Rev. CEFAC. 2016 Set-Out; 18(5):1141-1150
doi: 10.1590/1982-021620161856116
Artigos originais
Prolongamentos na fala de adultos com e sem gagueira
Prolongations in the speech of adults who do and do not stutter
Pâmila Bento da Silva(1)
Eliana Maria Gradin Fabron(1)
Luana Altran Picoloto(1)
Cristiane Moço Canhetti de Oliveira(1)
(1)
Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista, UNESP,
Marília, SP, Brasil.
Fonte de auxílio: FAPESP
Conflito de interesses: inexistente
Recebido em: 19/05/2016
Aceito em: 19/07/2016
Endereço para correspondência:
Cristiane Moço Canhetti de Oliveira
Avenida Hygino Muzzi Filho, n. 737
Mirante – Marília, SP
CEP: 17525-000
E-mail:
[email protected]
RESUMO
Objetivo: realizar uma análise quantitativa e qualitativa dos prolongamentos de adultos com e sem
gagueira.
Métodos: os participantes foram divididos em: Grupo de Pesquisa (GP, 15 adultos com gagueira) e Grupo
Controle (GC, 15 fluentes). Os procedimentos utilizados foram: avaliação da fluência, Instrumento de
Gravidade da Gagueira e análises quantitativa e qualitativa dos prolongamentos.
Resultados: GP mostrou maior número de prolongamentos não hesitativos, enquanto que GC mostrou
maior ocorrência de prolongamentos hesitativos em relação ao total das disfluências. Prolongamentos
não hesitativos ocorreram com maior frequência na palavra inicial e monossilábica, bem como na posição medial da frase para GP. Em relação à tensão muscular e duração, observou-se diferença apenas
para a tensão muscular nos prolongamentos não hesitativos com maior média de ocorrência para GP.
Conclusão: os prolongamentos não hesitativos ocorreram com maior frequência no GP, nas palavras
iniciais, monossílabos e na posição medial da frase. Qualitativamente a tensão muscular foi uma característica típica dos prolongamentos não hesitativos no GP. Com relação aos prolongamentos hesitativos
houve semelhança entre os adultos dos dois grupos quanto à frequência em relação ao total da fala, a
posição dos prolongamentos nas palavras e nas frases e nos aspectos qualitativos, relacionados a tensão muscular e duração.
Descritores: Fonoaudiologia; Fala; Gagueira; Distúrbios da Fala; Avaliação; Adulto
ABSTRACT
Purpose: to carry out a quantitative and qualitative analysis of the prolongations of adults who stutter and
who not stutter.
Methods: participants were divided into two groups: Research Group (RG, 15 adults who stutter) and
Control Group (GC, 15 fluent adults). Procedures were: fluency assessment, Stuttering Severity Instrument
and quantitative and qualitative analyzes of the prolongations.
Results: there was a greater number of non hesitative prolongations in RG, whereas CG showed more
hesitative prolongations in relation to the total of disfluencies. Non hesitative prolongations occurred
more frequently in the initial and monosyllabic words, and in the medial position of the sentence in RG.
Regarding the muscular tension and duration, a difference was observed for the muscular tension in the
non hesitative prolongations, with higher mean value for RG.
Conclusion: non hesitative prolongations occurred more frequently in RG, in initial words, monosyllables,
and medial position of the sentence. Qualitatively, the muscular tension was a typical characteristic of non
hesitative prolongations in RG. No differences were found for hesitative prolongations between the groups
in relation to the frequency of the total of speech, the position of prolongations in the words and in the
sentences, and for the qualitative characteristics, regarding to muscular tension and duration.
Keywords: Speech Language and Hearing Sciences; Speech; Stuttering; Speech Disorders; Evaluation;
Adult
1142 | Silva PB, Fabron EMG, Picoloto LA, Oliveira CMC
INTRODUÇÃO
Gagueira do desenvolvimento persistente é um
distúrbio da fluência, que acomete cerca de 1% da
população adulta1 caracterizado por rupturas no fluxo
da fala que podem ser manifestadas em prolongamentos, bloqueios e repetições2-5. Estas disfluências
são involuntárias, ocorrem numa maior frequência em
relação à população geral6 e são consideradas como a
principal característica do distúrbio7.
A base neurobiológica da gagueira é amplamente
discutida. Neste sentido, alguns investigadores
acreditam que a definição da gagueira não está
relacionada somente com as disfluências na fala,
mas também com o déficit temporal sensório motor
generalizado devido ao prejuízo da comunicação entre
as áreas do cérebro relacionadas à fala8. Uma das
características neurológicas da gagueira do desenvolvimento é a preparação motora anormal da fala9.
Para o adequado diagnóstico da gagueira é fundamental a caracterização das disfluências na fala10, tendo
em vista que a principal manifestação deste distúrbio é
a presença de excessivas disfluências gagas11-14. Além
disso, o conhecimento da tipologia das disfluências
gagas contribui para definir os casos de gagueira
recuperada ou persistente em pré-escolares15. A
literatura científica apresenta testes ou avaliações com
critérios definidos para a classificação da tipologia das
rupturas e das medidas de porcentagem de disfluências atípicas ou gagas16-18.
Uma avaliação tradicional nesta área intitulada como
“Systematic Disfluency Analysis”16 definiu o prolongamento como uma disfluência atípica (“duração inapropriada de um fonema ou um elemento de um ditongo
que pode ou não estar acompanhado de características qualitativas tais como mudanças no tom, aumento
audível de tensão ou tensão visível”). O prolongamento
também foi classificado como disfluência atípica ou
gaga por diversas autoridades do assunto17-19.
No entanto, estudos demonstraram que os prolongamentos também são utilizados por pessoas que
não gaguejam20-22, e consequentemente dificultam o
processo diagnóstico do distúrbio. O prolongamento
da parte final da palavra pode ser uma estratégia
utilizada para alcançar a fluência pelos falantes, tanto
de pessoas com gagueira quanto de fluentes21.
Os prolongamentos da fala, também chamados de
alongamentos na abordagem linguística, são uma das
caraterísticas das marcas hesitativas23,24. Geralmente
ocorrem no final da palavra, principalmente em
monossílabos ou em sílabas finais átonas, segundo
Rev. CEFAC. 2016 Set-Out; 18(5):1141-1150
os autores citados anteriormente. Numa perspectiva
linguística, o prolongamento pode ser visto como um
recurso utilizado pelo falante para manter a posse do
turno conversacional25.
Neste contexto, vale ressaltar estudos realizados
também com pessoas sem gagueira, falantes do
inglês20 e do português brasileiro21, que encontraram
prolongamentos com características específicas.
Visando avaliar o efeito do tamanho da amostra e
o tópico na fluência de adultos que não gaguejam,
Roberts e colaboradores20 encontraram prolongamentos na fala de 11 dos 25 homens participantes,
sendo que os prolongamentos que ocorreram nas
interjeições não foram considerados como prolongamentos, mas somente como interjeição. Muitos destes
prolongamentos ocorreram no final das palavras
ou no começo de frases, em lugares no qual a interjeição poderia normalmente ocorrer. As características
qualitativas destes prolongamentos foram descritas:
não foram acompanhados de tensão e foram breves.
Portanto, o cuidado necessário na classificação de
todos os prolongamentos na fala de adultos como
parte da gagueira foi destacado. Os autores descreveram que estes prolongamentos parecem ter sido
utilizados para dar ênfase.
Apenas as pessoas com gagueira apresentaram
prolongamentos dentro da palavra21, rompendo a
unidade lexical, principal característica das disfluências consideradas gagas26. Para os falantes fluentes,
o prolongamento ocorreu exclusivamente no último
fonema da sílaba final das palavras, semelhantemente às disfluência comuns, assumindo o papel
de uma hesitação e, utilizado com uma estratégia
para facilitar a coarticulação entre as palavras21. Uma
possível explicação para este achado descrita pelas
autoras foi que quando o falante está articulando uma
unidade, significa que já tem disponível o programa
motor da unidade subsequente àquela que está sendo
articulada21.
Neste sentido, a literatura evidencia que a ocorrência
de prolongamentos e sua localização dentro da
palavra merecem ser analisadas mais detalhadamente
por ser um fator distinto entre os grupos de pessoas
com e sem gagueira21. A influência das classes gramaticais das palavras (palavras de conteúdo e palavras
funcionais) em relação à ocorrência de rupturas na fala
também deve ser investigada27.
Análises qualitativa e quantitativa dos prolongamentos, portanto, são recomendadas na tentativa
de distinguir os prolongamentos utilizados como
Prolongamentos em pessoas com e sem gagueira
estratégias linguísticas normais no processo de
comunicação dos prolongamentos utilizados por
pessoas com gagueira. Aspectos qualitativos podem
ser descritos como a tensão muscular excessiva
(auditiva ou visual), descrição e posição do som/sílaba
prolongado, bem como a posição e a classe gramatical da palavra com o som/sílaba prolongado.
A partir do exposto, o objetivo da presente pesquisa
é realizar uma análise quantitativa e qualitativa dos
prolongamentos na fala de adultos com gagueira do
desenvolvimento persistente e adultos sem gagueira.
MÉTODOS
Esta pesquisa configura-se como um estudo transversal e prospectivo com comparação entre grupos,
descritivo de caráter quanti-qualitativo. A amostra foi
constituída por 30 adultos, na faixa etária entre dezoito
a quarenta e seis anos (média= 26,93 anos; DP=
9,12). O grupo de pesquisa (GP) foi formado por 15
adultos com gagueira do desenvolvimento persistente,
sendo 11 do gênero masculino e 4 do gênero feminino.
O grupo controle (GC) foi composto por 15 adultos
fluentes, pareados por gênero e idade ao GP.
Os adultos do grupo de pesquisa foram procedentes do Laboratório de Estudos da Fluência- LAEF
do Centro de Estudos da Educação e da Saúde (CEES)
da Universidade Estadual Paulista – FFC- Marília;
os adultos do grupo controle foram procedentes da
Universidade Estadual Paulista – FFC- Marília.
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade de Filosofia e Ciências
da Universidade Estadual Paulista – CEP/FFC/UNESP,
sob o Protocolo de nº 0672/2013. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido antes de participar do estudo. Foram
seguidas todas as recomendações da Resolução CNS
466/2012.
Os requisitos de inclusão dos dois grupos foram:
ser falante nativo do Português Brasileiro e ter idade
entre 18 anos a 59 anos e 11 meses. Os adultos
com gagueira (GP) deveriam apresentar: queixa de
gagueira; diagnóstico fonoaudiológico de gagueira do
desenvolvimento persistente, por profissional especialista da área; apresentar mínimo de 3% de disfluências
gagas; duração mínima de 12 meses das disfluências,
e; apresentar gagueira classificada no mínimo de
grau leve de acordo com o Instrumento de Gravidade
da Gagueira – SSI-317. Para a composição do grupo
controle de adultos fluentes (GC), foram seguidos
os critérios de inclusão: não apresentar queixa de
| 1143
gagueira atual ou pregressa; histórico familial negativo
de gagueira; apresentar menos de 3% de disfluências
gagas na avaliação específica.
Os critérios de exclusão para os dois grupos foram:
apresentar outras queixas, alterações auditivas, neurológicas, comportamentais, de aprendizagem, ou outras
alterações pertinentes que poderiam gerar erro no
diagnóstico.
Com relação à caracterização dos adultos do GP
foi possível constatar que a média da idade no início
da gagueira foi de 4,13 anos. Todos os participantes
(100%) apresentaram gagueira do desenvolvimento
persistente familial, com uma variação na porcentagem
de disfluências gagas de 3,5 a 11,5% (média= 7,00,
DP=2,37) (Tabela 1). A gravidade da gagueira variou
de leve a grave, com uma média do escore total do
SSI-3 de 26,06 (de 18 a 35). Os adultos do GC foram
pareados por gênero e idade ao GP, e a porcentagem
de disfluências gagas variou de 0 a 1% (média=0,33,
DP= 0,36).
Procedimentos
Inicialmente os adultos receberam informações
sobre os objetivos do estudo e explicação dos procedimentos que foram realizados, e deram consentimento,
por escrito, para a participação na pesquisa. A coleta
de dados foi realizada por meio do registro audiovisual,
a transcrição e a análise da fluência da fala espontânea
nos dois grupos (GP e GC).
Os adultos foram filmados de modo a obter amostra
de fala auto expressiva contendo 200 sílabas fluentes,
eliciada a partir da seguinte instrução: “Conte-me
sobre a sua rotina, tudo o que você faz durante a
semana e de final de semana”. O discurso dos adultos
só foi interrompido (com perguntas e comentários),
nos casos em que houve a necessidade de incentivar
a produção, para alcançar o número necessário de
sílabas para análise. Os adultos foram filmados para
análise e comparação dos achados, e foi utilizada uma
filmadora digital Sony (Digital HDR-CX350 – 7.1 Mega
Pixels) e tripé (Atek – ômega).
Após a coleta de fala dos adultos, as mesmas foram
transcritas na íntegra, considerando-se as sílabas
fluentes e não fluentes. Posteriormente, foi realizada a
análise da amostra da fala e caracterizada a tipologia
das disfluências, de acordo com a seguinte descrição18:
• Disfluências comuns: hesitações, interjeições,
revisões, palavras não terminadas, repetições de
palavra, repetições de segmentos e repetições de
frases.
Rev. CEFAC. 2016 Set-Out; 18(5):1141-1150
1144 | Silva PB, Fabron EMG, Picoloto LA, Oliveira CMC
Tabela 1. Descrição dos participantes do grupo pesquisa e do grupo controle
Escolaridade
Profissão
Adultos
Idade
Gênero
GP 01
GP 02
GP 03
GP 04
GP 05
GP 06
GP 07
GP 08
GP 09
42
45
23
27
21
18
19
30
18
F
M
F
M
M
M
F
F
M
GP 10
32
M
GP 11
18
M
GP 12
46
M
GP 13
GP 14
GP 15
Média
DP
GC 01
GC 02
GC 03
GC 04
GC 05
GC 06
GC 07
GC 08
GC 09
GC 10
GC11
GC 12
GC 13
GC 14
GC 15
Média
DP
20
37
21
26,46
8,96
42
46
21
28
18
21
19
32
18
31
20
42
21
32
20
27,40
9,66
M
M
M
Ensino médio completo
Auxiliar de produção
Ensino médio completo
Porteiro
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior Incompleto
Estudante
Ensino médio incompleto
Estudante
Ensino médio incompleto
Babá
Ensino médio incompleto
Do lar
Ensino médio completo
Estudante
Técnico de
Ensino médio completo
informática
Ensino médio incompleto
Estudante
Técnico de
Ensino médio completo
enfermagem
Ensino médio completo
Estudante
Ensino médio completo
Metre de obra
Ensino superior incompleto
Estudante
F
M
F
M
M
M
F
F
M
M
M
M
M
M
M
Ensino superior incompleto
Gerente
Ensino médio completo
Motorista
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior completo Analista de Sistemas
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior completo
Recepcionista
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior incompleto
Porteiro
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior incompleto
Secretário
Ensino superior incompleto
Estudante
Ensino superior completo
Professor
Ensino superior incompleto
Estudante
Gravidade da
gagueira
15,5
14,0
14,5
17,0
20,0
23,0
18,0
16,0
19,5
Escore
SSI-3
26
18
23
26
30
28
35
18
35
6,5
11,5
24
Leve
5,0
8,5
24
Leve
11,5
17,0
27
Moderada
5,0
6,5
6,0
7,00
2,37
0,0
0,0
0,0
0,5
0,0
0,5
0,0
0,0
1,0
0,5
0,5
1,0
0,0
0,5
0,5
0,33
0,36
12,0
15,5
18,5
16,03
3,67
3,5
7,0
3,5
8,5
9,0
6,5
5,0
2,5
9,0
7,5
12,5
8,0
12,0
8,0
6,0
7,23
2,89
34
21
22
26,06
5,56
Grave
Leve
Leve
%DG
%TD
9,0
5,0
5,0
5,0
8,5
8,5
9,0
3,5
10,5
Moderada
Leve
Leve
Leve
Moderada
Moderada
Grave
Leve
Grave
Legenda: GP= grupo pesquisa; GC= grupo controle; DP= desvio padrão; M= masculino; F= feminino; %DG= Porcentagem de Disfluências Gagas;
%TD= Porcentagem do Total das Disfluências; SSI= Instrumento de Gravidade da Gagueira
• Disfluências gagas: duas ou mais repetições de
sons e/ou sílabas e/ou palavras, prolongamentos,
bloqueios, pausas e intrusões.
palavras funcionais; (3) localização do prolongamento
na palavra e na frase; (4) presença ou não de tensão
muscular, e; (5) duração dos prolongamentos.
A análise dos prolongamentos inclui os prolongamentos não hesitativos (prolongamentos que
romperam a unidade lexical) e prolongamentos hesitativos. A análise foi dividida em 5 etapas: (1) frequência
de prolongamentos na amostra de fala, frequência de
prolongamentos no total das disfluências, frequência de
prolongamentos nas disfluências gagas; (2) frequência
de prolongamentos nas palavras de conteúdo e nas
• Frequência dos prolongamentos: na amostra de fala
(porcentagem em relação à amostra de 200 sílabas
fluentes) - mede a taxa de prolongamentos na fala
analisada. Para o cálculo foram contados os prolongamentos e aplicada à relação de porcentagem.
Rev. CEFAC. 2016 Set-Out; 18(5):1141-1150
• Frequência dos prolongamentos no total de
disfluências: mede a taxa de prolongamentos em
relação à todas as disfluências. O cálculo foi feito
Prolongamentos em pessoas com e sem gagueira
•
•
•
•
•
•
somando-se o número total de disfluências, e
aplicada a relação de porcentagem.
Frequência dos prolongamentos em relação às
disfluências gagas: mede a taxa de prolongamentos
em relação às disfluências gagas. O cálculo foi feito
somando-se todas disfluências gagas, e aplicada a
relação de porcentagem.
Posição do prolongamento na palavra: para
cada prolongamento a posição do som/sílaba
prolongado foi analisada em relação à palavra,
sendo classificado em posição inicial, medial, final
ou palavra monossilábica.
Posição do prolongamento na frase: para cada
prolongamento a posição da palavra prolongada foi
analisada em relação à frase, sendo classificado em
posição inicial, medial ou final.
Frequência dos prolongamentos nas palavras de
conteúdo e funcionais: foi realizada a análise do tipo
de palavra em que ocorreu cada prolongamento:
palavras de conteúdo (substantivos, adjetivos,
verbos, advérbios e numerais) e palavras funcionais
(artigos, preposições, conjunções, pronomes e
interjeições)27.
Presença de tensão muscular: foi realizada análise
de cada prolongamento para verificar se ocorreu ou
não a presença de tensão muscular.
Duração dos prolongamentos: para essa análise
todos os prolongamentos das amostras de fala
foram identificados e, foi calculado o tempo de
duração por meio da análise acústica por meio do
software livre Praat28. A média dos prolongamentos
foi realizada para cada adulto.
| 1145
O Instrumento de Gravidade da Gagueira (SSI-3)17
foi utilizado para cada participante do grupo de adultos
com gagueira classificando a gagueira em leve,
moderada, grave ou muito grave. Este teste avalia a
frequência e duração das interrupções atípicas da fala
e, presença de concomitantes físicos associados às
disfluências.
Análise dos dados
Os dados foram armazenados e tabulados. A
análise estatística foi realizada com Statistical Package
for Social Sciences (SPSS) versão 21.0. Aplicou-se o
teste estatístico de Mann-Whitney para comparar os
resultados quantitativos entre os grupos. Os valores
foram considerados significativos para p menor que
0,05 (p<0,05), com intervalo de confiança de 95%. Os
valores de p significativos foram destacados com o
símbolo asterisco (*).
RESULTADOS
Os resultados estão apresentados em Tabelas. A
análise da frequência dos prolongamentos não hesitativos em relação ao total da fala, total das disfluências e
das disfluências gagas mostrou que o GP apresentou
significantemente maior frequência do que os adultos
sem gagueira em todas as variáveis analisadas. No
entanto, adultos fluentes manifestaram maior frequência de prolongamentos hesitativos em relação
ao total da fala do que os adultos com gagueira
(Tabela 2).
Tabela 2. Comparação intergrupos da frequência de prolongamentos em relação ao total da fala, ao total das disfluências e às
disfluências gagas
Total de fala
Total de
disfluências
Disfluências
gagas
Total de fala
Total de
disfluências
GP
GC
GP
GC
GP
GC
GP
GC
GP
GC
Frequência do prolongamento não hesitativo
M
DP
1,23
1,25
0,07
0,18
7,19
5,92
0,91
2,41
16,54
14,22
10,00
28,03
Frequência do prolongamento hesitativo
1,67
1,68
2,07
1,82
10,08
9,98
29,82
20,81
Mín
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Max
5,00
1,00
19,10
7,70
52,94
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
5,50
6,50
34,37
62,50
Valor de p
<0,001*
0,001*
0,004*
0,402
0,006*
Legenda: GP= grupo pesquisa; GC= grupo controle; M= média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máxima; P= valor da significância calculada
*Valores estatisticamente significantes (p<0,05) - Teste de Mann-Whitney para comparação intergrupos
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1146 | Silva PB, Fabron EMG, Picoloto LA, Oliveira CMC
A comparação dos adultos com gagueira (GP) e
adultos fluentes (GC) quanto à posição dos prolongamentos não hesitativos nas palavras mostrou que
houve diferença estatisticamente significante para
posição inicial e palavra monossilábica (Tabela 3).
Foi observado que GP apresentou maior quantidade
de prolongamento nas posições inicial e palavra
monossilábica que o GC, sendo que nenhum adulto
apresentou prolongamento na posição medial. Com
respeito à posição dos prolongamentos hesitativos nas
palavras não houve diferença estatisticamente significante nas posições analisadas, inicial, medial, final e
palavra monossilábica.
Tabela 3. Comparação intergrupos com relação à posição dos prologamentos nas palavras
GP (n=15)
GC (n=15)
Valor de p
GP (n=15)
GC (n=15)
Valor de p
M
1,93
0,13
Inicial
DP
Min
2,31
0
0,35 0,00
0,001*
Máx
9
1,00
M
0,00
0,00
0,07
0,13
Inicial
0,26 0,00
0,52 0,00
0,962
0,40
0,00
0,74
0,00
Posição do prolongado não hesitativo na palavra
Medial
Final
DP
Min
Máx
M
DP
Min
0,00 0,00 0,00 0,13 0,35 0,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
>0,999
0,150
Posição do prolongado hesitativo na palavra
Medial
Final
0,00 2,00 2,00 0,80 0,78 0,00
0,00 0,00 7,00 1,53 1,60 0,00
0,962
0,325
Máx
1,00
0,00
Palavra monossilábica
M
DP
Min
Máx
0,40 0,74 0,00 2,00
0,00 0,00 0,00 0,00
0,035*
2,00
4,00
Palavra monossilábica
2,33 2,69 0,00 8,00
2,00 1,69 0,00 6,00
0,833
Legenda: GP= grupo pesquisa; GC= grupo controle; N= número de adultos; M= média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máxima;
P= valor da significância calculada
*Valores estatisticamente significantes (p<0,05) - Teste de Mann-Whitney para comparação intergrupos
A comparação intergrupos em relação á posição
dos prolongamentos não hesitativos nas frases
mostrou que adultos com gagueira apresentaram
maior frequência na posição medial. Não houve
diferença estatisticamente significante entre os grupos
em relação à posição dos prolongamentos hesitativos
nas frases (Tabela 4).
Tabela 4. Comparação intergrupos com relação á posição dos prolongamentos nas frases
Inicial
GP (n=15)
GC (n=15)
Valor de p
M
0,53
0,07
DP
1,13
0,26
Min
0,00
0,00
0,133
Inicial
GP (n=15)
GC (n=15)
Valor de p
M
0,67
0,53
DP
0,90
0,64
Min
0,00
0,00
0,871
Posição do prolongamento não hesitativo na frase
Medial
Máx
M
DP
Min
Máx
M
4,00
1,87
1,85
0,00
5,00
0,07
1,00
0,07
0,26
0,00
1,00
0,00
0,001*
Posição do prolongamento hesitativo na frase
Medial
Max
M
DP
Min
Max
M
2,00
2,33
2,29
0,00
7,00
0,33
2,00
3,40
3,09
0,00
9,00
0,20
0,292
Final
DP
0,26
0,00
Máx
1,00
0,00
Min
0,00
0,00
Max
4,00
3,00
0,317
Final
DP
1,05
0,78
0,550
Legenda: GP= grupo pesquisa; GC= grupo controle; N= número de adultos; M= média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máxima;
P= valor da significância calculada
*Valores estatisticamente significantes (p<0,05) - Teste de Mann-Whitney para comparação intergrupos
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Min
0,00
0,00
Prolongamentos em pessoas com e sem gagueira
Quanto à presença de tensão muscular nos
prolongamentos, foi observado que os adultos com
gagueira manifestaram significantemente mais prolongamentos não hesitativos com tensão em relação aos
fluentes. Adultos fluentes mostraram uma tendência
de manifestar mais prolongamentos hesitativos sem
tensão muscular. A análise comparativa intergrupos
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quanto à duração dos prolongamentos não hesitativos e dos prolongamentos hesitativos mostrou que
não houve diferença estatisticamente significante. Foi
observada uma tendência dos adultos com gagueira
apresentarem um tempo de duração dos prolongamentos levemente maior do que os adultos fluentes
(Tabela 5).
Tabela 5. Comparação intergrupos com relação à tensão muscular dos prolongamentos e em relação a duração dos prolongamentos
Variável
Prolongamento
não Hesitativo
Prolongamento
Hesitativo
Prolongamento
não hesitativo
Prolongamento
hesitativo
Com tensão
Sem Tensão
Duração
Duração
Grupo
GP
GC
GP
GC
GP
GC
GP
GC
Tensão muscular
M
1,51
0,00
3,35
4,43
Duração
15
0,48
15
0,28
15
0,51
15
0,11
N
15
15
15
15
DP
1,51
0,00
3,35
3,59
Min
0,00
0,00
0,00
0,00
Max
4,00
0,00
11,00
13,00
0,16
0,08
0,15
0,11
0,22
0,22
0,23
0,25
0,77
0,34
0,70
0,61
Valor de p
<0,001*
0,242
0,068
0,159
Legenda: GP= grupo pesquisa; GC= grupo controle; N= número de adultos; M= média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máxima; P= valor da
significância calculada
*Valores estatisticamente significantes (p<0,05) - Teste de Mann-Whitney para comparação intergrupos
Com relação à distribuição dos prolongamentos
nas palavras de conteúdo e funcionais os resultados
mostraram que GP apresentou significantemente mais
prolongamentos não hesitativos tanto nas palavras de
conteúdo como nas palavras funcionais. Não houve
diferença entre os grupos quanto à distribuição dos
prolongamentos hesitativos nas palavras de conteúdo
e funcionais (Tabela 6).
Tabela 6. Comparação intergrupos com relação à distribuição dos prolongamentos nas palavras de conteúdo e palavras funcionais
Palavra de Conteúdo
Prolongamento
não hesitativo
GP (n=15)
GC (n=15)
Valor de p
Prolongamento
hesitativo
GP (n=15)
GC (n=15)
Valor de p
Palavra Funcional
M
DP
Min
Máx
M
DP
Min
Máx
1,73
0,13
1,83
0,35
0,00
0,00
6,00
1,00
0,73
0,00
1,03
0,00
0,00
0,00
3,00
0,00
0,002*
0,007*
M
DP
Min
Máx
M
DP
Min
Máx
1,47
1,87
1,51
2,19
0,00
0,00
6,00
10,00
1,87
1,87
2,13
1,51
0,00
0,00
7,00
5,00
0,591
0,684
Legenda: GP= grupo pesquisa; GC= grupo controle; N= número de adultos; M= média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máxima;
P= valor da significância calculada
*Valores estatisticamente significantes (p<0,05) - Teste de Mann-Whitney para comparação intergrupos
Rev. CEFAC. 2016 Set-Out; 18(5):1141-1150
1148 | Silva PB, Fabron EMG, Picoloto LA, Oliveira CMC
DISCUSSÃO
O prolongamento é uma das disfluências gagas
descritas como manifestações principais do quadro
clínico do distúrbio3-5,9,17-19,29,30. No entanto, pessoas
fluentes também podem manifestar prolongamentos
no fluxo da fala, localizados principalmente na parte
final da palavra20,21. Neste sentido, esta investigação
realizou uma análise quantitativa e qualitativa dos
prolongamentos da fala de adultos com gagueira do
desenvolvimento persistente e adultos sem gagueira.
Os prolongamentos foram separados em prolongamentos não hesitativos ou típicos da gagueira, e
prolongamentos hesitativos. A análise realizada discute
inicialmente os prolongamentos não hesitativos, e
posteriormente os prolongamentos hesitativos.
Adultos com gagueira apresentaram maior
quantidade de prolongamentos não hesitativos
quando comparados com adultos sem gagueira, tanto
em relação ao total da fala, ao total das disfluências e
ao total das disfluências gagas. Este achado reforça
que este tipo de prolongamento é uma manifestação
típica da gagueira. Semelhantemente, um estudo
realizado com 15 adultos com gagueira e 15 sem
gagueira, falantes do Português Brasileiro, mostrou
que os adultos com o distúrbio apresentaram maior
quantidade de prolongamento quando comparados
com os adultos fluentes (p=0,010)22. Conforme
descrito pelas autoras, a maior quantidade de prolongamentos pode ser justificada pela possibilidade de
relação da gagueira com dificuldades no funcionamento do gânglio basal, o que se imagina influenciar
negativamente no tempo necessário para a realização
da produção da fala e linguagem.
Além da base neurobiológica da gagueira, que
pode justificar o aumento na quantidade dos prolongamentos não hesitativos no fluxo da fala de pessoas
que gaguejam, a instabilidade do planejamento e da
produção motora da fala9, também pode colaborar para
as disfluências gagas, devido à rapidez e a complexidade do comportamento da fala31.
Interessantemente, uma investigação realizada
com 38 adultos sem gagueira falantes do Português
Brasileiro e 38 falantes do Português Europeu mostrou
que dentre as disfluências gagas, o prolongamento foi
a mais frequente32. Por meio dos dados apresentados
pelas autores é possível concluir que o prolongamento
representou 75,34% das disfluências gagas para os
falantes do Português Brasileiro. Nossos achados
mostraram que os prolongamentos não hesitativos
representaram apenas 10% do total das disfluências
Rev. CEFAC. 2016 Set-Out; 18(5):1141-1150
gagas no grupo controle. A soma dos dois tipos de
prolongamentos mostrou que 39,82% das disfluências
gagas dos adultos sem gagueira foi representada por
prolongamentos, hesitativos e não hesitativos.
Quanto à posição dos prolongamentos não hesitativos nos adultos com gagueira ocorreram significantemente maior quantidade na posição inicial da palavra,
em palavras monossilábicas e na posição medial
da frase quando comparados aos adultos fluentes.
Estes achados corroboram descritos prévios de que
os prolongamentos que ocorrem na fala de pessoas
que gaguejam ocorrem dentro da palavra, rompendo
a unidade lexical, que é a principal característica das
disfluências consideradas gagas21,26. Não foram encontrados na literatura compilada estudos que analisaram
a posição dos prolongamentos nas frases.
Vale ressaltar que a presença de tensão muscular
associada ao prolongamento não hesitativo foi uma
característica que ocorreu somente no grupo de
pesquisa, sugerindo assim, ser uma manifestação
típica da gagueira. Para alguns estudiosos a manifestação da tensão muscular pode ou não acompanhar os
prolongamentos16.
Com relação à duração dos prolongamentos não
hesitativos, os adultos com gagueira não manifestaram
diferenças em relação aos adultos sem gagueira.
Apesar de a literatura apontar que a questão temporal
dos prolongamentos é um aspecto importante a ser
analisado na fala de pessoas que gaguejam16, os
dados aqui encontrados não confirmam este relato.
A quantidade de prolongamentos não hesitativos foi
maior nos adultos com gagueira tanto nas palavras de
conteúdo como nas palavras funcionais. Estes resultados reforçam que a influência das classes gramaticais das palavras deve ser investigada na análise das
disfluências gagas27.
A seguir será apresentada a análise dos prolongamentos hesitativos. A frequência de prolongamentos
hesitativos em relação ao total das disfluências foi
maior nos adultos fluentes. Assim como, os fluentes
mostraram uma tendência de manifestar maior frequência dos prolongamentos hesitativos em relação
aos adultos com gagueira. Tendo em vista que esses
prolongamentos são considerados como marcas
hesitativas23,24, e podem ser usados como uma estratégia para alcançar a fluência pelos falantes21, não era
esperado uma diferença em termos quantitativos entre
os grupos.
Não houve diferença dos prolongamentos hesitativos na análise intergrupos quanto às posições nas
Prolongamentos em pessoas com e sem gagueira
palavras e nas frases. Os dados mostraram uma
tendência dos adultos fluentes apresentarem maior
ocorrência dos prolongamentos hesitativos nas
posições inicial e final das palavras, e na posição
medial das frases. Enquanto que, adultos com
gagueira mostraram uma tendência de manifestarem
mais prolongamentos hesitativos na posição medial
das palavras, em palavras monossilábicas e nas
posições inicial e final das frases. Os dados corroboram parcialmente a literatura que encontrou que os
prolongamentos hesitativos geralmente ocorrem em
final de palavras e em palavras monossilábicas23,24.
Tanto a tensão muscular como a duração não
diferenciou os prolongamentos hesitativos manifestados por adultos com e sem gagueira, conforme era
previsto, tendo em vista que, esses prolongamentos
são caracterizados por não serem acompanhados de
tensão e serem breves20.
Com relação à distribuição dos prolongamentos
hesitativos nas palavras de conteúdo e funcional, os
grupos foram semelhantes. Acredita-se assim que,
os falantes, independentes de apresentar ou não
gagueira, utilizam esses prolongamentos para manter a
posse do turno conversacional25, nas diversas classes
gramaticais das palavras.
CONCLUSÃO
A análise dos prolongamentos não hesitativos
mostrou que quantitativamente adultos com gagueira
manifestaram maior ocorrência em relação aos fluentes,
tanto nas palavras de conteúdo como nas funcionais.
Qualitativamente, a presença de tensão muscular
diferenciou os grupos. No entanto, houve semelhança
em relação à duração destes prolongamentos na fala
de adultos com e sem gagueira. Tipicamente estes
prolongamentos ocorreram mais frequentemente na
fala de pessoas com gagueira na palavra inicial, na
posição medial da frase e em monossílabos.
Com relação aos prolongamentos hesitativos,
conclui-se que foram mais frequentes na fala dos
adultos fluentes em relação ao total das disfluências.
Os grupos mostraram semelhanças na análise destes
prolongamentos quanto à posição na palavra e na
frase, a presença ou não de tensão muscular, a
distribuição nas palavras de conteúdo e funcionais, e
quanto à frequência em relação ao total da fala.
| 1149
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