Academia.eduAcademia.edu

CRÍTICA LITERÁRIA DE "O PURO ANIMAL QUE HABITA EM MIM"

2021, Crítica Literária de "O Puro Animal que Habita em Mim", de Jalna Gordiano e Renan Albuquerque.

A trama de personagens amazônidas teve inicio com o primeiro volume idealizado, a priori, por Renan Albuquerque que mostra, através do teatro do absurdo, dramas da vida humana e uma face de pessoas que pouco paramos para pensar e ver a realidade. A trama tem inicio com Mariana, Lúcia, Henri, Matheus e Nansen que escancaram realidades distintas, mas que compõem a vida humana. “A Doce Vida dos Pequenos Fuzis” nos introduz as tragédias do homem moderno. Cada um de nós abriga animais no mais profundo do ser. Animais de nossas essências nuas e cruas que escondemos, aprisionamos em meio aos marasmos e a falsa sensação de certeza através dos dogmas e ideologias escarrados pelas instituições do Estado Laico e do próprio Estado Governamental; o que são meros fetiches e idealização do homem. É nesse cenário que apresento o “Puro Animal que Habita em mim”, de Jalna Gordiano e Renan Albuquerque; o segundo capítulo de um desastre.

CRÍTICA LITERÁRIA O PURO ANIMAL QUE HABITA EM CADA UM DE NÓS Isaías dos Santos1 A trama de personagens amazônidas teve inicio com o primeiro volume idealizado, a priori, por Renan Albuquerque que mostra, através do teatro do absurdo, dramas da vida humana e uma face de pessoas que pouco paramos para pensar e ver a realidade. A trama tem inicio com Mariana, Lúcia, Henri, Matheus e Nansen que escancaram realidades distintas, mas que compõem a vida humana. “A Doce Vida dos Pequenos Fuzis”2 nos introduz as tragédias do homem moderno. Cada um de nós abriga animais no mais profundo do ser. Animais de nossas essências nuas e cruas que escondemos, aprisionamos em meio aos marasmos e a falsa sensação de certeza através dos dogmas e ideologias escarrados pelas instituições do Estado Laico e do próprio Estado Governamental; o que são meros fetiches e idealização do homem. É nesse cenário que apresento o “Puro Animal que Habita em mim”, de Jalna Gordiano e Renan Albuquerque; o segundo capítulo de um desastre. Nessa segunda parte da trama temos dois personagens principais: Ricardo e Lúcia. Duas construções perfeitas e que ilustram a sociedade moderna e contemporânea. Escrito no período da mais cruel pandemia do século, o livro é um retrato da sociedade doente. Há, por todos os cantos do mundo, a ideia de que a pandemia escancarou a realidade nua e crua da sociedade e suas doenças além do visível; doenças que sempre existiram, mas que sempre foram afanadas pela falsa moral. O personagem Ricardo representa o homem conservador, cristão, defensor da moral e da família; mas a sua face é totalmente contrária aos dogmas em que acredita. 1 Graduado em Letras (UEA/CESP); Pós Graduado em Língua Portuguesa e Literatura (FACIBRA/PR); Pós Graduado em Ensino de Língua Portuguesa (FATEC/RO); Mestre em Ciências da Educação (Saint Alcuin/CHILE); Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ambientes Amazônicos da Universidade Federal do Amazonas (NEPAM/CNPq); Professor, músico, poeta e compositor. Desenvolve estudos e pesquisas na Amazônia brasileira nas áreas de Literatura, Língua Portuguesa, Música brasileira e variantes, Linguística, Ciências da Educação e Arte. E-mail: [email protected] 2 O livro pode ser baixado em: https://www.academia.edu/41930573/A_Doce_Vida_dos_Pequenos_Fuzis Ricardo escarra, através do seu comportamento machista e garboso, as crueldades que se escondem em meio aos discursos emancipados da ética e bom costume. Ricardo é o oposto daquilo que fala e a sua construção vai de encontro com a incoerência e contrassenso de si mesmo. Ricardo se apresenta como um homem de Deus, que tem fé, vai a igreja, mas é um retrato perfeito do principio da contradição apresentada pelo filósofo Aristoteles. Ricardo é um cafajeste como Henri, de A doce vida dos Pequenos Fuzis. Lúcia, que teve uma relação amorosa com Mariana – e que neste segundo capítulo tem todos os detalhes de seu encontro com a alma feminina – é descrita com mais sagacidade e profundidade produzindo fim ao mistério de como estas se conheceram – relato do primeiro volume desta saga –. Lúcia, uma personagem apaixonante, tem em sua angústia profunda um sentimento recorrente e a elocução é o capital veículo em que se sustentam obstinações, meias-verdades, as aleivosias e estratagemas essenciais para a sobrevivência humana. O livro é um convite à leitura e a imaginação. Imaginei-me frente a frente com Lúcia – aquela mulher magnifica, dona de si, com um coração bom e desejos extravagantes que levam o leitor ao mais puro êxtase da leitura –. Ricardo é um personagem que habita entre nós, principalmente nestes períodos obscuros em que o país se encontra. Juntos, os dois provocam choques de personalidades e dos nuances da vida humana. Grande trabalho de Jalna Gordiano e Renan Albuquerque! Tanto “O Puro Animal que habita em mim” como “A doce vida dos pequenos fuzis” são obras extraordinárias que nos direcionam a pensar e ver a vida humana a olhos nus, como ela realmente é. Finalizo aqui deixando minha indicação à leitura das duas obras e desejo que suas experiências literárias sejam divinas. Estimo um ótimo deleite literário! “O Puro Animal que Habita em Mim” pode ser baixado pelo link: http://www.academia.edu/49561836/O_P uro_Animal_Que_Habita_em_Mim