iodato, para a prevenção do bócio. O método para dosagem de iodo no
sal fundamenta-se na titulação volumétrica do iodo liberado, após a acidiicação da amostra
adicionada de iodeto de potássio, com solução de tiossulfato de sódio 0,005 M e usando solução de amido como indicador. O amido reage com o iodo liberado nas reações de óxidoredução envolvidas, formando um complexo de cor azul que é descolorido pela adição de
solução de tiossulfato de sódio. Deve-se dosar o iodo no sal, no mínimo, em duplicata; a
diferença de leitura nas duas titulações não deve ser maior que 0,1 mL.
Material
Béquer de 600 mL, pipeta de 1 mL e bureta de 10 mL.
Reagentes
Ácido fosfórico a 85%
Ácido salicílico
Iodeto de potássio
Solução de alaranjado de metila em água fria a 0,01% m/v
724 - IAL
Capítulo XXII - Sal
Solução de tiossulfato de sódio 0,005 M
Água de bromo – Junte 25 g (ampola) de bromo a 700 mL de água fria, preparado em
capela. Conserve em geladeira e em frasco escuro.
Solução de amido a 1%, recém-preparada – Pese 1 g de amido, dissolva em 100 mL de
água, ferva e esfrie à temperatura ambiente.
Procedimento – Pese 10 g da amostra e transira para um béquer de 600 mL, com auxílio
de 400 mL de água bidestilada. Agite até dissolver. Neutralize com ácido fosfórico a 85%,
usando como indicador solução de alaranjado de metila. Acrescente mais 1 mL de ácido fosfórico a 85%. Adicione 1 mL de água de bromo. Aqueça até ebulição reduzindo o volume
da solução à metade. Adicione, enquanto quente, alguns cristais de ácido salicílico. Esfrie.
Adicione 1 mL de ácido fosfórico a 85% e cerca de 0,1 g de iodeto de potássio. Titule com
solução de tiossulfato de sódio 0,005 M, usando solução de amido a 1%, como indicador.
Cálculo
V = mL da solução de tiossulfato de sódio 0,005 M gasto na titulação
f = fator da solução de tiossulfato de sódio 0,005 M
P = n° de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 287.
383/IV Determinação de iodo adicionado na forma de iodato
Material
Béquer de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 500 mL, proveta de 250 mL, pipeta de 5 mL,
bureta de 10 mL e balança analítica.
Reagentes
Solução de ácido sulfúrico 0,5 M
IAL - 725
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Iodeto de potássio
Solução de tiossulfato de sódio 0,005 M
Solução de amido a 1%, recém-preparada – Dissolva 1 g de amido em 100 mL de água,
ferva e esfrie à temperatura ambiente.
Procedimento – Pese 10 g da amostra e transira para um frasco Erlenmeyer de 500 mL,
com auxílio de 200 mL de água bidestilada. Agite até a dissolução. Adicione 5 mL de solução de ácido sulfúrico 0,5 M. Adicione cerca de 0,1 g de iodeto de potássio, 2 mL de solução
de amido a 1%, como indicador, e titule o iodo liberado com solução de tiossulfato de sódio
0,005 M, usando uma bureta de 10 mL.
Notas
A quantidade de ácido sulfúrico indicada é necessária para reduzir o pH da solução a 1,5 2,0, para que ocorra a reação. Dependendo da composição do sal, alguns aditivos podem
interferir nessa redução de pH, sendo que, nesses casos é necessária a adição de maior quantidade do ácido sulfúrico para se atingir a faixa de pH desejada.
A presença do amido, logo no início da titulação, pode interferir no ponto inal, principalmente se o sal contiver muito iodo; nesse caso, recomenda-se iniciar a titulação com
tiossulfato de sódio sem a adição do indicador. Assim que a solução torna-se amarelo-clara,
adicione o amido como indicador.
Cálculo
V = mL da solução de tiossulfato de sódio 0,005 M gasto na titulação
f = fator da solução de tiossulfato de sódio 0,005 M
P = n° de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 288.
384/IV Determinação da turbidez
Trata-se de uma medida indicativa da qualidade do sal e de sua classiicação. Avalia o
teor de sólidos em suspensão. Se o sal, moído ou reinado, tiver um conteúdo considerável
de impurezas, orgânicas e inorgânicas, indica que não foi beneiciado adequadamente. Esta
726 - IAL
Capítulo XXII - Sal
determinação não se aplica no caso do sal que contiver antiumectantes insolúveis em água.
Material
Béquer de 100 mL, balão volumétrico de 100 mL, espectrofotômetro UV/VIS e balança analítica.
Procedimento – Pese 25 g do sal em béquer de 100 mL e transira para um balão volumétrico de 100 mL, com água. Agite para facilitar a dissolução e complete o volume. Agite.
Deixe em repouso por 12 horas. Agite e, em seguida, faça a leitura do grau de turbidez usando medida espectrofotométrica a 610 nm. Interprete os resultados conforme tabela abaixo:
Porcentagem de
transmitância
96 - 100
91 - 95
85 - 90
Turbidez
25°
50°
100°
Característica do sal
correspondente
reinado
grosso ou moído
sal muito sujo
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 289.
385/IV Determinação de cálcio por permanganometria
Material
Béquer de 400 mL, proveta de 50 mL, funil de 5 cm de diâmetro, papel de iltro, bureta de
25 mL, pipeta de 1 mL, balança semi-analítica e balança analítica.
Reagentes
Ácido acético glacial
Solução de oxalato de amônio a 5% m/v
Ácido sulfúrico (1+4)
Solução de permanganato de potássio 0,02 M
Procedimento – Pese 5 g da amostra e transira para um béquer de 400 mL, com auxílio
de 50 mL de água. Adicione 1 mL de ácido acético glacial. Aqueça até a ebulição. Adicione
lentamente, agitando sempre, 25 mL de solução de oxalato de amônio a 5%. Deixe em
repouso por 2 horas. Filtre. Receba o iltrado em um béquer de 400 mL. Lave até que o iltrado não contenha íon oxalato. Transira o papel de iltro com o precipitado para o béquer
onde foi feita a precipitação, reservando as águas de lavagem para a dosagem de magnésio.
IAL - 727
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Dissolva o precipitado com 20 mL de ácido sulfúrico (1+4). Adicione 50 mL de água. Titule a quente com solução de permanganato de potássio 0,02 M até coloração rósea.
Cálculos
Em cálcio:
Em óxido de cálcio:
V = n° de mL da solução de permanganato de potássio 0,02 M gasto na titulação
f = fator da solução de permanganato de potássio 0,02 M
P = n° de g da amostra usado na precipitação
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 289.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p.186-194.
386/IV Determinação de cálcio por titulação com EDTA
Material
Balão volumétrico de 500 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL,
proveta de 50 mL, pipeta de 5 mL e bureta de 10 mL.
728 - IAL
Capítulo XXII - Sal
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio a 20% m/v
Calcon a 1% com sulfato de sódio m/m
Propionato de cálcio
Solução alcoólica de negro de eriocromo T a 0,4% m/v
Solução-tampão de pH =10 – Em um balão volumétrico de 1000 mL, dissolva 67,5 g de
cloreto de amônio em água destilada, adicione 570 mL de hidróxido de amônio (D = 0,88)
e complete o volume com água.
Solução de sal dissódico de EDTA 0,1 M – Pese 37,21 g de C10H14N2Na2O8.2H2O,
transira para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água.
Solução-padrão de propionato de cálcio – Seque o propionato de cálcio em estufa a 105°C
por 6 horas. Pese exatamente 1 g, transira para um balão volumétrico de 100 mL, com
auxílio de água e complete o volume. Transira com uma bureta, 10 mL desta solução para
um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Junte 50 mL de água, 1 mL de solução-tampão pH 10
e 0,5 mL de solução alcoólica de negro de eriocromo T a 0,4%. Titule a solução de EDTA
até coloração azul.
Cálculo do fator da solução de EDTA:
f = fator da solução de EDTA
v= n° de mL de solução de EDTA gasto na titulação
Notas
Conserve a solução em frasco plástico e não use sem veriicar o título, se a solução tiver sido
preparada há mais de um mês.
Como alternativa, pode-se usar o carbonato de cálcio como solução-padrão (Apêndice I).
Solução de sal dissódico de EDTA 0,01 M – Transira 100 mL da solução padronizada de
EDTA 0,1 M para um balão volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água.
Procedimento – Pese 50 g da amostra em um béquer e transira para um balão volumétrico
de 500 mL, com o auxílio de 300 mL de água. Deixe em repouso por 12 horas e complete
IAL - 729
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
o volume (solução-estoque A). Transira 10 mL desta solução para um frasco Erlenmeyer de
250 mL. Junte 50 mL de água e 5 mL de solução de hidróxido de sódio a 20%. Adicione,
aos poucos para não formar grumos, calcon a 1% com sulfato de sódio até coloração rósea
nítida (aproximadamente 0,1 g) e titule com solução de sal dissódico de EDTA 0,01 M até
coloração azul nítida.
Cálculo
v x f x 0,04008 = cálcio por cento m/m
v = n° de mL de solução de EDTA 0,01 M gasto na titulação
f = fator da solução de EDTA
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 290291.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p. 186-194.
387/IV Determinação de magnésio por precipitação
Material
Proveta de 50 mL, cadinho de Gooch com camada de ibra de óxido de alumínio, bomba
de vácuo, frasco Kitassato, bastão de vidro e béquer de 50 mL.
Reagentes
Hidróxido de amônio (1+1)
Solução de fosfato de sódio a 3% m/v
Hidróxido de amônio (1+3)
Procedimento – Concentre, em banho-maria, o iltrado reservado na dosagem de cálcio
obtido conforme 386/IV, até o volume de 200 mL. Alcalinize com hidróxido de amônio
(1+1). Adicione 10 mL de uma solução de fosfato de sódio a 3%. Friccione as paredes do
béquer com um bastão de vidro. Deixe em repouso por 24 horas. Decante o sobrenadante.
730 - IAL
Capítulo XXII - Sal
Lave o precipitado e o béquer com 50 mL de hidróxido de amônio (1+3) e iltre em cadinho
de Gooch com camada de ibra de óxido de alumínio, previamente aquecido em mula a
550°C por uma hora, resfriado em dessecador e pesado. Seque em estufa a 105°C. Aqueça
em mula a 550°C, por uma hora. Resfrie em dessecador. Pese. Repita as operações de aquecimento (meia hora em mula) e resfriamento em dessecador até peso constante.
Cálculos
Em magnésio:
Em sulfato de magnésio anidro:
N = n° de g do resíduo calcinado a 550°C (pirofosfato de magnésio)
P = n° de g de amostra usado na precipitação
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 292.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p.186-194.
388/IV Determinação de magnésio por titulação com EDTA
Material
Frasco Erlenmeyer de 250 mL, pipeta volumétrica de 10 mL, pipeta graduada de 10 mL,
proveta de 25 mL, pipeta graduada de 1 mL e bureta de 10 mL.
IAL - 731
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Solução de EDTA 0,01 M conforme 386/IV
Solução alcoólica de negro de eriocromo T a 0,4% m/v
Solução tampão pH 10, conforme 386/IV
Procedimento – Transira 10 mL da solução estoque A obtida conforme 386/IV para um
frasco Erlenmeyer de 250 mL. Junte 25 mL de água e 10 mL de solução-tampão de pH=10.
Adicione 0,5 mL de solução alcoólica de negro de eriocromo T a 0,4%. Titule com EDTA
0,01 M até viragem do indicador, de vermelho para azul nítido.
Cálculo
(v´ - v) x f x 0,02431 = magnésio por cento m/m
v´ = n° de mL de solução de EDTA 0,01 M gasto na titulação correspondente ao Ca2+ +
Mg2+
f = fator da solução de EDTA
v = n° de mL de solução de EDTA 0,01 M gasto na titulação do cálcio, determinado conforme 386/IV.
Referências bibliográficas
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercial Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p. 186-194.
389/IV Determinação de sulfatos por precipitação
Material
Béquer de 250 mL, proveta de 50 mL, funil de 5 cm de diâmetro, cadinho de Gooch com
camada de ibra de óxido de alumínio, bomba de vácuo e frasco Kitassato com alonga e anel
de borracha.
732 - IAL
Capítulo XXII - Sal
Reagentes
Ácido clorídrico (D = 1,19)
Solução de cloreto de bário a 10% m/v
Procedimento – Pese 10 g da amostra e transira para um béquer de 250mL, com auxílio
de 100 mL de água. Aqueça até a ebulição e adicione, lentamente, 1 mL de ácido clorídrico. Ferva. Adicione, gota a gota, 10 mL da solução de cloreto de bário a 10%. Aqueça em
banho-maria por 1 hora. Deixe em repouso por 12 horas. Decante. Lave o precipitado,
iltrando em cadinho de Gooch com camada de ibra de óxido de alumínio, previamente
aquecido em estufa a 120°C, por uma hora, resfriado em dessecador e pesado. Lave até que
todo íon cloreto tenha sido eliminado (teste adicionando-se no iltrado uma gota de nitrato
de prata 0,1 M até não apresentar opalescência). Aqueça em estufa a 120°C, por 1 hora,
resfrie no dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso
constante.
Cálculo
Em íon sulfato:
Em sulfato de sódio
N = n° de g de sulfato de bário
P = n° de g da amostra usado na precipitação
A = n° de g de sulfato de magnésio anidro por cento
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 293.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
IAL - 733
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
RAFOLS, J.M. Development of Analytical Methods for Commercia Sodium Chloride.
In: THIRD SYMPOSIUM ON SALT. NORTHERN OHIO GEOLOGICAL SOC.,
1970. p. 186-194.
390/IV Determinação de sulfatos por titulação com EDTA
Material
Pipetas de 1, 5, 10 e 25 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, bureta de 25 mL e balança
analítica.
Reagentes
Ácido clorídrico a 10% v/v
Solução-tampão, pH = 10, descrito conforme em 386/IV
Solução alcoólica de negro de eriocromo T a 0,4%
Solução de cloreto de magnésio 0,1 M – Dissolva 20,33 g de cloreto de magnésio
MgCl2.6H2O em água, num balão volumétrico de 1000 mL. Complete o volume. Determine o fator com EDTA 0,1 M, usando 25 mL dessa solução medidos com bureta e
proceda como em 388/IV na dosagem de magnésio, substituindo o EDTA 0,01 M por
EDTA 0,1 M.
Solução de cloreto de bário 0,01 M – Dissolva 1,225 g de cloreto de bário com água, em
balão volumétrico de 500 mL e complete o volume. Determine o fator com EDTA 0,1 M,
transferindo 25 mL de solução de cloreto de bário com auxílio de uma bureta para um
frasco Erlenmeyer de 250 mL, adicione 25 mL de água, 20 mL de EDTA 0,1 M, 10 mL
de solução-tampão pH = 10 e 0,5 mL da solução alcoólica de negro de eriocromo T. Titule
com a solução de cloreto de magnésio 0,1 M até a viragem de azul para violeta.
Cálculo do fator da solução de cloreto de bário:
A = n° de mL de EDTA 0,1 M usado
B = n° de mL de cloreto de magnésio 0,1 M gasto na titulação
C = n° de mL de cloreto de bário usado, dividido por 10
f1 = fator da solução de EDTA 0,1 M
f2 = fator da solução de cloreto de magnésio 0,1 M
734 - IAL
Capítulo XXII - Sal
Procedimento – Transira, exatamente, 10 mL da solução-estoque A obtida conforme em
386/IV, com auxílio de pipeta volumétrica, para um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione
25 mL de água e 5 gotas de ácido clorídrico a 10%. Aqueça até ebulição e adicione, exatamente, com auxílio de uma bureta, 10 mL da solução de cloreto de bário 0,01 M. Mantenha
em ebulição por 1 ou 2 minutos, ou até veriicar a formação de precipitado, resfrie e adicione
10 mL de solução-tampão pH =10 e 0,5 mL da solução alcoólica de negro de eriocromo T a
0,4%. Titule com EDTA 0,1 M até a viragem do indicador para coloração azul nítida.
Nota: próximo ao ponto de viragem, após adicionar cada gota da solução da bureta, agite
bem antes de prosseguir a titulação, pois a viragem do indicador pode demorar um pouco.
Cálculo
v´ = n° de mL da solução de EDTA 0,01 M gasto na titulação de Ca e do Mg
f = fator da solução de EDTA 0,01 M
b = fator da solução de cloreto de bário 0,01 M
T = n° total de mL da solução de EDTA 0,1 M gasto na titulação
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 294.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test
methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
391/IV Determinação da composição provável
Para a determinação da composição provável, o teor de cloreto de sódio é determinado subtraindo-se as porcentagens de umidade, insolúveis e outros sais de 100%.
Procedimento
Calcule os demais sais presentes, da seguinte maneira:
• converta todo íon sulfato em sulfato de cálcio; se houver excesso de íon cálcio, calcule
como cloreto de cálcio;
IAL - 735
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
• se houver excesso de íon sulfato, calcule todo íon cálcio como sulfato de cálcio e o excesso
de íon sulfato, como sulfato de magnésio; se ainda restar íon sulfato, converta-o em sulfato
de sódio;
• se houver excesso de íon magnésio, calcule como cloreto de magnésio;
• o teor de cloreto de sódio é obtido por diferença.
Como resultado, podemos ter sais com pelo menos três composições diferentes:
1°caso – sal com excesso de magnésio (CaSO4 , MgSO4 e MgCl2)
2°caso – sal com excesso de cálcio (CaSO4, CaCl2 e MgCl2 )
3° caso – sal com excesso de sulfato ( CaSO4, MgSO4, e Na2SO4 )
1º caso – com excesso de magnésio
I – Umidade
II – Insolúveis
III – Ca2+
IV – Mg2+
V – SO
VI – SO combinado ao Ca2+ = III x 2,3967
VII – Teor de CaSO4 = III + VI
VIII – SO restante = V - VI
IX – Mg2+ combinado com o SO = VIII x 0,2531
X – teor de MgSO4 = VIII x 1,2531
XI – Mg2+ restante = IV - IX
XII – Teor de MgCl2 = XI x 3,9206
2° caso – excesso de cálcio
I – Umidade
II – Insolúveis
III – Ca2+
IV – Mg2+
V – SO
VI – Ca2+ combinado com o SO
VII – Teor de CaSO4 = V + VI
VIII – Ca2+ restante = III - VI
736 - IAL
= V x 0,4172
Capítulo XXII - Sal
IX – Teor de CaCl2 = VIII x 2,7689
X – Teor de MgCl2 = IV x 3,9206
3° caso – excesso de sulfato
I – Umidade
II – Insolúveis
III – Ca2+
IV – Mg2+
V – SO
VI – SO combinado ao Ca2+ = III x 2,3967
VII – Teor de CaSO4 = III + VI
VIII – SO restante = V – VI
IX – SO combinado ao Mg2+ = IV x 3,9515
X – Teor de MgSO4 = IV x 4,9514
XI – SO restante = VIII - IX
XII – Teor de Na2SO4 = XI x 1,4786
Nota: os fatores numéricos apresentados nos cálculos foram obtidos pela relação entre os
pesos moleculares das espécies químicas envolvidas.
Cálculos
Aplique o cálculo “a”, “b” ou “c”, dependendo da composição encontrada.
a) 100 – (I + II + VII + X + XII) = cloreto de sódio por cento m/m
I – umidade por cento m/m
II – substâncias insolúveis em água por cento m/m
VII – sulfato de cálcio por cento m/m
X – sulfato de magnésio por cento m/m
XII – cloreto de magnésio por cento m/m
b) 100 – (I + II + VII + IX + X) = cloreto de sódio por cento m/m
I – umidade por cento m/m
II – substâncias insolúveis em água por cento m/m
VII – CaSO4 por cento m/m
IX – CaCl2 por cento m/m
X – MgCl2 por cento m/m
c)100 – (I + II + VII + X + XII) = cloreto de sódio por cento m/m
IAL - 737
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
I = Umidade por cento m/m
II = Substâncias insolúveis em água por cento m/m
VII = CaSO4 por cento m/m
X = MgSO4 por cento m/m
XII = Na2SO4 por cento m/m
Nota: Calcule o teor de cloreto de sódio na substância seca.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 295.
AMERICAN SOCIETY for TESTING and MATERIALS. E 534-86: standard test methods for chemical analysis of sodium chloride. Philadelphia: A.S.T.M., 1986.
0387/IV Sal hipossódico
O sal hipossódico é o produto elaborado a partir da mistura de cloreto de sódio com
outros sais, geralmente cloreto de potássio, de modo que a mistura inal mantenha as características sensoriais semelhantes as do sal, fornecendo no máximo 50% do teor de sódio
contido na mesma quantidade de cloreto de sódio. Estes sais destinam-se a dietas com
restrição de sódio.
Nesse tipo de sal são importantes as determinações dos teores de sódio e potássio
conforme 394/IV e 395/IV, bem como a determinação de iodo conforme 382/IV ou 383/
IV.
Colaboradores
Neusa Vitória Valério Silveira e Regina Sorrentino Minazzi Rodrigues
738 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
CAPÍTULO
XXIII
MINERAIS E
CONTAMINANTES
INORGÂNICOS
IAL - 739
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
740 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
XXIII
MINERAIS E CONTAMINANTES INORGÂNICOS
determinação de minerais e contaminantes inorgânicos em alimentos pode ser
realizada por diferentes técnicas analíticas. Pode-se citar, entre elas, volumetria
com indicadores visuais ou potenciométricos, voltametria de redissolução anódica e técnicas espectrométricas como: espectrofotometria ultravioleta-visível,
espectrometria de absorção atômica com chama, com forno de graite, com vapor frio
e com gerador de hidretos e espectrometria de emissão atômica com plasma de argônio
indutivamente acoplado com detecção óptica ou acoplado a espectrômetro de massa. A
escolha da técnica analítica depende principalmente do elemento a ser analisado e do
nível de sua concentração na amostra, além do número de amostras a serem analisadas,
da quantidade de amostra disponível, do tipo de preparo da amostra, do custo envolvido,
do tempo disponível para emissão do resultado e também, além da exatidão e precisão requeridas, da disponibilidade do equipamento e de pessoal treinado. Para a determinação
de contaminantes e minerais em alimentos, é necessário tornar os analitos disponíveis em
solução por meio da mineralização prévia da amostra e posterior dissolução dos resíduos
com ácidos minerais. A destruição da matéria orgânica (mineralização e digestão) é geralmente considerada como a etapa crítica da análise, podendo levar a erros no resultado
inal, devido principalmente à contaminação da amostra ou à perda do analito por adsorção ou volatilização.
A
Tratamento da amostra
A digestão da amostra pode ser realizada por via seca (carbonização em bico de
Bünsen), seguida de calcinação em mula com temperatura variando de (400-550)°C
(dependendo do elemento), ou por via úmida, utilizando-se misturas oxidantes como
ácido nítrico, sulfúrico, perclórico, peridrol, entre outros. O tratamento da amostra por
via úmida é geralmente realizado empregando-se como fonte de aquecimento uma chapa
IAL - 741
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
aquecedora (método tradicional), mas pode-se também utilizar, entre outras, um sistema
de microondas aberto ou fechado. A principal vantagem da via seca, em relação à úmida,
é que permite digerir maior quantidade de amostra, o que possibilita a sua utilização na
análise de contaminantes inorgânicos em alimentos por técnicas menos sensíveis como
espectrometria de absorção atômica com chama - FAAS e espectrometria de emissão
atômica com plasma de argônio indutivamente acoplado - ICP OES. Suas principais desvantagens devem-se ao fato de que o aquecimento excessivo pode levar à perda do analito
por volatilização e/ou tornar certos compostos metálicos insolúveis. Já a via úmida não
apresenta essas desvantagens, porém há limitação com relação à quantidade de amostra,
por utilizar grandes quantidades de oxidantes, acarretando maior custo além do alto risco
de contaminação da amostra pelos reagentes e de exigir maiores cuidados por parte do
analista. Quanto à utilização de microondas, sua principal vantagem deve-se ao fato de ser
um método rápido, porém permite somente o tratamento de pequenas quantidades de
amostra sendo, por esse motivo, mais utilizado na análise de contaminantes inorgânicos
em alimentos por técnicas mais sensíveis, como espectrometria de absorção atômica com
forno de graite ET-AAS ou espectrometria de emissão atômica com plasma de argônio
indutivamente acoplado a espectrômetro de massa ICP-MS. Os critérios utilizados para
a escolha do método de digestão da amostra são: tipo e quantidade de amostra, natureza
e concentração do analito na amostra, volatilidade do analito e tipo de técnica analítica
para detecção.
393/IV Digestão da amostra
Via Seca
Material
Balança analítica, cápsula de porcelana, mula, estufa, bico de Bünsen, tela de amianto,
pipeta volumétrica, chapa aquecedora e balões volumétricos de 10 ou 25 mL.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais.
Procedimento – Em cápsula de porcelana, pese ou pipete uma quantidade adequada
da amostra previamente homogeneizada, de tal maneira que a leitura do elemento na
solução da amostra digerida esteja compreendida na faixa linear da curva-padrão. Caso
o alimento seja líquido, coloque a cápsula em estufa a 105°C até secar completamente.
Queime a amostra em bico de Bünsen com tela de amianto até cessar o desprendimento
742 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
de fumaça, tomando cuidado para evitar respingos e que a amostra se incendeie. Coloque
a cápsula na mula e aqueça gradualmente até (400-450)ºC. Para as determinações de Fe,
Ca, Mg, Na, K, Mn, Cr e Cu, a temperatura da mula poderá ser até 550ºC, deixando
nessa temperatura por um período de quatro horas. Retire da mula e deixe esfriar.
Umedeça as cinzas com água desmineralizada e adicione 1 mL de HNO3. Aqueça até
a secura em chapa aquecedora. Retorne para a mula (400-450)ºC quantas vezes forem
necessárias, repetindo a adição de ácido, até a completa mineralização da amostra, ou seja,
até a obtenção de cinzas claras, isentas de carvão. Dissolva as cinzas utilizando o ácido
indicado de acordo com a técnica analítica usada para a determinação, de tal maneira
que a concentração inal de ácido seja a mesma que a das soluções-padrão. Aqueça, se
necessário, e transira quantitativamente com água destilada e deionizada para balão
volumétrico de 10 ou 25 mL ou um outro volume de acordo com a sensibilidade da
técnica analítica a ser usada para a determinação dos elementos. Prepare as amostras em
triplicata e um branco dos reagentes em paralelo.
Via úmida (hidrólise com HCl)
Esta técnica de digestão é aplicável em amostras de leite e produtos lácteos, arroz, feijão,
pães e biscoitos, para a posterior determinação de analitos por espectrometria de emissão
atômica com plasma de argônio indutivamente acoplado.
Material
Balança analítica, frasco Erlenmeyer de 125 mL, chapa aquecedora, pipeta volumétrica,
funis, balão volumétrico de 25 mL, papel de iltro e vidro de relógio ou ilme de PVC.
Reagentes
Ácido clorídrico para análise de traços e metais
Água destilada e deionizada
Procedimento - Em frasco de Erlenmeyer de 125 mL, pese ou pipete uma quantidade
adequada de amostra previamente homogeneizada, de tal maneira que a leitura do elemento na solução de amostra digerida esteja compreendida na faixa linear da curva-padrão. Caso a amostra seja sólida, adicione um pouco de água para dissolver o pó. Adicione
5 mL de ácido clorídrico 1:1 (v/v). Coloque o frasco Erlenmeyer sobre chapa aquecedora
a (100-150)ºC, cobrindo com vidro de relógio ou ilme PVC, agitando ocasionalmente
e mantendo o reluxo por 2 horas. Filtre a solução, ainda quente, diretamente para um
balão volumétrico de 25 mL. Complete o volume com água após a solução ter atingido
IAL - 743
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
a temperatura ambiente. Caso a solução não seja lida no dia, transira-a para um frasco de
polietileno. Prepare as amostras em triplicata e um branco dos reagentes em paralelo.
Nota: para amostras de arroz e de feijão é recomendável que o contato da amostra com o
ácido seja mantido em repouso durante a noite. Aqueça em chapa aquecedora por 3 horas.
Referências bibliográficas
KIRA, C.S. Estudo da composição mineral e dos elementos-traço essenciais em
amostras de leite e produtos lácteos por espectrometria de emissão atômica com
plasma induzido e análise por ativação com nêutrons. Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, 2002.
OKADA, I.A. Determinação simultânea de nutrientes inorgânicos em alimentos:
desenvolvimento de metodologia analítica e avaliação de seus níveis em amostras de
arroz e feijão in natura. Dissertação (mestrado) – Coordenação dos Instituto de Pesquisa
da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, São Paulo, 2003.
394/IV Determinação de minerais por espectrometria de absorção atômica com
chama
O método apresentado refere-se à quantiicação dos minerais: ferro, cobre, cálcio,
magnésio, zinco, manganês, sódio e potássio em alimentos. Baseia-se na determinação por
espectrometria de absorção atômica com chama dos referidos minerais em uma amostra
representativa do alimento, previamente digerida.
Material
Espectrômetro de absorção atômica com chama equipado com corretor de
background, lâmpada do elemento a ser determinado, mula, chapa aquecedora, balança
analítica, estufa, balões volumétricos, cápsulas de porcelana e pipetador automático com
volume ajustável.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Soluções-padrão estoque, de 1000 mg/L dos seguintes elementos: Fe, Ca, Mg, Zn, Cu,
744 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
Mn, Na e K para absorção atômica, com certiicado de análise e incerteza associada.
Solução-padrão estoque intermediária de 100 mg/L do elemento a ser analisado – Pipete
10 mL da solução-padrão de 1000 mg/L do elemento a ser analisado em balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume com solução ácida. Mantenha as soluções-padrão
em frascos de polietileno.
Solução de lantânio 1% (m/v) – Pese 11,7 g de La2O3 e adicione água destilada e deionizada suiciente para umedecer o óxido. Acrescente lentamente, 50 mL de HCl (cuidado:
reação exotérmica) para dissolver o óxido. Transira para balão volumétrico de 1000 mL
e complete o volume com água destilada e deionizada. Esta solução é estável por seis
meses.
Solução de césio 10% (m/v) – Pese 12,7 g de CsCl e dissolva em água destilada e deionizada. Transira, com água, para um balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume e
agite. Esta solução é estável por seis meses.
Procedimentos
Ajuste do equipamento – Opere o equipamento de acordo com o manual de instruções
do fabricante. Ajuste o queimador, a chama e a nebulização para obtenção de máxima
absorbância, utilizando uma solução-padrão utilizada na curva-padrão.
Curva-padrão – Pipete, em balões volumétricos, alíquotas adequadas da solução-padrão
estoque intermediária do elemento a ser analisado. As concentrações, para cada elemento, variam de acordo com a sensibilidade e a faixa linear de trabalho do equipamento.
As soluções-padrão devem ser preparadas de tal forma que contenham os reagentes em
concentrações similares às adicionadas nas amostras. Transira as soluções para frascos de
polietileno.
Preparação da amostra – O pré-tratamento e a digestão da amostra seguem os procedimentos de tratamento da amostra e do método 393/IV, respectivamente, e a temperatura
da mula deverá ser, no máximo, 550oC. Dissolva as cinzas com uma alíquota adequada
de ácido clorídrico concentrado, de modo que a concentração inal do ácido no balão
volumétrico seja 10%. Aqueça, se necessário, para melhor dissolução. Transira com água
destilada e deionizada para um balão volumétrico e complete o volume. No caso de digestão por via úmida, iltre, se necessário, recolhendo o iltrado no balão volumétrico e o
volume completado com água destilada e deionizada. Prepare a amostra em triplicata e
um branco dos reagentes, em paralelo.
Determinação de Ca e Mg – Pipete, em balões volumétricos, alíquotas da amostra, do
branco dos reagentes e dos padrões e adicione solução de LaCl3, de tal forma que a concentração inal seja 0,1% em La m/v. Zere o equipamento com o branco e faça a leitura
das absorbâncias das soluções-padrão. Construa a curva-padrão para cada elemento a ser
determinado usando regressão linear e utilize o coeiciente angular da reta (absortividade)
IAL - 745
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
para os cálculos. Alternativamente, o equipamento poderá ser programado para estabelecer a curva-padrão e fornecer leitura das amostras diretamente em concentração. Faça a
leitura das amostras. Se necessário, dilua uma nova alíquota da amostra para que a leitura
de absorbância ique compreendida na faixa linear da curva-padrão e adicione solução de
cloreto de lantânio de tal forma que a concentração inal seja 0,1% em lantânio m/v.
Determinação de Na e K – O sódio interfere na análise de potássio e vice-versa. Para evitar esse tipo de interferência, deve-se adicionar um supressor de ionização que, no caso da
análise de sódio, é o potássio e vice-versa para o potássio.
Para a determinação de Na e K na mesma solução, adicione em cada solução-padrão,
branco e amostra, solução de césio a 10% m/v, como supressor de ionização, de tal forma
que a concentração de Cs na amostra e nas soluções-padrão seja de 0,5% m/v. Zere o
equipamento com o branco e faça a leitura das absorbâncias das soluções-padrão. Estabeleça a curva-padrão para cada elemento a ser determinado usando regressão linear e
utilize o coeiciente angular da reta (absortividade) para os cálculos. Alternativamente, o
equipamento poderá ser programado para estabelecer a curva-padrão e fornecer leituras
das amostras diretamente em concentração. Em seguida, faça a leitura das amostras. Se
necessário, dilua uma nova alíquota da solução da amostra com adição do supressor de
ionização para que a leitura de absorbância ique compreendida na faixa linear da curvapadrão e calcule a concentração de acordo com a equação a seguir:
Cálculo
Aa = absorbância da amostra
Ab = absorbância do branco da amostra
a = absortividade, calculada a partir da curva de calibração
V1 = volume do balão no qual a amostra foi transferida após dissolução
d = fator de diluição da amostra
v = volume da amostra, em mL
m = massa da amostra, em g
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Anaytical Chemists. 16th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1995, Chapter 50, p. 14. (method 985.35).
746 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
395/IV Determinação de minerais por espectrometria de emissão atômica por plasma de argônio indutivamente acoplado
Este método é aplicado para a determinação de cálcio, cromo, cobre, ferro, potássio, magnésio, manganês, sódio, fósforo e zinco em alimentos por espectrometria de
emissão atômica por plasma de argônio acoplado indutivamente (ICP OES), nas amostras previamente mineralizadas por via úmida conforme 393/IV.
Material
Espectrômetro de emissão atômica por plasma de argônio acoplado indutivamente (ICP
OES), mula, balança analítica, estufa, chapa aquecedora, pipetadores automáticos com
volumes ajustáveis, frascos de polietileno, cápsulas de porcelana e balões volumétricos.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Solução-padrão estoque de 1000 mg/L ou 10000 mg/L dos elementos a serem analisados,
com certiicado análise e incerteza associada.
Procedimentos
Ajuste do equipamento – Os parâmetros instrumentais devem ser otimizados segundo o
manual de instruções do fabricante.
Preparação da amostra – A digestão da amostra segue o procedimento 393/IV. Dissolva
as cinzas resultantes da digestão da amostra com ácido clorídrico concentrado, de tal
modo que a concentração inal de HCl seja 10% v/v. Aqueça, se necessário, para melhor
dissolução. Transira quantitativamente com água destilada e deionizada para balão volumétrico. Alternativamente para alguns alimentos pode-se proceder a digestão da amostra
por via úmida.
Curva-padrão – Prepare as soluções-padrão de trabalho multi-elementar, a partir da solução-padrão estoque, com no mínimo seis pontos, levando em consideração a sensibilidade do equipamento e a faixa linear de trabalho para cada elemento. As soluções são
preparadas em meio de ácido clorídrico a 10% v/v.
Determinação – Zere o equipamento com solução de HCl 10%. Estabeleça a curvaIAL - 747
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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padrão para cada elemento a ser determinado usando regressão linear. Faça a leitura das
amostras e veriique a calibração após analisar 20 amostras, utilizando uma das soluções
da curva-padrão. Caso a leitura apresente uma variação maior que a estabelecida pelo
laboratório, recalibre. Se necessário, dilua a solução da amostra para que a leitura ique
compreendida na faixa linear da curva-padrão.
Cálculo
L x b x d = concentração do elemento na amostra, em mg/kg ou mg/L
m (ou v)
L = leitura da amostra, em mg/L
b = volume do balão para o qual a cinza da amostra foi transferida, em mL
d = fator de diluição da amostra (caso necessário)
m = massa da amostra, em g
v = volume da amostra, em mL
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS – Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 16th ed., v. 1, Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 3. p. 4. (method 985.01).
396/IV Determinação de cálcio por volumetria com EDTA
O método refere-se à determinação de cálcio em presença de magnésio. Baseia-se
na mineralização da amostra e determinação de cálcio por titulação complexométrica
com EDTA (sal dissódico do ácido etilenodiamino tetracético), usando uma mistura de
ácido calconcarboxílico, alaranjado de metila e cloreto de sódio, como indicador.
Material
Mula, estufa, balança analítica, chapa aquecedora, cápsula de porcelana, balões volumétrios, frascos Erlenmeyer de 125 mL, bureta e almofariz com pistilo.
Reagentes
Solução-padrão de EDTA 0,01 M – Pese exatamente 3,722 g de EDTA
(C10H14N2Na2O8.2H2O). Dissolva e transira quantitativamente para balão volumétrico
748 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
de 1000 mL, com água destilada e deionizada. Complete o volume com água e agite.
Transira para um frasco de polietileno. Determine a molaridade da solução seguindo a
técnica descrita no apêndice I.
Indicador – Pese 0,5 g de indicador ácido calcon carboxílico, 0,25 g de alaranjado de
metila e 49,25 g de cloreto de sódio. Triture os três reagentes em almofariz e guarde em
frasco âmbar.
Hidróxido de sódio ou de potássio
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Procedimento
Preparação da amostra – O pré-tratamento e a digestão da amostra seguem os procedimentos de tratamento da amostra e do método 393/IV, respectivamente. Dissolva as cinzas com uma alíquota adequada de ácido clorídrico concentrado, de modo que a concentração inal de ácido no balão seja 10% v/v. Aqueça, se necessário, para melhor dissolução.
Transira com água destilada e deionizada para balão volumétrico e complete o volume.
Determinação - Pipete, em um frasco Erlenmeyer de 125 mL, uma alíquota da solução
da amostra previamente mineralizada que contenha cerca de 5 mg de cálcio e adicione 50
mL de água. Ajuste o pH da solução para a faixa de pH de (12-14), adicionando pastilhas
de hidróxido de sódio ou de potássio. Adicione a mistura do indicador até que a solução
adquira a coloração vinho. Titule com a solução de EDTA 0,01 M, agitando vigorosamente ou utilizando agitador magnético, até que a coloração da solução da amostra mude
para cor verde persistente. Titule um branco preparado da mesma forma, com todos os
reagentes utilizados na amostra. Calcule a concentração de cálcio, usando a fórmula a
seguir.
Cálculo
VA = volume de EDTA gasto na tilulação da amostra, em mL
VB = volume de EDTA gasto na titulação do branco, em mL
Vb = volume do balão volumétrico para o qual a amostra foi transferida, em mL
Va = alíquota da amostra usada na titulação, em mL
IAL - 749
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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m = massa da amostra, em g
M = molaridade do EDTA
Referência bibliográfica
E. MERCK AG. Métodos complexométricos de valoración con Titriplex. 3 ed. Darmstadt, Alemanha. p. 25.
397/IV Determinação espectrofotométrica de ferro com α-α’-dipiridila
O método é aplicável a alimentos naturais e enriquecidos, e baseia-se na complexação do
ferro (II) com α-α’-dipiridila e determinação por espectrofotometria na região do visível.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, mula, estufa, chapa aquecedora, balões
volumétricos, cápsulas de porcelana, pipetas volumétricas e béqueres.
Reagentes
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Solução de α-α‘-dipiridila 0,1% – Dissolva 0,1 g de α-α‘-dipiridila em água destilada e
deionizada e dilua a 100 mL. Este reagente é estável por várias semanas, se for mantido
em local fresco e escuro.
Solução-tampão acetato/ácido acético – Dissolva em água destilada e deionizada 8,3 g de
acetato de sódio com baixo teor de ferro, previamente seco a 100ºC em estufa. Adicione
12 mL de ácido acético e dilua a 100 mL.
Solução-padrão estoque de ferro (1000 mg/L) – Dissolva 3,512 g de sulfato de ferro II
e amônio hexahidratado [Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O] em água destilada e deionizada. Adicione 2 gotas de HCl concentrado. Transira para um balão volumétrico de 500 mL e
complete o volume.
Nota: alternativamente, poderá ser utilizada solução-padrão de 1000 mg/L de Fe para
espectrofotometria de absorção atômica.
Solução-padrão intermediária de ferro (0,01 mg/mL) – Pipete 1 mL da solução- estoque
750 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
de ferro para um balão volumétrico de 100 mL. Adicione 2 mL de HCl e complete o
volume com água destilada e deionizada.
Solução de cloridrato de hidroxilamina a 10% (m/v) – Dissolva 10 g de H2NOH.HCl
em água destilada e deionizada e dilua a 100 mL.
Procedimentos
Ajuste do equipamento – Ajuste o espectrofotômetro UV/VIS conforme as instruções do
fabricante, para leitura em 510 nm.
Preparação da amostra – A quantidade de amostra a ser digerida deve ser proporcional
à quantidade de ferro presente no alimento. O pré-tratamento e digestão da amostra seguem os procedimentos de tratamento da amostra e do método 393/IV, respectivamente.
Dissolva as cinzas em 0,5 mL de ácido clorídrico. Aqueça, se necessário, para melhor
dissolução. Transira com água destilada e deionizada para balão volumétrico de 25 mL e
complete o volume. Prepare um branco da amostra.
Curva-padrão – Em uma série de béqueres de 150 mL, pipete alíquotas de 1, 2, 5 e 10
mL da solução-padrão intermediária de Fe de 0,01 mg/mL, correspondentes às concentrações de 0,01, 0,02, 0,05 e 0,1 mg de ferro. Adicione 1 mL de solução de cloridrato de
hidroxilamina a 10% m/v . Aqueça até a ebulição, durante 10 minutos. Esfrie e transira
esta solução para um balão volumétrico de 50 mL. Adicione 5 mL de solução-tampão de
acetato/ácido acético e 2 mL de α-α‘-dipiridila, a 0,1%. Complete o volume com água
destilada e deionizada. Homogeneíze a solução. Prepare um branco da mesma forma,
usando uma alíquota da solução de ácido clorídrico a 2% (essa alíquota deve ser igual
à maior alíquota do padrão usado). Zere o equipamento com o branco e faça a leitura
de absorbância das soluções-padrão em espectrofotômetro a 510 nm. Construa a curvapadrão, usando a regressão linear e calcule o coeiciente angular.
Determinação – Pipete volume adequado da solução de amostra (de acordo com a quantidade de ferro na amostra ) para um béquer de 150 mL. Continue como em curva-padrão
a partir de “...1 mL de solução de cloridrato de hidroxilamina a 10 % ...”. Prepare um
branco da mesma forma com todos os reagentes usados na amostra. Espere 10 minutos
para completar o desenvolvimento da cor vermelha. Leia a absorbância do branco e da
amostra. Determine a quantidade de ferro, usando a fórmula a seguir.
Cálculo
IAL - 751
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
A = absorbância da amostra
A0 = absorbância do branco da amostra
V = volume do balão onde foram transferidas as cinzas, em mL
m = massa da amostra, em g
a = coeiciente angular da curva-padrão
V1 = volume da alíquota da amostra usada na reação, em mL
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1995, Chapter 32. p. 3-4. (method 944.02).
398/IV Determinação de fósforo por espectrofotometria na região do visível
O método é aplicável à determinação de fósforo em alimentos. Baseia-se na complexação do fósforo com vanado-molibdato de amônio e determinação por espectrofotometria na região do visível.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, balança analítica, mula, estufa, chapa aquecedora, balões
volumétricos, cápsulas de porcelana, pipetas volumétricas, provetas e béqueres.
Reagentes
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Solução-padrão estoque de fósforo (2,0 mg de P por mL) – Pese exatamente 4,3937 g
de fosfato ácido de potássio (KH2PO4), seco a 105ºC em estufa por aproximadamente 2
horas. Transira quantitativamente para um balão volumétrico de 500 mL e complete o
volume com água destilada e deionizada. Estoque sob refrigeração.
Solução-padrão de trabalho de fósforo (0,1 mg de P por mL) – Pipete 5 mL da solução752 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
padrão estoque de fósforo em um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume
com água destilada e deionizada. Prepare esta solução no dia do ensaio.
Solução de vanado-molibdato de amônio – Pese, separadamente, 20 g de molibdato de
amônio [(NH4)6 Mo7O24.4H2O] e 1 g de vanadato de amônio (NH4VO3). Dissolva cada
sal em cerca de 300 mL de água quente e iltre, se necessário. Misture as duas soluções.
Adicione 140 mL de HNO3 concentrado e complete o volume a 1000 mL com água
destilada e deionizada.
Nota: o reagente é estável, se acondiconado em frasco de polietileno. Quando estocado
em frasco de vidro pode formar precipitado; neste caso, descarte o reagente.
Procedimento
Ajuste do equipamento – O espectrofotômetro UV/VIS deve ser ajustado conforme o
manual de instruções do fabricante para leitura em 420 nm.
Preparação da amostra - A quantidade de amostra a ser digerida deve ser proporcional à
quantidade de fosfato presente no alimento. O pré-tratamento e a digestão da amostra seguem os procedimentos de tratamento da amostra e do método 393/IV, respectivamente.
Dissolva as cinzas em 10 mL de ácido clorídrico e 1 a 2 mL de HNO3 concentrado. Leve
à ebulição, por cerca de cinco minutos, em chapa quente para hidrolisar os polifosfatos.
Resfrie e transira com água destilada e deionizada para balão volumétrico de 100 mL e
complete o volume. Prepare um branco da amostra.
Curva-padrão – Em uma série de balões volumétricos de 50 mL, pipete volumes da soluçãopadrão de trabalho contendo de 0,2 a 1,5 mg de fósforo (essas alíquotas podem variar de
acordo com a sensibilidade e a faixa linear de trabalho do equipamento). Adicione 10 mL
do reagente vanado-molibdato de amônio em cada balão. Complete o volume com água
destilada e deionizada. Homogeneíze e espere 10 minutos para fazer a leitura. Prepare um
branco dos reagentes da mesma forma. Zere o equipamento com o branco dos reagentes e
leia a absorbância dos padrões. Faça a regressão linear e calcule coeiciente angular da curva.
Determinação – Em um balão volumétrico de 50 mL, pipete uma alíquota adequada da
amostra, de tal forma que a leitura da absorbância esteja compreendida na faixa linear da
curva-padrão. Adicione 10 mL do reagente vanado-molibdato de amônio e complete o
volume com água destilada e deionizada. Homogeneíze e espere 10 minutos para fazer a
leitura. Calcule a quantidade de fósforo usando a fórmula a seguir.
Cálculo
IAL - 753
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
A = absorbância da amostra
A0 = absorbância do branco da amostra
V = volume do balão onde foram transferidas as cinzas, em mL
m = massa da amostra, em g
v = volume da amostra em mL
a = coeiciente angular da curva-padrão
V1 = volume da alíquota da amostra usada na reação em mL
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 39. p. 4. (method 969.31).
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 50. p. 12. (method 986.24).
399/IV Determinação de chumbo por espectrometria de absorção atômica com
chama
Após a mineralização da amostra por via seca, o chumbo é concentrado por complexação com pirrolidina ditiocarbamato de amônio (APDC), extraído com metilisobutilcetona e quantiicado por espectrometria de absorção atômica com chama.
Material
Espectrômetro de absorção atômica com chama equipado com corretor de background,
utilizando nebulizador de pérola de impacto e lâmpada de chumbo, mula, chapa aquecedora, balança analítica, estufa, balões volumétricos de 10, 50 e 100 mL, cápsulas de
porcelana, pipetas automáticas com volume ajustável de 0,5 a 5 mL e pipetas automáticas
com volume ajustável de 100 a 1000 μL.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
MIBC (metilisobutilcetona) saturada com água – Abra o frasco contendo 1000 mL do
solvente, adicione água destilada e deionizada até preencher o seu volume total. Agite.
754 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
Solução aquosa de APDC (pirrolidina ditiocarbamato de amônio) a 2% m/v – Dissolva
2 g de APDC em 100 mL de água destilada e deionizada. Esta solução deve ser preparada
no dia do ensaio.
Solução aquosa de ácido cítrico a 10% m/v – Dissolva 10 g de ácido cítrico em 100 mL
de água destilada e deionizada. Esta solução deve ser preparada no dia do ensaio.
Solução alcoólica de verde de bromocresol a 0,1% m/v – Dissolva 0,1 g de verde de bromocresol em 100 mL de álcool.
Solução de hidróxido de amônio (1:1) v/v
Solução de ácido nitríco 10% v/v
Solução-padrão estoque de chumbo de 1000 mg/L
Solução-padrão estoque intermediária de chumbo de 40 mg/L – Pipete 4 mL da soluçãopadrão de 1000 mg/L em balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume com solução de HNO3 a 2% v/v.
Solução-padrão de trabalho de chumbo de 0,8 mg/L – Pipete 2 mL da solução intermediária de chumbo, em balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume com água
destilada e deionizada. Esta solução deve ser preparada no dia do ensaio.
Procedimento
Preparação da amostra – O pré-tratamento e a digestão da amostra seguem os procedimentos de tratamento da amostra e do método 393/IV, respectivamente. Dissolva as cinzas com alíquota adequada de ácido clorídrico concentrado de modo que a concentração
inal de ácido no balão seja 10%. Aqueça, se necessário, para melhor dissolução. Transira
com água destilada e deionizada para balão volumétrico e complete o volume.
Complexação e extração do chumbo – Em um balão volumétrico de 50 mL, pipete 5 mL
da amostra dissolvida. Se necessário, utilize outra alíquota de modo que a leitura da absorbância ique dentro da faixa linear da curva-padrão. Adicione 1 mL da solução de ácido
cítrico a 10% m/v e 3 gotas da solução do indicador verde de bromocresol. Neutralize
com solução aquosa de NH4OH (1:1), até que a coloração da solução mude para azul
(pH=5,4). Se ocorrer a formação de um precipitado devido ao excesso de NH4OH, dissolva com a adição de algumas gotas de HNO3 a 10% v/v. Adicione 2 mL de solução de
APDC a 2% m/v e agite. Acrescente 2 mL de MIBC, agite o balão por cerca de 2 min e
30 s e adicione água destilada e deionizada até que a fase orgânica atinja a parte superior
do gargalo do balão. Prepare o branco com todos os reagentes usados.
Curva-padrão – Pipete em balões volumétricos de 50 mL, em triplicata, 0,25, 0,5, 1,0;
IAL - 755
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
1,5; 2,0 e 2,5 mL da solução-padrão de trabalho de chumbo de 0,8 mg/L, correspondentes às concentrações inais de 0,1; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1 mg/L.
Ajuste do equipamento – Ajuste o espectrômetro de absorção atômica de acordo com o
manual de instruções do fabricante, usando o comprimento de onda 283,3 nm e chama
oxidante de ar/acetileno. Ajuste a chama e a nebulização para obtenção de máxima absorbância, utilizando a solução-padrão de chumbo de 0,8 mg/L.
Complexação e extração dos padrões (curva-padrão) – Complexe e extraia as soluçõespadrão seguindo o procedimento da amostra. Prepare e extraia também um padrão de 0,8
mg/L, pipetando em balão de 50 mL, 400 μL do padrão de chumbo de 40 mg/L e extraia
em 20 mL de MIBC. Esse padrão servirá para o ajuste do equipamento.
Determinação – Zere o equipamento com o MIBC e faça a leitura das absorbâncias do branco
e dos padrões. Estabeleça a curva-padrão usando regressão linear e calcule o coeiciente angular.
Faça a leitura das amostras e calcule a concentração de chumbo usando a fórmula a seguir.
Cálculo
Aa = absorbância da amostra
Ab = absorbância do branco da calibração
a = absortividade, obtida a partir da curva-padrão
V = volume do solvente orgânico, em mL
V1 = volume do balão para o qual foi transferida a amostra, em mL
V2 = volume da alíquota da amostra utilizada para a extração, em mL
m = massa da amostra, em g
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 1: Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 9. p. 16. (method 973.35).
400/IV Determinação de cádmio por espectrometria de absorção atômica com chama
O método é aplicável na determinação de cádmio em alimentos. A matéria orgânica é destruída por via seca, a cinza obtida é dissolvida em ácido clorídrico e o cádmio é
determinado utilizando a técnica da espectrometria de absorção atômica com chama.
Material
756 - IAL
Capítulo XXIII - Minerais e Contaminantes Inorgânicos
Espectrômetro de absorção atômica com chama equipado com corretor de background
e lâmpada de catodo oco de cádmio, mula, chapa aquecedora, balança analítica, balões
volumétricos de 10 e 100 mL, cápsulas de porcelana, pipeta automática com volume
ajustável de 0,5 a 5,0 mL e pipeta automática com volume ajustável de 100 a 1000 μL.
Reagentes
Ácido nítrico para análise de traços de metais
Ácido clorídrico para análise de traços de metais
Solução-padrão estoque de cádmio de 1000 mg/L
Solução-padrão estoque intermediária de cádmio de 100 mg/L - Pipete 10 mL da solução-padrão de 1000 mg/L em um balão volumétrico de 100 mL. Complete o volume
com solução de HNO3 a 2%.
Procedimento
Preparação da amostra – O pré-tratamento e digestão da amostra seguem os procedimentos de tratamento da amostra e do método 393/IV, respectivamente. Dissolva as cinzas
em ácido clorídrico, de modo que, no volume inal do balão, a concentração inal de ácido seja 10 %. Aqueça se necessário e transira com água destilada e deionizada para balão
volumétrico. Complete o volume.
Curva-padrão – Em balões volumétricos de 100 mL, pipete (0,2; 0,5; 1 e 2) mL da
solução-padrão intermediária de cádmio (que correspondem às concentrações inais de
(0,2; 0,5; 1 e 2) mg/L e complete o balão com HCl 10%.
Ajuste do equipamento – Ajuste o equipamento de acordo com o manual de instruções
do fabricante usando como comprimento de onda 228,8 nm e chama oxidante de ar/
acetlileno. Ajuste a nebulização para obtenção de máxima absorbância, utilizando um dos
padrões da curva-padrão.
Determinação – Zere o equipamento com o branco, faça as leituras dos padrões, construa
a curva-padrão e calcule o coeiciente angular. Faça a leitura das amostra e calcule a concentração usando a fórmula a seguir:
Cálculo
Aa = absorbância da amostra
IAL - 757
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Ab = absorbância do branco da amostra
a = absortividade
V = volume do balão no qual foi transferida a amostra, em mL
m = massa da amostra, em g
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 1: Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 9. p. 16. (method 973.35).
Colaboradores
Alice Momoyo Sakuma, Carmen Silvia Kira, Franca Durante de Maio, Isaura Akemi Okada,
Márcia Liane Buzzo, Maria Cristina Duran e Maria de Fátima Henriques Carvalho
758 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
CAPÍTULO
XXIV
MICOTOXINAS
IAL - 759
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
760 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
XXIV
MICOTOXINAS
D
evido aos graves problemas que as micotoxinas acarretam, muitos países têm
estabelecido medidas para o seu controle nos alimentos destinados ao consumo humano e animal.
Cada vez maior é o número de países que importam e exportam grandes quantidades de alimentos, e isto leva a novos desaios para a indústria alimentícia e para os
órgãos reguladores responsáveis pelo cumprimento das normas relativas à inocuidade dos
alimentos comercializados e à proteção dos consumidores.
Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por alguns fungos denominados
de fungos toxigênicos, sendo os principais representantes os dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium. Entre as principais micotoxinas de interesse na área de alimentos
citamos: alatoxinas, patulina, ocratoxina, zearalenona, tricotecenos, fumonisinas entre
outras. As alatoxinas são as que apresentam maior importância sob o ponto de vista
toxicológico.
As micotoxinas são produzidas somente quando certas condições ambientais, tais
como temperatura e umidade, além das características bioquímicas dos produtos que
servem como substrato, são propícias para a sua produção.
Outro fator muito importante na produção das micotoxinas é a integridade física
do cereal. A contaminação poderá ocorrer mesmo em material armazenado, porque lesões mecânicas ou provocadas por insetos ou durante o processamento, tornam os cereais
muito susceptíveis à proliferação de fungos.
Em quase todas as matérias-primas destinadas a gêneros alimentícios, tais como:
arroz, milho, feijão, trigo, cevada, soja, castanha-do-pará, nozes, amendoim, café, sorgo,
semente de algodão, frutas, presunto, queijo, leite e até vinho, já foram detectados um ou
mais tipos de micotoxinas.
IAL - 761
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Por se tratar de importante problema de saúde pública, à análise de micotoxinas
devem ser empregados métodos que proporcionem credibilidade e coniabilidade aos
resultados analíticos emitidos pelo laboratório.
Riscos no manuseio de micotoxinas
A micotoxina pura na forma de cristal (sal), especialmente as alatoxinas, pela sua
natureza eletrostática, tende a se dispersar na área do laboratório. Precauções especiais são
necessárias para se evitar a contaminação do ar, bancadas, paredes e frascos. Recomenda-se
lavar o local contaminado com solução de hipoclorito de sódio a 5% e acetona. Durante
o manuseio das micotoxinas, torna-se necessário o uso de luvas e máscaras. O preparo de
soluções-padrão a partir de micotoxinas na forma cristalina deve ser realizado em capela
de exaustão de vapores orgânicos. Descontamine o material utilizado no laboratório com
solução de hipoclorito de sódio a 5% e acetona antes de ser descartado.
As micotoxinas e a amostragem
O processo de amostragem, prévio à atividade laboratorial, é responsável pelo sucesso ou fracasso de uma informação analítica. Excetuando os líquidos, os outros produtos têm uma distribuição heterogênea quando contaminados. Sabe-se que as alatoxinas
em um lote de amendoim podem estar concentradas em até 0,5% dos grãos e que alguns
deles podem estar contaminados com teores excessivamente elevados. Até mesmo a distribuição destas micotoxinas em um único grão de amendoim não é uniforme e pode estar
concentrada em uma pequena área supericial do grão.
O conhecimento ou o estabelecimento prévio dos riscos envolvidos na amostragem, que é a etapa determinante na variação dos resultados analíticos, torna-se essencial
para que todo processo de análise não seja invalidado e, na maioria das vezes, gerando
resultados sem qualquer signiicado analítico.
Considerando as alatoxinas como exemplo, por serem as mais estudadas, o erro
de amostragem tem sido demonstrado ser grande. Os grãos individuais de amendoim
podem conter esta micotoxina em até 1000000 ng/g, caroços de algodão mais do que
5000000 ng/g e grãos de milho até 400000 ng/g. Estes extremos na concentração de alatoxinas em unidades individuais do produto explica a grande variabilidade nos resultados
de um lote em particular e a extensão do erro na amostragem.
A literatura descreve vários planos de amostragem que, para aplicação em análises
iscais torna-se inviável, mas como sugestão indicamos algumas referências, para análise
de micotoxinas que integram a Resolução-RDC nº 274, de 15/10/2002, publicada no
DOU em 16/10/2002 e de uma que consta da Diretiva da Comissão Européia:
1-Directive 98/53/EC
2-FAO Foods and Nutrition Paper, 55, Rome, 1993.
3-Norma FIL-IDF 50 B, 1985. Métodos de amostragem para leite e produtos lácteos.
762 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
4-Norma ISO 950, 1979. Amostragem de cereais em grãos.
5-Waltking, A.E. Amostragem e preparação de amostras de manteiga de amendoim para
análise de alatoxinas. J.A.O.A.C. 63:103-106, 1980.
401/IV Determinação de aflatoxina M1 em leite por cromatografia em camada delgada
Este método baseia-se na extração com solvente orgânico, limpeza com celite e partição liquido-liquido, extração com clorofórmio, separação por cromatograia em camada
delgada (CCD), quantiicação visual por comparação com padrão e conirmação por derivatização com ácido triluoroacético. O limite de quantiicação do método é 0,3 μg/L.
Material
Agitador mecânico horizontal, balança semi-analítica, banho-maria ou rotavapor, cabine
com lâmpada UV onda longa (λ = 366 nm), capela de exaustão para solventes orgânicos,
espectrofotômetro UV/VIS, bastão de vidro, balão volumétrico, béquer de 500 mL, cuba
cromatográica, frasco Erlenmeyer de 500 mL, frasco âmbar de 5 mL, funil, funil de
separação de 1000 mL, proveta de 100 mL, pipeta de 10 mL, microsseringas de 10, 25
e 100 μL, papel de iltro qualitativo e cromatofolha ou cromatoplaca de sílica gel G sem
indicador de luorescência (20 x 20) cm.
Reagentes
Acetona
Acetonitrila
Ácido sulfúrico (1:3)
Benzeno
Celite
Cloreto de sódio
Clorofórmio
Hexano
Isopropanol
Metanol
Nitrogênio
Alatoxina M1 padrão
Sulfato de sódio anidro
Tolueno
Ácido triluoroacético – TFA
Solução TFA – Misture ácido triluoroacético e hexano na proporção de 1:3 v/v
Procedimento
Preparação e veridicação de soluções-padrão – Proceda conforme 403/IV
IAL - 763
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Preparação da amostra – Agite 75 mL de leite com 300 mL de metanol e 25 g de celite
em frasco Erlenmeyer, por 30 minutos, em agitador mecânico horizontal. Filtre em papel
de iltro, recolha a fase metanólica em funil de separação e adicione 225 mL de solução
de cloreto de sódio a 4% m/v. Acrescente 100 mL de hexano e agite por 3 minutos. Recolha a fase metanólica e descarte a fase hexânica. Repita esta operação mais duas vezes.
Adicione 100 mL de clorofórmio na fase metanólica e agite por três minutos e recolha o
clorofórmio. Repita esta operação mais duas vezes. Junte as porções de clorofórmio em
um funil de separação e adicione 300 mL de solução de cloreto de sódio a 4%. Agite e
iltre a fase clorofórmica em papel de iltro com sulfato de sódio anidro. Recolha o clorofórmio, evapore até próximo à secura e transira, quantitativamente com clorofórmio,
para um frasco âmbar. Evapore o conteúdo do frasco âmbar sob corrente de nitrogênio
até resíduo e proceda à separação e quantiicação.
Separação – Ressuspenda a AFM1 com 100 μL de tolueno-acetonitrila (9:1). Aplique,
sobre a placa cromatográica, 20 μL deste extrato e também pontos de 1 a 5 μL de solução-padrão de AFM1 a 0,2 μg/mL. Desenvolva a placa em fase móvel de clorofórmioacetona-isopropanol (87:10:3). Seque a placa na temperatura ambiente e visualize sob luz
UV ( =366 nm).
Quantiicação – Compare a intensidade de luorescência da mancha da alatoxina M1
da amostra com as do padrão e os seus respectivos Rf, determinando qual mancha do
padrão corresponde à da amostra. Se a intensidade da luorescência da amostra for maior
ou menor que a dos padrões, dilua ou concentre e recromatografe.
Conirmação – Para a conirmação da AFM1 é utilizado o ácido triluoroacético (TFA)
conforme 402/IV.
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.12 th ed., Arlington:
A.O.A.C., 1975, Chapter 26. p. 476 (method 26.084).
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods
of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.16 th ed., Arlington:
A.O.A.C., 1995, Chapter 49. p. 3-4, 30-31, 34-35 (methods 970.44, 971.22, 980.21,
986.16).
402/IV Determinação de aflatoxina M1 em leite por CCD ou CLAE após separação
em coluna de imunoafinidade
Os mamíferos que ingerem alimentos contaminados com AFB1 e AFB2 secretam,
em seu leite, produtos tóxicos resultantes da bioativação, conhecidos como micotoxinas
do leite ou AFM1 e AFM2.
764 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Alatoxina M1 parece estar associada à fração protéica do leite (caseína), estando
assim presente não somente nos tipos luido ou em pó como também em seus produtos
derivados. Este método é aplicado para determinação de Alatoxina M1 em amostras de
leite. O limite de quantiicação (LQ) do método é 0,02 μg/L.
Material
Cabine com lâmpada UV onda longa (λ =366 nm), capela de exaustão para solventes orgânicos, centrífuga, cromatógrafo líquido de alta eiciência, espectrofotômetro UV/VIS,
suporte coletor de amostra a vácuo (Manifold), balão volumétrico, cuba cromatográica,
frasco âmbar de10 mL, microsseringas de 10, 50, 100 e 500 μL, cromatofolhas ou cromatoplacas de sílica gel G sem indicador de luorescência (20 x 20) cm, proveta de 100 mL,
seringas de vidro de 10 e 20 mL, tubo para centrífuga de polipropileno de 50 mL e vials
para injetor automático de 1 mL.
Reagentes
Ácido acético glacial
Ácido triluoroacético
Acetona
Acetonitrila, grau CLAE
Ácido sulfúrico (1:3)
Benzeno
Clorofórmio
Coluna de imunoainidade para AFM1
Coluna fase reversa (C18) para CLAE (25 x 0,4) cm
Isopropanol
Metanol, grau CLAE
Nitrogênio
Padrão de Alatoxina M1
Tolueno
Solução-padrão de AFM1 – Proceda conforme 403/IV
Procedimento
Preparação e tratamento da amostra por CCD – Centrifugue 100 mL de leite por 15
minutos a 3000 rpm. Remova o sobrenadante e aqueça a (30-37)oC. Transira o leite
centrifugado para uma seringa acoplada à coluna de imunoainidade, e passe a amostra
lentamente pela coluna com o luxo de (2-3) mL/min sob pressão constante. Após passar
IAL - 765
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
todo o volume, lave com 40 mL de água deionizada. Elimine toda a água residual da coluna e elua com 2,5 mL da solução de acetonitrila-metanol (3:2), retendo a solução por
30 segundos na coluna antes de iniciar a eluição e, em seguida, com 2,5 mL de metanol,
invertendo suavemente o luxo por 3 vezes durante a eluição. Recolha a amostra em um
frasco âmbar. Evapore o extrato eluído sob corrente de nitrogênio.
Separação por cromatograia em camada delgada, quantiicação e conirmação – Ressuspenda a AFM1 com 150 μL de tolueno-acetonitrila (90:10). Aplique, sobre a placa
cromatográica, 50 μL do extrato da amostra e também 1 a 7 μL da solução-padrão de
AFM1 a 0,2 μg/mL. Desenvolva a placa em clorofórmio-acetona-isopropanol (87:10:3).
Remova a placa após 12 cm de desenvolvimento do solvente e deixe secar naturalmente
ao ar. Sob luz UV (λ=366 nm), localize as manchas luorescentes indicativas da presença de AFM1. Manchas luorescentes com o mesmo Rf e mesma tonalidade do padrão
indicam resultados positivos presuntivos. Efetue a quantiicação por comparação visual
da intensidade de luorescência da mancha suspeita com a do padrão. Se a intensidade
de luorescência da mancha da amostra for maior ou menor que a dos padrões, dilua ou
concentre a amostra e recromatografe. Pulverize a placa com H2SO4 (1+3). Deixe secar
e observe sob lâmpada UV longa. A luorescência da AFM1 muda de azul para amarelo,
indicando a presença da referida micotoxina. Para a conirmação da AFM1 é utilizado o
ácido triluoroacético (TFA).
Reação com ácido triluoroacético-hexano (1+3) – Divida uma placa verticalmente em
duas regiões e em cada uma delas cromatografe dois pontos da amostra e dois do padrão.
Em uma das regiões sobreponha 1 μL da solução de TFA em um dos pontos da amostra
e em um dos padrões. Aqueça a placa por 10 minutos a (35 - 40)°C e desenvolva o cromatograma com clorofórmio-acetona (85+15). Examine a placa sob lâmpada UV longa.
A AFM1 com TFA aparecerá em 1/3 do Rf da alatoxina original.
Preparação e/ou tratamento da amostra por CLAE – Centrifugue 50 mL de leite por
15 minutos a 3000 rpm. Remova o sobrenadante e aqueça a (30-37)oC. Transira o leite
centrifugado para uma seringa acoplada à coluna de imunoainidade e passe a amostra
lentamente pela coluna, luxo de (2-3) mL/min sob pressão constante. Após passar todo
o volume, lave com 10 mL de água. Elimine toda a água residual da coluna e elua com
1,25 mL da solução de acetonitrila-metanol (3:2), retendo a solução por 30 segundos na
coluna antes de iniciar a eluição e em seguida 1,25 mL de metanol, invertendo o luxo
suavemente por 3 vezes durante a eluição. Recolha a amostra eluída em um frasco âmbar.
Evapore a amostra eluída sob corrente de nitrogênio até resíduo para o procedimento de
separação e quantiicação.
766 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Separação por CLAE, quantiicação e conirmação – Ressuspenda a AFM1 com 500 μL
da mistura de ácido acético 1%-acetonitrila-metanol (40:35:25) e injete 20 μL desta
solução na coluna cromatográica. A fase móvel utilizada é ácido acético 2%-acetonitrilametanol (40:35:25) por 10 minutos, luxo de 1,0 mL/min; detector de luorescência com
comprimentos de onda de excitação de 360 nm e de emissão de 430 nm. A temperatura
da coluna é de 35°C. O tempo de retenção da AFM1 é de aproximadamente 3,1 minutos.
É importante a injeção do padrão de AFM1 antes do início da análise, veriicando o tempo de retenção e a resposta com a curva de calibração construída.
Cálculo
Para o cálculo da concentração de AFM1 é necessária a integração do pico e a comparação
do valor encontrado com a curva de calibração construída (o equipamento já fornece) ou
de acordo com seguinte fórmula:
H = altura do pico da amostra
H’ = altura do pico do padrão
C’ = concentração do padrão (ng/μL)
VI’ = volume injetado do padrão
VI = volume injetado da amostra
V = total do volume inal da amostra (μL)
W = volume de leite representado no inal do extrato (mL)
Referências bibliográficas
APPLEBAUM, R.S.; BRACKETT, R.E.; WISEMAN, D.W.; MARTH, E.H. Alatoxin: toxicity to dairy cattle and ocurrence in milk and milk products – a review. J. Food
Prot., v. 45, n. 8, p. 752-777, 1982.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.16 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1995, chapter 49. p. 3-4, 30-31, 34-35 (methods 970.44, 971.22, 980.21,
986.16).
BARNES, J.M. Alatoxins as health hazard. J. Appl. Bacteriol. v. 33, p. 285-298,
1970.
IAL - 767
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
DRAGACCI, S.; GROSSO, F., GILBERT, J. Immunoaffinity Column Cleanup with
Liquid Chromatography for Determination of Aflatoxin M1 in Liquid Milk: Collaborative
Study. Journal of A.O.A.C. International, v. 84, n. 2, p. 437-443, 2001.
GALVANO, F.; GALOFARO, V.; GALVANO, G. Occurrence and stability of
Aflatoxin M1 in milk and milk products: a worldwide review. J. Food Prot., v. 59, n.
10, p. 1079-1090, 1996.
403/IV Determinação de aflatoxinas por cromatografia em camada delgada
Este método é aplicado para a determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em
sementes oleaginosas, cereais e seus produtos e também em rações. As aflatoxinas são
extraídas com clorofórmio e com posterior remoção de interferentes por partição líquida
com metanol-água-hexano. Os componentes são determinados pela comparação da intensidade de fluorescência das amostras com a dos padrões por cromatografia em camada
delgada. O método pode alcançar um limite de detecção de 2,0 µg/kg (ppb) e limite de
quantificação de 3,0 µg/kg (ppb).
Material
Espectrofotômetro UV/VIS com cubetas de quartzo de 1 cm de caminho óptico, gabinete com lâmpada ultravioleta de 15 watts e comprimento de onda 366 nm, balança analítica, balança semi-analítica, agitador mecânico, banho-maria com temperatura
controlada ou rotavapor, estufa, banho ultra-som, cilindro de nitrogênio, moinho ou
liquidificador, peneiras de 20 mesh, capela para solventes orgânicos, béqueres de 10 e 25
mL, frascos Erlenmeyer de 25 mL e de 250 ou 300 mL, provetas 50 e 100 mL, bastão de
vidro, funil de vidro, papel de filtro Whatman n° 4 ou equivalente, funil de separação de
250 ou 500 mL com torneira de teflon, pipeta graduada 10 mL, microsseringas de 10,
25 e 500 µL, cuba cromatográfica de vidro para placas de (20 x 20) cm, pulverizador para
placas cromatográficas, balões volumétricos de 50 e 2000 mL, pipetas volumétricas de 1
e 25 mL e cromatoplacas ou cromatofolhas (20 x20) cm de sílica gel G sem indicador de
fluorescência
Reagentes
Metanol
Clorofórmio
Hexano
Acetonitrila
Benzeno
768 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Tolueno
Acetato de etila
Ácido fórmico
Acetona
Hhylo-super cel, tipo celite ou equivalente
Solução de NaCl ou KCl 4% m/v
Ácido sulfúrico
Ácido triluoroacético (TFA)
Solução de TFA-hexano (1:3), recém-preparada
Sistema de solventes para desenvolvimento da cromatograia em camada delgada:
Tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10)
Acetona-clorofórmio (10:90)
Tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (60:30:10)
Clorofórmio-acetona-isopropanol (85:12,5:2,5)
Benzeno-metanol-ácido acético (90:5:5)
Solução aquosa de ácido sulfúrico (1+3)
Soluções-padrão de alatoxinas – Dissolva os padrões de B1, B2, G1 e G2 com volumes
adequados da mistura benzeno-acetonitrila (98:2), para que se obtenha concentrações
aproximadas de (1,0 a 2,5) μg/mL.
Solução de ácido sulfúrico 0,009 M – Pipete 1 mL de ácido sulfúrico, transira para um
balão de 2000 mL e complete o volume com água .
Solução A (K2Cr2O7 0,25 mM) – Pese aproximadamente 78 mg de dicromato de potássio
previamente dessecado e dissolva em 1000 mL de ácido sulfúrico 0,009 M.
Solução B (K2Cr2O7 0,125 mM) – Pipete 25 mL da Solução A, transira para um balão
volumétrico de 50 mL e complete o volume com solução de ácido sulfúrico 0,009 M.
Solução C (K2Cr2O7 0,0625 mM) – Pipete 25 mL da Solução B, transira para um
balão volumétrico de 50 mL e complete o volume com solução de ácido sulfúrico
0,009 M.
Procedimento
Avaliação de desempenho do espectrofotômetro – Leia as absorbâncias das soluções A, B
e C a 350 nm, usando como branco a solução de ácido sulfúrico 0,009 M.
IAL - 769
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo do fator de correção do espectrofotômetro:
A*= absorbâncias das soluções A, B e C, calculadas separadamente
C = concentração das soluções A, B e C em mM
CF = fator de correção
O intervalo de aceitabilidade do CF: 1,05 > CF > 0,95
Nota: se o valor de CF estiver fora dos padrões, cheque novamente o método; se o valor
persistir, o aparelho está descalibrado e necessita de reparo técnico.
Veriicação da concentração dos padrões de micotoxinas – Após a dissolução dos padrões
em seus respectivos solventes, leia as absorbâncias nos comprimentos de onda de máxima
absorção (Tabela 1) e determine a concentração usando a seguinte fórmula:
A = absorbância
CF = fator de correção do aparelho
PM = peso molecular da micotoxina (Tabela 1)
ε = absortividade molar da micotoxina (Tabela 1)
770 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Tabela 1 – Propriedades físico-químicas de algumas micotoxinas
Solventes*
Comprimento
de onda (λ)
nm
Absortividade
Molar (ε)
Alatoxina B1
1
2
3
4
5
360
350
350
345
350
21800
19800
20600
20300
19100
Alatoxina B2
1
2
362
350
24000
20900
314
Alatoxina G1
1
2
362
350
17700
17100
328
Alatoxina G2
1
2
362
350
19300
18200
330
Alatoxina M1
6
350
18815
328
Micotoxinas
Solvente 1
Solvente 2
Solvente 3
Solvente 4
Solvente 5
Solvente 6
=
=
=
=
=
=
Peso
molecular
312
metanol
benzeno-acetonitrila (98:2)
clorofórmio
heptano
tolueno
benzeno-acetonitrila (9:1)
Notas
Recomenda-se a substituição do solvente contendo benzeno por um outro menos tóxico.
A veriicação dos padrões deve ser efetuada de acordo com a periodicidade do uso.
Preparação da amostra – Triture ou moa, de acordo com a natureza da amostra, a im de
que se obtenha massa homogênea, podendo utilizar liqüidiicador, moinho ou moedor
de carne. Passe a amostra pela peneira de 20 mesh. Homogeneíze novamente e retire uma
sub-amostra de 30 g.
Extração e puriicação – Pese 30 g da amostra previamente homogeneizada e transira
para um frasco Erlenmeyer. Adicione cerca de 10 mL de água aquecida a 60oC para facilitar a penetração do solvente orgânico nos tecidos hidrofílicos. Homogeneíze com bastão
de vidro. Adicione 100 mL de clorofórmio, tampe o frasco com algodão e agite manualmente por 30 segundos. Prossiga esta operação com agitador mecânico por mais 30
IAL - 771
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
minutos. Filtre o extrato clorofórmico em funil de vidro com papel de iltro qualitativo.
No caso de amostra de amendoim ou derivados, adicione pequena quantidade de celite
ao funil para acelerar a iltração. Colete 50 mL do extrato em outro frasco Erlenmeyer e
evapore em banho-maria a 80oC até que todo o clorofórmio tenha sido eliminado. Ressuspenda o resíduo com 50 mL de metanol, transira quantitativamente para o funil de
separação, adicione 50 mL da solução de NaCl a 4% e agite lentamente. Extraia as gorduras e os demais interferentes com três porções de 50 mL de hexano. Descarte a fração
com hexano (superior). Recolha o extrato metanólico em béquer ou frasco Erlenmeyer.
Transira quantitativamente o extrato metanólico para um funil de separação limpo e extraia as alatoxinas com 50 mL de clorofórmio, agitando o funil de separação suavemente
por três minutos. Deixe as fases se separarem e recolha a inferior (clorofórmio) em frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Repita a operação com mais 50 mL de clorofórmio. Recolha o
total de clorofórmio juntamente com o extrato da primeira partição e evapore em banhomaria a 80oC ou rotavapor a (50-60)°C. O resíduo deve ser transferido quantitativamente
com clorofórmio para um frasco Erlenmeyer de 25 ou 50 mL e evaporado sob corrente
de nitrogênio. Para efetuar a cromatograia em camada delgada, dissolva o resíduo em
clorofórmio em quantidade adequada, normalmente entre 200 a 500 μL e utilize banho
de ultra-som por cerca de 30 segundos para assegurar total dissolução das alatoxinas.
Triagem das micotoxinas por cromatograia em camada delgada – Aplique em placa de
sílica gel, 5 a 10 μL da amostra e alguns pontos de cada padrão, separadamente, fazendo
sobrepor no segundo ponto do padrão 5 μL da amostra. Desenvolva o cromatograma em
cuba previamente preparada para garantir a saturação com tolueno-acetato de etila-ácido
fórmico (50:40:10). Remova a placa depois de 12 cm de desenvolvimento do solvente e
seque. Observe o cromatograma sob lâmpada de luz UV de comprimento de onda longo.
Amostras suspeitas de conterem alatoxinas devem ser quantiicadas e conirmadas separadamente.
Quantiicação – Aplique, nas placas 1, 3, 5, 7 μL dos padrões e 5 e 10 μL de cada amostra.
Desenvolva as placas em clorofórmio-acetona (90:10) ou em tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10). Compare a intensidade da luorescência da mancha da micotoxina da amostra com a dos padrões e determine qual das manchas da amostra corresponde
a do padrão. Se a intensidade da luorescência da mancha de menor volume utilizado da
solução de amostra for maior do que a do padrão, dilua a amostra e recromatografe.
Conirmação da identidade das alatoxinas – Realize a cromatograia bi-dimensional, utilizando a fase 1: clorofórmio-acetona-hexano (85:15:20) ou clorofórmio-acetona (90:10)
e a fase 2: tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10) e faça o teste químico com
ácido sulfúrico (1+3) e reação com ácido triluoroacético, descrito a seguir:
772 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
a) teste químico – Pulverize a placa com solução aquosa de H2SO4 (1+3). Deixe secar e
observe sob lâmpada UV (comprimento de onda longo). A luorescência das alatoxinas
muda de azul (AFB) ou verde (AFG) para amarelo. Este teste somente conirma a ausência de alatoxinas.
b) reação com TFA (ácido triluoroacético) – Divida uma placa verticalmente em duas
regiões e em cada um delas cromatografe dois pontos de amostra e dois de padrões. Em
uma das regiões, sobreponha 1 μL de solução de TFA em um dos pontos da amostra e
em um dos pontos do padrão. Aqueça a placa por 10 minutos a (35-40)oC e desenvolva
o cromatograma com clorofórmio-acetona (85+15) ou clorofórmio-acetona-isopropanol
(85:12,5:2,5). Examine a placa sob lâmpada UV de comprimento de onda longo. A
alatoxina com TFA forma um hemi-acetal cujo Rf é 1/3 do Rf da alatoxina original.
Utilizando-se TFA, a alatoxina B1 transformar-se-à em alatoxina B2a e a alatoxina G1 em
G2a. Este teste é decisivo para conirmação da identidade das alatoxinas B1 e G1.
Cálculo
S = μL de micotoxina padrão, de luorescência igual à da amostra
Y = concentração-padrão da micotoxina em μg/mL
V = μL de solvente requerido para diluir o extrato inal
Z = μL da mancha do extrato da amostra que deu intensidade de luorescência igual à
do padrão.
W = gramas de amostra contidas no extrato inal.
Notas
O material contaminado deve ser tratado com hipoclorito de sódio a 5% e acetona, antes de ser descartado e lavado. Enxágüe bem todo material para que não ique nenhum
resíduo do oxidante utilizado. Como alternativa, deixe o material contaminado por um
período mínimo de 30 minutos em uma solução de hidróxido de sódio a 5%.
As alatoxinas são hepatotóxicas e carcinogênicas; portanto a análise deve ser realizada em
capela de exaustão apropriada, com máscara e luvas de borracha. Ao triturar ou moer as
amostras, use máscara apropriada para não inalar o pó.
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990, chapter 49. p. 1184-1199.
IAL - 773
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1,
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 2a ed. São Paulo: IMESP, 1976. p.
323-325.
PRZYBYLSKI, W. Formation of alatoxin derivatives on thin-layer chromatographic
plates. J. Assoc. Off. Analyt. Chem., v. 58, p. 163-164, 1975.
VELASCO, J. Replacement of benzene as a solvent for alatoxin standards. J. Am. Oil
Chem. Soc., p. 938A-940A, 1981.
STACK, M.E.; POHLAND, A.E. Colaborative study of a method for chemical
conirmation of the identity of alatoxin. J. Assoc. Off. Analy. Chem., v. 58, p. 110113, 1975.
404/IV Determinação de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 por CCD após separação em
coluna de imunoafinidade
O objetivo do método refere-se à determinação das alatoxinas B1, B2, G1 e G2 em
milho, amendoim e produtos derivados. As alatoxinas são extraídas com solução aquosa
de metanol e puriicadas em uma coluna de imunoainidade, onde anticorpos monoclonais especíicos ligam-se aos antígenos, as alatoxinas, sendo posteriormente eluídas,
cromatografadas em placas de sílica gel e visualizadas as luorescências sob luz ultravioleta.
O limite de quantiicação (LQ) do método é 2 μg/kg.
Material
Liqüidiicador, provetas, balança semi-analítica, coluna de imunoainidade para alatoxinas, funil, manifold, béqueres, frasco âmbar, papel de iltro Whatman no 4, seringas de
vidro de 10 mL, pipeta de 2 mL, cromatoplacas, microsseringas e cuba cromatográica.
Reagentes
Metanol
Metanol, grau CLAE
Cloreto de sódio
Procedimento
Preparação da amostra – Pese 50 g da amostra previamente triturada, e 4 g de NaCl, e
774 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
transira para o copo do liqüidiicador juntamente com 250 mL de uma solução de metanol-água deionizada (60:40). Triture por 1 minuto em alta velocidade. Ao término deste
tempo, adicione 250 mL de água deionizada. Misture e iltre aproximadamente (25 a 50) mL
em papel de iltro Whatman no 4. Transira 10 mL do iltrado para a seringa de vidro acoplada à
coluna de imunoainidade sobre o manifold. Na coluna de imunoainidade, passe a amostra em um luxo de 2 a 3 mL por minuto, lave com 20 mL de água deionizada e elimine
toda a água residual da coluna. Elua as alatoxinas passando 2 mL de metanol e colete em
frasco âmbar. Evapore até à secura sob corrente de nitrogênio.
Cromatograia em camada delgada – Ressuspenda o resíduo em clorofórmio ou toluenoacetonitrila (9:1) em quantidade adequada, normalmente 100 μL e utilize banho de ultra-som por cerca de 30 segundos para assegurar total dissolução das alatoxinas. Aplique,
em cromatofolha ou cromatoplaca de sílica gel, 10 μL da amostra, duas vezes. Sobre a 2ª
mancha do extrato, aplique uma quantidade adequada dos padrões (B1+B2+G1+G2). Na
mesma placa aplique: 1, 3, 5 e 7 μL de padrão de alatoxinas. Desenvolva o cromatograma
em cuba cromatográica previamente saturada com tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (5:4:1) ou clorofórmio-acetona (9:1). Remova a placa após 12 cm de desenvolvimento
e deixe secar naturalmente ao ar. Sob luz UV de comprimento de onda longa, localize
as manchas luorescentes com o mesmo Rf e mesma tonalidade do padrão. As amostras
suspeitas de conterem alatoxinas devem ser quantiicadas e conirmadas.
Quantiicação – Para a quantiicação de alatoxinas, separe-as previamente desenvolvendo
as placas em clorofórmio-acetona (9:1) ou tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (5:4:1).
Compare a intensidade da luorescência da mancha da amostra com a do padrão e determine qual das manchas da amostra corresponde a uma dos padrões. Se a intensidade da
luorescência da mancha de menor volume de amostra for maior que a do padrão, faça a
diluição necessária e recromatografe.
Teste conirmatório da presença de alatoxinas – Poderá ser realizado pelas seguintes técnicas:
a) reação com ácido sulfúrico – Pulverize a placa com H2SO4 (1+3). Deixe secar e observe
sob lâmpada UV. A luorescência da alatoxina muda de azul (AFB1) ou verde (AFG1)
para amarelo. Este teste somente conirma a ausência de alatoxinas nas amostras que não
mudarem para a cor amarela.
b) reação com TFA (ácido triluoroacético) – Marque uma placa verticalmente, dividindo-a em duas regiões e em cada uma delas cromatografe dois pontos de amostra e dois de padrão. Em uma das regiões, sobreponha 1 μL de TFA em um dos ponIAL - 775
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
tos da amostra e em um dos pontos dos padrões. Aqueça a placa por 10 minutos a
(35-40)°C e desenvolva o cromatograma com clorofórmio-acetona (85:15). Examine a
placa sob a lâmpada UV. A mancha da alatoxina com TFA apresentará Rf igual a 1/3 do
Rf original.
Referências bibliográficas
R-BIOPHARM RHÔNE LTD. OCHRAPREP®: Quantitative Detection of Ochratoxin A. 5 p.
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Laboratory Decontamination and Destruction of Alatoxins B1, B2, G1, G2 in Laboratory Wastes. Lyon:
WHO, 1989. (IARC n. 37).
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS.
Sampling plans for aflatoxins and analysis in peanuts and corn. Rome: FAO, 1993
(FAO Food and Nutrition Paper, 55).
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990, Chapter 49, p. 1184-1199.
405/IV Determinação de desoxinivalenol
Os tricotecenos são micotoxinas que afetam o maior número das funções biológicas dos animais contaminados: sistema nervoso, aparelho digestivo, regiões produtoras de
componentes sangüíneos e pele. A intoxicação pela referida micotoxina é caracterizada
por vômito, inlamação, hemorragia, recusa alimentar, diarréia, aborto, mudanças hematológicas, angina necrótica, desordens nervosas e destruição da medula óssea.
O princípio do método baseia-se na extração da micotoxina com mistura de solventes, puriicação em uma coluna de carvão, eluição, cromatograia em cromatoplacas de
sílica gel G, derivatização com AlCl3 e visualização do composto luorescente formado.
Material
Frascos Erlenmeyer de 10, 25, 50 e 500 mL, provetas de 50, 100 e 200 mL, pipeta, funil
de vidro, funil de separação, coluna cromatográica, placa de vidro, lâmpada UV, microsseringa, bomba de vácuo e kitassato de 125 mL.
776 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Reagentes
Padrão de desoxinivalenol (DON)
Acetonitrila
Clorofórmio
Acetona
Isopropanol
Tricloreto de alumínio
Alumina ativada
Carvão ativo
Celite
Sílica gel G 60
Hexano
Solução de AlCl3 a 15% m/v – Pese 15 g de tricloreto de alumínio. Transira para um balão
volumétrico de 100 mL, dissolva e dilua ao volume com a mistura de etanol-água (1:1).
Solução-padrão de DON – Dissolva o padrão em acetato de etila tal que a concentração
inal seja aproximadamente 100 μg/mL.
Procedimento
Veriicação da concentração da solução-padrão de DON – Faça a leitura da absorbância
no espectrofotômetro UV/VIS a 260 nm e calcule a concentração de DON conforme
fórmula abaixo:
A = absorbância
PM = peso molecular do padrão
f = fator de correção do aparelho
ε = absortividade molar do DON em acetato de etila (1410)
Preparação da amostra – Pese 50 g de amostra moída. Adicione 200 mL da mistura de
acetonitrila-água (84:16) e deixe em contato com agitação mecânica por 30 minutos.
Filtre e transira 20 mL do iltrado para funil de separação. Extraia a gordura com hexano
três vezes com 50 mL (o hexano ica na parte superior). Reserve o extrato e passe pela
coluna cromatográica.
IAL - 777
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Preparação da coluna cromatográica – Coloque lã de vidro na parte inferior da coluna, em quantidade suiciente para bloquear a fase estacionária. Pese e homogeneíze em
um frasco Erlenmeyer de 25 mL, a mistura de 0,7 g de carvão ativo, 0,5 g de alumina e 0,3 g de celite. Coloque esta mistura aos poucos, na coluna cromatográica com
ajuda da bomba de vácuo. Lave a coluna com 10 mL da solução de acetonitrila-água
(84:16) e descarte o solvente de lavagem. Passe os 20 mL do iltrado na coluna e lave com
10 mL de solução de acetonitrila-água (84:16) e recolha o extrato em frasco Erlenmeyer de
50 mL. Evapore em banho-maria até secagem. Elua, em frasco Erlenmeyer de 10 mL, com
± 5 mL de acetato de etila e evapore em banho-maria sob corrente de nitrogênio. Elua o
resíduo com 200 μL de uma mistura de clorofórmio-acetonitrila (4:1). Aplique na cromatoplaca de sílica gel G sem indicador de luorescência, 10, 20, 30 μL da amostra e 5
e 10 μL do padrão. Desenvolva o cromatograma com clorofórmio-acetona-isopropanol
(80:10:10). Remova a placa após 12 cm de desenvolvimento e deixe secar naturalmente
ao ar. Pulverize com solução de AlCl3 a 15%. Aqueça em estufa a 120°C durante 7 minutos e observe sob luz UV longa.
Quantiicação – Compare a intensidade da luorescência da mancha de desoxinivalenol
da amostra com as do padrão e determine qual das manchas da amostra corresponde a
uma das do padrão. Se a intensidade da luorescência da mancha correspondente ao menor volume aplicado de amostra for maior que a do padrão, a amostra deverá ser diluída
convenientemente e recromatografada.
Cálculo
S = μL da solução-padrão de micotoxina com mancha com luorescência igual à da amostra
Y = concentração da micotoxina padrão em μg/mL usada na cromatograia
V = μL do solvente requerido para diluir o extrato inal
Z = μL do extrato da amostra com mancha de intensidade da luorescência igual a do
padrão
W = gramas de amostra contida no extrato inal.
Referências bilbiográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
778 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
A.O.A.C., 1990, Chapter 49. p. 1205. (method 986.17).
SABINO, M.; ICHIKAWA, A.H.; INOMATA, E.I.; LAMARDO, L.C.A. Determinação de deoxinivalenol em trigo e milho em grão por cromatograia em camada delgada.
Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 49. n. 2. p.155-159, 1989.
TRUCKSESS, M.W.; NESHEIM, S.; EPPLEY, R.M. hin layer chromatographic determination of deoxynivalenol in wheat and corn. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v. 67. p.
403, 1984.
406/IV Determinação de fumonisina B por CCD ou CLAE, após separação em
coluna de imunoafinidade
Fumonisina B1 é produzida principalmente por Fusarium moniliforme e este método é aplicável para a determinação desta toxina em milho e produtos derivados, utilizando coluna de imunoainidade, onde anticorpos monoclonais especíicos ligam-se
aos antígenos, as fumonisinas, sendo posteriormente eluídos e separados pelas técnicas:
cromatograia em camada delgada (LQ: 1 mg/kg) ou por cromatograia liquida de alta
eiciência (LQ=0,78 mg/kg).
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, provetas, liqüidiicador, funil, papel de microibra, coluna de imunoainidade para fumonisina, cromatógrafo líquido de alta eiciência,
frasco âmbar, placa cromatográica de fase reversa (RP 18), microsseringas, manifold e
coluna cromatográica de fase reversa C18.
Reagentes
Metanol
Cloreto de sódio
Bicarbonato de sódio
Tween 20
Acetonitrila, grau CLAE
Cloreto de potássio 4% m/v
Ácido bórico
Ácido acético glacial
Fluorescamine
o-Ftaldialdeído (OPA)
2-Mercaptoetanol
Hidróxido de sódio
IAL - 779
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Solução-tampão borato de sódio 1 M – Pese 3,8 g de tetraborato de sódio, transira para
um balão volumétrico de 100 mL, dissolva e complete o volume com água deionizada e
corrija o pH para 10,4 com hidróxido de sódio 0,1 M.
Solução de luorescamine 0,04% – Dissolva 2 mg de luorescamine em 5 mL de acetonitrila
Reagente de derivatização (OPA) – Pese 40 mg de o-ftaldialdeído e dissolva em 1 mL
de metanol e dilua com 5 mL da solução-tampão. Adicione 50 μL de 2-mercaptoetanol
e misture. Estoque este reagente em um frasco âmbar vedado com papel alumínio sob
temperatura de (5-15)oC. Nestas condições, o reagente de derivatização é estável por uma
semana.
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M – Dissolva 2 g de hidróxido de sódio em 500 mL
de água deionizada.
Solução de ácido bórico 0,01 M – Misture 30,92 mg de ácido bórico em 50 mL de água
deionizada.
Solução de cloreto de potássio 4% m/v – Dissolva 20 g de cloreto de potássio em 500 mL
de água deionizada.
Solução de extração – Misture 8 volumes de metanol com 2 volumes de água deionizada.
Solução de diluição – Dissolva 12,5 g de cloreto de sódio, 2,5 g de bicarbonato de sódio
e 0,05 mL de Tween 20 em 500 mL de água deionizada.
Solução de ressuspensão – Misture 1 volume de acetonitrila com 1 volume de água.
Fase móvel para CCD – Misture 7,5 volumes de metanol com 2,5 volumes de cloreto de
potássio a 4%.
Solução-padrão de FB1 (50 μg/mL) – Dissolva 0,1 mg de fumonisina B1 em 100 mL da
solução de acetonitrila-água (1:1).
Procedimento – Pese 25 g da amostra triturada e tamisada (20 mesh). Transira para
o copo de um liqüidiicador ou similar, adicione 2,5 g de cloreto de sódio e 50 mL da
mistura metanol-água (8:2). Passe 10 mL do iltrado pela coluna de imunoainidade,
com luxo de aproximadamente 3 mL/minuto. Lave a coluna com 10 mL de solução de
diluição, seguido por 10 mL de água deionizada. A FB1 deve então ser eluída da coluna
780 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
com 2 mL de solução de extração em frasco âmbar com capacidade de 4 mL. Evapore o
eluato sob corrente de nitrogênio comum, podendo utilizar um banho-maria aquecido
até 60°C. Armazene o resíduo à temperatura inferior a 4°C até o momento de se efetuar
a cromatograia.
Cromatograia em camada delgada – Ressuspenda o resíduo da amostra com 100 μL de
acetonitrila-água (1:1), agite durante 1 minuto. Aplique, na cromatoplaca de fase reversa,
10 μL deste extrato e também 2, 3, 5, 7 e 10 μL do padrão. Desenvolva a placa em solução de metanol-KCl 4% (7,5:2,5). Remova a placa, após 12 cm de desenvolvimento e
deixe secar à temperatura ambiente ou com corrente de ar aquecido. Nebulize a cromatoplaca com solução-tampão e, em seguida, pela solução de luorescamine. Espere 1 minuto
e nebulize com a solução de ácido bórico-acetonitrila. Seque e observe sob luz UV longa.
A FB1 pode ser identiicada pela presença de pontos amarelo-esverdeados com Rf aproximadamente 0,57. Para quantiicar, compare a intensidade da luorescência da mancha da
amostra com a do padrão e determine qual das manchas da amostra corresponde a uma
das do padrão. Se a intensidade da luorescência da mancha de menor volume da amostra
for maior do que a do padrão, a amostra deve ser diluída e recromatografada.
CLAE - Ressuspenda o resíduo da amostra com 800 μL de acetonitrila-água (1:1) e, segundos antes da injeção, adicione 200 μL de solução de OPA, completando assim 1 mL
de solvente. Injete 20 μL desta solução na coluna cromatográica (fase reversa C18). A
fase móvel utilizada é ácido acético 1%-acetonitrila (50:50) por 15 minutos, luxo de 0,8
mL/min, detector de luorescência com comprimentos de onda de excitação de 335 nm
e de emissão de 440 nm. A temperatura da coluna é 25oC. O tempo de retenção da FB1
é de aproximadamente 8,1 minutos.
Nota: é importante que a injeção do padrão de FB1 seja antes do início da análise, veriicando o tempo de retenção e a resposta com a curva-padrão construída.
Cálculo
Para o cálculo da concentração de FB1 é necessária a integração do pico e a comparação
do valor encontrado com a curva-padrão construída ou fornecida pelo equipamento ou
de acordo com seguinte fórmula:
H e H’ = alturas dos picos da amostra e do padrão
C’ = concentração do padrão (ng/μL)
IAL - 781
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
VI’ e VI = volumes injetados do padrão e da amostra
V = total do volume inal da amostra (μL)
W = quantidade de amostra representado no inal do extrato (g)
Referências bibliográficas
CAMARGOS, S.M. Fumonisinas em cultivares de milho no Estado de São Paulo: inluência das características do cultivar e das condições climáticas. 2000. Tese (Doutorado
em Ciência dos Alimentos) - Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade de
Campinas, Campinas.
SYDENHAM, E.W. et al. Fumonisin contamination of commercial corn-based human
foodtuffs. J. Agric. Food Chem. v. 39, p. 2014-2018, 1991.
SYDENHAM, E.W. et al. Liquid chromatographic determination of fumonisins B1, B2
and B3 in corn: A.O.A.C. - IUPAC collaborative study. J. Assoc. Off. Anal. Chem. v.
79, n. 3, p. 688-696, 1996.
407/IV Determinação de aflatoxinas, ocratoxina A e zearalenona por cromatografia
em camada delgada
O método é aplicado para a determinação simultânea de aflatoxinas (B1, B2, G1
e G2), ocratoxina A e zearalenona em diversos alimentos. O limite de quantificação do
método é 2,0 µg/kg.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, lâmpada ultravioleta de 15 Watt com comprimentos de
onda curto e longo, balança analítica, balança semi-analítica, liqüidificador, moinho, banho-maria com temperatura controlada, estufa, banho de ultra-som, peneira de 20 mesh,
cilindro de nitrogênio comum, capela com exaustão para vapores orgânicos, béqueres de
100 e 500 mL, frascos Erlenmeyer de 25 e 50 mL, provetas de 10, 50, 100, 200 e 300
mL, bastão de vidro, funil de vidro, papel de filtro qualitativo com filtração rápida, funil
de separação de 500 mL com torneira de teflon, micro-seringas de 10, 50 e 500 µL, cuba
cromatográfica para placas de (20 x 20) cm e pulverizador, balões volumétricos de (50 e
2000) mL e pipetas volumétricas de (1 e 25) mL
Reagentes
Álcool
Metanol
Clorofórmio
Cromatofolhas ou cromatoplacas de sílica gel G 60 de (20 x 20) cm e 0,25 mm de espessura
Hyflo-supercel , celite ou equivalente
Solução de KCl ou NaCl 4% m/v
782 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Solução de sulfato cúprico a 10% m/v (clariicante)
Solução de sulfato de amônio a 30% m/v (clariicante)
Tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (60:40:10)
Acetona-clorofórmio (1:9)
Tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (5:4:1)
Hexano-acetato de etila-clorofórmio-ácido fórmico (35:25:25:10)
Benzeno-metanol-ácido acético (90:5:5)
Solução de cloreto de alumínio – Pese 20 g de AlCl3.6H2O, transira para um balão
volumétrico de 100 mL, dissolva em álcool a 74% e complete o volume com o mesmo
solvente.
Solução de ácido triluoroacético (TFA) com hexano 1:3, recém-preparada.
Solução aquosa de ácido sulfúrico (1+3)
Hidróxido de amônio
Triluoreto de boro a 14% m/v, em metanol
Soluções-padrão de alatoxinas B1, B2, G1 e G2 – Prepare soluções com concentrações
aproximadas a 1 μg/mL, utilizando os solventes da tabela 1.
Solução-padrão de ocratoxina A – Prepare uma solução de concentração aproximada de
1 μg/mL, utilizando solventes da Tabela 1.
Solução-padrão de zearalenona – Prepare uma solução de concentração aproximada de
70 μg/mL, utilizando solventes da Tabela 1.
Solução de ácido sulfúrico 0,009 M – Pipete 1 mL de ácido sulfúrico e transira para
balão de 2000 mL e complete o volume com água.
Solução A (solução de dicromato de potássio 0,25 mM) – Pese aproximadamente 78 mg
de dicromato de potássio previamente dessecado e dissolva em 1000 mL de ácido sulfúrico 0,009 M.
Solução B – Pipete 25 mL da solução A e transira para um balão de 50 mL e complete
o volume com solução de ácido sulfúrico 0,009 M.
Solução C – Pipete 25 mL da solução B e transira para balão de 50 mL e complete o
volume com solução de ácido sulfúrico 0,009 M.
IAL - 783
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento
Avaliação do desempenho do espectrofotômetro - Leia as absorbâncias das soluções A,
B e C a 350 nm, usando como branco a solução de ácido sulfúrico 0,009 M. Calcule,
separadamente, a absortividade molar de cada uma das soluções e o fator de correção do
espectrofotômetro,
A* = Absorbância das soluções A, B e C, calculadas separadamente
C = concentração das soluções A, B e C em mM
CF = fator de correção do espectrofotômetro
O intervalo de aceitabilidade do CF: 1,05 > CF > 0,95
Nota: se o valor de CF estiver fora dos padrões de aceitabilidade, teste novamente o método. Se o valor persistir, o aparelho está descalibrado e necessita de reparo técnico.
Veriicação da concentração dos padrões de micotoxinas – Após a dissolução dos padrões
em seus respectivos solventes, leia as absorbâncias nos comprimentos de onda de máxima
absorção e determine a concentração, usando os dados da Tabela 2 e a seguinte fórmula:
A = absorbância
CF = fator de correção do aparelho
PM = peso molecular da micotoxina
ε = absortividade molar da micotoxina
784 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Tabela 2 – Propriedades físico-químicas de algumas micotoxinas
Solvente*
Comprimento
de onda (λ)
nm
Absortividade
Molar (ε)
Peso
Molecular
Alatoxina B1
1
2
5
6
7
360
350
350
350
345
21800
19800
20600
19100
20300
312
Alatoxina B2
1
2
362
350
24000
20900
314
Alatoxina G1
1
2
362
350
17700
17100
328
Alatoxina G2
1
2
362
350
19300
18200
330
Zearalenona
4
1
317
314
6060
6000
318
Ocratoxina A
3
333
5550
403
Patulina
8
275
14600
154
Micotoxinas
Solvente 1
Solvente 2
Solvente 3
Solvente 4
Solvente 5
Solvente 6
Solvente 7
Solvente 8
=
=
=
=
=
=
=
=
metanol
benzeno-acetonitrila (98+2)
benzeno-ácido acético (99+1)
benzeno
clorofórmio
tolueno
heptano
álcool
Nota: recomenda-se a substituição do solvente contendo benzeno por um outro menos
tóxico.
Preparação da amostra – Triture ou moa, de acordo com a natureza da amostra, a im de
que se obtenha massa homogênea, podendo utilizar liqüidiicador, moinho ou moedor de
carne. Passe por peneira de 20 mesh. Misture e homogeneíze novamente.
Extração e puriicação – Pese 50 gramas da amostra previamente moída e homogeneíze
em liqüidiicador com 270 mL de metanol e 30 mL de KCl ou NaCl a 4%, por 5 minutos. Filtre e transira 150 mL do iltrado para béquer de 500 mL. Adicione 150 mL
do clariicante e 50 mL de celite. Agite com bastão de vidro e iltre novamente. Recolha
IAL - 785
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
150 mL do iltrado e transira para um funil de separação de 500 mL contendo 150 mL
de água. Adicione ao funil de separação 20 mL de clorofórmio e extraia as micotoxinas
agitando o funil de separação suavemente por 3 minutos. Deixe as fases se separarem e
recolha a fase inferior (clorofórmica) em frasco apropriado. Repita a operação com mais
20 mL de clorofórmio. Reúna as alíquotas e retire 20 mL. Evapore o extrato em banhomaria a 80oC sob nitrogênio comum e dissolva o resíduo em um banho ultra-som com
500 μL de clorofórmio por 30 segundos.
Nota: para feijão, arroz e amendoim, use como clariicante a solução de sulfato cúprico a
10% e para milho e mandioca, a solução de sulfato de amônio a 30%.
Triagem das micotoxinas por cromatograia em camada delgada – Aplique duas vezes
na placa cromatográica, 5 μL do extrato da amostra. Sobre a segunda alíquota aplique
uma quantidade adequada de padrões. Na mesma placa aplique 1, 2, 3, 4 e 5 μL de padrões. Desenvolva o cromatograma em cuba, previamente saturada com tolueno-acetato
de etila-ácido fórmico (60+40+10). Remova a placa depois de 12 cm de desenvolvimento
e deixe secar. Observe o cromatograma sob luz UV longa para alatoxinas e ocratoxina
A. Pulverize a placa com solução de AlCl3, seque por 5 minutos a 110oC e observe sob
lâmpada UV longa a possível presença de zearalenona. Amostras suspeitas de conterem
micotoxinas devem ser quantiicadas e conirmadas separadamente.
Quantiicação – Aplique, separadamente para cada micotoxina, volumes correspondentes
a 3, 5, 7 e 10 μL do extrato da amostra e do padrão. Para quantiicação de alatoxinas
desenvolva as placas em acetona-clorofórmio (10: 90). Para a quantiicação de ocratoxina
A, desenvolva as placas em tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10). Para quantiicação de zearalenona, desenvolva as placas em tolueno-acetato de etila-ácido fórmico
(60:40:10), seguida da pulverização com solução de AlCl3. Compare a intensidade de luorescência da mancha da micotoxina da amostra com as do padrão e determine qual das
manchas da amostra corresponde a uma das do padrão. Se a intensidade da luorescência
da mancha de menor volume de amostra for maior que a do padrão, a amostra deverá ser
diluída e recromatografada.
Testes conirmatórios para alatoxinas – A conirmação da micotoxina analisada poderá
ser realizada da seguinte maneira:
a) reação com ácido sulfúrico – Pulverize a placa com H2SO4 (1+3). Deixe secar e observe sob lâmpada UV longa. A luorescência da alatoxina muda de azul (AFB) ou verde
(AFG) para amarelo. Este teste somente conirma a ausência de alatoxinas.
b) reação com TFA (ácido triluoroacético) – Marque uma placa, verticalmente, dividindo-a em duas regiões e em cada uma delas cromatografe dois pontos da amostra e dois do
padrão Em uma das regiões sobreponha 1 μL da solução de TFA em um dos pontos da
amostra e em um dos pontos dos padrões. Aqueça a placa por 10 minutos a (35-40)oC e
desenvolva o cromatograma com clorofórmio-acetona (85:15). Examine a placa sob lâm786 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
pada UV longa. A alatoxina com TFA aparecerá em 1/3 do Rf da alatoxina original.
Testes conirmatórios para ocratoxina A:
a) mudança da fase móvel para hexano-acetato de etila-ácido acético (10:30:10)
b) reação química – Exponha a placa com a mancha suspeita de conter ocratoxina A ao
vapor de amônia. A luorescência da ocratoxina A na luz UV longa passa de verde para
azul brilhante com aumento da sua intensidade.
c) derivatização com triluoreto de boro a 14% em metanol – Adicione 50 μL deste
composto ao frasco com o resíduo seco da amostra. Leve a uma placa aquecedora a 65oC
por 15 minutos. O resíduo do solvente deve ser removido usando nitrogênio. Redissolva
em volume adequado de acetonitrila para a cromatograia. Aplique em uma placa, 10
μL do extrato original da amostra e 10 μL do extrato que reagiu com BF3. Desenvolva o
cromatograma em benzeno-metanol-ácido acético (18:1:1) e examine a placa sob luz UV
de comprimentos de onda longo e curto. O éster formado tem Rf mais elevado do que o
da ocratoxina A, mas com a mesma luorescência.
Cálculo
S = μL de micotoxina padrão, de luorescência igual à da amostra
Y = concentração da micotoxina padrão, em μg/mL usada na cromatograia
V = μL de solvente requerido para diluir o extrato inal
Z = μL da mancha do extrato da amostra, com intensidade de luorescência igual à do
padrão.
W = gramas de amostra contida no extrato inal.
Nota: o material contaminado deve ser tratado com hipoclorito de sódio a 5% e acetona,
antes de ser descartado e lavado. Enxágüe bem todo material para que não ique nenhum
resíduo do oxidante utilizado. Como alternativa, deixe o material contaminado pelo período mínimo de 30 minutos em uma solução de hidróxido de sódio a 5%.
Referências bibliográficas
SOARES, L.M.V.; RODRIGUEZ-AMAYA, D.B. Screening and quantiication of
ochratoxin A in corn, peanuts, beans, rice and cassava. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v.
68:1128-1130, 1985.
IAL - 787
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
SOARES, L.M.V.; RODRIGUEZ-AMAYA, D.B. Survey of Alatoxins, Ochratoxin A,
Zearalenone, and Sterigmatocystin in Some Brazilian Foods by using Multi-toxins
thin-layer chromatograic Method. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v. 72, p. 22-26, 1989.
HUNT, D.C.; ME CONNIE, B.R.; CROSBY N.T. Conirmation of ochratoxin A by
chemical derivatisation and high-performance liquid chromatography. Analyst, v. 105,
p. 89-90, 1980.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS.
Manual of food quantity control to training in mycotoxins analysis: FAO, 1990.
(FAO Food and Nutrition Paper, 14/10).
PZYBYLSKI, W. Formation of alatoxin derivatives on thin layer chromatographic
plates. J. Assoc. Off. Anal. Chem, v. 58, n. 1. p. 163-164, 1975.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990, Chapter 49. p. 1184-1213.
408/IV Determinação de ocratoxina A em café verde por CCD e CLAE após separação por coluna de imunoafinidade – Método 1
A ocratoxina A é a micotoxina produzida por espécies fúngicas do gênero Penicillium e por várias espécies de Aspergillus. Destacamos Aspergillus ochraceus e Penicilium
verrucosum como os principais responsáveis pela contaminação de alimentos armazenados
em regiões de climas temperados, enquanto que, em países mais quentes, predominam
outras espécies de Aspergillus. A principal matéria-prima alimentar que pode apresentar
contaminação com ocratoxina A é o cereal. Os sucos de uva, vinhos tintos, cafés, cacau,
frutas secas, entre outros produtos, também podem apresentar o mesmo problema. Limite de detecção (LD) por CCD = 3 μg/kg e LD por CLAE = 0,6 μg/kg.
Esta toxina pode causar danos aos rins e fígado e é carcinogênica para alguns animais.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, gabinete com lâmpada UV (λ longo), liqüdiicador (blender), suporte coletor de amostra a vácuo (manifold), cromatógrafo líquido de alta eiciência com detector de luorescência, ultra-som, balança analítica, banho-maria, rota788 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
vapor, capela para solventes orgânicos, peneira de 20 mesh, balão volumétrico, béquer de
300 mL, cuba cromatográica, funil, frasco âmbar de 10 mL, microsseringas de (10, 25
e 100) μL, provetas de (100 e 200) mL, seringa de vidro de 10 mL, frasco de amostras
para CLAE, coluna de imunoainidade especíica para ocratoxina A, cromatoplacas ou
cromatofolhas de Sílica gel G sem indicador de luorescência (20 x 20) cm, papel de iltro
comum e papel de iltro de ibra de vidro.
Reagentes
Padrão de ocratoxina A
Acetato de etila
Acetona
Ácido acético
Ácido fórmico
Bicarbonato de sódio
Cloreto de sódio
Cloreto de potássio
Clorofórmio
Fosfato monobásico de potássio (KH2PO4)
Fosfato dibásico de sódio (Na2HPO4)
Metanol
Padrão de ocratoxina A
Tolueno
Nota: todos os reagentes devem ser grau p.a. ou CLAE, quando for o caso
Solução-padrão de ocratoxina A - Proceda conforme método 407/IV
Solução-tampão fosfato (PBS) – Pese 0,2 g de KH2PO4 anidro, 1,1 g de Na2HPO4 anidro, 8 g de NaCl e 0,2 g de KCl, dissolva em água e complete o volume para 1000 mL.
Procedimento
Preparação da amostra – Pese 10 g da amostra, previamente moída e tamisada (20 mesh),
e homogeneíze em liqüidiicador por 2 minutos com 200 mL de bicarbonato de sódio
a 1%. Filtre em iltro de microibra, recolha 20 mL e adicione imediatamente 20 mL de
solução-tampão fosfato (PBS). Transira o iltrado para uma seringa acoplada à coluna de
imunoainidade e passe a amostra lentamente pela coluna com luxo de (2-3) mL/min,
sob pressão constante. Após passar todo o volume, lave com 20 mL de água. Elimine
IAL - 789
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
toda a água residual da coluna e elua com 2 mL da solução de metanol:ácido acético (98:2),
retendo a solução por 30 segundos na coluna antes de iniciar a eluição e invertendo o luxo
suavemente por 3 vezes durante a eluição. Recolha a amostra eluída em um frasco âmbar.
Evapore, sob corrente de nitrogênio, até resíduo e proceda a separação e a quantiicação,
que pode ser por CCD ou CLAE.
Cromatograia em camada delgada – Ressuspenda a OTA com 50 μL de tolueno-ácido
acético (99:1). Aplique sobre a placa cromatográica de (20 x 20) cm, 20 μL deste extrato e também pontos de (1-5) μL de padrão de OTA de concentração de 1,01 μg/
mL. Desenvolva a cromatograia pelo método bi-drecional utilizando como fase móvel
clorofórmio-acetona (90:10) na primeira etapa e tolueno-acetato de etila-ácido fórmico
(50:40:10) na segunda etapa. Caso a separação não seja satisfatória, desenvolva pelo método bi-dimensional utilizando as mesmas fases móveis. Seque a placa em temperatura
ambiente e visualize sob luz UV (λ=366nm).
Quantiicação – Para a quantiicação, compare a intensidade de luorescência da mancha
da OTA da amostra com as do padrão, determinando qual mancha do padrão corresponde à da amostra. Se a intensidade de luorescência da mancha da amostra for maior
ou menor que as dos padrões, dilua ou concentre amostra e recromatografe.
Cálculo
S = volume em μL de OTA padrão, de luorescência igual à da amostra
Y = concentração da micotoxina padrão, em μg/mL usada na cromatograia
V = volume em μL de solvente requerido para diluir o extrato inal
Z = volume em μL do extrato da amostra que proporcionou intensidade de luorescência
igual à do padrão
W = gramas de amostra contida no extrato inal.
Conirmação – Submeta a placa ao vapor de hidróxido de amônio por 5 minutos. No
caso da presença de OTA, haverá uma intensiicação da coloração das manchas. Para uma
melhor conirmação, utilize o BF3 para derivatização química.
Cromatograia liquida de alta eiciência – Redissolva o resíduo com 200 μL de acetonitrila-metanol-ácidoacético 29:1 (35:35:30), homogeneize em ultra-som para dissolução total. Injete 20 μL deste extrato na coluna de fase reversa C18 com a fase móvel acetonitrila790 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
metanol-sol, ácido acético 29:1 (35:35:30) por 15 minutos, luxo de 0,8 mL/min, detetor
de luorescência com comprimentos de onda de excitação de 332 nm e de emissão de 476
nm, temperatura da coluna 25°C. Utilize a integração do pico e compare com o valor da
curva de calibração construída previamente ou de acordo com a seguinte formula:
Cálculo
H = altura do pico da amostra
H’ = altura do pico do padrão
C’ = concentração do padrão (ng/μL)
VI´= volume injetado do padrão
VI = volume injetado da amostra
V = total do volume inal da amostra (μL)
W = quantidade de amostra contida no inal do extrato (g)
409/IV Determinação de ocratoxina A em café verde por CCD e CLAE após separação por coluna de imunoafinidade - Método 2
O limite de detecção (LD) deste método, quando a ocratoxina A for quantiicada
por CCD, é igual a 3 μg/kg e 0,6 μg/kg quando for por CLAE.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, gabinete com lâmpada UV (λ longo), liqüidiicador (blender), suporte coletor de amostra a vácuo (manifold), cromatógrafo líquido de alta eiciência com detector de luorescência, ultra-som, balança analítica, banho-maria, rotavapor,
capela para solventes orgânicos, peneira de 20 mesh, balão volumétrico, béquer de 300
mL, cuba cromatográica, funil, frasco âmbar de 10 mL, microsseringas de 10, 25 e 100
μL, provetas de 100 e 200 mL, seringa de vidro de 10 mL, frasco de amostras para CLAE,
coluna de imunoainidade especíica para ocratoxina A, cromatoplacas ou cromatofolhas
de sílica-gel G sem indicador de luorescência (20 x 20) cm, papel de iltro comum e
papel de iltro de ibra de vidro.
IAL - 791
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Padrão de ocratoxina A
Acetato de etila
Acetona
Ácido acético
Ácido fórmico
Bicarbonato de sódio
Cloreto de sódio
Cloreto de potássio
Clorofórmio
Fosfato monobásico de potássio (KH2PO4)
Fosfato dibásico de sódio (Na2HPO4)
Metanol
Padrão de ocratoxina A
Tolueno
Nota: todos os reagentes devem ser grau p.a ou CLAE, quando for o caso.
Solução-padrão de ocratoxina A - Proceda conforme o método 407IV.
Solução-tampão fosfato (PBS) – Pese 0,2 g de KH2PO4 anidro, 1,1 g de Na2HPO4 anidro, 8 g de NaCl e 0,2 g de KCl, dissolva em água e complete o volume para 1000 mL
com o mesmo solvente.
Procedimento
Preparação da amostra – Pese 25 g da amostra, previamente triturada e tamisada (20 mesh),
e homogeneize no liqüidiicador por 5 minutos com 250 mL de solução metanol-bicarbonato de sódio 1% (70:30). Filtre em papel de iltro comum, recolha 50 mL e adicione imediatamente 200 mL de solução- tampão fosfato (PBS). Filtre até 50 mL em papel de ibra de
vidro. Transira o iltrado para uma seringa acoplada à coluna de imunoainidade e passe a
amostra lentamente pela coluna com o luxo de (2-3) mL/min, sob pressão constante. Após
passar todo o volume, lave com 10 mL de PBS e em seguida com 10 mL de água. Elimine
toda a água residual da coluna e elua com 2 mL da solução de metanol, retendo a solução
por 30 segundos na coluna antes de iniciar a eluição e invertendo o luxo suavemente por
3 vezes durante a eluição. Recolha a amostra eluída em um frasco âmbar. Evapore o eluato,
sob corrente de nitrogênio, até resíduo para o procedimento de separação e quantiicação.
Cromatograia em camada delgada – Ressuspenda a OTA com 50 μL de tolueno-ácido
acético (99:1). Aplique sobre cromatofolha de sílica gel G (10 x 10) cm ou cromatoplaca
792 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
de sílica gel G (20x20) cm, 20 μL deste extrato e também pontos de (1-5) μL de padrão
de OTA (1,01 μg/mL). Desenvolva a placa com tolueno-acetato de etila-ácido fórmico
(50:40:10). Seque a placa em temperatura ambiente e visualize sob luz UV (λ=366 nm).
Eventualmente, pode ser utilizada cromatograia em camada delgada bi-dimensional, utilizando a fase clorofórmio-acetona (90:10) na 1ª direção e tolueno-acetato de etila-ácido
fórmico (50:40:10) na 2ª direção.
Quantiicação – Para quantiicação, compare a intensidade de luorescência da mancha
da OTA da amostra com as do padrão, determinando qual mancha do padrão corresponde à da amostra. Se a intensidade da luorescência da mancha da amostra for maior ou
menor que as dos padrões, dilua ou concentre a amostra e recromatografe.
Cálculo
S = μL de micotoxina padrão de luorescência igual à da amostra
Y = concentração da micotoxina padrão, em μg/mL usada na cromatograia
V = μL de solvente requerido para diluir o extrato inal
Z = μL do extrato da amostra que apresentou intensidade de luorescência igual à do
padrão
W = gramas de amostra contida no extrato inal.
Conirmação – Submeta a placa ao vapor de hidróxido de amônio por 5 minutos. No
caso da presença de OTA, haverá uma intensiicação da coloração das manchas. Para uma
conirmação especíica, utilize derivatização com BF3.
Cromatograia líquida de alta eiciência – Proceda conforme o método 408/IV.
Nota: o material contaminado deve ser tratado com hipoclorito de sódio a 5% e acetona,
antes de ser descartado e lavado. Enxágüe bem todo material, para que não ique nenhum
resíduo do oxidante utilizado. Como alternativa, deixe o material contaminado por no
mínimo 30 minutos em uma solução de hidróxido de sódio a 5%.
Referências bibliográficas
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990, chapter 49. p. 1184.
IAL - 793
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
NAKAJIMA, M. et al. Determination of ochratoxin A in coffee beans and coffee products by monoclonal antibody chromatography. Food Agric. Immunol., v. 2. p. 189195, 1990.
PITET, A. et al. Liquid chromatographic determination of ochratoxin A in pure and
adulterated soluble coffee using an immunoaffinity column cleanup procedure.
J. Agric. Food Chem., v. 44. p. 3564-3569, 1996.
410/IV Determinação de ocratoxina A em café cru em grão por cromatografia em
camada delgada
O método descrito refere-se a determinação simultânea de Aflatoxinas (B1, B2, G1
e G2), ocratoxina A e zearalenona em arroz, amendoim, feijão, milho, mandioca e, com
algumas pequenas modificações, a determinação específica de ocratoxina A (OTA) em
café cru em grão.
A micotoxina é extraída com metanol e solução de KCl ou NaCl, seguida da remoção de interferentes pela precipitação com agente clarificante e partição com clorofórmio.
A quantificação da OTA baseia-se na comparação da intensidade da fluorescência com
um padrão, por cromatografia em camada delgada. Este método permite a detecção de
10 µg/kg (ppb) e quantificação de 30 µg/kg (ppb) de OTA.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, gabinete para duas lâmpadas ultravioletas (λ = 366 nm) de
15 watt cada uma, balança analítica, balança semi-analítica, liqüidificador, banho-maria
com temperatura controlada ou rotavapor, estufa, ultra-som, moinho que reduza os grãos
a partículas de (10 a 20) mesh, cilindro de nitrogênio comum, peneira de (10 a 20) mesh,
capela para solventes orgânicos, béqueres de (30, 100 e 400) mL, frasco Erlenmeyer 50 mL,
provetas (10, 50, 100, 200 e 300) mL, bastão de vidro, funil de vidro de 12 cm de diâmetro,
papel de filtro qualitativo Whatman no 4 ou equivalente, funil de separação de 500 mL tipo
pêra e com torneira de teflon, microsseringas de (10, 25 e 500) µL, cuba cromatográfica de
vidro para placas de (20 x 20) cm, secador capaz de gerar ar com temperatura entre (4050)°C, cromatofolhas ou cromatoplacas de sílica-gel G sem indicador de fluorescência (20 x
20) cm, balões volumétricos de (50 e 2000) mL e pipetas volumétricas de (1 e 25) mL.
Reagentes
Metanol
Clorofórmio
794 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Tolueno
Acetato de etila
Acetona
Ácido fórmico
Benzeno
Hexano
Ácido acético glacial
Acetonitrila
Hylo-super cel, celite 545 ou equivalente
Solução de KCl a 4% ou NaCl a 4%
Agente clariicante: solução de sulfato de amônio a 30%
Sistemas de solventes para desenvolvimento da cromatograia em camada delgada:
tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10) ou ( 60:30:10)
acetona-clorofórmio (10:90)
tolueno-acetato de etila-clorofórmio-ácido fórmico (35:25:25:10)
benzeno-metanol-ácido acético (90:5:5)
hidróxido de amônio
triluoreto de boro em metanol 14% (v/v)
Solução de ácido sulfúrico 0,009 M – Pipete 1 mL de ácido sulfúrico e transira para
balão de 2000 mL e complete com água.
Solução A – Solução de dicromato de potássio 0,25 mM – Pese 78 mg de dicromato de
potássio previamente dessecado e dissolva em 1000 mL de ácido sulfúrico 0,009 M .
Solução B – Pipete 25 mL da solução A , transira para um balão volumétrico de 50 mL
e complete o volume com solução de ácido sulfúrico 0,009 M .
Solução C – Pipete 25 mL da solução B, transira para balão volumétrico de 50 mL e
complete o volume com solução de ácido sulfúrico 0,009 M.
Solução-padrão de OTA – Prepare a solução-padrão de ocratoxina A de forma a obter
concentração aproximada de 1 μg/mL. Acrescente ao frasco, contendo OTA em pó, a
mistura benzeno-ácido acético glacial (99:1) e transira quantitativamente para balão volumétrico de capacidade determinada, a im de que se obtenha solução de concentração
cerca de 1 μg/mL. Proteja da luz, utilizando frasco de vidro âmbar ou envolvendo-o em
papel de alumínio e conserve sob refrigeração (temperatura < 4°C).
Para a calibração dos padrões de micotoxinas é necessário que o espectrofotômetro seja
calibrado previamente, a im de se obter o fator de calibração do equipamento.
IAL - 795
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento
Avaliação do desempenho do espectrofotômetro – Leia as absorbâncias das soluções A,
B e C a 350 nm, usando como branco a solução de ácido sulfúrico 0,009 M. Calcule a
absortividade molar de cada uma das soluções (A, B e C).
Cálculo do fator de correção do aparelho
ε = absortividade molar
A* = Absorbâncias das soluções A, B e C, calculadas separadamente
C = Concentração das soluções A, B e C em mM
ε= absortividade molar média
CF = fator de correção
Intervalo de aceitabilidade: 1,05 > CF > 0,95
Nota: se o valor de CF estiver fora dos padrões, cheque novamente o método. Se o valor
persistir o aparelho está descalibrado e necessita de manutenção.
Veriicação da concentração do padrão de ocratoxina A – Após dissolver o padrão de
OTA com solução de benzeno-ácido acético (99:1), leia a absorbância em 333 nm e calcule a concentração.
A = absorbância
CF = fator de correção do aparelho
PM = peso molecular da ocratoxina A = 403
ε = absortividade molar da ocratoxina A = 5550
796 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Notas
Recomenda-se a substituição dos solventes contendo benzeno por um outro menos tóxico como metanol; neste caso, a absortividade molar é 6337 em 332 nm.
A calibração do padrão deverá ser efetuada de acordo com a periodicidade do uso.
Procedimento
Preparação da amostra – Adote o mesmo plano de amostragem usado para análise de
alatoxinas. No caso de amostras processadas, tome pelo menos 1 kg e triture até redução
a partículas de (10 a 20) mesh. Conserve as amostras em sacos plásticos de polietileno
duplo sob refrigeração.
Extração e puriicação – Pese 30 g da amostra previamente homogeneizada e moída, e
agite em liqüidiicador por 5 minutos juntamente com 180 mL de metanol e 20 mL de
KCl ou NaCl a 4%. Filtre e transira 100 mL do iltrado para um béquer de 400 mL.
Adicione 100 mL de (NH4)2SO4 a 30% e celite em quantidade suiciente para ocupar
um béquer de 30 mL. Agite com bastão de vidro. Filtre, recolha 100 mL do iltrado e
transira para um funil de separação de 500 mL com 100 mL de água. Adicione, ao funil
de separação, 20 mL de clorofórmio e extraia a micotoxina agitando suavemente por 3
minutos. Deixe as fases se separarem e recolha a fase inferior (clorofórmica) em frasco
Erlenmeyer de 50 mL. Repita a operação acima com mais 20 mL de clorofórmio. Recolha a fase inferior juntamente com a da extração anterior. Deste volume total retire 20
mL de clorofórmio e evapore em banho-maria a 60oC, sob corrente de nitrogênio ou em
rotavapor. Dissolva o resíduo em ultra-som com 200 μL de benzeno ou metanol, por 30
segundos para proceder a cromatograia em camada delgada.
Triagem das micotoxinas por cromatograia em camada delgada – Cromatografe, em
placa de sílica gel, 10 μL da amostra e dois pontos de padrão, separadamente, fazendo
sobrepor, no segundo ponto do padrão, 5 μL da amostra. Desenvolva o cromatograma
em cuba previamente saturada com tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10).
Remova a placa após de 12 cm de desenvolvimento, e deixe secar muito bem. Observe
o cromatograma sob lâmpada de luz UV longa (366 nm). Amostras suspeitas de conter
ocratoxina A devem ser quantiicadas e conirmadas separadamente.
Determinação – Cromatografe pontos de (1-5) μL do padrão de OTA e (5-10) μL da
amostra, dissolvida em quantidade adequada de metanol. Para a quantiicação de ocratoxina
A, desenvolva as placas em tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10). Compare a
intensidade de luorescência das manchas da amostra com as do padrão. Se a intensidade de
luorescência da mancha de menor volume de amostra for maior que a do padrão, a amostra
IAL - 797
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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deverá ser diluída e novamente recromatografada.
Conirmação – Para a veriicação da ausência de OTA, a placa deve ser exposta aos vapores
de amônia da seguinte forma: coloque, numa cuba cromatográica, um béquer de 50 mL
com hidróxido de amônio junto à placa já desenvolvida por cerca de 5 min, e novamente
observe sob a luz UV. A não mudança da coloração da luorescência de verde-azulada (original da OTA) para azul brilhante indicará a ausência desta toxina. Entretanto, a mudança
da coloração não é prova suiciente da presença da toxina, por isso são indicadas as outras
técnicas: uso de padrão interno e/ou mudança de fase móvel e/ou derivatização química, no
caso com BF3.
a) padrão interno – Cromatografe, em placa de sílica gel, pontos com (5 a 10) μL da amostra
e dois pontos com padrão, separadamente, fazendo sobrepor, no segundo ponto do padrão,
de (5 -10) μL da amostra e evaporando o solvente com o auxílio de um secador. Desenvolva
o cromatograma em cuba para cromatograia, previamente saturada com tolueno-acetato de
etila-ácido fórmico (50:40:10). Remova a placa depois de 12 cm de desenvolvimento e deixe
secar muito bem. Observe o cromatograma sob lâmpada de luz UV longa (366 nm). Caso a
mancha da amostra referente à ocratoxina A apresente-se compacta, recomenda-se usar esta
técnica com diferentes fases móveis ,para que a ocratoxina A apresente tempo de retenção
diferente das demais micotoxinas.
b) mudança de fase móvel – Tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (50:40:10) e hexanoacetato de etila-ácido acético ( 20:60:20)
c) derivatização da ocratoxina A – Este procedimento é o mais conclusivo, pois há formação
de seus respectivos ésteres metílicos. A partir do resíduo seco inal da análise, adicione 50 μL
do triluoreto de boro em metanol a 14% (v/v) e aqueça a 65oC por 15 minutos. Ao inal
deste período, remova qualquer reagente remanescente com nitrogênio e redissolva o resíduo
com volume adequado de acetonitrila. Faça procedimento idêntico para o padrão. Proceda
a cromatograia em camada delgada como já foi indicado, colocando pontos na placa tanto
para a amostra derivatizada quanto para a não derivatizada e o mesmo procedimento para o
padrão. Observe a placa após o desenvolvimento sob luz UV e visualize o éster metílico da
ocratoxina A obtido a partir do padrão derivatizado.
Cálculo
S = μL de micotoxina padrão, de luorescência igual à da amostra
Y = concentração da micotoxina padrão, em μg/mL usada na cromatograia
V = μL de solvente requerido para diluir o extrato inal
Z = μL da mancha do extrato da amostra que deu intensidade de
798 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
luorescência igual à do padrão.
W = gramas de amostra contida no extrato inal.
Nota: o material contaminado deve ser tratado com hipoclorito de sódio a 5% e acetona,
antes de ser descartado e lavado. Enxágüe bem todo material para que não ique nenhum
resíduo do oxidante utilizado. Como alternativa, deixe o material contaminado por no
mínimo 30 minutos em uma solução de hidróxido de sódio a 5%.
Referências bibliográficas
GOLINSKI, P.; GRABARKIEWICZ-SZCZESNA, J. Chemical conirmatory tests for
ochratoxin A, citrinin, penicillic acid, sterigmatocystin and zearalenone
performed directly on thin layer chromatographic plates. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v.
67, p. 1108 -1110, 1984.
HUNT, D.C.; MC CONNIE, B.R.; CROSBY, N.T. Conirmation of ochratoxin A by
chemical derivatisation and high-performance liquid chromatography. Analyst, v. 105,
p. 89-90, 1980.
SOARES, L.M.V.; RODRIGUEZ AMAYA, D. B. Screening and quantitation of ochratoxin A in corn, peanuts, beans, rice and cassava. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v. 68, p.
1128-1130, 1985.
SOARES, L.M.V.; RODRIGUEZ AMAYA, D. B. Survey of Alatoxins, Ochratoxin A,
Zearalenone and Sterigmatocystin in Some Brazilian Foods by Using Multi-toxins hinLayer Chromatographic Method. J. Assoc. Off. Anal. Chem., v. 72, p. 22-26, 1989.
MILANEZ, T.V.; SABINO, M. Ocratoxina A em feijão comercializado no Estado de São
Paulo e sua estabilidade no cozimento . Rev. Inst. Adolfo Lutz, v. 49, p. 131-135, 1989.
MILANEZ, T.V.; SABINO, M.; LAMARDO, L.C.A. Comparison of two methods for
the determination of ochratoxin A in green cofee beans. Rev. Microbiol., v. 26, n. 2,
p. 79-82, 1995.
411/IV Determinação de patulina em suco de maçã
Um dos maiores fungos produtores de patulina é o Penicillium expansum que freqüentemente causa o apodrecimento de um número grande de frutas. A maçã e o suco de
maçã processado com frutos contaminados têm sido a maior fonte de patulina na dieta
IAL - 799
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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humana. Esta micotoxina já foi detectada em frutas, hortaliças, cereais e também na ração animal. A contaminação mais freqüente é por Penicillium expansum, que se encontra
em maçãs deterioradas; o grau de contaminação está relacionado com a deterioração dos
frutos, icando a patulina limitada aos tecidos deteriorados.
Este método é aplicável às análises de patulina em amostras de suco e concentrados
de maçã, cujo limite de quantiicação (LQ) é igual a 25 μg/L.
Material
Provetas, funil de separação, funil, papel de iltro qualitativo, banho-maria ou rotavapor,
microsseringas, cromatofolhas ou cromatoplacas de sílica gel G com indicador de luorescência, estufa, balão volumétrico, balança analítica.
Reagentes
Acetato de etila
Sulfato de sódio anidro
Clorofórmio
Tolueno
Ácido fórmico
Acetona
Metanol
Álcool
Solução-padrão de patulina – Dissolva o padrão em clorofórmio de maneira que a solução contenha 10 μg/mL. Determine a concentração do padrão utilizando o mesmo
procedimento das outras micotoxinas conforme o método 407/IV. Transira 5 mL da
solução-estoque para um balão volumétrico, evapore até resíduo sob nitrogênio e dissolva
com 5 mL de álcool. Faça a leitura no espectrofotômetro em λ = 275 e proceda como
para as outras micotoxinas.
MBTH (Cloridrato de 3-metil-2-benzotiazolinona hidrazona) a 0,5% – Pese 125 mg de
MBHT.HCl.H2O, transira para um balão volumétrico de 25 mL e dissolva com água.
Esta solução tem validade por 3 dias, quando conservada em geladeira.
Procedimento – Meça 50 mL de amostra e transira para um funil de separação. A amostra deve ser analisada imediatamente após a abertura da embalagem. Adicione 50 mL de
acetato de etila no funil e agite por 3 minutos. Recolha o acetato de etila em um frasco
800 - IAL
Capítulo XXIV - Micotoxinas
Erlenmeyer. Repita esta operação três vezes. Filtre os extratos em sulfato de sódio anidro.
Lave o sulfato de sódio com 20 mL de acetato de etila. Evapore os extratos até quase secura, sob nitrogênio. Dissolva imediatamente o resíduo em 500 μL de clorofórmio. Aplique
em cromatofolhas ou cromatoplacas, sem indicador de luorescência, respectivamente, 10
μL da amostra e volumes do padrão correspondentes às concentrações de (1-6) μg/mL.
Desenvolva o cromatograma utilizando uma das fases móveis: tolueno-acetato de etilaácido fórmico 90% (5:4:1), clorofórmio-metanol (95:5) ou clorofórmio-acetona (9:1).
Seque a placa e pulverize com MBTH a 0,5%. Coloque em estufa por 15 minutos a
130°C. A patulina é detectada na região do visível como uma mancha amarelada se a sua
quantidade for maior ou igual a 0,05 μg e, no UV com uma luorescência amarelo-tijolo.
Para a quantiicação, compare a intensidade de luorescência das manchas de patulina
na amostra com as do padrão e determine qual delas corresponde à uma do padrão. Se a
intensidade de luorescência da mancha de menor volume de amostra for maior do que a
do padrão, a amostra deverá ser diluída e recromatografada.
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.15 th ed., v. 2. Arlington:
A.O.A.C., 1990, chapter 49. p. 1209, (method 974.18).
Colaboradores
Myrna Sabino, Leda C. A . Lamardo, Luzia Shundo, Sandra A. Navas e haïs Valéria Milanez
IAL - 801
Capítulo XXV - Gelados Comestíveis
CAPÍTULO
XXV
GELADOS
COMESTÍVEIS
IAL - 803
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804 - IAL
Capítulo XXV - Gelados Comestíveis
XXV
GELADOS COMESTÍVEIS
E
stão incluídos neste capítulo os métodos de análise para gelados comestíveis,
pré-embalados ou não, prontos para o consumo, os preparados concentrados e
as bases para o fabrico de gelados comestíveis.
Os gelados comestíveis são produtos prontos para o consumo submetidos ao congelamento, obtidos a partir de uma emulsão de gorduras e proteínas, com ou sem adição
de outros ingredientes, tais como: leite, água e açúcares. Incluem-se nesta classe, os sorvetes, os picolés e os produtos especiais gelados mistos.
Preparados para gelados comestíveis são produtos líquidos que contenham todos
os ingredientes necessários em quantidades tais que, quando submetidos ao congelamento, resultem em gelados comestíveis.
Pós para o preparo de gelados comestíveis são os produtos constituidos por uma
mistura de vários ingredientes e aditivos que, pela adição de água e/ou leite resultem em
gelados comestíveis.
Base para gelados comestíveis são produtos constituidos de estabilizantes e/ou
emulsionantes e espessantes, podendo conter outros aditivos e ingredientes que, após
adição de água e/ou leite, resultem em gelados comestíveis.
Para os gelados comestíveis à base de leite, as determinações mais usuais são: sólidos totais (429/IV), glicídios redutores em lactose (432/IV), glicídios não redutores em
sacarose (489/IV), protídios (036/IV ou 037/IV), gorduras totais (032/IV), resíduos por
IAL - 805
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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incineração (485/IV), corantes orgânicos artiiciais (051/IV), minerais (cap. XXIII) e,
eventualmente, vitaminas (cap. XIX) e alguns aditivos (cap. V).
No caso de preparados, pós e bases para gelados comestíveis, as determinações
incluem: acidez (253/IV), resíduo por incineração (cinzas) (018/IV), glicídios totais
em sacarose (039/IV), corantes orgânicos artiiciais (051/IV), minerais (cap. XXIII), e,
eventualmente, alguns aditivos (cap. V). Para os pós para gelados comestíveis, também
incluir substâncias voláteis (012/IV).
Preparo da amostra
A amostra deve ser, de preferência, analisada logo após seu recebimento; se não for
possível, conserve em temperatura abaixo de -15°C. Corte duas ou três porções congeladas ao acaso e transira para o recipiente de um processador. Deixe a amostra em temperatura ambiente até se liqüefazer para depois ser homogeneizada. Se ocorrer a separação da
gordura, descarte a amostra e repita, processando por tempo menor. Transira a amostra
imediatamente para um frasco, feche bem e conserve sob refrigeração, para a realização
das análises. Agite antes de utilizar.
412/IV Determinação de gordura pelo método de Rose-Gottlieb
Neste método, a amostra é inicialmente tratada com hidróxido de amônio e álcool.
O álcool precipita a proteína que se dissolve no hidróxido, facilitando a extração das
gorduras com uma mistura de éteres. O resultado é expresso em porcentagem em massa
de gordura.
Material
Balança analítica, béqueres de 50 e 150 mL, bastão de vidro, pipetas graduadas de 2 e de
10 mL, espátula, funil de separação de 250 mL, proveta de 25 mL, banho-maria, capela
de exaustão, estufa ou estufa a vácuo e dessecador com sílica gel.
Reagentes
Álcool
Hidróxido de amônio
Éter
Éter de petróleo (30-60)°C
806 - IAL
Capítulo XXV - Gelados Comestíveis
Procedimento – Pese de 4 a 5 g da amostra em béquer de 50 mL e dilua com 10 mL de
água. Adicione 2 mL de hidróxido de amônio e misture. Aqueça em banho-maria por
20 minutos a 60°C e agite ocasionalmente. Transira, com pouca água, para um funil de
separação. Resfrie. Faça uma prova em branco com os reagentes usados. Adicione 10 mL
de álcool e agite bem. Adicione 25 mL de éter e agite por um minuto. Adicione 25 mL de
éter de petróleo e repita a agitação. Deixe em repouso até a separação das fases. Decante
a fase inferior diretamente para outro funil de separação. Transira a fase etérea para um
béquer de 150 mL tarado. Repita a extração da fase aquosa, utilizando 15 mL de cada
éter, por duas vezes. Reúna os extratos no béquer. Lave o funil de separação e a tampa
com partes iguais dos éteres e junte aos extratos. Evapore completamente os solventes em
banho-maria na capela. Seque o béquer contendo a gordura em estufa a (100 ± 1)°C ou
a vácuo a (70-75)°C. Resfrie em dessecador e pese até peso constante. Prepare uma extração em branco, com 10 mL de água e os solventes utilizados no método.Corrija a massa
obtida, levando em conta o resíduo obtido de um branco dos reagentes utilizados. Se a
massa do branco for maior que 0,5 mg, substitua os reagentes.
Cálculo
N = n° de g de gordura
P = n° de g da amostra
Nota: alternativamente, esta determinação poderá ser efetuada conforme o método 486/IV.
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of Association of Official Analytical Chemists, 16th ed. (method 952.06)
Arlington: A.O.A.C., 1995. chapter 33. p. 5.
Colaboradores
Jacira Hiroko Saruwtari, Letícia Araújo Farah Nagato e Marilda Duarte
IAL - 807
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
CAPÍTULO
XXVI
CEREAIS,
AMILÁCEOS E
EXTRATO DE SOJA
IAL - 809
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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810 - IAL
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
XXVI
CEREAIS, AMILÁCEOS E EXTRATO DE SOJA
enericamente, os cereais são designados como plantas, principalmente da família das gramíneas, cultivadas para a produção de grãos utilizados para a alimentação humana e animal. Os amiláceos são os produtos derivados de cereais
e de outros vegetais (por exemplo, tubérculos) e incluem as preparações à base
de farinhas, os pães, as massas alimentícias e uma série de produtos similares.
G
A análise dos cereais inclui, entre outras, as determinações de umidade, cinzas,
proteínas, lipídios, hidratos de carbono e ibra, segundo as técnicas descritas no cap. IV e
sua identiicação pelas características microscópicas.
A análise dos amiláceos pouco difere da análise dos cereais, incluindo algumas determinações especíicas referentes aos componentes e aditivos empregados na sua fabricação.
Farinhas e produtos similares
A composição das farinhas varia de acordo com a origem do grão e processos tecnológicos de sua fabricação. Especiicamente, as farinhas são identiicadas pelo exame
microscópico.
As análises de rotina incluem, entre outras, as determinações de umidade, acidez,
protídios (036/IV ou 037/IV), ibra alimentar (045/IV e 046/IV), lipídios (032/IV)
IAL - 811
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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e cinzas (018/IV). O teor de amido é calculado pela diferença centesimal da soma de
umidade, cinzas, lipídios, protídios e ibra alimentar. Entre outras determinações, o teor
glúten é de grande importância para avaliação das farinhas.
413/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de umidade a 130°C
Os métodos utilizando aquecimento a 130°C, por 1 hora, 105°C, por 5 horas ou
a menos de 100°C, a vácuo (25 mm de mercúrio), fornecem valores que representam a
umidade livre, na temperatura de secagem, pois certa quantidade de água permanece retida, provavelmente ligada às proteínas. Os métodos de destilação e Karl Fischer produzem
valores mais exatos do total de água existente.
Este método mede a umidade livre do produto na temperatura de secagem e baseia-se na perda de substâncias voláteis pelo aquecimento.
Material
Balança analítica, dessecador, estufa e cápsula de porcelana.
Procedimento – Pese, com precisão, aproximadamente 2 g da amostra em uma cápsula
de porcelana previamente aquecida em estufa a 130°C, por uma hora, resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesada. Aqueça em estufa a 130°C durante 1 hora.
Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente. Pese. Repita a operação de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = n° de g de umidade
P = n° de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 125.
812 - IAL
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
414/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de umidade a 105°C
Procedimento – Siga o método descrito em 012/IV
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 125-126.
415/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de acidez álcool-solúvel
Este método destina-se à determinação da acidez titulável em farinhas e em todos
cereais e amiláceos, por facilitar a dissolução das amostras e evitar a formação de grumos
quando o solvente é somente a água.
Material
Balança analítica, papel de iltro, frasco Erlenmeyer de 125 mL, frasco Erlenmeyer de
125mL com tampa e boca esmerilhada, pesa-iltro de 25 mL, pipetas volumétricas de 20
e 50mL, bureta de 10 mL e funil de ± 5 cm de diâmetro.
Reagentes
Álcool
Solução de fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 0,1 N ou 0,01 N
Procedimento – Pese, com precisão, aproximadamente 2,5 g da amostra em um pesailtro de 25 mL. Transira para um frasco Erlenmeyer de 125 mL com tampa com o
auxilio de 50 mL de álcool, medido com pipeta volumétrica. Agite o frasco algumas vezes
e mantenha em repouso por 24 horas. Transira, com auxilio de uma pipeta volumétrica,
20 mL do sobrenadante para um frasco Erlenmeyer de 125 mL. Adicione algumas gotas
da solução de fenolftaleína e titule com hidróxido de sódio 0,1 N ou 0,01 N até coloração
rósea persistente. Faça uma prova em branco, usando 20 mL do mesmo álcool.
Cálculo
V = n° de mL da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação da amostra
V’= n° de mL da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação do branco
IAL - 813
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,01N ou 0,1N
P = nº de g da amostra usada na titulação
c = fator de correção (10 para solução de hidróxido de sódio 0,1 N e 100 para solução de
hidróxido de sódio 0,01 N)
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 127.
416/IV Determinação de acidez da gordura extraída de farinha de trigo
Material
Aparelho de Soxhlet, peneira de malha nº 40, estufa, balança analítica, pipeta volumétrica
de 50 mL e pipeta graduada de 5 mL.
Reagentes
Éter de petróleo
Solução de tolueno-álcool-fenolftaleína 0,02% – Adicione a um litro de tolueno, um
litro de álcool e 0,4 g de fenolftaleína.
Solução-padrão de hidróxido de potássio 0,0178 N, livre de carbonatos
Solução de KMnO4 0,01%
Solução de K2Cr2O7 0,5%
Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 10 g da amostra previamente, seca a aproximadamente 100°C, homogeneizada e passada por uma peneira de malha n° 40. Extraia,
em Soxhle, com éter de petróleo por cerca de 16 horas. Complete a evaporação do solvente em banho-maria. Dissolva o resíduo do balão de extração com 50 mL da solução
de tolueno-álcool-fenolftaleína e titule com solução-padrão de hidróxido de potássio a
0,0178 N até cor rósea distinta. No caso da formação de emulsão durante a titulação,
disperse-a pela adição de mais 50 mL da solução tolueno-álcool-fenolftaleína. O ponto
de viragem do indicador deve ser igual à cor obtida pela mistura de 2,5 mL de KMnO4
a 0,01% em 50 mL de uma solução obtida pela adição de K2Cr2O7 a 0,5%, gota a gota,
em 50 mL de água, até que a coloração ique igual à da solução original da amostra a ser
titulada. Faça uma titulação em branco com 50 mL de solução tolueno-álcool-fenolfta814 - IAL
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
leína e subtraia do valor da titulação da amostra. Expresse a acidez da gordura em mg
de hidróxido de potássio necessários para neutralizar os ácidos graxos livres em 100 g da
amostra em base seca.
Cálculo
10 x (Vg – Vb) = acidez da gordura
Vg = volume de solução-padrão de hidróxido de potássio a 0,0178 N gasto na titulação
da amostra
Vb = volume de solução-padrão de hidróxido de potássio a 0,0178 N gasto na titulação
do branco
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 128-129
417/IV Farinhas e produtos similares – Determinação do pH
Procedimento – Siga o método descrito em 017/IV.
418/IV Farinhas e produtos similares – Determinação de Glúten
Os métodos para a dosagem do glúten em farinhas de trigo são todos mais ou
menos semelhantes, havendo aparelhos que tornam a operação mais rápida. A dosagem
baseia-se na insolubilidade do glúten na água e na propriedade que o mesmo possui de se
aglomerar formando uma massa elástica quando manuseado sob uma corrente de água,
que elimina os outros constituintes da farinha. O glúten assim obtido, contém globulina,
glutenina e gliadina.
Material
Balança analítica, estufa, tamis de malha 100, dessecador, béquer de 100 mL, proveta de
50 mL, vidro de relógio e bastão de vidro.
Reagentes
Solução saturada de iodo
Solução de cloreto de sódio a 5% m/v
IAL - 815
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra em um béquer de 100 mL. Adicione 10 mL de solução aquosa de cloreto de sódio a 5%. Misture bem com auxílio de
um bastão de vidro, até formar uma massa aglomerada compacta. Deixe em repouso por
30 minutos. Adicione água até cobri-la e deixe em repouso por mais 30 minutos. Lave
o aglomerado com água corrente sobre um tamis de malha 100, apertando e amassando
levemente com as mãos. Continue a lavar até que a água não adquira coloração azul, ao se
adicionar uma gota da solução de iodo saturada. Reúna à massa, os fragmentos que eventualmente tenham passado pelo tamis. Transira para um vidro de relógio, previamente
aquecido em estufa a 105°C, por uma hora e resfriado em dessecador até a temperatura
ambiente e pesado. Passe, se necessário, uma ina camada de vaselina sobre o vidro de relógio antes da pesagem, para evitar que a massa compacta ique grudada na superfície do
vidro. Leve o vidro de relógio com a massa para estufa a 105°C, durante 5 horas. Resfrie
em dessecador até temperatura ambiente e pese. Repita as operações de aquecimento e
resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = n° de g de glúten seco
P = n° de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 132-133.
419/IV Pesquisa de bromato em massa fresca para pão (prova de triagem)
Este método fundamenta-se na capacidade oxidante do bromato e também de
outros ânions eventualmente presentes nas massas para pães, promovendo a conversão do
íon iodeto a iodo.
Material
Balança analítica, estufa, capela para substâncias corrosivas, peneira malha 40, papel de
iltro ou papel para cromatograia Whatman nº 1, suporte circular de vidro (plástico ou
acrílico), almofariz com pistilo, provetas de vidro, balões volumétricos de 100 mL, atomizador e papel alumínio.
816 - IAL
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
Reagentes
Solução de iodeto de potássio – Dissolva 1 g de iodeto de potássio em 100 mL de água.
Guarde esta solução em geladeira e use no máximo durante oito dias.
Solução aquosa de ácido clorídrico (1+3)
Solução de amido 1% m/v – Esta solução deverá ser preparada no momento do uso.
Solução de trabalho de iodeto de potássio – Misture partes iguais das soluções de iodeto
de potássio e de ácido clorídrico (1+3). Coloque algumas gotas de solução de amido a
1%.
Procedimento – Distribua partes da massa fresca de pão em um pedaço de papel de alumínio de (30x30) cm. Seque em estufa a 50°C até completa evaporação da água presente
na amostra e triture. Passe em peneira de malha 40 e armazene o pó ino obtido. Coloque
uma folha de papel de iltro ou papel de cromatograia Whatman nº 1 circular de 11 cm
de diâmetro sobre o suporte de vidro. Distribua o pó ino da amostra sobre o papel. Pulverize, com solução de trabalho de iodeto, a parte inferior do papel até o líquido atingir
a amostra. A inexistência de pontos violáceos indica a ausência de agentes oxidantes e
conseqüentemente, a de bromato na amostra.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed.,
1985. p. 137.
420/IV Prova confirmatória de bromato por cromatografia em camada delgada
pães.
Este método é aplicado para a determinação de bromato em massas frescas para
Material
Balança analítica, estufa, agitador magnético, rotavapor acoplado à bomba de vácuo, béquer de 800 mL, proveta de 500 mL, funil de Büchner, placa cromatográica com sílica
gel G 60 de (20x20) cm, cuba cromatográica, capilar ou microseringa de (10-50) μL,
frasco Erlenmeyer de 50 mL e balão volumétrico de 100 mL.
Reagentes
Solução-padrão de brometo de potássio ou de sódio a 1% m/v
Butanol
IAL - 817
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Acetona
Hidróxido de amônio
Água oxigenada a 30% (peridrol)
Solução de sulfato de zinco – Dissolva 20 g de ZnSO4.7H2O em um litro de água.
Hidróxido de sódio 0,4 M – Dissolva 16 g de NaOH em um litro de água.
Solução-padrão de bromato de potássio ou de sódio a 1% m/v – Dissolva 1 g de KBrO3
(ou NaBrO3) em 100 mL de água.
Solução de luoresceína – Dissolva 10 mg de luoresceína em 100 mL de álcool a 50%.
Fase móvel – Em uma proveta de 100 mL misture butanol, acetona e hidróxido de amônio na proporção de 1:3:1.
Solução-reveladora – Prepare uma solução de ácido acético e peridrol na proporção de
10:1. Em um frasco Erlenmeyer de 50 mL, adicione quantidades iguais desta solução e
da solução de luoresceína. Esta mistura deverá ser preparada no momento da revelação
do cromatograma.
Procedimento – Transira 200 mL da solução de sulfato de zinco para um béquer de
800mL. Agite vigorosamente com agitador magnético. Transira cerca de 50 g da amostra
inamente pulverizada, em porções pequenas. Continue agitando por cinco minutos ou
até que toda a farinha se disperse. Adicione 50 mL de NaOH 0,4 M, sob agitação contínua. Diminua a agitação e continue por mais cinco minutos. Filtre em funil de Büchner
com papel de iltro. Reserve o iltrado e transira-o para um balão do rotavapor. Acople o
balão ao rotavapor e evapore o líquido até aproximadamente 50 mL do extrato concentrado, mantendo a temperatura do banho-maria não superior a 50ºC. Ative a placa em
estufa a 105ºC por uma hora. Trace colunas de 2cm de largura e marque um ponto no
centro da coluna a 2 cm de altura da parte inferior da placa. Trace uma linha horizontal
a 2 cm da parte superior da placa. Aplique, com auxílio de capilar ou microseringa, 5 μL
do extrato concentrado em uma das colunas e 2 μL das soluções-padrão de bromato e de
brometo em outras duas colunas. Coloque a fase móvel na cuba cromatográica, tampe
com uma placa de vidro e deixe saturar por cerca de uma hora. Coloque a placa imergindo a parte inferior no solvente e corra o cromatograma até que o solvente atinja cerca
1cm da parte superior da placa. Retire a placa, marque a frente do solvente e deixe secar
ao ar, na capela, e aplique a solução reveladora sobre toda a superfície da placa. Seque em
estufa a 105°C até o aparecimento de manchas características de cor rósea. Determine os
818 - IAL
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
respectivos Rf. A comparação dos valores dos Rf dos padrões com o do componente da
amostra permite a sua identiicação.
Cálculo
Dc = distância percorrida pelo componente da amostra, a partir do ponto de aplicação
da amostra
Ds= distância percorrida pela fase móvel, do ponto de aplicação da amostra até a frente
marcada
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 137-138.
COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L.; BONATO. Introdução a métodos cromatográficos. Campinas, SP: ed. UNICAMP, 1993. p. 29-43.
Pães, biscoitos, produtos de confeitaria e massas alimentícias
Na análise das preparações a base de farinhas, as determinações de umidade (012/V),
acidez (016/IV), lipídios (032/IV), protídios (036/IV ou 037/IV), carboidratos (038/IV
e 039/IV), cinzas (018/IV) e ibras (045/IV e 046/IV) são as mais gerais. Nestes produtos deve ser feita a pesquisa de corantes naturais e artiiciais, de acordo com (051/IV).
Pães de leite devem ser examinados em relação à presença de lactose, o que poderá
ser feito por cromatograia em papel (041/IV ou 042/IV).
Nas massas alimentícias contendo ovos, deve ser feita a determinação de colesterol.
Os aditivos e enriquecedores devem ser pesquisados ou determinados de acordo
com as técnicas especíicas.
421/IV Colesterol em massas alimentícias
A determinação do teor de colesterol destina-se ao controle do número de ovos
utilizados na fabricação de massas alimentícias. O mesmo método pode ser também utilizado para determinar o teor de colesterol nos ovos in natura, pasteurizados ou em pó.
O colesterol é extraído com solvente orgânico e após formação de complexo colorido, é medida a intensidade da cor por espectrofotometria de absorção na região do
vísível.
IAL - 819
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Chapa aquecedora com reluxo, balança analítica, banho-maria, espectrofotômetro UV/
IS, tamis de malha 20, extrator de Soxhlet, balão de 250 mL com boca esmerilhada
24/40, balões volumétricos de 50, 100 e 200 mL, pipeta volumétrica de 5 mL e tubo de
ensaio com tampa envolto em material opaco (papel alumínio).
Reagentes
Clorofórmio
Anidrido acético glacial
Ácido acético
Ácido sulfúrico
Colesterol
Solução-reagente – Misture 100 mL de ácido acético glacial, 110 mL de anidrido acético
e 15 mL de ácido sulfúrico concentrado. Conserve em geladeira e use no período de uma
semana.
Procedimento – Pese, com precisão, aproximadamente 4g da amostra previamente moída
e peneirada em tamis de 20 mesh. Leve a um cartucho de extração e mantenha em extração
contínua em aparelho de Soxhlet com clorofórmio, durante 20 horas. Retire o cartucho.
Reduza o volume do solvente do balão a cerca de 15 mL, destilando o solvente. Transira
quantitativamente para um balão volumétrico de 50 mL com auxílio de clorofórmio.
Transira 5 mL do extrato para um tubo de ensaio envolto em material opaco. Adicione
5 mL da mistura reagente. Tampe, agite e mantenha o tubo em banho-maria a 37°C, por
20 minutos. Faça a leitura da absorbância em espectrofotômetro a 625 nm, utilizando
cubetas de 1 cm de caminho óptico.
Curva-padrão – Prepare uma solução-mãe utilizando 0,2 g de colesterol dissolvido em
clorofórmio. Transira para balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com o
mesmo solvente. A partir desta solução-mãe, prepare diferentes diluições, com alíquotas
de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 mL em balões volumétricos de 100 mL e completando os volumes com clorofórmio. Transira 5 mL de cada uma das soluções para tubos de ensaio
envoltos em material opaco. Adicione 5 mL da mistura reagente. Tampe os tubos, agite e
mantenha em banho-maria a 37°C por 20 minutos. Leia a absorbância em espectrofotômetro a 625 nm. Trace a curva-padrão da absorbância versus concentração de colesterol.
Cálculo
820 - IAL
Capítulo XXVI - Cereais, Amiláceos e Extrato de Soja
Determine o teor de colesterol usando a curva-padrão previamente estabelecida e faça o
cálculo para determinar a porcentagem de colesterol na amostra analisada.
Malte
Malte é o produto da germinação e posterior dessecação do grão de cevada (Hordeum sativum) ou de outros cereais. Entre as determinações usuais, são mais importantes
as determinações do extrato e da umidade (012/IV).
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 58-59.
422/IV Malte – Determinação do extrato
Material
Béqueres de 100 e 600 mL, moinho, proveta de 200 mL e funil de vidro de 20 cm de
diâmetro.
Procedimento – Pese 55 g da amostra em um béquer de 100 mL. Triture em moinho
ajustado de modo a proporcionar um produto que, após passar por um tamis de 121
furos por cm2, deixe um resíduo de 9 a 11% do peso inicial. Transira a substância moída
para um béquer de 600 mL previamente tarado. Retire as partículas aderentes ao moinho
e coloque-as no béquer. Ajuste, imediatamente, o peso da amostra a 50 g, removendo o
excesso. (Reserve este excesso em um frasco com rolha esmerilhada para a determinação
da umidade). Adicione ao béquer 200 mL de água a 46°C. Misture bem com uma bastão
de vidro, impedindo a formação de grumos. Lave cuidadosamente o bastão de vidro e as
paredes do béquer com 10 mL de água. (Neste ponto da análise, anote o odor do malte).
Coloque o béquer em um banho de água a 46°C. Adapte ao béquer um agitador e um
termômetro. Agite e mantenha a temperatura a 45°C, por 30 minutos exatos. Eleve a
temperatura de 1°C por minuto até atingir 70°C. Adicione 100 mL de água previamente
aquecida a 70°C. Mantenha esta temperatura por 60 minutos. Esfrie à temperatura ambiente (o tempo de resfriamento deve estar compreendido entre 10 e 15 minutos). Interrompa a agitação. Retire o agitador e o termômetro e lave com água. Seque as paredes
externas do béquer. Coloque imediatamente o béquer na balança e ajuste o peso do conteúdo a 450 g, pela adição de água. Agite bem com um bastão de vidro. Deixe em repouso
por 10 minutos. Agite novamente e iltre, de uma só vez, em papel de iltro pregueado.
IAL - 821
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cubra o funil com um vidro de relógio durante a iltração. Receba o iltrado em frasco
seco, tendo voltado ao iltro os primeiros 100 mL. Agite o iltrado com um movimento
de rotação. Determine a densidade, a 20°C, deste iltrado conforme (011/IV).
Cálculo
E = nº de g de sólidos por 100 g do extrato, correspondente à densidade
A = nº de g de umidade por cento da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v
1:Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985.
p. 171-172.
Extrato de soja e bebida com extrato de soja
Extrato de soja é o produto obtido a partir da emulsão aquosa resultante da hidratação dos grãos de soja convenientemente limpos, seguido de processamento tecnológico
adequado, adicionado ou não de ingredientes opcionais, como por exemplo, gorduras ou
óleos, açúcares, dextrinas ou amidos, aminoácidos, sais minerais e vitaminas; podendo ser
submetido à desidratação, total ou parcial. O extrato de soja constitui fonte de proteínas e
pode ser usado como alimento ou como ingrediente para elaboração de alimentos, como
por exemplo, bebida com extrato de soja. As análises usuais para extrato de soja e bebida
com extrato de soja incluem as determinações de: substâncias voláteis (483/IV) ou (484/IV),
resíduo por incineração (cinzas) (018/IV), lipídios (486/IV), protídios (036/IV ou
037/IV), glicídios (040/IV) e ibra alimentar (045/IV - 046/IV).
Colaboradores
Cláudio de Flora, Deise Aparecida Pinatti Marsiglia, Irani Rodrigues de Oliveira,
Leonídio Guilherme , Marcelo Vaz Leonardo, Marilda Duarte e Rejane W. de Abreu
822 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
CAPÍTULO
XXVII
LEITES E
DERIVADOS
IAL - 823
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
824 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
XXVII
LEITES E DERIVADOS
Leite fluido: in natura, pasteurizado e UHT
ntende-se por leite, sem outra especiicação, o produto oriundo da ordenha
completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas
e descansadas. O leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que
proceda. Na pasteurização, devem ser ielmente observados os limites de temperatura
e o tempo de aquecimento: (72-75)°C por (15-20) segundos. Na refrigeração subseqüente, a
temperatura de saída do leite não deve ser superior a 4°C. Leite UHT é aquele homogeneizado
e submetido durante (2-4) segundos a uma temperatura de (130-150)°C, mediante um processo térmico de luxo contínuo, imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32°C
e envasado sob condições assépticas em embalagens estéreis e hermeticamente fechadas. As
principais determinações para este tipo de alimento são: acidez, estabilidade ao álcool a 68%,
densidade, gordura, sólidos totais, extrato seco total e desengordurado, crioscopia e índice de
refração do soro cúprico a 20°C. Para o leite pasteurizado, as provas de fosfatase e peroxidase
deverão, também, ser efetuadas. Outras determinações como ácidos graxos, proteínas (036/
IV ou 037/IV), caseína, lactose, resíduo por incineração (cinzas) e pesquisa de conservadores,
contribuem para a avaliação da qualidade do produto.
E
423/IV Leites – Determinação de densidade a 15°C
O leite é uma emulsão de gordura em água e sua densidade fornece informações
sobre a quantidade de gordura nele contida. De maneira geral, um acréscimo de gordura
provoca uma diminuição no valor da densidade.
IAL - 825
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Material
Termolactodensímetro de Quevenne ou Gerber, balança analítica, proveta de 250 mL,
mula, dessecador com sílica-gel, placa de Petri, balão volumétrico de 1000 mL, espátula,
bastão de vidro e papel absorvente.
Reagente
Solução de cloreto de sódio 44 g/L – Seque, em uma placa de Petri, cerca de 45 g de cloreto
de sódio em mula a 300°C por duas horas e resfrie em dessecador. Pese exatamente 44 g e
dissolva em balão volumétrico de 1000 mL. Esta solução terá a densidade de 1,030, a 20°C.
Procedimento – Transira, para uma proveta de 250 mL, uma quantidade da amostra
previamente homogeneizada e resfriada que permita introduzir o termolactodensímetro. A temperatura deverá variar de (10-20)°C. Introduza o termolactodensímetro lentamente, evitando mergulhá-lo além do ponto de aloramento e tendo o cuidado de não
encostar nas paredes da proveta. Faça a leitura ao nível do leite, no menisco superior.
Levante um pouco o termolactodensímetro e enxugue a haste com papel absorvente, de
cima para baixo. Mergulhe novamente o termolactodensímetro até próximo do traço anteriormente observado. Espere que a coluna de mercúrio do termômetro e o densímetro
se estabilizem. Proceda a leitura da densidade e da temperatura. Expresse a densidade a
15°C utilizando a Tabela 1. Os valores dos graus lactodensimétricos correspondem à 2ª,
3ª e 4ª casas decimais do valor da densidade. Para obter o valor da densidade corrigida a
15°C, basta colocar 1 à esquerda do valor do grau lactodensimétrico obtido na Tabela 1.
Se os valores da densidade não estiverem contidos nesta tabela, faça a correção da leitura
acrescentando 0,0002 para cada grau acima de 15°C ou diminuindo 0,0002 para cada
grau abaixo de 15°C. Ex.: para leitura a 16°C com densidade igual a 1,0150, some a esta
leitura 0,0002; para leitura a 12°C com densidade igual a 1,0150, subtraia 0,0006 desta
leitura.
Fator de correção do termolactodensímetro – Transira a solução de cloreto de sódio 44 g/L
para uma proveta de 250 mL e introduza lentamente o termolactodensímetro, tendo o
cuidado de não encostar nas paredes da proveta. Após a temperatura estabilizar a 20°C,
anote a densidade. Calcule o fator de correção, que corresponde à diferença entre o valor
teórico da densidade da solução de cloreto de sódio, que é igual a 1,030 e o da densidade
lida no termolactodensímetro.
Nota: o fator de correção deve ser sempre somado à densidade obtida na amostra analisada, lida no termolactodensímetro (densidade do leite a 15°C).
826 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Temperatura do leite
(leitura)
Graus
Lactodensimétricos
Tabela 1 – Correção da densidade do leite, segundo a temperatura
10°C
11°C
12°C
13°C
14°C
15°C
16°C
17°C
18°C
19°C
20°C
Graus lactodensimétricos (correção)
195
189
190
191
192
193
195
196
198
200
202
204
200
193
194
195
196
198
200
201
203
205
207
209
205
198
199
200
201
203
205
207
209
211
213
215
210
203
204
205
206
208
210
212
214
216
218
220
215
208
209
210
211
213
215
217
219
221
223
225
220
213
214
215
216
218
220
222
224
226
228
230
225
218
219
220
221
223
225
227
229
231
233
235
230
223
224
225
226
228
230
232
234
236
238
240
235
228
229
230
231
233
235
237
239
241
243
245
240
233
234
235
236
238
240
242
244
246
248
250
245
238
239
240
241
243
245
247
249
251
253
255
250
242
243
245
246
248
250
252
254
256
258
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255
247
248
250
251
253
255
257
259
261
264
266
260
252
253
255
256
258
260
262
264
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269
271
265
257
258
260
261
263
265
267
269
271
274
277
270
262
263
265
266
268
270
272
274
276
279
282
275
267
268
270
271
273
275
277
279
281
284
287
280
271
272
274
276
278
280
282
284
286
289
292
285
276
277
279
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281
282
284
286
288
290
292
294
296
299
302
295
286
287
289
291
293
295
297
299
301
304
307
300
290
292
294
296
298
300
302
304
306
309
312
305
295
297
299
301
303
305
307
309
312
315
318
310
300
302
304
306
308
310
312
314
317
320
323
315
305
307
309
311
313
315
317
319
322
325
328
320
310
312
314
316
318
320
322
324
327
330
333
325
315
317
319
321
323
325
327
329
332
335
338
330
320
322
324
326
328
330
332
334
337
340
343
335
325
327
329
331
333
335
337
339
342
345
348
340
329
331
333
335
338
340
342
344
347
350
353
IAL - 827
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referências bibliográficas
FONSECA DA SILVA, P. H.; PEREIRA, D. B. C.; OLIVEIRA, L. L; COSTA-JÚNIOR,
L. C. G. Físico-química do leite e derivados – Métodos analíticos. Juiz de Fora,
Minas Gerais, 1997, p.25.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
199-200.
424/IV Leites – Determinação do grau refratométrico do soro cúprico a 20°C
O método baseia-se no princípio de que a adição de água ao leite dilui as substâncias dissolvidas em seu soro. Uma leitura abaixo de 37°Zeiss do soro cúprico a 20°C
sugere adição de água ao leite.
Material
Refratômetro de imersão de Zeiss, frasco Erlenmeyer de 150 mL, proveta de 50 mL,
pipeta volumétrica de 10 mL, funil de vidro e papel de iltro.
Reagente
Solução cúprica – Pese 7,25 g de sulfato de cobre (CuSO4.5H2O), transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. A leitura desta solução, no
refratômetro de imersão de Zeiss a 20°C, deverá ser de 36°Z.
Procedimento – Transira para um dos copos do refratômetro de imersão de Zeiss uma
quantidade correspondente a mais da metade da sua capacidade de água, recentemente
fervida e resfriada. Mergulhe o prisma do refratômetro e prenda pelos grampos do respectivo suporte. Deixe nessa posição por 10 minutos, tendo o cuidado de manter o banho
em uma temperatura constante. Ilumine o campo e ajuste a ocular. A porção superior do
campo, de 0 a 15, aparecerá clara e nítida separada da camada inferior sombria. Faça a
leitura e anote a temperatura da água. A leitura deve estar de acordo com a Tabela 2.
Preparo e leitura da amostra – Transira, para um frasco Erlenmeyer de 150 mL, com o
auxílio de uma pipeta, 10 mL da solução cúprica e adicione 40 mL da amostra. A adição
da amostra deve ser aos poucos, com agitação. Deixe em repouso por 5 minutos. Filtre em
papel de iltro. Despreze as primeiras gotas do iltrado, que deverá estar límpido. Receba
o iltrado em um frasco Erlenmeyer de 150 mL, seco. Transira o iltrado para o copo
do refratômetro de imersão de Zeiss, ajuste a temperatura do banho a 20°C, mergulhe o
prisma do refratômetro e prenda pelos grampos do respectivo suporte. Mantenha a temperatura do banho a 20°C e faça a leitura.
828 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Tabela 2 – Controle no refratômetro de imersão de Zeiss
Temperatura °C
Leitura no aparelho
10,0
16,50
11,0
16,15
12,0
16,00
13,0
15,85
14,0
15,70
15,0
15,50
16,0
15,30
17,0
15,10
17,5
15,00
18,0
14,90
19,0
14,70
20,0
14,50
21,0
14,25
22,0
14,00
23,0
13,75
24,0
13,50
25,0
13,25
26,0
13,00
27,0
12,70
28,0
12,40
29,0
12,10
30,0
11,80
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
201-202.
425/IV Leites – Determinação da adição de água por crioscopia eletrônica
A crioscopia do leite corresponde à medida de seu ponto de congelamento, utilizando o crioscópio eletrônico. O valor desta medida varia em função da época do ano,
região geográica e da raça e alimentação do gado. O grau crioscópico do leite fraudado
com água tende a aproximar-se de 0°C, ponto de congelamento da água. A adição de
IAL - 829
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
água ao leite não só reduz a qualidade do mesmo, como também pode ocasionar contaminação dependendo da qualidade da água adicionada, representando um risco à saúde
do consumidor. Neste método, a amostra é rapidamente resfriada a alguns graus abaixo
do seu ponto de congelamento, sob constante agitação. A vibração resultante ocasiona
um desequilíbrio térmico no interior da amostra, fazendo com que a solução libere calor
de fusão. A temperatura sobe até atingir o ponto de congelamento, permanecendo constante por algum tempo. Este tempo é denominado plateau, durante o qual se faz a leitura
do ponto de congelamento.
Material
Crioscópio eletrônico, pipetas graduadas de 5 mL e papel absorvente.
Reagentes
Soluções-padrão de sacarose a 70 e 100 g/L
Soluções-padrão de cloreto de sódio a 6,859 e 10,155 g/L
Procedimento – Cada equipamento tem sua especiicação, por isto, siga as instruções
do fabricante do aparelho, tais como, o tipo de banho refrigerante e o procedimento de
calibração. As soluções para calibração geralmente utilizadas são as de cloreto de sódio e
de sacarose, podendo ser utilizada também a água. A calibração do equipamento fornece uma referência coniável ao circuito eletrônico do crioscópio para que os resultados,
dentro da faixa de calibração, sejam válidos. Adicione a solução refrigerante e calibre o
equipamento usando duas soluções-padrão. Efetue três medições para cada amostra. Os
resultados dos testes devem ser próximos, com uma tolerância de mais ou menos 0,002°C
ou 0,002°H (Hortvet), conforme a especiicação do aparelho. Após cada leitura, lave cuidadosamente o sensor com água e seque com papel absorvente. Uma vez obtidas as três
leituras, calcule a média aritmética.
Nota: as concentrações das soluções-padrão devem seguir a especiicação do fabricante do
equipamento. As mais usadas são:
Cloreto de sódio 6,859 g/L a 20°C = - 0,408°C (- 0,422°H)
Cloreto de sódio 10,155 g/L a 20°C = - 0,600°C (- 0,621°H)
Sacarose 70 g/L a 20°C = -0,408°C (- 0,422°H)
Sacarose 100 g/L a 20°C = -0,600°C (- 0,621°H)
830 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Cálculo
O cálculo da estimativa de fraude por adição de água pode ser realizado por meio da
fórmula abaixo:
B = ponto de congelamento do leite autêntico (°C)
T = ponto de congelamento da amostra (°C)
Referências bibliográficas
FONSECA DA SILVA, P. H.; PEREIRA, D. B. C.; OLIVEIRA, L. L; COSTAJÚNIOR, L.C.G. Físico-química do leite e derivados – Métodos analíticos. Juiz de
Fora, Minas Gerais, 1997, p.31-35.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of dairy products.16th ed. Washington: APHA, 1992, p. 516-518.
426/IV Leites – Determinação da acidez em ácido láctico
A acidez indica o estado de conservação do leite. Uma acidez alta é o resultado da
acidiicação da lactose, provocada por microrganismos em multiplicação no leite. A acidez tende, portanto, a aumentar à medida que o leite vai envelhecendo.
Material
Pipeta volumétrica de 10 mL, béquer de 100 mL e bureta de 10 mL.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Solução de fenolftaleína a 1%
Procedimento – Transira, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 10 mL da amostra
para um béquer de 100 mL (pipete previamente uma porção de leite e despreze-o). Adicione 5 gotas da solução de fenolftaleína. Titule com solução de hidróxido de sódio 0,1
M, utilizando bureta de 10 mL, até o aparecimento de uma coloração rósea.
IAL - 831
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
V = n° de mL da solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
A = n° de mL da amostra
0,9 = fator de conversão para ácido láctico
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
203-204.
427/IV Leites – Determinação da acidez em graus Dornic
Material
Pipeta volumétrica de 10 mL, béquer de 100 mL e acidímetro de Dornic ou bureta de
10 mL.
Reagentes
Solução de Dornic (Hidróxido de sódio N/9)
Solução de fenolftaleína a 1%
Procedimento – Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 10 mL da amostra para
um béquer de 100 mL. Adicione 5 gotas da solução de fenolftaleína. Titule com a solução
de hidróxido de sódio N/9, utilizando bureta de 10 mL ou acidímetro de Dornic, até o
aparecimento de uma coloração rósea. Faça a leitura e dê o resultado em graus Dornic.
Nota: cada 0,1 mL da solução de hidróxido de sódio N/9 equivale a 1°D.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 203-204.
832 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
428/IV Leites – Estabilidade ao etanol a 68% (teste do álcool)
Este método objetiva estimar a estabilidade térmica do leite por meio da reação
com solução alcoólica. A ocorrência de coagulação se dá por efeito da elevada acidez
ou desequilíbrio salino, quando se promove a desestabilização das micelas do leite pelo
álcool.
Material
Tubo de ensaio de 20 mL, suporte para tubos de ensaio e pipetas graduadas de 2 mL.
Reagente
Álcool a 68% v/v
Procedimento – Adicione, em um tubo de ensaio, utilizando pipetas, 2 mL de leite e
2 mL de álcool a 68%, misture cuidadosamente e observe.
Resultado
Instável : coagulado
Estável: sem coagulação
Referência bibliográfica
FONSECA DA SILVA, P. H.; PEREIRA, D. B. C.; OLIVEIRA, L. L; COSTAJÚNIOR, L.C.G. Físico-química do leite e derivados – Métodos analíticos. Juiz de
Fora, Minas Gerais, 1997, p.21.
429/IV Leites – Determinação do extrato seco total (resíduo seco a 105°C)
O extrato seco total ou resíduo seco é obtido após a evaporação da água e substâncias voláteis.
Material
Balança analítica, estufa, cápsula de porcelana, banho-maria, areia puriicada, dessecador
com sílica-gel, pipeta volumétrica de 5 mL, bastões de vidro e pinça metálica.
IAL - 833
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Pese, em uma cápsula, 10 g de areia puriicada e dois bastões de vidro
apoiados na borda do recipiente. Seque em estufa a (103±2)°C por 2 horas, resfrie em
dessecador e pese. Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 5 mL da amostra e
misture bem com auxílio dos dois bastões. Seque em banho-maria fervente e deixe em
estufa a (103 ± 2)°C por 1 hora. Resfrie em dessecador e pese. Retorne à estufa por 30
minutos, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento
até peso constante.
Cálculo
P = n° de g de resíduo seco
A = n° de mL da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
204-205.
430/IV Leites – Determinação do extrato seco total por métodos indiretos
Procedimento – Para veriicar o valor do extrato seco total pelo disco de Ackermann,
faça coincidir as graduações dos círculos interno e médio, correspondentes à densidade
e à gordura, respectivamente. A posição da lecha indicará, no círculo externo, o extrato
seco total por cento m/v. Alternativamente, determine o extrato seco total por cento m/v,
por meio da Tabela 3 ou pela fórmula de Fleishmann.
Cálculo
Calcule o resíduo seco por meio da fórmula de Fleishmann:
G = nº de g de gordura por cento m/v
D = densidade do leite a 15ºC
Tabela 3 – Determinação do extrato seco total com relação à densidade a 15°C e à porcentagem de gordura
834 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Densidade
a 15ºC
2,0
2,1
2,2
2,3
1,0260
1,0261
1,0262
1,0263
1,0264
1,0265
1,0266
1,0267
1,0268
1,0269
1,0270
1,0271
1,0272
1,0273
1,0274
1,0275
1,0276
1,0277
1,0278
1,0279
1,0280
1,0281
1,0282
1,0283
1,0284
1,0285
1,0286
1,0287
1,0288
1,0289
1,0290
1,0291
1,0292
1,0293
1,0294
1,0295
1,0296
1,0297
1,0298
1,0299
1,0300
1,0301
1,0302
1,0303
1,0304
1,0305
1,0306
1,0307
1,0308
1,0309
1,0310
1,0311
9,15
9,18
9,20
9,23
9,26
9,28
9,31
9,33
9,36
9,38
9,41
9,43
9,46
9,48
9,51
9,53
9,56
9,58
9,61
9,63
9,66
9,68
9,71
9,73
9,76
9,79
9,81
9,84
9,86
9,89
9,91
9,94
9,96
9,99
10,01
10,04
10,06
10,09
10,11
10,14
10,16
10,19
10,21
10,24
10,26
10,29
10,31
10,34
10,36
10,39
10,41
10,44
9,27
9,30
9,32
9,35
9,38
9,40
9,43
9,45
9,48
9,50
9,53
9,55
9,58
9,60
9,63
9,65
9,68
9,70
9,73
9,75
9,78
9,80
9,83
9,85
9,88
9,91
9,93
9,96
9,98
10,01
10,03
10,06
10,08
10,11
10,13
10,16
10,18
10,21
10,23
10,26
10,28
10,31
10,33
10,36
10,38
10,41
10,43
10,46
10,48
10,51
10,53
10,56
9,39
9,42
9,44
9,47
9,50
9,52
9,55
9,57
9,60
9,62
9,65
9,67
9,70
9,72
9,75
9,77
9,80
9,82
9,85
9,87
9,90
9,92
9,95
9,97
10,00
10,03
10,05
10,08
10,10
10,13
10,15
10,18
10,20
10,23
10,25
10,28
10,30
10,33
10,35
10,38
10,40
10,43
10,45
10,48
10,50
10,53
10,55
10,58
10,60
10,63
10,65
10,68
9,51
9,54
9,56
9,59
9,62
9,64
9,67
9,69
9,72
9,74
9,77
9,79
9,82
9,84
9,87
9,89
9,92
9,94
9,97
9,99
10,02
10,04
10,07
10,09
10,12
10,15
10,17
10,20
10,22
10,25
10,27
10,30
10,32
10,35
10,37
10,40
10,42
10,45
10,47
10,50
10,52
10,55
10,57
10,60
10,62
10,65
10,67
10,70
10,72
10,75
10,77
10,80
Porcentagem de gordura
2,4
2,5
2,6
Extrato seco total
9,63
9,75
9,87
9,66
9,78
9,90
9,68
9,80
9,92
9,71
9,83
9,95
9,74
9,86
9,98
9,76
9,88 10,00
9,79
9,91 10,03
9,81
9,93 10,05
9,84
9,96 10,08
9,86
9,98 10,10
9,89 10,01 10,13
9,91 10,03 10,15
9,94 10,06 10,18
9,96 10,08 10,20
9,99 10,11 10,23
10,01 10,13 10,25
10,04 10,16 10,28
10,06 10,18 10,30
10,09 10,21 10,33
10,11 10,23 10,35
10,14 10,26 10,38
10,16 10,28 10,40
10,19 10,31 10,43
10,21 10,33 10,45
10,24 10,36 10,48
10,27 10,39 10,51
10,29 10,41 10,53
10,32 10,44 10,56
10,34 10,46 10,58
10,37 10,49 10,61
10,39 10,51 10,63
10,42 10,54 10,66
10,44 10,56 10,68
10,47 10,59 10,71
10,49 10,61 10,73
10,52 10,64 10,76
10,54 10,66 10,78
10,57 10,69 10,81
10,59 10,71 10,83
10,62 10,74 10,86
10,64 10,76 10,88
10,67 10,79 10,91
10,69 10,81 10,93
10,72 10,84 10,96
10,74 10,86 10,98
10,77 10,89 11,01
10,79 10,91 11,03
10,82 10,94 11,06
10,84 10,96 11,08
10,87 10,99 11,11
10,89 11,01 11,13
10,92 11,04 11,16
2,7
2,8
2,9
3,0
9,99
10,02
10,04
10,07
10,10
10,12
10,15
10,17
10,20
10,22
10,25
10,27
10,30
10,32
10,35
10,37
10,40
10,42
10,45
10,47
10,50
10,52
10,55
10,57
10,60
10,63
10,65
10,68
10,70
10,73
10,75
10,78
10,80
10,83
10,85
10,88
10,90
10,93
10,95
10,98
11,00
11,03
11,05
11,08
11,10
11,13
11,15
11,18
11,20
11,23
11,25
11,28
10,11
10,14
10,16
10,19
10,22
10,24
10,27
10,29
10,32
10,34
10,37
10,39
10,42
10,44
10,47
10,49
10,52
10,54
10,57
10,59
10,62
10,64
10,67
10,69
10,72
10,75
10,77
10,80
10,82
10,85
10,87
10,90
10,92
10,95
10,97
11,00
11,02
11,05
11,07
11,10
11,12
11,15
11,17
11,20
11,22
11,25
11,27
11,30
11,32
11,35
11,37
11,40
10,23
10,26
10,28
10,31
10,34
10,36
10,39
10,41
10,43
10,46
10,49
10,51
10,54
10,56
10,59
10,61
10,64
10,66
10,69
10,71
10,74
10,76
10,79
10,81
10,84
10,87
10,89
10,92
10,94
10,97
10,99
11,02
11,04
11,07
11,09
11,12
11,14
11,17
11,19
11,22
11,24
11,27
11,29
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11,37
11,39
11,42
11,44
11,47
11,49
11,52
10,35
10,38
10,40
10,43
10,46
10,48
10,51
10,53
10,56
10,58
10,61
10,63
10,66
10,68
10,71
10,73
10,76
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10,81
10,83
10,86
10,88
10,91
10,93
10,96
10,99
11,01
11,04
11,06
11,09
11,11
11,14
11,16
11,19
11,21
11,24
11,26
11,29
11,31
11,34
11,36
11,39
11,41
11,44
11,46
11,49
11,51
11,54
11,56
11,59
11,61
11,64
IAL - 835
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Densidade
a 15ºC
2,0
2,1
2,2
2,3
1,0312
1,0313
1,0314
1,0315
1,0316
1,0317
1,0318
1,0319
1,0320
1,0321
1,0322
1,0323
1,0324
1,0325
1,0326
1,0327
1,0328
1,0329
1,0330
1,0331
1,0332
1,0333
1,0334
1,0335
1,0336
1,0337
1,0338
1,0339
1,0340
1,0341
1,0342
1,0343
1,0344
1,0345
1,0346
1,0347
1,0348
1,0349
1,0350
10,46
10,49
10,51
10,54
10,56
10,59
10,61
10,64
10,66
10,69
10,71
10,74
10,76
10,79
10,81
10,84
10,86
10,89
10,91
10,94
10,96
10,99
11,01
11,04
11,06
11,09
11,11
11,14
11,16
11,19
11,21
11,24
11,26
11,29
11,31
11,34
11,36
11,39
11,41
10,58
10,61
10,63
10,66
10,68
10,71
10,73
10,76
10,78
10,81
10,83
10,86
10,88
10,91
10,93
10,96
10,98
11,01
11,03
11,06
11,08
11,11
11,13
11,16
11,18
11,21
11,23
11,26
11,28
11,31
11,33
11,36
11,38
11,41
11,43
11,46
11,48
11,51
11,53
10,70
10,73
10,75
10,78
10,80
10,83
10,85
10,88
10,90
10,93
10,95
10,98
11,00
11,03
11,05
11,08
11,10
11,13
11,15
11,18
11,20
11,23
11,25
11,28
11,30
11,33
11,35
11,38
11,40
11,43
11,45
11,48
11,50
11,53
11,55
11,58
11,60
11,63
11,65
10,82
10,85
10,87
10,90
10,92
10,95
10,97
11,00
11,02
11,05
11,07
11,10
11,12
11,15
11,17
11,20
11,22
11,25
11,27
11,30
11,32
11,35
11,37
11,40
11,42
11,45
11,47
11,50
11,52
11,55
11,57
11,60
11,62
11,65
11,67
11,70
11,72
11,75
11,77
836 - IAL
Porcentagem de gordura
2,4
2,5
2,6
Extrato seco total
10,94 11,06 11,18
10,97 11,09 11,21
10,99 11,11 11,23
11,02 11,14 11,26
11,04 11,16 11,28
11,07 11,19 11,31
11,09 11,21 11,33
11,12 11,24 11,36
11,14 11,26 11,38
11,17 11,29 11,41
11,19 11,31 11,43
11,22 11,34 11,46
11,24 11,36 11,48
11,27 11,39 11,51
11,29 11,41 11,53
11,32 11,44 11,56
11,34 11,46 11,58
11,37 11,49 11,61
11,39 11,51 11,63
11,42 11,54 11,66
11,44 11,56 11,68
11,47 11,59 11,71
11,49 11,61 11,73
11,52 11,64 11,76
11,54 11,66 11,78
11,57 11,69 11,81
11,59 11,71 11,83
11,62 11,74 11,86
11,64 11,76 11,88
11,67 11,79 11,91
11,69 11,81 11,93
11,72 11,84 11,96
11,74 11,86 11,98
11,77 11,89 12,01
11,79 11,91 12,03
11,82 11,94 12,06
11,84 11,96 12,08
11,87 11,99 12,11
11,89 12,01 12,13
2,7
2,8
2,9
3,0
11,30
11,33
11,35
11,38
11,40
11,43
11,45
11,48
11,50
11,53
11,55
11,58
11,60
11,63
11,65
11,68
11,70
11,73
11,75
11,78
11,80
11,83
11,85
11,88
11,90
11,93
11,95
11,98
12,00
12,03
12,05
12,08
12,10
12,13
12,15
12,18
12,20
12,23
12,25
11,42
11,45
11,47
11,50
11,52
11,55
11,57
11,60
11,62
11,65
11,67
11,70
11,72
11,75
11,77
11,80
11,82
11,85
11,87
11,90
11,92
11,95
11,97
12,00
12,02
12,05
12,07
12,10
12,12
12,15
12,17
12,20
12,22
12,25
12,27
12,30
12,32
12,35
12,37
11,54
11,57
11,59
11,62
11,64
11,67
11,69
11,72
11,74
11,77
11,79
11,82
11,84
11,87
11,89
11,92
11,94
11,97
11,99
12,02
12,04
12,07
12,09
12,12
12,14
12,17
12,19
12,22
12,24
12,27
12,29
12,32
12,34
12,37
12,39
12,42
12,44
12,47
12,49
11,66
11,69
11,71
11,74
11,76
11,79
11,81
11,84
11,86
11,89
11,91
11,94
11,96
11,99
12,01
12,04
12,06
12,09
12,11
12,14
12,16
12,19
12,21
12,24
12,26
12,29
12,31
12,34
12,36
12,39
12,41
12,44
12,46
12,49
12,41
12,54
12,56
12,59
12,61
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Densidade
a 15ºC
3,0
3,1
3,2
3,3
1,0260
1,0261
1,0262
1,0263
1,0264
1,0265
1,0266
1,0267
1,0268
1,0269
1,0270
1,0271
1,0272
1,0273
1,0274
1,0275
1,0276
1,0277
1,0278
1,0279
1,0280
1,0281
1,0282
1,0283
1,0284
1,0285
1,0286
1,0287
1,0288
1,0289
1,0290
1,0291
1,0292
1,0293
1,0294
1,0295
1,0296
1,0297
1,0298
1,0299
1,0300
1,0301
1,0302
1,0303
1,0304
1,0305
1,0306
1,0307
1,0308
1,0309
1,0310
1,0311
1,0312
1,0313
10,35
10,38
10,40
10,43
10,46
10,48
10,51
10,53
10,56
10,58
10,61
10,63
10,66
10,68
10,71
10,73
10,76
10,78
10,81
10,83
10,86
10,88
10,91
10,93
10,96
10,99
11,01
11,04
11,06
11,09
11,11
11,14
11,16
11,19
11,21
11,24
11,26
11,29
11,31
11,34
11,36
11,39
11,41
11,44
11,46
11,49
11,51
11,54
11,56
11,59
11,61
11,64
11,66
11,69
10,47
10,50
10,52
10,55
10,58
10,60
10,63
10,65
10,68
10,70
10,73
10,75
10,78
10,80
10,83
10,85
10,88
10,90
10,93
10,95
10,98
11,00
11,03
11,05
11,08
11,11
11,13
11,16
11,18
11,21
11,23
11,26
11,28
11,31
11,33
11,36
11,38
11,41
11,43
11,46
11,48
11,51
11,53
11,56
11,58
11,61
11,63
11,66
11,68
11,71
11,73
11,76
11,78
11,81
10,59
10,62
10,64
10,67
10,70
10,72
10,75
10,77
10,80
10,82
10,85
10,87
10,90
10,92
10,95
10,97
11,00
11,02
11,05
11,07
11,10
11,12
11,15
11,17
11,20
11,23
11,25
11,28
11,30
11,33
11,35
11,38
11,40
11,43
11,45
11,48
11,50
11,53
11,55
11,58
11,60
11,63
11,65
11,68
11,70
11,73
11,75
11,78
11,80
11,83
11,85
11,88
11,90
11,93
10,71
10,74
10,76
10,79
10,82
10,84
10,87
10,89
10,92
10,94
10,97
10,99
11,02
11,04
11,07
11,09
11,12
11,14
11,17
11,19
11,22
11,24
11,27
11,29
11,32
11,35
11,37
11,40
11,42
11,45
11,47
11,50
11,52
11,55
11,57
11,60
11,62
11,65
11,67
11,70
11,72
11,75
11,77
11,80
11,82
11,85
11,87
11,90
11,92
11,95
11,97
12,00
12,02
12,05
Porcentagem de gordura
3,4
3,5
3,6
Extrato seco total
10,83 10,95 11,07
10,86 10,98 11,10
10,88 11,00 11,12
10,91 11,03 11,15
10,94 11,06 11,18
10,96 11,08 11,20
10,99 11,11 11,23
11,01 11,13 11,25
11,04 11,16 11,28
11,06 11,18 11,30
11,09 11,21 11,33
11,11 11,23 11,35
11,14 11,26 11,38
11,16 11,28 11,40
11,19 11,31 11,43
11,21 11,33 11,45
11,24 11,36 11,48
11,26 11,38 11,50
11,29 11,41 11,53
11,31 11,43 11,55
11,34 11,46 11,58
11,36 11,48 11,60
11,39 11,51 11,63
11,41 11,53 11,65
11,44 11,56 11,68
11,47 11,59 11,71
11,49 11,61 11,73
11,52 11,64 11,76
11,54 11,66 11,78
11,57 11,69 11,81
11,59 11,71 11,83
11,62 11,74 11,86
11,64 11,76 11,88
11,67 11,79 11,91
11,69 11,81 11,93
11,72 11,84 11,96
11,74 11,86 11,98
11,77 11,89 12,01
11,79 11,91 12,03
11,82 11,94 12,06
11,84 11,96 12,08
11,87 11,99 12,11
11,89 12,01 12,13
11,92 12,04 12,16
11,94 12,06 12,18
11,97 12,09 12,21
11,99 12,11 12,23
12,02 12,14 12,26
12,04 12,16 12,28
12,07 12,19 12,31
12,09 12,21 12,33
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12,17 12,29 12,41
3,7
3,8
3,9
4,0
11,19
11,22
11,24
11,27
11,30
11,32
11,35
11,37
11,40
11,42
11,45
11,47
11,50
11,52
11,55
11,57
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11,65
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11,70
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11,75
11,77
11,80
11,83
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11,93
11,95
11,98
12,00
12,03
12,05
12,08
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12,20
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12,35
12,38
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12,43
12,45
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12,50
12,53
11,31
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11,36
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11,42
11,44
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11,49
11,52
11,54
11,57
11,59
11,62
11,64
11,67
11,69
11,72
11,74
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11,79
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11,97
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12,37
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12,42
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12,60
12,62
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11,54
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11,64
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11,69
11,71
11,74
11,76
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11,91
11,94
11,96
11,99
12,01
12,03
12,07
12,09
12,12
12,14
12,17
12,19
12,22
12,24
12,27
12,29
12,32
12,34
12,37
12,39
12,42
12,44
12,47
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12,52
12,54
12,57
12,59
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12,64
12,67
12,69
12,72
12,74
12,77
11,55
11,58
11,60
11,63
11,66
11,68
11,71
11,73
11,76
11,78
11,81
11,83
11,86
11,88
11,91
11,93
11,96
11,98
12,01
12,03
12,06
12,08
12,11
12,13
12,16
12,19
12,21
12,24
12,26
12,29
12,31
12,34
12,36
12,39
12,41
12,44
12,46
12,49
12,51
12,54
12,56
12,59
12,61
12,64
12,66
12,69
12,71
12,74
12,76
12,79
12,81
12,84
12,86
12,89
IAL - 837
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Densidade
a 15ºC
3,0
3,1
3,2
3,3
1,0314
1,0315
1,0316
1,0317
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1,0319
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1,0321
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1,0326
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1,0330
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1,0332
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1,0334
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1,0339
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1,0342
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1,0345
1,0346
1,0347
1,0348
1,0349
1,0350
11,71
11,74
11,76
11,79
11,81
11,84
11,86
11,89
11,91
11,94
11,96
11,99
12,01
12,04
12,06
12,09
12,11
12,14
12,16
12,19
12,21
12,24
12,26
12,29
12,31
12,34
12,36
12,39
12,41
12,44
12,46
12,49
12,41
12,54
12,56
12,59
12,61
11,83
11,86
11,88
11,91
11,93
11,96
11,98
12,01
12,03
12,06
12,08
12,11
12,13
12,16
12,18
12,21
12,23
12,26
12,28
12,31
12,33
12,36
12,38
12,41
12,43
12,46
12,48
12,51
12,53
12,56
12,58
12,61
12,63
12,66
12,68
12,71
12,73
11,95
11,98
12,00
12,03
12,05
12,08
12,10
12,13
12,15
12,18
12,20
12,23
12,25
12,28
12,30
12,33
12,35
12,38
12,40
12,43
12,45
12,48
12,50
12,53
12,55
12,58
12,60
12,63
12,65
12,68
12,70
12,73
12,75
12,78
12,80
12,83
12,85
12,07
12,10
12,12
12,15
12,17
12,20
12,22
12,25
12,27
12,30
12,32
12,35
12,37
12,40
12,42
12,45
12,47
12,50
12,52
12,55
12,57
12,60
12,62
12,65
12,67
12,70
12,72
12,75
12,77
12,80
12,82
12,85
12,87
12,90
12,92
12,95
12,97
Porcentagem de gordura
3,4
3,5
3,6
Extrato seco total
12,19 12,31 12,43
12,22 12,34 12,46
12,24 12,36 12,48
12,27 12,39 12,51
12,29 12,41 12,53
12,32 12,44 12,56
12,34 12,46 12,58
12,37 12,49 12,61
12,39 12,51 12,63
12,42 12,54 12,66
12,44 12,56 12,68
12,47 12,59 12,71
12,49 12,61 12,73
12,52 12,64 12,76
12,54 12,66 12,78
12,57 12,69 12,81
12,59 12,71 12,83
12,62 12,74 12,86
12,64 12,76 12,88
12,67 12,79 12,91
12,69 12,81 12,93
12,72 12,84 12,96
12,74 12,86 12,98
12,77 12,89 13,01
12,79 12,91 13,03
12,82 12,94 13,06
12,84 12,96 13,08
12,87 12,99 13,11
12,89 13,01 13,13
12,92 13,04 13,16
12,94 13,06 13,18
12,97 13,09 13,21
12,99 13,11 13,23
13,02 13,14 13,26
13,04 13,16 13,28
13,07 13,19 13,31
13,09 13,21 13,33
3,7
3,8
3,9
4,0
12,55
12,58
12,60
12,63
12,65
12,68
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12,73
12,75
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12,85
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12,90
12,93
12,95
12,98
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13,03
13,05
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13,10
13,13
13,15
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13,20
13,23
13,25
13,28
13,30
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13,35
13,38
13,40
13,43
13,45
12,67
12,70
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12,77
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12,85
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12,90
12,92
12,95
12,97
13,00
13,02
13,05
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13,20
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13,30
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13,35
13,37
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13,45
13,47
13,50
13,52
13,55
13,57
12,79
12,82
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12,89
12,92
12,94
12,97
12,99
13,02
13,04
13,07
13,09
13,12
13,14
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13,19
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13,24
13,27
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13,32
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13,37
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13,44
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13,49
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13,54
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13,59
13,62
13,64
13,67
13,69
12,91
12,94
12,96
12,99
13,01
13,04
13,06
13,09
13,11
13,14
13,16
13,19
13,21
13,24
13,26
13,29
13,31
13,34
13,36
13,39
13,41
13,44
13,46
13,49
13,51
13,54
13,56
13,59
13,61
13,64
13,66
13,69
13,71
13,74
13,76
13,79
13,81
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
205.
PAOLONE, L. Tabela para a determinação do resíduo seco (extrato seco) do leite. Rev.
Inst. Adolfo Lutz, v.17, n.1/2, p.59-70, 1957.
838 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
431/IV Leites – Determinação do extrato seco desengordurado
Procedimento – Calcule o extrato seco desengordurado por cento m/v, da seguinte forma:
P-G = extrato seco desengordurado % m/v
P = nº de g do extrato seco total m/v
G = nº de g de gordura por cento m/v
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
205.
432/IV Leites – Determinação de glicídios redutores em lactose
Material
Balão volumétrico de 100 mL, pipetas volumétricas de 10 mL, pipeta graduada de 2 mL,
frasco Erlenmeyer de 300 mL, funil de vidro, papel de iltro, balão de fundo chato de
300 mL, bureta de 25 mL, chapa aquecedora e garra de madeira.
Reagentes
Solução de sulfato de zinco a 30% m/v
Solução de ferrocianeto de potássio a 15% m/v
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Transira, com auxílio de uma pipeta volumétrica, 10 mL da amostra
para um balão volumétrico de 100 mL, adicione 50 mL de água, 2 mL da solução de
sulfato de zinco a 30% e 2 mL da solução de ferrocianeto de potássio a 15%, misturando
bem após cada adição. Deixe sedimentar durante 5 minutos, complete o volume com
água e agite. Filtre em papel de iltro, recebendo o iltrado, que deverá estar límpido, em
um frasco Erlenmeyer de 300 mL. Em um balão de fundo chato de 300 mL, transira
10 mL de cada uma das soluções de Fehling e adicione 40 mL de água, aquecendo até a
ebulição em chapa aquecedora. Transira o iltrado para uma bureta de 25 mL e adicione,
às gotas, sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre, utilizando garra de madeira, até que esta solução mude de coloração azul à incolor (no fundo do balão deverá
icar um resíduo vermelho-tijolo).
IAL - 839
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
0,068 = nº de g de lactose que corresponde a 10 mL da solução de Fehling
v = nº de mL da solução da amostra, gasto na titulação
L = nº de mL da amostra
V = nº de mL da diluição da amostra (100 mL)
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
206.
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário Oicial,
02/05/03, Brasilia, p. 15.
433/IV Leites – Determinação de gordura pelo método de Gerber
O método mais empregado para a determinação de gordura no leite é o de Gerber,
que baseia-se na quebra da emulsão do leite pela adição de ácido sulfúrico e álcool isoamílico, na centrifugação e posterior determinação da gordura. Esta determinação pode,
ainda, ser feita em aparelhos automáticos.
Material
Lactobutirômetro de Gerber com respectiva rolha, balança semi-analítica, pipetadores
automáticos de 10 e 1 mL, termômetro, pipeta volumétrica de 11 mL, termocentrífuga
de Gerber ou centrífuga de Gerber, banho-maria, papel absorvente e luvas.
Reagentes
Ácido sulfúrico (D = 1,820 - 1,825)
Álcool isoamílico (D = 0,815)
Procedimento – Pese os lactobutirômetros com suas respectivas rolhas para veriicar se
os mesmos estão com os pesos equivalentes. Transira, com o auxilio de um pipetador
automático, 10 mL de ácido sulfúrico para o butirômetro. Adicione lentamente, com o
auxílio de pipeta volumétrica, 11 mL da amostra, evitando que se queime ao contato com
o ácido. Junte, com o auxilio de um pipetador automático, 1 mL de álcool isoamílico.
840 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Estas adições devem ser feitas sem molhar internamente o gargalo do butirômetro; se
isto acontecer, limpe cuidadosamente com um papel absorvente. Arrolhe o butirômetro,
pese, utilizando luvas, e agite até completa dissolução. Centrifugue a (1200 ± 100) rpm
durante 15 minutos, quando for usada a termocentrífuga. No caso de usar a centrífuga
de Gerber, centrifugue por 5 minutos, leve para um banho-maria a (63 ± 2)ºC, por 2
a 3 minutos, com a rolha para baixo. Retire o lactobutirômetro da termocentrífuga ou
do banho na posição vertical (rolha para baixo). Manejando a rolha, coloque a camada
amarela-clara, transparente (gordura), dentro da escala graduada do lactobutirômetro. O
valor obtido na escala corresponde diretamente à porcentagem de gordura, cuja leitura
deve ser feita no menisco inferior.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
207-208.
434/IV Leites – Extração de gordura para determinação de ácidos graxos
Material
Balança semi-analítica, espátula, béqueres de 250 e 600 mL, pipeta graduada de 5 mL,
provetas de 100 e 200 mL, vidro de relógio, agitador magnético, barra magnética, capela
de exaustão, papel de iltro e ita indicadora de pH (0-14).
Reagentes
Ácido clorídrico
Éter anidro
Sulfato de sódio anidro
Procedimento – Transira, na capela, 100 mL da amostra para um béquer de 600 mL,
adicione 200 mL de éter, sob agitação. Acerte o pH com ácido clorídrico até 2. Tampe
o béquer com vidro de relógio. Agite por 1 hora utilizando o agitador magnético. Filtre
com papel de iltro contendo sulfato de sódio anidro, receba o iltrado em um béquer de
250 mL e evapore, na capela, o solvente à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Faça
a determinação dos ácidos graxos por cromatograia gasosa (053/IV).
Referência bibliográfica
FOX, P.F. Cheese: chemistry, physics and microbiology. v. 1: General aspects. 2nd ed.,
London: Chapman & Hall, 1999. p. 370.
IAL - 841
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
435/IV Leites – Determinação de protídios
Procedimento – Transira, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 5 mL da amostra
para um frasco de Kjeldahl de 300 mL e proceda conforme método 036/IV ou 037/IV,
utilizando o fator 6,38 para conversão de nitrogênio em proteína.
436/IV Leites – Determinação de caseína
Material
Pipeta volumétrica de 10 mL, pipeta graduada de 1 mL, béqueres de 100 e 400 mL,
provetas de 10 e 100 mL, termômetro, frasco de Kjeldahl de 300 mL, papel de iltro e
funil de vidro.
Reagente
Solução saturada de sulfato duplo de alumínio e potássio
Procedimento – Transira, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 10 mL da amostra
para um béquer de 100 mL. Adicione 40 mL de água a 50ºC e 1 mL de uma solução
saturada de sulfato duplo de alumínio e potássio e agite. Filtre, utilizando papel de iltro
e lave com 50 mL de água. Transira o papel de iltro com o resíduo para um frasco de
Kjeldahl de 300 mL e determine a caseína neste resíduo, conforme o método 036/IV ou
037/IV, utilizando o fator 6,38 para a conversão de nitrogênio em proteína. Faça um
branco com o papel de iltro.
437/IV Leites – Determinação do resíduo por incineração (cinzas)
O resíduo por incineração (cinzas) do leite é constituído principalmente por óxidos
de potássio, sódio, cálcio, magnésio, fósforo e por cloretos.
Material
Balança analítica, cápsula de porcelana, pipeta volumétrica de 20 mL, banho-maria, chapa aquecedora, mula, dessecador com sílica-gel e pinça de metal.
Procedimento – Transira, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 20 mL da amostra
para uma cápsula de porcelana, previamente aquecida em mula a (550 ± 10)°C, por 2
horas, resfriada em dessecador e pesada. Evapore em banho-maria até a secagem. Carbo842 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
nize em chapa aquecedora na capela e incinere em mula a (550 ± 10)°C, pelo período
aproximado de 4 horas. O resíduo deverá icar branco ou ligeiramente acinzentado, caso
contrário, resfrie, adicione 0,5 mL de água, seque em banho-maria e incinere novamente.
Resfrie em dessecador e pese.
Cálculo
P = n° de g de resíduo
A = n°de mL da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 211-212.
438/IV Leites – Determinação da alcalinidade das cinzas em carbonato de sódio
A presença de substâncias alcalinas adicionadas ao leite faz aumentar a alcalinidade das cinzas, que é determinada por via indireta fazendo-se reagir as cinzas com uma
quantidade conhecida de solução ácida padronizada e titulando o excesso deste com uma
solução alcalina de concentração conhecida.
Material
Erlenmeyer de 500 mL, bastão de vidro, proveta de 50 mL, buretas de 50 mL e chapa
aquecedora
Reagentes
Solução de ácido clorídrico 0,1 M
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Solução de fenolftaleína a1%
Solução de cloreto de cálcio a 40% m/v neutralizada com solução de ácido clorídrico
0,1 M e iltrada
Procedimento – Transira, quantitativamente, as cinzas obtidas em 437/IV, para um
Erlenmeyer de 500 mL, usando pequenas porções de água. Adicione, aos poucos, 50 mL
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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de solução de ácido clorídrico 0,1 M e leve à ebulição moderada por 5 minutos. Resfrie e
adicione 30 mL da solução de cloreto de cálcio a 40% e 5 gotas de solução de fenolftaleína. Deixe em repouso por 5 minutos e titule o excesso de ácido clorídrico com solução
de hidróxido de sódio 0,1 M. A titulação deve ser bastante rápida até se obter turvação e
coloração rósea.
Cálculo
V = diferença entre os volumes da solução de ácido clorídrico 0,1 M adicionado e da
solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação em mL
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
0,053 = miliequivalentes/g de carbonato de sódio
m = nº de mL da amostra
Nota: valores normais para leite luido: (0,015-0,030)%.; valores superiores, sobretudo
acima de 0,040%, caracterizam adição de substâncias alcalinas.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p.12.
439IV Leites – Determinação da alcalinidade das cinzas em solução normal
Material
Frasco Erlenmeyer de 250 mL, proveta de 50 mL, 2 buretas de 25 mL e banho-maria.
Reagentes
Ácido sulfúrico 0,1 N
Hidróxido de sódio 0,1N
Solução de fenolftaleína a 1%
Procedimento – Transira, quantitativamente, as cinzas obtidas em 437/IV para um
frasco Erlenmeyer de 250 mL, com o auxílio de 30 mL de água. Adicione 20 mL de
ácido sulfúrico 0,1 N e 5 gotas da solução de fenolftaleína (a solução deve ser incolor).
Aqueça em banho-maria por 5 minutos. Titule, a quente, com uma solução de hidróxido
844 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
de sódio 0,1 N até coloração rósea.
Cálculo
V= diferença entre o nº de mL de ácido sulfúrico 0,1 N adicionado e o nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 N gasto na titulação
A = nº de mL da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
212.
440/IV Leites – Determinação de cloretos em cloreto de sódio
Os cloretos são precipitados sob a forma de cloreto de prata em pH levemente alcalino em presença de cromato de potássio como indicador. O ponto inal da titulação é
visualizado pela formação do precipitado vermelho-tijolo de cromato de prata.
Material
Pipetas volumétricas de 10 e 20 mL, cápsula de porcelana, banho-maria, chapa aquecedora, capela de exaustão, mula, proveta de 50 mL, balão volumétrico de 100 mL, béquer
de 200 mL, bureta de 10 mL, funil de vidro e papel de iltro.
Reagentes
Ácido nítrico
Carbonato de cálcio
Solução de cromato de potássio a 10% m/v
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Procedimento – Transira, com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 10 mL da amostra
para uma cápsula de porcelana. Evapore em banho-maria até a secagem. Carbonize em
chapa elétrica na capela. Incinere em mula a (550 ± 10)ºC. As cinzas deverão icar brancas ou ligeiramente acinzentadas, caso contrário esfrie, adicione 0,5 mL de água, seque
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Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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em banho-maria e incinere novamente. Esfrie, adicione 50 mL de água e acidule com
ácido nítrico. Transira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com
água. Filtre em papel de iltro seco e receba o iltrado em um frasco seco. Transira, com
o auxílio de uma pipeta volumétrica, 20 mL do iltrado para um frasco Erlenmeyer de
250 mL. Neutralize com carbonato de cálcio e adicione mais 0,5 g. Adicione 5 gotas de
uma solução de cromato de potássio a 10%. Titule com solução de nitrato de prata 0,1
M até o aparecimento de uma coloração vermelho-tijolo.
Cálculo
V = nº de mL da solução de nitrato de prata 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de nitrato de prata 0,1 M
S = nº de mL da amostra contido na solução usada para a titulação
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 213.
441/IV Leites – Identificação de amido
A prova veriica o desenvolvimento de coloração azulada após aquecimento e adição de solução iodo (solução de Lugol) à amostra, em presença de amido. O aquecimento
promove a abertura da cadeia helicoidal da molécula do amido, permitindo a adsorção do
iodo com o desenvolvimento da coloração caracteristica após resfriamento.
Material
Proveta de 10 mL, béquer de 50 mL e chapa aquecedora
Reagente
Solução de Lugol
Procedimento – Meça 10 mL da amostra em uma proveta. Transira para um béquer e
aqueça até ebulição em chapa aquecedora. Resfrie e adicione 2 gotas de solução de Lugol.
846 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Na presença de amido, aparecerá uma coloração azul.
Notas
Para leite em pó, reconstitua o produto antes de realizar a prova para amido.
No caso de leite fermentado, doce de leite, leite condensado e queijo, pese 10 g da amostra, adicione 50 mL de água e misture. Aqueça até fervura, esfrie e realize a prova para
amido.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p.
214.
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p.7-8.
442/IV Leites – Identificação de sacarose com resorcina
A resorcina em meio ácido condensa-se com as aldoses formando composto de
coloração vermelha.
Material
Proveta de 20 mL, tubo de ensaio de 50 mL, béquer de 500 mL, chapa aquecedora, suportes para tubos de ensaios e banho-maria.
Reagentes
Ácido clorídrico
Resorcina
Procedimento – Meça 15 mL da amostra em uma proveta. Transira para um tubo de
ensaio de 50 mL. Adicione 1 mL de ácido clorídrico e 0,1 g de resorcina. Agite e aqueça
em banho-maria por 5 minutos. Na presença de sacarose, aparecerá uma coloração vermelha.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
217.
IAL - 847
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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443/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com guaiacol
Material
Tubos de ensaio de 20 mL, pipetas graduadas de 2 mL e suporte para tubos de ensaios.
Reagentes
Solução alcoólica de guaiacol a 1%
Leite cru
Procedimento – Transira 10 mL da amostra para um tubo de ensaio de 20 mL. Adicione
2 mL de uma solução de guaiacol a 1% e 2 mL de leite cru. O aparecimento de uma cor
salmão indicará a presença de peróxido de hidrogênio.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 218.
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p.9.
444/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com pentóxido de vanádio
O óxido de vanádio em meio ácido sulfúrico reage com o peróxido de hidrogênio
formando o ácido ortoperoxivanádico de coloração rósea ou vermelha.
Material
Proveta de 10 mL e tubos de ensaio de 20 mL.
Reagente
Solução de óxido de vanádio (V2O5) – Pese 1 g de óxido de vanádio e adicione 100 mL
de ácido sulfúrico a 6% v/v.
Procedimento – Meça 10 mL da amostra em uma proveta e transira para um tubo de
ensaio. Adicione de 10 a 20 gotas da solução de pentóxido de vanádio e agite. Na presença de peróxido de hidrogênio, aparecerá uma coloração rósea ou vermelha.
Referência bibliográfica
848 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 219.
445/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com iodeto
Material
Pipetas de 2 mL, tubos de ensaio de 20 mL, banho-maria e suporte para tubos ensaio.
Reagentes
Solução de ácido clorídrico a 1% v/v
Solução de iodeto de potássio a 10% m/v
Solução de amido a 1% m/v
Procedimento – Em um tubo de ensaio, coloque 2 mL da amostra, 2 mL de solução de
ácido clorídrico a 1% e 2 mL de solução de iodeto de potássio a 10%. Aqueça por um minuto em banho-maria, resfrie e adicione 2 mL de solução de amido. O desenvolvimento
de uma coloração azul indica teste positivo.
Nota: existe no mercado ita reativa própria para esta prova.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 219.
446/IV Leites – Identificação de formaldeído com floroglucina
A loroglucina reage com o formaldeído, produzindo um derivado hidroximetilado
de coloração salmão.
Material
Aparelho destilador, frasco de destilação, frasco Erlenmeyer de 200 mL, tubos de ensaio
de 20 mL, proveta de 10 mL e suporte para tubos de ensaio.
Reagentes
Ácido fosfórico a 20% v/v
Solução de loroglucina a 1% m/v
Solução de hidróxido de sódio a 10% v/v
Procedimento –Transira 50 mL da amostra para um frasco de destilação e adicione 80
mL de ácido fosfórico a 20%. Destile cerca de 40 mL, recolhendo em frasco Erlenmeyer
IAL - 849
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de 200 mL. Transira 10 mL da amostra destilada para um tubo de ensaio, adicione 1 mL
da solução de loroglucina a 1%, 2 mL de uma solução de hidróxido de sódio a 10% e
agite. Na presença de formaldeído, aparecerá uma coloração salmão.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
219.
447/IV Leites – Identificação de formaldeído com cloreto férrico
O formaldeído em meio ácido e na presença de íon férrico produz, por aquecimento, um complexo de coloração roxa.
Material
Proveta de 5 mL, tubos de ensaio de 20 mL, pipeta de 1 mL e suporte para tubos de
ensaio.
Reagentes
Ácido sulfúrico (1+1) v/v
Solução de cloreto férrico a 1% m/v
Procedimento – Transira 5 mL da amostra destilada conforme o método 446/IV para
um tubo de ensaio e adicione 1 mL da solução de ácido sulfúrico (1+1). Adicione uma gota
da solução de cloreto férrico a 1% e aqueça até a ebulição. Na presença de formaldeído
aparece uma coloração roxa.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
220.
448/IV Leites – Identificação de formaldeído com ácido cromotrópico
O formaldeído aquecido com ácido cromotrópico em presença de ácido sulfúrico,
origina um produto de condensação que, oxidado posteriormente, transforma-se em um
composto p-quinoidal de coloração violeta.
850 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Material
Tubos de ensaio de 20 mL, pipetas graduadas de 1 e 5 mL, balão volumétrico de 100 mL,
béquer de 500 mL, chapa aquecedora, capela de exaustão e suporte para tubos de ensaio.
Reagente
Solução saturada de ácido cromotrópico – Pese 0,5 g de ácido cromotrópico e dissolva em
100 mL de ácido sulfúrico a 72%.
Procedimento – Transira 1 mL da amostra destilada conforme o método 446/IV para um
tubo de ensaio e adicione, na capela, 5 mL da solução de ácido cromotrópico, agite e aqueça em
banho-maria por 15 minutos. Na presença de formaldeído, aparecerá uma coloração violeta.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 271.
449/IV Leites – Determinação de cloro e hipocloritos
Este ensaio fundamenta-se na formação de iodo livre a partir da reação de iodeto
de potássio com cloro livre ou hipoclorito.
Material
Tubos de ensaio de 25 mL, pipetas graduadas de 1 e 5 mL, proveta de 10 mL, banhomaria e suporte para tubos de ensaio.
Reagentes
Solução de iodeto de potássio a 7,5% m/v
Ácido clorídrico (1+2) v/v
Solução de amido a 1% m/v
Procedimento – Em tubo de ensaio, transira 5 mL da amostra, adicione 0,5 mL de solução de iodeto de potássio a 7,5% e agite. O aparecimento da coloração amarela indica a
presença de cloro livre. Para conirmar, adicione 1 mL de solução de amido a 1%. Deverá
desenvolver coloração azul ou violeta; não havendo mudança de coloração, adicione 4 mL
de ácido clorídrico (1+2), coloque em banho-maria a 80°C por 10 minutos. Resfrie em
água corrente e observe a coloração do coagulado, que na presença de hipoclorito deverá ser
amarela. Para conirmação, adicione 1 mL de solução de amido a 1%. Deverá desenvolver
coloração azul ou violeta. Faça uma prova em branco com ácido clorídrico.
IAL - 851
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Leite em pó e soro de leite em pó. In: _____. Métodos analíticos oiciais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes:
métodos físicos e químicos. Brasília, DF, 1981. v.II, cap. 14, p. 10-11.
450/IV Leites – Determinação de fosfatase
A fosfatase alcalina é uma enzima hidrolítica natural do leite cru, sendo sensível
às temperaturas de pasteurização. A medida da fosfatase residual é uma informação da
eiciência da pasteurização. Agindo sobre o fenil fosfato dissódico, esta fosfatase libera
fenol, proporcional à atividade da enzima, que reage com 2,6-dicloroquinonacloramida,
produzindo o azul de indofenol, cuja intensidade de cor é medida por espectrofotometria.
Material
Espectrofotômetro UV/VIS, pipetas volumétricas de 0,5 e 5 mL e tubos de ensaio de
(12x114) mm com diâmetro interno uniforme e banho-maria.
Reagentes
n-Butanol
Solução de carbonato de sódio a 8% m/v
Solução-tampão de carbonato – Pese 5,75 g de carbonato de sódio anidro, transira para
um balão volumétrico de 500 mL, adicione 5,1 g de bicarbonato de sódio e 0,55 g de
fenil fosfato dissódico (isento de fenol). Misture e complete o volume com água. Este
reagente é estável por 1 semana.
Solução precipitante – Pese 12,5 g de ácido tricloroacético em um béquer de 100 mL,
adicione 25 mL de água, 25 mL de ácido clorídrico e misture.
Solução de sulfato de cobre – Pese 0,25 g de sulfato de cobre penta-hidratado, transira
para um balão volumétrico de 500 mL, adicione 25 g de hexametafosfato de sódio. Misture e complete o volume com água.
Solução de CQC – Pese 0,1 g de 2,6-dicloroquinonacloramida em um béquer de
852 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
100 mL, adicione 12,5 mL de álcool e misture. Coloque a solução em frasco contagotas âmbar. Este reagente é estável por 1 semana.
Solução-tampão com catalisador – Pese 5,1 g de bicarbonato de sódio anidro, transira
para um balão volumétrico de 500 mL e adicione 0,05 g de sulfato de cobre penta-hidratado. Misture e complete o volume com água.
Solução-estoque de fenol – Pese 0,5 g de fenol, transira para um balão volumétrico de
500 mL. Misture e complete com água.
Solução de fenol para análise a 4 μg/mL – Transira 2 mL da solução-estoque de fenol
para um balão volumétrico de 500 mL e complete o volume com solução-tampão com
catalisador.
Procedimento – Em um tubo de ensaio, coloque 10 mL da solução-tampão de carbonato. Aqueça a 37°C por 5 minutos. Adicione 1 mL da amostra e aqueça a 37°C, por 1
hora. Remova do banho e adicione lentamente, pelas paredes, 1 mL da solução precipitante. Após alguns segundos, iltre para tubo calibrado de 5 mL, ou simplesmente colete
em tubo 5 mL do iltrado. Adicione 1 mL da solução de sulfato de cobre. Pipete 5 mL
da solução de carbonato de sódio a 8% aquecida e agite. Adicione duas gotas de solução
CQC e inverta rapidamente o tubo. Espere o desenvolvimento da cor a 37°C, por 5 minutos. Coloque 5 mL de n-butanol, inverta o tubo por 5 vezes, deixe em repouso por 1
minuto e compare a cor com os padrões ou leia, a 650 nm, comparando posteriormente
com a curva-padrão.
Curva-padrão – Em seis tubos de ensaio, pipete respectivamente: 10; 9,5; 9; 8; 7 e 6 mL
da solução-tampão com catalisador e, na mesma ordem, 0; 0,5; 1; 2; 3 e 4 mL de solução
diluída de fenol. As concentrações nos tubos serão, respectivamente: 0, 4, 8, 12 e 16 μg
de fenol por 10 mL. Adicione a cada tubo duas gotas de CQC, sob agitação e inverta
uma vez os tubos. Incube a 37°C, durante 5 minutos. Adicione 5 mL de álcool butílico.
Inverta 5 vezes os tubos para extrair a cor, feche com tampas de borracha e mantenha
no refrigerador até o momento da leitura. Remova 3 mL da camada alcoólica e leia em
espectrofotômetro UV/VIS a 650 nm.
Notas
Prepare sempre um controle positivo, um negativo e outro de interferentes.
Controle negativo – Aqueça 5 mL de leite cru até temperatura interna de 85°C, por 1
minuto, com agitação. Este controle não deverá apresentar coloração azul.
Controle positivo – Adicione 0,1 mL de leite cru a 100 mL de leite cru que tenha sido
IAL - 853
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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fervido à temperatura interna de 85°C, por um minuto. Este controle deverá dar reação
positiva (serve para testar os reagentes).
Controle de interferentes – Quando a reação na amostra revelar presença de fenóis, deve
ser feito um novo teste sem a adição do reagente solução-tampão de carbonato. Uma
coloração azul indica presença de interferentes fenólicos.
Existe no mercado kit para prova de fosfatase.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 221-223.
451/IV Leites – Prova de peroxidase
A peroxidase é uma enzima presente no leite, que é destruída quando aquecido acima de 75°C, por mais de 20 segundos (temperatura e tempo limites para a pasteurização
do leite). Este teste avalia se o processo de pasteurização foi eiciente.
Material
Tubos de ensaio de 20 mL, pipetas graduadas de 2 e 10 mL, banho-maria, capela de
exaustão, termômetro e suporte para tubos de ensaio.
Reagentes
Solução de alcoólica guaiacol a 1% v/v
Peróxido de hidrogênio a 3%
Procedimento – Transira 10 mL da amostra para um tubo de ensaio de 20 mL, aqueça
em banho-maria a (43 ± 2)°C por 5 minutos. Na capela, adicione 2 mL da solução de
guaiacol pelas paredes do tubo e 3 gotas de peróxido de hidrogênio. O desenvolvimento
de uma coloração salmão indica peroxidase positiva.
854 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 223-224.
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p.9.
Leite em pó
Entende-se por leite em pó o produto obtido pela desidratação do leite integral,
desnatado ou parcialmente desnatado, mediante processo tecnológico adequado. Este
produto pode ser modiicado com adição ou supressão de nutrientes para atender às
necessidades do consumidor, levando em conta a faixa etária e exigências nutricionais
especíicas. As principais determinações para este tipo de alimento são: acidez em ácido
láctico, substâncias voláteis, resíduo por incineração, alcalinidade das cinzas, gordura,
ácidos graxos, protidíos, glicídios redutores em lactose, cromatograia de açúcares, prova
de reconstituição e prova de rancidez conforme o método 333/IV.
452/IV Leite em pó – Prova de reconstituição
Procedimento – Faça a reconstituição do produto conforme especiicação do fabricante
e conserve em geladeira. Observe durante 12 horas se o produto se mantém como leite
luido, isto é, estável sem precipitação.
453/IV Leite em pó – Determinação da acidez em ácido láctico
Material
Balança analítica, béquer de 100 mL, bastão de vidro, frasco Erlenmeyer de 125 mL,
bureta de 10 mL e espátula.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Solução de fenolftaleína a 1%
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra em um béquer, transira quantitativamente para um frasco Erlenmeyer usando 35 mL de água (amostra de leite integral)
ou 50 mL de água (amostra de leite desnatado). Adicione 5 gotas de solução de fenolftaIAL - 855
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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leína. Titule com uma solução de hidróxido de sódio 0,1 M, utilizando bureta de 10 mL,
até o aparecimento de uma coloração rósea.
Cálculo
V = n° de mL da solução de hidróxido de sódio 0,1 M gastos na titulação
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
A = nº de g da amostra
0,9 = fator de conversão para ácido láctico
Referência bibliográfica
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Leite em pó e soro de leite em pó. In: _____. Métodos analíticos oiciais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes:
métodos físicos e químicos. Brasília, DF, 1981. v.II, cap. 15, p. 4-5.
454/IV Leite em pó – Determinação de substâncias voláteis
Material
Balança analítica, espátula, estufa, cápsula de porcelana, dessecador com sílica-gel e pinça
de metal.
Procedimento – Pese aproximadamente 3 g da amostra em cápsula previamente tarada,
seque em estufa a (93±2)°C, por uma hora, resfrie em dessecador e pese. Retorne à estufa
por mais 30 minutos, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações até peso constante.
Cálculo
N = nº de g das substâncias voláteis
A = nº de g da amostra
856 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
225.
455/IV Leite em pó – Determinação de resíduo por incineração (cinzas)
Material
Balança analítica, cápsula de porcelana, mula, dessecador com sílica-gel, chapa aquecedora, banho-maria, espátula, capela de exaustão e pinça de metal.
Procedimento – Pese aproximadamente 3 g da amostra em uma cápsula de porcelana,
previamente aquecida em mula a (550±10)°C, por 1 hora, resfriada em dessecador e pesada. Carbonize em chapa aquecedora na capela e incinere em mula a (550 ± 10)°C, por
aproximadamente 4 horas. O resíduo deverá icar branco ou ligeiramente acinzentado,
caso contrário, esfrie, adicione 0,5 mL de água, seque em banho-maria e incinere novamente. Resfrie em dessecador e pese.
Cálculo
N= n° de g de resíduo
A = n° de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 27.
456/IV Leite em pó – Determinação da alcalinidade das cinzas
Procedimento – Proceda conforme o método 438/IV ou 439/IV utilizando o resíduo
por incineração (cinzas).
457/IV Leite em pó – Determinação da gordura
IAL - 857
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Pese aproximadamente 3 g da amostra e proceda conforme o método
486/IV.
458/IV Leite em pó – Extração de gordura para determinação de ácidos graxos
Procedimento – Pese 10 g da amostra e proceda conforme o método 486/IV.
459/IV Leite em pó – Determinação de protídios
Procedimento – Pese 0,5 g da amostra em papel de seda e proceda conforme o método
036/IV ou 037/IV.
460/IV Leite em pó - Determinação de glicídios redutores em lactose
Procedimento – Pese 1 g da amostra e, com auxílio de 50 mL de água, transira para um
balão volumétrico de 100 mL e complete o volume. Proceda conforme o método 432/IV.
461/IV Leite em pó – Cromatografia de açúcares
Material
Balança semi-analítica, béquer de 100 mL, espátula, bastão de vidro, balão volumétrico
de 100 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, funil de vidro e papel de iltro.
Reagentes
Solução de sulfato de zinco a 30% m/v
Solução de ferrocianeto de potássio a 15% m/v
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra em béquer. Transira quantitativamente com auxílio de 50 mL de água para um balão volumétrico de 100 mL. Adicione
5 mL da solução de sulfato de zinco a 30% e 5 mL da solução de ferrocianeto de potássio
a 15% e misture. Deixe sedimentar durante 5 minutos, complete o volume com água e
agite. Filtre em papel de iltro para um frasco Erlenmeyer de 125 mL, o iltrado deverá
estar límpido. Proceda conforme o método 041/IV.
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p.15.
858 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Leite evaporado
Entende-se como leite evaporado o produto obtido pela evaporação de grande parte da água existente no leite luido. Este produto tem sua análise baseada em determinações feitas na amostra diluída até reconstituição do leite. As determinações correspondem
à mesmas efetuadas para o leite luido, com exceção das provas de peroxidase, fosfatase e
estabilidade ao etanol.
462/IV Leite evaporado - Prova de reconstituição
Procedimento – Faça a reconstituição do produto conforme especiicação do fabricante
e proceda conforme o método 452/IV.
Queijo
Queijo é o produto fresco ou maturado que se obtém por separação parcial do soro
do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado) ou de soros lácteos coagulados pela ação física do coalho, de enzimas e de bactérias especíicas, de ácidos
orgânicos, isolados ou combinados, todos de qualidade apta para uso alimentar, com ou
sem agregação de substâncias alimentícias, especiarias e/ou condimentos, aditivos especiicamente indicados, substâncias aromatizantes e matérias corantes. A análise dos queijos
envolve, entre outras, as determinações de substâncias voláteis, protídios, gordura, acidez
em ácido láctico, resíduo por incineração (cinzas) (485/IV), além da prova amido (441/
IV), corantes (051/IV), conservadores (468/IV), espessantes, principalmente em queijos
fundidos, (132/IV - 143/IV) e reação de Kreis (333/IV).
Preparo e conservação da amostra
Procedimento – Remova, com uma faca, a crosta ou casca do queijo. Tome porções
de diferentes pontos da amostra. Se o queijo for mole, homogeneíze em um gral e se
for duro, rale e homogeneíze em um gral. Conserve a amostra em um frasco com rolha
esmerilhada, em local arejado. Quando se tratar de queijo fresco ou de certos queijos
maturados moles, perecíveis, conserve em geladeira.
463/IV Queijo - Determinação da acidez em ácido láctico
Material
Balança analítica, béquer de 100 mL, espátula, bastão de vidro, frasco Erlenmeyer de
250 mL, balão volumétrico de 100 mL, funil de vidro, papel de iltro e bureta de 10 mL.
IAL - 859
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Reagentes
Álcool a 95%, neutro
Solução de fenolftaleína a 1%
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Procedimento – Pese aproximadamente 10 g da amostra e transira para um balão volumétrico de 100 mL com álcool a 95%, neutro. Complete o volume. Deixe em contato
por 6 horas. Filtre e tome uma alíquota. Adicione 5 gotas da solução de fenolftaleína e
titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 M, até coloração rósea.
Cálculo
V = n° de mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
A = n° de g da alíquota da amostra usado na titulação
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
232.
464/IV Queijo – Determinação de substâncias voláteis
Procedimento – Pese aproximadamente 3 g da amostra e proceda conforme o método
483/IV ou 484/IV.
465/IV Queijo – Determinação de gordura utilizando butirômetro especial
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, béquer de 100 mL, espátula, pipeta de 5 mL,
banho-maria, butirômetro especial para queijo com respectiva rolha, pipetadores automáticos de 1 e 10 mL, papel absorvente, termômetro, termocentrífuga ou centrífuga de
Gerber, capela de exaustão e luvas.
860 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Reagentes
Ácido sulfúrico (D = 1,813 - 1,817)
Álcool isoamílico (D = 0,815)
Procedimento – Pese os butirômetros com suas respectivas rolhas para veriicar se os
mesmos estão com os pesos equivalentes. Pese 3 g da amostra no copo do butirômetro
e adapte ao mesmo. Adicione 5 mL de água a (30-40)°C, junte, lentamente, 10 mL de
ácido sulfúrico, 1 mL de álcool isoamílico e água morna até completar o volume do tubo.
Estas adições devem ser feitas sem molhar internamente o gargalo do butirômetro, se isto
acontecer, limpe cuidadosamente com papel absorvente. Arrolhe o butirômetro, pese em
temperatura ambiente e, usando luvas, agite, inverta o tubo e coloque em banho-maria a
(63±2)°C, durante 15 minutos. Veriique se não restam partículas sólidas e centrifugue a
(1200±100) rpm, durante 15 minutos. Leia a porcentagem de gordura diretamente na escala do butirômetro. Repita as operações de aquecimento e centrifugação, se necessário.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
233.
466/IV Queijo – Determinação de gordura utilizando butirômetro para leite
Material
Balança analítica, balança semi-analítica, espátula, béqueres de 25 e 1000 mL, bureta
de 25 mL, butirômetro de Gerber para leite com respectiva rolha, pipetador automático
de 1 mL, bastão de vidro, chapa elétrica, termômetro, banho maria, capela de exaustão,
termocentrífuga ou centrífuga de Gerber, luvas e papel absorvente.
Reagentes
Ácido sulfúrico (D =1,50)
Álcool isoamílico (D = 0,815)
Procedimento – Pese os butirômetros com suas respectivas rolhas para veriicar se os
mesmos estão com os pesos equivalentes. Pese aproximadamente 1 g da amostra em um
béquer de 25 mL, adicione 5 mL de ácido sulfúrico (D = 1,5), contido em uma bureta.
IAL - 861
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Aqueça em chapa aquecedora com temperatura aproximada de 250°C, agite até completa dissolução da amostra e transira para o butirômetro. Adicione porções de 5 mL até
completar o volume de 20 mL, sempre aquecendo em chapa aquecedora. Adicione, com
o auxílio de um pipetador automático, 1 mL de álcool isoamílico. Estas adições devem
ser feitas sem molhar internamente o gargalho do butirômetro, se isto acontecer, limpe
cuidadosamente com um papel absorvente. Arrolhe o butirômetro, pese em temperatura
ambiente, e agite, usando luvas, até a completa homogeneização. Leve ao banho-maria
a (63 ± 2)°C por 15 minutos, com a rolha para baixo. Centrifugue a (1200±100) rpm
durante 15 minutos. Retire o butirômetro da termocentrífuga ou centrífuga de Gerber na
posição vertical (rolha para baixo). Manejando a rolha, coloque a camada amarelo-clara,
transparente (gordura), dentro da escala graduada do butirômetro. Faça leitura na escala
do butirômetro.
Cálculo
V = valor lido na escala do butirômetro
11,33 = equivalente em peso de 11 mL de leite (a escala do butirômetro está graduada
para 11 mL de leite)
P = n° de gramas da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
233-234.
467/IV Queijo – Determinação de protídios
Procedimento – Pese 0,5 g da amostra em papel de seda e proceda conforme método
036/IV ou 037/IV, considerando o fator 6,38 para a conversão nitrogênio em proteína.
468/IV Queijo – Determinação de ácido sórbico e sorbato
Procedimento – Pese 10 g da amostra e proceda conforme método 085/IV.
469/IV Queijo – Reação de Kreis
Procedimento – Proceda conforme método 279/IV.
862 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Coalho
A matéria-prima básica da indústria do coalho é retirada do 4° estômago de bezerros
lactentes, abatidos entre 1ª e 5ª semanas de vida. O coalho é a renina secretada pelas glândulas gástricas em forma de pró-renina, a qual é ativada pela acidez. A renina hidrolisa a caseína
do leite transformando-a em pró-caseína solúvel que, em presença de íons cálcio, se converte em para-caseinato de cálcio, que é insolúvel e constitui o coágulo propriamente dito.
470/IV Coalho – Poder coagulante
Material
Balança analítica, espátula, béquer de 200 mL, pipeta volumétrica de 1 mL, balões volumétricos de 10 e 100 mL, termômetro, cronômetro e banho-maria.
Reagente
Solução de cloreto de sódio a 7% m/v
Leite cru
Procedimento
Preparo da amostra – Para o coalho líquido, transira 1 mL da amostra para um balão
volumétrico de 10 mL e complete o volume com solução de cloreto de sódio a 7%. Para
o coalho em pó, pese 1 g da amostra, transira para um balão volumétrico de 100 mL e
complete o volume com solução de cloreto de sódio a 7%.
Doseamento – Transira 100 mL do leite para um béquer de 200 mL. Aqueça em banhomaria termostatizado a 35°C. A temperatura do banho deverá ser rigorosamente controlada. Adicione 1 mL da amostra, previamente preparada, e marque com cronômetro o
tempo exato em que o coalho foi adicionado ao leite. Mantenha o leite em constante agitação, sem retirá-lo do banho-maria, até que apareçam pequenos locos de leite coagulado
na parede interna do béquer. Veriique o tempo gasto, para efeito de cálculo.
Cálculo
V = volume de leite usado na prova x 10 (no caso de coalho líquido) ou x 100 (no caso
de coalho em pó)
t = tempo, em segundos, gasto para coagular o volume de 100 mL de leite
IAL - 863
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 229-230.
Manteiga
Manteiga é o produto gorduroso obtido do creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, com ou sem modiicação biológica. O principal componente da
manteiga é a gordura do leite, sendo a parte não gordurosa constituída de água, traços de
proteína, lactose e sais minerais. Pode ser adicionado de sal e corantes naturais. As análises
usuais incluem as determinações de acidez em solução normal, substâncias voláteis, gordura, extrato seco desengordurado, acidez na gordura, cloretos (028/IV), corantes (051/
IV), índice de refração absoluto a 40°C, índice de iodo, índice de saponiicação e reação
de Kreis (333/IV).
471/IV Manteiga – Determinação da acidez em solução normal
Material
Balança analitica, béqueres de 250 mL, espátula, termômetro, banho-maria, funil de vidro, papel de iltro e frasco Erlenmyer de 125 mL.
Procedimento – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados).
Misture totalmente com uma espátula.Transira para um béquer, aproximadamente 50 g
da amostra e aqueça até fusão em banho-maria a (40-45)°C. Separe a camada gordurosa e
iltre para um béquer. Pese aproximadamente 2 g da amostra iltrada e proceda conforme
o método 325/IV e cálculo conforme método 481/IV.
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
235.
472/IV Manteiga – Determinação de substâncias voláteis
864 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Este método fundamenta-se na solubilidade da gordura em éter e na insolubilidade
da proteína, lactose e sais minerais, componentes normais da manteiga.
Material
Balança analítica, espátula, béquer de 250 mL, estufa, chapa aquecedora, vidro de relógio,
papel absorvente e dessecador com sílica-gel.
Procedimento Em um béquer de 250 mL, previamente tarado, pese aproximadamente
10 g da amostra. Aqueça em chapa elétrica e agite discretamente, em sentido circular,
retirando ocasionalmente do aquecimento para se evitar a queima ou crepitação violenta da
amostra. Para observar se houve eliminação dos voláteis, utilize um vidro de relógio sobre o
béquer. O não aparecimento de vapores no vidro de relógio indica o término do procedimento. Um leve odor de queimado e um resíduo de cor castanha são também indicações
do término do procedimento. Limpe o béquer com papel absorvente e coloque na estufa a
(103 ± 2)°C por uma hora, resfrie em dessecador e pese. Retorne por mais 30 minutos, resfrie
em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = nº de g das substâncias voláteis
P = nº de g de amostra
Referência bibliográfica
SILVA, H.F. et al. Físico-química do leite e derivados: métodos analíticos. Juiz de
Fora: Of. Gráica de Impressão Gráica e Ed.,1997. p. 82.
473/IV Manteiga – Determinação de insolúveis em éter
Material
Balança analítica, bastão de vidro, capela de exaustão, proveta de 25 mL, pipeta graduada
de 10 mL, frasco porta resíduos, estufa, dessecador com sílica-gel e pinça de metal.
Reagente
Éter
Procedimento – Ao béquer que contém o resíduo obtido conforme o método 472/IV,
IAL - 865
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
adicione 25 mL de éter e homogeneíze com movimentos circulares. Se necessário, remova
os resíduos aderidos na parede do béquer com um bastão de vidro, lave com éter e deixe
sedimentar por 5 minutos aproximadamente. Após a sedimentação, descarte cuidadosamente a solução etérea. Faça mais 5 extrações. Limpe o béquer com um papel absorvente
e coloque na estufa a (103 ± 2)°C por uma hora, resfrie em dessecador e pese. Retorne
por mais 30 minutos, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento e
resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = n° g de insolúveis
P = n° g da amostra
Referência Bibliográfica
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretária Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oiciais para controle de
produtos de origem animal e seus ingredientes. II-métodos físicos e químicos. Brasília
(DF), 1981, XXI p. 1-3.
474/IV Manteiga – Determinação de gordura
Procedimento – Determine as substâncias voláteis conforme o método 472/IV e os insolúveis em éter conforme 473/IV e calcule o valor da gordura.
Cálculo
100 - (P + N) = gordura por cento m/m
P = substâncias voláteis por cento m/m
N = insolúveis em éter por cento m/m
Referência Bibliográfica
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretária Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oiciais para controle de
produtos de origem animal e seus ingredientes. II-métodos físicos e químicos. Brasília
(DF), 1981, XXI p. 1-3.
866 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
475/IV Manteiga - Determinação do resíduo por incineração (cinzas)
Procedimento – Pese aproximadamente 3 g da amostra em cápsula de porcelana, cubra
com papel de iltro de cinzas conhecidas picado e proceda conforme método 485/IV.
476/IV Manteiga – Determinação de cloretos em cloreto de sódio
Procedimento – Utilize o resíduo por incineração (cinzas) e proceda conforme método
028/IV ou 029/IV.
477/IV Manteiga – Determinação do índice de refração
Material
Béqueres de 250 mL, espátula, termômetro, banho-maria, funil de vidro e papel de iltro.
Procedimento – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados).
Misture totalmente com uma espátula.Transira para um béquer, aproximadamente 20 g
da amostra e aqueça até fusão em banho-maria a (40-45)°C. Separe a camada gordurosa e
iltre para um béquer. Utilize a amostra iltrada e proceda conforme o método 327/IV.
478/IV Manteiga – Determinação do índice de iodo
Material
Béqueres de 250 mL, espátula, termômetro, banho-maria, funil de vidro e papel de iltro.
Procedimento – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados).
Misture totalmente com uma espátula. Transira para um béquer, aproximadamente 20 g
da amostra e aqueça até fusão em banho-maria a (40-45)°C. Separe a camada gordurosa e
iltre para um béquer. Utilize a amostra iltrada e proceda conforme o método 329/IV.
479/IV Manteiga – Determinação do índice de saponificação
Material
Béqueres de 250 mL, espátula, termômetro, banho-maria, funil de vidro e papel de iltro.
IAL - 867
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Procedimento – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados).
Misture totalmente com uma espátula. Transira para um béquer, aproximadamente 20 g
da amostra e aqueça até fusão em banho-maria a (40 - 45)°C. Separe a camada gordurosa
e iltre-a para um béquer Utilize a amostra iltrada e proceda conforme método 328/IV.
480/IV Manteiga – Reação de Kreis
Material
Béqueres de 250 mL, espátula, termômetro, banho-maria a (40-45)°C, funil de vidro e
papel de iltro.
Procedimento – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados).
Misture totalmente com uma espátula. Transira para um béquer, aproximadamente 50 g
da amostra e aqueça até fusão em banho-maria a (40-45)°C. Separe a camada gordurosa
e iltre. Utilize a amostra iltrada e proceda conforme o método 333/IV.
Margarina
Entende-se por margarina o produto obtido por processo de hidrogenação de óleos
vegetais em emulsão estável com leite ou seus constituintes ou derivados e outros ingredientes, destinado à alimentação humana. A gordura láctea, quando presente, não deverá
exceder a 3% m/m do teor de gordura total. A análise é semelhante à de manteiga, devendo ser incluída a determinação de vitamina A conforme o método 357/IV.
Doce de Leite
Entende-se por doce de leite o produto resultante da cocção de leite com açúcar,
podendo ou não ser adicionado de outras substâncias alimentícias permitidas, até concentração conveniente e parcial caramelização. O produto é designado por doce de leite
ou doce de leite seguida da substância adicionada que o caracteriza, como por exemplo,
“doce de leite com amendoim”. O doce de leite é classiicado de acordo com a sua consistência em: cremoso ou em pasta e em tablete.
Preparo e conservação da amostra
Procedimento – Retire partes representativas da amostra (superfície, centro e lados).
Misture totalmente com uma espátula. No caso de produtos com adições de frutas e/ou
outro ingrediente, triture em gral, moinho e/ou homogeneíze em liqüidiicador. Conserve em frasco bem fechado. A amostra deve ser analisada preferencialmente logo após seu
868 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
recebimento, se não for possível, conserve em refrigerador ou conforme recomendação
do fabricante.
481/IV Doce de leite – Determinação da acidez em solução normal
Material
Balança analítica, chapa aquecedora, béqueres de 150 e 250 mL, bureta de 10 mL, pipeta
graduada de 1 mL, bastão de vidro, espátula e termômetro.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 N
Solução de fenolftaleína a 1%
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra em béquer de 150 mL. Dissolva
com 50 mL de água morna, temperatura aproximada de 50°C e misture com um bastão
de vidro. Esfrie e adicione 5 gotas de solução de fenolftaleína. Titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 N, até coloração rósea.
Cálculo
V = nº de mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 N gastos na titulação
P = nº de g da amostra
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,1 N
482/IV Doce de leite – Determinação da acidez em ácido láctico
Procedimento – Proceda de acordo com 453/IV.
Cálculo
V = nº de mL gastos de solução de hidróxido de sódio 0,1 M
P = gramas de amostra utilizada no ensaio
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
0,9 = fator de conversão para o ácido láctico
IAL - 869
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Referência bibliográfica
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretária Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oiciais para controle de
produtos de origem animal e seus ingredientes. II-métodos físicos e químicos. Brasília
(DF), 1981, XVI p. 5-6.
483/IV Doce de leite – Determinação de substâncias voláteis
Material
Balança analítica, espátula, cápsula de porcelana, bastão de vidro, areia puriicada, banhomaria, estufa, dessecador com sílica-gel e pinça de metal.
Procedimento – Pese, em uma cápsula de porcelana, aproximadamente 10 g de areia
puriicada e dois bastões de vidro apoiados na borda do recipiente. Seque em estufa
a (103 ± 2)°C, por 2 horas, resfrie em dessecador e pese. Pese aproximadamente 3 g da
amostra, misture com auxílio dos bastões de vidro. Seque em estufa a (103 ± 2)°C, por 3
horas, resfrie em dessecador e pese. Retorne à estufa por 30 minutos, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = nº de g de substâncias voláteis
P = nº de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 22.
484/IV Doce de leite – Determinação de substâncias voláteis em estufa a vácuo
Material
Balança analítica, espátula, cápsula de porcelana, bastões de vidro, areia puriicada, banho-maria, estufa a vácuo, dessecador com sílica-gel e pinça de metal.
870 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Procedimento – Pese, em uma cápsula de porcelana, aproximadamente 10 g de areia e
dois bastões de vidro apoiados na borda do recipiente. Seque em estufa a (103 ± 2)°C por
2 horas, resfrie em dessecador e pese. Pese aproximadamente 3 g da amostra. Adicione
10 mL de água e misture com auxílio dos bastões de vidro. Evapore em banho-maria,
seque em estufa a vácuo a (70 ± 2)ºC por 2 horas. Resfrie em dessecador e pese. Retorne à
estufa por 30 minutos, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento
e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = n° de g de substâncias voláteis
P = n° de g da amostra
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretária Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oiciais para controle de
produtos de origem animal e seus ingredientes. II-métodos físicos e químicos. Brasília
(DF), 1981, XVI p. 1.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 22.
485/IV Doce de leite - Determinação de resíduo por incineração (cinzas)
Material
Balança analítica, cápsula de porcelana, espátula, chapa elétrica, capela de exaustão, mula, dessecador com sílica-gel e pinça de metal.
Procedimento – Pese aproximadamente 3 g da amostra em cápsula de porcelana, previamente aquecida em mula a (520 ± 10)ºC por 1 hora, resfrie em dessecador e pese. Calcine
em chapa aquecedora na capela até completa carbonização ou eliminação de toda fumaça.
Leve para mula na temperatura de (550 ± 10)ºC pelo período aproximado de 4 horas. As
cinzas deverão icar brancas ou ligeiramente acinzentadas, caso contrário, resfrie, adicione
0,5 mL de água, seque em banho-maria e incinere novamente. Resfrie em dessecador e
pese. Repita as operações de aquecimento e resfriamento até peso constante.
IAL - 871
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo
N = nº de g do resíduo
P = nº de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985, p. 27.
486/IV Doce de leite – Determinação de gordura
A gordura é determinada gravimetricamente, após a desnaturação das proteínas e
carboidratos, utilizando ácido clorídrico sob aquecimento. O resíduo contendo a gordura
é separado por iltração, seco e extraído com éter de petróleo.
Material
Balança analítica, espátula, béqueres de 100, 600 e 1000 mL, estufa, chapa aquecedora,
bastão de vidro, pérolas de vidro ou cacos de porcelana, provetas de 100 mL, vidro de
relógio, frasco Erlenmeyer de 500 mL, funil de vidro, papel de iltro, ita indicadora de
pH de (0 - 14), balão de fundo chato com boca esmerilhada de 300 mL, aparelho extrator
de Soxhlet, pinça de metal, dessecador com sílica-gel e capela de exaustão.
Reagentes
Ácido clorídrico
Éter de petróleo (30 - 60)°C
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Procedimento – Pese de 5 a 10 g da amostra, em béquer de 100 mL. Transira para um
béquer de 600 mL usando 100 mL de água, se necessário, utilize água à temperatura
entre (30 - 40)°C, misture com um bastão de vidro. Adicione 60 mL de ácido clorídrico,
algumas pérolas de vidro ou cacos de porcelana e tampe o béquer com um vidro de relógio. Aqueça o conjunto em chapa aquecedora até a fervura, mantenha fervura durante
872 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
30 minutos. À parte, aqueça aproximadamente 1000 mL de água até temperatura de
(90 - 95)°C, adicione 100 mL desta água na solução da amostra ainda quente, lavando
o vidro de relógio e iltre em papel de iltro previamente umidecido. Lave várias vezes o
béquer e o resíduo do papel de iltro, cuidadosamente, com água quente até que o iltrado
exiba reação neutra, (utilizando ita indicadora de pH) ou ausência de cloreto (utilizando
solução de nitrato de prata 0,1 M). Coloque o resíduo sobre um vidro de relógio, contendo um papel de iltro seco, seque na estufa à temperatura de (103 ± 2)°C. Envolva
em outro papel de iltro ou coloque em um dedal e transira para o aparelho extrator de
Soxhlet. Acople um balão de fundo chato de 300 mL previamente aquecido em estufa a
(103 ± 2)ºC por duas horas, resfriado e pesado ao aparelho extrator de Soxhlet. Extraia
sob aquecimento, com aproximadamente 250 mL de éter de petróleo durante 4 horas.
Retire o resíduo da extração e remova o solvente por destilação. Seque o balão contendo
a gordura em estufa a (103 ± 2)°C por uma hora. Resfrie em dessecador e pese. Retorne à
estufa por 30 minutos, resfrie em dessecador e pese. Repita as operações de aquecimento
e resfriamento até peso constante.
Cálculo
N = n° de g de gordura
P = n° de gramas da amostra
Nota: a determinação de gordura poderá ser efetuada também conforme o método 412/IV.
Referência bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Association Official Analytical Chemists. v. 2, (method 963.15). 16th
ed. Arlington: A.O.A.C., chapter 31, 1995. p. 10.
487/IV Doce de leite - Determinação de protídios
Procedimento – Pese de 1 a 2 g da amostra, usando papel de seda e proceda conforme
método 036/IV ou 037/IV.
488/IV – Doce de leite – Determinação de glicídios redutores em lactose
Material
Balança analítica, chapa aquecedora, béquer de 200 mL, balão volumétrico de 100 mL,
IAL - 873
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
frasco Erlenmeyer de 300 mL, funil de vidro, papel de iltro, balão de fundo chato de
300 mL, pipetas graduadas de 2 mL, pipetas volumétricas de 10 mL, bureta de 25 mL,
espátula, bastão de vidro e garra de madeira.
Reagentes
Solução de sulfato de zinco a 30% m/v
Solução de ferrocianeto de potássio a 15% m/v
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese aproximadamente 2 g da amostra em béquer de 100 mL. Transira quantitativamente com auxílio de 50 mL de água e um bastão de vidro para um
balão volumétrico de 100 mL. Adicione 2 mL da solução de sulfato de zinco a 30%,
misture, adicione 2 mL da solução de ferrocianeto de potássio a 15% e misture. Deixe
sedimentar, durante 5 minutos, complete o volume do balão com água e agite. Filtre
em papel de iltro para um frasco Erlenmeyer de 300 mL, o iltrado deverá estar límpido. Em balão de fundo chato de 300 mL, adicione 10 mL de cada uma das soluções
de Fehling, 40 mL de água e aqueça até ebulição. Transira o iltrado para uma bureta
de 25 mL e adicione, às gotas, sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre,
até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão deverá icar um resíduo
vermelho-tijolo).
Cálculo
A = n° de mL de P g da amostra
V = n° de mL da solução da amostra gasto na titulação
P = n° de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p.
205-206.
489/IV Doce de leite – Determinação de glicídios não redutores em sacarose
Material
874 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Balança analítica, chapa aquecedora, banho-maria, béquer de 100 mL, balão volumétrico de 250 mL, frascos Erlenmeyer de 300 e 500 mL, balão de fundo chato de 300 mL,
funil de vidro, papel de iltro, ita indicadora de pH (0 -14), bureta de 25 mL, pipetas
volumétricas de 10 mL, pipetas graduadas de 2 e 5 mL, bastão de vidro, espátula e garra
de madeira.
Reagentes
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 30% m/v
Solução de sulfato de zinco a 30% m/v
Solução de ferrocianeto de potássio a 15% m/v
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra em béquer de 100 mL. Transira
quantitativamente com auxílio de 100 mL de água e um bastão de vidro para um frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Acidule com 2 mL de ácido clorídrico, aqueça em banho-maria
fervente por 15 minutos e resfrie. Neutralize com solução de hidróxido de sódio a 30%,
veriique utilizando ita indicadora de pH (0-14). Transira para um balão volumétrico de
250 mL. Adicione 5 mL da solução de sulfato de zinco a 30% e misture. Adicione 5 mL
da solução de ferrocianeto de potássio a 15% e misture. Deixe sedimentar, durante
5 minutos, complete o volume do balão com água, agite. Filtre em papel de iltro para
um frasco Erlenmeyer de 300 mL, o iltrado deverá estar límpido. Em balão de fundo
chato de 300 mL adicione 10 mL de cada uma das soluções de Fehling, 40 mL de água
e aqueça até ebulição. Transira o iltrado para uma bureta de 25 mL e adicione, às gotas,
sobre a solução do balão em ebulição, agitando sempre, até que esta solução passe de azul
a incolor (no fundo do balão deverá icar um resíduo vermelho tijolo).
Cálculo
A = n° de mL da solução de P g da amostra
V = n° de mL da solução da amostra gastos na titulação
P = n° g da amostra
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: MéIAL - 875
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
todos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 50-51.
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa Nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p. 15.
490/IV Doce de leite – Determinação de glicídios não redutores em amido
Material
Balança analítica, chapa aquecedora, capela de exaustão, banho-maria, aparelho aquecedor com acoplamento de condensador para reluxo tipo Sebelin, béquer de 600 mL, balão volumétrico de 500 mL, frasco Erlenmeyer de 500 mL, frasco Erlenmeyer com boca
esmerilhada 24/40 de 500 mL, balão de fundo chato de 300 mL, proveta de 200 mL,
funil de vidro, papel de iltro , ita indicadora de pH (0-14), bureta de 25 mL, pipetas
volumétricas de 5 mL, bastão de vidro, vidro de relógio, pipetas graduadas de 10 e 20 mL,
espátula e garra de madeira.
Reagentes
Éter
Álcool a 70%
Álcool
Ácido clorídrico
Solução de hidróxido de sódio a 30% m/v
Solução de sulfato de zinco a 30% m/v
Solução de ferrocianeto de potássio a 15% m/v
Soluções de Fehling tituladas (Apêndice I)
Procedimento – Pese aproximadamente 20 g da amostra em um béquer de 150 mL.
Desengordure a amostra tratando sucessivamente com 5 porções de 20 mL de éter, misture
com bastão de vidro, deixe decantar e despreze as camadas etéreas. Transira o material
desengordurado para um béquer de 600 mL, com auxílio de 5 porções de 40 mL de
álcool a 70%. Misture vigorosamente com movimentos rotatórios. Coloque um vidro de
relógio sobre o béquer. Aqueça em banho-maria a (85-87)°C por 1 hora, resfrie, adicione
150 mL de álcool e misture. Cubra com vidro de relógio e deixe decantar por 12 horas,
(caso não decante, use centrifugação por 15 minutos a 1500 rpm). Após decantar, despreze o
sobrenadante cuidadosamente. Filtre em papel de iltro seco para um frasco Erlenmeyer de
500 mL, lavando com 5 porções de 60 mL de álcool a 70%. Retire o funil de vidro com o
papel de iltro contendo o resíduo e transira para outro frasco Erlenmeyer de 500 mL com
876 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
boca esmerilhada 24/40; com um bastão de vidro, fure com cuidado, o centro do papel
de iltro, lavando com água e recolha no frasco Erlenmeyer. Acidule com 10 mL de ácido
clorídrico e misture. Aqueça na chapa do aparelho tipo Sebelin, com acoplamento para
reluxo, durante 3 horas e meia e resfrie. Neutralize com solução de hidróxido de sódio a 30%,
veriique utilizando ita indicadora de pH (0-14). Transira para um balão volumétrico de 500
mL com auxílio de água, lavando bem o frasco Erlenmeyer. Adicione 20 mL da solução de
sulfato de zinco a 30% e misture, adicione 20 mL da solução de ferrocianeto de potássio a
15% e misture. Deixe sedimentar, durante 5 minutos, complete o volume do balão com
água e agite. Filtre em papel de iltro para um frasco Erlenmeyer de 500 mL; o iltrado
deverá estar límpido. Em balão de fundo chato de 300 mL, adicione 5 mL de cada uma
das soluções de Fehling, 40 mL de água e aqueça até ebulição. Transira o iltrado para
uma bureta de 25 mL e adicione, às gotas, sobre a solução do balão em ebulição, agitando
sempre, até que esta solução passe de azul a incolor (no fundo do balão deverá icar um
resíduo vermelho-tijolo).
Cálculo
A = nº de mL da solução de P g da amostra
V = nº de mL da solução da amostra gastos na titulação
P = nº de g da amostra
0,90 = fator de transformação de hexoses para amido.
Referências bibliográficas
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985. p. 51
e 53-54.
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário Oicial,
Brasilia, 02/05/03, p. 15.
491/IV Doce de leite – Cromatografia de açúcares
Procedimento – Proceda conforme o método 461/IV.
Leite condensado
Entende-se por leite condensado ou leite condensado com açúcar, o produto resultante da desidratação em condições próprias do leite adicionado de açúcar. As principais
determinações realizadas para estes alimentos são: acidez em solução normal (481/IV),
IAL - 877
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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acidez em ácido láctico (482/IV), substâncias voláteis (483/IV) ou (484/IV), resíduo por
incineração (485/IV), gordura (486/IV), protídios (487/IV), glicídios redutores em lactose (488/IV), glicídios não redutores em sacarose (489/IV) e cromatograia de açúcares
(491/IV).
Leites fermentados
São os produtos resultantes da fermentação do leite por fermentos lácticos próprios.
Os fermentos lácticos devem ser viáveis, ativos e abundantes no produto inal durante seu
prazo de validade. Poderá ser adicionado ou não de outros produtos lácteos, bem como
de outras substâncias alimentícias recomendados pela tecnologia e que não interiram no
processo de fermentação do leite pelos fermentos lácticos empregados. São exemplos de
leites fermentados: iogurte, leite acidóilo, keir, kumys e coalhada.
Procedimento – Retire parte representativa da amostra quando for líquida. Quando for
cremosa ou pastosa, retire partes da superfície, centro e lados. Misture totalmente com
uma espátula ou bastão de vidro. No caso de produtos com adições de frutas e/ou cereais
e/ou outro ingrediente, triture em gral, moinho e/ou homogeneíze em liqüidiicador.
Conserve em frasco bem fechado. A amostra deverá ser analisada preferencialmente logo
após o recebimento, se não for possível, conserve-a em refrigerador. As principais determinações físico-químicas realizadas são: pH, acidez em ácido láctico, substâncias voláteis,
extrato seco total, resíduo por incineração (cinzas), gordura, protídios, glicídios redutores
em lactose, glicídios não redutores em sacarose e corantes.
492/IV Leites fermentados – Determinação do pH
Procedimento – Proceda conforme método 017/IV.
493/IV Leites fermentados – Determinação da acidez em ácido láctico
Material
Balança analítica, potenciômetro, agitador magnético, béquer de 50 mL, bureta de 25 mL,
pipeta graduada de 10 mL, bastão de vidro e espátula.
Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Solução de fenolftaleína a 1%
878 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Procedimento – Pipete 10 mL ou pese aproximadamente 10 g da amostra em um béquer
de 50 mL. Adicione com pipeta graduada aproximadamente 10 mL de água isenta de gás
carbônico e misture com bastão de vidro. Adicione 5 gotas da solução de fenolftaleína.
Titule com uma solução de hidróxido de sódio 0,1 M, utilizando bureta de 25 mL, até
o aparecimento de uma coloração rósea. No caso de produtos onde a coloração interfere
na visualização do ponto de viragem da fenolftaleína, faça titulação potenciométrica. Para
isto, mergulhe os eletrodos de pH e veriique se estão bem imersos. Titule, sob agitação,
com solução de hidróxido de sódio 0,1 M, até pH 8,3.
Cálculo
V = n° de mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 M gasto na titulação
P = n° g ou mL da amostra
0,9 = fator de conversão para o ácido láctico
f = fator da solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Referência bibliográfica
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Normativa Nº 22, de 14/04/03, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário
Oicial, Brasilia, 02/05/03, p. 11.
494/IV Leites fermentados – Determinação de substâncias voláteis e extrato seco total
Procedimento: Proceda conforme método 483/IV ou 484/IV.
Cálculo
N = n° de g das substâncias voláteis
P = n°de g da amostra
(100 - substâncias voláteis por cento m/m) = extrato seco total por cento m/m
495/IV Leites fermentados – Determinação do resíduo por incineração (cinzas)
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra e proceda conforme método
437/IV.
496/IV Leites fermentados – Determinação de gordura
IAL - 879
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra e proceda conforme o método
486/IV.
497/IV Leites fermentados – Determinação de gordura com butirômetro de Gerber
Material
Balança analítica, chapa aquecedora, béquer de 100 mL, espátula, bastão de vidro, balão
de volumétrico de 100 mL e termômetro.
Procedimento – Pese exatamente 10 g da amostra em um béquer de 100 mL, dissolva
com 30 mL de água a (40 - 50)°C com auxílio de um bastão de vidro, transira para um
balão volumétrico de 100 mL, resfrie e complete o volume. Proceda conforme o método
433/IV.
Cálculo
V x 10 = gordura por cento m/v
V = valor lido na escala do butirômetro
Referência bibliográfica
SILVA, P. H. F.et al. Físico-química do leite e derivados – Métodos Analíticos. Juiz
de Fora: Minas Gerais. 1997. p. 154-155.
498/IV Leites fermentados – Determinação de protídios
Procedimento – Pese de 1 a 2 g da amostra e proceda conforme o método 036/IV ou
037/IV.
499/IV Leites fermentados – Determinação de glicídios redutores em lactose
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra e proceda conforme o método
488/IV.
500/IV Leites fermentados – Determinação de glicídios não redutores em sacarose
Procedimento – Pese aproximadamente 5 g da amostra e proceda conforme o método
489/IV.
880 - IAL
Capítulo XXVII - Leites e Derivados
Bebida Láctea
Entende-se por bebida láctea o produto obtido a partir de leite ou leite reconstituído e/ou derivados de leite, reconstituídos ou não, fermentado ou não, com ou sem adição
de outros ingredientes, onde a base láctea represente pelo menos 51% m/m do total de
ingredientes do produto. As determinações são as mesmas do leite fermentado.
Creme de Leite
Entende-se por creme de leite o produto lácteo relativamente rico em gordura retirado do leite por procedimento tecnológico adequado, que se apresenta na forma de uma
emulsão de gordura e água. É denominado “creme de leite” ou simplesmente “creme”,
podendo indicar-se o conteúdo de gordura apresentado. Pode passar por processo de pasteurização, esterilização ou ultra-alta temperatura (UAT). As principais determinações
são: substâncias voláteis (483/IV ou 484/IV), resíduo por incineração (475/IV), gorduras totais (466/IV), protídios (467/IV), glicídios redutores em lactose (488/IV) e reação
de Kreis (279/IV).
501/IV Creme de leite – Determinação da acidez em ácido láctico
Procedimento – Pese aproximadamente 10 g da amostra, adicione 50 mL de água e proceda conforme método 453/IV.
Colaboração:
Jacira Hiroko Saruwtari, Maria Auxiliadora de Brito Rodas e Marilda Duarte
IAL - 881
Capítulo XXVIII - Condimentos e Vinagres
CAPÍTULO
XXVIII
CONDIMENTOS E
VINAGRES
IAL - 883
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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884 - IAL
Capítulo XXVIII - Condimentos e Vinagres
XXVIII
CONDIMENTOS E VINAGRES
E
stão incluídos neste capítulo os métodos de análise para especiarias ou condimentos vegetais simples, condimentos preparados e vinagres.
Condimentos vegetais
Estes produtos compreendem certas plantas ou parte delas, contendo substâncias
aromáticas, sápidas, com ou sem valor nutritivo, empregados nos alimentos para modiicar o seu sabor.
Neste tipo de produto é importante a identiicação da espécie e a veriicação de
adulterações. Entre os tipos de adulteração, os mais encontrados são: a adição de partes
da planta de origem que não possuem as qualidades essenciais do condimento e a adição
de condimentos e elementos estranhos moídos, principalmente quando o condimento
é apresentado sob a forma de pó. Estes elementos adulterantes podem ser identiicados
pelo exame microscópico e a sua interferência nas características químicas por parâmetros
químicos de qualidade, conforme estabelecidos em regulamento técnico especíico.
A análise química destes produtos consiste nas determinações, entre outras, de substâncias voláteis (012/IV), cinzas (018/IV), cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10%
(024/IV), extrato etéreo (032/IV), extrato alcoólico (035/IV) e teor de óleos essenciais.
A análise microbiológica também é relevante no caso desses produtos, tendo em
vista os procedimentos durante a colheita e pós-colheita a que estão sujeitos.
IAL - 885
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Condimentos Preparados
Nesta categoria, incluem-se vários produtos obtidos pela simples mistura de condimentos naturais ou elaborados, com ou sem adição de outras substâncias alimentícias, e
apresentadas sob forma de pós, pastas, molhos, em emulsão ou suspensão. São exemplos:
catchup, curry, mostarda preparada, maionese, molho inglês, molho shoyu, temperos
prontos à base de alho e sal, entre outros.
A análise destes produtos inclui, entre outras: as determinações de substâncias voláteis (012/IV), glicídios redutores, em glicose (038/IV), glicídios não-redutores, em sacarose (039/IV), amido (043/IV), cinzas (018/IV), extrato etéreo (032/IV), cloretos em
cloreto de sódio (028/IV ou 029/IV), corantes artiiciais (051/IV) e acidez (016/IV),
dependendo da composição do produto.
Nota: no caso de condimentos com alto teor de cloreto de sódio, o extrato etéreo deverá
ser efetuado com éter anidro.
Tanto para condimentos simples como para os preparados, as determinações de
substâncias voláteis, cinzas, lipídios, protídios, ibra alimentar, carboidratos por diferença
e sódio são relevantes para ins de informação nutricional. Nesse sentido, a determinação
de gorduras saturadas se faz necessária no caso de condimentos preparados contendo óleo
ou gordura na sua composição, bem como acidez, para o cálculo do valor calórico, principalmente quando o condimento preparado contiver vinagre.
Mostarda preparada – Na análise deste produto, além das determinações usuais citadas em condimentos preparados, faz-se também a determinação de isotiocianato de alila.
502/IV Condimentos – Determinação de isotiocianato de alila em mostarda preparada
O isotiocianato de alila, composto responsável pelo odor e sabor pungente da mostarda, é o principal componente, em porcentagem, do óleo essencial desta especiaria.
Material
Frasco Erlenmeyer com boca esmerilhada de 250 mL, proveta de 100 mL, balões volumétricos de (50 e 100) mL, buretas de 25 mL e aparelhagem de vidro para a destilação
simples.
Reagentes
Solução de hidróxido de amônio a 10% m/v
Solução de nitrato de prata 0,1 M
Ácido nítrico
Solução de tiocianato de amônio 0,1 M
886 - IAL
Capítulo XXVIII - Condimentos e Vinagres
Solução de sulfato de ferro III a 10% m/v
Procedimento – Pese 5 g da amostra, adicione 100 mL de água e deixe em contato, em
frasco fechado, durante 2 horas a 37°C. Destile a mistura, recebendo o destilado em 5
mL de solução de hidróxido de amônio a 10%, usando um adaptador que mergulhe na
solução amoniacal. Completada a destilação, adicione 25 mL de solução de nitrato de
prata 0,1 M e aqueça o frasco em banho de água a (80-85)°C, durante 30 minutos, com
agitação freqüente. Esfrie, complete o volume a 100 mL e iltre. Meça 50 mL do iltrado, adicione 4 mL de ácido nítrico e titule com solução de tiocianato de amônio 0,1 M,
usando como indicador algumas gotas de solução de sulfato de ferro III.
Cálculo
V = nº de mL gasto da solução de tiocianato de amônio 0,1 M
P = nº de g da amostra
Referência bibliográfica
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v 1:
Métodos Químicos e Físicos para análise de alimentos. São Paulo: IMESP, 3. ed., 1985. p.
281-283.
503/IV Condimentos – Determinação de óleos essenciais
Óleos essenciais são misturas complexas compostas por hidrocarbonetos de natureza terpênica e suas formas oxidadas, principalmente mono e sesquiterpenos e fenilalcanos, essencialmente, os fenilpropanos. São voláteis, odoríferos, imiscíveis ou muito
pouco miscíveis com água, sendo arrastados pelo vapor d’água. São mais comuns em
algumas famílias como por exemplo: Labiatae - hortelã, sálvia, alecrim; Umbelliferae erva-doce, funcho, anis; Lauraceae - canela; Zingeberaceae - gengibre; Myrtaceae - cravo da
Índia; Piperaceae - pimentas, entre outras. São produzidos nos diferentes órgãos vegetais,
estando contidos em estruturas especiais ou conjuntos celulares denominados aparelhos
secretores.
A determinação quantitativa do teor de óleos essenciais em condimentos vegetais
faz-se regularmente em laboratório, pela execução de um procedimento simples de hidrodestilação (arraste a vapor) do vegetal, utilizando-se aparelhos de vidro, como o aparelho
de Clevenger modiicado, conforme a igura a seguir:
IAL - 887
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Figura 1 – Aparelho de Clevenger modiicado
Material
Aparelho de Clevenger (Figura 1), balão de fundo redondo com capacidade de 3000 mL
com junta esmerilhada 24/40, manta aquecedora com termostato e condensador de bola.
Procedimento – Pese 100 g da amostra e transira, com auxílio de um funil, para o balão
de vidro; torna-se conveniente que a quantidade de amostra não exceda 1/3 do volume do
balão. Adicione água quente (cerca da metade do volume do balão) e acople ao aparelho
de Clevenger. Preencha com água a parte graduada do referido aparelho antes de iniciar
a destilação. Aqueça e mantenha em ebulição por no mínimo 4 horas ou destile até que
duas leituras consecutivas em intervalo de 1 hora não mostrem alteração no volume de
óleo obtido. Esfrie e leia o volume destilado diretamente na parte graduada do tubo de
Clevenger. Forma-se inicialmente uma emulsão que com o passar das horas se separa.
888 - IAL
Capítulo XXVIII - Condimentos e Vinagres
Cálculo
n= nº de mL de óleo essencial destilado
P= massa em g da amostra de condimento vegetal
Referências Bibliográficas
FREITAS, P.C.P. et al. Óleos essenciais (obtenção, análise, aplicação e usos):apostila. São
Paulo: USP/CECAE. 16 p. 1995.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of
Analysis of the Association Official of Analytical Chemists, Arlington: A.O.A.C.,
1995. Chapter 43, p.3.
Vinagres
Vinagre de vinho ou simplesmente vinagre é o produto obtido pela fermentação
acética do vinho, apresentando uma acidez volátil mínima de 4 g/100 mL do produto,
expressa em ácido acético, sendo os outros componentes proporcionais à matéria-prima
usada em sua elaboração. De acordo com a matéria-prima que lhe deu origem, o vinagre
será classiicado como vinagre de vinho tinto ou branco.
Fermentado acético é o produto resultante da fermentação de frutas, cereais, outros
vegetais, mel ou da mistura de vegetais e hidroalcoólica, devendo apresentar uma acidez
volátil, expressa em ácido acético, de no mínimo 4 g/100 mL. O fermentado acético pode
ter adição de condimentos, aromas, extratos vegetais e óleos essenciais.
As características de vinagres estão deinidas nos padrões de identidade e qualidade
estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Na análise destes produtos, as determinações usuais são, entre outras: exame preliminar, densidade relativa, acidez total, acidez volátil, acidez ixa, álcool em volume, pH
(017/IV), extrato seco, glicídios redutores em glicose, sulfatos, extrato seco reduzido,
cinzas, dióxido de enxofre (050/IV) e eventualmente corantes orgânicos artiiciais e contaminantes inorgânicos.
504/IV Acidez total em vinagres e fermentados acéticos pelo método volumétrico
IAL - 889
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Material
Pipeta de 10 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, béquer de 250 mL, bureta de 25 mL,
pHmetro, agitador magnético e barra magnética.
Reagentes
Solução de fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 1 M
Procedimento – Pipete 10 mL de amostra num frasco Erlenmeyer de 250 mL e proceda
como no método 235/IV. Titule com solução de hidróxido de sódio 1 M, em presença
da solução de fenolftaleína ou transira a amostra para um béquer e titule com solução de
hidróxido de sódio, utilizando o pHmetro para atingir o ponto inal de viragem, principalmente para amostras escuras.
Cálculo
Vo = volume de solução de hidróxido de sódio gasto na titulação, em mL
M = molaridade da solução de hidróxido de sódio
PM = peso molecular do ácido acético
n = número de hidrogênios ionizáveis do ácido acético
V = volume da amostra em mL
f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio
505/IV Acidez volátil em vinagres e fermentados acéticos pelo método volumétrico
A acidez volátil é expressa em g de ácido acético por 100 mL e é determinada volumetricamente, após destilação da amostra por arraste de vapor.
Material
Pipeta de 10 mL, frasco Erlenmeyer de 250 mL, bureta de 25 mL, balão volumétrico de
100 mL, aparelho gerador de vapor e pHmetro.
890 - IAL
Capítulo XXVIII - Condimentos e Vinagres
Reagentes
Solução de fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 1 M
Procedimento – Transira 10 mL de amostra para o aparelho gerador de vapor e destile
como descrito no método 236/IV. Recolha no mínimo 100 mL do destilado. Titule
rapidamente com solução de hidróxido de sódio 1 M, até coloração rósea persistente por
30 segundos, utilizando a solução de fenolftaleína.
Cálculo
A acidez volátil é expressa em gramas de ácido acético por 100 mL da amostra como
descrito no método 236/IV.
Nota: a acidez ixa pode ser calculada como a diferença entra a acidez total e a volátil obtida por este método, podendo ser obtida também após a evaporação da amostra.
506/IV Acidez fixa em vinagres e fermentados acéticos pelo método volumétrico
A acidez ixa é determinada no resíduo após a evaporação da amostra, por titulação
com hidróxido de sódio e pode ser expressa em gramas de ácido acético por 100 mL.
Material
Pipetas de (10 e 20) mL, cápsula de porcelana, frasco Erlenmeyer de 250 mL, bureta de
25 mL e banho-maria.
Reagentes
Solução de fenolftaleína
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
Procedimento – Pipete (10 ou 20) mL da amostra em uma cápsula de porcelana e evapore o líquido lentamente em banho-maria fervente até secura. Transira com água para
um frasco Erlenmeyer e titule com solução de hidróxido de sódio 0,1 M. Calcule o teor
de acidez ixa e expresse o resultado em gramas de ácido acético por 100 mL.
Nota: a acidez volátil pode ser calculada como a diferença entre a acidez total e a acidez
ixa obtida por este método.
IAL - 891
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507/IV Vinagres e fermentados acéticos – Determinação de álcool em volume
Material
Termômetro, balão volumétrico de 100 mL e conjunto de destilação.
Reagente
Solução de hidróxido de sódio 5 M
Procedimento – Ajuste a temperatura da amostra a 20°C, meça 100 mL em um balão
volumétrico, transira quantitativamente para um conjunto de destilação, lavando com
água, neutralize com hidróxido de sódio 5 M (o volume pode ser calculado a partir da determinação da acidez) e proceda como descrito no método 233/IV. Obtenha a densidade
relativa do destilado e o teor alcoólico.
508/IV Vinagres e fermentados acéticos – Determinação do extrato seco total
Este método avalia o extrato seco, por evaporação da amostra em banho-maria e
secagem em estufa. O extrato seco total de fermentados acéticos é expresso em gramas
por litro.
Procedimento – Proceda como descrito no método 238/IV.
509/IV Vinagres – Determinação do extrato seco reduzido
O extrato seco reduzido é obtido pelo valor do extrato seco total subtraído dos açúcares
totais e dos sulfatos que excedam 1 g por litro.
Cálculo
Calcule o extrato seco reduzido como descrito no método 238/IV.
Referências bibliográficas
BRASIL. Leis, Decretos, etc. Instrução Nomativa nº 22, de 14/04/03, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Diário Oicial,
Brasilia, 02/05/03, p. 18152-18173.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1:
892 - IAL
Capítulo XXVIII - Condimentos e Vinagres
Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: IMESP,
1985. p. 297-301.
Colaboradores
Letícia Araújo Farah Nagato e Regina Sorrentino Minazzi Rodrigues
IAL - 893
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
CAPÍTULO
XXIX
SEGURANÇA EM
LABORATÓRIOS DE
QUÍMICA
IAL - 895
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
896 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
XXIX
SEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE QUÍMICA
Introdução
N
a condução de um processo analítico em um laboratório de química há
diversos fatores de risco, de naturezas diferentes, e é necessário que este processo seja estudado visando, além de resultados coniáveis, a segurança dos
proissionais e do laboratório.
É necessário que os analistas e auxiliares tenham conhecimentos bem fundamentados sobre a natureza dos reagentes químicos envolvidos no trabalho, dos riscos
de manipulação e as formas seguras de lidar com eles. Da mesma forma, devem ter conhecimento dos riscos das instalações, aparelhos e utensílios necessários às suas funções,
bem como de sua utilização correta e segura. Os proissionais devem ser conscientizados e capacitados a tomar providências corretas em caso de acidentes.
Para que o trabalho em um laboratório seja seguro, vários fatores devem coexistir: instalações bem planejadas,manutenção rigorosa, quantidades necessárias de equipamentos de segurança, tanto individuais como coletivos e treinamentos para situações
de rotina e de emergência. Ao se pensar em riscos em um laboratório de química, é
comum associá-los aos reagentes que podem estar presentes, mas também devem ser
avaliados aqueles causados por eletricidade, calor, materiais cortantes, agentes biológicos, radiações, poeiras, fumos, névoas, fumaças, gases, vapores, ruídos e riscos ergonômicos. Deve existir uma sinalização alertando sobre todos os riscos existentes. Também
é necessário destacar que, além da segurança interna do laboratório, devem ser observadas as questões ambientais como um todo, evitando descartes irregulares de resíduos
poluentes e tóxicos.
IAL - 897
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Não cabe, dentro dos propósitos deste livro, inserir um manual completo de segurança em laboratórios; existem publicações, tanto em meio físico quanto eletrônico,
que podem nortear a montagem de um sistema de segurança adequado a este campo de
trabalho e às particularidades de cada laboratório. Mas é importante lembrar sobre esta
necessidade e fornecer alguns dos elementos ou critérios que devem ser observados.
É possível fazer uma associação entre um Sistema da Qualidade e um Sistema de
Segurança. Assim, os métodos analíticos descritos neste livro podem ser transformados
em Procedimentos Operacionais Padrão - POPs, em cada laboratório em que forem
adotados. Estes procedimentos são usualmente escritos com mais detalhes, destacando cada passo do processo analítico e, de acordo com as normas da qualidade, devem
ser rigorosamente seguidos. Estes POPs podem incluir características toxicológicas dos
reagentes envolvidos no método, os cuidados para sua manipulação e outras questões
relativas à segurança.
Também é adequado que os laboratórios elaborem ou adotem manuais de segurança que incluam todas as questões não especíicas de cada metodologia. Em instituições de grande porte, é conveniente que exista alguma forma de organização interna
que avalie constantemente a situação da segurança nos diversos laboratórios, como
uma CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes) ou um Núcleo, Comitê ou
Comissão de Biossegurança. Esta organização interna também deve executar inspeções,
tendo em vista que nem sempre situações de risco são bem detectadas pelas pessoas
que trabalham no local. O trabalho desta organização interna deve, ainda, propor de
soluções para os problemas existentes.
Algumas regras de segurança
A seguir estão enumeradas algumas regras gerais de segurança, às quais devem ser
adicionadas aquelas necessárias a cada laboratório, de acordo com seu trabalho:
1. Ao manipular um reagente pela primeira vez, informar-se sobre a toxicidade e
outros riscos que envolvam essa manipulação, consultando tabelas que existam
na seção, rótulos, ichas de informações sobre produtos químicos e/ou literatura
especializada.
2. Trabalhar sempre sob cabine de segurança química (capela), que é um sistema de
proteção coletiva, ao realizar operações com produtos voláteis, ao trabalhar com
substâncias de composição desconhecida e ou quando haja a possibilidade de formação de poeiras, névoas ou fumaça.
898 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
3. Usar máscaras de proteção respiratória quando não for possível trabalhar com equipamento de proteção coletiva; neste caso, as máscaras devem ser adaptadas ao rosto
do laboratorista e providas de iltro adequado ao risco.
4. Usar óculos de proteção e luvas, bem como outros equipamentos de proteção individual (E.P.I.) sempre que necessários. Veriicar, para cada tipo de substância, o
tipo de luva a ser usado – luvas de procedimentos (látex) são inadequadas para o
trabalho com substâncias químicas.
5. Usar o avental constantemente no trabalho, mas não é recomendável permanecer
com ele fora do laboratório, especialmente durante as refeições. O avental indicado é o de algodão, grosso, com abertura frontal, preferencialmente com fecho de
velcro, mangas compridas com punhos fechados também com velcro, sem bolsos
na parte inferior e sem detalhes soltos que possam enroscar.
6. Evitar testar amostras por odor, mas quando isto for imprescindível, não colocá-las
diretamente sob o nariz.
7. Nunca pipetar com a boca, nem mesmo água; usar aparelhos apropriados.
8. Rotular, identiicando e datando, todos os frascos de solução ou reagentes que
preparar.
9. Tomar cuidados redobrados ao manipular substâncias químicas contidas em frascos sem identiicação.
10. No caso de reações das quais não se saiba totalmente o resultado, fazer uma experiência prévia, em pequena escala, na cabine de segurança química (capela).
11. Ao promover reações ou aquecimentos de materiais em tubo de ensaio, nunca dirigir a abertura deste contra si ou outro colega; dirigi-la para dentro da cabine de
segurança química.
12. Para diluir um ácido, adicionar o ácido à água, nunca o contrário.
13. Nunca deixar sem atenção qualquer operação onde haja aquecimento ou possibilidade de reação violenta (e usar a capela).
14. Informar-se sobre a localização e maneira correta de utilizar equipamentos contra
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incêndio, chuveiros de emergência, lavadores de olhos e outros equipamentos de
emergência.
15. Nunca beber ou comer alimentos na área de trabalho do laboratório.
16. Nunca fumar na área de trabalho do laboratório, mesmo que não haja risco aparente.
17. Lubriicar todo material de vidro que deva ser inserido em uma rolha, a qual deve
ter furo de diâmetro conveniente; as mãos devem estar protegidas por luvas apropriadas ou toalhas.
18. Nunca trabalhar no laboratório sem estar junto com outro funcionário; trabalhos
perigosos necessitam de pelo menos duas pessoas.
19. Realizar todos os procedimentos conscientemente; evitar o “automatismo” e distrações.
20. Manter o laboratório arrumado, limpo e livre de materiais não pertinentes ao trabalho.
21. O chão não deve ser encerado ou escorregadio.
22. Deve existir um programa de controle de insetos e roedores.
23. Não deve ser admitida a permanência de crianças no laboratório.
24. A entrada de pessoas estranhas ao trabalho, quando necessária, somente deve ser
permitida após advertências quanto a riscos existentes e precauções para evitá-los.
25. No caso de trabalhos com amostras (por exemplo, água) suspeitas de contaminação
biológica, consultar um manual de segurança especíico para microbiologia, usar
equipamentos de proteção adequados, descontaminar imediatamente a bancada e
outros materiais na eventualidade de derramamento da amostra.
26. Ainda com relação à possibilidade de contaminação biológica, conduzir todo procedimento de modo a minimizar a formação de aerossóis. Por exemplo, não abrir
a centrífuga em movimento ou logo após ter parado.
27. Descontaminar todo material com suspeita de contaminação biológica antes de ser
desprezado ou reutilizado. Materiais contaminados que serão autoclavados ou incinerados devem ser colocados em recipientes resistentes e em bom estado; aventais
contaminados também precisam ser desinfetados de forma apropriada.
900 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
28. Acondicionar adequadamente vidrarias quebradas a serem descartadas, lavadas, se
necessário, com cuidado, antes do descarte.
29. Na Instituição, um programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos, torna-se
necessário.
30. Qualquer acidente ou fator de risco, por menor que seja, deve ser comunicado ao
responsável pelo laboratório e à organização interna para a segurança do trabalho.
As recomendações sobre segurança devem se estender a pessoas que prestem serviços ao laboratório, como o pessoal de manutenção (interno ou externo), de limpeza,
e assim por diante, por meio de um programa de capacitação adequado.
As regras de segurança aqui expostas são as mais comuns. É conveniente analisar
cada uma delas em função do trabalho do laboratório e de cada funcionário, e agregar
regras não mencionadas aqui e que sejam necessárias.
Antes de iniciar a rotina diária de trabalho, deve-se veriicar tudo o que vai ser
realizado e o material necessário, fazendo-se, portanto, uma análise do procedimento
funcional a ser tomado, facilitando as tarefas, evitando o trânsito cruzado e desnecessário com outros laboratoristas e também o manuseio excessivo com o material a ser
trabalhado. O preparo da bancada é fundamental.
Do ponto de vista gerencial, alguns fatores contribuem para o bom e seguro andamento do laboratório, tais como:
-
A elaboração de um luxograma de atividades para análises rotineiras
Boa supervisão do laboratório
Boa distribuição do espaço físico, evitando aglomerações
Capacitação e conscientização do pessoal
Instalação e manutenção de equipamentos de proteção coletiva
Incentivo ao uso correto e constante dos equipamentos de proteção individual, sempre que necessário
- Substituição, sempre que possível, de substâncias tóxicas ou cancerígenas
- Inclusão da questão de qualidade e de segurança nas previsões e processos de compras, tanto para materiais de segurança, como para vidrarias e outros equipamentos.
Noções de toxicologia, riscos e prevenções no manuseio de produtos químicos
Uma substância é considerada tóxica se for capaz de afetar de forma adversa a
IAL - 901
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
saúde de um organismo. Em termos de efeitos biológicos, podem ocorrer respostas
locais como irritação de pele e mucosas, edema localizado devido a inlamação e, eventualmente, necrose. Podem haver reações chamadas sistêmicas, a partir da absorção da
substância pelo organismo. Fazem parte dessas reações sintomas inespecíicos como
náuseas, vômitos, diarréia, efeitos narcóticos como tontura, redução da atenção e da
percepção, com perda de consciência e coma. Alguns agentes químicos podem agir de
forma mais especíica por mecanismos como a asixia, por interferir no transporte do
oxigênio, como o monóxido de carbono ou os agentes metemoglobinizantes, ou por
bloquear a utilização do oxigênio no nível tecidual, como o fazem as substâncias cianogênicas (que possuem o íon CN-) e o gás sulfídrico (H2S). Por meio da inibição de
enzimas vitais ao nosso organismo, algumas substâncias podem bloquear a produção
de hemoglobina, produzindo anemia, interferir na condução nervosa, produzindo sintomas neurológicos, causar insuiciência renal e hepática, etc. Efeitos tóxicos lesando a
molécula de DNA podem se manisfestar como teratogênese (deformidades em crianças
nascidas de mães expostas a substâncias tóxicas), efeitos mutagênicos (mudanças de um
gene em particular ou no conjunto de cromossomos) e efeitos carcinogênicos (aparecimento de câncer).
Dependendo da substância, pode haver mais de um efeito biológico adverso.
Algumas substâncias podem ser acumulativas no organismo, isto é, depois que são absorvidas e distribuídas ligam-se a algum tecido do corpo (como ossos, tecido adiposo,
tecidos moles como cérebro, fígado, rins e coração) e são excretados apenas lenta ou
parcialmente, enquanto outras não apresentam essa característica. Independente de ser
ou não acumulativa, é possível ocorrer intoxicação aguda quando houver exposição a
uma concentração elevada da substância, mesmo que por um espaço de tempo curto.
Dependendo da natureza e da ação do agente tóxico, com exposições repetidas, mesmo
em níveis de concentração baixos, podemos ter uma intoxicação crônica.
Em alguns casos os efeitos são reversíveis, isto é, desaparecem ao cessar a exposição (com afastamento ou tratamento médico, ou ambos). Em outros, os efeitos podem
ser irreversíveis, mesmo que não haja mais exposição e que a pessoa seja submetida a
tratamento médico. Efeitos adversos tardios, isto é, ocorrendo bem depois da exposição
ter cessado, como neuropatias, podem ocorrer em algumas situações de intoxicação
aguda por altas doses.
A absorção de substâncias tóxicas no organismo pode se dar por via cutânea,
respiratória, ou digestiva. No trabalho de laboratório, a absorção dessas substâncias
deve ser evitada totalmente ou minimizada pelo uso de equipamentos de proteção coletiva, como as capelas, aparelhos apropriados para pipetagem e uso de equipamentos
de proteção individual (E.P.Is) adequados à situação de exposição avaliada, sempre que
necessários, e pela eliminação dos hábitos de comer ou fumar no ambiente de trabalho.
Antes de se lidar com determinado produto químico é conveniente buscar informações
sobre a sua ação tóxica sobre o organismo.
902 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
Para facilitar o acesso a essas informações, as gerências e as organizações internas
para a segurança do trabalho podem optar entre vários caminhos:
- inclusão das informações necessárias, em termos de segurança, a cada procedimento
operacional padrão;
- confecção de rótulos especiais contendo essas informações, que seriam aderidos ao
vidro de reagentes;
- elaboração de cartazes, para cada laboratório, contendo as características dos reagentes mais usados;
- elaboração de ichas de informações de segurança para cada reagente, tipo de amostra
e resíduos, a serem arquivadas em local de fácil acesso aos laboratoristas ou aixadas
nas paredes do laboratório.
Estas ichas e informações adicionais também devem ser solicitadas aos fornecedores quando da compra de materiais. Também podem ser obtidas por meio eletrônico,
como no sítio da Organização Mundial da Saúde com o Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e a Organização Internacional do Trabalho, onde há o programa
INTOX do IPCS (sigla em inglês para o Programa Internacional de Segurança Química, que tem como endereço http://www.intox.org/databank/databank/chemicals, bem
como o sítio do National Institute for Occupational Safety and Health (E.U.A.), endereço http://www.cdc.gov/niosh/homepage.
As informações devem incluir o modo de ação da substância, os cuidados de manipulação, armazenagem e as providências a serem tomadas em caso de acidentes, além da
forma correta de descartar seus resíduos. É importante que o funcionário esteja permanentemente ciente dos riscos e cuidados ao manipular reagentes (assim como ao lidar
com equipamentos). Deve ser instruído a, em caso de dúvidas, procurar previamente
instruções com o chefe ou um representante da organização interna para a segurança
do trabalho ou ainda em literaturas especializadas. Deve ser lembrado que todo funcionário tem direito ao acesso a essas informações, assim como aos equipamentos de
segurança coletiva e individual, além do direito de recusa a trabalhos em situações que
coloquem em risco a sua saúde.
Nem sempre o risco imediato ao se manipular um reagente químico está na
sua ação direta sobre o organismo e sim por outros tipos de riscos envolvendo as suas
propriedades como, por exemplo, a possibilidade de ser inlamável, explosivo, reagir
violentamente com a água, liberar gases tóxicos em contato com a água ou outras
substâncias e assim por diante. Convém, portanto, que informações deste tipo sejam
levantadas.
Além dos cuidados com as substâncias usualmente presentes em diversos laboIAL - 903
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
ratórios, é necessário estudar os cuidados requeridos em casos especíicos, conforme
a área de atuação. Assim, para a determinação de pesticidas, sejam organoclorados,
organofosforados, carbamatos, piretróides ou outros, é necessário lembrar que são altamente tóxicos e que podem ser absorvidos também por inalação e pela pele e, dessa
forma, é preciso reunir informações de segurança especíicas para se lidar com eles. No
caso de preparações enzimáticas concentradas, podem ocorrer reações alérgicas e deve
ser evitado o seu contato com a pele ou por inalação, pois pode haver dispersão no ar
na forma de aerossol ou pó; o trabalho deve ser conduzido em laboratório com equipamentos de segurança coletiva adequados, com exaustão e renovação de ar, e com luvas
e vestimentas adequadas. As micotoxinas, por sua vez, como substâncias carcinogênicas
naturais, apresentam alta toxicidade, também podem ser absorvidas por inalação e pela
pele, e devem ser manipuladas em cabines de segurança química, com luvas e, quando
possível, com o uso de câmaras (caixas transparentes), que possibilitem a manipulação
com luvas ou braços mecânicos, principalmente se estiverem no estado sólido (cristalino), pois o seu efeito eletrostático possibilita a difusão do material pelo ambiente de
trabalho; se ocorrerem derramamentos, a área deve ser tratada com solução de hipoclorito de sódio a 1% e, após cerca de dez minutos, com solução de acetona a 5%.
O laboratório: projeto, construção e instalações
O projeto de um laboratório é o primeiro ponto para o estabelecimento de condições seguras de trabalho, bem como da manutenção posterior dessas condições. Ele
deve levar em consideração, dentro da área disponível, as inalidades do trabalho especíico do laboratório, as operações e o luxo das amostras, os riscos decorrentes desse trabalho, o seu volume, o número provável de funcionários entre outros. De preferência,
o espaço deve ser projetado com folga para possíveis aumentos, tanto de trabalho como
de pessoal. Isto determinará as posições de bancadas, cabines de segurança química,
chuveiros de emergência e assim por diante. Se existirem corredores no interior do laboratório, ou entre laboratórios, estes devem ter largura apropriada, de pelo menos 1,5
m, que permitam a livre circulação de pessoas, inclusive transportando materiais. Mesmo que amplos, não devem acomodar equipamentos, em uso ou não, ou reagentes, ou
qualquer tipo de material: a área de circulação deve ser mantida livre de obstáculos.
Na sua construção e instalação, devem ser usados materiais não combustíveis
e resistentes à ação de compostos químicos que farão parte da rotina do laboratório,
como solventes, agentes corrosivos e outros. Estes materiais devem ser de boa qualidade
e estar em conformidade com as respectivas normas técnicas, como as da ABNT ou
normas internacionais.
Devem existir, no mínimo, duas portas, de largura suiciente (de preferência duplas,
pelo menos uma delas), em áreas diferentes, abrindo para o exterior, providas de visores.
Colocar piso antiderrapante, resistente a agentes químicos e a choques mecânicos
904 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
e disposto de forma absolutamente regular, para evitar tropeções.
Prever áreas isoladas, como área para armazenamento de reagentes (somente o
necessário à execução dos trabalhos, sem estoques de longo prazo), áreas para equipamentos que liberem grandes quantidades de calor (uma sala para mulas), para lavagem
de materiais, vestiários internos (ante-sala de laboratórios com ambiente controlado),
área para trabalhos de escritório e assim por diante.
Projetar as instalações elétricas com folgas para possíveis necessidades posteriores
(expansões, reformas, novos equipamentos). As tomadas de 110 e 220 V devem ter
formatos diferentes, incompatíveis, para que não ocorram casos em que aparelhos sejam ligados à tensão incorreta. Ligar todas as tomadas e aparelhos elétricos ao io terra.
Aixar nas tomadas e interruptores etiquetas com códigos relacionando-os seus respectivos quadros de força e disjuntores. Localizar estes quadros de força na área externa ao
laboratório, livre de materiais inlamáveis. Se necessário, devem ser usadas luminárias
e interruptores à prova de faíscas. Prover o prédio de um sistema pára-raios eiciente.
Manter uma iluminação artiicial com intensidade adequada e lâmpadas que forneçam
radiação branca, em geral luorescentes, com proteções contra pó e vapores.
As tubulações de água, gases sob pressão, ar comprimido, vapor, devem ser resistentes e feitas de material adequado ao luido que irão conter. A identiicação geralmente se dá por meio de cores convencionais (normatizadas pela NBR 6493, de outubro de
1994 – ABNT), e também instalar registros gerais e locais, em pontos de fácil acesso.
A ventilação deve ser suiciente para impedir o acúmulo de fumos e vapores
no interior dos laboratórios. Se necessário, instalar sistemas de ventilação e exaustão
forçadas, com os cuidados para que o sistema de ventilação, se existente, não inlua no
sistema de exaustão a ponto de comprometer a sua eiciência.
Construir as bancadas de material não combustível, com altura adequada, funcionais do ponto de vista ergonômico e resistentes aos agentes químicos que farão parte
da rotina de trabalho. De preferência, não ligadas às paredes, de modo que possuam
duas saídas. Se existirem bancadas paralelas, que a distância entre elas seja suiciente
para a circulação (cerca de 1,5 m) e para que o laboratorista tenha espaço para recuar
em caso de uma ocorrência de perigo. Se o tipo de atividade a ser desenvolvida for
executada com o laboratorista sentado, prever nichos sob a bancada onde ele possa
acomodar as pernas, sentando-se de forma ergonomicamente correta.
Especial atenção deve ser dedicada às cabines de segurança, que são extremamente importantes na prevenção de acidentes e especialmente na prevenção da exposição
a agentes químicos. Nelas são realizados os trabalhos com desprendimento de calor,
vapores, fumos, com risco de explosão ou aqueles cujas conseqüências não são bem
IAL - 905
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
conhecidas previamente. O projeto da cabine de segurança e os seus acessórios precisam ser adequados aos trabalhos que serão realizados. Existem especiicidades que
diferenciam uma cabine de segurança química para solventes de outra para agentes
corrosivos, como ácidos, por exemplo. Se no laboratório forem realizados trabalhos
com materiais biológicos (ou que representem risco de contaminação biológica),
deverão existir também cabines de segurança de luxo laminar. A construção, instalação e manutenção das cabines de segurança devem ser coniadas a empresas competentes e idôneas, que assegurem a qualidade do material adquirido e do serviço
prestado. A sua manutenção deve ser periódica e rigorosa.
Um dos fatores de risco presentes em laboratórios é o ruído, proporcionado
por cabines de segurança, sistemas de exaustão ou ventilação, centrífugas e outros aparelhos que proporcionam uma carga (que em geral vai aumentando com o
tempo, pelo envelhecimento dos equipamentos) de ruído contínuo e fatigante. Ao
contrário do calor, é difícil isolar áreas especíicas para o ruído. Tanto as empresas
fornecedoras desses materiais como técnicos em segurança do trabalho devem ser
consultados para diminuir esse fator de risco ao menor nível possível.
Adequar o sistema de esgotos ao tipo de laboratório instalado, quanto ao seu
dimensionamento e ao tipo de material utilizado na sua construção. Não descartar
por esse meio solventes, substâncias tóxicas ou agressivas ao meio ambiente; neutralizar ácidos e bases previamente ou, no mínimo, deixá-los bem diluídos antes
do descarte. Os encanamentos nas saídas de pias e cabine de segurança química e
ralos devem ter sifões para evitar o retorno de eventuais gases tóxicos presentes no
esgoto.
Colocar estrategicamente e em quantidade suiciente os equipamentos de
segurança (extintores, alarmes, chuveiro com lava-olhos). Os chuveiros com lavaolhos, por exemplo, posicionados junto às áreas com maior risco, devem ser testados periodicamente, de acordo com as recomendações do fabricante.
Planejar o sistema de combate a incêndios de acordo com a estrutura e natureza de trabalho do laboratório. Lembrar que há vários tipos de extintores para
diferentes origens e meios de propagação para o fogo (em geral, são mais usados
em laboratórios os extintores de gás carbônico e os de pó químico seco) e diferentes
sistemas ixos de combate ao fogo, como hidrantes e esguichos de teto que disparam com a presença de calor. O uso de mangueiras requer treinamento especíico e
pode haver restrições à água como forma de combate a incêndios em laboratórios.
Portanto, é conveniente consultar empresas especializadas e o Corpo de Bombeiros
e, a partir de seus relatórios e recomendações, quanto ao tipo de instrumentos, suas
quantidades e o posicionamento no laboratório e no prédio, planejar a montagem
do sistema contra fogo, efetuar os treinamentos necessários e fazer um cronograma
de manutenção. A presença de todos os dispositivos de combate a incêndio deve
ser bem sinalizada e o acesso a eles deve estar permanentemente desimpedido. Na
906 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
Instituição, para suas diversas unidades, pode se necessário ou conveniente manter
uma Brigada de Incêndio (consultar o Corpo de Bombeiros).
Acondicionamento de produtos químicos em laboratórios
Os reagentes não podem ser guardados de uma forma aleatória ou por ordem
alfabética, pois, nesse caso, estarão sendo desrespeitadas incompatibilidades. Cada
laboratório mantém acondicionados, de forma adequada, os reagentes químicos
que lhe são necessários, em quantidades limitadas, que são renovadas periodicamente. O almoxarifado central, especialmente projetado para este im, com interruptores e lâmpadas que não provoquem faíscas, piso adequado e assim por diante,
fornece o material para o laboratório. O transporte de material do almoxarifado
ao laboratório é realizado por meio de carrinhos, pelo menos no que diz respeito a
vidrarias e reagentes químicos, os quais devem estar contidos em caixas de papelão
ou outro material que diminua a possibilidade de impactos que possam causar a
quebra dos frascos.
Uma vez no laboratório, os reagentes são guardados em armários adequados,
com prateleiras ajustáveis para se obter o vão necessário e revestidas, quando for
o caso, de material resistente ao ataque dos produtos químicos que vão ser guardados. Os frascos dos reagentes devem estar dispostos de modo a facilitar o acesso
àqueles usados com maior freqüência, respeitadas as compatibilidades entre eles.
Frascos pesados não são guardados em prateleiras altas. Solventes voláteis e inlamáveis são guardados em armários refrigerados ou com exaustão adequada e livres
da possibilidade de ocorrência de faíscas. De preferência, os armários possuem uma
altura que dispense o uso de escadas ou outros objetos para se alcançar os produtos
armazenados. Se for necessário o acesso a prateleiras mais altas, fazê-lo de modo
adequado, com uma escada de construção e dimensões apropriadas, mas essas prateleiras não podem conter reagentes ou outros materiais que ofereçam risco ao
laboratorista. Na Tabela 1 são citadas, como exemplo, algumas incompatibilidades
entre reagentes.
Tabela 1 - Incompatibilidade entre reagentes
Manter
Acetileno
Acetona
Ácido Acético
Manter
Fora do contato com
Cobre (inclusive tubos), lúor, bromo, iodo, cloro, prata,
mercúrio e seus compostos
Misturas de ácido sulfúrico e ácido nítrico concentrados
Ácido crômico, ácido nítrico, ácido perclórico, compostos
hidroxilados, etilenoglicol, peróxidos e permanganatos
Incompatibilidade entre reagentes
IAL - 907
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Ácido Crômico
Ácido Fluorídrico
Ácido Nítrico
Ácido Oxálico
Ácido Perclórico
Ácido Sulfúrico
Amônia anidra
Anilina
Bromo
Carvão ativo
Cianetos
Cloratos
Cloro
Cobre
Dióxido de cloro
Fluor
Hidrocarbonetos em geral
Iodo
Líquidos inlamáveis
Mercúrio
Metais alcalinos e alcalinoterrosos
Nitrato de amônio
Manter
908 - IAL
Ácido acético, ácido nítrico, naftaleno, cânfora, glicerol, terebentina,
álcool, líquidos inlamáveis em geral
Amônia (gás ou solução aquosa)
Ácido acético, ácido crômico, ácido cianídrico, cianeto, anilina,
sulfeto de hidrogênio, acetona, álcool, líquidos inlamáveis,
substâncias que sofrem reações de adição de nitrato facilmente
Prata e mercúrio
Anidrido acético, bismuto e suas ligas, álcool, papel, graxas e outras
substâncias orgânicas
Cloratos, percloratos, permanganatos, água
Mercúrio, cloro, iodo, bromo, ácido luorídrico, hipoclorito de
cálcio e halogênios
Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio
Amônia, acetileno, butadieno, butano, propano, gás liquefeito de
petróleo, hidrogênio, benzeno, terebentina, carbeto de sódio e metais
inamente divididos
Hipoclorito de cálcio e todos os agentes oxidantes
Ácidos e Bases
Sais de amônio, ácidos, metais em pó, enxofre, carvão, substâncias
orgânicas ou combustíveis inamente divididas
Amônia, acetileno, butadieno, butano, propano, gás liquefeito de
petróleo, solventes derivados de petróleo, hidrogênio, benzeno,
terebentina, carbeto de sódio e metais inamente divididos
Acetileno, peróxido de hidrogênio
Amônia, metano, fosina, sulfeto de hidrogênio
Deve ser totalmente isolado
Flúor, cloro, bromo, formol, ácido crômico, peróxido de sódio,
peróxidos em geral
Acetileno, amônia, hidrogênio
Nitrato de amônio, ácido crômico, peróxidos, halogênios, ácido
nítrico
Acetileno, ácido fulmínico, amônia
Água, tetracloreto de carbono e outros hidrocarbonetos clorados,
dióxido de carbono, halogênios
Ácidos, metais em pó, líquidos inlamáveis, cloratos, nitratos,
enxofre, substâncias orgânicas ou combustíveis inamente divididas
Incompatibilidade entre reagentes
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
Nitreto de sódio
Oxigênio
Pentóxido de fósforo
Permanganatos
Peróxido de hidrogênio
Peróxido de sódio
Potássio metálico
Prata
Sódio metálico
Sulfeto de Hidrogênio
Chumbo, cobre e outros metais
Hidrogênio, líquidos, gases e sólidos inlamáveis, óleos, graxas
Água
Glicerol, etilenoglicol, ácido sulfúrico, benzaldeído
Cromo, cobre, ferro e outros metais, inclusive seus sais, líquidos
inlamáveis, materiais combustíveis, anilina e nitrometano
Qualquer substância oxidável, como álcoois, ácido acético glacial,
benzaldeído, dissulfeto de carbono, acetato de etila
Água, tetracloreto de carbono e outros hidrocarbonetos
clorados, dióxido de carbono, halogênios
Acetileno, ácido oxálico, ácido tartárico, compostos de amônio
Água, tetracloreto de carbono e outros hidrocarbonetos
clorados, dióxido de carbono, halogênios
Ácido nítrico fumegante, gases oxidantes
Fonte: Grist, NR. Manual de Biossegurança para o Laboratório, 2. ed. São Paulo:
Santos Livraria Editora. 1995.
Nota: substâncias do lado esquerdo da tabela devem ser estocadas e manuseadas de forma a não poder acidentalmente contatar substâncias correspondentes no lado direito
da coluna, sob condições não controladas, pois podem ocorrer reações violentas. De
modo geral, substâncias que reajam entre si não devem ser armazenadas juntas como,
por exemplo, ácidos e bases.
É conveniente que cada laboratório construa a sua tabela de incompatibilidade
entre reagentes, de acordo com os materiais que utiliza. Para tanto, podem ser usadas as
ichas individuais de informações de segurança, tabelas similares à Tabela 1, bem como
sítios eletrônicos que contenham informações de segurança para substâncias químicas,
como os apontados no item Noções de toxicologia, riscos e prevenções no manuseio
de produtos químicos.
Fechar hermeticamente os frascos dos reagentes ao serem guardados. No caso de
frascos com roscas, não aplicar muita força, o que diicultaria a abertura posterior dos
mesmos.
A água
A água é uma substância que poucas vezes é encarada como uma fonte de perigo,
mas também é um composto químico e, em algumas situações, provoca reações violentas ou apresenta propriedades que podem acarretar perigo. Assim, é necessário particularizar os casos em que seu emprego ou presença pode representar risco, principalmente
quanto ao armazenamento de reagentes, seu uso, descarte e em certas emergências.
IAL - 909
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Muitos produtos químicos reagem com água de forma violenta, gerando grande
quantidade de calor. Assim, se água for adicionada ao ácido sulfúrico concentrado, o calor gerado será muito intenso, provocando o arremesso de água quente e ácido sulfúrico
ainda concentrado (e também quente), podendo produzir graves queimaduras pela ação
do calor e do poder corrosivo do ácido. Por causa disto, há a regra segundo a qual o ácido
deve ser adicionado à água e nunca o contrário. A operação deve ser conduzida de forma
cuidadosa; a massa maior de água absorve parte do calor gerado. Espera-se pelo resfriamento adequado para continuar a operação, vagarosamente. Em certos casos, podem ser
usados banhos de gelo para haver resfriamento mais rápido, mas também é necessário
cautela, para não haver rompimento do vidro pela variação rápida de temperatura.
Determinados elementos no estado metálico como sódio, potássio, cálcio ou magnésio (quando aquecido) também reagem violentamente com a água, provocando grande
desprendimento de calor e faíscas. Os produtos dessas reações são bases fortes, que são
corrosivas.
Outros produtos químicos reagem com a água produzindo compostos de toxicidade variável, muitas vezes na forma de vapor. É preciso atenção, quanto à presença
de água, para o armazenamento, uso e descarte destes produtos, entre os quais estão os
silanos (metildiclorossilano, triclorossilano etc.), fosfetos (de sódio, alumínio etc.), hipocloritos secos (de lítio, sódio, cálcio etc), cianetos (de sódio, potássio etc.), brometo
de acetila, cloreto de acetila, brometo de alumínio anidro, cloreto de alumínio anidro,
pentaluoreto de alumínio, oxicloreto de cromo, ácido luorsulfônico, pentacloreto de
fósforo, tetracloreto de silício, cloreto de tionila, iodeto de acetila, magnesiodiamida,
solução sulfonítrica (ácido sulfúrico + ácido nítrico), pentaluoreto de iodo, nitreto
de lítio. Podem ser formados compostos como cloreto de hidrogênio, cloro, fosina,
cianeto de hidrogênio, brometo de hidrogênio, luoreto de hidrogênio, iodeto de hidrogênio, dióxido de enxofre, amônia e dióxido de nitrogênio.
É necessário também lembrar que a água é boa condutora de eletricidade. Assim,
num princípio de incêndio em que estejam envolvidos aparelhos elétricos ou existam
tomadas próximas, não é conveniente fazer uso da água. Outra situação de risco no uso
da água em caso de incêndio é representado pela sua utilização para apagar fogo envolvendo um solvente orgânico, imiscível com eles. A água é mais densa que a maioria
dos solventes orgânicos e, se usada de forma inadequada, pode espalhar o solvente e as
chamas, diicultando o combate ao incêndio.
Derramamento de produtos químicos
Em acidentes desse tipo, além dos riscos de natureza física, envolvendo o peso
do recipiente, material de fabricação e estilhaços com risco de cortes, há os de natureza
química do produto espalhado no ambiente, ou seja, se esse produto é corrosivo, inlamável, tóxico, volátil, ou com outras características de risco. Existem materiais absor910 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
ventes disponíveis no mercado especíicos para esse im e que devem estar disponíveis
no laboratório. Na sua ausência, ácidos e compostos químicos corrosivos podem ser
tratados com bicarbonato de sódio ou soda cáustica, após prévia adição cuidadosa de
água (diluição). Soluções alcalinas podem ser diluídas e neutralizadas com ácidos fracos. Se o material for inlamável, as chamas existentes (em bicos de Bünsen etc) devem
ser extintas imediatamente, deve ser fechada a válvula de gás para a sala e desligados os
aparelhos elétricos que possam ser fonte de faíscas. Caso existam vapores tóxicos, evacuar a sala. Providenciar a ventilação da sala. A retirada do material deve ser feita com
o uso de E.P.Is. Se necessário, acionar os bombeiros.
Cilindros de gás
Em diversos laboratórios é necessário o uso de gases sob pressão (hidrogênio, acetileno, nitrogênio, hélio, entre outros). O fornecimento deve ser feito por uma empresa
idônea e que ofereça assistência quanto a questões de uso e manutenção. Os cilindros
devem ser fornecidos com o nome e a cor característica de cada gás, capacete de proteção do cilindro, dados de pureza, simbologia de risco e número da ONU.
O ideal é que exista, fora do prédio, uma central de gases, à qual os laboratórios
estejam ligados por meio de tubulações apropriadas, evitando a utilização de cilindros
no interior do prédio. Tanto para a construção da central como para condições de
armazenamento, as empresas especializadas fornecedoras devem ser consultadas, bem
como sobre a compatibilidade entre gases (e outros materiais) que possam permanecer
no mesmo local.
Construir esta central em local amplo, ventilado e de fácil acesso, tanto para
carga e descarga de cilindros como para situações de emergência. Os cilindros devem
ser mantidos protegidos de ocorrências climáticas como sol e chuva (mas possibilitando
plena ventilação do interior desta central – com portas de tela de arame, por exemplo).
O acesso ao interior da central deve ser controlado e restrito aos laboratórios usuários
do sistema, por meio de pessoal instruído sobre os procedimentos com cilindros e gases
sob pressão e ao pessoal de manutenção.
Quando esta central não estiver disponível, não armazenar os cilindros de gás no
laboratório. O armazenamento deve ser feito em local razoavelmente amplo, seguro,
fora de áreas de circulação, coberto, bem ventilado e, tal como no caso da central, com
acesso controlado ao seu interior.
Observar também as incompatibilidades para armazenamento e uso entre os gases . Além de cilindros contendo o mesmo gás, podem ser guardados juntos aqueles
quimicamente inertes, como nitrogênio ou argônio. Gases combustíveis devem estar
distantes dos oxidantes; manter a uma distância segura uns dos outros gases que possam
reagir entre si, como hidrogênio e acetileno.
Tanto para uso como para armazenagem, os cilindros não devem ser colocados
IAL - 911
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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em contato com circuitos elétricos ou próximos a fontes de calor irradiante ou chama
aberta Devem sempre permanecer em posição vertical, presos à parede com correntes
ou cintas de material resistente.
Quando da instalação de um cilindro (que deve ser feita com ferramentas adequadas), veriicar se não há ocorrência de vazamento, podendo o teste ser feito com
mistura de água e metanol (com 10% de metanol), água e etanol ou com preparados à
base de surfactantes disponíveis no mercado especiicamente para esse im. No caso de
gases corrosivos, usar equipamentos de proteção individual. Não devem existir chamas
ou cigarros acesos por perto. Além do bom estado geral dos cilindros, veriicar que eles
estejam sempre limpos, secos e isentos de graxas. Não engraxar as válvulas e, se emperradas, contatar o fornecedor. Os cilindros devem permanecer em uso até alcançar uma
pressão indicada pelo próprio fabricante (normalmente 1 a 2 Kgf/cm2), para evitar possíveis contaminações do recipiente por entrada de ar. Após o uso deve ser retirado do
local de trabalho e encaminhado ao local de armazenagem. Para todas essas operações,
devem ser solicitadas instruções mais detalhadas aos fabricantes.
Quanto ao transporte entre o local de armazenagem e o de uso (e vice-versa),
os cilindros devem ser conduzidos em carrinhos especíicos para esse im, de tamanho
apropriado; deve ser mantido preso ao carrinho e com o capacete de proteção para a
válvula.
Descarte de materiais
Os materiais a serem descartados por laboratórios de análise química de alimentos incluem:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
amostras de alimentos
papel e sólidos inertes (inclusive amostras)
papel contaminado quimicamente e reagentes sólidos (inclusive amostras)
soluções isentas de solventes orgânicos
solventes orgânicos em geral
vidro quebrado e recipientes em geral
materiais com possibilidade de contaminação microbiológica
O descarte de materiais é muito preocupante num processo de análise química.
As pessoas encarregadas dessa operação devem receber instruções rigorosas quanto a
algumas normas de segurança, como o uso de E.P.I. (luvas e botas) e cuidados no manuseio de certos tipos de resíduos.
Papéis e sólidos inertes são descartados como lixo comum, sem maiores preocupações. É obrigatório manter o lixo sempre tampado. Amostras de alimentos sólidos,
ao serem descartadas, podem ser subdivididas em partes pequenas, com adição de um
912 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
produto que impeça seu consumo e cuja presença seja facilmente perceptível como, por
exemplo, um detergente colorido. Alimentos líquidos, sem contaminação, podem ser
diluídos e jogados na pia.
Recipientes vazios de amostras ou materiais utilizados pelo laboratório necessitam de uma lavagem antes do descarte. Tanto os recipientes de vidro como material
de vidro quebrado ou trincado não podem ser descartados em sacos para lixo comum.
Esse tipo de material deve ser colocado em caixas de papelão especíicas para esse im,
para evitar ferimentos nas pessoas encarregadas da coleta.
É necessário diluir e neutralizar as soluções ácidas e básicas antes de serem despejadas em esgoto. Soluções aquosas salinas de natureza não tóxica e não agressiva ao
meio ambiente também podem ser descartadas da mesma forma. Papel de iltro com
material de baixa toxicidade pode sofrer uma lavagem estando ainda dentro do próprio
funil e depois ser descartado com o lixo comum. Resíduos sólidos de reagentes químicos (também de baixa toxicidade) podem ser dissolvidos em quantidades relativamente
grandes de água e a solução diluída, escoada pela pia, com a torneira aberta por alguns
minutos.
Para solventes orgânicos o ideal é tentar o seu reaproveitamento, depois de uma
recuperação procedida internamente (com normas de segurança especíicas) ou por
empresas especializadas. Quando esta recuperação não for possível ou conveniente, os
solventes poderão ser coletados em recipientes adequados e icar numa central de armazenamento, e posteriormente enviados a uma empresa que possua instalações apropriadas para a sua destruição, de acordo com as normas ambientais (o mesmo vale para
outros resíduos com potencial tóxico ou poluente). Se o destino for a incineração, não
devem ser adicionados a esses recipientes, sem o conhecimento dessa empresa, solventes
não inlamáveis, como o tetracloreto de carbono ou clorofórmio. A empresa responsável
pelo transporte e destinação dos resíduos deverá orientar sobre os tipos de recipientes
a serem utilizados e pelos tipos de compostos que podem ser colocados juntos em um
mesmo recipiente. Deve ser dada atenção especial aos materiais para os quais existam
restrições de caráter ambiental, em termos de sua destinação inal. Para tanto, devem
ser consultadas empresas especializadas, a legislação municipal, estadual e federal e os
órgãos de defesa ambiental.
Materiais com risco de contaminação microbiológica devem ser recolhidos em
sacos de lixo autoclaváveis e enviados para descontaminação ou esterilização por um
processo físico como a autoclavagem, e somente depois podem ser descartados. Quando
algum motivo impedir este procedimento, o material deve ser tratado com desinfetante
à base de hipoclorito de sódio ou outro conveniente pelo tempo necessário e depois
descartado. A descontaminação química pela ação de desinfetantes, como solução de
hipoclorito de sódio, iodo e outros halogenados, etanol, álcalis, fenóis e sais quaternários
de amônio, deve ser feita com o conhecimento de que tipo de microorganismos deve
ser tratado e também em que ambiente. Para muitos desinfetantes, o pH, a carga de
matéria orgânica e a concentração são fatores importantes para determinar a eiciência
IAL - 913
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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do processo.Todo material biológico, assim como vidraria quebrada que tenha entrado
em contato com o material biológico, deve ser descontaminado antes do descarte. Para
estes tópicos, é importante ver recomendações a respeito em um Manual de Segurança
para Laboratórios de Microbiologia ou consultar um proissional especializado.
Cuidados com relação a alguns equipamentos
Fazendo novamente a associação entre Qualidade e Segurança, assim como existem POPs de metodologias analíticas, devem existir POPs para a utilização de equipamentos, os quais podem incluir recomendações sobre o uso de EPIs e outros requisitos
de segurança.
Muflas
Devem, preferencialmente, estar em uma sala isolada, destinada especiicamente para equipamentos geradores de calor, com sinalização adequada. O proissional
deve fazer uso de equipamentos de proteção individual adequados (luvas de proteção
térmica com cano longo e pinças longas de aço inoxidável). Quando uma amostra de
matéria orgânica necessitar de destruição por via seca, somente deverá ser colocada em
mula após prévia carbonização (com aquecimento gradual) em bico de Bunsen, feita
em cabine de segurança química. Somente quando o aquecimento máximo com o bico
não provocar mais desprendimento de fumos é que a amostra pode ser transferida para
a mula. Caso contrário, poderão ocorrer a contaminação do ar do laboratório e a perda
de amostra.
Refrigeradores
Devem ser usados os previstos especialmente para laboratório, eventualmente
com motor fora do ambiente de trabalho para evitar faíscas que possam provocar a
ignição de solventes inlamáveis e voláteis possivelmente presentes na sala ou dentro
do próprio refrigerador. Mesmo que um refrigerador comum não seja utilizado para
guardar esse tipo de solventes, deve icar razoavelmente protegido (afastado) da área do
laboratório em que esse tipo de solvente possa ser ocasionalmente utilizado.
Dessecadores, materiais dessecantes e uso de vácuo
Entre os materiais dessecantes normalmente utilizados estão o ácido sulfúrico,
o pentóxido de fósforo (que oferecem riscos, pois suas reações com água são acompanhadas de grande desprendimento de calor e provocam queimaduras graves ao contato
914 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
com a pele), cloreto de cálcio e sílica-gel. A sílica-gel com indicador de umidade (rosa
quando hidratada, azul quando seca) é segura e, quando hidratada pelo uso, fácil de
recuperar em uma estufa seca a 100 ºC, sendo portanto o agente dessecante mais recomendável, tanto para dessecadores como para estufas sem ar corrente.
Ao se transferir uma amostra que tenha passado por processo de aquecimento
para um dessecador, deve-se esperar algum tempo, suiciente para um certo resfriamento do cadinho, evitando o rompimento da placa de porcelana do dessecador. Após
a colocação do cadinho, deixar aberto por tempo suiciente o orifício da tampa do
dessecador, caso contrário a dilatação do ar devida ao aquecimento poderá expulsar
violentamente a tampa do dessecador.
Ao se usar vácuo o dessecador deve estar colocado dentro de uma caixa de tela
metálica para evitar projeções de estilhaços em caso de explosão. Esta observação é válida para outros casos em que se use vácuo, como nas iltrações com uso de kitassato.
Quando a aparelhagem for grande, como no caso de destilação, e não se dispuser de cabine de segurança química ou tela metálica de tamanho adequado, o laboratorista deve
usar óculos de segurança e trabalhar com o máximo de prudência, evitando fazer vácuo
(ou desfazê-lo) com rapidez. O processo deve ser lento para permitir a acomodação das
paredes de vidro à nova relação de pressões interna/externa; o material de vidro deve
ser de boa qualidade. No caso de estufas de vácuo com frente de vidro, embora este seja
normalmente de resistência adequada, também deve ser adaptada uma tela metálica à
face exterior; a retirada e a admissão de ar também não devem ser rápidas.
Autoclaves
Usadas para esterilização de materiais e culturas. Dada a sua inalidade e modo
de operação, estes aparelhos devem ser constituídos de material resistente e providos de
manômetros em perfeitas condições de funcionamento. A pressão interna e o calor são
os principais fatores de risco.
Antes de abrir a autoclave é necessário assegurar-se de que a mesma esteja resfriada convenientemente e o vapor tenha sido retirado; caso contrário, a violenta expansão
do vapor, quando da retirada da tampa, poderá provocar ferimentos sérios ao operador
e a perda do material.
IAL - 915
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Centrífugas
Veriicar se o balanceamento da carga está correto, evitando o risco de quebra
de algum tubo dentro da centrífuga, o que acarretaria maior formação de aerosol e até
mesmo de gotículas maiores.
Os movimentos rápidos da superfície do líquido durante a centrifugação formam
os aerosóis; portanto não se deve abrir a centrífuga logo após sua parada, nem enquanto
estiver girando, mesmo devagar.
Materiais de vidro
Montagem de aparelhagens
Freqüentemente é necessário montar uma aparelhagem com várias peças de vidro, como no caso de destilações. Preferencialmente, as peças devem ter terminais (conexões) esmerilhados e as ligações feitas diretamente. Em outros casos, as ligações são
feitas por meio de rolhas ou tubos de borracha. Cada uma das peças, independente do
material de que seja feita, deve ser cuidadosamente examinada antes de se proceder à
montagem do aparelho. Não devem ser usadas peças trincadas, com qualquer tipo de
issura, que permitam vazamentos ou que não proporcionem ajuste perfeito.
Após a montagem, ajustar as peças de tal forma que nenhuma delas esteja sob
tensão e convenientemente presas por garras distribuídas ao longo da aparelhagem, de
modo que não necessitem suportar o peso umas das outras (evitar por outro lado, um
número excessivo de garras). As garras devem estar irmemente presas a suportes seguros. Veriicar se as peças recurvadas não apresentam estrangulamentos internos. Vedar
as conexões com paraina derretida, quando possível, aplicada com pincel.
Quando for necessário cortar um tubo de vidro para ser aplicado à aparelhagem
(ou outra inalidade qualquer) deve-se observar o procedimento a seguir. Com uma
lima, de preferência triangular, abre-se um sulco, não muito profundo em uma parte
pequena da volta do tubo (o sulco não deve dar a volta no tubo). Estando as mãos protegidas por luvas resistentes e os olhos por óculos de segurança, segura-se o tubo com a
parte limada para fora do corpo; pressiona-se o tubo com os polegares no mesmo sentido, isto é, para fora do corpo. As pontas do tubo devem em seguida ser arredondadas
em uma chama. Espera-se o tubo esfriar sozinho (o resfriamento rápido com água, por
exemplo, quebrará o vidro). Se este tubo for inserido em uma rolha, esta deve ter furo
de diâmetro conveniente e a operação de inserção deve ser feita com lubriicação e com
movimento giratório lento.
916 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
Para a perfuração furação de rolhas, observar alguns pontos como: fazer o furo
pela parte inferior, apoiando sobre a mesa a parte superior da rolha (de maior diâmetro); no caso de rolhas de borracha, escolher um furador de diâmetro ligeiramente
maior que o tubo a ser inserido (após a retirada do furador, o furo da rolha contrai) e
o furador pode ser lubriicado com vaselina, silicone ou um pouco de óleo para evitar
que a rolha se molhe; no caso de rolhas de cortiça, o furador não deve ser molhado e
pode-se reforçar a superfície externa da rolha com ita adesiva, irmemente presa, para
evitar seu rompimento. Em qualquer caso, o furo deve ser feito em um único sentido
(não furar de ambos os lados para fazer o encontro dos orifícios no meio). Não tentar
aumentar o furo de uma rolha com um furador maior; é melhor pegar outra rolha e
refazer a operação.
Lavagem de vidrarias
Ao término de um trabalho analítico, todas as peças e recipientes devem passar
por um processo rigoroso de lavagem. O proissional que tiver realizado o trabalho de
análise deve fazer uma lavagem preliminar do material antes de entregá-lo à pessoa responsável pela limpeza inal, evitando que ela se acidente pelo desconhecimento da natureza dos resíduos contidos nos frascos ou pela mistura com outros reagentes incompatíveis. Cada laboratório deve usar um processo de lavagem que lhe seja conveniente.
Em geral, este processo utiliza detergente (inclusive os destinados especiicamente a
laboratórios) ou sabão, tornando o material escorregadio e por isto recomenda-se usar
luvas de borracha antiderrapantes para proteger as mãos de arestas cortantes e evitar
irritações de pele pelo contato constante com produtos químicos e agentes de limpeza.
Pode ser colocada uma placa de borracha (com abertura no centro) no fundo da pia
para atenuar eventuais quedas das peças de vidro.
Muitos laboratórios utilizam, além de detergentes especíicos para laboratórios,
soluções sulfonítricas, soluções de ácido nítrico ou clorídrico, hidróxido de potássio em
álcool e outras, no processo de lavagem. Estes materiais podem ser altamente corrosivos
e reativos e seu contato com a pele pode gerar queimaduras. Dessa forma, sua preparação e uso devem ser feitos por pessoal treinado, com extremo cuidado. É necessário
o uso de luvas de borracha, óculos de proteção (ou escudo facial), avental e botas de
borracha. O frasco a ser limpo com estas soluções deve ser pré-lavado com detergente
e água corrente e, se necessário, seco previamente. Pipetas podem ser colocadas em
uma proveta de 1000 mL, apoiadas sobre uma esponja de espuma colocada no fundo
da proveta para amortecer o impacto. Sua retirada pode ser feita com uma pinça cuja
ponta seja revestida com ita veda-rosca ou tubo de borracha. O uso da solução sulfocrômica deve ser abandonado devido aos riscos a que expõe o laboratorista, bem como
pelos riscos ambientais.
Para a lavagem de vidrarias que tenham entrado em contato com micotoxinas,
enxaguá-las com metanol (com os cuidados necessários também para a manipulação
desta substância), retirar (armazenando para descarte posterior adequado), adicionando
em seguida solução de hipoclorito de sódio a 1% e, após cerca de duas horas, solução
IAL - 917
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
de acetona a 5%. Aguardar trinta minutos, enxaguar e prosseguir com a lavagem usual,
como para outras vidrarias.
Nota final
Para um sistema de segurança do trabalho são necessários muitos estudos especíicos que, conforme apontado ao longo deste texto, exigem consultas a publicações,
entidades e proissionais especializados. O gerenciamento desse sistema exige, como
no caso da qualidade, um trabalho permanente, para o qual este capítulo é apenas um
breve roteiro que, lembramos, não deve ter a função de um manual de segurança.
Revisão
Arline Sydneia Abel Arcuri
Bacharel em química e doutora em físico-química pela universidade de São Paulo USP, pesquisadora,diretora técnica da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de segurança
e medicina do trabalho - FUNDACENTRO
Eduardo Mello De Capitani
Médico, mestre em medicina e doutor em saúde coletiva pela universidade de Campinas – UNICAMP, especialista em saúde pública e medicina do trabalho, professor
assistente do departamento de clínica médica da faculdade de ciências médicas da
UNICAMP, coordenador do centro de controle de intoxicações, faculdade de ciências
médicas do hospital das clínicas da UNICAMP.
Mary Rosa Rodrigues de Marchi
Professora assistente doutora, departamento de química analítica, instituto de química
– UNESP
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA (ABIQUIM) - Departamento técnico, comissão de transportes: Manual para atendimento de emergências
com produtos perigosos, 3. ed. São Paulo, 1999.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS, Official Methods of
analysis of the Association of Official Analytical Chemists. Arlington: A.O.A.C.,
16th , 1997.
918 - IAL
Capítulo XXIX - Segurança em Laboratórios de Química
CARVALHO, P.R. Boas práticas químicas em biossegurança.Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda., 1999.
GRIST, N.R. Manual de biossegurança para o laboratório. 2. ed. São Paulo: Santos
Livraria Editora, 1995.
OLIVEIRA, W.P. Segurança em laboratórios químicos. 2. ed. Coleção SESI de Segurança do Trabalho, São Paulo, Serviço Social da Indústria, 1975.
TIGLEA, P, SANTOS, C.C.M. Manual de biossegurança para laboratórios de
química, Instituto Adolfo Lutz, Publicações Técnicas para Divulgação Interna, São
Paulo, 1992.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Laboratory biosafety manual. Geneva:
WHO, 1983.
Colaborador
Paulo Tiglea
IAL - 919
APÊNDICE
I
SOLUÇÕES TITULADAS
INDICADORES
PAPEL REATIVO
CLARIFICADORES
IAL - 921
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
922 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
I
SOLUÇÕES TITULADAS INDICADORES
PAPEL REATIVO CLARIFICADORES
ÁCIDO CLORÍDRICO
Preparo de solução 1 M – Meça 90 mL de ácido clorídrico HCl (D = 1,19) em proveta e
transira para um balão volumétrico com rolha esmerilhada. Adicione água até completar
o volume de 1000 mL. Agite.
Titulação
Coloque cerca de 5 g de Na2CO3 em cadinho de porcelana de 50 mL. Comprima a substância contra as paredes do cadinho, com uma espátula. Aqueça a 270°C, durante uma
hora. Tampe o cadinho e esfrie em dessecador contendo cloreto de cálcio anidro, durante
uma hora. Transira rapidamente o Na2CO3, ainda quente, para um pesa-iltro. (O Na2CO3 é higroscópico, devendo ser manipulado rapidamente). Esfrie em dessecador. Pese
o pesa-iltro tampado. Transira, para um frasco Erlenmeyer, cerca de 1,3 g de Na2CO3,
pesados com precisão analítica. Pese novamente. A diferença entre as duas massas dará o
nº de gramas de Na2CO3 a ser usado na titulação. Adicione ao frasco Erlenmeyer cerca
de 75 mL de água e 2 gotas de alaranjado de metila a 0,1% , ou da mistura alaranjado de
metila-índigo carmim (1 g de alaranjado de metila e 2,5 g de índigo carmim dissolvidos
em 1000 mL de água e iltrados). Agite e titule.
Cálculo do fator de correção (f)
P = g de Na2CO3 usados na titulação
V = mL de HCl gastos na titulação
IAL - 923
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
M = Molaridade da solução
Nota: f deve estar compreendido entre os valores 0,9 e 1,1. Em caso contrário, adicione
água ou ácido e titule novamente.
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito no item acima, usando os valores das Tabelas 1 e 2. Para preparar
soluções 0,01 M, tome 10 mL da solução 1 M e dilua o volume para 1000 mL.
Tabela 1 – Volume de HCl (D = 1,19) necessário para a preparação de 1000 mL de
solução
Molaridade aproximada
0,01
0,02
0,10
0,50
1,00
mL de HCl*
0,9
1,8
9,0
45,0
90,0
* mL HCl/L solução = 90 x M
Tabela 2 – Quantidade aproximada de Na2CO3 anidro, necessária para a titulação de 25
mL de ácido padrão
Molaridade do ácido
0,1
0,5
1,0
g Na2CO3*
0,132
0,660
1,320
*g Na2CO3 = 0,053 x 25 x M
ÁCIDO OXÁLICO
Preparo de solução 0,5 M – Pese 63 g de ácido oxálico H2C2O4.2H2O em balança analítica (décimo de mg) e transira para um balão volumétrico, com rolha esmerilhada.
Adicione água suiciente para 1000 mL de solução. Agite até dissolução total.
924 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
Titulação
Transira, com o auxílio de pipeta volumétrica, 25 mL desta solução para um frasco Erlenmeyer de 500 mL. Adicione 200 mL de água e, depois, 10 mL de H2SO4 (D = 1,84),
lentamente, pelas paredes do frasco. Agite e conserve a temperatura entre 50–60°C, durante a titulação. Titule com solução de permanganato de potássio 0,2 M, até o aparecimento de coloração rósea persistente, durante 30 segundos.
Cálculo do fator de correção (f)
V = mL da solução de KMnO4 gastos na titulação
F = fator de correção da solução KMnO4.
v = mL da solução de ácido oxálico usado na titulação
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito no item acima, usando os valores da Tabela 3.
Tabela 3 – Quantidade de H2C2O4.2H2O necessária para a preparação de 1000 mL de
solução
Molaridade aproximada
0,005
0,05
0,5
g H2C2O4.2H2O*
0,63
6,30
63,00
* g H2C2O4.2H2O/L solução = 126 x M
ÁCIDO PERCLÓRICO
Preparo de solução 0,1 M – Meça 8,2 mL de HClO4 a 72%, ou 11,4 mL de HClO4 a
60%, em proveta e junte cerca de 900 mL de ácido acético glacial. Adicione, então, cuidadosamente, em pequenas porções, anidrido acético suiciente para reagir com a água
do HClO4, agitando após cada adição. São necessários 8,8 mL ou 14,8 mL de anidrido
acético, conforme se tenha usado HClO4, a 72% ou a 60%. É melhor pequeno excesso
de anidrido acético (1 - 2)% do que deiciência. Complete o volume a 1 L, com ácido
acético glacial. Deixe em repouso durante uma noite para completar a reação entre a água
do ácido perclórico e o anidrido acético.
IAL - 925
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Titulação
Titule com biftalato de potássio C6H4(CO2H) (CO2K), previamente seco em estufa a
105ºC durante uma hora e resfriado em dessecador. Pese, exatamente, cerca de 0,5106 g
de biftalato e dissolva em 50 mL de ácido acético glacial. Junte 2 gotas de solução a 1%
do indicador violeta genciana em ácido acético glacial e titule com a solução de HClO4,
até mudança da coloração azul para verde-azulada (0,5106 g de biftalato de potássio correspondem a 25 mL de solução 0,1M de HClO4.)
Nota: faça uma titulação em branco do ácido acético e desconte do volume de HClO4
gasto na titulação.
Cálculo do fator de correção (f)
P = massa de biftalato usado
V = mL de solução de ácido perclórico gastos
M = Molaridade da solução
ÁCIDO SULFÚRICO
Preparo de solução 0,5 M – Meça 30 mL de H2SO4 (D= 1,84) em proveta e transira
cuidadosamente para balão volumétrico com rolha esmerilhada, contendo cerca de 500
mL de água. Dilua o volume a 1000 mL (cuidado!). Agite.
Titulação
Proceda usando a mesma técnica da titulação do ácido clorídrico.,
Cálculo do fator de correção (f)
P = g de Na2CO3 usados na titulação
V = mL de H2SO4 gastos na titulação
M = molaridade da solução
Preparo de soluções de outras molaridades
926 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
Proceda como descrito nos itens acima, usando os valores das Tabelas 4 e 5.
Nota: para soluções 0,005 e 0,01 M, tome alíquotas da solução 0,5 M, respectivamente
(10 e 20) mL, e dilua o volume para 1000 mL.
Tabela 4 – Volume de H2SO4 (D = 1,84) necessário para preparação de 1000 mL de
solução
Molaridade aproximada
0,005
0,01
0,05
0,25
0,50
mL H2SO4 *
0,3
0,6
3,0
15,0
30,0
* H2SO4 /L solução = 60 x M
Tabela 5 – Quantidade aproximada de Na2CO3, anidro, necessária para titulação de 25
mL de ácido padrão.
Molaridade do ácido-padrão
0,05
0,25
0,50
g Na2CO3 *
0,132
0,662
1,320
*g Na2CO3 = 0,106 x 25 x M
EDTA
Preparo da solução – Pese 37,224 g do sal dissódico do ácido etilenodiaminotetracético
C10H14N2Na2O8.2H2O, transira para um balão volumétrico, com auxílio de água e complete o volume a 1000 mL. Agite e transira para frasco de polietileno.
Titulação
Pese exatamente cerca de 400 mg de carbonato de cálcio e transira para um béquer de
400 mL. Adicione 50 mL de água e solução de ácido clorídrico (1+3) suiciente para
dissolver todo o carbonato de cálcio. Dilua até 150 mL, com água, adicione 15 mL de solução de hidróxido de sódio 1 M e 30 mg de indicador azul de hidroxinaftol e titule com
solução de EDTA, usando agitador magnético, até viragem de rosa para azul profundo.
IAL - 927
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Cálculo
HIDRÓXIDO DE BÁRIO
Preparo de solução 0,5 M – Pese 180 g de Ba(OH)2. 8H2O. Transira para um balão
volumétrico e dissolva em água, recentemente fervida (isenta de CO2) e resfriada a 25ºC,
suiciente para 1000 mL . Deixe a solução em repouso durante dois dias ou até que todo
o carbonato de bário se tenha depositado. Decante a solução e transira para o frasco de
polietileno. Conserve protegida contra o CO2 do ar.
Titulação
Transira, com auxílio de uma pipeta, 25 mL de HCl 1 M para frasco Erlenmeyer de 250
mL. Adicione 2 gotas de solução de fenolftaleína. Adicione, gota a gota, com auxílio de
bureta, a solução de Ba(OH)2 a ser titulada até o aparecimento de coloração rósea persistente.
Cálculo do fator de correção (f)
V = mL de HCl usados na titulação
F = fator da solução de HCl
v = mL de Ba(OH)2 gastos na titulação
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito nos itens acima, usando os valores da Tabela 6.
Tabela 6 – Quantidade de Ba(OH)28H2O necessária para preparação de 1000 mL de
solução
Molaridade aproximada
0,005
0,050
0,50
* Ba(OH)2 . 8H2O/L solução = 360 x M
928 - IAL
g Ba(OH)2.8H2O*
1,8
18,0
180,0
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO
Preparo de solução 1M – Pese 75 g de KOH e transira para frasco com rolha de borracha,
com auxílio de 1000 mL de água isenta de gás carbônico. Adicione, gota a gota, solução
saturada de hidróxido de bário até não se formar mais precipitado. Agite. Conserve o frasco fechado em repouso durante 12 horas. Decante e transira o líquido claro para frasco
de polietileno. Conserve protegido do gás carbônico do ar.
Titulação
Transira, com auxílio de uma pipeta, 25 mL da solução a ser titulada para um frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 50 mL de água, isenta de gás carbônico, e 2 gotas do
indicador vermelho de metila. Titule com ácido clorídrico da mesma molaridade, com
auxílio de bureta, até mudança da coloração amarela para rósea.
Cálculo do fator de correção (f )
V = mL HCl gastos na titulação
F = fator de correção do ácido clorídrico
v = mL de solução de KOH usados na titulação
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito no item acima, usando os valores da Tabela 7.
Tabela 7 – Quantidade de KOH necessária para a preparação de 1000 mL da solução
Molaridade aproximada
0,01
0,10
1,00
KOH*
0,75
7,50
75,00
*g KOH/L solução = 75 x M
IAL - 929
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HIDRÓXIDO DE SÓDIO
Preparo da solução 1 M – Pese 45 g de NaOH e transira para o frasco com rolha de
borracha com auxílio de 1000 mL de água isenta de gás carbônico. Adicione, gota a gota,
solução saturada de Ba(OH)2 até não se formar mais precipitado. Agite. Conserve o frasco fechado em repouso durante 12 horas. Decante e transira o líquido claro para o frasco
de polietileno. Conserve protegido do gás carbônico do ar.
Titulação com biftalato de potássio
Pese, em balança analítica, cerca de 5 g de biftalato de potássio C6 H4 (CO2H) (CO2K),
previamente seco em estufa a 105°C, durante 1 hora resfriado em dessecador. Dissolva em
75 mL de água isenta de gás carbônico. Junte 2 gotas de solução de fenolftaleína e titule
com a solução de hidróxido de sódio, até o aparecimento de coloração rósea persistente.
Cálculo de fator de correção (f)
P = g de biftalato de potássio usado na titulação
V = mL da solução de hidróxido de sódio gastos
M = molaridade da solução
Tabela 8 – Quantidade aproximada de C6 H4 (CO2 H) (CO2 K) necessária para a titulação de 25 mL de base padrão
Molaridade de base padrão
0,01
0,10
1,00
g C6 H4 (CO2 H) (CO2 K)*
0,05
0,50
5,00
*g C6 H4 (CO2 H) (CO2 K)/L solução = 5,00 x M
Titulação com ácido clorídrico padronizado
Transira, com auxílio de uma pipeta, 25 mL da solução a ser titulada para um frasco
Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 50 mL de água, isenta de gás carbônico, e 2 gotas do
indicador vermelho de metila. Titule com ácido clorídrico da mesma molaridade, com
auxílio de bureta, até mudança da coloração amarela para rósea.
Cálculo do fator de correção (f )
930 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
V = mL de HCl gastos na titulação
F = fator de correção do ácido clorídrico
v = mL de solução de NaOH usados na titulação
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como em preparo da solução molar usando os valores da Tabela 9.
Tabela 9 – Quantidade de NaOH necessária para a preparação de 1000 mL de solução
Molaridade aproximada
0,01
0,10
1,00
g NaOH*
0,45
4,50
45,00
*g NaOH/L solução = 45 x M
IODO
Preparo de solução 0,5 M – Pese 200 g de KI, isento de iodato de potássio. Transira para
um balão volumétrico escuro, com rolha esmerilhada, com auxílio de cerca de 40 mL
de água. Pese cerca de 127 g de iodo ressublimado e transira para o frasco contendo KI.
Complete o volume de 1000 mL com água. Agite até total dissolução do iodo. Conserve
a solução em lugar frio com ausência de luz.
Titulação
Transira, para um frasco Erlenmeyer de 250 mL, 25 mL da solução de iodo a ser titulado. Adicione 75 mL de água e, com auxílio de uma bureta, solução-padrão de tiossulfato
de sódio da mesma molaridade, até coloração amarelo-clara. Junte 2 mL de solução de
amido a 1% (a solução deve tornar-se azul) e complete a titulação lentamente até total
descoramento.
IAL - 931
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Cálculo do fator de correção (f)
V = mL da solução de Na2S2O3 gastos na titulação
F = fator da solução de Na2S2O3
v = mL da solução de iodo usados na titulação
Preparo de solução de outras molaridades
Proceda como descrito nos itens acima, usando os valores da Tabela 10.
Tabela 10 – Quantidade de iodo e de KI necessárias respectivamente para preparação de
1000 mL de solução
Molaridade aproximada
0,005
0,05
0,50
g I2*
1,3
13,0
130,0
g KI**
2,0
20,0
200,0
*g I2/L solução = 130 x M x 0,5
**gKI/L solução = 200 x M x 0,5
NITRATO DE PRATA
Preparo de solução 1 M – Pese 170 g de AgNO3 e transira para um balão volumétrico escuro, com rolha esmerilhada. Adicione água até completar o volume de 1000 mL e agite.
Titulação
Titule, de preferência, por via potenciométrica. Não dispondo de equipamento, proceda
da maneira seguinte: Transira uma porção de NaCl para cadinho de porcelana de 50 mL.
Comprima a substância nas paredes do cadinho e aqueça em mula, a 300ºC, por cerca
de 2 horas. Resfrie em dessecador contendo cloreto de cálcio. Transira rapidamente para
pesa-iltro (NaCI é higroscópico). Pese, em balança analítica, o pesa-iltro tampado e
transira cerca de 1,45 g para cápsula de porcelana de 100 mL. Pese novamente. A diferença entre as duas pesagens dará o nº de g de cloreto de sódio a ser usado. Adicione à
cápsula cerca de 25 mL de água e 1 mL de solução de cromato de potássio a 5%, como
indicador. Goteje, então, a solução de AgNO3 a ser titulada, com auxílio de uma bureta,
até o aparecimento de cor castanho-avermelhada.
932 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
Cálculo do fator de correção (f)
P = g de NaCl usados na titulação
V = mLde solução de AgNO3 gastos na titulação
M = molaridade da solução
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito nos itens acima, usando os valores das Tabelas 11 e 12.
Tabela 11 – Quantidade de AgNO3 necessária para preparação de 1000 mL de solução
Molaridade aproximada
0,01
0,10
1,00
g AgNO3 *
1,7
17,0
170,0
*g AgNO3 /l solução = 170 x M
Tabela 12 - Quantidade de NaCl necessária para titular 25 mL da solução de AgNO3
Molaridade aproximada
0,01
0,10
1,00
g AgNO3 *
0,0145
0,1450
1,4500
*g NaCl/25 mL AgNO3 = 0,058 x 25 x M
PERMANGANATO DE POTÁSSIO
Preparo de solução 0,02 M – Pese 35 g de KMnO4 e transira para um béquer de 1500
mL. Adicione 1000 mL de água, cubra com um vidro de relógio e leve a ebulição. Deixe
a solução em fervura suave durante cerca de 20 minutos. Esfrie à temperatura ambiente,
deixe em repouso em frasco fechado por alguns dias, no escuro, e iltre através de cadinho de
Gooch com placa porosa. Transira o iltrado para frasco escuro, com rolha esmerilhada.
IAL - 933
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Titulação
Transira 5 g de oxalato de sódio - Na2C2O4 para um cadinho de porcelana de 50 mL.
Comprima a substância nas paredes do cadinho. Aqueça em estufa a 105°C, por 2 horas.
Resfrie em dessecador com cloreto de cálcio. Pese em balança analítica, por diferença,
cerca de 1,67 g de oxalato de sódio e transira para um frasco Erlenmeyer de 500 mL.
Adicione cerca de 240 mL de água e depois, lentamente, pelas paredes do frasco, 12,5 mL
de ácido sulfúrico (D = 1,84). Esfrie a 25ºC. Agite até dissolução total do oxalato. Adicione cerca de 90% da quantidade requerida da solução de permanganato de potássio a ser
titulada, sob agitação. Aqueça a 60ºC, agite e complete a titulação adicionando a solução
de permanganato até obter coloração rósea persistente, durante 30 segundos.
Cálculo do fator de correção (f)
P = nº de g de Na2C2O4 usado na titulação
V = mL de solução de KMnO4 gastos na titulação
M = molaridade da solução
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito no item acima, usando os valores das Tabelas 13 e 14.
Nota: para preparar solução 0,02 M, tome 10 mL da solução 0,02 M e dilua a 100 mL,
em um balão volumétrico, com água.
Tabela 13 – Quantidade de KMnO4 necessária para preparação de 1000 mL de solução
Molaridade aproximada
0,002
0,05
0,50
g KMnO4 *
0,32
3,20
32,00
*g KMnO4/ L solução = 160 x M
Tabela 14 – Quantidade de Na2C2O4 necessária para titular 25 mL de solução de KMnO4
934 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
Molaridade KMnO4
0,005
0,050
0,50
g Na2C2O4 *
0,0167
0,1670
1,6700
*g Na2C2O4/L solução = 0,134 x 25 x M
TIOCIANATO DE AMÔNIO
Preparo da solução M – Pese 80 g de NH4SCN e transira para balão volumétrico âmbar,
com rolha esmerilhada. Adicione água até completar o volume de 1000 mL e agite.
Titulação
Transira, para frasco Erlenmeyer, com auxílio de pipeta, 25 mL de solução-padrão de
nitrato de prata 1 M. Adicione 5 mL de ácido nítrico 6 M e 1 mL de solução do indicador
(solução a 40% de sulfato de ferro III e amônio em ácido nítrico a 1%, v/v). Adicione a
solução de tiocianato a ser titulada, com auxílio de bureta, agitando vigorosamente, até o
aparecimento de coloração castanha.
Cálculo do fator de correção (f)
V = mL da solução de AgNO3 usados na titulação
F = fator de correção da solução de AgNO3
v = mL da solução de tiocianato gastos na titulação
Preparo de soluções de outras molaridades
Proceda como descrito nos itens acima, usando os valores da Tabela 15.
Tabela 15 – Quantidade de NH4SCN necessária para a preparação de 1000 mL de solução
Molaridade aproximada
0,01
0,10
1,00
g NH4SCN *
0,8
8,0
80,0
*g NH4SCN/L solução = 80 x M
IAL - 935
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
TIOSSULFATO DE SÓDIO
Preparo da solução 1 M – Pese 260 g de Na2S2O3.5H2O e transira para um balão volumétrico âmbar, com rolha esmerilhada, com auxílio de água previamente fervida e resfriada e complete o volume até 1000 mL, com a mesma água. Junte 0,01 g de HgI2 para
estabilizar a solução.
Titulação
Transira 5 g de K2Cr2O7, inamente pulverizado, para um pesa-iltro. Aqueça em estufa a
(140 - 150)ºC, durante 1 hora. Esfrie em dessecador. Pese, em balança analítica, 1,2 g do
dicromato e transira para frasco Erlenmeyer de 500 mL, com rolha esmerilhada, contendo
100 mL de água fria, previamente fervida, 30 g de iodeto de potássio (isento de iodato) e 60
mL de ácido clorídrico (D = 1,19). Feche o frasco e agite. Deixe em repouso, em ausência
de luz, durante 5 minutos. Lave a rolha e as paredes do frasco com água previamente fervida
e resfriada. Titule o iodo liberado com a solução de tiossulfato de sódio a ser padronizada,
agitando continuamente. Quando a coloração se tornar amarela-clara, junte 2 mL de solução de amido. A solução deve tornar-se azul. Continue adicionando a solução de tiossulfato,
gota a gota, até a mudança de cor azul-esverdeada para verde-pálida.
Cálculo do fator de correção (f)
P = g de K2Cr2O7 usados na titulação
V = mL de solução de Na2S2O3 gastos na titulação
M = molaridade da solução
Preparo de solução de outras molaridades
Proceda como descrito nos itens acima, usando os valores da Tabela 16.
Tabela 16 – Quantidades de Na2S2O3.5H2O e de K2Cr2O7 necessárias para preparar e
titular, respectivamente, 1000 mL de solução.
Molaridade aproximada
0,01
0,10
1,00
*g Na2S2O3.5H2O/L solução = 260 x M
**g K2Cr2O7/L solução = 25 x 0,049 x M
936 - IAL
g Na2S2O35H2O*
2,6
26,0
260,0
g K2Cr2O7**
0,012
0,120
1,200
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
SOLUÇÃO DE DORNIC (NAOH 1/9 N)
Preparo da solução – Pese 4,7 g de hidróxido de sódio e transira para um balão volumétrico com tampa de borracha, de 1000 mL, e complete o volume com água recentemente
fervida (isenta de CO2) e resfriada.
Titulação
Pese, com precisão, 4,5382 g de biftalato de potássio, seco em estufa a 120°C, por uma
hora e resfriado a temperatura ambiente em dessecador. Transira para um balão volumétrico de 200 mL e complete o volume com água. Transira, com uma bureta, 20 mL desta
solução-padrão para um frasco Erlenmeyer de 250 mL. Adicione 2 gotas de solução de
fenolftaleína e gota a gota, com auxílio de uma bureta, a solução de Dornic a ser titulada,
até o aparecimento de coloração rósea persistente. Deverão ser gastos 20 mL da solução
de Dornic para neutralizar os 20 mL da solução-padrão.
SOLUÇÃO DE FEHLING
Preparo das soluções:
Solução A – Pese 34,639g de sulfato de cobre - CuSO4.5H20, transira para um balão
volumétrico de 1000 mL e complete o volume com água.
Solução B – Pese 173 g de tartarato de sódio e potássio - NaKC4H4O6.4H2O e dissolva
em 250 mL de água. Adicione 250 mL de solução de NaOH a 20%, recém-preparada.
Complete o volume até 1000 mL.
Titulação
Transira, para balão de titulação, 10 mL de cada uma das soluções, A e B. Adicione 40
mL de água. Aqueça até a ebulição e adicione, com auxílio de bureta, solução-padrão de
glicose a 1%, m/v, mantendo a fervura, sob agitação, até a solução se tornar incolor (no
fundo do balão deverá aparecer um resíduo avermelhado).
Nota: a massa de glicose usada deverá ser conhecida até a 3ª casa decimal.
Cálculo do fator (f ) das soluções
(g de glicose correspondente a 10 mL de cada uma das soluções A e B).
V x 0,01 = f
IAL - 937
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
V = mL da solução de glicose gastos
P = título da solução de glicose (g%)
Nota: o valor de f deverá ser da ordem de 0,05 g.
INDICADORES
Alaranjado de metila a 0,1%
Intervalo de viragem: pH 3,1 e 4,4, respectivamente, de vermelho (abaixo de 3,1) a amarelo (acima de 4,4).
Preparo da solução – Pese 0,1 g de alaranjado de metila e dissolva em água suiciente para
100 mL de solução. Filtre, se necessário. Conserve a solução em frasco de rolha esmerilhada com conta-gotas.
Fenolftaleína a 1%
Intervalo de viragem: pH 8,2 a 9,8, respectivamente, de incolor a vermelho-arroxeado.
Após 9,8 a coloração ica vermelha intensa ocorrendo modiicações na molécula do indicador.
Preparo da solução – Pese cerca de 1 g de fenolftaleína e adicione álcool a 95%, suiciente
para 100 mL. Filtre, se necessário. Conserve a solução em frasco escuro de rolha esmerilhada com conta-gotas.
Solução de amido
Preparo da solução – Agite 1 g de amido solúvel em 10 mL de água. Adicione a esta
mistura 200 mL de água em ebulição, mantendo a fervura durante 2 minutos. Esfrie e
conserve em geladeira.
Vermelho congo a 0,5%
Intervalo de viragem: pH 3,0 a 5,2, respectivamente, de violeta (abaixo de 3,0) a vermelho (acima de 5,2).
Preparo da solução – Pese 0,5 g de vermelho-congo e dissolva em álcool a 10%, suiciente
para 100 mL. Filtre, se necessário. Conserve a solução em frasco de rolha esmerilhada
com conta-gotas.
938 - IAL
Apêndice I - Soluções Tituladas Indicadores Papel Relativo Clariicadores
Vermelho de metila a 0,2%
Intervalo de viragem: pH 4,2 a 6,3, respectivamente, de vermelho (abaixo de 4,2) a amarelo (acima de 6,3).
Preparo da solução – Pese 0,2 g de vermelho de metila e dissolva em álcool a 95%, suiciente para 100 mL. Filtre, se necessário. Conserve a solução em frasco de rolha esmerilhada com conta-gotas.
PAPEL REATIVO
Preparo do papel – Corte tiras de papel de iltro de 1 cm de largura e 5 cm de comprimento. Mergulhe as tiras em ácido clorídrico (1+3). Retire. Lave com água, até que 5
mL da água de lavagem não apresente reação ácida com 2 gotas de solução de vermelho
de metila. Mergulhe as tiras em hidróxido de amônio (1+3). Retire. Lave com água até
que 5 mL da água de lavagem não apresente coloração rósea com 2 gotas de solução de
fenolftaleína. Seque as tiras espontaneamente. Embeba as tiras de papel de iltro, depois
de secas, na solução do indicador. Seque as tiras espontaneamente, em atmosfera isenta de
vapores ácidos ou alcalinos. Conserve em frasco escuro, com rolha esmerilhada.
CLARIFICADORES
Creme alumina
Creme alumina é indicado para clariicar produtos de açúcar levemente coloridos.
Pode ser usado, também, juntamente com acetato básico de chumbo. Neste caso, ele
aumenta a ação clariicadora do chumbo e permite o uso de quantidades menores da
solução de acetato básico de chumbo.
Preparo da solução – Prepare uma solução saturada de sulfato duplo de alumínio e potássio. Alcalinize a solução com hidróxido de amônio. Agite. Deixe o precipitado sedimentar. Lave com água, por decantação, até que a água da lavagem dê reação muito leve
para sulfatos, com solução de cloreto de bário a 10%. Decante o líquido sobrenadante.
Conserve a suspensão do creme alumina em frasco com rolha esmerilhada.
Solução de acetato básico de chumbo
Preparo da solução – Pese 430 g de acetato de chumbo, neutro - Pb(C2H3O2)2.3H2O,
adicione 130 g de litargírio - PbO recentemente ativado e complete o volume com água
até 1000 mL. Aqueça e mantenha em ebulição por 30 minutos. Deixe a mistura esfriar e
sedimentar. Separe o líquido sobrenadante por decantação e dilua com água recentemente fervida e fria até a densidade especíica da solução alcançar 1,25.
IAL - 939
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Notas
No preparo da solução, pode-se substituir a mistura de acetato neutro de chumbo e litargírio pelo acetato básico de chumbo.
Use a quantidade mínima exigida na clariicação, pois há erros no desvio polarimétrico de
açúcares causados por um excesso de solução de acetato básico de chumbo.
Ative o litargírio aquecendo em mula a (650-670)ºC, por um período entre entre 2h e
30 min a 3 h.
Solução de acetato neutro de chumbo
Preparo da solução – Prepare uma solução saturada de Pb(C2H3O2)2.3H2O. Seu uso é
especialmente indicado na polarimetria de açúcares redutores.
Solução de nitrato básico de chumbo
Preparo da solução – Misture volumes iguais de uma solução de hidróxido de sódio a 5%
e de uma solução de nitrato de chumbo a 50%. Agite. Lave o precipitado por decantação.
Adicione água até formar uma pasta. Conserve em frasco com rolha esmerilhada.
AREIA PURIFICADA PARA A DETERMINAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS
Preparo da areia – Pese 1 kg de areia, passe por peneira comum e em seguida por peneira
ABNT nº 20 com abertura de 0,85 mm. Transira a areia peneirada para um béquer de
4000 mL, lave várias vezes com água de torneira para retirar os resíduos pequenos e leves.
Após a retirada da maior parte do resíduo, adicione 1000 mL de ácido clorídrico (1:1),
em capela química de exaustão. Antes de colocar o ácido, deixe uma camada de 4 cm de
água no béquer com areia. Deixe em contato por 90 minutos, agite ocasionalmente com
bastão de vidro de 1 cm de diâmetro, retire a solução ácida e lave 10 vezes com água de
torneira, em capela. Lave com água até que não haja reação para cloreto (teste, colocando aproximadamente 20 mL de água de lavagem em béquer de 100 mL e adicione 5
gotas de solução de nitrato de prata). Escoe a água. Seque a areia em cápsula de porcelana
a 105°C e em seguida aqueça a 900°C por 6 horas, em mula.
Colaborador
Jaim Lichtig
940 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
APÊNDICE
II
GUIA CITAC / EURACHEM
GUIA PARA
QUALIDADE EM
QUÍMICA ANALÍTICA
UMA ASSISTÊNCIA À ACREDITAÇÃO
Preparado em conjunto pela CITAC
(Cooperação sobre Rastreabilidade Internacional em Química Analítica)
e EURACHEM (Enfoque para Química Analítica na Europa)
Traduzido sob os auspícios da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária em apoio com a UNESCO.
IAL - 941
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
942 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
GUIA PARA QUALIDADE EM
QUÍMICA ANALÍTICA
UMA ASSISTÊNCIA À ACREDITAÇÃO
Este documento foi produzido pelo Grupo de Trabalho
conjunto, formado pela CITAC e EURACHEM, e se baseia em
documentos anteriores, incluindo o CITAC Guia 1, publicado
em 1995 e o Guia EURACHEM WELAC publicado em 1993.
Esta edição, traduzida sob os auspícios da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) e da UNESCO, aborda os novos
requisitos da norma ISO/TEC 17025:1999 – “Requisitos Gerais
para a Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração”.
Título original: “Guide to Quality in Analytical Chemistry - An Aid to Accreditation”,
edition 2002.
A tradução e revisão deste material foram produzidas no Contexto da Cooperação
UNESCO/ANVISA: Galdino Guttmann Bicho – revisor
Paulo Afonso Lopes da Silva – revisor
Mariana Mieko Mandai – revisora
Marco Antonio de Azevedo Martins – revisor
Claudinei Oliveira Zima - revisor
IAL - 943
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
944 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
Publicado em 2002
Os direitos autorais desse guia são de propriedade das
organizações representadas pela CITAC e EURACHEM.
Esta edição foi publicada pela CITAC e EURACHEM.
IAL - 945
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
GUIA PARA QUALIDADE EM QUÍMICA ANALÍTICA
ÍNDICE
Seção Título
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
Metas e objetivos
Introdução
Deinição e Terminologia
Acreditação
Escopo
A tarefa analítica
Especiicação do requisito analítico
Estratégia analítica
Análises não rotineiras
Pessoal
Amostragem, manuseio e preparação das amostras
Ambiente
Equipamentos
Reagentes
Rastreabilidade
Incerteza de medição
Métodos/ procedimentos para ensaios e calibração
Validação de metodologia
Calibração
Materiais de referência
Controle de qualidade e ensaios de proiciência
Computadores e sistemas controlados por computador
Auditoria do laboratório e análise crítica
Referências e Bibliografia
Siglas
Apêndices
A
B
C
946 - IAL
Auditoria de Qualidade – Áreas de Particular Importância em um Laboratório
Químico
Intervalos de Calibração e Veriicações de Desempenho
Tabela de Comparação – ISO/IEC 17025:1999 x ISO/IEC Guia 25:1990
(ILAC G15:2001)IEC Guia 25:1990 (ILAC G15:2001)
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
1.
METAS E OBJETIVOS
1.1
A meta deste guia é fornecer aos laboratórios diretrizes sobre a melhor prática para
as operações analíticas por eles realizadas. O guia abrange análises qualitativa e
quantitativa realizadas em bases rotineiras e não-rotineiras. Um guia em separado
abrange trabalhos de pesquisa e desenvolvimento (Guia CITAC/EURACHEM
Referência A1 na página 43).
1.2
O guia objetiva auxiliar aquelas pessoas implementando a garantia da qualidade
em laboratórios. Para aqueles que trabalham com acreditação, certiicação ou outra
conformidade com requisitos particulares da qualidade, ele irá ajudar a explicar o
que esses requisitos signiicam. O guia também será útil para aqueles envolvidos na
avaliação da qualidade de laboratórios analíticos, por comparação com esses requisitos de qualidade. Referências cruzadas às normas ISO/IEC 17025, ISO 9000 e
aos requisitos das Boas Práticas de Laboratório (GLP) da OECD, são fornecidas.
1.3
Este documento foi desenvolvido a partir da anterior Guia 1 CITAC (que, por
sua vez, foi baseada no Guia EURACHEM/WELAC), e atualizado para levar em
conta novos materiais e desenvolvimentos, particularmente os novos requisitos da
norma ISO/IEC 17025.
1.4
Esse guia foi produzido por um grupo de trabalho constituído por David Holcombe, LGC, RU; Bernard King, NARL, Austrália; Alan Squirrell, NATA, Austrália
e Maire Walsh, Laboratório Estadual, Irlanda. Além disto, ao longo dos anos de
elaboração deste guia e de suas versões anteriores, tem havido extensa contribuição
por parte de um grande número de indivíduos e organizações, incluindo: CITAC,
EURACHEM, EA, ILAC, A.O.A.C.I, IUPAC, CCQM, entre outros (consulte a
lista de Acrônimos na página 58).
1.5
Este guia se concentra nas questões técnicas da garantia da qualidade (GQ), com
ênfase naquelas áreas onde há a necessidade de uma interpretação particular para
ensaios químicos ou medições relacionadas. Existe um número de aspectos adicionais de GQ, onde nenhuma orientação é dada, já que estes são integralmente focados em outros documentos, tal como a norma ISO/IEC 17025. Estes incluem:
registros; relatórios; sistemas da qualidade; subcontratação; reclamações; requisitos
do fornecedor; revisão de contratos; conidencialidade e manipulação de dados.
IAL - 947
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
2.
INTRODUÇÃO
2.1
O valor das medições químicas depende do nível de coniança que pode ser estabelecido
nos resultados. De maneira crescente, a comunidade de analistas químicos está adotando
princípios de GQ que, embora não garantindo realmente a qualidade dos dados produzidos, eleva a possibilidade deles serem bem fundamentados e se adequarem ao im pretendido.
2.2
Uma GQ apropriada pode permitir que um laboratório mostre que possui instalações e
equipamentos adequados para execução de análises químicas e que o trabalho foi realizado
por pessoal competente de uma maneira controlada, seguindo um método validado documentado. A GQ deve focar questões centrais que determinem resultados de qualidade,
custos e oportunidades, e evitem desvio de energias para questões menos importantes.
2.3
Uma boa prática de GQ, incluindo seu reconhecimento formal por acreditação, certiicação etc., ajuda a garantir que os resultados sejam válidos e adequados aos ins propostos.
Contudo, é importante que tanto os laboratórios quanto seus clientes entendam que a GQ
não pode garantir que 100% dos resultados individuais sejam coniáveis. Existem duas
razões para isto:
1.
Lapsos/erros grosseiros podem ocorrer, quando, por exemplo, os resultados de duas
amostras forem confundidos. Em um laboratório bem operado, a freqüência de
lapsos será pequena, porém não igual à zero.
2.
Erros aleatórios e sistemáticos também ocorrem, levando à incerteza no resultado
medido. A probabilidade de um resultado se situar dentro da faixa de incerteza
declarada depende do nível de coniança empregado, mas, novamente, mesmo em
um laboratório bem organizado desvios nos resultados irão ocasionalmente ocorrer
e, muito ocasionalmente, o desvio será grande.
A tarefa da GQ é administrar a freqüência das falhas de qualidade. Quanto maior for o
esforço empregado, menor será o número de falhas de qualidade que podem ser esperadas.
É necessário equilibrar o custo da GQ com o benefício na redução das falhas de qualidade
a um nível aceitável (diferente de zero).
2.4
Os princípios da GQ foram formalizados em uma variedade de normas ou protocolos publicados. Aqueles mais amplamente reconhecidos e usados em ensaios químicos incidem
em três grupos e são aplicados de acordo com as necessidades individuais de um laboratório. Os três grupos são:
948 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
2.4.1 ISO/IEC 17025:1999: (Ref B1) Esta norma aborda a competência técnica
de laboratórios para a realização de ensaios e calibrações especíicos, e é usada
em todo o mundo por organismos de acreditação de laboratórios, como um
requisito básico para a acreditação;
2.4.2 ISO 9001:2000: (Ref B2) e suas equivalentes nacionais e internacionais. Esta
norma se refere principalmente à gestão da qualidade para instalações que
realizam a produção ou prestam serviços, incluindo análises químicas;
2.4.3 Princípios de Boas Práticas de Laboratório (GLP) da OECD: 1998 (Ref B3)
e suas equivalentes nacionais e setoriais. Estas diretrizes dizem respeito aos
processos e condições organizacionais sob os quais estudos de laboratório,
relativos a determinado trabalho regulamentar, são realizados.
2.5
Além disto, existem abordagens sobre Gestão da Qualidade Total (GQT) para GQ,
que dão ênfase à melhoria contínua (a nova ISO 9001:2000 dá mais ênfase neste
aspecto). O fundamental neste guia é o enfoque que, em nível técnico, a boa prática em GQ analítica independe do sistema formal de GQ adotado.
2.6
Um laboratório pode decidir criar seus próprios procedimentos de GQ, ou pode
adotar um dos protocolos estabelecidos. Neste último caso, ele pode reivindicar
conformidade informal com o protocolo ou, em condições ideais, pode ser submetido a uma avaliação independente por parte de uma entidade especializada oicial,
com o objetivo de obter aprovação independente de seu sistema da qualidade. Tal
avaliação/aprovação independente é variavelmente conhecida como acreditação,
registro ou certiicação, dependendo de qual norma esteja sendo usada na avaliação. Em áreas especíicas de análise, a acreditação é algumas vezes obrigatória, porém, na maioria dos casos, o laboratório é livre para decidir que espécies de medidas
de GQ ele deseja adotar. O caminho pela avaliação independente tem reconhecidas
vantagens, particularmente onde os clientes do laboratório necessitem de evidência
objetiva da competência técnica do laboratório. Para obter esclarecimentos sobre o
termo “acreditação”, conforme usado neste guia, veja as seções 3.2 e 4 abaixo.
3.
DEFINIÇÕES E TERMINOLOGIA
Existe uma pluralidade de termos importantes usados em gestão da qualidade e
avaliação de conformidade, cujo signiicado pode variar conforme o contexto em
que eles forem usados. É importante compreender a distinção entre os diferentes termos. Alguns deles são aqui apresentados. A referência básica é a ISO Guia
IAL - 949
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
2:1996 – Ref B4. Outros termos podem ser encontrados na ISO 9000:2000 – Ref
B5 (Nota: ISO 8402:1994 – Qualidade – Vocabulário – foi retirada).
3.1
QUALIDADE: Grau em que um conjunto de características inerentes satisfaz requisitos (ISO 9000:2000).
3.2
ACREDITAÇÃO: ‘Procedimento pelo qual uma entidade autorizada concede reconhecimento formal de que uma organização ou pessoa é competente para realizar tarefas especíicas’ (ISO Guia 2-1996).
3.2.1 No contexto de um laboratório realizando medições, acreditação é o reconhecimento formal de que o laboratório é competente para executar calibrações
ou ensaios especíicos, ou tipos especíicos de calibrações ou ensaios. O mecanismo pelo qual a acreditação é concedida está descrito abaixo na seção 4, e o
documento dos principais requisitos é a norma ISO/IEC 17025:1999.
3.2.2 Acreditação é também usada no contexto das atividades baseadas na norma
ISO 9000, para descrever o processo pelo qual uma organização nacional reconhece formalmente os organismos de certiicação como competentes para
avaliar e certiicar organizações, como estando em conformidade com a série
de normas ISO 9000 (“sistemas de gestão da qualidade”).
3.3
CERTIFICAÇÃO: ‘Procedimento pelo qual um organismo de terceira parte fornece garantia por escrito de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos especiicados’ (ISO Guia 2:1996). A Certiicação (algumas
vezes conhecida como registro) difere basicamente da acreditação na medida em
que a competência técnica não é especiicamente focada.
3.4
GARANTIA DA QUALIDADE (GQ): GQ descreve as medidas globais que um
laboratório utiliza para assegurar a qualidade de suas operações. Tipicamente estas
podem incluir:
Um sistema da qualidade
Ambiente de laboratório adequado
Pessoal instruído, treinado e habilitado
Procedimentos e registros de treinamento
Equipamento adequadamente conservado e calibrado
Procedimentos para controle da qualidade
Métodos documentados e validados
950 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
Rastreabilidade e incerteza de medição
Procedimentos de veriicação e divulgação
Ações preventivas e corretivas
Ensaios de proiciência
Auditorias internas e procedimentos de análise crítica
Procedimentos para reclamações
Requisitos para reagentes, calibradores, padrões de medida e materiais de referência.
3.5
CONTROLE DA QUALIDADE (CQ): ‘As técnicas operacionais e atividades
que são usadas para preencher os requisitos para qualidade.
Procedimentos de controle da qualidade se aplicam para assegurar a qualidade de
amostras especíicas ou lotes de amostras, e incluem:
Análise de materiais de referência/padrões de medida
Análise de amostras cegas
Uso de amostras de controle da qualidade e gráicos de controle
Análise de brancos
Análise de amostras fortiicadas
Análises em duplicata
ENSAIOS DE PROFICIÊNCIA
Mais detalhes sobre controle da qualidade e ensaios de proiciência são apresentados na seção 21.
3.6
AUDITORIA E ANÁLISE CRÍTICA: Na prática, auditorias da qualidade adotam dois formatos. A auditoria realizada por uma entidade externa independente, como parte do processo de acreditação, é mais comumente conhecida como
avaliação. “Auditorias da qualidade” realizadas dentro do laboratório são algumas
vezes subdivididas em: auditoria, frequentemente chamada de “auditoria interna”
(que veriica se os procedimentos da qualidade se fazem presentes e estão sendo
inteiramente implementados) e análise crítica (veriicação para assegurar que o
sistema da qualidade é eicaz e atinge os objetivos). A análise crítica é realizada
pela gerência executiva com responsabilidade pela política de qualidade e trabalho
do laboratório.
Neste guia, o termo auditoria se refere à auditoria interna; avaliação se refere à
auditoria externa.
IAL - 951
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
3.7
NORMA (STANDARD): Esta palavra possui uma variedade de signiicados distintos na língua inglesa. No passado, ela foi usada rotineiramente para se referir
primeiramente a normas escritas amplamente adotadas, isto é, procedimentos,
especiicações, recomendações técnicas, etc., e em segundo lugar, a padrões químicos ou físicos usados para ins de calibração. Neste guia, para minimizar a confusão, norma é usada somente no sentido de normas escritas. O termo padrão
de medida é usado para descrever padrões químicos ou físicos, usados para ins
de calibração ou validação, tais como: produtos químicos de pureza estabelecida e
suas correspondentes soluções de concentração conhecida; iltros UV; pesos, etc.
Materiais de referência são uma (importante) categoria de padrões de medida.
3.8
MATERIAL DE REFERÊNCIA (MR): ‘Material ou substância, com um ou mais
valores de suas propriedades que são suicientemente homogêneos e bem estabelecidos, para ser usada na calibração de um aparelho, na avaliação de um método de
medição ou na atribuição de valores a materiais.’ (ISO Guia 30 – Ref C1).
3.9
MATERIAL DE REFERÊNCIA CERTIFICADO (MRC): ‘Material de referência, acompanhado de um certiicado, com um ou mais valores de suas propriedades
certiicadas por um procedimento que estabelece sua rastreabilidade à obtenção
exata da unidade na qual os valores da propriedade são expressos, e cada valor certiicado é acompanhado por uma incerteza para um nível de coniança estabelecido.’
(ISO Guia 30:1992 – Ref C1).
3.10 RASTREABILIDADE: ‘Propriedade do resultado de uma medição ou do valor
de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões
nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas
com incertezas estabelecidas.’ (VIM 1993 – Ref B6).
3.11 INCERTEZA DE MEDIÇÃO: Parâmetro associado ao resultado de uma medida
que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos ao
medidor. (VIM 1993 – Ref B6).
4
ACREDITAÇÃO
4.1
As referências à acreditação nesta e nas seções sucessivas se referem à ISO/IEC
17025:1999 (Ref B1). Seus requisitos serão implementados por laboratórios e acreditados por organismos de acreditação durante um período de transição de três
anos, indando em dezembro de 2002. A norma é consideravelmente maior do que
a sua predecessora e contém alguns requisitos novos ou ampliados, como abaixo
sumarizado, mas grande parte do novo material estava previamente contido em
952 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
documentos suplementares de orientação. Assim, a escala dos novos requisitos não
é tão grande como possa parecer em princípio. Uma tabela comparando as cláusulas da ISO/IEC 17025:1999 e de sua predecessora, a ISO/IEC Guia 25: 1990, é
encontrada no Apêndice C.
4.2
Em resumo, a norma ISO/IEC 17025 inclui requisitos novos ou ampliados referentes ao seguinte:
• Revisão de Contratos — comunicações de pré-contrato para garantir que os requisitos sejam adequadamente especiicados e os serviços atendam inteiramente
aos requisitos do cliente;
• Aquisição de serviços e suprimentos — uma política e procedimentos são requeridos para assegurar-se de que sejam adequados à inalidade;
• Amostragem — um plano e procedimentos de amostragem são necessários
quando a amostragem izer parte do trabalho do laboratório;
• Ação preventiva — ação pró-ativa que procura melhorar os processos, minimizando assim a necessidade de ações corretivas;
• Validação de metodologia, rastreabilidade e incerteza de medição — ênfase signiicativamente acentuada nesses requisitos;
• Opiniões e interpretações — isto é agora permitido em relatórios de ensaio.
4.3
Os requisitos das principais normas/protocolos de qualidade possuem muitos elementos em comum ou similares. Por exemplo, a ISO/IEC 17025 incorpora os elementos do sistema da qualidade da ISO 9001 (1994) que são aplicáveis aos laboratórios. Uma comparação das principais normas/protocolos é apresentada abaixo:
Título
ISO/IEC
17025:1999
ISO 9001:
2000
BPL OECD 1998
Organização para
a Cooperação
Econômica e o
Desenvolvimento
Escopo
1
1
Referências normativas
2
2
Termos e deinições
3
3 ISO
9000:2000
Seção I – 2
Requisitos gerenciais
4
Várias
Seção II – 1.1
Organização
4.1
Diretor de estudo
Seção I – 1
Seção II - 1.2
IAL - 953
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Título
Gerente da Qualidade
Sistema da Qualidade
Política da Qualidade
Manual da Qualidade
Comprometimento da gerência com a
qualidade
Controle de documentos
Aprovação e emissão de documentos
Alterações em documentos
Análise crítica dos pedidos, propostas e
contratos
Subcontratação
Aquisição de serviços e suprimentos
Veriicação de suprimentos
Foco no cliente
Atendimento ao cliente
Reclamações
Controle de trabalho não-conforme
Melhoria
Análise de causas
Ação corretiva
Ação preventiva
Controle de registros
Auditorias internas
Análises críticas pela gerência
Requisitos técnicos gerais
Pessoal
Acomodações e condições ambientais
Métodos de ensaio e calibração
954 - IAL
ISO/IEC
17025:1999
ISO 9001:
2000
4.1.5
4.2
4.2.2
4.2.2
5.5.2
4
5.3
4.2.2
4.2.2
5.1
4.3
4.3.2
4.3.3
4.2.3
4.2.3
4.2.3
4.4
7.2
4.5
4.6
7.4
4.6.2
4.7
4.8
4.9
4.10.2
4.10.3
4.10.4
4.11
4.12
4.13, 4.10.5
4.14
5.1
5.2
5.3
5.4
7.4.3
BPL OECD 1998
Organização para
a Cooperação
Econômica e o
Desenvolvimento
Pessoal da GQ ≠ GLP
Seção II - 2
Seção II – 7.1
Seção II – 6.2.3
(somente item de
ensaio)
5.2, 8.2.1
7.2.3
7.2.3
8.3
8.5
8.5.2
8.5.2
8.5.3
4.2.4
8.2.2
5.6
Seção II – 10
Seção II – 2.2
6.2
6.3, 6.4
7.5.1
Seção II - 1.3
Seção II – 3
Seção II – 7
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
Título
Validação de metodologias
Incerteza de medição
Veriicações de cálculo e de transcrições
Validação da TI
Equipamentos
Qualiicação de equipamentos
Rastreabilidade da medição
Calibração
Padrões de referência e materiais de
referência
Amostragem
Manuseio de itens de ensaio ou calibração
(transporte/armazenagem/identiicação/
descarte)
Identiicação da amostra
BPL OECD 1998
Organização para
ISO/IEC ISO 9001:
a Cooperação
17025:1999
2000
Econômica e o
Desenvolvimento
5.4.5
7.5.2
5.4.6
5.4.7.1
Seção II – 8.3
5.4.7.2
6.3
Seção II - 1.1.2 (q)
5.5
7.5.1
Seção II - 4
7.5.1,
5.5.2
Seção II - 5.1
7.5.2
5.6
7.6
5.6
7.6
Seção II – 4.2
5.6.3
7.6
Seção II – 6
5.7
5.8
7.5.5
5.8.2
7.5.3
7.5.1, 7.6,
8.2.3,
8.2.4
Garantia da qualidade dos resultados de
medição
5.9
Apresentação dos resultados
Opiniões e interpretações
Transmissão eletrônica
Emendas aos relatórios
5.10
5.10.5
5.10.7
5.10.9
Seção II – 8.3.1
Seção II – 2
Seção II – 9
8.3
Seção II 9.1.4
Nota: Considerações estão sendo feitas para o alinhamento dos requisitos do sistema de
gestão da qualidade da Seção 4 (baseada na ISO 9001: 1994) da ISO/IEC 17025: 1999
com a ISO 9001: 2000.
4.4
A acreditação é concedida a um laboratório para um conjunto especíico de atividades (isto é, ensaios ou calibrações) após a avaliação daquele laboratório. Tais
avaliações irão incluir tipicamente um exame dos procedimentos analíticos em uso,
o sistema da qualidade e a documentação da qualidade. Os procedimentos analíticos serão examinados para garantir que eles sejam tecnicamente apropriados ao
IAL - 955
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
im pretendido e que tenham sido validados. O desempenho dos ensaios pode
ser testemunhado para garantir que os procedimentos documentados estejam sendo seguidos e possam ser, de fato, acompanhados. O desempenho do laboratório
em esquemas de ensaios de proiciência pode ser também examinado. A avaliação
pode, adicionalmente, incluir uma “auditoria de desempenho”, onde é necessário
que o laboratório analise amostras fornecidas pela entidade acreditadora e atinja
níveis de precisão aceitáveis. Essa auditoria de desempenho é efetivamente uma
forma de ensaio de proiciência (ver a seção 21).
4.5
É de responsabilidade do laboratório garantir que todos os procedimentos usados
sejam apropriados ao seu im pretendido. O processo de avaliação examina este
aspecto de “adequação ao uso”.
4.6
Cada entidade acreditadora possui procedimentos estabelecidos com os quais ela
opera, avalia laboratórios e concede a acreditação. Por exemplo, as entidades acreditadoras de laboratórios operam, segundo requisitos baseados na ISO/IEC Guia
58 (Ref C8). Similarmente, entidades oferecendo esquemas de certiicação operam
segundo os requisitos da ISO/IEC Guia 62 (Ref 19).
4.7
Da mesma forma, avaliadores são escolhidos por critérios especiicados. Por exemplo, os critérios de seleção para nomeação de avaliadores para avaliar em nome das
entidades acreditadoras de laboratórios são especiicados na ISO/IEC Guia 58. Estes incluem o requisito de conhecimento técnico nas áreas especíicas de operação
sendo avaliadas.
4.8
O benefício da acreditação é permitir aos clientes em potencial do laboratório terem
coniança na qualidade do serviço desempenhado. Vários desenvolvimentos internacionais signiicam que a aprovação conferida por acreditação e outras avaliações
possuem reconhecimento mundial. Muitas entidades acreditadoras de laboratórios
(que foram avaliadas e conirmadas como satisfazendo requisitos relevantes — ver
4.6 acima) assinaram um acordo multilateral (o Acordo ILAC) para reconhecer a
equivalência dos esquemas de acreditação de laboratório. Acordos internacionais similares foram desenvolvidos para entidades associadas a esquemas de certiicação.
4.9
A orientação fornecida abaixo será útil para laboratórios buscando acreditação relativa à ISO/IEC 17025, certiicação relativa à ISO 9001, ou conformidade/registro
com os princípios das BPL (GLP).
5.
ESCOPO
956 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
5.1 Um laboratório pode aplicar GQ a toda ou parte de suas operações.
Quando um laboratório reivindica conformidade, pela certiicação ou por acreditação, a uma norma especíica, é importante que seja claro a que esta conformidade,
por certiicação ou acreditação, se aplica. A declaração formal das atividades que
foram certiicadas com a ISO 9000, ou acreditadas pela ISO 17025, é conhecida
como “escopo”. A ISO 9000 e as BPL necessitam apenas de uma breve descrição
das atividades envolvidas, mas, no caso da ISO/IEC 17025, uma descrição detalhada do trabalho especíico abrangido pela acreditação é normalmente requerido.
5.2 A gestão da qualidade é auxiliada por uma clara declaração das atividades,
que idealmente devem deinir a amplitude do trabalho envolvido, mas sem restringir a operação do laboratório. Diferentes normas da qualidade possuem regras
diferentes, mas, para a ISO/IEC 17025, o escopo pode ser, tipicamente, deinido
em termos de:
i) gama de produtos, materiais ou tipos de amostras ensaiadas ou analisadas;
ii) medições (ou tipos de medições) realizadas;
iii) especiicação ou método/equipamento/técnica usados;
iv) concentração, faixa e incerteza de medição, conforme apropriado.
5.3
A deinição do escopo em termos especíicos é claramente mais facilmente aplicada
a laboratórios realizando ensaios de rotina, segundo procedimentos estabelecidos.
Quando ensaios fora-de-rotina são realizados, é desejável uma abordagem mais lexível ao escopo. O escopo deve, todavia, ser tão especíico quanto viável e o sistema
de GQ mantido pelo laboratório deve assegurar que a qualidade dos resultados está
sob controle.
5.4
Um laboratório que deseje alterar seu escopo, adicionando ensaios complementares
ou alterando a metodologia dos ensaios existentes, irá necessitar da aprovação da
entidade acreditadora, que deverá ter uma política especíica para tais situações.
Tipicamente, é possível se conceder mudanças simples por meio do exame da documentação. Para mudanças mais complexas, particularmente onde novas técnicas
estejam envolvidas, pode ser requerida uma avaliação adicional.
A TAREFA ANALÍTICA
6.
IAL - 957
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
6.1
A análise é uma investigação complexa em múltiplos estágios que podem ser sumarizados nas sub-tarefas relacionadas abaixo. Quando apropriado, a seção correspondente deste guia é também listada. Nem todas as etapas serão necessárias a cada vez
que uma medição de rotina for realizada. Também, na realidade, a medição é muitas
vezes um processo iterativo, que passa pela série linear de etapas mostradas abaixo:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Especiicação dos requisitos — ver Seção 7
Análise das informações *
Pensamento criativo *
Plano de estudo * — ver Seção 8
Amostragem — ver Seção 22
Preparação da amostra
Análise preliminar *
Identiicação/conirmação da composição
Análise quantitativa
Coleta e análise de dados
Interpretação de dados/solução de problemas
Divulgação/recomendações
Os itens marcados com * são de maior signiicância no contexto da análise fora-de-rotina.
O processo é descrito sob forma de um luxograma na Figura 1 da Seção 19.
6.2
Embora normas distintas enfatizem diferentes aspectos de GQ, e algumas das etapas acima não sejam especiicamente cobertas, é importante que a GQ de cada
estágio seja considerada, e abordada onde relevante.
7
ESPECIFICAÇÃO DO REQUISITO ANALÍTICO
7.1
O laboratório tem o dever de prestar um serviço analítico que seja apropriado para
resolver os problemas de seus clientes.
7.2
A chave para uma boa análise é uma especiicação clara e adequada dos requisitos.
Isto precisará ser produzido em cooperação com o cliente, que pode necessitar de
ajuda considerável para converter seus requisitos funcionais numa tarefa analítica
técnica. O requisito analítico pode ser também desenvolvido durante os trabalhos
de uma comissão, mas não deve sofrer desvios. Quaisquer mudanças são possíveis
de serem orientadas pelo cliente, mas devem ter o acordo de ambos: cliente e laboratório. A especiicação do pedido analítico deve abordar as seguintes questões:
958 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Contexto analítico
Informações requeridas
Relevância (Nível crítico)/risco aceitável
Restrições de tempo
Restrições de custos
Amostragem
Requisitos de rastreabilidade
Incerteza de medição
Requisitos do método, incluindo preparação da amostra
Identiicação/conirmação/caracterização
Critérios de limites
Requisitos de GQ/CQ
Requisitos do plano de pesquisa/aprovação
7.3
O nível da documentação deve ser proporcional à escala e nível crítico da tarefa e
inclui a produção de qualquer “análise de informações” e “pensamento criativo”.
8.
ESTRATÉGIA ANALÍTICA
8.1
Todo trabalho analítico deve ser adequadamente planejado. Um plano destes pode
ser, em sua forma mais básica, simplesmente uma entrada em um caderno de anotações. Planos mais detalhados deverão ser apropriados para tarefas maiores e mais
complicadas. Para trabalho realizado segundo as BPLs, há um requisito especíico
de que o trabalho seja realizado segundo planos de estudo documentados.
8.2
Os planos, tipicamente, deverão indicar o ponto de partida e de término pretendido da tarefa especíica em conjunto com a estratégia para alcançar as metas desejadas. Quando, durante a evolução do trabalho, for apropriado alterar a estratégia, o
plano deve ser corrigido de acordo.
9
ANÁLISES FORA-DE-ROTINA
9.1
Análises fora-de-rotina podem ser consideradas também como tarefas, mas que são
realizadas ocasionalmente, onde metodologia coniável já se encontra estabelecida,
ou como tarefas onde cada amostra requer uma abordagem diferente e a metodologia precisa ser estabelecida na ocasião. Orientações são dadas na Referência A1.
Os custos da medição química reletem os custos associados aos vários estágios de desenvolvimento do método, validação, instrumentação, consumíveis, manutenção con-
9.2
IAL - 959
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
tínua, participação de pessoal, calibração, controle de qualidade, etc. Muitos desses custos são independentes do número de amostras que serão subseqüentemente analisadas
usando-se esse método. Assim, quando um único método puder ser usado para um
grande quantidade de amostras, os custos analíticos unitários serão comparativamente baixos. Quando um método tiver que ser especialmente desenvolvido apenas para
poucas amostras, os custos analíticos unitários podem ser muito altos. Para tal análise
fora-de-rotina, alguns custos podem ser reduzidos pelo uso de métodos genéricos, isto é,
métodos que são amplamente aplicáveis. Em alguns casos, a subcontratação de serviços
de um laboratório especializado em um tipo particular de trabalho poderia ser a melhor
solução custo/benefício. Contudo, quando o trabalho for subcontratado, procedimentos de GQ apropriados devem ser empregados.
9.3
Em termos simples, uma medição pode ser convenientemente descrita em termos
de uma etapa de isolamento e um estágio de medição. Raramente um analito pode
ser medido sem primeiro separá-lo da matriz da amostra. Assim, a inalidade da
etapa de isolamento é simpliicar a matriz na qual o analito é inalmente medido.
Freqüentemente o procedimento de isolamento pode variar muito pouco para uma
ampla variedade de analitos numa faixa de matrizes de amostra. Um bom exemplo
de um procedimento de isolamento genérico é a técnica de digestão para isolar
traços de metais em alimentos.
9.4
Da mesma forma, uma vez que os analitos tenham sido isolados da matriz da
amostra e estejam presentes em um meio comparativamente limpo, tal como um
solvente, pode ser possível ter um único método genérico para cobrir a medição de
uma ampla variedade de analitos. Por exemplo, cromatograia gasosa, ou espectrofotometria UV-Visível.
9.5
A documentação de tais métodos genéricos deve ser elaborada de forma que possa
acomodar facilmente as pequenas mudanças relacionadas com a extração, depuração ou medição de diferentes analitos, por exemplo pelo uso de tabelas. Os parâmetros que podem ser variados são: tamanho da amostra, quantidade e tipo dos
solventes de extração, condições de extração, colunas cromatográicas ou condições
de separação, ou ajustes de comprimento de onda no espectrômetro.
9.6
O valor de tais métodos para análises fora-de-rotina é que, quando uma nova combinação de analito/matriz é encontrada, freqüentemente é possível incorporá-la a
um método genérico existente, com validação adicional, cálculos de incerteza da medição e documentação apropriados. Assim, os custos adicionais incorridos são minimizados em comparação com o desenvolvimento integral de um novo método. O método
960 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
deve deinir as veriicações que precisarão ser realizadas para os diferentes analitos ou
tipos de amostras, a im de veriicar se a análise é válida. Informações suicientes precisarão ser registradas, a im de que o trabalho possa ser repetido, precisamente da mesma
maneira, numa data futura. Quando uma análise especíica subseqüentemente se torna
rotina, um método especíico pode ser validado e documentado.
9.7
É possível acreditar uma análise fora-de-rotina, e a maior parte das entidades acreditadoras terá uma política para avaliar tais métodos e descrevê-los no programa ou
escopo de acreditação do laboratório. O ônus caberá ao laboratório de demonstrar
aos avaliadores que ao usar estas técnicas ele está satisfazendo todos os critérios da
norma de qualidade relevante. Particularmente, a experiência, a capacitação e o
treinamento do pessoal envolvido, serão importantes fatores na determinação se
tais análises podem ou não ser acreditadas.
10.
PESSOAL
10.1 A gerência do laboratório deve deinir, normalmente, os níveis mínimos de qualiicação e experiência necessários aos principais cargos dentro do laboratório. As
análises químicas devem ser realizadas por um analista qualiicado, experiente e
competente, ou sob a supervisão deste. Outra equipe de funcionários sênior do
laboratório possuirá normalmente competências similares. Menores qualiicações
formais podem ser aceitáveis quando o pessoal possuir relevante e extensa experiência e/ou o escopo das atividades for limitado. A equipe qualiicada em nível de
graduação deverá ter, normalmente, pelo menos dois anos de experiência em trabalho pertinente antes de ser considera composta por analistas experientes. O pessoal
em treinamento, ou sem nenhuma qualiicação relevante, pode realizar análises,
desde que tenham comprovadamente recebido um nível adequado de treinamento
e sejam adequadamente supervisionados.
10.2 Em determinadas circunstâncias, os requisitos mínimos de qualiicações e experiência para o pessoal que realiza tipos particulares de análises podem ser especiicados em regulamentos.
10.3 O laboratório deve assegurar que todo o pessoal receba treinamento adequado para
o desempenho competente dos ensaios e operação dos equipamentos. Quando
apropriado, isto deverá incluir treinamento nos princípios e teorias por trás de
técnicas particulares. Quando possível, medidas objetivas devem ser tomadas para
avaliar o alcance da competência durante o treinamento. Somente analistas que
possam demonstrar a competência necessária, ou que sejam adequadamente superIAL - 961
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
visionados, podem realizar ensaios nas amostras. A competência continuada deve
ser monitorada, por exemplo, usando-se técnicas de controle de qualidade. A necessidade de reciclar periodicamente o pessoal precisa ser considerada, quando um
método ou técnica não estiver em uso regular. Muito embora a administração do
laboratório seja responsável por assegurar o fornecimento de treinamento adequado, deve ser enfatizado que a manutenção de um forte elemento de auto-instrução
é desejável, particularmente entre os analistas mais experientes.
10.4 O laboratório deve manter um registro atualizado do treinamento que cada membro do pessoal tenha recebido. A inalidade desses registros é fornecer evidências
de que cada membro da equipe foi adequadamente treinado, e sua competência
para realizar ensaios especíicos foi avaliada. Em alguns casos, pode ser pertinente
declarar quaisquer limitações especíicas acerca da evidência sobre a competência.
Os registros devem incluir, tipicamente:
I) qualiicações acadêmicas;
II) cursos internos e externos freqüentados;
III) instrução prática relevante (e reciclagem, conforme necessário).
Possivelmente, também:
IV) participação em esquemas de ensaios de proiciência e/ou de GQ, com
os dados associados;
V) artigos técnicos publicados e apresentações em conferências.
10.5 Em alguns casos, pode ser mais apropriado registrar a competência em termos de
técnicas especíicas, ao invés de métodos.
10.6 O acesso a esses registros de treinamento será necessário no andamento do trabalho
diário. O acesso a outros registros de pessoal, normalmente guardados de modo
centralizado pelo laboratório e listando detalhes pessoais, pode ser restrito por legislação nacional sobre a proteção de dados.
11.
AMOSTRAGEM, MANUSEIO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS
11.1 Ensaios analíticos podem ser requeridos por uma variedade de motivos, incluindo
o estabelecimento do teor médio do analito em um material, estabelecimento do
peril de concentração do analito em um material, ou determinação da contaminação local em um material. Em alguns casos, por exemplo, na análise forense, pode
962 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
ser apropriado examinar todo o material. Em outros, é apropriado coletar uma
determinada quantidade de amostra. Claramente a maneira com que as amostras
são obtidas irá depender do objetivo da análise.
11.2 A importância da fase de amostragem não pode deixar de ser exaustivamente enfatizada. Se a porção ensaiada (amostra) não for representativa do material original,
não será possível relacionar o resultado analítico medido àquele no material original, não importando a qualidade do método analítico, nem o cuidado na condução da análise. Planos de amostragem podem ser aleatórios, sistemáticos ou seqüenciais, e podem ser empregados para obtenção de informações quantitativas ou
qualitativas, ou para determinar a conformidade ou não-conformidade com uma
especiicação.
11.3 A amostragem sempre contribui para a incerteza de medição. Conforme a metodologia analítica é aprimorada e os métodos permitam ou requeiram o uso de porções
menores de amostra para o ensaio, as incertezas associadas à amostragem se tornam
cada vez mais importantes e podem elevar a incerteza total do processo de medição.
A incerteza de medição associada à sub-amostragem, etc, deve ser sempre incluída
na incerteza de medição do resultado do ensaio, mas a incerteza de medição associada ao processo básico de amostragem é normalmente tratada em separado.
11.4 Em muitas áreas de ensaios químicos os problemas associados à amostragem têm
sido abordados e métodos têm sido validados e publicados. Os analistas também
devem se referir às normas nacionais ou setoriais, conforme apropriado. Quando
métodos especíicos não estiverem disponíveis, o analista deve depender da experiência ou adaptar métodos a partir de aplicações similares. Quando em dúvida, o
material de interesse e quaisquer amostras dele obtidas devem sempre ser tratados
como heterogêneos.
11.5 A seleção de uma amostra ou amostras apropriadas, a partir de uma grande quantidade de material, é um estágio muito importante na análise química. Raramente
ele é direto. Idealmente, se os resultados inais produzidos tiverem que ser de algum
valor prático, os estágios da amostragem devem ser realizados por um amostrador
capacitado com conhecimento do contexto global da análise, ou sob a direção deste. Possivelmente, tal pessoa poderá ser um analista experiente, ou alguém especiicamente treinado em amostragem. Quando não for prático utilizar tal pessoa
capacitada na obtenção das amostras, o laboratório é encorajado a interagir com
o cliente para fornecer assessoria e possivelmente assistência prática, a im de assegurar que a amostragem seja a mais apropriada possível. Uma “armadilha” muito
IAL - 963
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
comum é subestimar a importância do procedimento de amostragem delegando-o
a um empregado inexperiente e sem treinamento.
11.6 A terminologia usada em amostragem é complicada e pode ser desconcertante. Também, os termos usados podem não ser consistentes entre uma aplicação e outra. Ao
documentar um procedimento de amostragem é importante assegurar que todos os
termos utilizados sejam claramente deinidos, a im de que o procedimento ique
claro para outros usuários. Da mesma forma, é importante assegurar, ao se comparar
dois procedimentos distintos, que a terminologia usada seja consistente. Por exemplo, deve se tomar cuidado no uso da palavra “bulk” (granel), visto que esta pode se
referir à combinação de amostras individuais, ou a uma massa indiferenciada.
11.7 Um dos melhores tratamentos da terminologia de amostragem é apresentado nas
recomendações publicadas pela IUPAC (Ref. E7), que descreve os termos usados
na amostragem de mercadorias embaladas ou de mercadorias a granel. Neste exemplo, o procedimento de amostragem reduz a partida original, através de lotes ou
bateladas, incrementos, amostras primárias ou brutas, amostras compostas ou
agregadas, subamostras ou amostras secundárias, para uma amostra de laboratório. A amostra de laboratório, se heterogênea, pode ser mais adiante preparada
para produzir a amostra de ensaio. A amostra de laboratório, ou a amostra de
ensaio, é considerada como sendo o inal do procedimento de amostragem. É possível que as operações dentro desse procedimento estejam sujeitas a incertezas de
amostragem.
11.8 Para o propósito da orientação dada abaixo foram usadas as seguintes deinições,
conforme propostas pela IUPAC:
Amostra: Uma parcela do material selecionada para representar um corpo maior
do material.
Manuseio de amostra: Se refere à manipulação a que as amostras são expostas
durante o processo de amostragem, desde sua seleção a partir do material original
até o descarte de todas as amostras e porções de ensaio.
Subamostra: Se refere a uma parcela da amostra obtida por seleção ou divisão;
uma unidade individual do lote aceita como parte da amostra ou; a unidade inal
da amostragem multifásica.
Amostra de laboratório: Material primário entregue ao laboratório.
964 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
Amostra de ensaio: A amostra preparada a partir da amostra de laboratório.
Preparação da amostra: Isto descreve os procedimentos seguidos para selecionar
a porção de ensaio a partir da amostra (ou subamostra) e inclui: processamento
no laboratório; mistura (homogeneização); redução; coning & quartering1; riffling2;
moagem e trituração.
Porção de ensaio: Se refere ao material efetivo, pesado ou medido para a análise.
11.9 Uma vez recebida no laboratório, a(s) amostra(s) de laboratório pode(m) necessitar de posterior tratamento, tal como subdivisão e/ou moagem e trituração, antes
da análise.
11.10 A menos que especiicado de outra forma, a porção de ensaio colhida para análise
deve ser representativa da amostra de laboratório. Para garantir que a porção de
ensaio seja homogênea, pode ser necessário reduzir o tamanho das partículas por
trituração ou moagem. Se a amostra de laboratório for grande, pode ser necessário
subdividi-la antes da trituração ou moagem. Cuidados devem se tomados para
garantir que uma segregação não ocorra durante a subdivisão. Em alguns casos
será necessário moer ou triturar grosseiramente a amostra antes da subdivisão em
amostras de ensaio. A amostra pode ser subdividida por uma variedade de mecanismos, incluindo coning & quartering, riffling, ou por meio de um divisor rotativo
de amostra ou de um divisor centrífugo. A etapa de redução do tamanho das partículas pode ser executada manualmente (almofariz/gral e pistilo) ou mecanicamente usando-se moinhos ou trituradores. Cuidados devem ser tomados para evitar
a contaminação cruzada de amostras, assegurando-se de que o equipamento não
contamine a amostra (p. ex. metais) e que a composição da amostra não seja alterada (p. ex. perda de umidade) durante a moagem ou trituração. Muitos métodos
padronizados de análise contêm uma seção que detalha a preparação da amostra de
laboratório, antes da retirada da porção de ensaio para análise. Em outros casos, a
legislação lida com este aspecto como uma questão genérica.
11.11 As operações analíticas começam com a medição de uma porção de ensaio a partir
da amostra de laboratório ou da amostra de ensaio, e prosseguem por meio de várias operações até a medição inal.
11.12 Existem regras importantes a serem seguidas ao se planejar, adaptar, ou seguir uma
estratégia de amostragem:
11.12.1O problema que necessita de tomada de amostras e da análise subseqüente deve
ser compreendido, e o procedimento de amostragem elaborado de acordo. A estratégia de amostragem usada irá depender da natureza do problema, p. ex.:
a) determinar a concentração média de analito no material;
b) conhecer o peril da distribuição do analito no material;
IAL - 965
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
c) o material é suspeito de contaminação por um analito particu
lar;
d) o contaminante está distribuído de modo heterogêneo (ocorre
em pontos distintos) no material;
e)podem existir outros fatores não-analíticos a serem
considerados, incluindo a natureza da área sob exame.
11.12.2 Deve se tomar cuidado ao se presumir que o material seja homogêneo,
mesmo quando ele parece ser. Quando o material se encontra claramente
em duas ou mais fases físicas, a distribuição do analito pode variar dentro de cada fase. Neste caso, pode ser apropriado separar as fases e tratálas como amostras distintas. Da mesma maneira, pode ser apropriado
combinar e homogeneizar as fases para formar uma amostra única. Em
sólidos, pode haver uma variação considerável na concentração do analito se a distribuição do tamanho de partícula do material principal variar
signiicativamente e, durante um período de tempo, o material puder
acomodar-se. Antes da amostragem pode ser apropriado, se praticável,
homogeneizar o material para assegurar uma distribuição do tamanho da
partícula representativa. Similarmente, a concentração do analito pode
variar dentro de um sólido onde diferentes partes do material estiveram
sujeitas a diferentes esforços (stresses). Por exemplo, considerar a medição
do monômero de cloreto de vinila (VCM) na estrutura de um frasco de
PVC. A concentração do VCM varia signiicativamente dependendo de
se ela é medida no gargalo do frasco, nas curvaturas (ombro), nos lados
ou na base.
11.12.3 As propriedades do(s) analito(s) de interesse devem ser levadas em conta.
Volatilidade, sensibilidade à luz, instabilidade térmica e reatividade química podem ser considerações importantes no planejamento da estratégia
de amostragem e escolha do equipamento, embalagem e condições de
armazenamento. Equipamentos utilizados para amostragem, subamostragem, manuseio de amostra, preparação e/ou extração de amostra devem ser selecionados de modo a evitar alterações indesejadas na natureza
da amostra, que possam inluenciar os resultados inais. A signiicância
de erros gravimétricos ou volumétricos que possam ocorrer durante a
amostragem deve ser considerada, e todos os equipamentos críticos devem estar calibrados. Pode ser apropriada a adição de produtos químicos
à amostra, tais como ácidos ou antioxidantes, para estabilizá-la. Isto é de
particular importância na análise residual, onde existe o risco da adsorção
do analito na superfície do recipiente de armazenagem.
11.12.4 Pode ser necessário considerar o uso e o valor do restante do material original, após uma amostra ter sido retirada para análise. Uma amostragem
feita com pouco cuidado, especialmente se destrutiva, pode tornar toda a
partida/carregamento do material inoperante ou sem valor.
966 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
11.12.5 Qualquer que seja a estratégia usada para a amostragem, é de vital importância que o amostrador mantenha um registro claro dos procedimentos
seguidos, a im de que o processo de amostragem possa ser exatamente
repetido.
11.12.6 Quando mais de uma amostra for retirada do material original pode ser
útil incluir um diagrama como parte integrante da documentação, para
indicar o padrão da amostragem. Isto deverá tornar mais fácil a repetição
da amostragem numa data futura, podendo também auxiliar na obtenção
de conclusões a partir dos resultados do ensaio. Uma aplicação típica,
onde um esquema deste será útil, é na amostragem de solos sobre uma
ampla área para monitorar sedimentos das emissões de chaminés.
11.12.7 Quando o laboratório não tiver sido responsável pela fase de amostragem,
ele deve declarar no relatório que as amostras foram analisadas como recebidas. Se o laboratório tiver conduzido ou dirigido a fase de amostragem,
ele deve informar sobre os procedimentos utilizados e comentar acerca de
quaisquer limitações decorrentes impostas aos resultados.
11.13 A embalagem da amostra e os instrumentos usados para manipulação da amostra
devem ser selecionados de forma que todas as superfícies em contato com a amostra sejam essencialmente inertes. Atenção particular deve ser dedicada à possível
contaminação das amostras por metais ou plastiicantes lixiviados (migrados) do
recipiente, ou de sua tampa, para a amostra. A embalagem deve também garantir
que a amostra possa ser manipulada sem ocasionar um risco químico, microbiológico, ou outro qualquer.
11.14 O fechamento da embalagem deve ser adequado, de forma a garantir que não haja
vazamento da amostra, e que a própria amostra não seja contaminada. Em algumas circunstâncias, por exemplo, quando amostras tiverem sido coletadas para ins
legais, a amostra deve ser lacrada de forma que o acesso a ela somente seja possível
pela ruptura do lacre. A conirmação do estado satisfatório dos lacres irá então,
normalmente, fazer parte do relatório analítico.
11.15 O rótulo da amostra é um importante aspecto da documentação e deve identiicála, sem ambigüidade, a planos ou notas relacionadas. A rotulagem é particularmente importante, mais adiante no processo analítico, quando a amostra possa ter sido
dividida, subamostrada, ou modiicada de alguma forma. Em tais circunstâncias,
informações adicionais podem ser apropriadas, tais como referências à amostra
IAL - 967
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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principal, e a quaisquer processos usados para extrair ou subamostrar a amostra. A
rotulagem deve ser irmemente aixada na embalagem da amostra e, quando apropriado, ser resistente ao desbotamento, autoclavação, derramamento de reagentes
ou da própria amostra, e a variações razoáveis de temperatura e umidade.
11.16 Algumas amostras, por exemplo, aquelas envolvidas em litígio, podem ter requisitos especiais para rotulagem e documentação. Pode ser necessário que os rótulos
identiiquem todos aqueles indivíduos que estiveram envolvidos com a amostra,
incluindo a pessoa que coletou a amostra e os analistas envolvidos nos ensaios. Isto
pode ser suportado por recibos, para atestar que um signatário (conforme identiicado no rótulo) entregou a amostra para o próximo signatário, comprovando assim
que a continuidade da amostra foi mantida. Isto é normalmente conhecido como
“cadeia de custódia”.
11.17 As amostras devem ser guardadas a uma temperatura apropriada e de tal modo que
não haja riscos ao pessoal do laboratório, e a integridade das amostras seja preservada. As áreas de armazenagem devem ser mantidas limpas e organizadas, a im
de que não haja risco de contaminação ou de contaminação cruzada, ou de danos
à embalagem ou a quaisquer lacres pertinentes. Condições ambientais extremas
(p.ex. temperatura, umidade), que possam alterar a composição da amostra devem
ser evitadas, já que isto pode levar à perda de analito por degradação ou adsorção,
ou a um aumento na concentração do analito (micotoxinas). Se necessário, deve ser
empregado monitoramento ambiental. Um nível de segurança apropriado deve ser
exercido a im de restringir o acesso não autorizado às amostras.
11.18 Todo o pessoal envolvido na administração do sistema de manuseio da amostra
deve ser corretamente treinado. O laboratório deve ter uma política documentada
para a retenção e descarte de amostras. O procedimento de descarte deve levar em
conta as orientações acima citadas.
11.19 Para avaliar integralmente um resultado analítico para avaliação de conformidade,
ou para outros ins, é importante ter conhecimento do plano de amostragem e de
sua base estatística. Procedimentos de amostragem para inspeção por variáveis presumem que a característica sendo inspecionada é mensurável e segue a distribuição
normal. Visto que a amostragem para inspeção por atributos é um método pelo
qual a unidade de produto é classiicada como conforme ou não-conforme, ou o
número de não-conformidades na unidade de produto é contado com relação a um
determinado conjunto de requisitos. Na inspeção por atributos, o risco associado
com a aceitação/rejeição de não-conformidades é pré-determinado pelo nível de
968 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
qualidade aceitável (NQA) ou a qualidade limite (QL).
12.
AMBIENTE
12.1 Amostras, reagentes, padrões de medida e materiais de referência devem ser armazenados para garantir sua integridade. Em particular, as amostras devem ser armazenadas de modo que a contaminação cruzada não seja possível. O laboratório deve
resguardar as amostras contra a deterioração, contaminação e perda de identidade.
12.2 O ambiente do laboratório deve ser suicientemente desobstruído (não abarrotado), limpo e arrumado, de modo a assegurar que a qualidade do trabalho desenvolvido não seja comprometida.
12.3 Pode ser necessário restringir o acesso em áreas especíicas de um laboratório, devido à natureza do trabalho nelas realizado. As restrições podem ser feitas por motivos de proteção, segurança, ou sensibilidade à contaminação ou interferências.
Exemplos típicos pode ser o trabalho envolvendo explosivos, materiais radioativos,
carcinogênicos, análise forense, técnicas PCR (Reação de Cadeia de Polimerase)
e análise residual. Quando tais restrições estiverem em vigor, o pessoal deve estar
ciente:
I) do uso pretendido de uma área em particular;
II) das restrições impostas ao trabalho dentro dessas áreas;
III) dos motivos para a imposição de tais restrições;
IV) dos procedimentos a serem seguidos quando tais restrições forem
violadas.
12.4 Na seleção de áreas que serão designadas para novos trabalhos, o uso anterior da
área deve ser levado em consideração. Antes do uso, devem ser feitas veriicações
para garantir que a área esteja livre de contaminação.
12.5 O laboratório deve proporcionar condições ambientais apropriadas e os controles
necessários para a realização de ensaios especíicos, ou para a operação de equipamento especíico, incluindo: temperatura, umidade, isenção de vibração, isenção
de contaminação microbiológica em suspensão no ar ou em poeira, iluminação
especial, proteção contra radiação, e serviços especíicos. Condições ambientais críticas devem ser monitoradas e mantidas dentro de limites predeterminados.
12.6 Um desvio das condições ambientais críticas pode ser indicado por sistemas de monitoramento ou pelo controle de qualidade analítico em ensaios especíicos. O imIAL - 969
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pacto de tais falhas pode ser avaliado como parte integrante dos ensaios de robustez
durante a validação do método e, quando apropriado, estabelecidos procedimentos
de emergência.
12.7 Procedimentos de descontaminação podem ser apropriados quando o ambiente ou
o equipamento estiver sujeito à mudanças de uso, ou quando ocorrer contaminação acidental.
13.
EQUIPAMENTOS (Ver também Apêndice B)
13.1 Categorias de equipamentos
13.1.1
Todo o equipamento usado nos laboratórios deve ser de uma especiicação suiciente para a inalidade pretendida, e mantido num
estado de manutenção e calibração consistente com seu uso. Equipamentos normalmente encontrados no laboratório químico podem ser classiicados como:
i) equipamento para serviços gerais, não usado para medições ou com mínima inluência sobre medições (p. ex. chapas quentes, agitadores, vidraria não-volumétrica e vidraria
usada para medição grosseira de volume, tais como provetas)
e sistemas para aquecimento ou ventilação de laboratório;
ii) equipamento volumétrico (p. ex. frascos, pipetas, picnômetros, buretas, etc.) e instrumentos de medição (p. ex.
hidrômetros, viscosímetros de tubo em “U”, termômetros,
cronômetros, espectrômetros, cromatógrafos, medidores eletroquímicos, balanças, etc.);
iii) padrões de medida física (pesos, termômetros de referência);
iv) computadores e processadores de dados.
13.2 Equipamento para serviços gerais
13.2.1
970 - IAL
Equipamento para serviços gerais será conservado, tipicamente,
apenas por meio de limpeza e veriicações de segurança, conforme
necessário. Calibrações ou veriicações de desempenho serão neces-
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
sárias onde a regulagem puder afetar signiicativamente o ensaio ou
o resultado analítico (p. ex. a temperatura de um forno de mula,
ou banho com temperatura constante). Tais veriicações precisam
ser documentadas.
13.3
Equipamento volumétrico e instrumentos de medição
13.3.1
O uso correto destes equipamentos é crítico para as medições analíticas e, assim, ele deve ser corretamente utilizado, conservado e
calibrado, levando-se em conta os aspectos ambientais (seção 12).
O desempenho de algumas vidrarias volumétricas (e ains) é dependente de fatores especíicos, que podem ser afetados pelos métodos de limpeza, etc. Além de requererem procedimentos estritos
para manutenção, tais aparelhos podem, consequentemente, necessitar mais regularmente de calibração, dependendo do uso. Por
exemplo, o desempenho de picnômetros, viscosímetros com tubo
em “U”, pipetas e buretas, são dependentes da “molhabilidade” e
das características da tensão supericial. Procedimentos de limpeza
devem ser escolhidos de modo a não comprometer essas propriedades.
13.3.2
Atenção deve ser dada à possibilidade de contaminação originada
pela estrutura do equipamento em si, que pode não ser inerte, ou
pela contaminação cruzada originada do uso anterior. No caso de
vidrarias volumétricas, procedimentos de limpeza, armazenagem e
segregação de equipamentos volumétricos podem ser críticos, particularmente para análises residuais, onde a dissolução e a adsorção
podem ser signiicativas.
13.3.3
O uso correto combinado com manutenção, limpeza e calibração
periódicas não irá necessariamente garantir que um instrumento
funcione adequadamente. Quando apropriado, devem ser realizadas veriicações periódicas de desempenho (p. ex. veriicação da
resposta, estabilidade e linearidade das fontes, sensores e detectores,
a eiciência da separação em sistemas cromatográicos, a resolução,
alinhamento e precisão do comprimento de onda de espectrômetros, etc.), ver Apêndice B.
IAL - 971
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13.3.4
A freqüência de tais veriicações de desempenho pode ser especiicada em manuais ou procedimentos operacionais. Caso contrário,
ela deverá ser determinada pela experiência e baseada na necessidade, tipo e desempenho anterior do equipamento. Os intervalos
entre as veriicações devem ser mais curtos do que o tempo que
o equipamento leva, na prática, para ultrapassar os limites aceitáveis.
13.3.5
Muitas vezes é possível criar veriicações de desempenho — veriicações de adequação do sistema — dentro dos métodos de ensaio
(p. ex. baseado nos níveis de resposta esperados dos detectores ou
sensores para materiais de referência, a resolução das misturas de
componentes por sistemas de separação, as características espectrais
de padrões de medida etc.). Essas veriicações devem ser satisfatoriamente concluídas, antes do equipamento ser usado.
13.4 Padrões de medida física
13.4.1
Onde quer que os parâmetros físicos sejam decisivos para o correto
desempenho de um ensaio em particular, o laboratório deve possuir, ou ter acesso, ao padrão de medida relevante, como um meio
de calibração.
2.2.2
Em alguns casos, um ensaio e seu desempenho são na verdade deinidos em termos de uma peça especíica do equipamento, e veriicações serão necessárias para conirmar que o equipamento está
de acordo com a especiicação relevante. Por exemplo, valores do
ponto de fulgor para uma amostra inlamável especíica são dependentes das dimensões e geometria dos aparelhos utilizados no
ensaio.
13.4.3
Materiais padrões de medição e quaisquer certiicados anexos devem ser armazenados e utilizados de maneira consistente para a
preservação do estado de calibração. Deve ser dada consideração
particular a qualquer recomendação de armazenagem mencionada
na documentação fornecida com o padrão de medida.
13.5 Computadores e processadores de dados. Os requisitos para computadores são
apresentados na seção 20.
972 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
14.
REAGENTES
14.1 A qualidade dos reagentes e de outros materiais consumíveis deve ser apropriada
ao uso pretendido. Devem ser feitas considerações a respeito da seleção, compra,
recebimento e armazenamento de reagentes.
14.2 A qualidade de qualquer reagente crítico utilizado (incluindo água) deve ser mencionada no método, juntamente com o guia sobre quaisquer precauções especíicas a serem observadas na sua preparação, armazenamento e uso. Essas precauções
incluem toxicidade, inlamabilidade, estabilidade térmica ao ar e a luz; reatividade
com outros produtos químicos; reatividade com recipientes especíicos; e outros
riscos. Reagentes e materiais de referência preparados no laboratório devem ser
rotulados para identiicar a substância, concentração, solvente (quando diferente
da água), quaisquer precauções ou riscos especiais, restrições de uso, e data de preparação e/ou validade. A pessoa responsável pela preparação deve ser identiicável a
partir do rótulo ou dos registros.
14.3 O correto descarte de reagentes não afeta diretamente a qualidade da análise da
amostra, contudo ele faz parte das boas práticas de laboratório e deve obedecer aos
regulamentos nacionais sobre saúde e segurança, ou meio ambiente.
14.4 Quando a qualidade de um reagente for crítica para um ensaio, a qualidade de um
novo lote deve ser veriicada em comparação com o lote anteriormente em uso
(de saída), antes de seu emprego, desde que o lote de saída seja reconhecido como
sendo ainda utilizável.
15.
RASTREABILIDADE
15.1 A deinição formal de rastreabilidade é apresentada em 3.10 e uma declaração de
política da CITAC foi preparada (Ref A6). Um guia sobre a rastreabilidade de
medições químicas está sendo desenvolvido (Ref A7). A rastreabilidade diz respeito
ao requisito de relacionar os resultados das medições aos valores de padrões ou
referências rastreáveis ao Sistema Internacional de Unidades, o SI. Isto é alcançado
com o emprego de padrões primários (ou outros padrões de alto nível), que são
utilizados para estabelecer padrões secundários que, por sua vez, podem ser usados
como padrões em calibrações de trabalho e sistemas de medição relacionados. A
rastreabilidade é estabelecida em um nível declarado de incerteza de medição, onde
cada etapa na cadeia da rastreabilidade acrescenta mais incerteza. A rastreabilidade
IAL - 973
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é importante porque ela assegura que medições feitas em laboratórios diferentes,
ou em diferentes ocasiões, sejam comparáveis. Conforme acima indicado, é uma
questão de escolha vincular a rastreabilidade a referências locais ou a referências
internacionais.
15.2 Medições químicas são feitas, invariavelmente, pelo cálculo do valor a partir de
uma equação de medição que envolve os valores medidos de outras quantidades,
tais como: massa, volume, concentração de padrões químicos etc. Para que a medição em questão seja rastreável, todas as medições associadas aos valores usados
na equação de medição, usada para calcular o resultado, precisam ser também rastreáveis. Outras quantidades não presentes na equação de medição, tais como pH,
temperatura etc, podem também afetar signiicativamente o resultado. Quando for
este o caso, a rastreabilidade de medições usadas para controle dessas quantidades
também precisa ser rastreável a padrões de medição apropriados.
15.3 O estabelecimento da rastreabilidade de quantidades físicas, tais como massa, volume etc., é prontamente alcançado pelo uso de padrões de transferência, no nível de
incerteza necessário para medições químicas. As áreas problemáticas para químicos
são normalmente as validações de métodos (químicos) e as calibrações. A validação estabelece que o método mede, de fato, o que ele foi destinado a medir (p. ex.
metil-mercúrio em peixes). A validação estabelece que a equação de medição usada
para calcular os resultados é válida. A calibração é normalmente baseada no uso de
soluções gravimetricamente preparadas de materiais de referência de substâncias
puras. As questões importantes aqui são identidade e pureza, a primeira sendo mais
problemática em química orgânica, onde níveis muito maiores de detalhamento
estrutural são frequentemente requeridos e confusões entre componentes similares
podem facilmente ocorrer. A incerteza de uma medição irá, em parte, depender
da incerteza da pureza do padrão químico utilizado. Contudo, somente no caso
de alguns materiais orgânicos, onde problemas de pureza e estabilidade podem ser
acentuados, ou onde uma análise de alta precisão dos componentes principais for
requerida, é que a pureza irá constituir um grande problema.
15.4 Para muitas análises, onde extração, digestão, derivatização e saponiicação são
normalmente requeridas, o principal problema pode ser adquirir um bom conhecimento da quantidade de analito na amostra original, relativamente ao resultado
obtido ao inal do processo de medição. Esta propensão (algumas vezes chamada
de “recuperação”) pode ser devido a perdas no processamento, contaminação ou
interferentes. Alguns destes efeitos são manifestados dentro das incertezas de reprodutibilidade, mas outros são efeitos sistemáticos e necessitam de uma consideração
974 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
separada. As estratégias disponíveis para determinar as tendências do método incluem:
• Uso de métodos primários ou de referência, de tendência conhecida e pequena;
• Comparações com matrizes combinadas de MRCs;
• Medição de brancos e amostras gravimetricamente fortiicadas;
• Estudo de perdas, contaminações, interferentes e efeitos de matrizes.
O estabelecimento da rastreabilidade desta parte do processo de medição requer a
correlação da tendência da medição com referências apropriadas, tais como os valores contidos em materiais de referência de matrizes combinadas. Deve ser observado
que a medição da recuperação de amostras fortiicadas não simula necessariamente
a extração do analito nativo das amostras. Na prática, isto não constitui normalmente um problema quando as amostras forem líquidas e/ou totalmente digeridas.
Contudo, podem ocorrer problemas com a extração de sólidos. Por exemplo, um
analito fortiicado pode estar livremente disponível na superfície das partículas da
amostra, enquanto que o analito nativo pode estar fortemente adsorvido dentro
das partículas e, portanto, mais difícil de ser extraído.
15.5 A maioria das medições químicas pode, em princípio, se fazer rastreável para o mol.
Quando, contudo, o analito for deinido em termos funcionais, tal como gordura
ou proteína baseada numa determinação de nitrogênio, então a especiicação da
medição em termos de mols não é viável. Nesses casos, a quantidade sendo medida
é deinida pelo método. Nestes casos, a rastreabilidade é para padrões de quantidades de componentes usados para calcular o resultado, por exemplo, massa e volume,
e os valores produzidos por um método padronizado e/ou os valores determinados
por um material de referência. Tais métodos são denominados métodos empíricos.
Em outros casos, a limitação em alcançar a rastreabilidade segundo o SI, deriva da
diiculdade em avaliar a tendência e sua incerteza, tal como a recuperação dos analitos em matrizes complexas. As opções aqui são deinir o mensurando pelo método
e estabelecer a rastreabilidade, conforme referências mencionadas, incluindo um
método de referência/material de referência. Tais medidas possuem um `menor
nível´ de rastreabilidade, mas também possuem uma menor Incerteza de Medição,
relativa às referências estabelecidas. Alternativamente, a tendência pode ser estimada e corrigida para a incerteza, devido à tendência poder ser também estimada e
incluída na avaliação da incerteza global. Isto irá permitir que a rastreabilidade ao
SI seja reivindicada.
16.
INCERTEZA DE MEDIÇÃO
IAL - 975
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16.1 Incerteza de medição é formalmente deinida em 3.11. As boas práticas na avaliação
da incerteza de medição são descritas num Guia ISO (Ref B7), e uma interpretação
para medição química, incluindo um número de exemplos trabalhados, é fornecida
num Guia CITAC/EURACHEN (Ref A2). A incerteza de medição caracteriza a
faixa de valores dentro da qual o valor real deve se situar, com um nível de coniança especiicado. Cada medida possui uma incerteza a ela associada, resultante de
erros originados dos vários estágios de amostragem e análise, e do conhecimento
imperfeito de fatores afetando o resultado. Para que as medidas sejam de valor prático, é necessário ter algum conhecimento de sua coniabilidade ou incerteza. Uma
declaração da incerteza associada a um resultado transmite ao cliente a `qualidade´
do resultado.
16.2 A ISO/IEC 17025:1999 requer que os laboratórios avaliem sua incerteza de medição. Existe também um requisito para divulgar a incerteza de medição em circunstâncias especiicas, por exemplo, quando ela for relevante para interpretação do
resultado do ensaio (o que é muitas vezes o caso). Assim, a declaração da incerteza
de medição em relatórios de ensaios deve se tornar prática comum no futuro (Ref
B18).
16.3 Uma declaração de incerteza é uma estimativa quantitativa dos limites, dentro dos
quais o valor de um mensurando (tal como uma concentração de analito) é previsto
se situar. A incerteza pode ser expressa como um desvio-padrão ou um múltiplo
calculado do desvio-padrão. Na obtenção ou estimativa da incerteza relativa a um
método e analito especíico, é essencial assegurar que a estimativa considere explicitamente todas as fontes possíveis de incerteza, e avalie componentes signiicativos.
A repetitividade ou reprodutibilidade, por exemplo, não são normalmente estimativas completas da incerteza, visto que nenhuma delas leva inteiramente em conta
quaisquer incertezas associadas a efeitos sistemáticos inerentes a um método.
16.4 Uma ampla variedade de fatores torna qualquer resultado de medição analítica possível de se desviar do valor verdadeiro. Por exemplo, os efeitos da temperatura nos
equipamentos volumétricos, relexão e dispersão da luz em instrumentos espectroscópicos, variações de voltagem na rede elétrica, a interpretação dada por cada
analista aos métodos especiicados e recuperações de extrações incompletas, todas
elas inluenciam potencialmente o resultado. No que for razoavelmente possível,
tais erros precisam ser minimizados por controles externos ou explicitamente corrigidos, por exemplo: pela aplicação de um fator de correção adequado. O desvio
exato de um único resultado de medição do valor verdadeiro (desconhecido) é,
976 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
contudo, impossível de ser obtido. Isto ocorre porque os diferentes fatores variam
de experimento a experimento, e porque o efeito de cada fator sobre o resultado
nunca é exatamente conhecido. A possível faixa de desvios precisa ser, portanto,
estimada.
16.5 A principal tarefa na atribuição de um valor para a incerteza de uma medição
é a identiicação das fontes relevantes de incerteza e a atribuição de um valor a
cada contribuição signiicativa. As contribuições distintas precisam ser então combinadas (conforme mostrado na seção 16.13), aim de fornecer um valor global.
É necessário manter registros das fontes individuais de incerteza identiicadas, do
valor de cada contribuição e a origem do valor (por exemplo: medições repetidas,
referências de literatura, dados de MRCs, etc.).
16.6 Na identiicação das principais fontes de incerteza, a seqüência completa de eventos
necessários para atingir a inalidade da análise deve ser considerada. Tipicamente,
essa seqüência inclui amostragem e subamostragem, preparação de amostra, extração, depuração, concentração ou diluição, calibração de instrumento (incluindo
preparação do material de referência), análise instrumental, processamento de dados brutos e transcrição do resultado produzido.
16.7 Cada um dos estágios terá fontes de incerteza associadas. As incertezas de componentes podem ser avaliadas individualmente ou em grupos apropriados. Por
exemplo, a repetitividade de uma medição pode servir como uma estimativa de
contribuição total da capacidade de variabilidade aleatória, devido a um número de
etapas num processo de medição. Da mesma forma, uma estimativa da tendência
global e sua incerteza podem ser derivadas de estudos de materiais de referência
certiicados com matrizes combinadas e estudos de fortiicação.
16.8 O tamanho das contribuições de incerteza pode ser estimado de diversas maneiras.
O valor de um componente de incerteza, associado a variações aleatórias em fatores
de inluência, pode ser estimado pela medida da dispersão dos resultados de um
número adequado de determinações sob uma faixa de condições representativas.
(Em tais investigações, o número de medições não deve ser normalmente inferior
a dez). Os componentes de incerteza originados do conhecimento imperfeito, por
exemplo, de uma tendência ou tendência em potencial, podem ser estimados com
base em um modelo matemático, julgamento proissional fundamentado, comparações interlaboratoriais internacionais, experimentos sobre sistemas modelo, etc.
Estes diferentes métodos para estimativa dos componentes individuais de incerteza
podem ser válidos.
IAL - 977
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16.9
Quando as contribuições de incerteza forem estimadas em grupos, é importante, apesar de tudo, registrar as fontes de incerteza que são consideradas como
sendo incluídas em cada grupo, e medir e registrar valores dos componentes
individuais de incerteza, quando disponíveis, como uma veriicação sobre a
contribuição do grupo.
16.10
Se forem usadas informações provenientes de resultados de comparações interlaboratoriais, é essencial considerar incertezas originadas fora do escopo de
tais estudos. Por exemplo, valores nominais para materiais de referência são tipicamente informados como uma faixa, e quando diversos laboratórios usam
o mesmo material de referência num experimento colaborativo, a incerteza no
valor do material de referência não é incluída na variação interlaboratorial. Da
mesma forma, experimentos interlaboratoriais utilizam tipicamente uma faixa
restrita de materiais de ensaio, normalmente homogeneizados com cuidado, de
modo que a possibilidade de falta de homogeneidade e diferenças na matriz, entre amostras reais e materiais de ensaio nos experimentos colaborativos, devem
ser também levadas em consideração.
16.11
Tipicamente, as contribuições da incerteza para resultados analíticos podem incidir em quatro grupos principais:
i) Contribuições da variabilidade aleatória de curta duração, tipicamente estimada a partir de experimentos de repetitividade.
ii) Contribuições, tais como: efeitos do operador, incerteza de calibração, erros
de escala graduada, efeitos do equipamento e do laboratório, estimativas a
partir dos experimentos de reprodutibilidade entre laboratórios, intercomparações internas, resultados de ensaios de proiciência ou por julgamento
proissional.
iii) Contribuições fora do escopo dos ensaios interlaboratoriais, tais como incerteza dos materiais de referência.
6.12
iv) Outras fontes de incerteza, tais como: variabilidade da amostragem (falta de
homogeneidade), efeitos de matriz e incerteza sobre hipóteses subjacentes
(tais como hipóteses sobre integridade da derivatização).
As contribuiçõe.s de incerteza para cada fonte devem ser todas expressas da
mesma forma, idealmente como desvios padrão ou desvios padrão relativos. Em
alguns casos, será necessário efetuar conversões. Por exemplo, os limites dos materiais de referência são frequentemente presumidos como tendo limites absolutos. Uma distribuição retangular de largura W tem um desvio padrão W/(2 ).
Intervalos de coniança podem ser convertidos em desvios-padrão, dividindo-se
978 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
pelo valor “t” de Student apropriado para grandes amostras estatísticas (1,96
para limites de coniança de 95%).
16.13
Após uma lista de incertezas ser disponibilizada, os componentes individuais
podem ser combinados. Quando fontes individuais de incerteza forem independentes, a expressão geral para a incerteza padrão combinada u é:
u=
onde ∂R/∂xi é o diferencial parcial do resultado R, com relação a cada valor
intermediário (ou outra `quantidade de inluência´, tal como uma correção xi),
e u(xi) é o componente de incerteza associado a xi.
16.14
Essa expressão simpliica consideravelmente os dois casos mais comuns. Quando as quantidades de inluência ou resultados intermediários são adicionados
ou subtraídos para fornecer o resultado, a incerteza u é igual à raiz quadrada da
soma dos contribuintes dos componentes da incerteza ao quadrado, todos expressos como desvio-padrão. Quando os resultados intermediários forem combinados por multiplicação ou divisão, o desvio padrão relativo (DPR) combinado é calculado extraindo-se a raiz quadrada da soma dos DPRs ao quadrado,
para cada resultado intermediário, e a incerteza padrão u combinada é calculada
a partir do DPR combinado e do resultado.
16.15
A incerteza global deve ser expressa como um múltiplo do desvio-padrão calculado. O multiplicador recomendado é 2, isto é, a incerteza é igual a 2u. Quando
as contribuições forem originadas de erros normalmente distribuídos, este valor
irá corresponder aproximadamente a um intervalo de coniança de 95%.
16.16
Não é normalmente seguro estender este argumento a maiores níveis de coniança sem o conhecimento das distribuições envolvidas. De modo particular, é
normalmente constatado que distribuições de incerteza experimentais são muito mais amplas no nível de coniança de 99%, do que seria previsto por hipóteses de normalidade.
16.17
Freqüentemente não é necessário avaliar as incertezas para cada tipo de ensaio
e amostra. Será normalmente suiciente investigar a incerteza somente uma vez
para um método especíico, e utilizar as informações para estimar a incerteza de
medição para todos os ensaios realizados dentro do escopo daquele método.
IAL - 979
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17.
MÉTODOS/PROCEDIMENTOS PARA ENSAIOS E CALIBRAÇÃO
17.1
É responsabilidade do laboratório o uso de métodos apropriados à aplicação
requerida. O laboratório pode usar o seu próprio critério ou pode selecionar um
método em consulta com o cliente, ou ainda, o método pode ser especiicado
em regulamento, ou pelo cliente.
17.2
Os padrões de qualidade freqüentemente favorecem o uso de padrões ou métodos colaborativamente testados, sempre que possível. Embora isto possa ser
desejável em situações onde um método tiver que ser amplamente usado, ou
deinido em regulamento, algumas vezes um laboratório pode ter um método
próprio mais adequado. As considerações mais importantes são de que o método deva ser adequado ao im pretendido, seja adequadamente validado e documentado, e forneça resultados que sejam rastreáveis com relação às referências
mencionadas em um nível de incerteza apropriado.
17.3
A validação de um padrão ou método colaborativamente testado não deve ser
considerada implícita, a despeito de quão impecável seja a origem do método - o laboratório deve se certiicar de que o grau de validação de um método
especíico é adequado ao im proposto, e que o próprio laboratório é capaz de
veriicar quaisquer critérios de desempenho declarados.
17.4
Métodos desenvolvidos internamente devem ser adequadamente validados, documentados e autorizados antes do uso. Onde eles estiverem disponíveis, materiais de referência com matrizes combinadas devem ser usados para determinar
qualquer tendência, ou quando isto não for possível, os resultados devem ser
comparados com outra(s) técnica(s), de preferência baseada(s) em diferentes
princípios de medição. A medição da recuperação de analito fortiicado, gravimetricamente adicionado, medição dos brancos e o estudo de interferências
e efeitos matriciais podem ser também usados para veriicação da tendência ou
recuperação imperfeita. A estimativa da incerteza deve fazer parte deste processo de validação e, além de cobrir os fatores acima, deve abordar questões, tais
como a homogeneidade e estabilidade das amostras. Uma recomendação sobre
validação de metodologia é apresentada na seção 18.
A documentação de métodos deve incluir dados de validação, limitações de aplicabilidade, procedimentos para controle da qualidade, calibração e controle de
documentos. Um laboratório documentando métodos pode achar conveniente
adotar um formato comum, tal como a ISO 78-2: (Ref C10), que fornece um
modelo útil. Além disto, recomendações sobre documentação de métodos estão
17.5
980 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
disponíveis por outras fontes, tais como órgãos de acreditação e órgãos nacionais de normalização.
17.6
Desenvolvimentos em metodologias e técnicas irão requerer que os métodos sejam alterados de tempos em tempos e, assim, a documentação do método deve
estar sujeita a um controle adequado de documentos. Cada cópia do método
deve apresentar o número/data da edição, autoridade da edição e número da
cópia. Deve ser possível determinar a partir dos registros, qual é a versão mais
atualizada de cada método autorizado para uso.
17.7
Métodos obsoletos devem ser descontinuados, mas devem ser guardados para
ins de arquivo e identiicados claramente como obsoletos. A diferença de desempenho entre métodos revisados e obsoletos deve ser estabelecida, de modo
que seja possível comparar dados novos e antigos.
17.8
Quando métodos forem revisados, a validação precisa ser também atualizada. A
revisão pode ser de menor natureza, envolvendo diferentes tamanhos de amostra, diferentes reagentes etc. De modo alternativo, ela pode envolver mudanças
signiicativas, tais como o uso de tecnologia ou metodologia radicalmente diferente. O nível de revalidação requerido aumenta com a escala das mudanças
feitas no método.
18
VALIDAÇÃO DO MÉTODO
18.1
Veriicações precisam ser realizadas para garantir que as características de desempenho de um método sejam entendidas e para demonstrar que o método seja
cientiicamente coerente, sob as condições nas quais ele deve ser aplicado. Essas
veriicações são coletivamente conhecidas como validação. A validação de um
método estabelece, através de estudos sistemáticos de laboratório, que o método
é adequado à inalidade, isto é, suas características de desempenho são capazes
de produzir resultados correspondentes às necessidades do problema analítico.
As principais características de desempenho incluem:
•
•
•
•
•
•
Seletividade e especiicidade (descrição do mensurando);
Faixa de medição;
Calibração e rastreabilidade;
Tendência *;
Linearidade;
Limite de detecção/ Limite de quantiicação;
IAL - 981
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
• Robustez;
• Precisão
* Em alguns campos da medição química, o termo recuperação é usado para
descrever a tendência total; em outros campos, recuperação é usada em relação
a determinados elementos de tendência.
As características acima são inter-relacionadas, muitas delas contribuindo para a
incerteza total de medição, e os dados gerados podem ser usados para avaliar a
incerteza de medição (ver seção 16 e ref C13) durante a validação.
A boa prática na validação do método é descrita em um Guia EURACHEM
(Ref A3). Observe que não existe um acordo unânime sobre a interpretação de
alguns dos termos acima, nem sobre as convenções usadas na sua determinação.
Assim, ao mencionar dados de validação, é recomendável mencionar quaisquer
convenções adotadas.
18.2
A extensão da validação deve ser claramente indicada no método documentado,
de modo que o usuário possa avaliar a adequação do método às suas necessidades especíicas.
18.3
Métodos padrão deverão ser desenvolvidos e validados colaborativamente por um
grupo de especialistas (ref C14-C19). Este desenvolvimento deve incluir a abordagem de todos os aspectos necessários de validação e respectiva incerteza. Contudo,
a responsabilidade permanece sendo irmemente do usuário, para garantir que a
validação documentada do método esteja suicientemente completa para preencher inteiramente suas necessidades. Mesmo se a validação for concluída, o usuário ainda precisará veriicar se as características de desempenho documentadas (p.
ex. idelidade e precisão) podem ser obtidas no seu próprio laboratório.
18.4
Conforme acima indicado, existem diferentes opiniões a respeito da terminologia e do processo de validação do método. As explicações a seguir complementam aquelas em outras partes deste guia e tem a intenção de servir como uma
diretriz, ao invés de um ponto de vista deinitivo.
Seletividade de um método se refere à extensão até a qual ele pode determinar
analito(s) especíico(s) numa mistura complexa, sem interferência dos outros
componentes na mistura. Um método, que seja seletivo para um analito ou grupo de analitos, é dito como sendo específico. A aplicabilidade do método deve ser
estudada usando-se várias amostras, variando desde padrões de medida pura até
18.5
982 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
misturas com matrizes complexas. Em cada caso a recuperação do(s) analito(s)
de interesse deve ser determinada e as inluências de interferência suspeitas devidamente mencionadas. Quaisquer restrições na aplicabilidade da técnica devem
ser documentadas no método. Este trabalho irá permitir que seja feita uma clara
descrição do mensurando.
18.6
Faixa: Para a análise quantitativa, a faixa de trabalho para um método é determinada pelo exame de amostras com diferentes concentrações de analito e determinação da faixa de concentrações para qual a incerteza admissível possa ser
alcançada. A faixa operacional é geralmente mais extensa do que a faixa linear,
que é determinada pela análise de um número de amostras de concentrações
de analito variáveis e cálculo da regressão a partir dos resultados, normalmente
usando o método dos mínimos quadrados. A relação entre a resposta do analito
e a concentração não precisa ser perfeitamente linear para que o método seja
efetivo. Para métodos apresentando boa linearidade, é normalmente suiciente plotar uma curva de calibração, usando-se padrões de medida em 5 níveis
distintos de concentração (mais o branco). Um maior número de padrões de
medida será necessário quando a linearidade for baixa. Em análise qualitativa
é comum examinar amostras replicadas e padrões de medida ao longo de uma
faixa de concentrações, para estabelecer em que concentração um ponto de corte coniável pode ser traçado entre detecção e não-detecção (ver também a seção
18.8).
18.7
Linearidade para métodos quantitativos é determinada pela medição de amostras com concentrações de analito abrangendo a faixa reivindicada do método.
Os resultados são usados para obter uma reta por regressão com relação ao cálculo de analito, usando-se o método dos mínimos quadrados. É conveniente
que um método seja linear ao longo de uma faixa especíica, mas este não é um
requisito absoluto. Quando a linearidade for inatingível para um procedimento
especíico, deve ser determinado um algoritmo adequado para cálculos.
18.8
Para métodos qualitativos existe a possibilidade de haver um limite de concentração abaixo do qual uma identiicação positiva se torna não-coniável. A faixa
de respostas deve ser examinada pelo ensaio de uma série de amostras e padrões
de medida, constituída de brancos e de amostras contendo uma faixa dos níveis
do analito. Em cada nível de concentração, será necessário medir aproximadamente 10 replicatas. Uma curva de resposta de resultados de % positiva (ou
negativa) versus concentração deve ser traçada. A partir dessa curva será possível
determinar a concentração limite, na qual o ensaio se torna não-coniável. No
IAL - 983
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
exemplo abaixo mostrado, a identiicação positiva do analito cessa de ser 100 %
coniável abaixo de 100 μg.g-1.
Exemplo:
Concentração (µg.g-1)
200
100
75
50
25
0
Nº de Replicações
10
10
10
10
10
10
Positiva/Negativa
10/0
10/0
5/5
1/9
0/10
0/10
18.9
O limite de detecção de um analito é muitas vezes determinado pela análise
repetida de uma porção de amostras de brancos, e é a concentração de analito
cuja resposta é equivalente à resposta média de brancos + 3 desvios padrão. É
possível que seu valor seja diferente para diferentes tipos de amostra.
18.10
O limite de quantificação é a menor concentração de analito, que pode ser determinada com um nível de incerteza aceitável. Ele deve ser estabelecido usando-se uma amostra ou padrão de medida apropriado, isto é, ele é normalmente
o ponto mais baixo na curva de calibração (excluindo o branco). Ele não deve
ser determinado por extrapolação. Várias convenções assumem o limite como
sendo de 5, 6 ou 10 desvios-padrão da medição do branco.
18.11
Solidez: Algumas vezes também chamada de robustez. Quando diferentes laboratórios usam o mesmo método, eles introduzem inevitavelmente pequenas
variações no procedimento, que pode ter ou não uma inluência signiicativa
sobre o desempenho do método. A solidez de um método é testada, pela introdução deliberada de pequenas alterações no método e exame das conseqüências.
Um grande número de fatores pode precisar ser considerado, mas devido ao fato
da maioria destes ter um efeito desprezível, será normalmente possível variar
diversos deles de uma só vez. A solidez é normalmente avaliada pelo laboratório
de origem, antes que outros laboratórios colaborem.
18.12
A tendência (algumas vezes chamada de recuperação) de um sistema de medição (método) é o erro sistemático desse sistema de medição. As questões associadas à estimativa da tendência e recuperação são comentadas na seção 15.4.
Além da avaliação da tendência, é importante estimar a incerteza de medição
984 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
associada à tendência e incluir este componente na estimativa global da incerteza de medição.
18.13
A precisão de um método é a declaração da proximidade da concordância entre
resultados de ensaio mutuamente independentes e é normalmente expressa em
termos de desvio-padrão. Ela é geralmente dependente da concentração do analito, e esta dependência deve ser determinada e documentada. A precisão pode
ser expressa de diferentes maneiras, dependendo das condições em que for calculada. Repetitividade é um tipo de precisão relacionada a medições feitas sob
condições que podem ser repetidas, isto é: mesmo método; mesmo material;
mesmo operador; mesmo laboratório; curto período de tempo entre as medições. Reprodutibilidade é um conceito de precisão relacionada a medições feitas
sob condições que podem ser reproduzidas, isto é: mesmo método; operadores
diferentes; laboratórios diferentes; equipamentos diferentes; longo período de
tempo entre as medições. Precisão é um componente da Incerteza de Medição
(ver seção 16).
18.14
Observe que estas declarações de precisão se aplicam à análise quantitativa. Análises qualitativas podem ser tratadas de uma maneira ligeiramente diferente. A
análise qualitativa efetivamente é uma medição de “sim/não” para um determinado valor limite de analito. Para métodos qualitativos a precisão não pode ser
expressa como um desvio padrão ou um desvio padrão relativo, mas pode ser
expressa como taxas de verdadeiro e falso positivo (e negativo). Essas taxas devem ser determinadas numa variedade de concentrações abaixo do nível limite,
no nível limite, e acima deste. Os dados obtidos por um método de comparação
conirmatório devem ser usados sempre que um método apropriado para tal
im estiver disponível. Se um método destes não estiver disponível, amostras de
brancos, fortiicadas ou não, podem ser analisadas.
% de falsos positivos = falsos positivos x 100/ total de negativos conhecidos
% de falsos negativos = falsos negativos x 100/ total de positivos conhecidos
18.15
Conirmação é algumas vezes confundida com repetitividade. Enquanto que a
repetitividade requer que a medição seja realizada diversas vezes por uma mesma
técnica (método), a conirmação requer que a medição seja realizada por mais
de uma técnica. A conirmação aumenta a coniança na técnica sob exame, e
é especialmente útil quando as técnicas adicionais operam por princípios signiicativamente diferentes. Em algumas aplicações, por exemplo, na análise de
IAL - 985
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
componentes orgânicos desconhecidos por cromatograia gasosa, o uso de técnicas conirmatórias é essencial.
19.
CALIBRAÇÃO
19.1
Calibração é um conjunto de operações que estabelece, sob condições especiicadas, a relação entre valores de quantidades indicados por um instrumento
de medição ou sistema de medição, ou valores representados por um material
de referência, e os valores correspondentes estabelecidos por padrões (ver VIMB6). A maneira usual para realizar a calibração é submeter porções conhecidas
da quantidade (p. ex: usando-se um padrão de medida ou material de referência)
ao processo de medição e monitorar a resposta assim obtida. Informações mais
detalhadas sobre materiais de referência são apresentadas no próximo capítulo.
19.2
Um programa geral para calibração no laboratório químico deve ser criado para
assegurar que todas as medições que possuam um efeito signiicativo sobre os
resultados do ensaio ou calibração sejam rastreáveis a um padrão de medida, de
preferência um padrão de medida nacional ou internacional, tal como um material de referência. Quando apropriado e possível, devem ser usados materiais
de referência certiicados. Quando padrões de medida formalmente deinidos
não estiverem disponíveis, um material com propriedades e estabilidade adequadas deve ser selecionado ou preparado pelo laboratório, e usado como um
padrão de medida do laboratório. As propriedades requeridas desse material
devem ser caracterizadas por ensaios repetidos, preferencialmente por mais de
um laboratório e usando-se uma variedade de métodos validados (ver ISO Guia
35: Ref C6).
19.3
Ensaios analíticos podem ser subdivididos em classes gerais, dependendo do
tipo de calibração requerida:
19.3.1
Alguns ensaios analíticos dependem criticamente da medição de propriedades
físicas, tais como a medição de peso em gravimetria e a medição de volume em
titrimetria (volumetria). Visto que essas medições possuem um efeito signiicativo sobre os resultados do ensaio, é essencial um programa de calibração adequado para estas grandezas. Além disto, a calibração de dispositivos de medição
usados para estabelecer a pureza ou concentração de padrões químicos, precisa
ser considerada.
19.3.2
Quando um ensaio for usado para medir uma propriedade empírica de uma
986 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
amostra, tal como ponto de fulgor, o equipamento é muitas vezes deinido num
método padrão nacional ou internacional, e materiais de referência rastreáveis
devem ser usados para ins de calibração, quando disponíveis. Equipamentos
novos ou recentemente adquiridos devem ser veriicados pelo laboratório antes
do uso para garantir a conformidade com as especiicações, desempenho e dimensões requeridos.
19.3.3
Instrumentos, tais como cromatógrafos e espectrômetros, que necessitem de
calibração como parte integrante de sua operação normal, devem ser calibrados
usando-se materiais de referência de composição conhecida (provavelmente soluções de produtos químicos puros).
19.3.4
Em alguns casos, a calibração de todo o processo analítico pode ser realizada
por comparação do resultado de medição de uma amostra com o resultado produzido por um material de referência adequado, que foi submetido ao mesmo
processo analítico integral como a amostra. O material de referência pode ser
uma mistura sintética preparada no laboratório a partir de materiais de pureza
conhecida (e de preferência certiicados) ou uma matriz comercial de material
de referência certiicado. Contudo, em tais casos, uma estreita combinação entre a amostra para ensaio e a matriz do material de referência, em termos da
natureza da matriz, e a concentração do analito precisa ser assegurada.
19.4
No entanto, em muitos casos, a calibração somente é realizada no estágio inal
de medição. Por exemplo, a calibração de um método de cromatograia gasosa
pode ser realizada utilizando-se uma série de padrões de medida, que são soluções sintéticas do analito de interesse em várias concentrações. Essa calibração
não leva em conta fatores, tais como a contaminação ou perdas que ocorrem
durante os estágios de preparação e extração ou derivação da amostra. Portanto,
é essencial durante o processo de validação do método explorar os problemas
em potencial da contaminação e perdas, pelo manuseio de matrizes de materiais
de referência ou amostras fortiicadas, ao longo de todo o processo de medição,
e deinir o procedimento de calibração diária e as respectivas veriicações de
controle da qualidade (ver também a seção 15.4).
19.5
Programas individuais de calibração devem ser estabelecidos dependendo dos
requisitos especíicos da análise. Além disto, pode ser necessário veriicar a calibração do instrumento após qualquer parada, intencional ou não, e após algum
serviço ou outra manutenção substancial. O nível e a freqüência de calibração devem estar baseados na experiência anterior (histórico do equipamento)
e devem ser ao menos aqueles recomendados pelo fabricante. Um Guia sobre
IAL - 987
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
calibração é apresentado no Apêndice B e inclui intervalos típicos de calibração
para vários tipos de instrumentos simples e indica os parâmetros que podem
requerer calibração em instrumentos analíticos mais complexos. A freqüência
de calibração requerida irá depender da estabilidade do sistema de medição, do
nível de incerteza requerido e de quão crítico é o trabalho.
19.6
Procedimentos para a realização de calibrações devem ser adequadamente documentados, quer como parte integrante de métodos analíticos especíicos, quer
como um documento geral de calibração. A documentação deve indicar como
realizar a calibração, a freqüência de calibração necessária, e a ação a ser tomada
no caso de falha na calibração. Intervalos de freqüência para recalibração de
padrões de medida física devem ser também indicados.
Amostra
↓
↓
←←←←←←Material p/ CQ
↓
|
Porção de Ensaio
|
↓
--←← ←← ←|←←←←←←MR da Matriz
↓
|
|
↓
|
|←←←←←←Branco
Digestão
|
Extração
|
Derivação
|←←←←←←Amostra Fortiicada
Separação
↓
↓
Medição←←←←←←←←←←←←←←←←←MR p/ Calibração
↓
↓
Cálculo do Resultado←←←←←←←←←←←←Fatores
↓
↓
Apresentação do Resultado e Incerteza de Medição
FIGURA 1
19.7
A calibração de vidrarias volumétricas normalmente se refere a um solvente especíico a uma temperatura especíica. A calibração raramente é válida quando
as vidrarias forem usadas com outros solventes, devido às diferenças nas densidades, características de molhabilidade, tensão supericial etc. Isto é particularmente pertinente para vidrarias volumétricas calibradas para fornecer um
988 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
volume determinado. Outros equipamentos volumétricos podem ser afetados
quando se usam solventes com altas taxas de expansão térmica. Nessas situações,
as vidrarias devem ser recalibradas usando-se o solvente pertinente, na temperatura correta. Alternativamente, para maior precisão, as medições podem ser
muitas vezes feitas por massa, ao invés de volume.
19.8
A Figura 1 é um processo analítico típico e ilustra a função da calibração em
relação à validação do método e ao controle de qualidade.
20.
MATERIAIS DE REFERÊNCIA (MR)
20.1
Uma série de Guias ISO relativa aos materiais de referência está disponibilizada
(Ref C1-C6).
20.2
Materiais de referência e materiais de referência certificados são deinidos na
seção 3. Eles são usados para calibração, validação de metodologias, veriicação
de medições, avaliação da Incerteza de Medição e para ins de treinamento.
20.3
Materiais de referência podem assumir uma variedade de formas, incluindo
MRs de substâncias puras, MRs de matrizes e soluções ou misturas. Os itens
abaixo são exemplos de materiais de referência:
• cloreto de sódio 95% puro;
• uma solução aquosa contendo 1% (m/v) de sulfato de cobre (II) e 2% (m/v)
de cloreto de magnésio;
• um polímero em pó com uma faixa especíica de distribuição de peso molecular;
• um sólido cristalino fundindo na faixa de 150-151º C;
• leite em pó contendo uma quantidade conhecida de vitamina C.
20.4
Para muitos tipos de análises, a calibração pode ser realizada utilizando-se materiais de referência preparados no laboratório, a partir de produtos químicos
de pureza e composição conhecidas. Alguns produtos químicos podem ser adquiridos com um certiicado do fabricante declarando a pureza do material. Alternativamente, produtos químicos com pureza declarada, mas não certiicada,
podem ser adquiridos de fornecedores idôneos. Qualquer que seja a fonte, é
responsabilidade do usuário estabelecer que a qualidade de tais materiais seja satisfatória. Algumas vezes, ensaios adicionais precisarão ser realizados pelo laboratório. Normalmente, um novo lote de um produto químico deve ser confronIAL - 989
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
tado com o lote anterior. De maneira ideal, todos os produtos químicos a serem
usados para ins de material de referência devem ser adquiridos de fabricantes
com sistemas comprovados de GQ. Contudo, um sistema de GQ não garante
automaticamente a qualidade dos produtos do fabricante, e os laboratórios devem tomar todas as medidas razoáveis para conirmar a qualidade de materiais
críticos. O controle de impurezas é importante, especialmente para a análise de
traços (residual), onde eles podem causar interferências. Atenção especial deve
ser dada às recomendações dos fabricantes sobre a armazenagem e prazo de
validade. Além disso, é necessário cautela, já que os fornecedores nem sempre
disponibilizam informações sobre todas as impurezas.
20.5
O uso de materiais de referência apropriados pode propiciar rastreabilidade essencial e permitir que os analistas demonstrem a precisão dos resultados, calibrem equipamentos e métodos, monitorem o desempenho do laboratório e
validem métodos, permitindo, ainda, a comparação de métodos através do uso
como padrões de transferência (de medida). O seu uso é fortemente encorajado,
sempre que apropriado.
20.6
A incerteza da pureza de um material de referência de substância pura precisa
ser considerada em relação à incerteza associada a outros aspectos do método.
De maneira ideal, a incerteza associada a um material de referência, usado para
ins de calibração, não deve contribuir em mais de um terço (1/3) da incerteza
de medição global.
20.7
A composição do material de referência certiicado deve ser a mais próxima possível da composição das amostras. Quando existirem interferências de matriz,
um método deve ser idealmente validado usando-se um material de referência
de matriz combinada, certiicado de uma maneira coniável. Se um material
deste tipo não estiver disponível, pode ser aceito o uso de uma amostra fortiicada com o material de referência.
20.8
É importante que qualquer material de referência certiicado usado tenha sido
produzido e caracterizado de uma maneira tecnicamente válida. Usuários de
MRCs devem estar cientes de que nem todos os materiais são validados com
o mesmo nível de rigor. Detalhes de experimentos de homogeneidade, ensaios
de estabilidade, os métodos usados na certiicação e as incertezas e variações
nos valores declarados de analitos, são normalmente fornecidos pelo produtor
e devem ser usados para avaliar a procedência dos MRCs. O material deve vir
acompanhado de um certiicado, que inclua uma estimativa da incerteza do
990 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
valor certiicado (ver seção 16). A Guia ISO 34 (Ref C5) e um Guia ILAC (Ref
B15) lidam com critérios para a competência dos provedores de materiais de
referência. Esses guias podem constituir a base para uma futura avaliação de
provedores de materiais de referência.
20.9
Materiais de referência e materiais de referência certiicados devem ser claramente rotulados, de forma que sejam identiicados sem ambigüidades e relacionados
com os respectivos certiicados ou outra documentação anexa. Informações devem ser disponibilizadas, indicando o prazo de validade, condições de armazenamento, aplicabilidade e restrições de uso. Materiais de referência preparados
dentro do laboratório, p. ex. como soluções, devem ser tratados como reagentes
para ins de rotulagem, ver seção 14.2.
20.10
Materiais de referência e padrões de medição devem ser manipulados de forma
a protegê-los de contaminação ou degradação. Procedimentos para treinamento
do pessoal devem reletir estes requisitos.
21.
CONTROLE DE QUALIDADE E ENSAIOS DE PROFICIÊNCIA
21.1
O signiicado dos termos `controle de qualidade´ e `Garantia da Qualidade
(GQ)´ varia, muitas vezes, conforme o contexto. Em termos práticos, GQ se refere às medidas globais tomadas pelo laboratório para regulamentar a qualidade,
enquanto que controle de qualidade descreve as medidas individuais que dizem
respeito à qualidade de amostras individuais ou lotes de amostras.
21.2
Como parte de seus sistemas da qualidade e para monitorar o desempenho
analítico diário e lote a lote, os laboratórios devem operar um nível apropriado
de veriicações de controle interno da qualidade (CQ) e participar, sempre que
possível, de rodadas de ensaios de proiciência apropriados (CQ externo). O nível e tipo de CQ irão depender do estado crítico, natureza da análise, freqüência
da análise, tamanho do lote, grau de automação, e da diiculdade e coniabilidade dos ensaios.
21.3
CQ Interno: Este pode assumir uma variedade de formas, incluindo o uso de:
brancos; padrões de medida; amostras fortiicadas; amostras cegas; análises de
replicatas e amostras de CQ. O uso de gráicos de controle é recomendado,
particularmente para o monitoramento das amostras de controle de CQ (Ref
C20-22).
IAL - 991
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
21.3.1
O nível de CQ adotado deve ser comprovadamente suiciente para assegurar a
validade dos resultados. Diferentes tipos de controle de qualidade podem ser
usados para monitorar diferentes tipos de variações no processo. Amostras de
CQ, analisadas em intervalos no lote de amostras, irão indicar a dispersão do
sistema; o uso de vários tipos de branco irá indicar quais são as contribuições do
instrumento, além daquelas atribuídas ao analito; análises em duplicata fornecem uma veriicação da repetitividade, conforme ocorre com o uso de amostras
cegas.
21.3.2
As amostras de CQ são amostras típicas, suicientemente estáveis e disponíveis
em quantidades suicientes para serem disponibilizadas para análise durante um
período prolongado de tempo. Ao longo desse período, a variação aleatória no
desempenho do processo analítico pode ser acompanhada pelo monitoramento
do resultado obtido na análise da amostra de CQ, normalmente através de sua
inclusão num gráico de controle. Uma vez que o resultado da amostra de CQ
seja aceitável, é provável que os resultados das amostras, do mesmo lote em que
foi incluída a amostra de CQ, possam ser considerados coniáveis. A aceitabilidade do resultado obtido com a amostra de CQ deve ser veriicada o mais
breve possível no processo analítico, a im de que, no caso de falha do sistema, o
menor esforço possível tenha sido gasto na análise de amostras não coniáveis.
21.3.3
É responsabilidade do analista deinir e justiicar um nível apropriado de controle de qualidade, baseado numa avaliação de risco, que leve em conta a coniabilidade do método, e o estado crítico do trabalho. É amplamente aceito que em
análises de rotina, um nível de CQ interno de 5% seja deinido como razoável,
isto é, 1 em cada 20 amostras analisadas deve ser uma amostra de CQ. Contudo,
para métodos de rotina robustos, com alta quantidade de amostras, um menor
nível de CQ pode ser razoável. Para procedimentos mais complexos, um nível
de 20% não é incomum e, em certas ocasiões, mesmo 50% pode ser requerido.
Para análises realizadas com pouca freqüência, uma validação completa do sistema deve ser realizada em cada ocasião. Isto pode envolver tipicamente o uso de
um material de referência contendo uma concentração certiicada ou conhecida
de analito, seguido por análises de replicatas da amostra e da amostra fortiicada
(uma amostra à qual uma quantidade conhecida do analito foi deliberadamente
adicionada). Análises realizadas com mais freqüência devem ser submetidas a
procedimentos sistemáticos de CQ, incorporando o uso de gráicos de controle
e amostras de veriicação.
992 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
21.4
Ensaios de proficiência (CQ Externo): Uma das melhores maneiras para um
laboratório analítico monitorar seu desempenho, com relação a seus próprios
requisitos e às normas de outros laboratórios, é participar regularmente de rodadas de ensaios de proiciência (Ref C7). Ensaios de proiciência ajudam a
destacar não só o desempenho da repetitividade e reprodutibilidade entre laboratórios, mas também a existência de erros sistemáticos, isto é, a tendência.
Ensaios de proiciência e outros tipos de intercomparações são aceitos como
meios importantes de monitoramento da qualidade em níveis nacional e internacional.
21.5
Os organismos de acreditação também reconhecem o benefício desse tipo de
ensaios como evidência objetiva da competência do laboratório e da eiciência
do processo de avaliação em si. Quando possível, os laboratórios devem selecionar rodadas de Ensaios de Proiciência, que operem de acordo com as boas
práticas internacionais (Ref C7) e tenham transparência evidente da qualidade,
p. ex. pela acreditação ou outra inspeção de parceiros (Ref B16). Laboratórios
acreditados são normalmente solicitados à participar em ensaios de proiciência,
(quando existirem rodadas apropriadas), como parte integrante de seus protocolos de GQ. É importante monitorar os resultados dos ensaios de proiciência,
como um meio de veriicação de desempenho e tomada de ações corretivas,
quando necessário.
22.
COMPUTADORES E SISTEMAS CONTROLADOS POR COMPUTADOR
22.1
Em laboratórios de ensaios químicos, computadores possuem uma ampla variedade de usos, incluindo:
• controle de condições ambientais críticas;
• monitoramento e controle do inventário;
• programação de calibrações e manutenções;
• controle de estoque de reagentes e padrões de medida;
• projeto e desempenho de experimentos estatísticos;
• programação de amostras e monitoração da produção do trabalho;
• geração de gráicos de controle;
• monitoramento de procedimentos de ensaio;
• controle da instrumentação automatizada;
• captura, armazenagem, recuperação, processamento de dados, manual ou
automaticamente;
• correspondência das amostras com os dados em biblioteca;
• geração de relatórios de ensaio,
IAL - 993
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
• processamento de texto;
• comunicação.
22.2
Interfaces e cabos fornecem conexões físicas entre diferentes partes do computador ou entre diferentes computadores. É importante que as interfaces e cabos
sejam escolhidos para se adequarem à aplicação especíica, visto que eles podem
afetar seriamente a velocidade e a qualidade da transferência dos dados.
22.3
O ambiente onde se processam ensaios químicos cria riscos especíicos para
a operação de computadores e armazenagem das mídias de computador. Recomendações normalmente podem ser encontradas nos manuais de operação,
porém, cuidados especiais devem ser adotados visando evitar danos provocados
por produtos químicos, contaminação microbiológica ou por poeira, aquecimento, umidade, e campos magnéticos.
22.4
A validação inicial deve veriicar o maior número possível de aspectos da operação de um computador. Veriicações similares devem ser realizadas se o uso do
computador for alterado, ou após manutenção, ou revisão do software. Quando
um computador for utilizado para a coleta e processamento de dados associados
a ensaios químicos, para validação desta função, é geralmente suiciente assumir
sua correta operação se o computador produzir respostas previstas para a entrada de parâmetros conhecidos. Programas de computador que efetuam cálculos
podem ser validados pela comparação com resultados calculados manualmente. Deve ser notado que algumas falhas poderão ocorrer somente quando um
grupo particular de parâmetros for inserido. Em ensaios químicos, veriicações
adequadas sobre as funções de coleta e manipulação de dados podem ser feitas
utilizando-se um Material de Referência Certiicado para a validação inicial,
usando-se, então, um padrão secundário de medida como material de controle
de qualidade para veriicações repetitivas regulares. Quaisquer recomendações
feitas pelo fabricante devem ser levadas em consideração. O procedimento de
validação usado para um sistema em particular e quaisquer dados registrados
durante a validação devem ser documentados. Pode ser difícil validar esses sistemas de forma isolada do instrumento analítico que produz o sinal original. Normalmente, todo o sistema é validado de uma só vez, através do uso de padrões
de medida química ou materiais de referência. Essa validação é normalmente
aceitável. É conveniente ilustrar a validação usando-se exemplos de aplicações
típicas:
22.4.1
Programas processadores de texto são amplamente usados em laboratórios
994 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
para gerar uma ampla variedade de documentação. O laboratório deve assegurar
que o uso de programas processadores de texto seja suicientemente controlado
a im de prevenir a produção de relatórios não-autorizados ou outros documentos. Em casos mais simples, onde o computador representa um pouco mais do
que uma máquina de escrever eletrônica, a validação é alcançada veriicando-se
manualmente as cópias impressas. Sistemas mais soisticados lêem e processam
dados para produzir automaticamente relatórios em formatos predeterminados.
Esses sistemas necessitarão de veriicações adicionais.
22.4.2
Instrumentos controlados por microprocessador terão normalmente uma rotina de veriicação automática que é ativada quando o instrumento é ligado, e
deverá incluir o reconhecimento e veriicação de todos os equipamentos periféricos. Muitas vezes o software não é acessível. Sob muitas circunstâncias, a
validação pode ser realizada pelo teste dos vários aspectos de funcionamento do
instrumento, usando-se parâmetros conhecidos, p. ex: pelo ensaio de materiais
de referência, padrões de medida física ou química, ou amostras de controle de
qualidade.
22.4.3
Sistemas de manipulação ou processamento de dados, sistemas de integração. Antes de poder ser processado, o sinal de saída do instrumento analítico
precisará, normalmente, ser convertido em um sinal digital, usando-se um conversor analógico/digital. Os dados digitalizados são então convertidos em um
sinal reconhecível (números, picos, espectros, de acordo com o sistema) pelo
algoritmo do software. O algoritmo toma várias decisões (tal como decidir onde
os picos começam e terminam, ou quando um número deve ser arredondado
para cima ou para baixo), de acordo com as instruções programadas. O algoritmo é uma fonte comum de desempenho imprevisto, e a validação deve testar a
lógica por trás das decisões tomadas pelo algoritmo.
22.4.4
Sistema automatizado controlado por computador. Sistema que pode envolver um ou mais dos exemplos anteriores, operado de forma simultânea ou numa
seqüência de tempo controlada. Estes sistemas normalmente serão validados
pela veriicação da operação satisfatória (incluindo desempenho em circunstâncias extremas) e estabelecimento da coniabilidade do sistema antes que seja
permitido que ele funcione sem acompanhamento. A validação deve consistir
de uma validação de componentes individuais, além de uma veriicação global
sobre o diálogo entre componentes individuais e o computador de controle.
Uma avaliação deve ser feita sobre as possíveis causas de mau funcionamento do
sistema. Uma consideração importante é que o computador, interfaces e cabos
IAL - 995
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
de conexão tenham suiciente capacidade para as tarefas requeridas. Se qualquer
parte do sistema for sobrecarregada, sua operação será retardada, havendo a
possibilidade de perda de dados. Isto pode ter sérias conseqüências quando as
operações incluírem rotinas sincronizadas. Quando possível, o software de controle deve ser ajustado para reconhecer e destacar qualquer mau funcionamento
e identiicar os dados associados. O uso de amostras de controle de qualidade e
padrões analisados em intervalos nos lotes de amostras deve ser então suiciente
para monitorar o correto desempenho em bases diárias. Rotinas de cálculo podem ser veriicadas por meio de testes com valores de parâmetros conhecidos. A
transferência eletrônica de dados deve ser veriicada para assegurar que nenhuma degradação tenha ocorrido durante a transmissão. Isto pode ser realizado no
computador com o uso de ‘arquivos de veriicação’, mas, sempre que praticável,
a transmissão deve ser resguardada por uma cópia impressa dos dados.
22.4.5
996 - IAL
Sistemas de Gerenciamento de Informações do Laboratório (SGIL). Estes
sistemas são cada vez mais populares como um meio de gerenciamento das
atividades dos laboratórios. Um SGIL é um sistema baseado em computador
com software que permite o confronto eletrônico, cálculo e disseminação de
dados, frequentemente recebidos diretamente dos instrumentos analíticos. Ele
incorpora processamento de texto, banco de dados, planilhas eletrônicas e capacidade de processamento de dados, e pode executar uma variedade de funções,
incluindo: registro e rastreamento de amostras; atribuição e alocação de ensaios;
geração de folhas de trabalho; processamento dos dados capturados; controle
de qualidade; controle inanceiro; e geração de relatórios. A operação do SGIL
pode estar limitada ao próprio laboratório, ou pode fazer parte de um amplo
sistema de computação corporativo. As informações podem ser inseridas manualmente ou descarregadas diretamente da instrumentação analítica, ou de
outros dispositivos eletrônicos, tais como leitores de código de barras. As informações fornecidas pelo sistema podem ser geradas em meio eletrônico ou por
cópias impressas. As saídas eletrônicas podem se constituir de dados brutos ou
processados, gravados em outros computadores dentro da mesma organização,
ou remotos, transmitidos através de um modem ou por correio eletrônico. Da
mesma forma, as informações podem ser descarregadas para um disco de armazenamento eletrônico. Quando os dados são transmitidos de um sistema para
outro, pode haver o risco da corrupção de dados devido à incompatibilidades
dos sistemas ou da necessidade de reformatar as informações. Um sistema bem
projetado permite que altos níveis de GQ sejam atingidos, desde o ponto de entrada de amostras até a produção do relatório inal. Requisitos de validação especíicos incluem o gerenciamento do acesso a várias funções, os passos de auditoria
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
para catalogar alterações e o gerenciamento de arquivos. Quando os dados forem
transmitidos eletronicamente será necessário incorporar veriicações de segurança
para proteção contra corrupção de dados e acesso não-autorizado.
23.
AUDITORIA DO LABORATÓRIO E ANÁLISE CRÍTICA
23.1
Ver seção 3.6 acerca da terminologia aplicada.
23.2
Um aspecto importante da gestão da qualidade é o reexame periódico do sistema
da qualidade pela própria gerência do laboratório. Em geral, todos os aspectos
do sistema da qualidade devem ser examinados pelo menos uma vez por ano. O
sistema deve ser examinado de duas maneiras. Em primeiro lugar, ele deve ser
examinado para assegurar que esteja suicientemente bem documentado para
permitir uma implementação adequada e consistente, e que o pessoal esteja
realmente seguindo o sistema descrito. Este exame é normalmente conhecido
como auditoria (em oposição à avaliação ou auditoria externa conduzida por
órgãos de acreditação ou certiicação). Em segundo lugar, o sistema deve ser
examinado a im de veriicar se ele atende aos requisitos do laboratório, de seus
clientes e, se apropriado, do padrão de gestão da qualidade. Ao longo do tempo,
as necessidades do laboratório e de seus clientes irão se modiicar e o sistema da
qualidade deve evoluir para continuar a atender seus objetivos. Este segundo
tipo de exame é normalmente conhecido como análise crítica, e deve ser realizado
pelo menos anualmente. Esta análise é realizada pelo nível gerencial do laboratório
e utiliza informações de várias fontes, incluindo resultados de auditorias internas,
avaliações externas, participação em ensaios de proiciência, estudos do controle interno da qualidade, tendências de mercado, reclamações e elogios de clientes, etc.
23.3
O programa de auditoria e análise crítica é normalmente coordenado pelo gerente da qualidade do laboratório, que é responsável por assegurar que os auditores tenham o treinamento correto, orientação e autoridade necessária para
condução da auditoria. As auditorias são normalmente realizadas por pessoal
do laboratório que trabalha fora da área em exame. Isto, é claro, nem sempre é
possível onde o grupo de trabalho é reduzido.
23.4
As auditorias podem ser realizadas de duas maneiras básicas. Na auditoria horizontal, o auditor irá examinar em detalhes aspectos individuais do sistema da
qualidade, por exemplo, calibração ou relatórios. Na auditoria vertical, o auditor irá selecionar uma amostra e acompanhar seu andamento no laboratório,
desde o recebimento até a disposição inal, examinando todos os aspectos do
IAL - 997
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
sistema da qualidade relacionados ao seu processamento.
23.5
Uma lista de veriicação, detalhando os aspectos de um laboratório químico que
devem ser examinados durante uma auditoria da qualidade, se encontra listada
no Apêndice A deste Guia.
23.6
A análise-crítica pela gerência deve ser realizada em intervalos regulares. Uma
vez por ano é normalmente suiciente, muito embora, para laboratórios com
um amplo escopo de acreditação, pode ser necessário dividir a análise crítica
em módulos distintos, que podem ser examinados durante o curso de um ano.
Os assuntos abordados na análise crítica anual devem incluir uma avaliação do
sistema da qualidade e questões que afetem a qualidade analítica, auditorias
internas, ações corretivas e preventivas, feedback e reclamações de clientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A seção a seguir apresenta Referências úteis (Subseções A, B, C — estas são referidas no
texto — endereços de Websites (D), e a Bibliograia (E)).
A.
GUIAS CITAC e EURACHEM (disponíveis em CITAC www.citac.ws e EURACHEM www.eurachem.org)
1.
Quality Assurance for Research and Development and Non-Routine Analysis:
1998 (CITAC/EURACHEM)
2.
Quantifying Uncertainty in Analytical Measurement: 2000 (CITAC/EURACHEM) (ver também site - Ref D12)
3.
he Fitness for Purpose of Analytical Methods: A Laboratory Guide to Method
Validation and Related Topics: 1998 (EURACHEM)
4.
Harmonised Guidelines for the Use of Recovery Information in Analytical Measurement: 1998 (EURACHEM/IUPAC/ISO/A.O.A.C.I)
Selection, Use & Interpretation of Proiciency Testing (PT) Schemes by Laboratories: 2000 (EURACHEM)
5.
6.
CITAC Policy Statement on Traceability in Chemical Measurement: 2000
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Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
7.
CITAC/EURACHEM Guide on Traceability in Chemical Measurements: 2002
(em preparação)
B.
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2.
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CHEM(98)17 download: http://www1.oecd.org/ehs/ehsmono/01E88455.pdf)
4.
ISO/IEC Guide 2:1996 Standardization and related activities - General vocabulary
(currently under revision as ISO 17000)
5.
ISO 9001:2000 Quality Management Systems - Requirements
6.
International vocabulary of basic and general terms in metrology (VIM) - 2nd
edition 1993 (ISO/BIPM/IEC/IFCC/IUPAC/IUPAP/OIML)
7.
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Switzerland, 1995.
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IEC 17025 in Chemical Analysis” - B King, Fresenius Journal, 2001
9.
he selection and use of reference materials - A basic guide for laboratories and
accreditation bodies - draft EEEE/RM 2002 - prepared by B King 2000
10.
Position of third party quality assessment of reference materials and their production EEEE/RM/069 rev 1: Draft 2001
11.
APLAC Policy and Guidance on the Estimation of Uncertainty of Measurement in
Testing – Draft April 2002
12.
ILAC P10: 2002 ILAC Policy on Traceability of Measurements Results
13.
ILAC G8: 1996 Guidelines on Assessment and Reporting of Compliance with
IAL - 999
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Speciication
14.
ILAC G9: 1996 Guidelines for the Selection and Use of Certiied Reference Materials
15.
ILAC G12: 2000 Guidelines for the Requirements for the Competence of Reference Material Producers
ILAC G13: 2000 Guidelines for the Requirements for the Competence of Providers of Proiciency Testing Schemes
16.
17.
ILAC G15: 2001 Guidance for Accreditation to ISO/IEC 17025
18.
ILAC G17: 2002 Guidance for Introducing the Concept of Uncertainty of Measurement in Testing in Association with the Application of the Standard ISO/IEC
17025
Nota: Outras Diretrizes produzidas por Órgãos Regionais de Acreditação são também
relevantes aqui (ver endereços de Websites na Seção D, nºs 7, 8 e 9 abaixo). Além disto,
a maioria dos órgãos nacionais de acreditação publicam diretrizes fundamentando seus
requisitos (normalmente baseados em normas ISO).
C.
OUTRAS REFERÊNCIAS (Guias e Normas ISO)
1.
ISO Guide 30:1992 Terms and deinitions used in connection with reference materials
2.
ISO Guide 31:2000 Reference materials -- Contents of certiicates and labels
3.
ISO Guide 32:1997 Calibration in analytical chemistry and use of certiied reference materials
4.
ISO Guide 33:2000 Uses of certiied reference materials
5.
ISO Guide 34:2000 General requirements for the competence of reference material producers
ISO Guide 35:1989 (under revision) Certiication of reference materials -- General
and statistical principles
6.
7.
ISO/IEC Guide 43:1997 Proiciency testing by interlaboratory comparisons - Part
1: Development and operation of proiciency testing schemes and Part 2: Selection
1000 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
and use of proiciency testing schemes by laboratory accreditation bodies
8.
ISO/IEC Guide 58: 1993 Calibration and testing laboratory accreditation systems
– general requirements for operation and recognition. (To be replaced by ISO/IEC
17011 General requirements for bodies providing assessment and accreditation)
9.
ISO/IEC Guide 62:1996 General requirements for bodies operating assessment
and certiication/registration of quality systems
10.
ISO 78-2:1999 Chemistry -- Layouts for standards -- Part 2: Methods of chemical
analysis
11.
ISO/DIS 10576-1:2001 Statistical Methods - Guidelines for the evaluation with
speciied requirements Pt 1. General principles
12.
ISO 3534 Statistics -- Vocabulary and symbols -- Parts 1, 2 and 3 (1999)
13.
ISO/DTS 21748-2002 (under preparation) Guide to the use of repeatability and
reproducibility and trueness estimates in measurement uncertainty estimation.
14.
ISO 5725-1:1994 Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
results -- Part 1: General principles and deinitions ISO 5725-1:1994/Cor 1:1998
15.
ISO 5725-2:1994 Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
results -- Part 2: Basic method for the determination of repeatability and reproducibility of a standard measurement method
16.
ISO 5725-3:1994 Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
results -- Part 3: Intermediate measures of the precision of a standard measurement
method
17.
ISO 5725-4:1994 Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
results -- Part 4: Basic methods for the determination of the trueness of a standard
measurement method
ISO 5725-5:1998 Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
results -- Part 5: Alternative methods for the determination of the precision of a
standard measurement method
18.
19.
ISO 5725-6:1994 Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
IAL - 1001
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
results -- Part 6: Use in practice of accuracy values
20.
ISO 7870:1993 Control charts - General guide and introduction
21.
ISO 7966:1993 Acceptance control charts
22.
ISO 8258:1991 Shewhart control charts.
D.
ENDEREÇOS DE WEBSITES ÚTEIS
1.
CITAC - www.citac.ws
2.
EURACHEM - www.eurachem.org
3.
ISO - www.iso.ch
4.
(ISO)REMCO - www.iso.org/remco
5.
COMAR (Base de Dados dos Materiais de Referência - www.comar.bam.de
6.
A.O.A.C. - www.A.O.A.C..org
7.
ILAC - www.ilac.org
8.
APLAC - www.ianz.govt.nz/aplac
9.
EA - www.european-accreditation.org
10.
BIPM - www.bipm.fr
11.
OECD - www.oecd.org
12.
www.mutraining.com (site baseado no treinamento sobre credenciamento e incerteza de medida)
www.measurementuncertainty.org (fórum/máquina de busca MU – vinculada à
Ref A2)
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E.
BIBLIOGRAFIA
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1.
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Laboratory Accreditation: 2000
(A.O.A.C. Internacional – ISO 17025 e o Laboratório – Uma Introdução a Acreditação de Laboratórios: 2000)
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A.O.A.C. International – Quality Assurance Principles for Analytical Laboratories
– 3rd Edition 2000 – F M Garield, E Klesten, J Husch ISBN-0-935584-70-6
(A.O.A.C. Internacional – Princípios da Garantia da Qualidade para Laboratórios
Analíticos – 3ª Edição 2000 – F M Garield, E Klesten, J Husch ISBN-0-93558470-6)
Crosby, Neil T; Patel, Indu, General principles of good sampling practice, Cambridge: Royal Society of Chemistry, 1995
(Crosby, Neil T; Patel, Indu, Princípios gerais de boas práticas de amostragem,
Cambridge: Sociedade Real de Química, 1995)
3.
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(Enell, J. W., “Que Plano de Amostragem Devo Escolher?”, Jornal de Tecnologia
da Qualidade 1984, 16(3), 168-171)
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1989, 72(3), 405-411
(Garield, F. M., “Amostragem no Esquema Analítico”, J. – Assoc. Proissional de
Quím. Anal. 1989, 72(3), 405-411)
6.
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(Gy, Pierre, Amostragem para ins analíticos, Chichester: Wiley, 1998)
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Horwitz, W., “Nomenclature for sampling in Analytical Chemistry”, IUPAC, Pure
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(Horwitz, W., “Nomenclatura para amostragem em Química Analítica”, IUPAC,
Quím. Pura Apl. 1990, 62(6), 1193-1208)
8.
Horwitz, W., “Problems of Samplings and Analytical Methods”, J. – Assoc. Of.
Anal. Chem. 1976, 59(6), 1197-1203
(Horwitz, W., “Problemas de Amostragens e Métodos Analíticos”, J. – Assoc.
Proissional de Quím. Anal. 1976, 59(6), 1197-1203)
9.
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(Horwitz, W., “Projeto, condução e interpretação dos estudos de desempenho de
métodos”, Protocolo IUPAC, 1994)
10.
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York: Wiley, 1993
(Kateman, G., Buydens, L., Controle de Qualidade em Química Analítica, 2ª ed.
New York: Wiley, 1993)
11.
Keith, L. H., Environmental Sampling and Analysis, A Practical Guide, Lewis
Publishers, Chelsea, MI, 1991
(Keith, L. H., Amostragem e Análise Ambiental, Um Guia Prático, Lewis Publishers, Chelsea, MI, 1991)
12.
Keith, L. H., Principles of Environmental Sampling, ACS, Washington DC,
1988
(Keith, L. H., Princípios da Amostragem Ambiental, ACS, Washington DC,
1988)
13.
Keith, Lawrence H (Ed), Principles of environmental sampling, 2nd ed, Washington DC, American Chemical Society 1996
(Keith, Lawrence H (Ed), Princípios da amostragem ambiental, 2ª ed, Washington
DC, Sociedade Americana de Química1996)
14.
Kratochvil, B., Wasllace, D., and Taylor, J. K., “Sampling for Chemical Analysis”,
Anal. Chem. 1984, 56(5), 113R-129R
(Kratochvil, B., Wasllace, D., e Taylor, J. K., “Amostragem para Análise Química”,
Quím. Anal. 1984, 56(5), 113R-129R)
15.
Miller, J. C.; Miller, J. N. Statistics for Analytical Chemistry, 4th ed Ellis Horwood
1998
(Miller, J. C.; Miller, J. N. Estatística para Química Analítica, 4ª ed. Ellis Horwood
1998)
16.
Prichard, E., Analytical Measurement Terminology – (UK´s Valid Analytical Measurement Program, LGC Ltd) ISBN 0-85404-443-4, 2000
(Prichard, E., Terminologia de Medição Analítica – (Programa de Medição Analítica Válido no RU, LGC Ltd) ISBN 0-85404-443-4, 2000)
1004 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
17.
Prichard, E., Quality in the Analytical Chemistry Laboratory, ACOL, Wiley
1997
(Prichard, E., Qualidade no Laboratório de Química Analítica, ACOL, Wiley
1997)
18.
Stoeppler, Marcus (Ed), Sampling and sample preparation: practical guide for
analytical chemists; Berlin: Springer Verlag, 1997
(Stoeppler, Marcus (Ed), Amostragem e preparação de amostras: guia prático para
químicos analíticos; Berlim: Springer Verlag, 1997)
19.
Taylor, B. N., Kuyatt, C. E., Guidelines for evaluating and expressing uncertainty
in NIST measurement results, NIST technical note 1297, 1994, National Institute
of Standards and Technology
(Taylor, B. N., Kuyatt, C. E., Diretrizes para avaliação e divulgação da incerteza em
resultados de medidas NIST, nota técnica NIST 1297, 1994, Instituto Nacional de
Normas e Tecnologia)
20.
Taylor, J. K., “Quality Assurance of Chemical Measurements”, Lewis Publishers,
Michigan, 1987
(Taylor, J. K., “Garantia da Qualidade de Medições Químicas”, Lewis Publishers,
Michigan, 1987)
21.
UK DTI VAM Programme – General Guidelines for use with a protocol for QA
of Trace Analysis 1998
(Programa UK DTI VAM – Diretrizes Gerais para uso com um protocolo para
GQ de Análise Residual 1998)
Youden, W. J., and Steiner, E. H., Statistical manual of the Association of Oicial Analytical Chemists. Statistical techniques for collaborative tests. Planning and analysis of
results of collaborative tests. Washington DC: A.O.A.C., 1975
(Youden, W. J., e Steiner, E. H., Manual estatístico da Associação Proissional de Químicos Analíticos. Técnicas estatísticas para ensaios cooperativos. Planejamento e análise de
resultados dos ensaios cooperativos. Washington DC: A.O.A.C., 1975)
SIGLAS
22.
Seguem alguns acrônimos comuns:
IAL - 1005
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
A.O.A.C. – Association of Oicial Analytical Chemists (USA)
APLAC – Asia-Paciic Laboratory Accreditation Cooperation
BIPM – International Bureau of Weights and Measures
CCQM -Consultative Committee for Amount of Substance
CITAC – Cooperation on International Traceability in Analytical Chemistry
EA – European Cooperation for Accreditation
IEC – International Electrotechnical Commission
ILAC – International Laboratory Accreditation
ISO – International Organization for Standardization
ISO/REMCO – International Organization for Standardization, Committee on Reference Materials
IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry
JCTLM – Joint Committee on Traceability in Laboratory Medicine
OECD – Organization for Economic Cooperation and Development
OIML - International Organization on Legal Metrology
APÊNDICE A
Auditoria da Qualidade – Áreas de particular importância em um laboratório químico.
1.
Pessoal
i) O pessoal possui a combinação adequada de instrução, qualiicações acadêmicas
ou vocacionais, experiência e treinamento prático para o serviço desempenhado.
ii) O treinamento prático é realizado segundo critérios estabelecidos, os quais,
sempre que possível, são objetivos. São mantidos registros atualizados dos treinamentos.
1006 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
iii) Os ensaios somente são realizados por analistas autorizados.
iv) O desempenho do pessoal realizando as análises é observado pelo auditor.
2.
Ambiente
i) O ambiente do laboratório é adequado para o trabalho realizado.
ii) As instalações e utilizades do laboratório são adequados para o trabalho realizado.
iii) Existe separação adequada entre trabalhos potencialmente conlitantes.
iv) As áreas do laboratório são suicientemente limpas e organizadas, para garantir
que a qualidade do trabalho realizado não seja comprometida.
v) Existe separação adequada na recepção de amostras, preparação, depuração, e
áreas de medição, para garantir que a qualidade do trabalho realizado não seja
comprometida.
vi) O cumprimento dos regulamentos de segurança é consistente com os requisitos
da norma de gerenciamento da qualidade.
3.
Equipamento
i)
O equipamento em uso é adequado a sua inalidade.
ii)
Os principais instrumentos são corretamente cuidados, sendo mantidos registros de sua manutenção.
iii)
Instruções adequadas para o uso de equipamentos estão disponibilizadas.
iv)
Equipamentos críticos, p. ex: balanças, termômetros, vidrarias, cronômetros, pipetas etc. são individualmente identiicados, corretamente calibrados
(com rastreabilidade adequada), os certiicados correspondentes ou outros
registros demonstrando a rastreabilidade a padrões de medida nacionais de
medição estão disponíveis.
v)
O equipamento calibrado é adequadamente etiquetado, ou de outra forma
identiicado, para assegurar que ele não seja confundido com equipamento nãocalibrado, e para garantir que seu estado de calibração ique claro ao usuário.
IAL - 1007
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
vi)
Veriicações de desempenho e procedimentos de calibração dos instrumentos são documentados e disponibilizados aos usuários.
vii)
Procedimentos de calibração e veriicações de desempenho de instrumentos são realizados em intervalos apropriados e mostram que a calibração é
mantida e o desempenho diário é aceitável. Ações corretivas apropriadas são
tomadas, quando necessário.
viii) Registros de calibração, veriicações de desempenho e ações corretivas são
mantidas.
4.
5.
Métodos e Procedimentos
i)
Métodos desenvolvidos internamente são plenamente documentados, adequadamente validados e autorizados para uso.
ii)
Alterações de métodos são adequadamente autorizadas.
iii)
Cópias de métodos publicados e oiciais são disponibilizadas.
iv)
A versão mais atualizada do método é disponibilizada ao analista.
v)
As análises (são observadas para veriicar se) seguem os métodos especiicados.
vi)
Os métodos têm um nível apropriado de orientações sobre a calibração e o
controle de qualidade.
vii)
A incerteza foi estimada.
Padrões de Medidas Química e Física, Materiais de Referência Certificados e
Reagentes.
i)
ii)
iii)
1008 - IAL
Os padrões de medida requeridos para os ensaios são prontamente disponibilizados.
Os padrões de medida são certiicados, ou são os “melhores” disponíveis.
A preparação dos padrões de trabalho (padrões secundários) e dos reagentes
é documentada.
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
6.
7.
8.
iv)
Padrões de medida, materiais de referência e reagentes são corretamente
identiicados e armazenados. Onde apropriado, são aplicadas (anotadas) as
datas de “abertura” e de validade.
v)
Novos lotes de padrões de medida e reagentes críticos ao desempenho do
método são confrontados com lotes antigos (anteriores) antes do uso.
vi)
Materiais com a correta especiicação estão sendo usados nos ensaios.
vii)
Quando padrões de medida ou materiais de referência forem certiicados,
cópias do certiicado são disponibilizadas para inspeção.
Controle de Qualidade
i)
Existe um nível apropriado de controle de qualidade para cada ensaio.
ii)
Quando gráicos de controle são usados, o desempenho é mantido dentro de
critérios aceitáveis.
iii)
Amostras veriicadoras do CQ são ensaiadas por procedimentos deinidos,
na freqüência requerida, e existe o registro atualizado dos resultados e medidas tomadas quando os resultados excedem os limites de ação.
iv)
Os resultados de reanálises aleatórias de amostras apresentam uma medida
de concordância aceitável em relação aos resultados das análises originais.
v)
Quando apropriado, o desempenho em esquemas de ensaios de proiciência
e/ou comparações interlaboratoriais é satisfatório e não destacou quaisquer
problemas ou problemas em potencial.
vi)
Existe um sistema eicaz para vinculação do desempenho nos ensaios de proiciência com o controle de qualidade diário.
Controle das Amostras
i)
Existe um sistema eicaz documentado para o recebimento de amostras, relacionando essas amostras às análises requisitadas, mostrando o andamento da
análise, emissão de relatório, e destinação inal da amostra.
ii)
As amostras são corretamente identiicadas e armazenadas.
Registros
IAL - 1009
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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9.
i)
Cadernos de anotações/folhas de trabalho (planilhas) ou outros registros
apresentam a data do ensaio, analista, analito(s), detalhes da amostra, observações do ensaio, controle de qualidade, todos os cálculos brutos, quaisquer
descrições de instrumentos relevantes, dados brutos, e dados de calibração
relevantes.
ii)
Cadernos de anotações/planilhas são indeléveis, sendo os erros riscados ao
invés de apagados ou ocultados, e os registros são assinados pelos analistas.
iii)
Quando um erro for corrigido a alteração é rastreável à pessoa que fez a correção.
iv)
O laboratório possui e usa procedimentos para veriicar a transferência de
dados e cálculos realizados.
Relatórios de Ensaio
i)
10.
As informações apresentadas em relatórios são consistentes com os requisitos
da norma, do cliente, e reletem quaisquer condições estipuladas no método
documentado.
Diversos
i)
Procedimentos documentados estão implementados para lidar com reclamações e dúvidas, e falhas do sistema.
ii)
Existe evidência adequada de ação corretiva (no caso de falhas no sistema) e
ação preventiva. A efetividade é avaliada em ambos os casos.
iii)
O Manual da Qualidade do Laboratório está atualizado e é acessível a todo
o pessoal envolvido no trabalho.
iv)
Existem procedimentos documentados para a subcontratação de trabalhos,
incluindo a veriicação de adequação.
Auditorias verticais em amostras aleatórias (isto é, veriicações feitas numa
amostra, examinando todos os procedimentos associados a sua análise, desde
o recebimento até a emissão de um relatório) não ressaltam quaisquer problemas.
v)
1010 - IAL
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
APÊNDICE B
Intervalos de Calibração e Veriicações de Desempenho.
B1.
Na Tabela App B-1 são dadas orientações sobre a calibração de equipamentos
em uso normal em laboratórios analíticos e dos quais a calibração de outros
instrumentos pode ser dependente. Recomendações mais abrangentes são disponiveis na literatura (ver bibliograia nº 32) e também em manuais de equipamentos.
Tabela App B-1
Tipo de Instrumento
(a) Balanças
Freqüência de Verificação
Depende do uso
(b) Vidrarias Volumétricas Depende do uso
(c)
Hidrômetros
(em operação)
Anualmente
(d)
Hidrômetros
(de referência)
5 anos
(e) Barômetros *
5 anos
Um ponto
Exatidão
(f )
Cronômetros
(ver nota)
2 anos ou menos,
dependendo do uso
(g)
Termômetros
(de referência)
5 anos
(h) Termômetros
Parâmetros a serem
Verificados
Linearidade, Ponto zero,
Exatidão (usando pesos
calibrados)
Exatidão, Precisão
(pipetas/buretas)
Calibração de um ponto
contra
hidrômetro de referência
Calibração de um ponto
usando-se padrão de medida
de densidade especíica
conhecida
Anualmente, dependendo do
uso
Pontos críticos na escala,
pontos ixos, p. ex. ponto de
congelamento
Veriicação de pontos
especíicos com termômetro
de referência
Nota: Instrumentos assinalados com “*” normalmente serão calibrados em um laboratório de calibração acreditado, mas devem, pelo menos, apresentar rastreabilidade a padrões
de medida nacionais.
IAL - 1011
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
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Sinais de rádio-tempo nacionais, ou sinais de tempo por telefone, proporcionam uma
fonte apropriada de calibração rastreável do tempo absoluto e da diferença de tempo.
Cronômetros com movimentos eletrônicos/de quartzo são geralmente mais exatos e estáveis do que cronômetros mecânicos convencionais, e necessitarão ser calibrados com
menor freqüência.
B2.
Os seguintes aspectos dos instrumentos abaixo listados podem precisar ser veriicados, dependendo do método:
B2.1
Cromatógrafos (em geral):
B2.2
B2.3
B2.4
1012 - IAL
i)
Veriicações do sistema geral, precisão de injeções repetidas de amostras, transporte.
ii)
Desempenho da coluna (capacidade, resolução, retenção).
iii)
Desempenho do detector (saída, resposta, ruído, dispersão, seletividade, linearidade).
iv)
Sistemas de aquecimento/termostatizados (exatidão, precisão, estabilidade, características de rampa).
v)
Amostrador automático (exatidão e precisão das rotinas sincronizadas).
Cromatografia Líquida e Iônica:
i)
Composição da fase móvel.
ii)
Sistema de liberação da fase móvel (precisão, exatidão, isenção de oscilações).
Sistemas de medição por Eletrodo, incluindo condutivímetro, pHmetro e detertor
íon-seletivo:
i)
Tendência do eletrodo ou resposta reduzida.
ii)
Veriicações de ponto ixo e inclinação, usando padrões de medida
química.
Aparelhos de Aquecimento/Resfriamento, incluindo freezers, refrigeradores, fornos,
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
esterilizadores a ar quente, incubadoras, aparelhos para ponto de fusão e ebulição,
banhos de óleo, estufas, autoclaves e banhos-maria:
B2.5
B2.6
i)
Calibração periódica do sistema sensor de temperatura usando-se termômetro ou pirômetro calibrados, apropriados.
ii)
Estabilidade térmica, reprodutibilidade.
iii)
Taxas e ciclos de aquecimento/resfriamento.
iv)
Capacidade de atingir e manter a pressão ou vácuo.
Espectrômetros e espectrofotômetros, incluindo absorção atômica, determinação fluorimétrica, plasma induzido acoplado – emissão ótica, infravermelho , luminescência,
massa, ressonância magnética nuclear, fluorescência ultra-violeta/visível e de raios X:
i)
Exatidão do comprimento de onda selecionado, precisão, estabilidade.
ii)
Estabilidade da fonte.
iii)
Desempenho do detetor (resolução, seletividade, estabilidade, linearidade, exatidão, precisão).
iv)
Relação sinal/ruído.
v)
Calibração do detetor (massa, ppm, comprimento de onda, freqüência, absorbância, transmitância, largura de banda, intensidade etc.).
vi)
Controladores e indicadores de temperatura interna, onde aplicável.
Microscópios:
i)
Poder de resolução.
ii)
Desempenho sob várias condições de iluminação (luorescência, polarização etc.).
Calibração do retículo (para medição de comprimento).
iii)
B2.7
Amostradores automáticos:
i)
Exatidão e precisão dos sistemas síncronos.
IAL - 1013
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ii)
Coniabilidade dos programas de sequenciamento.
iii)
Exatidão e precisão do sistema alimentador de amostra.
APÊNDICE C
Comparação entre ISO/IEC 17025:1999 e ISO/IEC Guia: 1990 (Esta tabela é reproduzida da ILAC G15:2001, Diretrizes para Acreditação de acordo com a ISO/IEC 17025)
ISO/IEC
17025
Cláusula
ISO/IEC Guia 25
1.1
1.1
1.2
-
1.3
-
1.4
1.3
1.5
7.6 Nota
1.6
Introdução
Referências normativas
2
2
Termos e definições
3
3
4.1.1
4.1
4.1.2
1.2
4.1.3
4.1
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
Escopo
Requisitos gerenciais
Organização
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
1014 - IAL
4.1.4
-
4.1.5 (a)
4.2 a)
4.1.5 (b)
4.2 b)
4.1.5 (c)
4.2 i)
4.1.5 (d)
4.2 c)
4.1.5 (e)
5.2 b), 5.2 c)
4.1.5 (f)
4.2 d)
4.1.5 (g)
4.2 e)
4.1.5 (h)
4.2 f)
ISO/IEC
17025
Cláusula
ISO/IEC Guia 25
4.1.5 (i)
4.2 g)
4.1.5 (j)
4.2 h)
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
Sistema da qualidade
Controle de documentos
Análise crítica dos pedidos, propostas e contratos
Subcontratação de ensaios e calibrações
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
4.2.1
5.1
4.2.2
5.1, 5.2 a)
4.2.2 (a)
5.1
4.2.2 (b)
5.2 a)
4.2.2 (d)
5.2 a)
4.2.2 (e)
5.1
4.2.3
5.2
4.2.4
5.2 n)
4.3.1
5.2 e)
4.3.2.1
5.2 d)
4.3.2.2 (a)
5.1, 5.2 d)
4.3.2.2 (b)
5.2 d)
4.3.2.2 (c)
5.2 d)
4.3.2.2 (d)
5.2 d)
4.3.2.3
5.2 d)
4.3.3.1
5.2 d)
4.3.3.2
5.2 d)
4.3.3.3
5.2 d)
4.3.3.4
5.2 d)
4.4.1
5.2 i)
4.4.1 (a)
5.2 i)
4.4.1 (b)
5.2 i)
4.4.1 (c)
5.2 i)
4.4.2
5.2 i)
4.4.3
5.2 i)
4.4.4
5.2 i)
4.4.5
5.2 i)
4.5.1
14.1
4.5.2
14.1
ISO/IEC
17025
Cláusula
ISO/IEC Guia 25
4.5.3
-
4.5.4
14.2
IAL - 1015
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
4.6.1
10.8, 15.2
4.6.2
15.1
4.6.3
-
4.6.4
15.3
Atendimento ao cliente
4.7
-
Reclamações
4.8
16.1
Aquisição de serviços e suprimentos
Controle de trabalho não-conforme
Ação corretiva
Ação preventiva
Controle de registros
Auditorias internas
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
Análise crítica pela gerência
1016 - IAL
4.9.1
5.2 o)
4.9.1 (a)
5.2 o)
4.9.1 (b)
5.2 o)
4.9.1 (c)
5.2 o)
4.9.1 (d)
5.2 o) , 13.6
4.9.1 (e)
5.2 o)
4.9.2
16.2
4.10.1
16.2
4.10.2
16.2
4.10.3
16.2
4.10.4
16.2
4.10.5
16.2
4.11.1
-
4.11.2
-
4.12.1.1
12.1
4.12.1.2
12.2
4.12.1.3
12.2
4.12.1.4
10.7 e)
4.12..2.1
12.1
4.12..2.2
-
4.12..2.3
-
4.13.1
5.3
4.13.2
5.3
4.13.3
5.5
ISO/IEC
17025
Cláusula
ISO/IEC Guia 25
4.13.4
-
4.14.1
5.4
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
4.14.2
5.5
5.1.1
-
5.1.2
-
5.2.1
6.1
5.2.1
6.2
5.2.3
-
5.2.4
5.2 e)
5.2.5
6.3
5.3.1
7.1, 7.2
5.3.2
7.3
5.3.3
7.4
5.3.4
7.5
5.3.5
7.6
5.4.1
10.2, 10.1, 10.5
5.4.2
10.3
5.4.3
-
5.4.4
10.4
5.4.5.1
-
5.4.5.2
10.4
5.4.5.3
-
5.4.6.1
10.2
5.4.6.2
10.2
5.4.6.3
-
5.4.7.1
10.6
5.4.7.2
10.7
5.4.7.2 (a)
10.7 b)
5.4.7.2 (b)
10.7 c)
5.4.7.2 (c)
10.7 d)
Requisitos técnicos
Generalidades
Pessoal
|Acomodação e condições ambientais
Métodos de ensaio e calibração, e validação de
metodologia
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
Equipamentos
ISO/IEC
17025
Cláusula
5.5.1
5.5.2
ISO/IEC Guia 25
8.1
9.1
IAL - 1017
Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos - 4ª Edição
1ª Edição Digital
Rastreabilidade das medições
Rastreabilidade das medições (cont.)
Amostragem
Manuseio dos itens de ensaio e calibração
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
1018 - IAL
5.5.3
5.5.4
5.5.5 (a)
5.5.5 (b)
5.5.5 (c)
5.5.5 (d)
5.5.5 (e)
5.5.5 (f )
5.5.5 (g)
5.5.5 (h)
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.6.1
5.6.2.1.1
5.6.2.1.2
5.6.2.2.1
6.5.2.2.2
5.6.3.1
5.6.3.2
5.6.3.3
5.6.3.4
5.7.1
5.7.2
5.7.3
5.8.1
10.1
8.4 a)
8.4 b)
8.4 d)
8.4 f )
8.4 g)
8.4 h)
8.4 i)
8.2
8.2
8.3
9.1
9.2
9.3
9.2
9.3
9.4, 9.5
9.7
9.6
10.5
11.4
ISO/IEC
17025
Cláusula
ISO/IEC Guia 25
5.8.2
11.1
5.8.3
11.2
Apêndice II - Guia para Qualidade em Química Analítica
Garantia da qualidade de resultados de ensaio e
calibração
Apresentação dos resultados
Item da lista de conteúdo da ISO/IEC 17025
5.8.4
11.3
5.9
5.6, 5.6 a)
5.9 (a)
5.6 c)
5.9 (b)
5.6 b)
5.9 (c)
5.6 d)
5.9 (d)
5.6 e)
5.9 (e)
5.6 f )
5.10.1
13.1
5.10.2 (a)
13.2 a)
5.10.2 (b)
13.2 b)
5.10.2 (c)
13.2 c)
5.10.2 (d)
13.2 d)
5.10.2 (e)
13.2 h)
5.10.2 (f )
13.2 e), 13.2 f )
5.10.2 (g)
13.2 g)
5.10.2 (h)
13.2 i)
5.10.2 (i)
13.2 k)
5.10.2 (j)
13.2 m)
5.10.2 (k)
13.2 n)
5.10.3.1
13.2 j)
5.10.3.1 (a)
-
5.10.3.1 (b)
13.2 l)
5.10.3.1 (c)
-
5.10.3.1 (d)
-
5.10.3.1 (e)
-
5.10.3.2 (a)
-
5.10.3.2 (b)
--
5.10.3.2 (c)
--
5.10.3.2 (d)
-
ISO/IEC
17025
Cláusula
ISO/IEC Guia 25
5.10.3.2 (e)
--
5.10.3.2 (f)
IAL - 1019
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