Academia.eduAcademia.edu

Ordem Tetraodontiformes

2014, Catálogo dos estágios iniciais de desenvolvimento dos peixes da bacia de Campos

Ordem Tetraodontiformes Ana Cristina Teixeira Bonecker Claudia Akemi Pereira Namiki Márcia Salustiano de Castro Paula Nepomuceno Campos SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros BONECKER, ACT., et al. Ordem Tetraodontiformes. In Catalogo dos estágios iniciais de desenvolvimento dos peixes da bacia de Campos [online]. Curitiba: Sociedade Brasileira de Zoologia, 2014, pp. 276-283. Zoologia: guias e manuais de identificação series. ISBN 978-85-98203-10-2. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. 276 ORDEM TETRAODONTIFORMES A ordem Tetraodontiformes é composta por nove famílias e 357 espécies. O corpo pode ser arredondado ou moderadamente alongado. As larvas possuem um saco dermal ou epiderme inflada, grupo de espinhos no opérculo e espinhos ou placas dérmicas na superfície do corpo. As nadadeiras dorsal e anal estão situadas na porção posterior do corpo com exceção da família Monacanthidae. Nesse estudo a ordem Tetraodontiformes é representada pelas famílias Monacanthidae, Ostraciidae e Tetraodontidae. Voltar ao Sumário 277 Família Monacanthidae A família Monacanthidae é marinha e ocorre nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Compreende 32 gêneros com 102 espécies. As larvas possuem o corpo alto ou alongado em algumas espécies. O corpo é muito comprimido com espinhos minúsculos e as nadadeiras pélvicas são ausentes. Possuem grupos de espinhos no pré-opérculo, pequenos espinhos dermais na área interorbital, melanóforos na cabeça e uma série de melanóforos na região ventral ao longo da cauda. O primeiro espinho dorsal é alongado com projeções dos dois lados, o segundo é muito menor e pode estar ausente. No Brasil já foram identificadas nove espécies nas fases de larva e adulto. Nesse estudo é contemplada a espécie Monacanthus ciliatus. Voltar ao Sumário 278 156 Ordem Tetraodontiformes / Família Monacanthidae Monacanthus ciliatus (Mitchill, 1818) As larvas no estágio de pré-flexão possuem o corpo alto e muito comprimido e focinho relativamente curto, que fica projetado, mas não muito alongado nos estágios de desenvolvimento seguintes. Possui um total de 19 miômeros. Tem dois espinhos dorsais, sendo que o primeiro se origina na parte posterior do olho. O espinho pélvico é bem desenvolvido, com denticulações curtas. Tem espinhos pequenos ao longo do corpo. O padrão de pigmentação é bem característico. Nas larvas em pré-flexão os melanóforos estão espalhados pela cabeça, sobre todo o cérebro alcançando a região ocular, no peritônio, sobre a vesícula gasosa e trato digestório. A partir Figura 157 - A: Monacanthus ciliatus. DZUFRJ 472; Pré-flexão; CP 4,1 mm. da flexão surgem melanóforos no primeiro espinho dorsal e a pigmentação da cabeça e do corpo se intensificam. A linha de pigmentos sobre a linha lateral, na região posterior do corpo, se expande em direção a região anterior. Nadadeira dorsal: II + 29-37; nadadeira anal: 28-36. Tamanho: pré-flexão 2,44,1 mm; flexão 4,5-5,2 mm; transformação 12,0 mm. Habitat: espécie marinha, demersal, associada a formações coralinas, ocorre até 50 m de profundidade. Nome vulgar: Porquinho de franja. Figura 157 - B: DZUFRJ 472; Flexão; CP 5,0 mm. Figura 157 - C: DZUFRJ 19890; Transformação; CP 12,0 mm. Georreferenciamento DZUFRJ Latitude (S) Longitude (W) 465 469 472 473 478 19889 19890 19891 19910 22°36'54,9" 22°37'35,5" 22°36'54,9" 22°42'06,0" 22°33'37,0" 21°53'10,4" 22°32'50,0" 22°35' 08,5" 22°02' 35,2" 040°09'19,4" 040°09'32,8" 040°09'19,4" 040°14'26,0" 040°19'10,0" 039°45'49,9" 040°04'09,9" 039°46' 22,3" 039°43' 18,2" Tipo de Profundidade Rede arrasto de coleta 16/05/2002 oblíquo 50 m bongô 16/05/2002 oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica 16/05/2002 oblíquo 50 m bongô 19/05/2002 oblíquo 50 m bongô 17/05/2002 oblíquo 50 m bongô 10/10/2001 oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica 06/11/2001 oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica 06/12/2002 vertical 50 m cilíndrico-cônica 04/12/2002 vertical 700 - 1.200 m cilíndrico-cônica Data Malha (µm) 500 500 330 330 500 500 500 200 500 No. de inds. 1 1 5 1 2 1 1 1 2 Referências: Watson, 1996m; Barros et al., 2006b; Zapfe & Lyczkowski-Shultz, 2006; Fahay, 2007. Voltar ao Sumário 279 Família Ostraciidae A família Ostraciidae é marinha e ocorre nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Compreende 14 gêneros com 33 espécies. As larvas possuem o corpo muito arredondado coberto por uma carapaça óssea desde os estágios iniciais de desenvolvimento. As nadadeiras dorsal e anal são curtas (9-13 raios) e estão posicionadas na região posterior do corpo. No Brasil já foram identificadas cinco espécies nas fases de larva e adulto: Acanthostracion polygonius Poey, 1876; Acanthostracion quadricornis (Linnaeus, 1758); Lactophrys bicaudalis (Linnaeus, 1758); Lactophrys trigonus (Linnaeus, 1758) e Lactophrys triqueter (Linnaeus, 1758). Nesse estudo é contemplada a espécie Acanthostracion sp. Voltar ao Sumário 280 157 Ordem Tetraodontiformes / Família Ostraciidae Acanthostracion sp. As larvas de Acanthostracion possuem a parte anterior do corpo arredondada e a parte posterior mais fina. Uma carapaça cobre a parte anterior do corpo e está completamente formada até o final da flexão. Distância pré-anal aproximadamente 65% do corpo. A pigmentação é intensa na parte anterior do corpo e ausente na cauda. As nadadeiras dorsal e anal são pequenas e estão situadas na parte posterior do corpo, na mesma direção. Raios da nadadeira dorsal: 10; raios da nadadeira anal: 10. Figura 158 - Acanthostracion sp. DZUFRJ 5506; Transformação; CP 10,0 mm. Tamanho: transformação 10,0 mm. Habitat: todas as espécies são marinhas e demersais, associadas a formações coralinas, ocorrem até 200 m de profundidade. No Brasil já foram registradas as espécies Acanthostracion polygonius Poey, 1876 e Acanthostracion quadricornis (Linnaeus, 1758). Georreferenciamento DZUFRJ Latitude (S) Longitude (W) 5506 22°32'49,0" 040°04'20,9" Tipo de Profundidade Rede arrasto de coleta 07/11/2001 oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica Data Malha (µm) 500 No. de inds. 1 Referências: Barros et al., 2006b; Lyczkowski-Shultz et al., 2006, Fahay, 2007. Voltar ao Sumário 281 Família Tetraodontidae A família Tetraodontidae é marinha, com algumas espécies habitantes de formações coralinas e várias espécies vivem em água salobra e doce. Ocorre nas regiões tropicais e subtropicais, nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Compreende 19 gêneros e aproximadamente 130 espécies. Os representantes dessa família são caracterizados pelo formato do corpo e pela capacidade de inflá-lo, engolindo água ou ar. A maioria das espécies possui o corpo oval com espinhos cobrindo a porção ventral do corpo. Não possuem nadadeira pélvica e as nadadeiras dorsal e anal são curtas e opostas. A pigmentação do corpo varia muito de acordo com as espécies, estando presente na margem dorsal do intestino, cabeça e tronco e aumentando com o desenvolvimento da larva. No Brasil já foram identificadas 13 espécies. Nesse estudo são contempladas as espécies Canthigaster rostrata e Lagocephalus lagocephalus. Voltar ao Sumário 282 Ordem Tetraodontiformes / Família Tetraodontidae 158 Figura 159 - A: Canthigaster rostrata. A. DZUFRJ 22509; Pré-flexão; 2,0 mm. Canthigaster rostrata (Bloch, 1786) O corpo é arredondado e pouco comprimido lateralmente. As larvas no estágio de pré-flexão já possuem espinhos distribuídos por todo corpo. As espécies podem ser separadas pelo número de raios nas nadadeiras. A dorsal é formada por dez raios e a anal por nove raios. Desde a pré-flexão apresenta uma faixa vertical de pigmentos, entre os miômeros 12 e 15. Com o desenvolvimento, uma banda horizontal se forma no corpo, desde a margem ventral da nadadeira caudal até a base da nadadeira anal. Possui Figura 159 - B: DZUFRJ 5504; Flexão; CP 7,0 mm. um total de 17 vértebras. Tamanho: pré-flexão 2,0 mm; flexão 7,0 mm. Habitat: espécie marinha, demersal, associada a formações coralinas, ocorre até 40 m de profundidade. Nome vulgar: Baiacu. Georreferenciamento Tipo de Profundidade Rede arrasto de coleta 040º02'39,6'' 07/11/2001 oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica 040º04'09,9'' 06/11/2001 oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica 040º17'21,0'' 19/05/2002 oblíquo 30 m bongô DZUFRJ Latitude (S) Longitude (W) 5503 5504 22509 22º31'40,9'' 22º32'50,0'' 22º32'03,0'' Data Malha (µm) 500 500 330 No. de inds. 1 1 2 Referências: Figueiredo & Menezes, 2000; Moura & Castro, 2002; Shipp, 2002; Barros et al., 2006b; Lyczkowski-Shultz, 2006; Froese & Pauly, 2014. Voltar ao Sumário 283 Ordem Tetraodontiformes / Família Tetraodontidae 159 Figura 160 - A: Lagocephalus lagocephalus. DZUFRJ 430; Pré-flexão; CP 3,2 mm. Lagocephalus lagocephalus (Linnaeus, 1758) O corpo é arredondado e possui espinhos por toda região ventral. As nadadeiras dorsal e anal estão situadas na região posterior do corpo. Possui melanóforos espalhados pela região dorso-lateral do corpo e do tra- Figura 160 - B: DZUFRJ 7505; Flexão; CP 7,0 mm. to digestório desde o estágio de pré-flexão. A pigmentação dorso-lateral se intensifica ao longo do desenvolvimento. Nadadeira dorsal: 13-16 raios; nadadeira caudal: 12-13 raios; nadadeira peitoral: 14-16 raios. Possui um total de 18 vértebras. Tamanho: pré-flexão 1,8-3,2 mm; flexão 7,0-8,0 mm. Habitat: espécie marinha, demersal, ocorre entre 10 e 476 m de profundidade. Nome vulgar: Baiacu. Georreferenciamento DZUFRJ Latitude (S) Longitude (W) 429 426 427 428 430 5505 7505 22º32'03,0'' 22º38'29,0'' 22º31'27,0'' 22º34'05,0'' 22º33'37,0'' 22º32'50,0'' 21º54'36,5'' 040º17'21,0'' 040º17'40,0'' 040º16'56,0'' 040º19'40,0'' 040º19'10,0'' 040º04'09,9'' 039º45'20,0'' Data 19/05/2002 18/05/2002 17/05/2002 17/05/2002 17/05/2002 06/11/2001 09/10/2001 Tipo de Profundidade Rede arrasto de coleta oblíquo 30 m bongô oblíquo 800 m cilíndrico-cônica oblíquo 600 m cilíndrico-cônica oblíquo 600 m cilíndrico-cônica oblíquo 50 m bongô oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica oblíquo 1.000 m cilíndrico-cônica Malha (µm) 330 500 500 500 330 500 500 No. de inds. 2 1 1 2 2 1 1 Referências: Figueiredo & Menezes, 2000; Shipp, 2002; Barros et al., 2006b; Lyczkowski-Shultz, 2006; Froese & Pauly, 2009. Voltar ao Sumário